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  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    NDICE

    Conselho Econmico e Social:

    Arbitragem para definio de servios mnimos:

    ...

    Regulamentao do trabalho:

    Despachos/portarias:

    - Sidul Acares, Unipessoal L.da - Autorizao de laborao contnua ......................................................................................... 3507

    Portarias de condies de trabalho:

    ...

    Portarias de extenso:

    - Portaria de extenso das alteraes do contrato coletivo entre a Associao dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros e outras associaes de empregadores e o Sindicato dos Trabalhadores da Indstria e Comrcio de Carnes do Sul .......... 3508

    Convenes Coletivas:

    - Contrato coletivo entre a Associao Portuguesa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indstrias de Cermica, Cimentos, Abrasivos, Vidros e Similares, Construo Civil e Obras Pblicas (SINTICAVS) - (indstria da cermica - pessoal fabril) - Reviso global ..................................................................................... 3509

    Conselho Econmico e Social ...

    Regulamentao do trabalho 3507

    Organizaes do trabalho 3670

    Informao sobre trabalho e emprego ...

    N. Vol. Pg. 2017

    37 84 3503-3672 8 out

    Propriedade Ministrio do Trabalho, Solidariedade

    e Segurana Social

    Edio Gabinete de Estratgia

    e Planeamento

    Direo de Servios de Apoio Tcnico e Documentao

    Considerando o artigo 472. do Cdigo do Trabalho, a Resoluo do Conselho de Ministros n. 82/2017, de 9 de junho, e a alterao do Despacho normativo n. 25/2007, de 3 de julho, a partir do Boletim do Trabalho e Emprego (BTE), n. 35, de 22 de setembro de 2017, passam a ser publicados para apreciao pblica na Separata do BTE, os avisos de projetos de portarias de condies de trabalho e de extenso.

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    - Contrato coletivo entre a APCOR - Associao Portuguesa da Cortia e a Federao Portuguesa dos Sindicatos da Construo, Cermica e Vidro - FEVICCOM e outros (pessoal fabril) - Alterao salarial e outras ................................................................ 3577- Contrato coletivo entre a Associao Nacional dos Industriais de Papel e Carto - ANIPC e a Federao Intersindical das Inds-trias Metalrgicas, Qumicas, Elctricas, Farmacutica, Celulose, Papel, Grfica, Imprensa, Energia e Minas - FIEQUIMETAL - Alterao ....................................................................................................................................................................................... 3582- Contrato coletivo entre a AOP - Associao Martima e Porturia e o Sindicato dos Trabalhadores Porturios de Mar e Terra de Sines - SINPORSINES - Alterao salarial e outras ................................................................................................................. 3583- Acordo coletivo entre a Ageas Portugal - Companhia de Seguros de Vida, SA e outras e o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA) e outros ........................................................................................................................................ 3585- Acordo de empresa entre a SECIL - Companhia Geral de Cal e Cimento, SA e a Federao de Sindicatos da Indstria, Energia e Transportes - COFESINT e outra - Alterao salarial e outras e texto consolidado ................................................................... 3606- Acordo de empresa entre o Servios de Utilizao Comum dos Hospitais (SUCH) e a FESAHT - Federao dos Sindicatos da Agricultura, Alimentao, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e outras - Alterao salarial e outra .................................. 3643- Acordo de empresa entre a Empresa de Transportes do Rio Guadiana, L.da e o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante e outro - Alterao salarial e outras e texto consolidado .......................................................................... 3646- Contrato coletivo entre a Associao da Hotelaria, Restaurao e Similares de Portugal (AHRESP) e o Sindicato dos Tra-balhadores e Tcnicos de Servios, Comrcio, Restaurao e Turismo - SITESE (cantinas, refeitrios e fbricas de refeies) - Integrao em nveis de qualificao ........................................................................................................................................... 3668- Acordo coletivo entre a BP Portugal - Comrcio de Combustveis e Lubrificantes, SA e outras empresas petrolferas e a Federao Intersindical das Indstrias Metalrgicas, Qumicas, Elctricas, Farmacutica, Celulose, Papel, Grfica, Imprensa, Energia e Minas - FIEQUIMETAL e outros - Integrao em nveis de qualificao ..................................................................... 3669

    Decises arbitrais:

    ...

    Avisos de cessao da vigncia de convenes coletivas:

    ...

    Acordos de revogao de convenes coletivas:

    ...

    Jurisprudncia:

    ...

    Organizaes do trabalho:

    Associaes sindicais:

    I Estatutos:

    - Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia - STARQ - Alterao ............................................................................................ 3670

    II Direo:

    - Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom - STPT - Substituio ....................................................................... 3671

    3504

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    Associaes de empregadores:

    I Estatutos:

    ...

    II Direo:

    ...

    Comisses de trabalhadores:

    I Estatutos:

    ...

    II Eleies:

    ...

    Representantes dos trabalhadores para a segurana e sade no trabalho:

    I Convocatrias:

    - AMTROL - Alfa, Metalomecnica, SA - Convocatria ............................................................................................................... 3672

    II Eleio de representantes:

    - AGERE - Empresa de guas, Efluentes e Resduos de Braga, EM - Eleio ............................................................................. 3672

    3505

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    Aviso: Alterao do endereo eletrnico para entrega de documentos a publicar no Boletim do Trabalho e Emprego

    O endereo eletrnico da Direo-Geral do Emprego e das Relaes de Trabalho para entrega de documentos a publicar no Boletim do Trabalho e Emprego passou a ser o seguinte: [email protected]

    De acordo com o Cdigo do Trabalho e a Portaria n. 1172/2009, de 6 de outubro, a entrega em documento electrnico respeita aos seguintes documentos:

    a) Estatutos de comisses de trabalhadores, de comisses coordenadoras, de associaes sindicais e de associaes de empregadores;

    b) Identidade dos membros das direces de associaes sindicais e de associaes de empregadores;c) Convenes colectivas e correspondentes textos consolidados, acordos de adeso e decises arbitrais;d) Deliberaes de comisses paritrias tomadas por unanimidade;e) Acordos sobre prorrogao da vigncia de convenes coletivas, sobre os efeitos decorrentes das mesmas em caso de

    caducidade, e de revogao de convenes.

    Nota: - A data de edio transita para o 1. dia til seguinte quando coincida com sbados, domingos e feriados.- O texto do cabealho, a ficha tcnica e o ndice esto escritos conforme o Acordo Ortogrfico. O contedo dos textos

    da inteira responsabilidade das entidades autoras.

    SIGLAS

    CC - Contrato coletivo.AC - Acordo coletivo.PCT - Portaria de condies de trabalho.PE - Portaria de extenso.CT - Comisso tcnica.DA - Deciso arbitral.AE - Acordo de empresa.

    Execuo grfica: Gabinete de Estratgia e Planeamento/Direo de Servios de Apoio Tcnico e Documentao - Depsito legal n. 8820/85.

    3506

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    CONSELHO ECONMICO E SOCIAL

    ARBITRAGEM PARA DEFINIO DE SERVIOS MNIMOS

    ...

    REGULAMENTAO DO TRABALHO

    DESPACHOS/PORTARIAS

    Sidul Acares, Unipessoal L.da - Autorizao delaborao contnua

    A empresa Sidul Acares, Unipessoal L.da, NIF 500274460, com sede na Quinta do Ferral, Estrada Nacional n. 10 - Km 10, 6, freguesia de Santa Iria da Azia, S. Joo da Talha e Bobadela, concelho de Loures e distrito de Lisboa, requereu, nos termos e para os efeitos do disposto no nmero 3 do artigo 16. da Lei n. 105/2009, de 14 de setembro, au-torizao para laborar continuamente no seu estabelecimento industrial (Departamento de Embalamento) sito no local da sede.

    A atividade que prossegue est subordinada, do ponto de vista laboral, disciplina do Cdigo do Trabalho, aprovado pela Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro, sendo aplicveis os acordos de empresa (CNP - subclasse 10810 - indstria do acar), publicado nos Boletins do Trabalho e Emprego, 1. srie, n.os 11, 15 e 21, respetivamente de 22 de maro, 22 de abril e 8 de junho, todos de 2016.

    A requerente fundamenta o pedido em razes, essencial-mente, de ordem tcnica e econmica, invocando a neces-sidade de assegurar o aumento da capacidade de produo instalada, em virtude do aumento da procura dos bens de acar embalados e que permitir satisfazer esse desidera-to acrescido em termos mais eficientes, sejam temporais ou qualitativos.

    Nesta conformidade, entende a empresa que os aludidos objetivos s sero passveis de concretizao mediante o re-curso ao regime de laborao solicitado.

    No que concerne aos trabalhadores envolvidos no regime de laborao requerido, foram os mesmos consultados, no levantando obstculos ao processo em curso.

    Assim, e considerando que:1- No se conhece a existncia de conflitualidade na em-

    presa;

    2- Os pareceres dos delegados sindicais afetos s estrutu-ras de representao coletiva de trabalhadores envolvidos so de cariz favorvel;

    3- A situao respeitante ao posicionamento dos trabalha-dores abrangidos pelo regime de laborao contnua encon-tra-se acima expressa;

    4- Se encontra autorizada a laborao no estabelecimento industrial, por deciso do IAPMEI - Agncia para a Compe-titividade e Inovao, IP e

    5- O processo foi regularmente instrudo e se comprovam os fundamentos aduzidos pela empresa.

    Determinam o membro do Governo responsvel pelo sec-tor de atividade em causa, a Secretria de Estado da Inds-tria, ao abrigo da competncia que lhe foi delegada nos ter-mos da alnea a) do nmero 11 do Despacho n. 7543/2017, do Ministro da Economia, de 18 de agosto, publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, n. 164, de 25 de agosto de 2017 e enquanto membro do Governo responsvel pela rea laboral, o Secretrio de Estado do Emprego, ao abrigo da competncia que lhe foi delegada nos termos da alnea a) do nmero 1.6 do Despacho n. 1300/2016, do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurana Social, de 13 de janei-ro, publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, n. 18, de 27 de janeiro, ao abrigo do nmero 3 do artigo 16. da Lei n. 105/2009, de 14 de setembro, o seguinte:

    autorizada a empresa Sidul Acares, Unipessoal L.da, a laborar continuamente no seu estabelecimento indus-trial, Departamento de Embalamento, localizado na Quinta do Ferral, Estrada Nacional n. 10 - Km 10, 6, freguesia de Santa Iria da Azia, S. Joo da Talha e Bobadela, concelho de Loures e distrito de Lisboa.

    20 de setembro de 2017 - A Secretria de Estado da In-dstria, Ana Teresa Lehmann - O Secretrio de Estado do Emprego, Miguel Filipe Pardal Cabrita.

    3507

    http://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2016/bte11_2016.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2016/bte11_2016.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2016/bte15_2016.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2016/bte21_2016.pdf

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    PORTARIAS DE CONDIES DE TRABALHO

    ...

    PORTARIAS DE EXTENSO

    Portaria de extenso das alteraes do contrato cole-tivo entre a Associao dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros e outras associaes de empregadores e o Sindicato dos Trabalhadores

    da Indstria e Comrcio de Carnes do Sul

    As alteraes do contrato coletivo entre a Associao dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros e outras associaes de empregadores e o Sindicato dos Traba-lhadores da Indstria e Comrcio de Carnes do Sul, publica-das no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE), n. 21, de 8 de junho de 2017, abrangem nos distritos de Lisboa e Setbal e nos concelhos de Belmonte, Covilh e Penamacor as re-laes de trabalho entre os empregadores que se dediquem ao comrcio de carnes, e trabalhadores ao seu servio, uns e outros representados pelas associaes outorgantes.

    As partes requereram a extenso das alteraes da con-veno a todas as empresas no filiadas nas associaes de empregadores outorgantes que, na rea de aplicao da con-veno, se dediquem mesma atividade e trabalhadores ao seu servio, das profisses e categorias nela prevista, no representados pelas associaes sindicais outorgantes, ob-servando o disposto nas alneas a) e b) do nmero 1 da Re-soluo do Conselho de Ministros n. 90/2012, publicada no Dirio da Repblica, 1. srie, n. 211, de 31 de outubro, al-terada pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 43/2014, publicada no Dirio da Repblica, 1. srie, n. 122, de 27 de junho de 2014, doravante designada por RCM.

    De acordo com o apuramento do Relatrio nico/Qua-dros de Pessoal de 2015, a parte empregadora subscritora da conveno cumpre o requisito previsto na subalnea i) da alnea c) do nmero 1 da RCM, porquanto tem ao seu servi-o 54 % dos trabalhadores do setor de atividade, no mbito geogrfico, pessoal e profissional de aplicao pretendido na extenso.

    Considerando que a conveno atualiza a tabela salarial e que importa ter em conta os seus efeitos no emprego e na competitividade das empresas do setor, procedeu-se ao es-tudo de avaliao do impacto da extenso da tabela salarial. Segundo os Quadros de Pessoal de 2015, a atualizao das retribuies efetivas dos trabalhadores por conta de outrem abrangidos pela presente extenso representa um acrscimo nominal de 0,8 % na massa salarial do total dos trabalhado-res por conta de outrem abrangidos.

    Atendendo a que a conveno abrange o comrcio gros-sista e o comrcio retalhista de carnes, a extenso aplica-se na mesma atividade, de acordo com os poderes de represen-

    tao das associaes outorgantes. As anteriores extenses desta conveno no abrange-

    ram as relaes de trabalho tituladas por empregadores no filiados nas associaes de empregadores outorgantes com atividade em estabelecimentos qualificados como unidades comerciais de dimenso relevante, segundo os critrios ento definidos pelo Decreto-Lei n. 218/97, de 20 de agosto, as quais so abrangidas pelo contrato coletivo entre a APED - Associao Portuguesa de Empresas de Distribuio e di-versas associaes sindicais e pelas respectivas extenses. Considerando que a referida qualificao adequada e que no suscitou a oposio dos interessados nas extenses an-teriores, mantm-se os critrios de distino entre pequeno/mdio comrcio a retalho e a grande distribuio.

    Foi publicado o aviso relativo ao projeto da presente ex-tenso no Boletim do Trabalho e Emprego, n. 32, de 29 de agosto de 2017, ao qual no foi deduzida oposio por parte dos interessados.

    Nestes termos, ponderadas as circunstncias sociais e econmicas justificativas da extenso, nos termos do nme-ro 2 do artigo 514. do Cdigo do Trabalho e observados os critrios necessrios para o alargamento das condies de trabalho previstas em conveno coletiva, inscritos no n-mero 1 da RCM, promove-se a extenso das alteraes do contrato coletivo em causa.

    Assim,Manda o Governo, pelo Secretrio de Estado do Em-

    prego, no uso da competncia delegada pelo Despacho n. 1300/2016, de 13 de janeiro de 2016, do Ministro do Traba-lho, Solidariedade e Segurana Social, publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, n. 18, de 27 de janeiro de 2016, ao abrigo do artigo 514. e do nmero 1 do artigo 516. do Cdi-go do Trabalho e da Resoluo do Conselho de Ministros n. 90/2012, de 31 de outubro, alterada pela Resoluo do Con-selho de Ministros n. 43/2014, publicada no Dirio da Re-pblica, 1. srie, n. 122, de 27 de junho de 2014, o seguinte:

    Artigo 1.

    1- As condies de trabalho constantes das alteraes do contrato coletivo entre a Associao dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros e outras associaes de empregadores e o Sindicato dos Trabalhadores da Inds-tria e Comrcio de Carnes do Sul, publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE), n. 21, de 8 de junho de 2017, so estendidas nos distritos de Lisboa e Setbal e nos conce-lhos de Belmonte, Covilh e Penamacor:

    a) s relaes de trabalho entre empregadores no filiados

    3508

    http://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte21_2017.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte21_2017.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte32_2017.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte32_2017.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte21_2017.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2017/bte21_2017.pdf

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    nas associaes de empregadores outorgantes que exeram a atividade econmica abrangida pela conveno e trabalha-dores ao seu servio das profisses e categorias profissionais nelas previstas;

    b) s relaes de trabalho entre empregadores filiados nas associaes de empregadores outorgantes que exeram a ati-vidade econmica abrangida pela conveno e trabalhadores ao seu servio das profisses e categorias profissionais no representados pela associao sindical outorgante.

    2- A presente extenso no se aplica a empresas no filia-das nas associaes de empregadores outorgantes desde que se verifique uma das seguintes condies:

    a) Sendo de comrcio a retalho alimentar ou misto, dispo-nham de uma rea de venda contnua de comrcio a retalho alimentar igual ou superior a 2000 m2;

    b) Sendo de comrcio a retalho alimentar ou misto, perten-centes a empresa ou grupo que tenha, a nvel nacional, uma rea de venda acumulada de comrcio a retalho alimentar igual ou superior a 15 000 m2.

    Artigo 2.

    1- A presente portaria entra em vigor no quinto dia aps a sua publicao no Dirio da Repblica.

    2- A tabela salarial e as prestaes de contedo pecunirio produzem efeitos a partir do primeiro dia do ms da publica-o da presente portaria.

    25 de setembro de 2017 - O Secretrio de Estado do Em-prego, Miguel Filipe Pardal Cabrita.

    CONVENES COLETIVAS

    Contrato coletivo entre a Associao Portugue-sa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indstrias de Cermica, Cimentos, Abrasivos, Vidros e Similares, Construo Civil e Obras Pbli-cas (SINTICAVS) - (indstria da cermica - pessoal

    fabril) - Reviso global

    TTULO I

    rea, mbito e vigncia

    Clusula 1.

    (mbito temporal)

    1- O presente instrumento de regulamentao coletiva de trabalho (IRCT) entra em vigor aps a sua publicao, nos termos da lei.

    2- Considera-se como data da sua publicao a data do Bo-letim do Trabalho e Emprego onde for inserido.

    3- A eficcia retroativa das tabelas salariais ser acordada entre as partes, de acordo com a lei, e reportada a 1 de janeiro de cada ano.

    Clusula 2.

    (Perodo de vigncia, denncia e reviso)

    1- O presente IRCT ter a vigncia de um ano, devendo a sua denncia ser feita com a antecedncia mnima de trs meses antes da data do seu termo e no poder ser denuncia-do antes de decorridos dez meses aps a data da sua entrega para depsito.

    2- Entende-se por denncia do IRCT a declarao escrita enviada outra parte onde conste, de forma clara, a inteno de o substituir por outro instrumento.

    3- A parte que efetue a denuncia nos termos previstos no nmero anterior, enviar outra parte, juntamente com a de-clarao de denncia, uma nova proposta negocial de IRCT.

    4- Entende-se por reviso do IRCT a proposta da sua al-terao, enviada outra parte, contendo as clusulas que se pretendem revogar ou alterar, mantendo-se as restantes clu-sulas que no foram objeto de alterao ou revogao.

    5- Na resposta proposta de reviso a outra parte poder alargar o mbito da reviso propondo a alterao ou revoga-o de outras clusulas.

    Clusula 3.

    (Processo negocial de denncia ou reviso)

    1- O processo de negociao est sujeito s disposies legais em vigor.

    2- No caso de reviso, decorridos noventa dias, manter-se-- em vigor o IRCT, sem prejuzo das partes poderem acor-dar um prazo mais dilatado para continuarem a negociar.

    Clusula 4.

    (mbito pessoal)

    1- O presente IRCT abrange, no territrio nacional, todas as empresas filiadas na Associao Portuguesa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER e os trabalhadores da componente industrial da cermica (pessoal fabril) ao seu servio, filiados na associao sindical outorgante.

    2- As partes comprometem-se, nos termos legais, a reque-rer a extenso do presente IRCT a todas as empresas inseri-das nos setores de atividade institucionalmente representa-

    3509

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    do pela APICER e aos trabalhadores ao seu servio e, bem assim, a promover todos os esforos para que a portaria de extenso tenha o mesmo perodo de vigncia do IRCT.

    3- No mbito do presente IRCT a Associao Portuguesa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER integra os seguintes subsetores da indstria de cermica:

    Cermica estrutural (telhas, tijolos, abobadilhas, tubos de grs e tijoleiras rsticas);

    Cermica de acabamentos (pavimentos e revestimentos);Cermica de loua sanitria;Cermica utilitria e decorativa;Cermicas especiais (produtos refratrios, eletrotcnicos

    e outros).

    TTULO II

    Direitos e deveres das partes

    Clusula 5.

    (Deveres das empresas)

    O empregador deve:a) Tratar e respeitar o trabalhador como seu colaborador,

    usando de lealdade e urbanidade;b) Pagar-lhe uma retribuio que, dentro das exigncias do

    bem comum, seja justa e adequada ao seu trabalho, at ao ltimo dia til de cada ms;

    c) Proporcionar-lhe boas condies de trabalho, tanto do ponto de vista fsico como moral;

    d) Contribuir para a elevao do seu nvel de conhecimen-to e de produtividade;

    e) Indemniz-lo dos prejuzos resultantes de acidentes de trabalho e doenas profissionais;

    f) Facilitar-lhe o exerccio de cargos em organismos repre-sentativos dos trabalhadores;

    g) Cumprir todas as demais obrigaes decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem;

    h) Manter permanentemente actualizado o registo do pes-soal em cada um dos seus estabelecimentos, com indicao dos nomes, datas de nascimento e admisso, modalidade dos contratos, categorias, promoes, remuneraes, datas de incio e termo das frias e faltas que impliquem perda da retribuio ou diminuio dos dias de frias, bem como o horrio de trabalho e trabalho suplementar;

    i) Proceder aos descontos nos salrios e enviar aos sindi-catos respectivos, at ao dia 20 do ms seguinte quele a que respeita, por meio de cheque bancrio, vale postal, depsito ou transferncia bancria, o produto das quotizaes, acom-panhado dos respetivos mapas de quotizao devidamente preenchidos, para os trabalhadores que expressamente o au-torizem nos termos da lei;

    j) Sempre que um trabalhador substitua outro de categoria superior, passar a receber a retribuio e a usufruir as de-mais regalias da categoria do trabalhador substitudo, duran-te o tempo dessa substituio;

    k) O empregador s poder transferir o trabalhador para outro local de trabalho se tal transferncia resultar de mudan-a total ou parcial do estabelecimento onde presta servio;

    l) No caso de mudana total ou parcial do estabelecimen-to, o trabalhador pode rescindir o contrato com justa causa, salvo se a empresa provar que da transferncia no resulta prejuzo srio para o trabalhador;

    m) Nos casos previstos na alnea l) o empregador no po-der transferir o trabalhador sem o seu consentimento caso tal ocorrncia tenha sido acordada entre ambos. Nesta situa-o, o trabalhador, sem necessidade de evocar prejuzo srio, poder sempre optar pela resciso do contrato;

    n) O empregador custear as despesas feitas pelos traba-lhadores diretamente impostas pela transferncia;

    o) O empregador pode, quando o interesse da empresa o exija, encarregar temporariamente o trabalhador de funes no compreendidas na atividade contratada, desde que tal no implique modificao substancial da posio do traba-lhador nem diminuio da retribuio.

    Clusula 6.

    (Deveres dos trabalhadores)

    1- O trabalhador deve:a) Respeitar e tratar com urbanidade e lealdade o emprega-

    dor, os superiores hierrquicos, os companheiros de trabalho e as demais pessoas que estejam ou entrem em relaes com a empresa;

    b) Comparecer ao servio com assiduidade e realizar o tra-balho com zelo e diligncia;

    c) Obedecer ao empregador em tudo o que respeite exe-cuo e disciplina do trabalho, salvo na medida em que as ordens e instrues daquela se mostrarem contrrias aos seus direitos e garantias;

    d) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente no negociando por conta prpria ou alheia em concorrncia com ela, nem divulgando informaes referentes sua organiza-o, mtodos de produo ou negcios;

    e) Velar pela conservao e boa utilizao dos bens rela-cionados com o seu trabalho, que lhe forem confiados pela entidade patronal;

    f) Promover ou executar todos os actos tendentes melho-ria da produtividade da empresa;

    g) Cumprir todas as demais obrigaes decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem;

    h) Cooperar, na empresa, estabelecimento ou servio, para a melhoria do sistema de segurana higiene e sade no tra-balho, nomeadamente por intermdio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;

    i) Cumprir as prescries de segurana, higiene e sade no trabalho estabelecidas nas disposies legais ou convencio-nais aplicveis, bem como as ordens dadas pelo empregador.

    2- O dever de obedincia, a que se refere a alnea c) do nmero anterior, respeita tanto s normas e instrues dadas diretamente pelo empregador como s emanadas por supe-riores hierrquicos do trabalhador, dentro da competncia que por aquela lhes for atribuda.

    Clusula 7.

    (Garantias dos trabalhadores)

    proibido ao empregador:

    3510

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exera os seus direitos, bem como despedi-lo ou aplicar-lhe outras sanes, ou trat-lo desfavoravelmente por causa desse exer-ccio;

    b) Obstar, injustificadamente, prestao efetiva do traba-lho;

    c) Exercer presso sobre o trabalhador para que atue no sentido de influir desfavoravelmente nas condies de traba-lho dele ou dos companheiros;

    d) Diminuir a retribuio do trabalhador, salvo nos casos previstos na lei e neste IRCT;

    e) Baixar a categoria do trabalhador, salvo nos casos pre-vistos na lei;

    f) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos na lei e neste IRCT, ou quando haja acordo;

    g) Ceder trabalhadores do quadro de pessoal prprio para utilizao de terceiros que sobre esses trabalhadores exer-am os poderes de autoridade e direo prprios do empre-gador ou por pessoa por ele indicada, salvo nos casos espe-cialmente previstos;

    h) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar ser-vios fornecidos pelo empregador ou por pessoa por ele in-dicada;

    i) Explorar, com fins lucrativos, quaisquer cantinas, refei-trios, economatos ou outros estabelecimentos diretamente relacionados com o trabalho, para fornecimento de bens ou prestao de servios aos trabalhadores;

    j) Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalhador, mes-mo com o seu acordo, havendo o propsito de o prejudicar em direitos ou garantias decorrentes da antiguidade.

    TTULO III

    Atividade sindical na empresa

    Clusula 8.

    (Dirigentes sindicais)

    1- Cada sindicato ter direito a um nmero de dirigentes com direito a crdito de horas relacionado com o nmero de trabalhadores seus sindicalizados existentes na empresa, observando-se o critrio numrico fixado na legislao apli-cvel.

    2- Os membros das direes das associaes sindicais, aps serem eleitos optaro pelo exerccio da sua funo a tempo inteiro ou em concomitncia com o normal desempe-nho da sua atividade profissional.

    3- Tal opo ser comunicada, por escrito, empresa a que o trabalhador pertence, pela respetiva associao sindical.

    4- Os trabalhadores que, nos termos do nmero 2, optem pela continuidade da sua atividade profissional, beneficiaro para o exerccio das suas funes de um crdito de quatro dias por ms, mantendo o direito remunerao.

    5- Para efeitos do nmero anterior, a direo da associao sindical interessada comunicar, por escrito, at ao dia 15 de janeiro de cada ano civil e nos quinze dias posteriores

    alterao da composio da direo, a identificao dos membros que beneficiam do crdito de horas.

    6- No pode haver acumulao do crdito de horas pelo facto de o trabalhador pertencer a mais de uma estrutura de representao coletiva dos trabalhadores.

    7- Os membros da direo cuja identificao foi comunica-da ao empregador para efeito de crdito de horas, usufruem para o exerccio das suas funes do direito a faltas justifi-cadas, sendo certo que as faltas que excedam o respetivos crdito, embora justificadas, no do direito a retribuio.

    8- Os demais membros da direo tambm usufruem, nos termos da lei, do direito a faltas justificadas, at ao limite de 33 faltas por ano, mas sem remunerao.

    9- Os restantes membros eleitos dos rgos sociais das as-sociaes sindicais podem ausentar-se justificadamente des-de que seja para a prtica de atos necessrios ao exerccio das suas funes sindicais.

    10- Quando as faltas determinadas pelo exerccio da ativi-dade sindical se prolonguem efetiva e previsivelmente para alm de um ms, aplicar-se- o regime da suspenso do con-trato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.

    11- Sempre que pretendam exercer o direito ao gozo do crdito de horas, os trabalhadores devem avisar, por escri-to, o empregador, com a antecedncia mnima de dois dias, salvo motivo atendvel, aplicando-se esta regra tambm s ausncias justificadas mas no derivadas do crdito de horas.

    CAPTULO I

    Do exerccio da atividade sindical na empresa

    Clusula 9.

    (Reunies nas instalaes da empresa)

    1- Os trabalhadores e as associaes sindicais tm o direito a desenvolver a atividade sindical no interior da empresa, atravs dos delegados sindicais, comisses sindicais e inter-sindicais.

    2- Os dirigentes sindicais que no trabalham na empresa podem participar nas reunies convocadas e implementadas nos termos das clusulas seguintes, mediante comunicao dirigida empresa com a antecedncia mnima de seis horas, comunicao essa que dever conter a identificao do diri-gente sindical em causa.

    Clusula 10.

    (Reunies fora do local de trabalho)

    Os trabalhadores podem reunir-se nos locais de trabalho, fora do horrio normal, mediante convocao de um tero ou cinquenta dos trabalhadores da respetiva unidade de produ-o, ou da comisso sindical ou intersindical, sem prejuzo da normalidade da laborao.

    Clusula 11.

    (Reunies durante o horrio de trabalho)

    Com ressalva do disposto na ltima parte do artigo an-terior, os trabalhadores tm direito a reunir-se durante o ho-

    3511

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    rrio normal de trabalho at um perodo mximo de quinze horas por ano, que contaro, para todos os efeitos, como tem-po de servio efetivo, desde que assegurem o funcionamento dos servios de natureza urgente.

    Clusula 12.

    (Comunicao das reunies)

    Os promotores das reunies referidas nos artigos anterio-res so obrigados a comunicar entidade patronal e aos tra-balhadores interessados, com a antecedncia mnima de 48 horas, a data e a hora em que pretendem que elas se efetuem, devendo afixar as respetivas convocatrias e indicar o local onde tenham lugar as reunies.

    Clusula 13.

    (Divulgao de informaes sindicais)

    Os delegados sindicais tm o direito de afixar, no interior da empresa e em local apropriado, para o efeito reservado pela entidade patronal, textos, convocatrias, comunicaes ou informaes relativas vida sindical e aos interesses socio-profissionais dos trabalhadores, bem como proceder sua distribuio, mas sem prejuzo, em qualquer dos casos, da laborao normal da empresa.

    Clusula 14.

    (Crdito de horas)

    1- Cada delegado sindical dispe, para o exerccio das suas funes, de um crdito de horas que no pode ser inferior a cinco por ms, ou a oito, tratando-se de delegado que faa parte da comisso intersindical.

    2- O crdito de horas atribudo no nmero anterior re-ferido ao perodo normal de trabalho, e conta, para todos os efeitos, como tempo de servio efetivo.

    3- Os delegados, sempre que pretendam exercer o direito previsto neste artigo, devero avisar, por escrito, a entidade patronal com a antecedncia mnima de 24 horas.

    Clusula 15.

    (Informaes ao empregador e local de reunies)

    1- As direes dos sindicatos comunicaro ao empregador a identificao dos delegados sindicais, bem como daqueles que fazem parte de comisses sindicais e intersindicais de delegados, por carta registada com aviso de receo ou outro meio escrito, de que ser afixada cpia nos locais reservados s informaes sindicais.

    2- O mesmo procedimento dever ser observado no caso de substituio ou cessao de funes.

    3- Nas empresas ou unidades de produo com mais de cem trabalhadores a entidade patronal obrigada a pr disposio dos delegados sindicais, a ttulo permanente, um local situado no interior da empresa apropriado ao exerccio dessas funes; nas empresas com menos de cem trabalhado-res sempre que os delegados sindicais o solicitem.

    TTULO IV

    Perodo de trabalho e descanso

    CAPTULO I

    Perodo normal de trabalho, regime de adaptabilidade e do banco de horas

    Clusula 16.

    (Limites aos perodos mximos de trabalho)

    1- O perodo normal de trabalho para os trabalhadores abrangidos pelo presente IRCT ser distribudo de segun-da a sexta-feira e no poder ser superior a quarenta horas semanais, sem prejuzo de horrios de menor durao que estejam j a ser praticados. No entanto, no subsector da cer-mica estrutural o perodo normal de trabalho ser distribudo de segunda a sbado, sendo que ao sbado no se poder prolongar para alm das 12 ou das 13 horas.

    2- Nos termos da lei e desde que ocorra o consentimen-to do trabalhador, o horrio normal de trabalho poder ser organizado em termos do sbado no vir a ser considerado como dia de descanso semanal complementar, sem prejuzo naturalmente da sua substituio por outro dia da semana.

    3- As quarenta horas semanais distribuir-se-o por cinco dias, sem prejuzo daquilo que se encontra disposto no n-mero 1 quanto ao subsector da cermica estrutural.

    4- Regime de adaptabilidadea) O perodo normal de trabalho dirio pode ser aumen-

    tado at ao limite mximo de duas horas sem que a durao do trabalho semanal exceda as cinquenta horas, desde que executado no seu local de trabalho.

    aa) O perodo normal de trabalho dirio pode ser reduzido at ao limite mximo de duas horas, sem prejuzo do direito ao subsdio de alimentao, quando houver.

    b) A prestao de trabalho nos termos referidos na alnea a) que antecede deve ser comunicada ao trabalhador com a antecedncia de sete dias, nos termos legais.

    5- No caso previsto no nmero anterior, a durao mdia do perodo normal de trabalho semanal ser apurada por re-ferncia a perodos de quatro meses, sendo certo que nesse perodo nenhum trabalhador poder ter trabalhado em mdia mais do que quarenta horas semanais; qualquer excedente sobre essas quarenta horas mdias, ser pago como trabalho suplementar.

    6- No caso de haver trabalhadores que prestem exclusiva-mente trabalho nos dias de descanso semanal dos restantes trabalhadores da empresa ou estabelecimento, o seu perodo normal de trabalho dirio pode ser aumentado at ao limite de duas horas.

    7- O empregador dever organizar um registo das horas prestadas em regime de adaptabilidade que disponibilizar ao trabalhador sempre que este o solicitar.

    Clusula 16.-A

    (Banco de horas)

    1- O empregador poder instituir um banco de horas na empresa, em que a organizao do tempo de trabalho obede-a ao disposto nos nmeros seguintes.

    2- O perodo normal de trabalho pode ser aumentado at

    3512

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    4 horas dirias e pode atingir 60 horas semanais, tendo o acrscimo por limite 200 horas por ano.

    3- No caso de o acrscimo do tempo de trabalho atingir as quatro horas dirias, o trabalhador ter nesse dia o direito a um perodo de trinta minutos para refeio, que ser conside-rada para todos os efeitos como tempo de trabalho.

    4- A utilizao do banco de horas poder ser iniciada com o acrscimo do tempo de trabalho ou com a reduo do mes-mo.

    5- O empregador deve comunicar ao trabalhador a necessi-dade de prestao de trabalho em acrscimo com cinco dias de antecedncia, salvo situaes de manifesta necessidade da empresa, caso em que aquela antecedncia pode ser re-duzida.

    6- A compensao do trabalho prestado em acrscimo ao perodo normal de trabalho ser efectuada por reduo equi-valente do tempo do trabalho, devendo o empregador avisar o trabalhador do tempo de reduo com trs dias de antece-dncia.

    7- O banco de horas poder ser utilizado por iniciativa do trabalhador, mediante autorizao do empregador, devendo o trabalhador, neste caso, solicit-lo com um aviso prvio de trs dias, salvo situaes de manifesta necessidade, caso em que aquela antecedncia pode ser reduzida.

    8- No final de cada ano civil dever estar saldada a dife-rena entre o acrscimo e a reduo do tempo de trabalho, podendo ainda a mesma ser efetuada at ao final do 1. tri-mestre do ano civil subsequente.

    9- No caso de no final do 1. trimestre do ano civil subse-quente no estar efetuada a compensao referida no nmero anterior, considera-se saldada a favor do trabalhador o total de horas no trabalhadas.

    10- As horas prestadas em acrscimo do tempo de trabalho no compensadas at ao final do 1. trimestre do ano civil subsequente sero pagas pelo valor da retribuio horria.

    11- Em caso de impossibilidade de o trabalhador, por facto a si respeitante, saldar, nos termos previstos nos nmeros an-teriores, as horas em acrscimo ou em reduo, podero ser as referidas horas saldadas at 31 de dezembro do ano civil subsequente, no contando essas horas para o limite das 200 horas previstas no nmero 2 desta clusula.

    12- O empregador obriga-se a fornecer ao trabalhador a conta corrente do banco de horas, a pedido deste, no poden-do, no entanto, faz-lo antes de decorrido trs meses sobre o ltimo pedido.

    13- O descanso semanal obrigatrio, a iseno de horrio de trabalho e o trabalho suplementar no integram o banco de horas.

    14- A organizao do banco de horas dever ter em conta a localizao da empresa, nomeadamente no que concerne existncia de transportes pblicos.

    Clusula 17.

    (Intervalos de descanso)

    O perodo normal de trabalho dirio deve ser interrompi-do por um intervalo no inferior a meia hora nem superior a duas, de modo a que os trabalhadores no prestem mais de

    cinco horas de trabalho consecutivo, sem prejuzo das condi-es de trabalho inerentes ao regime de adaptabilidade.

    Clusula 18.

    (Horrio de trabalho e regime de iseno)

    1- Compete ao empregador estabelecer o regime e os hor-rios de trabalho, obedecendo aos condicionalismos legais e contratuais estabelecidos neste IRCT.

    2- Entende-se por horrio de trabalho, qualquer que seja o regime de prestao do trabalho, a determinao das horas do incio e do termo do perodo normal de trabalho dirio, bem assim como dos intervalos de descanso.

    3- Todos os trabalhadores podero ser isentos de horrio de trabalho mediante prvio acordo entre o trabalhador e a entidade, tendo aquele direito a uma retribuio especial de montante igual a 20 % da sua retribuio mensal, sem preju-zo de poderem renunciar desta retribuio especial os traba-lhadores que exeram funes de administrao ou direo de empresa.

    CAPTULO II

    Trabalho suplementar

    Clusula 19.

    (Conceito)

    1- Considera-se trabalho suplementar todo aquele que prestado fora do horrio de trabalho.

    2- O trabalho suplementar fica sujeito, por trabalhador, aos seguintes limites:

    a) 200 horas de trabalho por ano;b) 2 horas por dia;c) Um nmero de horas iguais ao perodo normal de tra-

    balho nos dias de descanso semanal obrigatrio ou comple-mentar e nos feriados.

    3- Aos limites estabelecidos no nmero anterior ressal-vam-se as situaes de fora maior ou a necessidade de repa-rao ou de prevenir prejuzos graves para a empresa.

    Clusula 20.

    (Remunerao do trabalho suplementar)

    1- O trabalho suplementar, desde que no seja prestado no mbito do banco de horas previsto na clusula 16.-A, d direito a retribuio especial de 50 % de acrscimo sobre a retribuio normal na primeira hora e de 75 % nas horas ou fraes subsequentes.

    2- O trabalho suplementar prestado em dia de descanso se-manal, obrigatrio ou complementar, e em dia feriado, con-fere ao trabalhador o direito a um acrscimo de 150 % da retribuio, por cada hora de trabalho efetuado.

    3- A prestao de trabalho suplementar em dia til confere ao trabalhador o direito a um descanso compensatrio remu-nerado correspondente a 25 % das horas de trabalho suple-mentar realizado, sendo, no entanto correspondente a 50 % o direito ao descanso pela prestao de trabalho suplementar em dia de descanso semanal complementar e em dia feriado.

    3513

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    3.1- Quando o descanso compensatrio for devido por tra-balho suplementar no prestado em dias de descanso sema-nal, obrigatrio ou complementar, pode o mesmo por acordo entre o empregador e o trabalhador ser substitudo por pres-tao de trabalho remunerado com um acrscimo no infe-rior a 150 %.

    3.2- Nos casos de prestao de trabalho em dia de descan-so semanal obrigatrio o trabalhador tem direito a um dia de descanso compensatrio remunerado, a gozar num dos trs dias seguintes.

    4- O descanso compensatrio vence-se quando perfizer um nmero de horas igual ao perodo normal de trabalho dirio e deve ser gozado nos noventa dias seguintes.

    5- Sempre que o trabalho suplementar se prolongue alm das 20 horas, ou aps a prestao de quatro horas de traba-lho, a empresa obrigada ao fornecimento da refeio, senda esta de composio e qualidade idnticas s habitualmente fornecidas no horrio geral, ou ao pagamento da mesma pelo valor de 5,64 , que ser actualizado anualmente taxa de inflao verificada no ano anterior.

    CAPTULO III

    Trabalho noturno

    Clusula 21.

    (Conceito e remunerao)

    1- Considera-se perodo de trabalho noturno o que tenha a durao mnima de sete horas e mxima de onze, compreen-dendo o intervalo entre as 0 e as 5 horas.

    2- Considera-se trabalho noturno todo aquele que presta-do entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

    3- Cada hora de trabalho noturno ser retribuda com um acrscimo de 50 % sobre a retribuio de uma hora de tra-balho normal.

    4- No regime de turnos a retribuio especial pela presta-o de trabalho em perodo noturno j se considera includa no prprio subsdio de turno.

    5- Os trabalhadores que atinjam 25 anos de servio ou 50 anos de idade sero dispensados, a seu pedido, da prestao de trabalho noturno.

    6- O empregador deve assegurar a transferncia do traba-lhador noturno que sofra de problemas de sade relacionados com o facto de executar trabalho noturno, para um trabalho diurno que esteja apto a desempenhar.

    CAPTULO IV

    Trabalho por turnos

    Clusula 22.

    (Regime e remunerao)

    1- Os trabalhadores que prestem servio em regime de turnos rotativos s podero mudar de turno aps o dia de descanso semanal.

    2- Os horrios de turnos sero definidos por uma escala de servio, devendo, na medida do possvel, ser organizada de acordo com os interesses e preferncias manifestadas pelos trabalhadores.

    3- No subsetor da cermica estrutural, o regime de traba-lho em trs turnos ou de dois turnos total ou parcialmente no-turnos, confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal no montante de 25 % da retribuio base efetiva; o regime e trabalho de dois turnos de que apenas um total ou parcial-mente noturno, confere ao trabalhador o direito a um subs-dio mensal no montante de 15 % da retribuio base efetiva.

    4- Nos restantes subsetores o regime de turnos o seguin-te:

    a) No subsetor da cermica de acabamentos (pavimentos e revestimentos) e no subsetor da cermica de loua sanit-ria, o regime de trabalho em trs turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal igual a 34 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 2 e o regime de trabalho em dois turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal igual a 19 % do valor da retri-buio fixada para a mesma banda salarial 2.

    b) No subsector da cermica utilitria e decorativa o regi-me de trabalho em trs turnos rotativos confere ao trabalha-dor o direito a um subsdio mensal igual a 35 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 1 e o regime de traba-lho em dois turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal igual a 20 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 1.

    c) No subsector das cermicas especiais o regime de traba-lho em trs turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal igual a 34 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 1 e o regime de trabalho em dois turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a um subs-dio mensal igual a 19 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 1.

    d) O regime de trabalho de horrio fixo com folga alterna-da e rotativa, confere ao trabalhador o direito a um subsdio mensal igual a 20 % do valor da retribuio fixada para a banda salarial 1 nos subsectores da cermica utilitria e de-corativa e das cermicas especiais, sendo para a banda sala-rial 2 nos subsetores da cermica de acabamentos (pavimen-tos e revestimentos) da cermica de loua sanitria.

    5- No trabalho em regime de turnos o trabalhador ter di-reito a um perodo mnimo de meia hora, por turno, para re-feio, perodo que considerado para todos os efeitos como tempo de trabalho efetivo.

    6- Os trabalhadores que operem com equipamentos de tra-balho contnuo, no podero abandonar o seu posto de tra-balho sem serem rendidos, sob pena de incorrerem em ilcito disciplinar, desde que tal no seja de forma sistemtica. Caso a rendio no se verifique hora normal, a entidade pa-tronal dever promover, o mais rapidamente possvel, a sua substituio.

    7- O horrio de trabalho por turnos rotativo ter a durao de 40 horas semanais e obedecer escala que estiver orga-nizada e em vigor em cada empresa.

    8- A seu pedido, sero dispensados da prestao de traba-lho por turnos os trabalhadores com mais de 25 anos de anti-

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  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    guidade ou 50 anos de idade.9- As empresas que sirvam refeies aos trabalhadores

    com horrio normal, obrigam-se a servir, ao mesmo preo, uma refeio fria aos trabalhadores de turnos, bem como aos de horrio fixo com folga alternada.

    10- Os trabalhadores que exeram a sua atividade em regi-me de laborao contnua, tm direito a 150 % sobre a sua retribuio normal, alm desta, pelo trabalho prestado em dia feriado, sem direito a descanso compensatrio, podendo, no entanto, o acrscimo da retribuio ser substitudo por um dia de descanso, cabendo essa escolha ao empregador.

    TTULO V

    Retribuio do trabalho

    Clusula 23.

    (Conceitos e princpios gerais)

    1- Considera-se retribuio tudo aquilo a que os trabalha-dores tm direito, regular e periodicamente, como contrapar-tida do seu trabalho.

    2- A retribuio mnima mensal a prevista nas respetivas tabelas salariais anexas ao presente contrato.

    3- As retribuies especiais devidas por trabalho prestado em regime de turnos ou de iseno de horrio de trabalho so devidos enquanto o trabalhador prestar a sua atividade nessas condies e integram o pagamento da retribuio de frias, subsdio de frias e subsdio de Natal.

    4- No so consideradas retribuio: as ajudas de custo, as despesas de transporte, os abonos para falhas e as gratifi-caes, salvo se estas forem devidas por fora de contrato.

    5- O subsdio de refeio, quando houver, no considera-do como retribuio, e o seu valor no ser considerado para clculo das frias e dos subsdios de frias e de Natal.

    6- O subsdio de refeio, quando houver, ser devido nos dias em que houver a prestao de quatro horas de trabalho, distribudas pelos dois perodos dirios.

    7- No subsector da cermica estrutural os trabalhadores te-ro direito a um subsdio de refeio no valor de 4,25 por cada dia de trabalho, sendo o valor de 3,00 nos subsectores da cermica de acabamentos (pavimentos e revestimentos), da cermica de loua sanitria, da cermica utilitria e deco-rativa e das cermicas especiais, com efeitos a partir da data da publicao da presente conveno colectiva.

    8- As empresas que sirvam refeio em refeitrio no fi-cam obrigadas ao pagamento do subsdio de refeio, mes-mo queles trabalhadores que no o utilizem.

    a) Nos casos de fornecimento de refeio em refeitrio, no haver lugar ao subsdio de refeio desde que o custo da refeio para a empresa seja igual ao subsdio de refeio do respectivo subsector; se for inferior a empresa pagar a diferena; se for superior os trabalhadores pagaro a diferen-a sem prejuzo da manuteno de regimes em vigor mais favorveis;

    b) inteno das partes poder vir a rever este regime tor-nando o pagamento do subsdio de refeio extensivo aos trabalhadores que no utilizem o refeitrio.

    9- O horrio normal de trabalho prestado ao sbado at s 12 horas ou at s 13 horas d lugar ao pagamento do res-pectivo subsdio de refeio como se de semana de seis dias de trabalho se tratasse, fora do horrio normal, o trabalho prestado ao sbado at s 12 horas ou at s 13 horas tambm d lugar ao pagamento de subsdio de refeio.

    10- As deslocaes autorizadas em automvel prprio do trabalhador a pagar pelo empregador, sero calculadas ao preo de 0,36 por cada quilmetro percorrido e ser ajus-tado de acordo com o valor anualmente fixado para a funo pblica.

    a) Nas deslocaes efectuadas em motociclo, cada quil-metro percorrido ser pago na base da percentagem de 10 % do preo mdio em vigor da gasolina sem chumbo 98.

    Clusula 24.

    (Documento, data e forma de pagamento)

    1- A empresa obrigada a entregar aos seus trabalhadores, no acto de pagamento da retribuio, documento escrito, no qual figure o nome completo do trabalhador, categoria, n-mero de inscrio na segurana social, nome da empresa de seguros para a qual tenha sido transferido o risco relativo a acidentes de trabalho, perodo de trabalho a que corresponde a remunerao, descrio das horas de trabalho suplementar, os descontos e o montante lquido a receber.

    2- A entidade patronal pode efectuar o pagamento por meio de cheque bancrio, vale postal, depsito ordem do trabalhador ou em numerrio, observadas que sejam as se-guintes condies:

    a) O montante da retribuio, em dinheiro, deve estar disposio do trabalhador at ao ltimo dia til do ms a que respeita;

    b) O documento referido no nmero 1 da presente clusula deve ser entregue ao trabalhador at data do vencimento da retribuio.

    3- A frmula para clculo do salrio/hora a seguinte:

    RM x 12 52 x HS

    RM - retribuio mensal;HS - nmero de horas de trabalho semanal.

    4- Quando um trabalhador aufira uma retribuio mista, isto , constituda por parte certa e parte varivel, ser-lhe- sempre assegurada, independentemente desta, a retribuio certa mnima prevista no anexo.

    Clusula 25.

    (Subsdio de Natal)

    1- Os trabalhadores tm direito a um subsdio de Natal de valor igual a um ms de retribuio que deve ser pago at ao dia 15 de dezembro de cada ano.

    2- O valor do subsdio de Natal proporcional ao tempo de servio prestado no ano civil, nas seguintes condies:

    a) No ano de admisso do trabalhador;b) No ano da cessao do contrato de trabalho;c) Em caso de suspenso do contrato de trabalho, salvo se

    por facto respeitante ao empregador.

    3515

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    TTULO VI

    Frias, feriados e faltas e dias de descanso

    CAPTULO I

    Descanso semanal

    Clusula 26.

    (Descanso semanal)

    1- Todos os trabalhadores tero direito a dois dias de des-canso semanal, que sero em princpio o sbado e o domin-go, salvo o disposto em clausulado especfico.

    2- Os dias de descanso dos trabalhadores por turnos se-ro aqueles que estiverem fixados na respetiva escala, sendo sempre considerado como dia de descanso semanal obriga-trio a primeira folga a gozar pelo trabalhador aps o dia 1 de janeiro de cada ano.

    CAPTULO II

    Feriados

    Clusula 27.

    (Feriados)

    1- So feriados obrigatrios:1 de janeiro;Sexta-Feira Santa;Domingo de Pscoa;25 de abril;1 de maio;Corpo de Deus (festa mvel);10 de junho;15 de agosto;5 de outubro;1 de novembro;1, 8 e 25 de dezembro.

    2- O feriado de Sexta-Feira Santa poder ser observado em outro dia com significado local no perodo da Pscoa.

    3- Alm dos feriados acima enumerados, apenas podem ser observados a Tera-Feira de Carnaval e o feriado muni-cipal da localidade.

    4- Em substituio de qualquer dos feriados referidos no nmero anterior, pode ser observado, a ttulo de feriado, qualquer outro dia em que acordem empregador e trabalha-dor.

    CAPTULO III

    Frias

    Clusula 28.

    (Direito a frias)

    1- O trabalhador tem direito a um perodo de frias retribu-

    das em cada ano civil.2- O direito a frias deve efetivar-se de modo a possibilitar

    a recuperao fsica e psquica do trabalhador e assegurar--lhe condies mnimas de disponibilidade pessoal, de in-tegrao na vida familiar e de participao social e cultural.

    3- O direito a frias irrenuncivel e, fora dos casos pre-vistos na lei o seu gozo efetivo no pode ser substitudo, ain-da que com o acordo do trabalhador, por qualquer compen-sao econmica ou outra.

    4- O direito a frias reporta-se, em regra, ao trabalho pres-tado no ano civil anterior e no est condicionado assidui-dade ou efetividade de servio, eliminando sem prejuzo do disposto no nmero 3 da clusula seguinte e do nmero 2 do artigo 232. do Cdigo do Trabalho.

    Clusula 29.

    (Aquisio do direito a frias)

    1- O direito a frias adquire-se com a celebrao do con-trato de trabalho e vence-se no dia 1 de janeiro de cada ano civil, salvo o disposto nos nmeros seguintes.

    2- No ano da contratao, o trabalhador tem direito, aps seis meses completos de execuo do contrato, a gozar 2 dias teis de frias por cada ms de durao do contrato, at ao mximo de 20 dias teis.

    3- No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decor-rido o prazo referido no nmero anterior ou antes de gozado o direito a frias, pode o trabalhador usufrui-lo at 30 de ju-nho do ano civil subsequente.

    4- Da aplicao do disposto no nmero 2 e no nmero 3 no pode resultar para o trabalhador o direito ao gozo de um perodo de frias, no mesmo ano civil, superior a 30 dias teis.

    Clusula 30.

    (Durao do perodo de frias)

    1- O perodo anual de frias tem a durao mnima de 22 dias teis.

    2- Para efeitos de frias, so teis os dias da semana de segunda-feira a sexta-feira, com excepo dos feriados, no podendo as frias ter incio em dia de descanso semanal do trabalhador.

    3- A durao do perodo de frias aumentada no caso de o trabalhador no ter faltado ou na eventualidade de ter apenas faltas justificadas, no ano a que as frias se reportam, nos seguintes termos:

    a) Trs dias de frias at ao mximo de uma falta ou dois meios dias;

    b) Dois dias de frias at ao mximo de duas faltas ou qua-tro meios-dias;

    c) Um dia de frias at ao mximo de trs faltas ou seis meios dias.

    4- S para efeitos do nmero anterior a opo de substitui-o de falta por um dia de frias considerada falta justifi-cada, dentro dos limites estabelecidos na lei para esta opo.

    5- O trabalhador pode renunciar parcialmente ao direito a frias, recebendo a retribuio e o subsdio respectivos, sem prejuzo de ser assegurado o gozo efetivo de 20 dias teis de frias.

    3516

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    Clusula 31.

    (Direito a frias nos contratos de durao inferior a seis meses)

    1- O trabalhador admitido com contrato cuja durao total no atinja seis meses tem direito a gozar dois dias teis de frias por cada ms completo de durao do contrato.

    2- Para efeitos da determinao do ms completo devem contar-se todos os dias, seguidos ou interpolados, em que foi prestado trabalho.

    3- Nos contratos cuja durao total no atinja seis meses, o gozo das frias tem lugar no momento imediatamente ante-rior ao da cessao, salvo acordo das partes.

    Clusula 32.

    (Cumulao de frias)

    1- As frias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, no sendo permitido acumular no mesmo ano frias de dois ou mais anos.

    2- As frias podem, porm, ser gozadas no primeiro tri-mestre do ano civil seguinte, em acumulao ou no com as frias vencidas no incio deste, por acordo entre empregador e trabalhador ou sempre que este pretenda gozar as frias com familiares residentes no estrangeiro.

    3- Empregador e trabalhador podem ainda acordar na acu-mulao, no mesmo ano, de metade do perodo de frias ven-cido no ano anterior com o vencido no incio desse ano.

    4- Em caso excecionais ou de catstrofe a empresa e os trabalhadores podem acordar perodos de frias diferentes na medida em que esse acordo seja adequado a reparar a even-tualidade que lhe der origem.

    Clusula 33.

    (Encerramento da empresa ou estabelecimento)

    O empregador pode encerrar, total ou parcialmente, a empresa ou o estabelecimento, nos seguintes termos:

    a) Encerramento durante pelo menos 15 dias consecutivos entre 1 de maio e 31 de outubro;

    b) Encerramento por perodo superior a 15 dias consecu-tivos ou fora do perodo entre 1 de maio e 31 de outubro, mediante parecer favorvel da comisso de trabalhadores;

    c) Encerramento por perodo superior a 15 dias consecu-tivos entre 1 de maio e 31 de outubro, quando a natureza da atividade assim o exigir;

    d) Encerramento durante as frias escolares do Natal, no podendo, todavia, exceder cinco dias teis consecutivos.

    Clusula 34.

    (Marcao do perodo de frias)

    1- O perodo de frias marcado por acordo entre empre-gador e trabalhador.

    2- Na falta de acordo, cabe ao empregador marcar as f-rias e elaborar o respetivos mapa, ouvindo para o efeito a comisso de trabalhadores ou os representantes dos mesmos na empresa.

    3- Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, o emprega-dor s pode marcar o perodo de frias entre 1 de maio e 31

    de outubro, salvo parecer em contrrio da entidade referida no nmero anterior.

    4- Na marcao das frias, os perodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre que possvel, beneficiando, al-ternadamente, os trabalhadores em funo dos perodos go-zados nos dois anos anteriores.

    5- Salvo se houver prejuzo grave para o empregador, de-vem gozar frias em idntico perodo os cnjuges que traba-lhem na mesma empresa ou estabelecimento, bem como as pessoas que vivam em unio de facto ou economia comum.

    6- O gozo do perodo de frias pode ser interpolado, por acordo entre empregador e trabalhador e desde que sejam gozados, no mnimo, 15 dias teis consecutivos.

    7- O mapa de frias, com indicao do incio e termo dos perodos de frias de cada trabalhador, deve ser elaborado at 15 de abril de cada ano e afixado, nos locais de trabalho entre esta data e 31 de outubro.

    Clusula 35.

    (Alterao da marcao do perodo de frias)

    1- Se, depois de marcado o perodo de frias, exigncias imperiosas do funcionamento da empresa determinarem o adiamento ou a interrupo das frias j iniciadas, o traba-lhador tem direito a ser indemnizado pelo empregador dos prejuzos que comprovadamente haja sofrido na pressuposi-o de que gozaria integralmente as frias na poca fixada.

    2- A interrupo das frias no pode prejudicar o gozo se-guido de metade do perodo a que o trabalhador tenha direito.

    3- H lugar a alterao do perodo de frias sempre que o trabalhador, na data prevista para o seu incio, esteja tempo-rariamente impedido por facto que no lhe seja imputvel, cabendo ao empregador, na falta de acordo, a nova marcao do perodo de frias, sem sujeio ao disposto no nmero 3 da clusula anterior.

    4- Terminando o impedimento antes de decorrido o pero-do anteriormente marcado, o trabalhador deve gozar os dias de frias ainda compreendidos neste, aplicando-se quanto marcao dos dias restantes o disposto no nmero anterior.

    5- Nos casos em que a cessao do contrato de trabalho esteja sujeita a aviso prvio, o empregador pode determi-nar que o perodo de frias seja antecipado para o momento imediatamente anterior data prevista para a cessao do contrato.

    Clusula 36.

    (Doena no perodo de frias)

    1- No caso de o trabalhador adoecer durante o perodo de frias, so as mesmas suspensas desde que o empregador seja do facto informado, prosseguindo, logo aps a alta, o gozo dos dias de frias compreendidos ainda naquele pero-do, cabendo ao empregador, na falta de acordo, a marcao dos dias de frias no gozados, sem sujeio ao disposto no nmero 3 da clusula 34.

    2- Cabe ao empregador, na falta de acordo, a marcao dos dias de frias no gozados, que podem decorrer em qualquer perodo, aplicando-se neste caso o nmero 3 do artigo se-guinte.

    3517

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    3- A prova da doena prevista no nmero 1 feita por es-tabelecimento hospitalar, por declarao do centro de sade ou por atestado mdico.

    4- A doena referida no nmero anterior pode ser fiscali-zada por mdico designado pela segurana social, mediante requerimento do empregador.

    Clusula 37.

    (Efeitos da suspenso do contrato de trabalho por impedimento prolongado)

    1- No ano da suspenso do contrato de trabalho por im-pedimento prolongado, respeitante ao trabalhador, se se ve-rificar a impossibilidade total ou parcial do gozo do direito a frias j vencido, o trabalhador tem direito retribuio correspondente ao perodo de frias no gozado e respetivo subsdio.

    2- No ano da cessao do impedimento prolongado o tra-balhador tem direito, aps seis meses completos de execuo do contrato, a gozar 2 dias teis de frias, por cada ms de durao do contrato, at ao mximo de 20 dias teis, tendo em conta o trabalho que venha a prestar at 31 de dezembro desse ano.

    3- No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decor-rido o prazo referido no nmero anterior ou antes de goza-do o direito a frias, pode o trabalhador usufru-lo at 30 de abril do ano civil subsequente, at ao limite de 30 dias.

    4- Cessando o contrato aps impedimento prolongado res-peitante ao trabalhador, este tem direito retribuio e ao subsdio de frias correspondentes ao tempo de servio pres-tado no ano de incio da suspenso.

    Clusula 38.

    (Efeitos da cessao do contrato de trabalho)

    1- Cessando contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuio correspondente a um perodo de f-rias, proporcional ao tempo de servio prestado at data da cessao, bem como ao respetivo subsdio.

    2- Se o contrato cessar antes de gozado o perodo de frias vencido no incio do ano da cessao, o trabalhador tem ain-da direito a receber a retribuio e o subsdio corresponden-tes a esse perodo, o qual sempre considerado para efeitos de antiguidade.

    3- Da aplicao do disposto nos nmeros anteriores ao contrato cuja durao no ultrapasse, por qualquer causa, 12 meses, no pode resultar um perodo de frias superior ao proporcional durao do vnculo, sendo esse perodo con-siderado para efeitos de retribuio, subsdio e antiguidade.

    Clusula 39.

    (Violao do direito a frias)

    Caso o empregador, obste ao gozo das frias nos termos previstos nos artigos anteriores, o trabalhador recebe, a ttulo de compensao, o triplo da retribuio correspondente ao perodo em falta, que deve obrigatoriamente ser gozado no primeiro trimestre do ano civil subsequente.

    Clusula 40.

    (Exerccio de outra atividade durante as frias)

    1- O trabalhador no pode exercer durante as frias qual-quer outra atividade remunerada, salvo se j a viesse exer-cendo cumulativamente ou o empregador o autorizar a isso.

    2- A violao do disposto no nmero anterior, sem preju-zo da eventual responsabilidade disciplinar do trabalhador, d ao empregador o direito de reaver a retribuio correspon-dente s frias e respetivo subsdio, da qual metade reverte para o Instituto de Gesto Financeira da Segurana Social.

    3- Para os efeitos previstos no nmero anterior, o emprega-dor pode proceder a descontos na retribuio do trabalhador at ao limite de um sexto, em relao a cada um dos perodos de vencimento posteriores.

    Clusula 41.

    (Subsdio de frias)

    1- Antes do incio das frias, mesmo no caso de gozo in-terpolado, o empregador pagar a totalidade do subsdio de frias, cujo montante compreende a retribuio base e as demais prestaes retributivas que sejam contrapartida do modo especfico da execuo do trabalho.

    2- No caso de gozo interpolado, o subsdio de frias ser pago antes do maior perodo de frias a gozar.

    3- O aumento da durao do perodo de frias previsto no nmero 3 da clusula 30. deste IRCT, no tem consequn-cias no montante do subsdio de frias.

    CAPTULO IV

    Faltas

    Clusula 42.

    (Noo)

    1- Falta a ausncia do trabalhador no local de trabalho e durante o perodo em que devia desempenhar a atividade a que est adstrito.

    2- Nos casos de ausncia do trabalhador por perodos infe-riores ao perodo de trabalho a que est obrigado, os respecti-vos tempos so adicionados para determinao dos perodos normais de trabalho dirio em falta.

    3- Para efeito do disposto no nmero anterior, caso os pe-rodos de trabalho dirio no sejam uniformes, considera-se sempre o de menor durao relativo a um dia completo de trabalho.

    Clusula 43.

    (Tipos de faltas)

    1- As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.2- So consideradas faltas justificadas:a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casa-

    mento;b) As motivadas por falecimento do cnjuge, parentes ou

    3518

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    afins, nos termos da clusula 44.;c) As motivadas pela prestao de provas em estabeleci-

    mento de ensino, nos termos da legislao especial aplicvel;d) As motivadas por impossibilidade de prestar trabalho

    devido a facto que no seja imputvel ao trabalhador, nome-adamente doena, acidente ou cumprimento de obrigaes legais;

    e) As motivadas pela necessidade de prestao de assistn-cia inadivel e imprescindvel a membros do seu agregado familiar, nos termos previstos na lei;

    f) As ausncias no superiores a quatro horas e s pelo tempo estritamente necessrio, justificadas pelo responsvel pela educao de menor, uma vez por trimestre, para des-locao escola tendo em vista inteirar-se da situao edu-cativa do filho menor, incluindo matrculas e verificao do aproveitamento;

    g) As dadas pelos trabalhadores eleitos para as estruturas de representao colectiva, nos termos do artigo 455. do Cdigo do Trabalho;

    h) As dadas por candidatos a eleies para cargos pblicos, durante o perodo legal da respectiva campanha eleitoral;

    i) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador;j) As que por lei forem como tal qualificadas.3- So consideradas injustificadas as faltas no previstas

    no nmero anterior.Clusula 44.

    (Faltas por motivo de falecimento de parentes ou afins)

    1- Nos termos da alnea b) do nmero 2 da clusula 43., o trabalhador pode faltar justificadamente:

    a) Cinco dias consecutivos por falecimento de cnjuge no separado de pessoas e bens ou de parente ou afim no 1. grau na linha reta;

    b) Dois dias consecutivos por falecimento de outro parente ou afim na linha recta ou em 2. grau da linha colateral.

    2- Aplica-se o disposto na alnea a) do nmero anterior ao falecimento de pessoa que viva em unio de facto ou econo-mia comum com o trabalhador.

    3- As faltas das alneas a) e b) do nmero 1 entendem-se como dias completos a partir da data em que o trabalhador teve conhecimento do facto, acrescidos do tempo referente ao prprio dia em que tomou conhecimento, se receber a co-municao durante o perodo de trabalho.

    Clusula 45.

    (Comunicao da falta justificada)

    1- As faltas justificadas, quando previsveis, so obrigato-riamente comunicadas ao empregador com a antecedncia mnima de cinco dias.

    2- Quando imprevisveis, as faltas justificadas so obriga-toriamente comunicadas ao empregador logo que possvel.

    3- A comunicao tem de ser reiterada para as faltas justi-ficadas imediatamente subsequentes s previstas nas comu-nicaes indicadas nos nmeros anteriores.

    Clusula 46.

    (Prova da falta justificada)

    1- O empregador pode, nos 15 dias seguintes comunica-

    o referida na clusula anterior, exigir ao trabalhador prova dos factos invocados para a justificao.

    2- A prova da situao de doena prevista na alnea d) do nmero 2 da clusula 43. feita por estabelecimento hospi-talar ou por declarao do centro de sade.

    3- A doena referida no nmero anterior pode ser fisca-lizada por mdico, mediante requerimento do empregador dirigido Segurana Social.

    Clusula 47.

    (Efeitos das faltas justificadas)

    1- As faltas justificadas no determinam a perda ou preju-zo de quaisquer direitos do trabalhador, salvo o disposto no nmero seguinte.

    2- Sem prejuzo de outras previses legais, determinam a perda de retribuio as seguintes faltas ainda que justifica-das:

    a) Por motivo de doena, desde que o trabalhador beneficie de um regime de Segurana Social de proteo na doena;

    b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que o traba-lhador tenha direito a subsdio ou seguro;

    c) As previstas na alnea j) do nmero 2 da clusula 43., quando superiores a 30 dias por ano;

    d) As autorizadas ou aprovadas pelo empregador.3- Nos casos previstos na alnea d) do nmero 2 da clusu-

    la 43., se o impedimento do trabalhador se prolongar efetiva ou previsivelmente para alm de um ms, aplica-se o regime de suspenso da prestao do trabalho por impedimento pro-longado.

    4- No caso previsto na alnea h) do nmero 2 da clusula 43., as faltas justificadas conferem, no mximo, direito re-tribuio relativa a um tero do perodo de durao da cam-panha eleitoral, s podendo o trabalhador faltar meios dias ou dias completos com aviso prvio de quarenta e oito horas.

    Clusula 48.

    (Efeitos das faltas injustificadas)

    1- As faltas injustificadas constituem violao do dever de assiduidade e determinam perda da retribuio corres-pondente ao perodo de ausncia, o qual ser descontado na antiguidade do trabalhador.

    2- Tratando-se de faltas injustificadas a um ou meio per-odo normal de trabalho dirio, imediatamente anteriores ou posteriores aos dias ou meios dias de descanso ou feriados, considera-se que o trabalhador praticou uma infrao grave.

    3- No caso de a apresentao do trabalhador, para incio ou reincio da prestao de trabalho, se verificar com atraso injustificado superior a trinta ou sessenta minutos, pode o empregador recusar a aceitao da prestao durante parte ou todo o perodo normal de trabalho, respetivamente.

    Clusula 49.

    (Efeitos das faltas no direito a frias)

    1- As faltas no tm efeito sobre o direito a frias do traba-lhador, salvo o disposto no nmero seguinte.

    2- Nos casos em que as faltas determinem perda de retri-

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  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    buio, as ausncias podem ser substitudas, se o trabalha-dor expressamente assim o preferir, por dias de frias, na proporo de 1 dia de frias por cada dia de falta, desde que seja salvaguardado o gozo efetivo de 20 dias teis de frias ou da correspondente proporo, se se tratar de frias no ano de admisso.

    TTULO VII

    Regime disciplinar

    Clusula 50.

    (Princpios gerais)

    1- Considera-se infraco disciplinar a violao culposa pelo trabalhador dos deveres a que est obrigado.

    2- O empregador nos termos das disposies seguintes exerce o poder disciplinar sobre os trabalhadores que se en-contram ao seu servio quer diretamente quer atravs dos superiores hierrquicos dos trabalhadores, mas sob a sua di-reo e responsabilidade.

    3- O poder disciplinar exerce-se obrigatoriamente atravs de processo disciplinar devidamente elaborado com audio das partes e testemunhas, tendo em considerao tudo o que puder esclarecer os factos.

    a) Os factos constantes da acusao sero concretos e es-pecificamente levados ao conhecimento do trabalhador ar-guido, atravs de documento escrito, revestindo a forma de nota de culpa apenas quando houver inteno de despedi-mento com justa causa;

    b) Ao trabalhador ser permitido, querendo, apresentar a sua defesa, por escrito, dentro do prazo de 10 dias teis.

    4- As declaraes das testemunhas indicadas pelo traba-lhador, at ao limite de trs por cada facto descrito na nota de culpa, so reduzidas a escrito e assinadas por estas, notifican-do-se para estar presente inquirio o trabalhador arguido ou o seu representante.

    5- O poder disciplinar caduca se no for iniciado sessenta dias aps o conhecimento da infrao.

    6- A deciso dever ser proferida no prazo de trinta dias aps concludas as diligncias probatrias.

    7- Iniciado o processo disciplinar, pode o empregador sus-pender o trabalhador se a sua presena se mostrar inconve-niente e desde que fundamentada.

    Clusula 51.

    (Sano disciplinar)

    1- De acordo com a gravidade dos factos, as infraes dis-ciplinares sero punidas com as sanes seguidamente enu-meradas, as quais, exceo da prevista na alnea a) sero sempre obrigatoriamente precedidas da elaborao do respe-tivo processo disciplinar:

    a) Repreenso verbal;b) Repreenso registada e fundamentada, comunicada por

    escrito ao infrator;c) Sano pecuniria;d) Perda de dias de frias, at trs dias;

    e) Suspenso da prestao de trabalho com perda de retri-buio e de antiguidade, at doze dias;

    f) Despedimento com justa causa, sem qualquer indemni-zao ou compensao.

    2- A inexistncia ou irregularidade do processo disciplinar acarretar a nulidade da sano aplicada, dando o direito ao trabalhador a ser indemnizado das perdas e danos a que jul-gar ter direito nos termos da lei.

    Clusula 52.

    (Reintegrao ou indemnizao)

    1- A cessao do contrato de trabalho por iniciativa do empregador por facto imputvel ao trabalhador, carece de invocao de justa causa apreciada em processo disciplinar devidamente fundamentada e comunicada ao trabalhador nos termos da lei.

    2- A no confirmao de justa causa em ao de impugna-o judicial de despedimento, confere ao trabalhador o di-reito reintegrao no seu posto de trabalho, podendo optar por compensao fixada por juiz em substituio da reinte-grao.

    TTULO VIII

    Comisso paritria

    Clusula 53.

    (Categoria e atribuies)

    1- As partes obrigam-se a constituir uma comisso pari-tria proposta por igual nmero membros de representantes patronais e sindicais a qual tem como atribuies interpretar as clusulas do presente IRCT e colmatar eventuais lacunas, as quais podero ser preenchidas por novas disposies con-tratuais.

    2- As deliberaes, quando tomadas por unanimidade, consideram-se para todos os efeitos como regulamentao do presente IRCT e sero depositadas e publicadas nos mes-mos termos.

    3- A reintegrao de lacunas fica sujeita ao regime previsto no nmero anterior.

    4- A comisso paritria ser constituda por quatro mem-bros efectivos e por quatro suplentes designados do mesmo modo.

    5- Cada uma das partes indicar, por escrito, outra, nos 60 dias subsequentes publicao deste IRCT, os nomes respectivos dos representantes efectivos e suplentes, consi-derando-se a comisso paritria apta a funcionar logo que indicados os nomes dos seus membros.

    6- Qualquer das partes tem o direito a convocar a comis-so paritria por escrito enviando outra parte a agenda dos trabalhos com os pontos que iro ser objecto de deliberao, devendo a reunio ter lugar no prazo mximo de 30 dias aps a recepo da convocatria.

    TTULO IX

    Disposies transitrias

    3520

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    Clusula 54.

    (Caducidade das diuturnidades)

    1- Tendo em conta o anterior CCT publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n. 8, 1. srie, de 29 de fevereiro de 2000, onde se encontrava previsto o instituto das diutur-nidades na sua clusula 78., todos os trabalhadores que te-nham vencido menos de 5 diuturnidades no mbito daquela conveno coletiva, vencero excecionalmente uma ltima diuturnidade no momento em seja completado o perodo que estiver em curso para perfazer os trs anos de permanncia em categoria e classe sem acesso obrigatrio.

    2- Os trabalhadores que aps a publicao do presente IRCT sejam promovidos a categoria profissional imediata-mente superior ou ascendam nas respectivas carreiras, no tero direito diuturnidade referida no nmero anterior.

    3- O valor das diuturnidades j vencidas fica definitiva-mente congelado pelo montante que estiver a ser praticado data da publicao do presente IRCT, acrescendo-lhe apenas o valor da ltima diuturnidade, aps o respetivo vencimento, nos termos dos anteriores nmeros 1 e 4.

    4- Aquela ltima diuturnidade ser calculada nos ter-mos do regime extinto, ou seja aplicando a percentagem de 4,5 % sobre o valor da remunerao base do antigo grupo VII da tabela salarial em vigor no momento da sua aquisio.

    5- O valor das diuturnidades ser pago e processado em separado no respetivo recibo de vencimento.

    TTULO X

    Sucesso de convenes

    Clusula 55.

    (Sucesso de convenes)

    1- Esta conveno coletiva de trabalho sucede integral-mente ao CCT publicado no Boletim do Trabalho e Empre-go, n. 32, 1. srie, de 29 de agosto de 2007, com alteraes publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n. 31, de 22 de agosto de 2008, celebrado entre a Associao Portuguesa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER e a FETICEQ - Federao dos Trabalhadores das Indstrias de Cermica, Vidreira Extrativa, Energia e Qumica, (pessoal fabril).

    2- A presente conveno considerada globalmente mais favorvel que a conveno anterior acima referida no nme-ro 1 desta clusula.

    Coimbra, 7 de setembro de 2017.

    Associao Portuguesa das Indstrias de Cermica e de Cristalaria - APICER:

    Maria Albertina da Silva Sequeira, mandatria.Francisco Antnio Tavares Gomes, mandatrio.

    Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indstrias de Cermica, Cimentos, Abrasivos, Vidros e Similares, Cons-truo Civil e Obras Pblicas (SINTICAVS) - (indstria da cermica - pessoal fabril):

    Eurico Jos dos Santos Mouro, mandatrio.Jos Carlos dos Santos Cerveira, mandatrio.Nelson Neves de Almeida, mandatrio.

    ANEXOS

    Descrio dos anexos

    ANEXO I

    Descrio geral, atividades e saberes da componente industrial

    Os perfis profissionais desta conveno abrangem os tra-balhadores da componente industrial do setor da cermica, englobando os perfis de tcnico/a e operador/a, no contem-plando as funes de diretores ou outras hierarquicamente superiores.

    Cada perfil contempla a correspondente descrio geral, seguida da enumerao das tarefas/atividades e responsabi-lidades complementadas pelas competncias necessrias ao seu desempenho.

    ANEXO II

    Tabela de converso das anteriores categorias profissionais para as atuais perfis profissionaisListagem das categorias constantes na anterior conven-

    o coletiva de trabalho e a nova correspondncia de acordo com os perfis profissionais.

    ANEXO III

    Enquadramento no modelo de BandasNos quadros deste anexo encontra-se a converso do en-

    quadramento das anteriores categorias estruturada em gru-pos para o enquadramento de perfis profissionais estruturado em Bandas, sem prejuzo de poder ser realizada uma quali-ficao de funes com recurso matriz de qualificao de funes cujo manual se encontra disponvel em http://www.ceramica.pt/proficer/index.php/matriz.

    ANEXO IV

    Tabelas de remuneraes mnimasA tabela A, produz efeitos a partir de 1 de julho de 2017.A tabela B, produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2018.

    3521

    http://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2000/bte8_2000.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2000/bte8_2000.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2000/bte8_2000.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2007/bte32_2007.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2007/bte32_2007.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2008/bte31_2008.pdfhttp://bte.gep.msess.gov.pt/completos/2008/bte31_2008.pdf

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017

    ANEXO I

    Descrio geral, atividades e saberes da componente industrial

    Enquadramento

    Os perfis profissionais desta conveno abrangem os tra-balhadores da componente industrial do sector da cermica, englobando os perfis de tcnico/a e operador/a, no contem-plando as funes de diretores ou outras hierarquicamente superiores.

    Cada perfil contempla a correspondente descrio geral, seguida da enumerao das tarefas/atividades e responsabi-lidades complementadas pelas competncias necessrias ao seu desempenho.

    Foram identificados saberes, saberes-fazer e saberes-ser transversais a todos os perfis (identificados com sombreado azul), outros transversais a perfis tcnicos da rea industrial (identificados com sombreado laranja) e outros transversais a perfis de operadores (identificados com sombreado verde).

    A definio dos saberes transversais relativos aos co-nhecimentos contempla apenas a descrio do saber e no o seu nvel. Ainda no que concerne aos conhecimentos, as questes relativas organizao do trabalho, ambiente, in-formtica, segurana, higiene e sade no trabalho e de qua-lidade consideram-se fulcrais em toda a indstria cermica, independentemente do subsetor ou da dimenso da empresa, sendo conceitos basilares de toda a atividade.

    Ao nvel dos saberes-fazer, consideram-se transversais as questes de registo da atividade desenvolvida, bem como a aplicao de normas de segurana, higiene e sade no traba-lho e gesto ambiental.

    Por ltimo, no que diz respeito aos saberes-ser, estes re-fletem a realidade atual e orientao futura do que se espera em termos comportamentais dos colaboradores das empresas da cermica.

    Saber Saber-fazer Saber-ser

    Tran

    sver

    sais

    a to

    dos o

    s per

    fis

    Comportamen-to organi-zacional e organizao do trabalho

    Registar a ativi-dade desenvolvi-da, respeitando a documentao tcnica

    Orientao para a quali-dade e melhoria contnua - Procurar permanen-temente a melhoria e a qualidade no desenvolvi-mento do seu trabalho

    Gesto e pro-teoambiental

    Aplicar as normas de segu-rana, higiene e sade respeitan-tes atividade profissional e de gesto ambiental

    Orientao para o ambien-te, higiene e segurana no trabalho - Procurar inte-grar princpios ambientais e de higiene e segurana no desenvolvimento do seu trabalho

    Informtica na tica do utilizador

    Adaptao mudana - Aceitar as mudanas tecnolgicas e organiza-cionais, incorporando--as no seu trabalho e demonstrando vontade de aprender

    Tran

    sver

    sais

    a to

    dos o

    s per

    fis

    Segurana, higiene e sade aplicadas indstria cer-mica

    Trabalho em equipa - Respeitar as diferenas individuais e colaborar com os restantes membros da equipa com vista ao alcance dos objetivos

    Processo de fabrico de produtos cer-micos

    Orientao para resulta-dos - Procurar desem-penhar o seu trabalho com eficincia de forma a atingir os resultados esperados

    Normas, procedimentos e padres de qualidade

    Sentido de responsabili-dade - Responsabilizar--se pelas suas tarefas, consciencializando-se do seu impacto no produto final

    Relacionamento interpes-soal - Promover e manter relaes de trabalho posi-tivas com quem interage

    Flexibilidade - Prontido para realizar diferentes tarefas

    Os saberes transversais aos perfis tcnicos da rea in-dustrial incluem a componente de gesto de equipas e de superviso, competncias que podem ser requeridas para o desempenho destas funes.

    Saber Saber-Fazer Saber-Ser

    Tran

    sver

    sais

    a to

    dos o

    s per

    fis t

    cnic

    os (

    rea

    indu

    stri

    al)

    Lngua inglesa Utilizar tcnicas de organizao, planeamento e controlo da pro-duo, afetando recursos mate-riais e humanos

    Liderana - Proporcionar aos outros uma viso clara do que a organizao precisa para garantir o seu sucesso futuro, mobilizan-do, motivando e sendo a fora do exemplo

    Gesto de equipas

    Orientar tecnicamente as atividades de-senvolvidas bem como as equipas afetas sua rea de interveno

    Resoluo de problemas - Analisar criticamente as situaes, identificando as causas dos proble-mas, apresentando e/ou implementando possveis solues

    Comunicao Detetar anoma-lias e identificar necessidades de interveno

    Proatividade e iniciativa - Detetar oportunidades e atuar sobre elas de forma rpida e eficaz

    Planeamento, organizao e gesto de recursos (humanos e materiais)

    Assegurar e utilizar os pro-cedimentos e as tcnicas de lim-peza, conserva-o do espao de trabalho, assim como a manuten-o preventiva de utenslios e equipamentos

    Comunicao - Entrar em relao com o outro, comunicando de forma clara, assertiva e ajustada aos interlocutores

    3522

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 37, 8/10/2017Tr

    ansv

    ersa

    is a

    todo

    s os p

    erfis

    tcn

    icos

    (re

    a in

    dust

    rial

    )

    Definir e/ou aplicar normase procedimentos adequadosao controlo de qualidade

    Mentoria - Facilitar o desenvolvimento de competncias atravs do acompanhamento e feedback contnuo

    A definio dos saberes transversais aos perfis de opera-dores reflete, de forma geral, a necessidade de comprometi-

    mento com uma cultura de qualidade. Paralelamente, preten-de-se transmitir a importncia de comportamentos relativos organizao e limpeza do posto de trabalho.

    Saber Saber-Fazer Saber-Ser

    Tran

    sver

    sais

    aos

    per

    fis d

    e op

    erad

    ores

    Aplicar normas e procedimen-tos adequados ao controlo de qualidade

    Detetar anomalias no funcionamento de equipamentos

    Utilizar os procedimentos e as tcnicas de limpeza, conser-vao do espao de trabalho, assim como a manuten-o preventiva de utenslios e equipamentos

    Qualificao

    Descrio geral

    Atividades

    A) Descrio geral/Atividades e saberes

    Operador/a de logstica cermica

    Efetuar as operaes de extrao, receo, transporte, armazenagem, expedio, inventariao e controlo de matrias-primas, materiais, produtos e/ou meios promocionais, assim como apoiar a gesto de armazns e parques, de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos.

    1. Efetuar as operaes de extrao e receo de matrias-primas e materiais:1.1. Preparar e executar atividades de extrao de matrias-primas;1.2. Descarregar as mercadorias, em local previamente definido, tendo em ateno o tipo de material/matria--prima;1.3. Verificar a guia de remessa, nota de encomenda ou outra documentao, confirmando se os materiais/matrias--primas que do entrada em armazm se encontram de acordo com o pedido efetuado;1.4. Efetuar a devoluo dos materiais/matrias-primas que no se encontrem em conformidade com a documenta-o respetiva ou que o seu estado o justifique, aps ter comunicado superiormente as anomalias detetadas;2. Efetuar as operaes de transporte e movimentao de materiais/matrias-primas e produtos:2.1. Executar operaes de movimentao, manobra e operao de empilhadores e outras mquinas de transporte, de acordo com as regras e normas estabelecidas;2.2. Efetuar a carga e descarga de materiais/matrias-primas e produtos;3. Efetuar a armazenagem das mercadorias no armazm e assegurar a sua manuteno e conservao:3.1. Arrumar e acondicionar as mercadorias em prateleiras ou noutro local apropriado, de acordo com procedimen-tos tcnicos, funcionais e de segurana definidos, utilizando eficazmente o espao;3.2. Efetuar o abastecimento de lugares de preparao de encomendas, gerindo a organizao de armazm e par-ques;4. Efetuar as operaes de preparao e expedio de mercadorias:1.1. Preparar a expedio de cargas;1.2. Executar as operae