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CARTILHA DA VEC
1/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
VARA DE EXECUÇÃO CRIMINAL
2014
CARTILHA DA VEC
2/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
Este trabalho foi idealizado e criado devido à
dificuldade encontrada pelos colegas, principalmente por
iniciantes na VEC, quanto aos procedimentos cartorários
afetos à execução criminal, com o objetivo de instruir os
colegas com o passo a passo da execução da pena, bem
como padronizar procedimentos.
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ÍNDICE
CAPÍTULO I – CONCEITOS BÁSICOS.....................................................................................04
CAPÍTULO II – DISPOSIÇÕES INICIAIS.................................................................................06
CAPÍTULO III – FORMAÇÃO DO PEC.................................................................................... 07
CAPÍTULO IV - CADASTRO
1 – PEC provisório..........................................................................................................................08
2 – PEC DEFINITIVO com réu preso............................................................................................09
3 – PEC DEFINITIVO com réu solto.............................................................................................10
4 - EXPEDIENTE INICIAL ..........................................................................................................11
5 - GUIA DE RECOLHIMENTO ................................................................................................. 12
CAPÍTULO V – INCIDENTES NA EXECUÇÃO DA PENA
1 – Detração....................................................................................................................................13
2 – Remição....................................................................................................................................14
3 – Progressão de Regime...............................................................................................................15
4 – Indulto e Comutação de pena....................................................................................................16
5 - Livramento Condicional ........................................................................................................... 17
6 - Revogação do Livramento Condicional ................................................................................... 18
CAPÍTULO VI – OUTROS PROCEDIMENTOS
1 – Como calcular a validade do mandado de prisão......................................................................19
2 - Multa..........................................................................................................................................25
3 – Extinção da pena.......................................................................................................................28
4 – Agravo em execução.................................................................................................................29
5 – Data base benefícios .................................................................................................................31
6 – Remessa de PEC para outra Comarca.......................................................................................32
7 – Organograma da execução criminal..........................................................................................33
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– CAPÍTULO I –
CONCEITOS BÁSICOS
V E C – Vara de Execuções Criminais, cartórios onde tramitam os processos de
execução criminal no Estado do Rio Grande do Sul. Em alguns Estados, é utilizado a
sigla V E P, de Vara de Execuções Penais.
V E P M A – Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas, cartório onde
tramitam os processos em que o apenado foi condenado a PRDs (penas restritivas de
direito), SURSIS (Suspensão Condicional da Pena), Prisão Domiciliar, Livramento
Condicional, Medida de Segurança. O único cartório especializado neste tipo de matéria
está situado na Comarca de Porto Alegre no Foro Central.
P R D - Penas restritivas de Direitos
P S C – Prestação de Serviços à Comunidade.
L F S – Limitação de fim de semana.
P E C – Processo de Execução Criminal. Um réu poderá ter vários processos
criminais em diversas varas criminais, porém deverá ter somente um processo de
execução criminal, onde estarão incluídas e somadas suas condenações.
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THEMIS-VEC– Módulo criado pelo Departamento de Informática do Tribunal
de Justiça-RS para controle dos processos de execução criminal e consequentemente da
execução das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e medidas de
segurança.
CÓDIGO DO PEC – É o número do PEC criado para cada apenado. No
sistema Themis-VEC, o apenado deverá ter somente um número de PEC durante toda
sua vida. Mesmo quando o PEC é baixado e o apenado venha a ser novamente
condenado, deverá ser usado sempre o mesmo código para o cadastro das novas
condenações. Salvo exceções, que é o caso de Porto Alegre onde existe VEC e
VEPMA, sendo que o apenado poderá ter em determinado tempo dois códigos de
pessoa vinculados.
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– CAPÍTULO II –
DISPOSIÇÕES INICIAIS
Em novembro de 2010 foi finalizada a implantação do novo Módulo
Themis-VEC em todas as 165 comarcas do Estado.
O módulo informatizado Themis-VEC, integrado ao sistema Themis de 1º
grau, foi desenvolvido pelo Departamento de Informática do Tribunal de Justiça e
possui banco de dados centralizado e integrado para todas as comarcas, possibilitando o
controle efetivo do cumprimento de penas privativas de liberdade, restritivas de direitos
e medidas de segurança.
O sistema facilitou muito a tarefa de quem trabalha com a VEC. Por outro
lado, o sistema evidenciou várias falhas que ocorriam no procedimento de cadastro de
informações durante o trâmite dos processos criminais na fase punitiva e veio ressaltar a
importância da correta informação dos dados no sistema.
O TJ/RS possui um sistema integrado de informações, que traz segurança
para se processar um indivíduo, já que os antecedentes sairão com base em consulta a
todas as Comarcas do RS. Da mesma forma, ao cadastrar um PEC, será possível
averiguar se aquele apenado já não possui outro em trâmite em Comarca diversa, caso
em que não se cria outro PEC.
Quem alimenta o sistema com informações é o servidor e esta é uma tarefa
essencial para o bom andamento de cada Cartório e também da VEC.
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Importante ressaltar a NECESSIDADE de lançamento correto de todas as
informações do processo criminal no sistema Themis (data da prisão, da soltura, da
denúncia, da sentença, Acórdão, trânsito em julgado, PJ-30, remessa à VEC, etc).
A RESPONSABILIDADE pelas informações é da VARA CRIMINAL,
portanto, de cada servidor.
O PEC tem origem em um processo criminal, portanto, para o bom
andamento na VEC, é imprescindível que as informações sejam cadastradas
corretamente pelos servidores durante o processo condenatório.
Assim, após o término do processo criminal, quando o réu foi condenado,
são extraídas cópias das principais peças do processo (Art. 941, da Consolidação
Normativa Judicial) para formação de um PEC – Processo de Execução Criminal.
Além disso, a Vara Criminal deve expedir ofício ao TRE, remeter o BIE
(Boletim Individual para fins estatísticos que é remetido pela Polícia juntamente com o
Inquérito Policial) ao DINP (Departamento de Informática Policial) e deve ser gerada a
PJ-30, que hoje é eletrônica e atualiza automaticamente o rol de culpados. Ver
Provimento 21/2006 – CGJ
ROL DE CULPADOS:
O que consta? Relação de réus com pena ativa (condenações com trânsito em julgado
em cumprimento ou ainda não prescrita);
Para que serve? É a base de pesquisa para a emissão das certidões externas
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ANTECEDENTES CRIMINAIS POR REQUISIÇÃO JUDICIAL (Provimento 42/2008-CGJ e Ofício-Circular 588/2008-CGJ)
O que consta? - Inquéritos Policiais e Processos em andamento; Processos suspensos
(art. 366 do CP e art. 89 da Lei 9099/95); Sentença penal condenatória, (ativa ou
baixada); Transação penal realizada e transação cumprida (fins do art.76 §2º, II e §4º, da
Lei 9099/95).
CERTIDÃO NEGATIVA ( Art. 416, CNJ-CGJ) e ALVARÁ DE
FOLHA-CORRIDA (Art. 418, CNJ-CGJ)
Quando não constar registro de condenação transitada em julgado ou, se condenado, já
tiver cumprido a pena. (Art. 202, da LEP); Ressalvada a hipótese de SURSIS (Art. 163,
§ 2º, DA LEP)
– CAPÍTULO III –
– FORMAÇÃO DO PEC
–
- Após emissão da PJ 30 e remessa do PEC à VEC no Themis (ícone
Processos – selecionar Remessa à VEC), deve ser formado o PEC com as peças
essenciais previstas no art. 941, da CNJ:
a) denúncia;
b) sentença e acórdão(s), inclusive contendo, se for o caso, a menção expressa acerca
cômputo do tempo de prisão provisória que importe em determinação do regime de
cumprimento de pena mais benéfico do que seria não fosse a detração, pelo próprio
juízo do processo de conhecimento, nos termos do art. 387, § 2º, do Código de Processo
Penal, acrescentado pela Lei 12.736/12;
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c) informação acerca da data da sentença de Pronúncia ou sua confirmação (se houver);
d) certidões de trânsito em julgado da condenação para a acusação e para a defesa;
e) certidão, em caso de ocorrência de prisão provisória (flagrante, preventiva ou
temporária), do tempo de sua duração, ou estando esta em vigor, assinalar a data de seu
início, ou documentos que comprovem o ingresso e soltura do réu, para cômputo da
detração, caso, nesta última hipótese, esta já não tenha sido apreciada pelo juízo do
processo de conhecimento para determinação do regime de cumprimento de pena,
nos termos do art. 387, § 2º, do Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei
12.736/12;
f) certidão acerca do período de suspensão do processo (se houver);
g) conta de multa e custas processuais;
h) endereço atualizado do réu;
i) outros elementos que o magistrado entender indispensáveis à adequada execução da
pena.
As peças acima DEVEM ser encaminhadas para a VEC da própria
Comarca onde tramitou o processo de condenação.
–
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– CAPÍTULO IV –
CADASTRO
- Chegando o PEC na VEC, fazer uma triagem rápida pela sentença, separando
condenações privativas de liberdade de outras condenações.
– Separar PECs provisórios de definitivos.
PEC PROVISÓRIO (condenação que chega em cartório sem trânsito em julgado e que
NÃO foi concedido o direito de recorrer em liberdade).
- Formar somente quando réu foi condenado, estiver preso pelo processo e lhe
foi negado direito de apelar em liberdade.
Neste caso, extrair peças imediatamente e formar o PEC provisório,
independente de determinação judicial, nos termos do Ofício-Circular 005/2011-CGJ e
027/2011-CGJ.
Os Cartórios Criminais, imediatamente após o recebimento da decisão da
instância superior, encaminharão cópias do acórdão, trânsito em julgado e cálculo de
custas/multa, independente de alteração ou não da sentença, à Vara de Execução
Criminal para onde foi encaminhado o PEC provisório, sem a feitura de outro PEC, para
evitar a duplicidade de cadastramento. Ofício-Circular 264/2009-CGJ.
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Expedido o PEC Provisório e sobrevindo a absolvição do réu ou havendo
alteração nos termos da condenação, com determinação para soltura do réu, ao Juiz da
causa competirá a expedição do competente Alvará e comunicação à Vara das
Execuções Criminais onde tramita o PEC para exclusão dos registros pertinentes à
respectiva condenação com devolução das peças ao Juízo de origem para arquivamento
junto ao processo crime. (não pode ficar registro de pena se o réu foi absolvido);
Mantida sentença condenatória: transformação do PEC provisório em definitivo.
No sistema Themis-VEC menu VEC > condenação > alterar seleciona o PEC
e processo a ser alterado (aba sentença/decisão), ícone “Nova Decisão” para
informar a decisão de 2º grau o Superior Instância.
PEC DEFINITIVO com réu preso (condenação com trânsito em julgado)
Verificada a regularidade das peças enviadas à VEC, essas devem ser postas em
ordem cronológica, paginadas e rubricadas para se iniciar o cadastramento.
A VEC vai realizar uma pesquisa pelo nome do APENADO (ícone VEC, clicar
em Apenados e Pesquisar).
Caso conste PEC já existente no nome da pessoa pesquisada, deve se certificar
de que é a mesma pessoa que foi condenada (verificar qualificação, data de nascimento,
filiação, etc.).
Se NÃO for a mesma pessoa ou não aparecer nada na pesquisa, CADASTRAR
UM NOVO PEC.
Se for a mesma pessoa, NÃO REGISTRAR NOVO PEC. DEVE UTILIZAR O
MESMO NÚMERO DO PEC.
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Se o PEC estiver em andamento noutra Comarca, remeter as peças para lá. A
VEC onde está tramitando o PEC DEVE incluir a nova condenação no PEC ATIVO
existente. PEC ativo é um só e deve conter todas as condenações de um apenado.
Não podemos admitir que um apenado tenha mais de um PEC tramitando em
diferentes Comarcas.
No entanto, se verificado que o PEC registrado no sistema já está baixado, a
VEC da Comarca da condenação deverá proceder à inclusão da condenação utilizando o
mesmo número de PEC já criado no sistema Themis-VEC, para que todas as penas
baixadas e ativas do apenado estejam vinculadas ao mesmo número de PEC. Não há
necessidade de reativar PECs baixados, apenas será utilizado o mesmo código de PEC
para incluir nova pena e formar fisicamente novo PEC.
Criado um PEC ou incluída a nova condenação, deve ser analisada a
competência para se processar o cumprimento da(s) pena(s), o que vai depender da pena
a ser cumprida e do local onde se encontra o apenado.
Quando a pena não é de prisão (Penas Restritivas de Direitos e SURSIS), se
verifica onde reside o apenado e se manda o PEC para a Comarca onde reside, que
fiscalizará o cumprimento da pena.
Quando a pena é de prisão e o apenado está preso, o PEC deve tramitar na
VEC responsável pelo Presídio onde o apenado deverá cumprir a pena (Ofício-Circular
572/2008-CGJ).
Quando a pena é de prisão e o apenado está solto, a VEC da Comarca de
origem deve expedir MANDADO DE PRISÃO. Neste último caso, o PEC fica
aguardando a prisão do apenado e, quando comunicada a prisão, deve ser remetido o
PEC para a VEC responsável pelo presídio para o qual foi encaminhado o apenado e
deverá cumprir a pena.
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PEC DEFINITIVO com réu solto
Deverão ser observados todos os passos acima referidos (cadastramento de PEC
definitivo com réu preso), sem inclusões de históricos, devendo ser certificado que o
apenado está em liberdade.
Autuado, devidamente paginado e rubricado, o PEC com o expediente deverá ser
concluso ao juiz.
Caso o apenado se encontre no regime aberto ou semi-aberto, após a inclusão
da nova condenação, deverá emitir a guia para a SUSEPE com a nova data fim de pena.
Em seguida deverá ser certificada a inclusão da nova condenação, informando a
situação anterior do PEC, observando se não está foragido e concluso ao Magistrado
para análise quanto à unificação das penas e definição do regime.
Se quando da inclusão da nova condenação o PEC já estiver no regime fechado,
emitir a guia normalmente, permanecendo o regime fechado.
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EXPEDIENTE INICIAL
O expediente inicial no sistema Themis-VEC é na verdade um relatório
geral do PEC onde constam todas as informações do apenado, do PEC, da pena,
decisões, movimentações, históricos e condenações. O Expediente inicial é
dividido basicamente em 05 partes:
Na folha número 01 estão os dados identificativos do apenado (nome, n.
do PEC, filiação, data de nascimento, etc.) e da pena (início de cumprimento,
data fim de cumprimento, prazos para benefícios, código do apenado na
SUSEPE).
Na folha número 02 estão as movimentações do processo de execução
criminal.
Na folha número 03 estão os pedidos de benefícios e decisões sobre
progressão de regime, remição, detração, unificação, comutação, liberdade
condicional, indulto, saída temporária, serviço externo, etc.
Na folha número 04 estão todos os históricos da pena, qualquer alteração
realizada no sistema Themis-VEC que influencie no cálculo da pena, como início
de cumprimento, ajustes de pena, alterações de condenação e todas as demais
decisões deferidas também são incluídas nos históricos.
Na folha número 05 em diante são listadas as condenações cadastradas
no PEC com as respectivas informações.
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GUIA DE RECOLHIMENTO
Ofício-Circular 288/2007-CGJ e Resolução 29/2007, do Conselho Nacional de
Justiça. ENTREGA DE GUIA DE RECOLHIMENTO ATUALIZADA AOS
APENADOS, MEDIANTE RECIBO.
Cartório da VEC deve encaminhar 03 (três) vias da guia de recolhimento e
expediente à casa prisional e/ou Susepe, que ficarão encarregados de entregar 01 (uma)
via ao apenado, colher a ciência deste na outra via e devolvendo-a, após, ao cartório.
É obrigatório sempre que houver alteração da situação da pena (quando
aumenta ou diminui data final do cumprimento da pena).
O sistema pergunta automaticamente se quer gerar a guia de recolhimento depois
que lançamos uma decisão.
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–CAPITULO IV –
INCIDENTES NA EXECUÇÃO DA PENA
1- DETRAÇÃO
(Art. 42, CP e Art. 44, § 4º, CP.)
Se o apenado esteve recolhido cautelarmente durante a instrução do
processo criminal (flagrante, prisão temporária, prisão preventiva), quando do
cadastramento do PEC e recolhimento do apenado para cumprimento da pena imposta,
deverá ser computado na pena o período de prisão cautelar do apenado1.
Nos casos de conversão da PRD (Penas Restritivas de Direitos) em PPL
(Pena Privativa de Liberdade) o cumprimento da PRD deverá ser computado no cálculo
da pena privativa de liberdade2.
Quando a PPL for substituída por duas penas restritivas de direito, cada
PRD corresponde à metade da PPL para efeitos de conversão e cálculo de eventual
detração. Conclusão do encontro de Juízes de Execução Penal em Bento Gonçalves
de junho de 2002 (Aprovada por unanimidade).
1Art. 42 do CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
2Art. 44 do CP (...) § 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de
trinta dias de detenção ou reclusão.
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No Themis-VEC a detração em relação às penas privativas de liberdade é
lançada por meio de decisão no menu VEC > Pena > Pedido/Decisão. Já para a
Prestação de Serviços à Comunidade é lançada no menu VEC > PSC no campo dias
detraídos.
2– REMIÇÃO
Remição é um instituto que permite diminuir, pelo trabalho, pelo estudo, e por
atividades artístico-culturais, parte da pena.
Para cada três (3) dias de trabalho é remido, ou seja, é reduzido um (1) dia de
pena. Para cada 18 horas de curso ou atividade também é reduzido um (1) dia de pena.
Cabe à direção da unidade prisional encaminhar, mensalmente, ao juízo da Vara
de Execuções Penais informações sobre os presos que estejam trabalhando, com a
informação sobre os dias efetivamente trabalhados. A remição é um benefício e será
concedida pelo Juiz da Vara de Execuções Penais.
Nas observações da decisão no sistema (menu VEC > Pena > Pedido/decisão)
deverá constar o número do AET (Atestado de Efetivo Trabalho) e o período
trabalhado.
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3– PROGRESSÃO DE REGIME
“ Art. 112 da LEP (Lei 7.210/84): A pena privativa de liberdade será executada de forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o
preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo Diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão.
§1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do
defensor.
§2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e
comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.”
É o direito de passar de um regime mais severo para outro. A concessão depende
do cumprimento de requisitos objetivos (tempo de cumprimento de pena) e subjetivo
(mérito). Os requisitos são diferentes para quem cometeu, ou não, crime hediondo.
FRAÇÕES PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Para crimes não hediondos ou hediondos cometidos antes de 29/03/2007 exigi-
se o cumprimento de 1/6 da pena.
Para crimes hediondos cometidos a partir de 29/03/2007, sendo primário o prazo
é de 2/5 da pena, sendo reincidente o prazo é de 3/5 da pena.
A Lei 11.464/2007 de 29/03/2007 alterou a Lei dos crimes hediondos quanto ao
prazo para progressão de regime.
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§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos
neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado
for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
4– INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA
O indulto é o perdão total e extinção da pena. O mais conhecido é o indulto de
natal.
A comutação é uma redução do quantum da pena, um abrandamento da pena que
será cumprida. Com a concessão deste benefício a pena aplicada é modificada e toda a
contagem dos prazos para benefícios é alterada.
Ambos são concedidos pelo Presidente da República, anualmente, por meio de
um decreto. No decreto, o Presidente diz quais são os requisitos para o preso ser
beneficiado com o indulto ou comutação.
A comutação no sistema Themis-VEC pode ser lançada no Menu VEC > Pena
> Pedido/Decisão, a) sobre a pena total; b) sobre um prazo específico; c) sobre um
período; d) sobre o restante da pena.
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5– LIVRAMENTO CONDICIONAL
(Artigos 83 a 90 do Código Penal e 131 a 146 da LEP)
É a possibilidade que o apenado tem de cumprir em liberdade o tempo restante
da pena a que foi condenado(a), desde que cumpra as condições impostas pelo (a)
juiz(a) da Vara de Execuções Criminais na sentença que concede a liberdade
condicional.
Deferido o LC, deverá ser incluído como benefício e ser expedida a “Guia de
Livramento Condicional”. Esse documento é expedido em 04 vias, uma para o processo
e outras 03 serão encaminhadas à Casa Prisional, a qual enviará uma para o Conselho
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Penitenciário, outra para o prontuário e uma entregue ao apenado. A guia conterá as
condições para cumprimento, e outras normas que devem ser obedecidas pelo apenado.
O apenado deverá ser cientificado a comparecer na VEC onde será novamente
intimado das condições, atualizará seu endereço e iniciará o cumprimento das
apresentações em Juízo.
Se o apenado declarar residir em outra Comarca e fornecer endereço certo com
comprovante, deverá solicitar a remessa de seu PEC para que possa efetuar suas
apresentações e dar seguimento ao cumprimento de sua pena na Comarca mais próxima
de seu domicílio.
FRAÇÕES PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Crime comum primário precisa ter cumprido 1/3 (um terço) da pena.
Crime comum reincidente (tiver cometido novo crime após ser condenado, ou
antes de completados 5 anos do cumprimento do crime anterior) precisará cumprir
metade (1/2) da pena para ser beneficiado com a liberdade condicional.
Crime hediondo terá que cumprir 2/3 (dois terços) da pena, desde que não tenha
sido condenado no período de 5 anos pelo mesmo crime (reincidente específico).
REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO
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Código Penal
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em
sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no Art. 84 deste Código.
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das
obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a
pena que não seja privativa de liberdade.
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação
resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que
esteve solto o condenado.
Lei de Execuções Penais n. 7.210/84
Art. 141 - Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-
á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo
livramento, a soma do tempo das duas penas.
Art. 142 - No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto
o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
De acordo com os artigos acima referidos:
a) Revogação por condenação anterior ao livramento, o período em liberdade é
computado como pena cumprida.
b) Revogação por outro motivo (descumprimento de condições ou condenação
definitiva no curso do livramento) o período de prova em liberdade deverá ser
descontado da pena, ou seja não será computado como pena cumprida.
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Obs.: No momento do desconto deverá ser considerado o período EFETIVAMENTE
em liberdade ( data da liberdade condicional até a prisão) para desconto do período não
se leva em conta a data da revogação do livramento, mas a efetiva prisão.
No sistema Themis-VEC, na própria decisão de revogação do livramento, é
possível informar o período em que o apenado esteve efetivamente em liberdade. O
sistema faz automaticamente o cálculo da nova data fim de pena descontado o período
ou prazo informado.
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– CAPÍTULO V –
OUTROS PROCEDIMENTOS
8– COMO CALCULAR A VALIDADE DO MANDADO DE PRISÃO
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Seguem abaixo algumas orientações e verificações a serem feitas para o correto
cálculo da validade do mandado de prisão (prazo prescricional).
Em caso de FUGA empreendida pelo apenado:
A) Verificações iniciais:
1. Observar na parte final da sentença (capitulação) se o apenado foi condenado
incurso nos artigos 69, 70 e 71 do CP. Em caso positivo retirar os acréscimos referentes
a estes artigos (súmula 497 do STF) para calcular a prescrição da pena de cada delito
separadamente nos termos do art. 119 do CP;
2. Observar eventuais comutações e unificações deferidas na execução da pena;
3. Ver total de pena com os descontos referidos nos itens acima;
4. Verificar início de cumprimento da pena, fugas e capturas anteriores à última
fuga;
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5. Calcular quanto de pena o apenado cumpriu até a última fuga, considerando
eventuais remições, detrações, comutações e unificações deferidas na execução
da pena;
6. Calcular quanto de pena resta a cumprir;
7. Verificar se o apenado é reincidente (art. 110, segunda parte do CP);
8. Verificar se o apenado era menor de 21 na data do fato ou maior de 70 anos na
data da sentença ( art. 115 do CP );
OBS.: – Caso houver mais de uma condenação no PEC, calcular a prescrição de cada
uma separadamente, com base no resto de pena de cada uma das condenações.
– Diminuir a pena cumprida antes da fuga da condenação que deu início ao
cumprimento da pena (mais grave).
– A prescrição que deverá ser usada no mandado é a maior encontrada entre todas
as condenações.
B) Cálculo da Prescrição de forma manual:
1. Pegar o resto de pena a cumprir de cada delito;
2. Ver a prescrição no art. 109, conforme tabela abaixo;
3. Acrescentar 1/3 no prazo de prescrição se reincidente (art. 110, segunda parte do
CP);
4. Diminuir pela metade o prazo, se menor de 21 anos na data do fato ou maior de
70 anos na data da sentença ( art. 115 do CP );
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TABELA DE PRAZOS PRESCRICIONAIS
Pena máxima
em abstrato ou
pena em
concreto
PRAZO
INICIAL
MENORIDADE REINCIDÊNCIA REINCIDENTE E MENORMenor de 21 na data do fato
ou maior de 70 na data da
sentença (art. 115 do CP)
(art. 110, caput, parte final,
do CP), somente em
pretensão executória.
Redução de 1/2 Aumento de 1/3 Aumento de 1/3 e redução de 1/2Menor que 01 ano 03 anos 01 ano e 06 meses 04 anos 02 anos
01 a 02 anos 04 anos 02 anos 05 anos e 04 meses 02 anos e 08 meses
Maior que 02 até 04
anos
08 anos 04 anos 10 anos e 08 meses 05 anos e 04 meses
Maior que 04 até 08
anos
12 anos 06 anos 16 anos 08 anos
Maior que 08 até 12
anos
16 anos 08 anos 21 anos e 04 meses 10 anos e 08 meses
Superior a 12 anos 20 anos 10 anos 26 anos e 08 meses 13 anos e 04 meses
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27/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
Mandado de Prisão para INÍCIO do cumprimento da pena
1. Transitada em julgado para acusação, o cálculo será feito pela pena aplicada
na condenação.
Observar na parte final da sentença (capitulação) se o apenado foi condenado
incurso nos artigos 69, 70 e 71 do CP. Em caso positivo retirar os acréscimos referentes
a estes artigos (súmula 497 do STF) para calcular a prescrição da pena de cada delito
separadamente nos termos do art. 119 do CP;
2. Verificar o prazo prescricional com base no art. 109 do CP, conforme tabela
antes referida.
3. Se pena definitiva , verificar se o apenado é reincidente (art. 110, segunda
parte do CP) com aumento de 1/3 do prazo prescricional;
4. Verificar se o apenado era menor de 21 na data do fato ou maior de 70 anos na
data da sentença ( art. 115 do CP ) com redução pela metade do prazo prescricional.
5. O termo inicial da prescrição será a data do trânsito em julgado da sentença
para acusação de cada uma das condenações.
a) sentença condenatória. Apelação exclusivamente da defesa. Julgamento no TJRS. Trânsito
em julgado. O trânsito em julgado para a acusação não será em relação ao acórdão, mas à
sentença. O Ministério Público deixou de apelar, mostrando que se conformou com a decisão de
primeiro grau. Esta será a data utilizada, e que servirá de parâmetro para o cálculo do prazo
prescricional e, consequentemente, da data de validade do mandado de prisão.
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b) sentença condenatória ou absolutória. Ministério Público apela. Acórdão do TJRS. Trânsito
em julgado. A data a ser considerada será a do trânsito em julgado em relação à decisão de
segundo grau.
c) sentença condenatória ou absolutória. Recurso exclusivo da defesa. Acórdão do TJRS.
Recurso do Ministério Público ao STJ. Decisão no REsp. Trânsito em julgado. Neste caso,
embora o MP tenha concordado com a sentença de primeiro grau, mostrou irresignação com a
decisão do Tribunal de Justiça, devendo ser utilizada como parâmetro a data do trânsito em
julgado em relação ao acórdão do STJ.
6. A data mais distante deverá ser consignada como sendo a de validade do mandado de prisão.
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PENA RESTRITIVA DE DIREITOS CONVERTIDA EM PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
1. Se o apenado NÃO deu início ao cumprimento da pena restritiva, a prescrição
será calculada pela pena aplicada na sentença e o termo inicial da prescrição será a data
do trânsito em julgado da sentença para a acusação. (Artigos 109, 110 e 112, I, do CP).
Observação: A data da conversão da PRD NÃO pode ser considerada como
termo inicial de prescrição, tampouco como marco interruptivo da prescrição por
ausência de previsão legal.
2. Se o apenado iniciou o cumprimento da PRD, o cálculo da prescrição deverá
levar em conta o resto de pena a cumprir e terá como termo inicial da prescrição a data
da interrupção do cumprimento da pena. (Artigos 109, 110 e 112, II, do CP).
a) PPL substituída somente por PSC: cada hora de trabalho cumprida corresponde a 1 dia de
pena;
b) PPL substituída por prestação pecuniária: calcular a porcentagem que o valor pago
corresponde em relação ao valor total; o mesmo índice será aplicado à pena privativa de
liberdade, para se alcançar o total já cumprido;
c) PPL substituída por DUAS restritivas de direito:
O cálculo será feito considerando o percentual cumprido de cada uma das restritivas e
dividindo por 2, uma vez que o cumprimento de cada uma das restritivas equivale a 50% da
PPL.
d) Limitação de final de semana: calcular a porcentagem de finais de semana em que o
apenado se apresentou em relação ao total existente no período em que deveria cumprir; a
mesma proporção será aplicada à PPL;
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30/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
e) Interdição temporária de direitos: o total de dias em que a restrição foi obedecida
corresponderá à PPL cumprida.
Sempre observar concurso de crimes (artigos 69, 70 e 71) para cálculo separado de prescrição
por delito (art. 119 do CP), bem como verificar reincidência e menoridade.
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31/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
SURSIS REVOGADO
1. Em caso de REVOGAÇÃO do SURSIS a prescrição será calculada com base
na pena aplicada na sentença e o termo inicial da prescrição será a data da revogação do
SURSIS.
2. Sempre observar concurso de crimes (artigos 69, 70 e 71) para cálculo
separado de prescrição por delito (art. 119 do CP).
3. Verificar reincidência e menoridade.
ATENÇÃO:
Se o apenado não compareceu sequer a audiência admonitória, o SURSIS não é
“revogado”, mas é na verdade tornado sem efeito, por que o apenado não deu início ao
cumprimento das condições e neste caso, uma vez que não houve revogação do
SURSIS propriamente dita, a data de referência COMO TERMO INICIAL DA
PRESCRIÇÃO continuará sendo o trânsito em julgado da sentença para acusação.
O SURSIS tem início com o comparecimento do apenado na audiência admonitória, nos
termos do art. 161 da L.E.P.
Art. 161 - Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não
comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será
executada imediatamente a pena.
EMENTA: EXECUÇÃO PENAL. RECURSO DE AGRAVO. PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO EXECUTÓRIA. A suspensão condicional da pena depende de aceitação ou
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32/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
não por parte do sentenciado. Portanto, é da realização da audiência admonitória, quando,
então, em havendo concordância do condenado, é que ocorre a interrupção da prescrição,
como preconizado no art. 117, V, do CP. Não se encontrando, ainda, o condenado, em gozo de
“sursis”, por não haver sido realizada audiência admonitória, não há falar em marco
interruptivo da prescrição. Precedentes Jurisprudenciais do STJ. AGRAVO IMPROVIDO.
Agravo n. 70001885110.
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10– MULTA
Quando a MULTA for única pena aplicada, não extrair cópias para formação do PEC.
Envia PJ30 e comunica TRE. Prossegue no mesmo processo, com intimação para
pagamento (art. 705 da CNJ)3.
Com pagamento, baixar condenação e comunicar TRE.
Se não comparece, certifica e manda ao MP para medidas cabíveis ou, dependendo do
pensamento do Juiz, já remete certidão para Fazenda Pública para que seja executada a
dívida de valor – CDA – art. 51, CP.
Art. 933, CNJ: Para execução da pena de multa não há incidência de regra que
estabelece valor mínimo para ajuizamento das ações de execução (Lei Execução Fiscal).
FORMA DE RECOLHIMENTO : Art. 932 da CNJ
- Crime de competência FEDERAL - Prov. 16/2009-CGJ - Quando a competência
para a execução da pena é declinada em favor do Juízo estadual, permanece o Juízo
federal com a competência para a cobrança e execução da multa penal e das custas
judiciais federais.
3Consolidação Normativa Judicial .
Art. 705 – Nos processos onde foi aplicada a pena de multa, deverá ser elaborado o cálculo da multa e custas,
intimando-se o réu, pessoalmente, para pagamento, no prazo legal, na Vara da condenação, ficando dispensada a
expedição de PEC, quando a pena pecuniária for a única aplicada.
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No entanto, se o apenado desejar efetuar o pagamento da multa federal no Juízo
Estadual observar as orientações contidas no art. 932-B da Consolidação Normativa
Judicial, uma vez que o recolhimento se dará pela GRU – Guia de recolhimento da
união.
Art. 932-B – Todos os recursos destinados ao Fundo Penitenciário Nacional devem ser recolhidos por
meio da Guia de Recolhimento da União (GRU), emitidas pelo cartório, a partir do acesso ao sítio
www.mj.gov.br/depen > Fundo Penitenciário > Guia de Recolhimento da União GRU, observando-se,
quanto ao preenchimento, o que segue:
UG (UNIDADE GESTORA): 200333
GESTÃO: 00001
NOME DA UNIDADE: DEPARTAMENTO PENITENCIARIO NACIONAL
CÓDIGO DE RECOLHIMENTO: Informe o código conforme o tipo de recolhimento a ser
efetuado.
Código Recolhimento
14600-5 FUNPEN-MULTA DEC SENTENCA PENAL CONDENATORIA
14601-3 FUNPEN-REC FIANCAS QUEBRADAS E PERDIDAS
20230-4 FUNPEN-PERDIMENTOS EM FAVOR DA UNIAO
NÚMERO DE REFERÊNCIA: Informe o número do processo.
COMPETÊNCIA: (mm/aaaa): Informe o mês/ano de competência.
VENCIMENTO (dd/mm/aaaa); Informe a data de vencimento da GRU.
CNPJ OU CPF DO CONTRIBUINTE: Informe o nome do réu. Na hipótese dele não possuir
CPF, informe o CNPJ do TJ/RS (89.522.064/0001-66).
NOME DO CONTRIBUINTE/RECOLHEDOR: Informe o nome do réu ou o nome do
recolhedor.
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35/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
Informe os valores e imprima a guia.
Eventuais dúvidas podem ser dirimidas pela Coordenação de Orçamento de Finanças do
Departamento Penitenciário Nacional por meio do telefone (61) 3429-3422.
- Crime de competência ESTADUAL: recolhida ao Fundo Penitenciário Estadual:
1) entrar no site da fazenda www.sefaz.rs.gov.br ;
2) selecionar Pagamento de Tributos;
3) clicar em Demais Receitas;
4) clicar em Demais Códigos de Arrecadação.
http://www.sefaz.rs.gov.br/SAR/GAU-EMI-LIV.aspx:
DATA PROGRAMADA PAGTO: (DATA DO PAGAMENTO) DDMMAAAA
CÓDIGO DE ARRECADAÇAO:
Informe o código conforme o tipo de recolhimento a ser efetuado.
Código Recolhimento
0316 MULTA DECORRENTE DE SENTENÇAS PENAIS – FUNDO PENITENCIÁRIO
0451 TAXA JUDICIÁRIA – LEI 12.613/06
0482 CUSTAS JUDICIAIS ESTATIZADAS – LEI 12.613/06
IDENTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE:
CNPJ OU CPF DO CONTRIBUINTE: Na hipótese dele não possuir CPF, informe o
CNPJ do TJ/RS (89.522.064/0001-66).
NOME DO CONTRIBUINTE: Informe o nome do apenado.
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36/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
NÚMERO DE REFERÊNCIA: Informe o número do PEC.
VENCIMENTO (dd/mm/aaaa); Informe a data de vencimento da guia/data do
pagamento.
OBSERVAÇÕES: Informe outros registros (ex: nº parcela etc)
Inocorrendo a quitação do débito referente às custas, será observado o disposto no art.
525 da Consolidação Normativa Judicial4
Ofício- Circular nº 043/2010 – CGJ:
- Contadoria da Comarca de origem (da condenação) elabora cálculo da multa e custas e
remete à VEC;
- Após, Contadoria do Juízo da VEC onde tramita o PEC elabora atualização destes
valores.
4CNJ - Art. 525 – Inocorrendo a quitação do débito, expedir certidão e remetê-la para a Fazenda Estadual e,
simultaneamente, com os dados necessários à identificação do contribuinte (CPF/CNPJ), ao Departamento de
Orçamento de Programação Orçamentária e Receita - DPROR, ainda que referente a débito constituído
anteriormente à vigência da Lei 12.613/06, o que será certificado nos autos, procedendo-se, após, na baixa do
processo.
Parágrafo único - não será expedida a certidão quando o débito se referir a despesas (Lei Estadual nº 8.121, de
30.12.85, art. 6.º, “c”, i a vii) em valor igual ou inferior a 50 UPF-RS (Lei Estadual n.º 12.031, de 19.12.03, art.
2.º), hipótese em que deverá haver mera comunicação, mediante ofício, devendo constar: nº processo, nº da guia,
valor, data da conta, nome, endereço e CPF/CNPJ do devedor.”
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CARTILHA DA VEC
37/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
EXTINÇÃO DA PENA
1. Verificar intimações do M.P. e defesa da decisão de extinção.
2. Em caso de extinção por término de pena, verificar se foram pagas custas e
multa. Caso não pagas, verificar se foi expedida certidão à PGE.
3. Em caso de extinção por prescrição, verificar se foram feitas as comunicações à
SUSEPE e ao DINP.
a) Comunicar ao DINP – Departamento de Informática Policial - responsável pelas informações
e cadastros das Delegacias de Polícia. Eles devem dar a baixa da condenação para que o apenado
que já cumpriu a pena não venha a ser preso indevidamente;
b) Comunicar à Vara de origem para baixa da condenação no Themis. Só com esta comunicação,
a condenação deixará de constar no Rol de Culpados. A Vara de origem deve proceder à baixa:
1. No sistema Themis1g a Vara Criminal deve ir no ícone Processos;
2. Clicar em Condenação;
3. Baixar Condenação por Processo
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CARTILHA DA VEC
38/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
12– AGRAVO EM EXECUÇÃO
12.1– Verificar se a petição de interposição do agravo em execução foi
devidamente protocolada.
12.2– Autuar em apartado ou apenso.
12.3– Mandar concluso para recebimento ou não do agravo em execução.
12.4– Com o retorno dos autos, recebido o agravo, se diz respeito a pedido de
benefício deferido ou não, lançar a interposição do agravo no sistema no menu VEC >
Pena > Pedido/Decisão. Seleciona a decisão da qual foi interposto o agravo em
execução e na parte inferior da decisão seleciona a interposição do agravo, data e
origem (M.P. ou Defesa).
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CARTILHA DA VEC
39/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
12.5– Antes da remessa do agravo ao Tribunal de Justiça, observar se estão
presentes as peças obrigatórias – Expediente Inicial do apenado, Guia de Recolhimento,
cópia da decisão agravada, cópia da intimação das partes, EXPEDIENTE COMPLETO.
Observar Ofícios-Circulares 193/2006 e 029/2004-CGJ.
12.6– Com o retorno do agravo do Tribunal, deverá ser lançada a decisão do
agravo no sistema no mesmo menu em que foi lançada a interposição Menu VEC >
Pena > Pedido/Decisão. Selecionada a respectiva decisão e na parte inferior da tela
clica no ícone Decisão 2º Grau.
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CARTILHA DA VEC
40/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
14– DATA BASE BENEFÍCIOS
Data base é data que servirá de parâmetro para recontagem das frações para
benefícios, considerando a pena já cumprida e restante de pena a cumprir.
Pode ser alterada a data base pela progressão de regime para o semiaberto para
saber quando o apenado terá direito à nova progressão para o aberto, pode também ser
alterada em caso de regressão de regime ou cometimento de delito durante a execução
da pena, para verificar quando o apenado terá direito a nova progressão de regime.
Para alterar a data base no sistema Themis-VEC basta acessar o menu VEC >
Dados da Pena e na aba “Prazos” informar data desejada. Também há possibilidade de
alterar a data base por lançamento de decisão no menu VEC > Pena > Pedido/Decisão
“Alteração da Data Base Benefícios”.
A inclusão da data base benefícios influencia na contagem dos prazos do
expediente, que aparecerão de duas formas:
- na primeira coluna do expediente os prazos calculados sobre a pena total e contados
a partir do início do cumprimento de pena informado.
- na segunda coluna do expediente os prazos calculados sobre o restante da pena
considerando a data-base informada e contados a partir da própria data-base.
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CARTILHA DA VEC
41/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
14– REMESSA DE PEC PARA OUTRA COMARCA
14.1– Quando for determinada a remessa de PEC para outra Comarca, deverá
ser lançada no sistema a decisão de transferência (Menu VEC > Pena > Pedido/Decisão.
“Transferência de lugar ou de Presídio”
Após o lançamento da decisão é necessário ir no menu VEC > Enviar PEC
para outra Comarca. Com esse lançamento o PEC já sairá do mapa do cartório e
estará pronto e aguardando o recebimento pela Comarca de destino no menu Receber
PEC de outra Comarca.
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CARTILHA DA VEC
42/42MANUAL SOBRE PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS - EXECUÇÃO PENAL
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