valoreconomico 27 dejunho_2013

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Quinta-feira, 27 de junho de 2013 | F1 Especial Shopping centers 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 351 376 363 392 408 430 457 504* N ú m ero de shoppings 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 Área Bruta Locável (ABL) Em milhões de m 2 50,0 58,0 64,6 74,0 91,0 108,0 119,5 133,84* F atura m e nto Em R$ bilhões Empregos A prova de crises Todos os indicadores apresentam crescimento 10.344 11.403 7.492 8.253 8.645 9.081 9.512 524.090 629.700 700.650 707.166 720.641 775.383 877.000 Fonte: Abrasce *Estimativa Infografia: Alex Silva Design Desempenho do setor na bolsa tende a reverter as perdas, dizem analistas F11 Carteira Ambiciosos planos de investimento dos centros de compras têm obtido bom respaldo do mercado de capitais, com captações de cerca de R$ 2 bi no primeiro quadrimestre por parte de três das empresas listadas Q uem examinar a carteira de projetos dos shop- ping centers brasileiros para os próximos anos rapida- mente chegará à conclusão que não há crise para o setor. Dúvi- das sobre a política monetária americana, turbulência nos mercados, dólar em alta, bolsa em queda — nada disso alterou os ambiciosos planos de expan- são dos shopping centers. Nos últimos seis anos, em mé- dia 17 shoppings foram abertos a cada ano. Nesta década, o número subiu para a casa das duas deze- nas e novo salto será dado neste ano. Estão em construção no mo- mento 41 shoppings para ser inaugurados ainda em 2013 em várias partes do país. Outros 30 abrem as portas em 2014. “É um momento de forte in- vestimento no setor”, diz Luiz Al- berto Marinho, sócio da GS&BW, unidade especializada em shop- ping centers da GS&MD Gouvêa de Souza. Marinho lembra que o país levou 40 anos para cons- truir 351 shoppings desde o pri- meiro, inaugurado em 1966, até 2006. Apenas seis anos depois, 111 novos empreendimentos fo- ram abertos e o total chegou a 462 shoppings em junho e deve fechar o ano com 503 unidades, de acordo com dados da Asso- ciação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Os ambiciosos planos de inves- timento dos shoppings têm tido bom respaldo do mercado de ca- pitais. Três das seis empresas de shopping que têm capital aberto levantaram cerca de R$ 2 bilhões no mercado no primeiro quadri- mestre, mais do que o R$ 1,9 bi- lhão captado em todo o ano pas- sado. A Multiplan fechou em abril um lançamento de ações de R$ 704,7 milhões; e o Iguatemi emitiu em junho R$ 432,4 mi- lhões. O Iguatemi havia levantado R$ 450 milhões em fevereiro com a venda de debêntures; e a BR Malls R$ 400 milhões em abril também com debêntures. Não tem faltado também cré- dito tradicional, inclusive do Ban- co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2010, o banco desembolsou R$ 366 milhões para o setor de shoppings; no ano passado, o vo- lume saltou para R$ 1 bilhão. No primeiro trimestre foram R$ 108 milhões em comparação a R$ 136 milhões em igual período de 2012. A chefe de departamento do BNDES, Ana Cristina Costa, confirma que os últimos anos fo- ram de investimentos pesados para os shoppings, que estão cap- tando em diversas fontes. As li- nhas têm prazo médio de seis a oi- to anos e podem ser fornecidas di- retamente pelo BNDES ou repas- sadas por bancos privados. O dinheiro obtido pelos shop- pings será destinado à amplia- ção das unidades existentes e construção de novos empreen- dimentos. Para Marinho, a dis- ponibilidade de financiamento para os novos projetos explica o crescimento do setor, além, é claro, do desenvolvimento e da estabilidade da economia. Já as empresas preferem se con- centrar em seus negócios. “É o momento de focar na compa- nhia; já a situação macroeconô- mica não está sob nossa influên- cia. Naturalmente, quando a eco- nomia cresce, o retorno é mais al- to. O setor de shopping center não depende apenas da conjun- tura do momento, mas também da demanda dos lojistas. E, em um período de dificuldade eco- nômica, um projeto bem planeja- do sobrevive”, diz Eduardo Prado, superintendente de relações com investidores da Aliansce, empresa que fez sua abertura de capital em 2010, captando R$ 672,75 mi- lhões, e, no fim de 2012, levantou mais R$ 447,6 milhões com a emissão de ações. Em 2012, a Aliansce cresceu bastante com aquisições. Com- prou participações ou todo o ca- pital de seis shoppings, aumen- tando a Área Bruta Locável (ABL) em pouco mais de 40%. Este ano também começou com compras. Já em janeiro adquiriu uma parti- cipação adicional de 19,72% da área bruta locável do Shopping Iguatemi Salvador por R$ 232,5 milhões. Além disso, está desen- volvendo três empreendimentos, sendo dois shoppings, um em Maceió (AL) com uma torre co- mercial, que deverá ser inaugura- do no último trimestre do ano, e outro em Fortaleza (CE). A Multiplan também está vol- tada para o futuro. A empresa fez seu IPO em 2007, quando levan- tou R$ 687,3 milhões, e outra emissão em 2009, de R$ 792,3 mi- lhões. Neste ano, captou mais R$ 704,7 milhões com a venda de ações, em março, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Acessamos o mercado com um timing excepcional. O fi- nanciamento está tomado e os re- cursos para os investimentos es- tão equalizados. Estamos agora olhando o crescimento futuro”, afirma Armando D’Almeida Neto, vice-presidente e diretor de rela- ções com investidores da Multi- plan. “Naturalmente se o merca- do está favorável é melhor. Mas a situação atual não faz diferença para um setor que gera muito cai- xa e tem margens altas que per- mitem reinvestir”, acrescentou. Desde seu IPO, a Multiplan abriu cinco novos shoppings. Em 2012 aumentou em 28% a ABL própria, com a entrega de três no- vos shopping centers, expansões e torres comerciais. A carteira de investimentos em execução é de R$ 1,14 bilhão. Neste ano, vai abrir um shopping em Maceió, de 37,7 mil metros quadrados, em parceria com a Aliansce. Além disso, está debruçada em algu- mas ampliações. Fará duas expan- sões no shopping de Ribeirão Pre- to, que vai ganhar mais 15,2 mil metros quadrados de ABL em duas etapas, em agosto e novem- bro; e fará também uma amplia- ção do Barra Shopping, no Rio. No primeiro semestre de 2014, a Multiplan fará mais ampliações, tanto de lojas como de escritórios, totalizando 9,5 mil metros qua- drados. Também vai inaugurar duas torres comerciais de 74.200 metros quadrados em São Paulo, o Morumbi Corporate. A empresa vai crescer 20% em área. O ciclo longo dos investimen- tos em shoppings é outro moti- vo para as empresas da área esta- rem alheias às turbulências do momento. Um shopping center novo leva de dois a três anos para abrir as portas a partir do mo- mento em que for comprado o terreno em que será construído; e mais 15 a 20 meses para se de- senvolver, calcula Leandro Lo- pes, diretor de relações com in- vestidores e CFO da BR Malls. “Quando entra em um projeto, a empresa deve estar segura do in- vestimento e do retorno previs- to. É preciso planejar a longo prazo”, acrescenta Lopes. Mas, quando um shopping bem planejado abre as portas, o faturamento é praticamente cer- to: luvas, fluxo de aluguéis e esta- cionamento. A margem opera- cional é bem alta, calculada pe- los analistas entre 70% a 80% do lucro antes dos impostos, juros e depreciação (Ebitda). A elevada capacidade dos shoppings de gerar caixa para bancar os inves- timentos é outro motivo que os deixa relativamente tranquilos com os ambiciosos planos de ex- pansão que têm pela frente. A BR Malls levantou R$ 750 mi- lhões em seu IPO e fez mais três captações posteriores, totalizan- do R$ 2,4 bilhões, na esteira de um grande plano de investimento. Neste ano, levantou R$ 400 mi- lhões com a emissão de debêntu- res, segundo a CVM. Em 2012, inaugurou três shoppings. Neste ano, já inaugurou a expansão do Plaza Niterói (RJ); e fará am- pliações no Shopping Natal (RN) e no Shopping Rio Anil, em São Luís (MA). recheada

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Page 1: Valoreconomico 27 dejunho_2013

Jornal Valor --- Página 1 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:08:49

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:8) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

Quinta-feira, 27 de junho de 2013 | F1

Es p e c i a lShopping centers

2012201120102009

20082007

2006

2012201120102009200820072006

20132012201120102009200820072006

351

376363

392408

430

457

504*

Número de shoppings

201320122011201020092008

20072006

Área Bruta Locável (ABL)

Em milhões de m2

50,058,0

64,674,0

91,0

108,0119,5

133,84*

FaturamentoEm R$ bilhões

Empregos

A prova de crises

Todos os indicadores apresentam crescimento

10.344

11.403

7.492

8.2538.645

9.081

9.512

524.090

629.700

700.650 707.166 720.641775.383

877.000

Fonte: Abrasce *Estimativa

Info

graf

ia: A

lex

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a D

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Desempenho dosetor na bolsa tendea reverter as perdas,dizem analistas F11

C a r te i raAmbiciosos planos de investimento dos centros decompras têm obtido bom respaldo do mercado de capitais,com captações de cerca de R$ 2 bi no primeiroquadrimestre por parte de três das empresas listadas

Q uem examinar a carteirade projetos dos shop-ping centers brasileiros

para os próximos anos rapida-mente chegará à conclusão quenão há crise para o setor. Dúvi-das sobre a política monetáriaamericana, turbulência nosmercados, dólar em alta, bolsaem queda — nada disso alterouos ambiciosos planos de expan-são dos shopping centers.

Nos últimos seis anos, em mé-dia 17 shoppings foram abertos acada ano. Nesta década, o númerosubiu para a casa das duas deze-nas e novo salto será dado nesteano. Estão em construção no mo-mento 41 shoppings para serinaugurados ainda em 2013 emvárias partes do país. Outros 30abrem as portas em 2014.

“É um momento de forte in-vestimento no setor”, diz Luiz Al-berto Marinho, sócio da G S & B W,unidade especializada em shop-ping centers da GS&MD Gouvêade Souza. Marinho lembra que opaís levou 40 anos para cons-truir 351 shoppings desde o pri-meiro, inaugurado em 1966, até2006. Apenas seis anos depois,111 novos empreendimentos fo-ram abertos e o total chegou a462 shoppings em junho e devefechar o ano com 503 unidades,de acordo com dados da Asso-ciação Brasileira de ShoppingCenters (Abrasce).

Os ambiciosos planos de inves-timento dos shoppings têm tidobom respaldo do mercado de ca-pitais. Três das seis empresas deshopping que têm capital abertolevantaram cerca de R$ 2 bilhõesno mercado no primeiro quadri-mestre, mais do que o R$ 1,9 bi-lhão captado em todo o ano pas-sado. A Multiplan fechou em abrilum lançamento de ações deR$ 704,7 milhões; e o Iguatemiemitiu em junho R$ 432,4 mi-lhões. O Iguatemi havia levantadoR$ 450 milhões em fevereiro coma venda de debêntures; e a BRMalls R$ 400 milhões em abriltambém com debêntures.

Não tem faltado também cré-dito tradicional, inclusive do Ban-co Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES). Em2010, o banco desembolsouR$ 366 milhões para o setor deshoppings; no ano passado, o vo-lume saltou para R$ 1 bilhão. Noprimeiro trimestre foram R$ 108milhões em comparação a R$ 136milhões em igual período de2012. A chefe de departamentodo BNDES, Ana Cristina Costa,confirma que os últimos anos fo-ram de investimentos pesadospara os shoppings, que estão cap-tando em diversas fontes. As li-nhas têm prazo médio de seis a oi-to anos e podem ser fornecidas di-retamente pelo BNDES ou repas-sadas por bancos privados.

O dinheiro obtido pelos shop-pings será destinado à amplia-ção das unidades existentes econstrução de novos empreen-dimentos. Para Marinho, a dis-ponibilidade de financiamento

para os novos projetos explica ocrescimento do setor, além, éclaro, do desenvolvimento e daestabilidade da economia.

Já as empresas preferem se con-centrar em seus negócios. “É omomento de focar na compa-nhia; já a situação macroeconô-mica não está sob nossa influên-cia. Naturalmente, quando a eco-nomia cresce, o retorno é mais al-to. O setor de shopping centernão depende apenas da conjun-tura do momento, mas tambémda demanda dos lojistas. E, emum período de dificuldade eco-nômica, um projeto bem planeja-do sobrevive”, diz Eduardo Prado,superintendente de relações cominvestidores da Aliansce, empresaque fez sua abertura de capital em2010, captando R$ 672,75 mi-lhões, e, no fim de 2012, levantoumais R$ 447,6 milhões com aemissão de ações.

Em 2012, a Aliansce cresceubastante com aquisições. Com-prou participações ou todo o ca-pital de seis shoppings, aumen-tando a Área Bruta Locável (ABL)em pouco mais de 40%. Este anotambém começou com compras.Já em janeiro adquiriu uma parti-cipação adicional de 19,72% daárea bruta locável do ShoppingIguatemi Salvador por R$ 232,5milhões. Além disso, está desen-volvendo três empreendimentos,sendo dois shoppings, um emMaceió (AL) com uma torre co-mercial, que deverá ser inaugura-do no último trimestre do ano, eoutro em Fortaleza (CE).

A Multiplan também está vol-tada para o futuro. A empresa fezseu IPO em 2007, quando levan-tou R$ 687,3 milhões, e outraemissão em 2009, de R$ 792,3 mi-lhões. Neste ano, captou maisR$ 704,7 milhões com a venda deações, em março, de acordo com aComissão de Valores Mobiliários(CVM). “Acessamos o mercadocom um timing excepcional. O fi-nanciamento está tomado e os re-cursos para os investimentos es-tão equalizados. Estamos agoraolhando o crescimento futuro”,afirma Armando D’Almeida Neto,vice-presidente e diretor de rela-ções com investidores da Multi-plan. “Naturalmente se o merca-do está favorável é melhor. Mas asituação atual não faz diferençapara um setor que gera muito cai-xa e tem margens altas que per-mitem reinvestir”, acrescentou.

Desde seu IPO, a Multiplanabriu cinco novos shoppings. Em2012 aumentou em 28% a ABLprópria, com a entrega de três no-

vos shopping centers, expansõese torres comerciais. A carteira deinvestimentos em execução é deR$ 1,14 bilhão. Neste ano, vaiabrir um shopping em Maceió, de37,7 mil metros quadrados, emparceria com a Aliansce. Alémdisso, está debruçada em algu-mas ampliações. Fará duas expan-sões no shopping de Ribeirão Pre-to, que vai ganhar mais 15,2 milmetros quadrados de ABL emduas etapas, em agosto e novem-bro; e fará também uma amplia-ção do Barra Shopping, no Rio.

No primeiro semestre de 2014,a Multiplan fará mais ampliações,tanto de lojas como de escritórios,totalizando 9,5 mil metros qua-drados. Também vai inaugurarduas torres comerciais de 74.200metros quadrados em São Paulo,o Morumbi Corporate. A empresavai crescer 20% em área.

O ciclo longo dos investimen-tos em shoppings é outro moti-vo para as empresas da área esta-rem alheias às turbulências domomento. Um shopping centernovo leva de dois a três anos paraabrir as portas a partir do mo-mento em que for comprado oterreno em que será construído;e mais 15 a 20 meses para se de-senvolver, calcula Leandro Lo-pes, diretor de relações com in-vestidores e CFO da BR Malls.“Quando entra em um projeto, aempresa deve estar segura do in-vestimento e do retorno previs-to. É preciso planejar a longop r a z o”, acrescenta Lopes.

Mas, quando um shoppingbem planejado abre as portas, ofaturamento é praticamente cer-to: luvas, fluxo de aluguéis e esta-cionamento. A margem opera-cional é bem alta, calculada pe-los analistas entre 70% a 80% dolucro antes dos impostos, juros edepreciação (Ebitda). A elevadacapacidade dos shoppings degerar caixa para bancar os inves-timentos é outro motivo que osdeixa relativamente tranquiloscom os ambiciosos planos de ex-pansão que têm pela frente.

A BR Malls levantou R$ 750 mi-lhões em seu IPO e fez mais trêscaptações posteriores, totalizan-do R$ 2,4 bilhões, na esteira de umgrande plano de investimento.Neste ano, levantou R$ 400 mi-lhões com a emissão de debêntu-res, segundo a CVM. Em 2012,inaugurou três shoppings. Nesteano, já inaugurou a expansão doPlaza Niterói (RJ); e fará am-pliações no Shopping Natal(RN) e no Shopping RioAnil, em São Luís (MA).

re c h e a d a

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F4 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 20 1 3

Enxerto

dores de cidades próximas comoBirigui, Bauru e Presidente Pru-dente. “Araçatuba passa por umagrande mudança, com a chegadade indústrias de processamento dealimentos”, comenta Sallum.

A João Fortes Engenharia, tra-dicional construtora de shop-pings, associou-se à S h o p i nv e s tpara ampliar as atividades eatuar na área de desenvolvimen-to de centros de compras.

A estratégia é também é de im-plantar shoppings de preferên-cia fora das capitais, em cidadescom uma população de aproxi-madamente 500 mil habitantesem sua área de influência, em umraio de 40 quilômetros a 50 qui-lômetros. No final de 2011, a JoãoFortes inaugurou o primeiro em-preendimento de seu portfólio, oShopping Park Europeu em Blu-menau (SC), com 33 mil m² deABL, resultado de um investi-mento de R$ 200 milhões.

Em novembro, abre as portas doPark Lagos, o primeiro equipa-mento da região dos Lagos (RJ),com 26 mil m² de Área Bruta Locá-vel, e pretende lançar neste anoum novo shopping em Volta Re-donda, com 33 mil m² de ABL.“Queremos crescer com equipa-mentos próprios. Para isso, preten-demos lançar um shopping pora n o”, explica Leonardo Neves, ge-rente de negócios da João Fortes.

com bom potencial aquisitivo,mais de 100 mil habitantes, queainda não têm centros de com-pras ou onde há espaço para no-vos empreendimentos. A metada empresa é ambiciosa: chegara 2016 com 32 shoppings emcarteira – tem 15 no portfólio.

Não faltam recursos para a metase viabilizar. Há dois anos, a Tencoassociou-se à Pátria I nv e s t i m e n t o s ,que tem em caixa R$ 1 bilhão parainvestir. “Com esses recursos, épossível levantar aproximada-mente R$ 2,5 bilhões em emprésti-mos”, explica Macedo. Para agili-zar as obras e o retorno dos investi-mentos, a empresa desenvolveuum modelo, o Garden Shopping,com áreas de 25 m² a 35 m² deÁrea Bruta Locável (ABL). “Sãobons empreendimentos, que fa-zem a população sentir-se privile-g i a d a”, afirma o executivo.

Já o Shopping Praça Nova Araça-tuba, com inauguração previstapara o primeiro semestre de 2014,é resultado de uma parceria entrea VDI, gestora de fundos de investi-mentos, dois investidores locais,Ve t o r e SR , e a Lumine, que estãoaplicando R$ 120 milhões. Estrate-gicamente localizado na entradade Araçatuba, no extremo noroes-te do Estado de São Paulo, o equi-pamento com 21.581 m² de ÁreaBruta Locável e 158 lojas deveatrair de 350 mil a 400 mil mora-

sões, a aprovação do projeto pelasprefeituras é mais simples e asobras são mais rápidas e menosdispendiosas. Os shoppings sãomenores e os projetos são pensa-dos para reduzir as despesas commanutenção. “Por suas caracterís-ticas, esses equipamentos geramretornos altos”, explica Sallum.

De olho em perspectivas tão fa-voráveis, a Te n c o foi uma das pri-meiras a direcionar a maioria dosempreendimentos para o interior.Neste mês, durante feira da Asso-ciação Brasileira de Franchising(ABF), a companhia mineira lan-çou cinco shoppings: em Gara-nhuns (PE), Juazeiro (BA), Itaqua-quecetuba (SP), Guarapuava (PR) eLages (SC), que vão exigir um in-vestimento de R$ 500 milhões eoferecer 15 mil empregos diretos eindiretos. Até o final do ano, a em-presa inaugura três novos malls,dois deles no interior — Betim(MG) e Arapiraca (AL) —, e temprojetos em diferentes fases de de-senvolvimento em Varginha (MG)e Bragança Paulista (SP).

“Com o crescimento da rendano interior e a disseminação deinformações, as pessoas passama exigir produtos e serviços demelhor qualidade, oferecendoboas oportunidades”, explica Jú-lio Macedo, diretor comercial.

A prioridade da Tenco é insta-lar equipamentos em cidades

Especial | Shopping centers

Fonte: Abrasce e Lumine Soluções em Shopping Centers

Rumo ao interiorLocalização dos empreendimentos

Shoppings nas capitais

228No interior

234Cidades entre 80 mil

e 300 mil habitantes

287Número de habitantes nessas cidades

40,6 milhõesRenda em bilhões/mês

R$ 31,6 bilhões/mês Demanda

R$ 10,4 bilhões/mês

Tendência De 41 centros com inauguração próxima, 15 estão nas capitais

Explorar o interior passa aser estratégia da maioria

LUIS USHIROBIRA/VALOR

Júlio Macedo, diretor comercial da Tenco: meta da empresa é chegar a 2016 com 32 shoppings em carteira

Jane Soares

Para o Valor, de São Paulo

A tendência de interiorizaçãodos shoppings se acentua. Nestemês, a Associação Brasileira deShopping Centers (Abrasce)contabiliza a existência de 234empreendimentos em cidadesdo interior e de 228 nas capitais.E dos 41 centros de comprascom inaugurações previstas atéo final do ano, apenas 15 estarãolocalizados nas capitais — queainda são objetos de desejo departe significativa da indústria.“Mais que uma tendência, eu di-ria que o interior é um caminhonatural para a expansão da in-dústria de shoppings”, comentaLuiz Fernando Veiga, presidenteda Abrasce.

A falta e os altos preços dosterrenos, o aumento da concor-rência, as crescentes exigênciasdas prefeituras, os custos dascompensações ambientais e viá-rias para autorizar a implanta-ção dos empreendimentos tor-nam as obras ainda mais onero-sas nas capitais.

A esses fatores soma-se o ex-pressivo crescimento da rendada classe C, de 4,6% ao ano entre2005 e 2011 — enquanto o dasclasses A/B ficou em 2,7% ao ano.Com isso, 40 milhões de pessoasingressaram nesse segmento,que passou de 34% da populaçãopara 54%, segundo a Cetelem - Ip-sos. “Parte significativa da classeC mora no interior, tornando es-sas regiões muito atraentes paraos empreendedores”, comentaMarcelo Sallum, da Lumine Solu -ções em Shopping Centers.

Os holofotes estão dirigidosespecialmente para as 287 cida-des de porte médio, com popu-lação entre 80 mil e 300 mil ha-bitantes. Esses municípios regis-tram maior crescimento do PIB,de 4% ao ano, e reúnem cerca de40,6 milhões de habitantes, comuma renda de R$ 31,6 bilhões aomês e R$ 10,4 bilhões ao mêsdisponíveis para gastar no vare-jo, como mostra levantamentofeito pela Lumine, baseado emdados da Abrasce e do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). O melhor: 48% delesnão têm nenhum shopping.

Os empreendedores alinhamoutras vantagens das cidades mé-dias: a possibilidade de comprarterrenos maiores a preços maisbaixos, facilitando futuras expan-

Cidades menorestambém atraemi nv e s t i m e n t o sDe São Paulo

Não são apenas as 287 cida-des de porte médio que atraem aatenção da indústria de shop-ping centers. Municípios bemmenores também recebem equi-pamentos de varejo de menorporte, muito comuns no exte-rior, e que começam a aparecerno Brasil. É o caso de Porto Feliz,no interior de São Paulo, comaproximadamente 50 mil habi-tantes. No início do ano, foiinaugurado o Shopping PortoMiller BoulevarD, com 90 lojasdistribuídas em 5.731 m² deÁrea Bruta Locável (ABL) — osshoppings pequenos têm, emmédia, 11,6 mil ² de ABL.

“No Brasil, a indústria focouesforços na implantação de em-preendimentos maiores, pulan-do a etapa de construção de ga-lerias e shoppings de vizinhan-ç a”, explica o consultor MarceloSallum, da Lumine Soluções emShopping Centers.

“Hoje, vemos a proliferaçãodesses equipamentos, até paraexplorar melhor as oportunida-des de mercado.” Sallum cita acriação de galerias nos centrosdas grandes cidades, onde a fal-ta de terreno é crônica, e a cria-ção de shoppings de vizinhançaaté por grupos tradicionais dovarejo, caso do Pão de Açúcar,que recentemente anunciou acriação uma nova empresa paraexplorar o segmento.

Os chamados shoppings de vi-zinhança se alastram principal-mente pelo interior. Um dos em-preendimentos chegou a PortoFeliz pelas mãos de um grupo fa-miliar ligado à área de confec-ção, responsável por um shop-ping de atacado na região doBrás, na capital paulista, em par-ceria com a Verzasca ShoppingCenters, responsável pela im-plantação do fundo britânico deinvestimentos Squarestone aoBrasil, e a Ablsan, especializadana comercialização de lojas.

Os empresários detectaram aoportunidade oferecida por Por-to Feliz, cidade a cerca de 130quilômetros da capital paulista,com 240 mil habitantes em suaárea de influência. A região temrecebido investimentos, quecontribuem para aumentar aoferta de emprego — e, conse-quentemente, da renda.

Em agosto de 2012, a inaugu-ração da nova fábrica da To yota,na Rodovia Castello Branco, en-

tre Sorocaba e Porto Feliz, resul-tado de um investimento deUS$ 600 milhões, significou a ge-ração de 1.500 empregos diretos.E a montadora já iniciou a cons-trução de uma fábrica de moto-res em Porto Feliz, na qual estáinvestindo R$ 1 bilhão. A fábrica,prevista para começar a operarno segundo semestre de 2015,vai significar a abertura de 600 a700 vagas formais.

“Além da entrada de novasempresas na região, havia umagrande carência em relação aocomércio de Porto Feliz, despre-parado para atender às exigên-cias crescentes dos consumido-res, frequentadores dos shop-pings de cidades próximas”, ex-plica André Pinto Dias, sócio di-retor da Demark, que há 10 anosatua no segmento de adminis-tração de shoppings.

O novo empreendimento, ins-talado na antiga fábrica de teci-dos Nossa Senhora Mães dos Ho-mens, quer marcar presença pe-los equipamentos de lazer – trêssalas de cinemas, boliche e umagrande área de recreação infantil— e de lojas de fábrica.

Os empreendedores têm co-nhecimento das dificuldades aserem enfrentadas. “Apesar de acidade querer o shopping, a ma-turação do equipamento depen-de de mudanças culturais”, dizDias. Uma delas, é fazer a popula-ção frequentar a praça de ali-mentação e os restaurantes. Pre-vendo um prazo maior de matu-ração, de até oito anos — dois amais que o prazo médio —, osaluguéis nos primeiros anos es-tão entre 30% e 40% mais em con-ta do que os praticados no mer-cado, fator importante paraatrair e segurar os lojistas. (JS)

Transporte gratuito serve como ferramenta de fidelizaçãoDaniela Rocha

Para o Valor, de São Paulo

Antes concentrado em datas es-peciais do comércio como Natal eDia das Mães, o serviço de trans-porte gratuito ao cliente passou ater maior frequência e é cada vezmais utilizado. De acordo com Ro-berto Nascimento, professor doNúcleo de Estudos e Negócios deVarejo da ESPM, a estratégia trazresultados positivos ao negócio. “Éuma forma de estreitar o relacio-namento com os consumidores eainda competir com o comércio dev i z i n h a n ç a”, comenta. O varejo derua avança no país e se torna umimportante concorrente. “A barrei-ra do shopping é a locomoção, oproblema de trânsito generaliza-do. Portanto, o serviço de transpor-te é uma importante facilitação”,explica o professor.

Como a oferta do serviço ainda élimitada, a iniciativa é um diferen-cial dentro do próprio setor. Mas,segundo o professor, a tendência éque seja largamente colocada emprática nos próximos anos. O re-torno do investimento se dá com oaumento do fluxo de visitantes edas vendas. “Os shopping centerstrazem clientes de bom nível, porexemplo, pessoas que trabalhamnas empresas ou escritórios próxi-mos. Ao almoçarem no local, elasaproveitam para comprar um pre-sente de aniversário ou adquirir

um livro”, destaca Sergio Molina,presidente da DMV Comunica-ções, agência de publicidade e pro-paganda voltada ao segmento.

Contudo, os especialistas ressal-tam que o transporte somente fi-deliza os clientes quando o shop-ping se preocupa com a qualidadegeral das operações. É preciso ofe-recer uma boa praça de alimenta-ção com cardápios variados, mixde lojas de acordo com a necessi-dade dos clientes da região, servi-ços eficientes de limpeza e segu-rança, além de uma área de entre-tenimento. Normalmente, os re-cursos para o transporte são pro-venientes dos fundos de promo-ção dos shopping centers, com-posto a partir de taxas cobradasmensalmente dos lojistas.

“O custo de manutenção é alto.O sucesso depende de um bom tra-balho de divulgação do serviço”,comenta Sergio Molina. Para Ro-berto Nascimento, professor daESPM, a busca de parcerias se tra-duz no melhor modelo. “É interes-sante fechar com empresas espe-cializadas em transporte que quei-ram ligar suas marcas ao shop-ping, assim como buscar patrocí-nio de outras companhias. Destaforma, o investimento se paga comt r a n q u i l i d a d e”, afirma.

O Shopping Nova América, nobairro Del Castilho, na zona norteda cidade do Rio de Janeiro, ofere-ce há dez anos uma linha de ôni-

bus gratuita aos moradores e tra-balhadores dos bairros do entorno— Méier e Cachambi — além dosque utilizam a Linha Amarela. Aregião é bem atendida pelo metrô,mas há poucos ônibus municipaisque param no shopping. Já os ôni-bus do shopping circulam todosos dias da semana, com saídas pro-gramadas das 10h às 22h. “Traze -mos ao shopping 7,5 mil pessoaspor mês. Os clientes já incorpora-

ram o serviço na rotina deles”, dizBarbara Rebello, coordenadora demarketing do Nova América.

O investimento é de R$ 23 milpor mês. O ônibus funciona co-mo um outdoor ambulante, quedivulga a marca do shopping nasruas e informa sobre atrações epromoções. Mais de 8 milhões depessoas frequentam o shoppinganualmente, número que devecrescer porque está em plena ex-

pansão um complexo empresa-rial integrado ao shopping, alémda construção de dois hotéis.

Com uma frota de 12 vans, oShopping Plaza Sul, no Jardim daSaúde, em São Paulo, atende fun-cionários de empresas da regiãono horário do almoço, das 11h30às 15h. “Com as empresas queatendemos — Itaú, Centro Empre-sarial do Aço e Amico — , chega-mos a um acréscimo de 7% no nú-

mero de refeições servidas”, afirmaEduardo Dias Jorge, superinten-dente do Plaza Sul.

Em média, são 7 mil pessoastransportadas por mês, 9% da fre-quência total no shopping no pe-ríodo do almoço. Para evitar o es-tresse, o tempo para percorrer ca-da trecho, de ida ou de volta, nãoleva mais do que dez minutos.Atualmente, o Plaza Sul recebemais 500 mil pessoas a cada mês.

O Mais Shopping Largo 13, naregião de Santo Amaro, em SãoPaulo, segue a mesma tática. Es-tabeleceu convênio com trêscompanhias — S a n t a n d e r, a IBMe a Metalúrgica Prada. O serviçocomposto por duas vans é res-ponsável por um fluxo de 9 milpessoas por mês.

A oferta de transporte gratuito éresponsável por 15% do fluxo de vi-sitantes ao Shopping Park Euro-peu, em Blumenau, Santa Catari-na. Com aporte de 25 mil reais pormês, duas vans fazem a ligação docentro comercial ao terminal deintegração das linhas de ônibus dacidade. “Decidimos investir notransporte porque o shopping estálocalizado na margem de uma viaexpressa, com pouca circulação depedestres”, explica Paulo Ceratti,gerente de marketing. Na frentedo shopping não há nenhuma pa-rada de ônibus municipal. Inaugu-rado há menos de dois anos, atrai300 mil clientes por mês.

Oferta de transporte gratuito é responsável por 15% do fluxo de visitantes ao Shopping Park Europeu, em Blumenau

D I V U LG A Ç Ã O

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Page 3: Valoreconomico 27 dejunho_2013

Jornal Valor --- Página 16 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:20:14

F16 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 20 1 3

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:20) - Página 16- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

Especial | Shopping centers

Formação executivaAlguns cursos para aprimoramento de gestores de shoppings

Insper

Curso Pós-graduação Management Program

DescriçãoDesenhado para fortalecer as competências de gestão dos profissionais que atuam em shopping centers

Carga-horária: 360 horas

A quem se destinaGestores de shopping centers e profissionais da área de varejo

Informaçõeshttp://abrasce.insper.edu.br/

ESPM

Curso Marketing

DescriçãoSurgiu da necessidade de oferecer aos profissionais uma visão dos conceitos de marketing aplicados ao setor

Carga-horária: 40 horas

A quem se destinaGestores da área de marketing, comercial, administrativa, operacional e de recursos humanos de shoppings ou administradoras; profissionais de publicidade, assessorias de imprensa, empresas de promoções e eventos

Informaçõeshttp://www.espm.br/Candidato/Cursos/SP/Pages/ShoppingCenters.aspx

ICSC

Curso Curso: Gestão - Nível 1 e 2

DescriçãoOs alunos aprendem como desenvolvercom sucesso a locação, o marketing, a construção e a operação de um shopping center

Carga-horária: 40 horas cada módulo

A quem se destinaAdministradores de shoppings, empreen-dedores, executivos da área comercial, marketing, financeira e jurídica. Investidores e prestadores de serviços

Informaçõeshttp://www.portaldoshopping.com.br/agendainterna.asp?codArea=32&codAgenda=144

FGV-EAESP

CursoGestão de Empresas de Varejo

DescriçãoOferecer uma visão prática e aplicada das tendências do setor e do trabalho das diversas áreas e operações da empresa varejista, proporcionando aos participantes modelos e técnicas consagradas no varejo

Carga-horária: 60 horas/aula

A quem se destinaCursos de formação para varejistas e seus funcionários. Fornecedores de produtos e serviços para o varejo

Informaçõeshttp://cev.fgv.br/cursos

Qualificação Cursos tentam suprircarências de formação profissional

Abrasce fazparceria cominst it uiçõesde ensinoRosangela CapozoliPara o Valor, de São Paulo

Diante da demanda crescentepor mão de obra especializada,o mercado de shoppings centersestá correndo atrás e preparan-do seus próprios profissionais.Uma solução têm sido os cursosde capacitação e treinamentopromovidos pela AssociaçãoBrasileira de Shoppings Centers(Abrasce), em parceria com ins-tituições de ensino. Os cursosvão desde encontros de um dia,seminários de uma semana, amódulos de pós-graduação quese estendem por 18 meses. Asclasses misturam profissionaiscom alguma experiência emshoppings e interessados quechegam de outros setores. A áreade educação da Abrasce foi cria-da em 2008.

“De dois anos para cá, esta-mos observando um crescimen-to importante do mercado euma carência de mão de obragerencial muito acentuada”, dizAdriana Colloca, superintenden-te da Abrasce. “O setor hoje cap-ta muitos profissionais da in-dústria financeira, do varejo, dahotelaria, e até da indústria far-macêutica. Há uma demandaforte por especialização na áreade shopping center”, afirma.

Realizado em parceria com oI n s p e r, o programa de pós gra-

duação foi iniciado em 2009 eestá na quarta turma, com 110participantes. “O objetivo doprograma é dar uma visão denegócios para os executivos, fo-cada na gestão de shoppingscenters, além de permitir umcontato maior dos participantesentre eles, levando-os a refletirsobre diferentes realidades”, dizAna Paula Cardoso, coordenado-ra da área de Educação Executi-va do Insper. “São profissionaisque querem ampliar seus conhe-cimentos em busca de novoscargos, porque as possibilidadesde crescimento profissional sãograndes”, afirma.

Dentro da mesma parceria,Abrasce e Insper realizam seminá-rios com executivos do setor, dis-cutindo problemas e tendências.“Temos disciplinas que vão da aná-lise de cenário econômico, buscan-do saber como se encaixa o setorde shopping, o que se pode esperardesse mercado, até disciplinas co-mo estratégias e excelências emserviços”, diz Ana Paula.

Um novo curso que está volta-do para o Direito aplicado parao shopping center e intitulado“Aspectos Jurídicos em Shop-ping Center” começa no próxi-mo semestre. O programa, orga-nizado pelas duas instituições,tem duração de cinco dias, cargade 40 horas, e o propósito é ana-lisar os aspectos jurídicos envol-

vendo shopping center.“O mercado de shopping ain-

da pode ser considerado novo e,por isso, não há profissionais su-ficientes para atuar nesse am-biente de negócio”, diz a coorde-nadora do Insper. “Há váriosgaps que precisam ser preenchi-dos, que vão desde gestão deoperação até aspectos jurídicos”,diz Ana Paula. São conhecimen-tos às vezes complicados paraquem não é advogado, mas ne-cessários para quem trabalha emshopping”, afirma.

Os profissionais que interessa-dos nesses cursos têm, em geral,dois perfis diferentes. Alguns sãoexecutivos que já atuam na áreade shoppings e querem se espe-cializar. Outros são procedentesde outros setores de atividade,muitos sem formação em admi-nistração, nem com bagagem degestão de negócios. Segundo oInsper, um profissional muitoprocurado é o superintendentede shopping. “Com o curso, aca-bam ganhando uma bagagemmaior para conseguir alcançarnovos cargos. Às vezes é uma pes-soa que está em início de carreiradentro do shopping e desejacrescimento e aprofundamentonesse setor”, diz Ana Paula.

Os alunos de pós-graduação,principalmente, vêm de diversasregiões do país, sobretudo doNorte e Nordeste, onde os shop-

pings estão em grande expan-são. “A estrutura do curso foipensada para atender esses pro-fissionais, com aulas em diasconcentrados uma vez por mês,somando 360 horas”, diz a coor-denadora do Insper.

A Abrasce também tem cursosem parceria com a InternationalCouncil of Shopping Centers(ICSC). Um deles é o de Gestãode Shopping Center, que tem aduração de uma semana e é feitojá há seis anos. O curso, que tementre 50 e 60 alunos por sala, érealizado em dois níveis e teráum terceiro, mais avançado, jáno próximo ano. “O objetivo doprograma é preparar gestoresque venham de outras áreas e es-tão se preparando para traba-lhar na área de shopping. Osprofessores são profissionais daindústria de shoppings”, diz asuperintendente da Abrasce.

Em outra parceria com a ICSC,a Abrasce promove, a cada 2anos, o Congresso Internacionalde Shopping Centers e a Confe-rência das Américas. Maiorevento do setor na América Lati-na, o Congresso é realizado si-multaneamente à ExpoShop-ping. Em dois dias de formação,o Congresso apresenta palestrase debates com especialistas doBrasil e do exterior. Tendênciasdo mercado, gestão, economia,comunicação, comportamento,

marketing e branding são al-guns dos temas abordados. deshopping center.

A Abrasce também realizacursos sobre marketing em par-ceria com a Escola Superior dePropaganda e Marketing(ESPM). O principal programa,que tem 40 horas e toma umasemana, acontece uma vez porano e está na quinta turma. “Ocurso, que já formou 250 alunos,aprofunda temas como pesquisade mercado, planejamento es-tratégico, comunicação. Todosos professores têm experiênciano mercado de shopping”, dizRicardo Pastore, Coordenadordo Núcleo de Estudos e Negó-cios de varejo da ESPM.

O perfil do aluno desse cursoé o de gerente de marketing, su-perintendentes de shoppings e,em menor número, coordena-dores de marketing. “São profis-sionais que já atuam na área ebuscam uma qualificação me-lhor ”, afirma Pastore. Os temasdo curso estão indo além domarketing de varejo, incluindogestão de crise e neuro ciência.

Ainda dentro das ações de suaárea de educação, a Abrasce rea-liza entre 8 a 10 eventos anuaispor todo o país, abordando te-mas de interesse dos profissio-nais do setor. A associação tam-bém promove viagens ao exte-rior levando superintendentes

para conhecer cerca de dezshoppings nos Estados Unidos,com o propósito de conhecernovas boas práticas.

Para os shoppings que estãoocupando espaços no interior eem regiões fora do eixo São Pau-lo-Rio, o desafio de encontrarmão de obra especializada émaior ainda. “Em São Paulo ébem mais fácil recrutar um exe-cutivo com o perfil adequado,porque estão sempre se especia-lizando, e são mais ambiciosos.Já no interior há muita dificul-d a d e”, diz Simone Fante, gerentede RH da Lumine, empresa espe-cializada em planejamento e co-mercialização de shoppings. “Amaioria dos shoppings adminis-trados pela Lumine estão no in-terior de São Paulo onde há umamaior escassez de mão de obrae s p e c i a l i z a d a”, afirma.

Para compensar essa deficiên-cia, a Lumine promove palestrase treinamentos para os profis-sionais do seus próprios shop-pings. “Acabamos contratandopessoas que têm perfis inovado-res, que pensam diferente, às ve-zes profissionais de outros seg-mentos. São profissionais quedemoram mais para aprendersobre o negócio, mas por outrolado trazem outras sugestões, oque é importante também paraquem já está dentro do negó-c i o”, diz Simone.

Lojistas inovam para formar linha de frente no balcãoDe São Paulo

Por trás do exuberante cresci-mento das vendas nos shoppingscenters, há um verdadeiro arsenalde táticas para treinar equipes eatrair profissionais que formam alinha de frente dos balcões. Ma-quiagem, cor do esmalte, pentea-do e, sobretudo, postura diante docliente. Nada disso escapa mais aocrivo das chefias. Algumas lojas sevalem de técnicas de teatro paratornar o vendedor mais comunica-tivo. Uma franquia criou seu pró-prio “centro de capacitação e trei-namento profissional”, com espa-ço próprio para hospedar e treinarcolaboradores de todo o país.

Todas essas ações fazem partede um esforço para responder auma queixa comum: a escassezde pessoas dispostas a trabalharcomo vendedores e gerentes. “Oscargos mais difíceis de serempreenchidos são aqueles que exi-gem contato direto com o clien-te, que são os vendedores e ge-rentes”, explica Luis Augusto Il-defonso, diretor de Relações Ins-titucional da Associação Brasilei-ra dos Lojistas de Shoppings(Alshop). O faturamento dessesetor em 2012 alcançou R$ 119,5bilhões e a estimativa para esteano é crescer mais 12%.

Até 2010, e nos cinco anos an-teriores, a Alshop ministrou cur-sos de capacitação que treinou ehabilitou 150 mil colaborado-res. De lá para cá, os empresáriospassaram a se agir por contaprópria para treinar suas equi-pes, buscando novas técnicascom foco, sobretudo, na quali-dade do atendimento. Com aproximidade da Copa 2014 eOlimpíadas 2016, a entidade de-cidiu retomar o processo de trei-namento só que, desta vez, maisampliado. A capacitação, que nopassado se restringia a funcio-nários de São Paulo e redonde-zas e com presença obrigatória,agora será um mix entre aulaspresenciais e à distância, atin-gindo um público pelo menoscinco vezes maior. O novo siste-

ma de capacitação terá início emjaneiro de 2014 e atenderá doRio Grande do Sul ao Amazonas.

“Estamos retomando esse pro-jeto e elaborando todo um siste-ma de treinamento em parceriacom empresas especializadas. Onovo formato de curso abrange-rá vários temas para que a equipede frente de lojas possa partici-par e melhorar sua capacitação”,explica Ildefonso. Segundo o di-retor, salvo algumas exceções, écomum as lojas colocarem àfrente do treinamento um ven-dedor ou vendedora considera-dos como modelo para os de-mais. “Esse recurso é uma pseudocapacitação. Pois, normalmente,a melhor vendedora da loja tam-bém traz vícios que não foramcorrigidos e são perpetuados epassados adiante. Os eventos es-portivos estão aí e, se os empresá-rios tiverem agilidade de treina-mento, capacitação lógica, efeti-

va e produtiva, seguramente te-rão uma evolução de vendas na-tural e tranquila”, resume.

Rogério Gama, diretor de de-senvolvimento da MegaMatte,franquia do setor de alimentação,defende que, embora o treinamen-to da equipe possa ter um custo al-to, o preço de não treinar é sempremuito maior. Por conta disso, o di-retor montou um centro de treina-mento que funciona o tempo todo.“Desenvolvemos um treinamentocom técnicas de teatro para poderdespertar em nossos atendentes ecaixas uma atitude mais comuni-cativa e interativa com o cliente.Dentro do Programa de Excelênciaem Atendimento também são ofe-recidos treinamentos ao longo doano, com destaque para o de altap e r f o r m a n c e”, diz. Desafios comolidar com objeções e situações ad-versas no atendimento tambémfazem parte da lista de temas de-senvolvidos dentro do programa

de capacitação da MegaMatte.“O programa oferece também

curso de gestão voltado para ge-rente e franqueado, mas a gran-de questão tem sido a escassez demão de obra”, diz. De acordo como executivo, os cargos mais difí-ceis de serem preenchidos são debalconista a caixa. “Há uma com-petição acirrada no mercado poresse tipo de mão de obra, porconta do bom momento econô-mico do país.

O caminho que a MegaMatteadota é o da premiação, gratifica-ção e salário variável de acordocom o desempenho do funcioná-rio. Isso acaba proporcionandoum nível de retenção bom”, afir-ma o diretor. A empresa contahoje com 103 lojas franqueadasno país, com maior concentraçãono eixo Rio São Paulo.

Como muitos outros lojistas, arede de lavanderia 5àsec atraves -sa um ótimo momento, mas se

queixa da falta de mão de obra.“As dificuldades são muito pare-cidas com as de outros setoresda economia, que também sen-tem a falta de mão de obra qua-lificada. Por mais que pareça quelavar e passar roupas sejam tare-fas fáceis, encontramos muitadificuldade para contratar pro-fissionais nessas funções”, la-menta Sérgio de Souza CarvalhoJúnior, diretor de marketing darede 5àsec. “Nossa grande ques-tão é preencher o cargo de pas-s a d e i r a”, completa.

A franqueadora francesa op-tou por montar um treinamentopresencial denominado Centrode Capacitação e TreinamentoProfissional, no bairro do Ipiran-ga, em São Paulo. “São várias sa-las de aula equipadas com má-quinas, onde nossos colaborado-res aprendem a lavar e passar. Te-mos ainda um auditório para pa-lestras, com um pequeno hotel erefeitório. Nossos profissionaisficam entre três e quatro diasnesse treinamento e se hospe-dam aqui. Recebemos colabora-dores de todo Brasil”, diz.

Por lá já passaram, segundoCarvalho Júnior, mais de três milpessoas desde a chegada da com-panhia no Brasil, 18 anos atrás.”Hoje temos 400 lojas em todo opaís, 33 delas dentro de shop-pings. Para 2013 abriremos mais40 lojas, e a meta é atingir 500 nopróximo ano , 50 delas dentrodos shoppings”, afirma.

A primeira lição que as vende-doras contratadas pelas Lojas Va-lisère recebem são aulas de boaapresentação: como se vestir, sepentear, maquiar e usar esmaltesadequados. A Valisère é uma redede lojas que atua no ramo de mo-da íntima. Em um segundo mo-mento, as aulas são dadas por umestilista da empresa, que detalhatodo processo de produção daspeças, da matéria-prima até aconfecção do produto final.

“É importante que o vendedorentenda em detalhes o processode produção da moda íntima pa-ra poder informar sobre a quali-

dade e até mesmo justificar opreço do produto”, informa CarlaPontes, supervisora e gerente dasLojas Valisère. A rotina dessasvendedoras é um pouco diferen-te das demais. Todos os dias, an-tes de iniciar as vendas, há umareciclagem de informações. “Éuma preparação diária, um mini-treinamento para saber quais pe-ças foram mudadas na vitrine deum dia para o outro, os produtosque estão em promoção e quaisas novidades que acabaram dechegar da confecção”, diz Carla.“Só depois é que se inicia o conta-to com os clientes.”

Duas vezes por ano, a Valisèrefaz um treinamento mais apro-fundado. “As vendedoras apren-dem técnicas de como abordar ocliente quando entra na loja, co-mo sondar para saber o que estáprocurando, se é um presente ounão, enfim, aprendem a conduzirmelhor a venda”, diz a superviso-ra. Outro foco importante dotreinamento é saber como con-tornar a objeção. “O cliente gostado produto, mas acha caro. Entãoa vendedora tem de ter na pontada língua as características, van-tagens e benefícios para justifi-car o preço e convencer o cliente”,explica.

Com 29 lojas das quais 24 ins-taladas em shoppings, a Valisèrenão sabe mais o que fazer parapreencher o quadro de vendedo-ras. “Todos os cargos estão difí-ceis de serem ocupados. Agoramesmo selecionei 15 currículos eapenas quatro pessoas compare-ceram na entrevista. Há uns cincoanos era possível escolher vende-doras. Hoje estamos correndoatrás e não achamos”, reclamaCarla, que tem duas vagas aber-tas que precisam ser preenchidascom urgência. “Já anunciei atéem redes sociais. Agora estou atépensando em roubar colabora-doras de outras lojas”, brinca. Oslojistas também contam com obanco de currículos da adminis-tradora de cada shopping. “Mastambém lá não encontramos na-d a”, afirma. (RC)

LUIS USHIROBIRA/VALOR

Ildefonso, da Alshop: “Cargos mais difíceis de serem preenchidos são os que exigem contato direto com o cliente”

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Page 4: Valoreconomico 27 dejunho_2013

Jornal Valor --- Página 22 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:24:38

F22 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 20 1 3

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:24) - Página 22- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

Especial | Shopping centers

D i ve r s i f i c a ç ã o Centros de vizinhança, mais comuns nos Estados Unidos, podem ser replicados no Brasil

Consumidor prefere lojas perto de casaGuilherme MeirellesPara o Valor, de São Paulo

Ainda pouco adotado no Bra-sil, o modelo de shopping de vizi-nhança tem boas perspectivas deser replicado nas principais me-trópoles nos próximos anos. Oconceito é simples e dependemais da disponibilidade de terre-nos do que da disposição de lojis-tas — são cerca de 10 a 20 lojas,predominantemente de serviçose necessidades básicas do consu-midor, dispostas em área abertae com estacionamento fácil.“Com a crescente piora das con-dições de tráfego, o consumidorurbano busca alternativas queestejam próximas de sua residên-cia. É um modelo muito comumnos Estados Unidos”, afirmaEduardo Terra, vice-presidentedo Ibevar (Instituto de Brasileirode Executivos de Varejo e Merca-do de Consumo).

De acordo com dados do ICSC(International Council of Shop-ping Centers), dos cerca de 50mil shoppings existentes nosEUA, 40 mil são considerados devizinhança. Muitos são ancora-dos por redes de fast food, comoMcDonald’s e Burger King, e pos-tos de combustível. “Mas há queconsiderar que o crescimentodas cidades americanas, com ex-ceção de Nova Iorque, se deu deforma horizontal rumo aos su-búrbios enquanto as metrópolesbrasileiras optaram pela vertica-lização, o que reduziu a oferta deterrenos em áreas de forte poten-cial de consumo”, observa Terra.Do ponto de vista financeiro, ainstalação de um ponto comer-cial é mais vantajosa em relação aum shopping tradicional devidoao menor custo com condomí-nio e mais flexibilidade na nego-ciação com o empreendedor.

Na primeira quinzena de ju-nho, o Grupo de Pão de Açúcar(GPA) inaugurou a sua primeiraexperiência neste segmento. Oponto marcou o lançamento damarca Conviva, que será usadapelo GPA em dois próximos lan-çamentos (não revelados) no se-gundo semestre. O espaço Con-viva Américas fica situado naavenida das Américas, na Barrada Tijuca (RJ), a cerca de 1,5 kmdo Barra Shopping.

O ponto foi instalado em umaárea onde havia um hipermerca-do desativado há três anos. É re-sultado de um investimento deR$ 40 milhões e conta com ÁreaBruta Locável (ABL) de 12.540m² em dois pavimentos, dimen-são maior que a média dos shop-pings de vizinhança brasileiros.Segundo Alexandre Vasconcelos,presidente do GPA Malls & Pro-perties, o empreendimento foifruto de dois distintos vetores. “Onosso controlador Casino operamodelos similares na França, Co-lômbia e Tailândia e pediu um es-tudo nesse sentido. Ao mesmotempo, fizemos uma pesquisacom consumidoras para avaliarqual seria o modelo ideal na

transição entre as lojas nas gale-rias dos hipemercados para umaconfiguração de malls. Os resul-tados indicaram a viabilidade doe m p r e e n d i m e n t o”, afirma.

Vasconcelos conta que as con-sumidoras revelaram uma prefe-rência por locais que estivessemnas proximidades e onde pudes-sem ir informalmente. Apesar daregião da Barra ter grande ofertade centros comerciais, muitas ve-zes o morador é obrigado a usaro seu veículo, o que demanda ca-

da vez mais tempo em razão dascondições ruins de tráfego na re-gião. “Com relação ao aspecto vi-sual e comodidade, o prédio pos-sui uma ampla varanda, o que otorna um espaço de convivência,principalmente em um bairroonde não há esquinas”, diz.

O espaço é ancorado por umaloja do Pão de Açúcar e mais qua-tro redes, duas delas debutandono mercado fluminense (casosdas paulistas Alô Bebê e Pet ShopMarginal), Centauro e SmartFit,

em um total de 40 lojas. O esta-cionamento tem capacidade pa-ra 660 vagas, em razão da regiãoser bem verticalizada e contarcom um público de alto poderaquistivo. O Conviva Américasconta também com salão deeventos, que será aproveitadopara promover a integração dosfrequentadores em atividades sa-zonais ou temáticas. Os próxi-mos empreendimentos, diz Vas-concelos, serão montados emáreas menores e, pelo um deles,

levará a bandeira Extra. “O fun-damental é se adequar ao perfildo público”, afirma.

Para Luiz Alberto Marinho,professor de Varejo da ESPM e só-cio da consultoria G S & B W, o seg-mento de shoppings de vizi-nhança é também uma boa opor-tunidade para empresas não ne-cessariamente ligadas ao varejo.Ele cita o caso de bancos que pro-moveram operações de fusões eaquisições nos últimos anos eque dentro do processo de rees-

truturação desativaram determi-nadas agências, que hoje encon-tram-se inativas. Segundo Mari-nho, o setor de shoppings estámuito concentrado nos modelostradicionais — cerca de 87%, se-gundo a Abrasce (AssociaçãoBrasileira de Shopping Centers)— e há espaço para quem apostarna diversificação. “O momento épropício, principalmente com oaumento do poder de consumoda classe média”, afirma o profes-sor da ESPM.

Curtas

Loja verdeA loja do Pão de Açúcar São

Camilo, localizada em Cotia (SP),acaba de conquistar o certifica-do LEED (Leadership in Energyand Environmental Design) co-mo resultado das iniciativas daGPA Malls & Properties para aadoção de diferenciais de susten-tabilidade em sua implantação.Responsável pela gestão dos ati-vos imobiliários do Grupo Pãode Açúcar, a GPA M&P vem seconsolidando no segmento deconstruções ecoeficientes ao ga-rantir certificação à terceira lojada bandeira.

Campeões de vendaO segmento de artigos para o

lar — entre eles eletrodomésticos,móveis e roupas de cama, mesa ebanho — tiveram destaque de ven-das nos shopping centers brasilei-ros em abril, com alta de 23,28%em relação a igual período de2012. É o que mostra pesquisa daTNS Research Internacional, sobencomenda da Associação Brasi-leira de Shopping Centers.

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