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6- SENDERO LUMINOSO Organização de inspiração maoísta fundada na década de 1960 por alunos e professores de universidades do Peru (especialmente da província de Ayacucho ). Nome oficial é Partido Comunista do Peru. O Sendero Luminoso surgiu em 1964 como uma dissidência ( bandera roja , bandeira vermelha) do Partido Comunista do Peru (PCP). O nome Sendero Luminoso baseia-se em uma máxima do marxista peruano José Carlos Mariátegui : "El Marxismo-Leninismo abrirá el sendero luminoso hacia la revolución" ("O Marxismo-Leninismo abrirá o caminho iluminado para a revolução") É classificada por diversos países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia , como terrorista Abimael Guzmán (professor de Filosofia da Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga) é considerado seu fundador por excelência, e adota o codinome Presidente Gonzalo . A guerrilha foi quase considerada extinta no final da década de 1990 , mas reapareceu na primeira década do século XXI O seu objetivo era o de superar as instituições burguesas peruanas por meio de um regime revolucionário e comunista de base camponesa , utilizando-se do conceito maoísta de Nova Democracia. Em 1977 , o Sendero Luminoso passou da guerrilha rural para a urbana. Para o Sendero, o Estado peruano seria uma ditadura de latifundiários feudais e grandes burgueses apoiados pelo imperialismo norte-americano. Esse Estado se sustentaria pela violência. Frente a esta, o povo, organizado em torno do Sendero, deveria responder na mesma moeda, através da violência revolucionária, prosseguindo no objetivo de cercar as cidades a partir do campo. Para eles, eleições seriam apenas uma ilusão, a serem ignoradas na busca de mudanças. Na década de 1980 , o grupo cresceu tanto em membros quanto em área ocupada. Suas áreas de dominação eram o centro e o sul do Peru , além de ter presença também nos subúrbios de Lima .

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6- SENDERO LUMINOSOOrganização de inspiração maoísta fundada na década de 1960 por alunos e professores de universidades do Peru (especialmente da província de Ayacucho). Nome oficial é Partido Comunista do Peru. O Sendero Luminoso surgiu em 1964 como uma dissidência (bandera roja, bandeira vermelha) do Partido Comunista do Peru (PCP).

O nome Sendero Luminoso baseia-se em uma máxima do marxista peruano José Carlos Mariátegui: "El Marxismo-Leninismo abrirá el sendero luminoso hacia la revolución" ("O Marxismo-Leninismo abrirá o caminho iluminado para a revolução")

É classificada por diversos países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, como terrorista

Abimael Guzmán (professor de Filosofia da Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga) é considerado seu fundador por excelência, e adota o codinome Presidente Gonzalo. A guerrilha foi quase considerada extinta no final da década de 1990, mas reapareceu na primeira década do século XXI

O seu objetivo era o de superar as instituições burguesas peruanas por meio de um regime revolucionário e comunista de base camponesa , utilizando-se do conceito maoísta de Nova Democracia. Em 1977, o Sendero Luminoso passou da guerrilha rural para a urbana. Para o Sendero, o Estado peruano seria uma ditadura de latifundiários feudais e grandes burgueses apoiados pelo imperialismo norte-americano. Esse Estado se sustentaria pela violência. Frente a esta, o povo, organizado em torno do Sendero, deveria responder na mesma moeda, através da violência revolucionária, prosseguindo no objetivo de cercar as cidades a partir do campo. Para eles, eleições seriam apenas uma ilusão, a serem ignoradas na busca de mudanças.

Na década de 1980 , o grupo cresceu tanto em membros quanto em área ocupada. Suas áreas de dominação eram o centro e o sul do Peru , além de ter presença também nos subúrbios de Lima .

Após a prisão de Guzmán (1992), vários líderes do Sendero também foram detidos nos anos seguintes, o que diminuiu bastante as atividades do grupo.

Opõe-se a outra grande força revolucionária do Peru, o Movimento Revolucionário Túpac Amaru.

Estima-se que o Sendero Luminoso teve cerca de dois mil guerrilheiros, e um grande número de membros em outras funções. O grupo foi responsável pela morte de aproximadamente 31.000 pessoas, entre civis, camponeses, militares e militantes de esquerda rivais.

Suas ações passaram a ficar mais espaçadas, sendo as últimas delas um ataque a bomba contra a embaixada estadunidense em Lima (foram mortas 10 pessoas e 30 ficaram feridas) em 2002 e o sequestro de funcionários argentinos que trabalhavam em um gasoduto em Ayacucho (foram libertados após resgate), em junho de 2003.

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A guerrilha do Sendero Luminoso foi responsabilizada por provocar uma guerra interna no Peru entre os anos 1980 e 2000, que deixou 69.000 mortos, segundo a Comissão da Verdade e Reconciliação.

Notícia atual:

01/08/2015 -Sete crianças e oito adultos que permaneciam como reféns por remanescentes do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso em uma área do centro-sul do Peru foram resgatados pelas Forças Armadas, que na segunda-feira passada libertaram outros 26 menores, informou o governo.

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7- MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO TUPAC AMARUGrupo guerrilheiro peruano, fundado em 1984, inspirado em outras guerrilhas de esquerda de países da região.

O grupo guerrilheiro se define como uma organização político-militar, integrada pela classe operária, cuja a ideologia é o Marxismo-Leninismo, tendo como objetivo organizar e dirigir a "Guerra Revolucionária do Povo", para derrotar o Governo legal, estabelecendo um "Poder Popular", que conduza à edificação do Socialismo.

O embrião desta organização teve seu início em 23 de novembro de 1976, quando o general do Exército Peruano, Leônidas Rodríguez Figueroa (que se encontrava exilado) funda o Partido Socialista Revolucionário (PSR), agrupando nesta organização, entre outros, ex-colaboradores do governo do general Juan Velasco Alvarado

O grupo tornou-se mundialmente famoso com a ocupação da embaixada japonesa em Lima (Dezembro de 1996 - Abril de 1997), em que retiveram centenas de importantes políticos. Os 14 membros do comando foram mortos pela polícia peruana do presidente Alberto Fujimori; todos os políticos retidos foram libertados, com exceção de um, que morreu durante o resgate. Na atualidade o nível de direção, devido à captura de seus principais líderes, não conta com uma estrutura de apoio ou estrutura organizativa (aparato logístico, comunicações, imprensa, etc.) e sua força especial (aparato armado) tem sido desarticulada. Não existindo indicativos da presença do MRTA no âmbito peruano, a provável reorganização está sendo estruturada no estrangeiro (Alemanha), através de seu porta-voz internacional, Isaac Cecilio Velasco Fuerte, que emite através da Internet eventuais pronunciamentos.

Túpac Amaru I (1545 - 24 de setembro de 1572) foi o último líder indígena do povo inca da época da conquista espanhola.

Túpac Amaru dirigiu uma guerrilha longa contra os conquistadores espanhóis. Finalmente, esses o capturam, juntamente com seus partidários e família, e o levam a Cusco. Ele é condenado a morte sob a autoridade do vice-rei Francisco de Toledo e executado em Cusco em 24 de setembro de 1572, com sua mulher, seus filhos e seus principais colaboradores. Seu nome e sua história inspiraram o movimento revolucionário Tupamaro.

1. Rebelião de Tupac Amaru 2º no Peru: José Gabriel Condorcanqui Noguera era um rico comerciante mestiço, descendente do último imperador Inca, Tupac Amaru, e a revolta que liderou foi um dos mais importantes movimentos indígenas da América Espanhola, incentivando várias outras rebeliões indígenas americanas, desde aquela época até o século 20.Por muitos anos, Condorcanqui se identificou mais com sua origem criolla (mestiço) do que com a indígena, até ser aclamado como curaca (ou cacique) de três regiões nativas

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peruanas, em 1764. Seu contato com essas comunidades o levou a adotar o nome Tupac Amaru 2º e a iniciar uma luta pacífica para acabar com os trabalhos forçados nas minas, impostos pela Espanha aos índios e mestiços.

8- CONFLITOS EM CHIAPAS – MOVIMENTO ZAPATISTA

O conflito de Chiapas conflito iniciado com a revolta zapatista de 1994, bem como as tensões gerais entre os povos indígenas e agricultores de subsistência no estado mexicano de Chiapas, tendo suas raízes nas décadas de 1970 e 1980.

Chiapas é um dos estados mexicanos mais carentes. Habitado principalmente por camponeses descendentes de indígenas Maias; muitos deles não falam espanhol.

Em 1982, formou-se em Chiapas o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que reivindicava a manutenção das línguas, dos costumes e das tradições indígenas, o direito de cultivar a terra, além de melhorias nos setores econômico e social. A organização teve um expressivo crescimento, pois recebeu a adesão de diversas comunidades indígenas da região.

Em 1994, explodiu a rebelião em Chiapas. Os integrantes do EZLN utilizaram armas de todos os tipos, desde pedaços de madeira e espingardas de ar comprimido até metralhadoras de última geração. Quinze dias após o início da rebelião, o governo federal mexicano tomou a iniciativa do cessar-fogo. Em todo o país ocorreram manifestações de apoio ao movimento de Chiapas, assim como de protestos contra o Nafta.

Em 1996, o governo mexicano propôs alguns acordos garantindo direitos e autonomia aos indígenas, os quais foram ratificados no ano de 2001. Desde o início do movimento, os rebelados zapatistas declararam que não lutavam para se separar do México, mas apenas para manter suas raízes indígenas e garantir autonomia e melhores condições de vida.

Desde 1994, Chiapas ficou famosa pela insurreição do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) dividindo o México em dois lados: Governo do México e Zapatistas, atualmente são 32 municípios autônomos Zapatistas em Chiapas.

A rebelião armada indígena iniciada no estado de Chiapas, no México, em 1º de janeiro de 1994; não se trata de um movimento de guerrilhas de orientação marxista, como se poderia supor diante de tantos movimentos guerrilheiros que eclodiram nos últimos anos em diversos países latino-americanos, inclusive, no Brasil na década de 70, no Araguaia.

Na verdade, trata-se de um novo modelo revolucionário desenvolvido a partir do pensamento indígena ancestral oriundo de formas próprias de organização política que poderíamos chamar de "comunismo primitivo". O núcleo do chamado Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) formou-se a partir de 1982 na selva Lacandona, no estado de Chiapas, com apenas 6 integrantes, 3 ladinos e 3 indígenas de orientação marxista-leninista, como representação de organização urbana sediada na capital. O processo de aproximação com as

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diversas comunidades indígenas, entretanto, foi lento e difícil. Principalmente porque as propostas de cunho marxista de tomada do poder e ditadura do proletariado, por exemplo, não obtinham respaldo entre as lideranças indígenas.

O EZLN somente obteve apoio e pôde desenvolver-se quando decidiu aceitar as propostas indígenas de organização, de reivindicações e de luta.

O que desejam os indígenas de Chiapas? Simplesmente Justiça, Liberdade e Democracia. Na verdade, são povos que desejam autonomia e direitos constitucionais que lhe assegurem a propriedade coletiva das terras indígenas. Não desejam a guerra. Paradoxalmente, pegaram em armas apenas para torná-las desnecessárias, formando um estranho exército heterogêneo, com armas de todo tipo, desde pedaços de madeira, espingardas de ar comprimido até metralhadoras de última geração, que, quando desfila, costuma levar os mexicanos às lágrimas.

Entretanto, já existe um consenso de que não se trata de um movimento separatista e nem mesmo anti-mexicano. Pelo contrário, os indígenas querem continuar fazendo parte orgulhosamente da nação mexicana. Querem, no entanto, um México efetivamente pluralista, que não se envergonhe de seu passado indígena, e que, ao invés de desindianizar os indígenas, ajude-os a desenvolver plenamente sua cultura, seus costumes e garanta a dignidade, seus direitos civis e sua soberania.

Durante a véspera de Ano Novo de 1993, o estado mexicano de Chiapas passou a figurar no cenário mundial à medida em que a guerrilha do Exército Zapatista tomava o controle da pequena cidade colonial de San Cristóbal de las Casas e em mais 5 cidades fronteiriças nas regiões altas de Chiapas.

As raízes da revolta vêm em grande parte da história de marginalização e racismo a que os índios Maia tem sido submetido, mas sua declaração de guerra e outras declarações claramente congregam todos os pobres dos outros grupos étnicos do México em toda a sua extensão. Tendo um entendimento maior das nuances culturais e sociais de Chiapas, esse e outros paradoxos começam a fazer sentido.

"Lutamos por trabalho, terra, um teto, alimentação, saúde, educação, independência, liberdade, democracia, justiça e paz. Não deixaremos de lutar enquanto não conseguirmos satisfação e constituirmos um governo livre e democrático em nosso país" 1 . Os termos da primeira declaração da floresta Lacandona, que se tornou público no dia 1º de janeiro de 1994 no Sudeste mexicano foram muito claros. A resolução e a evidência da proposta refletem o perfil da organização que a assina, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Um "exército" de alguns milhares de índios maias, munidos ou não de verdadeiros fuzis, sempre com o rosto escondido por um lenço ou um capuz, e que ocuparam quatro localidades importantes do Estado do Chiapas, no dia em que entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano (Nafta) entre o México, os Estados Unidos e o Canadá!

No México, a Revolução Mexicana (1910) foi responsável pela criação de dois grandes ícones: Francisco Pancho Villa e Emiliano Zapata Salazar. A rebeldia, a origem camponesa e a

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luta armada transformaram esses dois personagens em referências para um vindouro movimento contemporâneo no México.

No estado de Chiapas, um dos mais pobres do México, vários camponeses de procedência indígena organizaram, em 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional. Liderados pelo subcomandante Marcos, os revoltosos realizaram ataques surpresa que tomaram repentinamente várias cidades do sul mexicano. Entrando em conflito com as tropas do governo, o Exército Zapatista apresentou grande resistência frente os exércitos oficiais. Sob o lema "Terra e Liberdade", Zapata, camponês índio, organizou um movimento revolucionário no sul do México (zapatistas). Em 1910, participou na insurreição proclamada por Francisco Madero (presidente do país de 1911 a 1913), contra o ditador Porfirio Díaz, no poder desde 1877, obtendo finalmente a vitória em 1911. Encabeçou, desde então, a luta pela implantação de uma reforma agrária radical (Plano de Ayala, 1911), dando assim início à Revolução Mexicana. Em 1914, conquistou, juntamente com Pancho Villa, a capital do país, mas teve de abandoná-la em 1915. Em 1919, foi assassinado por tropas governamentais, tornando-se um dos heróis mais populares do México. Os camponeses em combate com o governo federal adotaram em 1994 o nome de zapatistas, recuperando assim a tradição de luta social revolucionária do campesinato índio.

EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), movimento rebelde que, em 1º de janeiro de 1994 (início do NAFTA), ocupou várias cidades no estado de Chiapas. Opôs-se ao governo mexicano, reivindicando o combate à exclusão social e a melhoria dos direitos constitucionais dos povos indígenas. Liderado pelo subcomandante Marcos, iniciou negociações com o governo mexicano e não atua mais por meio do confronto armado. As condições sociais de Chiapas contrastam com grandes reservas petrolíferas e de gás natural encontradas em seu subsolo

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Síntese: No Estado de Chiapas, localizado no sul do México, na fronteira com a Guatemala, os camponeses indígenas maias formaram o movimento revelando, ao mesmo tempo, a insolubilidade da questão agrária na sociedade capitalista e a intensificação do problema em consequência das políticas econômicas neoliberais. Iniciado publicamente em 1 o de janeiro de 1994, o levante zapatista começou no mesmo dia em que entrou em vigor o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), e, ao longo do processo político que envolveu diversas organizações – como os movimentos estudantis e operários –, organizou-se o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).

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9- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)A luta das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) iniciada da mobilização de camponeses comunistas liderados por Manuel Marulanda, o Tiro Certo, estende-se até os dias de hoje. Esse grupo inconformado com a penosa situação econômica e social da Colômbia decidiu, ao longo de 40 anos de luta, controlar o território sul do país, criando esferas de poder paralelo.

Criada em 1964, pelo ex-combatente liberal Pedro Antonio Marín, também conhecido como Tirofijo, as Farc surgiu como um grupo de cunho marxista-leninista, atuando no meio rural e adotando táticas de guerrilha. Essa organização tem como discurso ideológico a implantação do socialismo na Colômbia, promovendo a distribuição igualitária de renda, a reforma agrária, o fim de governos corruptos e das relações políticas e econômicas com os Estados Unidos, entre outros aspectos sociais.

Os sequestros e o contrabando de drogas, em especial da cocaína, são práticas comuns nas Farc, pois através desses recursos a organização obtém dinheiro para se equipar militarmente. Entretanto, a partir da década de 1980, o grupo intensificou a exploração do narcotráfico e a violência, fato que desvirtuou seu foco de atuação, passando a ser considerada uma organização terrorista, que tem como principal objetivo a produção e venda de drogas.

Nesse sentido, as Farc caíram em descrédito com a população colombiana, que via nessa organização uma alternativa para reparar as desigualdades sociais no país. Pesquisas indicam que a maioria dos habitantes é contrária à atuação das Farc.

Durante a década de 1990, a organização chegou a dominar cerca de 40% do território colombiano, possuindo mais de 18 mil guerrilheiros. Porém, as ações do Exército nacional, financiado pelos EUA, expulsou o grupo para regiões próximas à fronteira com países vizinhos. Essa atitude do governo “enfraqueceu” o movimento, que, atualmente, é formado por aproximadamente oito mil guerrilheiros. Outra baixa significativa foi a morte de Mono Jojoy (um dos líderes das Farc), assassinado em setembro de 2010.

A FARC diz representar a população rural contra as classes abastadas e se opõe à influência do EUA na Colômbia. A organização argumenta que esses objetivos motivam os esforços do grupo pela tomada do poder na Colômbia através de uma revolução armada. Segundo o governo norte-americano, as FARC obtêm financiamento principalmente através de extorsões, sequestros e tráfico de drogas. A maior parte do combatentes e informantes das FARC são menores de idade, estima-se que cerca de 20 a 30 por cento têm menos de 18 anos.

No último decênio, a intensa atuação do exército colombiano, que contou com auxílio internacional, foi responsável pela libertação de um número significativo de reféns, pela desarticulação de parte do potencial militar das Farc, além da redução significativa do

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número de membros, que passou de 15 mil para um número entre 5 a 8 mil soldados, representando cerca de 50% de baixas. O Exército de Libertação Nacional (ELN), fundado em 1965, organização que teve sua inspiração na Revolução Cubana e que, por adotar a figura de Camilo Torres (o sacerdote guerrilheiro) como seu principal símbolo, passou a se denominar Unión Camilista Ejército de Liberación Nacional (UC-ELN), sendo a segunda organização armada de oposição que ainda continua ativa. O Exército Popular de Libertação (EPL), criado em 1965 como dissidência maoísta do movimento comunista colombiano e que, após seu processo de desmobilização e reinserção em 1990, passou a se denominar movimento Esperanza, Paz y Libertad, com ativa participação na vida política nacional.

A relação entre o governo colombiano e as Farc vem sendo alterada de maneira significativa. Alvaro Uribe, eleito presidente em 2002 e reeleito em 2006, contou com o apoio dos Estados Unidos para agir duramente contra a guerrilha e prender seus principais líderes. Juan Manuel Santos, seu sucessor eleito em 2010, abriu espaço para o diálogo e iniciou um amplo processo de negociações com os líderes das Farc, que ainda está em curso. Em 2000, os Estados Unidos decidiram interferir na questão criando um plano de cooperação com a Colômbia. O Plano Colômbia instituiu fundo de ajuda através do qual os Estados Unidos enviariam recursos e tecnologia militar contra os guerrilheiros. Ainda assim, as FARC sobrevivem hoje às pressões que rondam o seu projeto de tomada do poder na Colômbia.

Mapa com a ocupação das FARC em território colombiano em 2008. Fonte: O Diário

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http://sakerlatam.es/america-latina-y-el-caribe/guerra-geopolitica-contra-venezuela-parte-1/