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Maio de 2010n° 123, ano X

www.por ta ldocomerc io.org.br

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varejistas pelo doMínio do Mercado brasileiro

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Mapa do caminhoO Brasil quer experimentar voos mais altos. Na realidade, é mais do que que-rer: o País precisa, deve e pode chegar mais longe na concretização de suas aspirações como uma das mais promissoras nações emergentes.O mapa do caminho está mais ou menos desenhado, inclusive com a indicação de atalhos que poderiam nos fazer chegar mais rápido ao destino. A reporta-gem de capa desta edição da CNC Notícias trata de um deles: a redução do Custo Brasil, condição essencial para o sucesso econômico do País.

Apesar de o Ministério da Fazenda ter anunciado recentemente um con-junto de medidas que podem ajudar a reduzir os custos que incidem sobre a produção de bens e serviços, desonerando as exportações, ainda falta muito a ser feito. Os desafios são grandes para o próximo Governo: reduzir a elevada carga tributária, combater a burocracia excessiva, dar alternativa aos juros e spreads bancários elevados que desestimulam o desenvolvimento do pequeno e médio comércio, rever a legislação fiscal, hoje por demais complexa, e os altos custos do sistema previdenciário são alguns exemplos de temas prioritários.

Outra frente nesse esforço do Brasil para se desenvolver é a da inclusão so-cial de milhões de pessoas, fenômeno que está repercutindo profundamente na economia, com o surgimento de uma nova classe média, ávida por produtos e serviços. Com a classe C absorvendo grande parcela das classes D e E, fenô-meno que decorre da expansão do mercado de trabalho e do maior poder de compra dos salários, torna-se imperativo entender como pensa e age esse novo consumidor, símbolo do momento de ascensão vivido pelo País.

Os reflexos no varejo são óbvios e se traduzem no aumento das vendas e do faturamento – um componente a mais de um período movimentado para o setor, marcado por fusões e aquisições envolvendo algumas das maiores em-presas. Em busca de escala para negociar com os fornecedores, e enfrentando a forte presença de empresas internacionais, os grandes grupos do País estão envolvidos em uma grande disputa pelo domínio do mercado.

A CNC Notícias mostra também, entre outros assuntos, o encontro dos presi-dentes de sindicatos patronais do comércio de todo o Brasil, realizado em Ara-caju, Sergipe, e a contribuição do SESC e do Senac para a qualificação da mão de obra brasileira, fator crítico para que o País possa garantir um longo ciclo de desenvolvimento sustentado.

Boa leitura!

1CNC NotíciasMaio 2010 n°123 1

EDITORIAL

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Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° – Abram Abe Szajman; 2° – Renato Rossi; 3° – Orlando Santos Diniz; Adelmir Araujo Santana; Carlos Fernando Amaral; José Arteiro da Silva; José Evaristo dos Santos; José Marconi M. de Souza; José Roberto Tadros; Josias Silva de Alburquerque; Lélio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Antonio Airton Oliveira Dias.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antônio Osório; Bruno Breithaup; Canuto Medeiros de Castro; Carlos Marx Tonini; Darci Piana; Euclides Carli; Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante; Jerfferson Simões; Joseli Angelo Agnolin; Ladislao Pedro-so Monte; Laércio José de Oliveira; Leandro Domingos Teixeira Pinto; Luiz Gastão Bittencourt da Silva; Marcantoni Gadelha de Souza; Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues; Moacyr Schukster; Norton Luiz Lenhart; Pedro Coelho Neto; Pedro Jamil Nadaf e Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa; Arnaldo Soter Braga Cardoso; Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano X, nª 123, 2010

Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (Ascom):[email protected]

Edição:Cristina Calmon (editora) e

Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)Redação:

Andréa Blois, Celso Chagas, Geraldo Roque e Joanna Marini Estagiária:

Ana Luisa Alves e Fernanda FalcãoDesign:

Carolina BragaRevisão:

DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos e Leonardo Felix

Impressão:Gráfica MCE

Colaboradores da CNC Notícias de maio 2010: Andreia Pessôa e Miguel Nicolleti (Gerência de Projetos-CNC), Cácito Esteves (Divisão Jurídica/CNC), Guilherme Barroso e Ênio Zampieri (Apel/CNC), Adriana Dorante (Fecomércio de São Paulo), Andreia Telles (Apex/CNC), Janilton Lima (DJ/CNC), Manoela de Borba (Feco-mércio-SC), Paschoal Innecchi (Fecomércio de São Paulo), Ronan Ramos (Fecomércio Minas), Larissa Medeiros e Ana Paula Dourado (Fecomércio-DF), Aristóteles Quintela (Fecomércio-RO), Denise Oliveira (SESC-DN), Jacqueline Gomes (Fecomércio-AP), Lucila Nastássia (Fecomércio-PE), João Torres (Fecomércio-MA), Carlos Fiel e Jamar Miranda (Fecomércio-SE), Lourdes Hargreaves (Senac-DN), Marianne Hanson e Fábio Bentes (DE/CNC).

Colaborador especial: Daniel Lopez (Deplan/CNC).

Créditos fotográficos: Banco de Imagens – Stock.xchng (páginas 4, 37 e 41); Cristina Bocayuva (páginas 7, 14, 15, 16, 24, 37, 50, 51, 58 e 60 ); Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr (página 12); Carolina Braga (páginas 17, 27 e 48); Divulgação Fecomércio-PB (página 25); Divulgação Grupo Pão de Açúcar (página 30); Divulgação Máquina de Venda (página 31); Divulgação Magazineluiza (página 31); Acervo pessoal (página 33); Akimi Watanabe (página 38); Divulgação Astur (página 38); Divulgação Fecomércio-SC (página 39); Divulgação Fecomércio-SE (página 40, 41, 43); Eraldo Alves da Cruz (página 42); Erik Barros Pintos/Senac (páginas 46 e 47); Carlos Terra (páginas 36, 58 e 59); Divulgação Fecomércio-PE (página 52); Romero Mendonça/Secom-ES (página 53); Divulgação Fecomércio-AP (página 54); Divulgação Senac (página 55); Divulga-ção Senac-DF (página 56); Divulgação Fecomércio-MA (página 57); Tico Fonseca (páginas 59); NOTIMEX/AFP (3ª capa).

Ilustrações:Marcelo Vital (capa, páginas 8, 9, 10, 11, 12, 13, 17, 18, 20)Carolina Braga (páginas 16, 26, 29, 45, 49)Marcelo Almeida (páginas 21, 22 e 23)

Projeto Gráfico:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital

A CNC Notícias adota a nova ortografia.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

O desafio do custo BrasilComo ultrapassar os obstáculos e alcançar os níveis de competitividade das maiores nações do mundo.

Capa

21Crescimento econômico mostra o poder da classe C e de seus novos consumidoresA classe C vem absorvendo grande parcela das classes D e E, decorrência da expansão do mercado de trabalho e do maior poder de compra dos salários. Qual é, afinal, o perfil desse consumidor?

08

CNC NotíciasMaio 2010 n°12322

4 FIQUEPORDENTRO5 BOADICA6 OPINIÃO8 CAPA- Custo Brasil

15 REUNIÃODEDIRETORIA - Política fiscal determinará ciclo dos juros

17PESQUISANACIONALCNC - Varejo em velocidade de cruzeiro - Emprego em alta, inadimplência em queda - Intenção de consumo das famílias cai - Economia modifica classes sociais

24 PRODUTOSCNC - Treinamento inicial: primeira etapa do ciclo 2010 - Produtos CNC em expansão

26BENS - De carona com o gigante asiático - O varejo brasileiro em ponto de fusão

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S U M Á R I O

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Em busca de escala para negociar com os fornecedores, e enfrentando a forte presença de empresas internacionais, os grandes grupos do País

protagonizam uma disputa épica pelo domínio do mercado. Para os pequenos e médios empresários do setor, a saída está na diferenciação.

SESC inaugura unidade em São Mateus, município localizado a 220km de Vitória, no Espírito Santo. “Na filosofia do SESC, a Educação é a solução

para os problemas de qualquer país”, afirmou o presidente do Sistema CNC-SESC-SENAC, Antonio Oliveira Santos (na foto, com Gutman

Uchoa de Mendonça, Paulo Hartung e José Lino Sepulcri).

Reunidos em Aracaju (SE), cerca de mil sindicalistas debateram as questões que mais afetam os comerciantes de todo o Brasil. O encontro, que contou com a presença do presidente Antonio Oliveira Santos, teve como tema Eficiência com Gestão Participativa.

A disputa dos grandes varejistas pelo domínio do mercado

Mais um SESC no Espírito Santo

Excelência na gestão

3CNC NotíciasMaio 2010 n°123 3

32 ENTREVISTA- Pequenos e médios devem buscar a diferenciação

34 ARTIGO- Shoppings Centers: conceito de irreversível sucesso

36REPRESENTATIVIDADE- Setor óptico luta contra a venda de produtos piratas

37TURISMO - CTur: a infraestrutura brasileira para eventos internacionais - Michel Temer recebe empresários do turismo - Sistema CNC no seminário de educação física inclusiva

40EMFOCO - Sindicatos patronais do comércio buscam a excelência na

gestão

44 INSTITUCIONAL - Renalegis debate temas de interesse do comércio - SESC e Senac inspiram ajustes em projeto de lei

46 QUALIFICAÇÃOPROFISSIONAL - A corrida pela qualificação da mão de obra

48 ARTIGO - Inflação e crédito

50SISTEMACOMÉRCIO - SESC e Senac reúnem conselheiros - Pernambuco estreita relação com o mundo árabe - SESC-ES inaugura unidade em São Mateus - Fecomércio-CE adota Sistema de Informação Parlamentar - Fecomércio-AP promove encontro de sindicatos - Mídias Sociais é tema da Teleconferência SESC-Senac - Gama recebe nova unidade do SESC - Senac inaugura novas instalações em Imperatriz

58ACONTECEU

59AGENDA

60 HOMENAGEM

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Mais um do império de Jobs

Passeio londrino no Rio

O café do inverno

Os turistas que vierem a passeio ao Rio de Janeiro vão se deparar com uma surpresa à moda de Londres. A empresa de transporte terrestre CityRio, espe-cializada em sightseeing, criou uma linha de ônibus conversíveis que pos sibilitam uma melhor apreciação da cidade a céu aberto. O passeio tem três horas de duração e é com-posto por três diferentes roteiros. Um deles percorre o Pão de Açúcar, começando no Leme em direção à Urca, passando por Candelária, Palá-cio do Itamaraty, Lapa, MAM, Cate-te e Glória. O outro sai da Urca e tem como primeira parada o Corcovado. Passa também por Lagoa, Jardim Bo-tânico e Rocinha. Um terceiro mos-tra os locais onde ocorrerão os Jogos Olímpicos de 2016, praias da Barra, Barrashopping, Arena do Rio, Par-que Aquático Maria Lenk e Riocen-tro. Retorna passando pelo Vidigal e pelas praias da Zona Sul e, finalmen-te, volta ao Leme.

O serviço será disponibilizado por meio de agências de turismo que tiverem convênio com a empresa CityRio. Inicialmente, não será pos-sível embarcar ou desembarcar no trajeto. As paradas são apenas para que os passageiros tirem fotos.

A Pilão, uma das maiores distribui-doras de café no Brasil, está lançando uma nova fórmula para o seu café, se-guindo as tendências do inverno. Além de uma nova embalagem, roxa, dife-renciando-se da tradicional, o sabor do café está mudado. A edição Intenso tem uma torra escura, combinação de grãos Robusta e Arábica. A empresa diz que a expectativa para esta edição é o au-mento em 10% nas vendas até setembro deste ano. No final de 2009, a Pilão já tinha lançada a versão Sabor de Verão, que fez muito sucesso no mercado.

Tem as funções e ferramentas de um notebook tradicional, mas é mais leve, mais compacto e vem com todos os requisitos de uma máquina Apple. O Ipad, nova in-venção do império de Steve Jobs, dono da multinacional, é um tablet que, além da função de notebook, possibilita a leitura de livros digitais e acesso à internet. A pri-meira versão veio recheada de aplicativos e ainda outros 150 mil disponíveis para download livre, dentre os já existentes e os exclusivos para a nova ferramenta.

No primeiro dia de pré-venda, 12 de março, o Ipad teve 120 mil encomendas. A previsão de alguns analistas é de que será atingida até junho a marca de 1 milhão de aparelhos comercializados. Projeções mais otimistas chegam a apontar, ainda, para 10 mi-lhões de unidades no primeiro ano.

CNC NotíciasMaio 2010 n°12344

FIQUE POR DENTRO

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Aproveitando as festividades dos 50 anos de Brasília, comemorado no dia 21 de abril, o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) lançou o livro “Veredas de Brasília: as expedições geo-gráficas em busca de um sonho”, em que resgata sua participação na construção da cidade. A obra, organizada pelo professor Nelson Senra e editada pelo Centro de Do-cumentação e Disseminação de Informa-ções (CDDI) do IBGE, conta a atuação do instituto tanto nas expedições geográficas realizadas para determinar o local onde a cidade seria erguida, quanto nos primeiros levantamentos estatísticos conduzidos na região, bem como na elaboração do pri-meiro mapa oficial de Brasília.

Reforma Tributária é um tema recor-rente, desde programas de governo, pla-taformas de candidatos e debates políticos até livros, artigos e produções acadêmicas. Do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), o livro Proposta de Sistema Tributário, apresenta, de forma revisada, atualizada e ampliada, a proposta discutida e aprovada no Senado entre 2007 e 2008.

O texto é um convite aos mais interes-sados, desde estudantes até técnicos, para reflexão, debate e participação no pro-cesso de transformação institucional que acelera o desenvolvimento e o bem-estar nacional, caminhos para atender uma das reclamações mais antigas e fortes da so-ciedade brasileira: um novo sistema tribu-tário no Brasil.

Parece difícil falar de natureza e economia na mesma obra, mas Andrei Cechin, com colaboração de Nicholas Georgescu-Roegen, conseguiu. A Na-tureza como Limite da Economia, publicado pela editora Senac São Paulo, coloca a economia como um subsistema do ambiente e, portanto, sujeita às leis da física, especialmente à Lei da Entropia. A obra apresenta, ainda, a filosofia de Georgescu, que contrastava com o pensamento econômico da época, o qual impedia o diálogo com a ecologia e qualquer questionamento de crescimento. Segundo ele, é impossível manter os atuais níveis de crescimento sem que as futuras gerações arquem com os ônus da irresponsabilidade, sendo necessário não apenas que a economia deixe de crescer, mas que em algum momento passe a decrescer.

Brasília em livro

Por um novo sistema tributário.

A natureza como limite da economia

5CNC NotíciasMaio 2010 n°123 5

BOA DICA

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O economista O’Neil, em um momento inspirado, inventou o acrônimo BRIC, uma for-

ma simplificada de se referir aos países emergentes de maior destaque e de maio-res possibilidades de se aproximarem dos níveis de desenvolvimento e padrão de vida dos grandes países industrializados. Ficaram de fora dos BRICs a Coreia, a Arábia Saudita, a Espanha, o México, a Argentina e outros.

Os quatro países do BRIC caracteri-zam-se por ter grandes dimensões geo-gráficas, demográficas e econômicas (ta-manho do PIB). E só. No mais, são países muito diferentes em termos culturais, sociais e políticos. Todos eles, porém, têm o objetivo comum de buscar maior integração internacional, pela via da ex-pansão do comércio de bens e serviços, procurando tirar o maior proveito pos-sível do processo de globalização. Até agora, os mais exitosos, nesse sentido, foram a China e a Índia. A China criou uma enorme Zona Franca, o offshoring do Leste, e atraiu centenas de bilhões de dólares de investimentos das 500 maio-

res empresas multinacionais, abrindo es-paço no comércio internacional. A Índia especializou-se na área dos serviços de informática. China e Índia conquistaram o maior mercado mundial, o dos Estados Unidos, pela vantagem comparativa re-presentada pelos baixos custos da mão de obra, aliada a um notável desenvol-vimento tecnológico gerado na área da educação, com base na destacada quali-dade de suas Universidades.

O êxito dos BRICs está atraindo os intelectuais anticapitalistas, principal-mente economistas de esquerda que imaginam “afundar” os Estados Unidos. Como todos os países do BRIC possuem enormes reservas cambiais (US$ 3,3 trilhões), a primeira ideia é atacar o dó-lar como moeda reserva e denominador comum das transações internacionais. Nesse sentido, advogam a criação de no-vos padrões monetários, principalmente o uso de moedas nacionais ou regio-nais, com o objetivo de afastar o uso do dólar americano.

A escolha do dólar americano como moeda internacional não foi uma impo-

A ideologia dos BRICs

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OPINIÃO

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Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

sição dos Estados Unidos, como tam-bém não havia sido a libra esterlina, da Grã-Bretanha, nos seus áureos tempos. A eleição do dólar foi espontânea, deriva-da da dimensão econômica dos Estados Unidos e, principalmente, do sistema li-beral e da confiabilidade de seu sistema jurídico. Que outra moeda teria, em sua base legal, uma estrutura jurídica como a dos Estados Unidos?

O uso do dólar como denominador co-mum de valores nas transações internacio-nais e como moeda de reserva produziu benefícios incalculáveis para o mundo dos negócios, como a simplificação financeira das transações e a redução dos custos ope-racionais. Foi um ganho notável, que esca-pa a qualquer crítica ideológica.

Mas os Estados Unidos habitualmen-te cometem muitos erros em sua política externa e alimentam os críticos do sistema capitalista, cuja destruição terá de passar, necessariamente, pela redução da predo-minância internacional da economia e da política norte-americanas. Com essa ideia e esse objetivo, a esquerda festiva consi-dera que o melhor caminho é iniciar um

trabalho de desprestígio e destronamento do dólar americano.

As reuniões dos BRICs vão ser orien-tadas nesse sentido, como se depreende do comunicado da reunião de Brasília. Na conjuntura atual, e, certamente, ainda por muitos anos, substituir o dólar como refe-rência monetária internacional é, simples-mente, um colossal retrocesso, do ponto de vista da eficiência econômica. É evidente que o dólar internacional pode conviver com o euro regional. Não se trata de um problema de cunho nacionalista, mas, cla-ramente, de racionalidade econômica.

Os BRICs são importantes isolada-mente, cada um por si, mas serão mais importantes ainda no conjunto, se con-seguirem uniformizar suas ações inter-nacionais. Acontece que os quatro países têm interesses diferentes e até opostos. Por isso, é mais produtivo avançar nas relações bilaterais, na área do comércio e dos investimentos. Essa ideia brasilei-ra de usar uma moeda do bloco ou usar moedas nacionais nas relações bilaterais é um non sense, inventado pelas esquer-das para ofender os Estados Unidos.

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OPINIÃO

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CUSTO

No dia 5 de maio, o Ministério da Fazenda anunciou um conjunto de medidas que podem ajudar a reduzir o Custo Brasil, desonerando as exportações. Mas ainda falta muito para que o Brasil consiga ultrapassar os obstáculos que impedem sua colocação no mercado como um país atraente para investimentos internos e externos. Os desafios são grandes para o próximo Governo: reduzir a elevada carga tributária, combater a burocracia excessiva, dar alternativa aos juros e spreads bancários elevados, que desestimulam o desenvolvimento do pequeno e médio comércio, e rever a legislação fiscal, hoje por demais complexa, sem falar nos altos custos do sistema previdenciário.

Como ultrapassar com sucesso os obstáculos ao desenvolvimento

e alcançar os mesmos níveis de competitividade das maiores

nações do mundo?

BRASIL

CNC NotíciasMaio 2010 n°12388

CAPA

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9CNC NotíciasMaio 2010 n°123 9

CAPA

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Na agenda permanente de traba-lho da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços

e Turismo (CNC), e em linha com a sua missão de assegurar às empresas do se-tor terciário as melhores condições para gerar resultados positivos e desenvolver a sociedade, está a redução do Custo Brasil, que gera entraves ao crescimento do País. Carga tributária sem precedentes entre países emergentes, desequilíbrio fiscal, taxa básica de juros elevada, falta de ver-bas para infraestrutura, burocracia exces-siva e risco fiscal são alguns dos alvos da CNC e das Federações patronais filiadas para simplificar o Brasil.

Custo Brasil é um termo genérico, usado para descrever o conjunto de di-ficuldades estruturais, burocráticas, ideológicas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego e o trabalho informal e a

sonegação de impostos e a evasão de divisas, explica o diretor

executivo da Federação do Comércio do Esta-do de São Paulo, An-tônio Carlos Borges, que organizou o livro

Simplificando o Brasil. Ou, como simplifica

Érik Campos Dominik, economista da Univer-sidade Federal de Mi-nas Gerais, “Custo Bra-

sil” é o custo de se produzir no País. “Do mesmo modo que o investidor produtivo nacional faz as contas para decidir se pre-fere investir em ações ou títulos ou mon-tar/investir em uma empresa, o investidor estrangeiro também fará suas contas para verificar qual país tem mais condições de lhe render um lucro maior na sua produ-ção, levando em consideração diversos fatores. É o chamado investimento direto. E isso inclui tanto os cenários nacionais como os internacionais, ou seja, tudo o que acontece no Brasil e no mundo”, analisa Érik Dominik no trabalho intitulado Mitos e Verdades sobre o Risco Bra-sil e o Custo Brasil, publicados no site espaço acadêmico.

Na avaliação de Carlos Thadeu de Freitas Gomes, chefe da Divisão Econô-mica da CNC, o chamado Custo Brasil po-deria ser minimizado para as pequenas e médias empresas do comércio, caso tives-sem acesso a financiamentos mais bara-tos e ficassem menos vulneráveis ao risco fiscal, em face das mudanças constantes nas regras do jogo, como a penhora fiscal. “O pequeno e o médio comerciante sofrem com o acesso mais difícil a financiamentos mais baratos, como a Taxa de Juros de Lon-go Prazo (TJLP), oferecida pelo BNDES, além de terem de conviver com altos spreads bancários”, explica Carlos Thadeu.

Ao contrário da indústria, que tem acesso ao BNDES, ao FAT e a créditos externos, o comércio não tem as mesmas facilidades. “Mesmo a pequena indústria

Custo Brasil precisa ser reduzido

O que fará o Brasil atingir o estágio de país do primeiro mundo passa pela redução do

conjunto de custos – diretos, da bucrocracia, da infraestrutura, da insegurança jurídica.

CNC NotíciasMaio 2010 n°1231010

CAPA

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é financiada por fornecedores como a Pe-trobras, por exemplo”, informa o chefe da Divisão Econômica da CNC. Segun-do Carlos Thadeu, o comércio é mais de-pendente do financiamento bancário. Por isso, precisa administrar muito bem seu fluxo de caixa, para não ser prejudicado com os altos custos (juros e spreds) ban-cários, agravados com o aumento recen-te da taxa Selic (taxa básica de juros) de 8,75% para 9,50%. Como não tem acesso a outras fontes, como o mercado de ca-pitais (emissão de ações e debêntures) e linhas especiais de crédito para captar re-cursos, uma saída para o comércio seria a criação de um fundo de Securitização dos Recebíveis por parte do Banco do Brasil, do BNDES, da Caixa Econômica Fede-ral e de outras instituições financeiras, a custo mais favorável para desconto de du-plicatas por parte dos pequenos e médios comerciantes. Esses recebíveis seriam colocados junto a investidores por insti-tuições financeiras oficiais ou privadas, sugere Carlos Thadeu.

Outro tema de interesse do comércio e fundamental para o País, a reforma tribu-

• Carga tributária excessiva. • Legislação fiscal complexa, dando margem a subterfúgios que tornam as operações

desnecessariamente complexas e arriscadas. • Legislação ambiental restritiva e inibidora do desenvolvimento. • Burocracia excessiva para criação de uma empresa. • Manutenção de taxas de juros reais elevadas. • Spread bancário exagerado (um dos maiores do mundo). • Corrupção administrativa elevada. • Monopólios estatais na economia, eliminando a concorrência. • Deficit público elevado. • Constituição e leis cerceadoras da livre-iniciativa. • Impossibilidade e dificuldades de entrada de capitais externos

em diversos setores. • Sistema educacional deficiente.• Baixa eficiência portuária, com taxas elevadas e tempos de

carga e descarga excessivos. • Burocracia excessiva para importação e exportação, dificultando o

comércio exterior. • Custos trabalhistas excessivos, devido a uma legislação trabalhista obsoleta. • Altos custos do sistema previdenciário.

(Fonte: Fecomércio de São Paulo)

tária é de difícil conciliação, já que não há empenho por parte do Governo Federal, dos Estados e dos Municípios, temerosos de perder arrecadação. A complexidade do sistema tributário brasileiro pode ser resumidamente constatada, segundo a Fe-comércio de São Paulo, pelo número de impostos e contribuições que têm como base de cálculo o valor das transações co-merciais.

“São sete os tributos arrecadatórios sobre transações comerciais: ICMS, IPI, ISS, PIS/Pasep e Cofins, que incidem so-bre bens e serviços, e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, incidentes sobre a renda. São tributos que se sobrepõem, ocultando o efeito final sobre o preço de bens e serviços e o ônus tributário impos-to aos agentes econômicos.

Estudo – Divulgado em março pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), estudo apontava que o Custo Brasil, que compromete a competitividade e a efi-ciência da indústria nacional, encarecia em média 36,27% o preço do produto

Exemplos do Custo Brasil:

11CNC NotíciasMaio 2010 n°123 11

CAPA

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brasileiro em relação aos fabricados na Alemanha e nos Estados Unidos. Somado ao câmbio valorizado, esse custo ajudaria a explicar a tendência de especialização cada vez maior do País em exportar pro-dutos primários e semimanufaturados, e de importar mais produtos de maior valor agregado e de tecnologia avançada, disse o empresário Mário Bernardini, assessor econômico da presidência da Abimaq.

O empresário coordenou o estudo da Abimaq – considerado inédito –, que me-diu o Custo Brasil pela primeira vez nos últimos 20 anos. Mario Bernardini ponde-

rou, na ocasião, que, na verdade, foi uma tentativa de avaliação, pois foram mensu-rados oito itens, e o Custo Brasil tem ao menos mais outros 30 que não se conse-gue transformar em números.

“Imagine que um alemão apaixona-do pelo clima tropical resolvesse trazer sua fábrica de porteira fechada para o Brasil, incluindo mão de obra e má-quinas. O preço do mesmo produto que ele fabrica hoje na Alemanha su-biria automaticamente 36,27% só pelo simples fato de passar a produzir no Brasil”, exemplificou.

O Governo Federal anunciou, no dia 5 de maio, um pacote de medidas para estimular as exportações brasileiras, que, neste ano, têm crescido bem menos que as compras feitas no exterior, o que tem resultado em forte queda do superavit da balança comercial brasileira. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com as medidas o Brasil entra “em linha” com o resto dos países que desonera-ram suas exportações para fazer frente à crise mundial.

O pacote, afirmou, coloca o Brasil em condição de competir melhor no merca-do internacional. “Os nossos concorren-tes estão hoje cada vez mais aguerridos”, disse, acrescentando que as medidas re-duzem o Custo Brasil. O ministro tam-bém destacou que China, Coreia e outros países exportadores fazem esse tipo de política de estímulo.

Estímulo às exportações para reduzir Custo BrasilNas novas exportações o Governo vai

acelerar para até 30 dias, após a solicita-ção, a devolução de 50% dos créditos de PIS/Pasep, Cofins e IPI para as empresas exportadoras. Atualmente, essa devolu-ção ocorre entre dois e cinco anos. Os 50% restantes poderão ser compensados pelas empresas por meio de débitos de outros tributos federais.

Serão beneficiadas com a antecipação empresas cujas exportações correspon-dam a no mínimo 30% do faturamento dos últimos dois anos e que sejam ex-portadoras há pelo menos quatro anos. Além disso, a empresa tem de ser tribu-tada pelo lucro real e deve utilizar a nota fiscal eletrônica.

Simples – Para ampliar a esfera de atuação das empresas inscritas no Sim-ples, o Governo deixará de computar a re-ceita de exportação para efeito de cálculo

do enquadramento. Hoje, para ser incluída no Simples, as mi-cros e pequenas empresas não podem ter faturamento aci-ma de R$ 2,4 milhões anuais. “A empresa que exportar va-lor igual ao que produzir no mercado interno continuará classificada no Simples”, es-clareceu o ministro da Fa-zenda. “Com isso, nós que-remos estimular a pequena empresa a participar do esforço exportador”, acrescentou.

Os ministros do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e da

Fazenda, Guido Mantega, durante

reunião do Grupo de Acompanhamento

do Crescimento

CNC NotíciasMaio 2010 n°1231212

CAPA

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Para o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, a desoneração efetiva da folha de salários deve ser perseguida por meio da diminuição de encargos tra-balhistas (36,3%), como, por exemplo, a redução da contribuição previdenciá-ria, a ser compensada, de modo trans-parente e em lei, com a conta da recei-ta proveniente da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O Presidente considera inadequada a transferência, para o faturamento, da base de cálculo para incidência das contribui-ções previdenciárias devidas pelas em-presas, conforme proposta aventada por alguns segmentos da economia.

Os encargos que recaem sobre a mão de obra têm de ser colocados na folha de pagamento, nunca no faturamento. “Esse é o ponto de vista do comércio”, afirmou Antonio Oliveira Santos em reunião de Diretoria realizada em abril, no Rio de Janeiro. “Faturamento não guarda relação com encargo de mão de obra”, ponderou. A mão de obra, de um modo geral, não é decisiva no sucesso da atividade comer-cial. “Muito mais são o custo da merca-doria, o estoque, o ICMS e os diversos encargos. A mão de obra em si só é pre-ponderante no segmento de serviços.”

Para Oliveira Santos, é importante re-ver todos os encargos que foram jogados na folha de pagamento por conveniência do Governo para “tapar buraco, para re-solver problemas internos”. Para a CNC

não é possível aceitar a tese de transfe-rir a incidência dos encargos para o fa-turamento. “Não podemos aceitar, por princípio, porque não tem nada a ver o valor que a empresa fatura com o quan-to gastou com o seu funcionário”, afir-mou Oliveira Santos, que apoia a redução dos encargos sobre a folha de pagamen-to de um modo geral. “Hoje as empresas pagam 20% para a Previdência Social, FGTS (8,5%), Salário-Educação (2,5%), Sistema S (2,5%), Sebrae (0,6%), que é uma taxa do empregador, INCRA (0,2%) e Seguro contra Acidentes de Trabalho (média de 2%). “Temos de discutir esses encargos”, esclareceu.

Com relação aos recursos que são des-tinados ao Sistema S, que representam 2,5% da folha de pagamento das empresas, Oliveira Santos entende que são absolutamente necessá-rios, já que o Governo não tem estrutura nem competência para fazer o que o Sistema Comércio oferece em benefí-cio dos 14 milhões de trabalhadores por intermédio do SESC e do Senac, sem contar os bene-fícios para os trabalhadores que estão na indústria, enfatizou. Na avaliação de Oliveira Santos, não existe no mundo ne-nhuma agência que cuide de formação de mão de obra e assistência social como o Sistema S do Brasil. “Outros países estão

Redução de encargos sobre a folha No Brasil, o peso da legislação trabalhista na determinação das despesas de contratação de empregados tem levado ao crescimento da informalidade no mercado de trabalho.

13CNC NotíciasMaio 2010 n°123 13

CAPA

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procurando copiar, mas ainda não existe igual”, informou.

Em linha com o argumento do presi-dente da Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo, o futuro presidente da Confederação Na-cional da Indústria (CNI), Robson Andra-de, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico que a contribuição para o Serviço Social da Indústria (SESI) e para o Serviço Nacional de Aprendizagem In-dustrial (SENAI) é vista como estratégica no meio empresarial. “O Senai é a forma mais importante que temos hoje no Brasil de ganhar competitividade e fazer inova-ção tecnológica”, disse.

Modificação da base de cálculo

A proposta de desoneração da folha de pagamento de salários, mediante a trans-ferência, para o faturamento, da base de cálculo de incidência das contribuições previdencárias devidas pelas empresas é tecnicamente inadequada, de acordo com Oliveira Santos, além de seguir em direção oposta à do aperfeiçoamento do Sistema Previdenciário, por impossibi-litar a substituição do atual sistema de

repartição ou solidariedade imposta, em que os empregados em atividade e seus empregadores financiam os aposentados e pensionistas pelo sistema de capitali-zação. Por esse sistema, cada empregado poderia ter, a exemplo do bem-sucedido FGTS, uma conta vinculada para acolher, mês a mês, as contribuições próprias e as do empregador, recebendo correção monetária e juros.

O Presidente da CNC recomenda que haja uma relação direta entre a incidên-cia da contribuição e sua base de cálculo. “Pelo simples fato de que a aposentadoria tem de ser proporcional aos salários rece-bidos pelo beneficiário do seguro social.” O salário é a base de cálculo adequada para o cálculo das contribuições previ-denciárias. Já o faturamento das empresas pode ser a base de cálculo para os tributos (Imposto de Renda, CSLL, IPI, ICMS e ISS), que incidem sobre a renda, a produ-ção e as vendas.

A desoneração da folha de salários das empresas é um objetivo a ser atingido, defende a CNC, mas, como explica Anto-nio Oliveira Santos, “pela efetiva redução da carga tributária, e não pelo artifício da mudança da base de cálculo.

Em reunião de Diretoria , Oliveira

Santos explicou sua posição

a respeito da desoneração da folha de salários

CNC NotíciasMaio 2010 n°1231414

CAPA

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Reunião com os presidentes das Federações do Comércio na CNC: setor deverá ser pouco afetado pelo novo ciclo de aumento dos juros

As constantes altas na taxa de juros brasileiras estão formando uma conjuntura que deverá evoluir,

num futuro médio, para um ciclo de aper-to monetário cuja longevidade será deter-minada pela política fiscal adotada pelo próximo Governo. A previsão é do chefe da Divisão Econômica da entidade, Car-los Thadeu de Freitas, e foi feita para os presidentes das Federações do Comércio em abril, durante reunião da Diretoria da entidade, no Rio de Janeiro. Mas, ponde-rou o economista, o aperto será bem mais moderado, e, portanto, mais fácil do que o que já tivemos no passado – tudo graças à economia brasileira, que anda forte como uma rocha. “O Brasil vive um contexto diferente de tempos atrás”, avalia Thadeu.

Na reunião com os empresários, o eco-nomista explicou que a expectativa era de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, aumentasse a taxa básica de juros da economia, a Selic. De fato, alguns dias depois da reunião da CNC, o Copom a elevaria para 9,5% ao ano, em um aumento de 0,75 ponto per-centual – foi a primeira alta desde setem-

bro de 2008, quando a Selic subiu de 13% para 13,75%. Desde julho de 2009, o juro brasileiro estava em 8,75%. “O grande ponto é que estamos vivendo um momen-to na área internacional que é complicado para aumentar demais as taxas de juros. Os bancos centrais estão mantendo seus juros baixos”, observou Carlos Thadeu, lembrando que os Estados Unidos con-tinuam com taxas reduzidas, em função do alto desemprego e da atividade eco-nômica ainda fraca. O efeito colateral é a valorização do real.

Para Carlos Thadeu, a política fiscal do Governo não está sendo contracionista o suficiente, restando o aumento da taxa de juros para esfriar um pouco a economia, bem como segurar as expectativas futuras do deficit em conta-corrente. A desacele-ração ocorrerá, mas o comércio deverá ser pouco afetado, justamente em razão do real valorizado. O chefe da Divisão Econômica da CNC avalia que o comér-cio está tirando proveito do câmbio. Mas alerta que uma moeda muito valorizada também pode gerar distorções, e é preci-so sempre levar em conta que o cenário

Política fiscal determinará

ciclo dos juros

Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, solidez da economia brasileira permite que aperto monetário seja mais moderado que no passado

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REUNIÃO DE DIRETORIA

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Moacyr Schukster toma posse como diretor da CNC

Novos empreendimentos

O presidente da Federação do Comér-cio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul, Moacyr Schukster, foi eleito diretor efetivo da CNC no dia 15 de abril, durante reunião da Diretoria da enti-dade, no Rio de Janeiro.

Schukster ocupará a vaga de titu-lar resultante do reposicionamento de Antonio Airton Oliveira Dias, Pedro Nadaf e Luiz Gastão Bit-tencourt da Silva, que, após o fa-

lecimento de Flávio Sabba-dini, foram eleitos para os cargos de vice-presidente Administrativo, segundo e terceiro diretores-secretá-rios, respectivamente.

O vice-presidente Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo, divulgou uma boa notícia aos outros líderes da Con-federação, durante a reunião de Direto-ria da entidade em abril. Segundo ele, existe um terreno em Brasília, parte do patrimônio do Sistema CNC-SESC-Senac, que pode sediar uma escola de gastronomia do Senac e também um ho-tel. O terreno fica na área de hotéis do Distrito Federal. “Ultrapassada a fase de legalização, vamos erguer mais um empreendimento em Brasília. Quero cumprimentar todos, e o nosso presi-dente em particular”, disse Gil Siuffo, para destacar a atenção que o presiden-te da CNC, Antonio Oliveira Santos, dá ao assunto.

ECOS DA DIRETORIA

internacional que proporciona um dólar mais baixo pode mudar, como no caso de uma subida da taxa de juros americana.

“Em qualquer circunstância, o ciclo agora é de ajustes, não daqueles ciclos passados, como tivemos várias vezes, de apertos monetários, de quebra de ins-tituições financeiras, de quebra de em-presas”, afirmou Carlos Thadeu. “Mas é um sinal importante para acomodação de estoques e também para a formação de uma poupança. À medida que a taxa de juros aumenta, aumenta o custo do dinheiro”, completou, lançando uma per-gunta que passa pela cabeça de muitos empresários e investidores nesses mo-mentos: “Vale a pena fazer mais inves-

timentos, se é possível ganhar mais com rendimento financeiro?”.

O novo ciclo de aumento da taxa de ju-ros deverá ser mais longo, acredita Carlos Thadeu. “Não há espaço para o Governo aumentar muito os juros, e nem é neces-sário”, disse. Mas, à medida que o ajus-te fiscal vai ficando para o próximo Go-verno, avalia o economista, ainda haverá momentos de incerteza, mesmo com a economia dando sinais de robustez. “Essa é a diferença. O Brasil, hoje, vive um con-texto diferente. Tem a dívida líquida e a dívida externa sob controle. A economia com bons fundamentos faz com que esse ciclo de aperto de juros seja mais dosado e moderado do que no passado.”

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REUNIÃO DE DIRETORIA

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Os últimos números da economia com-provam: a economia brasileira, de fato, agora é outra. Enquanto a crise continua rondando os países lá fora, atingindo em cheio as chamadas nações desenvolvidas, aqui os níveis de emprego e renda conti-nuam subindo, e o crédito continua farto, o que mantém o consumo interno fortale-cido, ajudando a girar ainda mais a roda de uma economia aquecida.

Após uma queda expressiva em abril, o percentual das famílias brasileiras endi-vidadas apresentou um pequeno aumento, atingindo 58,7% em maio, um aumento de 0,7 ponto percentual em relação aos 58% em maio. Deste total, apenas 25,1% possuíam contas ou dívidas em atraso, ante 24,4% registrados no mês anterior, e apenas 8,5% acreditavam que não teriam condições de quitá-las, colocando esse in-dicador no menor nível desde janeiro. Os números são da Pesquisa de Endividamen-to e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da CNC, e corroboram os dados de outra pesquisa da entidade, a de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que em maio continuou alta: 133 pontos, numa escala de

zero a 200, ante 130,4 pontos em abril.“Este é um ano atípico para o comér-

cio”, afirma o economista-chefe da entida-de, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-plicando que o crescimento da atividade econômica está em patamares maiores do que estariam caso o País não ti-vesse passado pela crise econômi-ca de 2008. Segundo ele, nesta época do ano a tendência seria de aumento da inadimplên-cia e queda no volume de vendas, e o que se verifica é justamente o oposto. “O comér-cio navega em velocidade de cruzei-ro. O ritmo de crescimento da atividade nos últimos os 12 meses corresponde a uma taxa anual de 14,4%, o que já é um recorde. Nos 12 meses imediatamente an-teriores à crise, o patamar era de 10,2%. O consumo deverá ser forte, por conta da demanda das famílias, e o cenário só mu-dará caso as taxas de juros subam demasia-damente”, diz. Com os números de maio, as estimativas da CNC indicam que o va-rejo brasileiro deverá fechar o ano com um crescimento recorde de 11,4%.

Varejo em velocidade de cruzeiro

17CNC NotíciasMaio 2010 n°123 17

PESQUISA NACIONAL CNC

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Segundo a Pesquisa Nacional de Endi-vidamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC-Nacional), apesar de uma pequena alta em maio (58,7% no mês, ante 58% em abril), os indicadores de endividamento e inadimplência ficaram em níveis inferio-res aos registrados ao longo do primeiro trimestre deste ano. “Os fatores mais rele-vantes na determinação desses resultados são, além da evolução bastante favorável do emprego e da renda, as condições po-sitivas de acesso a crédito, que propiciam, sobretudo, uma menor inadimplência do consumidor”, afirma a economista Marian-ne Hanson. Para ela, as famílias estão com maiores possibilidades de manter o equilí-brio financeiro, o que proporciona melhora na qualidade do endividamento e reduz a inadimplência.

O percentual das famílias que se consi-deraram muito endividadas em maio caiu de 13,8% para 13,7%. Menos grupos fami-liares se consideraram pouco endividados: 23,7% em maio, ante 24,3% em abril. O cartão de crédito, principal tipo de dívi-da de 71,2% dos pesquisados, é o grande “vilão” das famílias endividadas. Em se-guida vêm carnês (25,9%), crédito pessoal (11,8%), financiamento de carros (9,9%) e cheque especial (8,8%).

Na divisão por renda familiar mensal os grupos com rendimentos de até 10 sa-

lários mínimos elencaram seus principais tipos de dívidas: cartão de crédito (71,3%), carnês (27,1%), crédito pessoal (11,7%) fi-nanciamento de carro (8,2%) e cheque es-pecial (8,1%). As modalidades de dívidas das famílias com renda superior a 10 sa-lários mínimos diferem um pouco: cartão de crédito (70,5%), financiamento de carro (23,0%), carnês (15,6%), cheque especial (14,6%) e crédito pessoal (11,5%).

A pesquisa mostra, ainda, que o tempo médio de atraso no pagamento das dívidas, em maio, foi ligeiramente inferior aos 61,5 dias de abril: 59,7 dias. Entre as famílias com contas em atraso, 42,9% declararam tempo de atraso superior a 90 dias, enquan-to a parcela de renda comprometida com dívidas voltou a cair, alcançando 29,1% da renda. Já o tempo médio de compro-metimento com dívidas, entre as famílias endividadas, ficou em 6,6 meses em maio, representando uma pequena queda em re-lação aos 6,8 meses de abril.

A economista acredita que, apesar de as famílias estarem mais cautelosas em relação ao endividamento após o fim dos incentivos fiscais para os bens de consumo duráveis, a evolução favorável da renda e do emprego, bem como as condições posi-tivas de prazos e juros para o crédito deve manter os níveis de consumo elevados, mesmo com o início do aperto monetário.

Emprego em alta, inadimplência em queda

CNC NotíciasMaio 2010 n°1231818

PESQUISA NACIONAL CNC

Pesquisa nacional da CNC revela que o crescimento do emprego e da renda e o crédito farto levaram a uma melhora

nos indicadores de endividamento e inadimplência

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A intenção de consumo das famílias brasileiras subiu 2% em maio, recuperan-do parte da queda de 2,1% registrada em abril. Todos os sete componentes da ICF registraram crescimento na pesquisa de maio, com destaque para os subitens rela-tivos a compras a prazo, consumo atual e momento para aquisição de bens duráveis.

“Contribuíram para o desempenho des-te mês a dinâmica atual do mercado de trabalho e, principalmente, as condições favoráveis para a concessão de crédito ao consumidor”, explica o economista Fábio Bentes, responsável pela ICF.

No resultado de maio, todos os itens que compõem a ICF ficaram acima do patamar de indiferença, que é de 100 pon-tos. Os destaques foram compras a prazo (144,8 pontos), renda atual (143 pontos) e perspectiva de consumo (140,7 pontos).

A participação das famílias que senti-ram mais facilidade para obter emprésti-mos e financiamentos cresceu 3,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior, alcançando 62,1% dos entrevistados. E a parcela dos que tiveram dificuldades na to-mada de crédito caiu 1,2 ponto percentual para 17,3% dos entrevistados. No corte re-gional, destacaram-se as altas nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (+9,5% e +4,4%, respectivamente). Já o corte por faixa de renda não revelou comportamentos signi-ficativamente distintos entre as famílias ri-cas (+2,4%) e pobres (+3,5%) na compara-

ção com a pesquisa de abril. O crescimento deste indicador tem sido consistente com os dados mensais mais recentes levantados pelo Banco Central do Brasil. A média das concessões diárias de recursos às pessoas físicas cresceu 38,5% no primeiro trimes-tre de 2010, e o saldo dessas operações avançou 20,8% em relação a março do ano passado. Ainda favoravelmente, a taxa de juros média paga pelos consumidores encontra-se no nível histórico mais baixo da série do BC (41,0% ao ano); o prazo médio de quitação, no melhor patamar dos últimos 10 anos (526 dias).

A satisfação com o nível atual de consumo foi o item que mais cresceu na pesquisa de maio (+3,8% em relação ao levantamento anterior). Essa variação ad-veio, principalmente, do consumo das fa-mílias com renda até 10 salários mínimos (+4,9%), uma vez que, para os consumi-dores mais ricos, houve aumento de 1,9% no período. Às vésperas da elevação das alíquotas do IPI para linha branca, a per-cepção do momento favorável à aquisição de bens duráveis atingiu o maior patamar da pesquisa (150,7 pontos). Mesmo após a elevação do IPI, mais de dois terços (68,3%) dos entrevistados ainda percebe o momento atual como favorável para a aquisição de bens duráveis. A avaliação cada vez mais próxima entre as famílias

Intenção de consumo das famílias sobe 2% em maioOs resultados do Índice de Consumo das Famílias foram influenciados pela dinâmica atual do mercado de trabalho e pela continuidade do crédito fácil ao consumidor

19CNC NotíciasMaio 2010 n°123 19

PESQUISA NACIONAL CNC

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Com o aumento da importância do cré-dito na economia brasileira, sobretudo do crédito ao consumidor, o acompanhamento de determinados indicadores é fundamental para analisar a capacidade de consumo fu-turo. A PEIC é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010, conta com dados coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal junto a quase 18 mil consumidores e tem como objetivo diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Além disso, permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dí-vidas e sua percepção em relação à sua ca-pacidade de pagamento.

Já a ICF-Nacional é um indicador antecedente que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. Com alta precisão, ela mede a avaliação que os consu-midores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, como capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, contradi-ções de crédito, segurança no em-prego e qualidade de consumo, presente e futuro. A pesquisa também é realiza-da em todo o território nacional, com 18 mil pessoas.

mais ricas e mais pobres vem ganhando força com o crescente acesso das famílias com renda de até 10 mínimos ao crédito. Padrão semelhante tem a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, a PMC. No primei-ro trimestre do ano, o volume de vendas do varejo cresceu 12,8%, puxado pela alta das vendas na região Norte – e todas registra-ram taxas de dois dígitos. O crescimento expressivo deste mês, associado a um elevado patamar na perspectiva de consu-mo de curto prazo (140,7 pontos), sugere, para a CNC, a continuidade no atual pro-

cesso de crescimento do volume de vendas nos próximos meses.

As perspectivas profissionais se man-tiveram bastante elevadas (126,1 pontos), e as famílias avaliaram as condições de emprego e renda atuais de maneira ainda mais favorável (133,5 e 143,0 pontos, res-pectivamente). Em relação ao consumo, o patamar relativamente mais baixo da satis-fação atual (106,1 pontos) ante as perspec-tivas de curto prazo (140,7 pontos) sugere a continuidade do atual processo de am-pliação de gastos para os próximos meses.

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS

Fonte: Pesquisa Direta CNC

Indicador Abril/10 Maio/10 Var%Emprego Atual 132,4 133,5 +0,8%

Perspectiva Profissional 125,0 126,1 +0,8%Renda Atual 141,3 143,0 +1,2%

Compra a Prazo 140,0 144,8 +3,5%Nível de Consumo Atual 102,2 106,1 +3,8%Perspectiva de Consumo 138,4 140,7 +1,7%Momento para Duráveis 133,5 136,7 +2,4%

ICF 130,4 133,0 +2,0%

Pesquisas CNC: balizador das estratégias do comércio

CNC NotíciasMaio 2010 n°1232020

PESQUISA NACIONAL CNC

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É um fato: a chamada classe mé-dia brasileira cresceu. Melhor, transformou-se. Resultado da di-

nâmica econômica que o País atravessa, um número considerável de pessoas mi-graram das classes D e E, menos favore-cidas, para uma classe que poderíamos chamar de intermediária, a tão conhecida classe C. Para o mercado de consumo, as três são interessantes.

O fenômeno é bem perceptível, sobre-tudo em relação ao comércio, que, atento às mudanças, prepara-se para atender um novo mercado. Ao analisar sete subitens que compõem o Índice de Confiança do Consumidor (ICF), produzido mensal-mente pela CNC, percebe-se que a distân-

cia entre ricos e pobres diminuiu, consi-derando o período de janeiro a maio deste ano. “Houve uma redução de 2,4 pontos no geral. Dos sete subitens, cinco mostra-ram proximidade maior dos grupos, com destaques para perspectiva profissional (redução de 7,7 pontos na distância), aces-so a crédito (-5,8) e consumo atual (-3,1). “Olhando para o futuro, as famílias mais pobres estão mais otimistas que as mais ricas”, afirma Fábio Bentes, da Divisão Econômica da CNC. “Fato é que, com a expansão, houve uma melhoria do poder aquisitivo das famílias mais pobres no Brasil nos últimos anos, e isso muda inclu-sive os hábitos de consumo das pessoas”, diz o economista.

Economia modifica classes sociais

Classe C absorve grande parcela das classes D e E, fenômeno que decorre da expansão do mercado de trabalho e do maior poder de

compra dos salários. Decodificá-la é o grande desafio.

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PESQUISA NACIONAL CNC

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Uma pesquisa da Fecomércio-RJ sobre hábitos do consumidor, encomendada à Ipsos e realizada em fevereiro, revelou que 18% das famílias de classe C pretendiam comprar algum bem de consumo durável nos próximos três meses, sendo que 27% destes queriam comprar uma TV. Ainda de acordo com o levantamento, o consumidor, agora, procura outros produtos, e a nova onda nas famílias emergentes parece ser a TV LCD, aliada à aquisição de máquinas digitais e produtos eletrônicos – perfil mais próxi-mo ao das classes A e B.

Detectar quais são as carac-terísticas específicas desse novo grupo ainda é difícil – economis-tas e entidades praticam métodos diferentes para metrificar a nova classe social.

Segundo estudo divulgado no início do ano pela Fundação Getulio Vargas, a classe C no Brasil já representa 46% da renda nacional, superior à soma das classes A e B (44%). Compreende fa-mílias que recebem mensalmente entre R$ 1.115 e R$ 4.808. A categoria repre-senta, hoje, 52% da sociedade brasileira, segundo o estudo a Nova Classe Média, do chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV, Marcelo Neri. Em cinco anos, 19,3 milhões saíram da pobreza, e o aumento da renda do trabalho formal foi o responsável por quase 1/3 da melhora observada.

Outro estudo, da Cetelem, financeira do grupo BNP Paribas, destaca que a classe C ampliou sua participação para 49% da popu-lação brasileira em 2009, ante 45% no ano anterior, somando 92,85 milhões de pessoas.

As classes A/B cresceram de 15% para 16% do total, enquanto as D/E encolhe-ram (de 40% para 35%), de acordo com a pesquisa, chamada Observador Brasil 2010. A sondagem aponta que a expansão da classe C chegou a 15 pontos percen-tuais desde 2005, início da sondagem, quando essa fatia da população represen-tava 34% do total. Naquele ano, as classes

A/B respondiam por 15%, e as D/E, por 51%.

Nos últimos cinco anos, esse estrato intermediário ganhou 30,15 milhões de consumidores, sendo

8,23 milhões entre 2008 e 2009. Já os segmentos

D/E perderam 26,05 milhões desde 2005, dos quais 8,94 mi-

lhões no último ano.As classes sociais utilizadas no

estudo da Cetelem são as definidas pelo Critério de Classificação Eco-nômica Brasil, fornecido pela As-sociação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). O conceito apli-

cado pela Cetelem para definir as classes sociais não considera a renda, e sim itens como posse de eletrodomésticos (televi-são, rádio, máquina de lavar, geladeira, etc.), de carro para passeio, quantidade de banheiros na casa e grau de instrução do chefe da família. A FGV também acompa-nha a mobilidade social em sua pesquisa, mas considera a renda mensal familiar.

“A classe média é o grande motor de consumo do Brasil, e é salutar que a participação da classe C seja crescente, que mais brasileiros entrem no mercado

CNC NotíciasMaio 2010 n°1232222

PESQUISA NACIONAL CNC

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de consumo e melhorem sua condição social”, afirma Antonio Carlos Borges, diretor executivo da Fecomércio de São Paulo. A entidade distribiu os segmentos conforme a renda mensal familiar. Ou seja, grupos com mais de 30 salários míni-mos são considerados classe A; de 10 a 30 salários mínimos, classe B; a classe C está compreendida entre aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos; de 2 a 5 sa-lários está a chamada classe D; e até dois mínimos a classe E.

A Confederação Nacional da Indús-tria (CNI) patrocinou um estudo para avaliar o quadro atual da classe média brasileira, tendo em vista as transfor-mações econômicas das últimas déca-das e o acesso de milhões de brasileiros a um padrão mais elevado de consumo. O estudo da CNI mostra que a “nova” classe média, surgida após a ascensão social da classe C, é a grande respon-sável pela recuperação da economia

brasileira ante a crise internacional. Isso acontece por conta do aumento de consumo, viabilizado principalmente devido à maior oferta de crédito, ao au-mento do emprego e da renda. “Estamos preocupados com a sustentabilidade des-se processo. Queremos saber até onde a classe média tem condições de garantir o consumo”, explicou o diretor executi-vo da CNI, José Augusto Fernandes, que coordenou o projeto.

Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento ao assunto: “É um dos milagres que aconteceram no País. Os pobres viraram classe média, passaram a comprar em shopping centers”, afirmou Lula em 10 de maio, durante encontro em Brasília com ministros da Agricultura de países africanos, organizado pela Organi-zação das Nações Unidas para Agricul-tura e Alimentação (FAO). Resta, agora, avaliar como esse “milagre” vai se desen-volver ao longo de 2010.

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Treinamento inicial: primeira etapa do ciclo 2010

Números demonstram excelente participação das entidades no processo

Encerrou no dia 7/05 a primeira etapa prática nas Federações e Sindicatos do Ciclo 2010 do SEGS. Novida-

de neste ano, o Treinamento Inicial foi aplicado em 508 entidades, tendo como objetivos: ampliar o entendimento sobre Sistema Sindical, Gestão e SEGS como ferramenta de Gerenciamento; permitir a criação de um Sistema de Medição com Indicadores e Resultados; e promover tro-ca de experiências em práticas de gestão entre as entidades.

Considerando a Gestão de Resultados o foco do SEGS em 2010, foram disse-

minados nos treinamentos os quatro indicadores prioritários para me-

dição pelas entidades, que são: Autossustentação (relação da re-ceita própria pela despesa total), Associatividade (número de as-

sociados), Arrecadação compul-sória e Ações de representação.

“Ao final do ciclo, pretende-se que esses resultados possam ser de-

monstrados nas avaliações de consenso por todas as entidades que partici-

pam do SEGS”, afirma Rodrigo Wepster, assessor do Deplan.

Para Darci Piana, presidente da Feco-mércio-PR, os Sindicatos, ao longo dos treinamentos do SEGS, passaram a enten-der a necessidade de atualização da gestão: “Quando o Deplan adicionou às etapas do Guia de Excelência, por sugestão dos multiplicadores, o Treinamento Inicial, a equipe da Federação e os presidentes dos Sindicatos já tinham a visão do SEGS como uma ferramenta de melhoria para a entidade, e essa nova fase só veio agregar valor”, declara.

Os números do Treinamento Inicial so-mam 33 turmas, totalizando 699 pessoas treinadas. Na avaliação da qualidade, 99% dos participantes demonstraram satisfação com o treinamento recebido. “Quando os Sindicatos percebem a melhoria interna, todo mundo quer fazer, quer participar. Poucos são os que ainda não aderiram ao programa e, mesmo assim, estamos tentan-do estimulá-los, não apenas contribuindo com uma parcela da despesa, mas apresen-tando os resultados sólidos e as conquis-tas”, afirma Piana.

Treinamento Inicial 2010

508

699

Entidades participantes

Pessoas treinadas

24

PRODUTOS CNC

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Para facilitar as transações e a vida do empresariado, as Federações do Comércio do País passaram a ofere-

cer às pessoas jurídicas e físicas serviços de certificação digital, que funciona como uma carteira de identidade virtual.

As validações dos certificados comer-cializados foram iniciadas nas Federações com o Ponto de Atendimento da Certisign, empresa especializada no desenvolvimen-to de soluções de certificação digital que trabalha em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC). As Federações de Ala-goas, Amapá, Ceará, Rondônia, Sergipe, Rio Gra nde do Norte e Piauí já têm esses pontos de atendimento em suas instituições.

A medida chega em boa hora: os empre-sários precisam ter o certificado digital para entregar à Receita Federal suas declarações com base no lucro real, arbitrado e presumi-do, até o dia 22 de junho.

A emissão do certificado é um processo simples e rápido, mas é necessária a pre-sença de seu titular. Dessa forma, é muito importante que as empresas solicitem seu certificado o quanto antes, para que te-

nham disponibilidade nas datas e horários para a emissão.

De acordo com a Gerência de Projetos da Confederação, algumas entidades estão em processo de credenciamento junto ao Instituto Nacional de Tecnologia da Infor-mação (ITI), para implementar uma estru-tura de Autoridade de Registro (AR). As ARs fazem a validação presencial da pes-soa que solicita a certificação digital. Além das Federações de Sergipe, Ceará, Paraíba e Alagoas, Fecomércio-RJ, Fecomércio-DF, Fecomércio-BA e Fecomércio-AM tam-bém fazem parte da iniciativa.

Outra parceria da CNC é com a empre-sa Serasa. A Fecomércio-AL, que aderiu ao projeto, após um trabalho iniciado em 2009, conseguiu administrar o risco na con cessão de crédito nas transações co-merciais por meio de consultas on-line ao banco de dados da empresa de consultoria. Atualmente, os empresários dos Municí-pios de Arapiraca, União dos Palmares e Penedo contam com a segurança dos pro-dutos oferecidos. Para o presidente do Sin-dilojas de União dos Palmares, Adeildo Sotero, a parceria CNC/Serasa fortalece o Sindicato e a economia local.

Produtos CNC em expansão

Certificação digital: empresários se encontram na Fercomércio-PB

Empresários já podem contar com a segurança dos produtos da parceria CNC/Serasa e com os serviços de certificação digital

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PRODUTOS CNC

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O mundo se acostumou nos últimos anos a ter na China o maior re-ferencial de crescimento econô-

mico. Na boca dos analistas, “crescer a taxas chinesas” tornou-se um qualificati-vo para definir o desempenho dos setores mais aquecidos da economia brasileira. Não é para menos. O país asiático é hoje a economia que mais exporta no mundo. Desde o ano passado, é o maior parceiro comercial do Brasil, tendo ultrapassado os Estados Unidos – para nós, um marco histórico – e a União Europeia. Mas não para por aí. Ao se impor com toda essa força no mercado global, a China deve-rá se tornar a maior economia do mun-do na próxima década – fato que talvez surpreenda muitos, mas não o assessor de Comércio Exterior da CNC, Carlos Tavares de Oliveira. Com sete livros pu-blicados sobre o assunto, ele participou da edição especial feita pelo programa Conta Corrente, do canal por assinatura Globo News, sobre as relações comer-ciais entre o Brasil e a China.

A entrevista foi gravada no terminal da empresa de armazenagem e operação

portuária Libra, no Porto do Rio de Janei-ro, e foi ao ar no dia 17 de abril. Embora o comércio Brasil-China tenha crescido de forma expressiva, a relação entre os dois parceiros ainda se mostra desigual. O Brasil exporta, essencialmente, produ-tos básicos – as chamadas commodities, como soja, minério, petróleo – e importa produtos manufaturados, que podem ir desde um simples brinquedo até equi-pamentos pesados para movimentação portuária. Apesar disso, Carlos Tavares não acha que o Brasil corra o risco de ser “esmagado” nessa relação bilateral. “Nós temos que fazer acordos”, disse o assessor da CNC à Globo News, lem-brando que havia uma disputa antiga da China com a Índia, vizinhas e que tinham economias semelhantes. “Os países fize-ram, então, um acordo fantástico na área de telecomunicações e na de eletrônica. A Índia, hoje, produz uma série de arti-gos, e a China produz outros. Ou seja, eles não estão colidindo no mercado in-ternacional”, observa.

O Brasil poderia ir pelo mesmo cami-nho, avalia Tavares. “No setor siderúrgico, por exemplo, há dezenas de produtos di-

ferentes: trilhos, chapas, fios. O Brasil

De carona com o gigante asiático

Para Carlos Tavares de Oliveira, especialista da CNC em comércio exterior, as relações comerciais com a China

oferecem muito mais oportunidades do que perigos

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BENS

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produziria uma parte, e a China, outra”, sugere. “Também a área automobilística tem potencial para se beneficiar. Dessa for-ma, um país troca mercadoria com o ou-tro, sem colisão de interesses, com os dois marchando juntos”.

Carlos Tavares destacou, ainda, que o Brasil é fundamental para a China, um país que conta com um grande ter-ritório, mas que está próximo do limite na produção agrícola. O Brasil, ao con-trário, tem uma boa parte de suas terras agricultáveis ainda não explorada. Com uma produção agrícola anual de quase 500 milhões de toneladas, a China é a maior do mundo no setor. Ainda assim, o país precisa importar alimentos, prin-cipalmente soja, e o Brasil é um de seus grandes fornecedores. “A China precisa das nossas matérias-primas, do minério, da soja, e o brasileiro não consome soja, não come soja”, diz Tavares, citando uma conversa com o deputado Ulysses Guimarães, falecido em 1992, para mar-car a importância desse produto na pau-ta de exportações brasileira. “Ele disse ‘mas nós não precisamos exportar a soja, porque faz falta ao povo brasileiro’. Eu disse ‘doutor Ulysses, nós exportamos a soja, fazemos dólares e importamos o

trigo dos Estados Unidos. Trocamos soja por trigo’.”

O aumento do volume de produtos manufaturados e semimanufaturados ex-portados pelo Brasil, dando mais equi-líbrio à balança de comércio, depende mais dos brasileiros do que dos chineses. “Os brasileiros não são agressivos nesse tipo de exportação”, afirma Carlos Ta-vares. “Sabe o que os chineses dizem? Que o Brasil não exporta para a China, é a China que importa do Brasil.” E essa acomodação nas exportações de commo-dities pode significar a perda de exce-lentes negócios para o País. O assessor da CNC cita o caso de um produto que poderia atender não apenas aos chineses, mas também a outros mercados. “A Chi-na é a maior produtora de contêineres do mundo. O Brasil tem o minério e as side-rúrgicas; por que não criar uma indústria aqui?”, questiona Tavares. Um exemplo de atitude positiva dos empresários, se-gundo ele, é a do setor calçadista, que mandou especialistas para a China como uma das estratégias para ganhar o merca-do asiático. “Nós temos que aproveitar a abertura do mercado chinês. Há um cam-po imenso a ser explorado”, afirmou na entrevista conduzida por George Vidor.

Carlos Tavares de Oliveira foi um dos fundadores da Carteira de Comércio Ex-terior (Cacex) do Banco do Brasil. Com mais de 60 anos de atividades ligadas ao comércio internacional, cobriu o setor como jornalista do Globo e da Gazeta Mercantil. Representou o Brasil na Câ-mara do Comércio Internacional, em Pa-ris, entre 1976 e 1980, tendo recebido as principais condecorações da França, da Holanda, da Itália e do Peru, por serviços prestados ao intercâmbio do Brasil com esses países.

É membro-fundador do Instituto Bra-sileiro de Estudos da China e Ásia e dire-tor da Câmara de Comércio Brasil-China. Entusiasta da abertura do comércio com

Palavra de quem conheceos chineses, publicou sete livros sobre o assunto. No mais recente, intitulado China e os Portos do Mun-do, são revelados dados precisos sobre o gigante asiático nestes 30 anos da abertura econômica. Em junho, deverá receber a medalha de Ami-go da China, úni-ca condecoração concedida pelos chineses a estran-geiros. Será o se-gundo brasileiro a recebê-la.

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Com o devido pedido de licença à sabedoria mineira, o cenário atual do varejo brasileiro está como na

frase que compara a política com uma nu-vem, ou seja, diferente a cada vez que se olha. O frenético movimento de fusões e aquisições envolve alguns dos nomes mais conhecidos e tradicionais do setor e, ao transformar esse mercado, chama a aten-ção para aspectos que dizem respeito não apenas aos empresários diretamente envol-vidos, mas também aos consumidores e à concorrência de forma geral.

Pelas características, traz semelhanças com o que aconteceu na consolidação do setor bancário, quando instituições privadas adquiriram o controle de bancos públicos e, em um movimento seguinte, passaram às fusões entre si. E, apesar de chamarem mais a atenção, não são um fenômeno isolado na economia brasileira. Segundo dados da PricewaterhouseCoopers, esse tipo de ne-gócio envolvendo compra, venda e parce-rias entre empresas chegou a 236, no pri-meiro quadrimestre de 2010, volume 39%

maior que o registrado no mesmo perío-do do ano passado. Uma tendência

que deverá se ampliar, na medida em que as empresas brasileiras

precisam crescer para competir no âmbito doméstico e, em al-guns casos, acelerar seus pro-

cessos de internacionalização.O setor de alimentos liderou a

fila, com 11% das transações no período. O economista Fábio Bentes,

da Divisão Econômica da CNC, lembra que o processo de recuperação após a cri-se global do final de 2008 ainda está em curso e que a retomada plena do ritmo de crescimento trará reflexos sobre esse cená-rio, fomentando os processos de aquisição e fusão, não apenas no plano interno, mas também no internacional. No caso especí-fico do varejo, Bentes vê, ainda, um fator que vem se consolidando nos últimos anos com os avanços tecnológicos e que tem poder para influir diretamente na dinâmica que orienta os negócios do setor: a disse-minação da informação. “Hoje todos nós consumidores temos muito mais instru-mentos para consulta de preço, qualidade e características de produto do que nos-sos pais tinham”, afirma o economista da CNC, acrescentando que isso levou a uma equiparação de preços. “É difícil achar di-ferencial de preços significativo; principal-mente de bens de consumo duráveis, que são praticamente commodities. A calcula-dora e o celular vendidos aqui são os mes-mos comercializados no Sudeste Asiático, por exemplo”.

Neste cenário, a dificuldade na dife-renciação de preços tem impacto direto na concorrência. Ou na ausência dela. “Isso pelo lado da informação do consumidor”, prossegue Fábio Bentes. “Pelo lado das empresas, da formação de custos, também há hoje um processo peculiar, no sentido de que, principalmente no setor de bens duráveis, existe uma concentração mui-to grande na produção das mercadorias”,

O varejo brasileiro

em ponto de fusãoEm busca de escala para negociar com os fornecedores,

e enfrentando a forte presença de empresas internacionais, os grandes grupos do País protagonizam

uma disputa épica pelo domínio do mercado

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explica Bentes. Com a China des-pontando como uma espécie de fá-brica mundial, a fonte de custos já é praticamente a mesma, o que levou, segundo o economista, a “uma equi-paração dos preços”.

Assim, para ganhar é preciso ter esca-la. Para ter escala é preciso ser grande, e isso explica em boa parte o movimento de fusões e aquisições vivido pelo mer-cado de varejo. A saída para os médios e pequenos empresários será buscar a di-

ferenciação. “Por maiores que sejam as empresas de varejo, elas não conseguem atender todos os nichos do mercado”, diz Fábio Bentes. “A tendência é empresas menores irem atendendo esses nichos, coi-sas mais especializadas, em que é possível voltar à situação anterior de diferencial de preços ou de oportunidade”.

A grande renovação da atividade vare-jista no Brasil está associada às transforma-ções globais, com a mudança de conceitos e estratégias, tornando-se cada vez mais competitiva e profissionalizada. O diagnós-tico faz parte de um estudo da consultoria Deloitte e aponta para um processo que está se potencializando com a inflação sob con-trole nos segmentos mais sensíveis à renda e à ampliação da concessão de crédito.

Segundo a Deloitte, as empresas vare-jistas brasileiras vêm buscando aumentar sua abrangência regional, ao disseminar lojas especializadas e aumentar a presen-ça de grupos e cadeias em nível nacional. O comércio de veículos e as atividades supermercadistas são os maiores segmen-tos de varejo em volume de receitas, sen-do que o ramo de hiper e supermerca-dos tem ainda um grande potencial de crescimento no País.

Os movimentos de fusões e aquisições decorrem, em grande parte, da entrada de

participantes externos, que provocaram, juntamente com o aumento das importa-ções, um processo de maior concorrên-cia interna e de modernização operacio-nal nos diversos segmentos do varejo. O crescimento da renda e a mudança de perfil do consumidor também têm im-pulsionado a redefinição dos focos de atuação e de atendimento, ampliando a busca por mercados regionais. Essa bus-ca inclui as redes de porte médio e de supermercados populares localizados na periferia, com opções de pontos comer-ciais e presença de grande número de pequenos varejistas.

O estudo afirma, ainda, que há poten-cial para uma nova onda de fusões e aqui-sições, devido à baixa concentração do setor em nível regional. “Por outro lado, as decisões de investimentos dependerão das expectativas de crescimento do co-mércio e devem se efetivar gradualmen-te, com a recuperação da economia”.

Crédito e renda influenciam, diz Deloitte

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Loja da Rede Pão de Açúcar, em São Paulo. O varejo brasileiro cresceu 5,3% no ano passado, enquanto o comércio on-line avançou 30%.

Uma das frentes de batalha mais acirradas neste novo cenário do vare-jo envolve o comércio eletrônico. O Brasil é um dos protagonistas de uma tendência mundial de desenvolvimento e crescimento das relações on-line. De acordo com pesquisas da consultoria e-bit, em conjunto com a Camara-e.Net, o faturamento do setor em 2009 foi de R$ 10,6 bilhões, com um crescimento de 30% ante os R$ 8,2 bilhões de 2008. “Um excelente resultado, quando se ve-rifica que o varejo brasileiro, com um todo, cresceu 5,3% no mesmo período”, avalia Luiz Cláudio Pinho de Almeida, economista da Divisão Econômica, res-ponsável pelos estudos da CNC envol-vendo comércio eletrônico.

Foram 17,6 milhões de pessoas fazen-do pelo menos uma compra por meio do varejo on-line. O barateamento dos com-putadores e fatores como a melhoria do padrão de segurança e do atendimento do comércio virtual, com a possibilidade de comparar preços, produtos e qualidade das empresas, explicam esse crescimen-to. Outro dado interessante foi a mudan-ça do mix de produtos mais vendidos. Até recentemente, livros, revistas, jornais e

CDs representavam mais de 50%

Disputa por espaço se estende ao comércio eletrônico, que não para de crescer

das vendas. Esses itens ainda lideram, mas são hoje 20% do varejo on-line, se-guidos por produtos para a saúde, medi-camentos, cosméticos e perfumes, com 13% de participação. Os eletroeletrôni-cos, inclusive os da linha branca, passa-ram de 6%, em 2008, para 11% em 2009, ficando à frente de produtos de informá-tica, com participação de 9%.

O varejo tradicional, ainda bastante importante na geração de receitas pe-las empresas brasileiras na atualidade, já vai dividindo espaço com os canais alternativos e emergentes. “Mas o mer-cado do varejo pela internet ainda é, e continuará sendo, muito concentra-do”, afirma Luiz Cláudio de Almeida. Até meados de 2008, a empresa B2W, que reúne os portais Americanas.com e Submarino, detinha mais de 50% do faturamento do setor. O ingresso de gi-gantes do varejo tradicional no comér-cio virtual, como Casas Bahia (ainda consolidando um complicado proces-so de fusão com o grupo Pão de Açú-car), Walmart, Carrefour e a recente fusão entre Ricardo Eletro e Insinuan-te, deverá resultar em uma maior di-visão do mercado, com benefícios para os consumidores.

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O Magazine Luiza, da empresária Luiza Helena Trajano, quer superar as metas de vendas para manter a vice-liderança

Luiz Carlos Batista, da Insinuante, e Ricardo Nunes, da Ricardo Eletro, no dia do acordo: R$ 5 bilhões de faturamento

Os protagonistas neste importante capí-tulo da história empresarial brasileira são nomes familiares à maior parte dos con-sumidores. De um lado, Pão de Açúcar e Casas Bahia, às voltas com ajustes no pro-cesso de fusão anunciado no final do ano passado. Do outro, dois gigantes regionais: a Ricardo Eletro, forte principalmente em Minas e no Espírito Santo, e a Insinuante, rede bahiana com presença consolidada no Nordeste. Correndo por fora, o Magazine Luiza, com uma estratégia de crescimento que não tem levado em conta a união com outras empresas, apenas aquisições.

O grupo Pão de Açúcar tem o contro-le também do Ponto Frio, outro gigante do varejo brasileiro. No processo de fu-são com a Casas Bahia, o Ponto Frio en-trou com R$ 1,350 bilhão, e os Klein, com R$ 1,297 bilhão. Juntos, são o maior anun-ciante do País; faturam cerca de R$ 18 bi-lhões e empregam quase 70 mil pessoas, sendo os maiores clientes de um grande número de fornecedores. Já a fusão entre a Ricardo Eletro e a Insinuante criou a hol-ding Máquina de Vendas, um grupo com faturamento de R$ 5 bilhões (estimativa para 2010) e 15 mil empregados. Passou a ser a segunda maior rede do varejo brasi-leiro, ultrapassando o Magazine Luiza. As

Vocação para liderar está no DNAdos principais grupos envolvidos

metas são ambiciosas: dobrar o faturamen-to, o número de empregados e de lojas em quatro anos.

Apesar de ter perdido a vice-liderança do mercado para a Ricardo Eletro/Insinu-ante, o Magazine Luiza não está parado. Segundo o jornal Valor Econômico, a em-presária Luiza Helena Trajano está desa-fiando sua equipe de vendas a superar a meta inicial de faturar R$ 4,6 bilhões este ano. A meta agora é chegar a R$ 5 bilhões, mesma receita prevista pela Máquina de Vendas. O resultado do primeiro trimestre deixou Luiza Helena ainda mais animada: os 43% de aumento no faturamento fica-ram bem acima dos 25% esperados.

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Como o senhor avalia esse movimento de fusões e aquisições no varejo brasileiro?

Esses movimentos estão no contexto da maior internacionalização da nossa econo-mia. Chegaram grandes empresas estran-geiras aqui, como o Walmart, o Carrefour, que já tinha chegado há um tempo. E esses grupos chegam com bastante dinheiro. Os movimentos de consolidação acontecem em diversos mercados. Aconteceu no mer-cado bancário. Não sei se você se lembra de quantos bancos pequenos a gente tinha. Depois, chegaram os estrangeiros e, para fazer frente aos estrangeiros, os brasileiros começaram a reagir, comprando, fundin-do. Hoje a mesma coisa está acontecendo no varejo brasileiro. É uma questão de ga-nhar escala e fazer frente aos grupos in-ternacionais. E há também o benefício de criar mais força perante os fornecedores, com uma capacidade de compra maior, um poder de negociação maior, escala.

O crescimento das vendas com a am-pliação do mercado interno e a concentra-ção desse mercado em poucas empresas não são um paradoxo?

Se você pensar no setor de alimentação ou de eletroeletrônicos, os produtos são muito comoditizados. Uma loja que aten-de os ricos pode atender os pobres. Neste caso, não importa muito a questão da clas-se social. É mais importante a questão da cobertura do País, de estar presente em di-versas cidades. Diferentemente de produ-tos menos comoditizados como, por exem-plo, moda. Essa concentração não existe

na moda. É o tipo de negócio que não pro-picia esse tipo de coisa e até valoriza a diversidade. Mas que diferença faz você comprar o leite condensado do armazém da esquina ou comprar do Carrefour ou do Extra? Por venderem produtos comoditiza-dos, geladeiras, televisores e alimentícios em geral, esses grupos conseguem atender todas as classes sociais. Então, para estes empresários, fica importante o jogo de xa-drez da conquista do espaço físico.

Neste cenário em que é importante ter escala para ter o melhor preço, como fi-cam os pequenos e médios empresários?

No varejo nós temos basicamente dois tipos de posicionamento de empresas: as que são focadas em preços e as focadas em serviços. Para produtos comoditiza-dos, muito parecidos, pneu, geladeira, lei-te condensado, não tem muito mais o que oferecer em termos de serviços. O cliente compra, você entrega o produto e pronto. Agora, se você vai para moda, para servi-ços, aí sim, vai poder dar essa diferencia-ção toda. Agregar algo na loja que o outro não consegue fazer. Um atendimento espe-cial, uma linha de mercadorias diferente, uma loja mais caprichada, não uma loja padrão. Essas seriam as alternativas para os pequenos fazerem frente aos grandes, agregando em serviço, em informação, vi-sual de loja.

A diferenciação é a alternativa para os pequenos e médios...

Ou você é o cara do preço, e esses gru-pos gigantes são os do preço. O pequeno

Pequenos e médios devem buscar a diferenciação

Para Maurício Morgado, professor do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), o processo de união

de forças que movimenta o varejo brasileiro é inexorável. Mas ele observa que sempre haverá espaço para o empresário que buscar a diferenciação e entender seu nicho de mercado. “Não acredito no

domínio absoluto dos grandes grupos. Porque as pessoas querem diversidade, querem se exprimir”, disse à CNC Notícias.

Maurício Morgado

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ENTREVISTA

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talvez nunca vá ter a escala para conseguir isso, e aí o que sobra para o pequeno fazer é buscar a diferenciação.

Algumas das principais empresas apa-rentemente saíram de uma fase de aqui-sições de concorrentes para complexos acordos de fusão. Qual a sua avaliação dessa estratégia?

É a mesma coisa, só mudou o forma-to. Eles estão atrás da mesma coisa. Por exemplo, quando junta Ricardo Eletro com Insinuante eles estão somando territórios. Estão somando território em que a Ricardo era forte, a região mais de Minas, Espírito Santo também, com a região forte da Insi-nuante, que é o Nordeste. O varejo tem uma coisa importante que é essa coisa da área fí-sica: eu domino uma área física e pronto, eu tenho minha área de influência. E essa coisa de somar as áreas de influências das lojas é que vai fazendo com que alguns varejistas dominem certas regiões. É o tal trade area. Eu somo a minha força com a sua e a gente fica maior. Esse é o ponto.

O que é mais importante para que um processo de fusão seja bem-sucedido: o grau de sinergia entre as empresas ou ter culturas empresariais mais ou menos compatíveis?

A cultura é algo que realmente é um problema nas empresas, mas eu acho que é superável, na medida em que você tem o poder econômico por trás, e quem for muito resistente à nova cultura pode ser simplesmente retirado do caminho. Então,

a cultura é algo que você acaba ajustando. Se não tem sinergia, é mais difícil.

Como o senhor vê o mercado do varejo brasileiro no futuro?

Faz tempo que no mundo existe uma discussão entre os generalistas e os espe-cialistas no mundo do varejo. O genera-lista é o Walmart, por exemplo, e o es-pecialista são essas marcas, grifes, esses nomes infinitos aí para a gente lembrar. Acho que vamos continuar assim. Exis-te uma coisa interessante que é a questão da busca da diversidade. Talvez as pes-soas queiram o básico para alimentação, mas quando chegar em roupa, em arti-gos de luxo, sempre vai ter espaço para quem está oferecendo diferenciação. E isso vai caminhando em diversos graus. Acho que esta polarização de orientação para preço, que é típica do generalista, e esta questão de orientação para diferen-ciação, que é típica da grife e das marcas menores, sempre vai existir. Não acredito no domínio absoluto dos grandes grupos. Porque as pessoas querem diversidade, querem se exprimir.

Há lugar para todos...Eu acredito que sim, há lugar para to-

dos que tenham competência para entender e para buscar seu nicho.

A lojinha do bairro sempre terá seu lu-gar, então?

Sempre terá lugar para a turma toda.

Maurício Morgado

“ “ A polarização entre os generalistas, voltados para o preço, e aqueles que se orientam para a di-ferenciação, que é típica da grife e das marcas me-nores, sempre vai existir.

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ENTREVISTA

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Roberto Nogueira FerreiraConsultor da Presidência

Estudo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, elaborado no início da década de 1980, por encomenda do Conselho de De-

senvolvimento Comercial, do então Ministério da Indústria e do Comércio, dirigido à época pelo autor deste texto, foi objeto, há pouco tempo, de uma pergunta inquietante: por que, em pleno regi-me econômico fechado, preocupar-se com o “In-vestimento Externo e a Tendência Oligopolista no Comércio Interno Brasileiro”? Esse era o escopo do estudo, que abordou aspectos mercadológicos e jurídico-institucionais.

O extenso estudo apontava rumos e tendências do varejo brasileiro. Conhecer essas tendências era dever de quem tinha por atribuição propor políticas públicas. Em função desse estudo, e do 1º Congres-so Brasileiro de Desenvolvimento do Comércio In-terno, realizado em parceria com a CNC no início da gestão de Antonio Oliveira Santos, muitos ins-trumentos foram criados. Algumas ações derivadas dessa parceria – poder público e CNC, focados no legítimo interesse do comércio brasileiro – marca-ram época. Destacam-se: instituição da Cédula de Crédito Comercial; criação de uma linha de crédito específica para o varejo, no então fechado BNDE (ainda sem S); implementação de programas de treinamento e qualificação do pequeno comercian-te, inclusive via rádio; modernização e transfor-mação das feiras comerciais em instrumentos de promoção comercial interna e externa; atração de compradores internacionais para esses eventos, em parceira com a então Cacex; e, último ato daque-la gestão, os estudos iniciais para implantação do código de barras.

No capítulo evolução e tendências do varejo, destacava-se o tratamento dado pela Fundação ao então incipiente negócio chamado Shopping Center. Incipiente no Brasil do início dos anos 1980, porque

nos EUA eles já representavam uma força impor-tante na estrutura comercial varejista. Segundo a FGV, o avanço dos Shopping Centers nos EUA teria acompanhado “o movimento para os subúrbios”, re-sultante da descentralização industrial ocorrida du-rante a Segunda Guerra Mundial, da tendência para viver longe dos centros citadinos concentrados, do aumento do número de casamentos durante a guerra e consequente aumento do índice de nascimentos, do aumento da renda familiar, das dificuldades do transporte público e do crescente número de pes-soas que passaram a possuir automóvel, do qual re-sultou não só o problema do estacionamento, mas também uma grande mobilidade para compras. A mudança para os subúrbios tinha de resultar em mu-danças nos atos de compra, que o Shopping Center capitalizou para si.

No Brasil, a presença do Shopping Center che-gou 21 anos depois do fim da Segunda Guerra, em 1966, com a implantação do SC Iguatemi, na Zona Sul de São Paulo. O começo se dá na região de maior poder aquisitivo da maior cidade brasileira, um novo conceito. Os Shopping Centers não emer-giram em função da questão de preços, mas de qua-lidade, conforto e, também, comodidade e seguran-ça. E esse conceito foi se expandindo no Brasil, boa parte em função da deterioração dos grandes centros urbanos, que se tornaram violentos, inseguros e, por consequência, afastaram os consumidores de lojas e comércios tradicionais.

Mas é um exagero generalizar e dizer que os Shopping Centers são a causa do fim do comércio de rua, por pelo menos duas razões: primeiro porque o comércio de rua não acabou, e há belos exemplos de sua força em quase todas as cidades do Brasil. Segun-do, os Shopping Centers são, em muitos casos, con-sequência da inoperância e da má gestão pública, que se omitiu, e, ao se omitir, permitiu a deterioração e o

Shopping Centers: conceito de

irreversível sucesso*

CNC NotíciasMaio 2010 n°1233434

ARTIGO

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empobrecimento de áreas onde se localizavam lojas de departamento e pequenas lojas que dominam o co-mércio de rua. Exemplos? Experimentem visualizar a Mesbla, no Rio de Janeiro, e o Mappin, em São Pau-lo, há 30 anos. Em Brasília, outro exemplo, que leva a uma pergunta: a outrora famosa W3 se deteriorou porque surgiram os SCs, ou os SCs surgiram porque a W3 se deteriorou, afugentando os consumidores?

Mas o comércio de rua ainda pulsa. Em Brasí-lia, é perfeitamente possível fazer compras de natal sem ir a Shopping Centers, os quais, no entanto, se mantêm superlotados, porque se transformaram, também, em lazer familiar seguro e confortável. Há, ainda, contra o comércio de rua da Capital federal o fato de os próprios lojistas e seus funcionários ocu-parem as vagas de estacionamento que deveriam ser dos consumidores.

Nos 10 anos seguintes ao surgimento do primei-ro Shopping Center no Brasil, apenas outros quatro deram início às suas atividades. De 1976 ao início do estudo da FGV, 12 novos Shopping Centers já esta-vam em funcionamento. A FGV, perguntava: estaria o Brasil descobrindo apenas agora essa modalidade que tomou conta dos EUA e da Europa a partir da Segun-da Guerra Mundial? Era verdade, a expansão urbana jogou o consumidor para longe dos centros tradicio-nais do comércio, o número de automóveis crescia, o consumidor começava a se preocupar com o uso racional do tempo – efeito perverso da vida moderna nas grandes cidades. Nascia o consumidor formado por cabeça, tronco e rodas.

Os Shopping Centers se transformaram em realida-de de inegável sucesso. Há 30 anos, as áreas de venda dos quatro maiores Shoppings Centers em operação no Brasil somavam 149.000 m2. Outros 100.000 m2 em breve entrariam em operação. E o total de lojas dos oito maiores Shopping Centers em funcionamento era de 1.445.

Quais são os grandes números dos Shoppings Centers hoje? O quadro nos mostra que em 2009 operaram no Brasil, no conceito de Shopping Center adotado pela Associação que os representa, 391 estabelecimentos. Esses estabele-cimentos congregam 69.800 lojas e 2.370 salas de cinema. A Área Bruta Locável (ABL) já é de 9,1 milhões de metros quadrados. Esse indicador, o ABL, é o principal termômetro de avaliação do desempenho desses estabelecimentos segundo o interesse do comerciante. Ao final de 2009, do total de ABL constatam-se apenas 2,3% de lojas vagas. Seriam, então, os Shopping Centers uma alternativa ruim para os lojistas? A realidade diz que não. Esses quase 70.000 lojistas estariam ativos na atividade empresarial do comércio, se não existissem os Shopping Centers? Os efeitos dos SCs ainda não foram adequadamente es-tudados, e um desses efeitos é a geração de um extraordinário contingente de comerciantes que evoluíram simultaneamente à evolução dos Shopping Centers, numa evidente relação de causa e efeito. Exemplos não faltam. Empreendedores e lojistas são parceiros de um conceito. É uma rela-ção entre adultos, cujo conceito exige maturidade. A indústria dos SCs cresceu sem a bengala do Esta-do, sem amarras legais e burocráticas. Talvez isso explique o sucesso.

Para 2010, os Shopping Centers projetam crescimento de 12% nas vendas. Também es-tão previstas 19 inaugurações em grandes capi-tais e cidades do interior. Os Shopping Centers são um extraordinário caso de sucesso da força empreendedora. Duas personalidades jurídicas independentes, mercadologicamente complemen-tares e parceiras, jogam o jogo do ganha-ganha. Trabalhadores e consumidores que incorporaram os Shopping Centers em suas vidas agradecem.

*O texto exprime a opinião individual do autor.

Anos Nº de SC Crescimento % (ano anterior)

ABL (milhões de m2)

LojasSalas de Cinema

Faturamento

Bilhões de R$Empregos Tráfego de Pessoas

(milhões de visitas/mês)

2005 338 4% 6,5 42.363 1.115 45,5 488.286 181

2006 351 4% 7,5 56.487 1.315 50,0 524.090 203

2007 365 4% 8,3 62.086 1.970 58,0 629.700 305

2008 376 3% 8,6 65.500 2.200 64,6 720.890 325

2009 392 4% 9,1 69.800 2.370 71,0 757.000 348

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ARTIGO

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A Câmara Brasileira do Comércio de Produtos e Serviços Ópticos (CBÓptica), da CNC, realizou sua

12ª reunião nos dias 10 e 11 de maio, na sede da Confederação, em Brasília, com uma pauta variada de assuntos de interes-se do setor nas áreas jurídica, legislativa e empresarial. Em apoio ao setor, a CNC orientou os empresários sobre implica-ções fiscais, direitos do consumidor rela-cionados à prestação de serviços ópticos e projetos de lei que tramitam no Congresso Federal. A venda de óculos, com ou sem grau, fora de ópticas e sem prescrição mé-dica continua sendo a maior preocupação dos empresários do ramo.

A fim de combater o comércio parale-lo de produtos ópticos piratas, a Câmara representante pediu apoio à CNC, que en-viou um ofício à Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (ANVISA) solicitando atuação da Agência no controle e combate à comercialização irregular de vidros óp-ticos. A resposta ao pleito apresentado foi que a ação de fiscalização, com base na RDC 185/01, não estaria dentro do cam-po de competência da Anvisa, mas apenas das autoridades sanitárias estaduais.

A Divisão Jurídica da CNC entende o contrário e pretende levar o caso ao Mi-nistério Público Federal, para que o órgão atue junto à Anvisa. “A CNC vai solici-tar uma avaliação do motivo do descum-primento da legislação vigente do setor óptico pela Anvisa, que não está exer-cendo seu papel de fiscalização e regula-mentação da comercialização de produ-tos ópticos”, explicou o coordenador da CBÓptica, Leandro Luiz Fleury.

Central de vendas e novas parcerias

A CBÓptica também apresentou, na reunião, o projeto de Desenvolvimento do Setor Óptico, que contempla a criação de uma grande central de compras eletrô-nica. Com cinco mil ópticas inicialmen-te, o projeto prevê parcerias estratégicas, dentre as quais as firmadas com as em-presas Tivvo – Inteligência em Cadeias de Negócios e Cecop – International Buying Group, grupo internacional com sedes em Madrid, Lisboa e Milão, criado com o ob-jetivo de obter as melhores condições de compra para o óptico independente, e que hoje trabalha com mais de 1.600 ópticas.

Setor óptico luta contra a venda

de produtos piratasEmpresários querem que Anvisa cumpra a

legislação e atue no combate à importação e ao comércio irregular de lentes

Membros da CBÓptica/CNC se

reúnem em Brasília para deliberar

sobre assuntos do setor.

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REPRESENTATIVIDADE

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O consultor em Gestão de Riscos Empresariais da Deloitte Touche Tohmatsu, Robson Calil Chaar, e

o general de brigada Jamil Megid Junior participaram, no dia 28 de abril, da reu-nião do Conselho de Turismo da CNC, no Rio de Janeiro. Na pauta, dois dos grandes eventos esportivos que serão realizados no Brasil nos próximos anos: a 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares, em 2011, e a Copa do Mundo de Futebol, em 2014.

Megid Junior, coordenador geral do Comitê de Planejamento Operacional do 5° Jogos Mundiais Militares, falou sobre a organização e a infraestrutura de que o Brasil dispõe para sediar o evento, que será realizado entre 16 e 24 de julho de 2011. A 5ª edição reunirá cerca de 6 mil atletas dos 131 países-membros do Conse-lho Internacional do Esporte Militar, que participarão de 37 modalidades esporti-vas distribuídas entre os Municípios do Rio de Janeiro e de Resende.

“Montaram um palco para o Brasil dar um show”. Com esta analogia, Robson

Chaar, responsável pelos projetos da Deloitte rela-cionados à Copa de 2014, resumiu a importância da realização, aqui, de um even-to do porte da Copa do Mundo. Para ele, esta será a grande oportunidade de mu-dar, ou construir, a imagem do País dian-te do mundo. Chaar afirmou que a Copa é o maior evento de negócios do mundo, e que o Brasil passará por mudanças pro-fundas, especialmente nos aspectos de in-fraestrutura e capital humano, após 2014. Mas, advertiu, as exigências da Fifa para a realização da Copa são pesadas. “É possí-vel que nem todas as 12 cidades sediem os jogos”, disse. O consultor de riscos empre-sariais apresentou o que chamou de “ca-dernos” da Fifa para as Copas do Mundo, uma lista com 27 itens estabelecidos pela entidade internacional que contém deter-minações a serem cumpridas. “Estes ca-dernos têm um objetivo específico, que é o de garantir o sucesso das Copas. Um deles, por exemplo, trata do legado que o evento

deixará para o país sede, pois eles entendem que a Copa deve ser um marco modificador para aquele lugar”, afirma Chaar. Os cader-nos são divididos em áreas como saúde pública, sustentabilidade, gerenciamento de desastres, TI e comunicações, transporte e infra-estrutura, comunicação e cultura, fechamento de negócios e proteção e segurança, entre outros.

CTur: a infraestrutura brasileira para eventos internacionais

Palestrantes exibem certificados de participação em encontro do CTur, ao lado de Oswaldo Trigueiros, Eraldo Alves da Cruz e Mauro Gandra

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TURISMO

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O gerente de Projetos Estratégicos do Senac Nacional, Antonio Henrique de Paula, apresentou ao Conselho Na-cional de Turismo (CNT), em Brasília, o escopo do Programa Nacional de Edu-cação Profissional: Senac na Copa 2014, preparado para atender às demandas

O presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), Norton Lenhart, e o chefe da Assessoria de Turismo e Hospitalidade da CNC, Eraldo Alves da Cruz, participaram, no dia 27 de abril, em Brasília, de audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer. O encontro foi coordenado pela deputada professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Casa.

Acompanhada de uma comitiva de em-presários representantes do setor de turismo, a deputada foi pedir o apoio de Temer para a aprovação de três projetos de lei de interesse do setor: o que facilita, por meio eletrôni-co, a obtenção de vistos de entrada no Brasil para os grandes países emissores de turis-tas; o que prevê o aumento da participação de empresas estrangeiras nas companhias aéreas nacionais em níveis superiores aos atuais 20%; e o que regulamenta a profissão do agente de viagens. Temer comprometeu- -se a ajudar na aprovação dos Projetos de Lei tão logo a pauta de votações da Câmara

Senac apresenta ao CNT programa para a Copa de 2014

Michel Temer recebe empresários do turismo

Michel Temer, com deputados

da bancada do turismo e empresários

do setor

dos Deputados seja destrancada. A deputa-da aproveitou o encontro para falar sobre a importância da Comissão de Turismo e Des-porto (CTD) da Casa perante a sociedade e o trade turístico e para solicitar ao presidente da Câmara novas instalações para a CTD.

Participaram do encontro os presidentes da Associação Brasileira de Cruzeiros Ma-rítimos (ABREMAR), Ricardo Amaral, da Confederação Brasileira dos Convention & Visitors Bureaux (CB&CVB), João Luiz dos Santos Moreira, da Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (FB&CVB) de São Paulo, Márcio Santiago, do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Esta-duais de Turismo (FORNATUR), Nilde Brun, do Comitê Olímpico Internacional para o Golfe no Brasil, José Antonio Nas-cimento Brito, o assessor parlamentar da Abremar, Flávio Perucci, o empresário Guilherme Paulus e os deputados Cadoca (PSC-PE), autor do Projeto de Lei dos vistos de entrada no Brasil, e Otávio Leite (PSDB-RJ), também autor do PL dos vistos e do Projeto das companhias aéreas.

geradas pela competição esportiva. O programa do Senac tem quatro linhas de projetos que se desdobrarão em subpro-jetos, cujos conteúdos serão desenvol-vidos por grupos de trabalho compostos por técnicos dos departamentos regio-nais e nacional da entidade.

CNC NotíciasMaio 2010 n°1233838

TURISMO

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O presidente da Federação do Co-mércio do Estado de Santa Catarina (FECOMÉRCIO-SC), Bruno Breithaupt, instalou, no dia 9 de abril, a Câmara Em-presarial de Turismo da entidade, que atua-rá na representação e defesa dos interesses do setor, com propostas em âmbito econô-mico, financeiro e social.

Para presidir a Câmara, foi eleito o atual presidente da Associação Brasileira da In-dústria de Hotéis (ABIH-SC), João Eduar-do Amaral Moritz, que confirmou o apoio dos empresários do Estado. “Eu vou con-tar com todo o trade turístico catarinense e tenho certeza de que, junto à Fecomércio,

Parlamentares, professores, profissio-nais de educação física, alunos e pessoas portadoras de deficiências participaram do Seminário A Educação Física Esco-lar Especial, a Inclusiva e as Paraolim-píadas, realizado no dia 11 de maio, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, com o objetivo de debater a maior participação de alunos portadores de deficiência física na prática da educa-ção física escolar. Participaram do even-to a presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara, deputada professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), o vice-presidente Financeiro e de Rela-ções Institucionais da CNC, Luiz Gil Siu-ffo Pereira, o presidente do Comitê Pa-raolímpico Brasileiro, Andrew Parsons, a diretora da Secretaria de Educação Especial do Ministério do Trabalho, Martinha Dutra Santos, o presidente do Conselho Nacional de Educação Física,

vamos contribuir para o crescimento e o desenvolvimento do setor”, afirmou.

O coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da CNC, Norton Lenhart, apre-sentou as atividades da Câmara nacional e destacou a importância da instalação do órgão para o debate desse segmento. “Es-tamos reforçando a legitimidade da repre-sentação do setor”, afirmou Lenhart.

Além de Santa Catarina, a Câmara Empresarial de Turismo já foi instala-da em São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Roraima, e está em fase de instalação no Rio de Janeiro.

Jorge Steinhilber, e diversos parlamenta-res que atuam na área de turismo, como Edinho Bez (PMDB-SC), Otávio Leite (PSDB-RJ) e Afonso Hamm (PP-RS), en-tre outros. Raquel Teixeira falou sobre o momento propício para o debate sobre o tema, já que em 2016 serão realizadas as Paraolimpíadas. Gil Siuffo falou sobre a missão do SESC e do Senac e do traba-lho dedicado à educação e à cultura que é realizado há mais de 60 anos em todo o País. “Nos últimos anos, o Brasil tem claramente se voltado para a inclusão so-cial dos portadores de deficiências, e as entidades de desenvolvimento social e qualificação profissional do Sistema Co-mércio, cujas missões estão tão ligadas à causa da inclusão, não poderiam se omitir neste aspecto”, afirmou. Paulo Henrique Verardi, da Gerência de Desenvolvimento Esportivo do SESC de São Paulo, partici-pou de uma das palestras do seminário.

Sistema CNC no seminário de educação física inclusiva

Fecomércio-SC instala Câmara Empresarial de Turismo

39CNC NotíciasMaio 2010 n°123 39

TURISMO

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Entre os dias 21 e 23 de abril, pre-sidentes de sindicatos patronais do comércio de todo o Brasil reu-

niram-se em Aracaju, Sergipe, para o 26º Encontro Nacional dos Sindicatos Patro-nais do Comércio de Bens, Serviços e Tu-rismo. Este ano, o evento teve como tema Eficiência com Gestão Participativa, e contou com a presença, na abertura, do patrono do ano anterior, o presidente da Confederação Nacional do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos.

A apresentação da Orquestra Sanfô-nica de Sergipe abriu o evento, que foi realizado no Centro de Convenções do Estado e contou com a presença do go-vernador, Marcelo Déda, e do presidente da Fecomércio-SE, Hugo Lima França, patrono da edição 2010. “Faço questão de estar na abertura deste encontro para demonstrar o nosso reconhecimento e admiração pelo excelente papel que nos-

sos sindicatos têm desempenhado pelas empresas nesse Brasil afora”, afirmou o dirigente da CNC, no discurso de abertu-ra, para cerca de mil congressistas.

Parceria: a saída para driblar os desafios da gestão sindical

O primeiro painel do encontro teve como tema Desafios da Gestão na Con-quista de Resultados. Entre os represen-tantes de sindicatos patronais que com-puseram a mesa estavam Paulo Mota, da Bahia, e Maia Junior, do Sindivendas do Ceará, além do diretor do Senac-RS, José Paulo da Rosa. A equipe do Departamen-to de Planejamento da CNC, chefiada por Daniel Lopez, fez uma apresentação sobre o Sistema de Excelência em Gestão Sindi-cal, o SEGS.

Parceria. Esta é a palavra que norteia as ações do Sindivendas do Ceará. “Somos um sindicato sem muito poder aquisitivo,

Sindicatos patronais do comércio buscam a excelência na gestão

Encontro reúne, em Aracaju, cerca de mil sindicalistas no debate das questões que mais

afetam comerciantes de todo o Brasil

Antonio Oliveira Santos, na

abertura do evento que reuniu

sindicatos de todo o País

CNC NotíciasMaio 2010 n°1234040

EM FOCO

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mas nem por isso deixamos de realizar ações em prol dos nossos associados. Uma das saídas encontradas por nós, no Ceará, é fazer parcerias. Foi por meio delas que conseguimos, por exemplo, divulgar nos-sas ações numa publicação da Veja Regio-nal, que compreende os Estados de Ceará, Piauí e Maranhão”, declarou Maia Junior.

O diretor do Senac do Rio Grande do Sul, José Paulo da Rosa, falou sobre a importância de reunir os sindicalistas pa-tronais do setor terciário, segmento que, segundo dados do IBGE, é o que mais em-prega no País, movimentando metade do Produto Interno Bruto nacional. “Os en-contros permitem a troca de informações, de conhecimento de novas práticas, a pos-sibilidade de caminhar para que o sistema atue efetivamente como um sistema, pois ele só é sistema quando as partes intera-gem”, declarou. Para ele, há a necessidade de interação entre os Sindicatos, entre as Federações dos Sindicatos e seus associa-dos com o SESC e o Senac, para que pos-sam contribuir ainda mais com o desen-volvimento do País.

SEGS: critérios de excelência imple-mentados na gestão sindicalista

O chefe do Departamento de Plane-jamento da CNC, Daniel Lopez, falou sobre o Sistema de Excelência em Ges-tão Sindical (SEGS), criado pela CNC e disseminado por todos os Sindicatos e Federações patronais do setor terciário no Brasil, que mudou as realidades locais dessas entidades ao implementar critérios

de excelência em seus processos.

O SEGS se-gue os funda-mentos dos prin-cipais modelos de gestão da

qualidade do mundo, porém com métri-cas adequadas à realidade das entidades sindicais. “Um sindicato ou federação reconhecido pela sociedade e pelos em-presários, que tenha influência política, estruturas física e financeira sólidas e com funcionários qualificados resulta em uma entidade de alto nível”, desta-cou Lopez, que, ao final da apresentação, fez uma homenagem ao ex-presidente do Sis-tema Fecomércio-RS, Flávio Sabba-dini, falecido em janeiro deste ano, um dos grandes incentivadores do programa em nível nacional. Criado du-rante o VIII Sicomércio, em 2007, no Rio de Janeiro, o SEGS contabilizou, apenas em 2009, a par-ticipação de 704 entida-des sindicais do Sistema Comércio. A qualifica-ção para que o progra-ma possa ser implantado em todo o País chegou a quase mil pessoas treina-das, com mais de 2,4 mil certificados emitidos. Com foco em resultados, o programa reforça a im-portância de estabelecer métricas das ações desen-volvidas e da representa- tividade sindical.

Thiago Cabral entrega homenagem a Daniel Lopez, por sua participação no Encontro de Sindicatos

41CNC NotíciasMaio 2010 n°123 41

EM FOCO

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Laércio Oliveira e Lenoura Schmidt, com sindicalistas,

em Sergipe

Sindicalistas patronais questionam mudanças na Lei do Inquilinato

Diversos painéis e debates de grupos temáticos se formaram simultaneamente nas salas de reuniões do Hotel Parque dos Coqueiros, onde foi realizado o encontro de sindicatos patronais do comércio.

Os temas em debate contaram com a participação maciça dos congressistas, que comentavam sobre os cases já viven-ciados – uma forma prática e eficiente de transmitir conhecimento e partilhar ex-periências – e sugeriam soluções para os problemas comuns ao setor terciário. Na pauta, assuntos como Desenvolvimento de polos comerciais, cuja coordenação ficou por conta de Aldo Gonçalves, do Rio de Janeiro, e de Ruy Nazarian, de São Paulo; Contribuições Sindicais, coordenado por Carlos Nascimento, do Paraná, e Alberto Farias, do Ceará; Negociação coletiva, que teve como coordenadores Paulo Nauaiaki e Zildo Costa, ambos do Paraná. O último dos debates foi Comércio informal e suas consequências, coordenado por Jadir Pri-mo, do Espírito Santo, e Roberto Peron, de Mato Grosso.

As mudanças na Lei do Inquilinato, em especial no tocante à locação de espaços em shopping centers, foi um dos temas mais comentados no evento. A nova legis-lação vem gerando discussão desde que entrou em vigor, em janeiro deste ano. Co-ordenada por Ronaldo Sielichow, do Rio Grande do Sul, a mesa de debates teve a participação de Frederico Leal, de Per-

nambuco, e a explanação da sergipana Gil-za Góis, presidente da Associação de Lojas de Shopping Centers de Sergipe.

Gilza Góis explicou que o tema é im-portante para todos os empresários – pe-quenos, médios ou grandes – que estão no comércio. “Shopping center é uma realidade no momento. Para se expan-dir do ponto de vista estratégico, por exemplo, uma empresa precisa pen-sar na possibilidade de ter uma loja em um shopping”, avaliou. Para Sielichow, levar lojistas e sindicalistas patronais a discutir esse assunto é o primeiro passo para vencer as arbitrariedades que estão comumente sendo impostas nos shoppings centers de todo o Brasil. “O pequeno lojista é sempre massacrado. Chega a pagar três aluguéis extras du-rante o ano”, ressaltou o representante gaúcho. As cobranças de arrendamentos extras e multas entre 15 e 20 aluguéis nos casos de rescisão de contrato têm desagradado os comerciários, mas a mu-dança que mais atemoriza os lojistas é o despejo em poucos dias, por conta da inadimplência. “Essas alterações na Lei do Inquilinato vão machucar todo mundo. O despejo sem discussão, sem nego-ciação é inadmissível; afinal nosso maior patrimônio é o ponto comercial”, afirmou ele.

A carta de Aracaju

No terceiro e último dia do Encontro, foram apresentados os resumos dos traba-

CNC NotíciasMaio 2010 n°1234242

EM FOCO

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Mais de mil sindicalistas do comércio parciparam do evento

lhos das reuniões temáticas realizadas por um grupo formado por 43 assessores jurí-dicos e por executivos dos Sindicatos, que se reuniu um dia antes do início oficial do evento. A apresentação foi coordenada por Flávio Obino (Rio Grande do Sul), Luiz Bravo (Rio de Janeiro) e Thiago Cabral (Sergipe), e enfocou a Convenção Coletiva de Trabalho, considerada não apenas um instrumento de definição de pisos salariais, mas também um elemento essencial para o fortalecimento das categorias econômicas. O grupo também salientou a importância da legitimidade das instituições que repre-sentam o setor terciário. Temas controver-sos, como o questionamento sobre a inge-rência da Justiça nas decisões trabalhistas relacionadas às convenções coletivas e questões de ordem prática, como o fun-cionamento do comércio aos domingos e feriados, também foram abordados.

Já nas reuniões executivas, que conta-ram com a participação de 46 executivos e 26 representantes sindicais, os Sindi-lojas de algumas cidades apresentaram cases de sucesso que fizeram a diferença em seus respectivos Sindicatos, mostran-do como foram capazes de mudar a visão da entidade perante a coletividade. Como exemplo, citaram pequenas mudanças, inclusive de cunho ecologicamente cor-reto, que transformaram as entidades para melhor.

O Sindilojas de Gravataí recebeu o Prêmio Amigos do Planeta com ações simples, como troca de toalhas de papel pelas individuais de tecido e reciclagem

de óleo de cozinha, entre outras. Outro sindicato premiado foi o Sindilojas-For-taleza, que recebeu o troféu Lair Monte-negro pela apresentação do case Relacio-namento: a base do sucesso sindical. Na entidade, há reuniões periódicas para dis-cutir problemas e gerar soluções para as questões relacionadas ao empresariado. “Se um cliente liga com alguma sugestão ou reclamação, as providências são toma-das imediatamente, garantindo a satisfa-ção com o trabalho do sindicato”, afirma a gerente executiva, Tânia Damasceno.

A comissão técnica formada por Zildo Costa (Sul), Cid Alves (Nordeste), Ruy Nazarian (Sudeste), Jorge Colares (Norte) e Roberto Peron (Centro-Oeste) foi res-ponsável por apresentar as propostas do 26° Encontro Nacional, que foram con-solidadas na chamada Carta de Aracaju. O documento foi distribuído pela Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, via internet, a todos os congressistas.

O 26º Encontro Nacional dos Sindica-tos Patronais do Comércio foi encerrado com a sessão Pinga-Fogo, momento em que os participantes, coordenados pelo sindicalista Ricardo Klein, do Rio Grande do Sul, puderam dar suas últimas opini-ões e sugestões para o setor terciário. O Pinga-Fogo foi utilizado, ainda, por re-presentantes dos Estados de Minas Gerais e Paraná, que pleiteiam sediar o 28° En-contro Nacional, em 2012. A próxima edi-ção, em 2011, será realizada em Cuiabá, Mato Grosso.

43CNC NotíciasMaio 2010 n°123 43

EM FOCO

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Com o objetivo de reunir as Federa-ções do Comércio em torno dos te-mas afetos ao Poder Legislativo, a

CNC, por meio de sua Assessoria Legislati-va, promoveu, em 27 de abril, a 4ª Reunião Geral Ordinária da Rede Nacional de As-sessorias Legislativas (RENALEGIS), em Brasília. Assessores e representantes de Fe-derações regionais e nacionais do Sistema debateram assuntos legislativos de interesse do comércio de bens, serviços e turismo.

Na análise da PEC 231, que trata da redução da jornada de trabalho e do au-mento do valor da hora extra, Paschoal Innecchi, coordenador de Relações Legis-lativas e Governamentais da Fecomércio de São Paulo, informou que foi realizado, naquele Estado, um importante trabalho junto aos prefeitos alertando para os riscos que o setor público correria com a aprova-ção da medida e seus impactos na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Com a redução da jornada, haverá o aumento de custo com mão de obra ter-ceirizada, utilizada, principalmente, por prefeituras em atividades essenciais, como hospitais, segurança e outros, ultrapassando o teto determinado pela Lei de Responsabi-lidade Fiscal. A representante da Fecomér-cio-RJ, Laura Suarez, disse que no Rio de Janeiro foi realizado trabalho semelhante para alertar as prefeituras, sem falar dos condomínios residenciais, que já trabalham no limite da hora extra semanal.

Outro importante tema abordado foi o PL 5.080/09, que dispõe sobre a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública e que, apensado ao Projeto de Lei nº 2.412, de 2007, passou a tramitar em regime de prio-

ridade. O Sistema Comércio está em alerta sobre a proposta do Executivo, que prevê a realização de investigação patrimonial do de-vedor e, para tanto, a criação de um Sistema Nacional de Informações Patrimoniais dos Contribuintes junto à Receita Federal, conten-do dados sobre o patrimônio do devedor, além dos rendimentos, endereços e outros.

Uma vez recebida a notificação, caberá ao devedor, em 60 dias, fazer o pagamento ou parcelamento e a prestação de garantias. Além disso, a denominada “penhora on--line” passaria a ser efetivada diretamente pela Fazenda Pública independentemente de ordem judicial. O empresariado conside-ra que o Projeto fere os direitos e garantias constitucionais do cidadão.

A reunião foi prestigiada na hora do almoço com a presença dos deputados fe-derais Dr. Marco Aurélio Ubiali (PSB-SP), presidente da Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), da Câmara dos Deputados, Wal-ter Ihoshi (DEM-SP), Guilherme Cam-pos (DEM-SP) e Afonso Hamm (PP-RS), membro da Comissão de Turismo e Des-porto (CTD). Ubiali sugeriu a realização de quatro seminários regionais com parla-mentares e tendo o apoio das confederações patronais. O objetivo é levantar tópicos a serem posteriormente discutidos dentro do plenário da Câmara, em prol do desenvolvi-mento dos setores e do País.

A 4ª Reunião Ordinária da Renalegis também foi marcada pela integração entre os assessores das Federações e da CNC, que demonstraram forte consciência de suas responsabilidades em subsidiar os seus presidentes nas decisões a serem tomadas.

Renalegis debate temas de interesse do comércio

Assessores da CNC e das

Federações analisam temas

prioritários

CNC NotíciasMaio 2010 n°1234444

INSTITUCIONAL

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Após tomar conhecimento de da-dos e estatísticas do Programa Senac de Gratuidade (PSG) e do

Plano de Comprometimento e Gratuida-de do SESC (PCG), a deputada Manue-la D’Avila (PCdoB-RS) informou que apresentará requerimento à Comissão Especial da Câmara dos Deputados para retirar de pauta o PL 4.529/2004, que institui o Estatuto da Juventude, sob sua relatoria e ao qual já havia apresentado parecer favorável. O Projeto, dentre ou-tras providências, estabelecia a obrigato-riedade da “oferta de, pelo menos, 50% das vagas dos cursos oferecidos pelos serviços nacionais de aprendizagem e pelos serviços sociais para o atendimen-to gratuito de jovens não-aprendizes com dificuldades econômicas”.

A deputada Manuela D’Avila irá mo-dificar o Projeto de Lei usando os núme-ros do PSG e do PCG como argumento e justificativa do requerimento. “A depu-

tada defendia o Projeto na sua

redação original porque tinha informações diferentes, e agora constatou que o Senac e o SESC estão cumprindo o Programa de Gratuidade firmado com o MEC”, explica o vice-presidente Financeiro e de Relações Institucionais da CNC, Luiz Gil Siuffo, com quem a deputada esteve reunida na sede da CNC, em Brasília.

O Projeto de Lei, que dispõe sobre a criação do Estatuto da Juventude e visa regular os direitos assegurados às pessoas com idade entre 19 e 29 anos, tramitava em regime de competência terminativa e seria apreciado na Comissão Especial no dia 5 de maio. Caso fosse aprovado na Co-missão Especial, o Projeto seguiria direto para apreciação do Senado Federal, sem passar pelo Plenário da Câmara. A expec-tativa é de que a relatora, deputada Manue-la D’Avila, retire do texto a parte que trata da oferta de 50% das vagas, uma vez que a atuação do Senac e do SESC, nesse parti-cular, é exemplar e poderia ser prejudicada se o texto fosse mantido.

Sistema Comércio cumpre o acordo

Segundo dados do Plano de Compro-metimento e Gratuidade do SESC, foram realizados, em 2009, 126 mil atendimen-tos, em todo o Brasil. Já os dados da exe-cução do Programa Senac de Gratuidade indicam que, em 2009, foram distribuídas por todo o País 128 mil matrículas em cur-sos diversificados, como gestão de negó-cios, hotelaria, hospedagem e lazer.

Dos alunos beneficiados pelo Sistema Comércio, 45% estão na faixa de 14 a 17 anos, e 35% têm entre 18 e 24 anos. Além disso, a maioria, 69%, estudou ou estuda em escola pública.

SESC e Senac inspiram ajustes em projeto de leiRelatora deverá rever parecer sobre PL que envolve o Sistema S, ao tratar do percentual de vagas para jovens com dificuldades econômicas

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INSTITUCIONAL

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revista Exame, em reportagem especial da edição de março de 2010.

O ministério do Trabalho e Empre-go (MTE) define qualificação profis-sional como fator essencial na contri-buição para a obtenção de emprego e trabalho e em processos de geração de oportunidade de trabalho e renda, in-clusão social, redução da pobreza, com-bate à discriminação e diminuição da vulnerabilidade das populações.

Nesse sentido, o Governo brasileiro promoveu a expansão do ensino universi-tário nos últimos anos, mas o nível técnico evoluiu pouco. E o setor privado, segundo a Exame, “está novamente tendo de resol-ver o problema à sua maneira”. Segundo a reportagem, dados do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística mostram que ao menos 20% das pessoas com al-gum tipo de formação técnica saem dos cursos do Sistema S.

No Sistema Comércio, o Senac tem contribuído para a qualificação dos tra-balhadores, sobretudo os que enfrentam maior dificuldade de inclusão no mercado: jovens e pessoas com deficiência.

Senac qualifica jovens aprendizes

O Senac, por meio do programa Apren-dizagem Comercial, criado em 1946 para atender aprendizes encaminhados pelas empresas do setor do comércio de bens, serviços e turismo, já qualificou, gratuita-mente, mais de 440 mil jovens.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre o mercado de trabalho identificou

que a oferta de mão de obra no Brasil em 2010 deve superar a demanda em mais de 650 mil pessoas. Esse número, no entanto, esconde realidades regionais relacionadas à falta de pessoal qualificado em diversos setores. Muitas vagas estão deixando de ser preenchidas em todo o País por falta de qualificação. E os empresários garantem: há vagas sobrando; o que falta é profissio-nal qualificado. O próprio Ipea constatou,

no mesmo estudo, que 22% dos trabalhadores disponíveis no mercado não possuem qualifica-ção segundo os níveis considerados necessá-rios pela demanda, uma vez que, de 24,8 milhões disponíveis, há 19,3 mi-lhões qualificados.

Embora a discussão sobre a necessidade de

formar profissionais com nível su-perior seja antiga no Brasil, a ca-rência de mão de obra é maior por profissionais de nível médio. “A falta de técnicos para sustentar a expansão da economia lança as empresas numa gincana para contratar e formar profissio-nais. Só neste ano, será preci-so treinar 1,3 milhão a mais do que em 2009”, afirma a

Empresários reclamam de perda de qualidade, produtividade e, consequentemente, aumento de custos.

Sistema S colabora formando 20% dos técnicos no País.

A corrida pela qualificação da mão de obra

CNC NotíciasMaio 2010 n°1234646

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

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Em linha com as mais recentes leis e decretos fede-rais, o Programa oferece uma ampla grade de cursos gratuitos a jovens entre 14 anos e 24 anos que são encaminhados pelas em-presas do setor. São cursos de todas as mo-dalidades, desde a Formação Inicial e Con-tinuada de Trabalhadores, como vendedor, Educação Profissional Técnica de Nível Médio, como técnico em transações imo-biliárias, até a Educação Superior, como a pós-graduação em marketing.

O atendimento a jovens em programas de educação profissional do Senac con-templa tanto os aprendizes encaminha-dos pelas empresas quanto os candidatos a emprego no comércio de bens, serviços e turismo. Atualmente, a capacitação pro-fissional, carro-chefe das ações desenvol-vidas pelo Sistema, representa quase 90% das suas programações educacionais, que incluem cursos técnicos em marketing, ad-ministração de comércio exterior e vendas.

Profissionais com necessidades especiais

Em relação à contratação de pessoas com necessidades especiais, os principais fatores, segundo as empresas, são relativos à falta de experiência e escolarização dos candidatos.

Segundo Janilton Lima, da Divisão Jurídica da CNC, que representa a entida-de no Conselho Nacional de Deficientes (CONAD), ligado à Secretaria Especial de Direitos Humanos, a pouca qualificação se deve a dificuldades encontradas por essas

pessoas desde a infância, a começar por acesso ao

transporte, falta de escolas espe-cializadas, desde o ensino básico, falta de livros em braile e de pro-fessores capacitados para o ensi-no especial, além do despreparo de algumas instituições especializadas.

Mais uma vez o Sistema Comércio co-labora para a capacitação do cidadão que procura inserir-se no mercado profissional – desta vez, com o programa Deficiência e Competência, em que o Senac ampliou seu trabalho e aprimorou a programação para atender essa importante parcela da popu-lação brasileira. Desde 2002, a Instituição desenvolve o programa nacional, voltado para a inclusão de pessoas com deficiên-cias por meio da educação profissional. Com isso, promove para elas melhoria na qualidade de vida.

O Programa foi baseado em dados do Censo de 2002, que apontou no Brasil a existência de cerca de 24,5 milhões de pes-soas portadoras de deficiência. Além disso, de acordo com a legislação federal, empre-sas com mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a 5% de suas vagas para pessoas portadoras de deficiência.

Para os deficien-tes físicos, são ofe-recidos cursos de auxiliar administrati-vo, viagem, recursos humanos, ajudante de cozinha, frentista e outros.

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QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

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O Governo adotou uma iniciativa providencial ao fomentar a ex-pansão do crédito para tirar o

País da recessão e dar início ao processo de recuperação. É impressionante cons-tatar como o crédito substitui a poupan-ça, basicamente no curto prazo.

A taxa de poupança no Brasil está situa-da em 16,5% do PIB, muito abaixo do ideal de 25% que seriam necessários para finan-ciar um montante de investimentos capaz de dar sustentabilidade a um ciclo de cres-cimento de 5% ou 6% ao ano. Uma saída óbvia seria recorrer à poupança externa, o que vem acontecendo parcialmente. Mas há sérios inconvenientes.

A ideia de promover a expansão do crédito, no momento em que os ban-cos privados estavam retraídos, levou o Governo a optar pelos bancos oficiais – BNDES, Banco do Brasil e Caixa Eco-nômica. O resultado, até o momento, tem sido espetacular. A indústria de transfor-mação, especialmente a automobilística

e a de bens de consumo duráveis, a de materiais de construção, cimento, me-talúrgica, etc., estão atravessando uma fase promissora, inclusive realizando investimentos que asseguram a elevação da capacidade industrial instalada.

É evidente que houve um certo exa-gero nessa expansão e, possivelmente, aí está a primeira explicação para a es-calada da inflação no início de 2010. A continuidade da inflação poderá com-prometer os resultados positivos da re-cuperação econômica, um problema que ganha maior dimensão em um ano eleitoral, em que a máquina do Governo está mobilizada para gastar e não perce-be os riscos que representa destampar o caldeirão da inflação.

A inflação representa o maior obstá-culo para a continuidade do ciclo de ex-pansão econômica, principalmente em face dos desacertos da política cambial, que está produzindo um impressionante estrago nas contas externas do País.

Inflação e

crédito

CNC NotíciasMaio 2010 n°1234848

ARTIGO

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Ernane GalvêasConsultor econômico da CNC

A economia nacional estagnou em 2009, pressionada pela recessão mun-dial, mas logo se refez do susto e, pos-sivelmente, vai atingir um crescimento econômico superior a 5%, neste ano de 2010. Isso não significa que seja esse um crescimento sustentável, até mes-mo porque falta o ingrediente princi-pal da sustentabilidade, ou seja, uma alta taxa de investimentos, indispensá-vel para aumentar consistentemente a capacidade industrial.

Um crescimento do PIB nacional en-tre 5% e 6% requer, necessariamente, uma taxa de investimentos da ordem de 25%, o que não acontece, no momento em que a expansão dos ativos fixos não vai além de 16%. É evidente que uma forte expansão do consumo, na con-juntura atual, sem uma correspondente expansão dos investimentos, vai resul-tar em um recrudescimento da inflação, com todos os males que a acompanham.

Por outro lado, há que se considerar dois importantes pontos de estrangula-mento, que também já se fazem visíveis: a falta de mão de obra especializada, que equivale a uma situação de pleno emprego, e a deficiência na infraestru-tura, que funciona como um freio na expansão econômica.

Esses problemas não são fáceis de ser resolvidos, principalmente porque vão requerer uma reversão na política fiscal, atualmente orientada no sentido de priori-zar o consumo e a transferência de recur-sos para as famílias de baixa renda.

O próximo Governo, a partir de 2011, vai ter de lidar com uma perigo-sa herança de desequilíbrios – mone-tário, fiscal e de balanço de pagamen-tos. E se não houver uma mudança de rumo, capaz de dar sustentação aos in-vestimentos básicos, certamente haverá uma desaceleração na atual escalada do crescimento econômico.

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ARTIGO

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da entidade, Maron Emile Abi-Abib, que apresentou um balanço das ações do DN no ano passado. Um dos destaques foi o Curso de Formação Continuada de Pro-fessores do Ensino Médio, promovido em parceria com o Ministério da Educação, que atendeu 1.300 professores e gestores de 345 escolas do País.

Maron também abordou outras ações do SESC, como o Programa Mesa Brasil SESC, que manteve a trajetória de pro-gresso: a iniciativa cresceu 25% em 2009, na comparação com 2008, atingindo mais de 36 milhões de quilos de alimentos dis-tribuídos. Já o OdontoSESC, a partir da confecção de mais duas novas unidades móveis a serem operacionalizadas em São Paulo, alcançará a marca de 52 unidades móveis em funciona-mento, que se somam às mais de 190 clíni-cas odontológicas do SESC no País.

Conselheiros do SESC e do Senac de todo o País estiveram, em 16 de abril, nos Departamentos Nacio-

nais (DNs) das entidades, no Rio de Janei-ro, para as primeiras reuniões do ano. Na pauta, a prestação de contas de 2009, entre outros assuntos. O presidente da CNC e dos Conselhos Nacionais do SESC e do Se-nac, Antonio Oliveira Santos, participou de ambos os encontros.

Em relação ao SESC, Oliveira San-tos adiantou uma importante iniciativa: o novo prédio que será construído na Estân-cia Ecológica SESC Pantanal, destinado a atividades na área de saúde, no Estado de Mato Grosso. “Serão oferecidas no local ações com caráter pedagógico e educati-vo. Nosso objetivo é ensinar as pessoas a como viver bem e ter um envelhecimento saudável”, explicou. A unidade deve entrar em funcionamento ano que vem.

A reunião do SESC foi aberta pelo diretor-geral do Departamento Nacional

Uma saudável prestação de contas, com os olhos para o futuro. Assim podem ser sintetizadas as reuniões que o

SESC e o Senac realizaram em abril, no Rio de Janeiro.

SESC e Senac reúnem conselheiros

À direita, Maron Emile Abi-Abib,

do SESC: “O foco principal de nossa

atenção deve ser voltado para

oferecer benefícios às comunidades

atendidas e à sociedade

como um todo”.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC, e Sidney Cunha, diretor-geral do Senac: sintonia e resultados

Senac apresenta resultados e aponta novos objetivos

A reunião do Conselho Nacional do Senac foi a segunda do dia 16 de abril, no condomínio SESC-Senac, na Barra da Ti-juca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Os trabalhos foram conduzidos pelo diretor-geral da entidade, Sidney Cunha, com participação do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.

Sidney apresentou os resultados do pri-meiro ano de implementação do Programa Senac de Gratuidade (PSG), fruto de um acordo com o Governo Federal para ofe-recer cursos de educação profissional sem custo para alunos de baixa renda. “É um brasil novo que surgiu aqui”, disse Oliveira Santos em relação aos resultados da inicia-tiva. “O Senac pratica gratuidade desde que nasceu. E ao longo de nossa história nos tornamos cada vez mais parceiros das polí-ticas públicas de governo”, afirmou Cunha.

Entre as informações apresentadas, es-tiveram os números preliminares das ma-trículas realizadas no Programa de Gratui-dade em 2009. Foram aproximadamente 128.741 mil matrículas, sendo 70.852 con-cluídas e 57.889 em processo de conclusão, no caso de alunos que ainda estão termina-do os cursos, dada a grande carga horária.

Em uma análise por região, o Sudeste foi o que mais se destacou, com o total de 56.929 mil matrículas.

Também foram apresentados os resul-tados de um levantamento realizado pelo Senac para identificar o perfil do aluno de PSG em todo o País. Conforme a sonda-gem preliminar, a maioria dos alunos do PSG é jovem: 45,1% estão na faixa de 14 a 17 anos, e 35,4%, na faixa etá-ria que vai de 18 a 24 anos; 60,4% são mulheres, e os solteiros são 79,9% dos alunos do programa.

A pesquisa revelou também que a maioria estuda ou estudou em escola pú-blica e que 69,3% cursam ou cursaram o Ensino Médio. Outro dado interessante: 69,1% não trabalham. Uns porque estudam (37,2%), e outros pela dificuldade de obter emprego (27,6%). Entre os 30,9% que têm emprego, 51,4% possuem carteira assi-nada. “Nosso desafio, daqui em diante, é ter um equilíbrio maior na distribuição das matrículas, além de oferecer mais cursos técnicos”, analisou Sidney Cunha. Os dados finais constarão no Relató-rio do Programa Senac de Gratuidade e Outras Ações Sociais, com previsão de lançamento em junho.

Tanto a reunião do Senac quanto a do SESC foram acompanhadas por represen-tantes dos Ministérios do Trabalho e Em-prego e da Educação e do Instituto Nacio-nal do Seguro Social (INSS).

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SISTEMA COMÉRCIO

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estratégias de negociação com aquele povo (noções de tempo, ritmo, interrupções, for-malidade, datas e feriados) e costumes, en-tre outros, também foram abordados.

“Atualmente o mercado brasileiro oferece potencialidade para o investi-dor árabe, já que o país apresenta gran-des oportunidades de negócio. A política econômica brasileira vem surpreendendo cada vez mais o mundo, o que fez com que nos tornássemos, em alguns anos, um lugar seguro para investimentos”, explica Rodrigo Solano. As relações comerciais brasileiras com os países árabes vêm au-mentando consideravelmente nos últimos anos, e atualmente são responsáveis por 11,68% das exportações brasileiras no mundo. O comércio bilateral entre o Bra-sil e toda a comunidade árabe é importante no novo contexto global em que os inter-locutores da economia estão direcionando investimentos para locais com melhores projeções de crescimento.

A Liga Árabe é composta de 22 países membros que têm em comum o idioma oficial nacional, o árabe. As nações são Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Kuwait, Omã, Argélia, Bahrein, Djibuti, Egito, Ilhas Comores, Iraque, Jordânia, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Síria, Somália, Tunísia, Pales-tina e Sudão. Juntos, esses países possuem mais de 15 mil brasileiros residentes

Com um mercado de 320 milhões de consumidores e investimentos em vários setores, a comunidade árabe é um ambien-te bastante favorável para negócios. Os investimentos maciços no turismo atraem turistas do mundo todo, proporcionando alternativas de renda à população e faci-litando a abertura de vários negócios. Um atrativo de investimento nos países árabes tem sido a abertura de franquias interna-cionais, devido à baixa carga tributária e ao grande número de investidores.

Com o objetivo de estreitar as re-lações comerciais entre Brasil e Arábia Saudita, a Federação do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco realizou, no dia 12 de maio, a palestra Comércio Exterior com o Mundo Árabe. As negociações entre os dois países são bem intensas. No primeiro trimestre de 2010, a receita das exportações brasileiras para os árabes foi de US$ 2,29 bilhões, segundo dados da Câmara de Co-mércio Árabe-Brasileira (CCAB). Quando comparado com o período de 2009, houve aumento expressivo das vendas de papel, produtos químicos inorgânicos e ouro.

A palestra, que aconteceu no Salão de Eventos do Senac, foi direcionada a em-presários locais, executivos da área de ex-portação, alunos de comércio exterior e à a Diretoria do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-PE. A palestra foi ministrada pelo secretário executivo da CCAB, Elias Hadi, e por Rodrigo Solano, gerente de Desenvol-vimento de Mercados Árabes da CCAB.

O evento mostrou as características econômicas dos países árabes e informa-ções comerciais e culturais para servir como subsídios determinantes para a for-mação de estratégias empresariais para o acesso a esse mercado promissor. Além disso, temas como a importância econô-mica dos árabes, a influência da religião,

Pernambuco estreita relação com o mundo árabe

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SISTEMA COMÉRCIO

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do Sistema Fecomércio-SESC-Senac do Distrito Federal, Adelmir Santana. “Para se construir o desenvolvimento, é preciso coragem, competência e dedicação”, frisou o diretor regional do SESC-ES, Gutman Uchôa de Mendonça. José Lino Sepulcri, presidente do Sistema Fecomércio-SESC- -Senac do Espírito Santo, anunciou que a unidade em São Mateus contará, em breve, com anfiteatro e centro poliesportivo, além de 120 novos apartamentos.

Também participaram da cerimônia o prefeito de São Mateus, Amadeu Boroto; o diretor-geral do Departamento Nacional do SESC, Maron Emile Abi Abib; o dire-tor-geral do Departamento Nacional do Senac, Sidney Cunha; a diretora da Escola SESC de Ensino Médio, Claudia Fadel; a gerente de cultura do SESC-ES, Beatriz de Oliveira Santos; e o diretor regional do Senac-ES, Dionisio Cortelleti. Muitos presidentes de federações de comércio de todo o País prestigiaram o evento: Bruno Breithaupt (SC), Wilton Malta (AL), Hugo de Carvalho (TO), José Roberto Tadros (AM), Leandro Domingos Teixeira Pinto (AC), além de representantes de outras fe-derações e unidades do SESC e do Senac.

Uma das cidades mais antigas do Brasil, no norte do Espírito Santo, acaba de ganhar uma unidade do

SESC. O Município de São Mateus, que fica a 220km da capital Vitória, recebeu autorida-des e representantes do Sistema Comércio na noite de 14 de maio, quando foi inaugurado o Centro de Atividades SESC São Mateus e a Escola para a Vida Mesquita Neto.

A unidade conta com mais de 69 mil metros quadrados, salão de exposição, au-ditório para até 600 pessoas, três consultó-rios odontológicos, parque aquático e uma escola que já funciona desde 2009. A Esco-la para a Vida Mesquita Neto, cujo nome é uma homenagem a um grande empreende-dor mateense, atende a cerca de 500 alu-nos. Assim como a maioria das unidades do SESC no Espírito Santo, a arquitetura da nova unidade tem inspiração moura, de origem espanhola.

“Na filosofia do SESC, a educação é a solução para os problemas de qualquer país. No Brasil, a entidade possui cerca de 75 mil alunos, que estão recebendo no-ções de ética, respeito e generosidade no ensino fundamental. A unidade em São Mateus nos aproxima do número mágico de 250 escolas dedicadas à educação no País”, afirmou o presidente do Sistema CNC-SESC-Senac, Antonio Oliveira San-tos, sem deixar de lembrar que o Senac for-ma aproximadamente 2 milhões de alunos por ano. “Temos que formar jovens prepa-rados para o futuro, e, neste sentido, o Sesc realiza um trabalho de alcance nacional”, enfatizou Antonio Airton Oliveira Dias, vice-presidente Administrativo da CNC.

“Receber um equipamento como essa unidade SESC faz do Município um ator com papel importante na área econômica e social”, declarou o governador Paulo Har-tung. “A obra demonstra a capilaridade e o compromisso dos empresários do comér-cio com a educação e a qualificação pro-fissional”, enfatizou o senador e presidente

SESC-ES inaugura unidade em São Mateus

SESC São Matheus: a nova unidade do SESC tem 69 mil metros quadrados de área

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SISTEMA COMÉRCIO

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A Federação do Comércio do Estado do Ceará implementou, em abril, uma ferra-menta para acompanhar os Projetos de Lei estaduais e municipais de interesse do co-mércio. Trata-se do Sistema de Informação Parlamentar (SIP), desenvolvido pela As-sessoria Junto ao Poder Legislativo (APEL), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O cadastramento inicial dos Projetos de Lei será feito com o apoio da equi-pe da Apel. O processo permitirá tanto o armazenamento de informações legislati-vas quanto o seu acompanhamento, dan-

No dia 11 de maio, a Fecomércio-AP realizou o Seminário de Integração dos Sindicatos filiados à Federação, para pro-mover a união entre as entidades que fa-zem parte do Sistema Comércio do Estado do Amapá. Estiveram reunidos diretores, dirigentes sindicais, técnicos e direto-res do SESC e do Senac, com o objetivo de dar conhecimento da atuação do Sis-tema para os novos dirigentes eleitos e promover mais um momento de relacio-namento para os que compõem o Sistema do Amapá.

O presidente, La-dislao Pedroso Mon-te, falou da impor-tância e abrangência do Sistema Comér-

do à Fecomércio-CE maior autonomia na sua atuação.

“A ferramenta é uma grande conquista, pois somos pioneiros no acompanhamen-to desses projetos legislativos. Estaremos acompanhando em tempo real todos os Pro-jetos de interesse do comércio e, com isso, teremos uma participação mais atuante dos nossos Sindicatos, resultando em melhorias para o comércio. A Fecomércio-CE, agora, está preparada para participar ativamente da vida legislativa de nosso Estado e dos Mu-nicípios”, explica a assessora institucional da entidade, Cláudia Brilhante.

cio no Amapá e no País: “O encontro foi importante para que pudéssemos esclare-cer aos novos membros das diretorias das entidades o funcionamento do Sistema por meio da atuação da Federação, do SESC, do Senac e dos próprios Sindicatos”, de-clarou. A equipe executiva da Federação e as diretorias do SESC e do Senac mostra-ram a atuação e os projetos desenvolvidos pelas instituições.

Fecomércio-AP promove encontro de sindicatos

Fecomércio-CE adota Sistema de Informação Parlamentar

Representantes do SESC e do Senac

do Amapá, durante encontro de sindicatos:

integração e troca de experiências na pauta

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Twitter, Facebook, Orkut e ou-tras redes sociais foram pauta da Rede de Teleconferência SESC-

Senac sobre Mídias Sociais, que aconte-ceu no dia 20 de abril, na sede do SESC e do Senac Nacionais, na Barra, e transmi-tida via satélite para mais de 400 pontos em todo o Brasil. Para esquentar o deba-te sobre o tema, que está cada vez mais em discussão, foram convidados Gusta-vo Gindre – mestre em Comunicação e Cultura, membro do coletivo Intervozes e conselheiro do Comitê Gestor da Inter-net – e Vitor Guerra – publicitário, dire-tor de Planejamento em Mídias Sociais da Agência Ideia S/A.

Segundo pesquisa do IBGE, 56 mi-lhões de brasileiros acessaram a internet em 2009, o que equivale a 35% da popu-lação do País. Para Vitor Guerra, esse número só tende a aumentar, pois os usuá-rios têm necessidade de produzir conteú-do colaborativo, de falar e ser ouvidos: “A forma mais fácil e rápida, hoje, é por meio das mídias sociais, ferramentas que potencializam a cultura em rede”.

De acordo com Gustavo Gindre, a in-ternet, ao contrário do que muitos pen-savam, aproximou as pessoas de diferen-tes classes, sociedades, personalidades e regiões. Através das mídias, os usuários definem perfis, fazem contatos e direcio-nam o foco para o que lhes for mais in-teressante e necessário: “O contexto de cada uma delas quem cria é o usuário. A maioria das mídias sociais tem o papel de manter relações, mas no caso do Twitter, por exemplo, o propósito é outro”, disse.

Vitor Guerra afirmou que, para que uma instituição tenha um bom desem-penho em uma mídia social, é preciso, em primeiro lugar, que ela encontre seu público. O segundo passo é entender a relação dos estudantes com as redes e buscar o melhor de cada ferramenta para levar ao ambiente escolar. “Os alunos podem gerar muito conteúdo colaborati-vo, principalmente em blogs e enciclo-pédias livres. Em cima disso, os educa-dores aproveitam o gancho, utilizam um tema discutido em sala para gerar um debate on-line”.

Ainda nessa linha, Gustavo declara que é necessário, nos dias de hoje, fle-xibilizar as formas de aprendizagem dentro das salas de aula: “Quanto mais colaborativo, compreensivo e menos decorado for, o aluno fica mais estimu-lado a produzir seu próprio conteúdo e compartilhar com o mundo virtual”. Já os professores precisam se atualizar quanto à linguagem digital: “A língua é viva, dinâmica e não vai ficar parada”, informa Gustavo.

Diversos regionais do SESC e do Se-nac em todo o Brasil estão presentes em mídias sociais como o Twitter, o Face-book e o Youtube.

Mídias Sociais é tema da Teleconferência SESC-Senac

Gustavo Gindre e Vitor Guerra debatem o futuro da comunicação no Brasil com o surgimento dessas novas tecnologias.

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SISTEMA COMÉRCIO

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O Centro de Atividades SESC Gama foi oficialmente inaugu- rado no dia 20 de abril. A

nova unidade fica na cidade que lhe dá nome, no Setor Industrial Leste do Distrito Federal. O empreendimento, com mais de 10 mil metros de área cons-truída, abrigará todo o portfolio de ser-viços e ações que o SESC-DF oferece à sua clientela.

Durante aproximadamente dois anos, mais de 200 operários trabalharam para erguer o Centro de Atividades, cuja ca-pacidade de atendimento por dia é de quatro mil pessoas.

A inauguração do novo SESC Gama marca a conclusão do programa de gestão 2002-2010. Nesses oito anos de administração, priorizaram-se a modernização e a ampliação dos aten-dimentos e serviços. “Em 2002 tínha-mos mais de 17 mil metros quadrados de área construída em todo o DF. Hoje, são mais de 70 mil. É um grande motivo de orgulho”, afirmou o presidente

do Sistema Fecomércio-SESC-Senac, se-nador Adelmir Santana.

O projeto arquitetônico do empre-endimento foi especialmente plane-jado para atender à clientela em suas principais necessidades. O teatro, por exemplo, moderno e tecnológico, tem capacidade para 400 pessoas e é o úni-co na região. “O antigo SESC Gama, há 12 anos, atendia especialmente nas áreas de saúde e educação. Hoje, com essa nova unidade, poderemos ofere-cer muito mais, como cultura, esporte, lazer, alimentação, turismo e ação social”, enfatizou Santana.

Com a nova unidade, o SESC-DF pre-tende dar mais projeção à cidade e se tornar um centro de referência local. O deputado distrital, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e morador do Gama, Wilsom Lima, comemorou a inauguração e agradeceu ao SESC pelo empreendimen-to. “Tenho certeza de que o trabalho reali-zado aqui será prestado com maestria aos cidadãos do Gama”, disse.

Gama recebe nova unidade do SESC

Projeto arquitetônico do empreendimento foi especialmente planejado para atender à clientela em suas principais necessidades. Capacidade de

atendimento diário é de quato mil pessoas.

Ao centro, o senador Adelmir Santana conduz

a inauguração do SESC Gama,

cercado por diretores e

conselheiros da entidade

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SISTEMA COMÉRCIO

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Cerca de 1,1 mil alunos/dia circularão pela nova unidade do Senac em Imperatriz, no Maranhão

A unidade conta com uma biblioteca especializada, com vasto acervo de livros, DVDs, CD-ROMS, periódicos e acesso à internet. Os ambientes pedagógicos estão estruturados em salas de idiomas, auditó-rio reversível, cozinha didática, laborató-rio de imagem pessoal, laboratório de es-tética reversível para laboratório de saúde e laboratórios de informática, totalizan-do 12 salas equipadas com mobiliários e equipamentos modernos. O diretor regio-nal do Senac, José Ahirton Batista Lopes, e a gerente do Centro, Lavina Amorim, conduziram o grupo a uma visita pelas instalações do prédio.

A solenidade de inauguração contou com a presença do secretário para a região Sul do Maranhão, Adhemar Freitas; do pre-sidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Imperatriz, Francisco Almeida; do juiz federal Marcelo Lobão, representan do o Conselho Nacional de Justiça; do diretor da

Associação Comercial de Imperatriz, Ricar-do Zenkner; do vice-presidente da Fiema, Francisco Sales; dos presidentes dos Sindi-catos filiados à Fede-ração do Comércio do Estado do Maranhão; de membros do Con-selho Regional do Senac no Maranhão e demais convidados.

O Senac do Maranhão reinaugurou, no dia 7 de abril, o Centro de For-mação Profissional de Imperatriz,

município localizado a pouco mais de 600 quilômetros da capital, São Luís. A unida-de, construída em 1981, foi completamen-te reformada e, ampliada, passou a contar com novos eixos de atendimento, como Saúde, Idiomas e Hospitalidade e Lazer. Cerca de 1,1 mil alunos circularão pelo lo-cal diariamente, nos três turnos de aulas.

“Com este novo Centro, Imperatriz ga-nha uma unidade de ensino capaz de de-senvolver cursos e treinamentos em todas as áreas de atuação do Senac, com novas tecnologias que oferecerão inúmeras opor-tunidades a toda a população da cidade. É uma nova etapa para todos aqueles que veem no trabalho o caminho para o de-senvolvimento de uma nação”, afirmou o presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac, José Arteiro da Silva.

No Maranhão, nova unidade é ampliada e passa a ter capacidade para atender até 1,1 mil alunos por dia em todas as áreas de atuação da instituição

Senac inaugura novas instalações em Imperatriz

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SISTEMA COMÉRCIO

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O consultor da Presidência da CNC e relator da Assembleia Nacional Consti-tuinte que elaborou a atual Constituição

Federal brasileira, Bernardo Cabral, tomou posse em 10 de maio na Academia Inter-nacional de Di-reito e Economia.

A cerimônia aconteceu na Confedera-ção, no Rio de Janeiro. “Muito me honra fazer parte des-te grupo”, disse o ho-m e n a g e a -do em seu discurso.

A Assessoria Junto ao Poder Executi-vo (APEX), que atua na representação da CNC no Conselho Nacional de Imigração (CNIg) – órgão vinculado ao Ministério do Trabalho, realizou, na sede da Confedera-ção, em Brasília, a mesa-redonda Gênero, Trabalho e Migração: a relação com as políticas públicas. O evento, realizado no dia 13 de abril, estimulou a reflexão sobre a participação da população feminina no universo das políticas públicas e estabele-ceu estratégias e ações em ralação aos flu-

O presidente da CNC, Antonio Olivei-ra Santos, esteve presente à homenagem e repercutiu o histórico de Bernardo Ca-bral, sobretudo como deputado constituin-te. “Cabral é homem de respeitabilidade e passado. Para nós é uma alegria receber não só a Academia, como também to-dos os que aqui estão para prestigiar este encontro”, disse. Oliveira Santos desta-cou que a própria natureza da Academia carrega um conceito interessante para o setor terciário, já que agrega pensadores das áreas de Direito e de Economia, se-tores diretamente ligados ao comércio. O discurso de saudação ao mais novo aca-dêmico foi feito pelo ex-ministro da Fa-zenda e consultor econômico da CNC, Ernane Galvêas, que também é um aca-dêmico. Cabral sucedeu o acadêmico Benedicto Ferri de Barros na cadeira de número 7 da entidade e recebeu a meda-lha da Academia das mãos de sua esposa, Zuleide Cabral.

xos migratórios internacionais. O objetivo é orientar as entidades e órgãos brasileiros a contribuir para a proteção dos direitos humanos dos migrantes.

A mesa teve a presença da ministra-che-fe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e presidente do Conse-lho Nacional de Direitos da Mulher, Nilcéia Freire. À frente da SPM, a ministra coman-da um trabalho voltado para as questões que têm impacto direto na qualidade de vida das mulheres, como a Lei Maria da Penha, em vigor há três anos, que coíbe a violência do-méstica e familiar contra a mulher.

Participaram do evento os vice-presiden-tes Financeiro e Administrativo da CNC, Luiz Gil Siuffo e Antonio Airton Oliveira Dias; Paulo Sergio de Almeida, presidente do CNIG; Marjolaine Canto, representante da CNC no CNIg, além de representantes governamentais e empresariais.

Conselho de Imigração realiza debate na CNC

Bernardo Cabral na Academia

A ministra Nilcéa Freire no debate

sobre a participação femina nas políticas públicas, observada

por Marjolaine Canto, da Apex/CNC

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ACONTECEU

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O assessor da presidência da Fecomér-cio Minas, cerimonialista Ronan Ramos, tornou-se o novo membro da Academia Brasileira de Cerimonial e Protocolo (ABCP), passando a ocupar a cadeira de número 14, que tem como Patrono o Pre-sidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. A Solenidade de Posse, no dia 22 de abril (data em que se comemora também o Des-cobrimento do Brasil), foi realizada no Ins-tituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, em Brasília, lugar criado para pre-servar a memória da construção da cidade e que reúne fatos e curiosidades da vida de JK em acervo de publicações e fotos.

“Tomar posse hoje na Academia Brasi-leira de Cerimonial e Protocolo, tendo como patrono o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, é um momento inesquecível. Tenho fé em que essa irmandade terá em mim um dedicado discípulo”, disse Ronan.

O Ministro da Justiça, Luiz Paulo Bar-reto, acompanhado do secretário execu-tivo, Rafael Thomaz Favetti, comprovou a qualidade dos serviços oferecidos pela instituição durante almoço no restaurante- -escola do Senac no Ministério da Justiça. No almoço, realizado no dia 30 de março, o ministro foi recepcionado pelo presidente do Senac-DN, Sidney Cunha, e pela chefe da Assessoria Junto ao Poder Executivo (APEX) da CNC, Marjolaine Canto.

O Ministro ressaltou a importância de os servidores do Ministério contarem com serviços de excelência como os oferecidos pelo restaurante-escola do Senac, que traz o inovador conceito de empresa pedagógica e que, além de permitir ao aluno uma vivên-cia real do trabalho, é aberta ao público.

O espaço é resultado de um acordo firmado entre o Ministério da Justiça e o Senac, que prevê a operacionalização de espaços gastronômicos no local por meio de empresas pedagógicas.

Nos dias 26 a 29 de maio de 2010, o Gover-

no Federal, por meio do Ministé-rio do Turismo, promoverá a 5ª Edi-ção do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, no Anhembi, em São Paulo. O tema central do evento é a Segmenta-ção do Turismo e o Mercado, e o prin-cipal objetivo é apresentar o turismo

Novo membro da Academia de Cerimonial

Ministro elogia Restaurante Senac

5ª Edição do Salão do Turismo

brasileiro para quem quer viajar ou fechar bons negócios.

O público poderá, também, assistir a debates e palestras e ainda conhecer casos de sucesso, trabalhos científicos e projetos relacionados ao turismo.

Os interessados em participar poderão realizar a pré-inscrição gratuita no site do MTur ou durante o evento.

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ACONTECEU

AGENDA

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O Sistema Comércio sente, com pe-sar, a perda de uma grande lide-rança do setor. Francisco Teixei-

ra Linhares nasceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 28 de agosto de 1940. Com formação em Ciências Contá-beis, iniciou suas atividades profissionais no Pará, chegando em Rondônia na década de 70, quando passou a administrar o Gru-po Brascan de Mineração, em Porto Velho.

Com a queda significativa da importân-cia da mineração em Rondônia, o espírito empreendedor de Linhares conduziu-o ao setor sindical patronal, chegando à presi-dência do Sindicato dos Distribuidores de Bebida do Estado de Rondônia, a partir do qual seria presidente da Junta Governativa da Federação do Comércio de Bens, Ser-viços e Turismo do Estado de Rondônia (FECOMÉRCIO-RO), em 1999, e, pos-teriormente, eleito presidente da entidade no período 2000-2004. Em 2004 houve a sincronia dos mandatos, tendo sido re-conduzido para o período de 2004 a 2010. Recentemente, foi reeleito para o período 2010-2014.

Além de presidente dos Conselhos do SESC e do Senac, em decorrência de sua fun-ção na entidade superior, a Fecomércio-RO, Linhares também havia sido reeleito por duas vezes presidente do Conselho Deli-berativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresaa do Estado de Rondô-nia (SEBRAE-RO).

Sob sua direção, a Fecomércio-RO teve influência ativa no crescimento do Estado, participando de campanhas vito-riosas como a das Usinas do Madeira Já, da duplicação da BR-364, da recuperação

da BR-319. Linhares também foi respon-sável direto pela criação da Cooperativa de Crédito dos Empresários de Porto Ve-lho (CredEmpresas) e pela implantação do Instituto Fecomércio-RO de Pesquisas. Além disso, idealizou o novo edifício sede do Sistema Fecomércio-RO.

Também era diretor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e teve forte atuação como membro do Conselho Empresarial do De-senvolvimento da Amazônia Legal. Linha-res também era membro do Conselho de Desenvolvimento do Estado de Rondônia, do Conselho de Administração da Supe-rintendência da Zona Franca de Manaus e membro do Fórum de presidentes das Federações do Comércio da Amazônia Le-gal. Com sua morte, ocorrida em São Pau-lo, dia 8 de maio, sem dúvida o Estado de Rondônia e o Sistema Fecomércio-SESC-Senac-RO perdem um dirigente com imensa capacidade empreendedora e reco-nhecidamente um homem de determinação e benevolência. Deixa a esposa, Maria do Socorro do Nas-cimento Leite, e uma filha.

Comércio perde liderança em

Rondônia

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HOMENAGEM

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HIstÓrIa em ImaGem

Sem fôlegoO mercado global tomou um susto nas últimas semanas

e, desta vez, os americanos não são os culpados. Pelo menos não diretamente. O epicentro do abalo econômico agora está na Europa. Primeiro foi a Grécia, com seu deficit fiscal eleva-do e o temor de calote das suas dívidas. Pelos mesmos moti-vos, Portugal também começou a balançar, e o efeito dominó parece ter chegado à Espanha. Além de pertencerem à União Europeia e dos números ruins de suas economias, esses países têm, agora, mais uma coisa em comum: suas notas de crédito começaram a ser rebaixadas pelas agências de classificação de risco. Enquanto a UE e o FMI discutem o tamanho da ajuda, a Grécia – em situação mais delicada que os demais – come-ça a ter as ruas de sua capital, Atenas, ocupadas por multidões de cidadãos insatisfeitos com as medidas de austeridade impos-tas pelo governo. E o mundo novamente prende a respiração.

(NOTIMEX/AFP)

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