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VISÃO PANORÂMICA DO EVANGELHO DE MATEUS Pr. Isaltino Gomes Coelho Fil

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VISO

PANORMICA

DO

EVANGELHO

DE

MATEUSPr. Isaltino Gomes Coelho FilhoINTRODUO: O evangelho no declara quem seu autor, mas a Igreja sempre o atribuiu a Mateus, desde o primeiro sculo. A provvel data de sua redao se deu bem cedo. Sabe-se que foi antes de 70 porque nesta poca os judeus e cristos (ainda tidos como seita judaica) tnham sido expulsos da Palestina. O primeiro evangelho reflete ter sido uma obra para os cristos da Palestina. Ireneu, (130-200), em Contra as heresias, e Eusbio, em Histria eclesistica, dizem que Mateus introduziu um evangelho escrito entre os judeus ao estilo deles (t idia autn dialekt). Segundo Papias, ele o escreveu em hebraidi dialekt. Teria escrito em aramaico, e depois traduzido. Mas h incertezas quanto a isto. Segundo David Alan Black (Por que 4 evangelhos?), o evangelho de Mateus era o manifesto da igreja me de Jerusalm e, por conseguinte, o documento fundamental da f crist. 1 QUEM FOI MATEUS?

Seu nome, em aramaico, Mattatyah, dom de Yahweh. Ele surge nas quatro listas dos doze (Mt 10.3, Mc 3.18, Lc 6.15 e At 1.13). Ele mesmo se chama de publicano (Mt 10.3), que era um cobrador de impostos a servio de Roma. Colaborava com o poder estrangeiro dominante. Os publicanos eram mal vistos. Marcos e Lucas o chamam de Levi (Mt 9.9, Mc 2.14 e Lc 5.27). No quiseram dizer que ele era publicano e usaram seu nome judeu.

Ele fez questo de dizer que fora publicano, que Jesus o mudara. Inclusive ele deu uma festa para Jesus (Mt 9.10 e Mc 2.14-15). Jesus mudou sua vida: de cobrador de impostos, a servio do Imprio Romano, tornou-se apstolo do Grande Rei. Tinha que dar uma festa. Uma boa lio: nunca devemos nos envergonhar de nossa f, mas at mesmo fazer questo de mostr-la. Sua vida foi mudada radicalmente. Os publicanos, que cobravam impostos como queriam e embolsavam uma boa parte, eram muito ricos (Lc 19.2). Ele deixou tudo por Cristo. Ele entendeu a lei da cruz, de que escreveu (Mt 16.24-26).

2 PLANO DE TRABALHO

A finalidade do primeiro evangelho mostrar que Jesus o verdadeiro Messias prometido no Antigo Testamento. Isto j fica bem claro em 1.1. Sabia-se que o Messias viria da linhagem de Davi (Ez 34.23-24). O Messias mostrado por Mateus no seria um guerreiro, mas o Salvador (1.21). Este Salvador originaria um novo povo, maior que Israel (21.43). Isto porque a revelao que ele trouxe maior que a de Moiss (5.17, 5.21-22, 5.27-28, 5.31-32, 5.33-34, 5.38-39).

Observe que ele cumpriu a lei (ela se cumpriu nele e ele ops sua autoridade de Moiss). Ele era maior que Moiss. Veja 17.4-5: ele quem deve ser ouvido. No so Moiss e os profetas (o AT). Este o plano de Mateus: Jesus o Salvador prometido e traz uma revelao nova e superior. O tempo de Moiss passou. Uma observao necessria: Mateus tpico e no cronolgico. Ele no faz um relato dos acontecimentos em ordem, mas apresenta tpicos que comprovam sua tese.

3 MENSAGEM CENTRAL DO LIVRO

A mensagem central do 1 evangelho : chegado o reino dos cus (3.2 e 4.17). Como judeu, Mateus evita usar o nome de Deus e em vez de reino de Deus usa reino dos cus. Jesus disse que o reino chegou com sua pessoa: 12.28. Jesus veio estabelecer o reino.

4 UM ESBOO DE MATEUS

Para visualizarmos o evangelho, eis um esboo de Mateus:

Nascimento e infncia do Messias 1.1 a 2.23Preparo do Messias para seu ministrio 3.1 a 4.11Grande ministrio na Galilia 4.12 a 13.58O ministrio das retiradas do Messias 14.1 a 18.35O Messias vai a Jerusalm para sofrer e morrer 19.1 a 20.34ltimos dias do Messias 21.1 a 28.20Observe que a maior parte do ministrio de Jesus foi na Galilia, a regio mais desprezada de Israel. Por isso ele foi chamado de galileu (26.69). Isto no era um elogio, propriamente.

OS CINCO GRANDES DISCURSOS DE MATEUSO esboo anterior no traz os cinco grandes discursos de Mateus (o esboo abreviado) comum referir-se a eles como parte da argumentao do evangelista. Estes discursos so: 1- O sermo da montanha (caps. 5 a 7); 2 - A obra dos discpulos especiais (9.35 a 11.1); 3 - O reino dos cus (11.2 a 18.35); 4 - O texto infantil (18 e 19); 5 - O discurso escatolgico, ou o discurso do fim (24.1 a 26.2). Segundo Miles, ele fez cinco captulos para lembrar os cinco livros da Lei. O SERMO DA MONTANHA chamado de a constituio do reino. Jesus assume a posio de Mestre (5.1-2). Ele apresenta as bases de seu reino, a essncia do ensino tico. Mostra-se como o cidado do reino deve proceder. a interpretao que ele faz da Lei, tirando-a do nvel de obrigaes religiosas e colocando-a em nvel de relacionamentos.

No sermo da montanha se destaca o texto que se chama de o sumo bem (6.33) e a lei da semeadura e colheita (7.12). Ele termina mostrando que a base do novo tempo que ele veio inaugurar, o reino de Deus que chegou com ele, a sua palavra: 7.24-27. A partir de agora, a sua palavra que vale. A multido ficou encantada com este discurso: 7.28-29. O sermo da montanha a mais bela construo de ensino religioso de todas as religies mundiais. Nada pode ser comparado a ele.

A OBRA DOS DISCPULOS ESPECIAISOs discpulos so enviados, com instrues especficas (10.5-42), e ele vai para outro lugar. Este momento importante: Jesus no um pregador solitrio, mas portador de uma mensagem que seus discpulos comeam a espalhar pelas cidades vizinhas. O evangelho comea a se alastrar.

O REINO DOS CUS o maior trecho dos discursos. O captulo 13 o das parbolas do reino. So sete (nmero perfeito) e mostram o reino em semeadura (semeador), falsificao (joio e trigo), crescimento (mostarda e fermento), descoberto por acidente (tesouro escondido), descoberto aps procura (a prola de grande valor), e a rede (consumao). o reino desde o incio (Jesus, os discpulos, a Igreja) at o fim do mundo (13.40). Um esboo histrico do avano do evangelho. De um comeo insignificante (semente de mostarda) mais frondosa rvore, que no se detm (as razes da rvore rebentam pedras e caladas), at a volta do Filho. O reino expansivo e contagioso.

O TEXTO INFANTILComea com crianas (18.2), fala da bno das crianas (19.13-14). O irmo que escandalizado chamado por pequenino (18.10). Os novos convertidos so considerados como pequeninos ou crianas. Esta palavra reaparece em 18.14. A conduta do credor incompassivo de criana e no cristo maduro.

O ENSINO SOBRE O FIM

Chamado de o pequeno apocalipse. Contm as palavras de Jesus sobre o fim (24 a 26). No texto de 24.1-14 se misturam a destruio de Jerusalm (ano 70) com o fim da histria. Em 24.15-28 se trata do fim de Jerusalm, novamente. De 24.29 em diante, o fim da histria. As parbolas das acompanhantes da noiva (25.1-13) e a dos talentos (215.14-30) tratam do tempo do fim. importante notar o maior sinal do fim: 24.14.

UM PARNTESISOs captulos 21 e 22 tratam da rejeio de Israel a Cristo e como Deus escolheu um novo povo, para substituir Israel. Em 20.1-16, o trabalhador da ltima hora so os gentios. O templo purificado por Jesus (21.12-17) mostrando que o judasmo est corrompido e s a presena de Jesus pode limp-lo. A figueira infrutfera Israel (21.18-22). Ela no tem os frutos que Yahweh esperava. Alguns interpretam que este monte no v. 21 o monte Sio, onde estava o templo. O judasmo seria jogado fora. A parbola dos dois filhos mostra o contraste. O primeiro filho Israel (21.29) que se comprometeu, mas no obedeceu. O segundo so os gentios, que no quiseram ir, mas foram (21.30). Veja o resultado em 21.31. A parbola dos lavradores maus a mais dura de todas as contadas por Jesus. Em 21.39 ele chega a mostrar que os judeus o matariam fora da cidade de Jerusalm, como se faziam com os criminosos. Veja sua declarao em 21.43. A atitude da liderana religiosa dos judeus mostra que eles entenderam bem o recado: 21.45-46. A PSCOA E A CEIA

um dos poucos relatos que est presente nos quatro evangelhos. Em Mateus est em 26.17-30. O meu tempo est prximo (v. 18) a chave para se entender o episdio. Estava chegando o tempo da sua morte. Em Lucas 22.15: desejei ardentemente comer esta pscoa convosco. A pscoa era uma festa familiar (x 12.3). Comia-se com a famlia. Aqui nasce a Igreja . A expresso sangue do pacto, em Mateus 26.28, alude ao pacto feito com Israel, na pscoa, quando Israel foi tomado como povo de Deus. A Igreja o novo povo de Deus e uma famlia. Em Lucas 22.20, novo pacto. Compare isto com Hebreus 8.6-13. Alis, oportuno, mais tarde, ler os captulos 8 a 10 de Hebreus, com bastante reflexo.

A PAIXO DE JESUS

Chama-se assim ao relato de sua priso e morte. Comea com a agonia do Getsmani (Mt 26.37) e vai at o captulo 27, com seu sepultamento. o momento mais comovente dos evangelhos. A cruz no foi um acidente. Veja os textos de 26.54, 27.9, 27.35. O que os fariseus no seu fanatismo no conseguiram enxergar, um pago enxergou: 27.54.

O evangelho vai chegando ao fim mostrando os gentios se convertendo, mostrando a presena das mulheres (sempre inferiorizadas no judasmo) como se v em 27.55-56, 61 e 28.1. Alis, a primeira adorao a Jesus, em Mateus, de gentios (2.11). E a primeira pessoa de quem se fala, aps a genealogia de Jesus, uma mulher (1.18). Embora escrevendo para judeus, Mateus mostra que o evangelho rompe os limites deste: aceita os gentios e valoriza a mulher.

A RESSURREIOTomaram precauo com o seu sepulcro, mas tudo foi em vo para o reter (hino 140 HCC, 2 estrofe).

Veja a precauo tomada pelos judeus em 27.62-66. Mas a ao de Deus se v em 28.2-4 (at os guardas enviados pelos judeus viram os anjos e ouviram seu testemunho). A ressurreio de Jesus foi algo que trouxe um grande impacto na poca. Houve muitas testemunhas: 1Corntios 15.3-8. A ressurreio de Cristo a pedra de toque do cristianismo (1Co 15.14 e 17). E a garantia de que a nossa tambm acontecer: 1Corntios 15.20-26.

A ressurreio de Jesus a garantia e o elemento de autoridade para que a Igreja pregue seu evangelho por todo o mundo: 28.18-20. Ele recebeu toda autoridade. No grego esta palavra exoussa que significa direito de mandar, poder de domnio ou governo. Lembre-se de Filipenses 2.8-11. Porque tem esta autoridade, ele manda sua Igreja pregar seu evangelho em todas as naes e promete estar com ela at a consumao dos sculos, quando ele vir encontr-la.

CONCLUSO: Mateus comea falando de Abrao (1.2) a quem a aliana foi proposta (Gn 12.1-2), fala de Jesus, o autor e mediador de melhor aliana e mostra que a nao de Gnesis 12.2 a Igreja. Ns que somos os verdadeiros filhos de Abrao (Gl 3.7), que foi um crente e no um judeu (Gl 3.9). Assim termina a histria prometida em Gnesis 12: a semente de Abrao germinou em Cristo.