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VARIÁVEIS DE REFORÇAMENTO E DISCRIMINAÇÃO DE ESTíMULOS COMPLEXOS EM DEFICIENTES MENTAIS WILLlAM V,DUSE WILLlAMMclLVANE Eunice Kennedy Shriver Center for mental re/arda/ion Man'ochusse/J, USA Treino de discriminação com estímulos complexos. estímulo de múl1i· pios elementos, pode resultar em controle de estímulos por apenas um subcon- junto elementos dn estímulo(p, ex" Reynolds. 1961)_ Quando o nínneru de elementos de controle é menor do que o tipicamente esperado, o rcsultado tem sido chamado de "controle restrito de estímulo" (Litrowniek. Mclnnis, Wetzel- Pritehard & Fillipclli, 1978). Controle restrito de estímulo é freqüentemente observado em análises comp0l1amentais de individuos com deficiências inte- lectuais (p. ex. AlIen & Fuqua. 1985; 8ickel. Richmon. Bel l & Brown. 1986). Na literatura de pesquisa da análi se do comportamento operante, o problema do controle restrito de estímulo em indivíduos com deficiências de desenvolvimento tem sido descrito em uma série de artigos que examinam "supel' seletividade de estimu los" (.!linmlus overseler:/ivi/y) (revisto em Luvaas, Koegel & Schrcibrnan, 1979). Os métodos em geral envolvem treinos iniciais de discriminação com estímulos de elementos múltiplos seguidos de testes com os elementos individuais para determinar quais dos elementos controlaram o comportamento. Por exemplo, um treino inicial para estabelecer ABC como estimulo positivo e XYl corno negativo foi sugerido por lestes que apresentavam as váriaseombinaç5es dos elementos individuais, /I VS, Y. R vs X, e assim pordiallle. Quando tais testes são dados a indivíduos com deficiên- cias de desenvolvimento, os resultados podem mostrar wntrole de estimulo por alguns elementos mas não por outros. e controle por menos do que o encontrado com indivíduos sem dellciência. Por exemplo, com um treino com três elementos e teste como no exemplo acima, Wilhelm c Lovaas (1976) encontraram controle por todos os três elementos em crianças normalmente desenvolvidas, mas controle por apenas um ou dois elementos em crianças çom retardo mental scvcro. Controle restrito de estímulo tem sido documentado com muitos tipos de estimulos de elementos múltiplos, incluindo aqueles com elementos da mesma dimensão do estimulo (p.ex. disposição de formas discretas. Koegel & Wilhchn, 1973) c elementos multidimensionais (diferenças na cor, forma ele.; Kovatlana & Kramer, 1974). As descobertas têm sido repl icadas em Psicologia (l997), 2

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VARIÁVEIS DE REFORÇAMENTO E DISCRIMINAÇÃO DE ESTíMULOS COMPLEXOS EM DEFICIENTES MENTAIS

WILLlAM V,DUSE WILLlAMMclLVANE

Eunice Kennedy Shriver Center for mental re/arda/ion Man'ochusse/J, USA

Treino de discriminação com estímulos complexos. estímulo de múl1i· pios elementos, pode resultar em controle de estímulos por apenas um subcon­junto d~ elementos dn estímulo(p, ex" Reynolds. 1961)_ Quando o nínneru de elementos de controle é menor do que o tipicamente esperado, o rcsultado tem sido chamado de "controle restrito de estímulo" (Litrowniek. Mclnnis, Wetzel­Pritehard & Fillipclli, 1978). Controle restrito de est ímulo é freqüentemente observado em análises comp0l1amentais de individuos com deficiências inte­lectuais (p. ex. AlIen & Fuqua. 1985; 8ickel. Richmon. Bel l & Brown. 1986).

Na literatura de pesquisa da análise do comportamento operante, o problema do controle restrito de estímulo em indivíduos com deficiências de desenvolvimento tem sido descrito em uma série de artigos que examinam "supel' seletividade de estimu los" (.!linmlus overseler:/ivi/y) (revisto em Luvaas, Koegel & Schrcibrnan, 1979). Os métodos em geral envolvem treinos iniciais de discriminação com estímulos de elementos múltiplos seguidos de testes com os elementos individuais para determinar quais dos elementos controlaram o comportamento. Por exemplo, um treino inicial para estabelecer ABC como estimulo positivo e XYl corno negativo foi sugerido por lestes que apresentavam as váriaseombinaç5es dos elementos individuais, /I VS, Y. R vs X, e assim pordiallle. Quando tais testes são dados a indivíduos com deficiên­cias de desenvolvimento, os resultados podem mostrar wntrole de estimulo por alguns elementos mas não por outros. e controle por menos elem~ntos do que o encontrado com indivíduos sem dellciência. Por exemplo, com um treino com três elementos e teste como no exemplo acima, Wilhelm c Lovaas (1976) encontraram controle por todos os três elementos em crianças normalmente desenvolvidas, mas controle por apenas um ou dois elementos em crianças çom retardo mental scvcro. Controle restrito de estímulo tem sido documentado com muitos tipos de estimulos de elementos múltiplos, incluindo aqueles com elementos da mesma dimensão do estimulo (p.ex. disposição de formas discretas. Koegel & Wilhchn, 1973) c elementos multidimensionais (diferenças na cor, forma ele.; Kovatlana & Kramer, 1974). As descobertas têm sido repl icadas em

Te",,,,~,,, Psicologia (l997), ~ . 2

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experimentos que também incluiram condiç1\es que verificavam quais sujeitos poderiam discriminar todos os elçmentos quando apresentados individual~ mente (Duhc, Kledaras, lennaeo, Sloddart & Mdlv~,,~ , 1990) e também quando eram apresentados em um contexto de elementos múltiplos (Stromer, Mcllvane, Dube & Mckay, 1993).

Controle restrilo de estimulo é um problema constante em educação c treino de pessoas com deficiencias de desenvolvimento. r ... ~tc problemaaparcco de muitas maneiras: quando dicas adicionais são dadas para promover nova aprendizagem (p.ex. como na utilização de modeling use aja selediun-based device), oestudante pode pareeerestar prestando atenção apenas à diea (p.ex., o dedo apontado do proressor) e não aos estímulos do treino. Algumas vezes treino de discriminação resulta em aprendizagem apenas de uma porção limitada dos estimulas do treino. Por exemplo, pode ser descoberto que o estudante que aparentemente aprendeu a reconhecer seu nome impresso esteja na verdade respondendo apenas à lclra inicial.

A pesquisa descrita abaixo esta preocupada com 3 análise e correção (remedialirm) de controle restrito de estímulo em indivíduos com retardo mcntal de moderado a severo. Em e~pecia l . este relato irá focalizar o potencial de melhora do controle restrito de estímulo pela manipulação dc variáveis de reforçamento. r'.Sta pesquisa é parte de um esforço para relacionar a pesquisa com orientação clínica nesta área e a pesquir.a básica na anál isc cxpcri mental do comportamento

RESUMO DE METODOS: PAREAMENTO COM O MODELO CSS

Nossos experimentos avaliam controle restrito de estímulo via procedi­mentos de pareamento de idcntidade com o modelo com atraso, com estímulos modelo de elementos múltiplos (Stromcrct ai .. 1993). Na tarefa "CSS" (onde '·C" indica um estímulo mod~lo cUlllpkxo "S" indica estímulos comparação de dois elementos singulares: COl( & D' Amato, 1982), o estimulo modelo consiste de dois elementos discretos (p.ex. AB). O modelo permanece disponivel para obsen'ação alé que o sujeito o toque, e entào ele desaparece no momento em que 05 estímulos comparação são apresentados. Os ~stirnulos comparação têm dois elementos singulares, um dos quais ê idêntico a um dos dementos do modelo (p.ex., A e X em algumas tentativas, [3 e Y em outras tentativas). Durante o p~ríoJo de obsep,.·aç~o do modelo, o sujeito não pode preverqual elememo do modelo irá aparecer como comparação correto. Portanto, alta acurácia na csco­lha CSS indica controle de estimulos conliavel por ambos os elementos do

r"",a. ~", P.icolog,a (1997) . ,," 2

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modelo. Escores de acurácia em nível do acaso, é claro, indicam ausência de controle por ambos os elementos do estímulo modelo.

Acurácia intermediária nos escores do CSS de aproximadamente 75% indica controle decstímulos porapcnas um elc1l1entodecomparação. Em metade das tentativas, o elemento controlador aparece como estímulo comparação e o sujeito quasc sempreaccrta nestas tentativas, contribuindo com 5Ú% do escore geral de acurácia. Nas tentativas restantes, os elementos de controle não aparecem como estimulo comparação, e o sujeito acerta por acaso em metade dessas tentativas (em uma tarefa de duas escolhas),deste mooocontr ibuindo com 25% do escore geral de acurácia. Sujeitos que participaram na pesquisa descrita abaixo foram indivíduos com retardamento mental moderado severo, que exibiram escores de: acurada intermediários desta natureza. Eles também exibiram escores de acurácia muito ahos em tarefas padronizadas de p3Teamento com o modelo com atraso, com estimulos modelo de um único elemento, aqui chamado de tarefa "SSS"(p.ex. modelo A seguido pela comparação A e X)

TOPOGRAFIA DO CONTROLE RESTRITO DE ESTiMULO E ]'ROBABIUDADE DE REFORÇAMENTO

Embora a ocorrência de controle restrito de estimulo venha sendo mais do que amplamente documentada, suas variáveis de controle têm sido analisadas apenas parcialmente. Um experimento examinou a relação entre ta.xa de reforçamenloe controle rest!itode estimulo. Nós pergulltam osseo modelo especifico que havia ganho controle poderia ser previsto a partir de diferenças conhecidas na história de re{orçamento. Depois, nós perguntamos se mudanças em contingências de reforçamento atuais poderiam ser refletidas nas mudanças correspondentes nos elementos especificos do estímulo que contro­laramo responder.

Controle de estimulos foi avaliadoel1ltrês indivíduos com retardamento l1lentall1loderado a severo. Estímulos modelo de um e dois elementos foram apresentados em tarefasSSSeCSS,respcctivamente. Em pr6-testes, esc oresde aeurácia em tarefas SSS foram unifonnemente altos. Em tarefas CSS, entretanto, cscorcsforam substancialmente menores. aparentementc porque apenas um dos dois clemcntosdo modelo efetivamente controlaram as seleçõcsdc escolha (eolltrole restrilo de estímulo). Os sujeitoscntão passaram porsessõcsdelrei­nos SSS com um novo conjunto de quatro estímulos. Respostas corretas de escolha para dois dos estinlUlos foram seguidas por reforçamento de acordo com um esquema de razão variável que resultava em uma taxa de reforçamento relativamente alta, e respostas corretas de escolha para os outros dois estímulos

r~m<JS~", Psicologia (I99i) . n' 2

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foram seguidas por reforçamento de acordo com um esquema de razão variável que resultava em uma taxa de reforçamento relativamenle baixa. Nos testes CSS que se seguiram, controle de estimulo foi restrito aoselementosdo modelo de taxas altas. Treinos SSS adicionais com reversão dos esquemas de reforça­mento foram posteriormente dados aos sujeitos para todos osestimulos, e testes CSS foram repetidos. O controle de estímulo continuou a ser restrito para todos os sujeitos, mas o eontrote mudou para os novos estimulos de altas taxas (os estimulos anteriores de taxas baixas).

Estes resultados demonstraram controle experimental direto do controle restrito de estimulo por contingências de reforçamento. A análise dos dados revelou uma alta eon"Clação entre Ullla proporção de tentativas nas quais elementos do estimulo controlaram a resposta correia de escolha nos testes CSS, c proporções de reforçadorcs que foram obtidos por respostas de escolha correIas aos elemcntos nas tentativas de linha de base imediatamente precedentes (cf.Hernnstein, 1970). Esta correlação levanta a questão de que alocação de tempo (lime aflacafion) do eomporlamenTO de observação poder ser relacionado à topografia especifica do controle restrito de estimulo (Baum & Rachlin, 1969).

CORREÇÃO (Remediufion) DO CONTROLE RESTRITO DE ESTÍMULOS POR REQUERIMENTO DE RESPOSTAS

DISCRIMINATIVAS DE OBSERVAÇÃO

Em procedimentos de pareamento com o modelo. respostas de obser­vação podem ser exigidas impondo-se alguma contingência comportamental correlacionada a observação do es timulo comparação. Experimentação em andamento está estudando procedimentos de discriminação de respostas de observação (ORO). O procedimento de ORO é mais bem descrito em contraste aos dois tipos comunsde procedimentos dc resposta de observação, resposta dc observação não-diferencial e diferencial. Em procedimentos padronizados de pareamento com o modelo (PCMCA), o estímulo modelo é apresentado antes. Quando o sujeito o loca, o modelo este desaparece antes que osestimul os de comparação sejam apresentados. O toque do modelo é chamado de resposta de obselVaçãonão-diferencial;aformadaresposta,locar,éa mesma para todos o s modelos e requer apenas aobservação de que aáreado modelo não esteja vazia.

Uma variação que tem mostrado melhorarodesempenho no PCMCA é a resposta de obsclVaçlio diferencial, em que respostas fomlalmente diferentes são exigidas para diferentes modelos, por exemplo, na nomeação das amostras em voz alta (p.ex., Constantine & Sidman, 1975). Ambos os procedimentos

TUIa.n,p.ict>logia(/997).n O]

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podcm algumas vezcs - mas não sempre - melhorar o desempenho, exigindo discriminaç<ks sucessivas entre os diferentes estímulos comparação.

O procedimento DRO fornece uma resposta de observação diferencial não verbal que tira proveito das h~bilidadesdo pareamento de identidade com modelo generalizado. O procedimento é, assim, prático para uso com novos estimulos, c não exigc treino adicional para produ:!:ir nomes. O ORO encaixa tentativas simultâneas de e~colha de identidade entr~ o periodo de observação do modelo e da tentativa (nCMCA): o primeiro toque ao modelo produz um conjunto dc estímulos comparação, incluindo um pareado com o modelo. O modelo permanece exposto. Seleção do comparação de escolha verifica discriminação do moddo específico para a tenlaliv~ em ~urso. A única conseqüência programada é o desaparecimento do cstímulo comparação ORO, enquantoo estimulo modelo permanece exposto. Um segundo toque no modelo dá (;Ontinuid~de à tentativa.

Quando utilizado com a tarefadc parcamcnto atrasado CSS, o arranjo de DRO do comparação requer di~criminação de todos o~ elementos do modelo Por exemplo, se o estímulo modelo é AB. então. o cstimulo ORO de comparação poderá ser AR. AX c YE3. Alta acuracidadc consistcnte no ORO, por outro lado, indica discriminação de ambos os elementos A e B do modelo (cf. ,\lIen & Fuqua, 1985: Schcibman ct aI., 1982)

Resultados para quafro sujeitos que eram capazes de desempcnhar o DRO simultâneo mostraram melhoras marcantes nos escores de acuracidade de CSS atrasado quando ORO foi exigido, mas as mclhoras não se mantiveram no mesmo nível quando a exigcncia ORO foi retirada. Estes resultados são promissores ao sugcrirem que controle restrito de estimulo pode ser reduzido por comportamento de observação efetivo. Duas áreas nas quais estudos po,tedores são necessários são o desenvolvimcnto de protocolos de treino (1) para ensinar sujeitos a continuar a se engajarem obscJyaçÕt:s efetivas quando requerimentos de ORO explicitos são retirados, e (2) para treinar sujeitos que são incapazes de ter desempenho dc discriminação no ORU.

DIREÇÕES FUTURAS: MENSURAÇÃO DIRETA E CONTINGÊNCIA OE CONTROLE DO COMPORTAMENTO DE OBSERVAÇÃO

Os result~dos de nosso experimento com altas e baixas t~xas de reforça­mento mostraram que a topografia do controle restrito de estímulos é passível dc previsão c controle por manipulação de contingcncias de rctOrçamento. Rcsultados com o procedimento de dis~riminação de respostas de ObSelyação mostraram que o grau de controle restrito de estímulo pode serrcduzido quando

rem{J.,ml'.icul~i,,(J99.,). ,,· 1

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contingcncias para comportamcnto de observação exigem discriminação de lodos os elementos do modelo. Dados esses resultados, nós plancjamos uma abordagem mais direta do comportamento de observação em trabalhos futuros

Nós temos muito recentemente estabelecido um laboratório de raslrearnclll0 do olho(eyelruckin!d no Shriver Centcr. Este labomt6rio traz as vantagens dos recentes desenvolvimentos tecnológicos em rastreamcnto do movimcnto do olho (f!yc-muvr!l!wnllmcking), que pode pennitir rnensurdção precisa e em tempo corrente, e registro do comportamento de observação em nossa população de sujeitos. O equipamento ISCAN é um sistema eyelmc:king. montado na cabeça, que utiliza cimeras e computadores ligados para produzir urna imagem de vídeo mostrando o campo de visão do sujeito, com um cnp;m superposlO illdicandoo ponto de foco do 5\ljeilo(Sistema ISCAN. Burlington, MA. USA). A composi~ão da imagem de vídeo pode s~rdirecionada para um monitor de vídeo para uso imediato e para um gravador de vídeo para análise após a sessão.

O sistema de câmera.~ miniuturu não ob~lrui o campo de visão do snjeito. Porque elas são montadas em um capacete não obstrutivo, o sistema é capaz.dc seguire registrar os movimcntosdosolhos adcspcitodamudança na posiçãoda cuhcça c do corpo. pcrnlitindo o sujeito se movimentar livremente. Estas caracteristicas fazem do equipamento de !SCAN o linico udaptávcl á nossa população de sujeitos.

\/ossa metu inicial é registrar e analisar o comportamento de observação de indivíduos que apresentcm ou nào controle restrito de ~stímulo. Nós iremos determinar se ex.istem direrenças quantificáveis no comportamento de obser­vação quando elementos múltiplos de estímulos modelo .>:10 apresentados (p.cx. padrão de rastreamento, dllração do elemento de observação etc.).

Uma segunda meta é atentar fi modificação da resposta de obscrvução por manipulação direta de contingências comrortamentais. O equipamento torna isso pos~i\'el porque produz. uma imagem de vídeo em tempo corrente, mostrando o ponto de foco do SlIjeito. Monitorando esta imagem, nós poderemos ser capnzes de ob,ervnr e cstabclecer contingências entre tentalivus para a cadeia de re~poslu> que constituem o >;omportamenl0 de observação do sujeito (cf. Schoeder & Holland, 1968). Nós iremos tentar modelar comportamento de observação efetivo quc irá resultar em diminuição do controlcrcstritorlecstimulo

Movimentos dos olhos controlando o ponto de foco do sujeito são os componentes mais periféricos da scqüência de eventos ocorrendo durante a observação de estímulos complexos. Por um lado. contato adequado com receptores sensoriais parece ser um pré-requisito neces5ário para um desempe-

1'mMeml'sic%gia(/1)97).n· 2

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nho adequado. Em trabalhos anteriores nós tivemos considerável sucesso na correção de déficit de desempenho em indivíduos com retardamento mental com uma abordagem analiticaqueenfocava a identificação e suplementação de pré-requisitos aus.ente, (p.ex .. Dubc. lermaco, Rocco, Kledras & Mcllvane, 1992). Por outro lado, mudar a topografia de eventos periféricos pode produzir poucos efeitos no dc,cmpcnho sc o déficit for devido a eventos mais centrais que ocorrem anles dos periféricos e assim não puderem ser afetados por mudanças desses eventos. Por exemplo, experiências dc alguns anos atrás para melhorar habil idades de leitura por Ireinamento de leitores com deficiências de Icitura a moverem seus olhos ao longo do texlo como bons leitores foram geralmente incfetivas (Moore. 1983). Entretanto. porque nossos procedimentos são essen­cialmente tarefas de reconhecimento imediato, sem requerimentos sintáticos ou semânticos de leitura. parece ramável supor que,.., evento central relevante pode seguir a inspeção dos estímulos c assim podc ser mudado. A TCvisão dos estudos acima encoraja esta abordagem. Os dados até o momento indicam substancialmente que aspectos de atenção relevantes para controle restrito de estimulo têm características de comportamento opcrante. o qual pode ser previsto e controlado por manipulação de contingências de rdorçamento.

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