vin cristina

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APROVADO EM 16-07-2004 INFARMED FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento. Este contém um resumo da informação disponível sobre o Faulcris ® , solução Injectável. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Caso precise de esclarecimentos ou conselhos, solicite os serviços do seu médico ou farmacêutico. Nome do medicamento, apresentações e dosagens: Faulcris ® (Vincristina) 1 mg/1 ml embalagem com 5 frascos para injectáveis 2 mg/2 ml embalagem com 5 frascos para injectáveis 2 mg/2 ml embalagem com 1 seringa para injectáveis, pronta a usar 2 mg/10 ml embalagem com 1 seringa para injectáveis, pronta a usar Composição qualitativa e quantitativa em substância activa: Faulcris ® 1 mg/1 ml e 2 mg/2ml contém 1 mg/ml de sulfato de vincristina em água para preparações injectáveis. Faulcris ® 2 mg/10 ml contém 1 mg/5 ml de sulfato de vincristina em água para preparações injectáveis. Ver Excipientes Forma farmacêutica e dosagem: Solução injectável Categoria fármaco-terapêutica: FHNM Grupo fármaco-terapêutico XVII-1-a, antineoplásicos e imunomoduladores – citotóxicos que interferem com a tubulina (FHNM). Código ATC: L01CA02 Propriedades farmacológicas: Modo de acção O mecanismo preciso de acção do sulfato de vincristina não está completamente esclarecido. Liga-se às proteínas microtubulares, do fuso acromático mitótico, evitando assim a sua própria polimerização e causando a paragem da metafase. Em concentrações elevadas o sulfato de vincristina pode também inibir o ácido nucleico e a síntese das proteínas. Farmacocinética A administração de vincristina por injecção intravenosa resulta numa rápida distribuição pelos tecidos orgânicos e ligação às células sanguíneas vermelhas e plaquetas. Pensa-se haver uma eliminação trifásica com semi-vidas de 1, 7 e 164

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Vincristina

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APROVADO EM 16-07-2004 INFARMED

FOLHETO INFORMATIVO

Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento. Este contém um resumo da informação disponível sobre o Faulcris®, solução Injectável. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Caso precise de esclarecimentos ou conselhos, solicite os serviços do seu médico ou farmacêutico.

Nome do medicamento, apresentações e dosagens: Faulcris ®

(Vincristina) 1 mg/1 ml embalagem com 5 frascos para injectáveis 2 mg/2 ml embalagem com 5 frascos para injectáveis 2 mg/2 ml embalagem com 1 seringa para injectáveis, pronta a usar 2 mg/10 ml embalagem com 1 seringa para injectáveis, pronta a usar Composição qualitativa e quantitativa em substância activa: Faulcris® 1 mg/1 ml e 2 mg/2ml contém 1 mg/ml de sulfato de vincristina em água para preparações injectáveis. Faulcris® 2 mg/10 ml contém 1 mg/5 ml de sulfato de vincristina em água para preparações injectáveis. Ver Excipientes Forma farmacêutica e dosagem: Solução injectável Categoria fármaco-terapêutica: FHNM Grupo fármaco-terapêutico XVII-1-a, antineoplásicos e imunomoduladores – citotóxicos que interferem com a tubulina (FHNM). Código ATC: L01CA02 Propriedades farmacológicas: Modo de acção O mecanismo preciso de acção do sulfato de vincristina não está completamente esclarecido. Liga-se às proteínas microtubulares, do fuso acromático mitótico, evitando assim a sua própria polimerização e causando a paragem da metafase. Em concentrações elevadas o sulfato de vincristina pode também inibir o ácido nucleico e a síntese das proteínas. Farmacocinética A administração de vincristina por injecção intravenosa resulta numa rápida distribuição pelos tecidos orgânicos e ligação às células sanguíneas vermelhas e plaquetas. Pensa-se haver uma eliminação trifásica com semi-vidas de 1, 7 e 164

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minutos. Mais de 50% do fármaco desaparece do soro 20 minutos após a injecção. A via de eliminação primária é o fígado, pela bílis e fezes. Por este motivo inclui-se no Folheto Informativo deste produto o aviso de que pode ser necessário diminuir as dosagens, em caso de insuficiência hepática. Cerca de 33% da dose podem ser encontrados nas fezes até 24 horas e cerca de 2/3 dentro de 3 dias. Cerca de 50% do fármaco são recuperados, sob a forma de metabolitos, mais usualmente na bílis. A vincristina não atravessa a barreira hemato-encefálica em quantidades apreciáveis. Devido à grave toxicidade relacionada com a administração intratecal de vincristina, no Folheto Informativo do produto recomendam-se regimes alternativos para o tratamento de leucemias do SNC. Responsável pela autorização de introdução no mercado: Mayne Pharma (Portugal), Lda. Rua Amália Rodrigues, 240 2750-228 Cascais Indicações terapêuticas:

• O sulfato de vincristina é usado principalmente como componente de vários regimes quimioterapêuticos no tratamento de leucemias: leucemia linfocitica aguda, leucemia linfocitica crónica, leucemia mieloblástica aguda e crise blástica, de leucemia mielóide crónica.

• Tem também sido usado, em conjunto com outros fármacos antineoplásicos, no

tratamento da doença de Hodgkin, todas as formas de linfoma, tumor de Wilms, sarcomas e tumores da mama, cérebro e pulmão.

Contra-indicações: A administração intratecal do sulfato de vincristina é geralmente fatal. Não administrar em doentes com forma desmielínica do síndroma de Charcot-Marie–Tooth. Embora não haja outras contra-indicações conhecidas para o emprego do sulfato de vincristina, atenção especial deve ser dada às situações listadas no parágrafo "Precauções especiais de utilização" e "Gravidez e aleitamento". Efeitos secundários indesejáveis: Como os demais medicamentos, Faulcris ®pode ter efeitos secundários. Em geral, as reacções adversas são reversíveis e estão relacionadas com a dose administrada e com o seu efeito cumulativo. A utilização diária de baixas quantidades de vincristina, durante longos períodos, não é aconselhado. A reacção adversa mais comum é a alopécia; as reacções adversas mais complicadas são de origem neuromuscular. Quando doses únicas semanais do fármaco são administradas, as reacções adversas de leucopénia, dor nevrítica e obstipação são, geralmente, de curta duração (isto é, menos de 7 dias). Quando a dose é reduzida, estas reacções podem diminuir ou desaparecer. Parecem aumentar quando a quantidade calculada de fármaco é dada

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em doses divididas. Outras reacções adversas, tais como alopécia, perca sensorial, parestesia, dificuldade em caminhar, andamento debilitado, perda dos reflexos profundos dos tendões e destruição muscular podem persistir, pelo menos, enquanto a terapia for continuada. A disfunção sensitivo-motora generalizada pode tornar-se progressivamente mais grave com o tratamento contínuo mas as dificuldades neuro-musculares podem persistir por períodos prolongados em alguns doentes. O crescimento do cabelo pode ocorrer enquanto a terapia de manutenção ocorre. Foram reportados os seguintes efeitos adversos: Sistema Hematológico e Linfático: Leucopénia; a vincristina não tem qualquer efeito constante ou significativo sobre as plaquetas ou células vermelhas sanguíneas. No entanto, foram reportados anemia e trombocitopénia. Se estiver presente trombocitopénia, quando começar o tratamento com sulfato de vincristina, esta pode melhorar antes do aparecimento da remissão da medula óssea. Sistema Hormonal: raras ocorrências do síndrome atribuível à secreção inapropriada da hormona antidiurética foram observadas em doentes tratados com vincristina. Existe elevada excreção urinária de sódio na presença de hiponatrémia; doença renal ou supra-renal, hipotensão, desidratação, azotémia e edema clínico estão ausentes. Com a privação dos líquidos, ocorrem melhoras na hiponatrémia e na perca renal de sódio. Sistema Nervoso (muitas vezes limitativos da dose): dor nevrítica, perca sensorial, parestesia, dificuldade em andar, andamento debilitado, perda de reflexos profundos dos tendões, ataxia, paresia, coxear e paralisias de nervos craneanos, especialmente paralisias oculares e paralisia do nervo laringe. Isto é frequentemente uma consequência do desenvolvimento de efeitos colaterais neuro-musculares. Inicialmente pode-se encontrar somente pioras sensoriais e parestesia. Com o tratamento continuado, pode aparecer dor nevrítica e, depois, dificuldades motoras. Nenhuns relatos foram feitos de qualquer agente que possa reverter as manifestações neuro-musculares do sulfato de vincristina. Convulsões, frequentemente com hipertensão, tem sido reportadas em alguns doentes recebendo vincristina. Vários casos de convulsões seguidos por coma foram reportados em crianças. Alterações oculares: cegueira cortical passageira e atrofia óptica com cegueira foram já reportadas Alterações do labirinto e audição: o tratamento com alcalóides da vinca raramente resultam em danos quer vestibulares, quer auditivos do oitavo nervo craneano. As manifestações incluem surdez parcial ou total, a qual pode ser temporária ou permanente, e dificuldades no equilíbrio, incluindo tonturas, nistagmo e vertigem. Deverá ter-se cuidado particular, quando o sulfato de vincristina é usado em combinação com outros agentes sabidos serem ototóxicos tais como os oncolíticos contendo platina Alterações cardíacas: as combinações de quimioterapia que incluem vincristina quando administradas a doentes previamente tratados com radiação mediastínica tem sido associadas com doença arterial coronária e enfarto do miocárdio. A causalidade

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não foi determinada. Alterações vasculares: ocorreu hipertensão e hipotensão Alterações respiratórias: encurtamento agudo da respiração e broncoespasmo grave foram reportados após administração de alcalóides da vinca (ver interacções no Parágrafo 4.5) Alterações gastrointestinais: obstipação, caibras intestinais, íleo paralítico, diarreia, perda de peso, náusea, vómito, ulceração oral, necrose intestinal e/ou perfuração, e anorexia já ocorreram. A obstipação que pode ser encontrada responde bem às medidas usuais tais como enemas e laxantes. A obstipação pode tomar a forma de impacto no cólon superior e o recto pode ser encontrado vazio ao exame clinico. Dor cólica abdominal, acompanhada por recto vazio pode iludir o médico. Uma chapa radiográfica abdominal é útil na demonstração desta situação. Um regime profiláctico de rotina contra a obstipação é recomendado para todos os doentes que recebem sulfato de vincristina. Pode ocorrer íleo paralítico, particularmente em crianças jovens. O íleo reverte por si só após descontinuação temporária da vincristina e com cuidados sintomáticos. Alterações da pele e tecido subcutâneo: Alopécia, Rash. Alterações músculo-esqueléticas, do tecido conjuntivo e ósseas: já foram reportados casos de destruição muscular, dor maxilar, dor faríngea, dor da glândula parótida, dor óssea, dor dorsal, dor dos membros e mialgias; a dor, nestas áreas, pode ser grave. Alterações renais e urinárias: ocorreram poliúria, disúria e retenção urinária devido à atonia da bexiga. Outros fármacos conhecidos por causar retenção urinária (particularmente no idoso) deverão, se possível, ser descontinuados nos primeiros dias após a administração de vincristina Alterações gerais: foram relatados casos raros de reacções tipo alérgico, tais como anafilaxia, rash e edema, temporariamente relacionados com a terapia por vincristina em doentes recebendo vincristina em regimes poliquimioterapêuticos. Outros: febre, dor de cabeça, reacção no local da injecção (ver cuidados, no ponto 4.2) Quaisquer efeitos adversos, não descritos neste folheto, que eventualmente ocorram, devem ser comunicados ao médico ou farmacêutico. Interacções medicamentosas e outras: O alopurinol, piridoxina e isoniazida pode aumentar a incidência de depressão da medula óssea induzida pelos citotóxicos. O mecanismo desta potenciação não está completamente explicado. A neurotoxicidade da vincristina pode ser aditiva com a de outros fármacos actuando sobre o sistema nervoso periférico.

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Hepotoxicidade grave, incluindo doença veno-oclusiva, tem sido descrita em doentes com carcinoma renal tratados com associação de vincristina e dactinomicina. Foram relatados casos de falta de ar aguda e broncoespasmo grave após administração de alcalóides da vinca. Estas reacções foram encontradas mais frequentemente quando os alcalóides da vinca foram utilizados em associação com a mitomicina-C e podem ser graves quando existe uma disfunção pulmonar pré-existente. A reacção pode ocorrer em minutos ou depois de várias horas após administração da vinca, e pode ocorrer até 2 semanas após a dose de mitomicina. Pode ocorrer dispneia progressiva requerendo terapia crónica. A vincristina não deverá ser re-administrada. A administração oral ou intravenosa de fenitoína em associação com antineoplásicos quimioterapêuticos em simultâneo, que incluem sulfato de vincristina, foram relatados como podendo reduzir os níveis de bloqueio dos anticonvulsivos e aumentar a actividade de convulsões. Embora a contribuição dos alcalóides da vinca não tenha sido estabelecida, poderá ser necessário ajustar a dosagem da fenitoína com base na monitorização sérica dos níveis sanguíneos, quando utilizada em associação com vincristina. Deverá ter-se cuidado em doentes tomando concomitantemente fármacos conhecidos por inibirem o metabolismo pelas isoenzimas hepáticas do citócromo P450 da sub-família CYP3A ou em doentes com disfunção hepática. A administração concomitante de sulfato de vincristina com itraconazol (um conhecido inibidor da via metabólica) foi reportada causar um inicio precoce e/ou aumento grave dos efeitos colaterais neuromusculares (ver "Reacções adversas"). Esta interacção presume-se estar relacionada com a inibição do metabolismo da vincristina. Quando o sulfato de vincristina é usado em associação com L-asparaginase deverá ser administrado 12 a 24 horas antes da administração da enzima de modo a minimizar a toxicidade, dado que a administração da L-asparaginase pode primeiro reduzir a depuração hepática da vincristina. Quando a quimioterapia é feita em conjunto com terapia por radiação através de portais, que incluem o fígado, a utilização de vincristina deve ser adiado até que a terapia com radiação tenha terminado. A vincristina parece aumentar a tomada celular do metotrexato por células malignas, e este principio tem sido aplicado na terapêutica por alta dosagem de metotrexato. Precauções especiais de utilização: Cuidados O sulfato de vincristina destina-se exclusivamente a ser administrado por via intravenosa. O sulfato de vincristina só deve ser administrado por pessoal de saúde experiente em quimioterapia. A administração intratecal de sulfato de vincristina resulta geralmente em morte. As seringas contendo este produto deverão ser rotuladas "APENAS PARA ADMINISTRAÇÃO IV. ADMINISTRAÇÃO IT FATAL." Após administração intratecal acidental, é necessário proceder-se imediatamente a uma intervenção neurocirúrgica, de modo a evitar a paralisia ascendente que provoca a morte. Num número reduzido de doentes, a paralisia de perigo de vida, e

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subsequente morte foi evitada, mas os resultados neurológicos são devastadoras e a recuperação posterior é muito limitada. Medidas a tomar após administração acidental de vincristina por via intratecal Com base na publicação destes casos de sobrevivência, se a vincristina for administrada acidentalmente por via intratecal, deverá ser iniciado o seguinte tratamento, imediatamente após a injecção: 1. Remoção de tanto liquido céfalo-raquidiano (LCR), quanto seguramente possível,

através do acesso lombar. 2. Inserção de um catéter epidural. Irrigação do liquido cefalo-raquidiano com

solução de Lactato de Ringer. Deve então ser adicionado, o Plasma congelado recente. Deverão adicionar-se 25 ml de Plasma congelado, a cada litro de solução de Lactato de Ringer.

3. Inserção de um dreno intraventricular ou catéter, por um neurocirurgião e continuação da irrigação do liquido céfalo-raquidiano com remoção do líquido, através da via lombar ligada a um sistema de drenagem fechado. A solução de Lactato de Ringer deverá ser administrada por perfusão contínua a 150 ml/h ou à velocidade de 75 ml/h, quando o plasma congelado recente lhe foi adicionado.

A velocidade de perfusão deverá ser ajustada para manter o nível de proteínas do liquido céfalo-raquidiano a 150 mg/dl. Foram igualmente tomadas em consideração, as seguintes medidas, as quais podem não ser essenciais: Foi administrado, via intravenosa, por bólus , ácido folínico 100 mg e posteriormente perfundido à velocidade de 25 mg/h, durante 24 horas e posteriormente, em doses bólus de 25 mg, de 6 em 6 horas, durante 1 semana. Foi administrado, via intravenosa, ácido glutâmico, 10 mg nas 24 horas, seguido por 500 mg, três vezes ao dia, oralmente durante um mês. A piridoxina foi administrada na dose de 50 mg, de 8 em 8 horas, por perfusão intravenosa, durante 30 minutos. O seu papel na redução da neurotoxicidade não é claro. O sulfato de vincristina é um vesicante e pode causar uma reacção local grave por extravasão. Se ocorrer derrame nos tecidos circundantes quando da administração IV de sulfato de vincristina, a injecção deverá ser interrompida imediatamente e qualquer quantidade remanescente da dose, deverá ser administrada noutra veia. A injecção local de hialuronidase com a aplicação de calor foi utilizada para dispersar o fármaco de modo a minimizar o desconforto e a possibilidade de dano tecidular. Precauções Leucopénia, após terapêutica com sulfato de vincristina, é menos provável de ocorrer do que com outros agentes antineoplásicos e a limitação da dosagem é geralmente mais do âmbito neuromuscular do que da toxicidade da medula óssea. No entanto, devido a esta possibilidade, tanto médicos como pacientes deverão permanecer alerta, para sinais de qualquer complicação infecciosa. Se existir leucopénia ou complicação infecciosa então a administração da próxima dose de sulfato de vincristina necessitará de cuidadosa ponderação.

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Nefropatia aguda, provocado por ácido úrico, a qual pode ocorrer após administração de agentes antineoplásicos, tem sido referida após o uso de sulfato de vincristina. Como o sulfato de vincristina tem fraca penetração na barreira hemato-encefálica podem ser necessários agentes e vias de administração adicionais para leucémias do sistema nervoso central. O efeito neurotóxico do sulfato de vincristina pode ser aditivo com outros agentes neurotóxicos ou aumentado pela irradiação da espinal medula e doença neurológica. Os doentes idosos podem ser mais sensíveis aos efeitos neurotóxicos do sulfato de vincristina. Testes laboratoriais quer in vitro, quer in vivo falharam em demonstrar conclusivamente que este produto é mutagénico. A fertilidade após o tratamento apenas com vincristina para doenças malignas não foi estudada no homem. Relatórios clínicos tanto em doentes masculinos como femininos, que receberam quimioterapia de multiplos-agentes, incluindo a vincristina, indicaram que pode ocorrer azospermia e amenorreia em doentes pós-púberes. Em alguns doentes, a recuperação ocorreu muitos meses após terminado o tratamento de quimioterapia, mas não todos os doentes. Quando o mesmo tratamento é administrado a doentes pré-púberes é muito menos provável causar azospermia e amenorreia permanente. Doentes que receberam quimioterapia com vincristina em associação com fármacos anticancerosos, conhecidos por serem carcinogénicos, desenvolveram malignidades secundárias. O papel contributivo da vincristina neste desenvolvimento não foi determinado. Nenhuma evidência de carcinogenicidade foi encontrada após administração intraperitoneal em ratos e murganhos, embora este estudo fosse limitado. Deverá tomar-se cuidado para evitar contaminação acidental dos olhos dado o sulfato de vincristina ser altamente irritante e poder causar ulceração da córnea. Os olhos devem ser bem lavados imediatamente. Precauções especiais com a manipulação de citostáticos: A vincristina só deve ser preparada e administrada por profissionais treinados na utilização segura de agentes quimioterápicos. Faulcris® solução para injecção ou perfusão intravenosa apresenta em relação à forma pó a vantagem de não necessitar de reconstituição sendo no entanto aconselhável a transferência para as seringas e os frascos de soluções IV em áreas adequadas. Como sucede como todos os agentes quimioterapêuticos, o pessoal técnico deve estar devidamente protegido durante a manipulação de sulfato de vincristina (viseira, bata e luvas). Não é aconselhável a manipulação de agentes antineoplásicos durante a gravidez. Contaminação No caso de contacto acidental de sulfato de vincristina com os olhos ou a pele, as

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áreas afectadas devem ser lavadas imediatamente com água em abundância ou soro fisiológico. Para o tratamento da sensação de picadas na pele pode usar-se um creme suave. No caso dos olhos serem afectados dever-se-á consultar o médico. No caso da solução se derramar deve-se pedir apoio a pessoal especializado que, com os cuidados respectivos de protecção, limpe as áreas contaminadas com uma esponja própria para o efeito. Terminada a descontaminação colocar todas as soluções e esponjas num saco de plástico, proceder à selagem e rotulagem com as palavras "DESPERDICIO CITOTÓXICO". Todas as seringas para injectáveis, frascos para injectáveis e materiais utilizados que tenham estado em contacto com o sulfato de vincristina devem ser colocados também num saco para eliminação. Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências – Incinerar a 1000ºC. Efeitos em grávidas, lactentes, crianças, idosos e doentes com patologias especiais: Utilização na gravidez: é necessário cuidado com a utilização de todos os fármacos oncolíticos durante a gravidez. A vincristina pode causar danos fetais quando administrada a mulheres grávidas embora não hajam estudos adequados e bem controlados. Em várias espécies animais, a vincristina pode induzir efeitos teratogénicos, bem como embrioletalidade com doses que não são tóxicas para os animais grávidos. Mulheres com potencial de engravidar, deverão ser avisadas a evitarem engravidar enquanto receberem vincristina. Se a vincristina for usada durante a gravidez ou se a doente engravidar enquanto estejam sob terapêutica com sulfato de vincristina, deverá ser informada do potencial perigo para o feto. Utilização em mães lactantes: não se sabe se a vincristina é excretada no leite humano. Por causa do potencial de reacções adversas graves devidas à vincristina em crianças amamentadas, deverá tomar-se uma decisão de descontinuar a amamentação ou o fármaco, tendo em conta a importância do fármaco para a mãe. Relativamente à utilização em crianças, idosos e doentes com patologias especiais, ver "Posologia, situações especiais". Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas: Não aplicável. O medicamento destina-se a uso exclusivamente hospitalar. Excipientes Faulcris® 1mg/1ml e 2mg/2ml tem como excipientes o manitol e a água para injectáveis; não contém conservantes. Faulcris® 2mg/10ml tem como excipientes o cloreto de sódio e a água para injectáveis.

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Posologia, modo de administração O sulfato de vincristina destina-se exclusivamente a ser administrado por injecção intravenosa, a intervalos semanais, sendo a dose rigorosa determinada pelo peso ou superfície corporal. Dever-se-á ter especial cuidado no cálculo da dose, pois a sobredosagem pode ser extremamente grave ou mesmo fatal. A dose não deve ser aumentada para lá do nível que origina beneficio terapêutico. Geralmente as doses individuais não devem exceder 2 mg; antes e após cada administração, dever-se-á efectuar uma contagem de glóbulos brancos. A vincristina é vesicante podendo causar reacção grave quando da injecção; a injecção local de hialuronidase com a aplicação tópica de calor tem sido empregue para dispersar o fármaco, de modo a minimizar o desconforto e a possibilidade de lesões tecidulares. A solução de sulfato de vincristina pode ser injectada no tubo de um sistema de perfusão IV ou directamente na veia, numa aplicação que dure cerca de um minuto. Dever-se-á tomar cuidado para evitar extravasão, pois pode ser causa de ulceração local. Devido aos estreitos limites, entre os níveis terapêutico e tóxico, e às variações na resposta, a dosagem deve ser sempre ajustada individualmente. Têm sido usados os seguintes regimes: Leucemia aguda • Adultos: o medicamento é habitualmente administrado por injecção intravenosa,

em intervalos semanais. A dose sugerida é de 25 – 75 µg/kg de peso corporal (1,4 a 1,5mg/m2 de área de superfície corporal) por injecção intravenosa semanal.

• Crianças: Recomenda-se injecções intravenosas semanais começando com 50 µg/kg de peso corporal (1,5 – 2,0 mg/m2 de área de superfície corporal) fazendo incrementos semanais de 25 µg/kg de peso corporal até ao máximo de 150 µg/kg de peso corporal. A dose não deve ser aumentada após obtenção de resposta, e pode ser possível manter a remissão com uma dose reduzida.

Em crianças até 10 Kg a dose inicial deve ser de 0,05 mg/Kg, administrada por injecção intravenosa, semanais.

• Idosos: a dose deve ser calculada como atrás se indica, tendo em conta que deste grupo etário podem fazer parte indivíduos com sensibilidade aumentada à neurotoxicidade do fármaco.

Outros tumores: 25 µg/kg de peso corporal por injecção intravenosa semanal até que seja observada uma resposta e 5 – 10 µg/kg de peso corporal daí em diante, para manutenção. Patologias especiais: a eliminação do sulfato de vincristina pode ser reduzida em presença de função hepática ou biliar insuficiente e a dose deve ser diminuída de acordo com a situação. Recomenda-se uma redução de cerca de 50% da dose em doentes com valores de bilirrubina sérica de 3 mg/100 ml (51 micromol/l).

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Via de administração: Faulcris® deverá ser administrado exclusivamente por via IV, directamente por perfusão. Duração do tratamento médio: A duração do tratamento com vincristina está dependente do estadio da doença e esquema de combinação dos agentes antineoplásicos. Sobredosagem, medidas a adoptar: Após a administração de Vincristina, os efeitos colaterais que podem ocorrer estão relacionados com a dose. Em crianças de idade inferior a 13 anos, ocorreu morte após a administração de doses de vincristina 10 vezes superiores às recomendadas para a terapia. Podem ocorrer sintomas graves neste grupo de doentes após dosagens de 3 a 4 mg/m2 ou superiores. Os adultos podem apresentar sintomas graves, após doses únicas de 3 mg/m2 ou superiores. Assim, após administração de doses mais elevadas do que as recomendadas, os doentes podem sentir efeitos colaterais exagerados. Deverão incluir-se os seguintes cuidados de suporte:

a) prevenção de efeitos colaterais resultantes de síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética - isto incluirá restrição de ingestão de líquidos e talvez a administração de um diurético, afectando a função na ansa de Henle e o túbulo distal;

b) administração de anticonvulsivos; c) uso de enemas ou catárticos para prevenir o íleo (em alguns casos, pode ser

necessária a descompressão do tracto gastrointestinal); d) monitorização do sistema cardiovascular; e) determinação diária da contagem sanguínea, como guia para necessidades

transfusionais. O ácido folínico tem um efeito protector em murganhos normais aos quais foram administradas doses letais de vincristina. Casos isolados sugerem que o ácido folínico pode ser útil em tratar humanos que receberam uma sobredosagem. Um esquema sugerido é administrar 100 mg de ácido folínico, intravenosamente, de 3 em 3 horas durante 24 horas e depois de 6 em 6 horas durante, pelo menos, 48 horas. Os níveis tissulares teóricos de vincristina derivados dos dados farmacocinétios são predictivos permanecerem significativamente elevados pelo menos durante 72 horas. O tratamento com ácido folínico não elimina a necessidade das medidas de suporte acima mencionadas. A maior parte de uma dose intravenosa de vincristina é excretada na bílis após rápida ligação aos tecidos. Por causa de somente pequenas quantidades do fármaco aparecerem no dialisado, a hemodiálise provavelmente não é útil em casos de sobredosagem. A excreção fecal aumentada de vincristina parenteralmente administrada foi demonstrada em cães pré-tratados com colestiramina. Não há dados clínicos publicados sobre o uso de colestiramina como antídoto no homem. Não há dados clínicos publicados sobre as consequências da ingestão oral de

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vincristina. Se tal ingestão oral ocorrer o estômago deverá ser esvaziado seguido pela administração oral de carvão activado e de um catártico. Estabilidade, prazo de validade: O produto não contém qualquer agente antimicrobiano. A fim de reduzir a possibilidade de contaminação microbiológica deve-se iniciar a administração da perfusão logo depois da sua preparação. Rejeitar o resíduo após utilização. Diluições de sulfato de vincristina em glucose injectável a 5% e cloreto de sódio injectável a 0,9% mantém, pelo menos 95% do teor original de vincristina após 24 horas à temperatura ambiente sob luz fluorescente. Quando mantido na sua embalagem original, fechada, nas condições de conservação nela descritas, o produto mantêm-se estável até ao termo do prazo de validade nela inscrito. 2 anos para o frasco para injectáveis e seringa para injectáveis de 2 mg/10 ml. 18 meses para a seringa para injectáveis de 2 mg/2 ml. Como os demais medicamentos, recomenda-se que não utilize Faulcris® após expirar o prazo de validade indicado na embalagem ou no rótulo. Precauções particulares de conservação: Manter fora do alcance e da vista das crianças. Armazenar entre 2º - 8ºC (não congelar). Manter o recipiente dentro da embalagem exterior. Tratamento dos resíduos: restos de fármacos, seringas, recipientes, materiais absorventes, soluções diluídas ou qualquer outro material contaminado, devem ser colocados dentro de um saco de plástico devidamente rotulado (DESPERDICIO CITOTÓXICO). Eliminar de acordo com as exigências - Incinerar a 1000 ºC. INSTRUÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DA SERINGA PARA INJECTÁVEIS: 2. Na montagem da seringa para injectáveis para administração do medicamento

devem ser usadas luvas e todas as protecções adequadas

Retirar o êmbolo e o corpo da seringa para injectáveis da embalagem e introduzir o êmbolo no tampo de borracha que se encontra dentro do corpo da seringa para injectáveis. Para firmar o êmbolo, rodá-lo para dentro do tampão no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, até que não avance mais. 2. Para remover a rolha de borracha que tapa a seringa para injectáveis, segurar a

seringa para injectáveis na posição vertical e desenroscar devagar.

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3. Pode agora adaptar-se uma agulha em invólucro fechado, enroscando-a no

terminal protegido do corpo da seringa para injectáveis.

4. Montagem da seringa para injectáveis

Data da última revisão do folheto: Junho de 04