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1 Clipping de notícias do dia 06/09/2016 CORREIO BRAZILIENSE (DF) 06/09/2016 SAÚDE Vida longa, e simples, em Acciaroli Estudo mostra como o pequeno vilarejo italiano tem 11,5% da população com mais de 100 anos. Peculiaridades genéticas e produção dos próprios alimentos estão entre os fatores identificados O segredo da longevidade pode estar na rotina simples de um pequeno povoado encravado entre o mar e montanhas ao sul de Salerno, na Itália. Com 700 habitantes, Acciaroli abriga 81 centenários, o equivalente a 11,5% dos moradores. Para se ter uma ideia, no Brasil que, segundo especialistas, passa por um processo de envelhecimento populacional , as pessoas com mais de 100 anos representavam 0,01% da população contabilizada no último Censo, em 2010. Depois de seis meses acompanhando os longevos italianos, cientistas identificaram ao menos três fatores que explicam tamanha divergência estatística: eles levam uma vida ativa, inclusive a sexual, seguem uma dieta equilibrada nutricionalmente e são beneficiados por alguns ajustes genéticos. Uma equipe da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, ajudada por colegas da Universidade La Sapienza de Roma, desembarcou em Acciaroli na última primavera italiana para estudar os habitantes locais. Dos 80 centenários que participaram do estudo, 25 deles com mais de 100 anos de idade, nenhum tinha Alzheimer segundo o Manual Merck de Informação Médica, a doença neurodegenerativa acomete 30% das pessoas com 85 anos ou mais. Os estudiosos também detectaram que esses moradores do povoado apresentavam propensão a quase nunca sofrer de doenças cardíacas e outros males cognitivos. A ausência de um marcador biológico seria, segundo os cientistas, uma das razões da velhice saudável em Acciaroli. Os italianos estudados têm uma concentração menor do vasodilator adrenomedulina no corpo, que “parece agir como um poderoso fator de proteção, favorecendo um desenvolvimento ótimo da microcirculação”, explicaram os autores, em comunicado. A adrenomedulina participa de uma infinidade de funções fisiológicas do metabolismo, desde o controle da frequência cardíaca aos mecanismos de transmissão nervosa. Há, porém, a constatação de taxas altas dessa substância em casos de doenças. O nível pode dobrar, por exemplo, em pacientes com câncer, insuficiência renal e diabetes. Os pesquisadores também analisaram a alimentação dos idosos italianos, conhecidos por seguir a famosa dieta mediterrânea. A baixa ausência de industrializados e o foco em alimentos produzidos pelos próprios moradores chamaram a atenção. “Comemos

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Clipping de notícias do dia 06/09/2016

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

06/09/2016

SAÚDE

Vida longa, e simples, em Acciaroli

Estudo mostra como o pequeno vilarejo italiano tem 11,5% da população com mais de

100 anos. Peculiaridades genéticas e produção dos próprios alimentos estão entre os

fatores identificados

O segredo da longevidade pode estar na rotina simples de um pequeno povoado

encravado entre o mar e montanhas ao sul de Salerno, na Itália. Com 700 habitantes,

Acciaroli abriga 81 centenários, o equivalente a 11,5% dos moradores. Para se ter

uma ideia, no Brasil — que, segundo especialistas, passa por um processo de

envelhecimento populacional —, as pessoas com mais de 100 anos representavam

0,01% da população contabilizada no último Censo, em 2010. Depois de seis meses

acompanhando os longevos italianos, cientistas identificaram ao menos três fatores

que explicam tamanha divergência estatística: eles levam uma vida ativa, inclusive a

sexual, seguem uma dieta equilibrada nutricionalmente e são beneficiados por alguns

ajustes genéticos.

Uma equipe da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, ajudada por colegas

da Universidade La Sapienza de Roma, desembarcou em Acciaroli na última

primavera italiana para estudar os habitantes locais. Dos 80 centenários que

participaram do estudo, 25 deles com mais de 100 anos de idade, nenhum tinha

Alzheimer — segundo o Manual Merck de Informação Médica, a doença

neurodegenerativa acomete 30% das pessoas com 85 anos ou mais. Os estudiosos

também detectaram que esses moradores do povoado apresentavam propensão a

quase nunca sofrer de doenças cardíacas e outros males cognitivos.

A ausência de um marcador biológico seria, segundo os cientistas, uma das razões da

velhice saudável em Acciaroli. Os italianos estudados têm uma concentração menor

do vasodilator adrenomedulina no corpo, que “parece agir como um poderoso fator de

proteção, favorecendo um desenvolvimento ótimo da microcirculação”, explicaram os

autores, em comunicado. A adrenomedulina participa de uma infinidade de funções

fisiológicas do metabolismo, desde o controle da frequência cardíaca aos mecanismos

de transmissão nervosa. Há, porém, a constatação de taxas altas dessa substância

em casos de doenças. O nível pode dobrar, por exemplo, em pacientes com câncer,

insuficiência renal e diabetes.

Os pesquisadores também analisaram a alimentação dos idosos italianos, conhecidos

por seguir a famosa dieta mediterrânea. A baixa ausência de industrializados e o foco

em alimentos produzidos pelos próprios moradores chamaram a atenção. “Comemos

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um monte de peixe, produtos agrícolas que nós mesmos produzimos. Temos nossos

coelhos, nossas galinhas. Todos são produtos da terra”, conta Amina Fedollo, 93,

casada com Antonio Vassallo, que recentemente comemorou os seus 100 anos.

“Basta comer coisas saudáveis”, resume o italiano, ressaltando que o cuidado vale

para um dos principais produtos das refeições de Acciaroli: o azeite de oliva. “Nós

consumimos o que produzimos”, garante.

Além das boas escolhas alimentares, há, segundo os pesquisadores, a possibilidade

de a genética potencializar a dieta desses idosos. Eles teriam um gene que

conseguiria extrair as propriedades benéficas de alguns produtos consumidos

regularmente. “É o caso do alecrim, que melhora as capacidades do cérebro”, ilustra

Alan S. Maisel, professor de medicina cardiovascular na Universidade de San Diego e

integrante do estudo. O cientista também ressaltou que o estudo se baseou em

avançadas análises sanguíneas, envolvendo o DNA e o metabolismo dos

participantes, controle cardíaco e neurológico.

Ativos

Com relação aos hábitos, não há espaço para o sedentarismo. Todos os participantes

do estudo praticavam ao menos uma atividade física diariamente — quase sempre

relacionada aos cuidados alimentares, como pesca e manutenção da horta ou do

jardim. “Muitas dessas pessoas, aparentemente, mantêm uma atividade sexual”,

complementou Maisel. Atividades livres, como caminhadas, também foram

registradas. E com a vantagem de a prática ocorrer em um ambiente calmo e longe da

poluição.

A equipe pretende dar continuidade ao estudo dos idosos de Acciaroli com o intuito de

identificar fatores que favorecem a longevidade e possam ser repetidos em outras

partes do mundo. “O que gostaria de fazer no final é criar um quadro clínico que

estabeleça uma espécie de pontuação que deva ser mantida”, disse Salvatore Di

Somma, professor de medicina da Universidade de La Sapienza. “O projeto não só vai

ajudar a revelar alguns segredos para envelhecer bem, como também vai servir para

unir cientistas de todo o mundo para alcançar um melhor cuidado clínico do

envelhecimento da população.”

Para saber mais

Sorria também

A compatriota Sardenha é classificada como a campeã mundial da longevidade. A

média dos centenários em países desenvolvidos é de 19 a 20 por 100 mil habitantes.

Nessa ilha italiana chega a 24. Um estudo divulgado em 2014 na revista Applied

research in qualifity of life mostra que, além de fatores genéticos e dos hábitos

saudáveis, o bom humor reinante no local interfere na quantidade de anos vividos.

Para chegar à conclusão, Maria Chiara Fastame, pesquisadora da Universidade de

Cagliari, na Itália, e Paul Hitchcott, da Universidade de Southampton Solent, na

Inglaterra, analisaram moradores de Sardenha e de cidades do norte da Itália.

Ao todo, foram entrevistados 191 nativos de Sassari, Bargagia e Ogliastra, na ilha

mediterrânea, e de vilas rurais de Lombardia. Os participantes tinham entre 60 e 99

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anos e estavam mentalmente saudáveis. Foram ajustados fatores como gênero, estilo

de vida, hábitos alimentares e prática de exercícios. Os cientistas descobriram, então,

que a felicidade era uma característica comum entre os longevos habitantes de

Sardenha. Já em Lombardia, onde o percentual de centenários é três vezes menor, os

idosos tendiam a ser mais deprimidos.

À época da divulgação do estudo, a dupla ressaltou que, pelos resultados do trabalho,

não era possível apontar a felicidade como um caminho para a longevidade. Mas há,

segundo eles, fatores a serem considerados. “Acho que uma importante lição que eles

ensinam, e que nossa pesquisa reforça, é que o fortalecimento da autoimagem e da

autoestima pode ser uma importante intervenção psicológica para idosos”, disse

Fastame.

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

06/09/2016

SAÚDE

Vermífugo pode frear a propagação do zika

Um medicamento usado para tratar a tênia pode se transformar em uma ferramenta de

combate à propagação do zika. Comercializada há meio século contra o verme

popularmente chamado de solitária, a niclosamida conseguiu bloquear a propagação

do vírus em células humanas infectadas em laboratório. O estudo foi divulgado

recentemente na revista Nature Medicine. “É uma primeira etapa em direção a um

tratamento capaz de frear a transmissão da doença”, comemorou Hengli Tang,

professor da Universidade do Estado da Flórida, nos EUA, e líder da pesquisa.

A equipe começou o estudo fazendo uma seleção rigorosa entre 6 mil moléculas já

aprovadas nos EUA e que são objeto de testes científicos. “Nos concentramos nas

moléculas mais próximas a uma utilização clínica”, contou Tang. Os estudiosos

chegaram a duas classes de substâncias com resultados animadores: a niclosamida e

a emricasan — usada em tratamentos experimentais para fibrose hepática, ela

impediu a morte das células infectadas. As duas classes de substâncias se mostraram

eficazes antes e depois da exposição ao zika, e com benefícios importantes quando

utilizadas de maneira conjunta.

A niclosamida é bem tolerada pelo organismo humano e não apresenta riscos aos

fetos. As características a tornam um potencial medicamento para evitar a

microcefalia, malformação congênita que pode ser desencadeada pela infeção de

mulheres durante a gravidez. “A niclosamida poderia ser utilizada não só em grávidas,

mas também para reduzir a carga viral entre os homens e as mulheres não grávidas, o

que reduziria a transmissão do zika e poderia, além disso, evitar casos de síndrome de

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Guillain-Barré e de outras complicações entre os humanos”, defenderam os

pesquisadores.

Mais estudos

Mesmo assim, eles não recomendam o uso do vermífugo por grávidas com o intuito de

evitar as complicações do zika vírus. “Ainda não há provas de que a niclosamida seja

eficaz. Estudos com animais seguidos de testes clínicos são necessários”, alertou

Hongjun Song, coautor do estudo. Não prescrita por médicos, a emricasan precisa

seguir as etapas de desenvolvimento de medicamentos até chegar ao uso clínico. “E

isso ainda vai levar algum tempo”, ressaltaram os autores.

Não existe vacina nem tratamento contra o zika, que, em 80% dos casos, provoca

sintomas que passam despercebidos. Quando há complicações, porém, elas podem

ser graves.“Nossas descobertas e as ferramentas que provemos devem fazer avançar

de maneira significativa a pesquisa atual sobre o zika e ter um efeito imediato sobre o

desenvolvimento de tratamentos”, apostam os autores.

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

06/09/2016

CIDADES

Em busca de mais envolvidos

Pelo menos 50 pessoas denunciaram suspeitos na Operação Mister Hyde.

Investigadores apuraram participação de outros médicos, empresários e hospitais

O esquema de fraude de cirurgias articulado por médicos e empresários de órteses e

próteses revelado pela Operação Mister Hyde não descarta o envolvimento de outros

hospitais, empresas e profissionais da saúde, segundo a Polícia Civil e o Ministério

Público do DF. A rede faturou altas cifras, colocando em risco a vida de pacientes —

até ontem, pelo menos 50 pessoas procuraram a polícia. O superfaturamento de

equipamentos, a realização de cirurgias sem necessidade e o uso de produtos

vencidos foram confirmados em escutas telefônicas feitas pela Divisão Especial de

Repressão ao Crime Organizado (Deco). Muitas trazem sequelas irreversíveis por

causa dos procedimentos realizados pela quadrilha. No fim da tarde, policiais e

técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cumpriram novas buscas

na TM Medical — empresa citada no escândalo.

“Minha mãe tem dores intratáveis. Essa máfia trouxe muita dor, revolta e frustração

para a família. Desde que ela ficou assim, ficou depressiva. Eu estou sem trabalhar há

quatro anos para cuidar dela”. O depoimento é de uma bacharel em direito de 30 anos,

filha de uma paciente de 65, operada pelo médico Leandro Pretto Flores, flagrado

como interlocutor de Micael Bezerra Alves em uma conversa para fraudar um

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procedimento. Micael é sócio da TM Medical e é apontado como articulador

operacional do esquema. Ele aparece na maioria das conversas, sempre em contato

com os médicos, vendedores da TM e os hospitais (Leia trechos dos áudios).

Aposentada por invalidez em razão do caso, a servidora pública federal ficou

paraplégica.

Um dos comportamentos adotados pela máfia, de acordo com a investigação do MP,

era o de falsificar os códigos de barra das próteses. Eles colocavam nos prontuários e

relatórios um código referente a um material mais caro, de maior qualidade, quando,

na verdade, implantavam no paciente o mais barato. “Eles sequer falam no nome do

paciente, tratam como objeto. Temos que ver até quem são esses pacientes. Essa

situação, contudo, não pode depender só de denúncia. Punição, crime e norma

administrativa já existem, mas falta que as autoridades responsáveis por essa

regulagem atuem com mais eficiência”, cobrou o promotor de Defesa da Vida (Pró-

vida) Maurício Miranda. Ele completa: “Isso é muito maior do que a gente imagina.”

O delegado adjunto da Deco, Adriano Valente, informou que as vítimas podem

procurar qualquer unidade policial para prestar depoimento. “Trata-se de um esquema

amplo e os investigados não são os únicos”, declarou. Até agora, 13 pessoas foram

presas, sete delas médicos. No último sábado, a Justiça liberou cinco dos envolvidos.

São eles os médicos Henry Campos, Leandro Flores, Rogério Gomes Damasceno e

Wenner Costa Catanhêde e a empresária Mariza Martins. Eles conseguiram habeas

corpus e devem responder ao processo em liberdade.

Fraudes

O médico Leandro Pretto Flores responde a outra ação na 16ª Vara Cível. Para

analisar o processo de uma biópsia no cérebro, o juiz Roque Fabrício Antônio de

Oliveira Viel nomeou Johnny Wesley Gonçalves Martins para o caso. Johnny é

suspeito de ser o gerenciador da organização. Segundo o advogado de Leandro,

Wendell Santana, a indicação não foi do cliente dele. “Em momento algum, o Leandro

indicou Johnny como perito. Ele atua em neurocirurgia e tem um cadastro na Justiça

como perito. O médico que responde ao processo não tem influência sobre isso. Não

tem nenhuma ação, influência nem qualquer outra relação com Leandro”, ressaltou.

A Secretaria de Saúde está em alerta para o desenrolar das investigações da Polícia

Civil e do MP, sobretudo aos indícios de fraudes semelhantes no sistema único de

saúde (SUS). O corregedor da pasta, Rogério Batista Seixas, garante que, por

enquanto, não há confirmações de ilicitudes na rede pública. “Apuramos em

colaboração com a Polícia Civil, apesar de ser um processo sigiloso”, explicou. Após

deflagrar a operação, o órgão buscou o histórico do servidor público citado. Rondinelly

Ropsa Ribeiro, segundo Seixas, não tem “nada que desabone a conduta” na

Secretaria. Rogério ressalta que a equipe está de “sobreaviso” para apurações futuras.

O Correio não localizou as defesas de Micael, Juliano e Edson citados nos áudios. A

assessoria da TM Medical não atendeu as ligações da reportagem.

Governo articula verba para o setor

A carestia nos cofres da Secretaria de Saúde chega a R$ 600 milhões. Em tempos de

crise na saúde e da Operação Drácon, o Executivo articula aportes com a Câmara

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Legislativa para atenuar o deficit. Na semana passada, os distritais destinaram

emendas para o Fundo de Contingência do GDF. Para a saúde, o complemento atinge

R$ 98 milhões. A receita será aplicada em três áreas sensíveis: aquisição de

medicamentos, pagamento de empresas terceirizadas e manutenção de

equipamentos. O recurso faz parte de 146 emendas aprovadas pelos deputados no

último dia 30, como parte do Projeto de Lei nº 1.193/2016, de autoria do Palácio do

Buriti.

O foco do Executivo é garantir a continuidade de serviços básicos. Estão em falta 93

dos 850 medicamentos fornecidos pelo governo — 11% do total. O valor para o

abastecimento total é de cerca de R$ 270 milhões. Para a realização total dos

equipamentos, que hoje possui 21% de cobertura contratual, o governo necessita de

cerca R$ 80 milhões por ano. A Secretaria de Saúde não soube precisar a dívida atual

com empresas terceirizadas de serviços como limpeza, alimentação e segurança.

O diretor do Fundo de Saúde do DF, Arthur Luis Pinho de Lima, diz que o recurso,

apesar de insuficiente para cobrir os gastos, diminui o deficit da pasta. “Qualquer

recurso vai facilitar o fechamento do ano”, comemora. O Executivo tem até 15 dias

para analisar tecnicamente o projeto e sancionar a matéria. Durante esse período, a

Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão verifica “se a proposta está em

conformidade com o Plano Plurianual (PPA) de 2016 a 2019 e com a legislação

vigente”.

A realocação será feita por meio de decreto de orçamento suplementar de áreas

específicas, ou seja, o Executivo é quem decide onde o dinheiro será aplicado,

diferentemente do que ocorreu com as sobras orçamentárias de 2015, usadas no

pagamento de dívidas do GDF com empresas de UTIs — o que desencadeou a

Operação Drácon, que apura suposta cobrança de propina após as denúncias da

deputada Liliane Roriz (PTB). Interlocutores do Palácio do Buriti tentam convencer os

distritais a destinarem mais dinheiro para o Fundo de Contingência. Entretanto, os

parlamentares estão arredios devido à instabilidade política agravada pelo escândalo

UTIgate. (OA)

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

06/09/2016

CIDADES

A suspeita sessão da emenda

Notas taquigráficas apreendidas por investigadores mostram como os distritais se

comportaram durante a reunião que definiu a liberação do aditivo para pagamento de

dívidas do governo com UTIs e que teria sido negociada em troca de propinas

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Na segunda etapa da Operação Drácon, realizada na última sexta-feira, os

investigadores apreenderam notas taquigráficas e o áudio da sessão da Câmara

Legislativa realizada em 8 de dezembro de 2015. Na data, os deputados distritais

aprovaram o Projeto de Lei nº 811/2015, com a apresentação da emenda que teria

sido supostamente negociada com empresários em troca de propina. O Correio teve

acesso às declarações dos parlamentares durante essa sessão. O documento está

nas mãos de promotores do Ministério Público e de policiais da Delegacia de

Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e deve ser usado como prova

nas investigações.

O PL 811/2015, de autoria do Poder Executivo, foi protocolado na Câmara em 7 de

dezembro de 2015. O texto previa a abertura de crédito suplementar ao orçamento no

valor de R$ 18 milhões, para o pagamento de atividades de limpeza urbana. Era

considerado importante para garantir o salário de funcionários do Serviço de Limpeza

Urbana. No dia seguinte, o projeto foi lido em plenário e aprovado em dois turnos.

O projeto não estava na pauta e a inclusão do PL na lista de propostas a serem

votadas naquela sessão veio do deputado distrital Júlio César (PRB). Na época, ele

era líder do governo. O parlamentar é um dos investigados no esquema, assim como a

presidente afastada da Casa, Celina Leão (PPS), e os distritais Bispo Renato (PR),

Raimundo Ribeiro (PPS) e Cristiano Araújo (PSD).

A votação do texto ocorreu com a presença de funcionários do SLU, que

acompanharam a sessão para pressionar os deputados pela aprovação do texto. O

projeto de lei recebeu a apresentação de oito emendas durante a sessão. Uma delas,

a emenda aditiva 8, é o principal alvo da Operação Drácon. Com esse dispositivo

incluído na proposta, os distritais realocaram R$ 31 milhões de sobras orçamentárias

da Câmara para o pagamento de dívidas com empresas de UTI.

O deputado Agaciel Maia (PR), presidente da Comissão de Economia, Orçamento e

Finanças, pediu aos colegas que não apresentassem emendas para agilizar a redação

final do projeto do SLU. “Gostaria de contar com a compreensão dos nobres

deputados no que diz respeito à apresentação de emendas a este projeto do SLU.

Então, eu pediria a compreensão dos parlamentares para que deixassem para

apresentar as emendas em outro crédito que temos aí. Ao apresentar emendas a esse

projeto, vamos (...) atrasar o encaminhamento à sanção do governador”, justificou

Agaciel.

O deputado Cristiano Araújo não gostou do entendimento do colega. “Respeito a

posição do relator, mas são detalhes. A gente vai dispensar a redação final, não vai

atrasar a votação. É para acomodar os interesses políticos”, argumentou Cristiano, em

defesa da inclusão de emendas. Diante da controvérsia, a então presidente da Casa,

Celina Leão, optou por votar o texto em primeiro turno sem emendas e deixou para

incluir os apêndices no segundo turno. O deputado Wasny de Roure (PT) reclamou do

fato de a proposta não ter tramitado nas comissões. “Ajudaria muito que o governo

encaminhasse os próximos com certa antecedência.”

Presidente

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No momento da votação do PL 811/2015 em primeiro turno, quem presidia a sessão

era a então vice-presidente, Liliane Roriz (PTB). A parlamentar denunciou o episódio

da suposta cobrança de propina pela inclusão da emenda e, em 8 de dezembro, já

tinha conhecimento de possíveis irregularidades na inclusão. “Os deputados que

aprovam o projeto permaneçam como estão. Os que forem contrários queiram

manifestar-se”, disse Liliane. “O projeto está aprovado com a presença de 22

deputados”, declarou a parlamentar naquela sessão.

No mesmo dia, às 19h15, foi aberta uma sessão extraordinária, durante a qual o PL foi

votado em segundo turno. Os distritais apresentaram oito emendas, entre elas, a que

destinou R$ 31 milhões para o pagamento de dívidas de UTIs. Em nenhum momento

da votação, a finalidade da emenda foi detalhada. A única explicação dada na sessão

foi a de que a medida cancelava recursos da Câmara Legislativa e suplementava

“rubricas da mesma instituição”. O parecer veio pelo acolhimento de todas as

emendas e o texto teve a aprovação dos 18 deputados presentes no segundo turno.

Para saber mais

Arquivos apagados

A segunda fase da Operação Drácon, realizada na última sexta-feira, foi autorizada

pelo relator do processo no Tribunal de Justiça, desembargador José Divino. Os

agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e os

promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

do Ministério Público cumpriram mandatos de busca e apreensão em vários gabinetes

da Câmara Legislativa. Eles apuram o sumiço de provas e tentativas de ocultar crimes.

Ao menos 54,2 mil arquivos foram apagados de computadores da Casa.

JORNAL DE BRASÍLIA (DF)

06/09/2016

POLÍTICA & PODER

Ministério da Saúde quase dobra valor de licitação

com aditivos

A licitação para organizar a 15ª Conferência Nacional da Saúde não deveria ter

continuado após a desistência da empresa vencedora, que já tinha assinado o

contrato. Conforme mostrou o Jbr. ontem, a Kaza Prestação de Serviços e Eventos

Eireli voltou atrás uma semana antes do início do evento, realizado entre 1º e 4 de

dezembro de 2015.

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Tanto participantes do certame quanto especialistas acreditam que o correto era o

Ministério da Saúde, responsável pelo pregão, ter cancelado a concorrência e

convocado outra em caráter emergencial.

“Se isso não aconteceu, eu vejo como uma irregularidade”, aponta o advogado

especializado em direito administrativo, Leonardo Chagas, da Raul Canal Advocacia.

Ele ressalva, porém, que isso ainda não seria o suficiente para caracterizar crime de

improbidade administrativa. “Pode ser o bastante para punir o servidor responsável.

Talvez o TCU até pudesse anular”, explica.

Como agravante, um empresário que participou da concorrência reclamou de ter sido

enganado por representantes do Ministério. Como a nova empresa responsável pela

realização do evento teria de organizar tudo em questão de uma semana, os preços

cobrados pelas prestadoras de serviço ficariam mais caros devido à urgência.

Segundo o empresário, que preferiu não se identificar, ao consultar o Ministério ele

ouviu a resposta de que não haveria reequilíbrio financeiro, prerrogativa da lei 8.666

que cobre justamente situações como esta.

“Eu perguntei se haveria esse reequilíbrio por conta disso, e eles disseram que não.

Coloquei meu lance lá na casa dos R$ 6 milhões, já prevendo os gastos maiores, mas

a empresa que ganhou colocou um valor bem abaixo do meu e depois ganhou o

reequilíbrio, recebendo quase o mesmo, senão mais, do que eu havia proposto”,

indigna-se.

Sem equilíbrio

A empresa Fullbless, que ganhou a licitação após a desistência da Kaza, recebeu R$

1,8 milhão a título de reequilíbrio financeiro do Ministério da Saúde em 17 de fevereiro

deste ano.

Ela levou a concorrência em novembro com lance de R$ 4,5 milhões. Com o

reequilíbrio, o valor saltou, então, para R$ 6,3 milhões, similar ao proposto pelo

empresário que preferiu não se identificar. Com os outros aditivos pagos pela pasta

este ano, o total recebido pela Fullbless foi cerca de R$ 7,7 milhões, quase o valor

inicial do pregão, lançado a R$ 8,1 milhões.

Saiba mais

A 15ª Conferência Nacional da Saúde (CNS) aconteceu entre 1º e 4 de dezembro no

Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O evento reuniu cerca de 5 mil pessoas

ligadas à área de Saúde.

A proposta vencedora da primeira concorrência foi de R$ 3,8 milhões, bem abaixo dos

R$ 8,1 milhões iniciais lançados pelo Ministério para começar a licitação. Com a

desistência da vencedora, a Kaza, a Fullbless assumiu o posto com uma proposta de

R$ 4,5 milhões.

Existem punições e multas previstas em lei para desistências como a da Kaza, mas

apenas a impossibilidade de participar de outros certames da pasta parece ter sido

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aplicada à empresa. Ministério Público Federal, Cade e Polícia Federal informaram

não ter conhecimento do caso.

Informações confundem participantes

Durante a reunião de reconvocação entre as empresas participantes do pregão e o

Ministério da Saúde, em 24 de novembro, a coordenadora-geral de Patrimônio e

Eventos da pasta, Marilusa Cunha da Silveira, veiculou algumas informações, vistas a

princípio, como inverídicas .

Segundo a coordenadora, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal

acompanhavam a realização do certame devido à desistência de última hora da Kaza.

A reportagem do JBr. entrou em contato com ambos os órgãos e eles informaram

desconhecer qualquer pedido de abertura de inquérito ou investigação a respeito do

pregão.

A reconvocação deveria servir para as empresas “readequarem suas propostas”,

dando a impressão de que seria uma nova concorrência. Na prática, porém, apenas foi

seguida a ordem dos lances mais baixos, estabelecida ainda no primeiro certame.

“Como a gente atropela uma licitação? Isso é ato ilegal. Atualizem suas propostas. É

isso que dá para fazer dentro do que o TCU está nos orientando”, afirmou, na ocasião.

Ela ainda reafirma que os valores praticados seriam os mesmos da primeira

concorrência, sem mencionar a possibilidade de reequilíbrio. O Ministério da Saúde se

absteve de comentar a situação.

FOLHA DE SÃO PAULO (SP)

06/09/2016

COLUNISTAS

Por que os casos de microcefalia seguem

concentrados no Brasil?

Cláudia Collucci

Por que o Brasil, mais especificamente a região Nordeste, continua líder absoluto nos

casos de microcefalia e outras alterações cerebrais? Quais outros fatores estão

contribuindo para esse cenário além do vírus da zika? Um ano depois do início da

epidemia de má-formações ligados ao zika, essas perguntas seguem sem respostas.

Em encontro do comitê emergencial da OMS (Organização Mundial da Saúde), que

terminou sexta em Genebra, as autoridades de saúde se mostraram intrigadas e

dizem que as explicações ainda precisam se desvendadas.

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Vários estudos estão em andamento para estabelecer se existem ou não outros

aspectos envolvidos. "Há enormes variações e precisamos responder à pergunta: isso

ocorreu simplesmente porque o vírus atingiu a população em um outro momento, e há

apenas um lapso de tempo? Estamos apenas aguardando que as complicações

apareçam? Ou outros fatores contribuem fazendo com que, em uma parte do mundo,

a doença resulte em maiores complicações do que em outra?", indagou o diretor do

comitê, o médico David Heymann.

Segundo o último boletim da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), até

agosto foram confirmados 1.845 casos de bebês nascidos com más-formações no

Brasil, em uma população de 206 milhões. A Colômbia, segundo país a registrar maior

incidência de más-formações congênitas, tem 29 casos confirmados em uma

população de 47 milhões.

Em uma conta simples, o Brasil tem população cerca de 4,3 vezes maior do que a do

vizinho, mas registra 63 vezes mais casos de más-formações. Diversas teorias

procuram explicar a razão dos altos índices de microcefalia observados

particularmente no Brasil, mas até o momento nenhuma é conclusiva.

Até o início deste ano, o argumento mais usado se resumia a uma questão de tempo.

Logo, a microcefalia atingiria altos números no Brasil todo e em outros países. Isso

não aconteceu.

Entre as hipóteses para a discrepância estão a cepa (linhagem) do vírus, o lapso do

tempo desde o início da epidemia, a interação com outras doenças e as condições

socioeconômicas. Na reunião da OMS debateu-se, por exemplo, se a versão do zika

que provocou a epidemia no Brasil (de origem asiática) seria mais perigosa do que a

cepa africana. Isso está agora sendo investigado.

Também é saber quantas pessoas foram de fato infectadas pelo zika. Por exemplo, se

80% da população do Nordeste já tiver sido infectada, os números de microcefalia

fariam sentido. "Mas, se menos de 2 milhões tiverem sido infectados, ainda haveria

muitos milhões (de pessoas vulneráveis). Aí a doença ficaria muito mais complicada

do que parece", explicou o virologista Paulo Zanotto, em entrevista ao G1.

Há estudos investigando aspectos genéticos, alimentares e de contaminação

ambiental. O desafio dos cientistas não é apenas definir quais cofatores impactaram a

má-formação dos bebês, mas também avaliar a interação entre eles. Por exemplo, no

Nordeste, há uma prevalência de dengue muito mais alta do que no resto do Brasil,

cerca de 80% da população já teve a doença. Alguns estudos mostraram que isso

pode ser um fator de risco.

A pobreza também está sendo estudada como possível cofator. A maioria das famílias

com bebês com microcefalia vivem em regiões com índice de desenvolvimento

humano (IDH) muito baixo. Isso significa que podem estar expostas à má nutrição ou à

exposição a outras doenças.

Essas respostas são urgentes e os governos não devem medir esforços para buscá-

las. Logo o verão estará aí de novo e, com ele, uma provável nova onda de

nascimentos de bebês com microcefalia e outros danos cerebrais. Em termos de

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prevenção, pouco avançamos. Nos bolsões de pobreza, as mulheres continuam sem

repelente, sem saneamento e sem métodos anticoncepcionais eficazes.

O GLOBO

06/09/2016

SAÚDE

Poluição do ar afeta o cérebro e pode contribuir para

o Alzheimer

Pela primeira vez, pesquisa encontra nanopartículas de poluentes em tecido cerebral

RIO — A poluição do ar é apontada como vilã para doenças doenças cardíacas e

respiratórias, mas seus efeitos sobre o organismo humano podem ser ainda mais

profundos, incluindo o desenvolvimento do Alzheimer. Pela primeira vez,

pesquisadores encontraram pequenas partículas metálicas, oriundas de poluentes, no

cérebro humano.

— Nossos resultados indicam que nanopartículas de magnetita na atmosfera podem

entrar no cérebro humano, onde elas podem apresentar riscos para a saúde humana,

incluindo condições como a doença de Alzheimer — afirmou a professora Barbara

Maher, da Universidade Lancaster, no Reino Unido, e coautora de estudo publicado

nesta segunda-feira na “Proceedings of the National Academy of Sciences“.

Os pesquisadores analisaram tecidos de 37 indivíduos, entre 3 e 92 anos, que viveram

em Manchester, na Inglaterra, ou na Cidade do México, capital mexicana conhecida

pelos altos níveis de poluição atmosférica. De acordo com Barbara, as nanopartículas

de magnetita são tóxicas e implicadas na produção de radicais livres no cérebro, o que

está associado ao surgimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

As nanopartículas foram identificadas por meio de análise espectroscópica. Diferente

de partículas angulares, que poderiam ser formadas naturalmente, a maior parte delas

era esférica, com diâmetro de até 150 nanômetros e superfícies fundidas,

características de formação em altas temperaturas, como na combustão de motores e

queimadas.

As nanopartículas esféricas de magnetita normalmente eram acompanhadas por

outros metais, como platina, níquel e cobalto.

— As partículas que encontramos são muito semelhantes àquelas abundantes na

poluição atmosférica de espaços urbanos, especialmente perto de ruas

movimentadas, formada pela combustão ou aquecimento por fricção de motores e

freios de veículos — disse Barbara.

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Relatório divulgado em maio deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

aponta que 80% da poluição urbana global está exposta a poluentes em quantidade

superior ao recomendado. E partículas menores que 200 nanômetros são pequenas o

suficiente para entrar no cérebro diretamente pelo nervo olfatório, que capta o ar

respirado.

— Esta descoberta abre caminho para um novo ramo de pesquisas sobre a

possibilidade de fatores de riscos ambientais para diferentes doenças no cérebro —

disse David Allsop, pesquisador sobre Alzheimer da Universidade Lancaster e coautor

da pequisa.

G1

06/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Menstruar e ter menopausa mais tarde aumentam

chance de viver até os 90

Estudo avaliou dados de 16 mil mulheres, acompanhadas por 21 anos. Menstruar com

12 e ter menopausa com 50 ou mais aumentam longevidade.

Mulheres que têm o início da menstruação e da menopausa mais tarde na vida têm

mais chances de chegar aos 90 anos, segundo um estudo da Universidade da

Califórnia em San Diego.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores avaliaram dados de cerca de 16 mil

mulheres que participam da pesquisa Women's Health Initiative (WHI), iniciativa para

estudar mulheres na fase pós-menopausa. Elas foram acompanhadas por 21 anos.

A pesquisa concluiu que as mulheres que começaram a menstruar mais tarde tiveram

menos risco de desenvolver alguns problemas de saúde, como doenças coronarianas.

Além disso, aquelas que entraram na menopausa mais tarde tiveram mais chances de

apresentar uma saúde excelente.

Mulheres com esse perfil também apresentaram menor probabilidade de serem

fumantes ou terem um histórico de diabetes. "Fatores como o fumo podem danificar o

sistema cardiovascular e os ovários, o que pode resultar em uma menopausa precoce.

Mulheres com menopausa tardia e uma vida reprodutiva mais longa podem ter um

risco diminuído de doenças cardiovasculares, diz Aladdin Shadyab, um dos autores do

estudo.

"Nosso estudo descobriu que mulheres que começaram a menstruar com 12 anos ou

mais e entraram na menopausa, tanto naturalmente quanto cirurgicamente, com 50

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anos ou mais e tiveram mais de 40 anos de vida reprodutiva tiveram chances maiores

de viver até os 90 anos", afirmou Shadyab.

Os resultados da análise foram publicados no fim de julho na revista médica

"Menopause".

No vídeo, a ginecologista Ana Lúcia Beltrame comenta sobre o impacto da

menstruação na saúde da mulher.

SES/DF

06/09/2016

NOTÍCIAS

Vacinação antirrábica na área urbana do DF começa

esta semana

A campanha ocorrerá nos dias 10 e 17 de setembro.Expectativa é de aplicar 240 mil

doses da vacina

BRASÍLIA (6/10/16) - Depois do recorde de vacinação antirrábica alcançado nas zonas

rurais do Distrito Federal em agosto desse ano, com mais de 32 mil animais

vacinados, a Secretaria de Saúde do DF está com tudo preparado para a área urbana.

Serão duas etapas, nos dias 10 e 17 de setembro, com a meta de aplicar 240 mil

doses de vacina contra a raiva, em cães e gatos a partir de 3 meses. As vacinas serão

disponibilizadas em mais de 1.640 postos, das 9 às 17 horas, com a mobilização de

2.500 pessoas, entre profissionais de saúde e militares.

"Podem ser vacinados cães e gatos mesmo que estejam prenhes ou amamentando.

Os animais devem ser levados por pessoas adultas, sempre conduzidos na guia, com

focinheira no caso dos mais agressivos, ou em caixa de transporte apropriada", orienta

Laurício Monteiro da Cruz, médico veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, que

conclama a população "a continuar comparecendo aos postos e manter a raiva longe

do DF", que teve os últimos casos registrados em cães e gatos nos anos 2000 e 2001,

respectivamente.

No dia 10 a vacinação acontecerá na Asa Norte, Asa Sul, Candangolândia, Cruzeiro,

Jardim Botânico, Itapoã, Lago Norte, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Park

Way, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho I e II, Sudoeste, Varjão, Águas Claras,

Vicente Pires e área urbana da Fercal. No dia 17 será a vez de Ceilândia, Brazlândia,

Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Santa Maria, Taguatinga,

Estrutural, Guará I e II.

Na vacinação antirrábica de 2016 a SES/DF está promovendo uma grande

mobilização e, para a realização das duas etapas da área urbana, buscou parcerias

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com a Secretaria de Agricultura do DF, as Forças Armadas, Universidade de Brasília

(Unb), faculdades de medicina veterinária, como Uniceub, Faciplac, Icesp, Upis e

Unidesc, que apoiaram com a cessão de profissionais do setor. Os postos fixos de

vacinação estarão localizados em centros de saúde, núcleos de inspeção sanitária,

escolas, comércios, postos policiais e outros estabelecimentos.

DOENÇA – A raiva pode ser transmitida para o homem pela introdução do vírus

presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente por meio de

mordida. A doença tem 100% de letalidade. "Existem apenas seis casos de cura da

raiva no mundo", frisou Laurício Monteiro.

Os cães, gatos e os mamíferos silvestres, como morcegos e raposas, são

considerados os animais de alto risco para transmissão do vírus da raiva humana.

ESTATÍSTICA – Estima-se que, anualmente, a rede pública de saúde do DF atenda

15 mil vítimas de agressão de animais domésticos, como cães e gatos. A orientação

do veterinário da Vigilância Ambiental, Laurício Medeiros, é que a pessoa mordida lave

imediatamente o ferimento com água e sabão em barra, procure o centro de saúde

mais próximo e comunique ao Disque Saúde (160).

No caso do animal com suspeita de raiva ou infectado, ele deverá ficar em observação

por dez dias, em local seguro, recebendo água e comida normalmente. Durante este

período, verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva.

Em seres humanos, o tempo entre a infecção e o aparecimento da doença varia entre

7 e 10 dias. Entre os sintomas, estão convulsão, febre baixa, perda de função

muscular, excitabilidade, agitação e ansiedade.

SES/DF

06/09/2016

NOTÍCIAS

Cerpis de Planaltina promove Oficina de Saúde

Evento integra programa Virada do Cerrado com foco em ações sustentáveis

O Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis) de Planaltina está

participando ativamente do programa Virada do Cerrado 2016 – uma ação

colaborativa para mobilizar a sociedade na promoção de atividades socioambientais,

educativas, esportivas e culturais. Com a realização da Oficina de Promoção a Saúde,

dia 8 de setembro, na Tenda do Cerpis, ao lado do Hospital Regional de Planaltina,

será incentivado o uso sustentável dos parques da cidade e ensinadas práticas

integrativas e de automassagem.

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"Os recursos naturais, sua preservação e desfrute fazem parte das determinantes

sociais da saúde. Planaltina tem nove parques distritais e mais a Estação Ecológica

das Águas Emendadas, com grande potencial de contribuir para a melhoria da saúde

da população. De modo semelhante, a cultura e a história dos territórios também são

importantes fatores para a promoção da qualidade de vida", avaliam os organizadores

do evento.

Nesse ano, o Cerpis estabeleceu ampla parceria com a Secretaria do Meio Ambiente,

Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Secretaria de Educação, Instituto Federal de

Brasília, Administração Regional de Planaltina, Secretaria de Estado do Trabalho,

Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito

Federal (Sedestmidh) e entidades comunitárias.

PROGRAMAÇÃO:

Oficina de Promoção da Saúde

8 h - Práticas Integrativas com Automassagem e Danças Circulares.

9 h - Verso e lanche saudável compartilhado. Trazer frutas e copo permanente para

chá e água.

9:15 h - O mapeamento dos 9 Parques Distritais no território de Planaltina, com

William Araújo, Agente de Unidade de Conservação do Parque Sucupira.

9:30 h - Ecomuseu da Pedra Fundamental, com o Professor Robson Eleutério.

9:45 h - Roda de Conversa.

10:30 h - Encerramento.

Local: Tenda do CERPIS (ao lado do Hospital Regional de Planaltina)

Informações: 3388-9678

Entrada Franca

OUTROS EVENTOS DA VIRADA DO CERRADO EM PLANALTINA:

Dia 07/09/2016

Visita ao Ecomuseu da Pedra Fundamental - Concentração a partir das 8 horas na

praça do Museu Salviano Guimarães, com diversas atividades.

Às 15 horas, haverá um ônibus saindo do CERPIS para o Ecomuseu, com volta

prevista para as 18 horas.

Dia 10/09/2016

Encontro no Parque Sucupira, das 8 horas ao meio-dia.

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METRÓPOLES

06/09/2016

SAÚDE

Máfia das Próteses orientava pacientes a mentir

para planos de saúde

Intercepção telefônica mostra que secretária presa na Operação Mister Hyde ligou

para paciente sugerindo que ela confirmasse ao convênio que havia passado por um

procedimento que não tinha sido feito. Em outro áudio, sócio e vendedora da TM

Medical ficam preocupados depois que um dos planos passou a exigir a apresentação

dos lacres que vedam as caixas dos materiais

Pressionar pacientes e a administração de hospitais para faturar cada vez com a

venda de materiais usados em cirurgias. As investigações feitas pela Polícia Civil e

pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) mostram que essa era forma que

a Máfia das Próteses agia para alavancar o esquema que pode ter rendido R$ 30

milhões aos envolvidos.

Em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil durante as investigações que

deram origem à Operação Mister Hyde, pessoas ligadas à empresa TM Medical, que

estaria envolvida no esquema criminoso, usam subterfúgios para escoar Órteses,

Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) desnecessários.

Em um dos áudios, a secretária de um médico é flagrada orientando uma paciente a

mentir para o plano de saúde sobre um procedimento que não havia sido feito. Em

outro, um dos sócios da TM Medical, Micael Bezerra Alves conversa com Danielle de

Oliveira, uma das vendedoras da empresa, sobre como iriam burlar a auditoria de um

dos planos de saúde.

Na interceptação, os dois ficam preocupados depois que um dos planos passou a

exigir a apresentação dos lacres que vedam as caixas dos materiais. "Eles (o plano)

querem saber o que a gente tá abrindo. Um adesivo qualquer eles não estão

aceitando, sabe por que? Como você vai abrir uma caixa da Razek e colocar o lacre

da Esculápio (símbolo da medicina)?", questiona Micael. O grampo revela que a Máfia

das Próteses faz a cotação de um determinado material, mas outro completamente

diferente - e mais barato - é usado nas cirurgias.

Orientação para mentir

Em outro áudio, a polícia flagrou a conversa de Naura Rejane Pinheiro, secretária do

médico Henry Campos - que foi preso e libertado na última sexta-feira (2/9) -, tentando

convencer uma paciente a mentir sobre um procedimento médico que nunca havia

sido feito.

Naura, uma das pessoas presas na operação deflagrada na última quinta-feira (1º/9),

liga para a paciente alertando que ela deveria receber uma ligação do plano de saúde.

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"Se o plano ligar, a senhora deve dizer que fez uma infiltração no consultório", diz a

secretária. Em seguida, a paciente rebate: "Eu não minto, não". Pressionada, Naura

ameaça a paciente dizendo que, caso não simule que havia feito o procedimento, o

processo para a realização da cirurgia iria zerar e todas as etapas precisariam ser

feitas novamente.

A intercepção mostra que, mesmo com toda dificuldade, a paciente não iria mentir

para o plano de saúde, caso alguém ligasse para confirmar a informação. Sem

alternativa, Naura acaba orientando a mulher ligar para o médico Henry Campos para

avisá-lo de que não falaria sobre a realização de uma infiltração que não fora feita.

Henry conseguiu habeas corpus na Justiça na sexta-feira (2), um dia depois de

deflagrada a operação pela Polícia Civil e o MPDFT. Também foram colocados em

liberdade os médicos Rogério Gomes Damasceno, Wenner Costa Catanhêde e

Leandro Flores, além de Mariza Martins, que seria sócia da TM Medical .

Material recolhido na TM Medical nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (5), a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) ouviu

três pessoas que podem ser vítimas da Máfia das Próteses. Foram recolhidos mais

materiais na TM Medical, que serão analisados. A Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa) deu apoio à ação, para ver se encontrava na empresa materiais

vencidos. Desde quinta, pelo menos 50 pessoas procuraram a delegacia para fazer

denúncias contra os envolvidos no suposto esquema . A Polícia Civil não descarta a

participação de mais hospitais.

A TARDE (BA)

06/09/2016

SAÚDE

Teste rápido para a febre chikungunya é liberado

pela Anvisa

Um teste rápido, barato e prático para detectar febre chikungunya obteve ontem

registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Desenvolvido pela Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento

Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma), laboratório

público do estado, o teste já está liberado para produção e distribuição.

Em 2016,46.778 casos suspeitos da doença foram notificados na Bahia. De acordo

com o secretário da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Fábio Vila-Boas, o dado

revelou a importância de um exame que pudesse ser distribuído gratuitamente.

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"Já havia testes de empresas privadas, mas esse é o primeiro de laboratório oficial,

com a possibilidade de distribuição ao Sistema Único de Saúde (SUS)", disse.

O secretário informou que, até dezembro, o SUS poderá identificar as três principais

arboviroses que acometem o país: zika, chikungunya e dengue.

Com uma ou duas gotas de sangue, soro ou plasma do paciente, é gerada uma

reação capaz de detectar a doença com 95% de precisão em 20 minutos. Além disso,

o teste pode ser feito nos primeiros dias de infecção, o que auxilia no diagnóstico

rápido da enfermidade.

Para o diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, o custo do exame é um fator

positivo. "Para adquirir por vias privadas, o gasto seria por volta de R$ 50 por reação.

O custo do nosso teste varia de RS 25 a R$ 35", disse. Segundo ele, seria complicado

para o estado fornecer o exame à população devido ao alto valor.

Registro Com registro publicado ontem no Diário Oficial da União, o teste já pode ser

adquirido por qualquer ente público do país. Além do exame de zika e chikungunya, já

aprovados pela Anvisa, tramita na agência a aprovação e liberação de

comercialização do exame rápido para dengue.

Em nota, a agência informou que o processo de registro inclui diversas etapas, e m

que a empresa deve apresentar documentos comprobatórios da eficácia do produto e

outros que atestem a capacidade do laboratório de produzir, com qualidade, 0 exame

proposto.

O prazo para concessão dos registro é variável. Após 0 envio da documentação, a

Anvisa realiza uma análise, podendo fazer novas exigências. O diretor-presidente da

Bahiafarma destacou o protagonismo que o laboratório vem conquistando no mercado

da saúde.

"Em menos de um ano, a Bahiafarma terá testes para as três arboviroses", frisou.

Cerca de 315 municípios baianos já registraram casos de chikungunya. Itabuna,

Itaberaba, Jaguarari e Cansanção concentram 41,75% das notificações.

Indivíduos que residem ou visitaram áreas atingidas devem prestar atenção aos

sintomas. Em caso de febre maior que 38,5° C, dor aguda nas articulações,

acompanhada ou não de edemas (inchaços), é necessário buscar auxílio médico.

O ESTADO DO MARANHÃO (MA)

06/09/2016

SAÚDE

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32 milhões de crianças podem ter problema de

audição

Pais e professores são fundamentais na identificação de mudanças de comportamento

e dificuldades ainda na infância para detecção precoce da perda da audição

São Paulo - O baixo rendimento escolar, a troca de sílabas durante a pronúncia das

palavras e a aparente timidez nem sempre querem dizer que a criança não quer

estudar. Talvez, ela pode não estar escutando perfeitamente. Segundo dados mais

recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 milhões de crianças vivem com

alguma perda auditiva incapacitante.

Ainda na infância alguns sinais podem surgir, porém são ignorados por alguns pais e

professores devido a falta de informação. Ao observarem o comportamento e a falta

de respostas dos pequenos, os cuidadores contribuem para um diagnóstico mais

rápido, evitando assim o comprometimento do aprendizado intelectual e cognitivo.

A OMS afirma que 60% das perdas auditivas em crianças são prevenidas. Dentre os

principais problemas, 40% são fatores genéticos, 31% surgem por infecções (rubéola,

meningite, sarampo, otites, caxumba) e 17% são causas relacionadas ao parto

(prematuridade, baixo peso ou complicações durante o nascimento). Em pesquisa

recente, realizada pela MED-EL, empresa austríaca líder mundial no mercado de

soluções auditivas, em cinco capitais identificou-se que 12% dos entrevistados

acredita que as otities sejam responsáveis pela perda auditiva, 11% acham que pode

ser problemas hereditários e 6% atribuem às infecções.

Para o Fayez Bahmad Jr., Médico Otorrinolaringologista e Professor da Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, a observação deve ser constante e,

ao primeiro sinal, é preciso buscar auxílio médico. "Desde recém-nascido até a fase

escolar, recomendamos que os pais vejam como seus filhos respondem aos estímulos

durante as conversas, brincadeiras e interações, porque o retorno indicará se existe ou

não alguma anormalidade. Em relação aos professores, é importante que fiquem

atentos quando o aluno demonstra uma distração recorrente, não responde, aparenta

tristeza e fica muito sozinho. Algumas vezes, o isolamento social passa a ser encarado

como timidez e as baixas notas como desinteresse, e na verdade, é um sinal que o

aluno não está ouvindo bem e por isso assimilando as informações".

A pesquisa MED-EL mostrou ainda que 48% dos participantes saberia reconhecer os

sintomas em crianças devido à falta de contato visual, o isolamento, o volume alto da

TV/outros dispositivos e dificuldades de aprendizagem. Identificou-se que quando o

adulto possui conhecimento sobre a perda auditiva, ele observa mais o

comportamento da criança.

Contudo, o resultado aparentemente positivo, ainda é um índice muito baixo se

comparado com o número de casos sem diagnóstico. Um modo para agir de forma

preventiva é a realização do exame da orelhinha que identifica anormalidades em

estágio inicial. No Brasil, desde 2010, todos os hospitais e maternidades são

obrigados a realizar o exame gratuitamente em recém-nascidos.

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No caso de crianças maiores, um vilão da perda auditiva tem sido o uso demasiado de

fones de ouvido em alto volume, recorrente devido aos tablets e smartfones. O

especialista alerta ainda que, o grau de perda auditiva pode ser desde leve a profundo

e quanto maior a gravidade, maior será o impacto.

Os estágios da falta de audição na infância podem ser:

Leve - dificuldade para ouvir e entender quando se fala baixo ou a uma certa distância;

Moderado - não consegue ouvir a fala normal e a curta distância;

Intenso - ouve somente conversas mais fortes e sons mais intensos no ambiente;

Profundo - percebe os sons fortes como se fossem apenas vibrações.

Soluções

A pesquisa MED-EL mostrou ainda que 63% dos pais procurariam um especialista se

identificasse alguma anormalidade em seus filhos recém-nascidos. Além da ida

ao médico, o restante sinalizou que teria o sentimento de pena, superproteção, tristeza

e susto após a descoberta.

Os especialistas alertam que quando não há uma ação rápida no tratamento podem

ocorrer situações como atraso no desenvolvimento da linguagem, maus resultados

escolares, isolamento social, depressão e até mesmo impacto no convívio familiar.

Embora a perda auditiva seja um obstáculo para a educação e integração social, em

casos inevitáveis à prevenção, existem soluções que contribuem para o

desenvolvimento pleno quando as crianças recebem o tratamento precoce.

Dentre as soluções disponíveis, estão os sistemas implantáveis que possibilitam uma

experiência acústica quase que natural. Para cada grau de perda auditiva existe uma

indicação específica e, entre as tecnologias oferecidas gratuitamente no Sistema

Único de Saúde (SUS), estão desde implantes cocleares de última geração até o

Bonebridge, primeiro implante ativo de condução óssea do mundo.

Como funciona a nossa audição

Os ouvidos são órgãos realmente excepcionais. Eles captam as ondas sonoras e as

convertem em informações que podem ser interpretadas pelo cérebro. Saber como

funciona a audição natural, pode ajudar a entender as causas da perda auditiva e

também saber que existem diferentes tipos de tratamento de acordo com a

necessidade de cada paciente.

O ouvido humano está dividido em três partes:

- Ouvido externo - formado pelas partes visíveis do ouvido e do canal auditivo.

- Ouvido médio - consiste principalmente no tímpano e nos três ossos pequenos que

formam a cadeia ossicular.

- Ouvido interno - é o órgão da audição propriamente dito e chama-se cóclea.

Como funciona a audição natural:

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1. O som é captado pelo ouvido e transmitido através do canal auditivo para o

tímpano.

2. O tímpano converte o som recebido em vibrações.

3. As vibrações movimentam a cadeia ossicular e transmitem a estimulação acústica

para a cóclea.

4. O fluido na cóclea é então colocado em movimento e estimula as chamadas células

ciliadas.

5. As células ciliadas geram sinais elétricos que são transmitidos pelo nervo auditivo

para o cérebro.

6. O cérebro interpreta os sinais elétricos como som

VÍDEOS

REDE GLOBO

06/09/2016

BOM DIA BRASIL

Pacientes ficam sem remédios fornecidos pelo

estado em PE

Desde o ano passado, muitos medicamentos estão em falta e os pacientes não têm

outra opção senão esperar.

Vídeo disponível aqui.

REDE GLOBO

06/09/2016

BOM DIA BRASIL

Teste do pezinho em SC tem atraso na entrega do

resultado

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As mães ficaram aflitas, pois o exame pode detectar doenças congênitas. O governo

admite o atraso, mas garante que os resultados vão ser entregues.

Vídeo disponível aqui.

Outras de dias anteriores

CORREIO BRAZILIENSE (DF)

05/09/2016

CIDADES

Escutas telefônicas confirmam esquema de fraudes

na máfia das próteses

Em quase 4 minutos de conversa, o médico Juliano Almeida e Silva e o empresário

Micael Bezerra Alves, um dos sócios da TM Medical, empresa que fornecia as

próteses, falam sobre como melhorarum pedido de uma cirurgia de retirada de hérnia

Escutas telefônicas da polícia confirmam o esquema deflagrado na operação Mister

Hyde, que atuou contra uma investigação criminosa formada por médicos e

empresários do ramo de prótese acusada de superfaturamento de equipamentos,

troca fraudulenta de próteses e até mesmo a realização de cirurgias desnecessárias

em pacientes com o uso de material vencido nos procedimentos.

Em quase 4 minutos de conversa, o médico Juliano Almeida e Silva e o empresário

Micael Bezerra Alves, um dos sócios da TM Medical, empresa que fornecia as

próteses, falam sobre como “melhorar” um pedido de uma cirurgia de retirada de

hérnia. Os dois articulam quais procedimentos e equipamentos podem ser usados na

cirurgia.

O médico fala com Micael e diz que está pedindo uma discectomia aberta e quer saber

o que “pode colocar a mais” e pergunta se tem “aquele” de irrigação contínua, que

“joga e aspira”, sem saber exatamente qual aparelho seria o ideal para o

procedimento. Ao fim da conversa, Micael diz que está vendo se tem mais algo a

acrescentar e tranquiliza o médico: “A Unimed paga R$ 8 mil, fica ruim não. Vamos

tentar, né?”.

Fornecedor: Oi, Dr.

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Médico: Micael, bom dia, tudo bom? To pedindo uma discectomia aqui, aberta, e o que

dá pra gente colocar mais aqui? Vocês tem aquele de irrigação contínua, que joga e e

aspira…

Fornecedor: Aspiração? Bomba de irrigação você fala?

Médico: Um aspirador que parece que joga o soro e aspira ao mesmo tempo...

Fornecedor: Tem irrigação aquele igual da ortopedia.

Médico: Acho que é isso mesmo, como é o nome, Equipo de irrigação?

Fornecedor: Equipo de irrigação, só isso mesmo que a gente pede. O mesmo que

pede na discectomia fechada. Você vai fazer aberta né, vai tirar a hérnia, né?

Médico: É que to tentando melhorar aqui, que mais que a gente pode por aqui? Botei

bipolar, botei brill, dois drill, botei mostático, botei motorização, equipo de ligação. O

que mais?

Fornecedor: E se pedir a cânola para debridação, vale a pena?

Médico: O que é? Essa cânola. O que que é? Debridação?

Fornecedor: É a canolazinha que vem no kit da discectomia. Aí é só para enrolar

mesmo.

Desde o início da manhã, 15 vítimas procuraram a Divisão Especial de Repressão ao

Crime Organizado (Deco). Pacientes preenchem um formulário sigiloso para,

posteriormente, prestarem depoimento. Do total, duas foram ouvidas formalmente por

delegados que trabalham nas investigações. Em razão da alta procura de denúncias, a

Deco tenta com a Direção Geral da Polícia Civil autorização para que unidades

circunscricionais possam, também, colher depoimentos de vítimas.

Um paciente de 41 anos que recebeu atendimento do médico Jhony Wesley, o

neurocirurgião apontado pela polícia como líder do esquema, também compareceu à

Deco para fazer a denúncia. O homem relata que passou por um procedimento

cirúrgico, em maio de 2013, onde colocaram seis pinos e uma placa na coluna. Após o

período de recuperação, as dores se tornaram frequentes. "Até hoje não consigo ficar

muito tempo na mesma posição, sinto muito desconforto", alega. Mesmo antes da total

recuperação, ainda foi sugerido outra cirurgia ao paciente. "Resolvi por conta própria

não fazer. Mas nunca suspeitei de um esquema deste tipo, a gente acaba confiando

nos médicos", frisa. O homem ficou quase 20 dias internado depois do atendimento.

De acordo com o paciente, a cirurgia realizada custa R$ 120 mil.

A operação Mister Hyde teve início na última quinta-feira. Promotores do Ministério

Público do DF e agentes da Polícia Civil cumpriram 21 mandados de busca e

apreensão e 12 mandados de prisão contra a organização criminosa, após iniciarem a

investigação em março deste ano. Médicos e empresários do ramo de órtese e

prótese agiam em Brasília realizando superfaturamento de equipamentos, troca

fraudulenta de próteses e até mesmo uso de materiais vencidos nos procedimentos

realizados em pacientes.

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CORREIO BRAZILIENSE (DF)

05/09/2016

CIDADES

Vítimas da máfia das próteses procuram delegacia

para denunciar fraudes

O número é tão grande que os agentes da Delegacia de Repressão ao Crime

Organizado (Deco) estão orientando os pacientes à realizarem um cadastro para

serem ouvidos posteriormente

Pacientes que receberam atendimento no Hospital Home compareceram na manhã

desta segunda-feira (5/9) à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) para

relatar casos de maus atendimentos prestados pelos médicos que trabalham na

clínica, citada na operação Mister Hyde. O número de vítimas é tão grande que os

agentes da Deco estão orientando os pacientes à realizarem um cadastro para serem

ouvidos posteriormente.

O vigilante Amarildo de Castro, 45 anos, passou por duas cirurgias no joelho no

hospital Home com o médico José Humberto e reclama das complicações pos-

cirúrgicas. O vigilante realizou um procedimento no dia 26 de janeiro e dois meses

depois precisou repetir a intervenção. Após realizada as operações, foi solicitada cinco

aplicações de um remédio no valor de R$ 2 mil. "Fiz tudo que me foi pedido e não

apresentei nenhuma melhora, então comecei a suspeitar", conta.

Amarildo procurou o hospital Anchieta para ter uma segunda opinião e o procedimento

realizado pelo Home foi criticado. "Tive que passar por mais três cirurgias pra corrigir o

erro. Pelo menos agora me sinto melhor", afirma. Ele relata que até perdeu o emprego

por ter se afastado muito tempo do cargo. "Pelo menos agora tudo está esclarecido,

vou correr atrás dos meus direitos", promete.

Uma jovem de 27 anos, que preferiu não se identificar, também relata um mau

procedimento realizado pelo médico Henry Greidinger Campos, outro investigado na

operação. De acordo com a vítima, foi solicitado pelo médico a realização de uma

cirurgia em 2011, para implantar três parafusos no joelho direito.

Entretanto, somente em 2015, a paciente descobriu que apenas um dos parafusos

tinha sido colocado. "Tentei retornar várias vezes ao médico, mas ele nunca estava

disponível para me atender. Aí quando mudei de hospital, descobri o que estava

errado. Sempre senti dor na perna, realizei a operação para corrigir o problema e

acabou intensificando", afirma.

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A jovem conta que teve que parar de trabalhar e estudar por conta do procedimento e

só descobriu o erro quatro anos depois, quando teve de realizar outra cirurgia para

tentar corrigir o problema. "Agora tenho que fazer um preenchimento todo ano no osso

do meu joelho. Vou levar as sequelas pro resto da vida", desabafa. Até mesmo o

parafuso implantado pelo médico foi de forma errada: a cabeça do objeto está dentro

do osso e a ponta está na carne. "Meu atual médico disse que não pode remover o

parafuso, porque posso ter complicações ainda maiores", lamenta.

FOLHA DE SÃO PAULO (SP)

05/09/2016

COTIDIANO

Com baixa procura, governo do Paraná estende

vacinação contra dengue

Devido à baixa procura pela vacina, o governo do Paraná resolveu estender, por mais

três semanas, a campanha de vacinação contra a dengue. O Paraná é o único Estado

brasileiro que oferece gratuitamente a vacina.

Apesar disso, a procura pelo medicamento foi bastante baixa : até o último sábado (3),

data final da campanha, apenas 25% da meta havia sido cumprida. Foram 125 mil

pessoas vacinadas.

O governo atribui a dificuldade ao público-alvo da campanha (jovens de 15 a 27 anos,

que não costumam frequentar postos de saúde), além da desconfiança em relação ao

novo medicamento, recém-aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância

Sanitária).

Agora, o objetivo é atingir pelo menos 400 mil pessoas até o dia 24. A campanha

ocorre em 30 municípios, que tiveram o maior número de casos da doença. No total,

foram compradas 500 mil doses, a um custo de R$ 50 milhões.

O governo pretende reforçar a comunicação, especialmente pelas redes sociais, e

centrar esforços nas quatro maiores cidades que participam da campanha: Londrina,

Maringá, Foz do Iguaçu e Paranaguá.

Regiões endêmicas do mosquito Aedes aegypti, as três primeiras cidades atingiram

apenas 14%, 17% e 18% da meta. Paranaguá, que teve 29 mortes por dengue neste

ano, vacinou 35% do público-alvo.

Segundo o governo do Paraná, apenas 0,03% das pessoas vacinadas tiveram reações

leves à vacina, como dores musculares ou febre. Nenhuma reação moderada ou grave

foi reportada.

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G1

05/09/2016

DISTRITO FEDERAL

Após prisões no DF, 30 vítimas já denunciaram

'máfia das próteses'

Investigação estima 60 pacientes prejudicados; 13 suspeitos foram presos. Grupo

lucrava ao fazer cirurgias 'desnecessárias' no DF, diz Polícia Civil.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta segunda-feira (5) que já contabiliza

30 denúncias de pacientes que teriam sido lesados pela organização criminosa que

lucrava com a prescrição de cirurgias sem necessidade. Treze supostos membros da

"máfia" de órteses e próteses foram presos na última quinta (1º), em uma operação

conjunta da polícia com o Ministério Público.

A TV Globo teve acesso às gravações dos diálogos entre médicos e empresários

suspeitos, além de depoimentos das vítimas. Uma paciente afirmou à Polícia Civil que,

durante o tratamento, os médicos chegaram a fazer cirurgias sem pedir o

consentimento dela.

"Várias dessas cirurgias, eu nem fiquei sabendo. Era simplesmente assim, eu estava

com quadro infeccioso na UTI ou internada. 'Olha, hoje você vai fazer tal

procedimento'. E eu ia para o centro cirúrgico, fazia o procedimento cirúrgico e

voltava", diz.

Nesta segunda, mais vítimas foram chamadas a prestar depoimento na Delegacia

Especial de Repressão ao Crime Organizado, que comanda as investigações. Na

estimativa da Polícia Civil, o grupo pode ter causado prejuízos a 60 pacientes apenas

neste ano.

Entre a noite de sexta (2) e a madrugada de sábado (3), 5 dos 13 médicos e

empresários presos foram soltos pela Justiça, após conseguirem habeas corpus. Os

médicos Henry Campos, Leandro Flores, Rogério Gomes Damasceno e Wenner Costa

Catanhêde e a empresária Mariza Martins devem responder ao processo em

liberdade.

Articulação

Escutas telefônicas obtidas pela Polícia Civil do Distrito Federal e reveladas pelo

Fantástico mostram a conversa entre um médico e um fornecedor de órteses e

próteses sobre como continuar "enrolando" um paciente e faturar mais. De acordo com

a polícia, o esquema movimentou mais de R$ 30 milhões nos últimos cinco anos.

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A conversa é entre o médico Juliano Almeida e Silva e o empresário Micael Bezerra

Alves, um dos sócios da TM Medical, empresa que fornecia as próteses. A companhia

é suspeita de oferecer materiais superfaturados, vencidos ou de baixa qualidade

(confira a resposta dos citados no fim desta reportagem).

Médico: Eu estou tentando melhorar aqui, entendeu? O que mais a gente pode colocar

aqui?

Fornecedor: É...

Médico: O que mais a gente pode colocar aqui? Botei bipolar, botei brill, dois drill, botei

mostático, botei motorização, equipo de ligação. O que mais?

Fornecedor: Essa cânula. O que que é? Debridação?

Médico: É a canulazinha que vem no kit da assectomia. Aí é só para enrolar mesmo.

De acordo com as investigações, os médicos envolvidos no esquema encaminhavam

os pacientes para fazer as cirurgias principalmente no hospital Home, na Asa Sul. Um

dos funcionários, Antônio Márcio Catingueiro Cruz, fazia contato com um

representante da fornecedora, Micael Alves. Segundo a polícia, o dinheiro pago pelos

planos de saúde era dividido entre o grupo.

Após uma série de denúncias divulgadas pelo Fantástico desde janeiro de 2015, os

suspeitos foram obrigados a mudar de estratégia, diz a polícia. "A partir de então,

passaram a utilizar o pagamento em espécie para tentar de alguma forma evitar o

rastreamento", contou o delegado que investiga o caso, Adriano Valente.

Mais vítimas

Entre as vítimas que já prestaram depoimento à Polícia Civil está uma paciente que

diz "quase ter morrido" por causa de um fio-guia (por onde passam cateteres) deixado

no pescoço dela. A polícia investiga se ela foi alvo de tentativa de homicídio. Ao G1,

ela tinha relatado que se sentia "usada" pelos médicos. "Não me viram como uma

paciente. Não me tratavam como uma vida e sim como algo que estava gerando

lucro."

Outra vítima, que perdeu os movimentos do corpo, afirma que o grupo "tem brincado

com a vida das pessoas". "Isso é muito triste porque a gente não pode contar com

uma pessoa que diz que se formou para poder ajudar, para poder estar ali,

melhorando a vida de uma pessoa com dores ou com outros tipos de problema",

lamentou. "Para mim, são monstros."

Repercussão

Presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho disse que, se as

denúncias forem comprovadas, os médicos devem ser punidos severamente. "Essa

prática de indicar procedimentos desnecessários e superfaturados expõe pacientes a

risco e aumenta os custos de operação. Isso é ruim quando acontece no sistema

público e também é quando ocorre no sistema privado, na medicina suplementar, pois

o usuário acaba pagando um preço elevado."

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O Conselho Regional de Medicina informou que vai abrir sindicância para apurar a

denúncia do ponto de vista ético e profissional. Se confirmados os indícios, um

processo contra os médicos envolvidos pode ser instaurado.

Policial retira malote com material apreendido durante operação nesta quinta-feira (1º)

para apurar máfia de órteses e próteses (Foto: Alexandre Bastos/G1)

Policial retira malote com material apreendido durante operação nesta quinta-feira (1º)

para apurar máfia de órteses e próteses (Foto: Alexandre Bastos/G1)

VERSÃO DOS ENVOLVIDOS

Rogério Damasceno: o advogado do médico, Pedro Ivo Veloso, diz que as suspeitas

são "completamente infundadas".

Juliano Almeida e Silva: em nota, o médico afirma que os trechos divulgados na

escuta estão descontextualizados e que não participa de qualquer procedimento

duvidoso.

Johnny Wesley Martins: a defesa do médico declara que ele não operou nenhum dos

pacientes vinculados à denúncia e que não é sócio da TM Medical.

Hospital Home: a defesa do hospital afirma que o estabelecimento age dentro da

legalidade, que não tem qualquer pagamento de forma ilícita, seja partindo do hospital

ou para o hospital.

TM Medical: a fornecedora informa que não foram utilizados materiais da empresa em

nenhuma das cirurgias denunciadas.

O advogado do sócio da TM Medical Micael Bezerra Alves não foi localizado.

G1

05/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Cientistas criam vacina contra hepatite B

administrada por spray nasal

Produto já foi testado com sucesso em animais. Técnica é solução para locais com

falta de enfermeiros para fazer aplicação.

Pesquisadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, em Portugal,

desenvolveram um spray nasal para administrar vacinas genéticas contra a hepatite B,

mais eficazes e menos custosas que as injetáveis.

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O projeto, de especial interesse para países subdesenvolvidos e até o momento

testado de forma positiva em ratos, é dirigido pelo Centro de Neurociências e Biologia

Celular (CNC) da Universidade de Coimbra e poderia se extender à prevenção de

doenças sexualmente transmissíveis.

O objetivo, segundo informou a própria universidade, é criar uma vacina genética que

seja mais vantajosa para países em desenvolvimento nos quais há falta de

profissionais da saúde, como enfermeiros, que possam aplicar a vacina injetável.

Além disso, se eliminariam as complicações que podem ser geradas a partir da

injeção, assim como as infecções que se originam pela reutilização das seringas.

O projeto, coordenado pela pesquisadora portuguesa da Universidade de Coimbra,

Olga Borges, foi publicado recentemente na revista científica "Molecular

Pharmaceutics".

Como funciona

Segundo Borges, as moléculas terapêuticas desta vacina genética seriam

transportadas da mucosa nasal ao interior das células, o que ficou comprovado nos

testes desenvolvidos com ratos.

Esta futura vacina se basearia nas moléculas denominadas "plasmídeos" que, em

teoria, são muito mais resistentes às variações de temperatura que as vacinas

comercializadas na atualidade, baseadas nos antígenos que estimulam o sistema

imunológico.

Neste caso, segundo a Universidade de Coimbra, os plasmídeos são pequenas

moléculas que transmitem informação genética para as células do corpo, motivo pelo

qual são capazes de ativar mecanismos de defesa no organismo humano e, assim,

conseguiriam combater o vírus que origina a hepatite B.

Olga Borges assegurou que "as nanopartículas desenvolvidas também poderão ser

usadas para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, já que induzem a produzir

anticorpos na mucosa vaginal, de forma mais eficaz que as vacinas injetáveis".

O projeto, que conta com a colaboração da Universidade de Genebra, faz parte de

uma linha de pesquisa iniciada na Faculdade de Farmácia de Coimbra no ano 2003.

Além disso, estes tipos de nanopartículas foram desenvolvidas durante outros quatro

anos através do projeto de doutorado na Faculdade de Farmácia da Universidade de

Coimbra, executado pela pesquisadora Filipa Lebre.

A hepatite B é uma doença infecciosa do fígado, causada por um vírus que se propaga

principalmente pela saliva, o sangue, o sêmen ou por qualquer líquido corporal de uma

pessoa infectada.

G1

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05/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Cistites frequentes podem prejudicar a saúde dos

rins

A uretra do homem tem 20 cm, já a da mulher tem apenas 4 cm. Ou seja, as bactérias

invasoras percorrem um caminho menor e mais fácil.

Quando você tem vontade de fazer xixi, você vai ao banheiro ou fica segurando? Se

fica segurando, a ginecologista Dra. Ana Lúcia Beltrame explica porque você deve

mudar este hábito.

A nefrologista Dra. Cristina Coelho Rocha também participa do programa explicando

como as cistites frequentes podem prejudicar a saúde dos rins.

Para entender melhor o problema, é importante saber as diferenças entre a uretra do

homem e a uretra da mulher. A da mulher tem apenas 4 cm e a do homem 20 cm. Em

resumo, as bactérias invasoras têm que percorrer um caminho menor e mais fácil para

entrar no corpo feminino.

As infecções baixas na mulher normalmente atingem a uretra e a bexiga. Elas são

causadas por bactérias invasoras que se aproveitam das condições propícias para

atingir estas regiões.

O excesso de higiene íntima ou higiene errada também podem ser alguns causadores

do problema. A ducha de água que invade a uretra pode carregar água e bactérias

para dentro do corpo. O mesmo vale para a higiene incorreta, de trás para frente.

Outros fatores são as alterações hormonais ou imunológicas. Elas alteram a flora das

bactérias já existentes, permitindo a entrada das invasoras.

As infecções altas podem atingir o ureter e os rins. Nos rins, atingem os nefrons,

unidade filtrantes do sangue, causando a pielonefrite. Em casos graves, essas

unidades filtrantes podem ser desativadas até os rins pararem de funcionar. Além da

dor e da urgência em fazer xixi, quando a infecção é alta, febre, calafrios e vômitos

podem ser sinais da doença.

SES/DF

05/09/2016

NOTÍCIAS

HAB cria projeto de sustentabilidade

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Projeto Reviverde Apoio está sendo implantado nas áreas verdes da unidade

BRASÍLIA (05/09/16) – O Hospital de Apoio de Brasília (HAB) iniciou, neste ano, um

projeto de sustentabilidade nas áreas internas da unidade com o objetivo de

proporcionar, aos pacientes e funcionários, o contato com a natureza, as formas de

preservação do cerrado, além de estimular o trabalho coletivo e sustentável no HAB. A

iniciativa é conhecida como Projeto Reviverde Apoio.

Catarina Bastos é a coordenadora do projeto e revela que ele surgiu a partir do desejo,

dos diretores e funcionários da unidade, de aproveitar de forma eficaz as áreas verdes

do hospital. "Nosso principal foco é oferecer mais qualidade de vida no trabalho a

todos, mas, principalmente, aos pacientes e é por este motivo que todos estão

engajados em fazer o Reviverde crescer", completa.

A diretora do HAB, Anelise Pulschen, ressalta que, quando a saúde é pensada no

ambiente hospitalar, muitas vezes, os elementos naturais, como a energia solar e o ar,

não são levados em consideração.

"O projeto Reviverde foi a resposta que encontramos de pensar a saúde no âmbito

global e, para nós, a sustentabilidade tem que ser pensada de três formas: social,

econômica e ambiental. Essa iniciativa é a nossa forma de tornar o ambiente

hospitalar mais saudável", diz Anelise.

O QUE É - O Projeto Reviverde Apoio propõe a introdução de princípios e práticas da

permacultura, como também, o cultivo de alimentos e plantas medicinais a serem

usados no hospital, o manejo sustentável da água e atividades de terapia com a terra.

A permacultura é um método de design que planeja e cria ambientes sustentáveis e

produtivos.

Atualmente, o projeto conta com a ajuda de 20 pessoas. Entre elas, funcionários,

voluntários e pacientes do hospital.

A partir da iniciativa, as áreas verdes do Hospital de Apoio serão organizadas a

tomando como base os quatro elementos: ar, água, terra e fogo. Catarina explica que

a ideia é permitir experiências sensoriais às pessoas que frequentam o local e a

aproximação com a natureza. "O HAB tem muitos espaços verdes que estão sem uso

e que, se trabalhados, podem oferecer mais conforto e satisfação tanto para quem

trabalha, quanto para aqueles que se tratam aqui", afirma a coordenadora.

COLABORADOR - Iago Perrone é estudante e voluntário no projeto há um mês. Ele

conta que sempre teve interesse por iniciativas que gerem aumento do bem-estar de

quem mais precisa e por meio da sustentabilidade.

"Fiquei sabendo da proposta quando realizei uma pesquisa num site que mostrava

quais os trabalhos voluntários que existem aqui no Distrito Federal. O Reviverde

chamou a atenção por permitir a realização de projetos sustentáveis de diferentes

frentes, desde o plantio, revitalização de jardins, até a correta destinação e uso da

água pluvial", afirma o estudante ao dizer qual motivo o incentivou a participar do

projeto.

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PARCERIAS – Neste mês, o Reviverde Apoio irá participar do Programa "Virada do

Cerrado", que acontece anualmente em Brasília. O programa é uma parceria entre o

poder público, organizações da sociedade civil e setor privado, com o intuito de

promover a mobilização e educação ambiental e a partir de atividades

socioambientais, educativas, esportivas e culturais em todo a capital.

Este ano, a "Virada do Cerrado" acontece entre os dias 07 e 11 de setembro e o

Hospital de Apoio estará presente no evento nos dias 07, 08 e 09 deste mês com

diversas atividades no local e abertas à comunidade, como oficinas, palestras sobre

jardins sustentáveis, música, fotografia, circo e cinema. O evento é gratuito, mas para

participar é necessário se inscrever aqui.

SES/DF

05/09/2016

NOTÍCIAS

ETESB terá nova turma do curso de Administração

de Medicamentos

As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro

BRASÍLIA (05/09/16) - A Escola Técnica de Saúde de Brasília (ETESB) abriu, nesta

segunda-feira (05), as inscrições para nova turma do curso de Administração de

Medicamentos voltado para auxiliares e técnicos em enfermagem do Distrito Federal.

As matrículas podem ser feitas até o dia 20 de setembro, na Secretaria de Cursos da

ETESB das 08h30 às 11h30 e, à tarde, das 14h30 às 17h.

Ao todo, serão ofertadas 45 vagas a serem preenchidas por ordem de inscrição. As

aulas serão ministradas, na ETESB (SMHN Conjunto A, Bloco 1), das 08h às 12h e

começam no dia 26 de setembro e vão até o dia 05 de outubro. Ao se inscrever, o

candidato receberá a lista com os itens necessários para compor o kit a ser utilizado

nas aulas práticas de laboratório.

Os participantes terão acesso a novos conhecimentos na área, desenvolverão

habilidades e atitudes para o exercício de práticas na assistência à saúde.

SERVIÇO:

Público: auxiliares e técnicos em enfermagem

Inscrições: 05 a 20/09/2016

Local: Secretaria de Cursos da ETESB/FEPECS

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Documentos necessários: RG, CPF, comprovante de residência atualizado, uma foto

3x4, certificado de conclusão do curso de auxiliar ou técnico em enfermagem, título

eleitoral e quitação eleitoral (levar original e cópia).

SES/DF

05/09/2016

NOTÍCIAS

Começa V Jornada de Prevenção do Suicídio no DF

No mundo, são mais de 800 mil casos consumados por ano; DF teve 130 registros

apenas em 2015

BRASÍLIA (5/9/16) – Com o tema "Conectar. Comunicar. Cuidar: Fortalecendo a Rede

na Prevenção do Suicídio", foi aberta a V Jornada de Prevenção do Suicídio, nesta

segunda-feira (5). O evento é promovido em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do

Suicídio, comemorado em 10 de setembro, e foi marcado pela presença de servidores,

profissionais da saúde, bem como estudantes. A programação vai até esta terça-feira

(6).

De acordo com dados oficiais apresentados no evento, em 2015, 130 pessoas

retiraram a própria vida no Distrito Federal. Segundo a Organização Mundial da Saúde

(OMS), no mundo, são cerca de 800 mil casos por ano, ou seja, a cada 40 segundos

um suicídio é consumado. Além disso, a OMS acredita que 90% dos casos poderiam

ser evitados, porque, na maioria das vezes, estão relacionados a transtornos mentais,

como a depressão, que poderiam ser tratados.

"O suicídio é um tema extremamente difícil e complicado para o profissional de saúde,

porque muitas vezes o paciente já chega em um estágio psíquico tão avançado que

temos a sensação de que podemos contribuir pouco. Por isso, temos que debater este

tema para mostrar que é possível ajudar, esta é a melhor atitude que podemos ter",

disse a diretora de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde, Ana Luisa Lamounier

Costa.

Ao avaliar que o suicídio é um problema de saúde pública não atrelado apenas aos

profissionais, mas a toda a sociedade, a diretora executiva da Fundação de Ensino e

Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), Maria Dilma Teodoro, avalia que o mundo

contemporâneo tem contribuído muito para essa situação.

"Hoje, o afeto não é valorizado. As emoções são pouco expressadas e as pessoas

vivem na solidão. Por isso, todos temos que assumir a responsabilidade em relação ao

suicídio", destacou.

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Já o professor coordenador do Núcleo de Intervenção em Crise e Prevenção do

Suicídio do Instituto de Psicologia da UnB, Marcelo Tavares classificou que hoje há

uma grave perda de habilidades sociais e emocionais. Segundo ele, "estamos vivendo

em uma era perigosa, porque há transformações radicais e as pessoas não percebem

o impacto disso também na vida dos jovens, que serão o futuro".

"Quando o psicólogo ou psiquiatra é acionado, as pessoas já estão em um quadro de

sofrimento muito grande. Hoje as famílias, em um mesmo ambiente de restaurante,

ficam sem se falar. Em um parque, também avistamos aglomerados de pessoas que

não se comunicam", disse.

A psicóloga Beatriz Montenegro, responsável pela política distrital de prevenção ao

suicídio no DF, explica que a forma de conectar, comunicar e cuidar pode ferir, alienar,

impor, submeter, constranger, humilhar e silenciar o outro.

"Temos que lembrar que a comunicação com outros grupos, onde podem existir

pessoas mais vulneráveis, pode causar diversos impactos. Quanto maior risco ela

apresenta de cometer um suicídio, mas ela se silencia e se retrai", explicou.

O estudante do quinto semestre de Enfermagem, Lucas Gualberto, que participou da

abertura do evento, acredita que discutir o tema é importante para todo a sociedade.

"O assunto suicídio muitas vezes é um tabu. As pessoas que tem depressão não

revelam a situação, nem buscam ajuda. Por isso, o profissional de saúde é um

importante de ator para identificar esses casos e prevenir certas situações", finalizou.

UOL

05/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Vai juntar as escovas? Melhor pensar duas vezes

pelo bem da sua saúde

É comum usarmos a expressão "juntar as escovas de dentes" quando duas pessoas

vão morar na mesma casa. Mas, segundo médicos e dentistas, é melhor deixar essa

ideia só na teoria mesmo.

As escovas são objetos pessoais e devem ser mantidos em locais secos e protegidos,

para evitar contato com objetos contaminados, inclusive outras escovas. É o que

explica o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria:

Devemos evitar o contato com outras escovas, porque cada pessoa possui a sua

própria microbiota [flora] bucal, que é transferida para a escova.

Mas e beijar na boca?

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No beijo na boca, há troca de fluidos e transmissão de bactérias --o que faz algumas

pessoas pensarem que casais podem compartilhar escovas de dentes ou mesmo

deixá-las juntas. Mas há também transmissão de doenças, como mononucleose e

herpes, por exemplo.

O médico de família, Alfredo Salim Helito, do Hospital Sírio-Libanês, alerta:

Independentemente de haver contato íntimo, é preciso bom senso. A escova entra em

contato com a flora bacteriana, que é diferente de um corpo para o outro, e tira

elementos inapropriados dos dentes, coisas que um beijo não transmite

Entre as doenças que podem ser transmitidas estão cárie, gengivite, periodontite,

diarreia, faringite, infecções de ouvido, problemas respiratórios e até mesmo doenças

cardíacas.

Outra preocupação dos médicos é o local onde as escovas são guardadas.

Por ficarem muito próximas ao vaso sanitário, elas podem receber coliformes fecais

que vêm com os respingos da descarga.

"O banheiro é um local muito contaminado, recomenda-se que a escova fique o mais

distante possível do vaso", explica Helenice Biancalana, professora de

ondontopediatria da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas:

As descargas liberam diferentes tipos de bactérias e coliformes fecais que podem

atingir até 6 metros de altura e permanecer por horas circulando no ambiente

Segundos os especialistas, as melhores opções para guardar as escovas, depois que

elas estão secas, são os armários com espaços individuais.

Mas é preciso ficar atento para que elas não tenham contato com outros objetos, como

pentes e escovas de cabelo.

Como higienizar a escova

Ao finalizar a escovação, lave bem a escova com água corrente e remova totalmente

os restos de alimentos e creme dental que podem ficar nos espaços entre as cerdas.

Remova essa água batendo de leve com o cabo, mas evite enxugar a escova em

toalha ou papel. As escovas também podem ser lavadas com enxaguantes bucais.

Então, guarde a escova na vertical, com a cabeça para cima, em local

preferencialmente ventilado, para prevenir formação de fungos que surgem com a

umidade, explica Biancalana.

Nunca empreste!

A maioria dos estudos concorda que as escovas devem ser trocadas a cada três

meses ou quando as cerdas deformarem, mas é importante lembrar que ela é

individual e nunca deve ser compartilhada.

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"O hábito de escovar os dentes deve ser único e individual, o local que você escolhe

para guardar a escova também", ressalta a professora Dagmar de Paula Queluz, da

Faculdade de Odontologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

IG

05/09/2016

SAÚDE

Especialistas argentinos fazem recomendações

sobre o controle da leishmaniose

Doença faz parte do grupo de males considerados negligenciados, que afetam mais a

população que vive em condições de vulnerabilidade

Relatório do Instituto Nacional de Medicina Tropical da Argentina alerta para a

necessidade de controlar a leishmaniose, doença infeciosa causada por um parasita e

que pode levar à morte. O documento foi publicado na Revista Pan-Americana de

Saúde Pública da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

De acordo com a organização, a leishmaniose atinge mais de 60 mil pessoas por ano

só nas Américas. A doença faz parte do grupo de males considerados negligenciados,

que afetam mais a população que vive em condições de vulnerabilidade ou em áreas

remotas.

Principal pesquisador do estudo argentino, Oscar Salomón afirmou que o trabalho tem

o objetivo de buscar alternativas para uma doença ainda sem estratégias suficientes

para ser controlada. A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo e liderado também

por especialistas do Paraguai e Brasil.

Os autores afirmam que é necessário estabelecer um monitoramento de possíveis

tendências de aumento da circulação do parasita. A partir disso, elaborar estudos para

verificar a transmissão e sua intensidade. A doença seria sensível a condições

climáticas e consequências provocadas por mudanças no meio ambiente e uso da

terra, como desflorestamento e construção de rodovias, que afetam diretamente os

insetos vetores do parasita.

Sobre a doença

A leishmaniose é transmitida pela picada do mosquito-palha e é a segunda doença

parasita que mais mata no mundo. Pode se desenvolver de duas formas: visceral, que

pode levar à morte se não for tratada, e cutânea, que é mais difícil de se chegar à cura

e se manifesta com lesões na pele, podendo evoluir para úlceras e desfiguração.

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Entre 2001 e 2013, dos 743 mil casos de leishmaniose cutânea registrados nas

Américas, 42% concentraram-se no Brasil, 20% na Colômbia e 13% no Peru. Já os 45

mil casos da forma visceral foram registrados quase que somente no Brasil (96%).

Apenas Chile e Uruguai não continuam registrando o problema.

IG

05/09/2016

SAÚDE

Falta de hormônio pode causar ganho de peso

expressivo após cirurgia bariátrica

Pesquisa do HC revelou que pacientes com menos hormônio responsável pela

diminuição do apetite voltaram a ganhar peso três anos após operação

Estudo feito pelo Hospital das Clínicas (HC) aponta que os pacientes que recuperam

peso expressivo após passar por uma cirurgia bariátrica apresentam diferença na

produção do hormônio gastrointestinal GLP-1, responsável pela diminuição do apetite.

A pesquisa realizada por profissionais do Serviço de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

do HC foi publicada na revista especializada Obesity Surgery. Ao todo, 24 pessoas

que foram submetidas a uma cirurgia bariátrica foram acompanhadas por cinco anos.

Aqueles que se mantiveram obesos e reganharam mais da metade do peso perdido

apresentaram diminuição nos níveis do GLP-1. Por outro lado, os pacientes que

conseguiram emagrecer tinham níveis mais elevados de produção do hormônio.

O GLP-1 diminui o apetite através do aumento da sensação de saciedade no cérebro,

e sua produção é estimulada pela cirurgia. De acordo com o autor do estudo, Marco

Aurélio Santo, a descoberta abre novas perspectivas de tratamento para aqueles com

problemas para emagrecer.

Estudo

Os pacientes foram divididos em grupos A e B, com idades e Índice de Massa

Corpórea (IMC) semelhantes. Segundo o responsável pelo Serviço de Cirurgia

Bariátrica, nos primeiros dois anos do estudo todos emagreceram muito e chegaram a

um peso semelhante, porém, a partir do terceiro, os dez pacientes do grupo B

voltaram a engordar.

“É como se o organismo cansasse de produzir esse hormônio”, explicou Marco Aurélio

em nota divulgada pelo HC. As causas da baixa produção, entretanto, ainda não foram

descobertas pelos pesquisadores.

Sobre a cirurgia

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Conhecida popularmente como redução do estômago, a cirurgia bariátrica reúne

técnicas destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao

excesso de gordura corporal.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, existem três

tipos de procedimentos básicos, que podem diminuir a quantidade de alimentos que o

estômago é capaz de comportar, que reduzem a capacidade de absorção do intestino

ou, então, reúne características dessas duas técnicas.

POLÍTICA DISTRITAL

05/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

Vítimas da Máfia das Próteses fazem relatos de dor

e horror

Pacientes começam a depor nesta segunda-feira (5/9) na Delegacia de Combate ao

Crime Organizado (Deco). Pelo menos 15 pessoas procuraram a polícia e todas serão

ouvidas. Elas denunciam que foram operadas pelos médicos que integram o esquema.

Além de não serem curadas, trazem sequelas

As vítimas da Máfia das Próteses começaram a prestar depoimento nesta segunda-

feira (5/9) na Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco). De acordo com a

Polícia Civil, pelo menos 15 pacientes dos sete médicos alvos da operação Mister

Hyde serão ouvidos a partir de hoje. As histórias contadas têm enredos semelhantes:

cirurgias caras, mal-sucedidas, com equipamentos de baixa qualidade que precisaram

ser trocados por outros, sem falar na dor e na indignação, já que muitos ficaram

incapacitados por conta de sequelas físicas e psicológicas que levarão por toda a vida.

Entre as vítimas, está um promotor de vendas de 41 anos. Sem querer se identificar,

ele contou que em 2007 procurou o médico Rogério Gomes Damasceno com muitas

dores nas costas. O profissional disse que os discos da lombar estavam desgastados

e que ele precisava ser operado para a colocação de oito pinos.

Seis meses depois, dois pinos quebraram. Uma nova cirurgia foi realizada, com o

mesmo médico. “Só que o médico tirou todos os pinos e esqueceu o pedaço de um, o

que causou uma infecção e eu quase morri”, disse. As cicatrizes nas costas não são o

único motivo de revolta do vendedor: “Eu me assustei quando vi na televisão que ele

estava envolvido no esquema. Para mim, era um bom médico e tudo tinha sido um

acidente. Eu nunca mais consegui trabalhar direito e sofro com dores constantes”.

O primeiro a chegar foi o servidor público aposentado Edson Barbosa, 71 anos. Ele

colocou seis próteses na coluna há cinco anos, operado por um dos médicos

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envolvidos no esquema que superfaturava e realizava cirurgias sem necessidade,

Johny Wesley Gonçalves Martins: “Não consigo encostar o dedão no chão. Confiei

nele. Ele me disse que era acostumado a fazer aquilo. Mas nunca melhorei. Convivo

com dores constantes na perna, não ando direito, minha vida ficou completamente

prejudicada.”

O aposentado contou que tinha um problema na coluna que afetava a perna. Fez a

cirurgia pelo plano de saúde. Disse que na época o procedimento custou cerca de 200

mil. Porém, 15 dias após a cirurgia ele começou a passar mal. Sentia fortes dores na

outra perna, que nem tinha problema. O médico receitou remédios para aliviar a dor,

mas as doses eram tão fortes que ele chegou a desmaiar três vezes. “Ele me

recomendou fisioterapia, RPG, disse que ia passar, mas nunca passou”, lamentou.

Johny Wesley é neurocirurgião e foi apontado pela polícia como líder do esquema.

Proprietário da TM Medical, abandonou os consultórios para administrar o negócio.

Segundo a polícia, o esquema envolvia os médicos que atendiam no Hospital Home,

na 613 Sul, os donos e revendedores da TM Medical, empresa especializada na venda

de órteses, próteses e equipamentos especiais, e um operador que seria Antônio

Márcio Catingueiro Cruz.

Também atuando no Home, ele fazia o contato comercial entre médicos, planos de

saúde e fornecedores. Seria o responsável por orientar cirurgiões e a TM Medical

sobre como fraudar auditorias para incluir procedimentos desnecessários. O hospital

nega qualquer envolvimento no esquema.

Uma outra paciente, de 27 anos, foi operada pelo médico Henry Greidinger Campos,

em 2011. Ela denunciou à polícia que o profissional teria pedido a compra de três

pinos, mas só implantou um, “que ficou torto”. “Após a cirurgia, ele se recusou a dar

atendimento ou esclarecimentos, dizendo que havia mudado de departamento”, disse.

A jovem perdeu a cartilagem do joelho e precisa fazer infiltração com frequência, um

procedimento que custa R$ 2 mil.

“Eu acreditei nele como profissional, me passou credibilidade. Acabou com os sonhos

da minha filha, ela não pode fazer os concursos que deseja, atividades que gostava”,

mãe da jovem que perdeu a cartilagem.

No vídeo, a paciente conta a sua história:

“Dor insuportável”

Uma outra paciente, que preferiu não dar o nome, ficou muito nervosa ao chegar à

polícia, ao reviver o drama desde que foi operada por um dos integrantes da máfia. Ela

relatou que ficou com a perna dormente e teve que fazer uma nova cirurgia. “O pino

que colocaram na minha coluna estava torto. Suspeito que fizeram isso para me forçar

a fazer uma nova cirurgia. De tão torto, o pino ficou pinçando o nervo. A dor é

insuportável”, desabafou. Ela afirmou que fez a cirurgia com o médico Juliano Almeida

e Silva, um dos alvos da operação Mister Hyde. Juliano nega fazer parte do esquema.

O vigilante Amarildo Castro, 45 anos, também esteve na Deco nesta manhã. Explicou

que fez duas cirurgias no menisco, 60 sessões de fisioterapia, tomou várias injeções

de corticoides e precisou recorrer a outros médicos para tentar resolver o problema.

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Por conta disso, ficou encostado pelo INSS e acabou demitido da empresa em que

trabalhava. “Perdi meu emprego, estou com um problema grave na perna e perdi meu

plano de saúde”, reclamou indignado.

Cerca de 60 pacientes, de acordo com a polícia, foram lesados em 2016 somente por

uma empresa, a TM Medical. O esquema teria movimentado milhões de reais em

cirurgias, equipamentos e propinas. Há casos de pessoas que foram submetidas a

procedimentos desnecessários, como sucessivas cirurgias, com o objetivo de gerar

mais lucro para os suspeitos. Em outros, conforme revelado pelas investigações, eram

utilizados produtos vencidos e feita a troca de próteses mais caras por outras baratas.

POLÍTICA DISTRITAL

05/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

Privatização de serviços essenciais como saúde e

educação não garante melhoria

Estados como Goiás e Minas Gerais já abriram áreas essenciais, o que agilizou

contratos e obras. Mas a rotatividade de profissionais, por exemplo, aumentou

A privatização de serviços essenciais pode ganhar fôlego nos próximos meses, seja

em tentativas de tirar cidades e estados da crise econômica, ou pela justificativa de

que o modelo de gestão permite agilidade e eficiência. Em Goiás, desde 2011, o

governo estadual vem entregando os principais hospitais públicos à iniciativa privada.

Até 2015, o número de leitos do Hospital de Urgências de Goiânia aumentou 73%. De

acordo com um levantamento encomendado pelo Sindsaúde-GO, entre 2011 e 2015, o

valor gasto com pessoal em Goiás aumentou de 6 milhões para mais de 9 milhões de

reais após as privatizações. Médicos e especialistas, no entanto, afirmam que a

escalada de investimentos não garantiu a melhoria na qualidade do atendimento e dos

insumos comprados. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do

Sistema Único de Saúde de Goiás, Flaviana Alves, houve reformas e a demanda

cresceu, mas o quadro de funcionários não acompanhou. O relatório revela que o

atendimento ambulatorial caiu 13,2% em quatro anos em um dos principais hospitais

do estado, o Hospital de urgências de Goiânia. No Hospital Alberto Rassi, a queda foi

de 2,8% nesse período. Para Flaviana, o aumento dos gastos públicos com a

privatização não é justificável.

“Porque as reformas que foram feitas foram pequenas, não houve construção de nada

novo. A capacidade da compra de materiais aumentou um pouco, mas não estão

comprando material com qualidade. Então, de uma forma geral, você não tem uma

melhora expressiva pelo que se investe”.

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A professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do

Rio de Janeiro Lígia Bahia acredita que o modelo de Organizações Sociais para a

gestão da saúde já se mostrou ineficiente. Segundo ela, grande parte dos candidados

aos cargos municipais deste ano não promete mais OSs, num reconhecimento de que

terceirizar a área não deu certo.

“As OSs saíram da moda. Elas não são mais aquela bala de prata que os prefeitos

usaram para dizer que iriam resolver o problema da saúde e tal. Primeiro as UPAs,

depois as OSs, e agora eu diria que o rei está nu. Vamos ter que resolver o problema,

que é a contratação de pessoal, a compra, a transparência”.

Já especialistas na área de saneamento veem no modelo do capital privado a única

solução. Menos da metade das cidades do país tem acesso a coleta e tratamento de

esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico. O

governo afirma que não tem condições de arcar com os custos e o BNDES já informou

que vai abrir uma linha de crédito para viabilizar a privatização de empresas de

saneamento de todo o país. Cinco por cento das cidades brasileiras têm hoje essa

área privatizada, em 18 estados diferentes. Em municípios como Niterói, na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro, a abastecimento atingiu 100% dos lares após a

privatização. O presidente executivo do instituto Trata Brasil, Édison Carlos, destaca,

no entanto, que entre as dez melhores cidades do país no quesito, há boas gestões

tanto privadas quando públicas.

“Depende muito do foco e da eficiência com que a empresa opera na cidade,

independente de ser pública ou privada. O que diferencia a iniciativa privada é que ela

precisa mostrar resultado e gerar lucro, então forçosamente avança mais rápido”.

Privatizar a educação pública também está nos planos do atual governo. Belo

Horizonte, em Minas Gerais, foi a primeira cidade do país a entregar a gestão das

escolas municipais à iniciativa privada. Segundo um estudo da ONG Ação Educativa

com a USP, Unicamp e Unesp, pelo menos 339 municípios brasileiros adotam

sistemas privados no ensino público. O economista responsável por gerenciar as

parcerias público-privadas na gestão de BH, Luciano Cordeiro, afirma que o modelo

desburocratiza e agiliza a prestação dos serviços.

“Antes eu tinha que ter, por exemplo, uma empresa que prestava serviço de

lavanderia, outra que fazia vigilância, outra para merenda, transporte… Então a gente

congrega, cria sinergia e economia juntando tudo num contrato único de longo prazo e

você torna a gestão mais eficiente”.

Especialistas pedem, por outro lado, a maior regulação do modelo de gestão nos

serviços públicos, em especial na educação. O Comitê da ONU para os Direitos da

Criança mostrou em seu último relatório preocupação com o aumento da participação

do setor privado no ensino brasileiro.

POLÍTICA DISTRITAL

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05/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

“Medicamentos que curam não são rentáveis e,

portanto, não são desenvolvidos”, diz Nobel de

Medicina

A indústria farmacêutica na realidade não quer curar ninguém, e por um motivo muito

simples e direto: a cura é menos rentável que a doença. Quem diz isso não é nenhum

teórico da conspiração ou profeta do apocalipse, mas sim um vencedor do prêmio

Nobel de medicina, o bioquímico e biólogo molecular inglês Sir Richard J. Roberts.

Sir Richard, em entrevista, denuncia o que parece evidente para todos, mas raramente

é dito em alto e bom som por uma autoridade: é a própria indústria quem detêm o

progresso científico. Sua principal questão é o quão ético e correto pode ser uma

indústria com a importância da farmacêutica ser regida pelos mesmos princípios e

valores que o mercado capitalista. O hábito de gastar centenas de milhões de dólares

anualmente para em pagamentos à médicos para que promovam seus medicamentos

torna a prática da indústria algo semelhante às práticas da máfia.

E sua denúncia prossegue: a indústria prefere investir em pesquisas que venham a ser

rentáveis, muitas vezes não pela cura, mas para remédio que realizam espécie de

manutenção da cronicidade de uma doença. “O que é bom para os dividendos das

empresas nem sempre é bom para as pessoas”, ele diz. “Nós estamos falando sobre

nossa Saúde, nossas vidas e as dos nossos filhos e de milhões de seres humanos.

Mas se eles são rentáveis investigarão melhor”.

“Se só pensarem em lucros, deixam de se preocupar com servir os seres humanos. Eu

verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos

privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado

completamente com uma doença. Mas as empresas farmacêuticas muitas vezes não

estão tão interessadas em curar as pessoas como em tirar-lhes dinheiro e, por isso, a

investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não

curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que

desaparece quando se deixa de tomar a medicação”, ele acusa.

“Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e eu sei do que falo,

dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas que financiam as

campanhas deles. O resto são palavras”, afirma o Nobel, dizendo que todos suspeitam

mas não possuem conhecimento – ou coragem – para de fato afirmar.

POLÍTICA DISTRITAL

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05/09/2016

SAÚDE PÚBLICA

Pediatria do HRG pode sofrer restrições e pede

socorro

Inicialmente os funcionários souberam de boca que a internação da pediatria seria

fechada, o que não se confirmou por completo com a chegada do memorando

232/2016 – GENF/DHRG/SRSS, assinado pela Gerência de Enfermagem, Gerência

de Emergência e o Chefe de Pediatria, informando que:

“Devido à baixa demanda de pacientes internados na pediatria, no qual não justifica o

quantitativo de serviços de enfermagem, optamos pelo fechamento da Unidade de

Internação em Pediatria com remanejamento dos servidores”.

O Diretor do Hospital Regional do Gama informou que houve um equívoco e na

verdade, não se trata do fechamento da unidade, mas sim de uma restrição na

quantidade de leitos disponíveis, uma vez que não há médicos o suficiente para.

Atualmente a unidade de internação da pediatria tem 24 leitos, sendo que apenas 4

estão ocupados, ele justificou o remanejamento de servidores explicando que estão

sobrando profissionais de enfermagem no setor de internação e faltando na

Obstetrícia e na Neonatologia.

Em busca de soluções

O Presidente do Sindate-DF João Cardoso questionou a falta de demanda na unidade

de internação, lembrando que a pediatria do hospital funciona há 40 anos e recebe

muitas pessoas das regiões do entorno. Ao final da reunião, as entidades presentes,

apresentaram a proposta de se alongar o prazo da mudança de pessoal, enquanto os

sindicatos representantes das categorias, recorrem ao Colégio de Líderes para realizar

uma audiência pública (ainda nesta semana), na tentativa de se conseguir emendas

para a nomeação de novos pediatras.

O Diretor do HRG, afirmou que não irá assinar nenhum documento de realocação de

servidores e estenderá o prazo na esperança de que servidores e sindicatos consigam

as emendas e pediu ajuda dos funcionários para que as crianças que estão no HMIB

sejam atendidas no HRG. Ele afirmou ainda que o Secretário de Saúde Humberto

Lucena garantiu que os pediatras que assumirem serão lotados no Hospital Regional

do Gama.

METRÓPOLES

05/09/2016

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SAÚDE

Máfia das Próteses: envolvimento de mais hospitais

não é descartado

Pacientes citam outras unidades de saúde nas quais foram submetidos a cirurgias

feitas por médicos envolvidos no esquema. Delegado da Deco diz que tudo será

investigado no esquema, que pode ser antigo

Pelo menos mais três hospitais do Distrito Federal foram citados por pessoas que

teriam sido vítimas da Máfia das Próteses. Nesta segunda-feira (5/9), o Metrópoles

conversou com pacientes que procuraram a Delegacia de Repressão ao Crime

Organizado (Deco) e declararam terem sido operados por médicos envolvidos no

escândalo revelado pela Operação Mister Hyde em outras unidades de saúde, fora o

Hospital Home, um dos alvos da investigação.

Pelo menos 50 pessoas procuraram a Deco desde a quinta-feira (1º/9), quando foi

deflagrada a operação pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal e

Territórios (MPDFT). Há relatos de pessoas que dizem ter ficado com sequelas após

cirurgias feitas pelos médicos acusados em 2007, o que dá pistas de que o esquema

pode ser antigo.

Os pacientes citaram os hospitais Santa Helena, Daher e das Forças Armadas (HFA).

A Polícia Civil não descarta o envolvimento de outras unidades de saúde no

escândalo. “A gente vai investigar tudo. O processo será longo, até porque não

estamos conseguindo ouvir todo mundo devido à Operação Legalidade (da Polícia

Civil)”, explicou o delegado-adjunto da Deco, Adriano Valente.

Uma das possíveis vítimas, ainda não ouvida pela polícia, contou à reportagem que,

na primeira consulta que reclamou de dores nas costas, o médico Leandro Flores, que

foi preso na quinta e liberado um dia depois, indicou a cirurgia no Santa Helena. “Eu

não sei mais o que não é sentir dor. Ele colocou vários parafusos, um deles soltou.

Agora, tenho várias sequelas, não consigo trabalhar e vou precisar passar por outra

cirurgia para tentar melhorar”, explicou.

Outra mulher, de 65 anos, teria ficado sem andar depois que o mesmo médico a

operou de artrose. Ele colocou vários parafusos na coluna da paciente. Depois, ela diz

que passou a sentir muita dor, procurou o médico e ele teria abandonado o caso. De la

pra cá, precisou passar por mais duas cirurgias, mas não foi possível reparar o osso. A

aposentada está paraplégica.

Procurado pela reportagem, o advogado Wendell Santana, que defende o médico

Leandro Flores, informou que o seu cliente afirma que todas as cirurgias que realizou

foram “adequadas, necessárias e que nunca usou nenhuma prótese ou órtese sem

necessidade ou fora da literatura médica”.

Agora, a Polícia Civil vai convocar essas vítimas para seguir a investigação do caso.

Por enquanto, não há nenhuma denúncia formal contra as três unidades de saúde.

Procurados pela reportagem, os hospitais Daher e das Forças Armadas ficaram de se

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posicionar nesta terça-feira (6/9). O Metrópoles não conseguiu contato com o Hospital

Santa Helena. Em nota, o Home rechaça qualquer envolvimento com o esquema e diz

que os médicos cirurgiões citados no escândalo não fazem parte do corpo clínico da

instituição.

Memória

O esquema da Máfia das Próteses foi relevado pela Operação Mister Hyde, que

recebeu esse nome em alusão ao filme de terror “O médico e o monstro”. Segundo os

investigadores, teria movimentado pelo menos R$ 30 milhões em cirurgias,

equipamentos e propinas. Há casos de pessoas que foram submetidas a

procedimentos desnecessários, como sucessivas cirurgias, com o objetivo de gerar

mais lucro para os suspeitos. Em outros, conforme revelado pelas investigações, eram

utilizados produtos vencidos e feita a troca de próteses mais caras por outras baratas.

Cerca de 60 pacientes, de acordo com a polícia, foram lesados em 2016 somente por

uma empresa, a TM Medical. Nesta segunda, os agentes da Deco fizeram novas

buscas na TM e recolheram mais materiais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa) deu apoio à ação.

METRÓPOLES

05/09/2016

SAÚDE

Médico pede adiantamento à Máfia das Próteses

para pagar dívida

Interceptações telefônicas a que o Metrópoles teve acesso mostram, com detalhes, a

relação promíscua motivada apenas pelo dinheiro e que alimentava o esquema

criminoso. Mais de 60 pacientes foram alvo do grupo

Outros hospitais, um número maior de médicos e novas empresas participavam do

esquema criminoso alimentado pela Máfia das Próteses no Distrito Federal. Nenhum

deles foi alcançado na primeira fase da operação Mister Hyde, mas já estão na mira

dos investigadores. O Metrópoles teve acesso a uma das interceptações telefônicas

em que um médico chega a pedir adiantamento de propina aos donos da empresa TM

Medical. As gravações mostram, com detalhes, a relação promíscua motivada apenas

pelo dinheiro e que alimentava uma verdadeira fábrica de cirurgias superfaturadas e

desnecessárias.

A conversa gravada entre um urologista e um dos donos da TM, Micael Bezerra Alves,

deixa claro como o esquema se desenrolava para lesar os planos de saúde e

pacientes com o uso de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), como pinos,

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sondas, cânulas. Os dois chegam a combinar um local para que o dinheiro fosse

entregue em espécie, para não deixar rastros de movimentação bancária.

Ouça o áudio na íntegra:

O médico, que não foi preso na primeira fase da Hyde e possui um consultório na

região do Lúcio Costa, no Guará, começa a conversa perguntando como os convênios

estão se comportando quanto aos pedidos de cirurgia de urgência. “Quando a gente

coloca (o pedido) em regime de urgência, eles estão aceitando? “, pergunta o médico.

Micael responde que os casos de urgência estão dando certo.

“Antes, estavam segurando os processos porque estavam cobrando um valor muito

caro. Estamos com uma equipe de olho só para esses casos de urgência”, explicou o

empresário preso na Hyde.

Em seguida, o médico conta a Micael que montou um grande consultório médico, com

três salas e que gostaria de receber um “adiantamento” por duas cirurgias que ainda

iriam ocorrer. “Comprei uns equipamentos pro consultório e estou com uma prestação

pesada para pagar. Tem como você me fazer uma transferência?”, pergunta o médico.

Em seguida Micael diz que não costuma fazer isso para todo mundo, mas que irá dar

o adiantamento. O empresário afirma que não é possível fazer a transferência pois

seria preciso emitir nota fiscal. “Entrego pessoalmente para o senhor”, confirmou o

empresário na conversa interceptada pela Divisão Especial de Combate ao Crime

Organizado (Deco).

As gravações reforçam a linha de investigação da polícia de que, além das 13 pessoas

presas na última quinta-feira (1/9), há fortes indícios de que outros profissionais estão

envolvidos no esquema. Além das interceptações, os depoimentos de pacientes nesta

segunda-feira (5/9) dirigiram os holofotes da apuração para outros hospitais além do

Home, na 613 Sul. Vítimas operadas pelos sete médicos presos no primeiro dia da

operação Mister Hyde relataram que foram operadas em unidades do Anchieta, em

Taguatinga, e no Daher, no Lago Sul.

O esquema teria movimentado pelo menos R$ 30 milhões em cirurgias, equipamentos

e propinas. Há casos de pessoas que foram submetidas a procedimentos

desnecessários, como sucessivas cirurgias, com o objetivo de gerar mais lucro para os

suspeitos. Em outros, conforme revelado pelas investigações, eram utilizados produtos

vencidos e feita a troca de próteses mais caras por outras baratas.

Cerca de 60 pacientes, de acordo com a polícia, foram lesados em 2016 somente por

uma empresa, a TM Medical. O esquema teria movimentado milhões de reais em

cirurgias, equipamentos e propinas. Há casos de pessoas que foram submetidas a

procedimentos desnecessários, como sucessivas cirurgias, com o objetivo de gerar

mais lucro para os suspeitos. Em outros, conforme revelado pelas investigações, eram

utilizados produtos vencidos e feita a troca de próteses mais caras por outras baratas.

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G1

03/09/2016

DISTRITO FEDERAL

Justiça libera 5 dos 13 suspeitos de integrar 'máfia

das próteses' no DF

Operação na sexta prendeu médicos e empresários por supostos crimes. Esquema

envolvia cirurgias desnecessárias e fez 60 vítimas, diz polícia.

A Justiça do Distrito Federal liberou 5 dos 13 médicos e empresários presos nesta

sexta-feira (2), suspeitos de integrar uma organização criminosa que lucrava com a

instalação de órteses e próteses sem necessidade. A operação "Mr. Hyde" da Polícia

Civil foi resultado de uma investigação iniciada em março, em parceria com o

Ministério Público.

Entre a noite de sexta e a madrugada deste sábado (3), foram liberados os médicos

Henry Campos, Leandro Flores, Rogério Gomes Damasceno e Wenner Costa

Catanhêde, além da empresária Mariza Martins. Eles conseguiram habeas corpus e

devem responder ao processo em liberdade.

Segundo a polícia, estima-se que cerca de 60 pacientes tenha sido lesados só neste

ano, por uma única empresa. De acordo com as investigações, o esquema envolvendo

cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de

próteses e uso de material vencido em pacientes é "milionário".

Os alvos da operação são sete médicos, dois empresários da empresa TM Medical

(que faz manutenção e reparos de aparelhos hospitalares), um coordenador da

Secretaria de Saúde, um diretor do hospital Home e funcionários. O diretor foi um dos

quatro alvos de mandados de condução coercitiva (quando o indivíduo é obrigado a

comparecer à delegacia para depor). Um dos médicos tinha cheirado cocaína pouco

antes de ser preso, informou a polícia.

Presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho disse que, se as

denúncias forem comprovadas, os médicos devem ser punidos severamente. "Essa

prática de indicar procedimentos desnecessários e superfaturados expõe pacientes a

risco e aumenta os custos de operação. Isso é ruim quando acontece no sistema

público e também é quando ocorre no sistema privado, na medicina suplementar, pois

o usuário acaba pagando um preço elevado."

Próteses e órteses

Próteses são dispositivos usados para substituir total ou parcialmente um membro,

órgão ou tecido. Órteses são utilizadas para auxiliar as funções de um membro, órgão

ou tecido do corpo. De uso temporário ou permanente, as órteses evitam

deformidades ou o avanço de uma deficiência médica. Um marca-passo, por exemplo,

é considerado uma órtese implantada.

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O processo de compra de marca-passos faz parte da série de denúncias apresentadas

pela presidente do sindicato dos servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues,

sobre um suposto esquema de desvio de verba na área.

Em um trecho do material encaminhado por Marli ao Ministério Público, ela relata ter

recebido a informação de que o atual subsecretário de Infraestrutura e Logística,

Marcello Nóbrega, rasgou uma nota de empenho (espécie de garantia de pagamento)

sobre a aquisição do material.

O gesto ocorreu porque "o resultado da concorrência não teria agradado aos grupos

políticos que gerenciam a área". Em depoimento à CPI da Saúde, Nóbrega negou as

acusações.

Esquema nacional

A fraude envolvendo órteses e próteses nacionalmente foi denunciada pelo Fantástico,

da TV Globo (veja vídeo abaixo). O assunto virou tema de uma CPI na Câmara dos

Deputados. Em janeiro do ano passado, o programa mostrou que médicos indicavam

cirurgias e o uso de próteses a pacientes mesmo quando não era necessário. Em

troca, recebiam comissões de até R$ 100 mil das empresas fornecedoras.

“Na maior parte das vezes, os dispositivos médicos implantados são usados em

situação de urgência e emergência. Muitas vezes o paciente não tem condição de

avaliar o melhor caminho", disse o então ministro da Saúde, Arthur Chioro, em julho de

2015.

Um grupo de trabalho criado pelo ministério apurou que o mercado de produtos

médicos movimentou 19,7 bilhões em 2014. Desse total, R$ 4 bilhões são relativos

aos chamados dispositivos médicos implantados, que englobam órteses e próteses. A

venda desses aparelhos aumentou 249% entre 2007 e 2014.

Chioro disse que a ausência de padronização, protocolos e um banco de preços criava

margem para "comportamentos oportunistas" de especialistas, que têm total controle

da escolha dos aparelhos.

O relatório encontrou diferenças de preços de implantes em regiões do Brasil e

também no comparativo com outros países. Um marca-passo na região Norte, por

exemplo, custa R$ 65 mil. No Sul, o preço cai para R$ 34 mil. Entre o Brasil e a

Alemanha, a diferença no valor de implantes de cóclea é de quase seis vezes.

Nos hospitais, foi percebido que o médico ganha com comissão paga pelas empresas

de dispositivos médicos. A prática é proibida pelos conselhos de medicina. Também

foi apontado que hospitais comercializam esses produtos com margem de faturamento

de 10% a 30%.

G1

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03/09/2016

CIÊNCIA E SAÚDE

Por que há mais casos de microcefalia no Brasil do

que em outros países afetados por zika?

Autoridades médicas estão intrigadas com o alto número de ocorrências de má-

formação congênita em fetos no país; assunto foi debatido n-o 4º encontro do comitê

emergencial da OMS.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e autoridades médicas se dizem intrigadas

com o fato de os casos de microcefalia aparentemente serem muito mais numerosos

no Brasil do que em outros países afetados pela epidemia de zika.

A questão esteve no centro dos debates do 4º encontro do comitê emergencial da

OMS sobre o tema, que terminou na última sexta-feira em Genebra.

De acordo com o diretor do comitê, o médico David Heymann, explicações para o alto

número de incidência de más-formações ainda precisam ser desvendadas, e estudos

em diversas direções procuram entender causas além das especuladas até o

momento.

"Há enormes variações e precisamos responder à pergunta: isso ocorreu

simplesmente porque o vírus atingiu a população em um outro momento, e há apenas

um lapso de tempo? Estamos apenas aguardando que as complicações apareçam?

Ou outros fatores contribuem fazendo com que, em uma parte do mundo, a doença

resulte em maiores complicações do que em outra?", indagou.

De acordo com o último boletim epidemiológico da Organização Pan-Americana de

Saúde (Opas), até agosto foram confirmados 1.845 casos de bebês nascidos com

más-formações no Brasil, em uma população de 206 milhões.

O segundo país a registrar maior incidência de más-formações congênitas é a

Colômbia, com 29 casos confirmados em uma população de 47 milhões.

Em uma comparação simplificada, o Brasil tem população cerca de 4,3 vezes maior do

que a do vizinho, mas registra 63 vezes mais casos de más-formações.

Ao todo, infecções por zika foram observadas em 72 países desde 2007, porém

apenas 20 desses reportaram más-formações no sistema nervoso de bebês

associadas ao vírus. Entre eles, quatro foram episódios de infecção ocorridos fora do

território.

Possibilidades

Diversas teorias procuram explicar a razão dos altos índices de microcefalia

observados particularmente no Brasil, mas até o momento nenhuma é conclusiva.

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O argumento mais aceito era de que os surtos haviam iniciado anteriormente no Brasil

e se alastrado para o resto da América Latina, portanto seria apenas uma questão de

tempo até a microcefalia atingir altos números na região como um todo.

Essa profecia, porém, ainda não se concretizou, deixando o Brasil numa indesejável e

solitária liderança estatística.

Para o virologista da USP Paolo Zanotto, a cepa (linhagem) do vírus, o lapso do tempo

desde o início da epidemia, a interação com outras doenças e as condições

socioeconômicas são os fatores mais prováveis por trás da discrepância.

Na reunião da OMS debateu-se extensamente se a versão do zika que provocou a

epidemia no Brasil - de origem asiática e comprovadamente associada à microcefalia -

seria mais perigosa do que sua gêmea, a cepa africana.

"As epidemias com a cepa africana vêm ocorrendo há vários anos, mas ninguém

realmente as observou. Então a pergunta é: estaria a africana também causando

microcefalia?", questionou Peter Salama, diretor-executivo para surtos e emergências

da organização.

"Estamos analisando as diferenças entre as cepas. Isso está sendo investigado",

reforçou Heymann.

Zanotto ressalta que a desproporcionalidade de casos nos Brasil depende da

compreensão do fenômeno como um todo. O lapso do tempo desde o início da

epidemia e o nível de prevalência do vírus seriam os parâmetros corretos para essa

aferição.

"A gente precisaria ter estudos de sorologia retroativos nas populações para entender

em que ponto estamos, quantas pessoas de fato foram infectadas. Um milhão?

Cinquenta milhões? Precisamos saber isso para poder calcular os casos de

microcefalia com um denominador de fato."

"Imagine se no Nordeste (do Brasil) 80% da população já tiver sido infectada? Aí os

números de microcefalia fariam sentido. Mas, se menos de 2 milhões tiverem sido

infectados, ainda haveria muitos milhões (de pessoas vulneráveis). Aí a doença ficaria

muito mais complicada do que parece", explicou.

Cofatores

"É necessário que haja estudos completos, com grupos de controle, para estabelecer

se existem ou não outros aspectos envolvidos. Isso é principalmente por conta da

diferença entre as manifestações (do vírus) em diversos países", afirmou Heymann.

O diretor-executivo destacou que a particularidade brasileira é "uma questão em

aberto". "Há muitos estudos em andamento, inclusive com grupos de controle,

especialmente no Nordeste do Brasil, para explicar as variações entre as incidências

de complicações."

Ele enumerou aspectos genéticos, alimentares e de contaminação ambiental como

exemplos. "Há uma extensa gama de fatores que precisa ser avaliada para

entendermos exatamente a causa", agregou.

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O desafio dos cientistas não é apenas definir quais cofatores impactaram a má-

formação dos bebês, mas também avaliar a interação entre eles, já que possivelmente

ocorrem simultaneamente.

"No Nordeste, há uma prevalência de dengue muito mais alta do que no resto do

Brasil. Cerca de 80% da população já teve dengue. Pesquisas já mostraram que isso

pode ser um intensificador do problema", exemplificou Zanotto.

Outro ponto destacado por Zanotto é o índice de desenvolvimento humano (IDH),

referência utilizada para avaliar a condição socioeconômica da população. De acordo

com o professor, a maioria dos bebês afetados nasceu em comunidades cujo IDH é

baixo.

"Temos evidência de que o fator socioeconômico está relacionado também - pode ser

relacionado à má nutrição ou à exposição a outras doenças."

"Há várias coisas que podem ser a razão (da alta incidência de microcefalia) e

estamos tentando produzir pesquisas em várias linhas pra tentar ficar sensível às

respostas que venham dessas diferentes hipóteses", concluiu.

SINDSAÚDE

02/09/2016

NOTÍCIAS

Denúncia do SindSaúde tem desdobramento

Renilson Rehem comanda Hospital da Criança, única parceria atual do Buriti. Suspeita

é de 'defesa de interesse particular'; CPI apura desvios na Saúde.

O Ministério Público de Contas, ligado ao Tribunal de Contas do Distrito Federal, pediu

que a Corte determine ao Conselho de Saúde que afaste o médico Renilson Rehem

de seu quadro. O órgão aponta possíveis irregularidades nos contratos do Palácio do

Buriti com o Hospital da Criança de Brasília, dirigido por Rehem por meio de uma

organização social, e pede a apuração dessas suspeitas.

As relações de Rehem com o GDF são investigadas pela CPI da Saúde e pelo MP de

Contas. A procuradora do MP de Contas Cláudia Pereira também pediu autorização

para fazer um "pente-fino" nas contas e nos contratos do Instituto de Câncer Infantil e

Pediatria Especializada (Icipe).

O Icipe foi criado para administrar o Hospital da Criança, e é citado pelo GDF como

"exemplo de boa gestão" – o governo quer expandir os contratos com OSs para

gerenciar UPAs e unidades básicas de saúde. As pessoas e órgãos citados no pedido

do MP negam irregularidades (veja os posicionamentos no fim desta reportagem).

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As medidas propostas pelo MP se baseiam em um relatório parcial da CPI da Saúde

ao qual o G1 teve acesso. Elaborado por policiais civis que ajudaram na comissão, o

texto aponta uma série de suspeitas envolvendo a Abrace (entidade de assistência a

jovens pacientes com câncer, responsável pela construção do Hospital da Criança), a

direção do Hospital da Criança e o Icipe.

Em um dos trechos mais críticos do relatório preliminar, a CPI da Saúde afirma que

"acreditar nisso [que as OSs poderiam resolver a saúde pública do DF] é o mesmo que

acreditar em Papai Noel". Segundo o documento, o governo é movido por "interesses

nefastos e escusos" ao apresentar o modelo como solução para o "caos que impera

na saúde".

Investigações

O Icipe é objeto de outras sete investigações em curso no Tribunal de Contas – o

próprio surgimento da entidade é questionado. O instituto foi fundado em 2009 e

passou a ser considerado organização social em 2011. Entre os assuntos apurados,

está o fato de o Icipe ter sido credenciado como OS sem cumprir exigências legais,

como apresentação de balanços dos patrimônios dos dois anos anteriores.

Desde 2011, o Icipe recebeu mais de R$ 200 milhões do GDF e do governo federal

sem licitação. Segundo o relatório, a contratação do instituto “não poderia ter ocorrido

pelo fato de que o Icipe não preenchia os requisitos formais de estabelecimentos nos

chamamentos públicos”. Os contratos com a entidade foram assinados à época

mesmo sem o aval da Procuradoria-Geral do DF.

LEIA ABAIXO AS SUSPEITAS LEVANTADAS PELO RELATÓRIO:

Grupo de Trabalho e Conselho de Saúde

Médico sanitarista de 65 anos, Renilson Rehem é um dos sete integrantes de um

grupo de trabalho formado pelo governo para analisar a "descentralização da gestão

em saúde" – ou seja, a contratação das organizações sociais.

O grupo foi criado em agosto de 2015 e lista Rehem como servidor. Segundo a CPI, o

diretor do hospital não faz parte do quadro do GDF. Além disso, ele preside o Instituto

Brasileiro de Organizações Sociais de Saúde (Ibross), que representa 19 OSs pelo

país.

Se o modelo for alterado e as OSs forem contratadas, cada acordo firmado terá de

passar pelo Conselho de Saúde. A CPI questiona o fato de Rehem representar as

organizações e, ao mesmo tempo, estar envolvido na avaliação desses contratos.

Além de pedir o afastamento de Renilson Rehem, o MP pede que o Tribunal de

Contas mande anular a criação do grupo de trabalho, ou cobre explicações do Buriti

sobre a composição desse grupo.

Vínculos suspeitos

Ainda de acordo com o relatório, os dirigentes do Icipe "guardam uma íntima relação

com os dirigentes da Abrace, mantendo ainda uma relação 'promíscua' com os

dirigentes do HCB [Hospital da Criança de Brasília]".

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O texto aponta que servidores da Secretaria de Saúde têm dificuldade até para

diferenciar hospital, entidade e OS, porque as três instâncias têm membros em

comum.

"Outro detalhe que merece atenção é que a maioria dos integrantes do Icipe, HCB e

Abrace possuem várias empresas com 'animus lucrandi' registradas em seu nome.

São pessoas que se dedicam muito à 'filantropia', mas não se esquecem de lucrar em

suas empresas", dizem os policiais que assinam o relatório. As dezenas de empresas

referidas são de serviços e consultoria na área da saúde. Pela denúncia, Rehem é

"sócio de cinco empresas", incluindo o Ibross.

Por causa dos vínculos entre os integrantes das entidades investigadas, o relatório

indica a “real possibilidade da ocorrência de crimes contra a administração pública,

não sendo fantasiosa a cogitação do cometimento de crimes de lavagem de dinheiro”.

O relatório, no entanto, não dá mais detalhes sobre a suspeita.

Ligações suspeitas

No texto, os policiais lembram que Renilson Rehem já foi acusado de tentativa de

extorsão contra uma fornecedora de medicamentos anticâncer enquanto era secretário

no Ministério da Saúde, em 2001. À época, foi absolvido. Segundo o relatório, Rehem

operava com um lobista que chegou a ser preso na operação Zelotes.

O documento também “puxa” a ficha do presidente do Icipe e vice-presidente da

Abrace, Newton Alarcão. Segundo o texto, ele é sócio de um conglomerado de

empresas do ramo de informática e de TI chamado Politec/Indra, que tem contratos

com o GDF. Só da Secretaria de Saúde, foram repassados R$ 926.385 para o grupo.

A Politec foi alvo da operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato que

apura supostas fraudes cometidas no Ministério do Planejamento em operações de

crédito consignado a servidores federais.

Ainda de acordo com o documento, Newton Alarcão é parente do ex-secretário de

Obras Jaime Alarcão, que chegou a ser preso em 2001 por crimes contra o

consumidor. A passagem dele no GDF foi durante o governo de José Roberto Arruda.

Endereço em comum

Segundo o relatório da CPI, a sede do Icipe funciona no mesmo local que a sede do

Ibross, no Guará. No local, Rehem e Alarcão dividem a mesma sala. “A utilização

conjunta da sala não seria estranha, não fosse o fato de que Renilson Rehem de um

lado defende o interesse de 19 OSs, sendo que de outro lado, Newton Alarcão,

presidente do Icipe, recebe uma enormidade de recursos públicos.”

Os investigadores que assessoram a CPI chegaram à conclusão de que há risco de

existirem “relações escusas” com as empresas vinculadas aos membros das

entidades investigadas. “Não seria estranho afirmarmos que a Abrace, Icipe e HCB,

embora pessoas totalmente distintas, fossem tratadas como uma única pessoa, dada

a evidente confusão patrimonial entre elas”, cita o texto.

Liberação de verbas

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O documento enviado pela CPI a promotores e procuradores alerta para o fato de que

a médica Dea Carvalho agiu a favor do Icipe e do Hospital da Criança enquanto

servidora na Secretaria de Saúde. Mesmo fazendo parte do quadro do GDF, ela

aparece como uma das pessoas que assinaram a ata de assembleia que constituiu o

Icipe.

Em um ofício de junho de 2010, Dea pede que sejam liberados R$ 80 milhões com

urgência para o instituto referente a um contrato com a pasta. À época, ela era

subsecretária interina de Programação, Avaliação, Regulação e Controle. Em junho de

2013, Dea se tornou diretora do Icipe. A aposentadoria dela só ocorreu em agosto

daquele ano.

Para os investigadores que colaboraram com a CPI, não há dúvidas de que Dea

“praticou no mínimo o crime de advocacia administrativa, atando em favor do Icipe,

quando ainda estava lotada como subsecretária”.

VERSÃO DOS CITADOS

Secretaria de Saúde

De acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo de trabalho instaurado para criar a

minuta do projeto de lei que permite a ampliação da participação das OS concluiu os

trabalhos em dezembro de 2015. O grupo foi desfeito naquela ocasião.

Ainda segundo a pasta, há dois assentos de titulares e suplentes no Conselho de

Saúde para representantes de prestadores de serviços. Como diretor do Hospital da

Criança, Rehem ocupa uma vaga de suplente, cujo titular é o diretor do Instituto de

Cardiologia do Distrito Federal, Jorge Bruno Rosário de Souza, diz a secretaria.

O Conselho de Saúde também é composto por representantes do governo, servidores

e usuários da saúde. Ele atua na formulação de estratégias e políticas de saúde.

Renilson Rehem

Ele diz não participar de nenhuma comissão sobre OS. Segundo ele, o Ibross "tem

como um dos seus objetivos destacar as organizações sociais mais comprometidas

com uma gestão competente e responsável dos recursos públicos".

"Acrescento ainda que não há nada o que possa motivar suspeitas sobre o trabalho

que é realizado na administração do Hospital da Criança de Brasília cujas contas

relativas aos anos de 2011, 2012 e 2013 já foram analisadas minuciosamente e

aprovadas pelo TCDF", declarou.

Rehem negou fazer parte de acordo quem destinam verbas para qualquer unidade.

Sobre o episódio em que foi acusado de extorsão, o médico diz ter sido a própria

vítima do lobista e que partiram dele as denúncias sobre o caso à Polícia Federal.

"O modelo de OS é apenas uma das várias possibilidades existentes no SUS. Mas

não acho que seja um modelo mágico, que por si só é perfeito. Para que a parceria dê

certo, a OS precisa ser séria, o governo precisa se preparar, se organizar, para

acompanhar e fazer sua parte no controle e na avaliação da execução do Contrato de

Gestão", afirmou.

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Déa Carvalho

A ex-servidora relatou ter ocupado o cardo de diretora de Programação e Políticas de

Saúde entre novembro de 2008 e dezembro de 2010. Em janeiro de 2011, entregou o

cargo "por motivo de mudança de governo".

Entre junho de 2009 e julho de 2010, atuou como subsecretária interina de

Programação e Políticas de Saúde. "Quando o Icipe foi contratado, eu atuava na

Secretaria de Saúde sem cargo comissionado, como técnica [..], condição que

perdurou até minha aposentadoria em 2013. O Icipe não recebeu recursos da

Secretaria de Saúde, a qualquer título, até sua contratação em agosto de 2011."

Segundo ela, nenhum dos cargos que ocupou teve como atribuição ou prerrogativa a

autorização ou ordenação de despesas ou de celebração de contratos e convênios.

"Na verdade, como caracteriza a área de planejamento, as divisões em que trabalhei

eram só o ponto de partida desses processos, após solicitacao de áreas técnicas

finalísticas, geralmente da Subsecretaria de Atenção a Saúde."

Icipe e Newton Alarcão

O G1 não recebeu retorno do Icipe ou de seu presidente, Newton Alarcão, até a

publicação desta reportagem.

VÍDEOS

REDE GLOBO

05/09/2016

DFTV 1ª EDIÇÃO

Suposto esquema de equipamentos cirúrgicos

movimentou mais de R$ 30 milhões em 5 anos

A TV Globo teve acesso a diálogos de integrantes da máfia das próteses. Trinta

vítimas procuraram a polícia. O médico considerado chefe do esquema é advogado e

atuava contra os planos de saúde. A organização movimentou mais de R$ 30 milhões

em 5 anos

Vídeo disponível aqui.

REDE GLOBO

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05/09/2016

DFTV 2ª EDIÇÃO

Polícia começa a ouvir pacientes operados por

médicos citados em esquema de fraudes no DF

Muitas pessoas já procuraram a polícia dizendo ser vítimas dos médicos que

participavam do esquema.

Vídeo disponível aqui.

REDE GLOBO

05/09/2016

DFTV 2ª EDIÇÃO

Crise na saúde afeta pacientes que precisam de

leitos na UTI

Muitos pacientes precisam acionar a Justiça para ter uma solução.

Vídeo disponível aqui.