vet - leucose enzootica bovina - vírus.pdf

Upload: leandro-mendes

Post on 02-Mar-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    1/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Leucose Enzotica Bovina: Diagnstico,Preveno e Controle

    Agottani, J.V.B.a, Oliveira, K.B.a, Fayzano, L.b Warth, J.F.G.c

    aDiviso de Antgenos, Instituto de Tecnologia do Paran, Curitiba, PR

    bVP Laboratrio de Anlises - Veterinria Preventiva, Curitiba, PR

    cUniversidade Federal do Paran, Departamento de Medicina Veterinria.Curitiba, Pr.

    DEFINIO:A Leucose Enzotica Bovina* (LEB) uma doena infecciosa causada por vrus da famlia

    Retroviridae, que se caracteriza pelo desenvolvimento deduas formas clnicas :A forma maligna tumoral e fatal com formao de linfossarcomas em quase todos os

    linfonodos e rgos, a qual ocorre em 5 a 10% dos animais infectados e a forma benigna,caracterizada apenas pelo aumento geral do nmero de linfcitos sangneos, denominada delinfocitose persistente (LP), de ocorrncia em 30% dos animais infectados*.Observaes :*Consideram-se quadros hematolgicos de linfocitose persistente quando ocorrer um aumentonas contagens absolutas de linfcitos observadas durante trs meses consecutivos em animaissem manifestaes clnicas de neoplasias linfoproliferativas.

    HISTRICO E PREVALNCIA:A primeira ocorrncia da LEB foi na Alemanha, em 1871, provavelmente, devido a importaode bovinos infectados vindos dos Pases Blticos. Do continente europeu, a virose foi levada

    para os Estados Unidos, no final do sculo XIX, sendo descrita no continente americano aindaantes da Segunda Guerra Mundial. A partir de ento, a infeco espalhou-se entre os rebanhosamericanos e canadenses tendo, agora, uma alta prevalncia em muitas fazendas leiteiras destes

    pases.

    Em 1984, em levantamento sorolgico realizado em rebanhos leiteiros de alguns estados norte-americanos, foi relatada a prevalncia da infeco pelo vrus da LEB em taxas que variaram de22% a 47%. No Brasil, levantamentos sorolgicos realizados em 1991, indicaram a prevalnciaentre 12,5% a 72,9%.

    ETIOLOGIA:

    O agente etiolgico da LEB denominado Vrus da Leucose Bovina (VLB). Pertence famliaRetroviridae, sub-famlia Oncovirinae,e ao gnero Deltaretrovirus. Possuem uma nica fitade cido Ribonuclico (RNA). Apresentam a capacidade de transformar seu material gentico

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    2/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    em DNA, atravs da enzima Transcriptase Reversa, inserindo-se no genoma celular comoprovrus, mantendo-se nesta forma por longo perodo de incubao. So vrus envelopadossendo por isso facilmente inativados por solventes (ter, lcool e clorofrmio), detergenteslipdicos e aquecimento a 56 C.

    TRANSMISSO:Historicamente, a alta prevalncia de linfossarcomas observada no rebanho sueco, por exemplo,foi associada ao uso de sangue fresco de bovinos doadores infectados com Babesia bovis,utilizado em programas de premunio contra a piroplasmose durante sete anos. Levantou-se, a

    partir de tal prtica, a possibilidade de que o agente infecioso estivesse presente no sangue deanimais infectados. As suspeitas tinham fundamento.O vrus geralmente transmitido atravs do sangue de um animal infectado.

    Transmisso horizontal: comumente ocorre atravs de agulha ou seringa reutilizada,descornador, tatuagem, equipamento de castrao, transfuso de sangue, utilizao da mesmaluva de toque retal para diversos animais, mesma argola (em touros) e monta natural. Animaisconfinados esto mais suscetveis a se infectarem atravs de secrees nasais, saliva, urina,fezes, descargas uterinas.Transmisso vertical: A transmisso para os fetos pela placenta possvel, mas ocorre no maisdo que 4 a 8% dos casos. Quando bezerras so alimentadas com leite ou colostro de mesinfectadas, a transmisso horizontal pode ser menor, pela presena de anticorpos anti-VLB nasecreo. Para evitar a possibilidade de transmisso para o neonato atravs do colostro ou leitede vacas infectadas preconiza-se o aquecimento desta secreo lctea a 56 C por 30 minutos,ou a utilizao de um banco de colostro proveniente de vacas negativas, conservado a 20C

    em freezer.A pasteurizao destri facilmente o vrus.No considerada uma Zoonose. Podendo, o leite e a carne bem como seus derivados, seremconsumidos sem preocupao.A transmisso entre espcies j foi constatada em ovinos, porm, no apresentando sinais delinfocitose. Infeces experimentais foram relatadas, tambm, em outras espcies comochimpanzs, outros macacos, sunos, coelhos, ratazanas, ces, galinhas e gatos.

    QUADRO CLNICO

    Sinais clnicos:

    Quadro 1: Principais sinais clnicos da forma multicntrica do adulto com sua relao anatomo-patolgica.

    SINAIS CLNICOS PROVOCADO POR

    Perda de peso Diarria, anorexia, outras causas no determinadasAumento de linfonodos superficiais Presena de linfcitos tumoraisBaixa de produo de leite Anorexia, diarria, outras causas no determinadasAnorexia Causas no determinadasAumento de linfonodos (internos) (verificvel pela palpaoretal)

    Proliferao de clulas tumorais

    Paresia dos membros posteriores Infiltraes tumorais na regio epidural da medula espinhal

    Anemia Hemorragia com perda de sangue pelo trato gastrointestinal,principalmente abomasoFebre Necrose tissular, infeces concomitantes, outras causas

    no determinadas

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    3/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Exoftalmia Infiltrao de clulas tumorais nos tecidos retrobulbaresDispnia Compresso das vias areas por linfonodos aumentados de

    volumeConstipao Compresso do tubo gastrointestinal por linfonodosaumentados

    Alteraes cardacas (insuficincia cardaca) Infiltrao de clulas tumorais no miocrdioEdema subcutneo ventral Insuficincia cardaca congestivaPulso venoso positivo Insuficincia cardaca congestivaParto distcico Compresso das vias do parto por linfonodos aumentados

    de volumeMorte fetal Infiltrao tumoral na parede do teroHidronefrose Compresso dos ureteres por linfonodos aumentados

    FONTE: OLIVEIRA, K.B., 2000.

    Formas:

    Maligna : Linfossarcomas (multicntrica dos adultos),;Benigna: Linfocitose persistente (processo linfoproliferativo benigno).

    Patogenia:conseqncias possveis aps a exposio de bovinos ao vrus da LEB:- animal no se torna infectado: provavelmente devido resistncia gentica;- portadores latentes: infeco permanente e nveis detectveis de anticorpos;- infeco permanente e animais soropositivos: desenvolvem linfocitose persistente e

    processo linfoproliferativo benigno (30% 70%);- linfossarcoma: animais soropositivos que desenvolvem tumores neoplsicos malignos (5%

    10%).

    O linfossarcoma mais comum entre 3 e 6 anos de idade. Pode ocorrer em linfonodosperifricos, linfonodos internos, abomaso, corao, tero, espao retrobulbar e regio epiduraldo sistema nervoso central.

    Pode ocorrer: perda de peso em 80% dos casos; queda produo leiteira em 77% dos casos; linfadenopatia externa em 58% dos casos; reduo no apetite em 57% dos casos; linfadenopatia interna em 43% dos casos; paresia posterior em 29% dos casos; febre em 23% dos casos; comprometimento respiratrio em 14% dos casos; exoftalmia bilateral em 15% dos casos; diarria em 13% dos casos; constipao em 14% dos casos; exoftalmia unilateral em 7% dos casos; alteraes cardiovasculares em 36% dos casos.- Respirao dificultada 14%

    Dados obtidos aps observaes clnicas em1398 animais apresentando a forma tumoral.

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    4/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Linfocitose Persistente:Tem sido admitido que rebanhos com um alto ndice da forma adulta,com a presena de linfossarcoma, muitas vezes, contm alguns animais com linfocitose

    persistente (LP). Em aproximadamente dois teros dos casos, o desenvolvimento dolinfossarcoma precedido vrios anos por LP, sem qualquer sinal de doena clnica. Por causadesta associao, tem sido comumente assumido que a LP a forma subclnica dolinfossarcoma. Desta forma, a leucose enzotica bovina tem sido descrita como tendo uma fase

    pr-tumoral, caracterizada pela LP, seguida por uma segunda fase, na qual aparecem tumoresleucticos.

    Fatores Genticos: LEWIN & BERNOCO, em 1986, realizaram testes de associao entrefentipos/altipos BoLA (antgenos associados a membrana citoplasmtica dos linfcitos B de

    bovinos) e infeco por VLB e LP, usando um painel internacional de aloantisoros bovinos. Aresistncia LP entre os animais soropositivos foi associada com a presena do antgeno

    denominado de BoLA-DA7, e a susceptibilidade foi associada com o antgeno BoLA-DA12.3.Isto sugere que a seleo gentica de bovinos com linfcitos B, de linhagens resistentes a

    proliferao celular pode ser possvel de ser desenvolvida.

    Figura 1: Animal com exoftalmiaunilateral.

    Figura 2: Animal com aumento naregio submandibular.

    Figura 3: Tumor na regio doabomaso.

    Figura 4: Linfonodos infartados.

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    5/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    DIAGNSTICO

    Diagnstico clnico:Animais adultos, com mais de 3 anos de idade, apresentam progressivo e visvel aumento devolume dos linfonodos subcutneos principais, simulando linfoadenopatias infecciosas, porm,sem febre. Uma vez presentes, torna-se fcil o diagnstico da Leucose de ser realizado atravsde bipias enviadas para exames histopatolgicos cujos resultados destas tumoraes soclassificados como do tipo linfossarcoma. O diagnstico torna-se difcil quando estastumoraes encontram-se internalizadas ou disseminadas em linfonodos secundrios no interiordas cavidades torxicas e abdominais de difcil acesso. Porm, quando h perturbaesdigestivas crnicas (meteorismo, diarria), aumento de linfonodos, exoftalmia e, mais

    raramente, paresia, paralisia e placas cutneas, deve-se suspeitar igualmente de leucoseenzotica .Realiza-se o diagnstico clnico inspecionando-se os olhos e palpando-se diversos grupos delinfonodos de rgos, como o tero.

    Diagnstico laboratorial:

    1. Histopatolgico, atravs de bipsias ou fragmentos de orgos: linfoadenoses (formafolicular e difusa de leucose), reticulose, reticulossarcomatose e formas mistas de

    alteraes.

    2. Hematolgico, atravs da contagem de linfcitos: a linfocitose sugere infeco por VLB,mas no descarta a possibilidade de outras doenas; a ausncia de linfocitose no exclui a

    possibilidade de infeco pelo VLB. A LP diagnosticada realizando-se vrias anlisesconsecutivas (pelo menos 3) a intervalos de 1 ms.

    3. Imunolgico, atravs do diagnstico sorolgico: Tcnicas como a Imunodifuso em gargel, ELISA ou Radioimunoensaio so as mais utilizadas, Sendo as duas primeiras as deeleio pela OIE (Office International des Epizooties). Existem tcnicas sorolgicas nasquais se utilizam amostras de leite ao invs de amostras de soro sangineo, apresentando

    igual sensibilidade.

    4. Sondas Genticas: Atravs da Tcnica da PCR (Polymerase Chain Reaction), e com autilizao de primers iniciadores, pode-se identificar, em clulas bovinas infectadas,sequncias de DNA caractersticas do retrovrus (virion completo) ou do provirus.

    Reaes falso-positivas podem ocorrer em animais que receberam anticorpos pelo colostro demes positivas. Neonatos, que ingeriram colostro de vacas positivas e que esto com menos de6 meses de idade, podem ainda resultar positivos devido a presena destes anticorposcolostrais, que ainda no foram eliminados. Animais com idades acima de 6 meses com

    resultados positivos por trs exames consecutivos (em intervalos de 1 ms) devem serconsiderados como positivos e infectados.

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    6/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Reaes falso negativas podem ocorrer em animais infectados cujo sistema imune ainda norespondeu a infeco viral (denomina-se este lapso, ou demora de resposta imune, de janelaimunolgica). Para tanto, em caso de resultados sorolgicos iniciais negativos ps-infeco,sero necessrios esperar-se 3 meses para considerar-se animal infectado ou no infectado, asemelhana do que ocorre com infeces humanas com o vrus HIV.Vacas infectadas podem apresentar reao sorolgica negativa (falso-negativa) quando osexames sorolgicos forem realizados de entre duas a seis semanas antes e depois do parto. Osttulos sorolgicos tornam-se novamente detectveis seis semanas aps.

    Tabela 1 Interpretao dos resultados de exames sorolgicos para a Leucose Enzotica Bovina.

    IDADERESULTADOSOROLGICO

    LTIMO CONTATOCOM ANIMALINFECTADO

    INTERPRETAO

    Menos de 7meses

    Positivo

    Se nascido de vaca infectada: impossvel de distinguir osanticorpos se resultantes de infeco ou se so do colostro.Retestar aps 7 meses ou utilizar outra tcnica como porexemplo a PCR.Se nascido de vaca soronegativa, ou se no ingeriu ocolostro de vaca soropositiva, est infectado

    NegativoMenos de 3 meses Retestar trs meses aps o contato com bovino infectado.Mais de 3 meses Animal no infectado.

    Mais de 7meses

    Positivo Animal infectado.

    NegativoMenos de 3 meses Retestar trs meses aps o contato com bovino infectado.Mais de 3 meses Animal no infectado.

    FONTE: Adaptado de TOMA et al., 1990

    PREVENO E CONTROLE:

    Uma vez constatada na propriedade a presena de animais sorologicamente positivos ouanimais apresentando forma clnica da doena, recomenda-se:

    Testar o rebanho a cada 3 a 6 meses at que todos os animais positivos sejam identificados;

    Em casos de alta prevalncia de animais positivos, separar os animais positivos dosnegativos em dois lotes no campo, deixando-os em diferentes pastagens com distncia

    mnima de 150 metros entre elas, evitando assim a possibilidade de transmisso mecnicapor insetos hematfagos;

    Figura 5: Teste de Imunodifuso emgar Gel, mostrando as reaesnegativas (1) e positiva (2).

    1

    1

    2

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    7/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Ordenhar os animais soronegativos antes dos soropositivos. Utilizar, na aparelhagem daordenhadeira mecnica, desinfetantes eficazes aps a ordenha dos animais reagentes.Exemplo: Hipoclorito de Sdio, Biocid;

    Jamais utilizar instrumentais veterinrios como agulhas de vacinao ou de suturas, luvasde palpao, brincadores, descornadores, bisturis, entre outros, utilizados no rebanho

    positivo em animais do rebanho negativo, sem prvia desinfeco;

    O mesmo procedimento com relao aos intrumentais deve ser realizado em neonatos filhosde vacas positivas (estes bezerros ou bezerras devero ser considerados negativos at a datada primeira colheita de soro, no sexto ms).

    Instituir um banco de colostro na propriedade (colostro das primeiras 24 horas obtidos defmeas no reagentes e armazenados a 20C em freezer);

    Promover pela bezerrada recm nascida, a ingesto de colostro de vacas soro-positivasdesde que este colostro seja submetido previamente a aquecimento a 56C, durante 30minutos;

    Realizar a primeira colheita de soro das bezerras e bezerros nascidas de animais positivossomente aps o 6 ou 8 ms aps o parto, devido aos anticorpos maternos perdurarem at

    prximo dos seis meses. Animais reagentes nesta colheita sero considerados como

    positivos e segregados dos demais negativos;

    Tentar obter neonatos negativos gerados de vacas positivas que possuam alto padrogentico (infeco vertical ocorre em 10% dos neonatos). Consider-los infectados se nooitavo ms for verificada a presena de anticorpos.

    Caso seja economicamente vivel (em propriedades com baixa prevalncia), eliminar dorebanho os animais reagentes e, caso no seja possvel, retirar aqueles em final de idadeeconmica (a partir de 8 anos);

    No introduzir no rebanho animais soro-positivos;

    Combater os insetos hematfagos que possam transmitir o VLB;

    Eliminar do rebanho os animais com sinais clnicos da doena, pelo sacrifcio semaproveitamento da carcaa;

    Manter vigilncia epidemiolgica do rebanho atravs de exames sorolgicos anuais;

    Limitar o comrcio de animais infectados e proteger de novos contgios os efetivos livres(Ex: exposies.).

    Em caso de Programas de Erradicao da Leucose Enzotica Bovina, recomenda-se a

    eliminao sumria de todos os animais com sorologia positiva, alm das medidas geraissugeridas acima , que visam a manuteno de rebanhos lvres.

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    8/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    Quadro 2: Preveno da transmisso do Vrus da Leucose Bovina (VLB) atravs de sangue contaminado.

    PROCEDIMENTO CRTICO-FATORES DERISCO CONSIDERADOS ALTOS

    AES CORRETIVAS

    Intervenes cirrgicas Desinfetar (submerso em hipoclorito de sdio), lavare ferver o material

    Tatuagem e colocao de brincos Desinfetar o instrumento aps cada usoDescorna Desinfetar o descornador aps cada uso. Controlar

    hemorragia por hemostasia. Aplicar anti-sptico emaerossol e repelente. Usar descornador eltrico ouferro quente

    Vacinaes, injees, coletas de sangue e teraputicasgrupais com utilizaes de agulhas

    Usar agulhas descartveis individuais ou desinfetaragulha aps cada uso

    Palpao retal Usar luvas descartveis individuais

    Premunio e transfuses sangineas Manter os doadores isolados e somente utiliz-losaps de 3 testes consecutivos de IDAG negativoscom intervalos de 2 meses

    Introduzir animais positivos em rebanhos negativos Adquirir animais de propriedades idneas comatestados negativos

    FONTE: OLIVEIRA, K.B., 2000.

    Observaes:Transferncia de embrio de vacas positivas (de alto valor gentico), smem de reprodutores

    positivos (de alto valor gentico), saliva de animais infectados, leite ou colostro de vacaspositivas, bem como a realizao do teste de tuberculinizao intradrmico, so prticas emque os riscos de transmissibilidade so considerados limitados.Prticas de exciso de tetos supranumerrios, contato prximo de animais positivos comnegativos, so considerados como fatores de transmissibilidade suspeitos.Importante: O controle ir reduzir drasticamente a incidncia; porm, no eliminar aenfermidade.

    CONCLUSO:Os ndices moderados de prevalncia e a lenta difuso da infeco, observados na maioria dosrebanhos, favorecem a execuo de medidas de controle. O desconhecimento da enfermidade,a ausncia de legislao oficial no Brasil e o fato de que a infeco pode permanecer inaparentena maioria dos casos, fazem com que a maioria dos proprietrios no manifestem interesse

    nesse sentido.Mais de 95% dos animais infectados pelo VLB no manifestam clinicamente a doena, emborapossam transmiti-la. Por isso, so denominados portadores sadios, os quais so os maioresresponsveis pela disseminao da doena. Infeces iatrognicas devem ser evitadas atravsda divulgao, para todos os mdicos veterinrios, dos riscos de transmisso provocada por

    prticas profissionais no condizentes .Dessa forma, evidencia-se a importncia do diagnstico laboratorial no controle da LEB peladeteco de animais portadores. Vrios pases europeus, incluindo a Dinamarca e a Alemanha,erradicaram essa enfermidade adotando programas para a remoo de animais portadores deseus rebanhos, utilizando o teste de imunodifuso em gar gel. Apesar de no se pensar em

    programas de erradicao a serem executados em nosso pas, preconiza-se a execuo de

    programas de controle, possibilitando ao criador a eliminao gradual de animais positivos,sem prejudic-lo do ponto de vista econmico. O criador poder substituir seus animais

  • 7/26/2019 vet - leucose enzootica bovina - vrus.pdf

    9/9

    VP Laboratrio de Anlises LTDA - Veterinria PreventivaAv Nossa Senhora da Luz, 2457CEP 82 530-010 Curitiba-PRFone (41) 3362-0650 Fax (41) 3362-0130www.veterinariapreventiva.com.br

    positivos pelos prprios descendentes destes, podendo, no final da vida produtiva de suasvacas, aproveit-las para o consumo da carne.

    Perspectivas Futuras de Vacinas contra a Leucose Enzotica BovinaExperimentos com bovinos vacinados com antigenos inativados (glicoproteina de envelope, gp51) e, posteriormente, inoculados com linfcitos de animais infectados, mostrou que 75% dosanimais estavam protegidos da agresso. Porm, quando a dose inoculante foi maior, o nmerode animais protegidos caiu para 16%. Vacinas recombinantes, expressando a gp51, mostraram-se efetivas, suprimindo a replicao viral em linfcitos perifricos. Porm, a vacina no

    protegeu completamente os animais da infeco. Animais vacinados com gp 51, do reaespositivas em testes sorolgicos, dificultando a diferenciao entre animais imunizados einfectados. A utilizao da protena 24 (p24) como antgeno de diagnstico, a alternativa de

    escolha, caso programas de vacinao contra esta doena sejam preconizados no futuro.Observaes Finais:A Leucose Espordica Juvenil, bem como a Leucose Espordica Adulta, no so causadas peloVLB, no sendo, portanto, identificados pelo teste de Imunodifuso em gar Gel.Algumas caractersticas destas formas de Leucose:- Espordica Juvenil (animais com menos de trs anos de idade):

    - multicntrica (bezerros menos de seis meses): enfartamento mltiplo de linfonodos;- tmica (jovens com menos de 2 anos): edema cervical causado por alteraes tmicas;- cutnea (um a trs anos): ndulos e placas na pele.

    Referncias Bibliogrficas:

    BRAGA, F. M.; LAAN, C. W. Leucose Enzotica Bovina In: Doenas de Ruminantes eEquinos. RIET-CORREA, F.; SCHILD, A. L.; MENDEZ, M. LEMOS, R. A. A . VarelaEditora e Livraria, 2001. p. 126-134.DITTRICH, T. R. C.; OLIVEIRA, K.B. Deteco de Anticorpos contra o Vrus da LeucoseEnzotica Bovina no Rebanho da Fazenda Gralha Azul. Curitiba: PUC-PR, 2000JOHNSON, R.;KANEENE, J. B. Bovine Leukemia Virus. Part I. Descriptive Epidemiology,Climical Manifestations, and Diagnostic Tests.The Compendium Collection., v. 13, n.2, p.122-129, 1991,LEITE, R. C.; LOBATO, Z. P.; CAMARGOS, M. F. Leucose enzotica bovina. Revista do

    Conselho Federal de Medicina Veterinria. Ano. 7, n. 24, 2001. p. 20-28.LEWIN, H. A.; BERNOCO, D. Evidence for BoLA-linked resistecnce and susceptibility tosubclinical progression of bovine leukemia virus infection. Animal Genetic., v. 17, p. 197-207,1986.OLIVEIRA, K. B. Relatrio de Concluso de Curso Leucose Enzotica Bovina: reviso

    bibliogrfica. Curitiba: PUC-PR, 2000.REBHUN, W. C Doenas Infecciosas Variadas. In: Doenas do Gado Leiteiro. Editora Roca,2000. p 577-612.TOMA, B.; ELOIT, M.; SAVEY, M. Las enfermidades animales por retrovirus: leucosis

    bovina enzotica, anemia infecciosa de los quidos, artritis/encepalitis caprina. RevueScientifique et Technique Office International Des Epoizooties, v.9,n.4, p.1077-1119, 1990.