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mana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10 QUAL É O FUTURO DO LIVRO E DA BIBLIOTECA NA ERA DIGITAL? Marciana Leite Ribeiro Responsável pela Biblioteca Digital de Memória Científica do INPE VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) “Produção científica ontem e hoje. E amanhã?” 27 de outubro 2010 De 23 a 29 de outubro é comemorada a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB), instituída pelo Decreto Lei nº 84.631, de 02 de abril de 1980, bem como, o Dia Nacional do Livro, no dia 29, pela Lei nº 51.912, de 18 de dezembro de 1966.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

QUAL É O FUTURO DO LIVRO E DA BIBLIOTECA NA ERA DIGITAL?

Marciana Leite Ribeiro Responsável pela Biblioteca Digital de

Memória Científica do INPE

VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) “Produção científica ontem e hoje. E amanhã?”

27 de outubro 2010

De 23 a 29 de outubro é comemorada a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB), instituída pelo Decreto Lei nº 84.631, de 02

de abril de 1980, bem como, o Dia Nacional do Livro, no dia 29, pela Lei nº 51.912, de 18 de dezembro de 1966.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) “Produção científica ontem e hoje. E amanhã?”

27 de outubro 2010

Palestra elaborada a partir das mesas “O futuro do Livro” (FLIP, 2010) e do livro de Robert Darnton "A questão dos livros: passado, presente e futuro". Tradução de Daniel Pellizzari do original "The Case for Books:

Past, Present and Future" pela editora Companhia das Letras.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Robert Darnton é o senhor aí de cima, em casa, aos 71 anos.

VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) “Produção científica ontem e hoje. E amanhã?”

“Muito antes do jornal, do radinho de pilha, do walk-man e do iPad, o livro já havia inventado a mobilidade” (Robert Darnton)

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Especialista em história da França do século 18, um dos grandes

historiadores da História do Livro, do Iluminismo entre outros temas.

Reúne uma série de artigos refletindo sobre a importância dos

livros no passado, presente e futuro.

Consagra os livros como recurso e objeto que sobreviverá aos

desdobramentos da revolução digital em andamento.

Nascido em Nova York, Darnton é professor e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard. Formado em

Harvard, Estados Unidos, e com doutorado em história na universidade de Oxford.

Foi professor na Universidade Princeton (1968-2007)

VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

De repórter do New York Times até a direção de uma das bibliotecas

mais importantes do mundo.

Em 2007 assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard tomando a missão de digitalizar e

tornar acessível gratuitamente pela internet o conjunto da produção

intelectual de Harvard.

Busca, por meio de negociações da universidade com a empresa

Google, a criação do Google Book Search.

Se aprovado pelo Tribunal Federal norte-americano, deverá digitalizar milhões de livros e disponibilizá-los

no mercado.

Com a missão de tornar o acesso à cultura escrita cada vez mais

amplo, Robert Darnton mostra as possíveis consequências da

digitalização do acervo de grandes bibliotecas, realizada pelo Google.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Denominados historiadores culturais, falaram do início dos estudos do

livro, de como a comunicação escrita contribuiu para esclarecer a vida da

época juntamente com a comunicação oral.

Na Festa Literária Internacional de Paraty de 2010 (FLIP), o livro e

seu futuro estiveram em destaque onde os historiadores Robert Darnton e Peter Burke

promoveram um vai e vem entre o passado e o futuro dos livros.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Darnton declarou que:

“todos usarão leitores digitais para alguns propósitos”

"O futuro é digital. Temos de buscar formas de o livro digital e o físico se apoiarem mutuamente."

Para Burke, a experiência de observar e participar das mudanças

do mundo do livro, nos últimos 30, 40 anos é um privilégio desconfortável.

Para Darnton há que se considerar o efetivo combinado das novas mídias e de novas situações legais e todos os tipos de interesses corporativos que vão determinar o futuro dos

livros.

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O prognóstico, segundo eles, não é de todo ruim.

“Não acredito na morte do livro impresso nas próximas décadas”.

“Haverá apenas uma diminuição na importância dos livros em relação a outras maneiras de comunicar”, concluiu Burke.

"Os que sobreviverem terão tendência a ser mais pequenos,

mais fáceis de ler com o Kindle ou com outros dispositivos como o

iPad.

Burke defende o uso da Wikipédia e Darnton elogia a enciclopédia

colaborativa online, e no debate sobre o passado das enciclopédias

ficou claro de que esse site incentiva a leitura crítica.

Os historiadores defendem uma flexibilização de leis de patentes e

direitos autorais como são hoje, em benefício do interesse público.

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O futuro dos livros continua em debate, na FLIP, com Darnton e John Makinson, CEO da editora Penguin,

em que se fez uma reflexão sobre os destinos da palavra escrita e sobre o ambicioso projeto de digitalização de

livros do Google.

O papel do editor nesse novo mercado e as infinitas possibilidades de interação de mídias nos e-books e

a biblioteca.

Makinson, com ampla experiência em livros digitais na Penguin, reforçou as diferenças entre a

comercialização de música e livros.

“O consumidor de música muitas vezes não quer um disco todo,

apenas uma faixa”.

O de livros vai comprá-los inteiros, pois não se interessa por apenas

um capítulo.

Makinson propôs uma visão mais positiva, como a possibilidade de o

leitor baixar arquivos e imprimir seus próprios livros.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Para a dupla de debatedores:Autores e editores têm muito a

ganhar com a transição do papel para o meio eletrônico e as possibilidades

de integração com áudio, vídeo, realidade aumentada e hipertexto.

Para uma mesa que tratou de assuntos como a morte do livro, do

autor, do jornal e até das bibliotecas, a previsão sobre aquilo que ainda vai

ser escrito, publicado e lido foi bastante otimista.

O livro tal qual o conhecemos hoje é um objeto em extinção?

Robert Darnton disse que:“o mundo dos livros é muito

complexo e sua criação foi uma das grandes invenções de todos os

tempos”.

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Darnton, de maneira otimista, encerra o debate, dizendo:

“Já tivemos o anúncio da morte do livro, a morte do autor e agora a

morte da biblioteca. Acho que não acredito mais na morte”, finalizou.

Darnton confessa ser otimista quanto à digitalização dos livros, mas não

concorda que o Google defina o modo como ela deva ser feita.

“A internet promove a disseminação do conhecimento, mas o Google não

é um fã de disseminação do conhecimento. É, sim um fã da idéia

de ganhar dinheiro com isso.

Uma das lições que a história nos ensina é que uma mídia não precisa

matar a outra para se instalar.

A invenção dos tipos móveis não acabou imediatamente com o

manuscrito, que continuou sendo usado até o século 19”.

No momento, e pelos próximos dez ou vinte anos, estamos passando por

uma transição.. “Depois, quem sabe?”, acrescentou.

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Robert Darnton lançou neste ano, no Brasil, o título:

"A questão dos livros: passado, presente e futuro". Tradução do

original "The Case for Books: Past, Present and Future" .

Especialista no debate sobre o futuro do livro, o autor aborda na

obra alguns temores reais suscitados pelo novo cenário do

livro.

Escreveu o historiador Robert Darnton, na introdução (p.7):

“O lugar do livro no ambiente digital.”

“O livro é, de todos os meios de comunicação, o mais antigo e também o mais moderno.”

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

... “E sua conveniência fez dele a ferramenta básica de saber por

milhares de anos, mesmo quando precisava ser desenrolado para

ser lido...”

Muito antes do jornal, do radinho de pilha, do walk-man e do iPad, o

livro já havia inventado a mobilidade.

As frases poderiam sugerir que:

A questão dos livros é “uma apologia descarada da palavra

impressa e seu passado”, anuncia a introdução da obra.

Darnton:

Reuniu em um único volume uma série de artigos que publicou

principalmente no The New York Review of Books.

Abordando a questão do livro depois de verificar que, na última

década, ele havia sido convidado a um grande número de conferências

sobre a suposta 'morte do livro', levando-o a suspeitar que os livros,

ao contrário, deviam estar muito vivos.

A questão dos livros são reflexões baseadas em diversas experiências do autor com a criação de projetos

de livros, coleções e bibliotecas digitais.

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Darnton não se prende à cronologia, a uma linearidade.

Ele navega do iluminismo ao Google e deste a Gutemberg, enfrentando a calmaria e a tempestade, a vida na

biblioteca e a internet,sem nunca abandonar o cuidado

com o interesse pela leitura.

Busca conciliar a obra tradicional, em papel, com as novidades

digitais.

Defende a criação de uma biblioteca nacional de e-books, com

acesso livre. Utópico?

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Discute:

A iniciativa do Google de digitalizar livros de grandes bibliotecas

acadêmicas americanas sinaliza uma tendência monopolística

visando apenas ao lucro?

O Google Book Search é o tópico mais "momentoso" de A Questão

dos Livros.

A discussão sobre o futuro dos livros está focada principalmente

sobre o potencial de e-books, lugar das bibliotecas e o impacto do

Google Book na disponibilização de conteúdo já publicado.

Toca nos principais temas sobre a questão dos livros na

contemporaneidade, inclusive seu fim e digitalização.

A democratização do conhecimento,

outro tema presente na obra.

As duas primeiras seções do livro contêm ensaios sobre e-books, o Google, copyright e bibliotecas.

Encontrar um caminho no panorama da informação.

A última seção é sobre os livros em um sentido histórico.

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Os jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito

das longas horas de leitura.

Para eles, o livro é menos convidativo, confortável e familiar que para nós. “Isso me preocupa”,

diz Darnton

“Nós estamos vivendo neste período de transição, onde a mídia impressa está em crise e a mídia eletrônica está crescendo, mas ainda não se

adaptou às necessidades dos leitores”, explica Darnton.

Veremos surgir diversas formas de leitura e toda uma variedade de

meios de comunicação.

Os livros acadêmicos serão híbridos, publicados em parte na forma

convencional, em parte on-line, com dados, links e material suplementar

em áudio, vídeo e imagem.

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Qual é o futuro do livro na era digital?

A pergunta é feita repetidamente, já há alguns anos, mas ninguém ainda

sente-se seguro para responder.

“Não há volta a dar: o futuro é digital”.

Editores e bibliotecários estão a viver num limbo, entre o passado analógico e o futuro eletrônico.

“O ideal é colocar os livros gratuitamente na internet.

Pensar nos pesquisadores, não apenas os do presente, mas os que

virão”.

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Somente agora, passados quase seis séculos desde o uso por Gutemberg

dos tipos móveis, ele começa a enfrentar o desafio da mudança com a

digitalização.

Vários são os motivos que fazem com que o livro alcance essa perenidade,

mas talvez o que melhor explique seja a autonomia: o livro é um ser único, é

uma célula.

Enquanto o mundo se surpreende com a sucessão, na velocidade

impressionante com que surgem novos aparelhos ou novas mídias e

plataformas de comunicação, o livro permanece.

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Darnton argumenta que:

“todas as eras foram uma era da informação, cada uma a seu modo,

e que a informação sempre foi instável.

A nova tecnologia deveria nos forçar a reconsiderar o próprio

conceito de informação”.

Universidade Harvard

“Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura, não sabem usar uma

biblioteca, não sabem fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles dependem demais

do Google.

Estudantes costumam fazer o download de textos sem se

perguntar de onde vieram, e muitas vezes acabam baixando versões

deturpadas”.

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Universidade Harvard

Coordenou uma pioneira iniciativa, o projeto Gutemberg-e, de editar uma

coleção de teses de história em formato digital.(p.96)

Um dos aspectos mais interessantes dos ensaios de Darnton é que ele propõe uma reflexão sobre o que

seria efetivamente um livro digital.

O que se observa é muito mais uma corrida para transformar livros

impressos em arquivos eletrônicos que possam ser lidas em máquinas cada vez mais amigáveis à leitura, e menos a busca de inventar de fato o

livro digital.

Darnton assumiu, em 2007, a direção da Biblioteca da

Universidade Harvard, com a missão de digitalizar e tornar

acessível o acervo da instituição, via web e gratuitamente.

Harvard é, de longe, a maior biblioteca de pesquisa do mundo. São cerca de cem bibliotecas com mais de 14 milhões de volumes.

“Espero que, por meio da internet e das tecnologias modernas,

possamos abrir a biblioteca de Harvard e tornar suas riquezas

intelectuais disponíveis para o resto do mundo”.

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Biblioteca da Universidade Harvard

Responsável pela conservação das coleções, mas também por liderar o

caminho na direção do mundo digital.

Dezenas de especialistas pesquisando como preservar os livros que nasceram digitais.

Toda a produção científica de Harvard estará disponível de graça

na internet.

Harvard não vai parar de comprar livros.

“As coleções de Harvard são tão vastas que não creio que algum dia sejam inteiramente digitalizadas,

nem mesmo pelo Google Book Search”.

O Google, segundo Darnton, ofereceu digitalizar esse acervo de

graça, para depois cobrar dos usuários o acesso aos livros.

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Universidade Harvard

As bibliotecas estão se tornando obsoletas ? (P.60)

Quanto às bibliotecas públicas pequenas , Darnton vê a

dependência delas com a Internet e prevê a transformação das mesmas

em pontos de encontro da comunidade.

Qual o futuro das bibliotecas de pesquisa, e como nos prepararmos

para ele?

Já nas grandes bibliotecas acadêmicas e especializadas como o

caso de Harvard confessa que o papel da biblioteca não é mais servir

aos professores, alunos e pesquisadores, mas compartilhar

toda a riqueza intelectual.

Darnton vê a biblioteca como a cidadela e a Internet como espaço

aberto, por isso não é exagero pensarmos bibliotecas cada vez com

mais tecnologia da informação e cada vez menos estantes.

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Criação de uma biblioteca de obras digitais

Hoje os estudantes ainda respeitam suas bibliotecas, mas as salas de leitura estão praticamente vazias

em alguns campus.

Nos Estados Unidos, os bibliotecários têm oferecido poltronas para os usuários

relaxarem, lanchonetes para voltar a atrair os alunos. Estudantes

(modernos ou pós-modernos) fazem a maior parte de suas pesquisas

hoje em computadores.

O conhecimento, acredita-se, está on-line, não no espaço físico de uma

biblioteca.

“As bibliotecas nunca poderão conter tudo entre as suas paredes porque a informação é infinita e se estende por

todos os cantos da internet; e para encontrá-la é preciso usar um

mecanismo de busca.”

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Tudo começou quando o site de buscasGoogle decidiu digitalizar milhões de

livros e torná-los públicos.

“Inicialmente, aprovei a idéia e a biblioteca de Harvard foi uma das cinco

primeiras a liberar seu acervo”.

Mas o perigo do monopólio e da comercialização fizeram Darnton

repensar.

Como despertou uma série de protestos, o acordo acabou na Justiça por conta do risco de infringir as leis

dos Estados Unidos.

“É uma causa que tem tomado muito do meu tempo atualmente”.

Criação de uma biblioteca de obras digitais

Os formatos eletrônicos configuram um desafio para os bibliotecários, que terão de desenvolver novos

métodos e protocolos para preservar o conhecimento em forma digital.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Darnton:

“Admiro o Google e acho excelente que o Google Books tenha 2 milhões de livros em domínio público para o livre

acesso”.

Mas é inaceitável digitalizar e cobrar de Harvard o acesso a esse

acervo que é de pesquisa.

“E isso me preocupa:

Podemos criar uma nova Biblioteca de Alexandria digital de

domínio público mas, para isso, seria preciso alterar as leis de

direitos autorais”.

Confessou Darnton:

“ter pesadelos com o desaparecimento de milhões de livros

digitalizados, provocado pela obsolescência de software, hardware

e mecanismos de busca, computadores e sistemas de gestão

de bancos de dados”.

Harvard tem um exército de funcionários atualizando

continuamente os programas para preservar o conteúdo da biblioteca.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Para Darnton, as bibliotecas do mundo todo deveriam se mobilizar

para digitalizar seus acervos através de seus próprios meios.

"Também temos de discutir como serão preservados os acervos

digitais que vêm sendo incorporados a elas. Essa questão está no ar."

A velocidade das mudanças é de tirar o fôlego:

da escrita ao códice foram 4300 anos;

do códice aos tipos móveis, 1150 anos;

dos tipos móveis à internet, 524 anos;

da internet aos sites de busca, dezessete anos;

dos sites de busca ao algoritmo de relevância do Google, sete anos.

Criação de uma biblioteca de obras digitais

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

O projeto Google Book Search consiste em digitalizar os acervos de dezenas de bibliotecas, criando uma megabiblioteca digital com

milhões de obras, algo talvez maior do que o próprio Borges contemplou em suas ficções.

O projeto que queria digitalizar todos os livros do mundo, e

disponibilizá-los, esbarrou no interesse dos detentores do

copyright das obras – e no imenso prazo do domínio público.

Criação de uma biblioteca de obras digitais

O Google foi processado pelos sindicatos dos autores e das editoras.

Isso o obrigou a parar em 1923.

O grande problema é o direito autoral. Nos Estados Unidos, qualquer

coisa publicada desde 1923 está protegida por lei e nem sempre pode

ser digitalizada.

Após negociações extensas e complexas, os reclamantes e o

Google chegaram a um acordo, que ainda não foi aprovado pelo Tribunal

Distrital de Nova York.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Criação de uma biblioteca de obras digitais

Dos sete milhões de títulos digitalizados até 2008:

um milhão é de obras em domínio público;

um milhão está protegido por copyright e em catálogo;

cinco milhões são livros sob copyright, mas fora de catálogo.

Essa última categoria fornecerá a maior parte das obras a serem

disponibilizadas.

Como fazer para oferecer essa enorme quantidade de conhecimento

protegida por copyright?

O Google emprega milhares de engenheiros, mas nenhum

bibliotecário.

Isso mostra que eles não estão interessados nos livros enquanto

fonte de conhecimento, mas como fonte de dados.

Não lhes interessa qual edição colocarão on-line.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

“Esse risco existe. Ninguém solucionou o problema de como preservar textos

digitais.

Para conservá-los, temos de migrar os arquivos de uma máquina para outra e

atualizar os programas.

Se o Google desaparecer, quem gastará milhões de dólares para

manter o acervo?

Desde que a Microsoft abandonou seu projeto de digitalização, o Google não

tem concorrentes”.

Se o google fechar, quem cuidará de seu acervo virtual? 

A perda será terrível se as bibliotecas não guardarem os

originais

Com a rápida obsolescência das tecnologias digitais, o Google não corre o risco de sumir antes das

bibliotecas?

Criação de uma biblioteca de obras digitais

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

O estado atual da questão.

Há uma forte possibilidade de o acordo ser rejeitado pela corte.

Se isso acontecer, o Google pode apelar, arrastando o caso por anos e

continuando a digitalizar livros enquanto não houver uma decisão

definitiva.

É a única empresa no mundo que tem as condições financeiras e

tecnológicas para isso.

Para ele, o Google representa uma grande oportunidade e um grande

perigo.

“Oportunidade porque com os milhões de livros digitalizados

possibilitam ampla consulta. Perigo porque o Google pode comercializar

nosso patrimônio cultural”.

Sonha com a criação de uma biblioteca nacional digital, sustentada

por recursos públicos e privados, e acessível a leitores do mundo inteiro.

"É uma alternativa ao monopólio".

Criação de uma biblioteca de obras digitais

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

O principal problema provocado pela migração de uma obra tradicional,

em papel, para a versão digital é um dos principais argumentos do livro

de Darnton.

“Acredito que as pessoas ainda não entenderam quais são as mudanças

provocadas por essa revolução”.

Um problema que preocupa a grande maioria dos bibliotecários de

todo o mundo.

“... esse nosso maior desafio – evitar o desaparecimento de textos

extremamente frágeis”.

As formas de descrição mudam com o passar dos anos.

“Assim, se você não dominar o método apropriado, provavelmente

seu texto será perdido para sempre”.

E como ainda ninguém resolveu o problema da preservação dos

textos em formato digital, há riscos.

Como será daqui a 20 anos?

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Google e a estratégia usada por editoras para lucrar com a venda

de assinaturas de periódicos científicos.

As editoras vendem assinaturas de periódicos às bibliotecas, que

oferecem aos leitores acesso livre a seus bancos de dados.

No início, os preços eram muito baixos, mas logo as editoras

passaram a aumentá-los abusivamente, sabendo que as

bibliotecas não poderiam deixar de prestar esse serviço gratuito ao

público.

O mesmo pode acontecer com os livros digitalizados.

O Google promete cobrar um preço moderado pelo acesso das

bibliotecas ao seu banco de dados, mas se as taxas subissem seria

impossível reagir, pois os leitores diriam:

“Não podemos ficar sem esse serviço que nos oferece milhões de livros”.

O Google pede que confiemos nele.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

Se o acordo for aprovado, o Google poderia ser

supervisionado por uma autoridade pública no que diz

respeito aos preços.

Além disso, poderia haver representantes de bibliotecas e do público leitor no Book Rights Registry (entidade criada pelo

acordo para administrar a distribuição de direitos autorais

dos livros digitalizados).

Os pontos fracos da digitalização e a preservação do conhecimento.

“As bibliotecas têm obsessão pela

preservação dos textos, mas o Google não tem necessariamente o mesmo compromisso”, diz Darnton.

Já tivemos problemas ligados à tecnologia de preservação do livro

antes – e continuamos tendo agora.

Nos anos 1960, o microfilme parecia ser capaz de resolver todos os

problemas das bibliotecas.

Hoje, pouco mais de 50 anos depois, vemos que os microfilmes mofam,

estragam com facilidade.

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VI Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB) – 27/10/10

E sabendo que a biblioteca, em geral, está sempre preocupada

comespaço, o microfilme parecia uma

solução genial; poderíamos armazenar quantidades imensas de livros ou jornais velhos em poucas

prateleiras.

O fato é que somos capazes de ler hoje um texto que foi impresso há

cinco séculos, mas temos dificuldades de ler, ou ver, um

cassete eletrônico ou um CD-ROM com apenas poucos anos de

existência. Imaginem agora o mundo ameaçado por uma catástrofe

climática.

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Na biblioteca de Harvard, gastamos muito dinheiro para garantir que os arquivos sejam substituídos antes

de se degradarem.

Além disso, existe o risco óbvio da obsolescência de softwares e

hardwares envolvidos no processo.

Para combater isso, é preciso fazer constantes upgrades dos textos.

Se não podemos proteger tudo, carregar tudo, que objetos

escolheríamos e qual o suporte de armazenamento?

Existe o interesse em preservar aquilo que se teve o trabalho de

digitalizar, mas, como disse, interesses podem mudar com o

tempo.

A manutenção desses arquivos custa muito dinheiro.

Precisamos de algo mais do que a promessa do Google para garantir a

preservação deles.

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Transformações tecnológicas como a popularização dos e-readers podem mudar nossa forma de entender os livros e a leitura?

Menos de 2% dos leitores hoje usam e-readers, mas os equipamentos

estão melhorando e é claro que vão se desenvolver até se tornarem um

suporte de leitura satisfatório.

“Acredito que isso possa sim mudar nossos hábitos de leitura e que os e-

readers possam até suplantar os livros impressos“.

Muito já foi perdido com programas de computador que mudam com uma velocidade impressionante.

Quem hoje tem um disquete? Os CDs já se tornaram quase

obsoletos.

Os livros, que diziam que iriam se esfarelar ou pegar fogo com o

tempo ainda estão aí, mesmo os impressos em papéis ruins.

A tecnologia, em breve, poderá resolver o problema da volatilidade de programas. O pdf é uma prova

disso. 

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Num mundo onde livros nascem digitais e leitores são nativos

digitais, as bibliotecas não mais precisarão estocar quantidades

imensas de textos atuais em formato impresso.

Impressão sob demanda e e-readers aprimorados talvez sejam

suficientes para satisfazer as necessidades mais imediatas.

“De uns dez anos para cá, ficou fácil poupar espaço físico ou agilizar o consumo de bens culturais, mas a conservação do conhecimento a longo prazo continua sendo uma

questão séria”.

“Produzimos uma quantidade de informação muito superior ao que

conseguimos digitalizar e, de qualquer modo, informação não é

conhecimento.

Para conhecer o passado, precisamos escavar seus restos e aprender a deles extrair sentido”,

Darnton pondera.

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Ninguém mais escreve cartas. Enviamos e-mail. Como preservá-

los? (P.70)

“É um grande desafio. Em Harvard, estamos armazenando todo o correio eletrônico trocado

na universidade.

É um volume imenso. O projeto inclui preservar as informações

em sites e blogs”.

Até o momento, esse acervo estava irremediavelmente

perdido.

A “máquina” mais antiga de todas, o livro, continua dominando o

mercado de leitura.

Segundo o Bowker’s Global Books in Print, um milhão de novos títulos em papel serão publicados este ano no

mundo.

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O que está em jogo não é para onde vai a palavra (ela pode ser digital, no papel ou mesmo na

pedra), e sim o futuro da leitura, e da memória.

Como elas se transformarão com o excesso de informação e

digitalização é o que precisa ser discutido.

Os livros sempre existirão, seja ao lado de versões impressas, seja em

versões digitais.

O que provavelmente acontecerá é que conviveremos com os e-books e

com os livros tradicionais por um bom tempo ainda, talvez para

sempre.

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“Os livros digitais podem nos trazer novas formas de ler e fazer livros,

mas a verdadeira revolução acontecerá não apenas com os

leitores digitais, mas está acontecendo agora, no momento em que falamos, com bibliotecas inteiras sendo digitalizadas, transformadas

em arquivo pdf e tornando-se disponíveis para leitores e

pesquisadores”.

“A internet é a verdadeira mudança e nós, em Harvard, estamos trabalhando para que isso

aconteça”.

No entanto, é um processo caro e trabalhoso, que depende bastante

de investimentos”.

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Não é a hora ainda, portanto, de abandonar o papel?

As preocupações de Darnton fazem sentido; a internet já é a biblioteca do

nosso tempo.

E ele sabe que nela não se pode passar a chave no fim do expediente. 

Controlar é difícil, quando não impossível. 

O mal, no entanto, vem da mão do homem e hoje as próprias bibliotecas

se desfazem de arquivos físicos depois da digitalização dos acervos.

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O QUE PUBLICOU:

Boemia Literária e Revolução (1987) O Grande Massacre de Gatos (1988)O Beijo de Lamourette (1990) Edição e Sedição (1992) O Iluminismo como Negócio (1996) Os Dentes Falsos de George Washington (2005)“Episódios da História Cultural Francesa“"The Case for Books: Past, Present and Future“"Best-sellers Proibidos da França Pré-Revolucionária"

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MIT World is a free and open site that provides

on demand video of significant public events at MIT.

Books and Libraries in the Digital Agehttp://mitworld.mit.edu/video/622

The Case for Bookshttp://forum-network.org/lecture/

robert-darnton-case-books

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Eu recomendo este livro para qualquer pessoa interessada no

Estado de e-books ou na história e futuro dos livros e da biblioteca.

Pode não ser algo para sentar e ler de frente para trás, ao mesmo

tempo, mas definitivamente vale a pena ler.

As questões que Darnton apresenta estão nos pressionando e são

urgentes na era da digitalização. Sua posição como um historiador

fornece boa perspectiva sobre onde livros, conhecimento e informação

estão na idade da presente comunicação instantânea, digital.

Bibliografia

Freitas, G. Em entrevista, o historiador americano Robert Darton discute impacto da tecnologia sobre os livros. O Globo, 1 maio 2010. Disponível em: http://www.letramento.iel.unicamp.br/portal/?p=1689. Acessado em: 22 ago.2010.

Darnton, R. Google & the future of books. The New York Review of Books. March 26, 2009. Disponível em: <http://www.nybooks.com/articles/archives/2009/feb/12/google-the-future-of-books/?page=3>. Acessado em: 3 ago. 2010.

DARNTON, R. A questão dos livros: passado, presente e futuro. Tradução Daniel Pellizzari. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

O Darnton analógico e Darnton digital. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/vida-literaria/o-darnton-analogico-e-o-darnton-digital/>. Acessado em: 20 set. 2010.

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Obrigada

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