VIDA E OBRA DE JOO WESLEY por Paulo Eduardo Alves de Freitas A grande e corrupta Inglaterra do sculo XVII, mal sabia que seria o bero de um grande avivamento. E esse seria to promissor que alcanaria vrios outros pases.O despertamento espiritual, porm racional, aconteceria atravs dopoder de Deus sobre um jovem chamado Joo Wesley, ele seria o fundador doMetodismo na Inglaterra, juntamente com seu irmo Charles Wesley. Ambos eram membros da Igreja Anglicana, mas no se conformaram com o rumo que a igreja ia tomando, distanciando-se cada vez mais dos ensinamentos prticos do Evangelho de Cristo. Joo (1703-1791) foi predominantemente pregador, organizador, apologista1 deste movimento. E sobre ele e sua doutrina da Perfeio Crist que este estudo se deter a maior parte do tempo. Eis uma breve descrio de Joo Wesley conforme Buyers: Ele se erguia, vulto pequeno, catito e simptico, o cabelo preto e liso, bem repartido; as feies claras e puras como as de uma menina; os olhos castanhos, cintilantes como pontas de ao. E de acordo com historiadores sua voz e personalidade afetavam profundamente a multido dos que o ouviam. Durante os 55 anos desde a primeira ltima entrada no seu Dirio, Wesley pregou mais de 42.000 sermes, viajou mais de 400.000 quilmetros a p, a cavalo, de carruagem e de navio, escreveu mais de 200 livros e panfletos. Tornou realidade sua afirmativa: O mundo minha parquia. 1. A situao da Inglaterra antes do avivamento wesleyano O fundamento cristo na Inglaterra, se pode ser chamado assim, no foi dos melhores. Visto que seus precursores enfatizavam mais seus interesses polticos do que o Cristianismo propriamente dito. Desde o rei Henrique VIII, que no aceitava a autoridade papal, e tambm levava forca todos quantos professassem as doutrinas luteranas, o Evangelho no era mais aceito de fato. Sabedores de que a potncia Catlica j no era mais a mesma os reis ingleses assumiram o comando. Isso levava a diversas transies religiosas, do catolicismo ao protestantismo e vice-versa. Com o reinado do piedoso protestante Eduardo VI a reforma inglesa se firmou profundamente de tal forma que mesmo com a ascenso de Maria Tudor no foi possvel desarraig-la. A rainha Elizabeth de uma vez por todas firmou a Igreja Anglicana na Inglaterra, todavia era mais um pacto estatal com interesses polticos do que um pensamento religioso. Segundo Cairns, a igreja virou um mero rgo do estado, o que fez com que a espiritualidade fosse quase toda extirpada do terreno ingls. Os sermes eram apenas longas homilias sobre trivialidades morais sem demonstrar o verdadeiro contedo do evangelho. A classe alta aderiu ao desmo. O alto clero era bem pago enquanto o baixo clero sofria com pequenos salrios. Um decrscimo na moral inglesa havia acontecido. As pessoas pareciam andar constantemente tristes e os atrativos que encontravam eram o alcoolismo, prostituio, brigas de animais dentre outras atividades corrompedoras. De acordo com Cairns jogava-se excessivamente. Conta-se que Charles James Fox, um lder poltico, perdeu cem mil libras em vinte e quatro anos. E o mau padro vinha de cima, Lelivre relata que a famlia real dava o mau exemplo do relaxamento dos bons costumes, e a nobreza a seguia. Walker afirma que o racionalismo penetrara todas as classes de pensadores religiosos, de modo que mesmo entre os ortodoxos o cristianismo se assemelhava mais a um sistema de moralidade apoiado por sanes divinas. Quanto a toda essa problemtica Buyers afirma que a Inglaterra parecia um vale de ossos secos que esperavam o sopro divino para vivific-los. 2. Um tio tirado do fogo14 Joo Wesley nasceu em 1703, era o dcimo quinto filho, dos dezenove, de Samuel e Suzana Wesley. Seu pai era um clrigo devoto, erudito, nada prtico, na parquia da igreja alta de Epworth, em Lincolnshire. Nele possvel reconhecer defeitos e virtudes, carter e nobreza, mas que s vezes tende ao desequilbrio. Quanto sua me, o que pode ser dito que foi uma mulher extremamente zelosa e valente, criou a grande famlia com uma mistura de teologia da igreja alta, devoo puritana e inflexvel independncia. Ela influenciou permanentemente a vida de Wesley, devido sua maneira de educar seus filhos. Suzana Wesley era uma crist fervorosa, para quem o

crescimento espiritual dos filhos era ainda mais importante do que seus progressos intelectuais. Dessa maneira foi a formao de Joo Wesley, no mbito familiar, foi moldado seu carter e tambm o incio de seu pensamento teolgico-religioso. O ttulo deste segundo tempo se deu devido h um acontecimento na vida de Joo Wesley e seus familiares. Por serem uma famlia pobre e seu pai pastor, os Wesley tinham muitos inimigos, dessa feita, certa noite Samuel, seu pai, acordou e percebeu que a casa deles estava em chamas, levantou-se rapidamente e comeou a levar todos para fora do lugar. Quando todos j haviam sido retirados passaram revista contando as crianas e perceberam que faltava o pequeno Joo. Ele ficara dormindo no quarto do andar de cima e o fogo j havia se alastrado por toda a casa, no havia mais como entrar. Este, entretanto, acordou e correu at a janela, e ali foi percebido sem demora. Os homens subiram um no ombro do outro e alcanaram o menino antes que o fogo chegasse a ele. Joo Wesley nunca se esqueceu dessa salvao providencial. Anos depois, embaixo de um dos seus retratos, mandou gravar uma casa tomada pelas chamas, com a inscrio: No este um tio arrebatado do fogo?'. Wesley teve enfermidades durante sua infncia, as quais suportou muito bem. Seu carter e hombridade j eram notveis desde muito cedo. Segundo Lelivre o menino mostrava uma desenvoltura muito acima de sua idade. 3. Estudos e ordenao Joo Wesley comeou seus estudos aos dez anos e meio. Conseguiu uma oportunidade em uma escola rica, a saber, Charterhouse, devido do Duque de Buckinghan. Na escola ele sofreu bastante. Por por vir de um contexto pobre, seu pai era um pastor do interior, sofria maus tratos por parte de seus colegas, mas no desistiu dos estudos por isso. Tem que se dizer tambm que mesmo dedicando-se leitura da Bblia e fazendo suas oraes de manh e de noite, nesta escola alguns dos seus princpios de conduta ficaram um pouco relaxados. Frequentou esta escola at se formar durante 5 anos, mesmo depois algumas vezes voltava para visitar a instituio. No ensino superior foi congratulado com uma bolsa de estudos no renomado Christ Church College da Universidade de Oxford no ano de 1720. A princpio no pensava em se consagrar ao ministrio, inclusive seu pai sempre lhe dizia que no o fizesse com o interesse apenas de conseguir dinheiro para sua sobrevivncia. Durante o tempo da universidade, a vida de Wesley no ponto de vista espiritual no mudou em relao Chaterhouse, limitava-se a praticar os deveres religiosos exigidos pelo regimento interno da universidade. Repetia as oraes litrgicas e no sentia nenhuma falta por isso. Certa feita sua me escreve uma carta para ele. Pag. 33. (A famlia como veculo de formao social, acadmica e religiosa do indivduo). Todavia Lelivre relata que em 19 de setembro de 1725, Wesley recebeu das mos do bispo Potter a ordenao de dicono, que na Igreja Anglicana a primeira das ordens sagradas a ser concedida. Nesse tempo auxiliou seu pai na parquia de Epworth. Retornando a Oxford conseguiu a toga de honra , que lhe atribua honra, e de acordo com Lelivre este ttulo possua vrias vantagens, e tambm o obrigava a colocar-se a disposio daquele estabelecimento sempre que precisassem de seus servios, o que lhe concedia vrios privilgios, porm lhe transmitia muitas responsabilidades tambm. No vero seguinte ajudou seu pai novamente em Epworth, e teve interesse em se ingressar na obra missionria. E no ms de agosto de 1727, relata Lelivre, o ministro de Epworth, sobrecarregado com os achaques da velhice, chamou seu filho para trabalhar ao seu lado. Wesley permaneceu ali at novembro de 1729, com exceo de trs meses que passou na Universidade de Oxford, onde foi ordenado presbtero em 22 de setembro de 172824. Dedicado, Wesley, compreendia bem o grego, hebraico, latim e francs, mas seu interesse maior no era o intelecto. Por conselho de seu pai ele estudava a Bblia em seus originais. Seus primeiros anos em Oxford no foram muito perceptveis nem influencivel s pessoas daquele lugar. 4. O Clube Santo: comea o movimento Metodista Apesar da disposio, desde criana, de um carter forte, Joo Wesley na sua juventude no foi o mais honroso homem. O pecado no o perturbava. Repetia as oraes litrgicas e comungava trs vezes ao ano; porm, conforme ele mesmo confessa, no tinha a menor idia da santidade interior, e cometia habitualmente pecados e, ainda, freqentemente com prazer. O jovem rapaz no demonstra em suas cartas qualquer indcio de lutas espirituais. O que causava srias preocupaes por parte de sua me. Todavia, com o tempo, Joo Wesley comeou a perceber que sua conduta no estava correta e quando

pecava, estes j pareciam afet-lo de alguma maneira. Isso o fez pensar sobre o assunto. Visto que ele sempre se interessara pela religio, ainda que de forma externa, agora queria mudar de vida. Duas obras que influenciaram notavelmente a vida de Wesley foram a Imitao de Cristo de Toms Kempis, e as Regras para Viver e Morrer na Santidade, de Jeremias Taylor. Joo era bastante crtico o que o fez perceber algumas questes sobre estes estudos, nem tudo que esses autores relataram foi bem aceito por ele. Outros livros que o influenciaram foi a Perfeio Crist e a Chamada Sria de Law. Aps servir como auxiliar em Epworth, volta para Oxford, onde inicia com um grupo de rapazes um trabalho de orao, leitura da Bblia e discusses sobre a santidade e a vida diria. Por escrnio, os demais estudantes chamavam a sociedade o clube dos santos, e os seus membros receberam o apelido zombeteiro de metodistas, por causa da metodologia e regularidade com que cumpriam seus deveres religiosos. Tiveram trs que se destacaram nessa organizao, Joo Wesley que maliciosamente era chamao pelos jovens da universidade de procurador do clube dos santos; Carlos Wesley, o irmo de Joo que nesta poca havia se integrado tambm na Universidade de Oxford; e Jorge Withefield, que veio a ser um grande pregador. Ao todo aquele grupo nunca passou o nmero de quinze integrantes. Joo Wesley passou a buscar mais a santidade interior, e pureza de corao. Para isso fazia boas obras. Para conseguir isso, resolveu abandonar certos amigos, dedicar duas horas por dia orao e comungar uma vez por semana. Ele era bastante consciencioso com relao ao tempo e dinheiro, todo o seu dia era programado, e limitava-se a gastar anualmente apenas 700 dlares, mesmo quando sua renda subiu para 3000 dlares, o que passava dos 700 dlares ele dava aos pobres. Planejava de antemo e metodicamente o trabalho de cada dia, e anotava no seu dirio o uso que havia feito de cada hora. Em agosto de 1731 escreveu a um dos seus discpulos o seguinte: Como voc no tem a garantia de um s dia de vida, ser pouco prudente desperdiar um s momento. Parece-me que o caminho mais certo para se chegar sabedoria o seguinte: primeiro: definir qual o alvo que voc se prope a alcanar; segundo: no ler nenhum livro que no contribua de um ou outro modo a esse fim; terceiro: entre os livros, escolher os melhores; quarto: terminar o estudo de uma obra antes de empreender outro; e, quinto: ler de uma maneira to ordenada que a leitura de hoje sirva para esclarecer e corroborar a de ontem. Ao que se percebe Wesley era algum que dava tanto valor s tradies quanto s Escrituras e que esperava alcanar a santidade atravs das boas obras que fazia. Apegou-se muito aos escritores msticos, a ponto de escrever a seu irmo Samuel, que estes o levaram a naufragar na f. No entanto, a f de Joo Wesley no era profundamente arraigada nas Escrituras e seu corao no possua a real certeza da salvao, e com isso ele sofria diariamente. O rapaz no havia compreendido que no eram suas obras que o levavam a Deus, mas Este que o levaria a boas obras. Mas ainda havia esperana para ele, pois no havia deixado de procurar e ele menos sabia que era o Senhor quem o encontraria. 5. A converso: inicia-se o ministrio avivador. Em 1735 ouve uma expedio para a Amrica do Norte, com o intuito de a Inglaterra fundar mais uma colnia, a de Gergia. Junto no navio, foram tambm cristos protestantes com o fim de evangelizar os que se encontrassem naquelas terras. Joo Wesley estava entre eles, bem como seu irmo Charles. Pouco antes da viagem Joo contou a um amigo seu as razes que o levavam a ir Gergia, nos seguintes termos: O que mais me anima para dar esse passo a esperana de salvar a minha alma. Ao pregar aos pagos, espero aprender o verdadeiro significado do Evangelho de Cristo. Durante a viagem foram constantes os exerccios religiosos e procuraram auxiliar os demais viajantes. No navio havia um grupo de vinte e seis moravianos, chefiados pelo Bispo Davi Nitschmann. A animosa coragem dessa gente durante uma tempestade convenceu John Wesley de que os moravianos tinham uma confiana em Deus que ele no possua. Muito aprendeu com eles. O trabalho dos irmos Wesley no foi o mais compensador. Muitas dificuldades no permitia que a comunidade na Gergia crescesse. Charles retornou para a Inglaterra, mas Joo ainda tentou. De 1735 a 1737 Wesley serviu como capelo na colnia de Oglethorpe, na Gergia. Ele foi obrigado a voltar porque sua liturgia cerimonialista, seu rigor para com os membros, sua ingenuidade e candura no trato com as mulheres criaram-lhe algumas dificuldades. Retornou para casa em 1737. A converso de Joo Wesley aconteceria cerca de um ano depois. Wesley voltou da Amrica do Norte oprimido e abatido. Ele mesmo dizia: Fui at a Amrica do Norte a fim de converter os ndios, mas quem

me converter a mim?. Finalmente chegou o dia da salvao. Em 24 de maio de 1738, enquanto ouvia a leitura do prefcio ao Comentrio de Romanos, de Lutero, Wesley sentiu seu corao estranhamente aquecido e aceitou a Cristo como nico capaz de salv-lo de seu pecado. Joo Wesley aps a converso partiu para a Alemanha a fim de conhecer melhor a comunidade dos moravianos e seus ensinamentos, sendo que estes foram os grandes influenciadores no fato dele ter conhecido o verdadeiro cristianismo. Ele seria devedor a eles por toda a sua vida. Aps voltar da Alemanha em setembro de 1738, Joo est ansioso por iniciar a obra de Deus e dedicar a Ele toda a sua vida. Porm devido sua pregao ousada e confrontadora foi proibido de pregar nos plpitos da Igreja Anglicana. Todavia Wesley no se deixou esmorecer, foi quando proferiu uma de suas sentenas mais clebres: O mundo a minha parquia. Nem sempre Wesley foi a favor da pregao ao ar livre, sendo que no acreditava que algum pudesse se converter fora da igreja. Mas teve o entendimento de que quando algum salvo, ento passa a fazer parte da igreja. Segundo Buyers, Whitefield era melhor pregador que Joo Wesley, no entanto, Wesley era melhor com as pessoas, conhecia melhor o interior dos homens e sabia tocar-lhes profundamente. Um dos segredos de sua pregao era sua personalidade. Wesley se tornou um grande adepto da pregao ao ar livre e, em seu dirio, vrias vezes confirma isso. Em domingo, 10 de outubro de 1756: Preguei grande multido em Moorfields, sobre: Por que morrers casa de Israel? a pregao ao ar livre que produz bons resultados; para bons resultados, no h substituto. Ele foi um pregador itinerante e transferiu esse ministrio a tantos quantos estavam dispostos a caminhar com ele e apregoar a Cristo em qualquer lugar. O seu trabalho foi principalmente com leigos. Era comum verem-se manifestaes fsicas em certas pessoas que assistiam s suas pregaes. s vezes, caiam, como se estivessem mortas; outras vezes, ao ouvi-lo, algumas pessoas no podiam evitar o pranto ou o riso. Em seu ministrio encontrou diversos obstculos. Alm de no poder pregar nos templos, ainda havia pessoas que o perseguiam e queriam det-lo de pregar ao ar livre. Inimigos que se iravam e o acusavam de herege e louco. Pessoas que tentavam contradizer suas pregaes e lanavam questes infundadas. Outros tentaram at mat-lo. Em seu dirio ele mesmo relatou: Sbado, 30 de agosto de 1766. Chegamos a Stallbridge, por muito tempo a sede de motins promovidos pelos seus superiores, assim chamados, para maltratar seus vizinhos pacficos. Para que? Ora, so loucos; so Metodistas. Assim para criar juzo neles querem fazer-lhes saltar os miolos. Quebraram as suas janelas, no deixando nenhum vidro, despojaram os seus bens, e jogavam lama, ovos podres e pedras neles, quando os encontravam na rua; e nenhum magistrado, ainda mesmo solicitado, lhes mostrou considerao ou justia. Finalmente eles me escreveram. Pedi, pois, a um advogado que escrevesse para os desordeiros; ele o fez, porm no lhe deram importncia alguma. Ento apelamos para o juiz. Por um motivo ou outro o caso no se processou por dezesseis meses; mas o peso caiu mais forte sobre o juiz quando foi provado que era culpado. E desde esse tempo, descoberto que h leis para os Metodistas, foram estes deixados em paz. 6. O carter de Wesley Wesley era um homem integralmente voltado para a obra de Deus. Isso resultou no fato de ter se casado apenas em idade muito tenra, mas mesmo assim sua mulher o deixou, pois o cime dela ardia e no conseguia suportar que ele ficasse tanto tempo fora de casa. Ele nunca se deu bem nos relacionamentos amorosos, visto que imaginava todas as mulheres serem como era sua me. Pode se dizer que este foi o seu maior problema. Quanto ao mais seu carter era rijo e fervoroso. Era ordenado e disciplinado. Tinha como prtica desde sua juventude, levantar-se todos os dias s quatro horas da manh para fazer suas oraes e estudos e, s cinco horas pregava o seu primeiro sermo. Fez isso at bem prximo de sua morte. Ia dormir s dez horas da noite todos os dias, pois dizia ser o horrio de um homem de bem ir se deitar. O carter de Wesley s compreendido junto com sua piedade. Foi um grande reformador, porque era um grande cristo. O cristianismo que ele tanto propagava era o experiencial, a religio que torna o homem forte e feliz porque lhe domina a alma e a vida. Vivia altura das virtudes que pregava. O lder do avivamento ingls foi comparado a Lutero, dizia-se que Lutero era mais corajoso e audacioso, porm no muito puro, enquanto Wesley observava com destreza a santificao. Wesley foi realmente o homem de um s livro e de uma s idia. Esse livro era a Bblia, e essa idia era a salvao do pecador. A despeito do carter deste homem enfoca-se a doutrina da Perfeio Crist, algo que ele procurou seguir todos os dias de sua vida.

Quanto ao Metodismo, Wesley no estava interessado em fundar uma nova denominao. O seu interesse maior era promover o evangelho de Cristo em verdade e em amor. Mas ainda que o movimento no pretendesse converter-se em denominao ou igreja parte, era necessrio dar-lhe uma forma organizada. Logo percebemos que ainda revoltado com a falsa religio da poca, o nobre Wesley no tinha como intuito se rebelar contra sua liderana anglicana, mas unicamente pregar a verdade da Palavra. 7. A morte de Wesley Wesley morreu em 1791. Aps sua morte, os metodistas passaram por um longo perodo de lutas internas, principalmente em torno da questo de sua separao da Igreja Anglicana. Na quarta feira antes de sua morte tentou falar, mas j no o entendiam, mas com mpeto ainda ergueu seu brao e com as foras que lhe restavam disse: O melhor de tudo que Deus est conosco. No dia seguinte aps um amigo ter orado com ele, todos ali puderam ouvir suas ltimas palavras levemente articuladas: Adeus.A seguinte inscrio est colocada no tmulo do Sr. Wesley: memriado venervel Joo Wesley, A. M., Recente Membro de Lincoln College,Oxford. Esta Grande Luz raiou (pela singular providencia de Deus) parailuminar naes, avivar, fazer cumprir e defender a doutrina Apostlica ePrtica da Igreja Primitiva; o que continuou fazendo, pelos seus escritose labor por mais de meio sculo; e, para inexprimvel alegria sua, nosomente viu a sua influncia estender-se, e a sua eficcia comprovada,no corao e vida de muitos milhares, assim no mundo ocidental, comonestes reinos, mas tambm, porque acima de todo poder humano ouexpectao, viveu para ver proviso feita, pela graa singular de Deus,pela sua continuao e estabelecimento, alegria de geraes futuras! Depois de definhar-se por poucos dias, terminou ele afinal seu curso esua vida juntos; triunfou gloriosamente sobre a morte, em 2 de marode 1791, no octogsimo oitavo ano da sua idade. 8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BUYERS, Paul Eugene. Joo Wesley, avivador do cristianismo na Inglaterra, 2 ed. So Paulo: Imprensa Metodista, 1957. COX, Leo George. El concepto de Wesley sobre la perfeccin cristiana. Kansas City, Missouri: Casa Nazarena de Publicaciones, s.d. GONZLEZ, Justo L. Juan Wesley, herencia y promesa. Puerto Rico: Publicaciones Puertorriqueas, 1998. _______ Uma histria ilustrada do Cristianismo: A era dos dogmas e das dvidas, Vol. 8, 2 ed. So Paulo: Vida Nova, 1990. KEELEY, Robin (org.). Fundamentos da Teologia Crist. So Paulo: Vida, 2000. LELIVRE, Mateo. Joo Wesley: Sua vida e obra. So Paulo: Vida. 1997. OLSON, Roger. Histria da teologia crist: 2000 anos de tradio e reforma. So Paulo: Vida, 2001. WALKER, Williston. Histria da Igreja Crist, Vol. 2. So Paulo: Aste, 1967. WESLEY, Joo. Trechos do dirio de Joo Wesley. So Paulo: Junta Geral de Educao Crist, 1965. _______ (Notas introdutrias, esboos e perguntas Rev. William P. Harrison). Sermes, vol. 2, 3 ed. So Paulo: Imprensa Metodista, 1985.