vida espiritual - espiritualidade cristã: o que significa ? 1- para os cristãos, a expressão vida...

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Vida espiritual - Espiritualidade cristã: o que significa ? • 1- Para os cristãos , a expressão vida espiritual ou espiritualidade cristã significa

antes de tudo “viver segundo a vida divina recebida no chamado à existência na criação: “Deus soprou um hálito de vida (ruah) em sua nariz, e o homem se tornou um ser vivente (nefesh) (Gn 2,7).

• Este primeiro hálito de vida divina foi potenciado e animado pelo Espírito Santo , derramado no batismo, como fruto da Páscoa de Cristo:” (Rm 8,14-15) . O Espirito Santo nos capacita a viver a verdadeira “vida espiritual”.

• A vida espiritual • É um processo/caminho de transformação gradual do “homem velho” ao “homem

novo” em Cristo (Rm 6, 1-14.) • É uma potencialidade e uma vocação para cada um tornar-se “cristão” e

“espiritual” de fato: isso é conforme a Cristo, graças à ação do Espírito Santo e a nossa resposta de fé à sua ação.

• 2 – É uma “espiritualidade encarnada” na realidade do dia a dia. Abrange a pessoa na totalidade dos seus aspectos e na totalidade das suas ações e relações: os frutos do Espírito (Gl 5,13-26)

• É uma “espiritualidade integral”, que se desenvolve gradualmente (conversão continua ao Senhor) até o fim da vida, quando, através da morte, nos será concedido “nascer definitivamente” à vida de Deus, e alcançar a plenitude das potencialidades do nosso batismo.

• 3 - A páscoa de Jesus, - a sua morte e ressurreição e a efusão do Espírito Santo - é o centro da história da salvação: da criação, até a plenitude do reino de Deus no Apocalipse (Cl 1, 15-20; Ap 21,1-5))

• O Espírito de Deus com a sua energia vital e a sua ação atravessa toda esta história e a anima ( cf Gn 1,1-2; Jo 20,22-23).

• “ Quando Jesus na cruz tomou o vinagre, disse ‘ Tudo está consumado!’ E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”( Jô 19,30-31): no duplo sentido de João : “entregar o último suspiro” e “derramar o Espírito Santo”.

• “ Do lado de Cristo dormindo na cruz, nasceu o admirável sacramento/mistério da igreja” (SC 5; S. Agostinho).

4 - Qual a função da liturgia na promoção da vida espiritual do cristão ?

• A liturgia, no seu conjunto, nos põe em relação vital com a páscoa de Jesus, isso é com a sua morte e ressurreição e efusão do Espírito, e, pelo dom do Espírito Santo, nos faz participar da sua vida.

• A liturgia constitui o Memórial atualizante da páscoa de Jesus: “Para levar a efeito obra tão importante Cristo está sempre presente em sua igreja, sobretudo nas ações litúrgicas” (SC 7).• A vida cristã, a vida espiritual se desenvolve como relação pessoal com o Senhor, sustentada

pelo Espirito Santo, participando à pascoa de Jesus nas variadas expressões da liturgia: sacramentos, liturgia das horas, ecc

• O Espírito Santo se torna energia vital e Lei interior que nos capacita, nos impele e nos guia do interior a viver segundo a condição de filhos e filhas do Pai. ((Rm 6, 4).

• Brotam os “frutos do Espírito”, os comportamentos coerentes com a conversão ao Senhor, no serviço ao próximo, nas relações sociais, no respeito e valorização da natureza: “Ecologia integral” (Papa Francisco, Louvado sejas...c.6 ).

• 5 - É superada toda separação entre o templo e a vida, entre os ritos sagrados, as devoções, e os caminhos da vida concreta. A vida é o lugar privilegiado do encontro com Deus.

• Todas as expressões da vida cotidiana, se orientadas pelo Espírito do Senhor, pela fé e pelo amor, constituem o verdadeiro culto espiritual agradável a Deus (Rm 12, 1-2).

• “Os batizados, pela regeneração e a unção do Espirito santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo....... concorrem na oblação da eucaristia e o exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa” (LG 10)-

• 6 - A LITURGIA é o cume para o qual tende a ação da igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força (SC 10).

• Na celebração, “ os fieis atingem o espírito verdadeiramente cristão” (SC 14)

• 7 – A vida litúrgica na diocese • O bispo, como “sumo-sacerdote” do seu rebanho e fonte da vida espiritual

dos fieis.

• A SC afirma: “ O Bispo deve ser considerado como o sumo-sacerdote do seu rebanho, de quem deriva e depende, de algum modo, a vida de seus fiéis em Cristo.

• Por isso, todos devem dar a maior importância à vida litúrgica da diocese que gravita em redor do Bispo, sobretudo na igreja catedral, convencidos de que:

• a principal manifestação da Igreja se faz numa participação perfeita e activa de todo o Povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, especialmente na mesma Eucaristia, numa única oração, ao redor do único altar a que preside o Bispo rodeado pelo presbitério e pelos ministros (SC 41).

• 7.1 -A vida litúrgica na paróquia: • “As paróquias (constituídas localmente sob a presidência

dum pastor que faz as vezes do Bispo). representam, de algum modo, a Igreja visível estabelecida em todo o mundo.

• Por consequência, deve cultivar-se no espírito e no modo de agir dos fiéis e dos sacerdotes a vida litúrgica da paróquia e a sua relação com ó Bispo, e trabalhar para que floresça o sentido da comunidade paroquial, especialmente na celebração comunitária da missa dominical.”(SC 42)

• 8 – Condições para uma participação autentica à liturgia* Preparar-se:

• chegar à celebração preparados e disponíveis ao encontro pessoal com o Senhor, à escuta da sua palavra e ao diálogo interior com seu Espírito.

• : meditar antecipadamente a Palavra do domingo - o silêncio interior e exterior na assembleia antes da celebração... uma consciência aberta.....

• * Participar: • A participação seja consciente, plena e ativa,(SC 14) nas condições

interiores, e nos gestos rituais. • * Deixar expandir a celebração para a vida: realizar na vida “ o mistério

que celebramos na liturgia”

• 9 – A espiritualidade litúrgica, não é somente um método de rezar, uma opção de livre escolha “para aqueles que gostam”.

• • Ela é a maneira primeira e fundamental de ser e de viver, proporcionada para todos,

pela igreja nossa mãe, pois na liturgia Cristo continua atuando e renovando nossa vida (cf SC 5-7).

• Nela se cresce dia após dias, através da experiência perseverante na oração e na vida dedicada ao Senhor.

• A formação litúrgica nos faz participar mais profundamente às celebrações, com o movimento de uma espiral sem fim.

• O ano litúrgico, é a primeira escola de espiritualidade. Nos faz voltar sempre à páscoa de Jesus como ao centro da vida da igreja e nos faz mergulhar gradativamente no mistério do Senhor.

• 10 – Algumas características da espiritualidade litúrgica • 1. É bíblica - Nos faz viver a história da salvação de Deus Pai, testemunhada na Escritura. Aquela palavra agora se cumpre em nós. • 2. É pascal: é centrada sempre sobre o mistério da páscoa de Jesus, que se torna o nosso caminho

de transformação nele e da nossa santificação. Nos habilita para uma existência pascal

• 3. É Cristológica: nos faz viver a contínua relação pessoal com Cristo, na sua presença perene no meio de nós: na palavra, na eucaristia, na caridade fraterna, na consciência...

• O caminho espiritual é tornar-nos “cristãos”, conformados e transfigurados em Cristo.

• 4 . É centrada no Espirito Santo: é no Espírito que partilhamos com Jesus sua condição de filhos/as de Deus. É no Espírito que nos relacionamos uns aos outros como irmãos e como membros do seu corpo. É no Espírito que produzimos frutos de vida nova.

• ………Caracteristicas….

• 5 . É trinitária: A Santa Trindade é a fonte da nossa vida e a meta do nosso caminho.

• Batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.• “Gloria” ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo...• Doxologia: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós Deus Pai onipotente na

unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre”.

• 6. É ecclésial: na comunhão da igreja nascemos à vida de Deus pelo anuncio do evangelho e o batismo, nela crescemos como membros do único corpo de Cristo, por ela seremos entregues ao Pai.

• A liturgia nos forma a um caminho espiritual autenticamente pessoal e ao mesmo tempo eclesial, e socialmente comprometido.