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18.2.6 As condições para administrar a crise estrutural do capital estãodirectamente articuladas a algumas importantes contradições queafectam tanto os problemas internos dos vários sistemas envolvidoscomo as relações entre eles. Resumidamente, tais problemas seriam:

(1 As contradições socio!econ"micas internas do capital

#avançado# que se manifestam no desenvolvimento cada ve$ maisdesequilibrado sob o controlo directo ou indirecto do #comple%oindustrial!militar# e do sistema de corporações transnacionais&

(' As contradições sociais, econ"micas e polticas das sociedades

p"s!capitalistas, tanto isoladamente como na sua relação com as

demais, que condu$em ) sua desintegração e, desse modo, )intensificação da crise estrutural do sistema global do capital&

(* As rivalidades, tensões e contradições crescentes entre os

pases capitalistas mais importantes, tanto no interior dos váriossistemas regionais como entre eles, colocando enorme tensão naestrutura institucional estabelecida (da +omunidade uropeia ao-istema onetário /nternacional e fa$endo prever o espectro de umadevastadora guerra comercial&

(0 As dificuldades crescentes para manter o sistema neo!colonial

de dominação (do /rão ) frica, do -udeste Asiático ) sia 2riental,da Am3rica +entral ) do -ul, ao lado das contradições geradas dentrodos pases #metropolitanos# pelas unidades de produçãoestabelecidas e administradas por capitais #e%patriados#.

+omo podemos ver, em todas as quatro categorias 4 cada uma dasquais corresponde a uma multiplicidade de contradições 4 atend5ncia 3 para a intensificação, e não para a diminuição, dosantagonismos e%istentes. Al3m disso, a severidade da crise 3

acentuada pelo efectivo confinamento da intervenção ) esfera dosefeitos, tornando proibitivo atacar as suas causas, graças )#circularidade# do capital, mencionada acima, entre stado poltico esociedade civil, por meio da qual as relações de poder estabelecidastendem a reprodu$ir!se em todas as suas transformações superficiais.

6ois e%emplos importantes ilustram conclusivamente esse facto. 2primeiro refere!se ao comple%o industrial!militar, o segundo ) cr"nicainsolubilidade dos problemas do #subdesenvolvimento#.

7á muita esperança de criação de recursos para uma e%pansão

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econ"mica positiva e viável por meio da re!alocação de uma parteimportante da despesa militar para medidas e prop"sitos sociais 8ámuito imprescindveis. 9or3m, a frustração permanente dessasesperanças resulta tanto do imenso peso econ"mico e do evidente

poder estatal do comple%o industrial!militar como do facto de que estecomple%o 3 antes manifestação e efeito do que causa das profundascontradições estruturais do capital #avançado#. aturalmente, uma ve$que e%ista, continua também a funcionar como uma causa contribuinte4 tanto maior quanto maior o seu poder econ"mico e poltico 4 masnão como a causa que as produ$. 6o ponto de vista do capitalcontempor;neo, se o comple%o industrial!militar não e%istisse, teria deser inventado. (+omo mencionado antes, de certo modo o capitalsimplesmente #tropeçou# nesta solução durante a guerra, depois datentativa um tanto ing3nua de Roosevelt de reculer pour mieux sauter

da plataforma do New Deal, que de facto resultou num avanço muitopequeno no meio de uma depressão que não se abateu.

2 comple%o industrial!militar cumpre com grande efici5ncia duasfunções vitais deslocando temporariamente duas poderosascontradições do capital #super!desenvolvido#.

 A primeira, mencionada 8á pouco, 3 a transfer5ncia de uma porçãosignificativa da economia das incontroláveis e traiçoeiras forças domercado para as águas seguras do altamente lucrativo financiamentoestatal. Ao mesmo tempo mant3m intacta a mitologia da empresaprivada economicamente superior e eficiente nos custos graças )absolvição a priori do desperdcio total e da falência estrutural pelaideologia de fervor patri"tico.

 A segunda função não 3 menos importante: deslocar as contradiçõesdevidas à taxa decrescente de utilização [15] que se evidenciaramdramaticamente durante as <ltimas d3cadas de desenvolvimento nospases de capitalismo avançado.

= por isso que, enquanto não se encontrar uma alternativa estruturalpara lidar com os fundamentos causais das contradições aquimencionadas e que foram deslocadas com sucesso, a esperança deuma simples re!alocação dos recursos prodigiosos, agora investidosno comple%o industrial!militar, fatalmente será anulada pelasdeterminações causais prevalecentes.

2 mesmo 3 verdade para os problemas insol<veis do#subdesenvolvimento# forçado. aturalmente, seria adequado que o#capital esclarecido# 4 uma verdadeira contradição em termos 4estendesse a sua esfera de operação a todos os poros da sociedade

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#subdesenvolvida#, activando plenamente os seus recursos materiaise 8umanos no interesse de sua auto!e%pansão renovada. 6a osesforços das Comissões Brandt e de iniciativas semel8antes queconseguem e%pressar um grande n<mero de verdades parciais

enquanto dei%am de perceber a verdade global: o mundo#subdesenvolvido# ! está completamente integrado no mundo docapital, e cumpre nele várias funções vitais. Assim, podemosnovamente ver uma tentativa de aliviar os efeitos do modo dominantede integração dei%ando intactas as suas determinações causais"

>ais propostas irreais ignoram sistematicamente que 3 absolutamenteimpossvel manter os p3s nas duas canoas: manter a e%ist5ncia dosistema de produção absurdamente ampliado e #super!desenvolvido#do capital #avançado# (o qual depende necessariamente da

continuação da dominação de um #vasto territ"rio# desubdesenvolvimento forçado e, ao mesmo tempo, impelir o #>erceiroundo# a um alto nvel de desenvolvimento capitalista (que apenaspoderia reprodu$ir as contradições do capital ocidental #avançado#,multiplicadas pelo imenso taman8o da população envolvida.

2s actuais gerentes do capital con8ecem muito mais do que de factoaparentam 4 tal como o fi$eram os pr"prios d?ard 7eat8 e @illierandt, quando ainda c8efiavam os seus respectivos governos 4 edesconsideram esses relat"rios com o #realismo cnico quecorresponde directamente ) agressiva reafirmação dos interessesnorte!americanos dominantes:

2 secretário de stado dos stados Bnidos disse 8oCe não ser realistafalar de uma grande transfer5ncia de recursos dos pasesdesenvolvidos para os pases em desenvolvimento. A 5nfase de r.7aig era utili$ar as forças convencionais de mercado DsicEF para aliviaro sofrimento dos pases mais pobres. 6everia 8aver #um sistemacomercial mais aberto com regras mel8oradas#. A aCuda estrangeira

deveria ser associada a #uma poltica nacional e um esforço pr"priosensatos#. a visão dos stados Bnidos isto significa confiar emincentivos econ"micos e na liberdade individual. #A supressão deincentivos econ"micos acaba por suprimir o entusiasmo e acriatividade... 2s governos que mais favoreceram as liberdades deseus povos tamb3m tiveram mais 5%ito em assegurar tanto a liberdadecomo a prosperidade. [13] 

= realmente uma suprema ironia ouvir um representanteparadigmático do comple%o industrial!militar repressor cantar as

virtudes infinitas das #forças de mercado convencionais# e da#liberdade individual#. /nfeli$mente, por3m, esta 3 tamb3m a indicação

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de que não 8á esperanças de mel8orias na esfera dos efeitos,enquanto se permitir que os determinantes causais do mundo real docapital sigam o seu curso estabelecido, o qual reprodu$estruturalmente os mesmos efeitos com gravidade cada ve$ maior e

em escala sempre crescente.-e a condição para solucionar a crise estrutural estiver amarrada )solução dos quatro conCuntos de contradições mencionadas acima, doponto de vista da contnua e%pansão global e da dominação docapital, a perspectiva de um resultado positivo está longe de serpromissora. 9ois 3 muito remota a possibilidade de sucesso at3mesmo dos obCectivos relativamente limitados, para não mencionar asolução duradoura das contradições de todas as quatro categorias emconCunto. 2 mais provável 3, ao contrário, continuarmos afundando

cada ve$ mais na crise estrutural, mesmo que ocorram algunssucessos conCunturais, como aqueles resultantes de uma relativa#reversão positiva#, no devido tempo, de determinantes meramentec#clicos da crise actual do capital.