victor de carvalho calvanese

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO ROQUE VICTOR DE CARVALHO CALVANESE LEVANTAMENTO DOS MIRIÁPODES OCORRENTES NA SERAPILHEIRA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM SÃO ROQUE- SP São Roque 2014

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LEVANTAMENTO DOS MIRIÁPODES OCORRENTES NA SERAPILHEIRA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM SÃO ROQUE- SP

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Page 1: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO ROQUE

VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

LEVANTAMENTO DOS MIRIÁPODES OCORRENTES NA SERAPILHEIRA DE UM FRAGMENTO DE

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM SÃO ROQUE- SP

São Roque

2014

Page 2: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS

SÃO ROQUE

VICTOR C. CALVANESE

LEVANTAMENTO DOS MIRIÁPODES OCORRENTES NA SERAPILHEIRA DE UM FRAGMENTO DE

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM SÃO ROQUE- SP

São Roque

2014

Trabalho de conclusão de Curso apresentado

como requisito para obtenção do título de

Licenciado em Ciências Biológicas, sob a

orientação do professor Doutor Márcio Pereira.

Page 3: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

3

C167

CALVANESE, Victor de Carvalho.

Levantamento dos miriápodes ocorrentes na serapilheira de um fragmento de

floresta estacional semidecidual em São Roque-SP / Victor de Carvalho

Calvanese – 2014.

52 f.

Orientador: Profª. Dr. Márcio Pereira.

TCC (Graduação) apresentada ao curso de Licenciatura em Ciências

Biológicas do Instituto Federal de São Paulo – Campus São Roque, 2014.

1. Levantamento faunístico 2. Myriapoda 3. Mata da Câmara I.

CALVANESE, Victor de Carvalho. II.Tìtulo.

CDD: 574

Page 4: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Victor de Carvalho Calvanese

LEVANTAMENTO DOS MIRIÁPODES OCORRENTES NA SERAPILHEIRA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM SÃO ROQUE- SP

Aprovado em: 08/12/2014

Banca Examinadora

Prof.º Dr. Sandro Gazzinelli Instituição: IFSP- São Roque

Julgamento:___________________ Assinatura:___________________

Prof.º MSc. Glória Cristina C. Miyazawa Instituição: IFSP- São Roque

Julgamento:___________________ Assinatura:___________________

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Estado de São Paulo – Campus de

São Roque, para obtenção do título de Licenciado

em Ciências Biológicas.

Page 5: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

5

“Maré mansa não forma bom marinheiro.”

Page 6: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

6

AGRADECIMENTOS

Quando olho para trás e vejo tudo que passou nestes valorosos quatro anos

em que pude retomar o gosto pelo aprender acadêmico, parece que tudo, mais tudo

mesmo já estava me esperando, e eu agradeço profundamente a deus, ou sei lá

como descrever essa força que nos impulsiona a um objetivo quando existe uma

vontade verdadeira de se conquistar algo especial.

Outra “entidade” muito especial a que devo meus mais sinceros

agradecimentos, e que sem sua existência meu mundo seria muito menos colorido e

menos inspirador é minha esposa Adele, a qual me ajudou nos bons e maus

momentos, me incentiva, compartilha e participa ativamente de cada momento

realmente importante nesses últimos 10 anos em que estamos juntos, me dando

apoio e sendo muitas vezes muito paciente.

Agradeço ao meu mestre de kung fu Ilson Furquin, por me ensinar a ser

humilde e a batalhar por aquilo que eu quero. Agradeço especialmente a todos que

contribuíram com o aperfeiçoamento desta arte por esses mais de 800 anos de

existência do estilo Garra de Águia, que muito mais do que uma arte marcial é uma

filosofia de vida.

Agradeço a meu pai Oscar e mãe Jurema, que mesmo muitas vezes não

podendo estar presentes nas situações de alegrias ou de tristezas, estavam sempre

me apoiando e torcendo por mim. A meu irmão e cunhada que sempre foram muito

importantes e legais, sendo além de parentes grandes amigos...Valeu Bato e

Rosinha. A minha avó Neusa, bióloga e pessoa sem igual no mundo, por seu

caráter, inteligência e visão de mundo!

A todos os meus amigos “das antigas”, família Black Thorn, obrigado pelas

conversas até de manhazinha que muitas vezes valem mais do que ouro, estamos

sempre juntos, para o que der e vier. Aos novos amigos que fiz nesta jornada espero

que este seja só o começo.

Certas pessoas são realmente muito bacanas ao ponto de compartilhar suas

próprias conquistas com os outros sem esperar algo em troca. Valeu Dr. João e toda

Page 7: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

7

a turma do Instituto Butantan, por todo o apoio dado para a execução deste trabalho,

por toda as informações e ensinamentos sobre a arte da taxonomia, e acima de

tudo, por terem aberto para mim uma porta tão espetacular!!!!

Gostaria de agradecer a todos do IF- São Roque, professores (em sua grande

maioria verdadeiros mestres de vida), pessoal da administração, sempre tão

prestativos e atenciosos, ao pessoal da limpeza, segurança e a todos os outros

envolvidos, e que tornaram esse sonho possível! Em especial gostaria de agradecer

a dois grandes professores que me orgulho de chamar de amigos, Márcio e

Fernando, que me acompanharam desde o início no Projeto Pibid, me apoiaram no

meu projeto Pibic e mais do que tudo, abriram os meus olhos para esse maravilhoso

mundo da Biologia, e isso não tem preço!

A todos muito obrigado!!!!!!!

Page 8: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

8

SUMÁRIO

1. Introdução ....................................................................................................................................... 11

3. Materiais e métodos ...................................................................................................................... 14

3.1. Descrição da área ................................................................................................................... 15

3.2. Metodologia de Coleta e triagem ......................................................................................... 17

3.2.1. Levantamento preliminar ................................................................................. 17

3.2.2. Extrator Winkler ................................................................................................ 18

3.2.3. Armadilhas Pitfall .............................................................................................. 20

3.2.4. Coletas aleatórias diurnas (C.A.D.) .................................................................. 21

3.3. Metodologia de identificação ................................................................................................ 22

3.4. Chave de identificação ilustrada .......................................................................................... 23

4. Resultados ...................................................................................................................................... 23

4.1 Táxons identificados ................................................................................................................ 23

4.2- Metodologias de coleta .......................................................................................................... 26

4.3- Chave de identificação ilustrada .......................................................................................... 30

5. Discussão ........................................................................................................................................ 46

6. Conclusão ....................................................................................................................................... 49

7. Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 50

Page 9: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

9

Calvanese, V. de Carvalho. Levantamento dos Miriápodes ocorrentes na

serapilheira de um fragmento de floresta estacional semidecidual em São

Roque- SP. [Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em

CiênciasBiológicas]. Instituto Federal de São Paulo. São Roque, 2014.

RESUMO

Apesar da grande diversidade de espécies e da complexidade apresentada pelo

grupo Myriapoda, pouco se conhece sobre sua sistemática e biologia. A descrição

de espécies e mesmo o conhecimento básico da ocorrência de famílias e gêneros

na maioria dos ambientes do Brasil ainda são precários. Dessa forma, o presente

trabalho é um levantamento faunístico de um fragmento de floresta Estacional

semidecidual, conhecido como Parque Natural Municipal de São Roque (SP) ou

"Mata da Câmara". A pesquisa ocorreu nos anos de 2013 e 2014 a partir de três

metodologias de coleta, visando o conhecimento da fauna local do grupo estudado

presente na serapilheira da mata. Foram coletados 20 morfotipos e desses táxons

15 foram identificados, sendo a maioria em nível de gênero e confirmadas por

especialistas. Este trabalho traz os resultados desta pesquisa, e é apresentado

como Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Biológicas pelo Instituto

Federal- Campus São Roque. Os resultados apresentam uma lista taxonômica dos

espécimes coletados, uma breve análise das metodologias de coleta com um

informativo sobre a frequência da ocorrência do material coletado e chave de

identificação ilustrada para os espécimes do parque.

PALAVRAS CHAVE: Levantamento faunístico, Myriapoda, Mata da Câmara.

Page 10: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

10

ABSTRACT

Despite the great diversity of species and complexity presented by the group

Myriapoda, little is known about its biology and systematic. The description of

species and even the basic knowledge of the occurrence of families and genera in

most of Brazil are still precarious environments. Thus, the present work is a faunal

survey of a fragment of semi-deciduous forest state, known as Municipal Natural

Park of São Roque (SP) or "Forest of the House." The research took place in the

years 2013 and 2014 from three collection methodologies, seeking knowledge of the

local fauna of the study group present in the leaf litter of the forest. 20 morphotypes

were collected and of these 15 taxa were identified, mostly in the genus level and

confirmed by experts. This work behind this search, and is presented as Thesis

Completion of course in Biological Sciences from the Institute Federal- Campus São

Roque. This monograph can be found taxonomic list of the species collected, a brief

analysis of the sampling methodology with an update on the frequency of occurrence

of the material collected and illustrated identification key for specimens of the park.

KEYWORDS: faunal survey, Myriapoda, IFSP- Campus São Roque.

Page 11: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

11

1. Introdução

A floresta estacional semidecidual sofre um processo histórico de

fragmentação devido à expansão agrícola e urbana, especialmente no interior do

Estado de São Paulo (LEITE & RODRIGUES, 2008). De um total de 80% do

território do Estado coberto por vegetação nativa no passado, hoje se têm menos de

13% dessas formações como remanescentes (KRONKA et al., 2003).

A diversidade biológica nesses locais está ligada ao tamanho e formato do

fragmento (VIANA, 1991; PRIMACK e RODRIGUES, 2001), mas também está

fortemente relacionada à diversidade de condições locais e ao histórico de

perturbação da área (PARKER & PICKET, 1999). Em uma paisagem fragmentada

as mudanças na estrutura da vegetação podem afetar a abundância de

invertebrados (DIDHAM, 1997), sendo que os artrópodes normalmente contam com

uma grande riqueza de espécies (STORK & GRIMBACHER, 2006).

Dos vários artrópodes que compõem a meso e macrofauna do solo destes

fragmentos de floresta, os miriápodes se destacam. Nos ambientes de mata eles

ocupam principalmente as serapilheiras, troncos em decomposição, cantos de

pedras e são, em sua maioria, detritívoros ou saprófagos, podendo algumas

espécies serem carnívoras (KNYSAK & MARTINS, 1999; COUTO, 2008).

Os miriápodes, de modo geral, compreendem um grupo zoológico

taxonomicamente complexo, com uma grande diversidade de espécies (KNYSAK &

MARTINS, 1999). Estão divididos em quatro classes: Chilopoda e Diplopoda, os

mais estudados, e Pauropoda e Symphyla, menos conhecidos devido a seus hábitos

crípticos e tamanhos diminutos. Exercem importante papel ecológico nos ambientes

terrestres ocupando diversos nichos. Os diplópodes, por exemplo, participam

ativamente da cadeia energética da serapilheira dos ecossistemas florestais,

promovendo a mistura da matéria orgânica e dos minerais no solo, facilitando a ação

de decompositores menores (SILVA et al., 2003) e, consequentemente, a ciclagem

de nutrientes. Já a Classe Chilopoda conta com representantes entre a mesofauna e

macrofauna edáfica de artrópodes predadores (MOÇO et al., 2005; COUTO, 2008),

capazes de inocular veneno através de suas forcípulas (COLEMAN & CROSSLEY,

1996; UHLIG, 2005), ajudando a controlar as populações de artrópodes nas florestas

contribuindo para a manutenção do equilíbrio de seu ecossistema.

Page 12: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

12

Apesar de realizar funções vitais para o funcionamento dos ecossistemas,

pouco se sabe sobre a biologia, morfologia ou filogenia dos miriápodes em relação a

sua provável real dimensão (SIERWALD & BOND, 2007), principalmente devido ao

pequeno número de especialistas que se dedicam ao estudo destes animais.

Segundo Lewinsohnl, et al. (2005) o número de espécies descritas para o Brasil é

estimada entre 400 - 500 mas, de acordo com, levantamentos mais recentes,

estima-se que apenas entre os diplópodes já existam cerca de 500 espécies

descritas, e este número vem crescendo.

De acordo com Gregory, et. al. (2007) o caso de monofilia do grupo

Myriapoda que já foi muitas vezes posto em xeque, hoje é sustentado por um grande

número de provas. Dentre as sinapomorfias do grupo, se destacam a estrutura e

movimentação do endoesqueleto tentorial cefálico, a estrutura da mandíbula e o

clássico argumento para sua monofilia, que é a abdução para as mandíbulas pelos

movimentos dos braços tentoriais anteriores, chamado de tentório oscilante. Uma

vez sendo considerado portanto, um grupo natural é garantido que um trabalho

taxonômico com o grupo corrobore também para o escopo de análise no campo

filogenético, o que se mostra hoje muito importante.

A literatura taxonômica tem sido estritamente descritiva, sem chaves de

identificação ou, ainda, extremamente sintetizada. No Brasil, as revisões recentes

referem-se especificamente à região Amazônica, destacando-se os trabalhos de:

Adis em 1989, que elaborou uma chave de identificação de miriápodes para a região

Amazônica, Golovatch em 1992 e 1994, que revisou a fauna neotropical de

diplópodes (Fuhrmannodesmidae e Paradoxomatidae), descrevendo um gênero e

sete espécies para Manaus -AM; e Pereira et al. (1995), que revisaram a ordem

Geophilomorpha (Chilopoda), descrevendo nove espécies da região amazônica

(KNYSAK, I. 1999). No Brasil, cinco coleções miriapodológicas se destacam: a do

Museu de Zoologia da USP (SP), a do Museu Nacional do Rio de Janeiro (RJ), a do

Instituto de Biologia da USP, a do Museu de História Natural Capão da Imbuia (PR)

e a do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (AM). A coleção do Museu de

Zoologia da USP é o grande repositório de miriápodes do Brasil, com cerca de 9.000

lotes.

Page 13: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

13

Segundo Whittaker (2005), estamos em uma fase crucial do desenvolvimento

de estratégias e teorias em conservação, pois a diversidade em suas distintas

escalas está em declínio acentuado e há um número imenso de populações e

espécies que provavelmente serão extintas ainda este século.

No território brasileiro, apesar da maior parte das pesquisas terem sido

promovidas por pesquisadores estrangeiros, existem hoje taxonomistas dedicados

ao grupo, mas o que se pode observar é que existem áreas ainda muito pouco

pesquisadas, sendo raras ou inexistentes pesquisas taxonômicas em algumas

regiões do Brasil. Segundo Irene Knysak (2009), pesquisadora brasileira do Instituto

Butantan, é classificado como nenhum o grau de coleta e de conhecimento sobre

miriápodes no bioma Caatinga, e como ruim o grau de coleta e de conhecimento

sobre a região Nordeste. Segundo Brandão et. al. (1999) o número de especialistas

no Subfilo Myriapoda no Brasil é de apenas quatro pessoas, enquanto o ideal seria

de no mínimo dez. O que se vê hoje, 15 anos mais tarde, é que este quadro pouco

mudou, existindo hoje no Brasil cerca de três especialistas no subfilo.

Diante deste quadro este trabalho se justifica por contribuir para o

conhecimento da ocorrência e distribuição dos miriápodes em nosso país,

apresentando algumas técnicas de captura do grupo para a serapilheira, e uma

chave de identificação ilustrada que pode vir a auxiliar novas pesquisas. Este

trabalho traz uma lista com os gêneros ocorrentes na área relacionados com as

metodologias de coleta. São fornecidas ainda chave de identificação em nível de

gênero para os animais ocorrentes nas coletas.

Diante do montante de dados que se pode observar à partir das pesquisas de

coleta realizadas, este Trabalho de Conclusão de curso procurou atingir os

seguintes objetivos:

- Testar a eficiência de três metodologias de coleta de artrópodes do solo

para a captura de espécimes do Subfilo Myriapoda;

- Identificar os miriápodes ocorrentes na serapilheira do parque natural

municipal Mata da Câmara, em São Roque- SP, e fornecer uma lista com os

resultados;

Page 14: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

14

- Elaborar chaves de identificação para os exemplares coletados do grupo na

área estudo.

Deste modo o cerne deste trabalho possui um caráter mais taxonômico do

que ecológico, uma vez que imaginamos que o primeiro passo para se conhecer a

biologia de um táxon é nomeá-lo.

3. Materiais e métodos

As pesquisas se iniciaram com a realização de um prévio levantamento dos

miriápodes da Mata da Câmara com o intuito de se verificar a potencialidade da área

para uma pesquisa mais elaborada. Foram realizadas coletas aleatórias manuais em

período diurno no 1º semestre de 2013 onde quadrantes de 2m2 foram delimitados

por barbantes e examinados. Foram verificadas 4 amostras por coleta, num total de

4 coletas. A partir dos resultados obtidos foram preparados um cronograma e

metodologias de coletas que permitissem verificar com maior eficiência os nichos

ocupados pelos miriápodes.

O pouco estudo sobre os miriápodes presentes na serapilheira da mata

Atlântica foi uma das grandes dificuldades para se estabelecer o melhor plano de

coleta, entretanto a partir da adaptação de um material de pesquisa elaborado para

a Amazônia e descrito no Amazonian Arachnida and Myriapoda (ADIS, 2002) e

seguindo as orientações fornecidas pelo laboratório de Artrópodes do Instituto

Butantan, em São Paulo a partir do curso “Lacraias” realizado em 2013, foi possível

estabelecer um plano de levantamento que fosse condizente com nossas

possibilidades e que ao mesmo tempo fosse efetivo.

As coletas foram realizadas a fim de abranger o prazo de um ano, entre o

segundo semestre de 2013 e primeiro semestre de 2014, englobando as estações

seca e chuvosa. Esta medida visou a abrangência de possíveis táxons que

pudessem vir a apresentar algum aspecto sazonal como, por exemplo, a busca ativa

por parceiro reprodutivo.

Desde o início de 2014 a pesquisa de levantamento e identificação dos

miriápodes da Mata da Câmara recebe fomento institucional através do programa

PIBIC, financiado pela CAPES.

Page 15: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

15

3.1. Descrição da área

O estudo foi realizado no Parque Municipal de São Roque (23º31'26 S e

47º06'45 W), conhecido como Mata da Câmara, localizado na cidade de São Roque,

a cerca de 60 km de São Paulo (Figura 1 a 5). O parque possui 128 ha, e a cerca

de 100 anos é tido como área de conservação, entretanto apenas em 1999

transformou-se em Parque Natural Municipal de São Roque (Lei Municipal 2.499, de

19/03/1999). O clima da região é Cfb (classificação de Köppen), com temperatura

média de 18° C e precipitação anual de 1.100 a 1.400 mm (SETZER, 1966). A

vegetação é classificada como Floresta Estacional Semidecidual. (RIZZINI, 1979;

BRASIL, 1992). Geologicamente, a região é classificada como Grupo São Roque,

que se caracteriza por sua composição granítica e calcária (ALMEIDA et al., 1981).

O relevo é do tipo montanhoso, com altitudes variando de 850 a 1.025 m

(PONÇANO et al., 1981). O principal tipo de solo da região é Argiloso (EMBRAPA,

1999), sendo esta reserva circundada por pastos, plantações comerciais e estradas.

As figuras de 1 a 5 exibem de um modo geral as características da Mata da

Câmara.

Figura 1- Entrada do parque municipal da Mata da Câmara.

Page 16: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

16

Figura 2- Aspecto geral da área de estudo - Mata da Câmara (São Roque, SP).

Figura 3- Aspecto geral da área de estudo - Mata da Câmara (São Roque, SP).

Figura 4- Aspecto geral da área de estudo - Mata da Câmara (São Roque, SP).

Page 17: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

17

Figura 5- Visualização aérea da Mata da Câmara (São Roque, SP). Fonte: Google Earth 2013.

3.2. Metodologia de Coleta e triagem

3.2.1. Levantamento preliminar

O presente trabalho vem sendo desenvolvido desde o início de 2013 por meio

de um levantamento preliminar que contou com 4 séries de coletas manuais

realizadas nos meses de abril e maio do referido ano. A cada dia de coleta foram

selecionadas, aleatoriamente, 4 áreas de 2m2 onde haviam troncos em

decomposição e serapilheira em barranco ou em local plano. Em seguida estas

áreas foram delimitadas com barbantes e, com o auxílio de lanterna e lupa, o

material de solo foi analisado com intenção de se localizar exemplares do grupo

Myriapoda. Os indivíduos foram coletados com o uso de pinças, acondicionados em

recipientes de plástico com álcool a 70% e levados para o laboratório de Zoologia do

Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – Campus São

Roque.

Em laboratório, sob estereomicroscópio, os indivíduos foram identificados

com auxílio de chaves dicotômicas, buscando sempre que possível alcançar o nível

de gênero.

Page 18: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

18

Por meio da comparação dos resultados obtidos nas coletas, com outros

levantamentos encontrados na literatura, foi constatada a potencialidade da área

para uma pesquisa mais aprofundada.

Os resultados desta primeira parte da pesquisa foram publicados na II

Jornada Científica do IFSP- Campus São Roque (2013) e na revista Scientia Vitae

(SANTIAGO, et al., 2013).

3.2.2. Extrator Winkler

Os extratores Winkler’s foram confeccionados a partir das especificações

sugeridas por especialistas pertencentes ao Laboratório de Artrópodes do Instituto

Butantan, em São Paulo. Já orientações técnicas como tempo de extração,

quantidade de material a ser analisado e periodicidade de coletas foram baseados

no trabalho: Quantitative extraction of macro- invertebrates from temperate and

tropical leaf litter and soil: efficiency e time - dependente taxonomic biases of the

Winkler extraction (FRANCK et al., 2004).

A cada coleta foram extraídas cinco amostras originadas de dois quadrantes

de cerca de 50 cm X 50 cm por 5 cm de profundidade de serapilheira escolhidos de

forma aleatória no interior da mata, buscando-se coletar material dos mais diferentes

microambientes. Esse material foi disposto em sacos (como aqueles usados para

embalar laranja) de modo a ficarem suspensos sobre o líquido mortífero e isolados

do ambiente pela estrutura de pano (Figuras 6 a 8) permanecendo enclausurado nos

extratores por seis semanas, sendo recolhidos os resultados semanalmente. O

material coletado foi analisado sob esteromicroscópio em laboratório. Foram

realizadas três coletas nas seguintes datas: 07/09/2013; 20/11/2013; 04/05/2014.

Page 19: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

19

Figura 6- A: Saco utilizado para conter as amostras durante a extração; B: Amostras dispostas no

saco para extração.

Figura 7- Preparação dos Extratores Winkler;

Page 20: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

20

Figura 8- Extratores Winkler armados para a extração.

3.2.3. Armadilhas Pitfall

A montagem das armadilhas do tipo Pitfall foram baseadas em diversos

trabalhos dentre eles a Orientação de coleta da EMBRAPA (1999), Metodologia de

coleta de artrópodes Instituto Butantan (2013) e Amazonian Arachnida and

Myriapoda por J. Adis (2002).

A cada coleta foram dispostos 20 copos plásticos de 500 ml devidamente

armados com líquido mortífero álcool 70%, de forma aleatória por uma área de

aproximadamente 200 m X 200 m (Figura 9 e 10). Após uma semana as armadilhas

foram retiradas e analisadas em laboratório sob estereomicroscópios. Buscou-se

repetir este procedimento pelo menos uma vez em cada estação do ano para evitar

a ausência de espécies sazonais. Assim as datas das coletas foram: 07/09/2013;

01/12/2013; 05/04/2014.

Page 21: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

21

Figura 9- Montagem da armadilha Pitfall- A: Material utilizado; B: Copo plástico enterrado para

preparação da armadilha; C: Armadilha já com cobertura de embalagem de alumínio.

Figura 10- Armadilha Pitfall pronta.

3.2.4. Coletas aleatórias diurnas (C.A.D.)

Foram feitas inúmeras incursões no local de coleta, normalmente na parte da

manhã, buscando-se inspecionar os lugares de ocorrência esperada para os grupos

conhecidos de miriápodes (Figura 11 e 12). Como material básico foi utilizado

lanterna, equipamentos de jardinagem (como rastelo e pás de mão) e potes

coletores com álcool 70% como líquido mortífero. Os resultados foram analisados

sob esteromicroscópio em laboratório.

Figura 11- Ambientes analisados nas coletas.

Page 22: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

22

Figura 12- Aspecto da serapilheira do parque.

3.3. Metodologia de identificação

A princípio, o material coletado foi morfotipado segundo as chaves de

identificação elaboradas por J. Adis et al. (2002) para a região neotropical e nas

descrições de gêneros desenvolvidos por Minelli et al. (2011). Para a confirmação

dos resultados buscou-se o auxílio de especialistas, entretanto devido a escassez de

profissionais em nosso país, alguns táxons identificados não puderam ser

confirmados. Os Chilopoda e os Symphyla foram identificados basicamente em

comparação com os representantes da coleção do Laboratório Especial de Coleções

Zoológicas do Butantan, e por chaves de identificação cedidas por pesquisadores do

Laboratório de Artrópodes, também do Instituto Butantan. Os Diplópodas foram

identificados sob a orientação do Mestrando João Paulo. Pauropodas não foram

ocorrentes nas pesquisas.

Os espécimes coletados foram conservados em álcool 70%, e identificados

parte no laboratório de Zoologia do Instituto Federal Campus São Roque (Chilopoda

e Symphyla) e parte no Laboratório de Coleções Especiais do Instituto Butantan

(Diplopoda). No caso dos Diplópodes e Quilópodes maiores foram usados

Estereomicroscópios com aumento entre 20x e 40x. Sínfilos e alguns Geofilomorfos

de pequeno porte tiveram suas diminutas estruturas taxonômicas observadas em

microscópio com aumento de 40 x e 100 x.

Page 23: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

23

3.4. Chave de identificação ilustrada

Toda a parte de registro dos táxons identificados foi realizada no Laboratório

Especial de Coleções Zoológicas (LECZ) do Instituto Butantan em São Paulo- SP.

Fotos: As fotos digitais foram obtidas por meio do equipamento Leica EC3

Digital Câmera e Drawing Tube, M- Series.

Ilustrações: Os rascunhos dos desenhos foram feitos com lapiseira 0,5 mm

em estereomicroscópio Leica M3C com câmara clara acoplada. O acabamento foi

feito sobre mesa de luz e o desenho final foi produzido com caneta de nanquim 0,5

mm.

4. Resultados

4.1 Táxons identificados

Devido à dificuldade de se distinguir certos caracteres em muitos dos táxons

quando em estágio juvenil, foram selecionados para identificação apenas os

indivíduos adultos. A seguir é fornecida uma lista com os gêneros identificados,

entretanto em alguns casos só foram possíveis identificações em nível de família.

A classe mais representada foi a dos Diplopoda, sendo também a que

apresentou maior diversidade contando com 13 gêneros identificados, seguido dos

Chilopoda com 6 gêneros. Pertencente à classe Symphyla, apenas um gênero foi

identificado, embora este, em algumas coletas fosse muito bem representado em

certas regiões do parque.

Foram identificados os seguintes táxons:

Classe Chilopoda

Ordem Scolopendromorpha

Família Cryptopinae

1- Cryptops LEACH,1815.

Page 24: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

24

Família Scolopocryptopinae

2- Dinocryptops miersii NEWPORT, 1845.

Ordem Geophilomorpha

Família Schendylidae

3- Schendylops COOK,1899.

Família Aphilodontidae

4- Aphilodon SILVESTRI, 1898.

Família Ballophilidae

5- Ityphilus COOCK, 1899.

Ordem Lithobiomorpha

Família Henicopidae

6- Lamyctes NEWPORT, 1844.

Classe Diplopoda

Ordem Polyxenida

Família Polyxenidae

7- Espécie 1.

Ordem Polydesmida

Família Chelodesmidae

8- Brasilodesmus BROLEMANN, 1929.

Família Paradoxosomatidae

9- Gonodrepanum ATTEMS, 1914.

10- Catharosoma sp.

Page 25: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

25

11- Orthomopha gracilis C. L. KOCH, 1847.

Família Cryptodesmidae

12- Apomus sp.

Família Oniscodesmidae

13- Crypturodesmus SILVESTRI, 1897.

Ordem Spirobolida

Família Rhinocricidae

14- Rhinocricus padbergi HUMBERT E DE SAUSSURE, 1890.

15- Rhinocricus KARSCH, 1881.

Ordem Spirostreptida

16- Espécie 1.

17- Espécie 2.

Família Pseudonannolenidae

18- Espécie 1.

Ordem Polyzoniida

Família Siphonotidae

19- Espécie 1.

Classe Symphyla

Família Scutigerelleidae

20- Hanseniella BAGNALL, 1913.

Page 26: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

26

4.2- Metodologias de coleta

Tanto o extrator Winkler como as armadilhas de queda Pitfall obtiveram uma

variedade paralela de doze gêneros cada (diferentes entre si) no total das coletas.

As coletas manuais aleatórias também foram bastante eficazes alcançando um total

de 15 táxons amostrados.

Os extratores Winkler se mostraram mais eficazes que as outras

metodologias em relação à captura de espécimes muito pequenos normalmente

variando entre 0,5cm a 2 cm, como por exemplo alguns geofilomorfos, litobiomorfos,

Polyxenidas, e outros pequenos diplópodes. Entretanto o extrator Winkler não se

mostrou muito eficaz para a captura dos também pequenos symphyla.

As armadilhas do tipo Pitfall apresentaram resultado mais representativo para

a captura de exemplares entre 1cm e 5cm (médio porte), como Diplópodes do

gênero Brasilodesmus.

As coletas manuais apresentaram a maior diversidade de gêneros

amostrados, em parte porque a compreensão da biologia dos grupos permite a

verificação dos nichos disponíveis e também porque alguns animais se encontram

em ambiente inalcançáveis pelas outras duas metodologias de coleta utilizadas,

como por exemplo, no interior de troncos ou enterrados a certa profundidade.

A Tabela 1 relaciona as metodologias de coleta com os táxons identificados.

A quantidade de indivíduos presentes nas coletas é apresentada por gráficos

(Figura).

Tabela 1: Eficiência das metodologias de coleta.

Winkler Pitfall C.A.D. Total de espécimes

CLASSE CHILOPODA

ORDEM

SCOLOPENDROMORPHA

Família Cryptopinae

Cryptops sp.

X X X 32

Família

Scolopocryptopinae

Page 27: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

27

Dinocryptops miersii X 3

ORDEM

GEOPHILOMORPHA

Família Schendylidae

Schendylops sp. X X 50

Família Aphilodontidae

Aphilodon X X 9

Família Ballophilidae

Ityphilus sp. X 3

ORDEM

LITOBIOMORPHA

Família Henicopidae

Lamyctes sp.1 X X X 52

CLASSE DIPLOPODA

ORDEM POLYXENIDA

FAMÍLIA POLYXENIDAE

Espécie 1 X X X 72

ORDEM POLYDESMIDA

FAMÍLIA

CHELODESMIDAE

Brasilodesmus sp. X X 13

FAMÍLIA

CRYOTODESMIDAE

Apomus sp. X X 92

FAMÍLIA

ONISCODESMIDAE

Page 28: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

28

Crypturodesmus sp. X X 26

FAMÍLIA

PARADOXOSOMATIDAE

Catharosoma sp. X X 16

Gonodrepanum sp. X X 12

Orthomopha gracilis X 4

ORDEM SPIROBOLIDA

FAMÍLIA

RHINOCRICIDAE

Rhinocricus padbergi X 6

Rhinocricus sp.2 X 4

ORDEM

SPIROSTREPTIDA

Espécie 1

X X X 3

Espécie 2 X X 13

FAMÍLIA

PSEUDONANNOLENIDAE

Espécie 1.

X 5

ORDEM POLYZONIIDA

FAMÍLIA SIPHONOTIDAE

Espécie 1 X 1

CLASSE SYMPHYLA

FAMÍLIA

SCUTIGERELLEIDAE

Hanseniella X X X 115

TOTAL 531

- A Tabela 1 relaciona os táxons coletados às metodologias de coleta empregadas no trabalho-

Page 29: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

29

Resultado das três coletas realizadas por meio de coletores Pitfall

Figura 13- Número de indivíduos capturados por coleta nas armadilhas Pitfall.

Resultado das três coletas realizadas através dos extratores Extrator Winkler

Figura 14- Número de indivíduos capturados por coleta nos extratores Winkler’s.

Page 30: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

30

4.3- Chave de identificação ilustrada

A seguir é fornecida uma Chave de identificação para os miriápodes

ocorrentes nas coletas realizadas na serapilheira do Parque municipal da Mata da

Câmara em São Roque- SP:

1- Corpo com 12 pares de pernas, não esclerotizado, com duas fiandeiras

bem visíveis, adultos com cerca de 2- 3 mm......................................................Classe

Symphyla- Hanseniella sp. (Figura 15 e 16)

-Corpo diplossegmentado (Figura 17- b)..........................Classe Diplopoda (2)

- Corpo dividido em segmentos simples (figura 17- a), presença de forcípula

(Figura 18), 15, 21 ou 23 pares de

pernas...........................................................................................Classe Chilopoda (7)

2- Corpo com 13 segmentos e de aspecto macio, com a presença de

agrupamentos de cerdas, animais pequenos de cerca de 0,5-

1,0mm...........................................Ordem Polyxenida, Família Polixenidae (Figura 19)

- Corpo com 19 ou 21 segmentos.................................Ordem Polydesmida (3)

- Corpo com mais de 25 segmentos...............................................................(6)

3- Corpo com 19 ou 21 segmentos, com paranota do segundo segmento

aumentado em relação as demais...............................Família Paradoxosomatidae (4)

- Animais relativamente grandes, adultos medindo em média cerca de 6 cm,

..............................................Família Chelodesmidae - Brasilodesmus sp. (Figura 20)

- Pequenos animais possuindo os adultos cerca de 5 mm, capacidade de se

enrolar, corpo não achatado...............................................................................Família

Oniscodesmidae - Crypturodesmus (Figura 21)

Page 31: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

31

- Pequenos animais com adultos medindo em média 10 mm. Corpo

relativamente achatado. Colum completamente cobrindo a

cabeça.......................................Família Cryptodesmidae - Apomus – (Figura 22 e 23)

4- Gonopódios sem tibiotarso e sem solenômero..............Subfamília

Strongylosomida- Gonodrepanum (Figura 24)

-Gonopódios sempre com tibiotarso, e muitas vezes com solenômeros, o

tíbio-tarso tem função de proteção................................................................Subfamília

Orthomorphinae (5)

5- Carenas laterais muito pouco aparentes................Catharosoma (Figura 25)

-Tibiotarso e solenômeros separados em toda a extenção. Com carenas

laterais........................................................................Orthomorpha gracilis (Figura 26)

6- Corpo com mais de 25 segmentos no adulto, gonópodes do macho abertos

no seg. 11, sulgo transversal na região média, saindo da altura do labrum

alcançando a parte superior da fronte (Figura 27- A); Metum como na Figura 29

....................Ordem Spirobollida- Rinocricus sp. (Figura 28)

- Corpo com mais de 25 segmentos no adulto, omatídeos organizados de

forma relativamente triangular, sem sutura média transversal no rosto (Figura 27- B);

Metum como na Fig. 30..................................................................Ordem

Spirostreptida- (Figura 31)

- Parte rostral em forma de “bico”............................................................Ordem

Polyzoniida, Família Siphonotidae ( Figura 32)

7- Corpo com 15 sementos portadores de pernas no adulto...................Ordem

Lithobiomorpha, Gênero Lamyctes (Figura 33 e 34)

Page 32: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

32

- Corpo com 21 ou 23 segmentos............................................................Ordem

Scolopendromorpha (8)

- Corpo com mais de 27 segmentos, sem olhos......................................Ordem

Geophilomorpha (9)

8- 21 segmentos, sem olhos, tamanho variando de pequeno a médio (1- 5

cm), último par de pernas com projeções como dentículos, presentes na tíbia e tarso

(Figura 35- B)..........................................................Cryptopinae- Cryptops- (Figura 35)

- 23 segmentos, com espiráculo no 7º

segmento...................................Scolopocryptopinae- Dinocryptops miersii (Figura 36)

9- Último par de pernas altamente grosso em ambos os sexos, sub cônico,

estreitando-se para a parte distal

final.................................................................Balophilidae- Ityphilus (Figuras 37 e 38)

- Último par de pernas alongado e sem garras. Garra da segunda maxila

pectinizada (Figura 42) ..........................................Schendylidae- Schendylops

(Figuras 39, 40, 41 e 42)

- Último par de pernas alongado, com garra e com numerosos órgãos coxais

abertos em cada coxa. Garra da segunda maxila não pectinizada, e com um espinho

apical..................................................Aphilodontidae- Aphilodon (Figuras 43, 44 e 45)

Page 33: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

33

Figura 15- Symphyla- Aumento de 40 x e 115 x.

Figura 16- Symphyla- Aumento 25x e 20 x.

Figura 17- A- Diplossegmento, aumento 10 x; B- Segmento simples, aumento de 27 x

Page 34: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

34

Figura 18- Forcípula; Aumento de 47 x.

Figura 19- Polyxenida - Aumento de 35 x e 30 x.

Page 35: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

35

.

Figura 20- Brasilodesmus- Aumento de 9x.

Figura 21- Crypturodesmus - aumento de 27 x e 85 x.

Figura 22- Apomus - aumento de 21 x e 64 x.

Page 36: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

36

Figura 23- Apomus - aumento de 21 x e 64 x.

Figura 24- Gonodrepanum - aumento de 11 x.

Figura 25- Catharosoma - Aumento de 8 x e 14 x.

Page 37: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

37

Figura 26- Orthomorpha gracillis- aumento de 8 x e 20 x.

Figura 27- Parte rostral de: A- Spirobolida, a seta indica a sutura labial; B- Spirostreptida, sem sutura

labial.

Figura 28- Rinocricus sp.

Page 38: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

38

Figura 29- Spirobolida; em A- Rinocricus sp- parte ventral da cabeça dissecada e B- Rhinocricus

padbergi- complexo gnatal. M- Metun.

Figura 30- Spirostreptidae - Aumento de 9x e 33x.

Page 39: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

39

Figura 31- Spirostreptida; em A- Espécie 1 - parte ventral da cabeça dissecada e B- Espécie 2 -

complexo gnatal. M- Metun

Figura 32- Polyzoniida- Siphonomatidae - Aumento de 11x e 94x.

Figura 33- Lamyctes- Aumento de 30 x e 70 x.

Page 40: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

40

Figura 34- Lamyctes - Aumento de 74 x e 22 x.

Figura 35- Cryptops; A- vista dorsal em aumento de 7x; B- Estruturas como dentículos presentes na

tíbia e no tarso aumento de 15x.

Figura 36- Dinocriptops miersii,- A- Visão dorsal da cabeça aumento de 7 x e B- Visão ventral da

cabeça aumento de 7,5 x.

Page 41: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

41

Figura 37- Balophilidae- Ityphilus – Vista dorsal- Aumento de 12 x.

Figura 38- Balophilidae- Ityphilus – A- aumento de 110x; B- aumento de 115x.

Figura 39- Shendylidae- Shendylops - Corpo inteiro- Aumento de 7 x; A- Vista dorsal; B- Vista ventral

Page 42: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

42

Figura 40- Schendylidae- Shendylops- Último par de pernas, aumento de 76 x.

Figura 41- Schendylidae- Shendylops- Parte ventral da cabeça, aumento de 115 x.

Page 43: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

43

Figura 42– Segunda maxila pectinada de Schendylops,- Aumento de 200 x.

Page 44: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

44

Figura 43- Aphilodontidae- Aphilodon - Corpo inteiro, aumento de 11 x A- Vista dorsal; B- Vista

Ventral.

Figura 44- Aphilodontidae- Aphilodon - Último par de pernas aumento de 91 x e 78 x.

Page 45: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

45

Figura 45- Aphilodontidae- Aphilodon - Aumento de 62 x e 50 x.

Page 46: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

46

5. Discussão

O trabalho de levantamento dos miriápodes da Mata da Câmara pode agir no

sentido de contribuir através de dados para o conhecimento de aplicação de

técnicas de coleta de artrópodes terrestres. Os espécimes coletados foram

tombados no Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan

podendo assim serem consultados para uma eventual comparação taxonômica.

Além dos dados fornecidos neste trabalho existem diversas outras análises a serem

realizadas com os dados desta pesquisa, como comparações biogeográficas de

distribuição e descrição de espécies.

As metodologias de coleta, embora baseadas em bibliografia anterior de

muita qualidade e consagrados, como às orientações da EMBRAPA (1999),

sofreram adaptações para se enquadrarem à realidade do projeto e a novas ideias

que foram surgindo ao decorrer das coletas.

Por se tratar de um subfilo muito diversificado e abundante no ambiente de

mata este levantamento se restringiu a serapilheira. Os miriápodes podem

apresentar diversas características comportamentais que dificultam sua captura

como, por exemplo, o confinamento de espécimes muito pequenos no interior de

gravetos podres como ocorre com alguns Geofilomorfos, ou o hábito de apresentar

uma migração periódica por diferentes camadas do solo nos diferentes horários do

dia, como ocorre com alguns espécimes da classe Symphyla, como muitas vezes

descrito na literatura o que nos levaram a propor algumas adaptações nas

metodologias de coleta quando necessário.

A princípio cinco metodologias que contemplavam os objetivos do projeto

foram encontradas na literatura, entre elas o Funil de Berlese, flotação de solo,

armadilhas de queda (Pitfall), extratores Winkler e coletas manuais. A partir de testes

realizados, foram escolhidas três metodologias para o levantamento: o extrator de

artrópodes em serapilheira “Winkler”, a armadilha de queda do tipo Pitfall, e coletas

manuais aleatórias. Os principais motivos para a escolha foram a quantidade e

diversidade de espécies coletados nos testes, bem como a possibilidade de realizar

os procedimentos periodicamente, entretanto uma análise comparativa mais

aprofundada destes métodos fogem do escopo do presente trabalho.

Page 47: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

47

A diversificação dos métodos e a abrangência de todas as estações do ano

neste levantamento buscaram garantir uma análise eficaz da área, demonstrando

através dos dados das coletas certa sazonalidade de alguns grupos e uma análise

mais profunda pode revelar importantes aspectos biológicos dos miriápodes, mas

que, no entanto fogem do escopo deste trabalho.

Em relação às metodologias de coleta, os extratores Winkler se mostraram

muito eficientes, especialmente entre a segunda e quarta semanas de exposição do

material para extração, sendo coletadas diversas famílias de Quilópodes e

Diplópodes. Os Sínfilos apesar de em algumas coletas se mostrarem abundantes,

não apresentaram um padrão de frequência, sendo muitas vezes ausentes nas

amostras obtidas em diferentes metodologias.

Alguns indivíduos consideravelmente pequenos foram capturados em

abundância exclusivamente a partir desta técnica, e muitos dos quais pertencem a

grupos muito pouco estudados e com poucas espécies descritas para nossa região,

como é o caso de alguns Geofilomorfos da Família Geophilidae (gên. Ribautia) e

Diplópodes da ordem Polyxenida. Tais comparações dos resultados obtidos nas

coletas e literatura taxonômica do grupo sugerem que talvez existam diversas

espécies a serem descritas na região, abrindo campo para novas pesquisas na área

a partir desta metodologia.

As armadilhas Pitfall se mostraram eficazes para indivíduos de maior porte, e

que de certa forma sejam errantes. Foram feitas algumas alterações em relação aos

trabalhos consultados, como por exemplo, a cobertura da armadilha com

embalagens de alumínio, do tipo usado em marmita. Tal adaptação permitiu além da

proteção contra chuva, uma melhor visualização em meio à mata, facilitando o

rastreamento das armadilhas. Foram mantidas orientações fornecidas por Informe

Técnico da EMBRAPA (2006) quanto à disposição e quantidade das armadilhas.

As coletas manuais aleatórias obtiveram resultados expressivos,

apresentando grande valia na captura de espécimes de acesso restrito ou difícil,

como no caso de alguns Cryptops, escondidos no interior de troncos e de Sínfilos

que parecem se concentrar em grande número em determinados microambientes

favoráveis, sendo ausentes na maior parte da área analisada. Os maiores

Geofilomorfos (família Shendylidae) foram predominantemente capturados sob esta

Page 48: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

48

metodologia, onde normalmente se encontravam entre os primeiros 5 cm de

profundidade do solo, entre raízes e galerias.

As chaves de identificação foram produzidas a partir de caracteres

taxonômicos utilizados nos trabalhos consultados. O material fornecido é específico

para o local do trabalho da coleta, entretanto algumas descrições ou imagens podem

auxiliar na identificação de animais de outras localidades a nível abrangente, como

por exemplo, família.

A obtenção das imagens dos espécimes foi toda realizada no Laboratório de

Coleções Especiais (Butantan).

O fascinante mundo dos miriápodes demonstra uma grande variedade de

nichos ocupados e hábitos entre os diferentes táxons, onde alguns destes animais

participam da ciclagem da matéria e outros podem trabalhar ativamente na captura e

controle de potenciais pragas urbanas. Os miriápodes, mesmo que ainda pouco

estudados demonstram possuir um importante papel na manutenção do equilíbrio de

seu ambiente, e muitas dos táxons coletados parecem depender inclusive deste

ambiente extremamente complexo e equilibrado como o de uma mata relativamente

preservada para continuarem existindo, o que torna muito desses grupos suscetível

a desaparecerem junto com as matas antes mesmo de serem reconhecidos pela

humanidade.

Por meio de todas as pesquisas taxonômicas realizadas para identificar os

espécimes coletados, foi possível perceber diversas lacunas no conhecimento sobre

a ocorrência e distribuição dos gêneros de todas as quatro classes de miriápodes no

Brasil, em especial a classe Symphyla e Pauropoda. Quando se tratando da

identificação, a falta de espécies tipo já identificadas, para comparação e muitas

vezes a falta de chaves fez necessário a interpretação das descrições dos gêneros

contidos no livro The Myriapoda (MINELLI, 2011).

Page 49: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

49

6. Conclusão

O Subfilo Myriapoda se mostrou constantemente representado nas coletas

realizadas periodicamente no prazo de um ano na serapilheira do parque municipal

da Mata da Câmara, sendo presentes três das quatro classes que formam o táxon.

As metodologias de coleta testadas se mostraram eficazes, apresentando

resultado que embora variáveis, foram sempre constantes.

A identificação em nível de gênero foi possível na maioria dos casos.

O manual de identificação foi elaborado especificamente para os animais

coletados na mata, embora algumas imagens encontradas no trabalho possam

auxiliar na identificação em nível não específico de animais de outras localidades.

O campo de pesquisa relativo ao estudo da taxonomia do Subfilo Myriapoda

parece ser bastante promissor uma vez que ao que tudo indica ainda restam muitas

áreas a serem amostradas em nosso país, e mesmo laboratórios de grande porte

contam com acervos com muitos espécimes ainda não identificados, havendo

grandes chances de existirem muitas espécies ainda não descritas.

Além de todo o conhecimento adquirido com a realização desta pesquisa e

consequente Trabalho de Conclusão de Curso, pude entrar em contato com o

mundo da taxonomia, conhecendo seus princípios metodológicos e campos de

atuação. Pude também entrar em contato com especialistas da área e conhecer

laboratórios especializados na prática, sendo que este trabalho acabou por me

direcionar a minha área pretendida de atuação nas Ciências Biológicas.

Page 50: VICTOR DE CARVALHO CALVANESE

50

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