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VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM TERMINAL DE CONTÊINER NO PORTO DO AÇU UMA ANÁLISE PRELIMINAR Luiz Felipe Bretas Rozo Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Orientador: Luiz Felipe Assis Rio de Janeiro Setembro de 2018

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VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM TERMINAL DE CONTÊINER NO

PORTO DO AÇU – UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Luiz Felipe Bretas Rozo

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do título de Engenheiro

Orientador: Luiz Felipe Assis

Rio de Janeiro

Setembro de 2018

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VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM TERMINAL DE CONTÊINER NO

PORTO DO AÇU – UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Luiz Felipe Bretas Rozo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL E OCEÂNICO.

Examinado por:

______________________________________

Prof. Luiz Felipe Assis, D.Sc.

______________________________________

Prof. Claudio Luiz Baraúna Vieira, PhD.

______________________________________

Prof. Floriano Carlos Martins Pires Júnior, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2018

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Rozo, Luiz Felipe Bretas

Viabilidade de implementação de um terminal de contêiner

no Porto do Açu – Uma Análise Preliminar/ Luiz Felipe Bretas

Rozo – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2018.

XV, 110 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Luiz Felipe Assis

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/

Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 89-91.

1. Contêiner. 2. Porto do Açu. 3. Portos. 4. Terminais. 5.

Movimentação de Contêiner. I. Assis, Luiz Felipe. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,

Curso de Engenharia Naval e Oceânica. III. Viabilidade de

implementação de um terminal de contêiner no Porto do Açu.

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AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus pais Luiz Alberto

Lourenço Rozo e Maria Teresa Bretas Rozo que me apoiaram mais que todos durante

essa minha trajetória, sempre me dando força e suporte. À minha irmã, Maria

Fernanda Bretas Rozo, que completa minha base familiar e foi fundamental para

trilhar tal caminho. Ainda no âmbito da família, gostaria de agradecer a minha

madrinha Maria de Fátima Campos Bretas por todo o apoio e gestos de carinho e

meu falecido avô Luiz Cordeiro Rozo, que por mais que não esteja aqui neste

momento tão especial, foi fundamental com todos os ensinamentos e sabedoria.

À minha namorada Carolina Tinoco Cantone Corrêa de Sá, que tornou essa

caminhada menos complicada e que estava ao meu lado sempre que tropecei para

me ajudar a levantar. O amor e a confiança depositada por você foram fundamentais

para mais essa conquista. Gostaria de estender esse agradecimento a toda à sua

família.

Aos meus companheiros de curso e de faculdade por todas as interações e

noites estudando na Sala de Estudos, que contribuíram incondicionalmente para o

meu crescimento profissional e conhecimento.

Aos meus amigos e companheiros de tantas conquistas do time de basquete

da engenharia UFRJ e time geral da UFRJ, em especial aos meus amigos Gabriel

Fiúza, Bernardo Spindola e João Carneiro, por se tratarem de pessoas que tiveram

ao meu lado em tantos momentos especiais e de vitórias.

Aos meus amigos de companheiros da Associação Atlética Acadêmica da

UFRJ por uma série de ensinamentos que hoje me tornaram uma pessoa muito mais

capaz e preparada para o mercado de trabalho e para a vida.

Aos meus companheiros de trabalho, em especial Marcelo Procópio e Thiago

Segreto, por todos os ensinamentos e auxílios, principalmente no que tange aos

assuntos de terminais portuários e modelagem financeira.

Aos meus amigos de infância e adolescência da Tijuquinha que estão sempre

ao meu lado em todos esses momentos especiais, inclusive, este. Vocês são

verdadeiros irmãos.

Ao professor Luiz Felipe por toda paciência, ensinamentos, diretrizes, empenho

e proatividade em ajudar, que se tornou um parceiro muito importante durante todo o

curso e principalmente, nesta reta final.

Ao corpo docente da Escola, em especial do departamento de Engenharia Naval

e Oceânica, que, com seriedade e dedicação, passaram a frente seus conhecimentos.

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Aos funcionários da UFRJ, que em muitas vezes me socorreram e me ajudaram,

especialmente à Simone Morandini pelo exemplo de profissional que é.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval e Oceânico.

Viabilidade da implementação de um terminal de contêiner no Porto do Açu – Uma

análise preliminar.

Luiz Felipe Bretas Rozo

Setembro/2018

Orientador: Luiz Felipe Assis

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

Com base em estudos de demanda disponíveis, estatísticas de carga e dados

do próprio Porto do Açu, foram elaborados cenários para evolução do fluxo de carga na

cabotagem da Costa Leste da América do Sul de forma estabelecer capacidade de um

terminal de contêiner no Porto de Açu. Através do estudo de demanda foram estimados

investimentos e custos operacionais necessários para implementação do terminal. O

dimensionamento do terminal foi realizado com base em benchmarks disponíveis para

terminais de contêineires. A análise envolveu também a precificação atual dos serviços

de praticagem, reboque e acesso ao canal para estudar a viabilidade ou não do mesmo.

Considerando-se dados de demanda e estimativas de custos de equipamentos e

infraestrutura foi realizada uma análise de fluxo de caixa descontado, de forma

estabelecer o custo/teu para os diferentes cenários. A análise envolveu também análise

de sensibilidade das principais variáveis envolvidas.

Palavras-chave: Contêiner, Porto do Açu, Portos, Terminais, Movimentação de

Contêiner.

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Abstract of the Bachelor’s Degree Final Project presented to Escola Politécnica/UFRJ

(Polytechnic Institute/Federal University of Rio de Janeiro) as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Bachelor in Naval Architecture and Marine Engineering.

The Viability of Implementing a Container Terminal at Port of Açu – A preliminary

analysis

Luiz Felipe Bretas Rozo

September/2018

Advisor: Luiz Felipe Assis

Course: Naval Architecture and Marine Engineering

Based on available demand studies, cargo statistics and data from the Port of Açu itself,

scenarios were developed for the evolution of cargo flow in the East Coast of South

America in order to establish capacity of a container terminal in the Port of Açu. Through

a study of demand we estimated the investments and operational costs required to

implement the terminal. The sizing of the terminal was performed based on available

benchmarks for container terminals. The analysis also involved the current pricing of the

services of pilotage, towage and access to the channel to study the feasibility or not of

the same.

Considering demand data and cost estimates of equipment and infrastructure, a

discounted cash flow analysis was performed, in order to establish the cost/box for the

different scenarios. The analysis also involved sensitivity analysis of the main variables

involved.

Keywords: Container, Port of Açu, Ports, Terminals, Container Handling.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO ......................................................................... 5

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 6

2 PORTOS ............................................................................................................... 8

2.1 DIFERENTES MODELOS DE GESTÃO PORTUÁRIA ................................... 9

2.2 PORTOS BRASILEIROS: PERFORMANCE ................................................ 13

2.2.1 VISÃO GERAL ...................................................................................... 13

2.2.2 INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS DEDICADAS A SERVIÇOS DE

CONTÊINER NO BRASIL .................................................................................... 14

2.2.3 DESEMPENHO PORTUÁRIO NAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS

BRASILEIRAS DE CONTÊINER ......................................................................... 17

2.2.3.1 CONSIGNAÇÃO MÉDIA........................................................................ 17

2.2.3.2 PRANCHA MÉDIA ................................................................................. 18

2.2.3.3 TEMPO MÉDIO ..................................................................................... 18

3 LINHAS REGULARES ......................................................................................... 22

3.1 CONFERÊNCIAS DE FRETE ....................................................................... 22

3.2 CONSÓRCIOS ............................................................................................. 22

3.2.1 VESSEL SHARING AGREEMENT (VSA) .............................................. 23

3.2.2 SLOT CHARTER AGREEMENT (SCA) ................................................. 23

3.2.3 SLOT EXCHANGE AGREEMENT (SEA) .............................................. 23

3.3 ALIANÇAS .................................................................................................... 24

4 MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NO BRASIL ................................................ 26

4.1 ANTAQ ......................................................................................................... 26

4.2 PANORAMA GERAL .................................................................................... 26

4.3 CLUSTER DO LESTE .................................................................................. 28

5 PORTO DO AÇU ................................................................................................. 35

5.1 EMPRESAS DA HOLDING PRUMO ESTABELECIDAS NO PORTO DO AÇU

36

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5.1.1 FERROPORT ........................................................................................ 36

5.1.2 AÇU PETRÓLEO .................................................................................. 37

5.1.3 TERMINAL 2 ......................................................................................... 38

5.1.4 BP-PRUMO ........................................................................................... 40

5.1.5 DOME.................................................................................................... 40

5.1.6 GÁS NATURAL AÇU ............................................................................. 40

5.1.7 A PORTO DO AÇU................................................................................ 40

5.1.7.1 TERMINAL MULTICARGAS .................................................................. 41

6 PORTOS E POTENCIAIS TERMINAIS COMPETIDORES .................................. 45

6.1 VITÓRIA ....................................................................................................... 45

6.1.1 TVV (TERMINAL DE VILA VELHA) ....................................................... 47

6.2 RIO DE JANEIRO ......................................................................................... 48

6.2.1 TECON 1 - LIBRA ................................................................................. 50

6.2.2 TECON 2 – MULTI-TERMINAIS ............................................................ 51

6.3 ITAGUAÍ ....................................................................................................... 53

6.3.1 SEPETIBA TECON................................................................................ 55

6.4 SANTOS ....................................................................................................... 56

6.4.1 TECON: SANTOS BRASIL .................................................................... 58

6.4.2 BTP TERMINAL .................................................................................... 59

6.4.3 EMBRAPORT (DP–WORLD) ................................................................ 60

6.4.4 LIBRA TERMINAL SANTOS .................................................................. 61

7 VIABILIDADE DO TERMINAL ............................................................................. 63

7.1 MERCADO CONSUMIDOR .......................................................................... 63

7.1.1 CARGAS CATIVAS ............................................................................... 63

7.1.2 CARGAS ÂNCORAS ............................................................................. 64

7.2 ANÁLISE QUALITATIVA .............................................................................. 66

7.3 ANÁLISES QUANTITATIVAS ....................................................................... 67

7.3.1 CUSTO DE ACESSO AO CANAL E ATRAÇÃO .................................... 67

7.3.1.1 ACESSO AO CANAL ............................................................................. 69

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7.3.1.2 ACOSTAGEM ........................................................................................ 69

7.3.1.3 REBOCADORES ................................................................................... 70

7.3.1.4 PRATICAGEM ....................................................................................... 71

7.3.1.5 COMPILAÇÕES DE RESULTADOS ..................................................... 74

7.3.2 CUSTOS DE IMPLEMENTAÇÃO, OPERACIONAIS E RETORNO PARA

O INVESTIDOR ................................................................................................... 75

7.3.2.1 CUSTO DE INFRAESTRUTURA (CAPEX) ........................................... 75

7.3.2.2 CUSTO DE OPERAÇÃO (OPEX) E PESSOAL (SG&A) ........................ 78

7.3.2.3 RECEITA POR BOX .............................................................................. 79

7.3.2.4 CURVA DE MOVIMENTAÇÃO .............................................................. 80

7.3.2.5 MODELO FINANCEIRO ........................................................................ 83

7.3.2.5.1 DRE (DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO).............. 83

7.3.2.5.2 FLUXO DE CAIXA ................................................................................. 84

7.3.2.5.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE .............................................................. 86

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 88

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 89

10 ANEXOS.............................................................................................................. 92

ANEXO I –INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS DEDICADAS À MOVIMENTAÇÃO DE

CONTÊINER NO BRASIL ....................................................................................... 92

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução do PIB pelo Comércio Marítimo Mundial ....................................... 2

Figura 2 - Evolução do tamanho dos navios de contêineres ao longo do anos e efeito da

conteinerização e economia de escala ......................................................................... 3

Figura 3 - Dez maiores operadores de contêiner .......................................................... 4

Figura 4 - Concentração de contêineres movimentados por operadoras de terminal .... 4

Figura 5 - Principais portos e terminais de Contêiner do Brasil ................................... 13

Figura 6 - Tempo médio percentual entre os 30 melhores terminais brasileiros .......... 19

Figura 7 - Tempo médio em termos absolutos por hora dos 30 melhores terminais

brasileiros ................................................................................................................... 19

Figura 8 - Tempos médios em horas entre os principais terminais concorrentes do Açu

................................................................................................................................... 20

Figura 9 - Tempos médios em percentuais dos principais competidores do Açu ........ 21

Figura 10 - Evolução das Alianças Estratégicas Globais -1996 a 2015 ....................... 25

Figura 11 - Configuração atual das Alianças ............................................................... 25

Figura 12 - Diferença percentual e absoluta de movimentação de contêiner entre

cabotagem e longo curso ............................................................................................ 27

Figura 13 - Diferença percentual e absoluta de movimentação de contêiner entre portos

públicos e TUPs .......................................................................................................... 28

Figura 14 - Volumes de contêiner no cluster do leste ao longo dos anos .................... 28

Figura 15 - Diferentes clusters de operação de contêiner ........................................... 29

Figura 16 - Divisão por cluster da movimentação em TEUs em 2017 ......................... 30

Figura 17 - Divisão em TEUs pelos portos dentro do cluster leste .............................. 31

Figura 18 - Divisão entre contêineres cheios e vazios no cluster leste ........................ 31

Figura 19 - Divisão por viagens de longo curso e cabotagem dentro do cluster leste . 32

Figura 20 - Percentual de mercado por linhas regulares ............................................. 33

Figura 21 - Percentuais de mercado por rota .............................................................. 34

Figura 22 - Posição estratégica do Porto do Açu ........................................................ 35

Figura 23 - Clientes instalados no Portodo Açu .......................................................... 36

Figura 24 - Terminal Offshore do Porto do Açu ........................................................... 37

Figura 25 - Terminal Offshore do Porto do Açu com foco na Açu Petróleo ................. 38

Figura 26 - Terminal Onshore do Porto do Açu ........................................................... 39

Figura 27 - Localização do T-MULT no Porto do Açu .................................................. 43

Figura 28 - Porto do Açu ............................................................................................. 43

Figura 29 - Volume de movimentação por TEUs no Porto de Vitória .......................... 45

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Figura 30 - Mapa do Porto de Vitória .......................................................................... 46

Figura 31 - Movimentação e produtividade do Terminal de Vila Velha ........................ 47

Figura 32 - Foto do TVV ............................................................................................. 48

Figura 33 - Mapa do Porto do Rio ............................................................................... 49

Figura 34 - Volume de contêiner movimentado no Porto do Rio de Janeiro ................ 50

Figura 35 - Movimentação e produtividade do terminal Libra ...................................... 51

Figura 36 - Foto do Terminal Libra .............................................................................. 51

Figura 37 - Movimentação e produtividade do terminal Multi ...................................... 52

Figura 38 - Foto do terminal Multi ............................................................................... 53

Figura 39 - Volume de movimentação em TEUs no Porto de Itaguaí .......................... 54

Figura 40 - Mapa do Porto de Itaguaí ......................................................................... 54

Figura 41 - Movimentação e Produtividade do terminal Sepetiba Tecon ..................... 55

Figura 42 - Foto do Sepetiba Tecon ............................................................................ 56

Figura 43 - Volume de contêineres no Porto de Santos .............................................. 57

Figura 44 - Mapa do Porto de Santos ......................................................................... 58

Figura 45 - Volume e Produtividade do TECON - Santos Brasil .................................. 59

Figura 46 - Volume e Produtividade do BTP Terminal ................................................ 60

Figura 47 - Volume e Produtividade do Terminal da DP-World ................................... 61

Figura 48 - Volume e produtividade do Libra Terminais – Santos ............................... 62

Figura 49 - Mapa da área de mercado de consumo atingido diretamente pelo Açu (até

300 km)....................................................................................................................... 65

Figura 50 - Mapa dos diversos produtos e quantidades da área de mercado consumidor

atingida pelo Porto do Açu .......................................................................................... 66

Figura 51 - Mapa do Porto do Açu com destaque para a área onde irá se localizar o

terminal de contêiner .................................................................................................. 76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelos de Gestão Portuária....................................................................... 9

Tabela 2 - Características dos diferentes modelos portuários ..................................... 12

Tabela 3 - Porto Público Organizado por Administração ............................................. 15

Tabela 4 - Operador Portuário por Porto Organizado.................................................. 16

Tabela 5 - TUP's dedicados à Movimentação de Contêiner ........................................ 16

Tabela 6 - Consignação Média por ano ...................................................................... 17

Tabela 7 - Prancha média em Movimentos por hora (MPH)........................................ 18

Tabela 8 - Tempos médios entre os principais competidores do Açu (em horas) ........ 20

Tabela 9 - Volume em TEUs por cluster ..................................................................... 29

Tabela 10 - Movimentação de contêiner por TEUs ..................................................... 30

Tabela 11 - Maiores "shippers" dentro do cluster leste ............................................... 32

Tabela 12 - Maiores destinatários dentro do cluster leste ........................................... 33

Tabela 13 - Tabela das principais linhas regulares no cluster leste ............................. 34

Tabela 14 - Percentual de contêineres movimentados por cada cidade da região ...... 65

Tabela 15 - Percentual de contêiner movimentado por empresas da região .............. 66

Tabela 16 - Linhas que operam no cluster do leste ..................................................... 68

Tabela 17 - Tabela dos custos por box movimentado em cada Porto competidor e no

Açu ............................................................................................................................. 69

Tabela 18 - Tempo médio por terminal competidor ..................................................... 69

Tabela 19 - Racional para cobrança de acostagem .................................................... 70

Tabela 20 - Valores para cobrança de acostagem ...................................................... 70

Tabela 21 - Tarifa de rebocador por porto ................................................................... 71

Tabela 22 - Análise de sensibilidade do custo de rebocador por box, dependendo da

quantidade movimentada por atracação ..................................................................... 71

Tabela 23 - Custo de Praticagem para portos do Rio de Janeiro e Niteró ................... 72

Tabela 24 - Custo de Praticagem para o Porto de Itaguaí .......................................... 72

Tabela 25 - Custo de Praticagem para o porto de Santos ........................................... 73

Tabela 26 - Identificação dos diferentes tipos de condição para atracar em Santos ... 73

Tabela 27 - Custo de Praticagem por porto e por Box ................................................ 74

Tabela 28 - Análise de sensibilidade para o custo por box movimentado mediante a

diferentes quantidades de box por navio no Porto do Açu .......................................... 74

Tabela 29 - Compilação de resultados dos competidores para o acesso ao canal ..... 74

Tabela 30 - Análise de sensibilidade para definir custo total por box acessado no Açu

................................................................................................................................... 74

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Tabela 31 - Tabela de custos para obra civil para implementação do terminal de

contêiner do Açu ......................................................................................................... 77

Tabela 32 - Tabela de custos de equipamentos para implementação do terminal de

contêiner do Açu ......................................................................................................... 78

Tabela 33 - Custo total de infraestrutura por ano de construção ................................. 78

Tabela 34 - Custo total no ano de 2017 dos portos analisados ................................... 79

Tabela 35 - Tabela de número de boxes movimentados em 2017 .............................. 79

Tabela 36 - Custo total por box nos terminais analisados e cálculo pro açu ............... 79

Tabela 37 - Receita por box dos terminais analisados ................................................ 80

Tabela 38 - Movimentação de contêineres por TEU e projeção do crescimento do PIB

................................................................................................................................... 81

Tabela 39 - Fatia de mercado ao longo dos anos ....................................................... 82

Tabela 40 - Movimentação do Porto do Açu por boxes para os 23 anos de operação 82

Tabela 41 - DRE do terminal de contêiner do Açu até 2032........................................ 84

Tabela 42 - Análise do fluxo de caixa para o terminal de contêiner do Açu por todo

período de operação ................................................................................................... 86

Tabela 43 - Análise da sensibilidade para os diferentes parâmetros análisados ......... 86

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Lista de Siglas

TUP – Terminal de Uso Privado

ANTAQ – Agência Nacional de Transporte Aquaviário

MPH – Movimentação por hora

OPEX – Custos Operacionais de Produção

CAPEX – Custos de Capital

EBITDA – Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

EBIT - Earnings Before Interest and Taxes

IR – Imposto de renda

CSLL – Contribuição social sobre lucro líquido

VLP – Valor Presente Líquido

TVV- Terminal de Vila Velha

PIB – Produto Interno bruto

TCP – Terminal de Contêiner de Paranaguá

TEU - Twenty Foot Equivalent Unit

SG&A – Sales, General & Administrative – Vendas, despesas gerais e administrativas).

INEA - Instituto Estadual do Ambiente

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

LOA – Length overall

FRSU - Floating Storage Regasification Unit

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1

1 INTRODUÇÃO

Desde meados do século XX, o fenômeno da conteinerização reduziu

drasticamente custos de transporte nos mercados internacionais. Portanto, nos tempos

atuais, os portos e terminais especializados em movimentação de contêiner se tornaram

uma importante arma para a economia moderna. Segundo um estudo contratado pelo

British Transport Docks Board (BTDB) realizado em 1967 pela McKinsey & Company

[1], o contêiner se tornaria um fator da vida humana, ao invés de meramente uma

embalagem.

Hoje em dia, com a globalização e devido as diversas transações realizadas pelo

mundo, com a globalização, e pelos diversos fatores positivos (segurança, eficácia,

redução de custo) não podemos imaginar uma vida sem o advento do contêiner.

Antes da introdução do contêiner, o transporte de muitos produtos era tão caro

que não era financeiramente viável transportá-los ao redor do mundo em grandes

quantidades. Hoje em dia, no entanto, os carros podem ser projetados na Alemanha, ter

seus componentes eletrônicos fabricados na Ásia e depois montado e finalizado no

Brasil.

É muito claro que a redução significativa nos custos de transporte resultante do

processo de conteinerização permitiu que o movimento dos produtos se tornasse mais

eficiente entre os diferentes modos de transporte, permitindo assim diferentes tipos de

operações para muitas empresas.

As fábricas que antigamente eram isoladas ou tinham alcance regional limitado

através do transporte terrestre, desde então se integraram à rede global de comércio, e

assim mais empresas multinacionais e internacionais estão presentes em muitos

mercados diferentes, porque agora podem escolher o lugar mais barato para produzir

seus produtos.

Segundo um estudo da Clarkson [2], em 2016 o mercado de contêineres

movimentou 181 milhões de TEUs, que representaram 1,72 bilhão de tonelada. O

crescimento da economia global, ou PIB global, é um dos principais impulsionadores do

transporte de contêineres. Enquanto a capacidade de resposta do comércio marítimo

ao crescimento do PIB global se comportou de forma mais moderada nos últimos anos,

a demanda por serviços de transporte marítimo e volumes na navegação continua sendo

moldada pelo crescimento da economia global, conforme observado no gráfico da

UNCTAD [4] apresentado na figura 1:

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2

Figura 1 - Evolução do PIB pelo Comércio Marítimo Mundial

Fonte: [4]

O aumento da demanda por transporte de contêineres nos últimos anos motivou

os grandes armadores a desenvolverem e investirem em grandes navios de contêineres.

O aumento no tamanho dos navios é um resultado direto da exploração das economias

de escala no transporte marítimo. Navios maiores reduzem o custo unitário de transporte

de contêineres, tornando cada TEU mais barato para o transporte. Isso acentua as

barreiras para entradas em um mercado já marcado pela concentração,

consequentemente, diminuindo o número de players. O tamanho maior dos navios

coloca novos requisitos aos portos e seus canais de acesso, criando uma pressão de

mercado desigual. Conforme podemos ver na figura 2:

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Figura 2 - Evolução do tamanho dos navios de contêineres ao longo do anos e efeito da conteinerização e economia de escala

Fonte: [5]

Conforme já foi mencionado, o mercado de transporte de contêineres é propenso

a concentração de empresas, poucas têm capital suficiente para investir em

embarcações maiores, cada vez mais caras e avançadas. Assim, o mercado de

contêineres é um oligopólio, que consiste em um número limitado de grandes

companhias de navegação que estão unidas em diferentes formas de alianças, acordos

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ou conferências. Isso também influencia a estrutura da rede de portos, com muitos

atuando principalmente como terminais de transbordo.

De acordo com a Clarkson [2], a frota dos 10 maiores armadores de contêiner,

em 2017, respondem pela movimentação de 70% do mercado mundial de contêineres,

um aumento considerável ao longo dos anos como podemos ver nos gráficos abaixo:

Figura 3 - Dez maiores operadores de contêiner

Fonte: [2]

Essa concentração no mercado de transporte de contêineres também é

observada nos portos e terminais de contêineres. O crescimento dos operadores de

terminais de contêineres globais concentrou participação de mercado na mão de

algumas operadoras, como PSA, HPH e APM. Podemos ver no gráfico abaixo essa

relação de concentração:

Figura 4 - Concentração de contêineres movimentados por operadoras de terminal

Fonte: [6]

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5

Deve-se notar também que há uma grande participação dos grandes armadores

na atividade portuária dedicada ao manuseio de contêineres. Assim podem ter maior

controle em toda a cadeia logística, permitindo ajustes coordenados com seus serviços

regulares de linha e maior confiabilidade na eficiência e qualidade dos serviços

terrestres, como a baixa eficiência nos resultados portuários e custos mais elevados

para todas as partes envolvidas. Finalmente, com o destaque de navios cada vez

maiores, foi desenvolvida uma estrutura financeiramente sólida nos serviços regulares,

com base no desenvolvimento de portos concentradores para o transbordo de carga de

navios maiores para navios alimentadores.

Essa estrutura, que podemos chamar de Hub & Spoke, muito utilizada na Europa

e Ásia, onde um porto se torna o concentrador (recebendo navios maiores) e depois,

um transbordo é feito, no porto, para navios menores que irão se destinar a diversas

localidades, otimizando assim a cadeia logística.

O Porto do Açu é um empreendimento desenvolvido, construído e operado pela

Porto do Açu S.A., uma empresa privada especializada em infraestrutura, energia e

logística. A composição da empresa é feita de 98,83% de Prumo Logística e 1,17% do

Porto de Antuérpia. O porto está localizado no Estado do Rio de Janeiro, no município

de São João da Barra. Seu interior abrange a região Sudeste do Brasil, que responde

por aproximadamente 75% do PIB e das exportações do país.

Foi identificado que no terminal T-MULT do porto há espaço e viabilidade legal

para expansão, o suficiente para desenvolver um terminal de contêineres moderno.

Além disso, foi identificado no porto uma condição de calado suficiente para operação,

tanto de terminais compactos de contêiner, quanto um Hub de Contêiner. Assim sendo,

neste trabalho será analisada a entrada do Porto do Açu no mercado, analisando o

ambiente competitivo circundante e os custos de expedição relacionados à operação

das embarcações.

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

O objetivo desse trabalho de conclusão de curso é estudar e explorar a

implementação de um terminal de contêineres no Porto do Açu, tanto como um terminal

para cargas que serão destinadas a região em que o mesmo está inserido e

proximidade. Por conta disso, será realizada uma avaliação do mercado potencial de

cargas, considerando o volume de carga movimentada para as áreas que compõem o

mercado consumidor da região, juntamente com os volumes que serão destinados

de/para todo Brasil, compondo assim um porto concentrador.

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Este estudo de pesquisa aplicada está focado no potencial do porto de

contêineres do Açu de atrair cargas nos seus primeiros anos de operação, levando em

conta os volumes de carga, a sua localização geográfica e os custos da operação de

movimentação de contêiner. Isso é feito por meio de uma abordagem geral, analisando

primeiro o movimento de contêineres em todo o país e depois no “cluster regional” no

qual o Açu está localizado.

Em um segundo momento, serão estudados quais atores relevantes participam

da cadeia logística do transporte marítimo no Brasil, especificamente na indústria de

movimentação de contêineres. Estes incluem os portos e terminais especializados e os

transportadores de carga, sejam eles armadores de longo curso ou de cabotagem.

Para o completo entendimento do desempenho técnico dos terminais de

contêineres brasileiros, é necessário fazer um mapeamento do movimento de

contêineres no país, com base nas informações contidas no banco de dados da ANTAQ.

A ANTAQ, a agência reguladora brasileira responsável pela legislação de portos,

concessões e licenças, coleta estatísticas de desempenho portuário e informações

detalhadas sobre a movimentação de contêineres.

Sendo assim, terão sido estudadas as principais características no que diz

respeito ao mercado de contêineres no Brasil e na região do Açu, sendo levado a um

próximo passo que diz respeito ao custo da implementação do terminal e o seu custo

de operação (CAPEX e OPEX). Ainda assim, terão de ser levados em conta os custos

de rebocadores e praticagem com base nos possíveis volumes de carga, uma vez que

se os mesmos forem muito elevados, podem afetar a competitividade do porto.

Finalmente, será estimado o custo de movimentação, de acordo com a

capacidade estimada do terminal, para remunerar o capital investido. Após esse passo,

chegar-se-á conclusão se o terminal de contêineres do Açu é viável ou não.

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

No primeiro capítulo do referido trabalho, foi realizado um estudo do mercado

atual de contêiner e sua evolução ao longo dos anos, desde a sua inserção, em torno

dos anos 70, até sua condição atual, como sendo principal forma de transporte de carga

e parte da vida do ser humano. O capítulo também aborda a evolução dos navios de

contêiners ao longo dos anos e o motivo por trás de portos concentradores, onde poucas

empresas possuem as maiores fatias do mercado. Ainda no capítulo 1, serão

apresentados os objetivos do trabalho e o passo a passo que será feito para chegar

desde a motivação por trás do trabalho, até sua conclusão.

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No capítulo 2, será descrito o que são portos, os tipos de gestão portuária,

discernimento do papel do governo e do setor privado na operação dos portos e sua

evolução ao longo dos anos. Nesse capítulo, também será descrito em qual modelo

portuário o Açu está inserido, com suas particularidades.

O capítulo 3, irá detalhar as linhas regulares de contêiner e seus diferentes tipos

de organizações e evoluções ao longo dos anos.

No capítulo 4, serão detalhadas os volumes de movimentação de carga no

mercado brasileiro ao longo dos anos, bem como um maior aprofundamento no cluster

do Leste, onde o Porto do Açu está inserido.

O capítulo 5 discorre sobre o Porto do Açu, apresentando as empresas

instaladas no porto e suas características e sobre o possível terminal de movimentação

de contêiner.

O capítulo 6 aborda os concorrentes do Açu no cluster do Leste e de Santos,

entrando mais no detalhe das características de cada porto e cada terminal específicos,

assim como estatísticas, vantagens e desvantagens de cada um.

No capítulo 7, será discutido o mercado consumidor com um olhar mais no

detalhe para as cargas cativas e âncoras, assim como uma análise qualitativa da

implementação de um terminal de contêiner no Porto do Açu. Após isso, serão feitas

análises quantitativas para os custos de acesso ao canal e atracação e comparação

com outros portos, sendo detalhados linha por linha os custos de acesso, acostagem,

rebocadores, praticagem e uma conclusão baseada no custo total. Por fim será feita

uma análise dos custos de implementação, operacionais e retorno para o investidor,

onde será contemplado: CAPEX, OPEX, SG&A, receita por box, curva de movimentação

e modelo financeiro (DRE e fluxo de caixa).

Por fim, o capítulo 8 traz as conclusões do estudo com observações do autor

sobre os impactos desta alteração no aspecto de viabilidade da instalação deste

terminal de contêiner no Porto do Açu.

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2 PORTOS

Um porto é uma área abrigada, localizada à beira de um oceano, lago, rio ou

mar, onde são processadas transferências cargas e passageiros, oriundas de diversos

destinos e diversos modais. Sendo assim, o porto é a interseção de vários modais, para

escoamento de mercadorias e passageiros.

Os portos possuem e necessitam de diferentes equipamentos, aparatos e áreas

para realizar esse serviço de transporte, dentre outros, como armazenamento, muitas

das vezes beneficiamentos de algum tipo de mercadoria, reparo e manutenção. Além

disso, necessita de mão de obra qualificada para operação do mesmo.

As instalações portuárias são compostas por ancoradouro, docas, cais, pontes

e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de circulação

interna, industrias, dentre outros. A infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao

porto são as guias-correntes, quebra-mares, molhes, eclusas, canais, bacias de

evolução e área de fundeio. Ainda no que diz respeito da infraestrutura portuária, o porto

necessita de vias de acesso terrestre, como estradas e ferrovias, além de acesso ao

próprio porto, com portões de entrada, rampas e ramais ferroviários.

No que diz respeito a área operacional do porto, o mesmo necessita de prédios

e escritórios para as autoridades portuárias, receita, práticos e etc, além de, armazéns,

galpões, área pavimentada, que funciona como facilitador para a ocupação do mesmo.

Além disso, é importante ter equipamentos de movimentação de carga, como

guindastes, empilhadeiras, caminhão muck, caminhões, vans, dentre outros.

Uma vez que as instalações e necessidades do porto estão definidas, é

necessário alguém para gerenciar e organizar essa estrutura. Essa figura é a autoridade

portuária, que é responsável pelo planejamento, desenvolvimento e gerenciamento do

porto. Uma vez que o porto já tem instalações e está na fase de gerenciamento, essa

autoridade também é responsável pelo controle e trafego, dragagem de manutenção e

de aumento da profundidade, revitalização e pela “saúde” do porto. É sempre bom

pontuar que essa autoridade tem que buscar ser o mais transparente possível, sendo

sempre imparcial quanto a decisões que irão afetar seus clientes.

No que diz respeito ao âmbito das atividades é visto que movimentação de carga,

armazenagem, reparos e bases offshore podem ser oferecidas por diferentes

operadores independentes, sendo executada, então, por uma subdivisão do porto em

unidades operacionais menores, chamadas de terminais, com gestão própria. Estes

terminais podem ser unidades independentes, operando em áreas arrendadas, ou ainda

proprietárias de suas próprias áreas, dependendo da governança do porto ser pública

ou privada. Além disso, esses terminais podem ser de operação do próprio porto, que é

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o caso do T-Mult no Porto do Açu, que virá a ser objeto de estudo mais a frente neste

trabalho. Pode, ainda, haver cais público compartilhado por diferentes operadores, os

quais pagam por tempo de utilização do cais e por carga movimentada.

Sendo assim, entendemos que, para os portos atuais existem uma gama de

serviços que são prestados para atender os diversos clientes que ali estão ou que se

interessam pelo mesmo. São esses:

• Movimentação de Carga

• Praticagem

• Serviço de Bombeiro

• Serviço Médico

• Reboque

• Acesso

• Fundeio

• Dragagem

• Reparo

Além disso, uma série de outros serviços que funcionam como facilitador como

fornecimento de água, coleta de resíduos, fornecimento de energia, aluguel de

equipamentos, serviço de documentação, serviço de segurança, dentre outros.

2.1 DIFERENTES MODELOS DE GESTÃO PORTUÁRIA

No que diz respeito aos modelos de gestão portuária, conseguimos ver que

existem diversos tipos, como que foi definido em 2007 pelo Banco Mundial (World Bank,

2007), visto na tabela 1:

Tabela 1 - Modelos de Gestão Portuária

Fonte: [7].

Onde, as atividades da tabela 1 podem ser descritas da seguinte maneira (UnB

– CERME):

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1. Regulamentação e Supervisão: Envolve um conjunto de obrigações e

responsabilidades, em geral definidas por resoluções e normas legais,

que são desempenhadas por um ente central, chamado de autoridade

portuária. A este ente cabem as funções de planejamento do porto e

definições de políticas para expansão e prestação de serviços, incluindo

os marítimos. Inclui ainda função de fiscalização, mediação de conflitos

entre prestadores de serviços portuários e usuários em geral. Não é

competência deste ente a regulação portuária, cujo caráter mais amplo e

setorial é executado pelo governo;

2. Gestão de áreas Comuns: O gestor das áreas comuns é responsável pela

infraestrutura e superestrutura de uso comum, o que inclui construção,

manutenção e reparos de quebra-mares, acesso terrestre, aquaviário e

de cais, assim como instalações de fornecimento de energia e

saneamento básico;

3. Gestão de Áreas de Uso Restrito: As áreas de uso restrito são aquelas

onde a infraestrutura e superestrutura instaladas tem sua utilização

decidida de forma separada das decisões do desenvolvimento e do

emprego das estruturas de uso comum. Como exemplo temos os

terminais portuários especializados na movimentação de um tipo de

carga, que podem ser administradas tanto por um ente público como por

um ente privado. No caso de um ente privado, este deve respeitar a

regulamentação e supervisão da autoridade portuária, e dadas as

condições gerais das áreas de uso comum, uma determinada área,

dentro do porto, será gerida por este ente privado que a desenvolverá de

acordo com seus interesses; e

4. Operação Portuária: A operação portuária diz respeito a transferência de

bens e passageiros entre uma embarcação e o porto, bem com sua

movimentação no porto. Este envolve a estiva, capatazia e a

armazenagem. A transferência dessas atividades ao setor privado pode,

ou não, ser acompanhada da venda ou concessão de uma área de uso

restrito dentro do porto, como um lote, ao ente privado.

Sendo assim, iremos definir o Porto do Açu, como sendo um Fully Private Port,

uma vez que seu planejamento, política de expansão e prestação de serviços é

totalmente realizado pela empresa Porto do Açu S.A. E para isso, a empresa conta com

a expertise do Porto de Antuérpia, um de seus Shareholders.

O modelo de porto Service Port é visto como um serviço público, onde o lucro

não vem de forma financeira, mas sim como retorno para a sociedade e será retornado

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de forma indireta para a mesma. Porém, o mesmo vem sendo cada vez menos utilizado

no Mundo. No passado era este o modelo dominante. Há mais de um século, talvez

apenas na Inglaterra predominassem terminais privativos [8]. No Brasil, este modelo

vigorou entre meados de 70 e anos 90 e deixou de ser tão utilizado com a “Lei de

Modernização dos portos”, que “abriu” os portos para investimentos estrangeiros.

No modelo portuário chamado de Tool Port, a propriedade de terras e ativos

portuários são públicos. Sua diferença em relação ao Service Port se deve ao fato de

que a operação neste modelo é privada. Neste modelo, as atividades administrativas,

como: controle de acessos terrestres e marítimos, suporte e coordenação geral das

atividades de movimentação realizadas no condomínio portuário são diferenciadas das

atividades de operação portuária, uma vez que essas contemplam armazenamento

temporário de cargas e transbordo de mercadorias. Embora pouco comentado na

literatura geral de portos, esta alternativa gera competição e são de grande valia para

situação com reduzida demanda, como abordam Kent e Hochster (1998), para portos

da Costa Rica e Nicarágua, dentre outros países da América Central. Este também foi

um modelo de exploração adotado no Brasil, nos portos onde tanto o investimento em

infraestrutura quanto em superestrutura era de responsabilidade de empresas públicas.

Mais a seguir, temos o modelo de Landlord Port, que é de origem europeu e

atualmente é o modelo mais utilizado no mundo. Os dois maiores portos da Europa,

Roterdã e Antuérpia, utilizam desse modelo e o mesmo garante que a administração

portuária e o investimento em infraestrutura ficam sob responsabilidade do Estado,

enquanto as atividades de operação e os investimentos em superestrutura ficam a cargo

da entidade privada.

Em geral esse modelo contempla aluguéis de áreas que sofreram investimento

em infraestrutura por parte do governo por um certo período de tempo e depois essa

terra volta para a posse do governo. Este modelo foi adotado nos portos públicos

nacionais a partir da “Lei da Modernização dos Portos”, ficando sob responsabilidade

das Companhias Docas a responsabilidade pública e o papel de autoridade portuária.

Este modelo de exploração permanece em utilização no atual marco legal, embora com

atualizações e adaptações, como, por exemplo, a transferência a um órgão central,

chamado de poder concedente, da função de licitar os novos arrendamentos, cabendo

à agencia reguladora fiscalizar o cumprimento de suas metas.

Vale a pena reforçar, que devido à larga utilização do mesmo, se torna uma

forma de gestão mais segura. O Porto do Açu, tenta utilizar de um modelo de gestão

parecido, onde a empresa Porto do Açu investiu em infraestrutura (dragagem,

construção de molhes, rodovias e etc) e aluga (e apenas aluga) para empresas privadas

áreas em seu porto, onde os mesmos investem em superestrutura.

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O Private Landlord Port, que preza a propriedade da terra e dos ativos

continuarem públicos porém, há investimentos em infraestrutura por parte do setor

privado, os quais farão a gestão dos ativos públicos por um período determinado, até a

amortização dos seus investimentos. Este ente privado irá ser remunerado, entretanto,

segundo regras tarifárias, metas de desempenho, prazos e demais condições dispostas

na regulação setorial e em contrato, e irá proteger o Estado, caso haja qualquer

descumprimento do contrato, principalmente, onde metas de produtividade. É

importante mencionar, que esse modelo preza, também, por retornos a sociedade,

porém, em áreas em que o Estado não possui interesse ou condições de investir. Vale

a pena ressaltar que isso se trata de uma parceria dos setores Público e do Privado que

já vem sendo desenvolvida em países como Filipinas, Reino Unido, Índia e em países

da África.

Dessa forma, tem-se, finalmente, o modelo Fully Private Port, onde tanto a

administração quanto a operação portuária são privadas, onde o proprietário do porto

detém todo os investimentos em infraestrutura e superestrutura. A exploração é feita por

meio de mera autorização, onde não há direito a indenização por parte da União. O risco

do negócio nesse modelo é completamente do ente privado, havendo presença do setor

público apenas nos órgãos regulatórios, como: Marinha, praticagem, INEA, Ibama.

Abaixo, na tabela 2, podem ser vistas algumas características gerais e pontos

fortes e fracos dos diferentes sistemas portuários [7]:

Tabela 2 - Características dos diferentes modelos portuários

Fonte: [7]

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Devido a fatores como investimentos em infraestrutura e superestrutura, não

podemos dizer que o Porto do Açu é totalmente um modelo de Fully Private Port, uma

vez que, o mesmo detém a área, porém, aluga para outras empresas, que realizam esse

investimento. O mesmo é uma mistura de Landlord com Private Port, se aproximando

do Private Land Lord Port, uma vez que se diferencia apenas pelo fato de a propriedade

ser privada, sendo porém, alugada para terceiros, também privados.

2.2 PORTOS BRASILEIROS: PERFORMANCE

2.2.1 VISÃO GERAL

Assim como descrito na introdução do trabalho, será analisado agora os

principais portos brasileiros e seus terminais de contêiner e entender um pouco mais

dos indicadores e performances dos portos e terminais estabelecidos no Brasil. Na

figura 5, podem ser vistos os principais terminais e portos movimentadores de contêiner

no Brasil.

Figura 5 - Principais portos e terminais de Contêiner do Brasil

Fonte: [9]

O litoral brasileiro se estende por mais de oito mil quilômetros e concentra a

maior parte das unidades produtivas e industriais do país. Estas se desenvolveram em

torno das principais cidades costeiras que possuem instalações portuárias,

principalmente construídas para escoar a produção de suas áreas de hinterlândia. Ao

longo desses oito mil quilômetros de costa, o país possui trinta e sete portos públicos,

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entre marítimos e fluviais e ainda quarenta e dois terminais de uso privativo e três

complexos portuários.

2.2.2 INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS DEDICADAS A SERVIÇOS DE CONTÊINER

NO BRASIL

A movimentação de contêiner atualmente no Brasil é realizada através de 2 tipos

de instalações portuárias: Terminais de Uso Privado – TUP e portos públicos.

No caso dos portos públicos, incluem-se os portos que possuem administração

feita pela União, via Companhia Docas, ou os que possuem administração delegada a

municípios, estados ou consórcios públicos.

O porto público organizado é definido como:

“Bem público construído e aparelhado para atender as necessidades

de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e

armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias

estejam sob jurisdição de autoridade portuária.”

Art. 2º, Lei 12.815/2013

A tabela abaixo, irá mostrar a relação Autoridades Portuárias com os portos

públicos mais relevantes na movimentação de contêiner, e classificados de acordo com

o tipo de administração: federal, estadual ou municipal. Isso será importante para

mapear os maiores competidores do Açu no que diz respeito a movimentação de

contêiner para o mercado regional, quanto para a formação de um Hub de contêiner. Na

tabela 3, podem ser vistos todos os administradores federais, estaduais e municipais.

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Tabela 3 - Porto Público Organizado por Administração

Porém, esses portos seguem o Modelo de LandLord e portanto, essas

autoridades cuidam da gestão do porto, deixando a movimentação de contêiner

propriamente dita para os operadores portuários que estão descritos abaixo na tabela,

de acordo com sua localização.

Na tabela 4, abaixo, podem ser vistos os operadores portuários que podem

Administração

Federal Portos

Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ Porto do Rio de Janeiro, Itaguaí

Companhia Docas da Bahia – CODEBA Porto de Salvador

Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP Porto de Santos

Companhia Docas do Pará – CDP Porto de Vila do Conde

Companhia Docas do Estado de Espírito Santo - CODESA Porto de Vitória

Estadual Portos

SCPar Porto de Imbituba S.A Porto de Imbituba

Superintendência do Porto do Rio Grande - SUPRG Porto de Rio Grande

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA Porto de Paranaguá

Administração do Porto de São Francisco do Sul – APSFS Porto de São Francisco do Sul

Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDEC/PE Porto de Suape

Companhia de Integração Portuária do Ceará –

Cearáportos

Porto de Pecém

Municipal Portos

Administração Hidroviária Docas Catarinense - ADHOC Porto de Itajaí

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Tabela 4 - Operador Portuário por Porto Organizado

Finalmente, na tabela 5, os Terminais de Uso Privado – TUP, são instalações

localizadas fora do porto organizado, portanto, administradas por operador portuário.

Tabela 5 - TUP's dedicados à Movimentação de Contêiner

Portanto as instalações portuárias dentro dos Portos são instalações arrendadas

mediante contrato de arrendamento, realizado através do poder concedente, e as

instalações portuárias nas TUP’s são instalações autorizadas mediante contrato de

adesão, também pelo poder concedente.

Porto Organizado Operador Portuário

Porto de Santos

Libra Terminais - Santos

Tecon Santos

Ecoporto (Antigo Tecondi)

Brasil Terminais Portuários - BTP

Porto do Rio de Janeiro Libra Terminais – Rio

Multi Rio Operações Portuárias

Porto de Itaguaí Sepetiba Tecon

Porto de Salvador Tecon Salvador

Porto de Vitória Terminal de Vila Velha

Porto de Vila do Conde Tecon Vila do Conde

Porto de Imbituba Tecon Imbituba

Porto de Itajaí APM Terminals – Itajaí

Porto de Paranaguá Terminal de Contêineres de Paranaguá – TCP

Porto de Rio Grande Tecon Rio Grande

Porto de Pecém APM Terminals – Ceará

Porto de São Francisco do Sul Terminal Portuário de Santa Catarina – TESC

Porto de Suape Tecon Suape

Terminal de Uso Privado Estado Município

Porto de Chibatão AM Manaus

Super Terminais AM Manaus

Terminais Portuários de Navegantes – Portonave SC Navegantes

Itapoá Terminais Portuários SC Itapoá

DP-World SP Santos

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O Anexo I – Instalações Portuárias Dedicadas à Movimentação de Contêiner no

Brasil, apresenta informações gerais, de infraestrutura e equipamentos dos Operadores

Portuários e dos Terminais de Uso Privado.

2.2.3 DESEMPENHO PORTUÁRIO NAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS

BRASILEIRAS DE CONTÊINER

Conforme mencionado anteriormente, as instalações portuárias brasileiras, que

se localizam dentro de portos organizados e em TUPs são monitoradas pelas ANTAQ.

Todo novo terminal, seja ele de contêiner ou para qualquer outra finalidade, deve ser

cadastrado na ANTAQ que assim, possui controle de indicadores de todos os terminais

espalhados no Brasil. Os seguintes índices são monitorados através da Antaq:

consignações médias, prancha média, tempos de atracação, operação, tempos de

espera e desatracação, todos registrados e disponibilizados publicamente.

2.2.3.1 CONSIGNAÇÃO MÉDIA

É a razão entre a quantidade total de contêineres movimentados (em unidades),

seja para embarque ou desembarque, e a quantidade total de navios atracados. Ou

seja, é quanto, em média, um navio descarrega ou carrega no porto ou terminal.

Portanto, quanto maior é a consignação de um terminal, melhor é o seu desempenho.

No ano de 2017, a média entre 30 melhores terminais do Brasil de consignação,

foi de 512,13 contêineres por navio. Dentre os principais terminais, irão ser considerados

para análise mais a fundo os principais concorrentes do Porto do Açu, que se localizam

na região sudeste, como pode ser visto na tabela 6, que são:

Tabela 6 - Consignação Média por ano

Consignação (TEU/navio)

Porto Terminal 2015 2016 2017

Santos Dp World Santos - (TUP) 1.344 1.415 1.607

Santos BTP 1.546 1.530 1.584

Santos Libra Terminais 1.702 830 1.264

Santos Santos Brasil 1.653 1.709 1.655

Itaguaí Sepetiba Tecon 694 659 783

Rio de Janeiro Libra T1 603 451 543

Rio de Janeiro Multiterminais (Multi-Rio T2) 547 578 586

Vitória TVV 907 889 906

Fontes: [10] e [11]

Tais terminais, apresentaram uma média de, em torno de, 1.110 contêineres

movimentados por embarcações durante os anos em análise.

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Sendo assim, a média dos terminais que viriam a ser possíveis competidores do

Porto do Açu possuem altas consignações médias, o que indica um bom desempenho

dos terminais.

2.2.3.2 PRANCHA MÉDIA

A prancha média mede a quantidade de contêineres movimentados por tempo

de operação.

Indica o quão rápido é um terminal, no que diz respeito a movimentação de

contêineres.

Esse fator é muito importante, pois reflete de forma clara, que quanto mais rápido

for a movimentação de contêineres em um terminal, menos o navio ficará no cais,

resultando em uma maior celeridade da viagem e um melhor retorno financeiro.

Novamente, serão consideradas operações de embarque e desembarque.

A unidade a ser utilizada para é o MPH que significa Movimentação por hora.

Quanto maior a prancha média, melhor é o desempenho de um terminal.

A considerar a média dos 30 melhores terminais, sua média é 41 MPH.

Porém, no presente trabalho, será dado mais ênfase aos possíveis competidores

do Porto do Açu, que se localizam na região Sudeste, como pode ser visto na tabela 7:

Tabela 7 - Prancha média em Movimentos por hora (MPH)

Fontes: [10] e [11]

Pode ser observado que os competidores do Porto do Açu estão acima da média

nacional, uma vez que sua média no último ano é de 57 MPH.

2.2.3.3 TEMPO MÉDIO

Este indicador é composto por vários subitens, incluindo: tempo de espera,

tempo para operação, tempo de operação e tempo para desatracação.

A figura 6, a seguir, apresenta a média entre os 30 melhores terminais em

questão de desempenho para os tempos médios:

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19

Figura 6 - Tempo médio percentual entre os 30 melhores terminais brasileiros

Fontes: [10] e [11]

Em termos de números abstratos, é possível observar os seguintes valores:

Figura 7 - Tempo médio em termos absolutos por hora dos 30 melhores terminais brasileiros

Fontes: [10] e [11]

É possível observar que quase metade do tempo total da embarcação no

terminal, é gasto na operação.

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20

A média total, dos 30 melhores portos em cada atributo, de estadia é 17,7 horas,

enquanto que a média total atracado é 13,1 horas.

Um próximo passo é observar a média dos possíveis competidores do porto do

Açu, que será feito através da tabela 8:

Tabela 8 - Tempos médios entre os principais competidores do Açu (em horas)

Fontes: [10] e [11]

Figura 8 - Tempos médios em horas entre os principais terminais concorrentes do Açu

Fontes: [10] e [11]

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21

Figura 9 - Tempos médios em percentuais dos principais competidores do Açu

Fontes: [10] e [11]

Assim, pode ser observado, que portos competidores apresentam tempos

médios maiores que a média dos 30 melhores terminais do Brasil. Isso se dá,

principalmente, devido ao grande volume de embarcações recebidas por esses portos,

uma vez que os mesmos são, em sua maioria os portos e terminais mais movimentados

do Brasil e também pelo fato de Santos possuir uma altíssima consignação, o que

resulta em alto tempo atracado. Por isso, é sempre importante analisar o tempo médio

em paralelo com a prancha realizada pelo terminal.

Um destaque positivo, neste caso, são os terminais localizados no porto do Rio,

que apesar de possuírem grande volume de embarcações, conseguem realizar tempos

médios bem abaixo da média dos 30 melhores terminais e, principalmente, em relação

ao Porto do Santos.

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22

3 LINHAS REGULARES

As linhas regulares, também conhecidas como “liners”, são frotas de navios, que

possuem um mesmo proprietário ou gerenciamento, que fornece um serviço periódico,

entre portos pré-estabelecidos, além de oferecer um transporte de qualquer produto

dentro dos arredores desses portos, mediante a disponibilidade de datas e espaço.

Um mesmo itinerário, com obrigação de aceitar cargas de qualquer embarcador,

além de transportá-las, estando o navio carregado ou não, com datas fixas e

programações disponibilizadas publicamente, fazem desse serviço, diferente de outros

tipos de navegação.

Abaixo, serão descritas diferentes características do mercado de linhas

regulares e como o mercado se encontra hoje em dia, além de seus principais players.

3.1 CONFERÊNCIAS DE FRETE

Desde o início da criação das linhas regulares, as companhias de navegação de

linhas regulares se organizaram em acordos de cooperação.

As conferências de frete são organismos privados, que representam os

armadores presentes em uma determinada área. Elas consistem basicamente de um

cartel, no qual seu objetivo é regular o trafego em que atua, especialmente em termos

de taxas de frete e frequências de viagem. [9]

Tais conferências foram isentas de competição e por se tratarem de um cartel,

eram as controladoras do transporte marítimo em todo mundo. Grande parte das

mesmas, vinham operando por um longo período entretanto a relevância do sistema de

conferências de frete tem se tornado cada vez menor. O principal motivo para tal queda,

é dado pelo surgimento da conteinerização e o aumento da economia de escala, onde

a indústria abriu portas para navios cada vez maiores e com isso, formas alternativas

de cooperação surgiram, como consórcios e alianças.

3.2 CONSÓRCIOS

O termo consórcio se refere a soluções operacionais e organizacionais de

cooperação horizontal. [9]

Desde o advento da conteinerização, surgem os consórcios, objetivando reduzir

os custos por meio de um único serviço praticado.

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23

Cada consórcio é internamente regulado por um número de acordo específicos

entre os vários parceiros que decidem cooperar com diferentes graus de

comprometimento. [12]

Atualmente, esses acordos internos podem ser dividios em 3 tipos: VSA, SEA e

SCA.

3.2.1 VESSEL SHARING AGREEMENT (VSA)

É a forma mais comum dos acordos existentes. Como o próprio nome diz,

consiste basicamente em um acordo entre duas ou mais partes, com o objetivo de dividir

os espaços disponíveis nos navios, de modo a otimizar os espaços nas embarcações e

assim diminuir o custo operacional e maximizar o lucro.

O contrato é firmado entre as partes para operar um serviço em uma rota

específica, e utilizando uma determinada parte de navios.

3.2.2 SLOT CHARTER AGREEMENT (SCA)

O SCA é um contrato fechado entre diferentes companhias de navegação, que

compram ou vendem uma alocação definida (espaço ou peso) em um navio a partir de

um preço acordado e por um determinado período mínimo de tempo previamente

definido (CMA-CGM).

Ao invés de firmar um VSA, a companhia de navegação opta por comprar certas

quantidades de espaço a bordo dos navios da operadora daquele trade, minimizando

seu envolvimento dentro do arranjo do serviço, evitando assim realizar a operação do

navio.

3.2.3 SLOT EXCHANGE AGREEMENT (SEA)

Semelhante ao SCA, porém, ao invés de uma venda ou compra de espaço a

bordo dos navios, há uma troca recíproca.

Todas as partes envolvidas colaboram com uma quantidade de navios.

A grande vantagem destas práticas é o aumento da competitividade das

transportadoras, que podem reduzir seus preços, uma vez que seus custos são diluídos

entre diferentes transportadoras e seus espaços otimizados.

A flexibilidade dos consórcios é também dada ao fato de que eles permitem as

transportadoras a modificarem a quantidade de recursos empregados e ajustá-los

rapidamente em função das mudanças de mercado e necessidades dos clientes.

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24

3.3 ALIANÇAS

Alianças, também conhecidas como “Global Alliances”, são acordos

cooperativos onde muitas companhias de navegação se reúnem em serviços de

navegação de linha regular ao redor do mundo. Desta maneira, os membros da aliança

podem compartilhar os riscos do investimento e aumentar as taxas de utilização de seus

navios. [9]

Desta forma, pode-se dizer que essas alianças realizaram uma importante

transformação no que diz respeito as formas de acordo realizados entre as linhas, uma

vez que cobrem uma gama de serviços, mas sim, cobrir todos os grandes serviços tanto

nos troncos Leste-Oeste quanto no tronco Norte-Sul.

Inicialmente, o objetivo das alianças ia além dos serviços marítimos e servia para

unir forças nas operações portuárias e logísticas terrestres, que demandavam altos

custos. Porém, no fim das contas, os grandes transportadores decidiram limitar esses

acordos à navegação, de modo a manter “independente” aquelas atividades de suas

cadeias logísticas garantindo um alto potencial de valor-agregado. Nas Alianças, os

modos de redução de custo são os mesmos aplicados nos Consórcios. De fato, dentro

de uma Aliança, os membros dividem os riscos em vários serviços utilizando múltiplos

SCA, SEA e VSA. [9]

Estas Alianças possuem um foco explicito na racionalização dos custos e não de

cobrir vendas conjuntas, fixação de preços e mercados, unir os proprietários dos navios,

compartilhar receitas ou dividir lucros e prejuízos, unir o gerenciamento das atividades

e funções executivas. Ao invés disto, as Alianças, se uniram em uma integração

completa das capacidades dos serviços das partes e não para fixação de preços.

Estratégias de marketing são realizadas individualmente e podem variar entre as

diferentes partes da Aliança. [9]

Intrinsicamente, as Alianças tiveram uma perspectiva de longo termo e intenção

de engajar os membros por muitos anos em objetivos comuns. Não menos importante,

os últimos dez primeiros anos da atividade desses acordos foram altamente instáveis a

medida que seus membros mudavam frequentemente por conta de fusão em atividades,

mudanças de membros de uma aliança para outra, entrada e saída de atividades,

falência de alguns dos membros, além de outras diversas razões. Em uma fase

subsequente, as Alianças entraram em um estágio de maior maturidade e suas

composições foram se tornando mais estáveis. [9]

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25

Figura 10 - Evolução das Alianças Estratégicas Globais -1996 a 2015

Fonte: [9]

Na figura 10, pode ser visto a evolução das alianças, até como se encontram

atualmente.

Em meados dos anos 2000, a estabilidade em que as alianças se encontravam

sofreu um grave choque e se quebrou por uma nova composição de membros. Devido

à grande crise financeira e com o crescimento de economias de escala, resultaram as

grandes transportadoras se uniram novamente. Como resultado da formação das

Alianças, as posições das “companhias independentes” praticamente desapareceram

na indústria.

A figura abaixo, apresenta a atual configuração das Alianças.

Figura 11 - Configuração atual das Alianças

Fonte: [9]

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26

4 MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NO BRASIL

4.1 ANTAQ

A ANTAQ tem por finalidade implementar as políticas formuladas pelo Ministério

dos Transportes, Portos e Aviação Civil, pelo Conselho Nacional de Integração de

Políticas de Transporte – CONIT, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na

legislação. É responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de

prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura

portuária e aquaviária.

A Agência dedica-se a tornar mais econômica e segura a movimentação de

pessoas e bens pelas vias aquaviárias brasileiras, em cumprimento a padrões de

eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e

tarifas. Arbitra conflitos de interesses para impedir situações que configurem competição

imperfeita ou infração contra a ordem econômica, e harmoniza os interesses dos

usuários com os das empresas e entidades do setor, sempre preservando o interesse

público. Além disso, Antaq é o órgão que promove estudos específicos de demanda de

transporte aquaviário e atividades portuárias. [13]. Neste sentido, a agência fornece, em

sua página da internet, informações sobre o Desempenho Operacional dos Serviços

Portuários, denominado Desempenho Portuário, através do Sistema de Informações

Gerenciais – SIG. Portanto, todos os dados estatísticos e referências deste trabalho,

relacionados a movimentação de contêiner, fazem parte deste banco de dados.

4.2 PANORAMA GERAL

A ANTAQ divide o transporte de contêiner em cinco grandes tipos: longo curso,

cabotagem, apoio marítimo, apoio portuário e de interior. Utilizando o banco de dados

da Antaq, pode ser visto que o transporte de longo curso e cabotagem é responsável

por 99,4% da quantidade total de TEU movimentados no pais. Isso se dá, pelo fato do

Brasil não utilizar muito de navegação de interior e possuir grande parte de seus

produtos sendo transportado para fora do Brasil ou ao longo da costa do Brasil.

Sendo assim, serão analisados apenas esses 2 tipos de seguimentos no

presente trabalho, porém, todas serão definidas abaixo:

• A navegação de longo curso é o nome dado ao transporte realizado

através de vias marítimas, de bens ou pessoas, de um porto localizado

em um país para outro porto, de país de destino diferente do país de

origem.

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27

• A navegação de cabotagem é realizada por vias marítimas,

transportando bens ou pessoas, de um porto localizado em um país para

outro localizado no mesmo pais.

• A navegação de apoio portuário é aquela realizada exclusivamente nos

portos e terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e

instalações portuárias

• Navegação de apoio marítimo é a realizada para o apoio logístico a

embarcações e instalações em águas territoriais nacionais e na Zona

Econômica, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e

hidrocarbonetos.

• A Navegação interior é realizada em hidrovias interiores, em percurso

nacional ou internacional.

Na figura 12, abaixo, pode ser vista a comparação entre o volume movimentado

em TEU no Longo Curso e na Cabotagem entre os anos de 2015 e 2017:

Figura 12 - Diferença percentual e absoluta de movimentação de contêiner entre cabotagem e longo curso

Fontes: [10] e [11]

Por se tratarem de viagens mais longas, pode ser visto que a movimentação de

longo curso é responsável por em torno de 3 vezes a quantidade de TEUs realizado

pela cabotagem.

Deste número, a maior parte dos mesmos transita pelos Portos, como podemos

observar no gráfico abaixo, porém, pode-se ver um crescimento constante da

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movimentação nos TUPs nos últimos anos. Este crescimento é devido, principalmente,

o aumento da quantidade de TUPs, aos altos investimentos privados e também ao

crescimento da produtividade e da eficiência operacional, além do grande

congestionamento dos Portos públicos e uma série de problemas burocráticos.

A figura 13 mostra a diferença percentual da quantidade total de TEU

movimentados em portos e nos TUPs.

Figura 13 - Diferença percentual e absoluta de movimentação de contêiner entre portos públicos e TUPs

Fontes: [10] e [11]

4.3 CLUSTER DO LESTE

O volume nacional de contêiner cresce em média 4,87% ao ano nos últimos 8

anos, como pode ser visto na figura 14.

Figura 14 - Volumes de contêiner no cluster do leste ao longo dos anos

Fontes: [10] e [11]

6.783

7.905 8.219 8.995 9.316 9.352 8.955

9.464

-

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Thro

ugh

pu

t V

olu

me

(k

TEU

)

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29

Considerando ainda esse cenário nacional, o mercado de contêiner brasileiro

pode ser dividido em 5 clusters principais: Norte, Nordeste, Leste, Santos, Sul. Essa

divisão é importante, uma vez que nos próximos capítulos serão consideradas 2

cenários diferentes: um cenário considerando o terminal de contêineres do Açu como

um terminal para atender as demandas locais, o que resulta numa competição direta

com os portos do cluster sudeste, e uma outra onde é considerado o terminal do Açu

como um porto de transbordo, que irá realizar competição com o cluster de Santos.

Figura 15 - Diferentes clusters de operação de contêiner

Fonte: Autor

Na figura 15 é importante notar qual é o mercado consumidor interno de cada

uma das regiões, e portanto, onde o Açu pode competir, sendo esses os estados do:

Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com ênfase para o último devido a

posição geográfica estratégica do porto e seu poder de consumo. Na tabela 9, podem

ser vistas as quantidades de carga em TEUs por cluster.

Tabela 9 - Volume em TEUs por cluster

Volume em TEUs 2015 2016 2017

Cluster Norte 677.645 655.449 658.103

Cluster Nordeste 998.148 989.372 1.111.564

Cluster Leste 742.611 676.301 777.259

Cluster Santos 3.762.565 3.502.895 3.761.633

Cluster Sul 3.171.107 3.130.949 3.155.209

Brasil 9.352.076 8.954.966 9.463.768 Fonte: [10] e [11]

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Analisando mais no detalhe os concorrentes inseridos no mesmo cluster, pode

ser visto que devido a localizado geográfica e o mercado consumidor interno o principal

concorrente para um terminal de contêineres no Açu é o Porto de Vitória (TVV), seguido

pelos Portos do Rio de Janeiro (Libra e Multirio) e Itaguaí (Sepetiba Tecon). O Porto de

Santos também é um concorrente direto, mas no que diz respeito ao transbordo.

Devido às limitações físicas do Porto de Vitória, como calado e LOA das

embarcações, 86% das exportações de contêineres e 91% de suas importações de

contêineres devem ser transbordados, pois as restrições não permitem que a maioria

dos serviços de águas profundas ofereça chamadas diretas.

Essas comparações com os possíveis competidores serão trazidas mais a fundo

no Cap. 6 (Portos e Potenciais Terminais Competidores), porém, na tabela 10 é possível

observar as informações sobre os portos competidores.

Tabela 10 - Movimentação de contêiner por TEUs

Volume (TEU/ano)

Porto Terminal 2015 2016 2017

Santos Dp World Santos - (TUP) 618.240 615.577 618.619

Santos BTP 1.066.917 1.216.717 1.301.785

Santos Libra Terminais 452.742 143.658 351.476

Santos Santos Brasil 1.289.361 1.391.237 1.276.046

Itaguaí Sepetiba Tecon 228.173 205.041 282.682

Rio de Janeiro Libra T1 122.969 91.177 115.159

Rio de Janeiro Multiterminais (Multi-Rio T2) 171.081 177.564 164.072

Vitória TVV 205.068 184.811 193.938

Fontes: [10] e [11]

Figura 16 - Divisão por cluster da movimentação em TEUs em 2017

Fontes: [10] e [11]

Cluster Santos; 3761,63; 40%

Cluster Sul; 3155,21; 33%

Cluster Norte; 658,10; 7%

Cluster Leste; 777,26; 8%

Cluster Nordeste; 1111,56; 12%

Divisão por Cluster (K TEU)

Cluster Santos Cluster Sul Cluster Norte Cluster Leste Cluster Nordeste

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Olhando mais no detalhe o cluster Leste, que é o cluster de maior competição

com o Porto do Açu, pode-se observar a movimentação em TEUs por portos na figura

17:

Figura 17 - Divisão em TEUs pelos portos dentro do cluster leste

Fontes: [10] e [11]

Pode-se também observar, na figura 18, que analisando o cluster leste, a

seguinte proporção de contêineres cheios e vazios e a divisão entre longo curso e

cabotagem na figura 19:

Figura 18 - Divisão entre contêineres cheios e vazios no cluster leste

Fontes: [10] e [11]

Rio de Janeiro; 279,23; 37%

Vitória; 193,94; 26%

Itaguai; 282,68; 37%

Cluster Leste (K TEU)

Rio de Janeiro Vitória Itaguai

71,8%

28,2%

Conteinêres Cheios e Vazios

Cheios Vazios

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Figura 19 - Divisão por viagens de longo curso e cabotagem dentro do cluster leste

Fontes: [10] e [11]

Na tabela 11, podem ser observados também quem são os maiores “shippers”

do cluster Leste:

Tabela 11 - Maiores "shippers" dentro do cluster leste

Fonte: Autor

65,0%

35,0%

Longo Curso x Cabotagem

Longo Curso Cabotagem

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Os maiores destinatários são apresentados na tabela 12, a seguir:

Tabela 12 - Maiores destinatários dentro do cluster leste

Fonte: Autor

A seguir podemos ver o market share por linha regulares para o Cluster do Leste:

Figura 20 - Percentual de mercado por linhas regulares

Fonte: Autor

A figura 21 apresenta as maiores rotas para esse cluster específico:

34,00%

15,00%12,00%

10,00%

6,00%

5,00%

3,00%

3,00%3,00%

3,00%

6,00%

Market share por linha MSC

Hamburg Sud

Hapag Lloyd

CMA-CGM

NYK Line

PIL

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Figura 21 - Percentuais de mercado por rota

Fontes: [10] e [11]

E os atuais serviços, tabela 13, realizados pelas linhas regulares no cluster

sudeste:

Tabela 13 - Tabela das principais linhas regulares no cluster leste

Rota Serviço Empresa Navios Capacity

(TEU)

DWT LOA Beam Draft BRAZILIAN ROTATION

(tons) (m) (m) (m)

Cabotagem

ALCT 2 ALIANÇA, MAERSK

2 2.524 TEU 33.925 208,0 30,0 9,5 Santos > Pecém > Vitória > Santos

LOGIN COASTAL

LOGIN, MERCOSUL

and MAERSK 4 2.500 TEU 37.800

217,0 28,0

11,6

Suape > Santos > Itajaí > Paranaguá > Santos > Itaguaí > Suape > Pecém > Manaus > Suape

211,0 30,0

VITÓRIA FEEDER

MSC, LOGIN 2 2.400 TEU 23.896 182,0 28,0 10,6 Santos > Vitória > Santos

Golfo do México / Caribe

BRAZEX CMA CGM 8 3.300 TEU 42.000 220-240

32,2 12,0

Manaus > Vitória > Santos > Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

Costa Pacífica da América do Sul

CONOSUR HSUD, HL 7

1.600 TEU 46.000 224,0 35,0

12,5 Itapoá > Rio de Janeiro > Santos > Rio Grande 3.400 TEU 46.130 228,0 32,0

Africa Ocidental SAMWAF CMA CGM, HSUD, NILE

DUTCH 6 3.500 TEU 42.082

220-230

32,2 12,2 Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro

Costa Leste dos EUA

TANGO HSUD, NYK,

HL 7

3.800 TEU 71.588 272,0 40,0 13,2

Santos > Buenos Aires > Rio Grande > Itapoá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador > Pecém 5.500 TEU

UCLA HSUD, NYK,

HL 7

5.500 TEU

65.066 272,0 40,0 13,2

Suape > Santos > Itapoá > Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

6.500 TEU

Norte da Europa

NWC1

MSC, CMA CGM,

MAERSK, HSUD, HL,

ZIM

7

5.500 TEU 68.122 275,0

40,0

13,9 Rio de Janeiro > Santos > Paranaguá > Navegantes > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

6.700 TEU 67.566 279,0 15,4

Mar mediterrâneo

WMED MSC, HSUD,

Maersk, CMA CGM, HL

8 5.500 TEU 80.410 286,0 40,0 13,4 Rio de Janeiro > Santos > Buenos Aires > Montevideo > Rio Grande > Navegantes > Itapoá > Santos

Bossa Nova

MSC, Maersk, CMA-CGM

6 10.500 TEU 114.200

300,0 48,0 14,5 Salvador > Itaguaí > Santos >

Itapoá > Rio Grande > Itajaí > Itapoá > Santos > Itaguaí 8.500 TEU 95.000 13,6

Extremo Oriente

ASAS II

HSUD, CMA CGM, HL,

CSG, HMM, UASC

13 10.600 TEU 134.000 333,0 48,0 14,0 Itaguai > Santos > Itapoá > Imbituba > Paranaguá > Santos > Itaguai

Fonte: Autor

35,00%

19,00%

16,00%

15,00%

9,00%

4,00%

2,00% Market share por rotaJapão, Austrália,Nova Zelândia eExtremo Oriente

Mar do Norte, RU e"Atlantic Europe"

Golfo do México,América Central,Golfo Caribenho eCosta Oeste dos EuaMediterrâneo, Marnego, Escandinávia eBaltico

Canada e Costa Lestedos Eua

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5 PORTO DO AÇU

O Porto do Açu é um empreendimento portuário, desenvolvido e construído pela

Prumo Logística, uma holding que possui diversos de outros seguimentos das industrias

de: transbordo de petróleo, manutenção e reparo naval, transporte de minério de ferro,

combustíveis marítimos e mais recentemente, possui um projeto de 2 termoelétricas que

está em fase de desenvolvimento.

A Prumo Logística possui como sócio majoritário o EIG Global Energy Partners,

que detém perto de 93% da empresa e 7% do Banco Mubadala.

O porto está localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, mais precisamente

no município de São João da Barra, a aproximadamente 150 km da Bacia de Campos,

onde a maior parte dos campos maduros está localizada. Na figura 22, pode ser vista a

posição estratégica do Porto do Açu.

Figura 22 - Posição estratégica do Porto do Açu

Fonte: [14]

A hinterlândia do Porto do Açu abrange a região sudeste do país, responsável

por aproximadamente 75% do PIB brasileiro e em torno de 75% das exportações (Prumo

Logística, 2016). Essa informação é um argumento importante dentre as motivações

para a instalação de um terminal de contêiner no Porto do Açu.

Na figura 23, pode ser visto os clientes instalados no Porto do Açu.

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36

Figura 23 - Clientes instalados no Portodo Açu

Fonte: [14]

5.1 EMPRESAS DA HOLDING PRUMO ESTABELECIDAS NO PORTO DO

AÇU

5.1.1 FERROPORT

É uma joint-venture entre a Anglo American e a Prumo Logística onde cada

empresa detêm 50%. A operação é toda da Anglo American.

Com as operações iniciadas em 2014, traz através de um mineroduto que vem

de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, o minério de ferro que será tratado e

exportado para a China.

Possui um contrato de 25 anos com a Anglo American, tendo garantido um

volume de 26,5 milhões de toneladas por ano, o que fez dela no ano de 2017 o 4º

terminal privado em exportação de minério de ferro. [10]

Sua operação é realizada no terminal 1, mais conhecido como terminal offshore,

que no terminal da Ferroport, possui profundidade de 20,5 m e 3 kilômetros de píer,

conforme a figura 24:

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37

Figura 24 - Terminal Offshore do Porto do Açu

Fonte: [14] Modificada

5.1.2 AÇU PETRÓLEO

É uma joint venture entre Prumo e Oil tanking, onde a Prumo detêm 80% da

empresa e a Oil Tanking 20%, porém é a Oil Tanking que realiza a operação.

Operacional desde 2016, possui 3 berços e sua função principal é o terminal que

realiza transbordo de petróleo, através de um navio que recolhe óleo cru dos campos e

transborda para uma embarcação maior que depois será exportada.

Possui um contrato de 20 anos com a Shell, que garante no mínimo 200 mil

barris por dia, além de um contrato de 3 anos com a empresa Galp.

Após a dragagem realizada no último ano, é capaz de operar com VLCCs, uma

vez que seu terminal foi dragado até 25 m de profundidade.

Possui uma frota de rebocadores dedicada a operação e seus planos futuros

consideram expansão para realizar tancagem flutuante com capacidade de 2 milhões

de barris, além de tancagem (até 10 milhões de barris), tratamento e blending de

petróleo. A figura a seguir mostra a localização do terminal da Açu Petróleo.

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Figura 25 - Terminal Offshore do Porto do Açu com foco na Açu Petróleo

Fonte: [14] Modificada

Tanto a Ferroport quanto a Açu Petróleo são localizadas no Terminal 1 do Porto

do Açu, mais conhecido como Terminal Offshore.

5.1.3 TERMINAL 2

O Terminal 2 (T2) mais conhecido como terminal onshore, tem potencial para 14

km de cais, além de 6,5 km de extensão, 300 m de largura e uma parte com 14,5 m de

profundidade e a parte final do mesmo com 10 m de profundidade. Possui em sua

retroárea 90 km² de área, onde segundo o planejamento portuário da empresa, em torno

de 55 km² se tornam locáveis.

Além disso, possui 2 Molhes: Molhe Sul e Molhe Norte, o primeiro deles

construído para operações de óleo e gás, como atracação, troca de turma, manutenção

e o segundo será utilizado para atracação de FRSU e LNGs do Hub de Gás que será

desenvolvido no Porto.

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Figura 26 - Terminal Onshore do Porto do Açu

Fonte: [14]

Dentro do terminal 2, as seguintes empresas estão estabelecidas:

• TechnipFMC – onde a mesma possui uma fábrica de flexíveis

• NOV - concorrente da TechnipFMC, a mesma possui também uma

fábrica no Porto.

• Wartsila – A mesma possui uma fábrica hibernada no porto, que foi

construída para atender a Sette Brasil e busca novos negócios.

• Intermoor – Utilizada para atracações e serviços de ancoragem

• Edison Chouest – Maior base de apoio offshore da América Latina, onde

possui 6 berços dedicados a Petrobras e 1 a Chevron

• Heliporto – Contrato assinado recentemente com a Aeropart e irá iniciar

a construção após obtenção das licenças. Projeção para 20 helicópteros.

• Centro de Conveniência – Total de 8.000 m² de área onde oferecerá lojas,

centro médico e escritórios.

• Além das subsidiárias da Prumo que serão descritas a seguir.

O Porto do Açu possui posição estratégica para o mercado de óleo e gás e se

localiza a aproximadamente 6 horas de navegação do Campo de Frade, na Bacia de

Campos, metade do tempo de navegação de Macaé até este campo.

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5.1.4 BP-PRUMO

Uma joint venture entre Prumo e BP, onde cada uma possui 50% da empresa,

operacional desde 2016.

Possui um Terminal (Tecma), onde importa, exporta, vende, armazena, mistura,

distribui e comercializa combustível marítimo. Tem infraestrura que permite ao porto

receber uma variedade de embarcações e atividades, como PSV, Cabotagem e navios

de longo curso.

Dispõe de um PSV que vai ao campo e nos fundeios próximos ao porto para

abastecer outras embarcações, além de receber embarcações para serem abastecidas.

Está localizada na parte do terminal que apresenta 14,5 m de profundidade.

5.1.5 DOME

Uma joint venture entre Prumo e GranIHC, onde cada uma possui 50% da

empresa, operacional desde 2016.

Possui um Terminal, onde realiza manutenção e reparos navais, hibernação de

unidades offshore e construção e integração de módulos e “skids”.

Possui uma retroárea com 47.000 m², sendo 30.000 m² é de pátio e 17.000 m²

em armazéns. Seu cais tem 460 m de extensão e está localizado na parte do canal que

possui 14,5 m de profundidade.

5.1.6 GÁS NATURAL AÇU

Uma joint venture entre Prumo, Siemens e BP, a qual serão construídas 2 usinas

termelétricas premiadas em leilões governamentais, gerando 3 GW de energia

Licença ambiental concedida para 3,4 GW adicionais, terminal capaz de importar

14 milhões de m³ de GNL. Tal projeto irá aumentar em mais de 30% a capacidade atual

do estado do Rio de Janeiro, garantindo a segurança energética do pais.

5.1.7 A PORTO DO AÇU

A Porto do Açu S.A. é a empresa que gere e administra o complexo portuário do

Açu.

Anteriormente, era uma empresa que era 100% do grupo Prumo Logística,

porém, recentemente teve parte da empresa comprada pela empresa “Port of Antwerp

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International”, um braço do Porto de Antuérpia para parcerias internacionais. Além disso,

a “Port of Antwerp International” cederá anos de consultoria ao Porto do Açu.

Do ponto de vista estratégico, a Porto do Açu S.A. ganha mais visibilidade ao ter

um parceiro como esse e a parceria do segundo maior porto da Europa e o 15º maior

porto de contêiner no mundo, que possui mais de 1000 empresas privadas no complexo.

A empresa possui também foco na sustentabilidade, possuindo uma série de

licenças ambientais e condicionantes ambientais, uma vez que possui a maior reserva

de restinga do mundo. Ainda na sustentabilidade, possui mais de 900 mil mudas

plantadas, 75 especies de restinga produzidas, 800 hectares plantados, R$ 12 milhões

de reais investidos. São 62 km de praia monitorados, mais de 238 mil filhotes de

tartarugas soltos por ano.

Para a população local, são mais de 3.600 pessoas atingidas pelos Projetos

Sociais (10% da população do município de São João da Barra), além de 4.000

trabalhadores no Porto do Açu.

Atualmente, a empresa possui 2 macro geradores de receita:

• Aluguel de áreas no complexo industrial, onde normalmente são

exercidos contratos de longo prazo

• Terminal Multicargas que realiza movimentações de granéis sólidos e

cargas de projetos, além de operações “spots” de óleo e gás para troca

de turma ou qualquer tipo de carregamento de insumos.

5.1.7.1 TERMINAL MULTICARGAS

Segundo a Prumo Logística, o terminal onshore (T2) possui 6,5 km de extensão

com possibilidade de 14 km de cais, 300 m de largura de 14,5 m de profundidade no

primeiro dente e 10 m de profundidade no segundo.

Dentro do primeiro dente, o terminal multicargas, mais conhecido como T-MULT

está inserido, portanto, é um terminal que possui 14,5 m de profundidade, com 12,1 m

de calado homologado hoje.

Hoje em dia, como descrito acima, o mesmo realiza movimentação de granéis

(como bauxita, coque, carvão e mais recentemente sucata) e carga de projeto (Bobinas,

caminhões fora de estrada, pás eólicas), além de possuir 2 sondas hibernando em 1 de

seus berços.

O T-MULT é considerado uma opção logística eficiente para tais clientes,

principalmente por possuir uma boa disponibilidade de cais, além de se tratar de um

terminal privado, localizado em porto privado, o que acarreta em uma menor burocracia.

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Também, se trata de um terminal alfandegado e também conta com

“International Ship and Port Facility Security Code (ISPS Code)”, código Internacional

para Segurança de Navios e Instalações Portuárias, uma norma internacional de

segurança para controle de acessos e monitoramento que garante uma maior

segurança ao terminal. As medidas foram adotadas depois dos atentados de 11 de

setembro em Nova York. Por exigência dos Estados Unidos, os portos do mundo todo

tiveram que adotar medidas especiais de segurança.

O sistema de VTS no Centro Operacional do Trafego Marítimo (CCOTM), para

controle de trafego e acesso de todo o porto é mais uma de suas qualidades, uma vez

que aumenta a segurança dos acessos.

O T-MULT, atualmente, é um terminal sob a responsabilidade da Porto do Açu

Operações S.A., e conta com uma retroárea de 190.000 m², contendo vias de acesso e

de circulação viária, estacionamento para caminhões e veículos leves, área

administrativa, áreas para estocagem de granéis em pilhas e demais cargas, locais para

lavagem de caminhões. Possui contratos de Adesão e Termo de Liberação de

Operações válidos na ANTAQ, além de Licença de Operação ambiental junto ao INEA.

O mesmo possui 2 guindastes movéis (MHC), 4 grabs com capacidade de 20 m³

e 2 de 30 m³ para movimentação de granel sólido, 2 spreaders bars para cargas e 6

para carga de projeto e carga geral, 2 empilhadeiras de pátio para granéis e 10

caçambas articuladas com capacidade de 20 m³ para movimentação de granel sólido

Possui as atuais características de atracação de:

• Comprimento operacional do cais: 500 metros

• Comprimento útil, atual: 350 metros

• Profundidade: 14,5 metros, sem restrições para expander profundidade

para 18m

• Calado homologado: 13,1 m

• Capacidade de Carga: 3,6 milhões de toneladas de granel sólido e 0,4

milhões de toneladas de cargas de projeto.

• Bacia de evolução de 600 m

A localização mostrada na figura 27 mostra a localização atual do T-MULT,

dentro do Terminal 2.

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Figura 27 - Localização do T-MULT no Porto do Açu

Fonte: [9]

Porém, como podemos ver na primeira foto, existe uma distância entre o fim do

terminal atual e a NFX, o que resulta em uma capacidade de ampliação para

aproximadamente 1215m de comprimento por 300 m de largura, conforme Figura 28

abaixo.

Figura 28 - Porto do Açu

Fonte: Google Earth alterado

Nessa área de expansão, que seria feito uma ampliação do cais para que possa

haver movimentações de contêiner. As dimensões a serem consideradas tanto para

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pátio, quanto para retroárea serão vistas mais a frente, em um capítulo exclusivo para

o novo terminal, onde será realizada uma viabilidade econômica do terminal, bem como

os custos operacionais para entrada e saída de uma embarcação para operar contêiner

no Açu.

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6 PORTOS E POTENCIAIS TERMINAIS COMPETIDORES

A seguir, serão analisadas as principais vantagens e desvantagens em relação

aos principais competidores do Porto do Açu, onde em um primeiro momento serão

analisados os portos que competem com um terminal local no Açu, que são Rio de

Janeiro, Vitória, Sepetiba e em um segundo momento o Porto de Santos, que é um

competidor para o Açu na parte de Transbordo, considerado um objetivo mais a longo

prazo.

6.1 VITÓRIA

O Porto de Vitória está localizado entre as cidades de Vila Velha, Vitória e

Cariacica, em uma das regiões de vital importância para o desenvolvimento do estado

do Espírito Santo. O Píer Comercial de Vitória, localizado na cidade de Vitória, é um

terminal público administrado pela CODESA. É subdividido em quatro berços para

operar carga geral

O Cais de Capuaba, localizado na cidade de Vila Velha, na baía de Vitória, é

composto por cinco berços, dos quais três são arrendados a empresas privadas e dois

berços ainda são gerenciados pela CODESA.

Alterações na Lei dos Portos facilitaram a expansão para áreas contíguas e o

TVV (Terminal Vila Velha) espera aumentar sua capacidade em mais de 40%.

Os acessos logísticos são:

• Rodoviário (BR-101, BR-262, ES-080)

• Ferroviário (Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e Ferrovia Centro

Atlântica (FCA))

Possui 2 berços para contêiner, 4 para carga geral, 4 para granel sólido e 1 para

granel líquido.

Linhas operando em Vitória são: MSC, HAMBURG-SUD, MAERSK LINE,

ALIANÇA, HAPAG-LLOYD, CMA-CGM, NYK LINE, SAFMARINE, COSCO,

MERCOSUL.

Figura 29 - Volume de movimentação por TEUs no Porto de Vitória

Fontes: [10] e [11]

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Os volumes de movimentação em TEUs, podem ser vistos na figura 29.

Figura 30 - Mapa do Porto de Vitória

Fonte: Autor

Em um primeiro momento, Vitória (mais especificamente o TVV) se torna o

principal competidor do Açu, uma vez que compartilha da mesma interlândia do Açu,

além de possuir uma restrição física muito grande no que diz respeito ao LOA e o calado

da embarcação.

Sendo assim, um terminal de contêiner no Porto do Açu se torna uma excelente

alternativa para esse mercado. Aproximadamente, 90% da carga movimentada pelo

TVV é transbordada para ou de outros portos para um navio com maiores dimensões.

• Potencial vantagens comparativas (Porto do Açu em relação a Vitória)

o Capacidade física

o Proximidades de alguns mercados (café e granito)

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o Menos burocracia por se tratar de um administrador portuário

privado

• Potencial desvantagens comparativas (Porto do Açu em relação a Vitória)

o Mercado e terminais consolidados

o Atualmente, possui capacidade ociosa

6.1.1 TVV (TERMINAL DE VILA VELHA)

Infraestrutura do terminal:

• Acionista: Log-in Logística intermodal

• Aspectos físicos:

o Comprimento: 440 m

o Calado: 11,2 m

o Número de Berços: 2

o LOA max: 242,99 m

o Boca max: 32,49

o Principais equipamentos: 3 Portainers

o Retroarea: 108.000 m² (pátio de contêiner)

• Principais cargas:

o Contêiner

o Veículos

o Granito

Os volumes e a produtividade do terminal podem ser observados na figura 31.

Figura 31 - Movimentação e produtividade do Terminal de Vila Velha

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Fonte: [10] e [11]

Como apenas o TVV movimenta quantidades expressivas de contêineres,

apenas o mesmo será analisado dentro do Porto de Vitória.

As condições de infraestrutura do terminal são:

• Disponibilidade de retroarea: Pequena

• Potencial de expansão: Remoto

• Infraestrutura geral: má

• Distância da Capital: 0 km

Figura 32 - Foto do TVV

Fonte: Google

6.2 RIO DE JANEIRO

Localizado na costa oeste da Baía de Guanabara, o Porto do Rio de Janeiro é

administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro. Os problemas logísticos de

acesso são evidenciados pela falta de canais de acesso secundário, esses acessos aos

terminais de contêineres no porto do Rio de Janeiro estão congestionados e passam

por alguns bairros perigosos. Apesar de todos os problemas mencionados, o Rio de

Janeiro é um dos portos mais movimentados do país em termos de valor de mercadorias

e tonelagem.

Os principais produtos movimentados são contêineres, cargas de projeto,

produtos relacionados a petróleo e gás, carvão, trigo e ferro gusa.

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Tanto a Multiterminais e Libra estão sofrendo com o ônus de investir em infra-

estrutura, conforme exigido pela renovação da concessão, em um momento em que o

mercado está em baixa.

Os acessos logísticos são:

• Rodoviário (BR-040; BR-101; BR-116; RJ-071;RJ-083 (via Avenida

Brasil)

• Ferroviário (M.R.S. Logística S.A, conectando o porto a região centro-sul

Rio de Janeiro (Vale do Paraiba)

Possui 5 berços para contêiner, 2 para carga geral, 5 para passageiros, 2 para

veículos e 12 para produtos diversos.

Principais Linhas operando no porto do Rio de Janeiro são: MSC, HAMBURG-

SUD, MAERSK LINE, ALIANÇA, HAPAG-LLOYD, CMA-CGM, NYK LINE, SAFMARINE,

HANJIN, PIL, ZIM, MOL, BBC, INTERMARINE.

Figura 33 - Mapa do Porto do Rio

Fonte: Google Earth alterado

• Potencial vantagens comparativas (Porto do Açu em relação ao Rio de

Janeiro)

o Fora do congestionamento de uma cidade grande

o Menos burocracia por se tratar de um administrador portuário

privado

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• Potencial desvantagens comparativas (Porto do Açu em relação ao Rio

de Janeiro)

o Mercado e terminais consolidados

o Atualmente, possui capacidade ociosa

o Proximidade ao mercado do Rio de Janeiro

o Alta eficiência

Figura 34 - Volume de contêiner movimentado no Porto do Rio de Janeiro

Fonte: [10] e [11]

6.2.1 TECON 1 - LIBRA

Infraestrutura do Terminal:

• Acionista: Grupo Libra

• Concessão: Renovado para o terminal em 2011 permitindo operação de

2023 a 2048, sob condição de investir R$ 1 bilhão.

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 715 m

o Calado: 13,5 m (sem considerar a maré) ou 14,5 (considerando a

maré)

o Número de Berços: 2

o LOA max: 349 m

o Principais equipamentos: 4 Portainers

o Retroarea: 140.000 m² (pátio de contêiner)

• Principais cargas:

o Apenas contêiner

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Figura 35 - Movimentação e produtividade do terminal Libra

Fonte: [10] e [11]

Figura 36 - Foto do Terminal Libra

Fonte: Google

6.2.2 TECON 2 – MULTI-TERMINAIS

Infraestrutura do Terminal:

• Acionistas: Fink e Gávea Investimentos

• Concessão: Renovado para o terminal em 2011 permitindo operação de

2023 a 2048, sob condição de investir R$ 1 bilhão.

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 800 m

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o Calado: 13,5 m (sem considerar a maré) ou 14,5 (considerando a

maré)

o Número de Berços: 2

o LOA max: 349 m

o Principais equipamentos: 3 Portainers

o Retroarea: 180.000 m² (pátio de contêiner)

• Principais cargas:

o Apenas contêiner

Figura 37 - Movimentação e produtividade do terminal Multi

Fonte: [10] e [11]

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Figura 38 - Foto do terminal Multi

Fonte: Google

6.3 ITAGUAÍ

O Porto de Itaguaí (anteriormente chamado de Sepetiba) está se tornando um

importante porto com instalações para movimentação de contêineres, produtos

siderúrgicos, minério de ferro e outras cargas.

Localizado no Estado do Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil), o porto tem acesso

privilegiado a rodovias, ferrovias e marítimo.

A CSN investiu em infraestrutura e equipamentos com expectativa de aumento

de capacidade de 320 mil contêineres (ou 480 mil TEUs) para 440 mil contêineres (ou

670 mil TEUs) por ano

Em 2009, a Vale carregou quase 20 milhões de toneladas de minério de ferro

através de seu terminal no porto. O principal terminal do Porto é o Sepetiba TECON,

que movimenta os embarques de produtos siderúrgicos da CSN, movimentação de

contêineres, além de armazenagem, consolidação e desconsolidação de cargas.

A Sepetiba Tecon está tentando buscar um processo de venda, no entanto, é

improvável que o processo seja bem-sucedido, dadas as expectativas de avaliação do

vendedor. Sua concessão de 25 anos expira em 2026 e pode ser prorrogada por mais

25 anos.

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Figura 39 - Volume de movimentação em TEUs no Porto de Itaguaí

Fonte: [10] e [11]

Os acessos logísticos são:

• Rodoviário (BR-040; BR-101; BR-116; RJ-465; RJ-099). A recente

construção do Arco Metropolitano melhorou o acesso rodoviário ao porto)

• Ferroviário M.R.S. Logística S.A, através do pátio Brisamar, que também

se conecta à Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e à Gerdau

Possui 3 berços para contêiner, 1 para carvão e coque, 2 para minério de ferro.

Principais Linhas operando no porto de Itaguaí são: MSC, HAMBURG-SUD,

MAERSK LINE, ALIANÇA, HAPAG-LLOYD, CMA-CGM, NYK LINE, SAFMARINE,

COSCO, MERCOSUL.

Figura 40 - Mapa do Porto de Itaguaí

Fonte: Google Earth modificado

• Potencial vantagens comparativas (Porto do Açu em relação a Itaguaí)

o Menos burocracia por se tratar de um administrador portuário

privado

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• Potencial desvantagens comparativas (Porto do Açu em relação a

Itaguaí)

o Mercado e terminais consolidados

o Atualmente, possui capacidade ociosa

o Alta eficiência

6.3.1 SEPETIBA TECON

Infraestrutura do Terminal:

• Acionistas: CSN

• Concessão: Concessão termina em 2026, podendo renovar por mais 25

anos.

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 810 m

o Calado: Entre 13 e 14,7 m

o Número de Berços: 3

o Principais equipamentos: 3 Portainers

o Retroarea: 410.000 m² (pátio de contêiner)

o Principais cargas: Contêiner e carga geral

Figura 41 - Movimentação e Produtividade do terminal Sepetiba Tecon

Fonte: [10] e [11]

Como apenas o Sepetiba Tecon movimenta quantidades expressivas de

contêineres, apenas o mesmo será analisado dentro do Porto de Itaguaí

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Figura 42 - Foto do Sepetiba Tecon

Fonte: Google

6.4 SANTOS

Em um primeiro momento, está sendo considerado apenas os competidores

para uma movimentação de contêiner para atender o mercado local do Porto do Açu.

Porém, com o desenvolvimento do terminal e uma possível expansão do terminal para

que o mesmo vire um porto de Transbordo de contêineres do Brasil, uma vez que o

mesmo possui espaço viável no complexo portuário, além de possibilidade de dragagem

para atender os maiores navios porta-contêineres do mundo, o Porto de Santos se

tornaria um possível competidor para o Porto do Açu e por isso o mesmo será analisado

a seguir.

Porto de Santos é o maior porto do Brasil e o mais próximo do principal pólo

industrial e comercial do Brasil e nos próximos anos terão R$ 932,5 milhões em

investimentos públicos esperados. O Porto de Santos é essencialmente um “porto

público” administrado pela CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo),

órgão controlado pelo governo federal.

O porto está localizado em ambas as margens do estuário, e a recente dragagem

aumentou a profundidade do canal principal para 15m. O porto cresceu ao longo dos

anos e atingiu toda a sua capacidade dentro da área portuária atualmente definida

A entrada da BTP e da Embraport gerou excesso de oferta e significativa pressão

de preços no Porto.

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Figura 43 - Volume de contêineres no Porto de Santos

Porto de Santos possui o maior sistema multimodal do Brasil, conectando

rodovia, ferrovia e hidrovia, onde os principais acessos logísticos são:

• Rodoviário: SP-055 (Estrada Padre Manoel da Nóbrega); SP-150;

Sistema Anchieta Imigrantes - Ecovias Anchieta; SP-160 (Estrada dos

Imigrantes); SP-248 (Estrada Cônego Domenico Rangoni) e BR-101

(Rio-Santos)

• Ferroviário: América Latina Logística - ALL e M.R.S. Logística S.A. Por

dentro das instalações portuárias, as ferrovias são administradas pela

Portofer.

• Hidrovia: conectado a Tietê-Paraná.

Possui 17 berços para contêiner, 10 berços para carga geral, 8 para granel

sólido, 6 para químicos, 5 para fertilizantes, 5 para produtos de metal, dentre outros.

Principais Linhas operando no porto de Santos são: MSC, HAMBURG-SUD,

MAERSK LINE, ALIANÇA, CSAV, HAPAG-LLOYD, CMA-CGM, MOL, NYK LINE,

EVERGREEN, LIBRA ,COSTA CONTÊINER LINE, SAFMARINE, HANJIN, PIL, CHINA

SHIPPING, COSCO, MARUBA, ZIM, K-LINE, APL.

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Figura 44 - Mapa do Porto de Santos

Fonte: Google Earth modificado

• Potencial vantagens comparativas (Porto do Açu em relação a Santos)

o Menos burocracia por se tratar de um administrador portuário

privado, com exceção do DP-World que se localiza fora do porto

organizado

• Potencial desvantagens comparativas (Porto do Açu em relação a

Santos)

o Mercado e terminais consolidados

o Atualmente, possui capacidade ociosa

o Alta eficiência

o Modal variado

6.4.1 TECON: SANTOS BRASIL

Infraestrutura do Terminal:

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• Acionistas: Santos Brasil administra a TECON e a TEV sob a mesma

concessão, dividindo o berço norte

• Concessão: Renovada em 2015 permitindo operação de 2022 a 2047

com a condição de investir R$ 1,3 bilhão.

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 978 m

o Calado: 13,7 m (profundidade entre 13,7 – 15,0 m)

o Número de Berços: 4

o LOA Max: 336 m

o Principais equipamentos: 13 Portainers, 1 MHC, 46 pórticos

o Retroarea: 596.000 m² (pátio de contêiner)

• Principais cargas: Contêiner

Figura 45 - Volume e Produtividade do TECON - Santos Brasil

Fonte: [10] e [11]

6.4.2 BTP TERMINAL

Infraestrutura do Terminal:

• Acionistas: Terminal de investimento limitado-TIL (MSC) e terminais de

APM (Maersk)

• Concessão: Vence em 2027

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 1108 m

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o Calado: entre 12,8 m e 13,9 m (profundidade 15,0 m)

o Número de Berços: 3

o Principais equipamentos: 8 Portêineres, 24 transtainers

o Retroarea: 490.000 m² (pátio de contêiner). Capacidade estática

de 34,6 mil TEU.

• Principais cargas: Contêiner

Figura 46 - Volume e Produtividade do BTP Terminal

Fonte: [10] e [11]

6.4.3 EMBRAPORT (DP–WORLD)

Infraestrutura do Terminal:

• Acionistas: DP World

• Concessão: Vence em 2039

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 653 m

o Calado: 13,3 m

o Número de Berços: 2

o Principais equipamentos: 6 Portêineres, 22 Pórticos

o Retroarea: 237.000 m² (pátio de contêiner). Área de expansão

(300.000 m²)

• Principais cargas: Contêiner

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Figura 47 - Volume e Produtividade do Terminal da DP-World

Fonte: [10] e [11]

6.4.4 LIBRA TERMINAL SANTOS

Infraestrutura do Terminal:

• Acionistas: Grupo Libra

• Concessão: Concessão renovada em 2015 permitindo operação de 2020

a 2035, sob condição de investir R$ 750 milhões

• Aspectos físicos do terminal

o Comprimento do cais: 1085 m

o Calado: entre 11,8 e 13,4 m

o Número de Berços: 3

o Retroarea: 135.000 m² (pátio de contêiner). 15,1 mil TEU de

capacidade estática.

• Principais cargas: Contêiner

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Figura 48 - Volume e produtividade do Libra Terminais – Santos

Fonte: [10] e [11]

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7 VIABILIDADE DO TERMINAL

No capítulo a seguir, será abordado a viabilidade do terminal de contêiner do Açu

através de aspectos qualitativos e quantitativos. O primeiro tópico abordado será a

demanda de carga para a região adjacente ao porto do Açu e sua interlândia. A seguir,

serão tratados aspectos qualitativos no que tangem o desenvolvimento do complexo

portuário e sua correlação com o terminal de contêineres do Açu. Por fim, será analisado

no detalhe a competitividade do terminal, analisando seus custos de implementação e

sua tarifa de movimentação que será cobrada e também o custo para as linhas

acessarem o Porto, sejam eles acesso ao canal, rebocadores e praticagem.

7.1 MERCADO CONSUMIDOR

Como mencionado anteriormente, o maior competidor para um terminal de

contêiner no Açu é o Porto de Vitória (TVV), seguido de perto pelos Portos do Rio de

Janeiro (Libra e Multirio) e Itaguaí (Sepetiba Tecom).

Assim como também foi mencionado que devido as limitações do Porto de

Vitória, 86% dos contêineres exportados e 91% dos contêineres importados devem ser

transbordados (em Santos, principalmente), visto que as restrições não permitem que a

maioria dos “navios de águas profundas” acessem e ofereçam chamada direta.

Sendo assim, o mercado potencial de contêiner do Porto do Açu, neste primeiro

momento, será focado em:

• cargas de clientes atuais no Açu

• potenciais clientes localizados em Campos dos Goytacazes

• cargas operadas pelo Porto de Vitória, uma vez que não é necessário

transbordo.

Portanto, as cargas serão separadas em 2 tipos:

• Cargas Cativas: Clientes em/para Campos e São João da Barra

• Cargas Âncoras: Grandes volumes localizados na Interlândia do Açu

7.1.1 CARGAS CATIVAS

Baseado no banco de dados do Datamar e MDIC, foi possível mapear alguns

dos principais recebedores ou exportadores de carga da região. O volume de clientes

atuais do Porto do Açu (principalmente NOV e Technip) é de cerca de 2.400 TEU por

ano. A maior parte deste volume é importada da Europa.

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O volume da região de Campos é baseado principalmente em dois clientes: Dorel

(bens de consumo) e Corbion Purac (produtos químicos). O volume estimado desses

dois clientes é de cerca de 3.600 TEU por ano. A maior parte deste volume é importada

da China, Europa e Estados Unidos.

Os projetos GNA I e GNA II (as duas termelétricas que serão construídas no

Porto do Açu) trarão novos fluxos de carga de cargas de projeto e contêineres,

aumentando o volume do terminal.

7.1.2 CARGAS ÂNCORAS

• Café:

O mercado brasileiro exporta cerca de 100.000 TEU de café por ano. 55% é

produzido em Minas Gerais e 22% em ES. Uma análise da distância entre a cidade

produtora e o porto atualmente utilizado para a exportação do café foi realizada e

mostrou que aproximadamente 20% (20.000 TEU) se beneficiariam de uma menor

distância com uma operação de contêiner no Porto do Açu. O destino de 75% das

exportações brasileiras são Europa e EUA.

• Rochas Ornamentais:

O mercado brasileiro exporta cerca de 65.000 TEU de rochas ornamentais por

ano. Cachoeiro do Itapemirim é a cidade produtora mais relevante e está localizada no

ponto médio entre Açu e Vitória. Devido às restrições do Porto de Vitória, esta carga é

exportada pelos portos do Rio de Janeiro e Santos (diretamente ou via transbordo). O

destino das exportações brasileiras são principalmente os EUA e a Europa.

A figura abaixo mostra as principais cidades importadoras e exportadoras a

menos de 300 km do porto do Açu:

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Figura 49 - Mapa da área de mercado de consumo atingido diretamente pelo Açu (até 300 km)

Na tabela 14, pode ser visto o percentual de contêineres movimentados pelas principais

cidades:

Tabela 14 - Percentual de contêineres movimentados por cada cidade da região

Fonte: Datamar,2017

Assim como os clientes, na tabela 15:

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Tabela 15 - Percentual de contêiner movimentado por empresas da região

Fonte: Datamar, 2017

Figura 50 - Mapa dos diversos produtos e quantidades da área de mercado consumidor atingida pelo Porto do Açu

7.2 ANÁLISE QUALITATIVA

Analisando o complexo portuário do Açu, com o seu total de 90 km² de área, e

sua necessidade de desenvolvimento de sua área industrial, o terminal de contêiner

entra como um facilitador para este crescimento.

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Industrias como a automotiva, óleo e gás, Gas Hub, Farmacêuticas e de

maquinários de equipamentos, seriam favorecidas, ou só iriam para o Açu mediante a

um terminal de contêiner no mesmo, uma vez que essas industrias precisam de insumos

e/ou exportar produtos que chegariam ao local via terminal de contêiner. Porém, sem o

mesmo, o custo logístico aumentaria de forma exponencial para esses possíveis

clientes.

As receitas do condomínio logístico, centro de caminhões, centro de

conveniência serão afetadas terminal de contêiner ativo.

Outro fator importante para a atração do terminal de contêiner do Açu é a recente

criação da Zona de Processamento e Exploração do distrito industrial de São João da

Barra, localizada dentro do complexo do Açu.

A ZPE garante uma série de benefícios fiscais para as empresas localizadas

dentro da mesma, porém, sua existência é duvidável sem que exista um terminal de

contêiner, uma vez que mesmo com os benefícios fiscais estabelecidos pela mesma, o

seu custo logístico até levar em um terminal de contêiner localizado fora do complexo

portuário iria aumentar em larga escala.

7.3 ANÁLISES QUANTITATIVAS

As análises quantitativas da viabilidade do terminal do presente trabalho serão

divididas em duas: a primeira calculando o custo de um acesso ao canal e uma

atracação de uma embarcação de contêiner por box e a segunda calculando o seu custo

de movimentação no terminal calculada também em box. Por final, serão feitas

comparações deste custo com os custos oferecidos pelos concorrentes.

7.3.1 CUSTO DE ACESSO AO CANAL E ATRAÇÃO

Os custos de acesso ao canal e atracação de uma embarcação de contêiner

dentro de um porto pode ser separado em 4 grandes grupos: acesso, rebocador,

praticagem e acostagem.

Para isso, serão consideradas as embarcações que operam na costa brasileira,

como pode ser visto na tabela 16:

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Tabela 16 - Linhas que operam no cluster do leste

Linha Serviço Linha

Regular

Qtdade de

Navios

Capacidade (TEU)

DWT LOA Boca Calado Rota no Brasil

(tons) (m) (m) (m)

Cabotage Services

ALCT 2 ALIANÇA, MAERSK

2 2.524 TEU 33.925 208,0 30,0 9,5 Santos > Pecém > Vitória > Santos

LOGIN COASTAL

LOGIN, MERCOSUL

and MAERSK 4 2.500 TEU 37.800

217,0 28,0

11,6

Suape > Santos > Itajaí > Paranaguá > Santos > Itaguaí > Suape > Pecém > Manaus > Suape

211,0 30,0

VITÓRIA FEEDER

MSC, LOGIN 2 2.400 TEU 23.896 182,0 28,0 10,6 Santos > Vitória > Santos

US Gulf / Caribbean

BRAZEX CMA CGM 8 3.300 TEU 42.000 220-240

32,2 12,0

Manaus > Vitória > Santos > Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

West Coast South America

CONOSUR HSUD, HL 7 1.600 TEU 46.000 224,0 35,0

12,5 Itapoá > Rio de Janeiro > Santos > Rio Grande 3.400 TEU 46.130 228,0 32,0

West Africa SAMWAF CMA CGM, HSUD, NILE

DUTCH 6 3.500 TEU 42.082

220-230

32,2 12,2 Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro

East Coast US

TANGO HSUD, NYK,

HL 7

3.800 TEU

71.588 272,0 40,0 13,2

Santos > Buenos Aires > Rio Grande > Itapoá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador > Pecém

5.500 TEU

UCLA HSUD, NYK,

HL 7

5.500 TEU

65.066 272,0 40,0 13,2

Suape > Santos > Itapoá > Navegantes > Paranaguá > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

6.500 TEU

North Europe NWC1

MSC, CMA CGM,

MAERSK, HSUD, HL,

ZIM

7

5.500 TEU 68.122 275,0

40,0

13,9 Rio de Janeiro > Santos > Paranaguá > Navegantes > Santos > Rio de Janeiro > Salvador

6.700 TEU 67.566 279,0 15,4

Mediterranean

WMED MSC, HSUD,

Maersk, CMA CGM, HL

8 5.500 TEU 80.410 286,0 40,0 13,4

Rio de Janeiro > Santos > Buenos Aires > Montevideo > Rio Grande > Navegantes > Itapoá > Santos

Bossa Nova

MSC, Maersk, CMA-CGM

6 10.500 TEU 114.200

300,0 48,0 14,5 Salvador > Itaguaí > Santos >

Itapoá > Rio Grande > Itajaí > Itapoá > Santos > Itaguaí 8.500 TEU 95.000 13,6

Far East ASAS II

HSUD, CMA CGM, HL,

CSG, HMM, UASC

13 10.600 TEU 134.000 333,0 48,0 14,0 Itaguai > Santos > Itapoá > Imbituba > Paranaguá > Santos > Itaguai

Fonte: Autor

A tabela mostra a importância de focar, em um primeiro momento, as linhas de

navegação que ligam o Porto do Açu à América Central e do Norte da Europa (em fluxos

diretos). O Açu poderia ser conectado a outros destinos, como o Extremo Oriente, por

meio do transbordo de cargas em centros de transbordo no Caribe, por exemplo.

É importante mencionar a importância do foco no serviço do Brazex, dada a sua

importante conexão a portos do caribe e do golfo do México. Tais portos possuem

grande sinergia com o porto do Açu, principalmente no que diz respeito ao mercado de

óleo e gás.

As embarcações do serviço Brazex, operadas pela CMA-CGM têm capacidade

média de aproximadamente 3.300 TEU, LOA médio de 225 m e calado médio de 12 m,

mas a tendência de aumentar o tamanho dos navios para este serviço já foi mencionada

pela CMA-CGM, indicando o uso de Navios de 10.000 TEU (até 366m de LOA, 49m de

boca e 15m de calado) em um futuro próximo.

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Eles usam portos no Caribe (Kingston, Manzanillo e Cartagena) como portas de

hub para distribuir as cargas para outras partes do mundo.

Além de atrair o serviço da Brazex, o terminal de contêineres do Açu poderia

oferecer uma alternativa para o serviço de alimentação de Vitória. Este serviço

alimentador, ligando Vitória a Santos e Rio de Janeiro, existe porque as restrições de

Vitória não permitem que grandes embarcações de alto mar chamem esse porto

diretamente. A exportação / importação direta através do Porto do Açu reduziria o custo

total para exportadores, importadores e armadores.

7.3.1.1 ACESSO AO CANAL

O custo do acesso ao canal nos diferentes portos do Brasil é calculado pela

quantidade de boxes movimentadas no terminal. Sendo assim, foi procurado quanto que

cada Porto cobrava em cima dessa tarifa como podemos ver na tabela 17:

Tabela 17 - Tabela dos custos por box movimentado em cada Porto competidor e no Açu

Fontes: [15], [16], [17], [18] e [19]

A fonte utilizada para obtenção de cada informação acima foram as páginas

públicas de cada site dos portos descritos.

7.3.1.2 ACOSTAGEM

Para a acostagem, foi utilizado o tempo médio que cada embarcação passa no

berço de cada terminal de contêiner analisado. Como podemos ver na tabela 18:

Tabela 18 - Tempo médio por terminal competidor

Fontes: [10] e [11]

Tarifa de Acesso ao Canal (R$/box)

88,52R$

88,52R$

71,56R$

67,89R$

51,19R$

Porto

Porto do Açu

Itaguaí

Rio de Janeiro

Santos

Vitória

Port Terminal

Tempo de

Espera para

atracar

Tempo de Espera Inicio

Operação

Tempo de

Operação

Tempo de Espera para

desatracação

Tempo

total

atracado

Tempo

estadia no

terminal

Santos Dp World Santos - (TUP) 5,84 7,14 12,45 4,22 23,81 29,65

Santos BTP 12,48 2,31 15,61 3,69 21,61 34,08

Santos Libra Terminais 5,74 3,48 16,27 4,06 23,81 29,55

Santos Santos Brasil 10,06 2,36 14,17 4,34 20,86 30,92

Itaguaí Sepetiba Tecon 13,58 1,38 9,64 2,64 13,66 27,24

Rio de Janeiro Libra T1 0,03 2,41 6,77 3,55 12,73 12,76

Rio de Janeiro Multiterminais (Multi-Rio T2) 0,05 1,03 8,72 3,75 13,50 13,56

Vitória TVV 9,51 1,82 24,31 4,11 30,25 39,76

7,16 2,74 13,49 3,79 20,03 27,19 Média

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E o tamanho médio a ser utilizado por embarcação, será a média dos tamanhos

das embarcações que operam em cada porto segundo a tabela acima.

Por fim, iremos analisar a consignação média de cada terminal para descobrir

quanto é a média por box, como pode ser visto nas tabelas 19 e 20:

Tabela 19 - Racional para cobrança de acostagem

Fontes: [10], [11], [15], [16], [17], [18] e [19]

Tabela 20 - Valores para cobrança de acostagem

Fontes: [15], [16], [17], [18] e [19]

Importante mencionar que para o Porto do Açu, foi utilizada a média entre os

demais portos, uma vez que o Porto do Açu não possui ainda movimentação de

contêiner.

Outra importante observação é que a diferença entre os valores de acostagem,

é devido ao fato de tais valores terem sido retirado das tarifas públicas dos portos, onde

cada porto possui um tipo diferente de faturamento e geração de receita, acarretando

em valores muito diferentes.

7.3.1.3 REBOCADORES

Para o custo dos rebocadores, iremos considerar o DWT e as bocas das

embarcações que estão sendo utilizadas para fazer as linhas. Como o Porto do Açu não

possui ainda um preço de rebocador especial para contêineres, serão utilizados os

preços que são praticados hoje em dia para embarcações de carga geral, porém, que

possuem dimensões parecidas com as embarcações solicitadas.

Os preços variam de acordo com o tamanho das embarcações, por isso,

utilizamos um mesmo tamanho de navio para calcular o preço para cada uma das

embarcações.

Porto Loa médio (m) Tempo médio atracado (h) MPH (box/h) Total Box movimentado

Itaguaí 290 13,66 49 669,3

Rio de Janeiro 257 13,115 50,5 662,3

Santos 264 22,5225 69,5 1565,3

Vitória 225 30,25 29 877,3

Porto do Açu 259 19,886875 49,5 984,4

Porto Acostagem por 6 horas Valor Acostagem Total Acostagem por box

Itaguaí 1.475,83R$ 4.427,49R$ 6,61R$

Rio de Janeiro 899,05R$ 2.697,15R$ 4,07R$

Santos 8,77R$ 35,08R$ 0,02R$

Vitória 0,44R$ 2,64R$ 0,003R$

Porto do Açu 4,85R$ 19,40R$ 0,02R$

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Serão considerados navios em torno de 45 mil toneladas, que possuem os

seguintes valores para cada porto, vistos na tabela 21:

Tabela 21 - Tarifa de rebocador por porto

Fonte: Autor

Lembrando que para Santos principalmente, o valor costuma variar de acordo

com a distância do terminal da costa e para o Porto do Açu, foi feita uma matriz de

sensibilidade para algumas quantidades de movimentações feitas por parada, como

pode ser visto na tabela 22:

Tabela 22 - Análise de sensibilidade do custo de rebocador por box, dependendo da quantidade movimentada por atracação

Fonte: Autor

7.3.1.4 PRATICAGEM

As tarifas de praticagem utilizadas no Açu depois de negociações e ajustes nas

mesmas, são compatíveis com as tarifas praticadas no Porto do Rio de Janeiro,

portanto, como o Porto do Açu não movimenta contêiner, entende-se que a tarifa de

contêiner que será praticada no Açu será proporcional a tarifa de praticagem utilizada

no Rio de Janeiro, com um acréscimo de 10% da tarifa, pois em um primeiro momento,

o contêiner será um fato novo no Açu.

Como podemos ver na tabela abaixo, os custos de praticagem para cada

embarcação de contêiner nos diferentes portos, nas tabelas 23, 24,25, 26:

Porto

Rebocadores para atracação e

desatracaçãoTotal Box movimentado Custo de Rebocador

por box (R$)

Rio de Janeiro 63.778,54R$ 662 96,30R$

Santos 105.878,66R$ 1565 67,64R$

Vitória 80.194,45R$ 877 91,42R$

Porto do Açu 93.625,64R$ - -

Porto

Total Box movimentado 500 600 750 800 1000 1500

Porto do Açu 187,25R$ 156,04R$ 124,83R$ 117,03R$ 93,63R$ 62,42R$

Total Box Movimentado

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Tabela 23 - Custo de Praticagem para portos do Rio de Janeiro e Niteró

A tabela abaixo é para o Sepetiba Tecom:

Tabela 24 - Custo de Praticagem para o Porto de Itaguaí

Abaixo, pode ser vista a tabela do Porto de Santos:

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Tabela 25 - Custo de Praticagem para o porto de Santos

Tabela 26 - Identificação dos diferentes tipos de condição para atracar em Santos

Para o caso de Vitória, o custo de praticagem é R$ 12.338,49 para um navio com

as condições comparativas dos outros citados anteriormente, ao utilizarmos o navio da

CMA-CGM, contido na tabela de navios que operam em Vitória.

Para os custos serão considerados um navio com as mesmas dimensões do

definido acima, ou seja, perto de 30.000 de AB, uma vez que o mesmo está nas

dimensões dos navios que operam nos Portos do Brasil, no que diz respeito a contêiner.

Abaixo, nas tabelas 27 e 28, podem ser vistas as tabelas com os custos de

praticagem por Porto e a matriz de sensibilidade para o Porto do Açu para diferentes

quantidades de boxes movimentados por navio. Lembrando que tais tarifas são

multiplicadas por 2, pois consideram entrada e saída da embarcação.

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Tabela 27 - Custo de Praticagem por porto e por Box

Tabela 28 - Análise de sensibilidade para o custo por box movimentado mediante a diferentes quantidades de box por navio no Porto do Açu

7.3.1.5 COMPILAÇÕES DE RESULTADOS

Após analisar todas as componentes que fazem parte do preço de acesso ao

canal, será analisado se o Porto do Açu, neste primeiro momento, é competitivo para o

acesso de navios contenêiros e assim, viável e de interesse das linhas de navegação.

Os valores para os portos competidores podem ser vistos na tabela 29:

Tabela 29 - Compilação de resultados dos competidores para o acesso ao canal

E para o caso do Açu será feita uma análise com uma matriz de sensibilidade

uma vez que o mesmo não possui ainda movimentação de contêiner e seu custo total

dependeria da quantidade de boxes movimentados por navio, como podemos ver na

tabela 30:

Tabela 30 - Análise de sensibilidade para definir custo total por box acessado no Açu

Portanto, em um momento inicial, o Porto do Açu, seria competitivo, caso tivesse

uma movimentação igual ou superior a 750 boxes por navio. Para o caso do transbordo,

e neste caso a comparação seria com Santos, teria que se aproximar dos 1200 boxes

por navio, o que é uma dinâmica natural, uma vez que em casos de transbordo, há um

aumento significativo da quantidade de boxes movimentados por navio.

Porto Custo de Praticagem Total Box movimentado Custo por Box

Itaguaí 28.946,00R$ 669,3 43,25R$

Rio de Janeiro 21.532,00R$ 662,3 32,51R$

Santos 26.972,00R$ 1565,3 17,23R$

Vitória 24.776,98R$ 877,3 28,24R$

Porto do Açu 47.370,40R$

Porto

Total Box movimentado 500 600 750 800 1000 1500

Porto do Açu 94,74R$ 78,95R$ 63,16R$ 59,21R$ 47,37R$ 31,58R$

Total Box Movimentado

Boxes Por navio Acesso ao Canal (R$/box) Acostagem por box (R$) Praticagem por Box (R$) Rebocador por Box (R$) Custo Total por Box (R$)

500 51,19R$ 0,02R$ 47,37R$ 187,25R$ 285,83R$

600 51,19R$ 0,02R$ 39,48R$ 156,04R$ 246,73R$

750 51,19R$ 0,02R$ 31,58R$ 124,83R$ 207,62R$

800 51,19R$ 0,02R$ 29,61R$ 117,03R$ 197,85R$

1000 51,19R$ 0,02R$ 23,69R$ 93,63R$ 168,52R$

1500 51,19R$ 0,02R$ 15,79R$ 62,42R$ 129,42R$

Porto do Açu

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É importante mencionar também, que esses valores foram todos baseados em

premissas onde preço da praticagem e dos rebocadores não será alterado com o

aumento do volume de embarcações, o que não é algo muito usual. Uma vez que haja

a presença de linhas regulares no porto, há um aumento do volume de embarcações

que acessam o porto e por isso, a praticagem e os rebocadores ganham em quantidade,

sendo assim, possível de reduzir seu custo.

7.3.2 CUSTOS DE IMPLEMENTAÇÃO, OPERACIONAIS E RETORNO PARA O

INVESTIDOR

Nesta seção, serão contemplados todos os custos de infraestrutura (CAPEX)

que serão utilizados para construção do terminal, além de uma análise de mercado para

entender o custo de operação por box do terminal e o custo de pessoal (OPEX e SG&A),

uma tarifa média a ser cobrada por box no terminal, e neste caso, não serão

discretizadas as receitas provenientes de movimentação, movimentação interna,

armazenagem e sim um valor contendo todas essas receitas, também de acordo com

análise de mercado de outros terminais que operam no Brasil. Por fim, será analisado o

VPL (Valor Presente Líquido) do terminal, compilando todas as informações informadas

acima, a fim de entender a viabilidade do terminal para os olhos do investidor.

7.3.2.1 CUSTO DE INFRAESTRUTURA (CAPEX)

CAPEX é a sigla da expressão inglesa capital expenditure (em português,

despesas de capital ou investimento em bens de capital) e que designa o montante de

dinheiro despendido na aquisição (ou introdução de melhorias) de bens de capital de

uma determinada empresa. O CAPEX é, portanto, o montante de investimentos

realizados em equipamentos e instalações de forma a manter a produção de um produto

ou serviço ou manter em funcionamento um negócio ou um determinado sistema.

Portanto, serão definidas algumas premissas abaixo, com base nos estudos que

foram feitos para terminais competidores para que o terminal seja da mesma forma

viável operacionalmente quanto financeiramente.

Os dois terminais principais que serão utilizados como parâmetros, se dão pela

razão de um deles por ser competidor direto do Porto do Açu (TVV) e o porto em que o

Açu pretende começar captando carga e o outro pela razão retroárea/cais, aquantidade

de berços e sua excelência e qualidade operacional (Embraport- DP WORLD).

Abaixo, pode-se ver a estrutura de ambos os terminais:

• DP WORLD

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o Comprimento do cais: 653 m

o Calado: 13,3 m

o Número de Berços: 2

o Principais equipamentos: 6 Portêineres, 22 Pórticos

o Retroarea: 237.000 m² (pátio de contêiner).

• TVV

o Comprimento: 440 m

o Calado: 11,2 m

o Número de Berços: 2

o LOA max: 242,99 m

o Boca max: 32,49

o Principais equipamentos: 3 Portainers

o Retroarea: 108.000 m² (pátio de contêiner)

Como foi visto anteriormente, o T-MULT possui 300 m de profundidade de área

por 1215 m de área para construção de cais, sendo que 500 m de cais já estão

construído e sendo utilizado, restando 715 para construção.

Figura 51 - Mapa do Porto do Açu com destaque para a área onde irá se localizar o terminal de contêiner

Fonte: Google Earth modificado

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Considerando a necessidade de 2 berços para o terminal de Contêiner do Açu,

serão utilizados 650 m de comprimento de cais, uma vez que não é de interesse do

Porto restringir os navios que acessam os terminais brasileiro.

Agora que o comprimento do cais está definido, basta multiplicar pelos 300 m de

profundidade de área que já existe, o que resulta em 195.000 m² de pátio, um valor

menor que o terminal da DP World, porém, aproximadamente 2 vezes o TVV. Como,

visto anteriormente, o TVV já movimentou mais de 230 mil TEUs por ano, um volume

bastante significativo para um Terminal Local, e o que é o intuito desse trabalho.

De forma a otimizar o acesso e saída do terminal, serão instalados também 2

Gates no terminal.

Além disso, será instalado um armazém de 500 m² de área, para armazenagem

de cargas especiais (como por exemplo reefers), uma vez que tal tipo de cargo é um

mercado muito consolidado em campos e é entendido que a dificuldade de captar tal

carga é recorrente em todos os portos do Brasil.

Utilizando os valores pesquisados no mercado e referenciado pelas

demonstrações de resultado dos terminais do Santos Brasil (30 de novembro de 2014)

e pelo próprio Porto do Açu, os custos de obra civil para implementação do terminal são

vistos na tabela 31:

Tabela 31 - Tabela de custos para obra civil para implementação do terminal de contêiner do Açu

2019 2020

Obra Civil 276,2 160,2

Cais (m) 650,0 –

Valor (R$ MM) 222,4 148,3

Pátio Contêiner (m2) 195.000,0

Valor (R$ MM) 47,9 12,0

Gate (unid) 2,0 –

Valor (R$ MM) 2,7 –

Armazem (m2) 500,0 –

Valor (R$ MM) 1,1 –

Utilidades Infra (m2) 195.000,0 –

Valor (R$ MM) 2,1 –

Além de 195.000 m² de construção de cais, é necessário implementar obras de

infraestrutura como luzes, cabos, fios, canaletas para passagem de tubos e por isso

existe a linha utilidades infra.

Devido ao cronograma de obra, tanto o pátio quanto o cais possuem parte de

seu valor implementado em 2018 (quando começou a obra), quanto em 2019, quando

terminou a obra.

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No caso dos equipamentos, foram utilizadas as mesmas premissas, tanto

referência de mercado para operação, quanto viabilidade operacional e financeira.

Portanto, optou-se pela mesma quantidade de portêineres que o terminal da DP-

World, devida a semelhança de comprimento de cais. De resto, utilizaram-se os

seguintes equipamentos baseado em semelhanças com outros terminais e requisitos

mínimos de operação, na tabela 32:

Tabela 32 - Tabela de custos de equipamentos para implementação do terminal de contêiner do Açu

2019 2020

Equipamento CNT 61,1 138,7

Portêiner (Qtde) 6,0 –

Valor (R$ MM) 47,8 111,6

Reach Stacker (Qtde) – 2,0

Valor (R$ MM) – 4,2

Transtêiner (Qtde) 4,0 –

Valor (R$ MM) 10,5 7,0

Caminhões e Chassis (Qtde) – 24,0

Valor (R$ MM) – 5,4

Scanners (Qtde) – 1,0

Valor (R$ MM) – 7,4

TOS (Terminal Operating System) 1,0

Valor (R$ MM) 2,8 2,8

Tomadas Reefer (Qtde) – 150,0

Valor (R$ MM) – 0,2

Balança Rodoviária – 1,0

Valor (R$ MM) – 0,1

Assim como para obras civil, parte dos equipamentos foram adquiridos no 2º ano

de construção, uma vez que os mesmos serão utilizados para a operação e portanto,

quanto mais próximo da mesma começar melhor, a fim de evitar perda no fluxo de caixa

como será visto mais à frente.

Portanto, o custo geral com CAPEX para o terminal de contêiner do Açu pode

ser visto na tabela 33, em Milhões:

Tabela 33 - Custo total de infraestrutura por ano de construção

2019 2020

337,3 298,9

7.3.2.2 CUSTO DE OPERAÇÃO (OPEX) E PESSOAL (SG&A)

OPEX é uma sigla derivada da expressão Operational Expenditure, que significa

o capital utilizado para manter ou melhorar os bens físicos de uma empresa, tais como

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equipamentos, propriedades e imóveis. As despesas operacionais (muitas vezes

abreviado a OPEX) são os preços contínuos para dirigir um produto, o negócio, ou o

sistema. (Wikipedia)

SG&A (alternadamente SGA, SAG ou SGNA) é um termo usado na contabilidade

para se referir a despesas de venda, gerais e administrativas, que é um custo de não-

produção principal apresentado em uma demonstração de resultados (declaração de

lucro ou perda).

Para os custos de operação e pessoal, foram utilizadas as demonstrações

anuais de 2017 de 3 diferentes terminais (ou no caso do Santos Brasil conjuntos de

terminais): Terminal de Contêineres de Paranaguá, Santos Brasil e Terminal de Vila

Velha (TVV).

Tais custos estão representados na tabela 34:

Tabela 34 - Custo total no ano de 2017 dos portos analisados

Custo Total

TCP R$ 216.522.000,00

SANTOS BRASIL R$ 351.800.000,00

TVV R$ 60.700.000,00 Fontes: [21], [22], [23]

Assim como o total de contêineres movimentados no ano de 2017, que será

importante para calcular o custo por box movimentado, pode ser visto na tabela 35:

Tabela 35 - Tabela de número de boxes movimentados em 2017

Número de BOX

TCP 452.716

SANTOS BRASIL 968.694

TVV 154.000 Fontes: [21], [22], [23]

Assim, é calculado o custo total por box em cada um dos terminais mencionados

e após fazer uma média ponderada entre todos os terminais, achar o custo total por box

no Porto do Açu, vistos na tabela 36:

Tabela 36 - Custo total por box nos terminais analisados e cálculo pro açu

Custo total/box

TCP R$ 478,27

SANTOS BRASIL R$ 363,17

TVV R$ 394,16

Porto do Açu R$ 411,87 Fontes: [21], [22], [23]

7.3.2.3 RECEITA POR BOX

De forma análoga ao que foi realizado na seção anterior, com base no

demonstrativo público de 2017 dos terminais mencionados anteriormente, foi calculado

a receita por box de cada um desses terminais e após uma média ponderada, achou-se

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uma tarifa média por box para o Porto do Açu, de forma que o mesmo não perca

competitividade, tais valores podem ser observados na tabela 37:

Tabela 37 - Receita por box dos terminais analisados

Receita por box

TCP R$ 1.344,39

SANTOS BRASIL R$ 695,06

TVV R$ 985,71

Porto do Açu R$ 1.008,39 Fontes: [21], [22], [23]

7.3.2.4 CURVA DE MOVIMENTAÇÃO

O próximo passo para o cálculo da viabilidade do terminal será sua curva de

movimentação ao longo do tempo. Para isso, foi estipulado um prazo de 25 anos do

terminal (sendo 2 anos de construção) que será o seu período de vida útil sem que haja

nenhum outro tipo de investimento e, portanto a curva de movimentação terá a mesma

duração.

O primeiro passo realizado foi acompanhar a curva de crescimento de contêiner

ao longo dos anos, sempre para o mercado sudeste (Tanto para o cluster sudeste

quanto para o cluster de Santos), uma vez que esse é o foco do terminal do Açu. Único

fator que deve ser mencionado, é que não estão sendo consideradas cargas de

transbordo em Santos.

Além disso, foi realizado um comparativo de quanto é o crescimento relativo do

número de contêineres em relação ao crescimento do PIB, e isso será útil para as

projeções futuras de movimentação.

O crescimento anual de contêineres nos últimos 10 anos é 4,89%, enquanto que

o crescimento anual do PIB foi de 2,34% nos últimos 10 anos.

Portanto, a relação entre o crescimento do número de contêineres pelo PIB é de

2,088.

Sendo assim, utilizou-se o aumento do PIB realizado até 2017 e para os

próximos anos as estimativas fornecidas pelo Banco Central, após o ano de 2022

utilizou-se o valor de 2,5% como padrão uma vez que é o crescimento padrão para

modelos financeiros empresariais.

Como podemos ver abaixo na tabela 38 os valores em TEUs ao longo dos anos.

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Tabela 38 - Movimentação de contêineres por TEU e projeção do crescimento do PIB

Ano Projec. PIB Boletim Focus Mercado Cluster (K TEU)

Mercado Santos (K TEU)

Mercado SE (K TEU)

2014 0,1% 798 2829 3627

2015 -3,8% 646 2747 3393

2016 -3,7% 633 2521 3153

2017 1,0% 646 2576 3222

2018 3,5% 694 2764 3457

2019 3,6% 745 2971 3717

2020 4,0% 808 3220 4028

2021 4,0% 876 3489 4365

2022 2,5% 921 3672 4593

2023 2,5% 969 3863 4833

2024 2,5% 1020 4065 5085

2025 2,5% 1073 4277 5350

2026 2,5% 1129 4500 5629

2027 2,5% 1188 4735 5923

2028 2,5% 1250 4982 6232

2029 2,5% 1315 5242 6558

2030 2,5% 1384 5516 6900

2031 2,5% 1456 5804 7260

2032 2,5% 1532 6107 7639 Fontes: [10] e [11]

Após o ano de 2032, foi compreendido que o terminal do Açu atingiria sua

capacidade máxima e seu volume seria mantido para os próximos anos de forma a não

criar uma curva irreal de movimentação.

Sendo assim, resta definir qual parcela do mercado será destinada ao Porto do

Açu e de onde tais cargas serão retiradas.

Como mencionado diversas vezes no presente trabalho, devido às restrições

físicas crônicas do Porto de Vitória (TVV), o mesmo seria o primeiro a ser afetado com

o estabelecimento do Açu como Porto de Contêiner. Uma pequena parte de Sepetiba

seria afetada, uma vez que o porto possui proximidades e boas estruturas de alguns

clientes que seria muito difícil o Açu brigar por eles e o Rio de Janeiro acaba sendo

afetado também pelos fatores políticos e também por possuir uma linha que possui

capacidade de exportar e importar diretamente para/do exterior no Açu, ao invés de

necessitar fazer transbordo como era com Vitória.

Tais volumes percentuais podem ser observados na tabela 39, que pode ser

vista abaixo:

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Tabela 39 - Fatia de mercado ao longo dos anos

Ano Itaguaí-Sepetiba Rio Vitória Santos

Porto do Açu

2014 6% 9% 5% 80% 0%

2015 5% 7% 5% 84% 0%

2016 6% 9% 6% 80% 0%

2017 6% 9% 6% 80% 0%

2018 6% 9% 6% 80% 0%

2019 6% 9% 6% 80% 0%

2020 6% 9% 6% 80% 0%

2021 5% 6% 3% 84% 2%

2022 5% 6% 2% 83% 4%

2023 5% 6% 2% 83% 6%

2024 5% 5% 2% 82% 7%

2025 6% 6% 1% 81% 7%

2026 6% 6% 1% 81% 7%

2027 6% 6% 1% 81% 7%

2028 6% 6% 1% 81% 7%

2029 6% 6% 1% 81% 7%

2030 6% 6% 1% 81% 7%

2031 6% 6% 1% 81% 7%

2032 6% 6% 1% 81% 7%

Com base nas cargas âncoras bem como as cargas cativas, criou-se uma curva

de market share para os próximos anos para o Porto do Açu e todos os outros portos.

Assim, a curva de volume do Porto do Açu para os 23 anos de operação se dá

pela tabela 40:

Tabela 40 - Movimentação do Porto do Açu por boxes para os 23 anos de operação

Ano KTEUs KBox

2019 0 0

2020 0 0

2021 87 58

2022 184 122

2023 266 177

2024 356 237

2025 375 250

2026 394 263

2027 415 276

2028 436 291

2029 459 306

2030 483 322

2031 508 339

2032 535 356

2033 535 356

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E irá se manter com o valor de 2033 até 2043. É importante mencionar que para

o cálculo de box, foi utilizada a proporção média de 1,5 TEU é igual a 1 Box de acordo

com as informações fornecidas pela ANTAQ ao longo dos anos. Essa informação de

box é importante, uma vez que a tarifa média foi calculada com base em valores em

box.

7.3.2.5 MODELO FINANCEIRO

De forma a verificar a viabilidade do terminal, e seu valor presente líquido, foi

realizado um modelo financeiro com base nas receitas obtidas pelas tarifas e curva de

movimentação realizada, seus custos de CAPEX, OPEX e SG&A, além de impostos

(PIS, COFINS E ISS), depreciação e imposto de renda/CSLL.

Para tal modelo, não foi considerada a variação do capital de giro, uma vez que

entendemos que o regime competência está alinhado com o regime fluxo.

Por fim, será obtido o VPL do terminal e sua viabilidade.

7.3.2.5.1 DRE (DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO)

Para o Demonstrativo de Resultado do Exercício, sua primeira linha de cálculo

será a linha de receita que é dada por:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝐾 𝑏𝑜𝑥) ∗ 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎𝑀é𝑑𝑖𝑎 (1)

O valor utilizado para tarifa média foi calculado anteriormente e é de R$ 1.008,39.

Após calcular a receita, é necessário tirar os impostos de serviço que são PIS,

COFINS e ISS, e somados são iguais a 11,25% da receita.

A próxima linha será a receita líquida, que é igual a:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 − (𝑃𝐼𝑆 + 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 + 𝐼𝑆𝑆) = 0,8875 ∗ 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (2)

Após isso, deverá ser retirado o custo total anual da receita líquida e isso

resultará no EBITDA do terminal. EBITDA é a sigla de “Earnings Before Interest, Taxes,

Depreciation and Amortization”, que significa "Lucros antes de juros, impostos,

depreciação e amortização", em português.

𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 (3)

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O próximo passo é retirar a depreciação, que foi calculada em cima de 23 anos

e portanto é dada por aproximadamente 4,35% do CAPEX anualmente, e então,

resultamos no EBIT. Earnings Before Interest and Taxes (EBIT), com seu significado em

português "Lucro Antes de Juros e Impostos", é uma medida do lucro da organização.

𝐸𝐵𝐼𝑇 = 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 − 𝑅$ 27.661.000,00 (4)

Por fim, é achado o lucro líquido que é dado por:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐸𝐵𝐼𝑇 − 𝐼𝑅/𝐶𝑆𝐿𝐿 (5)

IR/CSLL é o imposto de renda ou contribuição social sobre lucro líquido e é igual

a 34% do EBIT.

Na tabela 41, o DRE é visto anualmente em mil reais:

Tabela 41 - DRE do terminal de contêiner do Açu até 2032

7.3.2.5.2 FLUXO DE CAIXA

O VPL é calculado em cima do fluxo de caixa. Nesse caso, o CAPEX, que não

havia sido levado em conta no DRE uma vez que ele não faz parte do resultado do

DRE (R$ Mil) Receita (-) PIS/COFINS/ISS Receita Liquida (-) Custo (milhares) EBITDA

Ano 11,25%

2021 58.687,30R$ 6.602,32-R$ 52.084,98R$ 23.970,25-R$ 28.114,73R$

2022 123.501,29R$ 13.893,89-R$ 109.607,39R$ 50.442,89-R$ 59.164,50R$

2023 178.678,18R$ 20.101,30-R$ 158.576,89R$ 72.979,35-R$ 85.597,54R$

2024 239.278,80R$ 26.918,87-R$ 212.359,94R$ 97.731,08-R$ 114.628,86R$

2025 251.768,61R$ 28.323,97-R$ 223.444,64R$ 102.832,41-R$ 120.612,22R$

2026 264.910,35R$ 29.802,41-R$ 235.107,93R$ 108.200,03-R$ 126.907,90R$

2027 278.738,06R$ 31.358,03-R$ 247.380,03R$ 113.847,82-R$ 133.532,20R$

2028 293.287,55R$ 32.994,85-R$ 260.292,70R$ 119.790,42-R$ 140.502,28R$

2029 308.596,48R$ 34.717,10-R$ 273.879,38R$ 126.043,20-R$ 147.836,17R$

2030 324.704,51R$ 36.529,26-R$ 288.175,25R$ 132.622,37-R$ 155.552,88R$

2031 341.653,34R$ 38.436,00-R$ 303.217,34R$ 139.544,95-R$ 163.672,39R$

2032 359.486,85R$ 40.442,27-R$ 319.044,58R$ 146.828,88-R$ 172.215,71R$

DRE (R$ Mil) (-) Depreciação EBIT (-) IR/CSLL Lucro Líquido

Ano 23 anos 34%

2021 27.660,87-R$ 453,86R$ 154,31-R$ 299,55R$

2022 27.660,87-R$ 31.503,63R$ 10.711,24-R$ 20.792,40R$

2023 27.660,87-R$ 57.936,67R$ 19.698,47-R$ 38.238,20R$

2024 27.660,87-R$ 86.967,99R$ 29.569,12-R$ 57.398,87R$

2025 27.660,87-R$ 92.951,35R$ 31.603,46-R$ 61.347,89R$

2026 27.660,87-R$ 99.247,03R$ 33.743,99-R$ 65.503,04R$

2027 27.660,87-R$ 105.871,34R$ 35.996,25-R$ 69.875,08R$

2028 27.660,87-R$ 112.841,41R$ 38.366,08-R$ 74.475,33R$

2029 27.660,87-R$ 120.175,30R$ 40.859,60-R$ 79.315,70R$

2030 27.660,87-R$ 127.892,01R$ 43.483,28-R$ 84.408,73R$

2031 27.660,87-R$ 136.011,52R$ 46.243,92-R$ 89.767,60R$

2032 27.660,87-R$ 144.554,84R$ 49.148,64-R$ 95.406,19R$

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85

exercício e sim um investimento inicial que gerou fluxo, porém, não impacta diretamente

no lucro anual.

Inicialmente, será considerado o EBITDA, uma vez que a depreciação não entra

no fluxo de caixa, ela se trata apenas como uma desvalorização do ativo e portanto, não

será considerada.

O fluxo de caixa livre do terminal é feito da seguinte forma:

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 = 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 − (𝐼𝑅)+

− 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑜 − 𝐶𝐴𝑃𝐸𝑋 (6)

Como dito anteriormente, a variação do capital de giro não será considerada uma

vez que o regime de fluxo e competência estão alinhados e não está tendo custo antes

de receber a receita e vice-versa.

Por fim, será calculado o VPL e para isso, será considerada uma taxa de

desconto que é o custo de capital utilizado em uma análise de retorno. Ela pode ser

calculada de várias formas diferentes, por não se tratar de uma ciência exata. Uma das

formas mais conhecidas é o WACC do inglês Weighted Average Capital Cost (Custo

Médio Ponderado do Capital). Essa taxa indica o nível de atratividade mínima do

investimento, ou seja, ele é o retorno que você esperaria ter em outros investimentos

mais seguros que o atual.

Para este exercício será considerado 10% uma vez que é um valor que, como

dito acima, pode variar muito e depende de uma série de atenuantes. Recentemente,

quando se trata de uma licitação de arrendamento, a ANTAQ define a taxa de desconto.

O último valor dessa taxa para arrendamentos é de 8,03%, porém, neste primeiro

momento, será optado o conservadorismo dos 10%. Para a análise de sensibilidade,

uma das taxas utilizadas será essa.

Como pode ser visto na tabela 42, o fluxo de caixa do terminal:

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86

Tabela 42 - Análise do fluxo de caixa para o terminal de contêiner do Açu por todo período de operação

Ano EBITDA (-) IR/CSLL Capex Fluxo de Caixa Livre

2019 R$ - R$ - -R$ 337.300,00 -R$ 337.300,00

2020 R$ - R$ - -R$ 298.900,00 -R$ 298.900,00

2021 R$ 28.114,73 -R$ 154,31 R$ 27.960,42

2022 R$ 59.164,50 -R$ 10.711,24 R$ 48.453,27

2023 R$ 85.597,54 -R$ 19.698,47 R$ 65.899,07

2024 R$ 114.628,86 -R$ 29.569,12 R$ 85.059,74

2025 R$ 120.612,22 -R$ 31.603,46 R$ 89.008,76

2026 R$ 126.907,90 -R$ 33.743,99 R$ 93.163,91

2027 R$ 133.532,20 -R$ 35.996,25 R$ 97.535,95

2028 R$ 140.502,28 -R$ 38.366,08 R$ 102.136,20

2029 R$ 147.836,17 -R$ 40.859,60 R$ 106.976,57

2030 R$ 155.552,88 -R$ 43.483,28 R$ 112.069,60

2031 R$ 163.672,39 -R$ 46.243,92 R$ 117.428,47

2032 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2033 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2034 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2035 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2036 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2037 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2038 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2039 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2040 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2041 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2042 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

2043 R$ 172.215,71 -R$ 49.148,64 R$ 123.067,06

E finalmente, o VPL de R$ 120.303,00. Apenas reforçando que todos os valores

estão multiplicados tem que ser multiplicados por mil.

7.3.2.5.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Para análise de sensibilidade serão selecionadas 3 tipos de tarifa (tarifa média,

tarifa do TVV e tarifa do Santos Brasil) e 2 tipos de desconto (10% e 8,03%), e os

resultados podem ser vistos na tabela 43:

Tabela 43 - Análise da sensibilidade para os diferentes parâmetros análisados

Tarifa Taxa de Desconto VPL

Tarifa Média (R$ 1.008,39) 10% 120.302.587,18R$

Tarifa Média (R$ 1.008,39) 8,03% 278.711.867,73R$

TVV (R$ 985,71) 10% 93.085.556,48R$

TVV (R$ 985,71) 8,03% 245.277.867,62R$

Santos Brasil (R$ 695,06) 10% 255.809.426,86-R$

Santos Brasil (R$ 695,06) 8,03% 183.312.416,13-R$

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Portanto, pode-se observar que mesmo reduzindo a tarifa ao preço de Vitória, é

possível permanecer com o VPL positivo, o que garante ao terminal maior

competitividade sem perder a lucratividade. No que diz respeito ao terminal Santos

Brasil, o VPL negativo se dá pelo fato do mesmo realizar transbordo o que garante uma

baixa considerável do custo de operação do terminal e uma possível margem de lucro

maior, mesmo com a diminuição da tarifa.

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8 CONCLUSÃO

O resultado de viabilidade do terminal de contêiner local no Porto do Açu

apresentou resultados satisfatórios, uma vez que cobrando uma tarifa média de 3

diferentes terminais, obteve-se VPL positivo, além de que quando cobrado um valor do

maior concorrente também obteve resultado positivo.

No que tange a parte do acesso ao porto, o mesmo também é considerado

competitivo, porém, as condições de rebocadores e praticagem podem ser

desenvolvidas, uma vez que o volume de acessos de navios cargueiros ainda é baixo.

Porém, tal trabalho é apenas uma aproximação do que ocorre na realidade,

devendo ser explorado por um modelo de negócios definitivo e uma inteligência de

mercado mais assertiva.

No que diz respeito ao terminal concentrador (Transbordo), devido as condições

de conexão do terminal, o mesmo ainda se encontra fora de competitividade, uma vez

que as rodovias que ligam ao Açu são precárias e necessitam de um investimento.

Também é importante mencionar que para o terminal de Transbordo, competir

com um mercado já estruturado e próximo do consumidor final (Santos), necessita de

um terminal mais consolidado e com mais investimentos. Se aumentar a profundidade

para 18 m, poderia surgir um diferencial no que diz respeito a Santos.

Finalmente, acredita-se que o terminal de contêiner do Açu seria um viabilizador

para a expansão e consolidação do distrito industrial do Açu e do desenvolvimento da

ZPE e um primeiro passo no que pode vir a ser um porto concentrador no futuro, devido

as suas condições políticas e de gestão, sua ampla área e seu calado favorável.

.

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] MCKINSEY AND COMPANY, BRITISH TRANSPORTDOCKS, Contêinerization:

the kew to low-cost transport. 1 ed. London: United Kingdom, 1967.

[2] CLARKSON. Research. Contêiner Intelligence Monthly. January, 2017

[3] UNCTAD. Review of Maritime Transport (2014). Disponível em:

<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2014_en.pdf >. Acessado em: 02 de Março

de 2018.

[4] UNCTAD. Review of Maritime Transporte (2016). Disponível em:

<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2016_en.pdf >. Acessado em: 02 de Março

de 2018

[5] MCKINSEY AND COMPANY. PContêiner shipping: The next 50 years (2017).

Disponível em: <https://www.safety4sea.com/wp-content/uploads/2017/10/McKinsey-

Contêiner-shipping-The-next-50-years-2017_10.pdf>. Acessado em: 02 de Março de

2018.

[6] DREWRY MARITIME RESEARCH, Global Contêiner Terminal Operators: Annual

Review and Forecast (2016). London, United Kingdon, 2016.

[7] GOLDBERG, DAVID JOSHUA KREPEL, Regulação do setor portuário no Brasil.

Tese de M.Sc, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

[8] ALDERTON, PATRICK M., Port Management and Operations. 1 ed. University of

Michigan, United States of America, 1999.

[9] SILVINO, VINÍCIUS RIBEIRO GOMES, Avaliação do Transporte de Contêiner No

Brasil e o Potencial do Porto do Açu para Operar com Movimentação de Contêiner

Na Ótica de Hub Port. Projeto de Graduação, Escola Politécnica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

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90

[10] ANTAQ – Anuário Estatístico Aquaviário. Disponível em:

<http://www.antaq.gov.br/anuario/ >. Acessado em: entre Maio e Setembro de 2018.

[11] ANTAQ – Sistema de Desempenho Portuário. Disponível em: <

http://www.antaq.gov.br/sistemas/sig/AcessoEntrada.asp?IDPerfil=23>. Acessado em:

entre Maio e Setembro de 2018.

[12] PANAYIDES, P. M., & WIEDMER, R. (2011). Strategic alliances in contêiner liner

shipping. Research in Transportation Economics, 32(1), 25-38.

[13] ANTAQ. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br >.

[14] PORTO DO AÇU. Disponível em:

<http://ri.prumologistica.com.br/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta=28&tipo=63996>.

Acessado em: entre Maio e Setembro de 2018.

[15] PORTO DO AÇU – Tarifa Pública de Acesso. Disponível em:

<https://www.portodoacu.com.br/Documents/20170705%20Tarifas%20Portu%C3%A1r

ias%20T2%20-%20Port%20Rev%2004%20MZ.pdf>. Acessado em: entre Julho e

Setembro de 2018.

[16] PORTO DO RIO DE JANEIRO – Tarifa Pública de Acesso. Disponível em:

<http://www.portosrio.gov.br/downloads/files/tarifas/tarifa_porto_do_rio_de_janeiro_-

_resolu%C3%A7%C3%A3o_n._5033_16-11-2016.pdf>. Acessado em: entre Julho e

Setembro de 2018.

[17] PORTO DE ITAGUAÍ – Tarifa Pública de Acesso. Disponível em:

<http://www.portosrio.gov.br/downloads/files/tarifas/tarifa_porto_de_itagua%C3%AD_-

_resolu%C3%A7%C3%A3o_n._5033_16-11-2016.pdf>. Acessado em: entre Julho e

Setembro de 2018.

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[18] PORTO DE SANTOS – Tarifa Pública de Acesso. Disponível em:

<http://intranet.portodesantos.com.br/docs_codesp/doc_codesp_pdf_site.asp?id=1236

29>. Acessado em: entre Julho e Setembro de 2018.

[19] PORTO DE VITÓRIA – Tarifa Pública de Acesso. Disponível em:

<http://www.codesa.gov.br/site/?p=tabela1>. Acessado em: entre Julho e Setembro de

2018.

[20] TERMINAL DE CONTÊINERES DE PARANAGUÁ – Demonstrativo anual de

receita e despesa. Disponível em: < https://www.tcp.com.br/wp-

content/uploads/2018/02/Demonstrativo-dos-Resultados-4T2017-v8.pdf>. Acessado

em: Setembro de 2018.

[21] TERMINAL DE CONTÊINERES DE PARANAGUÁ – Demonstrativo anual de

receita e despesa. Disponível em: < https://www.tcp.com.br/wp-

content/uploads/2018/02/Demonstrativo-dos-Resultados-4T2017-v8.pdf>. Acessado

em: Setembro de 2018.

[22] TERMINAIS DE CONTÊINERES SANTOS BRASIL – Demonstrativo anual de

receita e despesa. Disponível em:< https://mz-

filemanager.s3.amazonaws.com/cf449510-6b50-479e-aba7-

6ab35d5a0c6f/itrdfp/404cc35f0f9ae438fcfb9a65ea18137f000f8d26f3405ab57bfb01c32

b7317e4/stbp:_demonstracoes_financeiras_2014.pdf>. Acessado em: Setembro de

2018.

[23] TERMINAL DE VILA VELHA – Demonstrativo anual de receita e despesa.

Disponível em: < http://ri.loginlogistica.com.br/pt-br/informacoes-aos-

investidores/central-de-resultados/>. Acessado em: Setembro de 2018.

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10 ANEXOS

ANEXO I –INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS DEDICADAS À

MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NO BRASIL

PORTO DE CHIBATÃO

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Chibatão Navegação e Comércio Ltda

UF AM

Município Manaus

Capacidade de Movimentação Anual 420 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 371,7 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 170,3 mil m²

Área de Armazenagem 201,4 mil m²

Berços de Atracação 4 (2 Externos + 2 Internos)

Calado no Berço de Atracação 20 m ~ 40 m (vazante ~ cheia)

Extensão Total do Berço de Atracação 710 m (24 m Boca)

Equipamentos

Portêiner -

MHC 10

Reach Stacker 32

Forklift 12

Tratores 100

Chassis 180

RTG 8

TECON IMBITUBA

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil

UF SC

Município Imbituba

Capacidade de Movimentação Anual 450 mil TEU

Porto Organizado Porto de Imbituba

Administração SCPar Porto de Imbituba

Infraestrutura

Área Total 207 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 153 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,50 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 660 m

Tomadas Refeer 624

Equipamentos

Portêiner 2

MHC 2

Reach Stacker 8

PORTONAVE

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Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Portonave S/A

UF SC

Município Navegantes

Capacidade de Movimentação Anual 1000 mil TEU

Capacidade Estática 30 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 400 mil m²

Área de Armazenagem 290 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 12,40 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total do Berço de Atracação 900 m

Tomadas Refeer 2130

Equipamentos

Portêiner 6 (Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 18

Reach Stacker 5

Empty Loaders 4

Tratores 40

Chassis 54

APM TERMINALS – ITAJAÍ

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador APM Terminals

UF SC

Município Itajaí

Capacidade de Movimentação Anual 590 mil TEU

Porto Organizado Porto de Itajaí

Administração Superintendência do Porto de Itajaí

Infraestrutura

Área Total 180 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 75 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 11,30 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 535 m + 500 m (Porto Público)

Tomadas Refeer 744 (área privado) + 628 (área pública)

Equipamentos

Portêiner 2

MHC 5

Reach Stacker 18

Top Loader 5

ITAPOÁ

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Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Itapoá Terminais Portuários S/A

UF SC

Município Itapoá

Capacidade de Movimentação Anual 500 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 156 mil m²

Área de Armazenagem 146 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 12,80 m

Calado no Canal de Acesso 16 m

Extensão Total do Berço de Atracação 630 m

Tomadas Refeer 2160

Equipamentos

Portêiner 6 ( Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 17

Reach Stacker 2

Empty Loaders 3

Tratores 26

TCP – TERMINAL DE CONTÊINERES DE PARANAGUÁ

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Terminal de Contêineres de Paranaguá

S/A

UF PR

Município Paranaguá

Capacidade de Movimentação Anual 1500 mil TEU

Porto Organizado Porto de Paranaguá

Administração Adm. dos Portos de Paranaguá e

Antonina

Infraestrutura

Área Armazenagem 320 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 12,50 m

Calado no Canal de Acesso 12,30 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 879 m

Tomadas Refeer 2832

Equipamentos

Portêiner 9 (3 - Panamax / 6 – Post Panamax)

MHC 2

Reach Stacker 9

Empty Loader 2

Transtêiner (RTG) 30

Tratores 64

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APM TERMINALS – PECÉM

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador APM Terminals

UF CE

Município Distrito do Pecém São Gonçalo do

Amarante

Porto Organizado Porto de Paranaguá

Administração Adm. dos Portos de Paranaguá e

Antonina

Infraestrutura

Área Armazenagem 361,7 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 879 m

Tomadas Refeer 2832

Equipamentos

Portêiner 9 (3 - Panamax / 6 – Post Panamax)

MHC 2

Reach Stacker 9

Empty Loader 2

Transtêiner (RTG) 30

Tratores 64

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MULTI-TERMINAIS – RIO (TERMINAL 2)

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Multi-Rio Operações Portuárias S/A

UF RJ

Município Rio de Janeiro

Capacidade de Movimentação Anual 1000 mil TEU

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro –

CDRJ

Infraestrutura

Área Total 184 mil m²

Área de Armazenagem 144 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 12,60 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 800 m

Tomadas Refeer 442

Equipamentos

Portêiner 5 (2 – Post Panamax / 3 – SuperPost

Panamax)

MHC 2

LIBRA TERMINAIS – RIO (TERMINAL 1)

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100

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Libra Terminais – Grupo Libra

UF RJ

Município Rio de Janeiro

Capacidade Estática 13,8 mil TEU

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro –

CDRJ

Infraestrutura

Área Total 190 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,00 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 715 m

Tomadas Refeer 270

Equipamentos

Portêiner 7 (Post Panamax)

MHC 1

Transtêiner (RTG) 16

Reach Stacker 13

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101

TECON – RIO GRANDE

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Rio Grande S/A (Wilson Sons)

UF RS

Município Rio Grande

Capacidade Estática 39 mil TEU

Porto Organizado Superintendência do Porto de Rio Grande

Administração Superintendência do Porto de Rio Grande

Infraestrutura

Área Total 830 mil m²

Área Pavimentada 391 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 12,20 m

Calado no Canal de Acesso 12,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 900 m

Tomadas Refeer 2000

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102

Equipamentos

Portêiner 6 (Post Panamax)

MHC 2

Transtêiner (RTG) 14

Reach Stacker 11

Top Loader 7

Tratores 47

TECON – SALVADOR

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Salvador S/A

UF BA

Município Salvador

Capacidade de Movimentação Anual 530 mil TEU

Porto Organizado Porto de Salvador

Administração Companhia Docas da Bahia – CODEBA

Infraestrutura

Área de Armazenagem 118 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 15 m (CAM) + 12 m (CL)

Calado no Canal de Acesso 12,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 617 m (377 CAM + 240 CL)

Tomadas Refeer 674

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103

Equipamentos

Portêiner 6 (3 Panamax + 3 Super Post Panamax)

MHC 2

Transtêiner (RTG) 8

Reach Stacker 8

Top Loader 3

Tratores 32

LIBRA TERMINAIS – SANTOS

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Libra Terminais – Grupo Libra

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 13,8 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área de Armazenagem 155 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 13,20 m

Calado no Canal de Acesso 13,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 1085 m

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104

Tomadas Refeer 1200

Equipamentos

Portêiner 11 (6 Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 17

Reach Stacker 19

TECON SANTOS

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil Participações S/A

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 2000 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área Total 596 mil m²

Berços de Atracação 4

Calado no Berço de Atracação 15,00 m

Calado no Canal de Acesso 15,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 980 m

Tomadas Refeer 2000

Equipamentos

Portêiner 13

MHC 1

Transtêiner (RTG) 46

Reach Stacker 12

Empty Loader 7

Tratores 30

ECOPORTO (ANTIGO TECONDI)

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105

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Ecoporto Santos S/A

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 524 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área Total 170 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 14,50 m

Calado no Canal de Acesso 12,70 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 825 m

Tomadas Refeer 360

Equipamentos

Portêiner 3 (Super Post Panamax)

MHC 8

Transtêiner (RTG) 6

Reach Stacker 30

Empilhadeira de Pequeno Porte 38

Tratores 33

DP World (Antigo EMBRAPORT)

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106

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Empresa Brasileiro de Terminais

Portuários

Acionistas Dubai Ports World (DPW)

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 1200 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 530 mil m²

Área de Armazenagem 207 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 16,00 m

Extensão Total do Berço de Atracação 653 m

Tomadas Refeer 1000

Equipamentos

Portêiner 6

Transtêiner (RTG) 22

Reach Stacker 3

Tratores 42

BTP – BRASIL TERMINAIS PORTUÁRIOS

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Brasil Terminal Portuário S/A

Acionistas Terminal Investment Limited (TIL)

APM Terminals

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 2500 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área Total 490 mil m²

Berços de Atracação 3

Extensão Total dos Berços de Atracação 1108 m

Tomadas Refeer 1582

Equipamentos

Portêiner 8 (Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 26

Tratores 40

TECON SEPETIBA

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Sepetiba Tecon S/A

Acionista Companhia Siderurgica Nacional

UF RJ

Município Itaguaí

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro

Infraestrutura

Área Total 409 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 14,70 m

Calado no Canal de Acesso 17,80 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 810 m

Tomadas Refeer 1582

Equipamentos

Portêiner 6 (Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 2

MHC 2

Reach Stacker 14

Empilhadeira 22

Tratores 40

TECON SUAPE

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Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Suape S/A

Acionista International Contêiner Terminal Service

Inc.

UF PE

Município Suape

Capacidade de Movimentação Anual 680 mil TEU

Porto Organizado Porto de Suape

Administração Secretaria de Desenvolvimento

Econômico (SDEC-PE)

Infraestrutura

Área Total 380 mil m²

Berços de Atracação 3 (2 – Privados + 1 – Público)

Calado no Berço de Atracação 15,50 m

Calado no Canal de Acesso 16,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 935 m (660 – Privado + 275 – Público)

Tomadas Refeer 1582

Equipamentos

Portêiner 6

Transtêiner (RTG) 14

Reach Stacker 5

Tratores 42

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TECON VILA DO CONDE - CONVICON

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil Participações S/A

Acionista Diversos

UF PA

Município Barcarena

Capacidade de Movimentação Anual 250 mil TEU

Porto Organizado Porto de Vila do Conde

Administração Companhia Docas do Pará

Infraestrutura

Área Total 103 mil m²

Berços de Atracação 1

Calado no Berço de Atracação 13,00 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 254 m

Tomadas Refeer 140

Equipamentos

MHC 2

Reach Stacker 8

Empilhadeira 2