viabilidade do aproveitamento de Água de chuva em zonas urbanas.. estudo de caso no municÍpio de...

Upload: getulio-barreto

Post on 14-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    1/192

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM SANEAMENTO,

    MEIO AMBIENTE E RECURSOS HDRICOS

    VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE

    GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS:

    ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO

    HORIZONTE - MG

    Manuelle Prado Cardoso

    Belo Horizonte

    2009

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    2/192

    VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE

    CHUVA EM ZONAS URBANAS: ESTUDO DE CASO

    NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG

    Manuelle Prado Cardoso

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    3/192

    Manuelle Prado Cardoso

    VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE

    CHUVA EM ZONAS URBANAS: ESTUDO DE CASO NO

    MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao

    em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da

    Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito

    parcial obteno do ttulo de Mestre em Saneamento,

    Meio Ambiente e Recursos Hdricos.

    rea de concentrao: Saneamento

    Linha de pesquisa: Qualidade e tratamento de gua

    para consumo humano.

    Orientador: Valter Lcio de Pdua

    Belo Horizonte

    Escola de Engenharia da UFMG

    2009

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    4/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGi

    AGRADECIMENTOS

    Deus e Nossa Senhora, em primeiro lugar, por estarem sempre ao meu lado e de minha

    famlia, iluminando os nossos caminhos.

    Aos meus amados pais, Helenice e Manuel, pelo apoio incondicional, dedicao, amor,companheirismo e por me incentivarem, estando sempre ao meu lado. Amo muito vocs dois.

    Ao meu grande amor, meu marido Jlio Csar, pelo amor, incentivo, ajuda e pacincia. Sem a

    sua constante presena seria muito difcil a concluso dessa etapa da minha vida. Muito

    obrigada, te amo.

    Ao meu querido irmo, Manuel Fellipe, pela grande amizade, amor, considerao e ajuda na

    pesquisa. Muito obrigada, Lipe. Te amo.

    Ao professor Valter, pelo carinho e incentivo, durante toda a Iniciao Cientfica e Mestrado.

    Foi um excelente orientador e amigo durante todos esses anos.

    Ao Henrique, pela ajuda nas anlises de laboratrio. Muito obrigada pelo interesse e

    dedicao.

    Lucilaine e estagirias do laboratrio de espectofotometria, pelas anlises de metais.

    professora Slvia, pela pacincia e disponibilidade em me ajudar nas anlises estatsticas.

    Dayse, por me ajudar a enxergar alguns pontos importantes da pesquisa qualitativa,

    fundamentais para o meu trabalho, e Gisele, pela disponibilidade e pelas sugestes.

    FAPEMIG, pelo financiamento do projeto.

    Poente Engenharia e Consultoria, pela compreenso e apoio.

    Norma, Olvia e estagirias do laboratrio 801, pela ateno e ajuda.

    Aos professores e funcionrios do Departamento de Engenharia Sanitria e Ambiental da

    UFMG, pelos ensinamentos e carinho.

    A todos familiares e amigos que torceram por mim e a todas as pessoas que participaram

    direta e indiretamente deste trabalho.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    5/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGii

    RESUMO

    A presente pesquisa teve como objetivo geral avaliar a qualidade da gua de chuva captada

    em Belo Horizonte - MG - Brasil, e verificar a percepo de moradores da cidade em relao

    ao aproveitamento dessa gua para fins no potveis. A pesquisa quantitativa, sobre a

    qualidade da gua de chuva, foi realizada em duas regies da cidade, Centro e Pampulha.

    Foram instalados dois sistemas pilotos em cada regio, um apresentava superfcie de captao

    constituda por telhas cermicas e o outro por telhas metlicas. Foram realizadas anlises

    fsico-qumicas (pH, turbidez, cor aparente, alcalinidade, dureza, sulfato, ferro, mangans e

    chumbo) e microbiolgicas (coliformes totais e Escherichia coli), de acordo com o Standard

    Methods. As coletas ocorreram entre maro de 2008 e janeiro de 2009. Os parmetros

    coliformes totais, cor aparente, turbidez e ferro no atingiram o padro recomendado pela

    Norma Brasileira n 15.527/2007 da ABNT e Portaria n 518/2004 do Ministrio da Sade

    quando foi descartado o volume de 2,0 L de gua de chuva por m2de telhado, indicados na

    referida Norma. Alm disso, verificou-se que h diferena entre a qualidade das guas

    captadas nas duas regies de estudo e nos dois tipos de telhas. As guas captadas pelas telhas

    metlicas apresentaram qualidade microbiolgica superior s captadas nas telhas cermicas. A

    respeito da possibilidade de utilizao de gua de chuva em algumas atividades, essa pode ser

    uma ferramenta importante no combate ao uso indiscriminado de gua potvel. Entretanto,

    para que medidas de aproveitamento da gua de chuva sejam realmente viveis, necessrio

    que a populao aceite faz-las. Assim, viu-se a necessidade de insero de estudo qualitativo

    para avaliar a percepo dos moradores da cidade de Belo Horizonte sobre o aproveitamento

    de gua de chuva. Foram entrevistadas 18 pessoas, sendo que 9 apresentavam curso superior

    completo e 9 ensino fundamental incompleto. O mtodo de coleta de dados utilizado na

    presente pesquisa foi a entrevista a semi-estruturada e o mtodo de anlise foi o Discurso do

    Sujeito Coletivo (DSC). As anlises dos DSCs sugerem que os entrevistados possuam

    conscincia ambiental e eram a favor da utilizao de gua de chuva para fins no potveis,

    como limpeza geral e irrigao de plantas. Percebeu-se que incentivos financeiros por parte de

    algum rgo ou entidade seriam decisivos para que muitas pessoas residentes em reas

    urbanas aproveitassem a gua de chuva. Foram citados como causas possveis da no

    utilizao de gua de chuva na rea urbana: a falta de espao, dinheiro e conhecimento; gua

    potvel disponvel em abundncia e pouco volume de gua de chuva armazenado.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    6/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGiii

    ABSTRACT

    This research aims to evaluate the quality of the rain water collected in Belo Horizonte MG

    Brazil, and verify the city inhabitants perception over the utilization of this water for non-

    potable uses. The quantitative research about the rain water quality was carried out in two

    parts of the city, Downtown and Pampulha. Two pilot systems were installed in each region,

    one of them had the surface built with ceramics tiles and the other with metallic tiles. Physics

    and chemistry analysis were carried out (pH, turbidity, apparent color, alkalinity, hardness,

    sulfate, iron, manganese and lead) and microbiologic (total coliforms and Escherichia coli).

    The water samples were collected from march 2008 to January 2009. The standard total

    coliforms, apparent color, turbidity, and iron did not reach the standards by preconized the

    Brazilian norm number 15,527/2007 of the ABNT (Brazilian Technical Standards

    Association) and governmental decree 518/2004 Health State Department when 2.0 L of

    rainwater per m of roof were discarded. A difference between the quality of the water

    collected in the two regions analyzed and in the two kinds of tiles was verified. The water

    collected by the metallic tiles showed a higher microbiologic quality than those collected by

    the ceramics tiles. Concerning the possibility of the utilization of the rain water in some

    activities, this can be an important tool in the struggle against the indiscriminate use of

    potable water. Meanwhile, to make the use of rainwater feasible, its necessary that the

    population accept it. In this way, a qualitative study was carried out to evaluate the awareness

    of the Belo Horizontes inhabitants towards the utilization of the rain water. 18 people were

    interviewed, 9 with a higher education degree and 9 with incomplete elementary school

    degree. The data collecting method used in the research was the semi-structured interview and

    the analysis method was the Discourse of the Collective Subject (DCS). The analysis of the

    DCSs suggests that the interviewed people had an environmental consciousness and were for

    the rain water utilization for non-potable uses like cleaning and irrigation plants. It is clear

    that a financial help provided by the state would be decisive so that many people living in the

    urban areas could use the rain water. Some facts were mentioned as possible causes for the

    non-utilization of the rain water in the urban areas such as: lack of space, money and

    knowledge; potable water in abundance and low level of rain water storage.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    7/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGiv

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS................................................................................................. .......................................... VII

    LISTA DE TABELAS.........................................................................................................................................XVI

    LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS .............................................................................. XVII

    1. INTRODUO......................................................................................................... ............................................ 1

    2. OBJETIVOS.............................................................................................. ............................................................ 3

    2.1.OBJETIVO GERAL ............................................................................................... .............................................. 3

    2.2.OBJETIVOS ESPECFICOS ...................................................................................................... ............................ 3

    3. REVISO DA LITERATURA ................................................................................................ ........................... 4

    3.1.DISPONIBILIDADE HDRICA NO BRASIL............................................................................................... ............. 4

    3.2.ACAPTAO DE GUA DE CHUVA NA ANTIGUIDADE ...................................................................................... 5

    3.3.SUPERFCIES DE CAPTAO DE GUA DE CHUVA ............................................................................................ 6

    3.4.RESERVATRIOS PARA O ARMAZENAMENTO DE GUA ................................................................................... 9

    3.5.MLTIPLAS BARREIRAS PARA PROTEO DA GUA DE CHUVA CAPTADA .................................................... 16

    3.6.EXPERINCIAS COM A IMPLANTAO DE SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA ................. 21

    3.7.LEIS DE INCENTIVO CAPTAO DE GUA DE CHUVA .............................................................................. .... 24

    3.7.1. Legislaes municipais e estaduais brasileiras ...................................................................................24

    3.7.2. Legislao Federal Brasileira...................................................................... ........................................ 27

    3.7.3. Legislao estrangeira ............................................................... .......................................................... 28

    3.8.PRINCIPAIS PORTARIAS ENORMAS SOBRE QUALIDADE DE GUA NO BRASIL .............................................. 28

    3.9.QUALIDADE DA GUA DE CHUVA .................................................................................. ................................ 30

    3.10.INFLUNCIA DA POLUIO DO AR NA QUALIDADE DA GUA DE CHUVA ..................................................... 33

    3.11.VIABILIDADE ECONMICA DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM REAS URBANAS .................... 35

    3.12.PERCEPO DOS SUJEITOS ........................................................................................... ................................ 363.13.PESQUISA QUALITATIVA .................................................................................................... .......................... 38

    3.13.1. Seleo de amostras.............................................................................. .............................................. 39

    3.13.2. Mtodo de coleta de dados ....................................................................................... .......................... 40

    3.13.3. Mtodo de anlise de dados ................................................................... ............................................ 42

    3.14.DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO ............................................................................................. .................. 42

    4. MATERIAL E MTODOS .......................................................................................... ..................................... 44

    4.1.QUALIDADE DA GUA DE CHUVA EM FUNO DO VOLUME DESCARTADO ................................................... 44

    4.1.1. Sistema de coleta e armazenamento de gua de chuva na primeira fase da pesquisa ....................... 45

    4.1.2. Sistema de coleta e armazenamento de gua de chuva na segunda fase da pesquisa........................ 494.1.3. Parmetros monitorados .......................................................................... ............................................ 50

    4.1.3.1. Parmetros fsico-qumicos. .................................................................................... ..................... 50

    4.1.3.2. Parmetros microbiolgicos. ................................................................... ..................................... 54

    4.1.4. Coletas e anlises ....................................................................... .......................................................... 55

    4.1.5. Monitoramento da precipitao nos dois locais de coleta .................................................................. 57

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    8/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGv

    4.1.6. Anlise estatstica .............................................................................. ................................................... 58

    4.2.INVESTIGAO DA PERCEPO DOS SUJEITOS................................................................................. .............. 59

    4.2.1. Elaborao de tpico-guia .................................................................................. ................................. 60

    4.2.2. Submisso do projeto ao Comit de tica .......................................................... ................................. 64

    4.2.3. Realizao do pr-teste.................. ........................................................................... ............................ 65

    4.2.4. Seleo dos entrevistados ........................................................................ ............................................. 65

    4.2.5. Anlise das entrevistas................................. ................................................................................ ......... 66

    5. RESULTADOS E DISCUSSES ............................................................................................ ......................... 68

    5.1.QUALIDADE DA GUA DA CHUVA CAPTADA EM BELO HORIZONTE .............................................................. 68

    5.1.1. Comparao entre diferentes superfcies de captao localizadas em uma mesma regio............... 69

    5.1.1.1. pH .......................................................................... ........................................................................ 69

    5.1.1.2. Turbidez ....................................................................................... ................................................. 70

    5.1.1.3. Cor aparente .......................................................................... ........................................................ 72

    5.1.1.4. Alcalinidade ........................................................................ .......................................................... 74

    5.1.1.5. Coliformes totais ................................................................. .......................................................... 75

    5.1.1.6. Escherichia coli................................................................................................... .......................... 765.1.1.7. Sulfato ..................................................................................... ...................................................... 78

    5.1.1.8. Ferro ........................................................................................ ...................................................... 79

    5.1.1.9. Mangans ........................................................................... ........................................................... 80

    5.1.1.10. Chumbo ............................................................................... ........................................................ 81

    5.1.2. Comparao entre duas regies considerando um mesmo ponto de coleta ....................................... 82

    5.1.2.1. pH .......................................................................... ........................................................................ 82

    5.1.2.2. Turbidez ....................................................................................... ................................................. 83

    5.1.2.3. Cor aparente .......................................................................... ........................................................ 84

    5.1.2.4. Alcalinidade ........................................................................ .......................................................... 855.1.2.5. Coliformes totais ................................................................. .......................................................... 86

    5.1.2.6. Escherichia coli................................................................................................... .......................... 88

    5.1.2.7. Sulfato ..................................................................................... ...................................................... 88

    5.1.2.8. Ferro ........................................................................................ ...................................................... 89

    5.1.2.9. Mangans ........................................................................... ........................................................... 90

    5.1.2.10. Chumbo ............................................................................... ........................................................ 91

    5.2.PERCEPO DE ALGUNS SUJEITOS RESIDENTES EM BELO HORIZONTE ......................................................... 92

    5.2.1. Discurso do Sujeito Coletivo .................................................................... ............................................ 92

    5.2.2. Consideraes sobre os Discursos do Sujeito Coletivo......................... ............................................ 132

    6. CONCLUSES ............................................................................................................. .................................... 134

    7. RECOMENDAES............................................................................................. .......................................... 137

    8. REFERNCIAS........................................................................................ ........................................................ 138

    9. APNDICES ............................................................................................. ........................................................ 146

    9.1.APNDICE A-GRFICOS BOX &WHISKER PLOTS E RESULTADOS DE ANLISES ESTATSTICAS ................ 146

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    9/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGvi

    9.2.APNDICE BPRECIPITAO MEDIDA PELO PLUVIMETRO,TIPO CUNHA,IMPLANTADO NAS DUAS REGIESDE ESTUDO,PAMPULHA E CENTRO............................................................................................. ........................ 166

    9.3.APNDICE CRESULTADOS DA PRIMEIRA ETAPA DA PESQUISA QUANTITATIVAMXIMOS E MNIMOS ..167

    9.4.APNDICE DPROTOCOLO PARA COLETA DE DADOS ................................................................................. 168

    9.5.APNDICE ETERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......................................................... 170

    ANEXO .............................................................................................. .................................................................... 171

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    10/192

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    11/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGviii

    Figura 4.7 - Fluxograma dos pontos de coleta em funo do tipo de superfcie de captao amostras dependentes..................................................................................................................... 58

    Figura 4.8 - Fluxograma dos pontos de coleta em funo do tipo de superfcie de captao amostras independentes.................................................................................................................. 59

    Figura 5.1 - Comparao entre o pH da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio da Pampulha......................................................................................................... 69

    Figura 5.2 - Comparao entre o pH da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro.............................................................................................................. 69

    Figura 5.3 - Comparao entre a turbidez da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio da Pampulha......................................................................................................... 71

    Figura 5.4 - Comparao entre a turbidez da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro.............................................................................................................. 71

    Figura 5.5 - Comparao entre a cor aparente da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio Pampulha ............................................................................................................. 73

    Figura 5.6 - Comparao entre a cor aparente da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro.............................................................................................................. 73

    Figura 5.7 - Comparao entre a alcalinidade da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio da Pampulha...................................................................................................... 74

    Figura 5.8 - Comparao entre a alcalinidade da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio do Centro........................................................................................................... 74

    Figura 5.9 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do segundo tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio da Pampulha ............................................................................ 75

    Figura 5.10 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do segundo tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro ................................................................................. 75

    Figura 5.11 - Comparao entre Escherichia colipresentes na gua do segundo tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio da Pampulha ............................................................................ 77

    Figura 5.12 - Comparao entre Escherichia colipresentes na gua do segundo tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro ................................................................................. 77

    Figura 5.13 - Comparao entre sulfato presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha....................................................................................... 78

    Figura 5.14 - Comparao entre sulfato presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhas

    cermica e metlica, regio do Centro ........................................................................................... 78

    Figura 5.15 - Comparao entre o ferro presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha....................................................................................... 79

    Figura 5.16 - Comparao entre o ferro presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ........................................................................................... 79

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    12/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGix

    Figura 5.17 - Comparao entre o mangans presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio Pampulha ........................................................................................... 80

    Figura 5.18 - Comparao entre o mangans presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ........................................................................................... 80

    Figura 5.19 - Comparao entre o chumbo presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio Pampulha ........................................................................................... 81

    Figura 5.20 - Comparao entre o chumbo presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ........................................................................................... 81

    Figura 5.21 - Comparao entre o pH presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................... 82

    Figura 5.22 - Comparao entre o pH presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica..................................................................................................................... 82

    Figura 5.23 - Comparao entre a turbidez presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ................................................................................................................. 83

    Figura 5.24 - Comparao entre a turbidez presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica .................................................................................................................. 83

    Figura 5.25 - Comparao entre cor aparente presente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica ................................................................................................ 84

    Figura 5.26 - Comparao entre cor aparente presente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ................................................................................................. 84

    Figura 5.27 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica ................................................................................................ 86

    Figura 5.28 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ................................................................................................. 86

    Figura 5.29 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica ................................................................................................ 87

    Figura 5.30 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ................................................................................................. 87

    Figura 5.31 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica ................................................................................................ 88

    Figura 5.32 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do segundo tubo de coleta:

    Pampulha e Centro, telha metlica ................................................................................................. 88

    Figura 5.33 - Comparao entre o sulfato presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................... 89

    Figura 5.34 - Comparao entre o sulfato presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica..................................................................................................................... 89

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    13/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGx

    Figura 5.35 - Comparao entre o ferro presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................... 90

    Figura 5.36 - Comparao entre o ferro presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica..................................................................................................................... 90

    Figura 5.37 - Comparao entre o mangans presente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica ................................................................................................ 91

    Figura 5.38 - Comparao entre o mangans presente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ................................................................................................. 91

    Figura 5.39 - Comparao entre o chumbo presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ................................................................................................................. 92

    Figura 5.40 - Comparao entre o chumbo presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica .................................................................................................................. 92

    Figura 5.41 - Resultado quantitativo relativo pergunta 1 ............................................................ 94

    Figura 5.42 - Resultado quantitativo relativo pergunta 2 ............................................................ 97Figura 5.43 - Resultado quantitativo relativo pergunta 3 ............................................................ 99

    Figura 5.44 - Resultado quantitativo relativo pergunta 4 .......................................................... 101

    Figura 5.45 - Resultado quantitativo relativo pergunta 5 .......................................................... 104

    Figura 5.46 - Resultado quantitativo relativo pergunta 6 .......................................................... 107

    Figura 5.47 - Resultado quantitativo relativo pergunta 7 .......................................................... 111

    Figura 5.48 - Resultado quantitativo relativo pergunta 8 .......................................................... 113

    Figura 5.49 - Resultado quantitativo relativo pergunta 9 .......................................................... 117

    Figura 5.50 - Resultado quantitativo relativo pergunta 10 ........................................................ 119

    Figura 5.51 - Resultado quantitativo relativo pergunta 11 ........................................................ 121

    Figura 5.52 - Resultado quantitativo relativo pergunta 12 ........................................................ 123

    Figura 5.53 - Resultado quantitativo relativo pergunta 13 ........................................................ 125

    Figura 5.54 - Resultado quantitativo relativo pergunta 14 ........................................................ 127

    Figura 5.55 - Resultado quantitativo relativo pergunta 15 ........................................................ 129

    Figura 5.56 - Resultado quantitativo relativo pergunta 16 ........................................................ 131

    Figura 9.1 - Comparao entre o pH da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio da Pampulha....................................................................................................... 146

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    14/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxi

    Figura 9.2 - Comparao entre o pH da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio da Pampulha....................................................................................................... 146

    Figura 9.3 - Comparao entre o pH da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro............................................................................................................ 146

    Figura 9.4 - Comparao entre o pH da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro............................................................................................................ 146

    Figura 9.5 - Comparao entre a turbidez da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio Pampulha ........................................................................................................... 147

    Figura 9.6 - Comparao entre a turbidez da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio Pampulha ........................................................................................................... 147

    Figura 9.7 - Comparao entre a turbidez da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro............................................................................................................ 147

    Figura 9.8 - Comparao entre a turbidez da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermica emetlica, regio do Centro............................................................................................................ 147

    Figura 9.9 - Comparao entre a cor aparente da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio da Pampulha.................................................................................................... 148

    Figura 9.10 - Comparao entre a cor aparente da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio da Pampulha.................................................................................................... 148

    Figura 9.11 - Comparao entre a cor aparente da gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 148

    Figura 9.12 - Comparao entre a cor aparente da gua do segundo tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio do Centro......................................................................................................... 148

    Figura 9.13 - Comparao entre a alcalinidade da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio da Pampulha.................................................................................................... 149

    Figura 9.14 - Comparao entre a alcalinidade da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio da Pampulha.................................................................................................... 149

    Figura 9.15 - Comparao entre a alcalinidade da gua do primeiro tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio do Centro......................................................................................................... 149

    Figura 9.16 - Comparao entre a alcalinidade da gua do terceiro tubo de coleta: telhas cermicae metlica, regio do Centro......................................................................................................... 149

    Figura 9.17 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do primeiro tubo de coleta:

    telhas cermica e metlica, regio da Pampulha .......................................................................... 150

    Figura 9.18 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do terceiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio da Pampulha .......................................................................... 150

    Figura 9.19 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do primeiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro .............................................................................. 150

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    15/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxii

    Figura 9.20 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do terceiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro .............................................................................. 150

    Figura 9.21 - Comparao entre Escherichia colipresentes na gua do primeiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio da Pampulha .......................................................................... 151

    Figura 9.22 - Comparao entre Escherichia colipresentes na gua do terceiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio da Pampulha .......................................................................... 151

    Figura 9.23 - Comparao entre Escherichia colipresentes na gua do primeiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro ............................................................................... 151

    Figura 9.24 - Comparao entreEscherichia colipresentes na gua do terceiro tubo de coleta:telhas cermica e metlica, regio do Centro ............................................................................... 151

    Figura 9.25 - Comparao entre sulfato presentes na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 152

    Figura 9.26 - Comparao entre sulfato presentes na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 152

    Figura 9.27 - Comparao entre sulfato presentes na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 152

    Figura 9.28 - Comparao entre sulfato presentes na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 152

    Figura 9.29 - Comparao entre o ferro presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 153

    Figura 9.30 - Comparao entre o ferro presente na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 153

    Figura 9.31 - Comparao entre o ferro presente na gua do primeiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 153

    Figura 9.32 - Comparao entre o ferro presente na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 153

    Figura 9.33 - Comparao entre o mangans presente na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio Pampulha ......................................................................................... 154

    Figura 9.34 - Comparao entre o mangans presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio Pampulha ......................................................................................... 154

    Figura 9.35 - Comparao entre o mangans presente na gua do segundo tubo de coleta: telhas

    cermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 154

    Figura 9.36 - Comparao entre o mangans presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 154

    Figura 9.37 - Comparao entre o chumbo presente na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 155

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    16/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxiii

    Figura 9.38 - Comparao entre o chumbo presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio da Pampulha..................................................................................... 155

    Figura 9.39 - Comparao entre o chumbo presente na gua do segundo tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 155

    Figura 9.40 - Comparao entre o chumbo presente na gua do terceiro tubo de coleta: telhascermica e metlica, regio do Centro ......................................................................................... 155

    Figura 9.41 - Comparao entre o pH presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 156

    Figura 9.42 - Comparao entre o pH presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 156

    Figura 9.43 - Comparao entre o pH presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica................................................................................................................... 156

    Figura 9.44 - Comparao entre o pH presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica................................................................................................................... 156

    Figura 9.45 - Comparao entre a turbidez presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 157

    Figura 9.46 - Comparao entre a turbidez presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 157

    Figura 9.47 - Comparao entre a turbidez presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 157

    Figura 9.48 - Comparao entre a turbidez presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 157

    Figura 9.49 - Comparao entre cor aparente presente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 158

    Figura 9.50 - Comparao entre cor aparente presente na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 158

    Figura 9.51 - Comparao entre cor aparente presente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 158

    Figura 9.52 - Comparao entre cor aparente presente na gua do segundo tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 158

    Figura 9.53 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do primeiro tubo de coleta:

    Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 159

    Figura 9.54 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 159

    Figura 9.55 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 159

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    17/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxiv

    Figura 9.56 - Comparao entre a alcalinidade presente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 159

    Figura 9.57 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 160

    Figura 9.58 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 160

    Figura 9.59 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 160

    Figura 9.60 - Comparao entre coliformes totais presentes na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 160

    Figura 9.61 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 161

    Figura 9.62 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha cermica .............................................................................................. 161

    Figura 9.63 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do primeiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 161

    Figura 9.64 - Comparao entre Escherichia colipresente na gua do terceiro tubo de coleta:Pampulha e Centro, telha metlica ............................................................................................... 161

    Figura 9.65 - Comparao entre sulfato presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 162

    Figura 9.66 - Comparao entre sulfato presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 162

    Figura 9.67 - Comparao entre sulfato presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica................................................................................................................... 162

    Figura 9.68 - Comparao entre sulfato presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica................................................................................................................... 162

    Figura 9.69 - Comparao entre ferro presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 163

    Figura 9.70 - Comparao entre ferro presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha cermica.................................................................................................................. 163

    Figura 9.71 - Comparao entre ferro presente na gua do primeiro tubo de coleta: Pampulha e

    Centro, telha metlica................................................................................................................... 163

    Figura 9.72 - Comparao entre ferro presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulha eCentro, telha metlica................................................................................................................... 163

    Figura 9.73 - Comparao entre mangans presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 164

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    18/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxv

    Figura 9.74 - Comparao entre mangans presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 164

    Figura 9.75 - Comparao entre mangans presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 164

    Figura 9.76 - Comparao entre mangans presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 164

    Figura 9.77 - Comparao entre o chumbo presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 165

    Figura 9.78 - Comparao entre o chumbo presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha cermica ............................................................................................................... 165

    Figura 9.79 - Comparao entre o chumbo presente na gua do segundo tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 165

    Figura 9.80 - Comparao entre o chumbo presente na gua do terceiro tubo de coleta: Pampulhae Centro, telha metlica ................................................................................................................ 165

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    19/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxvi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 - Tipos de cisternas e suas vantagens e desvantagens .................................................. 11

    Tabela 3.2 - Parmetros de qualidade de gua para usos restritivos no potveis ......................... 29

    Tabela 3.3 - Classificao das guas quanto ao padro de balneablidade...................................... 30

    Tabela 3.4 - Qualidade das primeiras guas de chuva.................................................................... 32

    Tabela 4.1 - Resumo das datas de coletas e parmetros monitorados............................................ 56

    Tabela 5.1 - Informaes gerais sobre os entrevistados ................................................................. 93

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    20/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxvii

    LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS

    A Alcalinidade

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    CA Cor aparente

    CEP Comit de tica em pesquisa

    COEP/ UFMG Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

    CONEP Comisso Nacional de tica em Pesquisa

    CT Coliformes totais

    D Dureza

    DESA Departamento de Engenharia Sanitria e Ambiental

    DSC Discurso do sujeito coletivo

    EC Escherichia coli

    F Ensino fundamental incompleto

    IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada

    L/ m Litro por metro quadrado

    mL mililitro

    mm milmetro

    MS Ministrio da Sade

    m metro quadrado

    m metro cbico

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    21/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMGxviii

    n Nmero

    NBR Norma Brasileira

    NMP Nmero Mais Provvel

    ONG Organizao no-governamental

    PET Politereftalato de etileno

    PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

    PVC Policloreto de vinila

    S Ensino superior completo

    SODIS Solar disinfection

    T Turbidez

    TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    uH Unidade Hazen

    uT Unidade de Turbidez

    VMP Valor mais provvel

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    22/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG1

    1. INTRODUO

    Segundo Setti et al.(2001), estima-se que no ano 2025, cerca de 5,5 bilhes de pessoas em

    todo o mundo estaro vivendo em reas com moderada ou sria falta de gua. Entretanto,

    existe gua suficiente para atendimento de toda a populao, o que acontece que a

    distribuio dos recursos hdricos no planeta no uniforme, o que causa cenrios adversosem determinadas regies.

    O Brasil possui disponibilidade hdrica privilegiada, entretanto, cerca de 70% da gua doce

    disponvel no pas encontra-se na regio amaznica, que habitada por menos de 5% da

    populao (SETTI et al., 2001). Ainda segundo os mesmos autores, a ideia de que existe gua

    em abundncia no pas pode ter servido, por algum tempo, como suporte cultura do

    desperdcio, pouca valorizao da gua como recurso natural e ao adiamento de

    investimentos necessrios ao seu uso otimizado.

    Segundo IBGE (2000), o volume de gua distribudo populao residente na regio sudeste

    brasileira, no ano 2000, alcanou 0,36 m3per capita, enquanto que na regio norte esse valor

    era de 0,19 m3 per capita. Considerando que maior parte da populao brasileira est

    localizada na regio sudeste, tem-se um grande consumo de gua potvel nessa regio.

    Segundo o Programa de Uso Racional de gua da Universidade de So Paulo (2006), o

    consumo de gua em residncias no Brasil distribudo em aproximadamente 29% para

    descargas de bacias sanitrias, ou seja, aproximadamente 1/3 de toda gua potvel consumida

    nas residncias brasileiras poderia ser economizada caso fossem utilizadas guas de fontes

    alternativas para essa finalidade. A gua de chuva, por exemplo, poderia ser empregada em

    usos que no exigem potabilidade da gua.

    Com o uso e ocupao desordenados do solo nas grandes cidades, houve uma grande

    impermeabilizao de reas antes permeveis, alm de assentamentos urbanos prximos a

    cursos dgua. Esses fatos, em conjunto, desencadearam problemas ambientais e sociais muito

    importantes. A ocorrrncia de enchentes em grandes cidades est se tornando cada vez maisfrequente, uma vez que, muitas vezes, as estruturas urbanas no foram dimensionadas para

    suportar elevadas vazes. A captao e a utilizao de gua de chuva poderiam se tornar

    ferramentas importantes, uma vez que contribuiriam para a minimizao da ocorrncia de

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    23/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG2

    enchentes, para a economia de gua potvel, para a contribuio para o meio ambiente, entre

    outras vantagens.

    A utilizao do sistema de captao de gua de chuva amplamente difundida em regies

    semi-ridas brasileiras devido escassez hdrica que ocorre nesses locais, atingindo

    principalmente a zona rural. O sistema consiste, basicamente, de quatro etapas: captao(geralmente realizada nos telhados), transporte (onde a gua conduzida atravs das calhas e

    tubulaes), armazenamento (cisternas) e tratamento (geralmente realizado com cloro). Em

    relao utilizao de gua de chuva em reas urbanas, pode-se dizer que esse no um fato

    frequente no Brasil. Segundo Tomaz (1998), em pases desenvolvidos como Canad, Japo e

    Alemanha, so oferecidos financiamentos ou doaes em dinheiro para as pessoas que se

    interessam em aproveitar a gua de chuva.

    Os possveis usos para a gua de chuva esto relacionados sua qualidade, a qual depende dascondies de poluio atmosfrica da regio; do tipo, materiais e frequncia de limpeza da

    superfcie de captao, da calha e da tubulao que transporta a gua at o reservatrio e dos

    cuidados no manuseio e armazenamento da gua.

    O presente trabalho buscou verificar a qualidade da gua de chuva captada na cidade de Belo

    Horizonte e avaliar o volume que deve ser descartado para que a gua de chuva seja utilizada

    em algumas atividades. Para isso foram instalados dois sistemas piloto em duas regies

    distintas da cidade, Centro e Pampulha. Outro objetivo da presente pesquisa foi estudar apercepo de moradores da cidade em relao possibilidade de se aproveitar essa gua em

    atividades do dia-a-dia. Assim, por meio de metodologia qualitativa, buscou-se conhecer a

    opinio de alguns habitantes de Belo Horizonte a respeito do tema aproveitamento de gua

    de chuva e verificar os motivos de sua aceitao ou rejeio.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    24/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG3

    2. OBJETIVOS

    2.1. Objetivo geral

    Avaliar a qualidade da gua de chuva captada em Belo Horizonte-MG e investigar a

    percepo dos moradores da capital mineira em relao ao aproveitamento dessa gua para

    fins no-potveis.

    2.2. Objetivos especficos

    Comparar a qualidade da gua de chuva coletada em duas regies de Belo Horizonte -

    MG;

    Avaliar o volume mnimo de gua que deve ser descartado para a limpeza dos telhados

    destinados captao de gua de chuva em Belo Horizonte - MG;

    Avaliar a influncia do tipo de superfcie de captao na qualidade da gua de chuva;

    Investigar aspectos favorveis e empecilhos scio culturais associados ao aproveitamento

    de gua de chuva no municpio de Belo Horizonte - MG.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    25/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG4

    3. REVISO DA LITERATURA

    3.1. Disponibilidade hdrica no Brasil

    A escassez de gua de boa qualidade de conhecimento de todos e aumenta ano a ano, devido

    a irregularidades climticas, ao crescimento populacional e degradao dos mananciais. O

    volume total de gua globalmente retirado dos rios, aquferos e outras fontes aumentou cerca

    de nove vezes, enquanto que o consumo per capita dobrou e a populao triplicou, desde o

    ano 1950 at o ano 2000. Aproximadamente 8% da populao mundial est vulnervel falta

    frequente de gua e cerca de 25% est caminhando para isso (BRASIL, 2006).

    No passado, antes dos processos de industrializao e urbanizao, quando as cidades eram

    menores e o esgoto era lanado a jusante, poluindo os cursos dgua, pensava-se sempre que a

    natureza recuperaria a qualidade da gua. Os impactos eram menores tendo em vista o menor

    volume de esgoto despejado em comparao com a capacidade de diluio dos rios.

    Entretanto, quando a urbanizao tornou-se acelerada, o lanamento de despejos industriais e

    domsticos tornou-se muito maior, superior capacidade natural de recuperao dos rios.

    Como consequncia disso, tem-se a deteriorao de mananciais e a reduo do nmero de

    fontes de guas de superfcie seguras para a populao.

    Demandoro e Mariotoni (2001) apud Francisco e Carvalho (2004) analisaram a

    disponibilidade dos recursos hdricos em 13 das principais cidades do Brasil. Apesar do Brasil

    estar em uma situao favorvel no que diz respeito disponibilidade hdrica global, aconcentrao da populao em reas urbanas vem gerando consequncias sobre os recursos

    hdricos do pas. A pesquisa mostrou que entre as metrpoles estudadas, So Paulo,

    Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Braslia apresentam situao

    mais crtica quanto disponibilidade hdrica per capita. As regies metropolitanas de Porto

    Alegre, Belm e Manaus no apresentam problemas de disponibilidade, uma vez que esto

    localizadas prximas a fontes de vazo elevada. Segundo Oliveira (2009), em algumas

    localidades da regio nordeste do Brasil, a disponibilidade hdrica inferior a 500m/hab/ano,

    valor classificado como o equivalente situao de escassez hdrica absoluta (UNESCO,

    2007).

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    26/192

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    27/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG6

    2007). Houve uma poca em que o abastecimento de gua dependia somente da precipitao,

    sendo que a captao da gua de chuva era realizada em telhados, pisos e outros espaos

    (ANTONIOU et al., 2006).

    Em Java, deserto Negro, localizado ao norte da Jordnia, foram construdos sofisticados

    reservatrios de gua de chuva, datados de 3.000 anos antes de Cristo (CHANAN et al.,2007).

    Segundo Abdelkhaleq e Alhaj Ahmed (2007), h evidncias que a Jordnia tambm fazia uso

    dessa forma de obteno de gua. Um exemplo disso so as inscries na Pedra Moabita,

    datadas de 850 anos antes de Cristo, onde o Rei Mesha Moab sugere que seja construda uma

    cisterna em cada residncia para aproveitar a gua das chuvas.

    Como exemplificado anteriormente, o aproveitamento de gua de chuva sempre foi utilizado

    em todo o mundo, desde a antiguidade, mas perdeu um pouco de sua importncia devido ao

    avano da tecnologia. Com o surgimento de sistemas coletivos de abastecimento de gua, a

    maioria dos indivduos no sente necessidade de utilizar outra fonte de gua, usando somente

    a advinda do sistema pblico de abastecimento, para qualquer atividade. Entretanto, em

    algumas localidades o aproveitamento de gua de chuva est se tornando uma realidade,

    devido ao no acesso gua potvel (principalmente reas rurais) ou conscientizao da

    populao.

    3.3. Superfcies de captao de gua de chuva

    Principalmente em reas urbanas, as guas que anteriormente infiltravam pelo solo, hoje

    escoam pelas ruas, causando enchentes. A situao ideal seria que o prprio solo, permevel,

    absorvesse parte da gua da chuva e abastecesse os lenis subterrneos. Dessa maneira o

    ciclo da gua se completaria e minimizaria a dificuldade de se encontrar gua doce em um

    futuro prximo.

    Uma alternativa para a minimizao da ocorrncia de enchentes nas grandes cidades (elevadaimpermeabilizao do solo) a captao de gua de chuva, que pode ser realizada de vrias

    maneiras, entre elas tem-se a captao ocorrida pelos telhados e pelo piso.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    28/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG7

    A captao de gua de chuva nos telhados simples e muito utilizada. A estrutura de captao

    j se encontra implantada nas edificaes, o que facilita a implantao de um sistema de

    aproveitamento de gua de chuva. Devido exposio da estrutura s intempries,

    necessrio sempre descartar as primeiras chuvas, dessa maneira minimiza-se a possibilidade

    de entrada de sujeira no reservatrio. Um sistema simplificado constitudo de um telhado

    que realiza a captao, em seguida a gua encaminhada para uma calha, para os condutores

    verticais e horizontais e finalmente para o reservatrio ou cisterna, conforme ilustrado na

    Figura 3.1.

    Figura 3.1- Layout de um sistema simplificado de captao de gua de chuva em telhados

    Alguns fatores podem influenciar a qualidade da gua captada, entre eles pode-se citar o tipo

    de telha. Existem diversos materais e modelos disponveis no mercado, como telhas

    cermicas, metlicas, fibrocimento, concreto, fibra de vidro, fibra vegetal, PVC, entre outros

    tipos. Muitas das residncais brasileiras apresentam telhados constitudos por telhas

    cermicas, enquanto que muitas indstrias apresentam telhas metlicas.

    A implantao da calha e dos condutores verticais para recolhimento e transporte das guas

    realizado de maneira semelhante para todos os tipos de telhas, sendo que o diferencial entre

    eles consiste basicamente na inclinao dos telhados. Geralmente telhados que possuem telhas

    cermicas apresentam, em mdia, inclinao entre 20 e 35%. J os telhados com telhas

    metlicas apresentam em mdia inclinao entre 3% e 10% (RODRIGUES, 2003). Ressalta-

    se que as calhas e os condutores verticais devem ser dimensionados corretamente, pois

    estruturas mal dimensionadas podem causar um aproveitamento de gua inferior ao

    pretendido. Indica-se como referncia a Norma Brasileira para Instalaes Prediais de guasPluviais, NBR 10.844/1989.

    Em relao aos materiais constituintes das telhas tem-se algumas consideraes. As telhas

    cermicas so mais permeveis do que as telhas metlicas, ou seja, parte da gua absorvida

    pela telha e parte escoada. Dessa maneira, sistemas que apresentam esse tipo de telha na

    Reservatriode gua de

    chuva

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    29/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG8

    estrutura de captao, reservam um volume de gua inferior aos que possuem telhas

    metlicas, para uma mesma precipitao. Alm disso, o escoamento das guas pluviais sobre

    a cobertura de telhas cermicas pode superar a resistncia abraso do material e transportar

    sedimentos para o reservatrio, tanto das partculas de sujeira depositadas superficialmente,

    quanto do prprio material cermico (BOULOMYTIS, 2007). Estudos realizados na Malsia,

    por Yaziz et al. (1989), sobre a influncia do tipo de telha na qualidade da gua da chuva,

    mostraram que a turbidez e a concentrao de coliformes termotolerantes na gua captada

    pelo telhado de concreto so aproximadamente duas vezes superiores captada pelo telhado

    metlico. Os autores explicam que a luz do sol incidindo sob o telhado metlico proporciona

    um aquecimento da estrutura, eliminando de maneira eficaz muitos microrganismos, fato que

    proporciona contaminao microbiolgica geralmente inferior nas coberturas metlicas em

    comparao a outros tipos de coberturas.

    Outra maneira de se captar gua de chuva pela cobertura so os chamados telhados verdes,que so pequenos jardins posicionados sobre a laje de cobertura das edificaes. Segundo

    Tomaz (2007), busca-se, com a instalao de telhados verdes, melhoria da qualidade do ar,

    deteno de enchentes, melhoria na temperatura do ar e melhoria na paisagem. Ainda segundo

    o mesmo autor, telhados verdes diminuem os custos com refrigerao na poca de calor e

    podem ser aplicados para todos os tipos de construes, desde prdios residenciais e

    comerciais a indstrias. Os projetos de telhados verdes buscam agregar tecnologia esttica,

    utilizando gua de chuva para conforto e equilbrio trmico, ocasionando reduo de custos de

    refrigerao (PINHEL et al., 2007).

    Segundo Tomaz (2007), para a implantao de um telhado verde necessrio que sejam

    seguidas algumas recomendaes. Entre elas pode-se citar a necessidade de implantao de

    uma camada impermevel inferior que impea a infiltrao de gua na laje, um sistema de

    drenagem eficiente que permita o escoamento da gua e a no acumulao em locais

    imprprios, e adequada vegetao para resistir s diferentes temperaturas. Alm disso, deve-

    se escolher espcies vigorosas e tolerantes ao solo seco e manter uma espessura de solo entre

    150 e 300mm. A Figura 3.2 ilustra um telhado verde implantado em uma residncia.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    30/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG9

    Figura 3.2- Implantao de um telhado verde em uma residncia

    Fonte: http://www.institutoelosbr.org.br/UserFiles/Image/ecotelhado_2.jpg

    Segundo Tomaz (2007), edificaes com telhados verdes apresentam, em mdia, reteno de

    15% a 70% das guas pluviais, possibilitando reduo nos picos de enchentes; reduo datemperatura do telhado no vero em mais de 40%; reduo dos extremos de temperatura e

    minimizao das ilhas de calor causadas pela quantidade excessiva de prdios que

    impermeabilizam as reas que antes eram permeveis. Alm disso, o custo de implantao de

    um telhado verde tambm um incentivo, pois varia de 30 a 50% do custo de uma estrutura

    sem vegetao (telhado comum, com a implantao de telhas), variando de US$ 80,00/m a

    US$ 150,00/m (TOMAZ, 2007).

    Considerando a situao atual de impermeabilizao nas grandes cidades, a captao de guade chuva pelos pisos tambm pode ser uma alternativa, dependendo do uso. O mtodo

    semelhante captao pelos telhados, sendo necessrio impedir que as primeiras guas de

    chuva sejam reservadas. O piso deve ser impermevel, possuir uma declividade que

    encaminhe as guas para um reservatrio e no deve haver trfego de automveis na rea de

    captao. Dessa maneira, busca-se evitar ao mximo a contaminao da rea com a queda de

    leos e combustveis.

    3.4. Reservatrios para o armazenamento de gua

    Existem diversos tipos de reservatrios que podem armazenar a gua de chuva, como

    cisternas e caixas dgua pr-fabricadas.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    31/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG10

    As cisternas so uma excelente alternativa para quem busca utilizar racionalmente a gua,

    uma vez que um reservatrio com custo relativamente baixo, mantm a gua geralmente

    fresca e de fcil execuo. Geralmente, as cisternas possuem custo inferior aos reservatrios

    pr-fabricados com mesmo volume.

    Cisternas

    Na regio do semi-rido brasileiro so muito utilizadas cisternas, devido escassez hdrica

    que atinge principalmente a zona rural. Essa regio muito carente e a maioria da populao

    rural no abastecida com gua canalizada. Tradicionalmente a gua consumida

    proveniente de rios ou lagos, muitas vezes localizados a quilmetros de distncia. A gua de

    chuva armazenada ento utilizada somente para beber, cozinhar e higiene pessoal.

    Existem diversos tipos de cisternas, que devem ser escolhidas levando em considerao o tipo

    de solo, a regio, o poder aquisitivo de quem ir constru-la, entre outros. Esse tipo de

    reservatrio consiste de uma caixa circular ou retangular, que pode ser enterrada no solo,

    semi-enterrada ou superficial. A Tabela 3.1 apresenta alguns tipos de cisternas.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    32/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG

    Tabela 3.1-Tipos de cisternas e suas vantagens e desvantagens

    Tipos de cisternas Definio Vantagens Placas So formadas por placas pr-

    moldadas de cimento, envolvidas poranis de arame e revestidas interna e

    externamente com argamassa decimento, ficando semi-enterradas nocho, at mais ou menos dois terosda sua altura.

    Facilidade de construo empequenas localidades, uma vez que asferramentas necessrias so muito

    simples e de baixo custo; facilidade no treinamento daspessoas que iro construir as cisternas; possui baixo custo de construo; e a gua armazenada mantm-sefresca, uma vez que a maior parte dacisterna fica debaixo da terra.

    A examcaso

    dificu neprofu1,60 m devas constno p

    Tela e arame Normalmente construda sobre asuperfcie, possuindo altura de,aproximadamente dois metros. Para asua construo so necessrias chapasde ao planas e finas que soseguradas por cantoneiras eparafusadas umas nas outras em formacilndrica. A forma levantada primeiramente envolta com tela dearame e em seguida com arame de aogalvanizado, e, sobre este, colocada

    uma camada de argamassa decimento.

    Apropriado tanto para pequenoscomo para grandes projetos deconstruo de cisternas; no exige trabalho pesado deescavao, uma vez que a cisterna ficalocalizada sobre a superfcie; e muito difcil ocorrerem vazamentose, caso esses sejam detectados, sofacilmente visualizados e consertados.

    Devas constno noandamsubseserosi.

    Adaptado de: GNADLINGER, 1999

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    33/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG

    Continuao da Tabela 3.1

    Tipos de cisternas Definio Vantagens

    Tijolos

    A parede circular de tijolos levantadaem uma base concretada e rebocadapelo lado de dentro e de fora. semi-

    enterrada, ficando cerca de dois terosde sua altura total abaixo do cho. Emrelao ao teto da cisterna, deve sernivelado, de concreto de armaosimples ou de vigas de madeira comuma laje fina de concreto. A paredeexterna deve ser enrolada com aramegalvanizado.

    Adequada para construesindividuais ou em mutiro; todos os materiais so facilmente

    encontrados; e a gua armazenada mantm-se fresca,uma vez que a maior parte da cisternafica debaixo da terra.

    Temp elevadfundo ci

    exigadiciona em cconcretoalto dev

    Ferro-cimento construda sobre um fundo

    cimentado onde uma armao dearame de ao enrolada vrias vezescom telas de arame. Em seguida a tela cimentada por dentro e por fora.

    Adequada para construes

    individuais; no necessita de escavao, pois construda sobre a superfcie; e os vazamentos no so muitoconstantes.

    Exig

    pedreiroesqueletaplica

    Adaptado de: GNADLINGER, 1999

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    34/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG

    Continuao da Tabela 3.1.

    Tipos de cisternas Definio Vantagens Cal Apresenta toda a sua estrutura abaixo

    da terra. Na maioria das vezes apenasa cpula superior permanece sobre a

    superfcie. A terra escavada namedida exata do tamanho da cisternae seu fundo cncavo. A cisterna tema forma de uma casca de ovo, sendoque sua parede de tijolos. Para olevantamento dessas paredes, usa-seem geral argamassa de cal pura e parao reboco interno usa-se camadas deargamassa de cal com pouco cimento.J o teto pode ser feito de tbuas,porm bem vedado contra a entradade pequenos animais, ou, mais

    simples, pode ser uma cpula feita detijolos.

    A tcnica de construo muitoconhecida, pois parecida com asconstrues de fornos de carvo e de

    cal do interior do Brasil; a construo no precisa serterminada de uma vez; e as paredes levantadas com cal somais resistentes a tenses, porque aargamassa de cal mais elstica do quea argamassa de cimento.

    So escava a arg

    imperme a argatempo p

    Adaptado de: GNADLINGER, 1999

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    35/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG14

    Reservatrios pr-fabricados

    A variedade de reservatrios pr-fabricados no mercado enorme, entre eles podem ser

    destacados os reservatrios feitos de fibras de vidro e polietileno. Para o armazenamento de

    gua de chuva, pode-se utilizar tanto caixas dgua, desde que essas no sejam enterradas,

    quanto cisternas ou reservatrios pr-fabricados, que so construdos para resistir ao empuxo

    do solo. Geralmente utiliza-se cisternas enterradas para receber a gua diretamente das

    tubulaes que descem da calha. J as caixas dgua geralmente recebem as guas bombeadas

    das cisternas. Na maioria dos sistemas essas caixas ficam localizadas sobre as lajes da

    edificao, permitindo que a gua desa por gravidade at os pontos de utilizao (Figura

    3.3). O funcionamento muito parecido com o sistema de abastecimento indireto de gua

    potvel, com a diferena que a gua no vem da rede pblica e sim da calha ligada ao telhado

    ou ao piso.

    Figura 3.3- Exemplo de sistema que bombeia gua da cisterna para a caixa dguaFonte: www.saplei.eesc.usp.br/tgi2005

    Garrafa PET como reservatrio alternativo

    Devido dificuldade de obteno de gua potvel em alguns lugares do mundo, algumas

    alternativas esto sendo criadas e incrementadas, por diversas pessoas, para a utilizao da

    gua de maneira racional. A populao mundial que no abastecida com gua potvel,

    segundo o Relatrio de Desenvolvimento Humano publicado pelo PNUD (2006), de 1,1

    bilho de pessoas em todo o mundo. Muitas dessas pessoas utilizam gua de rios poludos ou

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    36/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG15

    poos de gua salobra, pois no tm outra escolha. Entretanto, a captao de gua de chuva

    poderia ser uma alternativa para o seu abastecimento.

    Em outubro de 2008, o site da internet www.yankodesign.com criou o concurso Design for

    Poverty International Contest, que promovia ideias que contribuissem para melhorar a vida

    de pessoas carentes. Rain Drops foi o sistema desenvolvido por um americano que ganhou amedalha de ouro, trata-se de uma alternativa para pessoas que no tm condies de comprar

    um reservatrio para armazenar gua de chuva. A ideia utilizar garrafas PET para armazenar

    a gua da chuva coletada nos telhados.

    O sistema de aproveitamento igual aos usualmente adotados no Brasil, em relao ao

    telhado calha, se diferenciando apenas nas tubulaes e reservatrio. O sistema consiste

    em posicionar garrafas PET junto ao condutor vertical, que possui vrios orifcios para

    encaixar as garrafas. Esses orifcios seriam vedados por uma pea, como ilustra a Figura 3.4.A estrutura desenvolvida suporta at 21 garrafas de 1,5L. Em relao ao descarte das

    primeiras chuvas, no foi possvel verificar, na reportagem, como ela seria realizada.

    Figura 3.4- Sistema de armazenamento de gua de chuva em garrafas PETFonte: http://www.yankodesign.com/2008/10/30/design-for-poverty-winners

    GUA DE CHUVA

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    37/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG16

    Uma das principais vantagens desse sistema a possibilidade da gua armazenada ser

    desinfetada pela tcnica do SODIS (do ingls Solar Disinfection), uma vez que o seu

    armazenamento ser em garrafas PET. Essa tcnica utiliza a combinao de raios solares e o

    calor para inativar alguns microrganismos, como os patognicos, por exemplo.

    Em relao desvantagem, tem-se a necessidade de que a gua de chuva armazenada nagarrafa PET seja encaminhada para um reservatrio de volume maior. Caso contrrio, o

    volume de gua armazenado estar restrito a 31,5 L (volume das 21 garrafas PET). Dessa

    maneira, locais onde as chuvas so concentradas em determinados perodos do ano, no

    seriam indicados para a sua implantao, uma vez que no haveria volume de gua

    armazenada suficiente para posterior utilizao.

    3.5. Mltip las barreiras para proteo da gua de chuva captada

    Para que as guas de chuva possam ser aproveitadas imprescindvel que se tenha alguns

    cuidados para minimizar a sua contaminao. Certos cuidados durante a captao,

    armazenamento e consumo da gua podem garantir a sua qualidade sanitria. Segundo Silva

    (2006) a maioria das contaminaes da gua de chuva ocorre durante a sua captao, dessa

    maneira a primeira barreira que deve ser considerada o impedimento de queda dos primeiros

    milmetros de chuva dentro do reservatrio. A partir do momento em que ocorrem as

    primeiras chuvas, as sujeiras (pequenos animais mortos, fezes de aves e roedores, folhas,

    detritos, poeira e microrganismos) so carreadas e acumuladas no interior dos reservatrios. O

    ideal que exista um dispositivo automtico de desvio das primeiras guas para realizar essa

    funo. Segundo Andrade Neto (2004), o dispositivo automtico para desvio das primeiras

    guas de chuva uma barreira fsica de proteo sanitria das cisternas. Os dispositivos de

    impedimento e ou minimizao de contaminao dos reservatrios pelas primeiras chuvas

    disponveis no mercado so inmeros. Variam desde a simples e pequenos reservatrios de

    gua (Figura 3.5) at a filtros mais sofisticados. Esses dispositivos simplificados funcionam

    basicamente como um selo hdrico, onde a gua suja fica armazenada no pequeno

    reservatrio e a gua limpa passa direto para a cisterna. Em sistemas de captaosimplificados, muito utilizados no semi-rido brasileiro, esse desvio realizado pela retirada

    do tampo que intercepta o tubo que liga a calha cisterna (Figura 3.6) ou pela retirada da

    prpria calha (estrutura mvel). Esse mtodo de descarte contestado, uma vez que a

    quantidade de gua descartada na primeira chuva no controlada, podendo ocorrer um

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    38/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG17

    volume de gua superior ou inferior ao necessrio para limpar o telhado. A segunda

    considerao diz respeito vigilncia requerida aos moradores quando da ocorrncia da

    primeira chuva, uma vez que eles precisam ficar atentos para retirar o tampo ou a calha

    mvel e descartar a gua.

    Figura 3.5- Dispositivo de desvio. Figura 3.6- Retirada do tampoFonte: Andrade Neto (2004)

    Entre os filtros existentes no mercado, pode-se destacar o filtro tipo vrtex (Figura 3.7) que

    geralmente instalado a jusante dos condutores verticais e a montante da entrada da cisterna e

    possui a funo de separar a gua de chuva de impurezas como folhas, galhos e insetos. Existe

    o filtro de descida (Figura 3.8), que instalado diretamente no conduto vertical e possui

    praticamente as mesmas funes do filtro anterior. Os filtros flutuantes (Figura 3.9) so

    geralmente instalados dentro de reservatrios que possuem sua gua bombeada. O flutuador

    esfrico permite que a gua seja captada logo abaixo da superfcie, filtrando as impurezas que

    porventura estejam no reservatrio, melhorando a qualidade da gua e evitando problemas

    para o funcionamento da bomba.

    Alm dos filtros citados anteriormente, esto disponveis tambm no mercado kits que

    realizam a funo de controle do abastecimento de gua pluvial. Algumas empresas os

    nomearam de kits de interligao automtica (Figura 3.10). Esse controle feito por meio

    de monitoramento do volume de gua de chuva existente dentro do reservatrio. Quando uma

    bia de nvel detecta o baixo nvel de gua no reservatrio acionada uma vlvula solenide,

    que se abre permitindo a entrada de gua da rede pblica ou outra fonte de abastecimento. O

    importante sempre no proporcionar a mistura das guas potvel e no potvel.

  • 7/23/2019 VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE GUA DE CHUVA EM ZONAS URBANAS.. ESTUDO DE CASO NO MUNICPIO DE BELO HORIZONTE - MG.PDF

    39/192

    Programa de Ps-graduao em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hdricos da UFMG18

    Figura 3.7- Filtro tipo vrtex Figura 3.8- Filtro de descidaFonte: www.enge