vidro

20
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA Outubro/2010 1º Relatório de Referência do Estado de São Paulo de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, período de 1990 - 2008 Inventário de Emissão Atmosféricas dos Gases de Efeito Estufa associados aos Processos Industriais do Setor de Vidro no Estado de São Paulo, 1990 a 2008 Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo São Paulo - 2010

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CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

1º Relatório de Referência do Estado de São Paulo de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, período de 1990 -

2008

Inventário de Emissão Atmosféricas dos Gases de Efeito Estufa associados aos Processos

Industriais do Setor de Vidro no Estado de São Paulo, 1990 a 2008

Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

São Paulo - 2010

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CETESB

VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA

Governo do Estado de São Paulo

Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Governo do Estado de São Paulo Alberto Goldman

Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Fernando Rei

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Outubro/2010

Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Companhia Ambiental do Estado de São

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CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Fernando Rei - Diretor Presidente

Diretoria de Licenciamento e Gestão Ambiental Marcelo de Souza Minelli - Diretor

Diretoria de Tecnologia, Qualidade e Avaliação Ambiental

Ana Cristina Pasini da Costa - Diretor

Diretoria de Gestão Corporativa

Edson Tomaz de Lima Filho - Diretor

Page 4: Vidro

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CETESB – COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Presidente

Fernando Rei

Diretoria de Tecnologia, Qualidade e Avaliação Ambi ental – T

Ana Cristina Pasini da Costa

Departamento de Desenvolvimento Tecnológico e Suste ntabilidade - TD

Carlos Ibsen Vianna Lacava

Divisão de Sustentabilidade e Questões Globais - TD S

Flávio de Miranda Ribeiro

Setor de Clima e Energia – TDSC

Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer

PROCLIMA - Programa de Mudanças Climáticas do Estad o de São Paulo

Coordenador do Programa e Assessor da Presidência

João Wagner Silva Alves

Secretária Executiva do Programa

Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer

FICHA TÉCNICA

Coordenação e Revisão Técnica

João Wagner Silva Alves

Elaboração:

Gabriela Pacheco Rotondaro – Consultora técnica

Gisele dos Anjos Passareli

Colaboradores CETESB

Bruna Patrícia de Oliveira

Calvin Stefam Iost

Carlos Alberto Sequeira Paiva

Daniel Soler Huet

Eduardo Shimabokuro

Eliane Aparecida Milani de Queiróz Lopes da Cruz

Francisco do Espírito Santo Filho

Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Mariana Gonzalez

Matheus Fernando Kelson Batinga de Mendonça

Neuza Maria Maciel

Wilson Issao Shiguemoto

Projeto CETESB (PSF LGHG CCE 0195) “Apoio à Polític a Climática do Estado de São Paulo”, Inventário de Gases de Efeito Estufa do ESP, 1990 – 2008

Coordenação Técnica

João Wagner Silva Alves

Coordenação Executiva

Josilene Ticianelli Vanuzini Ferrer

Coordenação Institucional e Administrativa

Departamento de Cooperação Internacional

Fátima Aparecida Carrara, Luciana Morini - apoio

Editoração

Eduardo Shimabokuro

Wilson Issao Shiguemoto

Publicação CETESB- Companhia Ambiental do ESP

Para obter outras informações:

Programa de Mudanças Climáticas do Estado de São Pa ulo - PROCLIMA

Avenida Frederico Hermann Júnior, 345, CEP 05459-900 , São Paulo -SP

Telefone: 11 31333156, 11 31333563, Fax: 11 31334058

e-mail: [email protected]

www.cetesb.sp.gov.br/geesp www.cetesb.sp.gov.br/proclima

Page 6: Vidro

CETESB

VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA

A realizaçã o deste trabalho só foi possível com o apoio da Emb aixada Britânica no Brasil

Agradecimentos

Nossos sinceros agradecimentos a: Fernando Rei, Presidente da CETESB pelo apoio ao convênio com a Embaixada Britânica e ao acompanhamento deste projeto durantetodo o percurso de trabalho Alan Charlton, Embaixador do Reino Unido no Brasil, parceiro imprescindível e importante nesses três anos de projeto; à Fátima Aparecida Carrara que coordenou o relacionamento institucional da CETESB com a Embaixada Britânica e durante três anos foi uma parceira estratégica, contando com o apoio presente e incansável de Luciana Morini, Denise Soletto e equipe da PI. Ao José Domingos Gonzales Miguez, Newton Paciornick do MCT e Thelma Krug do INPE pela confiança, longa parceria e Estado de São Paulo. Para Ana Lúcia Segamarchi nossa gratidão pelo início das conversações com o Governo Britânico. Para Oswaldo Lucon, Assessor do Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, nosno processo de articulação da parceria com a Embaixada Britânica, por ter participado a redação da proposta inicial, pelo apoio e contribuições inestimáveis.

Expressamos nosso especial reconhecimento à equipe da Embaixnos apoiou durante os três anos do desenvolvimento deste Projeto, em especial para Ana Nassar, Daniel Grabois, Larissa Araújo, Márcia Sumirê, Raissa Ferreira; aos gerentes da CETESB Flávio de Miranda Ribeiro e Carlos Ibsen Vianna Lacava apoio ao desenvolvimento dos trabalhos deste relatório de referênciaBelmonte e José Carlos Dallacqua, da ABIVIDRO Indústrias Automáticas de Vidro, consultores que apoiou este projeto na pessoa de Matheus Fernando Kelson Batinga de Mendonça, incansável, gentil e diligente durante todo o trabalho.

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

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o deste trabalho só foi possível com o apoio da Emb aixada Britânica

Nossos sinceros agradecimentos a: Fernando Rei, Presidente da CETESB pelo apoio ao convênio com a Embaixada Britânica e ao acompanhamento deste projeto durantetodo o percurso de trabalho Alan Charlton, Embaixador do Reino Unido no Brasil, parceiro imprescindível e importante nesses três anos de projeto; à Fátima Aparecida Carrara que coordenou o relacionamento institucional da CETESB com a Embaixada

durante três anos foi uma parceira estratégica, contando com o apoio presente e incansável de Luciana Morini, Denise Soletto e equipe da PI. Ao José Domingos Gonzales Miguez, Newton Paciornick do MCT e Thelma Krug do INPE pela confiança, longa parceria e apoio na implementação deste 1° Inventário de GEE n o Estado de São Paulo. Para Ana Lúcia Segamarchi nossa gratidão pelo início das conversações com o Governo Britânico. Para Oswaldo Lucon, Assessor do Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, nosso reconhecimento pela participação no processo de articulação da parceria com a Embaixada Britânica, por ter participado a redação da proposta inicial, pelo apoio e contribuições inestimáveis.

Expressamos nosso especial reconhecimento à equipe da Embaixada Britânica, que nos apoiou durante os três anos do desenvolvimento deste Projeto, em especial para Ana Nassar, Daniel Grabois, Larissa Araújo, Márcia Sumirê, Raissa Ferreira; aos gerentes da CETESB Flávio de Miranda Ribeiro e Carlos Ibsen Vianna Lacava apoio ao desenvolvimento dos trabalhos deste relatório de referência

e José Carlos Dallacqua, da ABIVIDRO – Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro, pelo apoio na realização deste trabalho.

apoiou este projeto na pessoa de Matheus Fernando Kelson Batinga incansável, gentil e diligente durante todo o trabalho.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Outubro/2010

o deste trabalho só foi possível com o apoio da Emb aixada Britânica

Nossos sinceros agradecimentos a: Fernando Rei, Presidente da CETESB pelo apoio ao convênio com a Embaixada Britânica e ao acompanhamento deste projeto durante todo o percurso de trabalho Alan Charlton, Embaixador do Reino Unido no Brasil, parceiro imprescindível e importante nesses três anos de projeto; à Fátima Aparecida Carrara que coordenou o relacionamento institucional da CETESB com a Embaixada

durante três anos foi uma parceira estratégica, contando com o apoio presente e incansável de Luciana Morini, Denise Soletto e equipe da PI. Ao José Domingos Gonzales Miguez, Newton Paciornick do MCT e Thelma Krug do INPE pela

apoio na implementação deste 1° Inventário de GEE n o Estado de São Paulo. Para Ana Lúcia Segamarchi nossa gratidão pelo início das conversações com o Governo Britânico. Para Oswaldo Lucon, Assessor do Secretário

so reconhecimento pela participação no processo de articulação da parceria com a Embaixada Britânica, por ter participado

ada Britânica, que nos apoiou durante os três anos do desenvolvimento deste Projeto, em especial para Ana Nassar, Daniel Grabois, Larissa Araújo, Márcia Sumirê, Raissa Ferreira; aos gerentes da CETESB Flávio de Miranda Ribeiro e Carlos Ibsen Vianna Lacava pelo apoio ao desenvolvimento dos trabalhos deste relatório de referência; a Lucien

Associação Técnica Brasileira das pelo apoio na realização deste trabalho. A equipe de

apoiou este projeto na pessoa de Matheus Fernando Kelson Batinga

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Inventário de EmissGases de Efeito Estufa associados aos

Processos Industriais do SEstado de São Paulo, 1990 a 2008

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Programa de Mudanças Climáticas do Estado de São Pa ulo

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Inventário de Emissão Atmosféricas dGases de Efeito Estufa associados aos

Processos Industriais do Setor de Vidro no Estado de São Paulo, 1990 a 2008

Realização:

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB

Programa de Mudanças Climáticas do Estado de São Pa ulo

Apoio

Embaixada Britânica

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

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Atmosféricas dos Gases de Efeito Estufa associados aos

etor de Vidro no Estado de São Paulo, 1990 a 2008

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Sumário 1

1º RELATÓRIO DE REFERÊNCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO D E 2 EMISSÕES E REMOÇÕES ANTRÓPICAS DE GASES DE EFEITO 3 ESTUFA, PERÍODO DE 1990 - 2008 ................................................................ 1 4

RESUMO.......................................................................................................... 10 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 6

PANORAMA NACIONAL E ESTADUAL .................................................................................. 12 7

MÉTODO PARA ESTIMATIVA DE EMISSÃO DE NMVOC E CO 2 ................. 13 8

MÉTODO PARA EMISSÃO DE NMVOC SEGUNDO IPCC (1996) ........................................... 13 9 MÉTODO PARA EMISSÃO DE CO2 SEGUNDO IPCC (2006) .................................................. 13 10

DADOS ............................................................................................................ 14 11

PRODUÇÃO DE VIDRO – PV .............................................................................................. 14 12 FATOR DE EMISSÃO – FENMVOC ........................................................................................ 15 13 FATOR DE EMISSÃO – FECO2 ............................................................................................ 15 14

RESULTADOS ........................................ ......................................................... 17 15

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ............................. ............................................ 19 16

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 20 17

18 Lista de Figuras 19

FIGURA 1 – COMPONENTES DO VIDRO .................................................................. 11 20

FIGURA 2 – RELAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO NACIONAL E ESTADUAL DE VIDRO EM 21 2005 ................................................................................................................. 12 22

FIGURA 3 – ESTIMATIVAS DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA PRODUÇÃO DE 23 VIDRO ................................................................................................................ 18 24

FIGURA 4 – ESTIMATIVAS DAS EMISSÕES DE CO2 DA PRODUÇÃO DE VIDRO ............. 18 25

26

Lista de Tabelas 27

TABELA 1 – DADOS DA PRODUÇÃO ESTADUAL DE VIDRO NO PERÍODO DE 1990 A 28 2008 ......................................................................................................... 14 29

TABELA 2 – FATORES DE EMISSÃO DEFAULT DO IPCC 1996 PARA PRODUÇÃO 30 DE VIDRO.................................................................................................... 15 31

TABELA 3 – FATOR DE EMISSÃO DEFAULT DO IPCC 2006 PARA PRODUÇÃO DE 32 VIDRO ........................................................................................................ 15 33

TABELA 4 – ESTIMATIVAS DAS EMISSÕES NMVOC E CO2 PARA PRODUÇÃO DE 34 VIDRO ........................................................................................................ 17 35

36

Lista de Equações 37

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EQUAÇÃO 1 – EMISSÃO ATMOSFÉRICA NA PRODUÇÃO DE VIDRO (IPCC, 1996)1 ................................................................................................................. 13 2

EQUAÇÃO 2 – EMISSÕES DE CO2 NA PRODUÇÃO DE VIDRO (IPCC, 2006) ...... 13 3

EQUAÇÃO 3 – FATOR DE EMISSÃO PARA CO2 (IPCC, 2006).......................... 16 4

5

6

7

Lista de Acrônimos 8

IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change)

ABIVIDRO Associação Brasileira das Indústrias de Vidro

UBV União Brasileira de Vidros

NMVOC Compostos Orgânicos Voláteis Não Metânicos (Non Methanic Volatile Organic Compounds)

GEE Gases de Efeito Estufa

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10

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Resumo 1

Este relatório apresenta um panorama do setor de produção de vidro no 2 estado de São Paulo, onde são estimadas as emissões do processo 3 produtivo de vidro para o período 1990 a 2008. 4

5

É empregado o método do Intergovernmental Panel on Climate Change 6 (IPCC) 1996, para estimativas das emissões atmosféricas decorrentes da 7 produção de vidro. 8

9

Os dados utilizados para as estimativas das emissões, de acordo com o 10 método citado acima, foram obtidos junto a ABRIVIDRO e são 11 apresentados na Tabela 1 desse documento. 12

13

As estimativas das emissões atmosféricas de NMVOC para o ano de 14 2005 são 6,38Gg.ano-1, e as estimativas das emissões de CO2 para o ano 15 de 2005 são 142 Gg.ano-1. 16

17

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA

Introdução 1

De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores 2 de Vidros Planos (ABRAVIDRO), 3

O processo produtivo dominante na indústria vidreira é o 4 ou vidro plano. As matérias5 potássio, alumina, sódio (6 misturadas com precisão e fundidas no forno. O vidro, fundido 7 a aproximadamente 1.000ºC, é continuamente derramado num 8 tanque de estanho liquefeito quimicamente controlado. A 9 espessura é controlada pela velocidade da chap10 se solidifica à medida que continua avançando. Após o 11 recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com 12 o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas 13 (ABRAVIDRO, 2010a).14

15

As principais matérias-16 processo de fusão são: 17 carbonato de sódio (Na18 como fonte de carbonato na indústria de vidro19 de CO2 e devem ser incluídos na 20

21

A Figura 1 representa a composição do vidro.22

23 Figura 1 – Componentes do vidro24

Fonte: ABIVIDRO, 2010a.25 26

Existem três segmentos do produto27 vidros ocos (ou de embalagem), os vidros especiais e os domésticos. 28 Uma das mais antigas e freqüentes utilizações do vidro é a de 29 embalagens, como garrafas para bebidas, 30

SiO

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (ABRAVIDRO),

O processo produtivo dominante na indústria vidreira é o ou vidro plano. As matérias-primas do vidro – sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio misturadas com precisão e fundidas no forno. O vidro, fundido a aproximadamente 1.000ºC, é continuamente derramado num tanque de estanho liquefeito quimicamente controlado. A espessura é controlada pela velocidade da chapa de vidro que se solidifica à medida que continua avançando. Após o recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas (ABRAVIDRO, 2010a).

-primas do vidro que emitem CO2 durante o o calcário (CaCO3), a dolomita CaMg(CO

carbonato de sódio (Na2CO3). Quando estes materiais são utilizados como fonte de carbonato na indústria de vidro, representam a produção

e devem ser incluídos na estimativa das emissões (IPCC, 2006).

representa a composição do vidro.

Componentes do vidro

Fonte: ABIVIDRO, 2010a.

xistem três segmentos do produto vidro, além dos vidros planos: o(ou de embalagem), os vidros especiais e os domésticos.

Uma das mais antigas e freqüentes utilizações do vidro é a de ens, como garrafas para bebidas, produtos de higiene

SiO2 (sílica)74%

Al2O3

Fe2O3

Ferro)

CaO (cálcio)

MgO (magnésio)

Na2O (sódio)12%

K2O (potássio)1%

11 Outubro/2010

De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores

O processo produtivo dominante na indústria vidreira é o float, sílica (areia),

barrilha), magnésio e cálcio – são misturadas com precisão e fundidas no forno. O vidro, fundido a aproximadamente 1.000ºC, é continuamente derramado num tanque de estanho liquefeito quimicamente controlado. A

a de vidro que se solidifica à medida que continua avançando. Após o recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas

durante o ), a dolomita CaMg(CO3)2 e o

). Quando estes materiais são utilizados a produção

ativa das emissões (IPCC, 2006).

lém dos vidros planos: os (ou de embalagem), os vidros especiais e os domésticos.

Uma das mais antigas e freqüentes utilizações do vidro é a de produtos de higiene pessoal,

3 (alumina)2%

3 (Óxido de Ferro)0,1%

CaO (cálcio) 9%

MgO (magnésio) 2%

O (sódio)12%

O (potássio)1%

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

produtos farmacêuticos, frascos e potes de alimentos (ABRAVIDRO, 1 2010a). 2

3

Este relatório apresenta o setor de produção de vidro no estado de São 4 Paulo, onde são estimadas as emissões do processo produtivo para o 5 período 1990 a 2008. 6

Panorama Nacional e Estadual 7

A Figura 2 a seguir demonstra uma relação entre a produção nacional e 8 estadual de vidro no ano de 2005. 9

10 Figura 2 – Relação entre a produção nacional e estadual de vidro em 2005 11

Pro

duçã

o em

(10

00t)

Fontes:

ABIVIDRO (2010a) - SP;

BRASIL (2010) - BR

12

A relação da produção estadual de vidro em 2005 representa 55% da 13 produção nacional de vidro nesse mesmo ano, o que demonstra a 14 relevância do Estado de São Paulo no setor. 15

16

2.561

1.417

0

1.500

3.000

BR SP

Vidro

Page 13: Vidro

13

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Método para estimativa de emissão de NMVOC e 1

CO2 2

Método para emissão de NMVOC segundo IPCC (1996) 3

Na produção de vidros há emissão de NMVOC (compostos orgânicos 4 voláteis não metânicos). Embora a emissão de NMVOC em escala 5 mundial provavelmente não seja importante, o IPCC (1996) considera que 6 talvez em escala nacional ou local possa ser, e recomenda um fator de 7 emissão de 4,5 kg por tonelada de produto. 8

9

Para a estimativa das emissões, em Gg, de NMVOC pela produção de 10 vidro, deve-se utilizar a Equação 1, a seguir. 11

12

E = Pv . FENMVOC .10-6 Equação 1 – Emissão atmosférica na produção de vidro (IPCC, 1996)

onde: 13

E = Emissão de NMVOC [Gg.ano-1]

Pv = Produção de vidro [t.ano-1]

������� =FENMVOC

Fator de emissão [kgNMVOC.tvidro-1]

10-6 Conversão de kg para Gg [Gg.kg-1]

14

Método para emissão de CO2 segundo IPCC (2006) 15

O IPCC 2006, traz três níveis de detalhamento sobre as estimativas de 16 emissões de CO2, divididas em Tier 1, 2 e 3, conforme a disponibilidade 17 de dados. 18

19

Emprega-se neste relatório o Tier 1, representado pela Equação 2, que 20 deve ser utilizado quando não houver dados disponíveis sobre o processo 21 de produção do vidro e sobre os carbonatos utilizados na fabricação. Para 22 o Tier 1 aplica-se um fator padrão de emissão e uma razão estatística dos 23 cacos de vidro utilizados em âmbito nacional. 24

ECO2 = Pv . FECO2 . (1− RC) Equação 2 – Emissões de CO2 na produção de vidro (IPCC, 2006)

onde 25

ECO2 = Emissões de CO2 [tCO2.ano-1]

Pv = Produção de vidro [tvidro.ano-1]

FECO2 = Fator de emissão [tCO2.tvidro-1]

RC = Razão de cacos de vidro utilizados no processo [Adimensional]

Page 14: Vidro

14

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Dados 1

Produção de Vidro – Pv 2

Segundo a ABIVIDRO (2010a), o vidro é o resultado da composição 3 fundida e transformada no forno de fusão ou simplesmente forno. 4

5

A Tabela 1 apresenta os dados, fornecidos da ABIVIDRO (2010b), para a 6 produção estadual de vidro para o período de 1990 a 2008: 7

8 Tabela 1 – Dados da produção estadual de vidro no período de 1990 a 2008 9

Produção estadual de Vidro

Ano Vidro

(t)

1990 408.105

1991 564.470

1992 651.526

1993 863.875

1994 886.954

1995 1.029.771

1996 1.081.227

1997 1.248.140

1998 1.180.411

1999 1.246.086

2000 1.310.239

2001 1.283.763

2002 1.323.313

2003 1.399.328

2004 1.385.825

2005 1.417.147

2006 1.382.986

2007 1.432.116

2008 1.410.192

(t) = tonelada 10 Fontes: CEBRACE, NADIR FIGUEIREDO, OWENS CORNING, OWENS 11 ILLINOIS, SAINT-GOBAIN – VERRALLIA, UBV, WHEATON citado por 12 ABIVIDRO (2010b) 13

Page 15: Vidro

15

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

1

Fator de Emissão – FENMVOC 2

Segundo o IPCC (1996), para estimar a emissão anual de NMVOC, 3 recomenda-se utilizar os fatores de emissão da Tabela 2, abaixo. 4

5 Tabela 2 – Fatores de emissão default do IPCC 1996 para produção de vidro 6

Produção de vidro Fatores de Emissão

(kgNMVOC.tvidro-1)

Vidro Embalagem 4,5

Vidro Plano 4,5

Fonte: IPCC, 1996 7 8

Fator de Emissão – FECO2 9

O Fator de emissão para o Tier 1 é baseado em uma “mistura de 10 matérias-primas", a partir dos dados da produção estadual de vidro. 11 Tipicamente, a soda-cal é constituída de areia (56,3% em peso), feldspato 12 (5,3%), dolomita (9,8%), calcário (8,6%) e carbonato de sódio (20,0%). 13 Com base nesta composição, uma tonelada de matéria-prima tem cerca 14 de 16,7% do seu peso, ou seja, 0,167 toneladas, constituído por 15 elementos voláteis, representados quase inteiramente pelo CO2, e cerca 16 de 0,833 toneladas de vidro. Sendo assim, a cada 0,833 toneladas de 17 vidro produzido, emite-se 0,167 t de CO2. Portanto, recomenda-se utilizar 18 o fator de emissão da Tabela 3, ou a Equação 3, quando, na produção, 19 houver utilização de cacos de vidro junto à matéria-prima. Neste caso, 20 adota-se um valor default para a razão de caco de 0,50, ou uma razão 21 específica, caso seja conhecida. 22

23

Segundo o IPCC (2006), a razão de caco de vidro se refere à fração de 24 cacos de vidro coprocessados juntamente à matéria prima para a 25 produção de vidro. Assim, quanto mais cacos de vidro aproveitados no 26 processo, menor seu fator de emissão. Na ausência deste dado, o 27 presente trabalho adotou o valor default proposto pelo método. 28 29 Tabela 3 – Fator de emissão default do IPCC 2006 para produção de vidro 30

Tipo de vidro Fator de Emissão

(tCO2.tvidro-1)

Vidro 0,20

Fonte: IPCC, 2006 31 32 33

Page 16: Vidro

16

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

FECO2 = FEvidro. (1− RC) Equação 3 – Fator de emissão para CO2 (IPCC,

2006)

onde 1

Default Unidade

FE = Fator de emissão de CO2 [tCO2.tvidro-1]

FEvidro = Fator de emissão default 0,20 [tCO2.tvidro-1]

RC = Razão de caco de vidro utilizado no processo 0,50 [Adimensional]

Page 17: Vidro

17

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VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010

Resultados 1

A Tabela 4, a seguir, apresenta os resultados das emissões de NMVOC e 2 CO2, considerando a Tabela 1, que apresenta os dados da produção de 3 vidro do Estado de São Paulo, os fatores de emissão apresentados na 4 Tabela 2 para o cálculo de NMVOC e o fator de emissão do CO2, 5 apresentado na Equação 3. 6

7

8

9 Tabela 4 – Estimativas das emissões NMVOC e CO2 para produção de vidro 10

Estimativas das emissões

Ano NMVOC CO2 CO2

(Gg.ano-1) (tCO2.ano-1) (GgCO2.ano-1)

1990 1,84 40.811 41

1991 2,54 56.447 56

1992 2,93 65.153 65

1993 3,89 86.388 86

1994 3,99 88.695 89

1995 4,63 102.977 103

1996 4,87 108.123 108

1997 5,62 124.814 125

1998 5,31 118.041 118

1999 5,61 124.609 125

2000 5,90 131.024 131

2001 5,78 128.376 128

2002 5,95 132.331 132

2003 6,30 139.933 140

2004 6,24 138.582 139

2005 6,38 141.715 142

2006 6,22 138.299 138

2007 6,44 143.212 143

2008 6,35 141.019 141

11

A Figura 3 abaixo apresenta o resultado das estimativas das emissões 12 atmosféricas do período de 1990 a 2008 para a produção de vidro. 13

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Figura 3 – Estimativas das emissões atmosféricas da produção de vidro 1

Em

issõ

es G

gNM

VO

C

Tempo (ano)

A Figura 4 abaixo, apresenta o resultado das estimativas das emissões de 2 CO2 do período de 1990 a 2008 para a produção de vidro. 3

4 Figura 4 – Estimativas das emissões de CO2 da produção de vidro 5

Em

issõ

es G

gCO

2

Tempo (ano)

As emissões de NMVOC e CO2 sofreram em 2008 aumento de 71% em 6 relação às emissões de 1990. 7

0,00

3,50

7,00

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

EMISSÃO NMVOC

0

80

160

EMISSÃO CO2

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Discussão e Conclusão 1

As estimativas das emissões de NMVOC desse documento não fazem 2 parte dos gases de efeito estufa. Estes gases são poluentes 3 convencionais que foram incluídos no método de inventário do IPCC 4 1996. 5

6

No que diz respeito às emissões de CO2 decorrentes da produção de 7 vidro, o IPCC 2006 passou a apresentar um método para sua estimativa, 8 inexistente nos métodos anteriores. 9

10

Os métodos empregados deixam claro que o aumento das emissões de 11 NMVOC e de CO2 estão diretamente relacionados com o aumento da 12 produção de vidro. Nos dados estaduais, verificou-se uma variação de 13 71% tanto na produção quanto nas emissões, comparando os anos de 14 1990 e 2008. A disponibilidade de dados mais específicos sobre o tipo de 15 processo e as matérias-primas permitiriam a avaliação de possíveis 16 ganhos de eficiência obtidos pelo setor neste período. Na sua ausência, 17 trabalhou-se com a premissa de que a proporção entre produção e 18 emissão se manteve constante. 19

20

A adoção de tecnologias menos poluidoras deve ser incentivada. Fatores 21 de emissão locais devem ser desenvolvidos. 22

23

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Referências 1

ABIVIDRO - Associação Brasileira das Indústrias de Vidro. Disponível em: 2 < http://www.abividro.org.br> em 03 nov 2010a. 3

4

ABIVIDRO - Associação Brasileira das Indústrias de Vidro. Emissões de 5 GEE ABIVIDRO. [mensagem via e-mail] Mensagem enviada por < 6 [email protected]> em 08 out 2010b. 7

8

BRASIL, MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenação-Geral 9 de Mudanças Globais do Clima. Segundo Inventário Brasileiro de 10 Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito E stufa: 11 Relatório de Referência - Emissões de Gases de Efeito Estufa nos 12 Processos Industriais – Produtos Minerais (Parte II) – Produção de Cal 13 Outros Usos do Calcário e Dolomita Produção e Uso de Barrilha. Brasília, 14 DF, 2010. Disponível em: < 15 http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/321034.html> acesso em: 16 14 out 2010. 17

18

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change. Revised 1996 IPCC 19 Guidelines for National Greenhouse Inventories: Wor kbook . Vol.2, 20 Industrial Processes. 1996. 21

22

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change. 2006 IPCC 23 Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories . Vol.3. Chapter 2: 24 Mineral Industry Emissions, 2006. 25

26