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Vistos etc. Inicialmente consigno que este signatário se encontrava no gozo de férias legais no período de 30 de junho a 29 de julho do corrente ano, razão pela qual apenas nesta data passo a prolatar a presente sentença. Cuida a hipótese de ação civil pública promovida pela Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor - ADECON, bem como por Fátima de Souza Paula, Aldemir José Dantas, José Marinho Costa, Myriam Correia da Silva, Levi Felipe Santiago, Edgar Alves Reis, Dejarina Alves de Oliveira, Vilma Alexandre de Lima Bezerra, Clésio de Azevedo Bezerra, Maria do Céu de Souza Gaião, José Emerson Xavier dos Santos, Cleonice Colaço de Carvalho, Maria do Carmo de Carvalho, Antônio Colaço de Carvalho, Eudes Ferreira Batista, Fabiana Roberta Alves de Matos Batista, Marinete França da Silva, Marilene França da Silva, José Roberto Alves do Rego, Jane Dias Pinto Rego, Marcos Gomes Leão, Marinilda Menezes Leão, Iraildo Alves de Andrade, Josefa Amara do Nascimento, Giselda Maria Batista de Sena, Marcos Antônio Palmeira dos Santos, Terezinha Pereira Palmeira dos Santos, Janete de Andrade Neres, Cícero Henrique de Vasconcelos Motta, Maria da Silva Lima, Elizabete Regina Braga, José Lins Correia Santos, Julieta Correia Santos, Mônica Luíza de Almeida Santos, José Amaro de Souza Filho, em face da Caixa Econômica Federal e da Caixa Seguradora S/A. Narram os autores, em síntese, que: a) o Conjunto Residencial Beira Mar, situado na Rua Luiz Ignácio de Andrade Lima, n. 4.437, bairro do Janga, município de Paulista/PE, compõe-se de vários blocos, totalizando 160 apartamentos, destinados a pessoas de baixa renda; b) estes imóveis se encontram com defeitos e vícios de construção, sem condições de habitabilidade e sob ameaça de desmoronamento; c) desde fevereiro de 2006, os apartamentos do Bloco C 10, do mencionado conjunto, foram desocupados, por determinação da Caixa Econômica Federal; d) os imóveis gozam de cobertura securitária, nos termos do Sistema Financeiro da Habitação, competindo à Caixa Econômica Federal operacionalizar o trâmite do sinistro junto à Seguradora; e) consoante a apólice de seguro, compete à Caixa Seguradora S/A o dever de reconstruir o imóvel em questão; f) aos cessionários, titulares de "contratos de gaveta", assiste o mesmo direito dos mutuários, nos termos da Lei n. 10.150/2000. Requerem a antecipação da tutela e, no mérito, a condenação das rés à recuperação dos imóveis e ao pagamento de danos morais. Alternativamente, caso não se conclua a restauração em 24 meses, requerem indenização pelo valor atual dos imóveis. Devidamente citadas as empresas rés, apresentaram sua defesa no prazo legal.

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Vistos etc. Inicialmente consigno que este signatário se encontrava no gozo de férias legais no período de 30 de junho a 29 de julho do corrente ano, razão pela qual apenas nesta data passo a prolatar a presente sentença. Cuida a hipótese de ação civil pública promovida pela Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor - ADECON, bem como por Fátima de Souza Paula, Aldemir José Dantas, José Marinho Costa, Myriam Correia da Silva, Levi Felipe Santiago, Edgar Alves Reis, Dejarina Alves de Oliveira, Vilma Alexandre de Lima Bezerra, Clésio de Azevedo Bezerra, Maria do Céu de Souza Gaião, José Emerson Xavier dos Santos, Cleonice Colaço de Carvalho, Maria do Carmo de Carvalho, Antônio Colaço de Carvalho, Eudes Ferreira Batista, Fabiana Roberta Alves de Matos Batista, Marinete França da Silva, Marilene França da Silva, José Roberto Alves do Rego, Jane Dias Pinto Rego, Marcos Gomes Leão, Marinilda Menezes Leão, Iraildo Alves de Andrade, Josefa Amara do Nascimento, Giselda Maria Batista de Sena, Marcos Antônio Palmeira dos Santos, Terezinha Pereira Palmeira dos Santos, Janete de Andrade Neres, Cícero Henrique de Vasconcelos Motta, Maria da Silva Lima, Elizabete Regina Braga, José Lins Correia Santos, Julieta Correia Santos, Mônica Luíza de Almeida Santos, José Amaro de Souza Filho, em face da Caixa Econômica Federal e da Caixa Seguradora S/A. Narram os autores, em síntese, que: a) o Conjunto Residencial Beira Mar, situado na Rua Luiz Ignácio de Andrade Lima, n. 4.437, bairro do Janga, município de Paulista/PE, compõe-se de vários blocos, totalizando 160 apartamentos, destinados a pessoas de baixa renda; b) estes imóveis se encontram com defeitos e vícios de construção, sem condições de habitabilidade e sob ameaça de desmoronamento; c) desde fevereiro de 2006, os apartamentos do Bloco C 10, do mencionado conjunto, foram desocupados, por determinação da Caixa Econômica Federal; d) os imóveis gozam de cobertura securitária, nos termos do Sistema Financeiro da Habitação, competindo à Caixa Econômica Federal operacionalizar o trâmite do sinistro junto à Seguradora; e) consoante a apólice de seguro, compete à Caixa Seguradora S/A o dever de reconstruir o imóvel em questão; f) aos cessionários, titulares de "contratos de gaveta", assiste o mesmo direito dos mutuários, nos termos da Lei n. 10.150/2000. Requerem a antecipação da tutela e, no mérito, a condenação das rés à recuperação dos imóveis e ao pagamento de danos morais. Alternativamente, caso não se conclua a restauração em 24 meses, requerem indenização pelo valor atual dos imóveis. Devidamente citadas as empresas rés, apresentaram sua defesa no prazo legal.

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A Caixa Econômica Federal, às fls. 570/625, alegou que: a) o imóvel foi construído na década de 1980, pela Cooperativa Habitacional do Forte, com recursos da APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco; b) entre 1988 e 1991, o imóvel foi ocupado irregularmente, razão pela qual a Caixa passou a financiar a compra de unidades isoladas pelos ocupantes, a fim de regularizar a posse e diminuir o débito da APEPE junto à Caixa; c) a Caixa não atuou na fase de construção do empreendimento, financiando os imóveis apenas quando se encontravam prontos, de modo que não possui responsabilidade pelos vícios de construção; d) o pedido de desocupação se resume ao Bloco C 10 do mencionado Conjunto Beira Mar, não existindo interdição no tocante aos demais; e) a Caixa apenas responde nos limites do contrato de mútuo e de hipoteca e jamais pelos contratos de seguro e compra e venda; f) a Caixa não possui qualquer responsabilidade em face dos invasores e/ou "gaveteiros", à míngua de relação contratual; g) os contratos em comento foram cedidos à EMGEA, o que importa em sua exclusão da lide; h) a parte autora não possui legitimidade ativa ad causam, pois os interesses individuais em discussão não são homogêneos; i) a pretensão baseada em vícios de construção se encontra prescrita; j) impõe-se o litisconsórcio passivo necessário da Cooperativa Habitacional do Forte e da APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco, ou, ao menos, sua denunciação à lide; l) a responsabilidade da Caixa, ad argumentandum, ter-se-ia expirado com o término do contrato de mútuo, o qual igualmente importa no fim do contrato de seguro; m) em virtude da exceção do contrato não cumprido, não se pode atribuir responsabilidade à Caixa no tocante aos mutuários em mora no pagamento das prestações; n) os contratos em comento não se qualificam como de adesão, não se lhes aplicando o Código de Defesa do Consumidor. A Caixa Seguradora S/A apresentou sua contestação às fls. 713/767, em termos semelhantes à Caixa Econômica Federal, acrescentando, ainda, que: a) parte dos autores estão vinculados à apólice 66 (Circular SUSEP n. 111/99), outros à Apólice 6809 (SFH livre, com recursos do FGTS) e um terceiro grupo, enfim, não possui garantia securitária, pois não firmou qualquer contrato de financiamento no âmbito do SFH. Ademais, em relação a alguns mutuários, já se encerrou a relação securitária, pois quitado o financiamento. No mérito, aduz a falta de conservação dos imóveis e requer, ao fim, a denunciação à lide da construtora e do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil e a oitiva da União. Às fls. 990/999, a MM. Juíza Federal Joana Carolina Lins Pereira: a) deferiu os benefícios da Justiça Gratuita em prol dos autores pessoas físicas; b) rejeitou a preliminar de ilegitimidade passiva apresentada pela Caixa Econômica Federal e pela Caixa Seguradora S/A; c) reconheceu o litisconsórcio necessário da Cooperativa Habitacional do Forte e da APEPE - Associação de Poupadores e

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Empréstimos de Pernambuco; d) indeferiu a denunciação à lide do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil; e) reconheceu parcialmente a ilegitimidade ativa da autora, verificando a homogeneidade do interesse apenas no tocante aos moradores do bloco C10 do Conjunto Residencial Beira Mar; f) reconheceu a legitimidade dos cessionários, titulares de "contratos de gaveta", nos termos da Lei n. 10.150/2000; g) rejeitou a prejudicial de prescrição, oposta pela Caixa Econômica Federal; h) indeferiu o pedido de antecipação da tutela. Requerida a citação da Cooperativa Habitacional do Forte e da APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco à fl. 1.012, foi deferida à fl. 1.023. Noticiada a interposição de agravo de instrumento pela autora (fls. 1.013/1.022), foi deferida a liminar substitutiva pelo colendo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, impondo às rés o pagamento mensal dos aluguéis (fls. 1.092/1.093). A Caixa Seguradora S/A interpôs, erroneamente nesta instância, embargos de declaração contra a decisão do Tribunal (fls. 1.116/1.120), rejeitados às fls. 1.137/1.138. Na mesma decisão, foi indeferido o pedido de habilitação apresentado por Luziane Vicente Rodrigues (fls. 1.121 et seq.). Devidamente citada, a APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco apresentou contestação onde alega: a) ausência de direito à gratuidade judiciária; b) ilegitimidade ad causam; e c) má conservação dos imóveis. O Ministério Público Federal, às fls. 1.153/1.166, opinou pela conexão com a Ação Civil Pública n. 2006.83.00.012608-3 e pela parcial procedência da demanda. Devidamente citada, a Cooperativa Habitacional do Forte alegou que a construção do imóvel foi realizada pela Construtora Loyo Ltda., sob supervisão e intervenção da APEPE e do INOCOOP Guararapes, ao que invoca ilegitimidade ad causam. Às fls. 1.353/1.354, a MM. Juíza Federal Joana Carolina Lins Pereira manteve a concessão da Justiça Gratuita e determinou a expedição de ofício à 1ª Vara/PE, solicitando a remessa dos autos da Ação Civil Pública n. 2006.83.00.012608-3. O MM. Juiz Federal da 1ª Vara/PE informou, à fl. 1.386, que na Ação Civil Pública n. 2006.83.00.012608-3 foi prolatada sentença de mérito. O Ministério Público Federal, às fls. 1.414/1.415, requereu informações sobre o andamento das obras de restauração do imóvel.

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Réplicas da ADECON às fls. 1.451/1.478 e 1.488/1.492. Intimadas as partes a esclarecerem se há provas a produzir (fl. 1.607), a autora considerou suficientes as provas acostadas aos autos (fl. 1.614), a Caixa Econômica Federal não se manifestou sobre o tema (fls. 1.623/1.624), a Caixa Seguradora S/A requereu a produção de prova pericial (fls. 1.626/1.627), o Ministério Público Federal renovou seu pedido de fls. 1.414/1.415 e os demais partícipes restaram silentes. Deferida, novamente, a cota do Ministério Público Federal às fls. 1.414/1.415 e 1.670. Às fls. 1.679/1.681, a Caixa Seguradora S/A apresentou os quesitos pertinentes à prova pericial. Às fls. 1.247/1.316, 1.343/1.349, 1.351/1.352, 1.359/1.360, 1.361/1.367, 1.369/1.370, 1.395/1.399, 1.400/1.402, 1.405/1.411, 1.416/1.417, 1.419/1.432, 1.436/1.437, 1.445/1.447, 1.494/1.512, 1.513/1.523, 1.525/1.528, 1.530/1.534, 1.537/1.543, 1.544, 1.548, 1.560/1.573, 1.577/1.587, 1.589/1.594, 1.596/1.606, 1.616/1.621, 1.629/1.631, 1.633/1.661, 1.673/1.676, 1.687/1.705 e 1.712/1.716 constam petições relativas ao cumprimento da antecipação de tutela. À fl. 1718, este Juízo determinou à parte autora a apresentação de execução provisória da tutela antecipada, em autos apartados, pois o presente feito remonta a 2006 e não foi julgado em face dos diversos incidentes no tocante ao pagamento dos aluguéis. Na ocasião, reiterou a determinação de fl. 1.670. A Caixa Econômica Federal e a Caixa Seguradora S/A informaram que as obras de recuperação do imóvel não foram iniciadas, pois não houve determinação judicial neste sentido (fls. 1.720/1.721 e 1.732/1.733). Às fls. 1.734/1.1.735, foi indeferido o pedido de produção de prova pericial, motivando o agravo retido que dormita às fls. 1.738/1.739. Ouvido o Ministério Público Federal, opinou pela procedência parcial do pedido. É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente ratifico a decisão de fls. 990/999, no tocante à situação jurídica dos "gaveteiros"; ao afastamento da prejudicial de prescrição; ao indeferimento da denunciação à lide do IRB - Instituto de Resseguros do Brasil e ao acatamento parcial da ilegitimidade ativa da

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autora, mantendo em discussão nestes autos apenas a lide relativa ao Bloco C10 do Conjunto Residencial Beira Mar. Revejo, entretanto, a legitimidade passiva ad causam da Cooperativa Habitacional do Forte e da APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco, em face das contestações apresentadas. A petição exordial não expôs, em relação às mencionadas entidades, causa petendi ou pedido, vez que dirigida apenas às esferas jurídicas da Caixa Econômica Federal e da Caixa Seguradora S/A. A petição de fl. 1.012, na qual foi requerida sua citação, igualmente não formulou considerações sobre a responsabilidade daquelas empresas, limitando-se a ADECON a atender o comando judicial de fls. 990/999. Logo, não verifico litisconsórcio necessário dessas empresas, à míngua de lei que o determine, nem mesmo litisconsórcio unitário, diante da nítida possibilidade de sentenças divergentes quanto à sua esfera jurídica. Na hipótese, há a possibilidade abstrata de denunciação à lide, em face da ação regressiva da Caixa Econômica Federal e/ou da Caixa Seguradora S/A em desfavor daqueles que deram causa aos vícios encontrados nos imóveis. Incide, porém, no caso concreto, o art. 88 do Código de Defesa do Consumidor: Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.(destaquei) Em face do exposto, excluo da lide a Cooperativa Habitacional do Forte e a APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco, reputando prejudicadas as suas alegações. Em seguida, passo a apreciar a responsabilidade da Caixa Econômica Federal, no tocante a possíveis vícios de construção do imóvel, observando que sua preliminar de ilegitimidade ad causam confunde-se com o mérito. Data venia das opiniões contrárias, entendo que a instituição financeira, ao conceder o financiamento habitacional, não assume sic et simpliciter a responsabilidade pelos possíveis defeitos do imóvel, diante da autonomia dos respectivos negócios jurídicos.

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Em outros termos, o contrato de mútuo não se confunde com o de compra e venda, razão pela qual a responsabilidade do vendedor e do fabricante não se estende à mutuante. Neste sentido, embora não se trate de orientação pacífica, permito-me citar precedentes das Cortes Regionais Federais: CIVIL. IMÓVEL. OBRA FINANCIADA COM RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH). VÍCIOS NA CONSTRUÇÃO. AÇÃO ORDINÁRIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. RESTAURAÇÃO NO PRAZO DE TRINTA DIAS. PAGAMENTO DE ALUGUÉIS ENQUANTO DURAR A OBRA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Restrita a participação da empresa pública federal ao contrato de mútuo para a aquisição de imóvel livremente escolhido pelo mutuário, em que inexiste previsão de sua responsabilidade por eventuais defeitos na construção, correta é a decisão que, por isso, excluiu-a da lide, porquanto parte ilegítima para responder pelos pedidos de restauração da obra e pagamento de aluguéis. 2. Agravo desprovido (TRF - PRIMEIRA REGIÃO, AG - 200601000352108/BA, SEXTA TURMA, Decisão: 23/11/2007, e-DJF1 DATA: 19/5/2008 PAGINA: 102, DESEMBARGADOR FEDERAL DANIEL PAES RIBEIRO ). PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO - VÍCIOS NA CONSTRUÇÃO - ILEGITIMIDADE DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1 - A CEF só tem responsabilidade pelo cumprimento das obrigações que assume para com o mutuário referentes ao cumprimento do contrato de financiamento, ou seja, a liberação do empréstimo, correção de distorções no cálculo das prestações e saldo devedor, não tendo responsabilidade sobre os trabalhos realizados pelas construtoras ou incorporadores. 2..Não se pode imputar à CEF a escolha dos materiais utilizados e os possíveis prejuízos causados pela construtora aos contratantes." 3. Não há, inicialmente, como se divisar a solidariedade da empresa pública - ré, no que concerne a pretensos vícios de construção, no sistema de cooperativa, pela circunstância de ter liberado as verbas necessárias ao empreendimento, pois aquela não se presume, resultando da lei, ou da vontade das partes, a par de inexistir qualquer dever jurídico imposto a parte ré de proceder às fiscalizações alvitradas, inexistindo, como corolário, a incidência da normatividade do SFH (STJ, CC 18487, DJ 17/03/97), bem como a respectiva presença na relação processual. 3 - Precedente: AC Nº 117475, Rel. JUIZ POUL ERIK DYRLUND DJ de 09/06/2004. 4 - Agravo de instrumento improvido.

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(TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO, AG - 124196/RJ, SEXTA TURMA ESP., Decisão: 11/07/2007, DJU DATA:23/07/2007 PÁGINA: 205, JUIZ FREDERICO GUEIROS ). PROCESSUAL CIVIL - MÚTUO HABITACIONAL - VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO RESPONSABILIDADE- ILEGITIMIDADE DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL I. As alegadas irregularidades na construção do imóvel não se inserem na esfera do contrato de mútuo celebrado com a CEF. Com efeito, não foi estabelecido vínculo contratual entre os demandantes e a CEF, a qual, conseqüentemente, não detém legitimidade para figurar no pólo passivo de ação onde se pleiteia a revisão de relação jurídica material estabelecida entre a construtora e os adquirentes dos imóveis construídos (ou em fase de construção). II - No que se refere à cláusula contratual que prevê a fiscalização, pela CEF, dos serviços contratados, trata-se de faculdade concedida ao agente financeiro, dirigida ao construtor, tomador do empréstimo, e não a terceiro adquirente do imóvel. A responsabilidade da CEF, nesse caso, se restringe às vistorias e mensuração das etapas executadas, com o fim de liberação das parcelas do financiamento, não tendo, no entanto, qualquer responsabilidade pela obra executada. Registre-se, a propósito, que não raro a referida cláusula é inserida também no contrato posterior, firmado entre a CEF, a construtora e o adquirente da unidade residencial, o que, contudo, igualmente não ensejaria a responsabilização da primeira pelos danos causados ao terceiro em razão da má qualidade da construção ou de seu atraso, demanda que deve ser dirigida diretamente à empreiteira. III - Recurso improvido. (TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO, AC - 354892/RJ, SÉTIMA TURMA ESP., Decisão: 07/03/2007, DJU DATA:02/05/2007 PÁGINA: 151, JUIZ SERGIO SCHWAITZER ). RESPONSABILIDADE CIVIL. RESSARCIMENTO DE DANOS. CONSTRUÇÃO CIVIL. FINANCIAMENTO PELA CEF. ILEGITIMIDADE PASSIVA PARA A REPARAÇÃO DOS PREJUÍZOS. - A Caixa Econômica Federal (CEF), enquanto agente responsável pela concessão do financiamento habitacional, não pode ser responsabilizada pelos prejuízos decorrentes dos vícios da construção. - O agente financiador é apenas responsável pela fiscalização das etapas da construção da obra (para evitar que a construtora embolse todo o dinheiro e deixe, por falta de recursos, a obra inacabada), e não pela fiscalização da qualidade do material empregado no decorrer da construção. - A apelante não logrou êxito em demonstrar que a CEF era responsável pelos defeitos ou vícios existentes no imóvel, razão pela qual não deve ser acolhido o presente apelo. (TRIBUNAL - QUARTA REGIÃO, AC - 200271130035556 /RS, TERCEIRA TURMA, Decisão: 06/02/2006, DJ 10/05/2006 PÁGINA: 733, Relator VÂNIA HACK DE ALMEIDA ).

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SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPARAÇÃO DE DANOS DECORRENTES DE VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO. CONTRATO DE SEGURO. ILEGITIMIDADE DA CEF. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Como anotado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp nº 813.898/SP (mais especificamente, no voto-vista da Min. Nancy Andrighi, j. 03.08.2006), deve a CEF figurar como litisconsorte nas demandas, movidas contra as seguradoras, que envolverem hipótese de morte ou invalidez do segurado, pois "é apenas nesses casos que a indenização devida pela seguradora deve ser paga diretamente ao financiador". 2. Nos casos, como o presente, em que se postula indenização decorrente de vício de construção, a presença da CEF não se justifica, porquanto inexistentes efeitos reflexos sobre o financiamento contratado, acarretando, por conseguinte, despicienda a tramitação da demanda na Justiça Comum Federal. 3. O Seguro Habitacional - é certo - é administrado pela Caixa e constitui cláusula obrigatória nos contratos firmados no âmbito do SFH. Não obstante, é formado a partir do pagamento efetuado pelos mutuários juntamente com a prestação, não envolvendo recursos públicos. 4. O fato de ser a instituição financeira administradora do FCVS não implica necessidade de sua participação no feito, porquanto bastante remota a possibilidade de utilização de recursos do fundo. No que tange, por outro lado, ao Fundo de Equalização de Sinistralidade da Apólice de Seguro Habitacional - FESA -, cuja finalidade consiste em servir de garantia de pagamento das indenizações contratadas no âmbito do SFH, verifica-se que, a despeito de constituir subconta do FCVS (e de ser, em conseqüência, também administrado pela CEF), é formado, não por recursos do Erário, mas também de contribuições dos segurados. 5. Agravo de instrumento improvido. (TRIBUNAL - QUINTA REGIAO, AG - 85946/PE, Segunda Turma, Decisão: 08/04/2008, DJ - Data::28/04/2008 - Página::404 - Nº::80, Desembargadora Federal Joana Carolina Lins Pereira ). Nessa ótica, considerando que o contrato de mútuo, firmado pela Caixa Econômica Federal, também não se confunde com o contrato de seguro, que vincula apenas os adquirentes e a seguradora, não é lícito à Justiça Federal apreciar a responsabilidade da Caixa Seguradora S/A, decorrente deste contrato securitário, vez que lhe falece competência no tocante a esta causa petendi. Nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco, o que se tem é uma pluralidade jurídicas de demandas, também unidas só formalmente; cada um dos litisconsortes é parte legítima apenas com referência àquela porção do objeto do processo que lhe diz respeito e, conseqüentemente, entende-se que o seu petitum se reduz a essa

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parcela. Trata-se, efetivamente, de um cúmulo de demandas, não só subjetivo, mas também objetivo, na medida em que à pluralidade de sujeitos corresponde uma soma de pedidos, todos eles amalgamados no complexo objeto que esse processo tem. (Litisconsórcio. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 75-6) No mesmo sentido, adverte Pontes de Miranda: Há tantas relações jurídicas processuais quantos são os litisconsortes: os processos constituem pluralidade, com atos processuais comuns, assunção comum de prova e sentença comum, pelo menos formalmente [...]. Os pressupostos processuais têm de ser examinados a respeito de cada litisconsorte. (Comentários ao Código de Processo Civil. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997, t. 2, p. 7) Logo, ainda que a Caixa Econômica Federal conste do pólo passivo do processo, este fato não autoriza a cumulação de demandas, baseadas em diferentes causas de pedir, relativas a entes que não gozam da mencionada prerrogativa. Nesse sentido transcrevo recente decisão do STJ: RECURSO ESPECIAL Nº 973.729 - SC (2007/0178151-0) RELATOR : MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS RECORRENTE : ODAIR MARIA SCHLINDWEIN E OUTROS ADVOGADO : JONATAS RAUH PROBST RECORRIDO : CAIXA SEGURADORA S/A ADVOGADO : CLARICE KATLIN PIAZ KLOCH DECISÃO Recurso especial (alínea "c") enfrenta acórdão assim ementado: "FINANCIAMENTO HABITACIONAL. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. COMPETÊNCIA. Reconhecida a competência da justiça federal para processamento e julgamento do feito." (fl. 533) O recorrente aponta ofensa aos Arts. 47 e 70 do CPC. Pede a reforma do acórdão recorrido, para que a ação permaneça sob a competência da Justiça Estadual. Sem contra-razões. DECIDO: Esta instância superior já se manifestou, de forma definitiva, sobre a competência da Justiça Estadual nas ações em que se discute a respeito do contrato de seguro adjecto ao mútuo hipotecário. Confira-se: "Processo civil. Conflito Negativo de Competência. Execução Hipotecária. Embargos de Terceiro. Seguro Habitacional. 1. Em litígio originado de seguro habitacional, decorrente de contrato de mútuo hipotecário, a competência é da Justiça Estadual. (grifos nossos) 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Conflito conhecido, declarando-se a competência da Justiça Estadual." (CC 21.412/MILTON). "CONFLITO DE COMPETÊNCIA. SISTEMA FINANCEIRO HABITACIONAL. SEGURO. É da competência da justiça estadual

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processar e julgar ações propostas contra entidade privada, versando sobre o contrato de seguro habitacional. conflito conhecido e declarada a competência do juízo suscitado."(CC n° 18.198/ROSADO). Dou provimento ao recurso especial, para determinar que os autos permaneçam sob julgamento da Justiça Comum Estadual (Art. 557, § 1º-A, CPC). Por fim, registro que a Caixa Econômica Federal atuou como vendedora de algumas unidades habitacionais do mencionado Bloco C-10 do Conjunto Residencial Beira Mar, como se percebe nas avenças de fls. 226/239, 247/260, 283/285, 320/328 e 396/400. Nestes casos, e apenas nestes casos, sua responsabilidade não decorre do financiamento concedido, mas diretamente do contrato de compra e venda, no qual figura como alienante do imóvel. Logo, a pretensão destes adquirentes sobrevive à cessão do crédito em favor da EMGEA, à possível mora do mutuário e mesmo ao término do contrato de financiamento, pois fundada em relação jurídica diversa do contrato de mútuo. Quanto aos mencionados vícios, observo que o aviso de sinistro data de 23 de setembro de 2005 (fl. 656) e que o laudo de vistoria relativo ao Bloco C 10 do Conjunto Residencial Beira Mar, realizado sob o patrocínio da seguradora e da instituição financeira, menciona: Sinistro ocorrido: ameaça de desmoronamento (destruição ou desabamento de paredes, viga ou elemento estrutural) Principal causa do sinistro: vício de construção. Ameaça de desmoronamento do imóvel, devido à concepção estrutural, utilizada por caixão vazio, propiciando acúmulo de águas servidas e em conseqüência, deterioração das alvenarias do embasamento. Há necessidade de desocupar o imóvel ? Sim. Devido à possibilidade, a curto prazo, de deterioração total das alvenarias do embasamento, face ao acúmulo de águas servidas. (fls. 656/657) Este laudo, por sua vez, fundamenta-se em relatório específico da capacidade de carga das alvenarias do embasamento, realizado pela Sérgio Priori - Engenharia de Projetos, do qual transcrevo as conclusões: O estudo analítico mostra que as alvenarias do embasamento ainda estão aptas a receber as cargas atuantes. Lembramos, porém, que estas alvenarias não são protegidas e estão em contato direto com águas do lençol freático (prejudicadas mais ainda pela concepção do caixão perdido), que como vimos encontra-se misturado com águas servidas, podendo estar as mesmas perdendo resistência ao longo do tempo, pelo efeito da EPU (expansão por umidade), por este motivo sugerimos que seja executado reforço estrutural nas paredes deste embasamento. (fl. 667)

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Convém, ainda, registrar que o laudo deixa claro que os danos não decorrem da construção de acréscimo ou de alteração realizada no imóvel (fl. 656) e que o experto vistoriou dez apartamentos daquele bloco (fl. 657). Em face desses documentos, foi emitido o Ofício n. 2.919/2005/GITER/RE, firmado pela Caixa Econômica Federal em 23 de dezembro de 2005 e endereçado ao Condomínio do Bloco C 10 do Conjunto Beira Mar, nos seguintes termos: Em atenção à Comunicação de Sinistro de Danos Físicos endereçada à Caixa Econômica Federal, comunicamos a V. Sa. que a Companhia Seguradora, após vistoriar o imóvel, recomendou a desocupação imediata das unidades seguradas. Informamos, também, que a Seguradora se responsabilizará pelo pagamento dos encargos mensais devidos pelos mutuários segurados, a partir da data da efetiva desocupação das unidades. (fl. 468) Logo, constam nos autos, mediante prova documental, provas suficientes sobre: a) a existência de vícios no imóvel; b) o risco de desmoronamento; c) a falta de condições de habitabilidade; d) a falha na concepção original da construção; e e) a viabilidade técnica da recuperação estrutural do prédio. Não se diga, por outro lado, que os danos decorrem da falta de conservação do imóvel, nos termos do relatório de vistoria datado de 18 de abril de 2006: Na nossa vistoria do dia 18/04/2006 não encontramos nenhum morador habitando o Bloco C-10. Diante dos fatos expostos, estes aspectos apresentam indícios da falta de conservação neste Bloco. (fl. 761) O relatório anterior, como já mencionado, concluiu que o imóvel padece do acúmulo de águas servidas no interior do caixão, o que debilita as suas estruturas e compromete a sua segurança. Em dezembro de 2005, portanto, os moradores foram recomendados pela Caixa Econômica Federal a desocuparem seus imóveis, em virtude do risco de desmoronamento. É óbvio que cinco meses depois, em abril de 2006, o engenheiro responsável pela vistoria não iria encontrar "nenhum morador habitando o bloco C10", mormente quando seu relatório laudo confirma o risco de desabamento. Por outro lado, em um prédio desabitado há meses e eivado pelo acúmulo de águas servidas, nada mais natural que "manchas de

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umidade" e "destacamento do reboco", os quais decorrem dos vícios do imóvel e não da negligência dos moradores. Digo mais: se, como noticiado naquele laudo, "não foram tomadas medidas de proteção do imóvel" (fl. 766), há mais um elemento a corroborar a responsabilidade da Caixa Econômica Federal pelos danos, pois, recomendando aos moradores a desocupação dos apartamentos, assumiu o dever de conservar o prédio. Por fim, este último relatório confirmou que os danos descritos não estão localizados em área acrescida ou alterada, nem decorrem de construções irregulares (fl. 761). Em síntese, ao comercializar apartamentos com vícios de construção, assumiu a Caixa Econômica Federal responsabilidade pelos danos causados aos adquirentes, nos termos do art. 13, II, do Código de Defesa do Consumidor. Esta responsabilidade, além dos danos materiais, abrange ainda os danos morais decorrentes da angústia provocada pela desocupação do imóvel residencial e pelo risco de desabamento ao qual foram submetidos os adquirentes. Diante do exposto, preliminarmente excluo da lide a Cooperativa Habitacional do Forte e a APEPE - Associação de Poupadores e Empréstimos de Pernambuco, bem como deixo de apreciar a pretensão fundada no contrato de seguro firmado com a Caixa Seguradora S/A, diante da incompetência do Juízo. Adentrando no mérito, julgo parcialmente procedente o pedido, para condenar a Caixa Econômica Federal a recuperar os apartamentos no prazo de vinte e quatro meses ou, alternativamente, indenizar os proprietários e/ou "gaveteiros" pelo valor atual dos imóveis. Condeno, ainda, em indenização por danos morais, fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por apartamento. Esclareço, por fim, que a presente condenação apenas se aplica aos proprietários e/ou "gaveteiros" de unidades habitacionais situadas no Bloco C-10 do Conjunto Residencial Beira Mar, alienadas pela mencionada empresa pública, não abrangendo as unidades apenas financiadas pela Caixa Econômica Federal. Custas na forma da lei. Dispensados os honorários advocatícios em face da isenção legal e da sucumbência recíproca. Publique-se. Registre-se. Intime-se.