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Vade Mecum Inicianteem Magia

Vias Ocultas – Kaogênesis – Liber PPP

Ian Morais

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Direitos autorais 2013, Cleilson “Ian” Morais.É proibida a utilização do conteúdo desta obra no todo ou emparte sem autorização do autor, sob pena de infração à Lei nº9.610/98, Lei de Direitos Autorais.

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Introdução: O que você Encontraráneste Volume

Este é um compêndio de 3 livros de magia. Estesvolumes reunidos buscam agregar todos osconhecimentos básicos necessário para a iniciação mágicade qualquer pessoa, por mais inexperiente que seja, aomesmo tempo em que buscará prover diversas ideias queenriqueçam as práticas de qualquer pessoa, por maisexperiente que seja.

Estes livros foram escritos separadamente, e estãodispostos nesta coletânea na ordem em que devem serlidos e não na ordem em que foram escritos. A razão distoé que em primeiro lugar vieram escritos mais complexos,que foram sendo complementados de forma a tornar cadavez mais acessíveis e práticas as técnicas desenvolvidas.

Vejamos o que você encontrará em cada volume:

Vias Ocultas

Como o subtítulo já diz, se trata de um manual deiniciação à magia. Fortemente inspirado em Hermetismo eCaoísmo, além de práticas xamânicas, procurará fornecerferramentas práticas para que o iniciante domine astécnicas de percepção e manipulação de energia – basede todas as práticas mágicas. Ademais, este livro trazainda uma série de instruções sobre o mundo ocultista emsi e seu papel na vida de cada um, apresentando de

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forma resumida os elementos éticos e filosóficos daspráticas ocultas.

Kaogênesis

Este volume irá aprofundar a chamada Magia doCaos, um dos sistemas magísticos mais acessíveis pelapraticidade que adota como fundamento. Você aprenderáo que são paradigmas, como identificar e manipular osseus, além de receber instruções básicas e até ideiasavançadas sobre sigilos e servidores, que formam a basedo universo caótico.

Liber PPP

Este livro busca dar um passo além. Após dominar obásico e a magia do caos, o leitor estará preparado pararefletir sobre o que é a magia em si. Efetuando tal estudo,se torna possível dominar os elementos que constituem aprática mágica para que um salto seja dado: odesenvolvimento de suas próprias formas de fazer magiaa partir da teoria dos protocolos.

Em ordem de escrita, primeiro veio o Liber PPP,depois o Vias Ocultas e, por fim, o Kaogênesis. Osvolumes farão referências entre si utilizando esta ordem,no entanto, o leitor deve realizar a leitura a partir doesquema didático montado para seu desenvolvimento

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mágico, que é a própria forma como os livros foramdispostos aqui.

Vade Mecum é um termo em latim que significa“Vem Comigo”, podendo significar “Guia” ou “Manual”. Éexatamente a proposta central desta coletânea, VenhaComigo Iniciante em Magia, vamos estudar, vamosdesenvolver, vamos experimentar.

Luz na sua jornada.

Ian Morais.

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Vade Mecum Iniciante em Maga por Ian Morais

A Francisco Martins da Silva, meu pai, por me ensinar aser bom.

A Maria Margarida de Morais da Silva, minha mãe, por meensinar a não ser bobo.

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Vade Mecum Iniciante em Maga por Ian Morais

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Sumário

VIAS OCULTAS

Introdução..............................................................................23

Parte I: Conhecendo Magia...................................................27

Que é Magia...........................................................................29

Em que a Magia Pode me Ajudar..........................................35

História Abreviada do Conhecimento Mágico e ocultista....37

Diferenciando Ocultismo de Esoterismo..............................39

Magia e Religião: Conciliáveis ou Inconciliáveis..................41

Ocultismo e Niilismo.............................................................46

As Armadilhas no Caminho...................................................53

As Vias da Iniciação...............................................................57

Parte II: Praticando Magia.....................................................61

Conhecimentos Básicos para o Iniciante..............................63

Como Desenvolver a Percepção, Interação e Manipulação

Energética..............................................................................67

Técnica Básica de Meditação................................................73

Técnica de Percepção Energética Elemental........................77

Técnica de Percepção Energética Vegetal............................79

Técnica de Percepção Energética Animal e Humana..........81

Técnica de Percepção Energética Espiritual........................83

Técnica de Auto Percepção Energética: Chacras e Aura......87

Ferramentas de Autoconhecimento.......................................93

Divinação e Oráculos.............................................................95

Astrologia e Numerologia.....................................................101

Grimório Pessoal ou Diário Mágico.....................................103

Palavras Finais......................................................................105

KAOGÊNESIS

Prefácio..................................................................................113

Introdução.............................................................................117

Prece Caótica........................................................................119

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Que é Magia do Caos............................................................121

Mestre e Aprendiz I..............................................................125

Paradigmas...........................................................................133

Mestre e Aprendiz II.............................................................143

Sigilos....................................................................................145

Servidores..............................................................................157

Mestre e Aprendiz III...........................................................171

O Teatro do Kaos..................................................................173

Bibliografia Recomendada e Comentada............................177

Poeminha do Caos................................................................181

Glossário Caótico..................................................................183

LIBER PPP

Prefácio..................................................................................191

Introdução: Porque este Livro foi Escrito............................193

Parte 1 - Magia......................................................................197

O que é Magia......................................................................199

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Divisões Equivocadas da Magia..........................................201

Parte 2: Teoria dos Protocolos.............................................209

Experimentação Mágica: Introdução aos Protocolos de

Magia.....................................................................................211

Diferenciando uma Técnica de um Sistema..........................................215

O que são Protocolos e para que Servem.............................221

Definições Básicas.....................................................................................221Elementos básicos dos protocolos..........................................................223Diferenciando protocolos de servidores e sigilos.................................226Exemplos de utilização de protocolos....................................................228

Linhas de Protocolos............................................................231

Protocolos de Metamagia.........................................................................232Evocação.....................................................................................................233Defesa Mágica.............................................................................................233Outras linhas de Protocolos.....................................................................234

A Composição de um Protocolo..........................................237

6.Manifestação Multidimensional da Magia...........................................2377.Fonte de Poder........................................................................................2408.Chave de Evocação................................................................................243A Fonte de Energia....................................................................................248Linha da Metamagia: Os Protocolos dos 12 Signos.............................250Chave de evocação: Iantras, Mudras e Mantras....................................255Iantra, Mudra e Mantra de Assinatura....................................................257Metamagia: Iantras de Comando.............................................................258

Parte 3: Protocolos Práticos.................................................263

Porque mostrar meus Protocolos.........................................265

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O Protocolo do Círculo de Sal..............................................267

O Protocolo da Gênese de Mundos.....................................271

O Rosário dos Protocolos.....................................................277

Material necessário:....................................................................................277Utilização do Rosário dos Protocolos:...................................................279

Ritual de Ativação de Protocolo Simples.............................281

Nota Final: Obrigado Leitor................................................283

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Vias Ocultas

Um Manual de Iniciação à Magia

Ian Morais

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Direitos autorais 2013, Cleilson “Ian” Morais.É proibida a utilização do conteúdo desta obra no todo ou emparte sem autorização do autor, sob pena de infração à Lei nº9.610/98, Lei de Direitos Autorais.

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“Éramos súditosDa rebelião

Símbolos plácidosCândidos não

Ídolos mínimosMúltipla ação”

Marcelo Jeneci – Porque nós?

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IntroduçãoOnde apresentamos nossas razões para escrever ummanual de iniciação à magia e tentamos convencer o

leitor à lê-lo até o fim

Quando dois magistas se encontram para falar sobreseu início na arte oculta, uma questão inevitavelmentecostuma ser levantada: a iniciação. Como você começou ase interessar por magia? Qual o primeiro material quevocê leu?

Uma dificuldade comum muito relatada é a falta demateriais de iniciação neutros. Se você decide entrar parauma ordem, ela necessariamente terá seu material parainiciantes, explicando o básico, porém, tal básico sempredirecionará para o ponto de vista da ordem sobre magiae ocultismo. Se quiser conhecer outros paradigmas, ojovem iniciante terá que ler os materiais básicos de outrasordens ou sistemas.

Sem entender ainda o básico, o neófito se vê jogadoem um mar de paradigmas contraditórios. Uma linhaprega a existência de gênios bons e ruins. Outra trabalhacom anjos e demônios. Já outra lida com culto aosancestrais.

Outros ainda pregam que magia é puramente artemental, a moldagem completamente livre da realidadepela mente, com a negação de realidade e forçasparalelas que possam influenciar em tal moldagem.

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Tais fatos associados ao lançamento recente domeu primeiro livro de ocultismo, o Liber PPP, no qualvários leitores pediram que fosse detalhado os passosmais básicos do desenvolvimento mágico, levaram àescrita deste novo livro.

A proposta não seria criar um caminho paraenquadrar o leitor no ponto de vista do autor sobremagia e sim apresentar uma síntese de todos oscaminhos já estudados pelo mesmo, enfatizando quetécnicas funcionaram, que técnicas não funcionaram,onde evoluiu, onde perdeu tempo, dentre outros fatores.

Ciente de muitas armadilhas que o inicianteencontra quando decide navegar nos mares do ocultismoe da magia, tenho a intenção de repassar taisconhecimentos que absorvi na prática.

Este livro de divide em 2 partes distintas. Aprimeira trata basicamente de conceitos de magia, dediferentes de visões de vários caminhos, minha críticapessoal a tais visões e o que é necessário para oiniciante também experimentá-las e tirar a prova dosnove. A segunda trata de iniciação mágica em si, no queconsiste, as ferramentas necessárias para se iniciar namagia, com técnicas específicas e detalhadas.

Espero sinceramente que este manual lhe sirva degrande auxílio. Minha maior recompensa é saber queestou conseguindo condensar o que aprendi pararepassar da forma mais didática e prática possível aquem tal conhecimento possa ser útil. O objetivo destaobra é o seu sucesso na escolha que fizer.

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Que seu caminho seja longo e frutífero comomagista ou estudante de ocultismo.

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Parte I: Conhecendo Magia

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Que é MagiaOnde definimos magia, mago, Deus, religião, explicamosas forças que sustentam os universos e ensinamos como

dar um uma soco na cara da realidade sem serincriminado por lesão corporal

Talvez esta seja a questão mais dispensável destelivro. Se você o esta lendo, é porque já tem seu próprioconceito de magia e está apenas em busca deconhecimentos práticos. Os livros a respeito são cheiosde teorias e descrições de experiências místicas paraengrandecer seus autores, mas poucos colocamensinamentos práticos no foco principal. Criar umséquito de admiradores pode ser mais tentador do quedar a tais possíveis admiradores ferramentas quepossam fazê-los inclusive superar os autores dos livrosno caminho da magia.

Porque então nos propomos a responder a umaquestão aparentemente tão irrelevante? Por um motivosimples: nem sempre as pessoas têm uma visão clara damagia quando pretendem estudá-la ou praticá-la.

Quando algo extraordinário acontece muita gentetem o costume de dizer que “parece magia”. Magia nosenso comum é aquilo que vai contra o que é esperadoda realidade prática, aquilo que dá um coice na realidadeinstituída.

Podemos dizer que três forças diferentesconjugam-se para equilibrar a realidade: as forçasexteriores de manutenção da realidade universal,

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que é Deus, os deuses, os padrões eternos, o grandearquiteto, ou como você deseje chamar. A força darealidade consensual, ou seja, o chamadoinconsciente coletivo, que é uma espécie de fusão danoção de realidade de todos os seres e os paradigmasde realidade individual. Colocando de formasimplificada: A mente suprema, o conjunto dos seressencientes e as mentes de cada indivíduo.

Entender estas três forças é essencial para vocênão se confundir e fazer um samba do crioulo doido eprejudicar-se em vez de evoluir na senda mágica.Existem tradições que desprezam alguma das trêsforças: algumas religiões procuram suprimir, ou atémesmo oprimir os paradigmas individuais, elas pregamque apenas as forças supremas, ou seja, Deus,importam. Nós somos seres miseráveis sem qualquerpoder cuja única possibilidade de salvação é nosreligarmos com tal força suprema, fora disso, estamosferrados.

A revolta contra tal paradigma criou uma linhaoposta, e igualmente maléfica, aquela que prega queapenas o paradigma individual conta, sua mente é tudo,o que está fora dela não interessa. Alguns usam o velhobordão do Caos “nada é verdadeiro. Tudo é permitido”como forma de impor tal linha de pensamento. É umadistorção do brocardo caótico, que será analisado mais àfrente em detalhes. O que interessa neste ponto é deixarclaro que negar uma força externa à nossa mente quecontribui para a sustentação da realidade gera inúmerosprejuízos ao caminho do magista, uma vez que lhe tira

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alguns referenciais indispensáveis e nega inclusiveo caráter ascensional da magia.

Reflitamos: se não existe nada exterior à nossamente que sustenta a realidade, como a mesma erasustentada antes de existirmos? Que mente asustentava? Se nada, absolutamente nada é verdadeiro,se eu decidir que a lei da gravidade não existe osplanetas se chocarão uns com os outros ou cairão noespaço infinito? Como vemos, é uma posição tão frágilque não resiste a um único argumento. Claro, você podedecidir ignorar tais forças exteriores em suas práticasmágicas e se limitar apenas à sua mente, mas a despeitodisto os planetas continuaram belos e majestosos emsuas respectivas órbitas até a ordem dos tempos decidao contrário, e não sua mente limitada.

Existem ainda quem use o mesmo bordão caotistapara negar até mesmo a força do inconsciente coletivo.“Nada é verdadeiro, minha mente tudo pode moldar”alegam estes. Ora, considerando que existem mais desete bilhões de pessoas vivem sobre este planeta, quererque sua mente mande em absolutamente tudo ésubestimar todos os outros inquilinos de Gaia. Será queas mentes dos outros sete bilhões vão simplesmenteficar estáticas enquanto eu moldo o universo inteiro àminha vontade? Seria até legal que o fizessem, mas émais sensato não contar com isto.

Enfim, existe uma realidade instituída, e ela seconstrói a partir da interação das três forças relatadas.Destas, a primeira absorve tudo, para a energia supremanada é impossível. A segunda é limitada, sendo o

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inconsciente coletivo uma espécie de soma dasrealidades individuais, ele se altera de acordo com otempo, o lugar e a cultura, sendo maleável einconstante. A última força, nossa mente, também éilimitada, pois é feita à imagem e semelhança da fontesuprema, somos os deuses de nosso próprio universo,podemos moldar nossa realidade individual à nossavontade, sim “nada é verdadeiro. Tudo é permitido” namedida em que minha mente pode voar para onde querque eu deseje, nada é capaz de aprisioná-la ou suprimi-la se os instrumentos corretos para o seu despertarforem utilizados. Deixando claro que o princípio caótico ésábio e correto, sendo desprovida de sentido apenas ainterpretação que alguns praticantes dão a ele.

Como vivemos em grupos, a realidade consensualde nossa sociedade nos diz o que é possível e o que éimpossível. A força suprema não se prende a ela, nem anossa mente. Quando nossa mente se choca com arealidade consensual ela pode se dobrar e aceitar averdade de todo mundo ou dar um tapa na cara damesma e fazer algo que ela diz que é impossível. Isto sechama magia. Quando a praticamos, chegamos maispróximos da força suprema ilimitada.

Então qualquer um pode ser magista, é só fazeralgo que as pessoas acham impossível? A questão émais profunda do que isto. Um milagre, uma curaespiritual, um servidor ou um sigilo, tudo se enquadra noconceito de magia, mas não é porque realizamos taisefeitos que nos tornamos magistas. O mago é aqueleque faz isso sabendo que está fazendo, sabendo quais

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mecanismos estão sendo movimentados. O que nãosignifica que alguém que o faz sem saber não possaascender, tal critério é estabelecido apenas como umaforma didática de classificar magistas e não magistas,sem desmerecer o caminho de nenhum dos grupos.

Se você realiza um milagre, mas sua mente écondicionada a achar que só a força suprema poderealizar aquilo através de você e que sua mente sozinhanão tem poder nenhum para realizar nada, você éapenas religioso. Se você não é religioso mas conseguelançar um mal olhado ou curar alguém por imposição demãos mas não conhece que mecanismos levam a isto,você é um leigo.

É neste ponto que entra o ocultismo. Ocultismo é oestudo das leis ocultas do universo, seus mecanismos efunções. Então todo mago precisa ser um ocultista. Ouseja, além de dar tapinhas na cara da realidadeconsensual, ele precisa conhecer as leis que regem estestapas. Se você estuda tais leis mas não pratica, você éapenas ocultista, ou estudioso da magia e do oculto. Sevocê estuda, pratica e consegue efeitos práticos, você éum mago. Então, venha para o barco e ajude a remar,que a viagem é longa.

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Em que a Magia Pode me AjudarOnde demonstramos os benefícios da magia, tentandofazer o texto não parecer com uma propaganda apesarde usarmos um título para o tópico que lembra um livro

de auto-ajuda barato.

Se digo que certas forças controlam tudo que estáao nosso redor e que conheço os mecanismos paramanipulá-las, quem iria se opor a aprender taismecanismo? Resposta: quase todo mundo. Nunca ouvifalar de nenhum tipo de pesquisa destinado a auferir aquantidade de ocultistas e magistas pelo mundo, masprovavelmente não são uma parcela expressiva dahumanidade, a questão que se coloca é: porquê?

Simples, porque é muito mais fácil assistir televisãoque criar seu próprio talk show. Muito mais fácil comerno fast food que aprender noções de culinária. Muitomais fácil comprar cenoura no mercado que cultivar suahorta. Muito mais fácil adotar os paradigmas de alguémque criar o seu próprio. Muito mais fácil seguir o rebanhoque ser a ovelha negra.

A magia é uma prática libertadora da mente e doespírito. Compreender as forças que regem o universo ecomo interagir com elas coloca você em uma posiçãorealmente privilegiada em relação à grande maioria daspessoas. Entendendo a realidade como um imensotapete, ser mago é deixar de ser uma mera gravura datapeçaria e pular fora para criar seus próprios desenhos.Ser mago é ser um tecelão da realidade. É uma busca

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constante por evolução mental que desenvolve você emtodos os sentidos.

No ponto de vista espiritual, o mago conhece suanatureza espiritual e sabe como moldá-la e utilizar ascaracterísticas da mesma a seu favor. Do ponto de vistamaterial, seu conhecimento pode lhe ajudar a ter maisconcentração e a afastar influências desagradáveis àssuas conquistas pessoais. Possibilita treinar sua mentepara vencer o estresse, o esgotamento e etc.

Ser mago também te dá inúmeros mecanismospara ajudar as pessoas. Você pode ensinar alguém sobestresse a meditar. Pode utilizar uma técnica de cura emquem precisa. Pode afastar energias negativas de umambiente, melhorando a qualidade de vida dosfrequentadores do mesmo. Pode confeccionar objetosmágicos de proteção, de equilíbrio, de limpeza para usopróprio ou para fornecer a quem necessita.

Enfim, conhecer as regras do jogo da realidade tepermite se tornar um jogador e não apenas uma carta.Não que ser carta seja ruim, se isto te faz feliz, seguetua felicidade. Entretanto, mesmo escolhendo caminhodiverso, é inegável que a magia possui sim grandesvantagens, além da mais óbvia de todas: sergratificantemente divertida.

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História Abreviada do ConhecimentoMágico e ocultista

Onde contamos uma história tão velha que você já deveter lido pelo menos trinta versões diferentes, mas

fazemos uma tentativa de tornar a nossa mais divertidado que ela deveria ser

Dizer onde a magia começou é chover no molhadoem diversos pontos.

Eu poderia falar que a magia se originou com aprópria gestação da realidade, ocorrida em uma épocaem que o tempo não existia e que, por isso mesmo, nãofaz sentido tentar precisar nada sobre sua origem.

Eu poderia dizer que a magia é uma ferramentedeixada na nossa própria programação espiritual comoforma de alcançarmos um dia a fonte que nos gerou atodos.

Eu poderia ainda, alegar que desde os primórdiosda humanidade houve práticas mágicas de contatos comoutros planos e realização de efeitos fantásticos.

Poderia, ainda, falar dos velhos magos do Egito,Babilônia, Suméria e etc.

Poderia falar das velhas escolas de mistérios, degrandes ocultistas do passado como Pitágoras, Apolôniode Tiana, São Cipriano e outros.

Poderia falar dos sufistas, dos faquires, daspitonisas e adivinhos do passado, dos alquimistas

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medievais, de ordens ocultistas sobrevivendo emmosteiros em plena Idade das Trevas.

Poderia dizer que as culturas árabe, hindu orientale aborígenes, dentre outras, possuem suas próprias efascinantes práticas mágicas desde tempos imemoriais.

Eu também poderia estar matando, roubando e meprostituindo, mas estou aqui escrevendo um livro deiniciação ao ocultismo e à magia, então digo apenas queestudem muito sobre todos os temas elencados acima,conhecimento histórico é muito importante em qualquersetor, na magia não é diferente. Saber de onde as coisasvieram para chegarem ao estado em que estão hoje éimprescindível para entender para onde estamoscaminhando. Muitas interpretações e aplicações errônease equivocadas da magia e do ocultismo partem dasimples falta de informação histórica.

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Diferenciando Ocultismo deEsoterismo

Onde realizamos brevemente uma porção dediferenciações para esclarecer vários pontos confusossobre Magia e Ocultismo, torcendo para que ao final

o leitor não fique mais confuso ainda

O termo ocultismo costuma ser visto de forma maisnegativa que o termo esoterismo. O objetivo aqui não éfornecer definições de dicionário, para isso temos obrasmais habilitadas como o Aurélio e o Houaiss, nosso focoé mostrar a diferença prática entre os dois grupos.

Os chamados esotéricos são um grupo muito amploe difuso, não existem muitos pontos de convergência.Tarólogos, astrólogos, numerólogos, terapeutasholísticos diversos e até ocultistas, se encaixam no termoesotérico. São aquelas pessoas que procuram ter umavisão holística do ser humano e do universo, livrando-sedas respostas preconcebidas das religiões. Já o ocultistapossui um foco dentro do esoterismo, o estudo das leisocultas da realidade.

Esoterismo é uma filosofia de vida, uma forma deconduzir a própria existência. É uma caixa deferramentas para quem quer ir além do esoterismogenérico e ir à raiz das coisas. Apesar de haveremexceções, digamos que o esotérico seria alguém que lêcartas sem procurar entender os mecanismos ocultosque fazem com que um oráculo funcione. O ocultista vaialém e procura saber como o oráculo funciona e o mago

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vai além dos dois e usando os conhecimentos sobre ofuncionamento do Tarot, cria um oráculo completamentenovo.

Realizada tal diferenciação, fica fácil distinguir umaordem de magia de uma ordem esotérica ou demistérios. A ordem de mistérios procurará levar a seuconhecimento as leis ocultas, criando uma nova filosofiade vida em você. A ordem de magia, por sua vez, possuium foco nas leis de manutenção da realidade, apesar denão se limitar a estas e se concentra em tornar você umagente manipulador de tais leis e não apenas umconhecedor das mesmas.

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Magia e Religião: Conciliáveis ouInconciliáveis

Onde levantamos uma questão tão importante quemerecia um livro inteiro para abordá-la, porém vamos

resumir ao máximo senão o jovem iniciante não lê nemos primeiros parágrafos

Muitas das pessoas que adentram no ocultismopassam antes por um processo de desilusão com asreligiões. Em verdade, alguns ocultistas têmpraticamente uma fobia das palavras religião e fé. Há osque consideram a fé uma forma de aprisionar a mente ea magia uma forma de libertá-la, sendo, portanto,fatores inconciliáveis. Será mesmo?

Este é um ponto tão espinhoso do estudo domagista, que provavelmente alguns leitores torceram onariz só por notar que iremos abordá-lo. Entretanto, porser exatamente um fator de libertação mental, a magianão pode se furtar a tratar de todo e qualquer elementode formação da mente do indivíduo.

Se fuçarmos o trem da história é possível perceberque muitas religiões contém elementos e práticasmágicas. Do xamanismo ancestral ao hinduísmo,taoismo, budismo, cristianismo, xintoísmo e todas asoutras religiões, dificilmente você entra uma que nãocontenha alguns princípios magísticos inseridos em seuspostulados e até mesmo práticas comuns aos magistasque se originaram nas mesmas, como as curas

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energéticas, a meditação, os estados alterados deconsciência e muitas outras.

Porque então é comum no meio ocultista ocidentalmoderno uma aversão à religião? Porque algunsocultistas têm a mesma fobia de religião que algunsreligiosos fanáticos têm do ocultismo? Uma simplesanálise histórica nos fornece uma resposta. Orenascimento do ocultismo ocidental ganhou muita forçana passagem da idade moderna para contemporânea.Ao sabor dos suspiros finais da idade das trevas e dopoderio da Igreja Católica sobre toda a vida ocidental, osnovos expoentes do ocultismo queriam se distanciar omáximo possível da influência religiosa, uma vez que porser exatamente uma busca pela valorização do homemcomo ser autônomo e responsável por sua evolução, asdoutrinas ocultistas não podiam compactuar de formaalguma com a ordem vigente.

Mesmo nos seguimentos mais universalistas, acrítica à Igreja e seu poder era algo comum. Crítica estamuito bem fundamentada, uma vez que a religiãofuncionava como um poderoso veículo de opressão davontade e autonomia do ser humano, mitigandoseveramente suas possibilidades de evolução.

Acontece, que na reação à opressão religiosa,alguns ocultistas cometeram um erro: confundir religiãocom instituição religiosa. Sabemos que várias dasgrandes religiões, ao crescerem e se espalharem pelomundo, deixaram de lado alguns ensinamentos básicosde seus próprios fundadores. Os ensinamentos sobreigualdade entre os seres, fraternidade universal e

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necessidade de evolução através do amor ao próximo edo cultivo das virtudes se perdeu em emaranhadosde burocracia e relações de poder altamente duvidosas.

Sabemos que seres como Yeshua (Jesus), Krishna,Gautama e vários outros legaram à humanidadeensinamentos muito importantes, inclusive muitos destestambém propagados nas doutrinas ocultistas. Secriarmos aversão às religiões juntando no mesmo sacoos dogmas criados para dominar as massas e asinúmeras regras burocráticas das mesmas com osensinamentos dos grandes mestres da humanidade,estamos incorrendo exatamente no mesmo erro que asreligiões cometeram: tornar o culto ao mensageiro maisimportante que a mensagem.

É possível ser magista e religioso. A magia não estáde forma alguma em posição oposta à religião. Muitopelo contrário, como veremos mais à frente, a fé é umaimportante fonte de energia que pode ser invocada paraos mais diversos fins mágicos e não deve ser ignoradapelo atento praticante de magia.

O que não está em acordo com os princípiosbásicos da magia e do ocultismo é a subserviência àsinstituições religiosas. Achar que uma instituição é aproprietária máxima da verdade sobre Deus e o universoe segui-la cegamente está na contramão do papellibertador da magia. Porém, não deve o magistaesquecer que fundadores de religiões foram grandesiniciados e têm bastante coisa para nos ensinar. Ignorartais ensinamentos é como ter um baú do tesouro eguardar embaixo da cama sem nunca abrir.

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Para que palavras mais ocultistas como frases deYeshua (Jesus) como “Vós sois deuses” e de Krishnacomo “O sábio nunca se lamenta nem pelos vivos enem pelos mortos.”?

Curiosamente, quando separamos as instituiçõesreligiosas das religiões e passamos a absorver o que háde engrandecedor nas mensagens dos grandes mestres,estamos sendo mais fiéis aos objetivos deles que os quese dizem seus seguidores. Isto é muito irônico quandosabemos que tantas religiões apontam o ocultismo comoalgo maligno. Provavelmente o ocultismo é algo malignopara elas sim, pois a mente dos fiéis que se abre aosprincípios ocultistas plenamente, não consegue mais seraprisionada pelos grilhões destas instituições.

O ocultista sábio também entende que não é seupapel querer libertar todos das religiões. Sabemos quecada coisa ocupa uma função na ordem universal. Se asinstituições religiosas existem, é porque devem existir. Éporque possuem um papel na ordem das coisas e estãoa desempenhá-lo. Então, não devemos julgar os quevivem dentro das instituições. Cada um sabe o que émelhor para si, cada ser sente qual o caminho que deveseguir.

Inclusive, há religiões que não implicam emnenhum grilhão mental para o ocultista. Que não negama natureza livre do ser humano. São as chamadasreligiões universalistas, aquelas que não se dizemportadoras do único e exclusivo canal para a salvação.Inclusive nas chamadas salvacionistas, também hápessoas sem condicionamentos mentais excludentes.

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Pessoas que entendem o conceito de salvação comoalgo pessoal - a minha salvação é diferente da dopróximo. Minha salvação pode ser me tornar evangélicoe a do próximo pode ser se tornar umbandista. Enfim, omoral da história é que não importa se você é religiosoou ocultista, o que importa é que respeitar o caminhodos outros deve estar sempre acima de qualquer críticaou prejulgamento.

O ocultista iniciante deve estar muito atento para aquestão do preconceito com as religiões. Todopreconceito é uma forma de aprisionamento mental,uma forma de autolimitação. E quem se prende alimitações um dia paga o preço, pois se torna alguém demente fraca. Para ilustrar isto gostaria de dar umexemplo verídico que alguns já devem ter visto igual ouparecido. Na época do colégio no ensino médio havia umgaroto ocultista, ele se dizia adepto de projeção astral,manipulação energética e também afirmava particularde um círculo de prática mágica. Ele era bastanteapegado ao caminho ocultista e tinha uma profundaaversão de religião. Odiava qualquer menção à religiõese dizia que as mesmas só serviam para atrasar aspessoas e que todo religioso era idiota. Como eu não eraadepto de tais ideias, evitei até me tornar amigo doreferido rapaz, apesar de já ser praticamente de magia àépoca. Tínhamos apenas amigos em comuns, tambéminteressados em ocultismo.

Aquele aluno era o ocultista chato, aquele que achatodos os não ocultistas seres inferiores na escala daevolução da humanidade. Apesar disto, eu realmente

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achava admiráveis alguns resultados que me contavamque ele obtinha com suas práticas.

Dois anos após a conclusão do ensino médio, tomoconhecimento de uma notícia que me impressionoumuito. O famoso ocultista do colégio havia deconvertido. Era agora um evangélico super fanático.

Qual o moral da história: fanatismo chamafanatismo. Se você não libertar sua mente para não

ser preconceituoso com outras doutrinas ou filosofias devida, um dia será vítima de si mesmo. Liberdade não éapenas fazer tudo que quisermos, é termos a capacidadede não julgar as pessoas pelo que quer que elas façam.

Ocultismo e NiilismoOnde explicamos algumas coisas que você já deveriasaber se as escolas ensinassem Filosofia em vez de

cálculos intermináveis que você nunca utilizará na vida einstruímos o leitor sobre como não levar uma surra de

vara da realidade

Uma coisa irônica de discutir com as pessoas osmais diversos assuntos é quando percebemos que há

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ainda quem defenda posições filosóficas sobre coisasque foram refutadas antes do homem andar para frente.

A última vez que fui ler um livro que pregava oniilismo em âmbito ocultista, fechei na primeira páginapor simples vergonha alheia de uma frase. A negação desentido a tudo costuma ser algo tão aprisionante que seramplamente difundida entre ocultistas deve ser o maiorparadoxo da realidade depois do fato de o quadro-negroser verde.

Alguns brocarmos ocultistas como “faz o que tuqueres” e “nada é verdadeiro, tudo é permitido” sãousualmente utilizados por alguns praticantes que utilizamapenas uma interpretação grosseira dos mesmos paradefender uma posição que nega a existência de sentidosuniversais a algumas coisas. É a defesa da supremaciada verdade individual, ou seja, o pressuposto de que nãoexiste nenhum valor ou fato que funcione da mesmaforma para todas as pessoas, sendo possível encontrar averdade apenas de forma interna. Existe a minhaverdade, a sua verdade, mas não a nossa verdade. Essaposição tira do ocultista seu caráter de buscador e otransforma em um garoto birrento que só aceita brincarcom os coleguinhas se ele ditar as regras do jogo.Afirmar que tudo está subordinado aos paradigmasindividuais é tornar inócuo o próprio papel libertador damagia, do que afinal você precisa libertar sua mente, seseja lá o que for que ela acreditar estará certo e pontofinal?

Reflitamos sobre as situações estranhas que estaposição gera. Um jovem ocultista que abraça com

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entusiasmo o niilismo agora acha que nada é verdadeiro,tudo que ele acreditar se torna verdade e tudo que elenão acreditar se torna falso. Ele está ignorando as outrasduas forças de sustentação da realidade, a mentesuprema e a mente coletiva e acha que a terceira força,sua mente individual, é a única que existe. Ele deixa decrer no mundo espiritual, retira o mundo espiritual dosseus paradigmas. Pronto, o mundo espiritual não existemais. Amanhã ele resolve novamente recolocar o mundoespiritual em seus paradigmas, pronto, o mundoespiritual tornou a existir.

Para onde foram todos os habitantes do mundoespiritual quando o jovem niilista não estava acreditandoneles? Evaporaram? E todas as pessoas que acreditavamno mundo espiritual? Cada uma criava um mundo na suaprópria mente e o mundo espiritual real não existe?

O ocultista é um buscador, ele sabe que no âmbitode sua mente, muita coisa pode ser moldada. Sua mentepode torcer a realidade consensual criada pela mentecoletiva, em busca da onipotência da mente suprema,mas ela ainda está presa a esta realidade e às leis que aregem.

Sua posição correta como ocultista é estudar everificar se o mundo espiritual existe, não simplesmentedecidir negá-lo e alimentar a ilusão de que isto fará comque ele não exista. A posição de negar as coisas seminvestigar se elas existem é apenas mais uma velhaforma de aprisionar a mente, tão nefasta quanto osfanatismos religiosos.

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Se você leu até agora e está pensando “ah, eu nãoacredito em mundo espiritual, prove que ele existe”,minha resposta é que minha função não é dizer o queexiste ou não: é instigá-lo a investigar e descobrir averdade. Ele pode existir ou não, arregace as mangas everifique. É bem mais difícil do que continuar com abunda sentada na cadeira e dizer que simplesmentedecidiu não acreditar, mas você não leu até agora nestelivro que ser ocultista é algo fácil e pode estar certo quede não irá ler daqui para frente.

Para reforçar o argumento apresentado, umexemplo mais estapafúrdio. Digamos que você decidaretirar maças dos seus paradigmas, isto fará todas asmaças do mundo desaparecerem? Ou as maçascontinuarão todas em seus pés quer você acredite ounão? Em vez de decidir que maças não existem, porquenão resolve visitar uma plantação de macieiras everificar com seus próprios olhos. Além de ter aoportunidade de comer frutas frescas direto do pé, vocêterá deixado de se comportar como um completo idiota.

Outro desdobramento da questão niilista é anegação de valores universais. Se tal visão do ocultismoestá correta, nenhum valor é universal, todos sãorelativos. Por tal ponto de vista, nenhum crime deve sercensurado. Tirar uma vida deixa de ser algo errado, poisé apenas a aplicação da verdade individual do criminoso.O pedófilo também não será censurado, pois estuprarcrianças é apenas o paradigma dele. Como não existemsentidos coletivos, apenas individuais, não podemos

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censurar qualquer atitude nem qualquer posiçãofilosófica de ninguém.

O exagero nos exemplos tem a função de deixarclaro o perigo que certos conceitos representam para odesenvolvimento do ocultista e do magista. Alegar quetodo e qualquer valor é relativo, é defender que a vidanão deve ser respeitada, que a dignidade do ser humanoé apenas um ponto de vista e não um direito de todos. Épregar que não temos quaisquer obrigações emdecorrência da vida em sociedade, que devemosrespeitar apenas as regras criadas em nossa própriamente.

Enfim, o conceito que parece uma libertação damente, uma quebra das algemas dos valores impostospela sociedade, tem o grande potencial para nos tornarem verdadeiro sociopatas, pessoas presas dentro deseus próprios conceitos e valores sobre as coisas. Ouseja, apenas um tipo diferente de prisoneiro mental.Liberte-se. Investigue. Descubra. Negar tudo é apenasuma forma de se poupar da árdua tarefa de descobrir oque é real e o que é irreal. O que pode ser mudado e oque não pode ser mudado. Repito mais uma vez, édifícil, não é uma moleza.

Quando você resolve dizer que tudo estásubordinado à sua vontade, irá necessariamente sedeparar com situações em que a própria realidade irá teprovar que está errado. Você nega a existência domundo espiritual e um dia simplesmente é transportadopara lá. Nega a existência de maças e seu carrosimplesmente bate em uma macieira. Curiosamente, o

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niilismo leva o ocultista ao extremo oposto do que ummago deve se tornar. Em vez de dar tapas na cara darealidade, você estará fadado a um dia se deparar com adona realidade e levar umas boas varadas dela nascostas.

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As Armadilhas no CaminhoOnde orientamos o jovem ocultista a não confundir alhoscom bugalhos, Jesus com Genésio e Ana Carolina de Sá

Leitão com Caçarolinha de Assar Leitão e de quebraexplicamos como se tornar um super ultra mega bláster

mago fodão super poderoso

O caminho ocultista não é uma estrada linda eflorida que te levará à ascensão sem nenhum percalço, éuma rota cheia de armadilhas. Se nunca caiu em umadelas, você pelo menos já viu várias em ação e jáconheceu pessoas que caíram. Em tópicos anterioresdetalhamos algumas dessas armadilhas, como o niilismo,agora iremos elencar vários outros. Este tópico é tãoimportante que, se deste livro todo, você absorverapenas isto, a missão dele já estará cumprida. Vamos asarmadilhas:

1. Os falsos gurus: os meios ocultistas eesotérico estão repletos dos chamados falsos gurus, quesão eles? São seres especiais enviados da supradimensão monádica superior das plêiades suméricaspara iluminar o caminho dos menos afortunadosnesta dimensão. A parte da brincadeira, os falsos gurussão um problema realmente sério. São pessoas movidaspor ignorância ou má-fé que se aproveitam da falta deconhecimento e anseio de poder dos outros paraalimentarem seus egos e/ou ganharem dinheiro. Pode

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ser um fundador de ordem, um cara que escreve nainternet, um mestre de terapias energéticas, enfim, elesestão realmente em todas as partes.

Entendam uma coisa, nenhum ocultista esclarecidoquer um séquito de adoradores. Eles sabem que cadaum é responsável pela sua própria ascensão e seupróprio caminho. Se você é seguidor de um ocultista ouesotérico que se diz um enviado especial de outradimensão e suas palavras são mais voltadas a geraradoração à sua pessoa do que evoluir os outros, caiafora. Você estará fazendo um favor enorme a ele e a simesmo.

2. O Niilismo: como apresentadoanteriormente, o niilismo é uma forte armadilha nocaminho do magista. Ao procurar negar tudo, relativizartudo, o jovem praticante torna sem sentido a própriabusca do ocultista. Para que buscar algo melhor do quesou se nada possui sentidos concretos?

3. Fanatismo e bitolagem: é o extremo opostodo niilismo, ocorre quando um ocultista em vez de acharque nada possui sentido, julga que encontrou a verdadeabsoluta e que todos os outros que não seguirem a suaconvicção são uns tolos ignorantes. Você encontrou umadoutrina fantástica que te dá todas as respostas quedeseja e ainda te proporciona altos efeitos magísticos?Perfeito, fale dela para os outros mas não queira enfiarela a força na cabeça de ninguém. O ditado “nada éverdadeiro. Tudo é permitido” tem a função de libertar a

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mente para isto, para respeitar todas as posições, todosos paradigmas, sem nem achar que nenhum é válido,nem tentar absolutizar quaisquer deles. Nem muito paraum lado, nem muito para o outro, o caminho do meio éa melhor opção.

4. Mago de Internet: esta é uma armadilhabastante comum. Muitas pessoas acham que participarde um fórum ocultista e ler artigos e livros sobre oassunto lhe tornam um magista. No máximo, isto te faráum estudante de ocultismo. Ser mago é andar semprena corda bamba, mantendo o equilíbrio constante entreestudo e prática. Separe uma parte do seu dia, nem quesejam 15 minutos antes de dormir, para realizar algumtipo de prática mágica. Escolha as práticas maiscondizentes com seus anseios e sua realidade, procuresentir a magia e não apenas ler sobre ela.

5. Mago de Shopping Center: outra armadilhatão comum quanto a anterior é o mago de shoppingcenter, aquela pessoa que adora ir a lojas esotéricas elota seu quarto e sua casa com espadas rituais,mandalas, incensos, defumadores, cristais e outrosprodutos, mas nunca pratica nada. Muito legal penduraruma ahnk de 1 metro na parede do seu quarto, masvocê já foi estudar o que ela representa, você já fez umritual em que a utilizou? Procure ser um magista prático,um magista de coração, não apenas para ser diferenteou para seguir uma moda. A vida te cobrará o preço de

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ter tido acesso e oportunidade de aprender e deixadode lado para manter apenas a aparência de um ocultista.

6. Esquisoterismo: o esquisoterismo é aquelecampo em que imperam os falsos gurus. São pessoasque distorcem um papel ou corrente esotérico ouocultista com o fim de criar algo “novo” em cima do qualpossam lucrar. Eles pegam algo prático e viável emisturam no liquidificador com altas doses deesquisitices a ponto de tornar irreconhecível oconhecimento original, então inventam algo como “fuium mago foda em outra encarnação e voltei só paratrazer esse ensinamento” ou “fui contatado pelosmestres da supra dimensão dos paralelepípedostriangulares e eles me revelaram este conhecimento”.Apesar de ser algo em que os esotéricos são maisvítimas que os ocultistas, ainda há estudantes do ocultoe magistas que caem nessa armadilha, pessoasesclarecidas que de repente estão a adorar o mais novofalso guru da moda, na esperança de que ele o leve nasnaves multidimensionais do raio marrom para adimensão dos uranianos delinquentes juvenis oudestrave os poderes divinos cifrados em seu DNA e numestalar de dedos o transforme em um super ultra megabláster mago fodão todo poderoso.

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As Vias da Iniciação Onde explanamos sobre nossas ordens e tradições

mágicas, explicando ao jovem ocultista quais as opçõesque ele possui para seguir a senda ocultista no

território nacional e rendemos loas à culinária pátria

Um certo dia você desperta para o ocultismo epensa: e agora, que devo fazer? O iniciante está sempreansioso por novas experiência e às vezes sentenecessidade de pertencer a um grupo. Ele é ávido porinformações e sabe que dentro de uma ordem ou círculobem estruturado é possível evoluir sem cometer todos oserros aos quais quem investiga tudo por conta própriaestá sujeito.

O objetivo deste capítulo é exatamente elencar queopções o iniciante tem para dar início ao seu caminho.Nada melhor do que apresentar tais opções de formanumerada.

1. Estudo solitário: é um caminho muitodifundido, seguido por muitos. Seja por morar emregiões sem opções de grupos ocultistas que estejam deacordo com seus anseios, por opção própria ou qualqueroutro motivo, este é um caminho de grande liberdade. Oestudante solitário dispõe de milhares de livros para ler epraticar, diversos sites e blogs e fóruns na internet paratirar suas dúvidas, além de uma ampla comunidadeocultista para trocar ideias também na rede, comunidade

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esta formada não só por outros praticantes solitárioscomo por membros dos mais diferentes grupos e ordens.

2. Adentrar em uma ordem: existem diversasordens em atividade no território nacional. A opção pornão citar nenhuma é em virtude do objetivo de não fazerparecer que este livro procura induzir o leitor a entrarem alguma delas, mas uma rápida pesquisa na internetirá lhe expor os mais diversos tipos de ordens ou grupos,com seus objetivos e requisitos para se tornar membro.Um alerta é não procurar entrar em uma ordem apenaspara ostentar o título de Frater Fulano de Tal ou MestreCicrano de tal. Adentre pela vontade de aprender, quetodas elas possuem coisas a serem repassadas.

3. Religiões: existem várias religiões comfilosofias ocultistas e práticas mágicas que vale muito apena conhecer. A Umbanda é um excelente exemplo,trata-se de uma religião genuinamente brasileirabaseada em culto aos ancestrais e utilização damediunidade como forma de ajudar as pessoas. Talajuda se dá através do trabalho das entidades daUmbanda, que são espíritos preparados no mundoespiritual para virem até nós e ajudarem nas maisdiversas situações, contribuindo para a evolução doespírito que ajuda, da pessoa ajudada e da humanidadecomo um todo. Cada terreiro de umbanda é um universoa parte, vale então a pena conhecer vários deles atéencontrar um em que se sinta à vontade para exercitaralgumas práticas e, mesmo que não deseje se iniciar nareligião, que você possa usufruir do dedicado trabalhodessas caridosas entidades. A Umbanda é apenas

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um exemplo, todas as religiões possuem sua própriaprática e a manipulação de energias está presente emtodas elas, investigá-las e conhecer alguma é, além deuma tarefa fascinante, algo que rende muitos dividendosmágicos.

4. Círculo de Prática: Um círculo de prática é umgrupo pequeno de amigos ou estudantes de ocultismo emagia afins que se reúne em torno do objetivo de criarpráticas em conjunto que fortaleçam os membros e ogrupo. Com a evolução dos meios de comunicação, umcírculo não precisa necessariamente ser formado pormembros próximos geograficamente, é possível realizaros mais diversos tipos de prática sem a proximidadefísica criando um canal de comunicação na internet paraos membros utilizarem.

5. Manifestações da Cultura Popular: apesar deisto poder ser usado em qualquer dos outros caminhos,é importante salientar a imensa gama de conhecimentopopular aplicado ao ocultismo. Estude e investigue assimpatias, sortilégios, adivinhação e etc. Cada práticapopular de superstição tem alguma coisa a transmitir.Estudar tais práticas sob o prima ocultista, ou seja,sabendo de onde vem cada elemento e sua energiageradora, é muito promissor e recompensador.

Terminando esta primeira parte do livro, esperamoshaver demonstrado que ocultismo é antes de tudo umexercício de diversidade, é uma universalização dasfilosofias, doutrinas e religiões de modo geral. Dizer-seocultista é se declarar livre para estudar e praticar todadoutrina, extraindo de cada uma aquilo que se mostrar

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útil para o seu caminho individual. O ocultismo emâmbito de Brasil tem a mesma riqueza de nossaculinária, são muitos pratos, vindos de muitas regiões,com sabores diferentes, únicos e fascinantes quedispomos para degustar. Escolher apenas um destespratos e desprezar todos os outros, é como ter adispensa cheia de comida e passar a vida comendoapenas farinha.

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Parte II: Praticando Magia

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Conhecimentos Básicos para oIniciante

Onde a Coisa Começa a Esquentar

Falar de magia é muito fácil, existe muita genteque fala. Com meia hora de navegação na rede ou lendoobras ocultistas, você verá relatos de coisas fantásticasque as pessoas fazem por aí. Um garoto de 15 anos quetem um dragão elemental de estimação. Uma garotarecém-saída da puberdade que diz invocar legiões deseres dos planos inferiores a um gesto da mão. Hátambém os que dizem ser capazes de paralisar com oolhar, ler mentes, adivinhar o futuro, viajar no astral,quebrar qualquer feitiço e chupar cana e assoviar aomesmo tempo. A questão é: eles falam muita coisa, maispoucos ensinam, de forma prática e objetiva, comooutros poderiam repetir os feitos.

Uma das primeiras regras que resolvi seguir comoocultista foi essa: nunca dar bola para quem diz que fazmas não ensina como faz. Ou seja, nunca dar valor aquem diz que matou a cobra mais não mostra o pau.Esse tipo de pessoa quer apenas ser admirado, nãopassa de um vampiro psíquico, passei a dar prioridade alivros que ensinam na prática como alcançar os mesmosníveis de poder que seus autores (como por exemplo,

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Magia Prática, de Franz Bardon) e isto rendeu resultadosincríveis na minha evolução como magista.

Tendo por base o que foi exposto, nada mais óbvioem um livro de iniciação à magia que uma enumeraçãodos conhecimentos e habilidades básicas que vocêprecisa para ser um praticante. Então vamos aosingredientes do bolo:

1. Mente aberta: é impossível se tornar ummagista real e alcançar a plenitude dos objetivos de ummago sem possuir uma mente aberta. Ou seja, umacondição mental neutra que avalie os resultados antesde julgar, que não negue algo por preconceito sem antesanalisar. O vizinho disse que tem um dragão em seuquintal? Vamos dar uma olhada e verificar antes dechamá-lo de malucão.

2. Percepção, interação e manipulaçãoenergética: existem diversas energias em ação nanatureza e no universo, magia é a arte de lidar com elas.É imprescindível para ser um mago o estudo e a práticano sentido de aprender a perceber estas energiasagindo, interagir com elas e manipulá-las quando se fizernecessário.

3. Conhecer as ciências ocultas: as chamadasciências ocultas são o estudo das energias nãoreconhecidas ou que estão fora do alcance das ciênciastradicionais. Sabemos a imensa evolução da ciência nas

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últimas décadas. Saímos de seres que achavam que aterra era plana para promissores colonizadores doespaço e devemos tudo isto à ciência. Entretanto, aindahá forças no universo que nossa ciência tradicionalsimplesmente não está apta a explicar completamentecom a utilização do método científico, como por exemploos mecanismos dos oráculos, as energias elementais danatureza, a astrologia e muitas outras. É tolice achar queapenas o que a ciência tradicional estuda é verdadeiro,porque a própria ciência está em constante evolução,está sempre descobrindo novas coisas e seaperfeiçoando. Segui-la como dona suprema da verdadeé querer colocar na ciência uma coroa que ela mesmanunca reivindicou para si.

4. Autoconhecimento: o quarto elementonecessário ao ocultista é o autoconhecimento. Se magiatrata do desenvolvimento do ser, é impraticável falar emtal desenvolvimento sem antes falar em ciência exata danatureza e das necessidades de tal ser. Quem você é?Para onde vai? De onde veio? O que está fazendo aqui?São perguntas que nunca devem sair do repertório denenhum ocultista ou magista, sob pena de perder-se nomeio do caminho e acabar por sequer lembrar porqueestava caminhando. Astrologia, numerologia, meditação,estudo de vidas passadas, são todos instrumentos queconduzem ao autoconhecimento, explore-os.

5. Investigar realidades alternativas e outrosplanos: existem relatos em escritos espirituais,

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ocultistas, religiosos e até científico acerca da existênciade universos paralelos, mundos espirituais, mundosmentais e coisas do tipo. Sabedores de que caso existamtodos estes planos, eles estão em harmonia com onosso, é imprescindível que o ocultista procure investigara existência dos mesmos com o intuito de verificá-la einteragir quando for o caso.

6. Manutenção de um Diário: A memóriahumana é uma coisa falha. Embora as práticasmagísticas costumem melhorar este aspecto, se faznecessário atentar para o registo de suas atividadesmágicas e ocultistas com dois objetivos principais: quevocê possa verificar com exatidão que caminhopercorreu e como evoluiu no decorrer do tempo e paraque suas experiência possam vir a ser úteis nodesenvolvimento de outros magistas no futuro. Hoje emdia existem muitas possibilidades além de um diárioescrito, você pode ter até um blog em vez de umgrimório pessoal, por exemplo. O importante é registrar.

Existem outros elementos necessários aosocultistas, mas todos podem ser desdobrados eenquadrados em algum dos quatro acima referidos. Semmaiores delongas, partiremos para a parte prática destelivro, onde procuraremos realmente ensinar o leitorcomo desenvolver tais elementos e efetivamente setornar um magista.

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Como Desenvolver a Percepção,Interação e Manipulação EnergéticaOnde Ensinamos Exercícios Realmente Legais e Fazemos

um Descarado Merchandising de uma Fabricante dePneus

Percepção energética é algo tão básico na práticamágica que realmente é muito complicado que você setorne um magista real sem dominar ao menos o básicodeste elemento. Esta costuma ser a fronteira que separaos estudantes do oculto dos magistas. Os estudantesnão desenvolveram ainda a manipulação das energias eo magista sim. Também é um grande limitador, porquemuitos simpatizantes das artes ocultas perdem tempolendo vários tratados e livros de magia em geral,maravilham-se com o que é dito em cada um deles masnão encontram nenhum treinamento específico acercado tema, ou ao menos, não encontram nenhumtreinamento que seja claro e simples para iniciantes.

Não podemos dizer que não existem taistreinamentos pois estaríamos mentindo, eles existemsim, há diversas obras escritas por autores excelentesque ensinam o beabá da percepção e manipulaçãoenergética, algumas vezes falta ao próprio estudante deocultismo a perseverança de ir adiante. Escrevemos estaparte mesmo assim, pois este livro se propõe a ser um

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manual compacto, porém completo, não vamos apenasfalar, falar, falar e não ensinar a estrada dos tijolosamarelos. Vamos ensinar exercícios básicos da formamais simples que pudermos para que você possaefetivamente dar alguns passos em direção à efetivaprática.

Existem pessoas que já nascem captando energiasde todo lado. Há os curandeiros naturais, as pessoas quetem dedo verde ou como se diz popularmente “mão boapara plantas”. Existem, ainda, pessoas que naturalmentepossuem o poder de lançar mal olhado e quebranto eaté mesmo feitiços complexos sem nunca ter ouvidofalar de magia. Se você já tem algum tipo de habilidadesdo tipo naturalmente, os exercícios mesmo assim sãoúteis para que consiga controlar e dominar seus donsnaturais, como diria o slogan da Pirelli, “potência não énada sem controle”.

Antes de mais nada, elencaremos alguns fatoresque influenciam na percepção energética, se vocêpossui dificuldades com os exercícios ou mesmo sem seexercitar deseja melhorar sua percepção – pois trata-seapenas de melhorar porque percepção todos temos, emdiferentes graus

– sugerimos começar por testar a força dessesfatores, isolados ou em conjunto:

1. Alimentação: existem alimentos queembaçam e que limpam a nossa percepção energética.Carne vermelha, carne suína, alimentos picantes (cebola,

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alho, pimentas) são alguns que tradicionalmente sãoassociados a tal tipo de bloqueio. A dieta vegetariana éconhecida por ser de grande auxílio a quem desejamelhorar sua percepção. As densas energias contidas nacarne ao interagir com nosso campo espiritual, o tornammais denso que o natural, eliminar alimentos de origemanimal com o tempo faz com que nosso campo fiquecompletamente limpo de tais energias negativas e comoconsequência, nossa percepção melhore bastante.

2. Descarregos: o dia-a-dia, o trabalho, osestudos e a convivência com as pessoas de modo geralsão coisas que nos levam a diferentes níveis de estressee carregamento energético. O estresse é um poderosofator de bloqueamento também. É de vital importânciacultivar alguma prática de descarrego na nossa rotina.Sejam rezas, defumações, banhos, participação derituais religiosos ou outro método que você ache maisinteressante, o que não pode é deixar a carga de inveja,raiva, tristeza, decepção e outras emoções se acumularno seu campo espiritual sem que nunca sejam limpas.

3. Meditação: magia é muito sobre domínio sobrea mente. A grande maioria das pessoas sequer paraalguma vez na vida para refletir sobre como a mentefunciona. Uma máquina de potencial tão grande ésimplesmente ignorada durante toda a existência. Praentender a mente é necessário aprender a observá-la.Você já parou para observar sua própria mentefuncionando? Se não, procure alguma técnica meditativa

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e passe a desenvolver este lado. Além de diminuirestresse, ansiedade e outros males, aumentaráconsideravelmente a sua percepção energética.

4. Experiências Místicas: alguns ocultistas tratamas experiências místicas como meras crendices, estãoignorando mais uma vez o imensurável poder que amente possui. Êxtases religiosos como transesxamânicos, incorporação de entidades e outros sãoexcelentes formas de aprender os mecanismos damanipulação energética. Devendo, contudo, ser atentadopara a responsabilidade quanto a tais experiências,procurando sempre locais, técnicas e pessoas confiáveis.

5. Técnicas de Cura Energética: existem diversastécnicas de curas energéticas: Reiki, Joh Rei, passemagnético, só para citar alguns. Atuar como aplicador oupaciente de algumas dessas técnicas também uma formapreciosa de entender e sentir as energias ocultasfuncionando ao nosso redor.

6. Mudança de Ambientes: a simples mudançade ambientes, como sair da praia para o sertão, dosertão para a mata, da mata para um rio, procurandonotar a diferença em nosso corpo e estado mental quecada local apresenta, já nos habilita a sentir melhor asenergias atuando.

Estes foram apenas alguns exemplos, há diversosoutros fatores menores que também influenciam, mas

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comece por testar estes que você já obterá excelentesresultados. A seguir apresentamos técnicas simples eobjetivas para melhor compreensão e desenvolvimentodo tema. Você pode escolher aquela técnica que acharmais interessante e começar por ela. Éaconselhável

testar várias dessas técnicas, pois cada uma possuiobjetivos diferentes. Elas não seguem uma sequência deimportância, você pode utilizar a que achar melhor, maisatraente e, porque não, mais divertida. Mas érecomendável ler todas antes de começar as práticas,assim você saberá qual delas supre melhor suas atuaiscarências. As técnicas relacionadas a energia elementalsão exceção, se você não tem domínio sobre elas, érecomendável que estude e pratique uma por uma nasequência lógica em que são apresentadas.

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Técnica Básica de Meditação

Meditar é uma coisa realmente muito simples,apesar de haverem grandes escolas e tradições quetratam disto, o ocultista só precisa saber o básico e iraprofundando de acordo com sua experiência pessoal.

1. Sente-se no chão da forma mais confortávelque conseguir, você pode usar a famosa posição flor-de-lótus ou alguma variante, sentar em uma cadeiraconfortável ou até deitar-se, sendo esta última poucorecomendável em virtude da possibilidade de você pegarno sono sem terminar o procedimento.

2. Estando na posição de relaxamento, passe aprestar atenção em sua respiração, puxe o máximo de arque conseguir e depois o solte, procure esvaziar suamente de qualquer pensamento, de qualquer distração,procure apenas respirar e respirar, ignorando os demaisprocessos mentais.

3. Leve o tempo que achar necessário, comececom pouco e vá aumentando de acordo com o acúmulode experiência.

4. Você pode utilizar música de relaxamento paramelhorar a capacidade de concentração ou até mesmousar um áudio de meditação dirigida, onde, além damúsica, um narrador vai falando passo a passo comoentrar no estado meditativo.

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5. Você reconhecerá que alcançou o estadomeditativo quando sentir um profundo relaxamento,como se seu corpo não existisse, apenas o espírito. Vocêsentirá como que mergulhado em um lago de águasrelaxantes e não se importará com tempo, com doresfísicas ou quaisquer outros fatores. Sair do estadomeditativo é como sair de um transe, é acordarcompletamente relaxado.

Variante da meditação, Técnica de Visualização:muitas pessoas têm dificuldade em esvaziar a mente,alguma simplesmente não conseguem entender como éafinal que alguém pode parar sua mente e não pensarem nada. Isso é compreensível, nosso mundo não para,somos treinados desde criança a não parar, quem para élevado pela correnteza. Então você pode utilizar areflexão, que é um processo mais fácil e igualmentefrutífero.

1. Sente-se em posição confortável, da mesmaforma que na meditação.

2. Concentre-se em sua respiração até sentir seucorpo completamente relaxado.

3. Visualize um local que associe a relaxamento,pode ser um sítio, o mar, uma montanha, concentre-seapenas neste local e reflita sobre ele, imagine-se nele.

4. Você também pode imaginar uma divindadeou ser espiritualmente evoluído com o qual tenha

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ligação. Visualize-se subindo uma montanha no topo daqual está a sua divindade ou santo de devoção. Aochegar lá, imagine o que este ser teria a lhe falar, deixesua mente livre para imaginar, ela pode te levar a locaisque você nem imagina.

5. Caso tenha dificuldades de visualizar as coisasmentalmente, experimente primeiro visualizar a simesmo em uma sala branca dentro da sua mente.Paredes brancas, teto branco e chão branco, além deuma porta igualmente branca. Se preciso, visualize a sipróprio com roupas brancas também. Quando estivercom a visualização bem firme, saia pela porta da salapara dentro de sua mente, deixando a mente guiar aexperiência, sem imaginar o que verá. Utilize isso paraexplorar sua mente e descobrir mais sobre si mesmo.

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Técnica de Percepção EnergéticaElemental

1. Sente-se para meditar em posiçãoconfortável estando diante de si com representaçõesdos quatro elementos – terra(um cristal ou areia),fogo(vela), água(copo d'água) e ar(incenso).

2. Pratique a meditação por, pelo menos, cincominutos para chegar a um estado de maior relaxamento.

3. Após isto, de olhos fechados para maiorapuração do sexto sentido ou de olhos abertos se aindanão tem muita segurança com a técnica, realizeimposição de mãos sobre cada elemento em separado,procurando sentir a diferença na energia de cada umdos deles.

Variação:

1. Dirija-se a uma grande massa de água esente-se às suas margens procurando sentir a energiaque emana do local, procure perceber de que forma estaenergia interage com seu campo espiritual.

2. Sente em uma área com terra nua e procuresentir a pulsação da terra sob você. Tente perceber ascorrentes de energia telúricas que correm debaixo dospés de todos, como esta energia interage com você.

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3. Vá para um local alto ou baixo mas muitoventilado e fique se braços abertos procurando sentir aenergia das correntes de ar. Existe algo ali além da meraforça física do vento? Entre em estado meditativo parasentir a energia não só com o corpo mas com o espírito.

4. Não, não vou ensinar técnica para ir a umgrande incêndio ou cratera vulcânica para sentir energiado fogo.

Outra variação:

1. Usando a técnica de visualização, visualize-sediante de uma grande massa de água, uma grandefloresta com os pés no chão, o alto de uma montanhaenorme ou flutuando a 50 km de altura ou diante dacratera de um enorme vulcão em erupção e procuresentir a energia elemental destes locais.

2. Você saberá que a percepção energética estáboa quando sentir a energia elemental em visualizaçãocom a mesma intensidade e realismo que sente

com ela estando diante delapessoalmente.

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Técnica de Percepção EnergéticaVegetal

É indicado tentar desenvolver esta técnica apenasapós dominar com sucesso a percepção dos quatroelementos. A energia vegetal é uma combinação dosquatro elementos pois a planta se desenvolveabsorvendo os nutrientes da terra, a força da água, ogás carbônico do ar e a luz do sol. Além de diversasmagias lidarem com energia dos vegetais, ela por si sórepresenta uma fonte de conhecimento e poder semmedida, não devendo ser ignorada por magista algum.

1. Sente-se diante de uma árvore para meditar.Entre em estado de relaxamento colocando uma dasmãos em contato com o caule da árvore, procure sentiras energias que correm sob o caule, visualize a sua mãoespiritual penetrando nesta energia e a puxando para si,observe e anote os resultados para verificar suaevolução.

2. Em uma variação, você pode sentar com acoluna reta em contato com o caule da árvore e realizaro mesmo procedimento.

3. Este item precisa da ajuda de uma terceirapessoa. Pegue um pequeno vaso com plantas e sente-separa meditar de olhos fechados. Peça para alguémcolocar o vaso em qualquer das quatro direções (à sua

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frente, às costas, de um lado ou do outro) e procureexpandir seu campo espiritual em cada direção paradescobrir em qual delas está o vaso de plantas. Após teruma posição sobre qual lado arriscar, abra os olhos everifique.

4. Após desenvolver bem os itens anteriores,você pode partir para algo mais ambicioso. Porte-sediante de uma grande quantidade de árvores e visualizesem campo espiritual trocando energia com o campoespiritual dos vegetais, como em uma respiração, atésentir-se completamente recarregado. Após fazer istopessoalmente, treine fazer através da técnica devisualização, neste caso, é interessante visualizar umafloresta em que você tenha estado pessoalmente, paraaumentar a eficácia da técnica.

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Técnica de Percepção EnergéticaAnimal e Humana

Os animais possuem uma energia bem mais densaque a dos vegetais. Neles, além dos quatro elementos, ofator espírito está presente em intensidade muitosuperior à dos vegetais. Não é recomendado procurarabsorver energia dos animais, como fazemos com osvegetais. Primeiro, porque a energia deles advém nãoapenas da combinação pura dos quatro elementos, masda alimentação através da morte de outros seres vivos,além claro, do fator “espírito” como faladoanteriormente.

Como os animais não possuem a ligação direta comos quatro elementos que os vegetais possuem, puxar asua energia implica em perda para eles, configurandouma prática de vampirismo. O mesmo ocorre com aenergia humana, afinal, o homem também é um animal.

O objetivo de ensinar técnicas de interaçãoenergética animal e humana é possibilitar acompreensão prática das curas energéticas.Infelizmente, o mesmo conhecimento pode ser usadopara o desenvolvimento de práticas vampíricas, que nãosão recomendadas não apenas por fatores morais mastambém por questões de eficácia mágica, pois, a não serque você possua alguma deficiência na absorção deenergia natural, as técnicas anteriores são capazes de

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fornecer muito mais energia em estado puro quequalquer técnica de vampirismo.

Então, toda técnica de doar energia também podeser usada para puxar? Sim, se você vê um vegetal emestado de perda energética pode doar energia para ele.Nesse caso, a melhor opção não é doar a sua energiahumana densa e sim puxar energia elemental ou vegetalpara doar.

Após dominar a percepção dos quatro elementos evegetal, você pode avançar para a energia animal.

1. Pegue um animal de estimação e ponha suamão sobre ele, procure sentir as energias que circulamem seu interior, apenas sentir, sem interagir.

2. Realize o mesmo procedimento do item 3 dapercepção vegetal utilizando como objeto um pequenoanimal, cuidado para não aplicar qualquer sofrimento aoanimal, ele é um ser vivo e merece respeito.

3. Realize mais uma vez o procedimento do item3 da percepção vegetal mas desta vez use como alvo oamigo que lhe ajudou nas vezes anteriores. Sente-se emmeditação e tente descobrir em que lado seu o amigosentou-se.

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Técnica de Percepção EnergéticaEspiritual

Após dominar a percepção e interação com asenergias que estão ao nosso redor no mundo material, éhora de voltar as atenções para fronteiras maisdistantes. Mundos espirituais são uma realidade palpávelao nosso redor, com diversas evidências que podem serverificadas pelos céticos. Claro que muitos cegos nãoquerem ver, com relação a estes não podemos fazernada.

Se você leu até aqui e não entendeu que deveinvestigar e verificar as coisas antes de julgar e decidirque elas não existem, talvez seja o caso de refletirsobre seu caminho e suas regras pessoais para definirparadigmas. Se o que foi falado antes não te fez pensare ao menos decidir verificar por si próprio a existência demundos espirituais, não é voltando a bater na mesmatecla que você será convencido, então voltemos aexplicação sobre a técnica.

O objetivo de tal técnica é te colocar em contatocom as energias de entidades dos mundos espirituais, oprincípio é o mesmo das técnicas elementais, porém émais voltada a visualização.

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1. Sente-se em posição de relaxamento evisualize uma divindade, santo ou espírito evoluído como qual tenha afinidade, esvazie sua mente de outrospensamentos e concentre-se apenas nisto. Procure sentira energia deste ser objeto da técnica, diferencie aenergia deste ser da sua própria, procure banhar-se comesta energia como se fosse uma cachoeira. Verifiquecomo se sente após terminar e registre. Dê preferência aseres de egrégoras mais antigas e sólidas, como deuses,santos e anjos, eles possuem mais força e você corremenos risco de estar se conectando a entidadesvampíricas em vez de entidades que vão te ajudar.

2. Como variação, você pode usar uma estátua,imagem ou símbolo do ser com o qual quer entrar emcontato.

3. Como outra variação, você pode visualizar umplano espiritual diverso, como o Monte Olimpo dosGregos, a Asgard dos Nórdicos ou qualquer outro com oqual tenha afinidade. Visualize-se nesta outra realidade,passeie por ela, conversa com habitantes da mesma,procure sentir e captar a energia do local.

4. O mesmo objetivo desta técnica pode seralcançado através de uma prática espiritual relacionadaa determinada divindade ou religião, como o ato derezar o terço, assistir uma missa ou receber um passemagnético. Procure sentir a energia desses momentos,

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que diferenças elas possuem e como atuam em semcampo energético.

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Técnica de Auto PercepçãoEnergética: Chacras e Aura

Entendido como as energias se manifestam nanatureza, o próximo passo e entender como elasfuncionam dentro do seu próprio corpo. Comoabsorvemos e liberamos energias? Como podemosrecarregar nossa “bateria” de energia interna? Este é oobjetivo do presente tópico.

Existem várias explicações para a forma como aenergia circula em nosso corpo, uma das mais comuns emais verificáveis na prática é a teoria dos Chacras. Oschacras são poderosos vórtices de energia presentes emtodo o nosso corpo, eles são responsáveis por trocas deenergia com o ambiente e possuem diferentes funçõesde acordo com sua localização, regendo cada um,importantes órgãos e funções do corpo.

Veja um diagrama com os 7 principais chacras.

Nome Usual Nome Indiano Localização

Chacra base/raiz Muladhara Chacra Base daespinha

Esplênico/sacro Swadishthana Abaixo do

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Chacra umbigo

Plexo Solar Manipura Chakra Região dabarriga

Cardíaco Anahata Chakra Região docoração

Laríngeo Vishuddha Chakra Garganta

Frontal Ajna Cracha Testa

Coronário Sahashara Chakra Topo da cabeça

Existem várias formas de sentir, limpar e utilizar oschacras em práticas mágicas, seguem algumas delas:

1. Sente-se em posição de meditação e visualizeo chacra básico. Concentre-se apenas na região onde eleestá localizado, sinta sua rotação, sinta as energias queele absorve e libera. Após perceber bem, passe para ochacra seguinte. Repita o processo com todos oschacras. Faça tal exercício diariamente até adquirir acapacidade de sentir todos os chacras e suas respectivasenergias.

2. Existem chacras nas palmas de nossas mãos.Aproxime a palma de uma mão da outra e procure sentira interação entre as rotações dos dois chacras.

3. Fique de pés descalços e em pé em umaárea de terra nua. Sinta seus chacras das palmas dospés interagindo com a energia da terra, procure puxar a

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energia da terra para seus pés e sinta como seuschacras interagem com a mesma.

4. Nas técnicas de percepção energéticaelemental, ao utilizar a palma da mão para sentir eabsorver energias, procure sentir a rotação do chacra dareferida mão, em que sentido ele gira, ele absorve aenergia de forma rápida ou lenta?

5. Os chacras são um sistema, eles precisamestar sempre alinhados e equilibrados para melhortrabalharem, experimente o seguinte exercício dealinhamento e equilíbrio dos chacras: realize oprocedimento 1 até sentir claramente todos os chacrasfuncionando. Visualize uma energia verde subindo dochacra básico até o coronário, preenchendo cada chacrae girando em todos eles da mesma forma. Após isto,visualize uma energia dourada entrando pelo chacracoronário e descendo até o básico, comportando-se damesma forma que a energia verde.

6. Utilize variações no item 5. Visualize aabsorção de energia por apenas um dos chacras,alterando também as cores. Recomenda-se estudar obásico de cromoterapia para aprender a utilizar as cores.

7. Incorpore seu conhecimento sobre chacras atodas as técnicas de percepção anteriores, procureperceber as diferentes energias através de seus chacras.Procure absorver as energias pelos chacras também.

Além dos chacras, temos como importante veículode autoconhecimento energético: o chamado campo

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áurico. O campo áurico ou aura é formado por váriascamadas de energias sobrepostas que nos recobre einterage com o ambiente. A aura é uma espécie deimpressão digital espiritual, ela registra nossossentimentos, a natureza geral do nosso espírito e atémesmo pode revelar a presença de doenças e coisas dotipo.

A aura também é passível de ser contaminada comenergias negativas e precisa de cuidados e limpezasregulares. Utilize as mesmas técnicas de descarrego,elas tem a função exatamente de limpar sua aura emprimeiro lugar, que é a camada mais externa do campoespiritual.

Estando em dias com a limpeza de sua aura, é horade aprender algumas técnicas importantes para amanipulação energética, você precisa ter domínio sobresua aura. Para isto em primeiro lugar é necessário terdomínio sobre si mesmo, procurar se tornar calmo eponderado é a melhor forma de manter a aura emequilíbrio, a partir daí, você pode passar a treinar astécnicas de controle.

1. Percebendo sua aura: realize sua meditaçãocomum. Após estar em estado de relaxamento procuresentir todo o seu corpo, sinta as fronteiras que separamo seu corpo do ambiente. Percorra todo o corpo com amente para sentir e ficar firme na percepção de taisfronteiras. Após cumprir este passo, apenas pare eperceba que a fronteira energética vai além do corpofísico, você sente coisas que estão além do limite da

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matéria que compõe o seu corpo. Sinta estes novoslimites, explore-os e os incorpore ao seu conhecimentode si mesmo.

2. Ao usar técnicas de percepção energética,procure sentir a interação da sua aura com as diferentesenergias. Ao se encontrar em uma floresta ou local comabundante energia da natureza, visualize sua aurafundindo-se com a aura do local e sinta a trocaenergética de tal experiência.

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Ferramentas de AutoconhecimentoOnde é ensinado a nunca mais olhar folhas caindo

de uma árvore da mesma forma

Autoconhecimento é a base de toda a magia. Abusca do ser humano acerca de questões básicas sobrequem sou, de onde vim, para onde vou, norteou osestudos e práticas que culminaram na criação depraticamente todos os sistemas magísticos.

A proposta deste capítulo e fornecer informaçõesbásicas sobre algumas das ferramentas deautoconhecimento que estão a disposição do ocultista.Você deve testar várias e descobrir aquelas quepossuem mais afinidade com você. Não se prendaapenas a uma, explore o máximo que puder, ninguémpode dizer se uma fruta é doce ou amarga antes deprová-la.

Como o propósito maior da escrita desse livro foievitar ao máximo cair da armadilha em que tantos livrosde magia caem, de serem excessivamente teóricos, asinformações básicas serão mínimas, possibilitando umaênfase maior nas práticas. O leitor acharáinformações detalhadas sobre todas elas em centenas delivros e artigos na internet ou fora dela. Já com aspráticas, possivelmente terá mais dificuldade.

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Divinação e Oráculos

Os oráculos estão presentes há milhares de anosna história da humanidade. Estão inseridos em diversostomos antigos. A maioria das pessoas os enxergamcomo instrumentos a serem manipulados apenas porportadores de poderes especiais.

Muitos ocultistas subestimam os oráculos, dizemnão acreditar neles ou julgam todos os seus praticantescharlatães. Isso é um engano de proporções tão grandesque causa enorme tristeza ver alguém que estácaminhando na senda oculta desprezar tais instrumentosde autoconhecimento.

As chamadas “mancias” se apresentam em formastão diversas uma das outras que poucos fazem algumaassociação entre elas. Que relação existe entre o tarot eas borras de café? Entre as runas e os búzios? Entremoedas, pedras, dominós, folhas de chá, chamas develas, bacias de água e demais instrumentos utilizadosem oráculos?

O que diferencia o praticante ocultista de oráculodo não ocultista é exatamente essa visão. O ocultistaestuda os oráculos em sua raiz e sabe que todos elesestão ligados e possuem uma função comum.

Qual seria essa função? Explicar ela é ao mesmotempo ensinar uma técnica de oráculos. É um assuntopara um livro inteiro, então aqui será dada uma

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explicação básica, uma chave para que o aspirante amagista tenha um ponto de partida para iniciar seusestudos.

Você já deve ter ouvido falar da roda de sansara, agrande esfera da vida na qual estamos fadados a giraraté a iluminação ou ascensão. O fato é que diversasdoutrinas nos falam do caminho do homem no mundo. Aprópria natureza nos mostra que tudo funciona emciclos. As estações do ano, o nascimento, crescimento emorte e várias outras coisas servem como exemplosóbvios disso.

Se a existência humana segue ciclos, aomapearmos tais ciclos podemos prever o que se passouantes e o que virá a seguir, analisando uma situaçãopresente. É mais ou menos assim que funciona o tarot.Este oráculo pode ser visto como um livro que contrauma história. A história do louco, que representa ohomem. Cada carta conta um pedaço dessa história,compreender todo o ciclo dos 22 arcanos maiores e emseguida uni-los aos arcanos menores para compreendero ciclo completo é uma chave de conhecimentopoderosíssima.

Através do tarot, você pode pegar uma questãosua ou de outra pessoa e definir em que ponto dotrajeto do louco ela está, de qual ponto saiu e para qualponto irá em seguida. Isso pode ser utilizado paraquestões amorosas, financeiras, espirituais, vidas

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passadas. Enfim, tudo que diz respeito à vida do homemestá de alguma forma retratado na história do louco.

E como então relacionar o trajeto do louco comborras de café ou folhas de chá? Simples, conforme ditona abertura do capítulo, tudo na natureza é cíclico etudo está interligado. É uma tolice enorme achar quesua existência humana é regida por leis diferentes dasque regem a vida dos animais, dos vegetais e o reinomineral. A natureza é una e estamos nela inseridos, nãosomos melhores nem piores que nenhum outro dos seuscomponentes. Estamos, portanto, submetidos àsmesmas leis.

O mesmo ciclo da vida humana se reflete na vidados insetos, dos peixes e dos grandes répteis dopassado. Também se reflete na energia dos minerais,das árvores e das águas. É possível então, enxergar ocaminho do homem, o caminho do louco em qualquermanifestação da natureza.

Você pode abrir sua mente para extrair respostasoraculares ou de divinação de folhas caindo das árvores,de pássaros voando no céu e da forma como a água deum riacho circunda obstáculos descendo uma montanha.

A partir do domínio das técnicas de interaçãoelemental, você treinará a interação com outra energia:a energia da malha do tempo, presente em tudo e emtodos.

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Exercícios de Divinação e Vidência:

1. Entre em estado meditativo e sem pressa esem grandes anseios deixe sua mente voar para umlocal calmo, como uma cachoeira. Observe a água dacachoeira caindo em sua mente e concentre-se paraouvir o que ela pode estar lhe falando. Anote para futurareferência.

2. Após realizar o exercício anterior. Passe aadotar no dia-a-dia a prática de parar diante de qualquerevento da natureza. Folhas caindo, pássaros voando, ofluxo de trânsito da cidade. Pare e concentre-se, tudoisso está inserido nas malhas do tempo e submetido àsmesmas leis universais. Abra sua mente, que mensagensesses eventos estão te passando? Anote para futurareferência.

3. Poste-se diante de uma vela acesa, uma baciade água com fundo escuro ou uma pedra transparente.Deixe sua mente mergulhar dentro deles e abra-a paracaptar quaisquer mensagens que estejam nelesgravadas. Procure testar os três objetos em diasalternados. Anote os resultados.

4. Após conseguir resultados com as trêstécnicas acima, passe a fazer questionamentos. Pegueuma questão sua ou de alguém, para a qual queira umaresposta e poste-se diante de algum evento da natureza.

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Observe-o e visualize sua mente inserindo dentro dele asua questão. Se tiver dificuldade em visualizar, faça umainserção física, por ex: escreva a pergunta em umpedaço de papel e jogue o mesmo em uma bacia deágua, observando as ondas que o papel forma na água eos padrões que segue ao se molhar (forma alternativa:queime a pergunta na chama de uma vela). Mantenhasua mente receptiva para captar as respostas.

Oráculos não são uma coisa fácil. Para obterresultados com estas técnicas é recomendando antes játer resultados com a técnica de interação elemental. Aenergia da malha do tempo é mais sutil que as energiaselementais da natureza, portando, precisa de um maiorrefinamento para captá-las.

No mesmo sentido, não queira partir para o item 4sem ter solidificado as práticas na sequência dos itens 1,2 e 3.

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Astrologia e Numerologia

Outras artes que, em virtude da imensapopularidade entre as massas, algumas vezes sãosubestimadas por ocultistas. Astrologia e numerologiatratam da influência que certos fatores têm sobre você.

O seu nome de batismo possui certas energias, adata do seu nascimento também. A numerologia traduzessas informações através dos números e interpreta asvibrações dos mesmos, fornecendo dados sobre a suamissão nesta vida, seus pontos fortes e fracos e até onível de evolução do seu espírito.

As posições dos astros no céu quando você nasceu,diferentes de acordo com o lugar, também possuemvibrações que ao serem interpretadas fornecemimportantes informações para seu autoconhecimento. Aastrologia se dedica a estudá-las.

Uma questão interessante a ser discutida é se osastros determinam a natureza da pessoa ou a pessoacom aquela natureza nasce sob a influência dedeterminados astros em virtude de estar sintonizadacom as energias deles. Dizer que os astros quedeterminam seria aderir a um determinismo espiritualavesso ao próprio sentido da magia. Que função haveriabuscar a evolução se a mesma é determinada apenaspelos astros que estavam no céu quando nasci?Nenhuma. Realizar tais questionamentos é o que

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diferencia um ocultista de uma pessoa comum queconsulta astrologia e numerologia.

As massas podem ler o horóscopo nos jornais,encomendar mapas astrais e numerológicos. O ocultistanão pode se limitar a isso, ele precisa refletir sobre oque está por trás de cada informação, de cada tradição.

Então, é recomendado a todo e qualquer ocultistaque não ignore nenhum instrumento deautoconhecimento. Faça seus mapas astrais enumerológicos, estude-os com afinco, faça leituras detarot para esclarecer pontos obscuros de seus mapas.Permita-se experimentar todos os caminhos, nãodeixando que o preconceito ou a ignorância castrem sualiberdade de procurar respostas.

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Grimório Pessoal ou Diário Mágico

Item recomendado a todo praticante de magia quepossua. Muitos negligenciam ou até brincam com a ideiade possuírem tal objeto. Certamente não conhecem suasutilidades práticas.

Um diário mágico tem diversas funções, dentre elasestá o de gravar de alguma forma as experiências emmagia do praticante, levando-o a medir com clareza suaevolução e não cometer erros do passado.

Nossa memória é falha. Todas as pessoas, inclusivenão ocultistas, fariam bem em utilizar todo tipo deferramenta disponível para melhorar a capacidade delembrar das coisas.

De que adianta um mago realizar os mais diversosefeitos se meses ou anos depois ele não faz mais ideiaalguma de como chegou a eles? Tais problemas nãoocorreriam se ele tivesse gravado tudo de forma escrita,em vez de confiar apenas na sua memória.

A seguir algumas ideias para o seu diário mágico:

1. Pegue um caderno velho ou compre umnovinho e decore da forma que achar melhor paramontar o seu grimório.

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2. Meu primeiro grimório foi um fichário, elepermite que páginas novas possam ser adicionadas emqualquer ponto, facilitando em muito a inclusão dedesenhos e informações novas em meio a informaçõesantigas.

3. Tente fazer um diário mágico virtual, criandoum banco de dados no computador ou utilizando umprograma para organização de diários ou até mesmo umaplicativo de smartphone. Porque não um blog fechadoque só você ou leitores convidados possam ler.

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Palavras Finais

Sou grato a você que confiou em mim a ponto dededicar seu tempo à leitura da presente obra. Este livrofoi resultado de uma tentativa de responder à maioriadas perguntas que eu mesmo fiz quando iniciei meusestudos ocultistas e vejo que até hoje muitos fazem.

O objetivo aqui não foi que você se tornasse ummago completo a partir dessa obra, mas apenas dar umponto de partida, fornecer um conjunto de elementosteóricos e práticos que possibilite ao iniciante dar comsegurança o seu pontapé inicial. Também não é meuanseio como autor expor as práticas aqui descritas comoúnico caminho de iniciação à magia.

Tome este livro como um relato pessoal prático,um fragmento do meu grimório pessoal que disponibilizocom a intenção de ajudar quem está iniciando.

Não desista de seus estudos. O caminho ocultista éárduo, cheio de obstáculos. Você topará com pessoasindesejáveis, algumas tentarão manipulá-lo, outrastentarão se mostrar superiores a você para alimentar opróprio ego. Haverá os que elogiarão você em demasia,lhe fazendo correr o risco de pecar pela vaidade. Haverá,ainda, os que tentarão fazer você achar que esse não éo seu caminho.

Contra tudo, só digo uma frase: não desista.Estamos aqui para aprender. E aprendizado é um ciclo

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que se faz com tentativas, erros e acertos. Alegre-secom seus erros, eles costumam nos ensinar ainda maisque os acertos. Alegre-se com os acertos, eles darão aautoestima necessária para continuar.

Não se limite, seja livre como nasceu para ser.Trace seu caminho e permaneça firme. Leia os livros,mas não os siga cegamente. Reflita cada ensinamento,cada ritual. Participe de grupos, de ordens, mas nãodeixe que apaguem sua individualidade.

Os grupos ficarão neste mundo mas você um diapartirá na viajem eterna, deixando-os para trás, entãonão os coloque em maior importância que você. Aspessoas sempre serão mais importante que qualquergrupo, qualquer entidade, qualquer organização.

Não tema seguir seu caminho. Não tema mergulharna noite, pois cada pessoa tem sua própria luz e estáaqui para fazê-la brilhar.

Estude a magia. Pratique a magia. Seja a magia.

Boa caminhada.

Ian Morais.

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KaoGênesisLiber KGS

Manual de Magia do Caos

O Guia Definitivo para Sair do nada echegar a lugar nenhum

Ian Morais

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Direitos autorais 2016, C. Ian Morais.É proibida a utilização do conteúdo desta obra no todo ouem parte sem autorização do autor, sob pena de infraçãoà Lei nº 9.610/98, Lei de Direitos Autorais.

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Todos cantam sua magia. Também voucantar a minha.

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PrefácioPor Wanju Duli

Que é a gênese caótica? O caos teve um início? Teráum fim? Ou seria ele incriado, eterno, imortal, como emnossos mais apaixonados delírios?

A gênese é a origem. O começo de um sonho, umacosmogonia, criação de mundos. A magia do caos éimaginação, loucura sistematicamente ordenada edestruída. O caos encontrará a morte e renascerá dascinzas como a fênix. “Pois eu prometo que matarei todosos pássaros do mundo para que somente eu possa voar”grita o tolo e bravo herói.

E no princípio era o Caos. No meio era o Caos. Nofim era o Caos. No universo que existia além do temporeinava Deus Caos, que era Rei e Rainha, início e fim,natureza e destruição da natureza. Deusa Caos fodeuDeus Ordem e da união nasceu um humano morto que,em meio ao êxtase da morte, desejou se vingar.

O humano colérico que não é pássaro e nem Deus.Que fará? Onde se abrigará se foi esquecido pelos Deusese as asas de sua mãe foram arrancadas?

Esquecido em meio a pedaços quebrados de ummundo lendário, inventará seu próprio lar, gelado comoum cadáver e quente como o inferno, para que seucoração possa pulsar e parar no compasso da música deum sincero pesadelo disfarçado de paraíso.

Ian Morais é o Mago do método e do pragmatismo,ousando mostrar seus talentos com criatividade e

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honestidade. Nessa distinta obra, o autor nos oferece nãosomente uma gênese do Caos, mas também o seuflorescimento e despertar.

O livro é simultaneamente forte e encantador: háuma descrição rigorosa dos termos e técnicas mágicas,intercalada pela arte da surpresa, do riso e da reflexãoinesperada. Há muitas sementes espalhadas pelas páginas(e algumas escondidas!), aguardando o descobrimento domagista desbravador.

Você irá se deslumbrar com seus notáveisensinamentos a respeito de incorporação de paradigmasatravés das técnicas de nuvens paradigmáticas, julgando-as extremamente úteis. Enquanto isso, verá a si mesmorezando a prece caótica e sentirá verdadeira compaixãopelo pobre Aprendiz dos contos tão sagazes deKaoGênesis.

As referências clássicas e contemporâneosespalhadas pela obra dão a ela um toque bastanteespecial. “Não é porque falamos de magia do caos quenão devemos ter método” nos lembra o autor. Aviso aosmagos! Dancemos ao longo da madrugada até nossos péscansarem, mas não nos esqueçamos de nutrir o corpopara aguentar a próxima noite de dança. Somos mente,mas também corpo e espírito. A imaginação é umpresente precioso, mas relembrar que somos constituídospor mais que imaginação pura é um dom ainda maior.

Criemos nossos servidores e Deuses. Conheçamos osDeuses já criados e os incriados. Troquemos Deuses comoquem troca figurinhas. O álbum da vida não está completosem os outros.

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Quer prática de magia? Exercícios de aquecimentofundamentais para não se cansar no meio do caminho?Ian te mostrará como se faz para guardar energias paraum último suspiro nesse livro memorável eincontestavelmente original.

Wanju Duli

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IntroduçãoQuando você olha a magia. A magia também olha você

A magia do caos está na moda dentro do ocultismo.Hoje ser caoista está na crista da onda. Como pontopositivo temos o afloramento de diversos grupos,escritores e novas ideias dentro do sistema. Como pontonegativo temos um defeito que ocorre a várias outrascoisas que estão na moda: pessoas aderem a tais coisassem sequer saberem exatamente o que elas são. Outroaderem a visões simplistas do caoísmo para não ficaremde fora.

Então, ao invés de ir em busca da magia criativa, denovas ideias e sistemas, as pessoas aprendem algumassigilos e fórmulas para criar servidores, imprimem seudiploma de super mago caoista fodão e estufam o peitocom a extrema satisfação que sentem de si mesmas.Nada contra que as pessoas sintam-se bem consigomesmas. Isso é algo muito bom de vários pontos de vista.

A questão é que a magia do caos proporciona umagama infinita de visões e aplicações. Sua principal base éa liberdade. Liberdade não no sentido de negar ossistemas prontos, mas na investigação de novos caminhose na construção de um caminho próprio. Cada ser é único,cada magia é única. As pessoas devem buscar em suamente, em suas práticas, em sua história; as práticas quemelhor rendem resultados. Ficar preso a sistemas pré-concebidos não é errado, mas é um desperdício depossibilidades. É como comer apenas alface diante de um

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banquete. Poxa, coloquem ao menos um pouco de molhobalsâmico.

O objetivo desse livro é mostrar de forma prática oque é a magia do caos. Quando digo prática, é realmenteprática. Não estou interessado em ensinar a história damagia do caos. Ou como certo super caotista fodainventou sigilos ou servidores. Se quiserem ler história,procurem a Wikipédia. Quero falar das práticas quedesenvolvi exclusivamente dentro desse paradigma. Ascondições materiais e mentais necessárias a elas. Oobjetivo é que o leitor possa enriquecer suas própriaspráticas ou iniciá-las, se ainda não o fez.

Meus dois livros anteriores, Liber PPP e Vias ocultas,somados a este formam uma trilogia. Aliás, minha trilogiacaótica é a primeira que conheço que começa pelo últimolivro, volta ao primeiro e, por fim, é concluída com oterceiro.

Seja explicado. O primeiro livro que lancei foi o Liber PPP, se trata

de técnicas avançadas de magia do Caos. O segundo, ViasOcultas, é o super básico, voltado exclusivamente ainiciantes. E por fim, este presente volume se localizaentre os dois, tratará da magia do Caos em suas técnicasmais populares, especialmente sigilos e servidores. Esperoque seja do agrado de Todos. Mas se não for não temproblema, nem as bolachas Mabel conseguiram serunanimidade, não serei eu que vou conseguir.

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Prece Caótica

Neste momento contritosRogamos às raízes psíquicas de nossas células

neurais rebeldesPelo amor da Banda Larga

Pelo amor do Wi-FiPelo amor da Luz ElétricaQue nunca me falte OssosCarne, Sangue e espíritoE se o espírito não existir

Que não falte o resto e já vai estar bom demais. É nóis.

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Que é Magia do CaosPimenta no Caos dos outros é refresco

Magia do Caos é uma visão filosófica acerca damagia fundamentada em liberdade de prática. Enquantooutras visões pregam árduo estudo de certos grimórios oudo caminho de determinados magos, a magia do caos éfundamentada na premissa de que a priori, qualquer coisapode originar um sistema mágico, desde que hajapreparação mental e material para isso.

Considerando que a magia é a manipulação deenergias para atingir determinados fins e efeitos, ocaoísmo prega que manipular tais energias é algo quepode ser feito de infinitas formas e que não existenenhuma razão boa o suficiente para que você deixe deinventar a sua própria.

Quem inventou a magia do caos? Essa é umapergunta impossível de responder. Poderíamos dizerquem primeiro utilizou o termo, quem primeiro lançoulivro a respeito, mas não estaríamos respondendo quem ainventou. Simplesmente porque se analisarmos combastante atenção a filosofia do caoísmo, saberemos quetodo e qualquer sistema de magia saiu de tal filosofia. Nocomeço dos tempos, não havia qualquer sistema demagia, o primeiro ser humano que criou uma reza para osespíritos da floresta, uma mandinga, um feitiço, usou todaa liberdade que a magia do caos propõe.

Então eu estou querendo dizer que aqueles autoresque todos dizem que devem ser lidos obrigatoriamente

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porque eles INVENTARAM a magia do caos não são denada? Errado, eles são importantes, porque pregaramessa liberdade em um momento de engessamento dopensamento ocultista. Devem ser lidos e respeitadosporque ousaram, e ousar é seguramente um dos maioresmandamentos para qualquer ocultista.

Não devemos é pegar os escritos deles econsiderarmos uma bíblia do novo sistema, verdadesincontestes. Devem ser admirados não como pais damagia do caos, mas como pessoas que foram às raízes doque é a magia e trouxeram coisas novas. Estudemos taiscoisas novas, lembrando que o verdadeiro legado delesnão são elas e sim a ida às raízes.

Então, do que é feito um magista do caos?Poderíamos dizer que de muitas dúvidas e poucascertezas, mas falar bonito e não dizer nada é umapéssima forma de instruir, então serei bem direto. Ummago é feito de consciência. Para ser um mago vocêprecisa simplesmente saber certas coisas que as pessoascomuns não sabem, são elas:

1. A mente move energias que atuam sobre arealidade.

2. O conjunto das mentes de um grupo social atuasobre a realidade de forma diferente das mentesindividuais que o formam.

3. Há energias além das mentes e de conjuntos dementes que atuam sobre a realidade.

Sabendo tais coisas você pode ser um magistacomum, aprender feitiços e fórmulas em grimórios jáprontos e utilizá-los obtendo resultados. O mago do caosestá um passo à frente. Ele além de saber que essas

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forças agem, ele busca saber como, para que utilizediretamente tais energias a partir de fórmulas que elepróprio crie ou mesclando fórmulas já existentes da formaque melhor se adequar a seus pontos de vista pessoais. Éuma linha tênue de ser seguida, porque é muito fácil umcandidato a magista do caos cometer erros que o afastamdo caminho. Alguns dos erros mais comuns são.

1. Ignorar algum aspecto das energias passíveis demanipulação: é o clássico erro que leva ao surgimentodos caochatos, aqueles praticantes de caoísmo que achamque “nada é verdadeiro, tudo é permitido” é ummandamento sagrado e absoluto que quem não seguir iráqueimar no mármore do inferno. Ele pensa que sua mentepossui autoridade máxima e suprema sobre todo ouniverso e só existem aquelas coisas nas quais eleacreditar. Se ele não acreditar em espíritos malignos,espíritos malignos não podem afetá-lo. Se ele nãoacreditar em macumba, adiós macumba. São pessoasdifíceis de se debater, até porque seu niilismo extremadoo levam a se tornar fundamentalistas e intolerantes compensamentos diferentes dos seus, normalmente elasaprendem quando levam uma bofetada na cara de algumefeito ou ser mágico ou espiritual que supostamente nãodeveria existir.

2. Estudar apenas a obra de caoistas conhecidos: Éo erro mais comum de todos, talvez cometido por 99 emcada 100 caoistas, numa visão bem otimista. A magia docaos é liberdade de criação. Nada de errado em aprendersigilos e servidores, mas você pode ir além, muito além,apenas procurando ir á raiz do que é magia e do que éexperimentação mágica.

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3. Se limitar a ler sobre magia na internet: A figurados ocultistas de internet é bem interessante. Sãopessoas que entendem de ocultismo, estudam, mas nãopraticam coisa alguma. Passam horas discutindo teorias,rituais, coisas que nunca praticaram. Atitude muito poucorecomendável pois um magista que não praticasimplesmente é outra coisa e não um magista.

Então ficou fácil agora você se tornar um supermago do caos. É só absorver os conhecimentosnecessários e evitar as armadilhas, certo? Certíssimo,apenas não é tão simples quanto a frugalidade da frasefaz parecer. Será um esforço constante para manter amente aberta, os paradigmas em análise e todas ascrenças em xeque. Um passo de cada vez, um dia de cadavez, um ano de cada vez. Fé em tupã e pé na tábua.

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Mestre e Aprendiz I

Cansado de esfregar o chão da casa do mestre, indaga oaprendiz:

– Mestre, o que preciso para aprender magia? – Simples, gafanhoto. Você precisa responder uma

pergunta fundamental. – Pois faça a pergunta, mestre. Não aguento mais ser

faxineiro de sua casa. – Responsa em três segundos: o que a mulher tem no

meio das pernas? – BOCETA…. – Não gafanhoto, os joelhos, NO MEIO DAS PERNAS DA

MULHER ESTÃO OS JOELHOS. Volte a esfregar o chão. COM ODOBRO DA FORÇA.

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Primeiros Passos na Magia do CaosCaos que nasce torto, nunca se endireita. E o que nasce

reto o destino é entortar.

Sejamos francos, a primeira coisa que chamaatenção no caoismo é o nome. Magia do caos é um termopop, um termo que acende a chama da admiração juvenilcomo poucos no meio ocultista.

Foi assim comigo, já estudava e praticava magia háum tempo considerável e quando um amigo falou aprimeira vez de magia do caos pensei: “preciso aprenderisso”. Teve início então uma intensa experiência comsigilos, servidores, paradigmas e técnicas diversas.

A magia do caos é fascinante pela liberdade queproporciona. É como um imenso campo de treinamentoem experimentação mágica. Você pode pegar um projetoe tentar realizá-lo sem ficar preso à fórmulas rígidas,aproximando-se do verdadeiro caráter libertário da magiaem si.

Após bons anos aprendendo nesse campo emisturando-o de forma indissociável com todas as outrasformas de magia que vim a estudar, Percebi que muitoscolegas que estudam magia do caos e a magia em sinunca alcançam qualquer resultado positivo em sua vida.Encaram decepções seguidas umas das outras até queperdem o ânimo e largam a magia e até mesmo aliberdade de pensamento que possuíam com ela.

Como praticante de magia, me tornei alguém quefaz muitas perguntas sobre tudo, uma vez que tentativa e

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erro, investigação de resultados e anotação dedescobertas são parte essencial da trajetória de ummagista.

Passei então a observar magistas que conhecia edepoimentos na internet e tentar encontrar respostas deporque alguns conseguem resultados melhores e comoalcançar os mesmos resultados dessas pessoas.

Dessa forma desenvolvi a teoria dos protocolos,apresentada no Liber PPP e também tirei algumasconclusões uma velha questão envolvendo a práticamagística, que passo a expôr.

1. Porque não consigo aprender magia?

A grande maioria das pessoas que se queixam denão conseguirem aprender magia estão apenas com umpequeno problema relativo a como começar. Magia éexercício da vontade e manipulação de energia. Práticasde autoconhecimento mental como meditação,acompanhado de técnicas de percepção e manipulaçãoenergética são essenciais para o magista iniciante. Sevocê não aprender praticando nem possuir umahabilidade natural para tais elementos, simplesmente nãofará magia funcionar, ou fará funcionar de forma bemmenos potente do que o faria se possuísse maiortreinamento.

Foi esse problema que levou à escrita do meusegundo livro, Vias Ocultas. Após perceber a dificuldadede grande maioria dos leitores de praticarem as técnicasdo PPP apenas em virtude da falta de capacitação em

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percepção e manipulação energética, bem como técnicasde autodomínio mental.

Fica o conselho, quer se tornar um magista? Comecepelo começo. Não caia na tolice de acreditar que obrocardo caótico “nada é verdadeiro, tudo é permitido”justifica a falta de estudo e tudo que você acreditar setornará verdade. Investigue, estude, desenvolva-se. Nãoqueria criar uma legião de servidores na sua primeiraprática caoista. Comece praticando meditação,visualização e percepção energética. Você terá resultadosincrivelmente melhores se antes de praticar as técnicasdeste livro, possuir fluência no programa de treinamentodo livro Vias Ocultas.

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Ritual do nada

Concentre-se acerca do nadaSinta o nada ao seu redorNão faça nada com o nadaContinue sendo um nada

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ParadigmasO que são. Como usá-los em magia. Técnicas.

Paradigma, a mera citação deste termo é capaz deinflamar ânimos entre caoistas e não caoistas. Em parteporque a grande maioria não faz a mínima ideia do queseja um paradigma e adota o conceito que melhor lheconvém.

Em termos magísticos, paradigma é um modelo, umpressuposto de algo. Tudo que desenvolvemos parte deum paradigma. Por exemplo, se você resolve treinarincorporação espiritual, você parte dos paradigmas de queespíritos existem e espíritos podem ser incorporados empessoas encarnadas. Se você resolve utilizar umbenzimento rogando a Deus a cura de alguém, você partedos paradigmas de que: Deus existe, Deus possui poderde curar, Deus cura através da oração.

Atente para o que fato de que usar paradigmascomo instrumentos não significa que tudo que vocêacreditar se tornará real. E sim que você poderá utilizarqualquer força ou energia que exista, desde que absorvaos paradigmas necessários para tal.

Você pode até decidir acreditar ou não acreditar emalgo, mas a força individual da sua crença ou descrençanão possuem a força magica que você obterá se usar acrença de milhares de pessoas em uma divindade ou aconfiança de toda uma ordem ou sociedade em um ritual.

Uma análise simples da mente humana revela queacreditar é praticamente um ato involuntário, vocêacredita ou não em algo baseado nas suas experiências

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ou nos seus estudos. Uma pessoa que decide de repentea não acreditar mais em carros, em termos caoistas“retirar carros dos seus paradigmas”, não é um magista esim um alienado mental.

Eis o porquê de muitos caotistas iniciantes entraremna onda dos paradigmas e só arrumarem problemas comisso. A compreensão errônea de tal termo provoca umenorme paradoxo. Ao invés de tornar o magista umapessoa aberta a diversas ideias e sistemas de crenças,sempre disposto a usá-los como instrumentos o jovemcaoista se tornará um niilista insuportável que se recusa adiscutir qualquer coisa alegando a relatividade de todo equalquer assunto: “nada é verdadeiro. Tudo é permitido”ele repete aos quatro ventos para qualquer argumentoque utilizem contra ele.

Outro erro básico presente no meio caoista é autilização do termo “mudar paradigma”. Mudar osparadigmas pessoais são coisas que ocorremnaturalmente ao longo da vida. Quando um deísta viraateu, um católico vira budista, um espírita viraumbandista, seus paradigmas são alterados. Paradigmasestão entranhados na mente das pessoas com raízesprofundas, nossos paradigmas definem quem somos.

O termo correto seria incorporação de paradigmas.Ou seja, absorver de forma temporária, um novo sistemade crença de modo a utilizar a energia que o mesmoconsegue acessar. Com exemplo prático, digamos quevocê deseje utilizar um ritual budista de eliminação deenergias negativas. Para o ritual ter sucesso você precisaabsorver os paradigmas do budismo.

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A solução é então, utilizar uma técnica física emental ou apenas mental que possibilite a incorporaçãodaqueles paradigmas, de modo a egrégora do budismoreconhecer você como um autêntico praticante e lheconceder acesso à sua energia. Essa é a essência daprática caoista de utilizar paradigmas magisticamente, enão afirmar que macacos não existem e negarveementemente mesmo se um morder o seu traseiro.

Protocolos de Incorporação de Paradigmas Passamos a elencar algumas práticas simples acerca

da incorporação de paradigmas, desde meditações àconstrução de servidores, para que o leitor verifique naprática os benefícios da mesma e compreenda de fato -ao sentir os efeitos em sua vivência magística - averacidade dos argumentos levantados acerca dosparadigmas.

Técnica de Dissociação do Eu A primeira barreira que qualquer magista ou mesmo

espiritualista encara é o autoconhecimento. As pessoascostumam achar que seu eu consiste nos nomes e títulosconcedidos pela sociedade. Pergunte a alguém “quem évocê?” e provavelmente a resposta será “sou fulano,tenho X anos, nasci na cidade Tal, tenho 1,70 m, 80 kg”.As pessoas confundem o eu com o nome, com a descriçãofísica, com o próprio corpo. Ora, a ideia de que somosmente é basilar na magia, tudo é mente, logo, nóstambém o somos. Sendo a mente o nosso “eu” e

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possuindo diversas camadas, se tornar magista é sentiresse “eu”, compreender suas dimensões e possibilidades.Praticar meditação regularmente é essencial para sentir ecompreender sua mente. Após adquirir prática emmeditação simples (pode usar a técnica básica demeditação do meu livro Vias Ocultas), você pode partirpara essa interessante técnica de dissociação do eu, sigaos seguintes passos:

1. Medite alguns minutos até alcançar um razoável

nível de relaxamento.2. Procure sentir sua mente como se ela tivesse

forma física, tente imaginar que forma ela teria e qualseria a dimensão que ela assumiria. É bem comum sentira própria mente como uma “nuvem de pensamentos”.

3. Repita diariamente ou em dias alternados, atévocê adquirir perfeita familiaridade com a forma que suamente possui.

Está técnica serve para que aos poucos o praticantecrie uma diferença clara entre seu eu interior e exterior -o interior seria eu eu em estado de pureza, semparadigmas e o exterior seria a soma do interior com seusparadigmas, é a pessoa que você é no dia-a-dia. Deforma que conhecendo sua mente exterior, possa passarà técnicas onde irá manipular a si próprio. Para quem estáacostumado, são técnicas assimiladas àquelas constantesem livros de auto-hipnose e programação neurolinguística.

Técnica de Incorporar Egrégoras 1

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Esta técnica só pode ser utilizada após domínio

razoável da técnica anterior. Entenda que sua nuvem-mente é a soma de seus paradigmas. Toda pessoa possuiuma nuvem parecida com a sua. Com esta técnica vocêirá construir uma nuvem separada da sua que conterá osparadigmas do adepto da doutrina ou crença que vocêusará como instrumento, porém, sem um eu interior,como seria a nuvem de uma pessoa comum. Você iráentão deixar sua nuvem de paradigmas e sair dela apenascom seu eu interior e irá mergulhar na nuvem que vocêoriginou. Vamos ao passo a passo:

1. Execute a técnica de dissociação do “eu”2. Projete diante da sua nuvem uma nuvem vazia,

neutra, sem pensamentos ou paradigmas.3. Visualize diante de si elementos que caracterizem

os paradigmas que você deseja incorporar. Ex: se desejaincorporar o paradigma de um católico, visualize umabíblia, imagens de santos, um Jesus crucificados, frasescomo “amar ao próximo como a ti mesmo”. A medida emque visualiza, insira esses elementos na nuvem neutraque está diante de você até sentir que criou uma nuvempura de formada por paradigmas, sem pensamentoalgum.

4. Fixando bem o pensamento, visualize seu euinterior saindo de sua nuvem original, deixando para trásos paradigmas e inserindo-se na nuvem artificial deparadigmas que você acabou de criar.

5. Sinta-se um adepto dos paradigmas da novanuvem, deixe que tais paradigmas misturem-se a seus

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pensamentos. Conduza sua mente a ter pensamentos deacordo com tais paradigmas, exemplo: se incorporouparadigmas católicos, reze uma ave-maria com todofervor.

6. Execute os rituais que necessitem dos paradigmasda nova nuvem.

7. Retorne ao estado meditativo, visualize-sevoltando para sua nuvem original e dissolvendo a nuvemartificial.

Técnica de Incorporar Paradigmas 2.

Esta segunda técnica exige conhecimento sobrecriação de servidores. Se você não tiver ainda criado umservidor com sucesso, leia e pratique antes o capítulosobre criação de servidores.

Criando um servidor adepto de uma egrégora.

Esta técnica é uma forma de incorporar paradigmase manipular egrégoras de forma bem mais sofisticada,pois exige a criação de um servidor. A finalidade dela sãoaquelas situações onde você utiliza com frequência aenergia de uma egrégora, tornando-se interessante criarum servidor para poupar-se de seguir todos os passos datécnica anterior a cada nova utilização. Digamos que vocênão seja um ateu, mas deseja utilizar a energia daegrégora do ateísmo como forma de defesa mágica eespiritual ou que seja ateu mas deseja usar a energia daegrégora cristã para realizar uma cura. Vamos ao passo apasso:

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1. Adquira um boneco físico para representar seuservidor, na falta, você pode usar um desenho ouvisualizar a figura. Usar um veículo físico para umservidor é uma coisa muito útil que facilita a visualizaçãoe utilização do mesmo. Outro fator importante para seutilizar uma forma física material para este tipo deservidor é para que ele fique contido na mesma e só sejausado quando for necessário, ao invés de seguir você poraí ou atrapalhá-lo de alguma forma.

2. Insira nesse boneco elementos ligados às ideiasda egrégora. Se for um boneco oco, você pode colocarfrases de adeptos da egrégora em papeizinhos e inserirdentro dele por algum orifício. Caso não seja oco, vocêpode colocá-lo em uma caixinha e lançar ou pregar ospapeizinhos na parte de dentro da caixinha. Na falta doboneco, pode usar apenas a caixinha. Coloque o máximode elementos da egrégora que conseguir. Se for umservidor cristão, coloque uma cruz no pescoço, uma cruzna roupa, frases de Jesus Cristo. Se for especificamentecatólico coloque imagens de santo, frases de papas eterços. Se for ateístas, frases ateístas, imagens degrandes ateus e feitos científicos.

3. Dê um nome ao servidor, de preferênciamisturando o seu nome com o da egrégora. Ex: seu nomeé Alisson e está criando um servidor cristão, pode ser oservidor CristAlisson. Se preferir, reduza o nome doservidor a um sigilo gráfico (vide capítulo de sigilos) egrave-o no boneco ou na caixinha.

4. Ative este servidor usando alguma prática ouritual da egrégora ao qual ele será ligado. O cristão pode

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ser levado a uma missa ou culto, como alternativa, poderezar um terço em intenção dele, dando-lhe vida. O ateupode ser ativado lendo algum livro ateísta para ele ouvirdurante alguns dias, ou até pesquisando memes ateus nainternet e carregando-o com as risadas que você produzir.Outra forma interessante de carregar quaisquer dessesservidores é usar a técnica anterior da nuvem e após criá-la, inserir no servidor. Se você fizer isso com sucesso, oservidor estará ligado àquela egrégora e dela tirará aenergia para se manter, evitando que você perca energiacom ele.

5. Esteja sempre fornecendo e reforçando a ligaçãodo servidor com a egrégora. Ex: acender vela, rezar terço,colocar novas frases e e elementos na caixinha, queimarincenso.

É imprescindível que você tenha domínio depercepção energética para evitar problemas. Você deveráperceber energeticamente se o servidor realmente setornou ativo e o nível da energia que ele estáacumulando.

Inclusive, com a percepção você fará com que esteservidor não saia do controle e eventualmente envolvavocê completamente na egrégora dele. Ex: seu servidorateu se ficar forte demais ao ser usado com frequênciapode aos poucos ir aproximando você cada vez mais doateísmo. Não que isto seja uma coisa ruim, mas lembreque a ideia é a egrégora ser uma ferramenta do magonão o mago se tornar uma ferramenta da egrégora.

Se o servidor já foi criado para uma egrégora queestá nos seus paradigmas pessoais, ex: você é cristão e

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criou um servidor cristão, ainda há a possibilidade deletorná-lo fundamentalista, então, todo cuidado é pouco,como tudo em matéria de magia.

Uma vez criado o seu servidor adepto de umaegrégora, resta explicar algumas formas pelas quais omesmo pode ser utilizado. Em geral, o que vai limitar osusos para este instrumento é a sua criatividade, o quenão impede que algumas exemplos sejam dados. Vejamosos exemplos:

1. Use o servidor como uma capa, visualizando-secompletamente envolvido com ele, para através domesmo, acessar a energia da egrégora.

2. Crie um sigilo gráfico de proteção (reduzindo apalavra PROTEÇÃO em um sigilo) e coloque dentro dacaixinha ou boneco do servidor. Ao sentir necessidade,visualize o sigilo gráfico diante de si, afastando asenergias negativas.

3. Em caso de um servidor ligado a uma egrégora decura, Coloque nomes de pessoas para receber a energiade cura dentro do boneco ou caixinha.

4. Caso seja atacado por alguém ou algo ligado àegrégora do servidor, use essa energia como conciliadora.Caso seja atacado por alguém de egrégora oposta, use aenergia como escudo.

5. Puxe energia do servidor para ativar outroservidor, um sigilo, protocolo ou para qualquer outraprática mágica. Caso não saiba como fazer isso, veja astécnicas de puxar energias elementais do livro ViasOcultas.

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Mestre e Aprendiz II

7. Gafanhoto, o lago que bate no vento ou ovento que bate no lago?

8. Um bate no outro. - Responde o aprendiz,ansioso, para logo em seguida levar uma firme cajadadado mestre nas costelas.

9. E agora, suas costelas bateram no cajado ouo cajado bateu nas suas costelas?

10. Nem um nem outro, mestre. O senhor queme bateu.

11. E o que você conclui disso? 12. Que eu não tenho que me preocupar com a

água nem com o vento e sim com a energia que está portrás deles.

13. Muito bem gafanhoto, só tem mais umacoisa que você não percebeu.

14. O que mestre?15. Que ser mestre é tão divertido que você

pode dar uma paulada nos outros e não acontecer nada, osujeito fica só pensando no que você quis ensinar algumacoisa...

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Sigilos

Sigilos são ideias, desejos, anseios reduzidos pelomagista a um símbolo gráfico e/ou falado de modo atornar possível a seu subconsciente apreender tal desejoe trabalhar para sua consecução, sem interferências.

Exemplo: VOU GANHAR DINHEIRO. Pode serreduzido da seguinte forma:

1. Primeiro elimina-se as letras repetidas, restandoVOUGANHRDIE.

2. Rearranje as letras de forma a gerar um termo defácil pronúncia, exemplo GOHVIR NADEU, estetermo será o mantra do sigilo, o símbolo falado.

3. Agora você irá mesclar a escrita das letras queficaram, em qualquer sentido ou direção, deforma a comporem um símbolo gráfico, umemblema para o sigilo.

4. Feito isto, você deverá lançar ao seusubconsciente o símbolo falado e o mantra, demodo que este absorva-o e traduza-o na formano desejo que você exprimiu, canalizando energiapara o alcance do mesmo.

Existem duas formas de você energizar um sigilo –

energia interna e externa ao magista. Acontece quemuitos praticantes não param para pensar que todamagia precisa de energia, para fazer algo funcionar, vocêprecisa arrumar energia de algum lugar para inserir

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naquele trabalho mágico. Ora, o grande problema éexatamente que as pessoas não aprendem manipulação epercepção energética antes de se aventurarem a realizarcertas técnicas.

Em virtude de tal problema, meu livro Vias Ocultasfoi dedicado a procurar suprir essa carência, encarei nomesmo uma tarefa que eu mesmo julgava praticamenteimpossível, ensinar do zero através de um livro comoalguém perceber as energias que circulam ao seu redor einteragir com as mesmas.

Se você entende de manipulação de energia, suasmagias se tornam muito mais simples de seremrealizadas, uma vez que você não precisa se debruçarlongamente a cada pequeno sigilo em como obter energiapara a utilização dele. Sem falar que obter a energia nãoé o fim da história, você ainda terá que inseri-la notrabalho mágico e ter a certeza de que efetivamentefuncionou.

Impor as mãos, liberar fluido sexual e consumir umabebida geram sim energia, mas simplesmente gerar nãoquer dizer que vai fazer um sigilo ou servidor seremativados, uma vez que o correto direcionamento é tãoimportante quanto a geração.

Este é um dos maiores motivos de desapontamentosde magistas iniciantes, realizam todos os passos e ficamesperando resultados que não virão. Se tivessemestudado a percepção energética, saberiam se a energiaefetivamente carregou o sigilo ou ativou o servidor.

Após estabelecidos tais informações, cumpre entãofalar sobre sigilos em si. Os sigilos são extremamentesimples de fazer, a qualquer criança alfabetizada pode ser

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ensinada o princípio básico da geração de taisinstrumentos magísticos. Porém, uma coisa é criar umsímbolo gráfico, mantra ou iantra que represente umaideia, a outra é tal sigilo ser efetivamente energizado demodo a facilitar o alcance do resultado dele esperado.

Um dos maiores obstáculos para isto é exatamente ofator mental, um sigilo deve ser lançado na áreasubconsciente da mente para que lá, sem as amarras e osvalores do consciente, possa absorver a força mental deforma pura e direcioná-la para o alcance do resultado.Sem as interferências comuns da parte consciente, pode osigilo vibrar de forma pura, atraindo por magnetismoexatamente aquilo que exprime.

Dando um exemplo simples, se você fez um sigilopara passar no vestibular, se ele ficar no seu consciente otermo VOU PASSAR NO VESTIBULAR, ao ser lembrado iráimediatamente fazer você lembrar de suas limitações, dasmatérias que não aprendeu, da concorrência alta, docurso difícil que deseja. Tudo isso fará com que enquantoo sigilo diz VOU PASSAR NO VESTIBULAR, diversas vozesse ergam com pensamentos contrários, PASSA NADA, ACONCORRÊNCIA É ALTA DEMAIS PARA VOCÊ PASSAR,NESSE CURSO DIFÍCIL VOCÊ NÃO PASSA DE FORMAALGUMA. Já vibrando no inconsciente, o sigilo está livredas suas amarras, dos seus medos, das suasinseguranças, ele berra que você será aprovado enenhuma energia contrária é erguida em oposição.

Acho interessante deixar isso bem claro uma vez quenem todos entendem exatamente porque o sigilo deve seresquecido, isso se deve ao fato de que muitos se lançamna magia e não entendem de psicologia ou outras

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doutrinas. E nem são obrigados a entender, porém,compreender tais mecanismos básicos é importante paraque você realize cada passo do seu aprendizado de formafundamentada e não apenas seguindo passos como umaovelha qualquer.

Quando aprendemos magia, as partes fáceiscostumam ser menosprezadas, ficamos então fixados naspartes complicadas, tentando arrumar uma forma desuperá-las, de torná-las mais fáceis. Foi então quetrabalhando com sigilos, passei a pensar em formas desuperar esta dificuldade relativa ao esquecimento.Juntando sigilos com protocolos, desenvolvi então oprotocolo de geração de sigilos gráficos, cuja descriçãodetalhada segue.

Protocolo de geração de sigilos gráficos

O primeiro passo é arranjar um recipiente de vidro,

pode ser um vidro velho de perfume, de algum alimentoou algo melhor que você preferir. Um vidro pequenopossibilita muita dinamicidade na manipulação e apossibilidade de levar para qualquer lugar de formadiscreta.

Você irá pegar pedacinhos de papel, quantos foremnecessários e escrever em cada um separado as letras doalfabeto, todas elas, os algarismos de 0 a 9 e algunssímbolos gráficos como soma, multiplicação, divisão esubtração.

Pegará todos os papeizinhos e colocará dentro dovidro, que deverá estar limpo e seco para evitar que aumidade prejudique os papeis ou os estrague. Importante

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ainda cuidar da vedação do recipiente, de modo a nãoadentrar umidade, poeira, líquidos e coisas diversas.

Você irá criar um símbolo gráficos para a fraseGERADOR DE SIGILOS + SEU NOME, que pode serreduzida a GERADOESIGL, GERASIGL, GESIL, dentreoutras formas que possam vir a ser adotadas. Criado osímbolo gráfico, ou iantra, usando o mesmo processoutilizado para a criação de sigilos, você irá gravá-lo comalguma espécie de tinta, como esmalte de unhas, emtodos os lados do recipiente, de modo a ele compreenderbem que é um gerador de sigilos e que pertence a você.

Criado o recipiente, que será o veículo físico doprotocolo, você deverá então se dedicar a energizá-lo.Você deverá energizar ele diretamente com sua energia,uma vez que o objetivo será criar uma duplicada dorecipiente em sua mente, ou seja, você criará no processode energização do protocolo um servidor destinado agerar sigilos de forma automática.

O processo de energização será o seguinte:

1. Recolha-se em meditação por alguns minutos, demodo a focar sua mente.

2. Coloque o recipiente diante de seus olhos e encare-o profundamente, como se desejasse engolí-lo com osolhos.

3. Procure projetar na sua mente uma imagemidêntica a do recipiente que está diante de você, quandoa imagem estiver bem nítida, feche os olhos e amantenha viva na mente por tanto tempo quanto forpossível.

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4. Repita o procedimento por pelo menos três dias,findo tal prazo você já terá uma imagem mental dorecipiente bem solidificada. No entanto, caso sintanecessidade, continue por mais alguns dias, ou atémesmo, faça com regularidade a visualização, de modo afortalecer cada vez mais o seu protocolo.

Após o cumprimento dos passos acima, você tem umprotocolo pronto para utilização sempre que necessitar.Agora vem a parte final, a explicação de como se utiliza omesmo.

A utilização é a parte mais simples do processo:

1. Uma vez estando o recipiente ativado, vocêdeverá mentalizar o seu desejo, aquele que vocêtransformaria em um sigilo.

2. Organize o seu desejo em uma frase simples edireta, evitando a utilização de termos de conotaçãonegativa tais como: não, nunca, nem, jamais.

3. Segure o recipiente das letras com força - paradar força e foco, você pode repetir a fórmula de evocação“protocolo de geração de sigilo” – enquanto mentalizaseguidamente a frase que resume o seu desejo. Ao invésde segurar você pode encarar o recipiente da mesmaforma que no procedimento de criação do protocolo.

4. Mentalize então o seu desejo passando para orecipiente, através das mãos ou do olhar e deste para orecipiente projetado em sua mente, visualize a energiamanipulando as letras como em uma dança, um vendavale as organizando de acordo com o seu desejo exprimido.

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O mecanismo de ação é o seguinte. O recipientecontido em sua mente, estimulado pela energia canalizadaatravés do recipiente físico, irá gerar um sigilo para afrase que resume o seu desejo. Tal sigilo será criado nasua mente e você não irá visualizá-lo, sua visualização selimita à transmissão de energia para o recipiente. Emvirtude disso, o protocolo gerará um sigilo e o lançarádiretamente no seu subconsciente e você não precisará sepreocupar em esquecê-lo uma vez que seu conscientenunca o verá.

Sigilos de comando

Apresentados em meu Liber PPP, os sigilos decomando são outra forma de usar tal ferramenta empráticas mágicas. ao invés de intenções reduzidas asímbolos gráficos com o objetivo de plasmar um desejono subconsciente, os sigilos de comando são um métodopara focalizar a mente em uma intenção acessória. Ouseja, são ferramentas para utilização de outras práticasmágicas e não uma prática mágica em si.

Para explificar e tornar mais fácil o entendimento,digamos que você esteja criando um servidor, enviandoenergia para ele e sinta dificuldade de encerrar o envio deenergia. Para tornar melhor a concentração você podecriar um selo com a palavra fechar, visualiza o símbolográfico dele como um escudo entre você e o servidor,cortando os laços que conduzem sua energia até o corpodo mesmo.

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Outro exemplo claro seria o comando ATIVAR, quepode ser utilizado para ativação de servidores ouprotocolos, bem como de muitas outras práticas mágicas.

símbolo gráfico que pode ser programado a palavraFECHAR

símbolo gráfico que pode ser programado a palavraABRIR

Deve ser enfatizado, para finalizar os sigilos decomando que o ideal é que o símbolo gráfico sejasimplesmente mentalizado. Treine sua visualização mentalpara ativar esses comandos simples, ficará esquisito econsumirá muito tempo e energia se você tiver que traçar

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símbolos para cada comando mágico simples que forrealizar. A mera visualização, associada ou não com apronúncia (que pode ser mental) do nome do símbolodeve ser o suficiente para evocar seu efeito. Se não for,treine até que seja.

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O MAGO

O mago é um caçadorEle pensa, vive e sente

E aniquila o torporCaçando na própria mente

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ServidoresCuidado com essa bagaça

A primeira coisa que você precisa saber sobreservidores é: não brinque com eles, leve a sério e cuidadoaos detales. o binômio sigilo-servidor define o núcleo depráticas de quase todo caoista. É uma coisa tão difundidaque muitos acabam banalizando algumas coisas e nãoprestando atenção em certos aspectos fundamentais.

São comuns relatos de experiência de servidores quedão errado ou não funcionam como deveriam. Analisandoa forma como a maioria das pessoas pratica,especialmente a partir de relatos pessoais e disponíveis narede, é possível perceber que poucos possuem o saudávelcostume de planejar antes de fazer. Pelo contrário, fazemo servidor de qualquer jeito para só depois analisar se deucerto ou não.

Um servidor funciona como uma construção, ele éuma edificação mental. Como uma casa, antes decomeçar a construir as paredes você deve desenhar umaplanta, definir as dimensões, os cômodos, planejar ondeirá comprar os materiais e de onde irá extrair recursospara tal.

Muitos constroem servidores como alguém que pegaum amontoado de material de construção e tenta edificaruma casa, levantando paredes de qualquer jeito, semplanejamento, para só depois ver se deu certo ou não.

Não é porque falamos de magia do caos que nãodevemos ter método, que podemos fazer as coisas dequalquer jeito. Refine suas técnicas, modifique técnicas

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conhecidas, misture técnicas umas com as outras: maspossua técnica. Entenda os mecanismos por trás. Umservidor não irá funcionar apenas porque você quer queele funcione. Ele irá funcionar se você aplicar uma técnicacorretamente, se souber mexer com a maestria devidatodos os elementos que o conduzem a funcionar.

Como deixo claro em todos os livros que já escrevi, oque falo está de acordo com minhas práticas, aquilo queobservei empiricamente. Então, é comum que algumascoisas não estejam de acordo com o que é difundido emoutros escritos sobre o mesmo tema. o motivo disto podeser desde a natural diversidade de práticas ao fatotristemente notório de que a muitas pessoas queescrevem sobre magia não são verdadeiros praticantes,apenas estudantes que repetem fórmulas já existentescomo verdadeiros papagaios. Recomendo ao leitor quenão proceda de tal forma. Não precisa aceitar o que falocomo verdade inconteste. Aquilo que não funciona comigopoderá vir a funcionar com você, aquilo que funcionacomigo pode vir a não funcionar com você. Apenasmantenha sua mente aberta, experimente e tire suaspróprias conclusões. Evite, ainda, cometer o erro comumde não prestar atenção nos erros e acertos alheios.

Em nome da didática, antes de aprofundar o temadevemos fornecer um conceito prático de servidores. Oque exatamente é um servidor? Muitos se põem a criá-losa torto e a direito sem procurar responder esta indagaçãotão básica.

Um servidor é um uma projeção artificial de energiadotado de consciência limitada. Em outras palavras, umservidor é um “espírito artificial” um ser projetado por um

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magista, dotado de energia própria e com uma funçãoespecífica. Ele pode ter funções desde estruturas bemsimples (como evitar que você se atrase) a funçõescomplexas (auxiliar em tarefas magísticas).

O que Forma um Servidor

Tradicionalmente existem três elementos principaisindispensáveis em um servidor:

Programação

Todo servidor precisa ser programado, ou seja,precisa de comandos. Tais comandos funcionam de formasimilar a programação de um computador. Se tratam daestrutura lógica do servidor, sua inteligência interna. Oselementos necessários ao correto direcionamento de suasfunções e eventuais tomadas de direções por parte doente.

Uma coisa muito mal compreendida sobreprogramação é que muitos a confundem com lista deintenções. Uma lista de intenções seria uma enumeraçãode objetivos do servidor, já a programação seria um passoa passo meticuloso sobre como tais objetivos seriamalcançados. Um exemplo: Você decide criar o servidor XYXpara te ajudar a passar em um concurso público, ao invésde colocar como programação “me ajudar a passar noconcurso” você deve pensar em que fatores afetam suaaprovação: tempo de estudo, aproveitamento do materialestudado, tranquilidade na preparação e no dia da prova,dentre outros. Você deve organizar todos esses elementos

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em um código de conduta para o servidor, existem váriasformas de fazer isso e falaremos mais abaixo.

Vamos enumerar algumas formas de programação,umas simples e outras mais criativas:

7. Através de sigilo: Esta forma de programação ébem comum e talvez seja a responsável pelo fatode muitos confundirem servidor com sigilo, nãosabendo colocar uma fronteira clara sobre ondecomeça a definição de um e finaliza a do outro.Também é um dos principais motivos das pessoasterem problemas com servidores, uma vez que elafunciona apenas em servidores simples, de baixacomplexidade. Um sigilo normalmente é a reduçãoa um símbolo gráfico uno de uma frase simples.Não dá para fazer um sigilo que englobe todos oselementos necessários a um servidor destinado aajudar na aprovação do concurso, conforme oexemplo anterior. Exemplos de sigilos nos quaispode ser usado este método: acordar cedo, não seatrasar, disposição, largar vício.

8. Através de Lei Escrita: Uma forma bem completa einteressante de programar um servidor. Trata-se deelaborar um código legal, à exemplo de uma lei deverdade que descreva o nascimento, aspossibilidades, os objetivos e a forma do servidorchegar a u fim. Deixamos um exemplo completo deuma lei de regência de servidor.

Lei de Regência do Servidor Ron-Vau-He/RHV

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Eu, Ian Morais, no pleno domínio das minhas faculdadefísicas e mentais, elaboro e dou validade a presente lei.

Esta Lei destina-se a disciplinar a origem, objetivos,fontesde energia e o fim do servidor. (Toda lei costuma ter umpequeno prefácio explicitando suas intenções)

Art. 1. Fica criado o servidor Ron-Vau-He,doravantedenominado apenas RVH, a partir de seu ritual deativação. Art. 2. O objetivo geral de RVH será auxilío a estudos eele obedecerá, única e exclusivamente, o seu cridor. Sr.Fulano de Tal. Art. 3. São objetivos específicos de RVH: I - Contribuir para a criação de ambientes harmônicosdedicados ao estudo, utilizando suas energias paradiminuir perturbações externas e elevar a concentração;II - Auxiliar em técnicas de memorização e estudo namedida de suas capacidades. III - Utilizar suas energias para influenciar os fatoressorte e acaso para torná-los o positivos possível. IV - Receber programações adcionais sempre que fornecessário estudos específicos para determinadaprova/concursos/finalidade. Art. 4. RVH receberá energiá de seu ritual de ativação,bem como de doações de energia direta diárias ou emdias alternados, a partir da meditação do usuário comseu sigilo. Art. 5. RVH terá como receptáculo físico um boneco decoruja/hermes/deidade ou entidade relacionado a

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estudos, no qual será inserida a presente lei e serágravado o sigilo símbolo do seu nome. (não sendopossível colocar o papel com a lei dentro do receptáculo,leia pausadamente para ele antes de sua ativação a leique que seja gravada.)Art. 6. Esta lei pode ser alterada a qualquer momentopelo criador de RVH, que deverá de imediato aceitar asmodificações.Art. 7. RVH cessará sua existência pela manifestação davontade de seu criador, a partir da dissipação de suaenergia representada pela queima de seu sigilo e dapresente lei.

Cumpra-se.

Fortaleza-Ceará, em 27 de Julho de 2015

Ian Morais.

9. Através de Instrução verbal: O servidor pode ser

programado através de uma conversa, durante suacriação, onde o magista diz claramente qual oobjetivo dele e como deverá executá-lo. Estemétodo não é recomendado para servidorescomplexos, uma vez que a fala espontânea éimensamente passível de falhas e equívocos.

10.Escrita simples: escrever o código do servidor comoum pequeno conto. Esta talvez seja uma dasformas mais criativas. Você pode escrever umpequeno conto ou texto descritivo no qual fala do

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seu servidor. Daremos o mesmo exemplo com oservidor RVH.

O servidor RVH

Era uma vez o servidor RVH. Ele foi criado em um ritualpor Fulano de Tal, para ser um assistente de estudos.RVH tem a função de aprender junto com o criador dele eevoluírem também juntos. Ele ajuda na concentraçãopara os estudos, nas memorizações, procura afastardistrações e até atua fortemente em provas para quetudo dê certo e os objetivos do seu criador com provassejam alcançados. RVH recebe energia direto de seucriador, que medita com ele alguns minutos por dia,como forma de não só dar energias mais aumentar aligação entre os dois. RVH pode durar para sempre, masse seu criador desejar, ele poderá deixar de existir,quando este conto for queimado.

Energia

Tudo que existe consome energia de alguma forma.Nós consumimos energia para existirmos. Os animais eplantas também consomem energia. Negligenciar aalimentação energética de um servidor é uma forma bemrápida de ver ele dar errado. Muitos transformam aalimentação do servidor uma coisa simbólica, como o

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simples ato de colocar moedas em um cofre. Tais práticassão adequadas para certos tipos de servidor, para outrosnão. Magia não é um simples faz de conta. Não é só vocêfalar que seu servidor se alimentará da energia dosventos, da energia dos seus sucessos ou de moedas quevocê vai dar a ele. Se a fonte de energia que vocêprogramou não for boa, simplesmente tudo ruirá.

Como saber então que a fonte de alimentação quevocê programou vai funcionar. É bem simples, concentre-se mais no “como” e menos no “de que”. Em outraspalavras, é mais importante você dizer como seu servidorirá se alimentar e não é tão relevante falar “de que” eleirá se alimentar. Como seu servidor extrairá energia demoedas? Ele tem fim monetário? O objetivo dele é fácil demedir matematicamente falando? Se for, o método é bom.Se não, podem haver grandes falhas.

A maneira mais segura de energizar um servidor édoar energia diretamente para ele. Para isto você precisadominar uma técnica básica de manipulação de energia,como começar, fornecemos uma a seguir, aprofunde-sesobre o tema no livro Vias Ocultas.

Técnica Básica de Energização de Servidor

1. Sente-se em posição confortável, tendo diante de si osigilo e/ou receptáculo do servidor.2. Concentre-se em sua respiração até sentir seu corpocompletamente relaxado.3. Visualize um local que associe a

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relaxamento, pode ser um sítio, o mar, umamontanha, concentre-se apenas neste local e reflita sobreele, imagine-se nele.4. visualize a energia de suas mãos se projetando pelaspalmas em direção ao servidor, carregando-o como a umabateria. 5. A duração depende de sua percepção, da suacapacidade de transmitir energia e da necessidade doservidor. Em média para alimentações normais se leva de3 a 5 minutos e de 20 a 45 minutos se for o ritual decriação do servidor, sua “primeira carga”.

Outros tipos de energia além das nossas podem serutilizadas para carregar um servidor, desde energias danatureza, elementais, energias advindas de práticasespirituais e até mesmo do consumo de drogas, comobebidas e fumo, esta última pouco recomendável emrazão do desgaste físico desnecessário diante de outrasformas menos danosas, a não ser casos bem específicoscomo servidores de defesa poderosos. Abaixo, umexemplo de procedimento para energização de umservidor de defesa simples.

Energização de Servidor por Oferenda:

7. Projete seu Servidor, concentre-se e tenha diante de si o sigilo e/ou receptáculo do mesmo.

8. Realize alguma prática de banimento, RMP, reza,

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círculo mágico e etc. Aquele que melhor lhe convier. Isto é necessário em para evitar que forças estranhas ao ritual consumam as energias destinadas ao servidor.

9. Oferende seu doce ou fruta preferido ao servidor. Medite alguns minutos mentalizando o servidor e então coma a fruta/doce, como se o próprio servidor estivesse comendo.

10.É só isso, costuma ter mais resultados que masturbação, uma vez que é meio complicada a pessoa se concentrar no servidor enquanto está tentando alcançar o orgasmo, servidores não são exatamente serem que excitam sexualmente.

A polêmica da energização de servidores comprática sexual

Antes de passar ao último elemento, se faz necessáriotocar neste ponto tão delicado. Considerando que forneçovárias opções e técnicas detalhadas, poderia muito bemdeixar este tópico para lá. Entretanto, como digo desdemeu primeiro livro, meu objetivo não é ditar lei nemreinventar a roda, meus escritos são como um diáriomágico pessoal.

Você pode usar minhas experiências como base paraas suas e desenvolver seus próprios métodos. Pode atéconsiderar tudo que escrevo uma grande bobagem semutilidade para você. Qualquer opção é válida. A únicacoisa que desejo que ninguém duvide é que escrevo comqualquer nível de desonestidade intelectual. Descrevo

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apenas o que vivo e o que experimento. Quando digo quealgo não funciona, é porque testei e vi que não funciona.Quando digo que esta técnica é boa, é porque também atestei e meus resultados foram satisfatórios o suficientepara que me sentisse confortável para indicar a prática.

Deixando tais pontos claros, posso dizer que formasde energias mais densas como a sexual ou até sangue,funcionam. Por estudo, experiência ou observação depráticas alheias, sei que são fontes de energias válidas eeficientes. Porque então não recomendei a masturbaçãocomo a melhor técnica para energizar servidores?

Não vejo absolutamente nada de errado na prática emsi, a não ser quando se torna um vício, nenhum vício ésaudável, seja no que for. O orgasmo realmente é umbreve momento em que ao mesmo tempo em que umagrande quantidade de energia é gerada, se alcança umestado alterado de consciência. É de uma potencialidademagística notória. Porém, não para os objetivos comunsaos quais este livro é voltado.

Como deixei claro antes, que energia será utilizada émenos importante que como. Você irá conseguir umagrande quantidade de energia se masturbando, mas cadêtodo o auto controle e domínio energético para sabercanalizar no momento exato e da forma exata toda aquelaenergia para o objetivo que você tem em mente? Exigeum nível alto de autocontrole e disciplina,uma coisa poucocomum em iniciantes. Então, um carro de fórmula um érápido, ágil, levará você num instante a seu destino. Masvocê sabe pilotar? Que tal pegar um carro simples e andarde primeira e segunda marcha, depois ir aumentando.

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Daqui uns anos quem sabe você não está disputando umGP pela Ferrari. Sacou a referência?

Em suma. Magia sexual funciona para sigilos eservidores? Sim. Porque então não recomendo? Porqueexige um nível de autocontrole e estudo muito superior àmédia para ser realmente efetivo e existem técnicas muitomais seguras e simples. Um bom magista pode passar avida inteira sem nunca fazer uso de energia sexual parauma prática.

Um magista eficiente saberá sempre usar a lei domenor esforço. Irá fazer as coisas da maneira menosgravosa energética e fisicamente. Se eu posso cortar umbolo com uma faca de mesa, usar uma espada só iráaumentar as chances de algo dar errado. Enfim, podefazer suas masturbações em paz, porém, nada de ficarolhando para o sigilo como se ele fosse a Angelina Jolieou o Brad Pitt.

Estrutura

O último componente dos servidores a ser estudado, aestrutura cuida exatamente de que corpo exatamente oservidor será constituído. As opções são simples, corposmateriais e corpos mentais. Todo servidor com corpomaterial também terá um mental, que usará o materialcomo âncora.

Corpo mental: são servidores desprovidos deestruturas físicas que ancorem sua energia, sãoprojetados e mantidos exclusivamente de forma mental.Apesar de que dependerá muito da concentração mental

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de cada um, particularmente recomendo que este modeloseja utilizado apenas em servidores simples e de curtaduração. Do contrário, só utilize se em conjunto você tiverum templo astral/mental bem estruturado, ou então oservidor poderá se desfazer na sua mente com a mesmavelocidade com que foi constituído. Ou, mesmo que nãose desfaça, você o lançará nos planos mentais e depoisterá dificuldades de recordar como ele era, passando porgrandes dificuldades para utilizar sua força. Conhece-te ati mesmo, se não tens segurança para efetivar umatécnica de forma puramente mental, agarre-se àsegurança de um bom veículo físico.

Corpos físicos: podem ser os mais diversos. Depreferências, utilize materiais que são tradicionalmenteconsiderados como bons sustentadores de energias(minérios e metais, por ex.), embora um bom boneco,mesmo de plástico se parecer mais conveniente não háproblema em ser usado. O corpo físico do servidor iráacumular duas energias, a da forma e a do conteúdo.Forma é a maneira como você o projetou e conteúdo é aenergia que ele utilizará para levar a cabo suas tarefas.

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Mestre e Aprendiz III

6. Mestre, me deixe ser seu aprendiz. - Suplicao iniciante.

7. Quer isso mesmo? Com certeza? - Retruca omestre?

8. Sim, com certeza. - Fala com paixão noolhar.

9. Então escreva “com certeza” no chão. -Ordena o mestre.

10. Claro.- Responde o aprendiz animadotraçando com um graveto no chão: “CONCERTEZA”.

11. Porque você escreveu dessa forma,gafanhoto? - Indaga o mestre com ar curioso.

12. O senhor não conhece português mestre? -Responde o aprendiz com ar zombeteiro. - Saiba que “M”só se coloca antes de “P” e “B”.

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O Teatro do KaosE Palavras Finais

Técnica derivada do conhecido conceito de temploastral, o teatro do kaos é um espaço que o praticante vaireservar na sua mente para suas suas experimentaçõesno campo da magia.

1. Medite por breves instantes, até alcançar um bomrelaxamento.

2. Visualize seu espaço mental, ele é infinito eilimitado.

3. Delite com a mente um espaço, erga paredes,decore, ponha uma porta, de vidro, de plástico, demadeira. Imagine a maçaneta.

4. Entre no seu teatro do kaos e decore-o à seu belprazer. Decida a cor das paredes, coloque uma boaescrivaninha para estudos. Porque não aquáriosonde seus servidores ficarão representados.

5. Deixe a mente voar livre e faça o que quiser com oespaço. Que tal pegar a técnica de gerar sigilosaleatórios e ao invés de fazer algo físicosimplesmente projetá-la ali na sua mente mesmo.

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6. Porque não usar todas as técnicas criadas nesselivro e em todos os outros já escritos de magia docaos e executá-las todas no seu teatro do kaos?

7. Fortaleça seu teatro, viva-o. Execute suas técnicasnele, progriga. Os resultados práticos mostrarão oquanto você está preparado. O quanto tudo estáfuncionando.

Está é a última técnica que deixo de magia do caos.Pode não parecer grande coisa porque é algo que éensinado em muitas tradições. Entretanto, é a raiz docaos. Esqueça absolutamente tudo que eu ensinei. Kaos émente livre. É mente em movimento. Kaos é poesia, éprosa, é gargalhada. Absolutamente tudo que você ou fazpode ser convertido em uma fonte de energia mágica.Basta que você tenha a ousadia de tentar. Inspire-se. Leiaoutros livros. Não só de magia, mas aqueles que fazemsua imaginação voar. Alguns autores mostram commaestria como inserir magia na vida e na arte de modo aser impossível dissociar uma coisa da outra, leia um oudois livros da Wanju Duli e você entenderá do que estoufalando.

Todos os passos que ensinei, tiveram o motivo dedemonstrar como se sai da completa ausência de prática,à uma realização mais plena. É muito comum você verrelatos de magia é mente, magia é isso, magia é aquilo,

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sem demonstração de como você vai estudar e caminharpara chegar até lá.

Compartilhar minha experiência pessoal é minhacontribuição para àqueles que estão nos seus. Faça omesmo, compartilhe conhecimentos. Escreva uma poesia,um blog, um conto ou simplesmente conte para todapessoa sinceramente interessada em magia como vocêestá caminhando.

Todas as regras podem ser quebradas, é a grandelição do Caos, inclusive estas regras que escrevi, inclusiveas regras que você mesmo irá criar.

Não gostou da minha forma de energizar servidor?Dane-se, cria a sua própria, meça seus resultados. Sefuncionar, compartilhe. Inclusive, compartilhe comigotambém.

Minha visão de servidores como entes mentaisenergizados não te agrada? Você quer servidores comoseres artificiais projetados no plano astral? PERFEITO,tente produzí-los. Meça seus resultados. Compartilhe.

Você não quer seguir fórmulas chatas, nemtradicionais nem do caos. Quer manifestar sua magia naliteratura, na escultura, na pintura e na dança? Se joga.Crie. Compartilhe. Ensine.

Torne o mundo uma grande espiral de conhecimento,dê sua contribuição, como estou dando a minha.Contribuição que não existiria sem que antes de mim

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outros não tivessem ousado compartilhar ensinamentostambém.

Meu muito obrigado a todos os professores do meucaminho oculto.

Salvem todos os grandes escritores da magia. Salvem todos os amigos do mundo físico que me

ensinaram coisas. Salvem todos os amigos espirituais que também

ensinaram me ensinam.Uns me ensinaram o que fazer, outros o que não

fazer. Com uns concordo e com outros não. Todosentretanto, foram meus professores, em um nível ou emoutro.

Muito Obrigado, Axé,

Ian Morais.

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Bibliografia Recomendada eComentada

Recebo muitas mensagens pedindo indicações delivros para aprofundar os conhecimentos. Minha trilogiacaótica tem o objetivo de ser um pontapé inicial. A ideia émostrar meu próprio caminho de modo a fornecerelementos que enriqueçam o caminho dos leitores. De talforma, nada mais importante do que dizer que livros meinspiram e inspiraram e porque recomendo a leitura deles.

Esta não é uma bibliografia comum, darei minhaopinião sobre cada material e como cada um me ajudou.O leitor deve escolher que materiais ler de acordo com ocaminho que deseja seguir e os campos em que pretendese desenvolver:

Franz Bardon, tudo que cair na sua mão: Bardon é ogrande mestre do hermetismo moderno, sua obrasurpreende pela praticidade e objetividade em um tempoem que todo conhecimento magístico era cifrado eguardado a sete chaves. Estudando a obra de Bardon asério, muito dificilmente você não obterá algum resultado.Excelente para quem experimentou as técnicas do meulivro Vias Ocultas e quer ir muito mais fundo, Bardon olevará até as profundezas mais profundas que você possaimaginar. Em sentido contrário, caso você comece a

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estudar e praticar Bardon e não consiga resultados,recomendo que volte alguns passos, pegue uma série deexercícios mais básicos ainda – como meu já citado ViasOcultas – e

Hermes Trismegistus, tudo que cair na sua mão:Existindo ou não, Hermes é simplesmente o arquétipo domestre. Os ensinamentos e escritos atribuídos a ele sãosimplesmente a roda do ocultismo. Obrigatório você saberquem é ele.

Tudo Sobre Magia e Ocultismo, Blog, Yuri Motta:muito provavelmente meus leitores já conhecem esteblog. Yuri é um experiente ocultista que destilaconhecimentos de forma coesa e organizada, baseada empesquisas sérias e conhecimentos adquiridos com suaspráticas. Excelente oportunidade de aprender sem correro risco de ser iludido com loucuras ou teorias malucas.

Grupo Kaos Br – Caos o Jogo : O Grupo Kaos não éum livro, nem um blog, é uma comunidade de praticantes.A quantidade de conhecimento que você será capaz deadquirir neste grupo dependerá apenas de seu próprioesforço. Super recomendado que jogue o jogo Caos, umaexperiência de iniciação mágica de dar inveja a muitasordens de magia. E o melhor, de forma gratuita. Operíodo em que joguei o Caos foi uma das fases em quemais evolui em vários sentidos, não só magístico massobretudo, como pessoa. Gratidão a todo o grupo Caos,aos idealizadores do jogo e a minha M.J. Manacá.

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Conhecimentos de Mitologia, leia tudo que puder,procure estudos comparados e enciclopédias, como a doMarcelo Del Debbio: Uma das graças de ser ocultista ésaber que você faz parte da parcela mínima da populaçãoque sabe o que significa uma pirâmide ou um herói solar.Ademais, o conhecimento de mitologia é indispensávelpara saber relacionar energias. Não existe experimentaçãomágica sem alguns conhecimentos básicos de mitologias eas energias que as mesmas representam.

Wanju Duli, tudo que lhe cair nas mãos: Wanju Dulié uma autora brasileira contemporânea. Apesar de seusescritos estarem vários inseridos no campo da magia docaos, Wanju possui um conhecimento simplesmentefaraônico de tudo relacionado ao mundo oculto, o que apossibilita escrever até receita de bolo com conteúdoocultista. Não da para dizer onde termina a literatura ecomeça a magia na obra da Wanju porque a literatura ésua magia e sua magia é pura literatura. Tive a gratasatisfação de participar da ordem fundada por estaautora, a FAGENAR VIBRI, e não sei se sem estapassagem meus livros teriam sido produzidos, uma vezque o aprendizado que lá obtive não foi o que fazerfeitiços ou mandingas, mas o de transmutar ideias naquiloque eu desejasse. Por acaso, resolvi transmutar algumasnestes livros. Minha gratidão a Wanju.

Salt Magick, SatAnanda: um primor de magia docaos. Perfeita orquestração de conhecimento caótico comconhecimento popular. No mínimo, esta obra abrirá suamente para muitas possibilidades.

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Livro SS, Kristos Meyer: não concordo com váriaspráticas descritas neste livro, que se dispõe a ser umintrodutório à magia, com grande foco em sigilização, masme fez pensar bastante e aprender várias coisas.Excelente para o leitor fazer contrapontos, e tem parabaixar gratuitamente na internet.

O Livro de São Cipriano: Para você entender comofunciona a visão das pessoas comuns sobre ocultistas,aprender umas histórias antigas e fazer medo às visitascolocando-o em sua estante de livros.

Peter Carrol, Phil Hine, Austin Osman Spare, AleisterCrowley, Dion Fortune – Selecione o que melhor lheconvier: impossível ser caoísta e/ou ocultista semconhecer ao menos uma prática destes caras. Vale a penaconhecer as ideias e práticas deles, mas não os veja comograndes mestres incontestáveis. NÃO VEJA NINGUÉMCOMO GRANDE MESTRE INCONTESTÁVEL. De todos eles,algumas coisas você irá gostar e outras irá achar esquisitoou inaplicável, foi assim comigo. Apenas mantenha amente aberta, não leia livros de ocultismo como umaovelha buscando um pastor, mas como um lobo querendodevorar uma suculenta ovelha.

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Poeminha do Caos

Todos que ai estãoCaotizando meu caminho

Eles caosãoEu caosinho

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Glossário Caótico

Caos: Caoismo.Caoismo: Caosismo.Caosismo: Caotismo.Caotismo: Caoisismo.Caoisismo: Caositismo,Caositismo: CaotisismoCaotisismo: Caositismo.Caositismo: Caoisismo.Caoisismo: Caotismo.Caotismo: Caosismo: Caosismo: Caoismo.Caoismo: Caos.

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Liber PPP

Pseudolivro de PseudomagiaPseudocaótica

Introdução à Experimentação Mágica eProtocolos de Magia

Ian Morais

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Direitos autorais 2016, C. Ian Morais.É proibida a utilização do conteúdo desta obra no todo ouem parte sem autorização do autor, sob pena de infraçãoà Lei nº 9.610/98, Lei de Direitos Autorais.

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Dedicado a todos os buscadores solitários da magia

“Não tema a solidão. Só caminha verdadeiramente sozinho aqueleque se tranca dentro de si mesmo.”

H.

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Prefácio

Liber PPP não é um livro básico, nem intermediárioou avançado. E ao mesmo tempo é tudo isso.

Os protocolos, tema principal do livro, são umaforma de ver a magia dentro de um novo ângulo, aindaassim de forma descomplicada e natural. O objetivo dolivro é mostrar como algumas práticas podem serdesmontadas, entendidas e remontadas de acordo com acriatividade do magista. Isso facilita e abre a mente doleitor para as novas possibilidades de criação.

Os caoístas vão se sentir em casa, principalmente osiniciantes. Lá, vemos o além do básico tão ensinado,passamos dos tão batidos sigilos e servidores e vamospara um universo mais extenso e com infinitaspossibilidades.

Iniciantes na magia, poderão ter um bom apoiovendo um pouco da teoria básica e explicação sobre o queé magia. Logo após isso, um bom número de diversastécnicas para facilitar entendimento e também a ideia deconstrução dos próprios protocolos.

Yuri Motta.

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Introdução: Porque este Livro foiEscrito

A maioria das pessoas nunca se dispõe a escreverum livro porque tal ato é algo que nos faz dar a cara atapa, não só para quem entende do assunto sobre o qualo livro versa, como por todas as gerações vindouras. Oque falamos pode ser esquecido, pode ser distorcido, já oque escrevemos pode passar incontáveis séculos semalterações. Um texto que você escreva e disponibilize,mesmo que apenas na internet, estará sempre depondocontra ou a favor do seu conhecimento.

Não me alongarei em minha biografia ocultistaporque não pretendo que ela se sobreponha ao que vouescrever, mas preciso falar como minha vida ocultista seoriginou e seguiu até a escrita deste livro. Lembro-me deter me interessado por magia desde muito jovem, poiscresci em um ambiente de interior relacionado àcrendices, simpatias, benzimentos e sortilégios. Mas possoafirmar que tenho práticas de teor magístico desdecriança. Não era nada demais, coisas simples relacionadasa aprender a direcionar intenções boas ou ruins a umdeterminado alvo. Aos meus 14 anos comprei meuprimeiro Tarot, também não era nenhum super deck, eraum conjunto dos 22 arcanos menores que vinham emuma revista simples em bancas de jornais. Mas aquelebaralho junto com um livro de São Cipriano eram como omeu tesouro mágico.

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Mas eu ainda sabia poucas coisas e resolviinvestigar. Aos 15 anos eu passei a criar meus própriosfeitiços, utilizando os mecanismos que via nos feitiços queconhecia. Até então, eu achava que magia era uma coisapré-determinada, só funcionava se soubéssemos umareceita exata descoberta em tempos antigos. Então, paramim, quando inventava minhas próprias magias eu estavasendo um revolucionário.

Com 17 anos conheci a Magia do Caos, e aquelecontato inicial foi uma verdadeira revolução copernicana.Percebi que minhas invenções de magia eram algo viávele existiam mais pessoas por aí fazendo a mesma coisa eeu só não sabia disso porque não dispunha de acesso aum negócio chamado internet.

Foi por essa época que observando as técnicas demagia do caos, percebi que todas as magias inventadaspor pessoas a partir da manipulação de alguma forçaexistente possuía elementos básicos. Eu poderia terbuscado algum estudo sobre tais elementos, mas como eujá os utilizava, resolvi eu mesmo criar minha teoria acercado eram eles.

Escrevia no papel minhas técnicas mas a ideia sobreaqueles elementos só ficou na imaginação.

Quando tive minha experiência com Reiki as técnicasme fascinaram. Mergulhei então em busca de técnicas devárias culturas, vários estilos de magia. Árabe, hindu,

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oriental. Foi então que foi surgindo e se solidificando ateoria dos protocolos de magia.

Eu nunca havia associado minhas técnicas a isso,mas desde meus 15 para 16 anos eu tinha sonhos comum lugar interessante onde as pessoas tinham poderesmágicos diversos. Aprendi a dormir mentalizando aquelelocal para sonhar de novo. Eu conseguia mergulhar naterra e enxergar através dela quando estava lá. E astécnicas de magia lá eu lembro serem chamadas deordens ou protocolos.

Foi só durante meus estudos reikianos que notei queuma coisa tinha tudo a ver com a outra e resolvi dar essenome às minhas técnicas. Desde então toda técnicaou prática nova que desenvolvo, procuro verificar comocada elemento de constituição de um protocolo semanifesta nas mesmas.

Passaram-se alguns anos até eu começar a falar aosmeus amigos magistas mais próximos acerca dosprotocolos. Eu tinha dificuldades em explicar oralmente ateoria e até mesmo a prática, então passei a escreveralgumas coisas. O tempo me levou a ver que podiatransformar isso em um livro e divulgar os protocolos paraquem possa se interessar.

Então, cá está o Liber PPP, que basicamente falasobre protocolos de magia e minhas ideias gerais sobrecomo a magia se manifesta. Um volume pequeno,sintético, fornecendo diretrizes básicas e algumas técnicas

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de diferentes níveis. Esse livro não explica tudo comrelação aos protocolos, mas fornece com certeza umaforte base para quem se interesse e deseje praticar.

Agradeço antecipadamente os que se dispuserem aler este volume e mais ainda os que abrirem um lugar nassuas práticas mágicas para experimentar os protocolos.Não é uma teoria fechada nem um círculo de práticassólido. São princípios básicos que deixo em aberto paraquem desejar se aprofundar e criar suas técnicas e claro,testar as minhas e me informar que resultados obteve,com o intuito de sempre aperfeiçoar.

Você pode ver esse volume como um livro de magiagenérico, com algumas técnicas que você pode testar.Como um guia para iniciantes, porque ele elenca algunsprincípios básicos ou apenas como o grimório pessoal deum magista, que resolveu publicizar suas experiências.

Esta obra se divide em três partes, a parte umapresenta os conceitos gerais de magia e minhas opiniõespessoais acerca deles. A parte dois trata da teoria dosprotocolos de forma geral, seus princípios, elementosconstituidores e etc e por fim, a parte três apresentaalguns protocolos práticos que você pode utilizar ou usarcomo base para criar os seus.

Boas práticas a todos,

Ian Morais.

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Parte 1 - Magia

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O que é Magia

A Magia, o próprio nome possui uma carga desedução tão poderosa, que eu gosto de as vezespronunciar apenas para ouvir o som que o mesmoprovoca. Magia, para mim, é a arte de interagir emanipular as forças desconhecidas da natureza, interiorese exteriores ao homem, isso em sentido estrito. Emsentido amplo, e eu gosto desse sentido amplo, Magia étudo que dá um “tapa na cara” da realidade instituída, ouseja, que mostra o que está sob o véu do que as pessoasacham que é real. Deste ponto de vista, a aparição deuma fada é magia, a criação de um servidor é magia, oacesso a um outro plano através da meditação é magia,até um milagre realizado por um religioso é magia.

Creio que a magia possua dois processos básicos,interno e externo. Em primeiro lugar, você precisaacreditar internamente na magia, desenvolver sua mente,seu ser, para entender e acessar as forças desconhecidas,para então interagir com elas. O poder de um “mago” seresume a dois fatores: talento X estudo. Alguns nascemcom predisposição para a coisa, mas não estudam enunca desenvolvem. Outros nascem sem praticamentenenhuma inclinação, mas se interessam e vão longe.

O poder mágico então, se dá por uma conjugação dedois processos: desenvolvimento interno e o acesso àsenergias externas (sem contar no acesso às energias

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internas também, algumas pessoas possuem energiasinternas superpotentes e devem usá-las com bomplanejamento para desenvolver ainda mais seu podermágico).

Considerando a magia como possuidora deelementos exteriores ao indivíduo, podemos afirmar queela pode ocorrer independente de sua vontade. A magiapode lhe atingir quando você menos esperar. Ela podechamá-lo para desvendar seus mistérios. Ela podeenvolver sua vida até você não ter escolha senão explorá-la. Ela está na natureza, quer você queira, quer não. Estána floresta, nas águas, no ar, na vida que pulsa por todasas partes.

Está nos deuses, em Deus. Acho esta Magia muitomais interessante, mais iluminadora e real que aquela quese resume a técnicas mentais para desenvolver a vontadeindividual. Por isso considero alguns grupos de prática tãopobres de objetivos. Não me empolgam, reduzem a magiaà manipulação da vontade humana, dão umasupervalorização ao homem, considerando-o grandedemais. Sou contra isso, acho que para crescer, oprimeiro passo é reconhece-se pequeno.

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Divisões Equivocadas da Magia

No decorrer da história sempre estiveram presentesas ordens iniciáticas, grupos que contém ensinamentosvelados acerca das leis ocultas e que as repassam paraaqueles que são considerados aptos. Com o advento dainternet, muita coisa antes considerada secreta, de difícilacesso a todos, agora está exposta para quem quiseraprender. Isso fez com que proliferassem ocultistas, oupseudoocultistas por toda parte. Isso é desejável? Ou seráque foge ao objetivo inicial das antigas ordens? Vou tentartransmitir minha visão acerca de tal ponto.

Eu creio que essa popularização foi necessária para amagia encarar um novo momento da história dahumanidade, a abertura religiosa e filosófica. Ou seja, aevolução gradativa para uma condição geral de tolerânciaaos preceitos religiosos e filosóficos de todas as pessoas,que nasce pelo mundo, apesar de estar longe de serregra. Enfim, o renascimento do ocultismo ocidental, dadona passagem da idade moderna para a contemporânea,mudou radicalmente a estrutura das velhas ordens demagia.

Uma das consequências dessas mudanças radicaisfoi a divisão da magia em faces diferentes e opostas.Magia Branca e Magia Negra são apenas um exemplo.Uma divisão bastante conhecida é a do Caminho da MãoDireita (RHP) e Caminho da Mão Esquerda (LHP). A

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divisão entre LHP e RHP para mim é equivocada peloseguinte motivo: fala-se que a diferença básica entre taiscaminhos é que o RHP se baseia em “seja feita a vossavontade” ou seja, a utilização da magia para o bem alheio,um caminho de autossacrifício e dedicação ao próximo. Jáo LHP seria baseado em “seja feita a minha vontade”, ouseja, a utilização da magia com um fim egoísta, deelevação e satisfação do próprio eu. Dividir a magia deforma tão grosseira não faz sentido algum porque afilosofia pessoal do magista vai muito além da questãoentre se a minha vontade ou da dos outros deveprevalecer. É uma questão acerca de qual o objetivocentral da magia, para que ela existe.

Na magia encontramos dois caminhos, de um ladotemos a via da ascensão, ou seja, através da magia o serhumano alcançar um estado superior de compreensão,com o fim de ajudar na evolução de todas as pessoas,comparo-a à busca pela iluminação no budismo e pelasantidade no cristianismo. Com isso não quero dizer que amagia não passa de uma religião, o que seria uma tolicedo tamanho de uma galáxia, quero dizer apenas que asuperação da condição natural do ser humano, que seria aconsciência total sobre quem somos e o consequentedespertar dos poderes inerentes à nossa verdadeiranatureza, pode ser alcançado através da magia e dareligião, a diferença é que através da magia você sabe oque está procurando, faz uma busca objetiva, e atravésda religião essa busca é turvada por dogmas, que maisdestroem que constroem, e quando a religião escraviza o

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homem no fundamentalismo, está pondo definitivamentepor terra seu verdadeiro objetivo. O preceito básico dessalinha é “conhece-te a ti mesmo”.

Por outro lado, temos o segundo objetivo, que põe amagia como instrumento de poder. Considero que esta viaé bem resumida na frase “faze o que tu queres”. Qual ocaminho correto?

Ora, se somos seres em uma busca, significa queignoramos muitas coisas sobre a real natureza humana ea real natureza do universo, posso parecer precipitado,mas diante disso creio que é possível afirmar que fazertudo que eu quero não é exatamente uma boa ideia. Creioque “conhece-te a ti mesmo” para “entender seus desejose realizá-los na medida em que isso seja bom para você eo mundo” seria uma coisa mais lógica. Não faz sentido,portanto, fazer tal divisão e colocar uns magistas de umlado e outros magistas do outro. Porque não possoconhecer a mim mesmo e fazer o que eu quero? Porquenão um sorvete napolitano em vez de apenas baunilha ouapenas morango?

Enfim, o caminho da mão direita como “seja feita avossa vontade” e o caminho da mão esquerda (quepreconceito com os canhotos), como “seja feita a minhavontade” é uma divisão tão tola que não entendo como étão difundida, talvez para desviar nossa atenção daverdadeira divisão da magia.

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Justificando minha crítica, não há o que se falar emoposição à minha vontade e a vossa vontade, por doisargumentos principais:

16. É impossível estabelecer qual é a“minha vontade” sem que eu conheça a mimmesmo;

17. É impossível estabelecer a “vossavontade”, sem que eu conheça a natureza humana.

Conclusão: não posso dizer que faço a minhavontade ou a dos outros, se eu não sei nem estabelecerque vontades seriam essas. Minha vontade é minhamesmo? Não é de um obsessor espiritual ou de umaentidade que invoquei dos planos inferiores? Sua vontadeé sua mesmo? Não estaria sua vontade viciada? E mais:sacrificar-se pelos outros é uma coisa boa? Os outrosQUEREM que eu me sacrifique por eles? Se eles nãoquerem, ao me sacrificar não estou fazendo a vossavontade e sim a minha. Será que meu autossacrifício nãoé apenas minha forma egoísta de impor minha vontadesobre os outros e ainda dizer que fiz a vontade deles? Adivisão LHP e RHP parte da falácia lógica do falso dilema,ao estabelecer o pressuposto de que minha vontade devenecessariamente ser oposta à vontade alheia. Poxa, nãopodemos todos nos dar bem?

Outra questão importante é que as pessoas ditas damão esquerda costumam ser associadas com o egoismo.Muitas vezes os que se dizem mão esquerda estão apenas

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querendo expressar uma opção de vivência mágicavoltada para a valorização do eu, e não para a supressão.Ou seja, o defensor da mão esquerda pode ser apenas umhumanista e um servo do maligno encarnado.

Enfim, eu posso fazer a sua vontade, a minhavontade, e todos podem ficar felizes. Quem disse queessas vontades precisam ser opostas? A real questão é seeu tenho a magia como instrumento para a ascensão oucomo instrumentos de dominação. É muito fácil fazeralguém escolher entre mão esquerda e mão direitadizendo que é apenas uma questão de que vontade deveser feita. Quem se importa com a vontade dos outros?Pensa o jovem ocultista. Além do mais, é muito fácil fazerminha vontade, é só pensar nos meus desejos e realizá-los, melhor do que ficar pensando sobre o que diabos oser humano quer afinal.

A questão fica muito mais fácil quando perguntamosse você deseja a magia como forma de ascender, ou seja,de superar o a condição comum do ser humano (o quenão significa ser bonzinho o tempo todo), ou comoinstrumento de dominação, de atender apenas aosdesejos mais baixos do instinto humano, degradando omago em vez de construí-lo. É uma pena vermos inclusivegrandes ocultistas confundindo preceitos tão simples, masé compreensível, é mais fácil repetir o que foi dito antespor tantos, que parar para pensar e fazer seu própriocaminho.

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Ser papagaio é mais simples do que usar a cabeça. Épor isso que defendo uma magia livre, que preze ainteligência do ser humano e não sua capacidade para sesubmeter ao que foi estabelecido como certo antes dele.A magia do Caos em seus pressupostos básicos nospossibilita isto. O Caos nos chama a olhar através do véuda mão esquerda e da mão direita, e entender que euquero minhas duas mãos exatamente onde elas estão.Não nasci com ambas para desprezar uma e praticar tudoapenas com a outra. Ambidestria nunca deixou de seruma coisa interessante.

Outra dicotomia que considero falsa e que é muitoalardeada é a oposição entre magia do caos e magiatradicional. Dizem alguns que tradicional é a magia dasreceitas prontas, dos rituais gravados em pedra emgrimórios antigos e a magia do caos é a magia livre ecriativa, voltada a usar todas as expressões da psiquê, dosimbolismo e da realidade para alcançar efeitos mágicos.

Ora, a chamada magia tradicional seria a magia dasordens mais antigas, solidificadas e a magia do caos foium movimento voltado a revolucionar essas formas depraticar magia.

É de uma ignorância que beira ao ridículo dizer quetoda a magia pode ser enquadrada em uma dessasdivisões. Onde estariam então os elementos de magiahindu? E magia árabe? E magia oriental? E se eu querocriar algo diferente mas não acredito nos ditames docaotismo?

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Essa tentativa de bipartir a magia é tão burra quantoum bipartidarismo político. Querer obrigar as pessoas apensar de uma forma ou de outra, quando a magia existepara libertar o homem. Libertemos nossa mente deconceitos criados em tempos passados e por pessoas quenão conheciam nossa realidade local. Como posso seguircegamente os conceitos de magia criados por magistasque não conhecem nossa Umbanda, nossos Batuques,nosso Candomblé, nosso Catimbó, nossa Jurema, nossosvelhos costumes e rituais de tradição católica. Quem sãoeles para dizer que nossa magia é isso ou aquilo. Eu melevanto e digo que não aceito tais conceituações. Paramim, tudo isso e muito mais é magia, se é tradicional oucaótica, que me importa? O que importa é que eu sinto aenergia de todas essas práticas.

Você é livre para concordar comigo ou não, respeitoas opiniões alheias. Você pode praticar qualquer tipo demagia e dizer que é tradicional ou caoísta. Pode se dizerum mago do caos apenas porque acha o título bonito.Pode se dizer tradicionalista apenas porque sua avó lheensinou que as coisas antigas são melhores, ou porquevocê acha estiloso usar capa e espada.

Enfim, “se eu quero e você quer, tomar banho dechapéu, ou esperar papai noel, ou discutir Carlos Gardel.”Faz o que tu queres e me deixa continuar meu livro.Vamos manter nossa opinião, respeitando a dos outros,pois o segredo da evolução é a diversidade, se todomundo fosse igual, nunca iríamos a lugar nenhum.

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Parte 2: Teoria dos Protocolos

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Experimentação Mágica: Introduçãoaos Protocolos de Magia

Existem duas formas básicas de alguém evoluir seunível de conhecimento: o estudo e a experiência.Nenhuma é superior a outra, são equivalentes ecomplementares entre si. O estudo sem a experiência setorna estático, crescendo apenas dentro daquilo que estágravado no papel. A experiência sem o estudo perdefundamento e se torna difícil de difundir para além daesfera de conhecimento pessoal de quem a teve. Namagia esses dois conceitos são muito importantes, umavez que o que define se alguém é um mago ou umestudante de ocultismo é exatamente a forma como eleenriquece seu conhecimento acerca de magia.

O mago lida com estudo e experiência, o estudantede ocultismo preocupa-se em apenas acumularconhecimento a respeito. Essa é inclusive uma excelentequestão para quem está iniciando ou está no meio docaminho refletir a respeito. O que você quer com amagia? Apenas entendê-la? Estudá-la? Ou você pretendepraticar a magia, sentir a magia, ser a magia? Se vocêescolheu a primeira opção, não é algo que o diminua,cada um é livre para conduzir seus conhecimentos paraonde sua consciência o dirige. Mas se você escolheu asegunda opção, preze sempre por manter um equilíbrioentre estudo e prática.

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E o que é experimentação mágica? Aexperimentação mágica vai além da prática regular damagia. O mago comum pratica aquilo que está nos livrose nas tradições, aquilo que alguém descobriu e escreveucomo se faz. O mago experimentador vai além disso, elebusca novas formas de realizar a magia, novos caminhosmágicos para trilhar. Alguns diriam que o mago comumque falo é o mago tradicional e o mago experimentadorseria o mago do caos. Não concordo com isso peloseguinte fato: muitos que se dizem caoístas são, naverdade, magos comuns, apenas praticam osconhecimentos já estabelecidos por magos do caos quevieram antes deles.

O cara que desenvolveu a forma de criar servidores,ou de criar sigilos, era um experimentador, os que sópraticam o que ele ensinou são magos comuns, mesmosendo magos do caos. Isso é até um contrassenso,considerando que é propósito da magia do caos vocêdesenvolver sua própria magia, usando os elementos quelhe convierem e se mostrem eficazes.

Digamos que esses propósitos maiores do caoísmosejam sim princípios da experimentação mágica, mas comuma análise mais apurada, vemos que nem todos osmagos do caos realmente os seguem. Falar que nada éverdadeiro e tudo é permitido é ótimo para criticar ascrenças alheias e os que chamam de magos tradicionais,mas na hora de arregaçar as mangas, colocar a massacinzenta pra funcionar e fazer sua própria magia, alguns

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caoístas tossem, olham para o lado e fingem que oassunto não é com eles.

A experimentação mágica possui vários níveis, vocêpode apenas testar se uma oração em latim funciona sefor traduzida para português. Se o ritual para convocar odeus do trovão grego funciona para o deus do trovãonórdico. Se a vela branca pode substituir a vela azul emum ritual. Pode ir mais além, criando um alfabeto mágicoparticular e o usando nos seus rituais. Criar uma formadiferente de elaborar sigilos, ou de criar servidores. Oupode realmente chutar o balde, criando uma nova formade manifestar a magia no mundo, um novo sistema demagia, uma nova escola e etc.

A experimentação também pode se dar a partir dareformulação de paradigmas existentes, interagindo entresi ou com elementos completamente diferentes. Tambémpodendo partir do desenvolvimento de paradigmascompletamente novos.

Porque a magia deve evoluir? Porque devemos nosdedicar à experimentação mágica pra produzir novosconhecimentos em magia? Simples, nada no mundo foifeito para ser estático, ainda mais a magia, que érevolucionária por si só ao dar ao homem a função decompreender e interagir com o universo e as forças que orodeiam, não aceitando passivamente as respostas pré-fabricadas que lhes forem fornecidas. Aos que acham quetudo que havia para ser descoberto na magia já o foi, eudigo que se todos os magos do passado pensassem

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assim, a própria magia teria morrido antes mesmo denascer. Queremos sempre melhorar, seja de salário, sejaem conhecimento, seja de carro, seja de emprego, é oque impulsiona o homem a evoluir e o que evolui opróprio planeta. Porque a magia deveria ser diferente?

Esclarecido o que é a experimentação mágica, possoagora falar dos protocolos de magia. Os protocolos sãouma forma de experimentação mágica na qual venhotrabalhando. Não se trata de nada revolucionário nemnunca antes visto na televisão, é apenas umasistematização de alguns conceitos esparsos de forma apermitir o uso de tal sistema para criar novas formas depraticar magia, ou como alguns podem ver, praticarvelhas formas de magia adaptando-as a novos elementosque o mago deseje usar.

Não se trata de nada complicado, de início pode serdifícil separá-los de outros sistemas como os sigilos ou atémesmo os servidores, porém, superada essa etapa inicialos mesmos podem ser converter em um elemento útilpara utilização nas mais diversas práticas e para os maisdiversos fins.

Protocolos podem ser classificados como mapas.Imagine a magia como um território selvagem e nãodesbravado, seja onde for que você entre, nunca saberáonde vai chegar. Os protocolos seriam mapas, que aoserem seguidos, te levarão certamente a um lugar pré-determinado. Traduzindo, imagine que você realiza umritual para se conectar com seu animal ancestral ou uma

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divindade qualquer, esse ritual segue um conjunto depassos, para alcançar um determinado fim, se ao finaldesse ritual, você conseguisse gravar o caminho que elepercorreu para alcançar o resultado e o gravasse dealguma forma, você teria um protocolo.

Protocolos também são em síntese uma receita.Digamos que o universo é uma cozinha imensa, cominúmeras energias diferentes interagindo. A combinaçãode uma certa energia com outra gera um efeito X, acombinação com uma terceira energia já cria a energia Y.Quando você pega um certo conjunto de ingredientes emistura, cria um prato. Se gostou do prato você anota alista de ingredientes e a forma como foi preparado.Protocolos são exatamente a mesma coisa, masrelacionado às práticas mágicas. Se você reuniudeterminados ingredientes mágicos e chegou a um efeito,anota que elementos usou e a forma como foramutilizados para poder alcançar os efeitos tantas vezesdeseje no futuro ou fornecer a receita para que outrospossam vir a utilizá-la.

Diferenciando uma Técnica de um Sistema

Quando falamos em experimentação mágica é muitocomum a confusão entre técnica e sistema. Tal distinçãopara alguns pode ser considerada sem sentido, mas comoestamos procurando construir uma forma sistemática paraver a magia de modo a facilitar o domínio sobre a mesma,considero imprescindível fazê-la.

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Uma técnica é um conjunto de instruções para serealizar determinado efeito. Por exemplo: uma técnica defazer bolo ensina como misturar os ingredientes, atemperatura correta para assar e a forma onde se devedepositar a massa para que se chegue a um determinadotipo de bolo.

Um sistema é um conjunto de regras gerais queprocuram explicar de forma fechada um determinadotema. Exemplo, o sistema métrico decimal, é um conjuntode regras que procura nos ensinar como realizar mediçõesdos mais diversos tipos. A palavra sistema pressupõe umconjunto de fatores que interagem entre si de formaharmônica, independendo de fatores externos parafuncionar. Lembrando que independe de fatores externospara funcionar, porém, isso não significa que um sistemapara ser considerado como tal não interaja com quaisquerfatores externos.

Qual a aplicação de tais conceitos na magia e,especialmente, na experimentação mágica. Ora, umatécnica é um feitiço, um ritual, um efeito mágico. Umsistema é toda uma forma de explicar e gerar tais feitiços,tais rituais e tais efeitos mágicos.

A Umbanda pode ser considerada um sistema. Umaoferenda para o Caboclo Sete Flechas é uma técnica dosistema umbandístico. Os servidores podem serconsiderados um sistema. Um servidor voltado a ajudarvocê a estudar para o vestibular é uma técnica do sistemados servidores. Dentro da Magia então, podemos dizer

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que um sistema é um elenco de técnicas e práticas afinsconjugado a um conjunto de explicações sobre como taistécnicas funcionam e que energias utilizam.

Feita tal distinção, na esperança de que todosentenderam, podemos então afirmar que uma técnica émais simples de ser criada. Você pode criar um servidorsó seu, um sigilo só seu, um protocolo só seu, ou umaoferenda para uma entidade que só você conheça. Noentanto, criar todo um sistema, ou seja, umconglomerado de técnicas aliado a regras sobre comofuncionam é algo bem mais complexo.

Há quem diga que mago é quem cria técnicas efeiticeiro quem apenas as utiliza. Dificilmente quem realizapráticas mágicas passa a vida inteira sem criar ao menosum pequeno ritual próprio. Há ainda quem classifiquecomo mago o criador de sistemas e de feiticeiro quemapenas cria ou utiliza técnicas de sistemas jáestabelecidos.

Particularmente não concordo com nenhuma dasduas classificações. Primeiro porque procurar rotular todosos magistas utilizando um critério pessoal é no mínimoirônico para quem se diz praticante de uma arte quebusca a libertação do ser e da mente (magia). Segundoporque acredito que a maioria das pessoas não cria seuspróprios sistemas não por falta de capacidade, masapenas porque já alcançam todos os resultados quedesejam com o uso de sistemas já existentes.

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Enfim, se eu alcanço minha realização pessoal eespiritual dentro do sistema umbandista ou caoísta, qual oproblema de passar minha vida utilizando apenas eles?Acredito que os inventores de sistemas são movidos pelanecessidade de construir algo que não encontraram emsistemas que estudaram. Ou apenas para testar ospróprios limites de tais sistemas. Não há nada de erradonem em criar um sistema todo dia nem em usar apenassistemas alheios durante a vida toda. A única coisa erradaé julgar, é querer anular a individualidade alheia querendoimpor nossas verdades ocultistas aos demais praticantes.

Este livro procura explicar como construí o Sistemados Protocolos. Que não pretende revolucionar nada nemse mostrar melhor que qualquer outro. Apenas foi a formaque encontrei de fazer as coisas com base na experiênciae nos recursos de que dispunha.

Como não apresento apenas as técnicas ou seumecanismo de funcionamento, mas procuro mostrar comoela pode ser construída e desconstruída, alguns poderiamconsiderar os protocolos uma tentativa de explicar outrossistemas. Claro, considerando seu caráter caoísta, ele nãose prende a apenas uma visão de mundo. É possívelconstruir técnicas protocolares tendo por base o sistemaumbandista ou o sistema de servidores ou de sigilos ouhermetista. São muitas as possibilidades. Usando osprincípios que utilizo para os protocolos, você podeconstruir seu próprio sistema pessoal e utilizá-lo da formaque melhor lhe aprouver. Também pode mudar um

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mecanismo ou outro e construir algo completamentediferente. Enfim, se nenhuma técnica ou mesmo o própriosistema não lhe interessarem, talvez interesse ver a formacomo foi construído. Em última análise, esse livro antes deensinar técnica, pretende ser um chamado àexperimentação mágica.

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O que são Protocolos e para queServem

Definições Básicas

Falar de protocolos é basicamente descrever umafórmula para a produção de certos resultados mágicos. Osprotocolos não são uma invenção, como já foi esclarecido.Na verdade, são apenas a sistematização de umadeterminada forma de produzir magia que já é utilizadahá muito tempo e presente em praticamente todos ossistemas de magia conhecidos. Você provavelmente saberealizar vários protocolos, se já pratica magia. Porém,você pratica protocolos prontos, que alguém criou emalgum momento do passado. Se você pratica o Caos, jádeve ter em algum momento criado seu próprio protocolo,ou até mais de um.

Usando a definição clássica, protocolo são padrõesestabelecidos. Se você quer fazer um jardim, existempadrões, protocolos estabelecidos que você deve seguirpara criar um ambiente lotado de belas roseiras. Se vocêquer fazer magia, pode seguir protocolos previamenteestabelecidos, feitiços, padrões, formas de realizar ascoisas que foram previamente testadas, aprovadas eregistradas para uso na posteridade. Ou você pode

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procurar entender como um padrão é estabelecido econstruir os seus próprios padrões, dividindo-os comamigos magistas, com companheiros de ordem ouguardando-os apenas para si. Assim nasce um protocolo,a partir do momento em que um mago cria dentro damagia um padrão para alcançar algum efeito.

Refazendo uma analogia que utilizei anteriormente, écomo se a magia fosse uma selva, ou uma grandemetrópole, na qual um mínimo passo em falso e vocêpode se perder, protocolos são seus mapas, os trajetosque você registrou para chegar em determinados locais.Você pode não saber onde ficam todos os restaurantes dacidade, mas provavelmente sabe que descendo 6 quadrasà esquerda de sua casa e mais duas à direita, vocêchegará em um local que serve uma excelente salada. Ousabe que pegando determinada avenida, uma horáchegará em um ótimo restaurante japonês. Esses doistrajetos são seus protocolos. Ressaltando que se chamaprotocolo, não o resultado, mas o caminho traçado parachegar até ele.

Você pode materializar em um símbolo gráfico asensação energética que te faz entrar em estado alfa, epronto, você tem um protocolo. Também pode criar ummantra que traga até você de forma imediata a energiado seu anjo guardião, e você tem outro protocolo. Podeainda utilizar uma certa posição das mãos (mudra) epronunciar uma frase previamente estabelecida, paraevocar os efeitos de um feitiço realizado previamente, e

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você já tem mais um protocolo. Voltaremos às utilidades eaplicações dos protocolos em um tópico específico paraisso ainda neste capítulo.

Elementos básicos dos protocolos

Esclarecida exatamente qual a natureza dosprotocolos, é preciso dissecar seus elementos básicos, ouseja, aquilo que é necessário para que um protocolo sejacriado. Essa é uma questão não muito fácil de serdefinida, porque não há apenas um conceito de protocolo,e após cada um aprofundar-se na criação de seus própriosprotocolos, notará que os elementos que elencarei podemser ampliados ou mitigados de acordo com a situaçãoem específico. Enfim, não é uma receita de bolo, é apenasum recurso didático porque precisamos de um ponto departida. São três os elementos básicos de constituição dosprotocolos, que passo a explicar:

13. Manifestação multidimensional damagia: este é o primeiro elemento e provavelmente omais óbvio de todos. Considerando que dimensões sãoníveis de percepção, qualquer forma de magia poderia serconsiderada multidimensional, então porque colocar issocomo o primeiro requisito dos protocolos? Pelo fato deque em relação aos protocolos essa manifestaçãomultidimensional é algo que salta aos olhos, tãoimportante a ponto de ser necessária esta repetição. Paraevocar um determinado protocolo à dimensão em que

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você se encontra, ele precisa estar previamenteconstituído em uma outra dimensão. Em outras palavras,esse requisito significa que protocolos não são criadosinstantaneamente, eles necessitam de preparo. Para usarum mapa para chegar a algum local, você precisa ter omapa previamente desenhado, se for desenhando o mapaa medida que caminha, não o estará seguindo e simcriando-o. Fazer com que o protocolo esteja manifestadomultidimensionalmente é exatamente seguir o processode desenhar o mapa, para posteriormente poder usá-locomo guia.

14. Fonte de poder: ora, um protocologera um efeito mágico, logo, utiliza energia. Essa energiaprecisa sair de algum lugar. Seu protocolo pode estarconectado a uma divindade, uma entidade dos mundosinferiores, um anjo, uma egrégora ou até um servidor quevocê mesmo criou. Essa será sua fonte de poder, suabase de alimentação.

15. Chave de ativação/evocação: porfim, para usar o seu protocolo em qualquer situação, noato de sua criação você precisa estabelecer a sua chave. Achave do protocolo pode ser uma frase no estilo“abracadabra”, um mantra, uma posição corporal ou dasmãos (mudra), um desenho traçado no ar, ou váriosoutros elementos que sua imaginação permitir, assimcomo a combinação de vários elementos.

Darei agora um exemplo de protocolo explicandoonde cada um dos requisitos acima se caracteriza, para

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facilitar a compreensão. Usei um protocolo simples quechamo de protocolo de proteção do Círculo de sal (sim, eugosto de nomes grandes). É realmente um protocolosimples e prático de se realizar. Digamos que você tenhaum altar que utiliza para honrar entidades que teprotegem, e decide usar um instrumento para que aenergia daquele altar possa te proteger nas mais diversassituações do dia a dia, quando você estiver sendo atacadovampiricamente, ou sentir que energias ruins das maisdiversas podem estar afetando-o. Você decide queprotocolos são uma boa forma de fazer isso.

Primeiro você precisa de um espaço em específico noseu altar para o protocolo, você arranja uma caixinha devidro e a coloca em cima do altar. Pega um pouco de sal efaz um círculo dentro daquela caixa. Consagra o círculo desal para protegê-lo sempre que for necessário e solicita àsmesmas entidades presentes naquele altar que alimentemseu círculo de proteção com a energia delas (nota: o salpor ser um elemento de limpeza por excelência, pode serusado para criar um círculo assim sem outra fonte dealimentação além dele próprio, depende de suasconvicções). Você então cria a chave de evocação e agrava no protocolo, você define que a energia do círculoirá se materializar lhe protegendo quando você juntar asmãos em prece e falar “venha a mim círculo de sal”. Amaterialização multidimensional foi estabelecida no ritualde criação do protocolo, ao traçar o círculo de salconsagrado e seguir os demais passos. A fonte de energiafoi definida ao escolher o elemento sal, que possui

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energias que geram proteção mágica e ao conectar ocírculo com a energia das entidades que regem o altar. Achave de ativação é mista, mãos em prece e a frase“venha a mim círculo do sal”. Juntando os três elementos,você possui seu primeiro protocolo prontinho para uso.

Diferenciando protocolos de servidores esigilos

A grande disseminação de sigilos e servidores entreos caoistas levou a uma espécie de engessamento daimaginação de muitos praticantes de magia. Contrariandoos próprios princípios básicos da magia do caos, muitosdos seus adeptos se recusam a reconhecer uma técnicaque não se encaixe em nada pré-estabelecido. Não é ocaso dos protocolos, como já deixei claro, não são umacoisa nova, é apenas a sistematização de algumas coisasbem antigas, de modo a possibilitar ao uso dos mesmosprincípios que as geraram para criar efeitos mágicos.Porém, apesar de os protocolos terem pontos em comumcom vários sistemas, eles possuem características que osdiferenciam claramente dos servidores e sigilos.

Vejamos, um servidor é uma entidade “viva”, um serdotado de um nível limitado de percepção e inteligênciaencarregado de determinadas tarefas. Já o protocolo éapenas um mapa para determinado efeito, não possuivida própria nem executa nenhuma tarefa por contra

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própria sem intervenção de uma pessoa. Já dos sigilos émuito mais fácil diferenciar, um protocolo não precisa “seresquecido” para funcionar. O sigilo, em uma definiçãogrosseira, funciona como um instrumento para que aenergia do seu subconsciente trabalhe a seu favor paraatingir determinado fim. O uso dos protocolos é algoimensamente mais amplo, podendo ser usado como chavede evocação mágica, como instrumento de ativação deum objeto mágico, etc. Por fim, o sigilo tende a possuirum fim, que ao ser alcançado, faz com que perca suautilidade. Protocolos, a rigor, tendem a ser permanentes,uma vez desenhado o mapa, ele tende a ser válido pormuito tempo.

Se formos estabelecer um nível de complexidade,poderíamos dizer que os protocolos são mais complexosque os sigilos e menos complexos que os servidores,embora isso seja relativo, pois dependendo de que tipo deprotocolo você elaborará, ele se tornará mais complexoque um servidor, e um sigilo também pode possuir maiscomplexidade que um protocolo simples. Uma diferençabásica de protocolos para sigilos e servidores é que osdois últimos possuem uso contínuo, uma vez criado osigilo e o servidor existirão até que sejam desfeitos ou atéque atinjam seu objetivo. Já o protocolo fica “adormecido”até que sua chave de ativação seja utilizada. Tratando-sede um conceito mais amplo, protocolos abarcam váriasformas de sigilos e servidores em sua definição.

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Exemplos de utilização de protocolos

A experiência é a mãe do aprendizado, portanto,para fixar melhor as formas de utilizar protocolos, passo aexpor alguns exemplos de utilidade que eles podem ter nodia a dia de um mago. Você talvez já tenha utilizadoalgumas dessas formas em suas práticas, não será algoestranho pois protocolos, digo mais uma vez, não são algonovo.

11. Selamento de um objeto mágico:você criou uma varinha mágica para seu uso pessoal, egostaria se protegê-la da influência da energia de pessoasestranhas que possam vir a tocá-la ou até mesmo roubá-la de você. Então, no ato de confecção de varinha, vocêcria um protocolo para selar a energia dela. Ela funcionarácomo um objeto qualquer, um mero pedaço de madeirasem energia, a menor que alguém a segure com firmezae diga “operari” (operar/funcionar em latim), essa chavede ativação faz com que a energia da varinha possacircular livremente pelo objeto, permitindo seu uso empráticas mágicas.

12. Um círculo de magos cria umservidor poderoso destinado a proteção mágica de seusmembros. Esse servidor lidará com energias bastanteintensas e sua utilização precisa ser protegida de diversas

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formas. O círculo cria então um protocolo de evocação doservidor. Só poderá evocá-lo o membro que passar poruma iniciação para ser reconhecido pelo servidor e traçarum símbolo de evocação à entidade no ar e repetir seumantra de evocação. Ao ser desligado do grupo, omembro pode ser “desiniciado” no uso do servidor,ficando impossível para ele usar o protocolo de evocação.

13. Você é muito ligado a uma entidadedo astral, que pode realizar os mais diversos efeitosmágicos, costumando efetuar rituais para cada efeito quegostaria que a entidade realizasse. Você então registra 3efeitos básicos para os quais costuma utilizar a entidade,e os sela em 3 protocolos diferentes. Quando quer evocarcada um, utiliza a chave convencionada dizendo “primeiroprotocolo da entidade X”, “segundo protocolo da entidadeX” ou “terceiro protocolo da entidade X”, não esquecendode zelar pelo relacionamento com a entidade para manteros protocolos válidos.

14. Você é bruxo e segue determinadopanteão, onde cada divindade possui uma funçãoespecífica. Cada divindade possui também sua própriaenergia. Você costuma realizar rituais para evocar aenergia de cada divindade, quando precisa de inspiraçãopara escrever, energia para o amor e etc. Então vocêestuda a fundo as divindades que segue e decide criarprotocolos de evocação para as energias de cada uma.Você experimenta a melhor forma até alcançar o melhorresultado possível e ainda escreve um pequeno livro de

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instruções para que seus irmãos de crença tambémpossam usar os protocolos que você criou para entrar emcontato com a energia de cada deus.

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Linhas de Protocolos

Por suas naturezas, os protocolos podem serdivididos em linhas. Essa divisão é meramente didática,serve para melhor visualizar as utilidades dos protocolos etambém direcionar o mago que decidir utilizar essesinstrumentos, conduzindo-o a desenvolver protocolos naárea que mais lhe agrada. Nas minhas experiênciaspessoais, já trabalhei com as seguintes linhas deprotocolos principais:

11. Metamagia: destinam-se a auxiliar aprópria prática ou aprendizado de outras formas demagia. Como exemplo temos os protocolos de selamentode objetos mágicos ou de conexão de um grupo com suaegrégora.

12. Protocolos de Evocação: destinam-sea criar formas de conexão do usuário com determinadasenergias, sejam de divindades, de elementais, de espíritosou entidades diversas.

13. Protocolos de defesa mágica:diversos instrumentos destinados a bloquear ou refletir osefeitos negativos de energias das mais diversas origenssobre seu usuário e sobre outras pessoas.

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14. Além dessas, há várias outras: comoos protocolos sagrados (destinados a utilizar a energia dafé), protocolos draconianos (magia dos dragões),protocolos da consciência (visando facilitar o acesso aosestados alterados), dentre várias outras, sendo que cadausuário pode aprender os princípios básicos e criar seuspróprios protocolos seguindo suas linhas de interesse.

Antes de qualquer coisa, é imperioso salientar que aslinhas de protocolos são apenas um recurso didático como fim de tornar mais fácil a compreensão dos diversosusos que podemos fazer desses instrumentos mágicos.Nem de longe as linhas aqui são as únicas possíveis. Vocêpode criar uma linha de protocolos exclusiva para você,exclusiva para seu círculo de amigos magos ou exclusivapara uma ordem. Também pode criar linhas para cadaárea de seu interesse, protocolos dos santos, protocolosdos anjos, protocolos ligados a cartas do Tarot.Procuraremos falar sobre várias dessas possibilidades emseparado. Esclarecido isso, passemos a tratar de cadauma das linhas principais, que são linhas genéricas eservem para enquadrar uma vasta gama de protocolos.

Protocolos de Metamagia

A Metamagia é a linha com a qual maistrabalharemos, porque quem lida com magia está sempreprocurando novas formas de tornar suas tarefas maisfáceis de executar. A metamagia é o grupo de protocolosvoltados a melhorar a própria prática da magia. São

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aqueles voltados a captação e manipulação de energia,selamento e criação de instrumentos mágicos. Aimportância da metamagia advém do fato de que vocênão poderá ser um bom praticante de magia se nãodomina a magia da magia, ou seja, se não conhece osinstrumentos necessárias à própria prática da magia, oque inclui simbologia, manipulação energética, estadosalterados de consciência e etc.

Evocação

Os protocolos de evocação talvez sejam os maistrabalhosos, embora alguns de defesa mágica disputemum páreo duro com eles. O nome evocação é meramenteexemplificativo. O objeto de prática desta linha não sãoevocações no sentido estrito, e sim no sentido amplo. Naverdade são todos os protocolos que criam uma ponteentre o campo energético do praticante e outro campoenergético. Vários protocolos de metamagia são tambémde evocação. Como exemplo podemos citar os protocolosde interação elemental. Ao mesmo tempo que interagircom a energia dos elementos ajuda a prática da magia, épor si só uma espécie de evocação. Em virtude dissopodemos dizer que nosso primeiro objeto de estudoefetivamente terá a ver com essas duas primeiras linhas.

Defesa Mágica

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A defesa mágica não é uma mera linha deprotocolos. É uma doutrina, uma filosofia de vida, ummodo de ver a magia. Em qualquer sistema de magiaexistem as práticas relacionadas com a defesa mágica, ocombate a ataques, a anulação de influências externas eetc. Os protocolos mais perigosos talvez sejam os que seenquadram nessa linha.

Outras linhas de Protocolos

Como já foi falado mais de uma vez, essas trêslinhas principais são apenas exemplos. As possibilidadesde linhas de protocolos são praticamente ilimitadas,podendo inclusive cada um desenvolver a sua próprialinha. A presente classificação tem apenas o intuito de daruma visão geral do que são essas práticas mágicas eexplicar o que é possível fazer com elas. Porém, apenasfalar indefinidamente sobre eles não tornará ninguém umpraticante, e é este o momento em que se faz a transiçãoda teoria para a prática. A teoria está longe de se esgotar,mas a partir de agora ela será acompanhada da prática,de forma íntima e praticamente indissolúvel.

Você está sendo convidado a praticar os protocolos,fazer uso deles, registar os resultados e comunicar.Fornecer dicas, informações que você descobrir com suaspráticas. A ideia aqui não é você absorver o conhecimentode alguém que o detém por completo, porque eu tenhoapenas em mãos uma faísca do que são os protocolos,

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com mais pessoas praticando tais faíscas podem serconvertidas em uma fogueira.

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A Composição de um Protocolo

Antes de falar passo a passo como estabelecer umprotocolo é preciso dissertar de forma exaustiva sobrecomo eles se compõem. Isso implica em criar uma sériede classificações e divisões com intuito didático, ou seja,de deixar claro como eles se constituem. Para alcançar talobjetivo, o caminho a ser seguido é analisar cadaelemento dos protocolos e elencar todas as formas pelasquais podem se apresentar:

6. Manifestação Multidimensional daMagia

Considerando que quem está lendo aqui já passoupelos textos anteriores, não nos cabe definir novamente oque seria cada elemento, basta expor suas diferentesformas de caracterização. Falar em manifestaçãomultidimensional é tocar em um ponto caro à magia, oconceito de dimensão. O que é uma dimensão?Dimensões são níveis de percepção. Nosso mundo não é3D, ou 2D ou 4D, nós que o percebemos assim. Issosignifica que as demais dimensões que formam ouniverso, além das 3 as quais estamos acostumados,estão ao nosso redor o tempo todo, nós apenas não as

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percebemos com nossos sentidos básicos. O que nãosignifica que não possamos usá-las ou interagir com elas.

O que queremos dizer ao falar damultidimensionalidade da magia? Simples, que a magiaestá além das limitações das nossas 3 dimensões básicas.Fazendo uma analogia, digamos que você queira cortarum pão, e para isso usa uma faca de mesa, essa faca demesa é um recurso de 3D, agora se você realiza um ritualpara criar um servidor que o auxiliará nos estudos, estáutilizando um recurso que está além da 3ª dimensão.Note que no caso do servidor, apesar de ele em si ser umrecuso que está acima da terceira dimensão, por seucriador ser alguém que se encontra fisicamente nestadimensão, elementos da mesma foram usados em suacriação. Em algum momento você usou recursos daterceira dimensão para criar o servidor que se encontraem dimensão diversa. Esse recurso pode ter sido suavarinha mágica, seu próprio corpo, o recipiente doservidor, dentre outros. É isso que torna o servidor umelemento multidimensional, ele possui um recipiente daterceira dimensão, foi criado usando elementos destadimensão, assim como por alguém que possui seu corpofísico na mesma, mas por suas características, ele superaa dimensão de onde saiu.

O exemplo acima funciona perfeitamente com osprotocolos. Eles podem possuir um veículo físico para suamanifestação, são criados por um ser que possui o corpofísico na terceira dimensão, porém, por suas

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características básicas, eles transcendem sua dimensão deorigem. Esta é a razão pela qual um servidor, assim comoum protocolo pode ignorar o espaço e o tempo,dependendo do criador e da forma de criação. Assimcomo podem atuar a nível mental, a nível astral, dentreoutros níveis.

Passado esse momento inicial de explicação, quepode não ter sido claro o suficiente, passo a dar exemplossobre como se dá essa manifestação multidimensional damagia. Quanto a ela um protocolo pode ser:

Protocolo com veículo físico em terceiradimensão: o exemplo clássico é o círculo de sal, parainvocá-lo você precisa ter em algum lugar da realidadefísica o seu círculo de sal montado, sempre a disposiçãopara ser invocado.

Protocolo com veículo em outra dimensão: sãoconstruções que existem apenas a nível mental, astral, nosonhar, ou em outro plano. Você pode criar apenasmentalmente uma âncora para determinado sentimento,ou determinada energia interna sua, e invocar em si essaâncora através de um processo protocolar. Um exemploseria quem possui o dom/maldição do mau olhado, e selaessa habilidade através de um protocolo para evitarcausar dano às pessoas, podendo liberá-la usando omesmo protocolo se achar necessário. Também é o casode quem constrói apenas em outra dimensão umprotocolo sem utilizar um veículo de 3D, um exemplo,digamos que você tenha um bom desenvolvimento mental

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e resolva criar seu círculo de sal apenas na casa astral queconstruiu para ir visitar durante os sonhos. Ou então quevocê tenha acesso a um plano angélico através dossonhos e construa lá o seu círculo mágico, pedindo aosanjos para guardá-lo.

Protocolos sem veículos: esses são aquelesprotocolos que não possuem quaisquer veículos, nemnesta dimensão nem em nenhuma outra. Um exemploclássico seria o seguinte: digamos que você visite umaoutra dimensão cheia de dragões e conseguiu se tornaramigo de um, cria então um protocolo para evocá-lo nestadimensão, sem usar nenhum objeto físico. Lembrando quenão devemos confundir veículo físico com forma deativação, no caso do dragão, a pessoa usaria um mantrapara evocá-lo, o mantra não é o veículo físico doprotocolo, e sim sua chave de evocação.

Essa manifestação multidimensional é então, algoinerente aos protocolos, são elementos que estão sempretransitando entre dimensões. Entender isso é algoessencial não só para o presente estudo, mas creio quepara toda a prática mágica e espiritual de forma geral,uma vez que somos por excelência seresmultidimensionais.

7. Fonte de Poder

Uma regra que aprendi ao longo do meu caminho namagia e que levo muito a sério para identificar se algo

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vale ou não a pena é a seguinte: nunca acredite em umpoder se não fica claro de onde vem. Se te ensinam ausar uma magia, uma técnica, sem dizer de onde vem aenergia que a faz funcionar, não acredite, não siga. Ou aenergia é algo que pode comprometer você ou elasimplesmente não existe e a técnica em questão nãopassa de um efeito placebo para enganar os incautos.Então, se eu sigo esse princípio e lhes afirmo queprotocolos funcionam, é imperioso que fique explicado deonde eles tiram energia para funcionar.

Dependendo do protocolo, ele pode precisar de maisou menos energia para ser ativado. Há aqueles maissimples, como um protocolo para selar uma varinha, ondea mera energia que o mago libera ao usar a chave doprotocolo já o faz funcionar, tornando-o um protocolo comgasto energético mínimo, há aqueles que exigem grandesquantidades de energia, como seria o protocolo paraevocar uma entidade de grande poder e há o que poderiaser chamado de protocolos de energia variável, ouprotocolos resistidos, que são aqueles em que o nível deenergia utilizado dependerá da vulnerabilidade,necessidade ou habilidade do alvo. Se você pretende curaralguém através de um protocolo, a energia utilizadadependerá da necessidade do paciente, se está usandoum protocolo de vampirização, a energia dependerá davulnerabilidade, e se está usando um protocolo de ataquedireto, a energia dependerá da habilidade do alvo paracontra-atacar ou defender-se.

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Falamos da quantidade de energia, mas o foco dotópico é de onde vem essa energia, podemos classificaros protocolos quanto às suas fontes de energia daseguinte forma:

Protocolos ativados por energia pessoal: comose deduz logicamente pela leitura do nome, estes são osprotocolos que são ativados com sua própria energia. Opoder deles é limitado ao nível de desenvolvimento domago na liberação de energia pessoal para a magia. Osprotocolos mais simples não exigem que o mago busqueuma forma externa de energia. É como imaginar que osprotocolos são como cargas, para levantar 10 quilos vocênão procura nenhuma força externa para ajudar, se ocaso é levantar 2000 quilos, seria o caso de procurar umguindaste.

Protocolos ativados por energias deelementais artificiais ou egrégoras: Você pode criarum servidor apenas com o fim de alimentar um protocolo,o servidor por sua vez, teria a função de acumular energiade alguma fonte específica para disponibilizar sempre queseu protocolo se tornar necessário. Existem casosespeciais onde isso pode ser recomendado, quefuturamente trataremos de abordar. Há também apossibilidade de se criar um protocolo ligado a umaegrégora em específico, nesse caso ele utilizará a forçadessa egrégora para funcionar.

Protocolos energizados por entidadesevocadas: alguns protocolos mais poderosos, ou apenas

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alguns nos quais o criador preferir essa forma deenergização, podem ser conectados a uma entidade, quepode ser seu guia, um anjo, uma divindade e qualqueroutra entidade com a qual você tenha familiaridadesuficiente para fazer uso de sua energia.

Protocolos conectados a fontes de energiaelementais: nada impede que você crie protocolosespecíficos que evoquem elementais da natureza, e que,portanto, utilize a energia desses seres.

Há várias combinações de usos de energias entre ostipos elencados acima, e outros modos que emborapareçam diferentes, acabam se encaixando neles. Duascoisas devem ser ditas ainda sobre energização. Primeiro,um protocolo usado para concentrar ou sugar energia nãoé alimentado pela energia que suga, antes de começar asugar, ele usa alguma energia para se tornar ativo,apenas para que não confundam. Segundo, muito cuidadodeve se ter com o tipo de energia utilizado, se for usar asua, prudência, sua energia é preciosa. Se for usarenergia externa, mais prudência ainda, para não fugir docontrole, e muito respeito quando for usar a energia dealguma entidade.

8. Chave de Evocação

Apesar de os dois elementos anteriores mostraremuma grande vastidão de possibilidades de configuração,são as chaves de evocação que realmente se mostram

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mais ecléticas. A chave é aquele elemento que torna o seuprotocolo executável, é o meio de destravar o efeito queele encerra. Guardar a chave do seu protocolo, sejapessoal, seja de uma ordem, é uma forma de evitar queutilizem as energias que você trabalhou para ter acesso.Por outro lado, trabalhar bem a chave é a melhor maneirade tornar o uso dos protocolos discreto e efetivo, etambém tornar mais fácil seu compartilhamento se foresse o seu desejo. Para não fugir a regra da enumeração,vou elencar várias possibilidades de chaves deevocação/ativação, lembrando que o mais comum é queum protocolo possua mais de uma chave combinada,apesar de nada impedir que se utilize apenas uma chave,se for o suficiente para tornar efetiva a evocação:

1. Símbolos gráficos: um iantra/emblema, que podeser visualizado ou traçado no ar, assim como desenhadoem papel ou qualquer outra superfície.

2. Sons: mantras, músicas, qualquer som que vocêassocie ao protocolo para trazê-lo à atividade.

3. Posição corporal: um determinado mudra,posições das mãos, dos braços, do corpo todo. Umexemplo clássico seria a posição flor de lótus para evocarum protocolo de auxílio à meditação, ou a posição deprece para ativar um protocolo de evocação a algumaentidade.

4. Movimentos corporais: parecido com o itemanterior, porém não é uma posição parada e sim ummovimento com o corpo. Pode ser uma forma desaudação, um movimento com os dedos, como um

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estalar, para evocar algum protocolo simples, ou atémesmo um dos complicados, a depender do gosto ehabilidade do mago.

5. Ato: o protocolo pode ser evocado através de umato, uma determinada ação que o mago configura paraativá-lo quando for realizada. Um exemplo seria umprotocolo que pode ser invocado 12 vezes apenas, peloseu ritual de criação, sendo cada vez ativada pela quebrade uma conta de vidro. Outro ato seria um protocoloprogramado para ser evocação através da reza de umterço, do rasgamento de um papel, da quebra de umpedaço de pau, são muitas as possibilidades.

6. Deixo neste último item como um apelo a suacriatividade. Use a imaginação, voe lentamente nas asasdos seus delírios mentais e crie novas formas de ativação.Talvez uma determinada forma seja criada apenas paraum protocolo em especial. Não se limite para o que foiescrito aqui, seja a magia, deixe a magia lhe preencher.

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Exemplificando os Elementos deFormação de um Protocolo

Existem muitas formas de fontes de energia, dechaves de ativação e de manifestações multidimensionaisde protocolos. Forneceremos um exemplo de cada umapenas a título de auxílio ao praticante iniciante, ou comoforma de esclarecimento para quem não entendeu comclareza os conceitos. A quem pretende praticar protocolos,aconselho bastante que preste muita atenção nestesexemplos. A falta de observância sobre a corretadisposição de algum deles pode ser a causa da falha demuitos protocolos que você venha a tentar utilizar.

Você construiu um protocolo e não obteve nenhumresultado? Será que sua fonte de energia funcionou? Seráque a chave de evocação falhou? Será que não foi seuveículo físico do protocolo que continha alguma falha?Todas essas perguntas precisam ser feitas antes que vocêsentencie que protocolos não funcionam e deixe deaproveitar os benefícios que uma ou outra técnica poderialhe fazer.

Certa vez conversava com um praticante de magiado caos iniciante que dizia que servidores nãofuncionavam. Então perguntei a ele que elementos sãonecessário à construção de um servidor. Ele não soubenem começar a explicar. Será que essa pessoa tinhahabilidade técnica para construir um servidor? Ele não

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obteve resultados porque servidores não funcionam ouporque ele sequer se deu ao trabalho de entender comoum funcionava antes de se aventurar a fazê-lo?

A honestidade intelectual sempre deve servalorizada. A palavra de alguém acerca de algo funcionarou não deve ser ouvida apenas na medida em que talalguém entendeu como o algo funcionava, pôs em práticae não obteve resultados. Você não vai saber se a águaestá fria ou quente antes de pular nela. E não confie napalavra de quem está sequinho do lado da piscina. Pule esinta você mesmo.

A Fonte de Energia

Como já é do conhecimento de todos, os protocolosprecisam de 3 elementos básicos, uma magia manifestadamultidimensionalmente, uma fonte de energia e umachave de ativação. Antes de começar a fazer protocolosprecisamos ter esses três ingredientes em mãos. Amanifestação multidimensional da magia é deconhecimentos de todos os que já praticam alguma formade magia, todo mundo já deve ter feito um feitiço, umaoração de proteção, confeccionado algum objeto mágico,feito um ritual qualquer, etc. Enfim, mesmo que nãotenha feito, exemplos são o que não faltam, portanto,todo mundo sabe fazer a magia, falta aprender comofornecer energia ao protocolo e como desenvolver umachave de ativação.

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A chave de ativação será trabalhada posteriormente.Começaremos falando da fonte de energia.

A prática da magia pressupõe um mínimo de domíniosobre a manipulação e interação com as energias douniverso. Apesar de poucas coisas serem difíceis de darcerteza neste meio, eu digo sem medo de errar que não épossível se tornar um praticante de magia semdesenvolver um treinamento básico nesse campo.Inclusive, é importante ressaltar que este é um errobásico de iniciantes, partem para a realização de rituais,evocações e invocações, dentre outras coisas, sem sequerestudar como fornecer energia para essas coisasfuncionarem. Magia é como um negócio, você podepossuir um bom projeto, mas o projeto não basta, vocêprecisa de dinheiro para investir, mão de obra qualificada,dentre outros elementos para fazer as coisas daremcertos. Ser um mago é conciliar todos esses fatores. Oequilíbrio e a harmonização é um requisito básico para opraticante, podendo então ser estabelecido que sem taisfatores qualquer caminho a ser trilhado na magia seencontrará travado.

Ora, estando claro a imprescindibilidade de tal fator,como então desenvolvê-lo? A resposta é que existemvários caminhos, e muito provavelmente você já pelomenos arriscou-se a trilhar algum deles. Talvez vocêtenha praticado pranayama ou os exercícios da obra deFranz Bardon, talvez um guia básico de magia do caosonde primeiramente era ensinando como meditar e entrar

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em estados alterados de consciência. São métodos válidose é recomendável que, se não for treinar, você, pelomenos, aprenda as definições básicas de cada um. Porém,estamos aqui falando de protocolos, e como existemvários caminhos para desenvolver a criação da fonte deenergia, nada mais adequado que começarmos com umafonte diretamente ligada aos protocolos.

Apesar de algumas definições soarem um poucocomplicadas, protocolos são simples na prática. E ométodo de fonte que passo a apresentar é igualmentesimples, podendo ser considerado simples demais paraalguns, mas eu peço que não o subestimem, porque elebusca uma conexão energética de raiz, primal, e nada queé primitivo deve ser subestimado. A linha de protocolosvoltados possibilitar o uso de outros protocolos se chamalinha de metamagia. Apresentaremos primeiramente osprotocolos dos 12 signos.

Linha da Metamagia: Os Protocolos dos 12Signos

A natureza possui diversos elementos. Em nossaconcepção ocidental mais comum podemos citar terra,fogo, água e ar. Tais elementos representammanifestações da energia universal e a harmonização emanipulação da energia dos mesmos é buscada emdiversas escolas de magia e talvez seja a forma maislimpa, potente e efetiva de interação energética.

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Para lidar com as energias elementais primeiro vocêprecisa saber de um detalhe básicos, umas são opostas asoutras, apesar de todas juntas formarem um todo. Comosão opostas, você não pode simplesmente sair treinando ainteração com todas elas, pois sem o devido cuidado isso,mesmo que se realize, pode lhe trazer sérios problemas.

Deve-se então buscar uma interação paulatina comas forças elementais. Para isso você precisa descobrir assuas afinidades elementais naturais. A primeira afinidadeelemental recebemos logo ao nascer, todo mundo possuium signo do zodíaco de acordo com sua data denascimento, cada signo pertence a um dos 4 elementos,esse elemento é nossa primeira ligação oculta com estasenergias tão preciosas. Para descobrir de qual elemento éo seu signo, veja a relação abaixo:

FOGO: Áries – Leão – Sagitário

TERRA: Touro – Virgem – Capricórnio

AR: Gêmeos - Libra – Aquário

ÁGUA: Câncer - Escorpião – Peixes

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Sabemos que existem outras classificações deelementos, como a oriental que inclui o elemento madeira,e as classificações que incluem a luz e as trevas comoenergias elementais. Não as estamos ignorando, apenasprecisamos de um ponto de partida o mais simplespossível. É da simplicidade que são construídas as coisascomplexas. Após dominar a energia elemental do seu signosolar, signo ascendente e signo lunar, você pode flertarcom outros tipos de energias, baseado nos mesmosprincípios.

Existem várias formas de entrar em sintonia com umaenergia. Você pode passar por uma iniciação, seja feita porsi mesma ou por alguém, pode utilizar uma meditaçãovoltada para aquele elemento, uma meditação diante deuma vela acesa, ou de um copo de água, como exemplo.Também pode meditar usando um iantra que representeaquele símbolo, um mudra, uma dança. Enfim, qualquerum com alguma vivência de práticas mágicas ou esotéricasjá viu algo do tipo.

No nosso caso, não buscaremos uma interação diretacom cada um dos quatro elementos e sim uma conexãoprofunda com a energia do nosso signo solar, que por suavez possui uma profunda conexão com um determinadoelemento, assim chegaremos ao elemento. Para os que nãoentendem o porque disso, digamos que você queira pedirum favor a uma pessoa, que você conhece, mas não temintimidade, porém você tem um grande amigo que é umgrande amigo dessa pessoa, qual o melhor caminho para

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receber seu favor? Claro que é através do seu grandeamigo. O elemento é a pessoa a quem você quer pedir ofavor e o seu signo é o seu grande amigo que é amigotambém da citada pessoa. Aos que entenderam de primeiraa analogia, me perdoem se explico as coisas emduplicidade, possuo uma verdadeira mania de procurar aomáximo me fazer compreendido, tenho um verdadeiropavor de achar que escrevi algo para ninguém entenderpatavinas.

A questão é como chegar a essa interação. O primeiropasso é identificar o seu signo solar, o que, com certeza,todos sabem, após isso identifique qual a energia elementaldele. Então você seguirá os seguintes passos:

6. Identifique símbolos do seu signo e doelemento do qual ele faz parte, a imagem a seguir pode serutilizada.

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7. Medite visualizando o símbolo doelemento acompanhado do símbolo do seu signo, queseguem:

8. Medite visualizando a energia do seuelemento vindo até você e lhe preenchendo, banhando-lhecomo uma cachoeira, penetrando por seus chacras e lheenergizando, pode usar outra visualização de suapreferência, o objetivo é afinar a sua ligação com essaenergia. Apresente-se a essa energia como um filho dela, aenergia é sua mãe, pois você nasceu sob a influência dela,não tenta dominá-la como um conquistador, procurecompartilhá-la como um filho comunga com o quepertence a sua mãe.

9. Após sentir os resultados da técnica,você criará um emblema unindo seu iantra de assinaturacom os símbolos do signo e do elemento, o mais simplespossível para ser fácil de visualizar. Esse emblema será

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usado para evocar a energia sempre que ela se fizernecessária, e é recomendável que você mediteregularmente utilizando o emblema, para familiarizar-se omáximo possível. Utilize essa técnica para ativar protocolossimples, para que sua energia seja reposta da melhorforma possível após o uso dela em protocolos.

Chave de evocação: Iantras, Mudras e Mantras

A chave de evocação é talvez o elemento que possuamais possibilidades. Você pode criar uma forma todaparticular de ativar seus protocolos ou pode usar qualqueruma já existente.

Ao criar um protocolo você talvez já se sinta tentado aassociar um símbolo gráfico a ele (iantra). Tais símbolosgráficos podem ser construídos utilizando os mesmosmétodos dos sigilos. O mesmo pode ser feito para a criaçãode um mantra de ativação.

Um exemplo: quem é reikiano entenderá bem. NoReiki temos os chamados símbolos de Reiki. Existe umsímbolo chamado Hon Sha Ze Sho Nen que tem o papel dequebrar a barreira do espaço-tempo na utilização daenergia. Ou seja, após a utilização do símbolo, a energiaemitida pode ser direcionada para o passado ou o futuro oupara alguém que não se encontra próximo fisicamente.

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O Hon Sha Ze Sho Nen é um protocolo, se encaixaperfeitamente em todas as definições. O Mantra Hon ShaZe Sho Nen repetido três vezes é uma chave de ativação. Oato de desenhar no ar seu símbolo gráfico (reproduzidoabaixo), é também uma chave de ativação. Então esteprotocolo combina duas chaves simultâneas, conferindomaior força mental ao ato.

Outra espécie de chave de ativação que utilizo sãoos mudras. Mudras são gestos corporais, posições de mãos

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e braços, etc. Um mudra pode ser utilizado para cifrar aativação de um protocolo, ao ser, por exemplo, utilizado nasua confecção e primeira ativação.

Outra possibilidade é a utilização de um mesmomudra toda vez que se for evocar um protocolo. Ele servirácomo focalizador da mente. Ou seja, a partir do momentoque você fizer aquele gesto com as mãos, sua mentesaberá que você evocará uma energia e automaticamentepassará a focaliza-se neste ato. É essa a forma queparticularmente utilizo mudras. Apenas um protocolo meutem um mudra próprio.

Um exemplo de mudra simples é a posição de prececom as mãos, tão comum em imagens católicas e empessoas rezando.

Iantra, Mudra e Mantra de Assinatura

Assine seus protocolos criando um iantra próprio paraisso. Esse iantra servirá como um bloqueio para que outraspessoas não utilizem suas manifestações físicas de umprotocolo. Tal iantra pode ser criado a partir do seu nome,de um nome magístico ou de algum símbolo que vocêutilize como algo pessoal. Será sua marca heráldicamágica, com a qual você vai gravar a fogo suas possesmagísticas.

Você também pode criar um mantra pessoal, quepode ser apenas a pronúncia do seu iantra pessoal ou apronúncia do seu nome arcano.

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O mudra de assinatura já expliquei acima. Seria umaposição de mãos que você utiliza para focalizar a mentepara ativação de protocolos. Tal posição pode servir deassinatura também, criando um elemento a mais para fazercom que seus parceiros astrais ou servidores, por exemplo,estranhem quem evocá-los sem utilizá-la.

Metamagia: Iantras de Comando

Citei em um texto anterior que haveriam doiselementos essenciais para começar a passar protocolospráticos para todos. O primeiro era uma técnica de controleenergético, no caso, a interação elemental com o uso dossignos do zodíaco. Aquela técnica é apenas um exemplo,uma forma de começo para aqueles que ainda nãodominam essa parte da magia. Da mesma forma, os iantrasde comando são apenas uma alternativa para atransformação de comandos mentais em símbolos,havendo quem prefira utilizar os seus próprios. A vantagemdos iantras aqui descritos é exatamente que eles foramorganizados de forma a auxiliar o uso de protocolos, entãosão diretamente mais úteis que um símbolo meramenteadaptado.

Quando se cria ou utiliza um protocolo, você usacomandos, ordens, pode ser uma ordem para a energiaficar selada, uma ordem para liberá-la, uma ordem para oprotocolo se dissipar, uma ordem para o protocolo se fazerpresente e etc. Usar uma espécie de alfabeto criado paraesse fim é melhor do que ter trabalho elaborando novospara cada protocolo que criar. Esses símbolos podem ser

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criados gerando iantras a partir da escrita do respectivocomando ou a partir de uma forma gráfica que sua menteassocie com o comando. Você pode usar a sua língua mãeou uma língua morta como o latim. O latim faz com que acompreensão dos conceitos seja efetiva por faladores dequalquer idioma, além do fato de que, pelo fato de ser umalíngua morta, a carga de significação de cada palavrapermanecerá imutável. Mas opto por fornecer selos usandopalavras em português por ser a minha língua mãe. Se autilidade dos iantras não tiver ficado clara o suficiente, elaficará quando se observar o uso dos mesmos na criaçãoprática de protocolos. Por hora, é necessário que elessejam observados e compreendidos.

Exercite-se criando iantras de comando para asordens abaixo. Utilize a escrita da ordem em português,latim, inglês ou outra língua que melhor lhe aprouver.Também pode utilizar símbolos que lembrem o comando.Exemplos serão dados em cada caso.

Evocar: É um dos comandos mais básicos, trata-se defazer o protocolo vir até você, se fazer presente ao seulado. Caso clássico é o protocolo do círculo de sal, você omantém construído em um lugar seguro. Ao sentirnecessidade da proteção do mesmo, evoca-o através desteiantra. Utilize símbolos que lembrem um chamado, umaconvocação.

Despedir: Realizado seu efeito desejado, é hora doprotocolo recolhe-se. Tal é a função deste comando. Utilizesímbolos relacionados à despedidas, à adeus. Uma analogiainteressante seria uma mão mostrando as costas como

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quem chama para evocar e a mesma mão mostrando apalma para despedir.

Liberar: Estando você com a mentalização doprotocolo correta na mente ou seu veículo físico preparado,é hora de fazer seu protocolo abrir-se, sair de sua prisão. Aevocação assemelha-se à liberação, mas as duas têm umadiferença básica. Você evoca quando está longe do veículofísico do protocolo e libera quando está próximo mas oprotocolo não está manifestado. Evocações basicamentesão usadas para protocolos com veículos físicos eliberações para todos os tipos, incluindo estes.

Selar: O oposto de liberar, é o iantra que procurafazer a energia liberada de um protocolo retornar ao seurecipiente ou se tornar inativa. Em caso de protocolos comveículos físicos, esse comando tem a função de trancá-lonovamente no referido veículo.

Permaneça: Esse é um comando acessório, não tãoimportante quanto os outros dois primeiros, masindispensável quando nos referimos a alguns protocolos.Ele tem a função de fortalecer a permanência damanifestação de um protocolo. Um exemplo, quando jáestamos com um protocolo manifestado, usamos essecomando para fortalecer sua energia ou impedir que ela sedesfaça.

Evanesça: Tem a função oposta ao comando depermanecer. Sua principal diferença, junto com seucomando par, para os demais iantras é que os dois sãoutilizados em protocolos já ativos, enquanto os outrospossuem exatamente a função de ativar protocolos.

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Por fim, gostaria de informar que esses comandospodem ser usados em protocolos e magias alheias diversas,dependendo do nível de treinamento do utilizador.

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Parte 3: Protocolos Práticos

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Porque mostrar meus Protocolos

Se exponho uma teoria e não digo como a aplico naprática, é no mínimo exigir demais do leitor incentivá-lo apraticar. Em virtude disto, esta última parte deste volumese destina a elencar alguns protocolos que eu mesmoutilizo, mostrando passa a passo como foram construídos ecomo podem ser utilizados.

Você pode utilizá-los apenas como modelos para criarseus protocolos e pode, claro, fazer uso deles. No final dolivro estão meus dados de contato, fique à vontade pararelatar os resultados que obteve, será muito enriquecedorpara minha experiência com magia protocolar a informaçãosobre como cada uma das técnicas de manifesta ao serutilizada por diferentes pessoas.

Antes de tudo, é importante frisar que os protocolossão bem mais numerosos do que os contidos aqui epossuem formas de manifestação também diferentes. Oelenco de técnicas aqui fornecido não é muito grande. Issose deve ao fato de que este volume tem a função principalde apenas apresentar os protocolos. Tenho a intenção delançar outros escritos detalhando técnicas de defesamágica, cura, metamagia e muitas outras, dependendo demuitas coisas, por exemplo, a recepção do material peloseu público-alvo.

A única coisa que peço a quem ler este material é:pense grande. Se achar essas técnicas fracas, invente

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algumas mais fortes. Se achá-las simples, complique-as.Elas me foram e são muito úteis e tenho uma verdadeirarelação de afeto com alguns protocolo descritos aqui.Espero que sejam úteis para vocês como são para mim.

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O Protocolo do Círculo de Sal

O presente protocolo é um dos mais genéricos queexistem e foi escolhido como o primeiro exemplo a serdescrito por dois motivos principais. O primeiro é que ele éfácil de fazer e fácil de entender e o segundo é que suautilidade é universal. Qualquer pessoa, mesmo um nãomagista, pode fazer uso do presente protocolo ou por eleser beneficiado, todo mundo já esteve em uma situação emque precisou se defender ou defender alguém da ação deforças energéticas negativas.

Este protocolo pode ser criado utilizando apenas a suaprópria energia ou você pode criar uma conexão com umaentidade com a qual tenha afinidade, seja um anjo, umsanto, um caboclo ou orixá, qualquer entidade que possafornecer alguma espécie de proteção a você. Se usarapenas a sua energia, chame-o apenas de protocolo docírculo de sal, se contar com o apoio de alguma entidade,junte o nome da entidade ao nome da técnica, talvezCírculo de Proteção São Miguel, ou Círculo de Proteção doElemento Água, Círculo de Proteção de Thor e por ai vai.

Material Necessário:

4. Um local para guardar o veículo físicodo seu protocolo, pode ser uma caixa de sapato, uma

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caixinha de vidro, um cantinho do seu altar ou atémesmo uma sala inteira onde você construa o protocolo.

5. Sal.

6. Se for conectar a alguma entidade,uma oferenda para a entidade ou algo que se ligue a elapara representar e concentrar sua energia.

7. Testemunho (Ex. Papel com nome edata de nascimento da pessoa a ser protegida peloprotocolo.

Este protocolo consiste em um círculo feito de sal,que é um elemento de defesa, acrescido dos demaiselementos que compõem o protocolo.

Pegue o recipiente onde ficará o seu protocolo edesenhe dois círculos, um dentro do outro. A parte dedentro será o campo de proteção do protocolo, o espaçoentre os círculos será onde você colocará sua energia e ossímbolos que caracterizam o protocolo.

Cubra as duas linhas com sal, tomando cuidado paranão ficar brecha alguma.

Modus operandi:

3. Realizar banimento, para afastarenergias negativas do ambiente onde será construído oprotocolo.

4. Fazer um círculo de sal no recipienteescolhido.

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5. Utilizar um “signo” mágico paraprogramar a permanência/duração do protocolo (colocá-loem cima). Uma sugestão seria o símbolo do infinito (ofamoso 8 deitado ou lemniscato).

6. Criar um símbolo de invocação quedeverá ser colocado embaixo do recipiente.

7. Símbolo pessoal que deve sercolocado do lado direito (ex: símbolo criado com o nome domagista).

Este protocolo pode ser conectado á forças externascomo a egrégora de algum santo ou anjo.

Após ter criado o protocolo, guardá-lo em um lugarseguro com boas vibrações(ex: altares). Ativá-lo quando sesentir ameaçado ou para proteger alguém ou deixar onome de alguém permanentemente no centro do círculo,caso seja necessário.

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O Protocolo da Gênese de Mundos

Creio que dificilmente encontraremos um protocolotão trabalhoso quanto este, embora hajam alguns quecheguem bem perto. Esse protocolo possui múltiplasfinalidades, ele se enquadra na linha raiz porque a funçãodele é facilitar a prática de outros protocolos, e, porquenão dizer, facilitar o uso da magia de forma geral. Trata-se,em suma, de um poderoso exercício de visualizaçãocriativa, aplicado em vários planos, meditação, literatura,visualização, dentre outras. As possibilidades para algocomo ele são realmente tão grandes que sozinho, esteprotocolo pode constituir todo um sistema.

Talvez o atributo mais importante a um magista sejaa criatividade. A realidade é uma prisão e a magia nosensina a quebrar as grades da mesma. Se você não écapaz de usar sua mente para fugir das limitações darealidade, para visualizar eventos que o senso comum digaque são impossíveis, posso afirmar com segurança quevocê não será um bom mago, a despeito de toda a minhadisposição de geralmente não impor rótulos às pessoas.

O protocolo de gênese de mundos pode constituirsozinho um sistema porque na realidade ele já existe comoum sistema e possui diversos nomes diferentes, algunschamam de técnicas de visualização outros de projeçãomental. São todas as técnicas que utilizam a visualizaçãode uma realidade alternativa como forma de solucionaralgum problema.

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Lembre de suas brincadeiras de infância, bandido epolícia. Filmes como Ponte para Terabítia também ajudama entender o conceito. Enfim, procure criar uma realidadeapenas sua, um lugar apenas seu na sua mente. Pode serum planeta distante em que os habitantes são jeguesfalantes. Ou um mundo de cavaleiros jedai. Pode ser algomais simples como um país de magos no meio do pacífico.

Mas claro que eu coloquei isso como um protocolo,então a coisa vai um pouco mais fundo do que apenasimaginar.

Para que você entenda perfeitamente qual o objetivodeste protocolo, precisa entender como uma realidadealternativa pode servir de bateria para suas magias. Vamoscolocar como exemplo a Terra Média de Tolkien. Ela é ummundo alternativo onde certas coisas acontecem, existemvários livros descrevendo essas coisas. É um mundo quefunciona de forma independente do nosso, tem um motorgerador próprio. Se Tolkien fosse um magista poderia terprogramado a Terra Média para direcionar para seus rituaisas energias geradas por ela, que são grandes em virtudedos milhões de leitores que andam por aí com o mundodele na mente.

Mas eu não estou propondo que você invente umanova Terra Média e se torne um escritor best seller apenaspara usar magia. Estamos falando de algo muito particular,a criação de uma realidade alternativa só sua. Não vou darnenhum exemplo porque é realmente algo muito particularque só sua mente deve criar. Explicarei apenas quebenefícios a técnica proporcionará.

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A nossa mente é um motor de energia de proporçõesdesconhecidas. Ninguém faz ideia do potencial total quenossa mente possui nem quais são os limites de seuspoderes. Este protocolo é uma forma segura de canalizarsua energia mental para seu próprio uso.

Quando você construir uma realidade alternativa namente que funcione de forma autônoma ela sedesenvolverá sozinha. Você cria um reino habitado pormagos divididos em duas facções, escreve em papel ascaracterísticas básicas e quando menos esperar essarealidade estará se desenvolvendo sozinha. Sem que vocêperceba sua mente será assaltada por novos eventos queocorrerão em seu mundo particular.

Você pode assumir um personagem nesse mundo.Você é, por exemplo, o mago príncipe herdeiro do trono,filho do rei atual, que precisa lutar muito para realmenteherdar o trono do seu pai. É algo semelhante a um RPG,mas onde você mesmo cria o cenário.

Sua energia mental alimentará este mundo, e quandoele passar a desenvolver eventos de forma autônoma elereproduzirá essa energia, criando uma energia própria.

Você pode criar um protocolo de acesso a essaenergia para usar em rituais. Pode usar visualizações destaoutra realidade como forma de atingir estados alterados deconsciência. Pode viajar para lá apenas como forma de sedivertir.

Algumas ideias:

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5. Crie no seu mundo um mar dedescarrego, um local para onde você pode direcionar suasenergias negativas;

6. Crie uma hospedaria guardada porseguranças oníricos que protegem o sono de quem ládorme de influências externas. Vá dormir nessa hospedariatoda noite.

7. Crie uma loja de guloseimas querecarregam energia psíquica. Será uma excelente forma desua mente recarregar a si própria.

8. Crie uma piscina natural da eternajuventude, como forma de recarregar as forças também.

9. Crie objetos de poder e construaseus equivalentes em nossa realidade.

4. Exercite características suas queconsidere que precisam de um reforço: como timidez. Crieum personagem super extrovertido na sua realidadealternativa e procure sincronizar-se com ele quando, nomundo real, precisar deixar a timidez de lado.

5. Seja ousado e se torne o Deus do seumundo. Alterando as coisas que desejar e vendo a históriasob o ponto de vista de vários personagens. Lembrandosempre que a principal função de um Deus é manter oequilíbrio do mundo, então não mude tudo o tempo todo,crie estabilidade. Segurança.

6. Você pode escrever contos sobreeventos que ocorreram no seu mundo ou com seupersonagem. Divulgue seus contos com seus amigos, na

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internet, ao ler os contos o mundo se torna real na cabeçade mais pessoas e assim fica mais forte sua visualização.

Com o intuito de dar um exemplo coloco a seguir umadescrição do meu metamundo, Gêndia.

Gêndia é um planeta com três grandes massas deterra habitada, com habitantes variando da civilização àselvagens tribais. Há pouca interação entre os mesmos,com raras exceções. A característica mais importante desseplaneta é que seu plano material possui um intercambioclaro e marcante com outros planos, como os planosespirituais, a ponto de todos esses planos seremconsiderados por seus habitantes uma realidade só, aocontrário da Terra, onde os tratamos como mundosdiferentes.

Uma consequência desse fato é a presença marcantede magia que proporciona a manifestação de diversosefeitos físicos imediatos, e a convivência com seres doplano etérico, dragões e feéricos, seres de planos debaixíssima vibração, os faces sombrias, e seres híbridosentre dois planos, os meiassombra, criados a partir dehumanos possuídos por seres das faces sombrias.

A sociedade é estruturada em três divisões principais:as pessoas comuns, seres humanos sem o despertarmágico, que vivem nos campos, pequenos aglomeradosurbanos ou inseridos nas grandes cidades mantidas pelasegunda classe que são aqueles despertos para a magia,lidar com a magia é considerada uma habilidade oriunda daprópria evolução espiritual, quem não é mago é porqueprecisa ir e voltar várias vezes até aprender a ser. A

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evolução na magia não é acompanhada de evoluçãomoral, há seres com altos poderes mágicos e nenhumpuder em fazer coisas ruins. Assim como nascem pessoascom tanto poder mágico que não conseguem controlar, eeles possuem inclusive um nome especial. Dificilmente umfilho de mago nasce sem a habilidade, e se nascer, de cedoé ensinado a despertar, a magia não é considerada umaquestão de sangue, mas sim herança espiritual, então umfilho de dois não magos que se saiba que é a reencarnaçãode um feiticeiro muito poderoso, desde logo é tido comoalguém poderoso e respeitado como seria seu eu anteriorem algumas tradições. Os magos se estruturam em ordens,e há várias ordens rivais, as ordens dominam a ciência, amedicina e até a religião, as sedes de algumas ordens dãoorigem a cidades.

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O Rosário dos Protocolos

Provavelmente este é o protocolo mais complexo queserá apresentado neste escrito. Ele mistura praticamentetodos os conceitos apresentados até aqui. Ele é complexomas não é complicado de realizar. E sua utilidade éfacilmente compreendida também.

O Rosário dos Protocolos é um terço, ou rosário, ouseja um colar de contas, onde cada conta é uma chavepara a ativação de um dos seus protocolos pessoais. Parafacilitar o entendimento, enumerarei o material necessárioe os passos de confecção do objeto para depois dar váriosexemplos de utilização.

Material necessário:

O mais indicado é você confeccionar completamente oseu rosário. Utilizar um colar ou rosário de origem religiosapode não ser interessante pela energia com que tal objetojá virá carregado. Um objeto mágico confeccionado pelopróprio dono conterá suas energias em cada pequenoelemento, ou seja, terá o mínimo de influência externa.Então você pode comprar contas de madeira (acho asmelhores) de pedra ou outro material natural (é bom evitarmateriais sintéticos, mas vai do gosto e das habilidades decada um).

Outra coisa interessante é usar um método deconfecção que permita a fácil inserção de novas contas,

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porque você criará protocolos novos para colocar no seurosário. Uma boa visita a uma boa loja de material parabijuterias e semijoias resolverá todos os seus problemas.

5. Compre contas todas do mesmotamanho e uma conta maior para ser o centro dosprotocolos. O meu rosário particular é da seguinte forma.Ele possui uma contra grande no centro, onde está meuiantra pessoal. Do lado direito da conta grande estãocontas com os iantras de comando (abrir, selar, manifestar,etc). E do lado direito estão contas representativas dosmeus protocolos. Os dois lados são unidos por outra contagrande de caráter religioso pessoal, que fica no lado opostoà conta do iantra pessoal. As contas de comando e dosprotocolos são de mesmo tamanho, levemente menoresque as duas grandes.

Mas você não precisa se ater a esse formato. Vocêpode colocar seu iantra de comando no centro e colocarseus protocolos dos dois lados, colocando protocolos dolado esquerdo e direito de acordo com suas afinidades.Pode também não colocar as contas dos iantras decomando, usando só as contas dos protocolos evisualizando no ar os iantras de comando.

6. Como confeccionar: Ser um artesão deobjetos mágicos exige muita atenção. Não bastasimplesmente seguir os passos. Você precisa entender queaté seu estado emocional durante a confecção afetará oresultado final. Creio que tais advertências não são tãonecessárias porque é praticamente senso comum em todoo mundo ocultista/esotérico o papel das emoções nas

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práticas mágicas e meditativas de modo geral. É bom quevocê compre contas de madeira já furadas. Procureresguardar o manuseio do seu rosário a si próprio, é umobjeto destinado a evocação de protocolos por você, eapenas você. A excessiva contaminação dele com energiasalheias pode comprometer sua eficácia. Você pode criarseu rosário em forma de um discreto colar ou pulseira, deforma a poder andar com ele em qualquer situação.

Utilização do Rosário dos Protocolos:

4. Manipule seus protocolos utilizando orosário. Seguro a conta de um iantra de comando, exemplo(abrir) e em seguida a conta de um protocolo, exemplo(círculo de sal) como uma forma rápido de evocá-lo. Parafazer um protocolo ser desativado realize o procedimentooposto.

5. Atrele a ativação de um protocolo autilização de um rosário específico. Você pode tornar orosário a única chave de acesso a um protocolo,dificultando a utilização deste por pessoas que não sejavocê. Em utilização de protocolos grupais, atrele autilização das técnicas do grupo à presença de umadeterminada conta de acesso nos rosários dos membros.

3 Transforme as contas em veículos físicosde protocolo. É uma utilização interessante. Tornando aconta a própria manifestação física de um protocolo é umaforma de tê-lo sempre com você.

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4 Atrele a existência do protocolo àprópria existência da conta. Isso pode ser feito comservidores também e é mais interessante fazer isso se ascontas forem os próprios veículos físicos. Realizado esteprocedimento com sucesso, a destruição de um protocolopode ser realizada através da mera destruição de sua contade evocação.

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Ritual de Ativação de ProtocoloSimples

Esse ritual foi elaborado apenas para servir deparadigma para leitores iniciantes que não fazem a mínimaideia de como dar vida a um protocolo. Quaisquerelementos do mesmo podem ser alterados por aqueles quevocê já utiliza com sucesso em ativação de sigilos eservidores, apenas para citar um exemplo. Algunsprotocolos não exigem qualquer ritual de ativação, dependemuito do tipo.

Material Necessário: Sal, água, incenso, vela.

Procedimento:

Prepare o altar com todos os elementos em cima,deixe o aroma do incenso invadir o ambiente, é bom evitaruma ativação onde o objeto fique diretamente no chão,para evitar uma interação com as energias telúricas.

Manter a varinha (fonte) a ser ativada próxima aoaltar. Traçar um círculo de proteção. Sal e água (se não jáfeito como parte da projeção do círculo).

Faça o seguinte:

1. Levante a peça com as duas mãos, colocando-a naaltura dos seus olhos e diga: (NOME DO PROTOCOLO) eusou fulano, eu te ergo para me proteger sempre que forchamado e proteger a quem eu desejo sempre que for

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invocado. (DIGA ESSAS PALAVRAS TRAÇANDO O símboloDO SEU NOME EM CIMA DO PROTOCOLO)

Medite sobre a peça, na sua história e construção, nospropósitos que tem para ela; Concentrando-se no laço queestá construindo entre você e ela.

Aspirja a peça com sal (representando terra)

Aspirja ela com água (representando água)

Passe a peça pela fumaça do incenso (representandoo ar)

Passe ela pelo ou sobre a vela ou o altar flamejante(representando o fogo)

Mantenha a peça para cima, apontada para cima, ecomande: Te levarei nos meus caminhos, como uma partede mim. Sou grato por esse momento, grato por estarmosaqui. (pode falar outras coisas que achar necessário dizerpara a fonte).

Coloque uma fotografia sua no centro do protocoloassim que ativá-lo e deixe-a la por pelo menos 24 horas. Sedesejar pode deixá-la la permanentemente.

Abra o círculo antes de sair dele.

Nota: uma entidade pode ser invocada se o protocolofor ligado a ela.

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Nota Final: Obrigado Leitor

Acho que todo livro deveria ter uma nota como esta.Em um mundo de tantos entretenimentos sedutores, vocêparou para ler um livro, parabéns. E esse livro foiexatamente o meu, MUITO OBRIGADO.

Todo escritor é um pouco palhaço, não existe isso deescrever sem ligar se as pessoas vão gostar ou não. Todoescritor quer ser lido. Alguns querem causar polêmica,outros querem encantar. Mas não há aquele que escreveapenas para guardar seus escritos em uma gaveta e nuncalevar a público.

Considerando que este é um livro que trata de magia,você provavelmente é um magista ou aspirante a magista.Neste caso, desejo muita luz e muitas realizações no seucaminho. Nunca desista, não é um caminho fácil, mas érecompensador e além do mais, fascinante.

Deixo aqui meu e-mail para contatos, críticas,sugestões para próximos escritos, elogios e qualquer outracoisa que você deseje falar que não atente contra a moral,os bons costumes e as leis do país.

Namastê.

Ian Morais

www.viasocultas.blogspot.com

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