visão diacrónica da literatura portuguesa

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Visão Diacrónica da Literatura Século Época Escola literária Tópicos Autores XII - XIV Medieval Feudalismo Teocentrismo Período Trovadoresco Poesia Lírica e Satírica (XII- 1383/85) Cantigas de amigo – vários subgéneros (encontro, saudade, amor da donzela pelo seu amigo em diferentes contextos) Cantigas de amor – amor impossível do trovador pela sua «senhor» Cantigas de escárnio e maldizer – crítica social (indireta ou direta) (Cancioneiro da Ajuda, da Biblioteca Nacional, do vaticano e Cantigas de Sta Maria) D. Dinis; Martin Codax; etc., Prosa anónima Novelas de Cavalaria e Demanda do Graal XIV -XV Período Palaciano (1383/85-1526) Poesia Coita de amor, saudade, conflito entre o amor platónico e o amor sensual, etc. (Cancioneiro de Garcia de Resende - 1516) Garcia de Resende; Bernardim Ribeiro; de Miranda; etc. Prosa Historiografia Príncipes de Avis; Fernão Lopes XVI Clássica Antropocentrismo Período Renascentista ou Quinhentista (1526-1580) Género Épico- Narrativo Os Lusíadas –Camões (1572) Camões; Bernardim Ribeiro; de Miranda; António Ferreira; etc. Género lírico Corrente tradicional – temas da poesia trovadoresca e palaciana e as formas palacianas, ou seja, redondilha maior e menor, quadras e quintilhas e normalmente rima cruzada. Por vezes também o refrão. Corrente renascentista – Camões, soneto italiano, constituído por catorze versos decassilábicos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos; Petrarquismo; «locus amoenus»; a natureza como reflexo do estado de alma; destino cruel e inexorável; etc. Género Dramático Tragicomédia com crítica social, ridendo castigat mores – Gil Vicente XVII Período Barroco (1580-1750) Poesia como engenho formal ou conceptual: temas banais ou fechados; a morte e a efemeridade da vida; Prosa religiosa; etc. Padre António Vieira; etc. XVIII Neoclassicismo e Iluminismo (1750-1825) Regresso aos temas da Antiguidade Clássica; sátira aos poetas do Barroco («inutilia truncat» – corta o inútil); tentativa da simplicidade e da imitação dos antigos com originalidade, etc. Correia Garção; Luís António Verney, etc. XVIII - XIX Romântica Pré-Romantismo Supremacia do sentimento sobre a razão; expressão do individualismo, egotismo; ânsia de liberdade; «locus horrendus»; desejo da morte; arrependimento; etc. Bocage; etc. XIX (1825/ 1871) Romantismo (1825-1865) = ao Pré-Romantismo; exaltação do eu; procura de temas nacionais; ligação aos ideais do liberalismo; etc. Almeida Garrett; Alexandre Herculano; etc. XIX - XX Contemporânea ou Moderna (1825 – actualidade) Realismo (1871/1890) A problemática do tempo; análise objetiva e impassível da realidade; crítica social e de costumes; determinismo da existência humana (naturalismo); predileção por temas que mostrem a decomposição da sociedade; etc. Antero de Quental; Eça de Queirós; etc. Parnasianismo A poesia como uma aguarela: união da poesia à pintura Cesário Verde (1890/ 1912) Simbolismo A realidade é aquilo que cada um consegue captar; o poeta descobre correspondências entre o mundo real e o mundo interior; nova conceção do Homem; conceção pessimista da existência; impressionismo; saudosismo; decadentismo; reinado da intuição, do sonho e do mistério, etc. Eugénio de Castro; Camilo Pessanha; Guerra Junqueiro; Teixeira de Pascoaes; (também saudosista) etc. Neogarretismo Retorno às características do período romântico António Nobre, Florbela Espanca (1915/ 1927) Modernismo Primeiro Modernismo Orpheu (1915) Fragmentação do eu; poder criador da palavra; futurismo; sensacionismo; cubismo/intersecionismo; angústia existencial; etc. Fernando Pessoa; Mário de Sá- Carneiro; Almada Negreiros; etc. (1927/ 1940) Presença/Segundo Modernismo Presença (1927) Revalorização do Modernismo; intuicionismo; psicologismo; originalidade e sinceridade; individualismo e angústia metafísica; etc. José Régio; Miguel Torga, etc. 1940/50 Neo-Realismo Visão Marxista da história; luta de classes; etc. Manuel Tiago, etc. Poesia Contemporânea Não há uma classificação completa Eugénio de Andrade; Sophia de Mello Breyner; etc. Prosa Contemporânea Não há uma classificação completa José Saramago, Vergílio Ferreira, etc. Colégio Amor de Deus – Cascais P o r t u g u ê s F i c h a I n f o r m a t i v a

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Page 1: Visão diacrónica da literatura portuguesa

Visão Diacrónica da Literatura

Século Época Escola literária Tópicos Autores XII - XIV

Medieval Feudalismo

Teocentrismo

Período Trovadoresco

Poesia Lírica e Satírica

(XII- 1383/85)

Cantigas de amigo – vários subgéneros (encontro, saudade, amor da donzela pelo seu amigo em diferentes contextos) Cantigas de amor – amor impossível do trovador pela sua «senhor» Cantigas de escárnio e maldizer – crítica social (indireta ou direta)

(Cancioneiro da Ajuda, da Biblioteca Nacional, do vaticano e Cantigas de Sta Maria) D. Dinis; Martin Codax; etc.,

Prosa anónima

Novelas de Cavalaria e Demanda do Graal

XIV -XV Período Palaciano (1383/85-1526)

Poesia Coita de amor, saudade, conflito entre o amor platónico e o amor sensual, etc.

(Cancioneiro de Garcia de Resende - 1516) Garcia de Resende; Bernardim Ribeiro; Sá de Miranda; etc.

Prosa Historiografia Príncipes de Avis; Fernão Lopes

XVI

Clássica Antropocentrismo

Período Renascentista ou

Quinhentista (1526-1580)

Género Épico-

Narrativo

Os Lusíadas –Camões (1572) Camões; Bernardim Ribeiro; Sá de Miranda; António Ferreira; etc.

Género lírico

Corrente tradicional – temas da poesia trovadoresca e palaciana e as formas palacianas, ou seja, redondilha maior e menor, quadras e quintilhas e normalmente rima cruzada. Por vezes também o refrão. Corrente renascentista – Camões, soneto italiano, constituído por catorze versos decassilábicos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos; Petrarquismo; «locus amoenus»; a natureza como reflexo do estado de alma; destino cruel e inexorável; etc.

Género Dramático

Tragicomédia com crítica social, ridendo castigat mores – Gil Vicente

XVII Período Barroco (1580-1750)

Poesia como engenho formal ou conceptual: temas banais ou fechados; a morte e a efemeridade da vida; Prosa religiosa; etc.

Padre António Vieira; etc.

XVIII Neoclassicismo e Iluminismo (1750-1825)

Regresso aos temas da Antiguidade Clássica; sátira aos poetas do Barroco («inutilia truncat» – corta o inútil); tentativa da simplicidade e da imitação dos antigos com originalidade, etc.

Correia Garção; Luís António Verney, etc.

XVIII -XIX

Romântica

Pré-Romantismo Supremacia do sentimento sobre a razão; expressão do individualismo, egotismo; ânsia de liberdade; «locus horrendus»; desejo da morte; arrependimento; etc.

Bocage; etc.

XIX (1825/ 1871)

Romantismo (1825-1865)

= ao Pré-Romantismo; exaltação do eu; procura de temas nacionais; ligação aos ideais do liberalismo; etc.

Almeida Garrett; Alexandre Herculano; etc.

XIX - XX

Contemporânea ou Moderna

(1825 – actualidade)

Realismo (1871/1890)

A problemática do tempo; análise objetiva e impassível da realidade; crítica social e de costumes; determinismo da existência humana (naturalismo); predileção por temas que mostrem a decomposição da sociedade; etc.

Antero de Quental; Eça de Queirós; etc.

Parnasianismo A poesia como uma aguarela: união da poesia à pintura Cesário Verde

(1890/ 1912)

Simbolismo

A realidade é aquilo que cada um consegue captar; o poeta descobre correspondências entre o mundo real e o mundo interior; nova conceção do Homem; conceção pessimista da existência; impressionismo; saudosismo; decadentismo; reinado da intuição, do sonho e do mistério, etc.

Eugénio de Castro; Camilo Pessanha; Guerra Junqueiro; Teixeira de Pascoaes; (também saudosista) etc.

Neogarretismo Retorno às características do período romântico António Nobre, Florbela Espanca

(1915/ 1927)

Modernismo Primeiro Modernismo

Orpheu (1915)

Fragmentação do eu; poder criador da palavra; futurismo; sensacionismo; cubismo/intersecionismo; angústia existencial; etc.

Fernando Pessoa; Mário de Sá-Carneiro; Almada Negreiros; etc.

(1927/ 1940)

Presença/Segundo Modernismo

Presença (1927)

Revalorização do Modernismo; intuicionismo; psicologismo; originalidade e sinceridade; individualismo e angústia metafísica; etc.

José Régio; Miguel Torga, etc.

1940/50 Neo-Realismo Visão Marxista da história; luta de classes; etc. Manuel Tiago, etc. Poesia

Contemporânea Não há uma classificação completa Eugénio de Andrade;

Sophia de Mello Breyner; etc.

Prosa Contemporânea

Não há uma classificação completa José Saramago, Vergílio Ferreira, etc.

C o l é g i o A m o r d e D e u s – C a s c a i s P o r t u g u ê s

F i c h a I n f o r m a t i v a