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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1 VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA VIDEIRA NA REGIÃO DE PALMEIRAS DE GOIÁS - GO [email protected] POSTER-Economia e Gestão no Agronegócio BRUNNO ALVARES CARDOSO LOPES 1 ; JOSÉ ALVES JÚNIOR 2 ; ANTONIO CLARETTE SANTIAGO TAVARES 3 . 1,3.UEG, PALMEIRAS DE GOIÁS - GO - BRASIL; 2.UFG, GOIÂNIA - GO - BRASIL. VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA VIDEIRA NA REGIÃO DE PALMEIRAS DE GOIÁS - GO Grupo de Pesquisa: Brunno Alvares Cardoso Lopes 1 , José Alves Júnior 2 , Antonio Clarette Santiago Tavares 3 Resumo Este trabalho analisa as perspectivas de retorno associadas ao agronegócio para uva de mesa, no município de Palmeiras de Goiás. Devido à crescente importância econômica da Vitícola goiana, propôs-se estudo de viabilidade técnica-econômica da implantação dos parreirais analisando todos os fatores de produção de maneira local. Detalham-se os investimentos, os custos de produção e a rentabilidade financeira própria a esta atividade, tendo-se por base a produção de uva de mesa no sistema de sustentação tipo latada. Para utilizar a metodologia de Custo Operacional Total, utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), foi necessário levantar dados, nos aspectos ligados a produção e preços da região. Apesar do alto investimento com mudas e equipamento de irrigação, os resultados revelaram que o produtor no terceiro ano de produção consegue abater os custos de implantação da cultura, podendo a partir daí, obter um lucro de R$ 51.309,88 por ano. Palavras-chaves: custos de produção; rentabilidade; análise de investimento. Abstract This study examines the prospects of return associated with agribusiness for table grapes in the region of Palmeiras de Goiás-GO, Brazil. Due to the increasing economic importance of Goiás viticulture, proposed to study the technical and economic feasibility of the implementation of vineyards analyzing all factors of production so local. Details the investment, production costs and their financial profitability of this activity, and it was based on the production of table grapes in support system type trellis. In order to use the methodology of Total Operating Cost, used by the Institute of Agricultural Economics (IEA), was necessary to collect data as it relates to production and prices in the region. Despite the high investment with seedlings and irrigation equipment, the producer can 1 Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Campus Palmeiras de Goiás - GO. 2 Prof. Adjunto I, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás. 3 Prof. Dr. Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Campus Palmeiras de Goiás - GO.

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA VIDEIRA NA REGI ÃO DE PALMEIRAS DE GOIÁS - GO [email protected]

POSTER-Economia e Gestão no Agronegócio

BRUNNO ALVARES CARDOSO LOPES1; JOSÉ ALVES JÚNIOR2; ANTONIO CLARETTE SANTIAGO TAVARES3.

1,3.UEG, PALMEIRAS DE GOIÁS - GO - BRASIL; 2.UFG, GOIÂNIA - GO - BRASIL.

VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA VIDEIRA NA REGIÃO DE PALMEIRAS DE GOIÁS - GO

Grupo de Pesquisa: Brunno Alvares Cardoso Lopes1, José Alves Júnior2, Antonio Clarette Santiago Tavares3

Resumo Este trabalho analisa as perspectivas de retorno associadas ao agronegócio para uva de mesa, no município de Palmeiras de Goiás. Devido à crescente importância econômica da Vitícola goiana, propôs-se estudo de viabilidade técnica-econômica da implantação dos parreirais analisando todos os fatores de produção de maneira local. Detalham-se os investimentos, os custos de produção e a rentabilidade financeira própria a esta atividade, tendo-se por base a produção de uva de mesa no sistema de sustentação tipo latada. Para utilizar a metodologia de Custo Operacional Total, utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), foi necessário levantar dados, nos aspectos ligados a produção e preços da região. Apesar do alto investimento com mudas e equipamento de irrigação, os resultados revelaram que o produtor no terceiro ano de produção consegue abater os custos de implantação da cultura, podendo a partir daí, obter um lucro de R$ 51.309,88 por ano. Palavras-chaves: custos de produção; rentabilidade; análise de investimento. Abstract This study examines the prospects of return associated with agribusiness for table grapes in the region of Palmeiras de Goiás-GO, Brazil. Due to the increasing economic importance of Goiás viticulture, proposed to study the technical and economic feasibility of the implementation of vineyards analyzing all factors of production so local. Details the investment, production costs and their financial profitability of this activity, and it was based on the production of table grapes in support system type trellis. In order to use the methodology of Total Operating Cost, used by the Institute of Agricultural Economics (IEA), was necessary to collect data as it relates to production and prices in the region. Despite the high investment with seedlings and irrigation equipment, the producer can

1 Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Campus Palmeiras de Goiás - GO. 2 Prof. Adjunto I, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás. 3 Prof. Dr. Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Campus Palmeiras de Goiás - GO.

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strike the costs of crop deployment in 3 years, and after that get a yield of R$ 51.309,88 per year. Key Words: costs of production, profi tabil i ty, investment analysis.

1. INTRODUÇÃO

Há uma década no Cerrado goiano produtores crêem o possível cultivo de uva no estado, pois temperaturas mais altas aliadas à altitude geram duas safras anuais de uva, enquanto no Sul do país há somente uma safra por ano, sendo que as cultivares mais comuns utilizadas nos parreirais goianos são: Isabel Precoce, Niágara Branca, Niágara Rosada, Cora, Violeta, Moscatel e Bordeaux (Rodrigues, 2009).

O estado de Goiás possui, atualmente, cerca de 500 hectares de uva plantados, parreirais que foram formados de maneira independente e sem auxílio de assistência técnica oficial (ASCOM SEAGRO – FAEG, 2007). Os principais municípios produtores de uva em Goiás são Itaberaí, Paraúna e Santa Helena, sendo que o custo de implantação da cultura de uva por hectare varia entre 22 mil a 46 mil reais (Rodrigues, 2009).

Um dos elos da cadeia produtiva mais importante para a obtenção da eficiência econômica das explorações agrícolas é a comercialização, pois essa atividade está diretamente associada à estabilidade e ao nível de renda dos produtores. Nesse contexto de busca de competitividade, o conhecimento dos custos de produção e rentabilidade das culturas é cada vez mais importante no processo de tomada de decisão do produtor sobre o que plantar (Araújo, 2001). Devido o aumento de importância econômica da Vitícola goiana, é preciso saber a viabilidade técnica, analisando todos os fatores de produção de maneira local.

Este estudo teve como objetivo principal apresentar a viabilidade econômica do cultivo de uva na região de Palmeiras de Goiás. Para tal foram realizados estudos visando o levantamento de todos os custos com insumos e serviços necessários para o estabelecimento da cultura durante sua fase de implantação, manutenção e colheita. Foi estimado a implantação de 1 ha de parreiral, visando a produção de uva de mesa com sistema de sustentação latada. Este trabalho teve, ainda, como objetivo determinar indicadores técnicos e econômicos da cultura da uva, no intuito de obter a viabilidade econômica no sistema de produção da cultura da uva no município de Palmeiras de Goiás.

Especificamente pretendeu-se fazer uma descrição dos sistemas de produção, determinar a matriz de coeficientes técnicos e o custo de produção e estimar os indicadores de lucratividade. O levantamento de dados necessários para implantação, nos aspectos ligados a produção e preços médios na região, foram obtidos junto a publicações técnicas e a estabelecimentos comerciais especializados. Após o levantamento dos dados foram feitos os cálculos financeiros, através de manuais e planilhas eletrônicas, visando toda a cadeia de investimento, necessária a produção de uva de mesa irrigada, para isso levantou-se o custo operacional de implantação e produção e obtendo os resultados econômicos. 2. FUNDAMENTO TEÓRICO

A videira é uma planta pertencente a ordem Rhamnales à família Vitaceae, também chamadas de Ampelidaceae, do gênero Vitis, cuja a produção comercial de uvas é baseadas nas espécies V. vinifera, V. labrusca, V. bourquina e V. rotundifolia

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(CAMARGO, 2001). A espécie com maior dispersão no mundo é a V. vinifera com centenas de cultivares plantadas em diferentes regiões dos cincos continentes, principalmente para elaboração de vinhos e derivados, produção de uvas para o consumo in natura e de passas de uva. Já espécie V. labrusca, oriunda da América do Norte, produz uvas como o aframboesado, muito utilizadas no preparo de sucos e, algumas regiões apreciadas como uvas para mesa (CAMARGO, 2001).

A produção de uvas no Brasil representa apenas 1,8% da produção mundial, e 1,0% da área cultivada. A produção concentra-se no Rio Grande do Sul, responsável por 50,8% da produção nacional - destinada à produção de vinhos, sucos e derivados. São Paulo responde por 15,8%, o Estado de Pernambuco com 12,7%, Paraná com 8,5% e a Bahia com 7,3%. As uvas produzidas destinam-se principalmente ao mercado interno. Menos de 4,5% da produção é exportada. O maior pólo exportador do País é a Região Nordeste, mais precisamente o Vale do São Francisco. Esta região é responsável por 95,0% das exportações nacionais (CARNEIRO; COELHO, 2007).

Segundo Mello (2007), as uvas de mesa brasileiras, continuam em ritmo crescente nas exportações, sendo exportadas 79,08 mil toneladas de uvas, 27,04%, rendendo ao país 118,43 milhões de dólares em 2007.

O Brasil possui condições climáticas para produção de uvas o ano todo, sendo assim uma pequena parcela do produto destinado ao consumo interno é importado. Em 2007, foram importadas quase 19 mil toneladas de uvas de mesa, 28,45% a mais que no ano anterior (MELLO, 2007).

A área cultivada com uvas no Brasil em 2004, segundo o IBGE, foi de 71.100 hectares passando para 73.877 hectares em 2005, ou seja, um incremento de 3,91%, onde está sendo implementada em vários estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo e Ceará (MELLO, 2005).

O estado de Goiás possui, atualmente, cerca de 500 hectares em 30 municípios de uva plantados; parreirais que foram formados de maneira independente e sem auxílio de assistência técnica oficial, aproximadamente 250 produtores (ASCOM SEAGRO – FAEG, 2007).

O rendimento depende da região produtora, da cultivar, do sistema de condução e da finalidade da produção. A produtividade das uvas de mesa rústica varia de 10 a 25 Mg ha-1. No caso das uvas para vinho, o rendimento depende também das características que se buscam no produto final, pois, teoricamente, há uma relação inversa entre produtividade e qualidade (MELLO, 2008).

Mello (2008), ainda afirma que o custo de produção de uvas depende de muitos fatores, tais como: a região, a cultivar escolhida, o sistema de condução, a finalidade da produção, o uso de irrigação e de outros. O custo de implantação de um hectare de videiras varia de 20 mil a 60 mil reais. Para o cultivo de uva de mesa, com uso de sombrite e sistema de irrigação, o custo de implantação é de aproximadamente 60 mil reais, e o custo de manutenção pode ultrapassar 20 mil reais por safra.

Segundo Correia e Silva (2001), na Região do Semi-árido nordestino, nos estados de Pernambuco e Bahia, tem aumentado a produção de uva, pois são favorecidos pelo binômio clima-solo, juntamente com irrigação, possibilitando o crescimento da área cultivada para produção de uvas de mesas, devido a adaptação e do desempenho das plantas nessas condições diferenciada. O processo fisiológico e acelerado, a propagação e o

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crescimento inicial das plantas são rápidos, sendo que em um ano e meio após o plantio obtém-se a primeira safra.

A videira se adapta a vários tipos de solos, no entanto é uma cultura que não se adapta a solos que permanecem por longos períodos sob condição de encharcamento (MELLO, 2008). Para Faria et al. (2001), no plantio de videira deve-se evitar solos rasos, extremamente arenosos ou argilosos, solos com camada adensada ou compactada, mal drenados, contendo teores relativamente altos de sais solúveis e sódio trocável. Tanto a deficiência como o excesso de água afetam de maneira marcante o desempenho dos estádios fenológicos da cultura comprometendo a produtividade e a qualidade dos frutos (TEIXEIRA; ANJOS, 2001).

Segundo Silva et al. (2006), no estado de Goiás as informações a respeito do desempenho fenológico e produtivo de videiras ainda não foram levantadas, apesar da existência de parreirais implantados nessa região. No entanto Leão (1999) afirma que em condições de clima tropical, como as predominantes na região, a videira vegeta continuamente, não apresentando fase de repouso hibernal. A data de poda passa a ser a referência para o inicio do ciclo fenológico.

As plantações comerciais de uva de mesa devem ser estabelecidas em regiões com eficientes meios de transporte e, preferencialmente, onde já exista alguma atividade vitícola estabelecida, pois isso poderá facilitar o acesso à mão-de-obra qualificada (Leão 2001).

Vários fatores devem ser considerados quando se estabelece o espaçamento para a instalação de um vinhedo, dentre os fatores, destacam-se: a topografia e a exposição do terreno, a mecanização, o vigor da planta, a fertilidade do solo e o sistema de sustentação do vinhedo (Miele e Mandeli, 2008). A videira é uma planta de característica trepadora e, portando uma necessidade de um suporte para sustentação de seus ramos e frutos, onde o objetivo principal é manter o “esqueleto” e os braços na posição definida pelo sistema de poda e distribuir a folhagem no espaço, dirigindo o crescimento dos ramos (LEÃO, 2001).

Segundo Miele e Mandelli (2008), o sistema de sustentação latada é constituído basicamente por dois componentes: posteação e aramado. A posteação é formada por cantoneiras, postes de cabeceira, postes internos e rabichos. O aramado é formado por cordões primários e secundários e por fios simples. A copa deve estar uma altura de 2m do solo.

Na uva de mesa deve-se evitar a ocorrência de deficiência hídrica nas plantas, mantendo o solo com alta disponibilidade hídrica (Conceição e Mandelli, 2008). Para Terra et al. (1998), fatores como período de chuvas concentrado apenas em parte do ciclo, a ocorrência de veranicos e de períodos de seca, em fases importantes do crescimento, faz com que a irrigação seja essencial para alta produção e lucratividade do vinhedo.

A irrigação por micro aspersão caracteriza-se pela aplicação de água e de produtos químicos, numa fração do volume de solo explorado pelas raízes das plantas, de forma circular ou em faixa contínua. Nesse sistema de irrigação, as dimensões do bulbo molhado dependem, quase exclusivamente, do alcance e da intensidade de aplicação ao longo do raio do emissor e do volume de água aplicado na irrigação (SOARES; COSTA, 2001).

Os microaspersores quando são escolhidos adequadamente, de acordo com o tipo de solo, e bem manejados, mostram resultados excepcionais. Para muitos consultores, técnicos e produtores, o umedecimento de quase 100% da área ocupada pela planta,

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associado à redução da temperatura e à elevação da umidade do ambiente, tem proporcionado maior expansão do sistema radicular da videira e a obtenção de uvas de melhor qualidade, principalmente, nos ciclos de produção do segundo semestre (SOARES; COSTA, 2001).

Segundo Leão e Possídio (2001), a poda e o manejo da água de irrigação são fatores determinantes na regulação do ciclo produtivo da videira, onde um novo ciclo inicia-se com a realização da poda e, a partir daí, pode-se estimar com relativa segurança o período de duração de cada fase fenológica. Esses períodos podem sofrer variações ao longo do ano, de acordo com as condições climáticas.

A presença de plantas invasoras tem também o agravante de proporcionar a formação de um microclima mais úmido sob a latada, favorecendo a ocorrência de doenças fúngicas, além de atuarem como hospedeira alternativos de doenças e pragas (LEÃO; POSSÍDIO, 2001).

Recomenda-se a manutenção de uma cobertura vegetal ou tapete verde nas entrelinhas, mediante roço manual ou mecanizado, apresenta efeitos de proteção ao solo, aumentando a sua capacidade de retenção da umidade e aeração, melhorando a estrutura física e reduzindo os riscos de compactação e erosão, especialmente em terrenos declivosos. Outro fator importante é a identificação das principais espécies de planas daninhas que predominam na área, para que seja escolhido o herbicida mais adequado (LEÃO; POSSÍDIO, 2001).

O cultivo de uva de mesa envolve práticas de manejo adequadas em todas as fases do ciclo da cultura, entre essas práticas, a adubação é das mais importantes e sua eficiência depende da natureza do método de aplicação (FARIA et al., 2001).

A carência ou excesso de um ou mais nutrientes pode ser caracterizada por meio de sintomas visíveis nas folhas ramos e frutos, ou ainda por meio de análise do tecido vegetal, mesmo quando não ocorrem sinais visíveis de deficiência ou de toxidade do nutriente (FARIA et al., 2001). 3. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo, para análise de viabilidade, foi realizado no município de Palmeiras de Goiás cujas coordenadas geográficas são latitude 16º 48' 18'' S e longitude 49º 55' 33'' W. O clima da região é Semi-Úmido Quente (Tropical), (Aw) segundo a classificação Köppen com temperaturas médias entre 23°C e 24°C. Uma estação seca e outra chuvosa bem definida (estacional) e o Bioma típico da região é o Cerrado (AGETUR, 2008).

No estudo de viabilidade utilizou o sistema de irrigação localizada e com o sistema de condução tipo latada, implantado em uma área de 1 ha, na fazenda Sucuri, cujo as suas coordenadas são de latitude Sul de 16º 51’ 32,1’’ e longitude Oeste de 49º 49’ 49,2’’, visando a produção de uva de mesa.

O levantamento de dados necessários para implantação, nos aspectos ligados a produção e preços na região, foram obtidos junto a publicações técnicas consolidadas e a estabelecimentos comerciais especializados. Tais informações relativas ao sistema de produção da uva foram levantadas no sentido de caracterizar todo o processo produtivo, desde o preparo de solo até a colheita e comercialização do produto.

A uva estudada para implantação, foi da cultivar Niágara Rosada, onde podem ser adquiridas próximo ao município de Palmeiras de Goiás, adquiridas no mercado com valor

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médio R$ 5,07 a unidade (já enxertadas), adotando uma margem de segurança de 3% de perdas. Estas são mudas clonais, mais produtivas e resistentes a pragas.

A implantação de 1 ha de parreiras na fazenda Sucuri visará a produção de uvas para venda aos supermercados, frutarias, industrias de processamento e diretamente aos consumidores próximo a região.

Segundo Souza et al. (1999), o preparo do solo para implantação dos vinhedos é recomendado uma subsolagem cruzada, seguida de aração profunda, sendo que na subsolagem cruzada devem ser feitas duas vezes com trator de esteiras e subsolador, e a aração, duas vezes com trator de pneu e arado, posteriormente deve se fazer a demarcação e abertura de covas (50 x 50 x 50 cm) para o plantio.

Para o cálculo de adubação, optou-se por utilizar a recomendação para o uso de corretivos e Fertilizantes do Estado de Minas Gerais para videira, pois é inexistente a recomendação para os Estado de Goiás. Em função da análise de solo, feita na propriedade, chegou-se as seguintes quantidades de adubo contendo nitrogênio, fósforo, potássio e boro a serem utilizadas na instalação da cultura e nos anos subseqüentes.

Segundo interpretação dos teores de P2O5 e K2O existentes no solo segundo a 5ª aproximação do estado de Minas Gerais (ano) os teores foram considerados baixo e alto, respectivamente, considerando um teor de 30 % de argila conforme análise de solo.

Para o cálculo da quantidade total de adubo foi considerado um estande de 1.666 plantas ha-1.

Na análise de solo, observou-se que a saturação de base foi de 78,89%, sendo que na videira, segundo Souza et al. (1999), a saturação de base o necessário é de 80%, havendo a necessidade de fazer calagem no momento do plantio, sendo 98,8 kg ha-1.

Devido a importância do boro para a videira Souza et al. (1999) sugere acompanhar o seu teor no solo, uma vez que, a cultura exige em uma faixa de 0,6 a 1,0 mg dm-³. Porém na análise de solo, o teor de boro foi abaixo de 0,6 mg dm-³, recomenda-se a utilização de 70 kg ha-1.

Segundo Souza et al. (1999), o plantio pode ser feito durante todo o ano, em regiões tropicais. Foi utilizado o espaçamento de 3,0 X 2,0 m em covas que corresponderá a um estande de 1.666 plantas ha-1.

De modo geral, a cultura da videira pode ser explorada sob os sistemas de irrigação por gotejamento, microaspersão, aspersão e por sulcos. Os sistemas de irrigação por gotejamento e por sulcos são indicados para solos argilo-arenosos e argilosos, enquanto os sistemas por aspersão e microaspersão são mais adequados para solos arenosos e areno-argilosos (SOARES; COSTA, 2001).

Hernandez (1999) afirma que para se fazer um correto manejo da irrigação é necessário conhecer a fisiologia da planta cultivada, a fim de se determinar os períodos críticos de consumo de água e seus reflexos na produtividade.

Assim, optou-se por utilizar a microaspersão, pois na análise de solo apresentou uma composição textural areno-argiloso.

Os tratos culturais ajuda garantir que as mudas plantadas possam apresentar todo o seu potencial produtivo. Fazem parte desse processo: capinas, que devem ser realizadas com maior freqüência no ano zero, sendo três vezes entre plantas; roçagem, com tratores, com três vezes com o trator e roçadeira, devido baixa cobertura do solo pela cultura;

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aplicações de herbicidas substituindo as capinas; e inseticidas para o combate às formigas cortadeiras devem ser feito antes, durante e após o plantio com isca granulada.

O tratamento fitossanitário no ano zero devem ser feito com pulverizador costal e nos próximos anos, devem ser feitos com mais freqüência, pois depois do primeiro ano a um fechamento da cultura ajudando a proliferação de fungos patogênicos.

A colheita pode ser realizada a partir do ano dois, observando o estádio de maturação ideal para a colheita de uva de mesa. O ponto de colheita pode ser associado por alguns atributos de qualidade, como tamanho das bagas, coloração da casca, teor de sólidos solúveis (ºBrix), e também a relação sólidos solúveis por acidez titulável, características que variam de acordo com as cultivares (ANTONIOLLI et al., 2008).

Rockenbach et al. (2004), propôs coeficientes técnicos de mão-de-obra e hora-máquina para produção de um hectare de uva, em sistema mecanizado no Vale do Rio do Peixe, devido as dificuldades de planejar as atividades e medir custos para o parreiral.

Os coeficientes técnicos em relação hora máquina e da mão-de-obra, assim como os produtos a serem utilizados nesse estudo estão detalhados nas tabelas de custos de implantação da videira.

O cálculo do custo de produção foi baseado na estrutura do custo operacional total (COT) utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) proposta por Matsunaga et al. (1976). A estrutura compõe-se dos seguintes itens: operações mecanizadas, operações manuais, insumos, depreciações, outras despesas operacionais e juros de custeio. Para o procedimento de estimativa do custo de produção foi utilizados seguintes itens: valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços) utilizados no processo produtivo do Coeficiente Operacional Efetivo (COE), incluindo-se as depreciações e juros de custeio.

O custo com operações manuais (homem dia-1) foram composto basicamente do valor pago a diarista da região, pelos produtores (R$ 30,00).

Os gastos computados para aquisição dos insumos corresponderam a aquisição de fertilizantes químicos, matéria orgânica, defensivos, herbicidas e micronutrientes em 15 anos. Estes gastos foram em relação ao valor médio pago pelos produtores nos insumos conseguidos na região.

Segundo Frizzone e Andrade Júnior (2005), a depreciação é concebida do custo necessário para troca do capital investido em bens de longa duração, quando estes se tornam inúteis pelo desgaste físico com o decorrer do tempo, pelas inovações tecnológicas ou quando perdem a capacidade de gerar receitas. Dessa forma, a depreciação é considerada bens fixos, pois prestam serviços por mais de um ciclo produtivo. Para o cálculo de depreciação foi utilizado o método linear, concernentes aos seis anos, através Equação 1:

D = C - R (1) n em que: D - a quota de depreciação, na vida útil esperada (anos); C - o valor inicial do bem; R - o seu valor final ou residual e; n - vida útil estimada (período em anos que, se bem determinado, é utilizado na

atividade).

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Considerou-se os seguintes utensílios necessários à colheita, assim como nos tratos culturais pós-colheita: minitrator, tesoura de poda, tesoura de colheita, pulverizador costal, tubo adaptado para regulador de crescimento, grade, roçadeira, carreta de duas rodas, cestos para colheita, caixas plásticas, luvas, e um conjunto para aplicação de agroquímicos utilizados no parreiral.

Indicadores de lucratividade são referentes à Receita Bruta (RB), Lucro operacional (LO), e Índice de Lucratividade (IL). A RB corresponde à multiplicação da produção de 1 hectare de uva vezes o preço do produto no mercado, e é determinada pela Equação 2:

Produto do Preço Produção RB ⋅= (2) O LO corresponde à multiplicação da receita bruta vezes o custo operacional, é

definido na Equação 3: COT x RB O L = (3)

O IL corresponde ao lucro operacional dividido pela receita bruta vezes cem, é definido na Equação 4:

IL = LO x 100 (4) RB A análise de investimento foi baseada no cálculo de Valor Presente Líquido (VPL),

Taxa Interna de Retorno (TIR) e a relação Benefício/Custo (B/C). O VPL é definido como a diferença entre o valor presente dos benefícios e o valor presente dos custos. A característica essencial desse critério é que os benefícios e os custos são referenciados ao presente, isto é, os fluxos de caixa esperados durante a vida útil do projeto são descontados para o tempo zero a uma taxa de juros que representa o mínimo retorno para o capital (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR, 2005).

De acordo com Frizone e Andrade Junior (2005) TIR é a taxa de juros que faz com que o valor presente das receitas se torne igual ao valor presente das despesas. Assim definido, a TIR é taxa que torna o valor dos lucros futuros equivalentes aos dos gastos realizados com o projeto. Caracteriza, dessa forma, a taxa de remuneração do capital investido, sendo às vezes referida como índice de lucratividade. Assim, TIR é a taxa para o qual o valor líquido presente é inepto, ou seja, é o retorno que esse investimento lhe dará após o término da operação (GARZEL, 2003).

Segundo Frizzone e Andrade Júnior (2005), a relação B/C adota o quociente entre as somas dos benefícios e dos custos descontados pela taxa de juros adotados, é baseado na Equação 5:

=

=

+

+=

n

0k

kk

n

0k

kk

j)(1C

j)(1BustoBenfício/C

(5) em que: B – beneficio, R$; C – custo, R$; j – taxa de juros, anual; k – vida útil, anos

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O investimento necessário para a produção de uva irrigada em 1 hectare refere-se a

soma do custo de instalação de irrigação tipo microaspersão, custo das mudas, materiais para condução ou sustentação do parreiral e utensílios. Esses investimentos para o parreiral encontram-se na Tabela 1.

As Tabelas 3 a 8 de coeficientes técnicos e custos para o cultivo de videira em 1ha para produção de uva de mesa a seguir, apresentam estimativas do custo de implantação, manutenção e colheita da cultura da videira em Palmeiras de Goiás - GO, referente ao ano 0 (implantação), ano 1 (manutenção) e ano 2 a 14 (manutenção e colheita).

Das despesas no ano zero, os insumos apresentaram 1,72%, operações com 6,96%, juros de custeio 0,59%, outras despesas com 0,43%, investimento do parreiral com 84,65% e depreciações com 5,64% do custo operacional total (Tabela 2).

A Tabela 3 representa o ano 1, os insumos apresentam 10%, operações com 38%, juros de custeio 3%, outras despesas com 2% e depreciações com 47% do custo operacional total.

Das despesas no ano 2, os insumos apresentaram 34,60%, operações com 24,40%, colheita com 1,97%, transporte para a produção com 1,17%, juros de custeio 4,12%, outras despesas com 3,05% e depreciações com 30,70% do custo operacional total (Tabela 4).

Na Tabela 5 representando o ano 3, onde os insumos apresentam 31,50%, operações com 27,09%, colheita com 5,79%, transporte da produção com 1,03%, juros de custeio 4,35%, outras despesas com 3,22% e depreciações com 27,03% do custo operacional total.

Das despesas no ano 4 (Tabela 6), os insumos apresentaram 33,43%, operações com 23,94%, colheita com 6,02%, transporte da produção com 1,07%, juros de custeio 4,28%, outras despesas com 3,17% e depreciações com 28,09% do custo operacional total.

Na Tabela 7 representando o ano 5 a 14, onde os insumos apresentam 35,95%, operações com 25,01%, colheita com 5,35%, transporte da produção com 0,95%, juros de custeio 4,48%, outras despesas com 3,32% e depreciações com 24,96% do custo operacional total.

Para análise dos resultados econômicos foi estimado a produção de uva em 15 anos. Assim, foram calculados receita bruta, lucro operacional, índice de lucratividade, o preço mínimo que o quilograma de uva pode ser vendido para cobrir os custos e a produção mínima em 1 hectare que os custos sejam abatidos, os cálculos encontram-se a seguir.

Para que possa encontrar produção, foi necessário encontrar média de produção média entre os anos:

Produção média = (20.000) + (25.000 x 12) = 24.615,385 kg ha-1 13 Após obter o resultado da produção média foi necessário multiplicar pelos anos de

produção: Produção (13 anos) = 24.615,385 * 13 = 320.000 kg ha-1 Para o cálculo do custo de produção total entre os anos foi necessário a soma de

todos custos operacionais totais em 15 anos: COT = (74.447,27) + (8.980,59) + (13.686,95) + (15.542,38) + (14.954,92) +

(16.833,96 x 10) = R$ 295.951,80

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Receita Bruta = Produção x Preço do produto kg-1 Receita Bruta = 320.000,00 x 3,33 = R$ 1.065.600,00 ha Lucro Operacional = Receita Bruta - COT Lucro Operacional = 1.065.600,00 – 295.951,80= R$ 769.648,20 Índice de lucratividade = LO/RB x 100 Índice de Lucratividade = 769.648,20 / 1.065.600,00 x 100 = 72,23% Preço mínimo que o kg de uva pode ser vendido para cobrir os custos Preço de equilíbrio = COT / Produção Preço de equilíbrio = 29.5951,80/ 320.000,00 = R$ 0,92 kg Produção mínima em 1 hectare que os custos sejam abatidos Produção de equilíbrio = COT / Preço do produto Produção de equilíbrio = 29.5951,80 / 3,33 = 88.874,41 kg ha-1 Para que se possa obter esse resultado do Valor do Presente Líquido, foi necessário

trazer os valores de custos e receitas para o ano zero, pois, em cada ano apresenta época diferenciada. Os valores presentes estão apresentados na Tabela 8.

Reforçando-se a idéia, segundo Garzel (2003), para que se possa calcular o Valor Presente Líquido, é necessário trazer os valores de diferentes datas, onde se tem a diferença do Valor corrigido da Receita com o Valor corrigido do Custo. O Valor Presente Líquido foi de R$ 119.734,41.

A Taxa Interna de Retorno foi de 32% taxa de remuneração do capital investido. A Relação Benefício/Custo foi de 1,91, Segundo Garzel (2003), Benefício/Custos

for maior do que 1 é lucro no empreendimento, menor do que 1 prejuízo no empreendimento e, se for igual a 1 o empreendimento rende o mesmo que o custo de oportunidade do capital.

O resultado acumulativo ajuda saber em qual será o período de retorno capital investido, consegue visualizar que o período que ocorrerá a recuperação do capital investido será entre o ano 2 a 3.

Sendo assim, objetivo da análise de viabilidade financeira é saber se um projeto é viável dentro de um período de tempo preestabelecido. Nesse caso, o produtor de uva, deseja saber se seu investimento é viável em um determinado prazo, ou seja, se todos os custos operacionais totais (COT) serão abatidos com as receitas, num intervalo de tempo estimado.

As Receitas representam as fases produtivas do parreiral, onde a venda principal do produto é a uva, sendo que na produção no ano 2 e 3 é ainda instável, após esses anos inciais tornam-se constante a produção. Na mensuração do custo total da cultura computou as depesas de investimentos, tudo que se gasta na fase de implememtação do projeto e, depesas operacionais, passada a fase de implantação do projeto, todos os custos previstos para o pleno funcionamento. É necessário ressaltar que os dados das receitas e o custo total da cultura foram trazidos para o ano zero visando a obtenção do valor presente.

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5. CONCLUSÕES

O cultivo de videira para produção de uva de mesa, no sistema estudado e nas condições edafoclimáticas no município de Palmeiras de Goiás - GO, mostrou-se que os custos como operações, insumos, utensílios (sustentação para o parreiral, sistema de irrigação e materiais utilizados) variam devido a mudanças de preços para cada região.

A Receita Bruta esperada foi R$ 1.065.600,00 em 1 hectare e o Valor Presente Líquido estimado 119.734,41 reais. A relação benefício/custo é de 1,91, ou seja, apresentou lucro no empreendimento, considerando-se um bom investimento devido a Taxa Interna de Retorno apresentar 32%.

A produção de uva representou uma alternativa rentável para o produtor que deseja implantar, embora apresentar um investimento inicial elevadas com mudas e equipamento de irrigação. Na análise de viabilidade do projeto, observou que o produtor consegue abater os custos de implantação da cultura entre 2º a 3º ano de produção, sendo assim viável, pois está dentro de um período de tempo preestabelecido. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASCOM SEAGRO – FAEG, 2007. Programa minuto do campo ressalta cultivo da uva em Goiás. Disponível em:< http://doc.agronegocio.goias.gov.br/index.php?act=cnt&opt=1,6842> Acesso em: 25 Nov. 2008. Agência Goiana de Turismo – AGETUR. Palmeiras de Goiás. Disponível em: <http://www.goiasbrasil.com.br/agetur/index.php?dir=cidades2&cid=85>. Acesso em: 25 Nov. 2008. ANTONIOLLI, L.R.; LIMA, M.A.C.; GUERRA, C.C. Colheita, Custos e Pós-colheita. In: NACHTIGAL J.C.; MAZZAROLO A. (Org.). Uva: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2008. cap. 13, p. 169-180. ARAÚJO, J.P. Custo e rentabilidade. In: LEÃO P.C.S. Uva de Mesa Produção – Aspectos técnicos. Brasília: EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2001, cap. 16, p. 116-119. CAMARGO, U.A. Classificação botânica. In: LEÃO, P.C.S. Uva de Mesa: Produção – Aspectos técnicos. Brasília: EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2001. cap. 2, p. 12-13. CARNEIRO, W.M.A.; COELHO, M.C.S.G. Análise Setorial – A Vitivinicultura no Nordeste Brasileiro. Fortaleza: BNB (Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – ETENE), 2007, 136 p. CONCEIÇÃO, M.A.F.; MANDELLI, F. Irrigação e Fertirrigação. In: NACHTIGAL J.C.; MAZZAROLO A. (Org.). Uva: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2008. cap. 7, p. 85-94. CORREIA, R.C.; SILVA, P.C.G. Aspectos socioeconômicos da viticultura. In: Uva de Mesa: Produção – Aspectos técnicos In: LEÃO, P.C.S. Uva de Mesa: Produção – Aspectos técnicos. Brasília: EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2001. cap. 1, p. 9-11.

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Tabela 1. Investimento para a produção de uva (R$ ha-1). INVESTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE UVA (R$/ha) DESCRIÇÃO UNIDADE QUANT. VALOR

UNIT. (R$)

TOTAL

A. Custo de inst. de irrigação/ microaspersão Instalação de irrigação de microaspessor 1 7.000 7.000 B. Custo do pomar Mudas (+3%) 1716 5,07 87.00,12 C. Materiais para a sustentação do parreiral Estaca 2,20 x 0,10 m Unidade 696 12,00 8.352,00 Mourão 3,2 x 0,18 Unidade 45 70,00 3.150,00 Mourão 4,5 x 0,10 Unidade 4 105,00 420,00 Arame galvanizado rolo (1000m) 35 80,00 2.800,00 Estique Unidade 2,8 50,00 140,00 Sub-total de B 14.862,00 D. Utensílios Minitrator Unidade 1 25.000,00 25.000,00 Tesoura de poda Unidade 6 15,00 90,00 Tesoura de colheita Unidade 7 30,00 210,00 Pulverizador costal Unidade 1 119,90 119,90 Tubo adaptado para regulador de crescimento Unidade 4 20,00 80,00 Roçadeira Unidade 1 759,00 759,00 Carreta de duas rodas Unidade 1 1.860,00 1.860,00 Cestos para colheita Unidade 10 15,00 150,00 Caixas plásticas Unidade 300 12,90 3.870,00 Luvas Unidade 10 3,50 35,00 Conjunto p/ aplicação de agrotóxicos Unidade 5 57,00 285,00

Sub-total de D 32.458,90 Total de A+B+C+D R$ 63.021,02

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Tabela 2. Coeficientes técnicos e custos para o cultivo de videira em 1 ha para produção de uva de mesa no ano 0. Preços de 2009. DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR

UNIT. (R$) AN0 0 (Implantação) quant./coef Total

A - PREPARO DE SOLO/PLANTIO Insumos Calcário Tonelada 70,00 0,10 6,92 Uréia Kg 0,52 222,00 115,44 Superfosfato triplo Kg 0,70 222,00 155,40 Cloreto de potássio Kg 1,67 139,00 232,13 Adubo orgânico (esterco bovino) Tonelada 50,00 10,00 500,00 Bórax Kg 2,44 70,00 170,80 Dithane Kg 16,00 2,00 32,00 Sulfato de Cobre Kg 3,00 5,00 15,00 Formicida Granulada Kg 9,00 4,00 36,00 Glifosato L 5,50 3,00 16,50 Subtotal insumos 1.280,19 Operações Coletar amostras de solo d/h 30,00 0,50 15,00 Subsolagem (2 x) h/tr 40,00 8,00 320,00 Aração (2 x) h/tr 40,00 10,00 400,00 Calagem d/h 30,00 1,50 45,00 Adubação h/tr 40,00 4,00 160,00 Demarcação da área e covas d/h 30,00 5,50 165,00 Plantio d/h 30,00 12,00 360,00 Tutoramento d/h 30,00 6,00 180,00 Implantar a sustentação d/h 30,00 80,00 2.400,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário d/h 30,00 5,00 150,00 Eliminar brotações e amarração d/h 30,00 5,00 150,00 Aplicar herbicida d/h 30,00 20,00 600,00 Subtotal operações 5.185,00 Total dos subtotais 6.465,19 B - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 436,40 C - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 323,26 D - CUSTO DO PARREIRAL INSTALADO

Investimento 63.021,02

E - TOTAL GERAL (A + B) 70.245,87 F - DEPRECIAÇÕES Investimento 2,00% 4.201,40 C O T (R$/ha/ano) (D + E) 74.447,27

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Tabela 3. Coeficiente técnicos e custos para a condução de 1 ha de videira para produção de uva de mesa no ano 1. Preços de 2009. DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR

UNIT. (R$)

ANO 1 (Manutenção) quant./coef. Total

A - TRATOS CULTURAIS Insumos Superfosfato triplo kg 0,70 222,00 155,40 Cloreto de potássio kg 1,67 56,00 93,52 Uréia kg 0,52 148,00 76,96 Boráx kg 2,44 70,00 170,80 Sulfato de Cobre kg 3,00 10,00 30,00 Dithane kg 16,00 6,00 96,00 Dormex L 54,00 4,00 216,00 Formicida Granulada kg 9,00 2,00 18,00 Subtotal insumos 856,68 Operações Replantar d/h 30,00 2,00 60,00 Aplicar adubo d/h 30,00 2,00 60,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário d/h 40,00 48,00 1.920,00 Poda de inverno d/h 30,00 14,00 420,00 Poda verde d/h 30,00 10,00 300,00 Eliminar brotação d/h 30,00 2,00 60,00 Roçar h/maq. 40,00 9,00 360,00 Subtotal operações 3.420,00 Total dos subtotais 4.276,68 B - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 288,68 C - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 213,83 D - TOTAL GERAL (A + B+C) 4.779,19 E - DEPRECIAÇÕES Investimento 2% 4.201,40 COT (R$/ha/ano) (D+E) - - 8.980,59

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Tabela 4. Coeficiente técnicos e custos para a condução de 1 ha de videira para produção de uva de mesa no ano 2. Preços de 2009.

DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR UNIT. (R$)

ANO 2 (Manutenção/1º colheita) quant./coef. Total

A - TRATOS CULTURAIS Insumos

Adubo orgânico (esterco bovino) T

50,00 5,00 250,00 Superfosfato triplo Kg 0,70 222,00 155,40 Cloreto de potássio Kg 1,67 83,00 138,61 Uréia Kg 0,52 185,00 96,20 Boráx Kg 2,44 70,00 170,80 Sulfato de Cobre Kg 3,00 10,00 30,00 Dithane Kg 16,00 6,00 96,00 Dormex L 54,00 70,00 3.780,00 Formicida Granulada Kg 9,00 2,00 18,00 Subtotal insumos 4.735,01 Operações Aplicar adubo d/h 30,00 2,00 60,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário h/maq. 40,00 48,00 1.920,00 Poda de inverno d/h 30,00 14,00 420,00 Poda verde d/h 30,00 10,00 300,00 Roçar h/maq. 40,00 9,00 360,00 Transporte interno h/maq. 40,00 1,00 40,00 Subtotal operações 3.340,00 Total dos subtotais 8.075,01 B - COLHEITA d/h 30,00 9,00 270,00 C - TRANSPORTE DA PRODUÇÃO h/maq. 40,00 4,00 160,00 D - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 563,29 E - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 417,25 F - TOTAL GERAL (A + B + C + D + E) 9.485,55 G - DEPRECIAÇÕES Investimento 2,00% 4.201,40 COT (R$/ha/ano) (F + G) - 13.686,95 RECEITA (R$/ha) 3,33 20.000,00 66.600,00

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Tabela 5. Coeficiente técnicos e custos para a condução de 1 ha de videira para produção de uva de mesa no ano 3. Preços de 2009.

DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR UNIT. (R$)

ANO 3 (Manutenção/2º colheita) quant./coef. Total

A - TRATOS CULTURAIS Insumos Adubo orgânico (esterco bovino) T 50,00 5,00 250,00 Superfosfato triplo Kg 0,70 333,20 233,24 Cloreto de potássio Kg 1,67 111,00 185,37 Uréia Kg 0,52 222,00 115,44 Boráx Kg 2,44 70,00 170,80 Sulfato de Cobre Agrimar Kg 3,00 10,00 30,00 Dithane Kg 16,00 6,00 96,00 Dormex L 54,00 70,00 3.780,00 Formicida Granulada Kg 9,00 2,00 18,00 Glifosato L 5,50 3,00 16,50 Subtotal insumos 4.895,35 Operações Aplicar adubo d/h 30,00 2,00 60,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário h/maq. 40,00 48,00 1.920,00 Poda de inverno d/h 30,00 35,00 1.050,00 Poda verde d/h 30,00 10,00 300,00 Aplicar herbicida d/h 30,00 20,00 600,00 Transporte interno h/maq. 40,00 1,00 40,00 Subtotal operações 4.210,00 Total dos subtotais 9.105,35 B - COLHEITA d/h 30,00 30,00 900,00 C - TRANSPORTE DA PRODUÇÃO h/maq. 40,00 4,00 160,00 D - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 675,36 E - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 500,27 F - TOTAL GERAL (A + B + C + D + E) 11.340,98 G - DEPRECIAÇÕES Investimento 2,00% 4.201,40 COT (R$/ha/ano) (F + G) - 15.542,38 RECEITA (R$/ha) 3,33 25.000,00 83.250,00

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Tabela 6. Coeficiente técnicos e custos para a condução de 1 ha de videira para produção de uva de mesa no ano 4. Preços de 2009.

DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR UNIT. (R$)

ANO 4 (Manutenção/3º colheita) quant./coef. Total

A - TRATOS CULTURAIS Insumos Adubo orgânico (esterco bovino) T 50,00 5,00 250,00 Superfosfato triplo Kg 0,70 333,00 233,10 Cloreto de potássio Kg 1,67 139,00 232,13 Uréia Kg 0,52 333,00 173,16 Boráx Kg 2,44 70,00 170,80 Sulfato de Cobre Kg 3,00 10,00 30,00 Dithane Kg 16,00 6,00 96,00 Dormex L 54,00 70,00 3.780,00 Formicida Granulada Kg 9,00 2,00 18,00 Glifosato L 5,50 3,00 16,50 Subtotal insumos 4.999,69 Operações Aplicar adubo d/h 30,00 2,00 60,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário h/maq. 40,00 48,00 1.920,00 Poda de inverno d/h 30,00 14,00 420,00 Poda verde d/h 30,00 10,00 300,00 Aplicar herbicida d/h 30,00 20,00 600,00 Transporte interno h/maq. 40,00 1,00 40,00 Subtotal operações 3.580,00 Total dos subtotais 8.579,69 B - COLHEITA d/h 30,00 30,00 900,00 C - TRANSPORTE DA PRODUÇÃO h/maq. 40,00 4,00 160,00 D - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 639,88 E - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 473,98 F - TOTAL GERAL (A + B + C + D + E) 10.753,55 G - DEPRECIAÇÕES Investimento 2,00% 4.201,40 COT (R$/ha/ano) (F + G) - 14.954,95 RECEITA (R$/ha) 3,33 25.000,00 83.250,00

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Tabela 7. Coeficiente técnicos e custos para a condução de 1 ha de videira para produção de uva de mesa no ano 5 a 14. Preços de 2009.

DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR UNIT. (R$)

ANO 5 (Manutenção/4º colheita) quant./coef. Total

A - TRATOS CULTURAIS Insumos Adubo orgânico (esterco bovino) T 50,00 5,00 250,00 Superfosfato triplo Kg 0,70 333,00 233,10 Cloreto de potássio Kg 1,67 167,00 278,89 Uréia Kg 0,52 592,00 307,84 Boráx Kg 2,44 70,00 170,80 Sulfato de Cobre Kg 3,00 300,00 900,00 Dithane Kg 16,00 6,00 96,00 Dormex L 54,00 70,00 3.780,00 Formicida Granulada Kg 9,00 2,00 18,00 Glifosato L 5,50 3,00 16,50 Subtotal insumos 6.051,13 Operações Aplicar adubo d/h 30,00 2,00 60,00 Combate a formigas d/h 30,00 8,00 240,00 Tratamento fitossanitário h/maq 40,00 48,00 1.920,00 Poda de inverno d/h 30,00 35,00 1.050,00 Poda verde d/h 30,00 10,00 300,00 Aplicar herbicida d/h 30,00 20,00 600,00 Transporte interno h/maq 40,00 1,00 40,00 Subtotal operações 4.210,00 Total dos subtotais 10.261,13 B - COLHEITA d/h 30,00 30,00 900,00 C - TANSPORTE DA PRODUÇÃO 40,00 4,00 160,00 D - JUROS DE CUSTEIO COE 6,75% 753,38 E - OUTRAS DESPESAS COE 5,00% 558,06 F - TOTAL GERAL (A + B + C + D + E) 12.632,56 G - DEPRECIAÇÕES Investimento 2,00% 4.201,40 COT (R$/ha/ano) (F + G) - 16.833,96 RECEITA R$/ha 3,33 25.000,00 83.250,00

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Tabela 8. Valores das Receitas e Custo Operacional Total corrigidos referentes a cada ano. Anos COT Valor corrigido Receita Valor corrigido 0 74.447,27 74.447,27 0,00 0,00 1 8.980,59 8.412,73 0,00 0,00 2 13.686,95 12.010,77 66.600,00 58.443,80 3 15.542,38 12.776,56 83.250,00 68.435,37 4 14.954,95 11.516,31 83.250,00 64.108,07 5 a 14 16.833,96 12.143,59 83.250,00 60.054,40 *6,75% a.a.