variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de cibratel e ... · atividades...

16
Rev. bras. oceanogr., 48(2):151-166, 2000 Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e Itanhaém-Suarão, Estado de São Paulo (Spatial and temporal morphological variations between Cibratel and Itanhaém-Suarão beaches, São Paulo State) Samara Cazzoli y Goya* & Moysés Gonsalez Tessler Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (Caixa Postal 66149, 05315-970 São Paulo, SP, Brasil) *e-mail: [email protected] . Abstract: The main morphological difference between Cibratel and Itanhaém ~ Suarão beaches is due to the presence ofthe Itanhaém river 1110uthin the second one. Eight monthly beach profiles were done during fourteen months. Simultaneously sediments were sampled in the shoreface and incident waves characteristics were visually estimated. Sediment sampling and bathymetry were done in the adjacent submerged area. The results show that, despite of the predominance of the action fTomthe Tropical South Atlantic Anticyclone (TSAA) over the wave regime, the sedimentation process dynamics fTomthe beaches was mainly controlled by the incidence of frontal systems, leading to a more effective northeastward longshore transporto Aerial photographs and beach sediment characteristics confirm such tendency. At. Cibratel beach, the southwestward transport caused by TSAA was more evident than in Itanhaém ~ Suarão beach. Modifications in the beach dynamics, caused by the presence of the Itanhaém river mouth occurred only in restricted areas of its vicinities. . Resumo: As praias de Cibratel e Itanhaém-Suarão tem como fator diferencial a presença da desembocadura do Rio Itanhaém na Praia Itanhaém-Suarão. Os trabalhos realizados consistiram na realização mensal de 8 perfis praiais durante um período de 14 meses. Concomitantemente, houve coletas de sedimentos da face praial e observações visuais dos trens de ondas incidentes. Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e dos sedimentos de superficie de fundo da zona submersa até 8 metros de profundidade também foram realizadas. Os resultados obtidos demonstraram que, apesar do predomínio da ação do Anticiclone Tropical do Atlântico Sul (ATAS), a dinâmica sedimentar de ambas as praias esteve controlada principalmente pela incidência de sistemas frontais que resultou em um transporte mais efetivo rumo NE. O estudo das fotografias aéreas e a análise dos sedimentos praiais confirmaram uma maior efetividade da deriva litorânea neste rumo. Na Praia de Cibratel, a ação da ATAS foi mais notória que na de Itanhaém-Suarão, causando em ambas a ação da deriva longitudinal rumo SW. A desembocadura fluvial do Rio Itanhaém exerceu influência somente em trechos praiais mais próximos a ela, alterando os mecanismos de transporte litorâneo. . Descriptors: Beach morphodynamic, Frontal systems, Swell. . Descritores: Morfodinâmica praial, Sistemas frontais. Contr. n° 836 do Inst. oceanogr. da Usp.

Upload: buianh

Post on 10-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

Rev. bras. oceanogr., 48(2):151-166, 2000

Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias deCibratel e Itanhaém-Suarão, Estado de São Paulo

(Spatial and temporal morphological variations betweenCibratel and Itanhaém-Suarão beaches, São Paulo State)

Samara Cazzoli y Goya* & Moysés Gonsalez Tessler

Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo(Caixa Postal 66149, 05315-970 São Paulo, SP, Brasil)

*e-mail: [email protected]

. Abstract: The main morphological difference between Cibratel and Itanhaém ~

Suarão beaches is due to the presence of the Itanhaém river 1110uthin the secondone. Eight monthly beach profiles were done during fourteen months.Simultaneously sediments were sampled in the shoreface and incident wavescharacteristics were visually estimated. Sediment sampling and bathymetry weredone in the adjacent submerged area. The results show that, despite of thepredominance of the action fTomthe Tropical South Atlantic Anticyclone (TSAA)over the wave regime, the sedimentation process dynamics fTomthe beaches wasmainly controlled by the incidence of frontal systems, leading to a more effectivenortheastward longshore transporto Aerial photographs and beach sedimentcharacteristics confirm such tendency. At. Cibratel beach, the southwestwardtransport caused by TSAA was more evident than in Itanhaém ~ Suarão beach.Modifications in the beach dynamics, caused by the presence of the Itanhaém rivermouth occurred only in restricted areas of its vicinities.

. Resumo: As praias de Cibratel e Itanhaém-Suarão tem como fator diferencial apresença da desembocadura do Rio Itanhaém na Praia Itanhaém-Suarão. Ostrabalhos realizados consistiram na realização mensal de 8 perfis praiais duranteum período de 14 meses. Concomitantemente, houve coletas de sedimentos da facepraial e observações visuais dos trens de ondas incidentes. Atividadescomplementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas edos sedimentos de superficie de fundo da zona submersa até 8 metros deprofundidade também foram realizadas. Os resultados obtidos demonstraram que,apesar do predomínio da ação do Anticiclone Tropical do Atlântico Sul (ATAS), adinâmica sedimentar de ambas as praias esteve controlada principalmente pelaincidência de sistemas frontais que resultou em um transporte mais efetivo rumoNE. O estudo das fotografias aéreas e a análise dos sedimentos praiais confirmaramuma maior efetividade da deriva litorânea neste rumo. Na Praia de Cibratel, a açãoda ATAS foi mais notória que na de Itanhaém-Suarão, causando em ambas a açãoda deriva longitudinal rumo SW. A desembocadura fluvial do Rio Itanhaémexerceu influência somente em trechos praiais mais próximos a ela, alterando osmecanismos de transporte litorâneo.

. Descriptors: Beach morphodynamic, Frontal systems, Swell.

. Descritores: Morfodinâmica praial, Sistemas frontais.

Contr. n° 836 do Inst. oceanogr. da Usp.

Page 2: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

152

Introdução

As praias são ambientes sedimentaresacumulados por ação das ondas, representando umimportante elemento de proteção do litoral.

O conceito de ambiente praial maisamplamente utilizado foi estabelecido por King(1972) e diz qlie "as praias são ambientessedimentares costeiros, formados, maiscomumente, por areias de constituição variada,estendendo-se desde onde principia a interferência davelocidade orbital das ondas sobre o fundo marinho,até o limite mais continental da ação das ondas detempestade ou mudanças fisiográficas bruscas". Osambientes praiais representam, assim, a zona detransição entre a ação dos processos marinhos. econtinentais, estando sujeitos a variações temporaistanto do nível do mar quanto do suprimentosedimentar.

Apesar de sua importância, as praias têmsido um dos ambientes costeiros menos estudados aolongo de todo o mundo. No Brasil, as praiaspassaram a ter maior freqüência de estudos nadécada de 90 e apesar do aumento de pesquisasefetuadas, muitas questões estão ainda por seremresolvidas ao longo de toda a costa.

Este trabalho tem como objetivo o estudo deduas praias (Itanhaém-Suarão e Cibratel) para acompreensão da dinâmica sedimentar marinha atualnestes segmentos sendo que estas praias foramescolhidas por serem representativas da porçãocentro-sul do litoral paulista. A terminologiareferente aos setores praiais utilizada neste trabalhosegue aquela proposta por Tessler & Mahiques(2000) (Fig. 1).

FacePós-PraiaI Praíal A ntepra ia

CostaEspraia.mento

Rev. bras. oceanogr., 48(2), 2000

As praias de Itanhaém-Suarão e Cibratelestão inseridas na Planície Costeira de Itanhaém(Fig. 2), definida por Suguio & Martin (1978), sendoseparadas entre si por atloramentos do EmbasamentoCristalino.

Ambas as praias são retilíneas e possuem amesma orientação de linha de costa (N500E),apresentando aumento de largura e diminuição dadeclividade em direção nordeste. Apesar das váriascaracterísticas em comum, as praias diferenciam-sequanto ao aporte de drenagens, sobretudo devido àpresença da foz do Rio Itanhaém (que constitui asegunda maior drenagem do litoral paulista) na praiade Itanhaém-Suarão. A praia de Cibratel apresentaapenas contribuições de rios de pequeno porte(oriundos do atloramento do lençol freático) como éo càso do Rio Piaçaguera. .

Essas praias estão expostas ao oceano, semobstáculos intervindo na ação de ondas, exceto naPraia de Cibratel onde atlora uma laje rochosa a 500metros mar adentro, nas proximidades da foz do RioPiaçaguera. Essa laje é denominada localmente dePedra dos Jesuítas (Fig. 2).

Em termos meteorológicos, a área é marcadapela atuação alternada de massas de ar tropicaloriundas do Anticiclone Tropical Atlântico (ATAS)que origina ondas do quadrante NE - E, e massas dear polar originadas no Anticiclone Polâr MigratórioAtlântico (APM), que origina ondas dos quadrantesSE - S - SW. Estas massas de ar sofrem freqüentesperturbações oriundas de sistemas frontais sob aforma de frentes frias, quentes e estacionárias, alémde fenômenos localizados como a formação decentros de baixa pressão (Sant' Anna Neto, 1990).Estas perturbações trazem modificações naprecipitação pluviométrica.

50 metros deprofundldad.

-= 1- - ,:,,'_:,,:',,:';-~',:,,'~'::,:-,,::':--,,:'.:..-::-.:.-.:.-:::..:'.f;=-NIveJM_dlo- - - - - - - - - - - - - - - - t Salxamsr

N/v"de_,dos trensdeonda

Fig. 1. Terminologia de setores de praia (Tessler & Mahiques, 2000).

Page 3: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e Itanhaém 153

D ~(XHC" ec- Ei',j50:3Ot,' E; 11,)>'ISTOUII'.

N

II

/

Fig, 2 Planície costeira de Itanhaém (Suguio & Martin, 1978 mod.).--- -" .-

A área de estudo apresenta, também, umantigo histórico de ocupação humana, maisintensificada a partir da década de 50, com o iníciodos loteamentos para veranistas. Esta ocupaçãotrouxe consigo atividades como a extração de areiada face praial e das dunas e, ocupação da pós-praiacom construções, loteamentos, arruamentos e aterros,que comprometem a qualidade ambiental da região esobretudo o balanço sedimentar local.

Material e métodos

Foram efetuados monitoramentosenvolvendo a caracterização da morfodinâmica daspraias e a observação das condiçõessedimentológicas, oceanográficas e meteorológicas.A antepraia foi estudada através de análise de suabatimetria e dos sedimentos de superficie de fundoaté a isóbata de 8 metros.

A caracterização das condiçõesmorfodinâmicas das praias foi efetuada através dolevantamento dos perfis transversais às praiasrealizado, mensalmente, em maré de sizígia, duranteum período de quatorze meses (abril/94 a maio/95).A metodologia aplicada foi aquela descrita porMuehe (1996) com o uso de teodolito e estádia.

As cotas foram, em geral, obtidas a cada dezmetros, a partir de um ponto preestabelecido, atéatingir a linha d'água. A depender da extensão doperfil, as cotas foram alteradas. Quando a declividadee o nível de maré permitiram, a medição dos perfisultrapassou a linha d'água, atingindo a zona deantepraia.

De acordo com os levantamentos prévios,foram posicionados 8 perfis sendo que 3 destes (PII,PIO e P9) estavam na Praia de Cibratel e 5 perfis(P8, P7, P6, P5 e P4) na Praia Itanhaém-Suarão. Osmarcos de referência escolhidos foram pontos fixose)).istentesnas imediações, devidamente posicionadospor GPS. A Figura 3 apresenta o posicionamento dosmarcos iniciais dos perfis topográficos em relação àscoordenadas geográficas.

As mudanças verticais dos perfis praiaisforam obtidas a partir da sobreposição dos mesmosem meses subseqüentes. A partir desta sobreposiçãofoi também obtida a variação vertical(acresção/erosão) da face praial nestas praias.

A metodologia para monitoramento daconfiguração da margem da desembocadura do RioPiaçaguera foi baseada nos mesmos princípiosutilizados para o levantamento dos perfis praiais,com o acompanhamento mensal da margem direitado rio. Este monitoramento foi realizadoconcomitantemente ao levantamento topográfico depraia, tendo como referência o ponto inicial do perfilPIl.

O acompanhamento da evolução dadesembocadura de um rio de planície costeiraimplicou em monitorar e entender o conjunto devariáveis que condicionaram .seu deslocamentolateral e regime de vazão. Na tentativa de minimizaros' erros introduzidos pela comparação entre osperíodos de medição, os levantamentos foramexecutados em fases coincidentes de maré.

Juntamente com a realização dos perfis depraia, foram coletadas, de maneira sistemática,

Page 4: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

154 Rev. bras. oceanogr., 48(2), 2000

amostras dos sedimentos superficiais presentes aolongo dos perfis para a caracterizaçãosedimentológica de ambas as praias.

A coleta das amostras foi feita, geralmente,em três posições distintas nos perfis. A primeirafoi coletada no limite da linha de vegetaçãopermanente (quando existente) ou no limite dapraia com a urbanização; a segunda na porçãocentral da face praial; e a terceira junto à linhad'água, resultando em um total de 256 amostras.Em laboratório, estas amostras foram estudadasquanto ao teor de carbonato biodetrítico (Gross,1971), granulometria (Suguio, 1973), morfoscopia(Mahiques, 1987) e composição mineralógica.

Em todo o período de levantamento decampo, foram realizadas medições visuais de dadosoceanográficos tais como altura e direção de ondasincidentes em relação à linha de costa. A mediçãodo período das ondas foi realizado com o auxílio deum cronômetro para marcação do intervalo de tempoda passagem de 11 cristas de ondas consecutivas.

Em relação à zona submersa, acaracterização morfológica foi obtida através daconfecção de um mapa batimétrico a partir da Folhade Bordo "Peruíbe - Ilha da Moela" (FB-1700-004/82) em escala I: 100.000 fornecida pela Diretoriade Hidrografia e Navegação do Ministério daMarinha - DHN/MM (1982), que é a única aabranger a área monitorada. Os sedimentos foramcoletados em uma malha pré-definida de 38 estações(Fig. 3) com um amostrador do tipo Petersenmodificado. O tratamento em laboratório foi similarao efetuado para as amostras de sedimentos coletadosna área emersa.

Para obtenção dos dados meteorológicos,foram consultados os boletins da Climanálise(94,95), as cartas sinópticas da DHN/MM (94,95), osdados do posto pluviométrico do Departamento deÁguas e Esgotos, em Itanhaém (DAEE/SRHSO,1998) e ainda os dados de pressão atmosférica dabase sul do 10USP, em Cananéia (IOUSP, 1994,1995).

Resultados

Os levantamentos dos perfis de praiaocorreram sob distintas condições meteorológicas,abrangendo a atuação de sistemas frontais (sendoestes últimos em condições de pré passagem, póspassagem e sob ação frontal na área) e a ação doATAS. As Tabelas 1 e 2 mostram resumidamenteos resultados obtidos durante as etapas de campo.

Durante a maior parte do monitoramento,as praias estiveram submetidas à vigência doATAS como verificado nos levantamentos efetuados

nos meses de abril, julho, setembro, novembro eI dezembro de 1994 e janeiro a maio de 1995.

A ação do ATAS pode ser caracterizada porvalores estáveis de temperatura e pressão,comumente mais altos do que a média mensal destesparâmetros. Porém, devido ao longo tempo demonitoramento, as características de atuação doATAS não foram exatamente as mesmas, comdiferentes valores de pressão, temperatura epluviosidade. Os valores de temperatura oscilaramentre 18°C Gulho/94) e 28°C Ganeiro/95) sendo quea temperatura média de 25°C ao longo de todo operíodo. A pressão atmosférica apresentou o menorvalor em janeiro/95 (757,7 mmHg) e o maior valorem julho/94 (764,51 mmHg). Os valores de pressãonos demais períodos monitorados de ATAS ficaramem torno de 760 mmHg.

A pluviosidade foi bastante variável,originada por linhas de instabilidade locais, deorigem marinha ou continental, gerando pancadasde chuvas rápidas, por vezes de forte intensidade,com menos de duas horas de duração. O registropluviométrico indicou menores valores acumuladosde chuva entre os levantamentos de junho - julho/94(50 mm) e outubro - novembro/94 (30 mm) eacúmulos pluviométricos máximos de 360 mmentre os de janeiro - fevereiro/95 seguido dosperíodos entre dezembro/94 - janeiro/95 e fevereiro- março/95, com 250 mm. De uma maneira geral,houve um déficit de chuva em relação à curvasnormais de pluviosidade exceto entre osmonitoramentos de fevereiro - março/95.

A direção do vento, monitorada durante arealização das etapas de campo, foipredominantemente dos quadrantes NE/ENE/E esecundariamente do rumo NW. Sob este regime deventos, as ondas incidiram nas praias provenientesdo quadrante NE, com altura significativa de 0.5metro e período médio de 8 segundos.

O único caso em que foi monitorada umapraia em condições típicas de pré-fTontal foi emjaneiro/95, na Praia Itanhaém-Suarão, cerca de 1 diaantes da passagem de um sistema fTontal originadono APM. Este sistema fTontal caracterizou-se porapresentar rápido deslocamento, indo deFlorianópolis a Ubatuba no mesmo dia (20/01/95).

A ação pré-frontal atuante no dia domonitoramento não apresentou queda expressiva doselevados valores de temperatura (no dia anterior erade 28°C e no dia do monitoramento era de 26°C) e dapressão atmosférica (no dia 18/01 a pressão foimedida em 760 mmHg e no dia 19/01 o valor foi de759,6 mmHg). Não houve precipitação pluviométricano dia, embora tenha havido nebulosidade. O ventopredominante incidia do quadrante E/ESE/S. Sobestas condições meteorológicas as ondas eramoriundas de SSE, com amplitude de 1 metro eperíodo de 7,9 segundos.

Page 5: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e Itanhaém 155

Estação na ZonaSubmersa .

- -o 1.000 2DXJ SJXDm

Fig. 3. Mapa de localização dos perfis praiais e das estações na zona submersa.

Tabela 1. Dados sobre o domínio meteorológico vigente em cada monitoramento praial e as datas de passagemde sistemas úontais na área de estudo (abriV94 a maio/95) segundo Boletim Climanálise (1994,1995).

Legenda: ATAS - domínio do Anticiclone Tropical Atlântico, SF (APM) - sistema ftonta1 oriundo de ação do Anticiclone Polar Migratório, SPF

(APM) - sistema pré-ftonta1 oriWldo da ação do APM e SpoF (APM) - sistema pós-ftonta1 oriWldo da ação da APM.

,

Etapa e data Domínío meteorológico no Número e datas de sistemas frontaismonítoramento

do monitoramento

Abril/94 ATAS 427 - 28/ 04/94 (7,10-11,18 e 22/04/94)

Maio/94 SF (APM) 3218/05/94 (9, 20 e 24 - 28/05/94)Junho/94 SpoF (APM) 427 - 28/ 06/ 94 (4,7-8,22 e 26/06 94)Julho/94 ATAS 326 - 27/ 07/94 (3, 7-8, 22-23/0794)

Agosto/94 SF (APM) 423 - 24/ 08/94 (3, 10, 16,22-23/08/94)Setembro/94 ATAS 320- 21/ 09/94 (3,7-8, 15/09/94)Outubro/94 SF (APM) 520-21/10/94 (26-27/09,3,10,13-14,2011094)Novembro/94 ATAS 522 - 23/111 94 (21 - 26/10, 2, 7, 9-10, 18/11/94)Dezembro/94 ATAS 320 - 21/12/94 (30/11, 4-5, 18/12/94)Janeiro/95 ATAS p/ Cibrate1e SPF (APM) p/1ta- 618- 19/01/95 Suarão (23,28-31/12/94,3,6-10,12,19/01/95)

Fevereiro/95 ATAS 516-17/02/95 (22,26,29/01,3-4, 10/02/95)

Março/95 ATAS 730 - 31/ 03/95 (19/02,3,5,10,15,19,24/03/95)Abril/95 ATAS 218- 19/04/95 (2, 12/04/95)Maio/95 ATAS 315- 16/05/95 (20-21/04,2-3,7-8/05/95)

Page 6: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

156 Rev. bras. oceanogr., 48(2), 2000

Tabela 2. Dados de observação de direção de incidência, altura e período das ondas durante os monitoramentos.

Os sistemas frontais costumam atuar sobre olitoral paulista com diferentes intensidades sendo quealguns deles interrompem seu deslocamentopermanecendo estacionários como aqueles entre osdias 28 - 31/12/94 (na altura de Cananéia), dias 6 a10/01/95 (na altura de Santos) e nos dias 3 e 4 /02/95(na altura de Ubatuba). Sistemas de frente quenteatuaram neste período no litoral paulista,deslocando-se rumo ao sul do país, nos dias 12/01 e10/02/95. A estes sistemas frontais quentesestiveram associados às maiores pluviosidadesmedidas, chegando a atingir marcas de 60 mm dechuva em um único dia.

A atuação de sistemas frontais, com massasde ar polar associadas, foi monitorada em ambas aspraias nos meses de maio, agosto e outubro de 1994,entretanto, estes sistemas frontais, oriundos do APM,variaram quanto as suas características de atuação naárea de estudo. O sistema frontal monitorado emmaio/94 esteve estacionário na altura de Iguape (SP)entre os dias 24 a 28/05/94. O sistema frontal

monitorado em agosto/94 influenciou a área deestudo por cerca de 3 dias (22 a 24/08), trazendoconsigo uma massa de ar polar de forte intensidade.O monitoramento de outubro/94 foi efetuado sobfrente fria estacionária na altura de Santos (SP) entreos dias 20 a 26/10/94.

Os sistemas frontais, na região de Itanhaém,foram caracterizados por valores de temperatura epressão abaixo das médias mensais destesparâmetros. A temperatura média nos dias dosmonitoramentos de maio e outubro/94 foi 18°C

(quando a temperatura média entre os levantamentosficou em 25°C) e a do dia do monitoramento deagosto/94 em 14°C (sendo a média entre oslevantamentos de 18°C). O valor médio da pressãoatmosférica nos intervalos entre os monitoramentosde abril - maio e setembro- outubro de 1994 foi de

762 mmHg e o de julho - agosto de 1994 foi de 765,5mmHg. O valor médio da pressão nos dias demonitoramento foram: 761,2 mmHg (maio/94),764,9 mmHg (agosto/94) e 758 mmHg (outubro/94).

PRAIA CIBRA TEL IT ANHAÉM - SUARÃO

Ano/mês Dia Direção Altura Penodo Direção Altura máxima Penodo

máxima (m) (seg.) (m) (seg.)

Abr/94 27 NE 0.5 6.4

28 NE 0.5 7.4

Mai/94 28 NE 1.0 6.6

28 SE 0.8 6.6

Jun/94 27 SSE 0.5 8.9

28 E/SE 1.5 9.5

Jul/94 26 NE 0.5 6.3

27 NE 0.5 8.2

Ago/94 23 SE 1.0 7.7

24 SE 1.0 5.5

Set/94 20 NE 0.5 9.1

21 NE 0.7 7.8

Out/94 20 EISE 0.5 7.0

21 NE 0.5 7.7

Nov/94 22 SE 1.0 8.7

23 SElE 1.0 7.9

Dez/94 20 NE 1.0 7.2

21 NE 0.5 10.0

Jan/95 18 EINE 0.5 7.3

19 S/SE 1.0 8.3

Fev/95 16 NE 1.0 10.5

17 EINE 0.5 7.3

Mar/95 30 NE 1.0 10.6

31 EISE 1.0 7.1

Abr/95 18 NE 0.5 11.3

19 E 0.5 8.5

Mai/95 15 NE 0.5 9.3

16 EINE 1.0 11.5

Page 7: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e ltanhaém 157

o vento era oriundo dos quadrantes SE/SSE/S. Otempo em geral apresentou-se nublado e/ou chuvoso.

A precipitação foi marcada por chuvas delonga duração (mais do que duas horas), comintensidade fraca (até 10 mm/dia em maio e agosto/94) a moderada (10-20 mm/dia em outubro/94). Asmédias mensais de pluviosidade entre os monitora-mentos de julho-agosto/94 e setembro-outubro/94foram de 70 mm. A média entre os levantamentos de

julho-agosto/94 foi de 40 mm. Todos estes períodos,quando confrontados com a curva normal de chuva,apresentaram desvio negativo, sendo estesrespectivamente de: 60 mm, 40 mm e 75 mm.

O monitoramento efetuado em junho/94,foi o único efetuado sob condições de pós-frontal,ou seja, foi efetuado dois dias após a passagemde um sistema frontal (dia 25/06) que já havia sidoprecedido por outro três dias antes (dia 22/06): Osistema de pós-frontal apresentou valores de pressãoe temperatura em ascensão, sendo que, nos dias demonitoramento, a temperatura era de 18°C (no diaanterior ao início da medição era de 16°C) e apressão atmosférica era 768,4 mmHg (no dia anteriorfoi de 763,8 mmHg). Nos dias do monitoramento,não houve precipitação pluviométrica, porém ointervalo entre os levantamentos de maio -

junho/94 apresentou média de 100 mm de chuva comdesvio positivo de 10 mm sob a curva normal dechuva. Os ventos dominantes eram oriundos deE/ENE/NE. As ondas incidentes eram provenientesde ENE com amplitudes entre 0,5 a 1 metro eperíodos entre 8,9 a 9,6 segundos.

A praia de Cibratel apresentou, sob ação doATAS, tendência à deposição, exceto no trechopraial junto à desembocadura do Rio Piaçaguera,onde houve erosão da face praia!. Já sob ação dossistemas frontais, a praia apresentou comportamentoinverso àquele visto sob o ATAS, com tendênciageneralizada à erosão, exceto, mais uma vez, notrecho praial junto à desembocadura do RioPiaçaguera, onde houve deposição (Fig. 4). Nestemesmo trecho da praia houve, a partir defevereiro/95, a ação de erosão fluvial na pós-praia eface praial, devido a mudança do curso do rio. Estasituação perdurou até o final do monitoramento,em maio/95 (Figs 5a e 5b).

A foz do Rio Piaçaguera mostrou, sob aação do ATAS, sua desembocadura voltada paraS/SW. Já sob a incidência das ondas do quadrantesul, vigente na passagem dos sistemas frontais, adesembocadura do rio deslocou-se para E, em direçãoà Pedra dos Jesuítas (Figs 6a e 6b).

A Praia de Itanhaém-Suarão apresentou trêssegmentos com comportamentos distintos ao longodo monitoramento, sendo o primeiro localizado entrea desembocadura do Rio Itanhaém até cerca de 100

metros de distância desta, o segundo englobou otrecho entre 100 a 350 metros da foz do rio e oterceiro abrangeu o trecho entre 350 a 4500 metrosda desembocadura do rio.

Sob o domínio do ATAS, a porção da praiaa 100 metros da desembocadura do Rio Itanhaém,mais próxima da linha d'água (cerca de 20 metros dedistância do início do perfil) tendeu a apresentarerosão ao contrário do período sob o dominio dossistemas frontais quando houve tendência àdeposição (Fig. 7). A face praial superior apresentouacúmulo de sedimentos; muitas vezes trazidos pelovento. Houve também neste período, uma pequenaprogradação deste trecho praial entre abril aoutubro/94 e o recuo deste trecho entre novembro/94e maio/95.

O trecho da praia situadoa cercade 300 -

350 metros da foz do rio apresentoucomportamento bastante irregular, aparentementenão controlado pelas condições meteorológicas. Oprocesso erosivo foi predominante até setembro/94com a erosão total do perfil em outubro/94 (Fig. 8a).Uma recuperação deste trecho da praia foi notada,entre janeiro e maio/95, porém a mesma foidescontínua, havendo eventuais retrocessos nesteprocesso (Fig. 8b). Neste mesmo trecho, houve oafloramento parcial de um banco arenoso em formatode "meia lua" (voltado para NE) na antepraia emabril/94 e maio/95.

Já o segmento praial mais distal dadesembocadura foi o que menos refletiu as diferençasentre as intensidades de sistemas frontais. De um

modo geral, o segmento praial entre 1000 e 3200metros da foz do rio apresentou, sob ação de sistemasfrontais, erosão na parte superior da face praia I edeposição próxima à linha d'água. Já sob ação doATAS foi verificado o comportamento oposto aoanterior. Em outubro, o sistema estacionário emSantos originou ondas provenientes de NE,resultando em uma morfologia da face praial típicade ATAS (Fig. 9).

A praia de Itanhaém-Suarão, sob condiçõesde pré-frontal, teve a morfologia da face praialbastante similar àquela vista sob influência de ATASdiferindo desta pelo quadrante de incidência deondas e pela tendência generalizada de deposição aolongo da praia.

Por fim, sob ação de sistema pós-frontal,ambas as praias apresentaram tendência erosiva,exceto na porção mais próxima ao Morro doParanambuco (Praia de Cibratel) e alguns pontoslocalizados da Praia Itanhaém-Suarão ondepredominaram processos deposicionais.

Variações dos parâmetros meteorológicos(sobretudo pluviosidade) e oceanográficos (ondas),resultaram em comportamentos praiais distintos ao

Page 8: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

158 Rev. bras. oceanogr., 48(2), 2000

padrão, anteriormente descrito. Na Praia de Cibrate!,os monitoramentos efetuados em ju!ho/94 efevereiro/95 no trecho próximo ao Morro do.Paranambuco, mostraram que a morfo!ogia praia!

ainda não havia se recuperado da influência doseventos de frente do mês, mesmo após 2 dias dapassagem do último destes sistemas (Fig. 10).

Perfis representativos da incidência de ATA ê das frentes frias junto à desembocadura doRio Piaçaguera

o

Ê -1';;;"-2.ã -3;;;:-4

-5

50-.......-

100 ~. . 2QO 250 300""'- ..;.; ~ -.AIA-_

350

Distância (m)

- Sistema Frontal 1 - Ago/94- - - - - Sistema Frontal 2 - Out/94 .

Tempo Bom 1 - Set/94-Tempo Bom 2 - Nov/94

Perfis representativos da ação do ATAe das frentes frias na porção medianada praia de Cibratel

50 100 150-1

-2

-3

.4

Distância (m)

- SistemaFrontal1- Agol94- - - Tempo Bom1 - Setl94

- - - - - Sistema Frontal 2 - Outl94 - - -Tempo bom 2 - Nov/94

Perfis representativos da ação do ATAe das frentes frias junto ao Morro doParanambuco -Praia de Cibratel

..."",~ ,;;;:~ 120 150

'" , :...:= = : ---

200

Distância (m)

- SistemaFrontal1-Agol94- - - - - .Sistema Frontal 2 - Outl94

- - - TempoBom1- Setl94- - - Tempo Bom 2 - Nov/94

Fig. 4. Perfis representativos da Praia de Cibratel.

1E O I

- ---

-; -15 -2

-3-4

Page 9: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e Itanhaém 159

Fig.5. Vista do perfil PI I em abril/94 (5a) e em fevereiro/95 (5b), com o deslocamento do curso do Rio Piaçaguera.

Page 10: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

160

Foz do Rio Piaçaguera

Jul/1994

Abr/1994

Foz do Rio Piaçaguera

OuU1994

Rev. bras. oceanogr., 48(2), 2000

Foz do Rio Piaçaguera

,- (24'14'87"S;46'S6'S7"W) ,.- (24'14'87"S; 46'56'S7"W)

I IISIIIIIIII_!010203040 SOm

I 1IIIIiIIIIiI_.~"I.O 10 20 30 40 50 m

,- (24'14'87"'S;46'S6'S7"~)Foz do Rio Plaçaguera

L..JIIIIIIIL ~., IO 10 20 30 40 50 m

,.- (24'14'87"S; 46'S6'S7"W)

! IIIIIIIIIII__ I010- 20 30 40 SOm

Fig. 6a. Desembocadura do Rio Piaçaguera monitoradaentre abril e outubro/94. O acompanhamento dorio foi efetuado a partir do ponto inicial do perfilP lI. As setas indicam o curso do rio na praia. Adesembocadura foi monitorada até a linha d'águavigente.

Fig. 6b. Desembocadura do Rio Piaçaguera monitoradaentre novembro/94 e maio/95. Oacompanhamento do rio foi efetuado a partir doponto inicial do perfil Pll. As setas indicam ocurso do rio na praia. A desembocadura foimonitorada até a linha d'água vigente.

o

I -2f:J

~ -4

!'!2C

-6

30 6040 50

..-=" - - -- - - - - - - - - - - - - - - -

Distância (m)

-Sistema Frontal1 -Agol94 - - - TempoBom1-Setl94- - - Sistema Frontal 2 -Out/94 - - - - - .Tempo Bom 2 -Nov/94

Fig. 7. Perfil representativo do trecho à 100 metros da foz do Rio Itanhaém, Praia de ltanhaém-Suarão.

Page 11: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e ltanhaém 161

Figura8a

100 .150. .200.. .250

Distância (m)

-Abr/94 . - - - - Mail94 Jun/94 - - Jul/94 Ago/94 - Setl94

Figura 8b

I o~ -2<-4

250

[ -Jan/95 Fev/95 Mar/95 - - - - - Abr/95 - - - Mai/95]

Fig. 8. Perfil representativo do treco à 350 metros da foz do Rio ltanhaém. A Figura 8amostra um processo erosivo entre abril e outubro/94 e Figura 8b mostra um processode recuperação (não continuo) do perfil praia\.

Praia ltanhaém -Suarão à 1000 metros da foz do Rio ltanhaém

oÊ -1;; -2~ -3" -4

.5

~.:: :-"::=---. 50 100

Distância (m)

-Sistema Frontal 1 - Ago/94. . - - - Sistema Frontal2 - Out/94

- - - Tempo Bom 1 - Set/94

- - - Tempo Bom 2 - Nov/94

Praia ltanhaém -Suarão à 2100 metros da foz do Rio ltanhaém

o- -1g -2~ :~~ -5

-6

100

Distância (m)

- Sistema Frontal1 -Ago/94

- - - - - Sistema Frontal 2 - Out/94

- - - Tempo Bom 1 - Set/94

- - - Tempo Bom2 - Nov/94

Praia ltanhaém - Suarão à 3200 metros da foz do Rio ltanhaém

o:!-1; -2~ -3

-4

-'~-"-""..... - ......

100 150

Distância (m)

- SisterraFrontal1- Ago/94- - . . . - . Sisterra Frontal 2 - Outi94

- - - - Terrpo Bom 1 -Seti94

- - - .Terrpo Bom2 - Nov/94

Fig. 9. Perfis representativos do segmento praial entre 1000 e 3200 metros dadesembocadura da foz do Rio ltanhaém. na Praia de Itanhaém-Suarão.

Page 12: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

162 Rev. bras. oceanogr.. 48(2). 2000

Segmento praial próximo ao Morro do Paranambuco em meses de ATA tidoscomo anômalos

o- -1.! -2..~ -3

i -4-5

. - - - -:; ~~ - - - - -"2U _ - ' -.80.. _. _. .100. ~ - ......-~ ..,"' -,

' ~---

120 140 160

.--.--...---

Distância (m)

-Jun/94 JuV94 - -- -- - . Jan/95 Fev/95

Fig. 10. Segmento da praia de Cibratel próximo ao Morro do Pernambuco onde houvelentidão na recuperação do perfil praia!.

Na Praia de Itanhaém-Suarão, nolevantamento efetuado em dezembro/94, houve. aincidência de ondas de NE com período de 10segundos e uma erosão generalizada da face praia!.No período entre os monitoramentos de novembro edezembro/94, houve a passagem de 2 sistemasfrontais e uma linha de instabilidade que atuou 4 diasantes da etapa de monitoramento.

Este fenômeno de erosão da face praial foitemporário, pois no levantamento seguinteGaneiro/95), mesmo após a ação de 6 sistemasfrontais e aumento da precipitação na área, houvedeposição generalizada ao longo da praia. Nestamesma praia, foi visto no monitoramento defevereiro/95 uma maior tendência à erosão. Entre os

levantamentos, houve represamento dos sistemasfrontais no litoral paulista e o aumento significativoda quantidade de chuva.

A estimativa das variações do volumesedimentar para cada perfil monitorado estáapresentada na Tabela 3.

As amostras de sedimentos coletadas

concomitantemente à realização dos perfis praiaismostraram que os sedimentos existentes nas duaspraias apresentaram características distintas entresi, exceto quanto ao teor de carbonato biodetrítico,que os coloca, segundo a classificação deLarsonneur et ai. (1982), como sedimentoslitoclásticos.

A Praia de Cibratel apresentou, ao longo detodo o monitoramento, sedimento arenoso muito

fino, muito bem selecionado, aproximadamentesimétrico e com curtose tendendo a leptocúrtica. Aanálise texturaI mostrou que estes sedimentos erampolidos, arredondados e esféricos, compostosbasicamente por quartzos e secundariamente porbiotita, muscovita, opacos e fragmentos biogênicos.Apenas na porção próxima ao Morro doParanambuco, os sedimentos eram mesocúrticos,mais angulosos e com maior porcentagem de opacose muscovita. O entorno da desembocadura do Rio

Piaçaguera também apresentou um enriquecimentoem muscovita.

A Praia de Itanhaém-Suarão apresentousedimentos arenosos com moda predominantementefina (localmente moda areia média), bem amoderadamente selecionados, polidos,arredondados e esféricos (embora menos queaqueles vistos em Cibratel). Os parâmetrosassimetria e curtose apresentaram valores muitovariáveis ao longo desta praia.Mineralogicamente, estes sedimentos apresentaramcomposição quartzosa e secundariamente, eramcompostos por muscovita, hornblenda, biotita,opacos e fragmentos biogênicos, além de granadae turmalina em pontos localizados. Os grãos maisgrossos e imaturos (tanto texturalmente quantomineralogicamente) estavam situados emadjacências da desembocadura do Rio Itanhaém,sobretudo no período entre abril a outubro/94 efevereiro a maio/95.

Tabela 3. Estimativa da variação de volume de sedimentos nos perfis praiais ao longo do monitoramento (em m3).

Praias Praia ltanhaém-Suarão Praia Cibratel

Perfis P4 P5 P6 P7 P8 P9 PIO PII

Valor Total -45,19 -143,3 -78,93 .311 ,02 -27,13 5,57 83,91 32,1

Page 13: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e ltanhaém 163

o mapa batimétrico da zona submersaadjacente à área de estudo mostrou um relevo suave,com declividade média de 0,18° (Giannini, 1987). Asisóbatas mostravam-se espaçadas, paralelas entre si ecom a linha de costa (exceto no trecho deiTonte aoMorro do Paranambuco), com trechos de maiordeclividade entre as profundidades de 5 a 7 metrosdeiTonteà foz do Rio ltanhaém e entre 4 a 9 metrosdeiTonteà Praia ltanhaém-Suarão.

Já a granulometria dos sedimentos de fundoapresentou um resultado muito similar àqueleencontrado na Praia de Cibratel quanto à descriçãomorfoscópica e mineralógica e parâmetrosestatísticos como diâmetro médio (areia muito fina),grau de seleção (muito bem selecionado) e curtose(leptocúrtica). A exceção ficou restrita a um trecholocalizado próximo à desembocadura do Rioltanhaém, onde os sedimentos apresentaram um graude seleção moderado. O parâmetro assimetria foi oúnico que diferiu da área emersa, apresentandoassimetria simétrica a positiva. Em termos de teor decarbonato biodetrítico, os sedimentos foramclassificados como litoclásticos (segundo aclassificação de Larsonneur et aI.,1982).

Discussão

Os segmentos praiais estudados revelaram opredomínio temporal do ATAS sobre as condições deatuação dos sistemas iTontais, porém estes últimosforam mais efetivos, caracterizando-se por ummodelamento mais eficiente da morfologia daspraIas.

A batimetria efetuada na antepraia mostrouuma morfologia suave, que permite a livre atuaçãodas ondas, favorecendo a retirada de finos (siltes e/ouargilas) oriundos das drenagens locais. Este fato écorroborado pela presença de sedimentos arenosos nafaixa submersa estudada.

A praia de Cibratel apresentou, em suaporção mediana, tendência de deposição devido aopredomínio de ondas NE provenientes do ATAS,com ganho sedimentar de 83m3 ao longo do períodomonitorado e variação máxima de 2 metros na facepraia!. Os eventos erosivos verificados neste trechopraial puderam ser explicados pela ação de ondasprovenientes do quadrante sul (sistemas iTontais) oude NE quando oriundas de sistemas pós-iTontais.

As áreas próximas ao EmbasamentoCristalino (desembocadura do Rio Piaçaguera eMorro do Paranambuco) apresentaramcomportamentos diferenciados aos da porçãomediana da praia.

O trecho próximo aoParanambuco, devido provavelmente à

Morro dopresença do

Embasamento Cristalino, soiTeu erosão somente emcasos de atuação de sistemas iTontais, com variaçãovertical máxima de 3 metros na face praia!. A açãodas ondas de NE/E (oriundas do ATAS e de sistemaspós-iTontais)juntamente com o processo de diiTaçãoe reiTaçãodas ondas no Morro do Paranambuco foisuficiente para a recuperação deste segmento, compequeno ganho sedimentar ao longo de todo operíodo (5,57 m3) embora existam eventos em quea recuperação destes perfis seja mais lenta (comovisto em novembro/94 e fevereiro/95). Contribuiçõessedimentares provenientes do próprio EmbasamentoCristalino bem como de esporádicas contribuições doRio ltanhaém podem ter influído na diferenciaçãodas características sedimentológicas deste trecho emrelação ao restante desta praia.

O trecho da praia junto ao Rio Piaçaguera,sob ação de sistemas iTontais, soiTeu progradaçãodevido à sombra de deposição criada pela Pedra dosJesuítas associada ao "efeito molhe hidrá~lico" que amigração da foz do Rio Piaçaguera causou quandomigrou para leste. Já a ação das ondas oriundas deNE (ATAS e sistemas pós-iTontais),juntamente coma ação fluvial, ocasionou uma tendência erosiva quenão foi suficiente para reverter a progradação desteponto até o mês de janeiro/95. Por sua vez, o balançosedimentar deste trecho mostrou perda de sedimentosao longo do trecho monitorado (-32, I m3) que podeser explicado pela erosão fluvial do rio Piaçaguera aolongo de toda a face praia!. A variação verticalmáxima nesta face praial foi de aproximadamente de4 metros. O enriquecimento de muscovita verificadoneste ponto pôde ser explicado como contribuição dopróprio rio em eventos de maior pluviosidade.

Não foi visto em nenhum dosmonitoramentos, algum indício de erosão maisacentuado como escarpas de praia relacionadas àpassagem de sistemas iTontais como aquelasnotificadas por Calliari et aI. (1996).

O ganho sedimentar na porção mediana e oalargamento da praia rumo nordeste, este últimoverificado também em fotografias aéreas, sugeremque o transporte de sedimentos é feitopreferencialmente pela ação da deriva litorânea rumoNE, atuante quando da ação de sistemas iTontais(ondas S/SE/ESSE), concordando com Calliari et aI.(op. cit.) que afirmaram que a passagem de sistemasfrontais ocasiona com maior remobilização desedimentos. Por sua vez, a ação das ondas NE(oriundas da ação' do ATAS) condicionou aexistência de correntes rumo SW que erodiram otrecho da desembocadura do Rio Piaçaguera.

Quando comparados entre si os trechos maispróximos ao Embasamento Cristalino, notou-se queas fases erosivas em um extremo correspondiam asfases construtivas no outro. Este tipo de mecanismo é

Page 14: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

164 Re\. bras. oceanogr.. 48(2). 2000

bastante comum ao longo da costa brasileira tendosido descrita por Farias et a!. (1985) na praia daArmação (BA) e Albino (1993) na praia de Macaé(RJ). Ambos os autores atribuíram este fato à ação efreqüência de frentes frias que atingem a costa.

Já o estudo da dinâmica sedimentar da praiaItanhaém-Suarão mostrou que a praia sofreuinfluência da desembocadura do Rio Itanhaém,sendo esta, porém, diferenciada de acordo com adistância entre o trechos estudados e a foz do rio.Esta variabilidade da influência fluvial na praia foimonitorado sob a ação de ATAS, sistemas frontaise de pós-frontal, sendo que no caso de sistemas pré-frontais, o monitoramento foi efetuado no princípiode atuação das ondas SSE, quando o padrão deincidência deste trem de ondas não haviam tido,ainda, tempo suficiente para alterar a morfologiapraia!.

De uma forma geral, o estudo dásfotografias aéreas, os dados granulométricos e osde composição mineralógica mostraram a maiorefetividade da deriva litorânea rumo NE, denotandomaior influência dos sistemas frontais sob otransporte dos sedimentos e a morfologia da praia.Em caso de ação de deriva longitudinal desedimentos mais efetiva (como aquela verificada sobação de ATAS no monitoramento efetuado emdezembro/94) ocorreu a erosão generalizada ao longode toda a praia, porém este fenômeno foi de curtaduração sendo que a praia teve um rápido ganhosedimentar no período seguinte.

O trecho mais próximo da foz do RioItanhaém apresentou, sob ação de ATAS e de pós-frontal, tendência à perda de sedimentos ao longo domonitoramento (-27,13 m3), variação verticalmáxima de 5 metros e presença de sedimentos finos amédios e com mineralogia similar àquela encontradana Praia de Cibrate!. Já sob a atuação de sistemasfrontais, este trecho sofreu deposição, sendo ossedimentos de maior moda (areia média) e commaior presença de minerais típicos das serrasadjacentes (granada).

O trecho situado à cerca de 300 - 350metros à nordeste da desembocadura do RioItanhaém, foi o trecho em que houve a maior perdasedimentar ao longo do monitoramento (-3 I 1,02 m3)e variação máxima de 4 metros na face praia!.Porém, o que mais marcante neste trecho foi asedimentação e o comportamento morfológico daface praia!. No período entre abril a outubro/94, estesegmento praial sofreu retrogradação até a erosãomáxima em outubro/94. De novembro/94 a maio/95,este trecho da praia passou a sofrer progradação(embora não contínua), apresentando em maio/95,uma morfologia relativamente similar àquela vistaem abril/94 para este ponto. O afloramento parcial do

banco arenoso na antepraia mostrou oarmazenamento de material sedimentar neste trechopraial, indicando baixa ação da deriva longitudinalna redistribuição destes sedimentos. A direção emque estava voltado o banco arenoso, indicou a maiorinfluência da ação de deriva longitudinal para NE.

O trecho mais próximo à desembocadura e otrecho a cerca de 300 - 350 metros da foz

apresentaram comportamentos opostos entre si,quando comparados entre si (sobretudo noperíodo entre abril a outubro/94), devido a maiorinfluência fluvial neste segmento da praia. Oprimeiro trecho, por estar mais próximo da foz,esteve mais protegido da ação dos sistemas frontaispor um provável molhe hidráulico do RioItanhaém e recebeu um incremento dos sedimentoscarreados pelo rio, sobretudo em épocas de maiorpluviosidade. O segundo trecho pareceu sofrer açãode processos fluviais e marinhos, sendo que emépocas de menor pluviosidade, este ponto sofreuretrogradação provavelmente devido ao menor aportede sedimentos. Com o aumento do índice de chuvas,este trecho praial recuperou-se.

Como ambos os trechos possuíam a suamorfologia e sedimentação mais dependentes da açãofluvial, foram reunidos em único compartimento aquidenominado de Itanhaém.

Já o restante da praia foi denominado deCompartimento Suarão e este apresentou umcomportamento morfológico praial intermediárioentre a sedimentação das outras praias. Houvetendência deposicional durante a ação do ATAS ede sistemas frontais estacionados na altura deSantos (ondas de NE) e ocorreu erosão quando asondas são oriundas de S (sistemas frontais), comvariações máximas verticais de 4 metros. Poroutro lado, os dados de diâmetro médio, grau deseleção e composição mineralógica dos sedimentosindicaram uma influência, ainda que pequena, doRio Itanhaém, o que tornou mais complicada adinâmica sedimentar costeira deste trecho. Obalanço erosivo/ deposicional dos perfis aquienglobados mostraram perda de sedimentos derespectivamente -78,93 m3 (P6), -143,3 m3 (P5) e -45, 19m3 (P4).

Esta diferença no balanço sedimentar entreambas as praias pode ser explicado pela atuação doRio Itanhaém e pela intensificação do uso e ocupaçãoda praia deste compartimento. Durante todo o tempode monitoramento, foram efetuadas as construções dequiosques para veranistas, reformas em propriedadescom o uso da areia da face praial e de pequenasdunas (que foram totalmente destruídas), construçãode muros e de saídas de águas fluviométricas(pequenos córregos) e pluviométricas quedesaguavam na face praia!.

Page 15: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

CAZZOLI Y GOYA & TESSLER: Variações morfológicas nas praias de Cibratel e Itanhaém 165

Conclusões

As praias de Itanhaém-Suarão e Cibratelapresentaram dinâmicas sedimentares distintas,sendo estas regidas principalmente pelo padrão deondas incidentes, que por sua vez foram regidospelos parâmetros meteorológicos atuantes na região.

Houve, em ambas as praias, o predomínio deerosão sob ação dos sistemas frontais e deposição soba ação do ATAS e dos sistemas pós-frontais.Exceções ocorrem em alguns trechos como aquelesituado em proximidades da foz do Rio Piaçaguera,na praia de Cibratel, devido à presença da própria fozdo rio e, também, da Pedra dos Jesuítas. Já na Praiade Itanhaém-Suarão, a exceção ocorreu no trechosituadoentre 100- 350 metrosda desembocaduradoRio Itanhaém que teve sua morfologia influenciadaprincipalmente pela ação deste rio.

As principais modificações ocorridas naspraias estiveram associadas à passagem de sistemasfrontais, que ocasionariam deriva longitudinal rumoNE. Na Praia de Itanhaém-Suarão foi possívelverificar que embora mais eficiente, a corrente rumoNE não consegue remobilizar todo o materialsedimentar que fica armazenado na antepraia sob aforma de bancos arenosos.

Sob a ação da ATAS, os sistemas de ondasincidentes sobre as praias induziram derivalongitudinal rumo SW. Esta deriva mostrou-se maisevidente na remobilização da face praial na Praia deCibratel, onde erodiu o trecho próximo à foz do RioPiaçaguera.

A Praia de Cibratel teve sua dinâmicasedimentar regida pela interrelação entre osparâmetros hidrodinâmicos (ondas) e fisiográficos. Oprocesso deposicional nesta praia foi fortementecondicionado pela presença do EmbasamentoCristalino. A foz do Rio Piaçaguera, juntamente coma Pedra dos Jesuítas, sob ação de sistemas frontais,exerceu um efeito de barramento auxiliando na

progradação do trecho praial em suas adjacências. Obalanço sedimentar desta praia é positivo, comexceção do trecho próximo ao Rio Piaçaguera devidoà própria erosão fluvial.

A Praia de Itanhaém-Suarão, por sua vez,apresentou dinâmica sedimentar diferenciada devidoa uma influência mais marcante ou incipiente dosprocessos fluviais sobre a dinâmica costeira econseqüentemente sobre os mecanismos desedimentação da região à nordeste do Rio ltanhaém,subdividindo a praia em dois compartimentos:Itanhaém e Suarão.

O Compartimento Itanhaém apresentou doistrechos com comportamentos opostos, sobretudono período entre abril a outubro/94, culminandocom a erosão total do trechoa 300 - 350 metros

da foz em outubro/94. O afloramento parcial deum banco arenoso na antepraia nos meses deabril/94 e maio/95 confirmou a existência deuma ritmicidade na sedimentação deste segmento dapraia no período monitorado. Este ciclo desedimentação do Compartimento Itanhaém pôde serexplicado pela variação da quantidade e intensidadedos sistemas frontais e precipitação pluviométrica.Todos estes parâmetros foram mais freqüentes e/ouintensos no período após outubro/94. O balançosedimentar deste compartimento foi negativo,sobretudo no trecho entre 300 a 350 metros dadesembocadura fluvial.

Já no Compartimento Suarão, a influênciafluvial foi notória somente durante a passagem desistemas frontais. Esta influência aliada aocondicionante antrópico resultou em um mecanismode sedimentação com balanço sedimentar negativo.

Referências bi61iográficas

Albino, 1. 1993. Morfodinâmica e processos desedimentação das praias da Barra e São José doBarreto - Macaé - RJ. Dissertação de mestrado.Universidade Federal do Rio de Janeiro, Institutode Geociências. 80p.

Calliari, L. 1.; Tozzi, H. M. & Klein, A. H. da F.1996. Erosão associada a marés meteorológicasna costa sul-riograndense (COMEMIR/OSNLR).ln: CONGRESSO BRASILEIRO DEGEOLOGIA, 39, Salvador, 1996. Salvador, SBG,Anais, 4:430 -434.

DAEE (DEPARTAMENTO DE ÁGUAS EESGOTOS/SRHSO SECRETARIA DERECURSOS HÍDRICOS, SANEAMENTO EOBRAS. 1998. Banco de dados pluviométricos doEstado de São Paulo, atualizado até 1997. Cd-room.

Farias, F. F.; Bittencourt, A. C. S. P.; Zanini Jr., A.& Dominguez, 1. M. L. 1985. Variaçõestemporais e espaciais na dinâmica desedimentação da Praia da ArmaçãoSalvador/Ba. Rev. Bras. Geoci., 15(1):48-54.

Giannini, P. C. F. 1987. Sedimentação quaternáriana Planície Costeira de Peruíbe-Itanhém (SP).Dissertação de mestrado. Universidade de SãoPaulo, Instituto de Geociências. 2 v.

Gross, M. G. 1971. Carbon determination. In:Carver, R. E. ed. Procedures in sedimentarypetrology. New York, Wiley-Interscience. p.573-596.

Page 16: Variações morfológicas espaço-temporais entre as praias de Cibratel e ... · Atividades complementares como fotointerpretação; caracterizações climáticas, batimétricas e

]66 Rev. bras. oceanogr., 48(2). 2000

INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.]994. Climanálise: Boletim de monitoramento eanálise climática. 9(4-12).

INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.1995. Climanálise: Boletim de monitoramento eanálise climática. 10(1-5).

King, C. A. M. 1972. Beaches and coasts 2m!ed.London, Edward Arnold, 570p.

Larsonneur, C.; Bouysee, P. & Aufret, 1. P. 1982.The superficial sediments of the English Chaneland its western approaches. Sedimentology,29(6):851-864.

Mahiques, M. M. de 1987. Considerações sobre ossedimentos de superfície de fundo da Baía de IIl)aGrande, Estado do Rio de Janeiro. Dissertação demestrado. Universidade de São Paulo, InstitutoOceanográfico. 2 v.

Muehe, D. 1996. Geomorfologia costeira. In: Cunha,S. B. & Guerra, A. 1. T. eds Geomorfologia:exercícios, técnicas e aplicações. Rio de Janeiro,Bertrand Brasil. p.191-238.

Sant' Anna Neto, 1. L. 1990. Ritmo climático e agênese das chuvas na zona costeira paulista.Dissertação de mestrado. Universidade de SãoPaulo, Faculdade de Filosofia, Letras e CiênciasHumanas, Departamento de Geografia. 156p.

Suguio, K. 1973. Introdução à sedimentologia. SãoPaulo, Edgard Blücher. 317p.

Suguio, K. & Martin, L. 1978. Formaçõesquaternárias marinhas do litoral paulista e, sulfluminense (Quaternary marine formations of theState of São Paulo and southern Rio de Janeiro).In: INTERNACIONAL SYMPOSIUM ONCOASTAL EVOLUTION IN THEQUATERNARY, São Paulo, 1978. São Paulo,SBG/IGUSP, Special Publication, n"-l. 55p.

Tessler, M. G. & Mahiques, M. M. de 2000. Poruma terminologiã sobre os sistemas praiais. In:SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE PRAIASARENOSAS, Itajaí, 2000. Anais. Itajaí,UNIVALI, p.68-69.

(Manuscrito recebido 01junho de 1999; revisado03julho 2000; aceito 07 de dezembro 2000)