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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA UTILIZAÇÃO DO “TARGET COSTING”. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA Koki Ono Dissertação apresentada ao Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, para obtenção de Título de Mestre em Controladoria e Contabilidade. . São Paulo 2003

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA

UTILIZAÇÃO DO “TARGET COSTING”. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

Koki Ono

Dissertação apresentada ao Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, para obtenção de Título de Mestre em Controladoria e Contabilidade.

.

São Paulo 2003

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA

UTILIZAÇÃO DO “TARGET COSTING”. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

Koki Ono

Dissertação apresentada ao Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, para obtenção de Título de Mestre em Controladoria e Contabilidade. Orientador: Prof. Dr. Antonio Robles Jr.

São Paulo 2003

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Reitor da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Adolpho José Melfi

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Profª. Dra. Maria Tereza Leme Fleury

Chefe do Departamento de Contabilidade e Atuária

Prof. Dr. Reinaldo Guerreiro

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FICHA CATALOGRÁFICA

Ono, Koki Utilização do “Target Costing” : um estudo exploratório

em municípios de Santa Catarina / Koki Ono – São Paulo: FEA/USP, 2003.

164 p. Dissertação de Mestrado Bibliografia.

1. Contabilidade de custos. 2. Método de custeio. I.Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.

COD – 657-42

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Dedico este trabalho a minha esposa Rose, aos meus filhos: Charles, Keiko e Pierre, e ao neto Bruno.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho tornou-se possível graças ao estímulo e ajuda de muitas pessoas, às quais quero deixar aqui consignados meus agradecimentos.

Tudo começou com o convênio firmado entre a Universidade de São Paulo,

através do Departamento de Contabilidade e Atuária, o Conselho Federal de Contabilidade e a Universidade do Vale do Itajaí, aos quais dedico o meu profundo agradecimento por ter contribuído na realização deste sonho acalentado há mais de 15 anos.

À Universidade do Vale do Itajaí, na pessoa do Magnífico Reitor Dr. José

Roberto Provesi, na época Pró-Reitor de Pós-Graduação, Prof. Ciro Renato Rebello, Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, Prof. José Carlos Terres, Coordenador do Curso de Ciências Contábeis, que não mediram esforços em proporcionar os recursos materiais e financeiros para a realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Antonio Robles Junior, como orientador, que, nos momentos

difíceis e de indecisão, mostrou-me o caminho a ser trilhado nesta árdua conquista. Da mesma forma, ao Prof. Dr. Gilberto de Andrade Martins que teve a paciência em auxiliar-me nas questões metodológicas, aos Professores Drs. Welington Rocha e Ilse Maria Beuren pelas valiosas contribuições como membro da banca examinadora, e ao Prof. Diogo Toledo do Nascimento pelo incentivo.

A eficiente secretária Maria Lúcia (Malú), sempre presente com a sua

dedicação materna, e aos professores: Odival Faccenda, Margarida Emmerich de Borba, Sueli Maria Stoll, Cynthia Philipps, Hélio Floriano dos Santos.

Aos amigos: Ana Cristina, Anacleto Pinto, Eliane Ávila, João Balduino e José

Pereira, os quais durante o período das aulas presenciais, e na fase da dissertação, não faltaram com a palavra de incentivo para levar à frente este trabalho.

Aos gestores das empresas que abriram as suas portas para que fossem

realizadas as entrevistas, sem os quais este trabalho não poderia ser executado, e aos colegas professores que prontamente responderam os questionários.

A minha esposa, Rose pela paciência diante da minha ausência de corpo, de

palavra e de carinho. Aos meus filhos: Charles, Keiko e Pierre, que mesmo distantes, transmitiram-me pensamentos positivos Aos meus pais que me colocaram no mundo e, mesmo com dificuldades, souberam me educar.

A Deus, obrigado, é o que posso dizer ao criador por ter-me possibilitado

galgar um pouco mais nesta trajetória da vida.

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RESUMO

ONO, Koki. Utilização do “Target Costing”, um estudo exploratório em municípios de Santa Catarina. 2003, 164p. Dissertação Mestrado – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, SP.

O Sistema de Gerenciamento de Custos, denominado “Target Costing” foi desenvolvido pelos japoneses, nos anos sessenta, que adotou a técnica americana chamada Engenharia de Valor, a qual consiste no cálculo do custo a partir do preço de venda estabelecido pelo mercado. Sua aplicação é especialmente importante num ambiente de competitividade empresarial. Este trabalho de pesquisa objetivou levantar dados e conhecer através da pesquisa exploratória descritiva, quais métodos, sistemas ou técnicas de custeio são utilizadas pelas empresas de médio e grande porte, localizadas em municípios do Estado de Santa Catarina, principalmente nas cidades de Itajaí, Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Brusque, Joinville e Tijucas, visando a identificar propensões à utilização do Sistema de Gerenciamento de Custo “Target Costing”. Adicionalmente, buscou-se levantar dados através de questionários junto aos professores das disciplinas de custos, nos cursos de graduação em Ciências Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior nos municípios de Itajaí, Blumenau, Brusque, Joinville e Florianópolis. Durante a pesquisa constatou-se que, o Sistema de Gerenciamento de Custos denominado Target Costing, ainda não despertou grande interesse no meio empresarial e no meio acadêmico. Percebe-se que os pesquisadores têm buscado, incansavelmente, uma nova forma de gerenciar os custos. No entanto, o resultado desta busca tem sido pouco aplicado, ou a sua operacionalização não foi suficientemente esclarecida para incentivar a sua implementação nas empresas entrevistadas, que são as maiores interessadas, para reduzir seus custos, na busca constante da sobrevivência. Diante das constatações, conclui-se que os métodos tradicionais ainda estão presentes nas empresas pesquisadas, contrapondo a literatura que defende a eficácia dos outros métodos e/ou sistemas discutidos durante o desenvolvimento do trabalho.

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ABSTRACT

ONO, Koki. The use of “Target Costing”, an exploratory study carried out in towns in the State of Santa Catarina. 2003, 164p. Masters Degree Dissertation – Faculty of Economics, Administration and Accounting, University of São Paulo, SP.

The Cost Management System known as “Target Costing” was developed by the Japanese during the 1960s. It is based on an American technique known as Value Engineering, which calculates the cost of a product based on the sale price determined by the market. Its application is particularly important in an environment of business competitiveness. The objective of this research is to gather data and discover, through a descriptive, exploratory investigation, which costing methods, systems or techniques are used by large and medium-size companies located in the towns of the State of Santa Catarina, specifically, in the towns of Itajaí, Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Brusque, Joinville and Tijucas, with the aim of identifying trends in the use of the “Target Costing” Cost Management System. Data was also gathered using a questionnaire, which was applied to professors of the Cost Management disciplines of undergraduate programs in Accounting Sciences and Business Administration of Higher Education Institutions in the towns of Itajaí, Blumenau, Brusque, Joinville and Florianópolis. It was noted, during the carrying out of this research, that the Cost Management System known as Target Costing have still not attracted much interest in either business or academic circles. It was noted that researchers have been tirelessly seeking a new way of managing costs. However, the result of this search has been little used, or else its operation has not been sufficiently explained to promote its use in the companies interviewed, which comprise the main party interested in reducing their costs, in their continuous struggle for survival. Based on the results, it was concluded that traditional methods are still used by the companies researched. This appears to contradict the literature, which supports the effectiveness of other methods and/or systems discussed in this work.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................01 1.1 Contextualização.............................................................................................................01 1.2 Situação Problema .........................................................................................................04 1.3 Objetivos.........................................................................................................................07

1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................07 1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................................07

1.4 Antecedentes...................................................................................................................08 1.5 Justificativa do Estudo ...................................................................................................08

CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..............................................................13

2.1 Introdução.......................................................................................................................13 2.2 Sistemas ..........................................................................................................................14 2.3 Engenharia de Valor .......................................................................................................15 2.4 Sistema de Gerenciamento de Custo - Target Costing ...................................................22

2.4.1 Antecedente Histórico ...........................................................................................22 2.4.2 Definições .............................................................................................................26 2.4.3 Fundamentos do Target Costing ...........................................................................31 2.4.4 Objetivo do Target Costing...................................................................................39 2.4.5 Premissa do Target Costing ..................................................................................39 2.4.6 Princípios do Target Cost......................................................................................40 2.4.7 Implicações estratégicas do Target Costing .........................................................42 2.4.8 Necessidade do Target Costing.............................................................................45 2.4.9 Processos e estabelecimento do Target Costing ...................................................46 2.4.10 Contabilidade Empresarial e o Target Costing ...................................................48 2.4.11 Questões Comportamentais.................................................................................49 2.4.12 Custo-Alvo (Target Costing) ..............................................................................50 2.4.13 Características Comparativas ..............................................................................52

2.4.13.1 Comparação entre o Target Cost e a visão tradicional........................52 2.4.13.2 Comparação entre o Target Cost e o Custo-Padrão ............................53

2.4.14 Target Costing operacional ou estratégico? ........................................................55 2.4.15 Fases para estabelecer o Target Costing .............................................................56

2.4.15.1 Pesquisa de mercado ...........................................................................57 2.4.15.2 Análise da concorrência ......................................................................58 2.4.15.3 Definir produtos e nicho de consumidores e/ou clientes.....................58 2.4.15.4 Compreender a necessidade dos consumidores e/ou clientes .............58 2.4.15.5 Definir as características do produto...................................................59 2.4.15.6 Preço-alvo de venda (mercado)...........................................................59 2.4.15.7 Margem de lucro desejada ..................................................................60 2.4.15.8 Custo máximo permitido.....................................................................61 2.4.15.9 Cálculo do custo estimado ..................................................................62

2.4.16 Fases para atingir o Target Cost..........................................................................63 2.4.16.1 Projetar produto/processo....................................................................65 2.4.16.2 Executar a engenharia de valor/análise de valor .................................66

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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA........................................................................................69 3.1 Breve histórico do desenvolvimento econômico do Estado de Santa Catarina ..............69 3.2 Delimitação do Campo de Estudo .................................................................................71 3.2.1 Delimitação Geográfica e Ramo de Atividades ................................................... 71 3.3 O Método da pesquisa ....................................................................................................71 3.4 Sujeitos da pesquisa .......................................................................................................73 3.5 Grau de representatividade da amostra...........................................................................74 3.6 Técnica de pesquisa e instrumento para coleta de dados................................................76 3.7 Decomposição das etapas concluídas .............................................................................81 3.8 Inferência ........................................................................................................................82 3.9 Pesquisa realizada no meio acadêmico...........................................................................83

CAPÍTULO 4 ANÁLISES E RESULTADOS ....................................................................85

4.1 Análise de conteúdo........................................................................................................85 4.1.1 Dados do ambiente – empresa..............................................................................85 4.1.2 Cargos e Titulação dos gestores entrevistados .....................................................86 4.1.3 Método de Custeio Utilizado pelas empresas.......................................................88 4.1.4 Sistema de Custo para tomada de Decisão e Controle Utilizado pela Empresa...90 4.1.5 Sistemas de Gerenciamento de Custos Utilizado pelas Empresas .......................94

4.1.5.1 ABC (Activity Based Costing).................................................................95 4.1.5.2 UEP - Unidade de Esforço de Produção..................................................98 4.1.5.3 Gecon - Sistema de Informações Econômicas ........................................99 4.1.5.4 Sistema de Gerenciamento de Custo “Target Costing”........................100 4.1.5.5 Outros Sistemas de Gerenciamento de Custos ......................................102 4.1.5.6 Não utilizam nenhum Sistema de Gerenciamento de Custos ................112

4.1.6 Metodologia para determinar o preço de venda .................................................114 4.1.6.1 Uso do Mark-up para formação de preço de venda...............................116 4.1.6.2 Preço de Mercado para formação do Preço de Venda...........................118 4.1.6.3 Metodologia para estabelecer o preço de custos ...................................121

4.1.7 Outras análises de conteúdo ...............................................................................122 4.1.7.1 Quais os Motivos e os Benefícios que levaram a empresa a adotar o

Método de Custeio? ..............................................................................122 4.1.7.2 Quais os Motivos e os Beneficios que levaram a empresa a adotar

o Sistema de Custos para Tomada de Decisão e Controle?...................123 4.1.7.3 Quais os Motivos e os Beneficios que levaram a empresa a adotar

o Sistema de Gerenciamento de Custos?...............................................124 4.1.7.4 O Senhor Conhece o Sistema de Gerenciamento de Custos “Target

Costing” ou Custeio Alvo? ...................................................................125 4.1.7.5 Por que o Target Costing não é Aplicado na Empresa? .......................125 4.1.7.6 Outros Dados – Características das Empresas Selecionadas.................127

4.2 Análise estatística .........................................................................................................129 4.3 Ambiente Acadêmico ...................................................................................................137

4.3.1 Análise dos dados coletados no Ambiente Acadêmico.......................................138 4.3.1.1 Corpo docente.........................................................................................138 4.3.1.2 Instituição de Ensino Superior................................................................141

4.4 Indicadores da propensão à aplicação do Target Costing.............................................144

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CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................149

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................153 APÊNDICE 1........................................................................................................... 165 APÊNDICE 2........................................................................................................... 172 APÊNDICE 3........................................................................................................... 178

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Simulação de mercado ............................................................................. 37

Figura 2: Custo Máximo Permitido ......................................................................... 52

Figura 3: GAP........................................................................................................... 52

Figura 4: Fases para estabelecer o Target Costing ................................................... 57

Figura 5: Fases para estabelecer o custo total .......................................................... 64

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Cargos dos Entrevistados ....................................................................... 86 Gráfico 2: Titulação Acadêmica em Nível de Graduação....................................... 87 Gráfico 3: Titulação Acadêmica em Nível de Pós-Graduação ............................... 87 Gráfico 4: Tempo de Função dos Entrevistados...................................................... 87 Gráfico 5: Nível de utilização dos Métodos de Custeios ....................................... 88 Gráfico 6: Nível de utilização do Sistema de Custos para Tomada de

Decisão e Controle ............................................................................... 91 Gráfico 7: Nível de utilização do Sistema de Gerenciamento de Custos ............... 95 Gráfico 8: Método utilizado para estabelecer o preço de venda ........................... 115 Gráfico 9: Nível de Exportação por Ramo de Atividade ...................................... 127 Gráfico 10: Composição dos Custos de Fabricação ................................................ 128 Gráfico 11: Análise de Tendência Central .............................................................. 136 Gráfico 12: Nível de conhecimento do Método de Custeio e Sistema de

Custos para tomada de decisão e controle............................................ 139 Gráfico 13: Nível de conhecimento dos Sistemas de Gerenciamento de

Custos................................................................................................... 140

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características comparativas entre o Target Cost e a Visão Tradicional ............................................................................................. 53

Quadro 2: Características comparativas entre o Target Cost e o Custo

Padrão .................................................................................................... 54 Quadro 3: Fases para decidir fabricar ou não o produto ......................................... 63

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LISTA DE TABELA

Tabela 1: Número de empresas selecionadas........................................................ 74 Tabela 2: Número de empresas entrevistadas ....................................................... 75 Tabela 3: Dados brutos para análise de independência entre variáveis:

Titulação e cargos ............................................................................... 130 Tabela 3.1: Análise de dependência entre a titulação e cargos dos

entrevistados........................................................................................ 131 Tabela 3.2: Análise do grau de liberdade............................................................... 131 Tabela 4: Dados brutos: cargos, titulação, pós-graduação com os métodos

e sistemas de custos para tomada de decisão e controle .................... 133 Tabela 5: Dados brutos: cargos, titulação, pós-graduação com os sistemas

de gerenciamento de custos................................................................. 134 Tabela 6: Dados brutos para análise de tendência central................................... 136

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Desde os primórdios da história, o ser humano, inseparável de sua natureza

gregária, busca constantemente a união de esforços para a satisfação de suas

necessidades físicas, emocionais e espirituais.

O ser humano agrupou-se em organizações para melhor aproveitar suas

capacidades individuais. Essas organizações unem conhecimento e outras habilidades

dos indivíduos, potencializando o produto final do esforço, através do

desenvolvimento em conjunto das mais diversas atividades.

Ao longo do tempo, as organizações modificaram-se, cresceram e

reorganizaram-se cultural e socialmente, impactando o desenvolvimento das

civilizações e sendo por elas impactadas sob todos os seus aspectos: sociais, jurídicos,

políticos, tecnológicos etc.

Nesse desenvolvimento, em busca do atendimento de suas necessidades

materiais, a humanidade criou as organizações produtivas, desde as mais rudimentares

unidades familiares de produção até as modernas empresas transnacionais.

Em sua essência, a organização produtiva, seja qual for seu porte, espécie ou

sistema produtivo a que pertença, enfrenta o desafio econômico, simbolizando a

dicotomia “recursos escassos versus necessidades ilimitadas”.

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Apesar do intenso desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade,

notadamente no último século, ainda se vive num mundo de recursos escassos para o

atendimento das necessidades materiais dos seres humanos.

Considerando-se que as empresas são agentes econômicos e que a atividade

econômica se caracteriza pela agregação de valor aos fatores produtivos em função de

sua escassez, pode-se dizer que a empresa deve ser eficaz na execução de suas

atividades, agregando o maior valor possível na utilização dos recursos (Cruz, 1991).

A atividade industrial caracteriza-se pela necessidade contínua de decisões que

impactam diretamente a eficácia organizacional. Os efeitos das decisões materializam-

se operacional, financeira e economicamente, iniciando-se com a igreja, no Império

Romano, passando pela Revolução Industrial e, consolidando-se depois da Segunda

Guerra Mundial. Hoje, com a transformação de uma economia localizada para uma

economia globalizada, as empresas precisam ser muito mais competitivas para

sobreviver, pressionadas pela concorrência muito maior entre empresas.

Devido a essa revolução no mundo dos negócios, as empresas necessitam

trabalhar cada vez mais para oferecer produtos de qualidade, úteis e funcionais, a

preço cada vez menor e, conseqüentemente, uma margem de lucro cada vez mais

reduzida. Assim, uma competente administração de custos torna-se um fator

fundamental para o sucesso da organização.

Com a economia aberta aos capitais internacionais, os produtos nacionais não

estão mais competindo apenas entre si, vêm sofrendo uma grande pressão dos

produtos importados que, na maioria das vezes, são altamente competitivos, ora

devido aos subsídios, ora pelo uso de tecnologia avançada que contribui para a

redução dos custos, ou até mesmo pelo protecionismo de mercado de alguns países

que impede as exportações dos produtos nacionais.

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Mas, apesar de todos este fatores impeditivos, por muitos anos os preços têm

sido fixados entre compradores e vendedores, ou seja, os vendedores pedem um preço

acima do que esperam receber, e os compradores oferecem o preço abaixo do que

podem pagar, numa discussão interminável até que alguém ceda para alcançar o preço

de consenso.

Com os avanços tecnológicos aliados aos meios de comunicação, os

consumidores finais passaram a ser cada vez mais exigentes quanto à qualidade,

utilidade e funcionalidade dos produtos. Com isto, as empresas foram pressionadas a

firmar os seus preços de acordo com o mercado. Com essa mudança, as organizações

precisaram se adequar a essa nova realidade, na qual o preço de venda é a base para se

estabelecer os custos, adicionando remuneração mínima para a sobrevivência da

organização, ou seja, o mercado passa a ser considerado restrição aos custos dos

produtos, mercadorias ou serviços.

(...) em um sentido restrito, preço é um volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço. Em um sentido mais amplo, preço é a soma dos valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto ou serviço. (Kotler & Armstrong, 1998, p. 235).

Nesse sentido, existe vasta literatura na busca de Métodos com objetivos de

aumentar a produtividade, reduzir custos, otimizar os resultados, sem reduzir a

qualidade, utilidade e funcionalidade dos produtos. Dentre esta literatura, destacam-se

os Métodos de Custeio: Pleno como RKW – (Reichskuratorium für

Wirtschafilichtkeit), Absorção e Direto. Surgiram também os Sistemas de

Gerenciamento de Custos: JIT (Just-in-Time) no Japão, em meados da década de

1970; a TOC (Theory of Constraints), em Israel, no início da década de 70; Sistema

Kaizen, considerado mais uma filosofia do que um Sistema de Gerenciamento de

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Custos, no Japão, na década de 60; TQM (Total Quality Management), ABC (Activity

Based Costing), nas primeiras décadas do século XX, mas a sua divulgação se deu a

partir segunda metade dos anos 80; ABM surgiu na década de 90; UEP (Unidade de

Esforço de Produção), considerado mais um método do que um sistema, trazido ao

Brasil por Franz Allora, no início dos anos 60; GECON (Sistema de Informação de

Gestão Econômica), que foi idealizado e está sendo desenvolvido por uma equipe de

professores da USP coordenada pelo professor Armando Catelli, a partir da década de

70; Target Costing, ou Genka Kikaku em japonês, ou Custeio Alvo. O foco desse

estudo, originalmente criado pelos japoneses, nos anos 60, foi baseado na idéia

americana de Engenharia de Valor.

1.2 Situação Problema

As mudanças ocorridas nas últimas décadas, derivadas da revolução

tecnológica aliada aos meios de comunicação em massa - que têm exercido um papel

fundamental na divulgação dos produtos e serviços existentes no mercado, alterando

assim os gostos dos consumidores e as expectativas dos concorrentes, forçando as

empresas, cada vez mais, a administrar esta nova realidade na decisão de produzir

novos produtos, nos custos de produção e principalmente para a formação adequada

do preço de venda – estabeleceram uma nova realidade, tornando-se um fator mais

do que necessário para o sucesso da organização.

Para resumir estas mudanças, busca-se a citação de Rocha e Martins Aversari

(a) (1999, p. 83).

Cada vez mais pressões, como o crescente intercâmbio econômico internacional emergente, novas possibilidades de investimentos e negócios, constante e veloz melhoria da tecnologia, entre outras, têm exigido das empresas que cada vez mais analisem as estratégias a serem seguidas no decorrer de suas atividades de forma a vencer os concorrentes.

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Na tentativa de vencer os concorrentes cada vez mais preparados, ocupar os

espaços e conquistar cada vez mais consumidores dos seus produtos, têm surgido

várias literaturas nacionais e estrangeiras que tratam dos Métodos de Custeio e

Sistemas de Custos com o propósito de oferecer aos usuários uma metodologia que

seja capaz de solucionar esses problemas na tomada de decisões estratégicas.

Devido a essa necessidade competitiva para a sobrevivência da organização e,

a conquista de consumidores cada vez mais exigentes, as organizações deverão ter

como objetivo as seguintes questões: (1º) atender aos anseios dos consumidores com

produtos de qualidade, utilidade e durabilidade; (2º) formar preços compatíveis com

a percepção desses consumidores.

Frezatti (1988, p.18) expõe que:

o processo de formação de preços, em qualquer dos tipos de mercado pressupõe a idéia de que seja alcançada uma situação de equilíbrio entre as forças da procura e da oferta, estabelecendo determinado nível de preço. Por equilíbrio, entende-se a situação em que não existe razão plausível para deslocamento, mas para permanência de inalterabilidade, de harmonia entre forças opostas.

Num mundo altamente competitivo como o que existe hoje, são raros os

produtos que não tenham um preço de mercado, se não completamente definido, pelo

menos com alguma base para comparação. Neste sentido, segundo Cooper & Chew

(1996, p.89), inúmeras pesquisas têm sido feitas e o resultado mostra que de 70% a

90% dos custos de um produto são determinados no seu projeto. Evidentemente estes

dados dependem do ramo de atividade.

Na década de 1960, foi criado pela Toyota, no Japão, um novo sistema de

formação de preço de venda e gerenciamento de lucros e custos chamado Target

Costing. Este sistema espalhou-se rapidamente nas indústrias japonesas,

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principalmente nas montadoras e, na década de 80, foi difundido na Alemanha e

Estados Unidos, através de autores japoneses como Sakurai e Monden, dentre outros,

e por autores ocidentais, principalmente os alemães e americanos.

Target Costing, como custeio voltado para o mercado, concentra-se nas

exigências do cliente e usa o conceito de custo admissível para passar a pressão da

concorrência para os responsáveis pelo design e fornecimento da empresa. Pode-se

fracionar o custeio voltado para o mercado em cinco passos (os dois primeiros

abrangem todos os produtos da empresa; os três seguintes são realizados para cada

novo produto):

1)

2)

3)

4)

5)

estabelecer os objetivos de lucro e venda de longo prazo da

empresa, destacando o papel primário do Target Costing como uma

técnica para o gerenciamento de lucro;

estruturar as linhas de produtos para obter a máxima rentabilidade;

estabelecer o preço de venda-alvo do produto, isto é, o preço ao

qual se espera vender o produto, quando este for lançado;

estabelecer a margem de lucro alvo que a empresa precisa em um

produto, para alcançar seus objetivos de longo prazo;

calcular o custo admissível, subtraindo a margem de lucro-alvo do

preço de venda alvo. (tradução nossa) (Cooper, R. e Slagmulder, R,

1998).

Esta pesquisa busca verificar qual Método de Custeio, Sistema de Custos para

Tomada de Decisão, e Controle e Sistemas de Gerenciamento de Custos são

utilizados pelas empresas pesquisadas, localizadas nos municípios de Itajaí,

Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Brusque, Joinville e Tijucas, e

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principalmente no que se refere ao Target Costing, verificar se é utilizado ou se pelo

menos há uma propensão à sua utilização.

Buscou-se ainda investigar o nível de divulgação deste sistema nos meios

acadêmico, analisando o perfil dos professores que lecionam as disciplinas de

Contabilidade de Custos I e II, Análise de Custos, Contabilidade Gerencial, Gestão

Estratégica de Custos e Controladoria nos cursos de graduação em Ciências

Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior dos municípios de

Itajaí, Blumenau, Brusque, Joinville e Florianópolis.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Conhecer a utilização do Sistema de Custos das empresas industriais de porte

médio e grande em municípios do estado de Santa Catarina, visando constatar

propensões à utilização do Target Costing.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Revisar o embasamento teórico do Sistema de Custos denominado Target

Costing pelos autores nacionais e internacionais.

• Levantar os sistemas de custos praticados pelas empresas e as condições

favoráveis e desfavoráveis à implantação do Target Costing.

• Analisar o papel das Instituições de Ensino Superior na transmissão de

conhecimento e utilização dos Sistemas de Gerenciamento de Custos.

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1.4 Antecedentes

Dando prosseguimento ao estudo de Ari Roedel e Ilse Maria Beuren,

apresentado no Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em

Administração – ENANPAD/2001, intitulado: “Utilização do Custeio Baseado em

Atividades – ABC (Activity Based Costing) nas maiores empresas de Santa

Catarina”, procura-se, com este trabalho, fazer um levantamento dos métodos de

Custeio, Sistema de Custo para tomada de Decisão e Controle e Sistema de

Gerenciamento de Custos utilizados pelas empresas de porte médio e grande,

localizadas nas cidades de Itajaí, Navegantes, Blumenau, Brusque, Ilhota, Gaspar,

Joinville e Tijucas - consideradas pólos industriais do Estado - para gerenciar a

produção e detectar o ambiente favorável para propensões à utilização do “Target

Costing”.

Este estudo é relevante e importante na medida em que procura diagnosticar

o grau de conhecimento dos gestores dessas indústrias sobre o Sistema de

Gerenciamento de Custos denominado Target Costing. Partindo da hipótese de que a

maioria dos Sistemas de Gerenciamento de Custos, e principalmente o Target

Costing, são pouco difundidos nos cursos de graduação, sugere-se que o Sistema seja

difundido através dos cursos de Ciências Contábeis e Administração das Instituições

de Ensino Superior localizadas nas cidades foco da pesquisa.

1.5 Justificativas do Estudo

Para poder discutir esta problemática, retomam-se inicialmente as questões

que permeiam a história do trabalho e do mercado que devem se situar neste contexto

histórico-cultural a partir do início da colonização regional, quando a atividade

agrícola e mercantil não era suficiente para atender à demanda crescente dos bens de

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consumo e para sustentar o aumento populacional. É aí que começam a surgir outras

atividades (originalmente denominadas “manufaturas”), exigindo mais equipamentos

e a atualização no mercado de trabalho.

O advento da atividade fabril e da produção em massa resultou na

transformação de ativos fixos em custos significativos de processo de produção e

distribuição. À medida que aumentava a necessidade de informação gerencial sobre

os custos de produção e os custos a serem atribuídos na avaliação de estoques, o

mesmo acontecia com a necessidade do Sistema de Contabilidade de Custos.

Com a necessidade de um Sistema de Contabilidade de Custos que

proporcionaria melhoria na produtividade, pesquisadores europeus, japoneses e

americanos passaram a se interessar pelo estudo de metodologia de avaliação dos

custos de manufaturas. A Segunda Guerra Mundial foi um fator determinante para o

estudo de um Sistema de Custeio eficiente para a sobrevivência da organização, uma

vez que havia escassez de matérias-primas denominadas nobres como platina, níquel,

cobre e outras, que eram destinadas para a fabricação de equipamentos bélicos por

determinação do governo americano. Esse fato contribuiu para que as indústrias

manufatureiras saíssem em busca de matérias-primas alternativas, capazes de

produzir bens de qualidades idênticas ou até melhores que aquelas produzidas

anteriormente com preço competitivo (Basso, 1991).

Essa necessidade fez surgir alguns estudiosos como Lawrence Dellos Miles,

entre 1947 a 1952, que chegou implantar, na General Eletric, uma ferramenta

denominada Análise do Valor, mais tarde conhecida como Engenharia e Análise de

Valor, que tinha como premissa a redução de custos sem alterar a qualidade e

funcionalidade, aumentando o valor da função do produto (Basso, 1991).

Com o término da Segunda Guerra Mundial, os japoneses arrasados moral e

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economicamente, tiveram que reconstruir o país, e a solução seria a implementação

da eficiência industrial. A partir daí, adotaram várias técnicas de gerenciamento de

custos e, entre elas, utilizaram a idéia de Engenharia de Valor de Miles. Surge, então,

o Target Costing, como um Sistema Dinâmico de Gestão de Custos e Planejamento

de Lucros que revolucionou a indústria japonesa.

Depois surgiram outras ferramentas de Gerenciamento de Custos, como: JIT

– Just-in-Time; TOC – Theory of Constraints; Sistema KAIZEN; TQM – Total

Quality Management; ABC – Activity Based Costing; ABM - Activity Based

Management; UEP – Unidade de Esforço de Produção.

Diante destas variedades de Sistemas de Gerenciamento de Custos e a nova

realidade competitiva no mercado globalizado, o foco do empreendimento passa a

ser o mercado, ou seja, o foco é o consumidor e não o custo como no método

tradicional para atribuir o preço de venda (Custo + Lucro = Preço de Venda),

conhecido como método Mark-up.

O interesse em investigar os Métodos e Sistemas de Custeio utilizados pelas

indústrias em municípios do estado de Santa Catarina é para verificar se existem

algumas empresas que utilizam o Sistema de Gerenciamento de Custo denominado,

“Target Costing” para tomada de decisão e formação de preços e suas possíveis

propensões em implementar este Sistema.

O Target Costing está relacionado a uma abordagem japonesa específica às

atividades de pesquisa e desenvolvimento, mas isto não significa que o Target

Costing seja um método japonês peculiar que não possa ser exportado para outros

países. A introdução e o sucesso do Target Costing são resultados de uma forma

japonesa de organização e gerenciamento. Quando sua utilidade é reconhecida e seus

princípios operacionais são entendidos, ela pode ser transplantada com sucesso para

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outros países de diferentes culturas.

O Target Costing começou na Toyota Motor Co, como parte do genka kanri

(gerenciamento de custos), que por sua vez é parte do movimento de controle total de

qualidade (TQC). O genka kanri inclui alcançar o custo alvo, a ferramenta do Target

Costing e a análise do valor (AV), mas o coração do Target Costing não está nas

ferramentas analíticas como Análise do Valor (AV) ou Engenharia de Valor (EV). O

Target Costing é um esforço coordenado de todas as seções envolvidas com o

desenvolvimento de novas mercadorias (Shiozawa, 1999).

Portanto, este trabalho teve como justificativa buscar respostas a algumas

questões iniciais:

Nesta nova realidade em que se vive, com mercado cada vez mais

globalizado e competitivo entre as empresas, qual Método de Custeio e/ou Sistema

de Custos as empresas industriais localizadas em municípios do estado de Santa

Catarina utilizam para a formação do preço de venda?

1. Existe alguma empresa localizada no município delimitado no projeto que

utiliza o Sistema de Gerenciamento de Custos “Target Costing”’?

2. É possível identificar as propensões do uso do “Target Costing” nas

empresas pesquisadas?

3. Como o Sistema de Gerenciamento de Custos denominado “Target

Costing” é tratado nos cursos de Ciências Contábeis e Administração nas

Instituições de Ensino Superior desses municípios?

Estas foram as razões pelas quais foi escolhido o Target Costing como foco

da presente pesquisa que tem como objetivo conhecer o Método de Custeio e o

Sistema de Custos das empresas industriais de porte médio e grande localizadas nas

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cidades de Itajaí, Navegantes, Ilhota, Gaspar, Brusque, Blumenau, Joinville e

Tijucas, no estado de Santa Catarina, visando constatar propensões à utilização do

Target Costing. O outro objetivo foi verificar o nível de divulgação do Target

Costing pelos professores dos cursos de Ciências Contábeis e Administração das

Instituições de Ensino Superior, localizadas nas cidades já relacionadas.

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CAPÍTULO 2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Introdução

Nos últimos anos o mundo dos negócios passou por grandes transformaçõ

onde os clientes passaram a ser mais exigentes quanto à qualidade, funcionalidad

preço baixo dos produtos que eles desejavam. Toda essa expectativa é conseqüên

dos progressos tecnológicos e científicos sem precedentes nos dias atuais, aliado

concorrência global, que obrigam as empresas a buscar constantemente um

estratégia de excelência empresarial, ou comprometer a sua sobrevivência.

Por isso, as empresas devem constantemente melhorar a funcionalidade

produto, aumentar a produtividade e reduzir custos. No entanto, a maioria d

empresas utiliza a lucratividade do período corrente como um barômetro do suces

e não realizam mudanças fundamentais, até que sejam forçadas pela concorrência.

Na tentativa de reverter este quadro, as empresas procuram ações de cu

prazo para redução de custos durante o processo de fabricação dos produtos, com

reduzir ou congelar salários, cortes nos investimentos, redução de estrutu

organizacional e outras medidas ortodoxas, provocando assim a evasão dos melho

empregados e insatisfação daqueles que se mantêm na organização.

Em lugar de implantar ações de curto prazo, as empresas devem:

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a) Identificar os principais problemas e eliminar os custos improdutivos

estruturais;

b) reavaliar e delinear os custos dos produtos, atividades e processo do

negócio;

c) melhorar bastante a eficiência a longo prazo.

A marca da excelência empresarial é um comprometimento contínuo, isto só

será alcançado através da eliminação constante dos desperdícios aliada à habilidade

da empresa de se manter competitiva no mercado com produtos rentáveis e cada vez

mais diversificados. O sucesso desta nova visão de comportamento deve estar

relacionado ao aumento de automação e informatização, redução de custos de

produção e planejamento da produção baseada no ciclo de vida do produto cada vez

mais curto, em função da exigência dos consumidores e dos avanços tecnológicos.

Todas estas revoluções contribuíram para o surgimento de novos métodos,

técnicas, sistemas ou filosofias de manufaturas como: ABC – Activity Based Costing;

TOC – Theory of Constraints; TQM – Total Quality Management; JIT - Just-in-

Time; UEP – Unidade de Esforço de Produção; Kaizen; Gecon; ABM (Activity Based

Management) e Target Costing, sendo este último o foco central deste trabalho,

aliado aos Métodos de Custeio: Pleno, Absorção, Direto/Variável e Sistemas de

Custos para Tomada de Decisão e Controle como a Margem de Contribuição e Custo

Padrão.

2.2 Sistemas

Antes de se fazer comentário sobre o Sistema de Gerenciamento de Custos

“Target Costing” como uma ferramenta para planejamento de custo e lucro.

Observe-se o que dizem alguns autores pesquisados sobre Sistemas:

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Segundo O Dicionário da Língua Portuguesa, (Ferreira, 1999, p. 1865)”:

Sistema é um conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre os quais se possa

executar ou definir alguma relação.”

Segundo Bertalanfly, (1977, p.84). “Sistema é um complexo de elementos

em interação”.

Segundo Gil, (1995, p.13).

Sistema pode ser definido como uma entidade composta de dois ou mais componentes ou subsistemas que interagem para atingir um objetivo comum, sob esse aspecto, o termo aplica-se a uma comunidade, a uma família, a uma empresa.

Segundo Bio, (1985, p.18): “Sistema é um conjunto de elementos

interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um

todo unitário e complexo”.

Portanto, Sistema é um conjunto de elementos que interagem entre si

formando um todo organizado na busca de um objetivo comum.

2.3 Engenharia de Valor

Considerando que o Sistema de Gerenciamento de Custos “Target Costing”

teve a sua origem baseado na idéia americana de Engenharia de Valor, procurou-se

desenvolver uma revisão de literatura a respeito do tema, conforme segue:

Logo no início da história do homem, ele sobreviveu principalmente pelo uso

da força muscular. Conforme foram se passando os séculos, esta sobrevivência

mudou, passando a depender de uma combinação de força muscular e cérebro. Nesta

realidade, surge a necessidade não só do desenvolvimento do cérebro, mas também

de seu uso mais eficiente.

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Este desafio produziu um sistema eficiente de resolução de problemas, que

organiza os elementos essenciais do problema e as diversas competências do cérebro

em um plano que promova a solução de problemas difíceis.

Um dos problemas que pareceu exigir prioridade, na medida em que as

concorrências por mercadorias e serviços aumentaram, foi a garantia de custos

menores. Suscetível a esta necessidade, na medida em que o sistema de solução de

problemas foi desenvolvido, ele foi dotado de uma ampla gama de técnicas,

abordagens e métodos específicos para a obtenção daquilo que o consumidor deseja,

a custos mais baixos.

Como Sistema para solução desses problemas, Miles desenvolve, em 1947, a

Análise do Valor ou Engenharia de Valor, que tem sido aplicada no departamento de

compras da General Eletric (GE) americana como sistema de solução de problemas

com a área de conhecimento e as técnicas de suporte para a conquista de custos

menores.

Segundo Miles (1972, p.3, tradução nossa), a Análise do Valor é um sistema

de solução de problemas implementado através do uso de um conjunto específico de

técnicas, um corpo de conhecimento e um grupo de habilidades ensinadas. Ela é uma

abordagem criativa e organizada, que tem como propósito a identificação eficiente de

custos desnecessários, isto é, custos que não agregam qualidade, uso, durabilidade,

aparência ou características solicitadas pelo consumidor.

A Análise do Valor, quando aplicada aos produtos, auxilia na utilização

ordenada de abordagens melhores, materiais alternativos, processos mais modernos e

habilidades de fornecedores especializados. Ela enfoca a atenção da engenharia,

produção e compras em um objetivo – um desempenho equivalente por um custo

menor. Com este foco, ela fornece procedimentos passo a passo para realizar seus

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objetivos eficientemente e com ousadia.

Quando aplicada aos serviços, esta abordagem ajuda na determinação mais

exata de “o que estamos tentando fazer?”, na forma de solução de problemas, em

busca de alternativas viáveis, utilizando-se dos processos mentais criativos.

As abordagens da Análise do Valor podem ajudar todas as áreas de uma

empresa – engenharia, manufatura, compras, marketing e administração – garantindo

melhores respostas aos seus problemas específicos ao suprir aquilo que os clientes

desejam, com custos de produção mais baixos. Comumente, entre 15% e 25% dos

custos de produção, ou muitas vezes até mais, podem se tornar desnecessários sem

qualquer redução no valor do consumidor, através do uso deste sistema de solução de

problemas em áreas de decisão significativas (Miles, 1972, p.4, tradução nossa).

A causa do surgimento da Análise do Valor foi provocada por decisão do

governo americano que, devido à necessidade de artefatos bélicos, passou a exigir

que os materiais considerados nobres, como o cobre, platina, níquel, aço etc. fossem

disponibilizados para as indústrias bélicas. Esta medida fez com que as indústrias

americanas procurassem outros materiais alternativos para a fabricação dos seus

produtos sem a perda de qualidade.

Miles foi designado para desenvolver um sistema que pudesse melhorar o

desempenho da empresa, motivado pela escassez dos materiais considerados nobres,

propondo outros, até então, não experimentados.

Durante os seus estudos na tentativa de reduzir custos, Miles chegou às

seguintes conclusões:

• que o uso dos padrões convencionais sufoca a imaginação e,

conseqüentemente, restringe o campo de observação relativa aos objetos

já existentes;

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• que a concentração em requisitos funcionais permite maior liberdade

mental e estimula a imaginação que permite visualizar diferentes formas

de atender à função.

Diante desta observação, Miles fez os seguintes questionamentos: Por que

existe uma tendência natural da busca de alternativa apenas quando somos forçados

pelas circunstâncias? Por que não antecipar esta busca?

Diante destas conclusões e perguntas nasceu a “Análise do Valor” que

procura examinar, além dos custos, qualidades e valor global.

Conforme foi citado na evolução histórica, os japoneses aperfeiçoaram a

Engenharia de Valor que culminou no Target Costing. A Engenharia de Valor, hoje,

é uma ferramenta importante de redução de custos na metodologia do Target

Costing.

A partir de 1960, a Análise do Valor começou a ser difundida na Europa e

Japão. Na Europa, despertou particular interesse na Alemanha, onde a Associação

dos Engenheiros Alemães criou uma Norma Especial para Análise do Valor. No

Japão, o impulso e o interesse dados à Análise do Valor foram extraordinários.

Enquanto nos Estados Unidos e na Europa a aplicação da Análise do Valor

ocorre “sempre que necessária”, as grandes empresas japonesas como a Honda,

Nissan, Mitsubishi, Fuji, Hitachi, Toyota, Isuzu, Japan Steel Works etc. contam cada

uma com mais de 100 Engenheiros do Valor em tempo integral, executando milhares

de projetos e estudos por ano, visando redução de custos, melhoria da qualidade,

desenvolvimento de novas alternativas etc.

A repercussão da Análise do Valor foi tamanha que, em 12 de maio de 1977,

foi introduzida, no Senado norte-americano, a Resolução 172 que diz entre outros:

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Considerando que... a Análise do Valor é um método comprovado de conservar energia, melhorar os serviços, economizar dinheiro... sempre aplicável quando há uma ‘função’ e um método de medi-la... que rende para cada dólar investido US$ 12,84...(em média)... que apresentou sucessos na indústria privada de gerar lucros adicionais e melhorar produtos e serviços... resolve que todos os ministérios e agências governamentais devem utilizar sempre que possível a Análise do Valor para obter o máximo de economia e eficiência (Basso, 1991. p.7).

A Engenharia de Valor pode ser definida como um conjunto de

procedimentos destinados a projetar um novo produto com o mais baixo custo

possível e com as funções requeridas pelos compradores.

Ansari (1997, p. 19, tradução nossa) define a Engenharia de Valor como:

(...) um método sistemático de avaliar as funções de um produto para determinar se eles podem ser produzidos a um menor custo sem sacrificar as características, performance, confiabilidade, utilidade e reciclabilidade do produto. Geralmente usado no estágio de projeto de produto para aumentar o valor do cliente a reduzir custos antes que a produção tenha se iniciado.

Basso (1991, p.15) define a Engenharia e Análise do Valor: como uma abordagem sistemática que identifica a função de um produto, estabelece um valor monetário para a função e provém o atendimento desta função com a qualidade necessária e com o menor custo global, através do uso da criatividade.

Segundo Basso (1991, p.10), “valor é o menor custo atribuído a um produto

ou serviço, que deverá possuir a qualidade necessária para atingir a função desejada”.

Nas definições acima, a Engenharia e Análise do Valor possuem dois

conceitos fundamentais: valor e função. Valor, dentro desta ótica, é a melhor

combinação entre performance, disponibilidade e custo. A função de um produto está

associada à satisfação de uma necessidade específica do usuário. É toda característica

desempenhada por um produto ou serviço para determinada atividade. Como os

produtos e serviços desempenham várias atividades, terão várias funções que

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satisfarão às necessidades objetivas e subjetivas do usuário.

A Engenharia de Valor procura nas funções a relação entre as características

dos produtos e as necessidades dos usuários e consumidores, não se preocupando

com componentes e matérias-primas. Portanto, o conceito de Engenharia de Valor

consiste em decompor o produto ou serviço em funções, examinando-se o valor de

cada uma delas. Como uma função pode ser operacionalizada de várias maneiras,

mais importante será operacionalizá-la da melhor forma e com o menor custo.

Assim, pode-se considerar que a Engenharia de Valor é um esforço

organizado voltado para a análise das funções de vários componentes com o

propósito de obter estas funções no mais baixo custo global, sem redução no

desempenho, confiabilidade, manutenção, qualidade, segurança, reciclabilidade e

utilidade exigidos. Por exemplo, o propósito do elemento de aquecimento é elevar a

temperatura da água a uma determinada temperatura. Esta é a chamada função. A

Engenharia de Valor pergunta como esta função, de elevar a temperatura da água,

pode ser atingida em três minutos ao menor custo. Ela analisa o projeto do produto e

do processo e reduz o custo, gerando idéias para a simplificação de ambos. A

engenharia de valor está no núcleo do Target Costing, e consiste nas três grandes

subatividades discutidas abaixo (Ansari, 1997):

a) identificação dos componentes para a redução de custos é a primeira

atividade. Escolher quais componentes selecionar requer o cálculo de um Índice de

Valor. Esta é uma razão do valor (grau de importância) para o consumidor e a

porcentagem do custo total destinada para cada componente;

b) geração de idéias de redução de custo, a segunda atividade, requer

imaginação e brainstorming. O propósito é perguntar o que pode ser reduzido,

eliminado, combinado, substituído, re-arranjado ou melhorado para obter o mesmo

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nível de funcionalidade de um componente a um custo menor;

Brainstorming, termo criado por A.F.Osbom significa, literalmente, tempestade cerebral ou chuva de idéias. Refere-se a uma reunião de discussão livre e descontraída em busca de um novo produto, um método alternativo de trabalho, uma companhia pioneira, etc. Todos os participantes têm as mesmas oportunidades de apresentar suas idéias. Vale de tudo, até mesmo as propostas mais absurdas. Todos os aspectos são considerados: criação, desenvolvimento, mercado, características, slogans, etc. Os princípios básicos enumerados pela autora do método são os seguintes: a) nenhuma crítica às idéias apresentadas durante a reunião; b) livre uso à imaginação dos participantes; c) grande número de idéias; e, d) aperfeiçoamento conjunto das idéias consideradas aproveitáveis. (Dicionário de Comunicação, 1987, p.83).

c) teste e implementação das idéias são as últimas atividades na Engenharia

de Valor. Idéias promissoras são avaliadas para assegurar que sejam tecnicamente

exeqüíveis e aceitas pelos consumidores. Aquelas idéias que são exeqüíveis e aceitas

pelos consumidores são desenvolvidas e incorporadas ao design do produto e do

processo e catalogadas na base de dados da Engenharia de Valor, de modo que

estejam disponíveis em casos futuros. Uma ferramenta freqüentemente usada para

testar a exeqüibilidade das idéias é a matriz de integração dos componentes. Esta

matriz, que ajuda a identificar o impacto da mudança de um componente sobre os

outros componentes, requer dados de custo. Ela assegura que não sejam usados

componentes fora de produção ou que sairão de produção em breve. O uso de tais

componentes pode aumentar significativamente os custos do produto. Com base nos

fundamentos da Engenharia e Análise do Valor de Miles, como valor que é o custo

atribuído ao produto pelo consumidor e a função que é tudo aquilo que faz o produto

funcionar e que é percebido pelo consumidor, os japoneses desenvolveram o Sistema

de Gerenciamento de Custos denominado Target Costing que será desenvolvido com

maior ênfase nos itens subseqüentes, tendo em vista ser este o foco principal deste

trabalho;

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2.4 Sistema de Gerenciamento de Custos - Target Costing

Após apresentar o estudo sobre a Análise do Valor ou Engenharia de Valor

desenvolvido por Miles em 1947, abordar-se-á, a partir deste tópico, o Target

Costing propriamente dito. Um breve histórico, suas definições, características,

princípios, objetivos, além de um breve estudo comparativo do Target Cost com o

Custeio tradicional e o Custeio Padrão.

2.4.1 Antecedente Histórico

O “Target Costing” – ou “genka kikaku” em japonês – ou Custeio Alvo em

português, foi originalmente criado pelos japoneses nos anos 60 baseado na idéia

americana chamada Engenharia de Valor, transformada em um sistema dinâmico de

redução de custo e planejamento de lucro. Esta técnica, Engenharia de Valor, foi

desenvolvida por engenheiros da General Eletric – GE, durante a Segunda Guerra

Mundial, conforme citado no item anterior. Era uma abordagem organizada da

engenharia para determinar como produzir os produtos frente à escassez de materiais.

Mais tarde ela se tornou um esforço organizado para examinar como fornecer as

características ou funções necessárias em um produto a um menor custo possível.

Terminada a guerra, quando os materiais voltaram a ser acessíveis, percebeu-

se, porém, que as alterações criaram economias sem prejudicar o nível de satisfação

do consumidor, tendo, em algumas situações, até melhorado este nível. Os

executivos da GE, analisando o sucesso da aplicação da Engenharia de Valor na

substituição de materiais, propuseram, em 1947, sistematizar esta técnica e

desenvolver uma metodologia.

O trabalho voltava-se, sobretudo, para a pesquisa de novos materiais, com

custos mais baixos e grande disponibilidade, que pudessem substituir outros mais

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raros e de custo mais elevado, durante os anos da guerra.

Os japoneses, derrotados na Segunda Guerra Mundial, adotaram várias

técnicas ocidentais e, entre elas, a Engenharia de Valor. Entretanto, os japoneses

acreditavam que era muito mais vantajosa a combinação do profissional do

planejamento, marketing, engenharia, finanças e produção, isto é, que eles

trabalhassem em conjunto ou em equipes, do que envolver somente profissionais da

produção. Essas equipes alteraram a técnica de Engenharia de Valor, criando o

Target Costing, um sistema mais ágil de gerenciamento de custos e planejamento de

lucros, revolucionando a indústria japonesa nas décadas de 60 e 70.

A indústria norte-americana não percebeu o potencial da Engenharia de Valor

como uma ferramenta sistemática de planejamento de lucro e de custo, e pouco fez

após a Segunda Guerra. A indústria japonesa expandiu os conceitos básicos da

Engenharia de Valor para o processo de Target Costing. Hoje, mais de 80% de todas

as indústrias de montagem no Japão, como a automotiva, a de eletrônicos, a de

ferramentas, usam o Target Costing (Ansari, 1997).

A Toyota foi a primeira empresa japonesa a utilizar o Target Costing, que se

popularizou nos meios empresariais nipônicos através de empresas como NEC, Sony,

Nissan, Sharp, Matsushita, Nippon Denso, Daihatsu e muitas outras, principalmente

em resposta à crise do petróleo. Entretanto, o Target Costing só chegou ao Ocidente

no final da década de 80, através de obras de autores japoneses traduzidas por

alemães e americanos (Ansari, 1997).

Para Scarpin (2000, p.50), três teriam sido as razões apontadas para a demora

na expansão do Target Costing no Ocidente:

a) a popularidade do sistema de manufatura japonês Just-in-Time dominou a

atenção da indústria nas décadas de 1970 e 1980, deixando para trás o

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Target Costing;

b) muitas companhias japonesas nas décadas de 1970 e 1980, e ainda nos

dias de hoje, estão refinando seus sistemas de Target Costing, o que fez

com que ele não fosse muito difundido;

c) o Target Costing baseia-se pesadamente em atividades de

desenvolvimento de novos produtos, o que normalmente é tratado com

grande segredo pelas empresas japonesas.

O Target Costing passou a ser utilizado pelas empresas americanas somente a partir do final dos anos de 1980, sendo a perda de mercado para as empresas japonesas a maior motivadora de sua implantação. A demora na adoção do Target Costing teve diversas razões, entre elas. (I) que alguns gerentes americanos falharam na apreciação de sua importância estratégica. (II) outro erro cometido foi desconsiderá-lo por julgar sua metodologia muito simples e (III) que vários gerentes usaram alguns elementos do Target Costing, mas equivocadamente consideraram que estavam adotando o processo inteiro (Ansari, 1997, TC2).

Em 1990, a Chrysler se encontrava em uma situação financeira bastante

infeliz. Os lucros estavam baixos, o fluxo de caixa estava apertado e as ações

estavam com o baixo preço de US$ 10,00 por ação. A indústria japonesa era uma

ameaça séria. Apesar do iene (moeda japonesa) forte, ela havia capturado e

preservava uma boa fatia do mercado automotivo norte-americano. A administração

da Chrysler decidiu que era hora de mudar sua abordagem ao desenvolver um novo

carro. Eles adotaram uma arma competitiva que a indústria automotiva japonesa

vinha usando por muitos anos, chamada Target Costing, ou Custeio Alvo em

português. O Target Costing foi aplicado a todos os esforços de desenvolvimento de

produto da empresa, incluindo o NÉON, um novo carro de pequeno porte

desenvolvido para a faixa de preço mais baixa. Foram estabelecidos um preço e uma

margem de lucro alvo para o carro e então este foi desenhado visando o referido

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lucro, sem sacrificar as principais exigências do consumidor. Os resultados do uso do

Target Costing no NÉON foram impressionantes. O Néon foi assim avaliado,

segundo Ansari (1997):

• era um carro pequeno que vinha com “airbag” duplo e motor potente;

• foi chamado de “carro do ano” em 1994;

• teve um tempo de desenvolvimento relativamente curto, indo do conceito

do produto ao mercado em 31 meses;

• foi lançado abaixo de seu orçamento de desenvolvimento de projeto e

investimento;

• é um entre os poucos carros pequenos feitos nos Estados Unidos que

geram retorno positivo;

• é considerado produto ambientalmente correto, uma vez que é construído

usando material reciclável e não-tóxico.

Desde a introdução do Target Costing, os lucros da Chrysler aumentaram

significativamente. O preço de sua ação subiu de US$ 10,00 para US$ 54,00 por ação

em 1995.

Hoje na Europa, principalmente na Alemanha, há um grande interesse pelo

tema. Entretanto, no Brasil, isto ainda não acontece. Scarpin (2000, p.52) afirma que:

No Brasil, o estudo do Target Costing é quase nulo. Há apenas livros traduzidos de autores japoneses mais precisamente de Sakurai e Mondem. Existem alguns livros que versam sobre o Target Costing, porém de maneira muito superficial, como o livro de Contabilidade de Custos de Eliseu Martins (Editora Atlas). O pesquisador brasileiro que mais tem estudado o tema é o professor Wellington Rocha, com alguns artigos publicados.

Concorda-se com a afirmação de Scarpin quanto à existência de pouca

literatura que trate sobre o Target Costing porque, segundo o levantamento realizado

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no momento, constatou-se a existência de alguns poucos artigos, além dos citados

acima, publicados nas revistas especializadas, de autoria de: Shahid L. Ansari; Peter

Horváth; Ralf Ewert; Martyniuk Teresa; Christian Ernst; Stanislawa Zablocka,

Mohamed E. Bayou et al.; Hagg Ingemund; Robert C. Creese; Lisa M. Ellram;

Shiozawa Y; Robin Cooper; Alexander Mersereau; Bárbara Welfle; Bernard Purce;

Harri I. Kulmala; J.M.Choe.

2.4.2 Definições

O Target Costing pode ser definido como sendo um modelo de

gerenciamento de lucros e custos, desenvolvido principalmente para novos produtos

(ou que sofram alterações no seu projeto) visando trazê-los para uma situação de

mercado, tendo um preço competitivo, proporcionando um retorno do investimento

durante todo o seu ciclo de vida a um custo aceitável determinado pelo seu preço de

venda. Possui vários objetivos: otimização do custo total do produto, sem fazê-lo

perder, contudo, seu padrão de qualidade; alcançar o lucro-alvo esperado, tornando a

obtenção do custo-alvo uma atividade de administração do lucro por toda empresa; e

planejar estrategicamente os lucros e custos, formulando planos estratégicos com a

integração de todos os setores da empresa, dentre outros.

Este sistema foi criado no Japão, na década de 60, tendo se popularizado no

ocidente anos mais tarde, na década de 80, com a tradução de obras de autores

japoneses, principalmente por alemães e norte-americanos. Possui três grandes

características: 1) custo determinado pelo mercado; 2) integrar a empresa como um

todo; 3) planejar os lucros e custos para o longo prazo (Cooper e Slagmulder, 1999).

Essa sua fundamentação teórica é baseada em seis princípios: 1) custos

guiados pelo preço, ou seja, o custo é dado pelo preço de mercado e não o contrário;

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2) enfoque no consumidor; 3) enfoque no projeto, dizendo que os custos devem ser

otimizados antes da sua entrada no processo produtivo; 4) envolvimento da empresa

como um todo; 5) orientação para o custo do ciclo de vida; e 6) o envolvimento da

cadeia de valor.

Neste sentido, o Target Costing é utilizado na construção das três variáveis

envolvidas na formação de preço de venda: preço de venda, lucro e custo. O preço de

venda pode ser definido como o preço de um produto equivalente, existente no

mercado, acrescido de um fator de percepção de valor ao produto que seja aceito pelo

seu mercado consumidor. O lucro (margem de lucro desejada) é obtido pela

aplicação de uma taxa de Retorno Sobre as Vendas (ROS), através da aplicação de

índices, tais como retorno sobre ativos, sobre patrimônio líquido ou EVA (Economic

Value Added). O custo (custo máximo permitido) é obtido através da subtração do

preço alvo de venda pela margem de lucro desejada. A principal ferramenta para a

adequação do custo estimado com o custo máximo permitido é a Engenharia de

Valor (para os componentes), através do uso do índice de valor das funções.

Os autores abaixo definem o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido; EVA

(Economic Value Added), ROI (Return on Investiment) ou Retorno sobre

Investimento, da seguinte forma:

Para Assaf Neto (2000, p.214),

Retorno sobre Patrimônio Líquido representa a taxa de rentabilidade auferida pelo capital próprio da empresa sendo dimensionada pela relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido, excluído o lucro líquido do próprio exercício.

Jiambalvo (2001, p. 255) e Atkinson, et. al.(2000, p. 649):

EVA (Economic Value Added), mais conhecido como Valor Econômico Adicionado, é uma medida de desempenho que avalia uma linha de produtos financeiramente desejável usando seu lucro

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residual. Por sua vez o lucro residual equivale a receita menos o custo econômico do investimento gerado por aquela receita.

Para Atkinson, et. al.(2000. p.47) e Sakurai (1997, p.237), “Retorno Sobre

Investimento é definido como uma medida de eficiência operacional representado

pela taxa do lucro operacional líquido dividido pelos ativos operacionais médios”.

Com o surgimento de empresa enxuta e de concorrência global, as empresas

enfrentam uma competição cada vez maior. Para sobreviver, elas precisam se tornar

experts no desenvolvimento de produtos que ofereçam a qualidade e funcionalidade

que os clientes desejam, gerando os lucros almejados. Uma maneira de assegurar que

os produtos sejam suficientemente rentáveis, quando lançados, é sujeitando-se ao

Target Costing.

O Target Costing é basicamente uma técnica para gerenciar estrategicamente

os lucros futuros de uma empresa. Ele atinge este objetivo determinando o custo do

ciclo de vida do produto no qual a empresa precisa produzir um produto proposto,

com a funcionalidade e a qualidade especificadas, caso o produto deva ser rentável

ao seu preço de venda antecipado. O Target Costing faz do custo um dado de

entrada no processo de desenvolvimento do produto, não um resultado. Ao estimar o

preço de venda antecipado de um produto proposto e subtrair deste a margem de

lucro desejada, uma empresa pode estabelecer seu Target Cost. A chave, então, é

criar o produto de modo que ele satisfaça os clientes e possa ser produzido a seu

Target Cost.

Buscou-se conhecer outros conceitos de Custeio Alvo para melhor aprofundar

essa questão, assim:

Segundo Perez Jr. Oliveira e Costa. (1999, p.266),

Custeio-Alvo é um método utilizado na análise de produtos e

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desenhos de processos, envolvendo a estimativa de um custo-alvo e, conseqüentemente, o desenvolvimento de um produto que atinja esse alvo.

Para Ansari (1997, TC3), “Custeio-Alvo é um sistema de planejamento de

lucro e gerenciamento de custos, definido pelo mercado, tendo como foco central o

cliente, envolvendo no projeto várias áreas da empresa”.

Segundo Rocha (1999, p.84), “custeio-alvo é o processo pelo qual se alcança o

Custo-Alvo”.

Analisando as definições acima, concluí-se que Target Costing pode ser

definido como um Sistema de Gerenciamento de Custos que deva ser implementado

antes do início da produção focado nas necessidades e anseios dos consumidores.

Pode-se considerar que o foco do Target Costing é o consumidor, porque é,

através do preço que o consumidor está disposto a pagar pelo produto, que a empresa

deverá estabelecer o custo máximo admissível dentro da cadeia produtiva, tendo

como meta a rentabilidade mínima necessária para a sua sobrevivência.

Consumidor é qualquer pessoa física que adquire o produto para consumo,

conforme as suas necessidades e utilidades, como um dos elos mais importantes da

Cadeia Produtiva, e clientes são entidades que demandam serviços e produtos

obtidos pela empresa. Entretanto para Ansari (1997, TC3),

O Target Costing é um sistema de planejamento de lucros e gerenciamento de custos que é guiado pelo preço, focado o cliente, centrado no projeto e que é multifuncional. O custeio-meta inicia o Gerenciamento de Custos no estágio inicial do desenvolvimento do produto e aplicado durante o ciclo de vida do mesmo por um envolvimento ativo de toda a cadeia de valor.

Concorda-se em parte com a definição do Ansari, apenas discordando que o

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foco do Target Costing é o cliente, por entender que “Cliente” pode ser considerado

tanto uma pessoa jurídica (no caso varejista) como uma pessoa física. Já o

consumidor, conforme definido acima, trata-se apenas de pessoas físicas ou

consumidor final que deve ser o foco do Target Costing. No entanto, nada impede

que o cliente varejista seja um consumidor final.

Outros conceitos podem ainda ser analisados. Assim, para Sakurai (1997,

p.49), Custo Meta ou Custeio Alvo é:

Um método abrangente de gerenciamento estratégico de custo que envolve a redução de custos durante todo o ciclo de sua ocorrência... com produtos projetados e reprojetados com mais freqüência, os esforços de redução de custos acabam se concentrando no processo de projeto.

O mesmo autor (1997, p.52) afirma que o Target Costing “é um processo

estratégico de gerenciamento de custos para reduzir os custos totais”.

Segundo Martins (a) (2000, p. 240), Target Costing é, “o custo máximo

admissível de um produto ou serviço para que, dado o preço de venda que o mercado aceita,

consiga o mínimo de rentabilidade que se quer”.

Analisando as definições acima sobre o Target Costing e o Target Cost,

chega-se à seguinte definição, obviamente sem nenhuma pretensão em discordar

daqueles autores: Custeio Alvo ou Target Costing (para o inglês) é um Sistema de

Gerenciamento de Custos que busca a otimização de resultados sobre novos produtos

ainda na fase de projetos, fundamentado no preço de mercado.

O Custo Alvo ou Target Cost (para o inglês) estaria de acordo com a última

definição: é o custo máximo admissível de um produto ou serviço “limitado” ao

preço que o mercado está disposto a pagar, proporcionando a rentabilidade mínima

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esperada pela empresa e respeitando os anseios e as necessidades dos consumidores.

Entende-se que o Target Costing é visto como um método porque seguem

caminhos preestabelecidos para atingir o Target Cost (GAP).

Portanto, analisando as definições acima, o Target Costing deve ser visto

como um método e processo de planejamento de lucro e gerenciamento de custos,

em que todos os setores da empresa participam, e tem como foco principal os anseios

e necessidades do consumidor. No entanto, Sakurai na sua afirmação não faz

nenhuma distinção entre o Target Costing e o Target Cost, conceituando-os como

sistema ou processo de gerenciamento de custos.

2.4.3 Fundamentos do Target Costing

O propósito do Target Costing é assegurar lucros adequados através da

realização simultânea do planejamento de lucro e de custo. A definição do CAM-I

(Consortium for Advanced Manufacturing) contém seis idéias chave que fornecem os

fundamentos conceituais do Target Costing. Cada um destes seis fundamentos

encontra-se explicado abaixo (Ansari, 1997):

1. custeio orientado pelo preço significa que os custos alvo são estabelecidos

determinando primeiramente um preço de mercado competitivo e depois

subtraindo deste a margem de lucro, isto é, resumindo pela equação:

• C = P – π, onde C é o Target Cost, P é o preço competitivo de mercado e

π é o lucro alvo. No Target Costing, o preço de mercado é uma variável

independente; o custo admissível para o projeto, produção, marketing e

outras funções (os custos alvo) dependem do preço de mercado;

• Por exemplo, se o preço competitivo para um produto é $ 100,00 e a

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empresa trabalha com uma margem de lucro de 15%, então o Target Cost

para este produto é estabelecido em $ 85,00 ( $ 100,00 - $ 15,00);

2. orientado para o consumidor significa que as exigências do consumidor em

relação a preço, qualidade e oportunidade do produto orientam a análise de

custos. É imperativo compreender quais características de qualidade e

oportunidade os consumidores esperam em um dado preço de mercado e o que a

concorrência está fazendo ou pode fazer para responder à oferta de um produto

da empresa. O Target Cost não deve apenas produzir o lucro alvo, mas também

permitir ao fabricante atender dimensões competitivas do produto. O Target Cost

não pode ser atingido através do sacrifício de características que os consumidores

desejam, da redução de desempenho ou de confiabilidade do produto, ou de

atrasos em sua introdução no mercado;

3. projeto dos produtos e processos é a chave para os esforços de redução de custos.

Os sistemas de Target Cost realizam simultaneamente o projeto do produto e seu

processo de produção e entrega. Algumas vezes isto é chamado de Engenharia

Coordenada. Métodos tradicionais de redução de custos focam a eficiência da

produção, como redução de desperdício ou compra em quantidade para reduzir

custos. Este não é o foco principal do Target Costing. O Target Costing foca o

design do produto porque a maior parte dos custos, cerca de 70-80%, ficam

comprometidos neste estágio, enquanto que apenas 10-20% são incorridos neste

estágio. Assim, a melhor oportunidade para gerenciar os custos é enquanto o

produto ainda está no projeto. O projeto pela engenharia coordenada elimina

características caras e minimiza a necessidade de mudanças de engenharia depois

de iniciada a produção;

4. equipes de produto trans-funcionais com membros da engenharia de projeto e de

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produção, vendas e marketing, compras, contabilidade de custos, serviços e apoio

geralmente são conjuntamente responsáveis por atingir o Custo Alvo. As equipes

incluem também participantes externos como fornecedores, consumidores,

revendedores e “recicladores”. As equipes são responsáveis pelo produto desde a

concepção inicial até a produção. Uma equipe trans-funcional não é um conjunto

de especialistas que contribuem com sua especialidade e partem. Eles são os

responsáveis por todo o produto. Um bom exemplo da participação de uma

equipe de produto ocorreu durante o desenvolvimento do NÉON da Chrysler.

Durante o desenvolvimento deste carro, os analistas financeiros designados para

a equipe tiveram que ir a Nova Escócia durante o inverno para assistir aos testes

de acidentes com o carro. ;

5. conceito de ciclo de vida considera todos os custos de possuir um produto por

toda sua vida, como preço de compra, custos operacionais, manutenção e custos

de disposição final. A meta do custeio do ciclo de vida é minimizar o custo de

propriedade do consumidor. Por exemplo, quando um consumidor tem um

refrigerador, ele paga mais que seu preço inicial de compra. Ele paga energia

elétrica (custo operacional), consertos, e eventuais custos de descarte, ou seja,

custo final para remoção do refrigerador ao final de sua vida útil. Do ponto de

vista do produtor, o custeio do ciclo de vida significa criar produtos que

minimizem todos os custos, do nascimento à morte (custos de disposição final ou

reciclagem). No caso do refrigerador, um projeto que reduza o peso, fácil acesso

às peças de reposição durante consertos, e utilize materiais recicláveis, irá reduzir

os custos de entrega, instalação, consertos e descarte final;

6. leva em consideração a cadeia de valor, como fornecedores, revendedores e

pessoal de serviço e apoio que são parte do processo de Target Costing e ajudam

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a concentrar os esforços de redução de custos em toda a cadeia de valor. Os

sistemas de Target Costing envolvem um relacionamento ativo e colaborativo no

qual as técnicas de redução de custos são compartilhadas por todos os membros

deste empreendimento expandido. Um Sistema de Target Costing está baseado

em relacionamento de longo prazo, mutuamente benéfico, com fornecedores e

outros membros da cadeia de valor, tais como distribuidores e “recicladores”

(tradução nossa).

Complementando os fundamentos de Ansari, Butscher, Stephan A, e Laker,

Michael. (2000) faz a seguinte afirmação: o conceito de Target Costing consiste de

seis passos principais. Uma condição que absolutamente precisa ser atendida para o

sucesso de uma abordagem voltada para o mercado é a determinação exata das

dimensões alvo, tais como custo e projeto do produto. Os seis passos foram

elaborados para atingir exatamente isto, mas é necessário muito trabalho detalhado e

acurado, como segue:

1. Definição dos segmentos alvo: o primeiro passo é definir claramente os

segmentos de mercado que serão o alvo de venda do produto. Nem todo segmento

atribui o mesmo valor para as mesmas características do produto, nem todos os

consumidores demonstram o mesmo desejo de pagar por estas características. Por

exemplo: um topógrafo que imprime principalmente folhetos de propaganda para

varejistas irá procurar uma impressora com grande velocidade de impressão e com

qualidade padrão. Um tipógrafo especializado em brochuras de empresas, relatórios

anuais e outras impressões de alta qualidade irá sacrificar a velocidade pela alta

qualidade da impressão. Assim, a abordagem do Target Costing pode ajudar a

identificar aqueles segmentos que mais valorizam as características técnicas de um

produto e, conseqüentemente, mostram o maior desejo de pagar por elas, e – se estes

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segmentos não forem muito pequenos – mostram o maior potencial de lucro.

2. A identificação das vantagens e desvantagens competitivas: o projeto de

um novo produto deve ser baseado em uma análise das vantagens e desvantagens

competitivas, tanto para o produto que ele irá substituir como para os produtos

concorrentes no mercado. As vantagens e desvantagens competitivas são mais bem

identificadas, usando a matriz de vantagens competitivas.

Primeiro, todos os fatores do produto e serviço relevantes na decisão de

compra do segmento alvo precisam ser listados. Segundo, seria solicitado que

consumidores potenciais dos segmentos alvo indicassem em escala qual a

importância de cada fator na sua decisão de compra. Quanto mais importante o fator

for para um consumidor, mais benefícios ele terá com o alto desempenho do referido

fator. E, por último, os consumidores potenciais avaliam como percebem o

desempenho dos produtos existentes no mercado (tanto do próprio fabricante como

dos concorrentes). Então o desempenho relativo é calculado, comparando o

desempenho do produto fator a fator com o desempenho do concorrente mais forte

neste fator em particular.

3. O posicionamento do novo produto dentro dos segmentos alvo: esse

posicionamento precisa ser visto no contexto da estratégia global da companhia.

Uma companhia posicionada nos segmentos de alta qualidade do mercado não pode

lançar um produto de baixa qualidade sem sacrificar o claro posicionamento da

empresa ou o valor de sua marca.

4. Sintonizando o projeto e preço do produto: no item 2, as vantagens e

desvantagens competitivas foram identificadas para estabelecer quais melhorias no

projeto geral do produto são as mais necessárias. Para sintonizar o projeto e preço do

produto, as preferências dos consumidores, o valor percebido das características do

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produto e o desejo de pagar precisam ser medidos com mais precisão. As questões a

serem respondidas neste item seriam:

• qual valor global do produto existente e dos produtos da concorrência?

• qual o valor das características individuais do produto; e como este

valor pode ser expresso em termos quantitativos?

• qual é este valor em termos monetários?

• quais melhorias aumentariam ainda mais o valor do produto?

• qual é o desejo de pagar por esta melhoria?

• qual é o desejo de pagar por características ou componentes

específicos do produto?

• qual é o preço ótimo para o produto todo e para os componentes

individuais do produto?

Um dos melhores métodos para a mensuração do valor das características do

produto é a análise conjunta. Perguntar diretamente aos clientes, por exemplo,

“Quanto você pagaria por mais 20 cavalos de potência?” No caso de um veículo, em

geral não produz resultados válidos. A análise conjunta, considerada uma ferramenta

sofisticada e confiável, usa o questionamento indireto e situações realistas de decisão

para extrair os valores. Quanto mais benefícios um consumidor obtém do uso de um

produto, maior o valor percebido deste produto, e maiores são suas chances de ser

selecionado entre os produtos concorrentes. O valor de um produto é composto pela

soma dos valores de suas características. E quanto mais alto o valor de uma

característica de um produto, mais alto será também o desejo do consumidor de

pagar pela referida característica e pelo próprio produto.

5. Simulações de mercado: O projeto ideal do produto foi estabelecido

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baseado na matriz de vantagens competitivas e nos valores das características

específicas do produto. Agora, uma função resposta ao preço será gerada para o novo

produto com a ajuda de um modelo de simulação de mercado. O modelo combina

todas as informações e dados da mensuração conjunta e dos itens anteriores, tais

como o atual ambiente competitivo e uma variedade de reações de potenciais

concorrentes à introdução do novo produto no mercado, de modo que o projeto do

produto possa ser testado em seu ambiente esperado de mercado. Tipicamente, estes

modelos de suporte à decisão são baseados em algoritmos que comparam o valor

global de um produto em relação ao valor global de todos os produtos no mercado.

Eles também estimam as fatias e as preferências do mercado com base nesta relação.

Esses dados podem ser acumulados na função resposta ao preço, que mostra as fatias

de mercado e o nível de vendas do produto em diferentes níveis de preço. Com esta

informação, a receita das vendas totais pode ser calculada multiplicando as unidades

vendidas pelo preço, conforme apresentado na figura 1:

6. Determina

pela simples subtraçã

figura 1, deduzindo

$ 113,00, resulta em

valor do custo total é

Figura 1: Simulação de mercado Fonte: Butscher e Laker (2000, p.50)

ção dos Target Cost: O custo máximo permissível é calculado

o da margem alvo do preço ótimo. Conforme demonstrado na

a margem alvo de 20%, o que significa reduzir 16,7%, de

um custo máximo permissível de $ 94,167 para a máquina. Este

distribuído entre os diferentes componentes e características do

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produto, de acordo com sua contribuição para o valor global do produto. Quanto

maior o valor de contribuição de uma característica, maior o orçamento ou custo alvo

permitido para ela. O objetivo é investir os recursos disponíveis naquelas áreas que

irão criar mais valor para o consumidor. As características do produto que têm custos

acima do Target Cost os têm reduzidos, a menos que sejam essenciais para a

funcionalidade do produto, ou seja, um “must” no mercado (Butscher et al., 2000,

tradução nossa).

Estas características diferenciam o Target Costing dos sistemas tradicionais

de custos. Os sistemas tradicionais de custos geralmente começam de dentro para

fora, para o desenvolvimento de produto e atribuição de preço, que podem ser

descritos pelas características abaixo:

• o desenvolvimento do novo produto é orientado pelo que os

engenheiros desenvolveram, não pela demanda do mercado;

• os preços são determinados em uma base custo-mais, o que significa

que a margem alvo simplesmente é adicionada ao custo final do

produto;

• a voz (o desejo) dos consumidores é ouvida com atraso – se é que é

ouvida – no processo de desenvolvimento do produto, ajudando

apenas a sintonizar o produto quase pronto;

• a cooperação entre os engenheiros e o pessoal de marketing é

mínima; os engenheiros desenvolvem o produto e o pessoal de

marketing tenta vendê-lo;

O resultado destas características é um conjunto de produtos com excesso de

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39

engenharia que não atendem às exigências dos consumidores e com atribuição de

preço completamente incorreta, desperdiçando enormes lucros e potenciais de venda.

2.4.4 Objetivos do Target Costing

Os objetivos principais do Target Costing são reduzir os custos totais de

produção, mas mantendo a mesma qualidade do produto. Porém, segundo Sakurai

(1997), as empresas japonesas usam os custo-meta também para: 1) reduzir ou

aumentar os custos de novos produtos, mantendo ao mesmo tempo a alta qualidade;

2) formular planos estratégicos de lucros, integrando informação de marketing com

fatores de engenharia e de produção; e 3) auxiliar o gestor de custos nas fases iniciais

de desenvolvimento do produto aplicado ao longo de seu ciclo de vida, envolvendo

ativamente toda a cadeia de valor.

2.4.5 Premissas do Target Costing

A implantação e execução de um processo de Target Costing baseia-se nas

seguintes premissas, de acordo com Rocha (1999, p. 86-87):

1. o lucro é a garantia de sobrevivência da empresa: Toda estratégia da

empresa deve estar centrada na capacidade do empreendimento gerar

lucro;

2. o custo é definido antes do início da produção: o custo do produto deve

ser definido na totalidade ou, pelo menos, na sua quase totalidade ainda

na fase do projeto, porque, depois desta fase, qualquer tentativa para a

redução de custos seria ineficaz;

3. o custo é fortemente influenciado pela competição: a competição é a mola

propulsora da eficiência, portanto a empresa é constantemente

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influenciada pelo mercado, seja em qualidade, preços, funcionalidade e

utilidade do produto;

Segundo Hicks apud Hendriksen e Breda (1991, p.282), o lucro é “... o

montante que uma pessoa pode gastar durante um período, e ainda estar tão bem ao

final do período quanto no início”.

2.4.6 Princípios do Target Cost

Os princípios do Target Costing, segundo as definições do Ansari (1997) e

Rocha e Martins Aversari. (1999) são:

Custo guiado pelo preço: significa que os custos alvo são estabelecidos e

determinados primeiramente a um preço de mercado competitivo e depois subtraindo

deste a margem de lucro.

Enfoque no consumidor: significa que as exigências do consumidor em

relação ao preço, qualidade e oportunidade do produto orientam a análise de custos.

Envolvimento da empresa como um todo: o projeto de produtos e processos é

a chave para os esforços de redução de custos, isto significa dizer que a melhor

oportunidade para gerenciar os custos é enquanto o produto ainda está no projeto.

Nesta fase de projeto, deve haver uma interação, comprometimento e apoio das

equipes que incluem, além dos participantes externos como fornecedores,

consumidores, revendedores e recicladores, também as áreas de produção, vendas e

marketing, compras, contabilidade de custos e serviços de apoio.

Ciclo de Vida: considera todos os custos de possuir um produto por toda sua

vida, como preço de compra, custos operacionais, manutenção e custos de disposição

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41

final. A meta do custeio do ciclo de vida é minimizar o custo de propriedade do

consumidor.

Cadeia de Valor: os membros da cadeia de valor como fornecedores,

revendedores e pessoal de serviço e apoio são parte do processo de custeio alvo e

ajudam a concentrar os esforços de redução de custos em toda a cadeia. Os sistemas

de custeio alvo envolvem um relacionamento ativo e colaborativo, no qual as

técnicas de redução de custos são compartilhadas por todos os membros deste

empreendimento expandido.

Consideração do custo total de propriedade: leva em conta não apenas os

custos de aquisição dos consumidores, mas também o custo de manutenção, uso, e

descarte do produto.

Enfoque no projeto: custos ainda não incorridos: os custos admissíveis são

determinados ainda na fase do projeto de um novo produto.

Impacto no custo do projeto do produto, tecnologia e processo: as

modernizações tecnológicas e a eficiência no processo de produção também podem

ser o diferencial na determinação do custo admissível na fase do projeto.

Orientação para o custo do ciclo de vida:

Do ponto de vista do consumidor – otimização do custo de propriedade do

produto. Neste caso, o consumidor considera todos os custos de possuir um produto

por toda sua vida, como preço de compra, custos operacionais, manutenção e custos

de disposição final. Por exemplo, um consumidor, quando compra um refrigerador,

paga mais que o seu preço inicial de compra. Ele paga energia, remoção do

refrigerador ao final de sua vida útil.

Do ponto de vista do produtor – otimização do custo de desenvolvimento,

produção, marketing, distribuição, suporte e assistência técnica do produto. A meta

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do custeio do ciclo de vida é minimizar o custo de propriedade do consumidor desde

a fase de projeto e desenvolvimento até o custo de disposição final ou reciclagem.

Voltando ao exemplo do refrigerador, um design que reduza o seu peso,

disponibilidade de peças de reposição durante o conserto, assistência técnica próxima

ao consumidor, facilidade de instalação, consertos e disposição final.

2.4.7 Implicações Estratégicas do Target Costing

O Target Costing é o valor admissível de custo que pode ser incorrido em um

produto e ainda gerar o lucro necessário neste produto. É o custeio orientado para o

mercado. A estória da Chrysler mostra como o processo de Target Costing, quando

bem executado, pode melhorar a posição da empresa, melhorando a qualidade,

reduzindo os custos e acelerando o tempo até o lançamento do produto no mercado.

Segundo Ansari (1997, p.1):

os Target Costing levam em consideração os seguintes objetivos: Qualidade. O Target Costing melhora a qualidade tornando-a um objetivo explícito dos processos de desenvolvimento e custeio do produto. Os Target Cost não podem ser atingidos através do comprometimento de características que o consumidor deseja ou através da redução do desempenho ou da confiabilidade do produto. Custo. A redução de custos é a parte essencial do Target Costing. Entretanto, diferentemente dos métodos tradicionais, o custeio alvo não espera o início da produção antes de gerenciar os custos. Ele torna o planejamento de custos uma parte do planejamento do lucro e utiliza um processo de projeto inteligente e focado ao consumidor para gerenciar os custos antes que sejam incorridos. Tempo. O Target Costing reduz o tempo entre o conceito e o marketing dos produtos, porque os produtos e processos são criados simultaneamente. Não há desperdício de tempo na tentativa de determinar como produzir um produto depois do projeto ou na correção de erros de projeto.

Com base nas considerações acima, pode-se perceber que o Target Costing

é um suporte para a Gestão Estratégica de Custos, cujos objetivos deverão estar

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voltados para o tripé: Qualidade do produto ou serviços; Custo; e Ciclo de Vida do

produto. Neste sentido, observa-se o que dizem diversos autores abaixo sobre

Estratégico, Gestão Estratégica de Custos e Ciclo de Vida:

Segundo Rocha (1999, p. 11),

Estratégico é um objetivo que qualifica algo que é absolutamente necessário ao alcance de um objetivo; no que se refere às organizações, o objetivo maior é o cumprimento de uma missão, para garantir a continuidade do negócio.

Sharplin (1985, p.6), define Gestão Estratégica como: “... a formulação e a

implementação de planos e a prática de atividades relacionadas a assuntos que são de

importância vital, geral ou contínua para a organização como um todo”.

Hansen e Mowen (2001, p. 423), define Gestão Estratégica de Custos como:

“o uso de dados de custos para desenvolver e identificar estratégias superiores que

produzirão uma vantagem competitiva sustentável. “

Ainda, segundo o mesmo autor, (2001, p.423), vantagem competitiva é

a criação de um valor melhor para o cliente por um custo igual, ou mais baixo, do que aquele oferecido pelos competidores, ou a criação de um valor equivalente por um custo menor do que aquele oferecido pelos competidores.

Qualidade do produto ou serviço: para atingir este objetivo a empresa

deverá implementar o processo de desenvolvimento de novos produtos ou até mesmo

melhorar os já existentes, desde que para o consumidor.

Custo: A redução de custo é o objetivo principal do Target Costing. O Target

Costing busca a redução do custo, focando as necessidades e os anseios do

consumidor. Mas, para atingir este custo admissível, além de focar o consumidor, é

preciso que a empresa leve em consideração toda cadeia de valor que ela mantém

com o relacionamento.

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Segundo Shank (1997, p.14),

Cadeia de Valor é o conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de Matérias-Primas básicas, passando por fornecedores de componentes e até o produto final entregue nas mãos do consumidor.

Ciclo de Vida: Considerando que o Target Cost deve ser definido antes do

início da produção, e que os avanços tecnológicos aliados aos consumidores cada vez

mais exigentes, provocam uma redução considerável no ciclo de vida dos produtos, a

empresa terá que desenvolver novos produtos num prazo cada vez mais reduzido,

evitando, assim, desperdícios de tempo e, conseqüentemente, reduzir a rentabilidade.

Segundo Sakurai (1997, p.157), “Custeio de Ciclo de Vida é um método de

apuração do custo de um produto ou de um equipamento durante toda sua vida útil”.

Segundo Horngren, Foster e Datar (2000, p.313),

O Ciclo de Vida do Produto abrange o tempo desde o início da Pesquisa e desenvolvimento de produto até o término de suporte ao cliente. Os administradores, por meio do orçamento de ciclo de vida, estimam as receitas e custos atribuíveis a cada produto, do início da pesquisa e desenvolvimento até o fim do atendimento e suporte ao consumidor no mercado.

Pode-se concluir que: Gestão Estratégia é uma política para determinação de

metas e objetivos de curto ou longo prazo – principalmente longo prazo – de uma

empresa com vista a sua continuidade. Portanto, para se definir esta estratégia faz-se

necessário que sejam levadas em conta o ciclo de vida do produto e toda a cadeia de

valor.

Entende-se por ciclo de vida o período que se inicia desde a sua concepção,

ao projeto, produção e colocação no mercado. Encerra-se esse ciclo a partir do

momento em que o consumidor perde o interesse pelo produto, ou seja, o ciclo de

vida passa pelo período da concepção, lançamento, ascensão, estagnação e

decadência.

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A cadeia de valor pode ser entendida como um conjunto de atividades,

(desde o fornecedor da matéria-prima até o descarte pelo consumidor) no qual a

empresa mantém relacionamento para o desenvolvimento da sua atividade

operacional.

2.4.8 Necessidade de Target Costing

O que torna o Target Costing tão importante hoje em dia? A resposta está na

natureza do ambiente industrial contemporâneo. Atualmente, os negócios enfrentam

um ambiente global que tem quatro características:

• competitivo. Porque os preços não podem ser aumentados em muitas

indústrias chave. Muitos produtos novos, alguns com um custo abaixo do

mínimo necessário, entraram no mercado global;

• contínuo e rápido em mudança, porque a disseminação de tecnologia e

conhecimento acelerou consideravelmente. Este ritmo mais acelerado

torna difícil o uso de qualquer outro fator, como qualidade, em uma

vantagem competitiva duradoura;

• implacável em relação a erros ou atrasos, uma vez que a vida mais curta

do produto deixa pouco tempo para responder às mudanças no mercado

ou para se recuperar de erros;

• exigente, porque os sofisticados consumidores conhecem muitos

produtos e querem os produtos de melhor qualidade, ao melhor preço. É

difícil vender produtos inferiores a preços mais baixos.

O Target Costing responde a este ambiente sendo um processo que:

• antecipa os custos, antes que sejam incorridos;

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• foca as exigências do consumidor e as ameaças da concorrência;

• vincula sistematicamente uma organização aos seus fornecedores,

revendedores, clientes e recicladores, em um sistema coeso e integrado

de planejamento de lucro e custos.

2.4.9 Processos e Estabelecimento do Target Costing

Considerando que o projeto é um fator determinante do Target Costing e é

basicamente aplicado aos esforços de desenvolvimento de novos produtos, a maioria

dos produtos é desenvolvida em quatro estágios, de acordo com Ansari (1997, p.6):

(1) Planejamento do produto, durante o qual são definidos o produto e o nicho consumidor; (2) Desenvolvimento de conceito e teste de exeqüibilidade, (3) desenvolvimento do design durante o qual é desenvolvido o conceito do produto e sua exeqüibilidade é testada; (4) Produção, que ocorre depois da liberação do design final.

Neste contexto, o Target Costing ocorre em duas fases que correspondem

mais ou menos à primeira e à segunda metade deste ciclo de desenvolvimento do

produto. Elas são chamadas de ‘fase de estabelecimento’ e ‘fase de obtenção’ do

Target Costing. A fase de estabelecimento ocorre durante os estágios de

planejamento e desenvolvimento de conceito do produto e do ciclo de

desenvolvimento do produto que envolve o estabelecimento de um Target Cost. A

fase de obtenção ocorre durante os estágios de desenvolvimento do projeto e da

produção do ciclo que envolve a obtenção do Target Costing.

Já o Target Costing é estabelecido dentro de parâmetros definidos pela

estratégia de produto e pelos planos de lucro de longo prazo da empresa. Estes planos

definem novos mercados, consumidores e produtos que uma empresa planeja buscar.

Os conceitos de produto voltados para consumidores específicos são testados quanto

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à exeqüibilidade e então os Target Cost são estabelecidos para produtos exeqüíveis.

Neste sentido, Ansari (1997, TC.6) relaciona as sete principais atividades que

precisam ser realizadas para estabelecer os Target Cost:

(1) A pesquisa de mercado busca informações sobre necessidades e desejos não atendidos de consumidores. Esta pesquisa define o nicho de mercado e/ou produto que uma empresa planeja explorar. Tipicamente, um nicho de mercado é uma classe de consumidores, definida de modo amplo, como aqueles consumidores conscientes sobre a importância da alimentação na saúde. (2) A análise da concorrência determina quais produtos da concorrência estão disponíveis no mercado, como os consumidores avaliam estes outros produtos, e como nossos concorrentes podem reagir à introdução de novos produtos pela nossa empresa. (3) Um nicho de produto ou consumidores é definido analisando informações do mercado e da concorrência para decidir qual segmento consumidor específico visar. Um nicho consumidor é formado por um consumidor mais especificamente definido, como ‘família’ com dois membros profissionais e jovens entre 30 a 45 anos. (4) As exigências dos consumidores são determinadas introduzindo um conceito inicial do produto e observando as reações dos consumidores. Designs preliminares são então aperfeiçoados com base no input contínuo dos consumidores, até que o produto atenda às exigências dos mesmos. (5) As características do produto são definidas estabelecendo exigências específicas para as características que o produto terá e os níveis de desempenho de cada característica. (6) Um preço de mercado aceitável aos consumidores e capaz de enfrentar a concorrência é estabelecido. (7) A margem de lucro necessária é estabelecida. Este é o lucro que um produto precisa gerar. Em geral, ele é expresso como o percentual de Retorno Sobre as Vendas (RSV). Este percentual de RSV depende dos planos de lucros de longo prazo e do retorno financeiro sobre o ativo que uma empresa precisa ganhar em dada indústria. Uma prática comum no Japão é usar um esquema de pesos que combina o RSV histórico da empresa com o RSV médio da indústria e o RSV projetado da empresa para gerar o RSV necessário para o produto. As empresas japonesas geralmente ignoram o retorno sobre o ativo, uma vez que o mesmo é difícil determinar e complica o cálculo do lucro alvo. A fórmula abaixo reflete esta prática: RSV alvo = W1 (RSV histórico) + w2 (RSV da indústria) + (RSV projetado), onde w1 + w2 + w3 = 1.

Portanto, é importante observar que lucros, preços e fatias de mercado são

alvos a serem atingidos e não simplesmente desejos de estimativas administrativas ou

probabilísticas sobre o estado futuro destas variáveis. O Target Costing é, portanto,

um plano de ação que requer o comprometimento dos membros da organização.

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48

2.4.10 Contabilidade Empresarial e o Target Costing

Tradicionalmente, os contadores empresariais têm sido peritos funcionais que

não mantêm muito contato com seus colegas de marketing e produção. Percebem seu

papel como provedores de dados financeiros, avaliadores de desempenho após o fato

e auditores do uso dos recursos.

A ênfase da contabilidade empresarial tem estado no fornecimento de

informações interno a empregados e administradores responsáveis por decisões que

afetam o futuro da organização. Com o aumento da competição global, as

necessidades dos negócios de informações correntes e futuras precisam ser mais

pontuais para que possam continuar a crescer. Novos negócios e processos de

manufaturas foram desenvolvidos na última década por empresas que enfrentam a

crescente competição doméstica e externa. O mercado global tornou-se altamente

dinâmico e está em contínua mudança. Isto força a contabilidade empresarial a

expandir seu foco e a se tornar parte de uma equipe que fornece o input necessário

para tornar a empresa um competidor global mais eficiente.

Atualmente, espera-se que os contadores empresariais sejam jogadores da

equipe em áreas como desenvolvimento de produtos, análise de lucratividade,

processos de qualidade e avaliação do desempenho global da empresa. As mudanças

tecnológicas e a melhoria das telecomunicações terão cada vez mais impacto sobre

os contadores empresariais.

Nessas novas práticas incluem o Target Costing, gerenciamento estratégico

de custos, preço de transferência e benchmarking (comparação de indicadores de

desempenho), o que requer uma mudança no papel tradicional dos contadores

empresariais e no tipo de informações que fornecem, exigindo assim que os

contadores empresariais tenham um envolvimento antecipado com o produto e que

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aprendam a trabalhar como membros de uma equipe trans-funcional. Esse

envolvimento antecipado significa iniciar quando o produto ainda está em seu estágio

de concepção, e permanecer durante todo o ciclo de desenvolvimento. Para isto, os

contadores precisam ser capazes de fornecer boas estimativas de custo para cada

repetição do projeto (Butscher et al., 2000).

Neste sentido, o Target Costing exige um afastamento de sistemas contábeis

de responsabilidades tradicionais (centrados nos departamentos) para informações

contábeis mais voltadas para o processo. Na contabilidade de responsabilidade, o

primeiro foco da contabilidade é a unidade organizacional. Os dados voltados para o

processo focam os relacionamentos entre unidades e interorganizacionais. Ela coleta

dados de como um produto flui pelas unidades/organizações, quais atividades exige,

e o que orienta os custos de cada estágio.

Segundo Ansari (1997, TC.23), existem seis tipos de dados de custos que não

são comumente coletados pela maioria dos sistemas de contabilidade empresarial,

que são essenciais para o “Target Costing”:

a) o custeio do ciclo de vida;

b) o custeio da cadeia de valor;

c) o custeio por característica/função;

d) custeio orientado pelo projeto;

e) o custeio de operações;

f) o custeio baseado na atividade.

2.4.11 Questões Comportamentais

O Target Costing requer basicamente dois conjuntos de comportamentos

diferentes de todos os membros de uma organização. O primeiro é composto pelos

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comportamentos necessários ao Target Costing bem sucedido. O outro é composto

pelas conseqüências comportamentais do uso do Target Costing.

Assim, os membros de uma organização precisam mudar seu comportamento

de duas maneiras: precisam aprender a se envolver mais cedo e a desenvolver

tolerância para com a ambigüidade. O projeto, por natureza, é um processo

incompleto. Ele está sempre olhando para o futuro e requer muitas estimativas. Os

contadores sempre querem dados que possam checar. Precisam mudar este

comportamento.

Trabalhar em equipe é um atributo importante para os contadores

empresariais. Eles precisam se envolver com outras disciplinas, entender as

dimensões técnicas do produto e saber quais as exigências do consumidor. Precisam

aprender a falar com outros membros da equipe, de marketing, engenharia e

compras, para explicar as implicações financeiras das decisões de projeto de forma

fácil e compreensível. A comunicação efetiva é uma necessidade comportamental

essencial para contadores que participam do Target Costing.

Esta foi uma entre as razões pelas quais o Target Costing foi difícil de

implementar em empresas dos Estados Unidos da América, pois esses

comportamentos não estão enraizados nestas empresas, porque a maior parte dos

administradores americanos tendia a ser especializada em suas áreas, sem sentir

necessidade de se comunicar com administradores de outras áreas. Além disso, a

avaliação de desempenho não depende do desempenho da equipe (Ansari, 1997).

2.4.12 Custo-Alvo (Target-Cost)

Existem diferenças conceituais quanto ao que seria o Target Cost, conforme

se pode observar nos autores abaixo:

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Segundo Carvalho (1998, p.97), “o Target Cost é um custo estratégico.

Resulta da diferença entre o preço de venda necessário para captar determinada faixa

de mercado e o lucro desejado por unidade”.

Segundo Martins(a) (2000, p.240), “o Target Cost é o custo máximo

admissível de um produto ou serviço para que, dado o preço de venda que o mercado

oferece, consiga-se o mínimo de rentabilidade que se quer”.

Segundo Rocha (1999, p.126),

O Target Cost é o montante de custos que deve ser eliminado ou aumentado para que o custo estimado de um produto ou serviço se ajuste ao admissível, tendo em vista o custo de uso e de propriedade para o consumidor, o preço alvo e as margens objetivadas para cada elo da cadeia de valor.

Para Monden (1999, p.37), “Custo Alvo é uma atividade de gerenciamento de

lucro em toda empresa, centrada na fase de desenvolvimento de novos produtos”.

Assim, para uns, o Target Cost é o custo admissível, considerando a diferença

entre o preço-alvo de mercado da margem de lucro desejada; para outros, seria a

diferença entre o custo admissível do custo estimado, assim chamado na língua

inglesa de GAP.

Sem a pretensão de discordar das definições acima, considera-se o Target

Cost como sendo a diferença entre o Custo Estimado e o Custo Máximo Permitido,

ou seja, o GAP, conforme demonstrado nas figuras 2 e 3.

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52

2.4.13 Caract

2.4.13.1 Com

Existe

e a Visão Trad

Uma d

no método do

preço é basea

Com b

se a seguir, q

Visão Tradici

Margem de LucroDesejada( - )Preço Alvo de

Mercado

Custo MáximoPermitido

Figura 2: Custo Máximo Permitido Fonte: Ansari (1997) adaptado pelo autor

( - )CustoEstimado

Custo MáximoPermitido

(GAP)

Figura 3: GAP Fonte: Ansari (1997) adaptado pelo autor

erísticas Comparativas

paração entre o Target Cost e a Visão Tradicional

m muitas diferenças conceituais entre a metodologia do Target Costing

icional de Custos.

as principais diferenças está centrada da relação preço-custo. Enquanto

Target Costing “o custo é baseado no preço”, na Visão Tradicional “o

do no custo”.

ase nos estudos de Rocha e Martins Aversari (1999, p. 86), apresenta-

uadro comparativo entre algumas características do Target Cost e da

onal.

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Quadro 1 – Características comparativas entre o Target Cost e a Visão Tradicional. TARGET COST VISÃO TRADICIONAL

• O preço de venda é que determina o custo;

• O custo é que determina o preço de venda;

• O preço de venda de mercado (-) a margem de lucro planejada estabelece o custo máximo permitido;

• O custo (+) o lucro planejado estabelece o preço de venda;

• O mercado competitivo é o direcionador do planejamento;

• O mercado não é levado em consideração no planejamento;

• A redução dos custos depende do projeto;

• A redução dos custos ocorre após a produção, quando da verificação de ineficiências;

• Todos os custos são replanejados antes de atingir os limites estabelecidos;

• O replanejamento para a redução dos custos é considerado após a incorrência dos mesmos, acima do limite estabelecido;

• Cumplicidade de todos os setores da empresa no gerenciamento de custos;

• Os contadores controlam os custos;

• O consumidor em potencial é quem define a redução dos custos;

• A redução dos custos não leva em consideração os consumidores;

• Redução dos custos pós compra para o consumidor;

• Redução no preço pago pelo consumidor, quando da aquisição dos produtos;

• Envolve toda a cadeia de valor no planejamento.

• Nenhum envolvimento da cadeia de valor.

Fonte: Rocha e Martins Aversari (1999. p.86).

2.4.13.2 Comparação entre o Target Cost e o Custo-Padrão

Além dos aspectos conceituais, a finalidade para que se destinam caracteriza a

diferença entre o Target Cost e o Custo-Padrão.

O Target Cost é um custo obtido pela subtração de um preço de venda (de

mercado) da margem de lucratividade desejada, com o objetivo de atingir um custo

de produção. Sua utilização, entre outras, está voltada para a gestão de lucros. Está

relacionado com o ambiente interno e externo.

Já o Custo-Padrão é o custo normal de um produto; sua elaboração contempla

um cenário de bom desempenho operacional e leva em conta as eventuais

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deficiências dos itens que compõem o custo do produto. É um instrumento de

controle para os gestores da organização. Está relacionado com o ambiente interno.

Neste sentido, Sakurai (1997, p. 57) ensina que o Target Cost é uma parte do

planejamento estratégico do lucro. No Target Cost, considera-se que o plano

estratégico das operações encontra-se formulado levando em conta a concorrência e

as necessidades do cliente. Na realidade, o Target Cost é freqüentemente usado como

instrumento, de baixo para cima, para atingir o lucro programado pela cúpula da

empresa expressa pela estratégia empresarial. Dessa forma, o programa de redução

de custos é fortemente direcionado para o lucro programado estrategicamente. Por

outro lado, o Custo-Padrão é um instrumento de controle de custos no nível

operacional, geralmente baseado em pressupostos estratégicos de engenharia.

Segundo Sakurai (1997.p.55)

As empresas diferem quanto ao entendimento do que fazer com o custo-alvo, e isso afeta as características do custo-alvo como instrumento. O custo alvo e o Custo Padrão são, ambos, instrumentos para o gerenciamento de custos. Assim, a relação comparativa entre o Target Cost e o Custo-Padrão será apresentada a seguir:

Quadro 2 – Características comparativa entre Target Cost e Custo Padrão. TARGET COST CUSTO-PADRÃO

• Instrumento de gestão de custos para o planejamento do lucro e redução dos custos;

• Instrumento de gestão e controle de custos;

• Utilizado na fase de planejamento e desenho do produto;

• Utilizado na fase de produção;

• Técnica voltada para o mercado; • Técnica voltada para a produção; • Leva em conta a concorrência e as

necessidades do cliente; • Contempla apenas aspectos

tecnológicos e controle operacional; • Envolve dois ou mais níveis da cadeia de

valor; • Não envolve a cadeia de valor na

formação do custo; • Definido a partir do preço que o mercado

está disposto a pagar. • Definido com base em estimativas

técnicas do custo necessário para a produção.

Fonte (Sakurai, (1997), adaptado pelo autor.

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55

Segundo Viceconti (1995, p.101),

Custo-Padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta.

O termo Custo-Padrão aplica-se à valoração com base em quais deveriam ser

os custos sob certas suposições em relação ao nível desejado de eficiência produtiva

e de utilização da capacidade. A valoração com base no custo padrão é um conceito

de valoração de entrada baseado no preço de troca apropriado de quantidades

adequadas de mercadorias e serviços necessários na produção de um produto.

Embora o custo padrão tenha sua significância básica como ferramenta

administrativa de controle de custo, ele também é um conceito útil na valoração de

ativos produzidos (tradução nossa).

Ou seja, na visão do Hendriksen e Breda. (1991, p.493), o termo Custo-

Padrão: (...) applies to valuations on the basis of what costs should be under certain assumptions regarding the desired level of productive efficiency and capacity utilization. Valuation on the basis of standard costs is an input valuation concept based on the appropriate exchange prices of the proper quantities of goods and services necessary for production of the product. Although standard cost have their primary significance as a managerial tool of cost control, they also provide a useful concept of valuation for produced assets.

2.4.14 Target Costing: Operacional Ou Estratégico?

Entende-se por Operacional a fase de execução das diretrizes definidas pelo

planejamento estratégico.

Estratégia, segundo Chandler Junior (1962, p 13), pode ser definida com a

determinação das metas e objetivos básicos de longo prazo de uma empresa, e a

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56

adoção de curso de ação e alocação de recursos necessários para pôr em prática essas

metas.

Observando as duas conceituações acima, entende-se que o Target Costing

deve ser considerado como estratégico, visto que sua aplicação concentra-se na fase

de projeto do produto e não na fase de produção (execução).

2.4.15 Fases para estabelecer o Target Costing

Esta fase é considerada a mais importante, pois depende-se dela para se

chegar ao Target Cost.

CÁLCULO DO CUSTO INICIAL

a) pesquisa de mercado;

b) análise da concorrência;

c) definir produto e nicho de clientes;

d) compreender as necessidades dos clientes;

e) definição das características do produto;

f) preço-alvo de venda (mercado);

g) margem de lucro desejada;

h) custo máximo permitido; ou

i) custeio estimado – Custo máximo permitido = GAP.

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57

2.4.1

elab

desc

uma

Custo MáximoPermitido H

Custo Estimado(-) CustoMáximo

Preço-Alvo de Venda (Mercado) F

Margem de LucroDesejada G

Compreender as Necessidadesdos Clientes D

Definir as Características dosProdutos E

Definir Produto / Nicho deClientes C

Análise da Concorrência B

Pesquisa de Mercado A

Figura 4 Fases para estabelecer o Target Costing Fonte: Ansari (1997), adaptado pelo autor.

5.1 Pesquisa de Mercado

Segundo Kotler (2000, p.125), Pesquisa de Mercado corresponde à

oração, à coleta, à análise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e

obertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada por

empresa.

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58

No Target Costing, a pesquisa é direcionada ao consumidor e/ou cliente, a

fim de obter informações sobre seus anseios e necessidades, definindo o nicho de

mercado e/ou produto que a empresa planeja explorar: tipicamente o nicho de

mercado deverá ser definido por classes de clientes em potencial.

2.4.15.2 Análise da Concorrência

Segundo Kotler (2000, p. 244), concorrentes são empresas que atendem às

mesmas necessidades do consumidor e/ou cliente.

O mercado concorrente abre um vasto caminho de concorrentes reais e

potenciais.

As análises dos concorrentes devem ser feitas após a identificação dos

principais concorrentes, devendo descobrir suas características, especificamente suas

estratégias, seus objetivos, suas forças e fraquezas e seus padrões de reação.

No Target Costing, a análise dos concorrentes determina que tipo de produto

está sendo disponibilizado pelo concorrente ao cliente-alvo, como o consumidor e/ou

cliente avalia esse novo produto, e qual o poder de reação dos concorrentes com a

introdução do produto no mercado.

2.4.15.3 Definir Produto e Nicho de Consumidores e/ou Clientes

Nesta fase, analisa-se o dado obtido das etapas anteriores e define-se o novo

produto a ser produzido, bem como o nicho de consumidores e/ou clientes que

poderá ser por classe social, renda financeira, idade, profissão ou outros.

2.4.15.4 Compreender as Necessidades dos Consumidores e/ou Clientes

Compreender as necessidades dos consumidores e/ou clientes é saber que tipo

de produto eles querem e qual a expectativa de valor que eles têm com relação a esse

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produto. O retorno do cliente depende de a empresa atender ou não a essa expectativa

de valor entregue a ele.

Segundo Kotler (2000, p.56),

Valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente. O valor total [...] é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total [...] é o conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço.

2.4.15.5 Definir as Características do Produto

Nessa etapa são definidas as características funcionais do produto, as

exigências e os níveis de desempenho de cada característica, levando em

consideração a etapa anterior.

2.4.15.6 Preço-Alvo de Venda (Mercado)

O preço-alvo de venda é o preço que o consumidor e/ou cliente (mercado)

está disposto a pagar por um determinado produto. O consumidor e/ou cliente cria

expectativas de valor e age com base nelas.

Hoje é o consumidor e/ou cliente quem determina o que quer de um produto e

quanto pode pagar pelas funções que este desempenha, e não mais a empresa. A

concorrência acirrada fez do mercado o alvo para a tomada de decisão, no que diz

respeito a: o que produzir, quanto cobrar e qual é o custo.

No método tradicional, o custo é estipulado pela empresa e é a base para se

chegar ao preço de venda, sem qualquer interferência do mercado.

Custo + Margem de Lucro Desejada = Preço de Venda (PV)

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60

No Target Costing o preço de venda (PV) serve como base para se chegar ao

custo e esse (PV) quem estipula não é a empresa e sim o mercado.

Preço de Venda (PV) – Margem de Lucro Desejada = Custo

Saber se o consumidor e/ou cliente pagará mais ou menos pelo produto

depende do diferencial que este proporcionará com relação a outros produtos

substitutos existentes nos mercados concorrentes. Esse diferencial nada mais é do

que a expectativa de valor do consumidor e/ou cliente chamado, no Target Costing,

de percepção de valor.

O consumidor e/ou cliente poderá pagar mais pelo produto se a percepção de

valor também for maior.

Entende-se que essa percepção não necessariamente deva vir das funções do

produto, mas de outros determinantes como o valor da imagem da empresa, valor do

pessoal, valor do serviço, e o valor do produto propriamente dito.

Segundo Horngren, Foster e Datar. (2000, p.305),

o preço-meta é a estimativa de preço do produto (ou serviço) que o consumidor potencial está disposto a pagar. Essa estimativa baseia-se na percepção do valor do produto aceito pelo cliente e das respostas dos concorrentes.

2.4.15.7 Margem de Lucro Desejada

A margem de lucro desejada (ROS – Return on Sales) é o lucro que a

empresa deseja obter na venda do produto.

Segundo Horngren, Foster e Datar (2000, p.306), "o lucro operacional meta

por unidade é o lucro operacional que a companhia deseja obter na venda de cada

unidade de produto (ou serviço).”

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Para Cooper & Slagmulder (1998, p.100-101), a margem de lucro total feita

produto a produto é apurada através de duas formas:

Começa normalmente com a margem de lucro do produto antigo (que será substituído pelo novo produto em questão) e é então ajustado por mudanças nas novas condições de mercado.

[...] começa com a margem de lucro alvo para a linha de produtos (ou outro agrupamento de produtos) e cresce ou diminui a margem de lucro alvo para os produtos individualmente dependendo da realidade do mercado.

No Target Costing utiliza-se o valor unitário da margem de lucro, o que torna

de fundamental importância a determinação do volume esperado de vendas.

Entende-se que, no Target Costing, a margem de lucro desejada deve ser

definida em termos unitários, principalmente quando existir uma diversificação de

produtos numa mesma linha de produção. Com esse procedimento é possível analisar

os impactos que poderão ocorrer com os acréscimos ou substituições de componentes

de cada produto, necessários para a satisfação do cliente.

2.4.15.8 Custo Máximo Permitido

O custo máximo permitido é o custo máximo que um produto pode ter,

obedecendo às exigências de mercado sem prejudicar os objetivos internos da

empresa.

Para Ansari (1997, p.93), o custo máximo permitido é calculado pela seguinte

fórmula:

Neste ponto, o custo máximo permitido encontrado deverá ser comparado

com o custo estimado que, segundo o CRC-SP e o IBRACON, é aquele estabelecido

com base em custos de períodos anteriores, ajustados em função de expectativas

Custo máximo permitido = Preço de Venda – Margem de Lucro desejada.

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62

futuras, conforme demonstrado nas figuras 2 e 3.

Existem autores que divergem quanto ao que seria o verdadeiro Target Cost.

Alguns defendem que o Target Cost é o GAP, ou seja, a diferença entre o custo

máximo permitido e o Custo Estimado.

Segundo Rocha (1999, p.126), “Custo-Alvo é o montante de custos que deve

ser eliminado, ou aumentado, para que o custo estimado de um produto, ou serviço,

se ajuste ao permitido [...]”.

No entanto, entende-se que independentemente da forma a ser adotada, em

nada influenciará o resultado, o que, segundo Ansari (1997, p.99), “é uma questão de

nomenclatura”.

2.4.15.9 Cálculo do Custo Estimado

Cada empresa possui o seu método de custeio para a determinação do custo

estimado, que tanto pode ser absorção, variável ou ABC.

O Custeio por Absorção é o método mais utilizado no Target Costing, por

serem, os custos diretos de materiais e os custos de transformação, os focos de

redução, e também por serem custos controlados pela gerência de produção.

Neste sentido algumas empresas – como a Isuzu - consideram apenas custos

de peças e de material que são objeto de engenharia de valor como integrantes do

Target Cost. Por outro lado, outra indústria automobilística inclui todos os custos

variáveis no Target Cost, e usa a margem de contribuição como lucro-meta. Neste

caso, se os custos de despesas fixos, estiverem incluídos no Target Cost, devem ser

controlados. Considerando a dificuldade em controlar os custos fixos de fabricação e

as despesas operacionais, as indústrias automobilísticas incluem somente custos de

peças e custos variáveis no Target Cost.. (Sakurai. 1997)

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63

Em caso de produto similar, a melhor forma pode ser limitar o alvo dos

Custos Meta aos custos diferenciais, levando em conta somente as diferenças de

custo do novo modelo.

No caso de desenvolvimento de um novo produto, o custo estimado deve ser

calculado pelo método de custeio por absorção, que inclui, além dos custos de

materiais diretos e os custos de transformação, todas as etapas fixas e variáveis.

Neste sentido, os custos do usuário final, como operação, manutenção e

sucateamento devem ser considerados como parte desse custo (Sakurai, 1997, p.65).

2.4.16 Fases para Atingir o Target Cost

Depois de encontrado o Custo Alvo (Target Cost) na fase 1, onde se procurou

estabelecer o Target Costing, neste caso defendido o GAP, a empresa deverá decidir

se produz ou não o produto, passando diretamente para a fase 3, ou se refaz os custos

estimados, passando para a fase 2. É o GAP que servirá de base para a decisão,

conforme segue:

Quadro 3 – Fases para decidir fabricar ou não o produto

Valor Resultado do GAP Fases a Seguir

Custo Estimado Custo Máximo Permitido GAP

100 100

0

GAP = 0

Fase 3

Custo Estimado Custo Máximo Permitido GAP

100 120 -20

GAP < 0

Fase 2 ou 3

Custo Estimado Custo Máximo Permitido GAP

100 80 20

GAP > 0

Fase 2

Fonte: Ansari (1977), adaptado pelo autor

Segundo Scarpin (2000, p.102), quando o GAP for 0 ou < que 0, coloca-se o

produto em produção.

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64

A princípio poderia surgir a dúvida: quando o GAP < 0, por que não se

passaria diretamente para a fase 3, haja vista que o custo estimado é menor que o

permitido pelo mercado? Defende-se nesse momento que, se o estimado é menor que

o permitido, é sinal que a empresa poderá aumentar esse custo, através de uma

melhoria do produto, aumentando a qualidade de materiais, mudando componentes,

ou outras alterações que venham a satisfazer o cliente. Mas, essa situação não impede

que a empresa passe diretamente para a fase 3 sem rever o seu custo, conforme

apresentado na figura 5.

Figura 5. Fases para estabelecer o custo total Fonte: Ansari (1997), adaptado pelo autor

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65

Com base nas fases definidas na figura 5, passa-se a desenvolver estas fases

conforme segue:

2.4.16.1 Projetar Produto/Processo

Nessa etapa, a empresa determina se a idéia do produto pode ser traduzida em

um produto viável ou não, do ponto de vista técnico e comercial. A tarefa de traduzir

as exigências do cliente-alvo em um protótipo que funcione é apoiada por um

conjunto de métodos conhecidos como desdobramento da função de qualidade ou

Quality Function Deployment (QFD). Esses métodos fazem com que todos os setores

da empresa, como: marketing, engenharia e produção, se comuniquem, a fim de

trazer informações úteis ao processo de desenvolvimento do protótipo do produto. O

departamento de protótipos deverá desenvolver um protótipo envolvendo os

principais desejos do consumidor e principalmente dentro do custo máximo

permitido.

Os protótipos, quando acabados, deverão passar por testes funcionais e com

os clientes, a fim de observar o que deverá ser ou não alterado.

2.4.16.2 Executar a Engenharia de Valor/ Análise de Valor

Engenharia de valor é um esforço organizado voltado para a análise das

funções dos vários componentes com a finalidade de alcançar estas funções ao mais

baixo custo global sem redução de desempenho exigido, confiabilidade, manutenção,

qualidade, segurança, utilidade e reciclabilidade (Ansari, 1997, TC-19).

Segundo Basso (1991, p. 15), engenharia e análise de valor é uma abordagem

sistemática que identifica a função de um produto, estabelece um valor monetário

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66

para a função e provê o atendimento desta função com a qualidade necessária e com

o menor custo global, através do uso da criatividade.

Segundo Sakurai (1997, p. 65), as atividades de engenharia de valor podem

ser divididas em três categorias: EV de abordagem zero, EV de primeira abordagem

e EV de segunda abordagem.

A Engenharia de Valor (EV) de abordagem zero é aplicada no estágio de

planejamento do produto. A EV de primeira abordagem aplica-se aos estágios de

desenho e de desenvolvimento, e a EV de segunda abordagem aplica-se aos estágios

de fabricação.

No custeio alvo, a melhor EV a ser aplicada seria a de abordagem zero, pois é

no projeto que se consegue reduzir custos com mais eficiência.

Dentro da engenharia de valor está o que se chama de Análise Funcional de

um Produto, esta é que tem por objetivo a identificação e a avaliação das funções.

Entende-se que cada produto possui uma ou mais funções e que estas possuem um

custo correspondente.

A análise funcional do produto compreende :

1. a identificação das funções;

2. a avaliação das funções.

Identificação das Funções

Neste estágio, identificam-se as funções de cada produto, por exemplo: um

liquidificador tem como função triturar alimentos.

Avaliação das Funções

Identificadas as funções, avaliam-nas por meio da Avaliação do Índice do

Valor das Funções. Essa técnica é considerada a que melhor permite alocar os custos

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67

totais do produto aos custos de cada uma das funções e das funções dos

componentes.

O índice de valor das funções é obtido através da divisão do valor real da

função (ou contribuição relativa) pelo seu valor de uso (ou custo relativo).

Índice de Valor Valor Real da Função

Para que o resultado do índice seja

um valor próximo de um (1), caso contr

relativa insuficiente em relação ao seu c

valor bem maior que um (1), isso signific

custo é muito grande, podendo ser revis

que haja aumentos relevantes no custo.

Nagoya (1998) e Padhye (1999

implantação da engenharia de valor. Seria

1) Falta de coordprocesso do Target custo máximo permàs funções do produ

Executar a Análise de Custos

Consiste em analisar os compone

análise é subdividida em 5 itens:

• análise dos componentes e funçõe

• análise e ajuste dos custos;

• análise da posição relativa de exig

• análise das características relativas

=

Valor de Uso

considerado favorável terá que resultar em

ário, menor que (1), terá uma importância

usto. Poderá acontecer de resultar em um

a que a importância relativa em relação ao

to o projeto e incrementado o produto sem

) relacionam alguns problemas quanto à

m eles:

enação na gestão dos custos durante todo o Costing; 2) Excessivas mudanças no cálculo do itido; e, 3) Dificuldade de alocação dos custos to.

ntes no sentido de reduzir os custos. Essa

s do produto;

ência do cliente;

para as funções.

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68

• análise da posição funcional relativa.

Estimar a Viabilidade de Custos

Estimar custos é a atividade mais importante no Target Costing. Nesta

atividade, ocorre a interação de cada ciclo do projeto.

Cada projeto revisado requer uma nova estimativa do custo-meta, e cada nova

estimativa difere da estimativa de custos anteriores.

Liberar o Projeto para a Produção

Esta é a fase final do projeto, onde todos os custos foram revistos e o custo

alvo foi atingido, ou seja, o GAP = 0 ou GAP < 0.

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69

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

3.1 Breve histórico do Desenvolvimento Econômico do Estado de Santa

Catarina

Os dados históricos do estado de Santa Catarina indicam que a ocupação

populacional de origem européia e o desenvolvimento econômico do atual estado de

Santa Catarina processaram-se, inicialmente, de forma bastante lenta, a partir de

meados do século XVII, acelerando-se na segunda metade do século XIX e

explodindo a partir de meados do século XX.

Esta é uma característica de toda a região Sul do Brasil, onde a

disponibilidade de terras agriculturáveis e de pastagem, a riqueza da flora e fauna,

tanto marítima, quanto aquática, associadas às diversidades culturais, geraram uma

dinâmica econômica toda própria, com especificidades econômicas regionais, hoje

mais notadamente no estado catarinense.

Identifica-se em Santa Catarina alguns pólos econômicos especializados,

mesmo que ocorram outras atividades econômicas simultâneas, na mesma área.

O Vale do Itajaí, centrado em Blumenau e Brusque como principais centros

econômicos da área do vale, tem como marca as indústrias têxteis, constituindo-se no

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70

maior pólo de tecelagem do Estado. A agropecuária e as atividades de

industrialização destes produtos também estão presentes na região. O turismo de

compras nas cidades de Brusque e Blumenau.

O Norte de Santa Catarina apresenta uma estrutura econômica centrada nas

indústrias metalúrgicas, plásticos/PVC, de móveis e de motores. Na cidade de

Jaraguá do Sul e Joinville onde fica a Embraco - considerada a maior produtora de

compressores de geladeiras do mundo,- a Weg Motores S/A, no ramo de motores, e

também a Tigre Conexões, a maior empresa fabricante de canos de PVC do Brasil,

localizada em Joinville.

O Oeste catarinense é o grande celeiro agropecuário do estado, contendo

igualmente as maiores indústrias de transformações de produtos agropecuários de

Santa Catarina. Os frigoríficos Sadia, Perdigão, Seara, Aurora e a Ceval, hoje Bünge,

estão localizadas na região. As várias indústrias de abate de frangos e de suínos

matam diariamente mais de um milhão de aves e 5 mil suínos.

As indústrias de transformação de soja e laticínios também são fortes marcas

da região, industrializando tanto a produção regional, quanto produtos trazidos de

outros estados.

O planalto serrano, ou Campos Gerais, centrado nas cidades de Lages e

Curitibanos, é marcado pela pecuária, agricultura e indústrias de papel e celulose. O

turismo rural vem se transformando em importante alternativa regional. São Joaquim

é a principal cidade turística do estado a explorar o circuito turístico da neve.

O Sul e Extremo Sul catarinense têm sua economia centrada na indústria de

cerâmica e na agricultura do fumo e do arroz. As cidades de Criciúma, Tubarão e

Araranguá são os principais centros regionais. Na região, situa-se a maior indústria

termelétrica da América do Sul.

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71

A região litorânea tem como âncora econômica as atividades ligadas ao setor

terciário de prestação de serviços e administração pública. O turismo é hoje a grande

atividade impulsionadora da economia regional, com a presença de mais de dois

milhões de turistas na temporada 2000/2001. Cidades como Florianópolis, Balneário

Camboriú, Laguna, Garopaba, Penha, Piçarras, Porto Belo, Bombinhas teriam

dificuldades econômicas sérias se ocorresse uma retração no volume de turistas. As

atividades administrativas, principalmente em Florianópolis, a pesca artesanal e

industrial, associada à agricultura e maricultura, são as principais fontes de renda da

população. As atividades portuárias também representam para os municípios de São

Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba importantes fontes de renda (Farias, 2001).

3.2 Delimitação do Campo de Estudo

3.2.1 Delimitação Geográfica e Ramo de Atividades

A pesquisa, objeto deste estudo, foi desenvolvida em empresas industriais

localizadas nas cidades de Itajaí, Navegantes, Brusque, Ilhota, Gaspar, Blumenau,

Joinville e Tijucas, consideradas pólo industrial do estado de Santa Catarina.

Foram selecionadas as 48 (quarenta e oito) maiores empresas em número de

empregados, localizadas nas regiões acima citadas, classificadas por atividades:

Têxteis, Vestuários, Confecções, Alimentos, Metal-Mecânica, Artefatos de Plásticos

em Geral e Revestimentos.

3.3 O Método da Pesquisa

Segundo Martins (2000, p.26), conforme o enfoque epistemológico, há

diferentes gêneros de pesquisa. Gamboa, citado pelo autor, classifica os estudos em:

• empírico-analítico;

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72

• fenomenológico-hermenêutico;

• crítico-dialético.

Demo (1995, p.13) reconhece quatro gêneros de estudos:

• teóricos: dedicados a formular quadros de referências e estudos de

teorias;

• metodológicos: dedicados a indagar por instrumentos, por caminhos,

por modo de se fazer ciência, ou produzir técnicas de tratamento da

realidade, ou discutir abordagens teórico-práticas;

• empíricos: dedicados à codificação da face mensurável da realidade

social;

• práticos: voltados para intervir na realidade social.

Quanto ao presente estudo, trata-se de uma abordagem empírico-analítica, que

na conceituação de Martins(b)(2000, p.26):

São abordagens que apresentam em comum a utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente quantitativos. Privilegiam estudos práticos. Suas propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista.

De acordo com os propósitos do estudo, será adotada uma avaliação

quantitativa. Segundo Richardson (1999, p.70), em sentido genérico, método em

pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e

explicação de fenômenos. Esse procedimento se aproxima dos seguidos pelo método

científico que consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-

las com base nas relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias

existentes. Esse método caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto das

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73

modalidades de coleta de informações, quanto ao tratamento delas por meio de

técnicas estatísticas desde as mais simples às mais complexas.

A presente pesquisa também se encaixa na avaliação qualitativa, portanto,

adequada à aplicação de uma pesquisa quantitativa e qualitativa. Na visão de Roesch

(1996), a pesquisa qualitativa é apropriada para a avaliação formativa, quando se

trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando se trata

de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é

adequada para avaliar resultados de programas ou planos.

O objetivo desta pesquisa é o de discutir e explicar o Sistema de

Gerenciamento de Custos denominado Target Costing, visando constatar propensões

à sua utilização nas empresas localizadas nas regiões delimitadas neste trabalho.

3.4 Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos objetos do estudo foram os gestores da área de custos das

empresas industriais localizadas nos municípios de Itajaí, Navegantes, Ilhota, Gaspar,

Blumenau, Brusque, Joinville e Tijucas. Entende-se por gestores da área de custos

aqueles profissionais que ocupam cargo de controller, contadores, analistas de custos,

gerentes de custos e coordenadores de custos.

Através de uma amostragem intencional, na qual, segundo Martins(b) (1999,

p.41), o investigador se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais

deseja saber a opinião, foram selecionados os gestores de custos das 48 empresas do

ramo industrial divididas em 5 atividades: alimentos; têxtil; vestuários e confecções;

metal-mecânicas; artefatos de plásticos e revestimentos; e cerâmicas, com mais de

500 empregados, conforme dados fornecidos pela Federação de Indústrias do Estado

de Santa Catarina (FIESC, Julho/2002).

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3.5 Grau de representatividade da amostra

Foram selecionadas quarenta e oito empresas industriais do ramo de

alimentos, têxtil, vestuário, confecções, metal-mecânicas, artefatos de plásticos e

revestimentos, com número de empregados superior a 500 - conforme dados

fornecidos pela Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina – FIESC de

julho/02 - localizadas nas cidades de Itajaí, Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau,

Brusque, Joinville e Tijucas.

Das quarenta e oito empresas selecionadas, nove são do setor de alimentos;

quatorze do setor têxtil; sete do setor de vestuário e confecções; doze do setor metal-

mecânico; cinco do setor de plásticos; e uma do setor de revestimentos, conforme

demonstrado na tabela 1.

Tabela 1 Número de Empresas Selecionadas SETOR Nº %

Alimentos 9 19

Têxtil 14 29

Vestuário e Confecção 7 15

Metal-mecânico 12 25

Plásticos 5 10

Revestimentos 1 2

TOTAL 48 100

Deste total, foram entrevistados trinta e cinco gestores, sendo: sete do setor

de alimentos; dez do setor têxtil; cinco do setor de vestuários e confecções; oito do

setor metal-mecânico; quatro do setor de plásticos; e um do setor de revestimento.

Das sete empresas do setor de alimentos entrevistadas, duas estão sediadas nos

municípios de Chapecó e Videira, mas considerando o grau de representatividade

destas empresas no estado, procurou-se realizar a entrevista através do seu escritório

localizado no município de Itajaí / SC, conforme demonstrado na tabela 2.

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Tabela 2 – Número de Empresas Entrevistadas SETOR Nº %

Alimentos 7 20

Têxtil 10 29

Vestuário e Confecção 5 14

Metal-mecânico 8 23

Plásticos 4 11

Revestimentos 1 3

TOTAL 35 100

Considerando a impossibilidade de se utilizar outros parâmetros para

demonstrar a representatividade da amostra, procurou-se utilizar, como base, o

número de empregados, e chegou-se aos seguintes percentuais:

a) Se o grau de representatividade da amostra for tomado como base, o

total de empregados das 200 maiores empresas industriais, conforme

relação fornecida pela FIESC/02, que é de 197.194 empregados, contra

o número de empregados das 35 empresas entrevistadas, que representa

102.052 empregados, este índice significa 51,8% do total.

b) Se o grau de representatividade da amostra for tomado por base, o

número de empregados das empresas com mais de 500 empregados

(165.820), contra o número de empregados das empresas entrevistadas

(102.052), este índice representará 61,5% desse total.

c) Se o grau de representatividade da amostra for tomado por base, o

número de empresas entrevistadas (35) contra o número de empresas

selecionadas (48), obtém-se um índice de 72,9%.

d) Se o grau de representatividade da amostra for tomado por base, o

número de empregados das empresas entrevistadas (102.052) contra o

número de empregados das empresas selecionadas (121.766), tem-se

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um índice de 83,8%.

Considerando-se qualquer destas formas de medida, em grau de

representatividade da amostra, pode-se considerar que essa amostra é representativa,

para as 35 (trinta e cinco) empresas entrevistadas, porque, seja qual for o critério

utilizado para medir a representatividade, atinge-se um percentual acima de 50%.

A análise de dados foi distribuída em três grupos:

O primeiro grupo – análise de conteúdo, cujas perguntas foram distribuídas

de acordo com o roteiro consideradas relevante para o foco deste trabalho;

O segundo grupo – análise estatística, cujas perguntas foram distribuídas

conforme o roteiro definido no item 3.6; e

O terceiro grupo – pesquisa acadêmica, através das questões citadas no item

3.9, que têm por objetivo analisar a ênfase que é dada ao Sistema de Gerenciamento

de Custos denominado Target Costing nos cursos de graduação em Ciências

Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior já referidas.

O roteiro de entrevista é composto de (22) vinte e duas questões; porém,

dentre elas algumas não foram contempladas para fins de análise, por entender que

estas questões serviu apenas como subsídios para melhor interpretação de um todo.

3.6 Técnica de Pesquisa e Instrumento para Coleta de Dados

A pesquisa foi efetuada através do contato direto, evitando-se, assim, as

possibilidades dos entrevistados não responderem, ou deixarem algumas questões em

branco. Neste tipo de contato, existe também a possibilidade de o pesquisador

explicar os objetivos da pesquisa e do questionário e responder a dúvidas que

porventura possam existir em certas perguntas.

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Segundo Martins(b) (1996), o campo de investigação, bem como o problema

objeto da pesquisa, freqüentemente, limita o tipo de instrumento que pode ser

utilizado para a coleta de dados. O fato de as questões estarem ligadas diretamente à

percepção e opinião do entrevistado, quanto ao Sistema de Gerenciamento de Custos

utilizado pelas empresas da região previamente delimitada, é um fator condicionante

do uso da entrevista como coleta de dados.

Optou-se pela técnica de entrevista em profundidade. Segundo Martins(c) e

Lintz (2000, p.54), o trabalho de coleta é demorado, e seu objetivo básico é entender

o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que

não foram estruturados anteriormente com base nas suposições e conjecturas do

pesquisador.

As entrevistas foram efetuadas pelo próprio pesquisador, na intenção de

garantir a qualidade do trabalho de campo e regularidade de tratamento dado a todos

os participantes. Foram gravadas, com a autorização dos entrevistados, e

posteriormente transcritas para facilitar a análise de conteúdo.

Um roteiro de entrevista semi-estruturado foi elaborado e aplicado aos

gestores da área de custos das empresas selecionadas. A elaboração do instrumento

teve como objetivo constatar a utilização do Target Costing pelas empresas,

constatar propensões à utilização do Target Costing, e sua confecção foi orientada

pelo referencial teórico.

O apêndice 1 mostra as tabelas relativas aos dados apurados na pesquisa e a

análise estatística sobre o grau de independência, com uso do Qui-quadrado, entre o

Método de Custeio e o Sistema de Custos utilizados pelas empresas com cargos e

titulação acadêmica dos gestores da área de custos.

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Apêndice 2 mostra cópia do roteiro de entrevista utilizado. Esse instrumento

de coleta é composto de 22 questões. As questões de números 1 a 4 foram utilizadas

para identificação, titulação acadêmica e tempo de função na área de custos dos

entrevistados. Das questões de número 5, 6 e 7, foram verificados os Métodos de

Custeio e Sistemas utilizados pelas empresas. A resposta da questão 8 é para medir o

nível de satisfação dos entrevistados quanto aos métodos e sistemas de custos

atualmente utilizados pela empresa. As respostas das questões de número 11 a 18

foram utilizadas para análise de propensão ao uso do Target Costing. Os demais itens

do questionário não contemplados serviram apenas como complemento da entrevista

com o objetivo de conhecer melhor as empresas.

O apêndice 3 mostra a cópia do questionário encaminhado aos professores

que lecionam as disciplinas de Contabilidade de Custos I e II, Análise de Custos,

Contabilidade Gerencial, Gestão Estratégica de Custos e Controladoria nos cursos de

Ciências Contábeis e Administração, nas Instituições de Ensino Superior, localizadas

nas cidades foco da pesquisa.

No apêndice 4, estão relacionadas as ementas das disciplinas de

Contabilidade de Custos I e II, Análise de Custos, Contabilidade Gerencial, Gestão

Estratégica de Custos e Controladoria nos cursos de Ciências Contábeis e

Administração, nas Instituições de Ensino Superior localizadas nas cidades foco da

pesquisa.

Procedeu-se o levantamento dos referenciais teóricos com base na literatura

contábil (nacional e/ou estrangeiras) sobre o Sistema de Gerenciamento de Custos

denominado Target Costing, o foco principal deste trabalho, visando constatar

propensões à utilização deste Sistema.

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Para Rudio (2000, p.9):

A fim de merecer o qualitativo de científico, a pesquisa deve ser feita de modo sistematizado, utilizando, para isto, método próprio e técnicas específicas e procurando um conhecimento que se refira à realidade empírica.

Sobre a pesquisa bibliográfica, assim se expressa Martins(b) (1994, p. 18 e

29):

(...) trata-se de um estudo para conhecer as contribuições científicas sobre determinado assunto. Tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto,

(...) procura explicar e discutir um tema ou um problema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos, etc. Busca conhecer e analisar contribuições científicas sobre determinado tema.

Mattar (1999, p.80) caracteriza a pesquisa exploratória da seguinte forma:

A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre a forma ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes.

Para a escolha das atividades acima, foram levadas em consideração as

maiores empresas em número de empregados, segundo a relação obtida junto ao

Serviço de Informações Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Santa

Catarina (FIESC), referente a julho de 2002, localizadas nas cidades de Itajaí,

Navegantes, Brusque, Ilhota, Blumenau, Joinville e Tijucas.

Uma vez definido o roteiro de entrevista e os gestores das empresas a serem

entrevistadas, inicialmente, por contato telefônico, foram agendadas a data e a hora

para a entrevista. A partir desse agendamento, iniciou-se o processo de entrevistas

com uso do roteiro e de um gravador, cujos resultados foram posteriormente

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reproduzidos no próprio roteiro de entrevista.

Aos professores dos cursos de Ciências Contábeis e Administração que

ministram as disciplinas: Contabilidade de Custos I e II, Análise de Custos,

Contabilidade Gerencial, Gestão Estratégica de Custos e Controladoria, a entrevista

foi encaminhada via internet, e seu modelo encontra-se no Apêndice 3.

[...] entrevista é uma das técnicas em que o investigador se apresenta frente aos investigados e lhes formula as perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação (Gil, 1999, p.117).

Dados Acadêmicos: Análise através de levantamento documental dos

conteúdos programáticos das disciplinas: Contabilidade de Custos I e II, Análise de

Custos, Contabilidade Gerencial, Gestão Estratégica de Custos e Controladoria, nas

principais Universidades e Faculdades localizadas em Itajaí, Blumenau, Brusque e

Joinville e também na Universidade Federal de Santa Catarina, cujo programa

encontra-se no Apêndice 4.

Após a conclusão das entrevistas, recebimento dos questionários dos

professores e levantamento documental das ementas, iniciou-se a tabulação dos

dados e a reprodução do conteúdo da entrevista com os gestores das empresas

selecionadas.

Após esta fase, com base na reprodução do conteúdo da entrevista coletado

num gravador, passou-se a analisar o conteúdo da entrevista.

Segundo Richardson (1999, p.175-176),

A análise de conteúdo pode ser definida como qualquer técnica: (1) para classificação de símbolos; (2) que se baseia unicamente nos juízos (os quais teoricamente podem variar entre discriminações percebidas e adivinhação pura) de um analista ou grupo de analistas referentes à classificação dos símbolos em diversas

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categorias; (3) na base de regras explicitamente formuladas; (4) sempre quando os juízos do analista sejam considerados como relatórios de um observador científico.

Segundo o mesmo autor,

A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferir conhecimentos relativos às condições produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.

Segundo Bardin (1977, p.44),

a análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre os quais se debruça, ou seja, a análise de conteúdo é uma busca de outras realidades através das mensagens.

A análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das

comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

conteúdo das mensagens. Mas, isto não é suficiente para definir a especificidade da

análise de conteúdo porque a intenção da análise de conteúdo é a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção (ou eventualmente, de recepção),

inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não) (Bardin, 1977).

3.7 Decomposição das Etapas a serem Cumpridas

Depois de cumpridas as fases necessárias ao desenvolvimento inicial deste

trabalho, especialmente no tocante à fundamentação teórica sobre o Sistema de

Gerenciamento de Custos denominado Target Costing, buscaram-se os resultados

empíricos da investigação, obedecendo-se às seguintes etapas:

a) Foram tabulados os dados da pesquisa de campo através dos resultados

das entrevistas junto aos gestores de trinta e cinco empresas, dentre as

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quarenta e oito (48) selecionadas. Esses dados inicialmente foram

divididos em classes, de acordo com o objetivo do trabalho, ou seja,

foram agrupados com base nas questões discutidas nas entrevistas1.

b) Com base nos dados apresentados por meio de uma tabela2 foi realizada a

análise de conteúdo sobre as respostas fornecidas pelos entrevistados às

questões previamente definidas, formalizando uma comparação sob os

pressupostos teóricos do Sistema de Gerenciamento de Custos

denominado Target Costing, desenvolvido no Capítulo 2.

3.8 Inferência

Com uso da estatística procura-se verificar as possíveis correlações e o grau

de satisfação dos gestores da área de custos em relação aos Métodos e/ou Sistemas

de Custos utilizadas pelas empresas, conforme segue:

1. Análise de independência entre o cargo e a titulação dos gestores de

custos das empresas entrevistadas;

2. Análise de independência entre o cargo e a titulação acadêmica com o

Método de Custeio, Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle

e Sistema de Gerenciamento de Custos utilizados pelas empresas

entrevistadas;

3. Análise do grau de satisfação com o Método e/ou Sistema de Custeio e/ou

Sistema de Gerenciamento de Custos utilizado pelas empresas

entrevistadas.

Para realizar esta análise estatística foi utilizado o teste Qui-Quadrado que

1 Ver apêndice 2.

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envolve duas variáveis, e testa-se se as variáveis são estatisticamente independentes.

Para a análise do item 3, foram utilizadas Medidas de Tendência Central. As

mais usadas são a média, mediana e moda. A finalidade desta ferramenta estatística é

indicar valores que tendem a tipificar, ou a representar melhor, um conjunto de

números.

Após a análise das etapas acima, realizou-se uma análise interpretativa,

visando constatar as propensões à utilização do Target Costing.

3.9 Pesquisa Realizada nos meios Acadêmicos

Nesta pesquisa busca-se analisar os itens a seguir, no sentido de detectar as

razões que possivelmente levaram a pouca divulgação do Sistema de Gerenciamento

de Custos denominado Target Costing no Brasil, até os dias de hoje.

• Análise do conteúdo programático das disciplinas de Contabilidade de

Custos I e II, Contabilidade Gerencial, Controladoria e Gestão Estratégica

de Custos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração das

Universidades e Faculdades localizadas nos municípios de Itajaí,

Blumenau, Brusque, Joinville e Florianópolis.

• Análise dos dados coletados por questionários encaminhados via internet

e respondidos por professores que lecionam as disciplinas acima, com o

propósito de verificar a ênfase que é dada em sala de aula quanto aos

Métodos de Custeio, Sistema de Custos para tomada de Decisão e

Controle, e Sistema de Gerenciamento de Custos.

• Análise comparativa entre os mundos real, teórico e acadêmico dos

2 Tabela constante do apêndice 1 desta dissertação.

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Métodos, Sistemas de Custeio e Sistema de Gerenciamento de Custos.

Finalmente, fazendo-se considerações quanto à existência, ou não, da

propensão ao Target Costing nas empresas do ramo de alimentos, têxtil, vestuário,

confecções, metal-mecânico, artefatos de plásticos e revestimentos.

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CAPÍTULO 4

ANÁLISE E RESULTADO

4.1 Análise de Conteúdo

4.1.1 Dados do Ambiente – Empresa

Inicialmente, foi elaborado o roteiro de entrevista dirigida aos gestores de

empresas industriais contendo vinte perguntas. Em seguida, esse roteiro foi

submetido a pré-teste, junto ao contador de uma indústria de artefatos de madeira da

região. Após o pré-teste, elaborou-se o roteiro de entrevista, contendo vinte e duas

perguntas (apêndice 2).

Para a aplicação deste roteiro, foram selecionadas quarenta e oito empresas

do setor industrial com mais de 500 empregados, localizadas nas cidades de Itajaí,

Navegantes, Ilhota, Gaspar, Blumenau, Brusque, Joinville, Tijucas e,

excepcionalmente, duas indústrias de alimentos localizadas na região oeste do

estado, especificamente nos municípios de Chapecó e Videira, por entender que são

duas indústrias relevantes para este trabalho.

Uma vez selecionadas as empresas, manteve-se contato, via telefone e/ou e-

mail, com os gestores da área de custos, para agendar data e hora para a entrevista.

Deve-se ressaltar que, da grande maioria dos gestores contatados, obteve-se

receptividade no atendimento e a boa vontade em fornecer as informações

necessárias para o sucesso da entrevista, exceto no item que se refere ao faturamento

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e lucratividade, sobre o qual 23 empresas entrevistadas, ou seja, 66%, não quiseram

fornecer esses dados.

Excluindo as empresas que, por razões internas, se recusaram a receber o

pesquisador, conseguiu-se entrevistar os gestores de trinta e cinco, ou 72,9% das

empresas selecionadas.

4.1.2 Cargo e Titulação dos gestores da área de custos entrevistados

Inicialmente, procurou-se identificar o cargo e a titulação dos entrevistados.

Constatou-se que 48,6% dos entrevistados ocupam o cargo de Gerente ou

Coordenador de custos; 34,3% são Controllers; 11,4%, Contadores; e 5,7%, Outros

cargos, conforme demonstrado no gráfico 1, abaixo.

Gerente/Coord.Custos

49%

Contador11% Controller

34%

Diretor0%

Outros cargos6%

Gráfico 1: Cargos dos Entrevistados

Quanto à titulação acadêmica dos entrevistados, constatou-se que: 62,8%

são graduados em Ciências Contábeis; 17,1%, em Administração; 14,3%, Economia;

e 5,7%, outros cursos, como Matemática e Engenharia. Observou-se ainda que

65,7% dos gestores entrevistados possuem pós-graduação em nível de

Especialização; 2,9% Mestrado e 31,4% não possuem nenhum curso de pós-

graduação. Nesta mesma oportunidade, constatou-se que 72% dos entrevistados

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possuem mais de 10 anos nos cargo de gestor da área de custos, conforme

demonstrado nos gráficos 2, 3 e 4 abaixo.

Outros6%

Economia14%

Administração17%

C. Contábeis63%

Gráfico 2. Titulação Acadêmica em Nível de Graduação

Nenhum curso31%Mestrado

3%

Especialização66%

Gráfico 3. Titulação Acadêmica em Nível de Pós-Graduação

Gráfico 4 – Tempo de Função dos Entrevistados

De 10 a 15 anos26%

De 6 a 10 anos6%

De 3 a 6 anos11%

De 0 a 3 anos11%Acima de 15 anos

46%

Diante dos gráficos demonstrados acima, percebeu-se que as áreas de custos

são ocupadas, em grande maioria, por contadores com curso de pós-graduação em

nível de especialização e atuam na área de custos há mais de 10 anos, portanto o

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resultado da pesquisa baseou-se na premissa de que os entrevistados estejam

habilitados para responder o roteiro de entrevista, objeto da pesquisa.

4.1.3 Método de Custeio utilizado pelas empresas

Questionados sobre o Método de Custeio utilizado pelas empresas, 62,9%

(ver tabela 1 no apêndice 1) dos entrevistados responderam que utilizam uma

combinação do Absorção e Direto/Variável; 31,4% responderam que utilizam apenas

o Absorção; e 5,7% utilizam apenas o Direto/Variável, conforme demonstrado no

gráfico 5.

Absorção/Direto63%

Direto6% Absorção

31%

Pleno0%

Nenhum 0%

Gráfico 5. Nível de utilização dos Métodos de Custeios

Para os gestores entrevistados, independentemente do ramo de atividade, a

utilização do Custeio por Absorção para a avaliação de estoques visa principalmente

atender a exigência fiscal e societária, porque este método de custeio, além de ser

imposto pela legislação fiscal e societária, também se adapta perfeitamente aos

softwares existentes no mercado e não fere os Princípios Fundamentais de

Contabilidade preconizados pela Resolução 750/93 do CFC, porque nos custos de

fabricação são computados todos os custos fixos e variáveis que são transferidos para

os estoques e posteriormente é dada a saída como custo dos produtos vendidos.

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Da mesma forma, independentemente do ramo de atividade, algumas

empresas entrevistadas utilizam uma combinação do Custeio por Absorção com o

Custeio Variável/Direto.

O Custeio Direto/Variável, segundo os gestores entrevistados, é utilizado para

fins gerenciais, ou para fins decisórios, com a utilização da Margem de Contribuição

para analisar a potencialidade que determinado produto irá proporcionar. Este

sistema visa auxiliar o gestor na decisão de fabricar ou não determinado produto,

aceitar ou não determinada encomenda. Neste caso, o custo de fabricação é

composto apenas dos custos variáveis, e os custos fixos deverão ser descarregados

nos resultados: no entanto, como a empresa trabalha também com o Método de

Custeio por Absorção, os estoques ou os custos dos produtos vendidos são avaliados

por este método.

Assim, buscou-se conhecer o conceito de método nos autores abaixo:

Dicionário da Língua Portuguesa (1999, p.1328), “Método é: ‘o caminho para

se chegar a um fim’ ou ‘caminho pelo qual se atinge um objetivo’”.

Segundo Cervo & Bervian (1983, p.23),

Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade.

Em resumo, método é um conjunto ordenado de procedimentos que se mostra

eficiente para se atingir um objetivo.

Comparando a resposta dos entrevistados com os conceitos teóricos abaixo:

Segundo Martins(a) (2000, p.41), Custeio por Absorção é o método derivado da

aplicação dos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos, que consiste na

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apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, ou seja, todos os

gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos

feitos. Este método é imposto tanto pela legislação fiscal e societária, quanto pela

auditoria externa.

Segundo Horngren, Foster e Datar (2000). O Custeio Variável é o método de

custeio de estoque em que todos os custos de fabricação variáveis são considerados

custos inventariáveis. Todos os custos de fabricação fixos são excluídos dos custos

inventariáveis; eles são custos do período em que ocorreram e serão descarregados

no resultado do exercício.

De acordo com a definição de “método” de Cervo & Bervian (1983, p.23),

esse método tem como objetivo auxiliar a administração na tomada de decisão

quanto à fabricação ou não, ou decidir sobre cortar, ou reduzir a fabricação de um

determinado produto, utilizando a Margem de Contribuição como ferramenta de

decisão.

Neste sentido, constatou-se que as empresas entrevistadas estão utilizando os

Métodos de Custeio por Absorção e Direto/Variável no ambiente real, de acordo com

os conceitos teóricos acima citados.

4.1.4 Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle utilizado pelas

empresas

Neste trabalho foi considerado, como Sistema de Custos para Tomada de

Decisão e Controle. Sendo à margem de contribuição sua principal informação.

Deste modo o termo Margem de Contribuição é utilizada para designar a Tomada de

Decisão e o Custo Padrão como controle.

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Quanto ao Sistema de Custos para Tomada de Decisão e Controle que é

utilizado pelas empresas, 51,4% dos entrevistados responderam que utilizam uma

combinação de Margem de Contribuição e o Custo Padrão; 25,7% utilizam apenas o

Custo Padrão; 17,1% utilizam apenas a Margem de Contribuição; e 5,7% não

utilizam nenhum dos Sistemas citados.

Não utilizam6%

MC e Relação Custo Orçado / Real /

Padrão51%

Margem de Contribuição: Custo /

Volume / Lucro17%

Relação Custo Orçado / Real /

Padrão26%

Gráfico 6. Nível de utilização do Sistema de Custos para Tomada de Decisão e

Controle

Segundo os gestores que utilizam a Margem de Contribuição com o objetivo

de se verificar a lucratividade de cada produto, como também para a análise na

formação de preço de venda, o resultado da Margem de Contribuição serve de

parâmetro para a decisão de se colocar na linha de fabricação (se a produção é para

venda posterior), ou aceitar a encomenda de determinado produto (quando o

processo de produção é por ordem). Para se chegar a esta Margem de Contribuição, a

empresa utiliza o Custeio Direto/Variável, considerando que a Margem de

Contribuição é obtida através da fórmula: PVu (Preço de Venda Unitário) – CDVu

(Custos e Despesas Variáveis Unitários).

Para os Gestores, o Custo Padrão, ou simplesmente Custo Padrão ou Standard

para alguns, é utilizado para análise de desempenho do processo de fabricação. São

custos montados através de fichas técnicas que são contabilizados e dos quais é

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realizado um acompanhamento, conforme o orçamento previamente definido. No

final de cada processo de fabricação, ou cada período, de acordo com a política da

empresa, o sistema de processamento utilizado para tal função efetua a comparação

entre o custo standard e o custo realmente incorrido, relacionando as movimentações

realizadas para cada recurso consumido e chega às variações que porventura tenham

ocorrido no processo de fabricação. Estas serão analisadas, sendo tomadas as devidas

providências no sentido de corrigir as distorções que ocorreram entre o custo-padrão

projetado e o custo real.

Os gestores afirmaram que utilizam o Custo Padrão porque este sistema tem a

propriedade de medir a eficiência de todo o processo produtivo seja ela de recursos

materiais, financeiros ou humanos.

Quanto aos gestores que afirmaram que não utilizam nenhum Sistema de

Custos para tomada de Decisão e Controle acima citados, percebeu-se, durante a

entrevista, que na realidade utilizam o Padrão, porque, apesar da forma rudimentar de

gerenciar estes custos, o gestor tem procurado comparar aquilo que foi gasto com o

valor que foi planejado no ato do fechamento do negócio.

Para fazer um paralelo entre as afirmações dos gestores da área de custos e o

referencial teórico, faz-se as citações abaixo.

Segundo Martins(a) (2000, p. 203), a Margem de Contribuição pode ser

conceituada como diferença entre Receita e soma de Custos e Despesas Variáveis, e

tem a faculdade de tornar bem mais visível a potencialidade de cada produto,

mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e,

depois, formar o lucro propriamente dito.

Segundo Horngren, Foster e Datar (2000, p. 51). Margem de Contribuição é

igual à Receita menos todos os custos que variam com relação ao nível de produção,

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onde, nesse termo, “todos os custos que variam” referem-se aos custos variáveis em

cada atividade da cadeia de valor.

Assim, os gestores das empresas entrevistadas utilizam a Margem de

Contribuição de acordo com as definições estabelecidas, já que os entrevistados

consideram a Margem de Contribuição como instrumento de análise para decisão de

formação de preços e de lucro.

A Margem de Contribuição é um instrumento importante para os seguintes

objetivos: 1) é capaz de fornecer informações importantes, com base nos preços de

vendas menos o custo e despesa variável; 2) tem a capacidade de medir o volume

necessário de venda para cobrir os custos e despesas fixas e o lucro; 3) permite que

se faça uma análise de rentabilidade de cada produto, ou unidade de negócio; 4)

permite que se tome decisão sobre o quê e quando produzir.

Segundo Viceconti (1995, p. 101), o Custo-Padrão é um custo estabelecido

pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em

consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a

quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo

volume desta.

Os gestores das empresas entrevistadas que utilizam apenas o Custo-Padrão,

ou a combinação da Margem de Contribuição com o Custo-Padrão, o tem utilizado,

no ambiente real da empresa, de acordo com as definições previstas na literatura que

trata sobre o tema, já que o Custo-Padrão é utilizado para gerenciar o desempenho da

eficiência no processo de fabricação, para o consumo de Matéria-Prima, Mão-de-

Obra-Direta e Gastos Gerais de Fabricação. Este controle é feito com uso da ficha

técnica através da qual, no final de cada período (seja ela, diária, semanal, mensal ou

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por produto comparado com o Custo Real) serão analisadas as variações ocorridas

entre o Custo Orçado, Padrão e o Real.

Analisando o conteúdo da entrevista com os gestores, constatou-se que

possuem amplo conhecimento sobre Margem de Contribuição e Custo-

Padrão/Orçado/Real e que essas empresas estão utilizando sistemas de informações

gerenciais compatíveis para executar estas funções, tais como: Sistema de

Administração da Produção - SAP, Planejamento de Recursos de Manufaturas –

MRP (Material Requirements Planning) ou (Cálculo das Necessidades de Materiais)

e softwares adquiridos no mercado, adaptados, porém, à realidade de cada empresa.

Neste sentido, pode-se definir o Custo-Padrão como um Método de

Gerenciamento de Custos que visa medir a eficiência da organização na utilização

dos seus recursos materiais e humanos, desde que os seus resultados sejam

comparados com o Custo Real, e sejam tomadas as medidas necessárias para corrigir

as distorções ocorridas entre o Custo-Padrão e o Real.

4.1.5 Sistemas de Gerenciamento de Custos utilizado pelas empresas

Neste trabalho, o ABC (Activity Based Costing); UEP (Unidade de Esforço de

Produção); Gecon (Sistema de Gestão Econômica); Target Costing; TQM (Total

Quality Management); TOC (Theory of Constraints); JIT (Just-in-Time); Kaizen;

ABM (Activity Based Management); foram denominados como Sistemas de

Gerenciamento de Custos.

Quanto ao Sistema de Gerenciamento de Custos utilizado pelos gestores das

empresas entrevistadas, constatou-se que 11,4% destas utilizam, mesmo que

parcialmente, o Sistema ou Método de Gerenciamento de Custos denominado ABC

(Activity Based Costing); 11,4% utilizam o UEP (Unidade de Esforço de Produção);

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5,7% utilizam, parcialmente, o Target Costing; 2,9% utilizam algum fundamento do

Gecon; 28,6% utilizam, parcialmente, uma combinação de vários Sistemas de

Gerenciamento de Custos; e os outros 51,4% não utilizam nenhum dos Sistemas

citados no roteiro de entrevista (ver quadro 7 do apêndice 1), resumido no gráfico 7.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

ABC

UEP

TARGET COSTING

GECON

TOC/JIT/KAIZEN

JIT/KAIZEN

ABC/TQM/KAIZEN

ABM/JIT

GECON/TARGET COSTING

ABC/ABM/TQM/TARGET COSTING

NENHUM DOS SISTEMAS APRESENTADOS

Gráfico 7. Nível de utilização do Sistema de Gerenciamento de Custos.

4.1.5.1 ABC (Activity Based Costing)

As empresas que afirmaram utilizar o ABC, apenas o fazem para o

seguimento de produtos em que existe facilidade de identificação das atividades para

alocação dos custos indiretos.

Durante a entrevista, percebeu-se que a maioria dos gestores conhece o

Método e/ou Sistema de Custeio ABC, no entanto existe certa resistência na

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aceitação deste método e/ou sistema por entender que o ABC não se adapta a todo

tipo de processo de produção, principalmente no caso de produtos diversificados que,

em alguns casos, chegam a mais de novecentos tipos diferentes de produtos. Neste

caso, o custo operacional para se utilizar o ABC seria muito alto em relação aos

benefícios que o sistema poderia proporcionar. Portanto, a empresa optou pela

utilização do Método de Custeio por Absorção ao ABC, que nada mais é do que uma

alocação de custos indiretos de forma não arbitrária, que:

Segundo Martins(a)(2000, p.92), o Custeio Baseado em Atividade, conhecido

como ABC (Activity Based Costing), é uma metodologia de custeio que procura

reduzir, sensivelmente, as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos

indiretos. Ela está inserida num processo de acumulação e rastreamento de custos e

na avaliação do desempenho das atividades da organização.

Segundo Rozenfeld (1996, p.3), a abordagem de ABC (Activity Based

Costing) é um método alternativo ao custeio clássico por absorção. O ABC propõe

que se direcionem os custos indiretos para os produtos, pois eles são cada vez mais

significativos nas empresas de manufatura. O autor afirma ainda que, devido às

características semelhantes do custo por absorção, o verdadeiro ganho está no ABM

(Activity Based Management). Neste sentido, o ABM preconiza que se deve analisar

as atividades, visando a sua otimização, antes de serem custeadas, através de seus

direcionadores de custo.

Segundo Martins(a) (2000, p.315), O ABC, por ser uma ferramenta

eminentemente gerencial, pode também incorporar conceitos utilizados na gestão

econômica, como custo de oportunidade, custo de reposição, depreciação diferente

dos critérios legais etc.

A abordagem do ABC para a gestão dos custos é a de fragmentar a empresa

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em atividades, pois a atividade descreve o que a empresa faz e mostra, portanto,

como o tempo é gasto e quais são os resultados (outputs) dos processos. Dessa

forma, a principal função de uma atividade é converter os recursos (material, mão-

de-obra e tecnologia) em produtos ou serviços, mesmo que esses recursos estejam

distribuídos em diferentes áreas funcionais da empresa.

Na análise de conteúdo das entrevistas com as empresas que utilizam o ABC,

constatou-se que elas também utilizam o Método de Custeio Direto/Variável e a

Margem de Contribuição que, segundo Martins(a) (2000, p.314),

é absolutamente possível, viável, e mesmo necessário, ter a aplicação do ABC, também, dentro do conceito do Custeio Variável; ou seja, não existe nenhuma dificuldade maior, impossibilidade ou razão conceitual adversa para que se tenha a totalidade dos custos e despesas apurados pelo ABC completamente segregados em fixos e variáveis. Ou seja, pode-se chegar ao custo + despesas globais de um produto dividido em duas parcelas: a) os custos diretos + os custos e despesas indiretos variáveis de cada produto e b) os custos e despesas fixos apropriados por esses métodos. Assim com inteligência pode-se aproveitar do lado bom dos dois extremos; apropriação só dos custos e despesas variáveis (custeio direto ou variável) e apropriação de todos os custos e despesas da empresa (ABC, neste caso). Na realidade, o conceito de Margem de Contribuição fica exatamente completo dessa forma, já que todos os custos e despesas variáveis de todas as naturezas (produção, vendas, administração, financiamento etc.) estarão totalmente alocados ao produto.

Analisando o referencial teórico acima, chegou-se à seguinte constatação:

• que os gestores das empresas entrevistadas que afirmaram utilizar,

mesmo que parcialmente, o ABC, considerado mais como método do

que um sistema, estão em consonância com o mundo real e a teoria,

quando afirmaram que utilizam tanto os Métodos de Custeio

Direto/Variável, quanto a Margem de Contribuição e o Custo-Padrão

no processo de gerenciamento de custos. No entanto, quando estes

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mesmos gestores da área de custos afirmaram que um dos fatores que

levou a empresa a não adotar o ABC foi a grande diversidade de

produtos, logo, eles desconhecem o ABC, já que este método e/ ou

sistema é mais recomendado no ambiente onde se fabricam grande

diversidade de produtos.

4.1.5.2 UEP – Unidade de Esforço de Produção utilizado pelas empresas

Das empresas que utilizam a Unidade de Esforço de Produção (UEP), que

representam 11,4%, a justificativa encontrada na sua implementação é a alegação dos

gestores das empresas entrevistadas que utilizam essa Unidade - são empresas do

ramo têxtil localizadas no município de Blumenau. No Brasil, o município de

Blumenau é considerado o berço deste sistema - trazido por Franz Allora no início

dos anos 60. Essas empresas vêm utilizando estes sistemas desde 1996, nos quais os

custos diretos e indiretos, exceto o custo da matéria-prima, são alocados aos produtos

de acordo com o processo de produção. A matéria-prima não é considerada, nesta

alocação, porque o seu consumo já é conhecido antes que o produto entre no

processo de fabricação, portanto a sua alocação é direta e objetiva. Apesar da

implantação deste sistema, a empresa utiliza também o custeio por absorção e o

direto/variável.

Segundo Bornia (2002, p.142), a unificação do produto no Sistema Unidade

de Esforço de Produção (UEP) parte do conceito teórico de esforço de produção. Os

esforços de produção representam todo esforço despendido no sentido de transformar

a matéria-prima em produtos acabados das empresas. Assim, outros custos, sejam

eles diretos ou indiretos são levados em consideração para alocação desses custos aos

produtos fabricados.

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Durante a entrevista, percebeu-se que as empresas utilizam os conceitos

básicos do Sistema UEP, já que fazem a alocação dos custos de transformação aos

produtos utilizando algum critério de apropriação peculiar a cada ramo de atividade.

4.1.5.3 Gecon – Sistema de Gestão Econômica utilizado pelas empresas

Apenas uma empresa pesquisada utiliza fundamentos do Gecon, mesmo

assim está em fase de migração para outros sistemas, por entender que a atual

situação de estabilidade econômica não favorece a sua manutenção, já que um dos

seus preceitos básicos é a determinação do resultado econômico, ou seja, o valor

presente das transações. A empresa foi uma das primeiras do Brasil em que o Gecon

foi implantado, depois houve uma mudança estrutural nessa empresa porque, na

época, a inflação era alta, Por este motivo, atualmente, utiliza apenas alguns

conceitos do Gecon e do Target Costing, principalmente para formação de preços, e

hoje aproveita este conceito e obtém uma margem de contribuição diária do produto.

Para Catelli (2000, p.31), Gecon significa administração por resultados, tendo

como objetivo a otimização dos resultados por meio da melhoria da produtividade e

de eficiência operacional. Esse mesmo autor também enfatiza que o escopo do Gecon

é inteiramente voltado para a eficácia empresarial, cuja concretização se verifica pela

otimização do resultado econômico.

Ainda de acordo com Catelli (2000, p. 296-297), o modelo de mensuração

baseado no Gecon diz respeito à utilização de um conjunto de conceitos que

permitam medir o resultado econômico corretamente. Entre os diversos conceitos de

mensuração que o Sistema Gecon utiliza destacam-se: 1) competência de períodos;

2) reconhecimento de receitas das atividades pela produção de bens e serviços e não

apenas no momento da venda; 3) preços de transferências departamentais; 4) custos

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de oportunidade dos recursos operacionais ativados; 5) método de custeio variável,

margem de contribuição; 6) resultados operacionais segregados dos resultados

inflacionários e dos resultados financeiros; 7) resultados dos produtos e resultados

dos centros de resultados; 8) custos correntes de reposição; 9) valores à vista; 10)

valor do dinheiro no tempo; 11) custos e receitas controláveis; 12) sistemas de

padrões e análise de variações orçamentárias; 13) variação total; 14) variação de

inflação; 15) variação de ajuste de plano; 16) variação de volume; e 17) variação de

eficiência.

Analisando os argumentos citados com relação à migração para outros

sistemas, nota-se que o fator preponderante foi a estabilidade econômica do país a

partir de 1996, baseado nas variações de inflação e ajustes de planos citados por

Catelli. Entende-se que a estabilização econômica não parece ser um motivo

relevante para o abandono do sistema, uma vez que este pode trazer outros benefícios

para a organização como um todo, por exemplo: custos correntes de reposição; valor

à vista; valor do dinheiro no tempo; preços de transferências departamentais; custos

de oportunidades dos recursos operacionais ativados etc. Logo, eles desconhecem o

Gecon.

4.1.5.4 Sistema de Gerenciamento de Custo “Target Costing” utilizado pelas

empresas

Constata-se que 5,7% dos gestores das empresas entrevistadas, sendo uma do

ramo têxtil e outra de materiais plásticos, utilizam o Target Costing não na sua

totalidade, mas alguns princípios, tais como: 1) formação de preço de venda, quando

o mercado já possui um preço referencial, e 2) fabricação de produtos de acordo com

a exigência do cliente/consumidor. Além de utilizar esses princípios, esses gestores

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afirmaram que a utilização deste Sistema é uma questão de sobrevivência. Esta

dedução foi baseada na fala dos entrevistados:

Apesar de desconhecer o mecanismo do Target Costing, acredito que utilizamos alguns fundamentos do Sistema, porque nós baseamos o preço de venda no mercado e procuramos produzir o melhor produto possível. Apesar de não termos metas para os custos, mas procuramos reduzir o custo tanto quanto possível, sem afetar a qualidade do produto, procuramos buscar a lucratividade meta.

A afirmação acima revela que o fato de os entrevistados desconhecerem o

mecanismo teórico do Target Costing não impede a necessidade de procurar adotar

medidas para a sobrevivência empresarial num ambiente altamente competitivo,

onde de um lado estão os concorrentes na busca cada vez maior de consumidores em

potencial dos seus produtos e, de outro lado, estes mesmos consumidores cada vez

mais exigentes no que diz respeito à qualidade, utilidade e funcionalidade dos

produtos que desejam.

Este fato inevitavelmente vem forçando as empresas a observar cada vez mais

as tendências dos consumidores, quando nas decisões de se lançar novos produtos,

levando em conta a preocupação e os anseios desses consumidores, a capacidade

orçamentária deles, provocando uma mudança de paradigma para formação de

preços de venda e de custos. Neste contexto, o mérito não é do Sistema de

Gerenciamento “Target Costing”, e sim da evolução cultural, econômica, política e

tecnológica pela qual o mundo globalizado vem passando, provocando mudanças

também nas indústrias catarinenses.

Para Ansari (1997, p. TC3), “Target Costing é um sistema de planejamento de

lucro e gerenciamento de custos, definido pelo mercado, tendo como foco central o

cliente, envolvendo no projeto várias áreas da empresa”.

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Para Rocha e Martins Aversari (1999. p.84), “Custeio-Alvo é o processo pelo

qual se alcança o custo-alvo”.

Para Cooper e Slagmulder (1999.p.23), “Custeio-Alvo é basicamente uma

técnica para gerenciar estrategicamente os lucros futuros de uma empresa”.

Comparando a afirmação dos gestores com o referencial teórico acima, nota-

se uma preocupação com o cliente, seja com relação à formação de preço, ou com a

sua satisfação, ou ambos. Neste sentido, o foco principal é a sobrevivência da

empresa, ou seja, sua continuidade.

Em resumo, o Target Costing, mesmo sendo utilizado parcialmente, não

fere os conceitos dos autores pesquisados. É utilizado principalmente na construção

de três variáveis: formação de preço, custo e lucro.

4.1.5.5 Outros Sistemas de Gerenciamento de Custos utilizados pelas empresas

Dos trinta e cinco (35) gestores das empresas entrevistadas, 14,5% afirmaram

que utilizam uma combinação do TQM, TOQ, JIT, Kaizen e ABM no gerenciamento

do seu custo de produção. Segundo a fala dos entrevistados,

Utilizamos o JIT como processo de gerenciamento de estoque; o TQM como ferramenta de qualidade; o Kaizen como ciclo de controle de manufatura, melhoria constante e redução de custos; a TOC para a otimização da produção conforme o tipo de produto fabricado; o ABM como ferramenta para gerenciamento de processos.

TQM (Total Quality Management)

Dentre as empresas pesquisadas, 5,7% afirmaram que utilizam o Sistema

TQM como ferramenta para controle e monitoramento de qualidade dos seus

processos e produtos.

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Na realidade, durante a entrevista, percebeu-se que a empresa utiliza uma

combinação do TQM, JIT, ABM, Kaizen e TOC. Mesmo não desfigurando as

principais características de nenhum destes sistemas, acredita-se que as empresas

utilizam os seus principais fundamentos. No entanto, percebeu-se que os gestores não

souberam afirmar a operacionalização deste sistema, porque ficou constatado na fala

dos entrevistados que a base de custeio mais comum utilizado por estas empresas é o

absorção, direto/variável e o sistema de custos para tomada de decisão de controle

como: Margem de Contribuição e o Custo-Padrão.

Segundo a literatura existente, o TQM (Total Quality Management) é um

sistema administrativo participativo, ou seja, é baseado na participação de todos os

setores da empresa e de todos os empregados no estudo e condução do controle de

qualidade, cujo objetivo é aumentar a qualidade e a produtividade, através do

aperfeiçoamento do homem, máquina, material, método e meio ambiente para trazer

maior lucratividade e competitividade no mercado, através da redução de custos e

perdas.

A Gestão de Qualidade Total, ou Total Quality Management – TQM, tem

duas características principais: 1) foco no atendimento aos clientes; e 2) resolução

sistemática dos problemas por meio de equipes constituídas de empregados da linha

de produção.

Há uma variedade de ferramentas para ajudar as equipes na resolução de

problemas. Uma delas, pode-se citar, o Benchmarking, que envolve o estudo das

melhores organizações do mundo na realização de uma determinada tarefa. Assim,

pode-se considerar que a base fundamental mais importante no uso do TQM como instrumento de resolução dos problemas, seja o Ciclo de Planejamento, Execução, Checagem e Implantação (sic), este ciclo é uma abordagem da melhoria contínua sistemática e

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está baseado em fatos. A abordagem do ciclo (plan-do-check-act) cuja sigla é PDCA aplica o método científico da resolução de problemas. (Garrison, 2001).

Para Horngren, Foster e Datar. (1997, p.166),

o Benchmarking é um processo de gestão de melhoria contínua que mede produtos, serviços e práticas, tendo como referência os líderes da indústria. É um conceito simples que se traduz num processo sistemático de procurar melhores práticas, idéias inovadoras e procedimentos operacionais altamente eficientes que conduzam a um desempenho superior. O objetivo do benchmarking é melhorar os desempenhos de uma função, de uma atividade ou de um processo, de forma a permitir, entre outras, formular objetos ambiciosos e aumentar a satisfação dos clientes e as vantagens competitivas. Ele pode ser aplicado a qualquer atividade que possa ser medida, mas a maioria das empresas começará pelas áreas em que sabem que precisam ser competitivas para permanecerem no negócio. É essencial garantir que os assuntos escolhidos para fazer benchmarking se baseiam nas exigências atuais do mercado e não apenas em áreas que a empresa acha importantes.

Se as empresas estão utilizando o TQM como ferramenta de qualidade,

conclui-se que o TQM está sendo usado como instrumento para resolução de

problemas de qualidade total, conforme citado nos conceitos teóricos, mesmo

desconhecendo a sua operacionalização no processo produtivo.

TOC (Theory of Constraints)

Constatou-se que 5,7% das empresas entrevistadas utilizam alguns princípios

da TOC (Theory of Constraints) como ferramenta para gerenciar seus processos de

produção, considerando-se como Custo Direto os materiais consumidos na área

fabril, e as despesas comerciais como fretes e comissões de vendas, baseado na

seguinte afirmação de um dos entrevistados:

A TOC de acordo com a literatura que considera o custo variável somente a matéria-prima. Nós consideramos também outros materiais, a energia consumida na área da fábrica e na área comercial, o frete e as comissões sobre venda.

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Percebe-se que os entrevistados de maneira geral desconhecem os principais

fundamentos que norteiam a TOC no que diz respeito à identificação do “gargalo”

que restringe o sistema de atingir os seus objetivos, ou seja, “uma hora perdida no

gargalo é uma hora perdida no sistema inteiro”. Este é um dos nove princípios

preconizados pela TOC, e a preocupação dos entrevistados voltava-se apenas aos

custos de matéria-prima e outras despesas, ou seja, em nenhum momento afirmaram

que utilizavam a TOC com o objetivo de se identificar a restrição ou gargalo em

busca da otimização no processo e no resultado.

Segundo a literatura existente, a TOC (Theory of Constraints) pode ser

entendida como uma ampliação do pensamento da tecnologia da produção otimizada,

pois se utiliza em grande parte da sua teoria.

A Teoria das Restrições ou Theory of Constraints (TOC) é baseada na

“restrição” ou “gargalo” dos sistemas. Umble e Srikanth (1990, p.15) definem da

seguinte forma a restrição:

(...) qualquer elemento que limita o sistema no cumprimento de ganhar dinheiro, limitando, portanto, seu desempenho. Sendo a restrição qualquer coisa que limita o desempenho ótimo da empresa, e considerando a afirmação de Goldratt de que a meta de qualquer empresa é ‘ganhar dinheiro’, todos os princípios e procedimento da Teoria das Restrições estão voltados para as restrições.

Na filosofia da Theory of Constraints (TOC), uma restrição é definida como

qualquer coisa que impeça o sistema de atingir um desempenho melhor, pois o

desempenho é medido em relação à meta do sistema. No mundo real, linhas de

produção perfeitamente equilibradas não existem devido às suas dependências,

variabilidade e interrupções. Inevitavelmente, as linhas de produção são

caracterizadas por recursos que têm capacidade finita diferente e, em geral, há um

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recurso que limita a quantidade que uma única linha de produção pode produzir. Este

recurso é chamado de restrição (gargalo) da linha. Todos os outros recursos são não-

restritivos e têm alguma capacidade extra de recuperação do tempo perdido. Ainda

que os recursos não-restritivos parem de operar ocasionalmente, o rendimento a

longo prazo da linha só é reduzido se a restrição é interrompida. Assim, a restrição de

recurso é a chave para obter um rendimento máximo da linha (Umble e Srikanth,

2000, p.36. tradução nossa).

A Theory of Constraints (TOC) pode ser considerada como Gerenciamento

de Restrições porque é baseada na Teoria das Restrições, desenvolvida por Goldratt e

popularizada em seu livro The Goal. A Teoria das Restrições fornece um conjunto de

ferramentas e princípios para a otimização de sistemas, reconhecendo que a

otimização de cada processo de um sistema pode, na verdade, levar à des-otimização.

Se o sistema é visto como uma cadeia, então a restrição é o elo fraco que evita que o

sistema atinja sua meta. Melhorias em outras partes da cadeia tornam o elo fraco de

certa forma mais forte (Keller, 2001, tradução nossa).

Segundo Guerreiro (1999, p.61), no modelo da teoria das restrições, a despesa

operacional corresponde ao custo de mão-de-obra direta, mais os custos indiretos de

fabricação juntamente com os gastos que a contabilidade de custos tradicional

denomina de despesas administrativas e financeiras. Esses três elementos são levados

globalmente para a determinação do lucro líquido, inexistindo no modelo qualquer

rateio desses elementos aos produtos.

Portanto, conclui-se que a empresa não vem utilizando esta ferramenta de

acordo com os principais conceitos atribuídos ao sistema pelos autores acima

pesquisados.

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JIT (Just-in-Time)

Constatou-se que 11,4% das empresas entrevistadas afirmaram que utilizam o

JIT (Just-in-Time), como ferramenta para o gerenciamento de estoque. Mas durante a

entrevista percebeu-se que os gestores não possuem conhecimento amplo da filosofia

atribuída ao JIT, porque não fizeram nenhuma menção sobre esta filosofia, tais

como: manutenção do estoques de materiais, produtos em elaboração e acabado igual

a zero, ou seja, comprar materiais e produzir a quantidade necessária para o processo

de fabricação de cada período; aprimoramento da produtividade global, a busca

constante para eliminação de desperdícios.

Para comparar esta constatação, pesquisou-se na literatura existente sobre o

tema, destacando-se:

a) desde o início dos anos 70, quando a Toyota apresentou o JIT (Just-in-

Time) ao mundo dos negócios, as empresas têm lutado para copiar o sistema. Apesar

do sistema parecer ser bastante simples, trinta anos mais tarde, muitas empresas

ainda estão se debatendo com seu conceito. Algumas obtiveram sucesso na

implementação de um JIT híbrido; conforme os especialistas, se o sistema completo

não for implantado, ele não se qualifica como um sistema JIT. Outras organizações

tentaram implantar o sistema, mas tiveram de descartá-lo devido a problemas

internos ou problemas com seus fornecedores e clientes. Outras ainda ficaram de

fora, esperando pelo conjunto perfeito de planos de implementação para se juntarem

às demais (Steele, 2001, p.61, tradução nossa).

b) segundo Garrison e Noreen. (2001, p.6), no conceito JIT em condições

ideais, a companhia que emprega o sistema Just-In-Time compraria apenas os

materiais necessários para atender às exigências diárias. Além disso, a empresa não

teria, ao final do dia, nenhum bem ainda em processamento, e todos os bens

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concluídos nesse dia deveriam ter sido despachados imediatamente para os

compradores. Como a seqüência sugere, “Just-In-Time” significa que as matérias-

primas são recebidas exatamente em tempo de entrar em produção, as partes são

concluídas exatamente em tempo de serem montadas e transformadas em produtos, e

estes são acabados exatamente em tempo de serem expedidos para os clientes.

c) este conceito é uma abordagem disciplinada que visa aprimorar a

produtividade global e eliminar desperdícios. Esta abordagem possibilita a produção

eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento apenas da quantidade

necessária de componentes, na quantidade correta, no momento e locais corretos,

utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos.

d) o objetivo do Just-in-Time é atender à demanda instantaneamente, com

qualidade e sem desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo,

assim como o fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e

em local corretos, utilizando o mínimo de recurso.

Na análise da afirmação dos entrevistados com relação aos conceitos acima,

percebeu-se que a utilização do JIT como ferramenta para o gerenciamento de

estoques condiz com apenas uma das filosofias do JIT, mas, com base nos

argumentos de Steele (2001), constata-se que a empresa não utiliza o JIT nos seus

processos de produção.

Kaizen

Dentre as empresas entrevistadas, 8,6% afirmaram que utilizam alguns

conceitos do Sistema Kaizen, principalmente na busca da melhoria contínua e

redução de custos, o que se busca é uma maior margem de contribuição possível sem

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aumentar o preço de mercado, para tanto procura-se reduzir os custos para que a

rentabilidade marginal seja a melhor possível para remunerar o capital investido.

Pesquisando a literatura existente, destaca-se que o Kaizen, como conceito de

melhoramento contínuo, surgiu, primeiramente, no final dos anos 80, mas ele está

passando por um ressurgimento devido à sua abordagem de senso comum ao

trabalho. A meta do Kaizen é envolver todos os empregados na busca regular de

idéias de pequenas melhorias. Pequenas idéias que, quando implementadas, podem

tornar o trabalho mais fácil e agradável. O resultado final é uma empresa mais forte,

com melhor qualidade e mais segurança, custos reduzidos e menor tempo de

liderança (Bodek, 2002, p.60, tradução nossa).

Segundo Imai (1988, p.3), o conceito Kaizen é considerado mais uma

filosofia de gestão do que um Sistema de Gestão. Esta filosofia está baseada na

estratégia minuciosa de melhorias graduais implementadas continuamente. Significa

ainda contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários.

Melhoramento, segundo Imai (1988, p.6), pode ser dividido entre Kaizen e

inovação. Kaizen significa pequenos melhoramentos feitos ao ‘status quo’, como

resultado dos esforços contínuos. A inovação envolve um melhoramento drástico no

‘status quo’, como resultado de um grande investimento em nova tecnologia e/ou

equipamentos.

Segundo Atkinson et al. (2000, p.684), o Custeio Kaizen está ligado ao

sistema de planejamento do lucro. Todas as reduções de custo usam uma base

predeterminada como ponto inicial. Esta base pode ser, por exemplo, igual ao custo

real do produto no ano anterior. O lucro-meta anual orçado e alocado a cada unidade

e a taxa de redução-meta é o índice entre o montante de redução-meta e a base de

custo. O gerente, então, faz comparações dos montantes de reduções efetivas com os

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montantes de redução-meta preestabelecidos. O objetivo do Custeio Kaizen é

assegurar que os custos de produção reais sejam menores que os custos-base.

Em resumo, o Kaizen é uma filosofia de gestão para melhoria constante e

gradual do processo de gestão envolvendo todos os funcionários e administração da

organização com vista ao objetivo comum. Portanto, a afirmação dos entrevistados

condiz com os conceitos dos autores acima, considerando que essas empresas

utilizam apenas alguns fundamentos deste sistema, principalmente no que diz

respeito à busca da melhoria contínua nos processos.

ABM (Activity Based Management)

Dentre as empresas entrevistadas, 5,7% afirmaram que utilizam o ABM

(Activity Based Management), para gerenciamento dos seus processos de fabricação

e uma busca permanente para o melhoramento desses processos. Percebe-se que

apesar da afirmação ser coerente com os conceitos teóricos abaixo mencionados,

durante a entrevista constatou-se que o gestor não dispõe de conhecimento suficiente

sobre este sistema, porque não foi possível obter maiores informações,

principalmente quanto à sua operacionalização dentro do processo produtivo da

empresa.

Revendo a literatura que trata deste tema, Maskell (1996, p.105-106) define o

ABM,

Como sendo a tecnologia associada ao uso de valiosa informação advindos do entendimento dos processos e respectivos custos, para a melhoria das operações. É através do ABM que os processos são analisados para que se entendam as atividades e as tarefas incluídas nessas atividades. Esse conhecimento gera oportunidades para a melhoria dos processos. Ou seja, o ABM é: a) um veículo para a criação de melhoria dos processos, sendo tanto melhorias contínuas e incrementais como reestruturações radicais da organização da empresa; b) um modelo para mostrar

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como custos (e receitas) são criados através dos processos e atividades. Se as atividades são entendidas, então seus custos são entendidos. Se os processos são entendidos, então o negócio é entendido; c) uma ferramenta que integra o pessoal da contabilidade e o pessoal das operações através da busca pela melhoria; e d) a base para outros métodos contábeis avançados como o custo-meta orçamento baseado em atividades e análise de lucratividade.

Para Hansen e Mowen, (2001, p.475), ABM (Activity-Based Management)

é uma abordagem integrada, no sistema como um todo, que focaliza a atenção do gestor nas atividades com o objetivo de melhorar o valor ao cliente e o resultado obtido ao fornecer este valor. A gestão baseada em atividade engloba tanto o custeio do produto como a análise de valor do processo.

Assim o Gerenciamento Baseado em Atividades, ou Activity Based

Management – ABM, é um processo de análise e gerenciamento das atividades, a

partir de uma visão dos processos do negócio, que resulta em modificações destas

atividades para a melhoria de desempenho e para a obtenção de vantagens

competitivas. Esta análise deve contemplar os dados financeiros e não-financeiros

relativos às atividades e processo, de modo a direcionar a organização nas ações de

eliminação de desperdícios, focando-se a satisfação do cliente, processos mais

lucrativos e otimização de retorno sobre o investimento.

Segundo Maskell (1996, p. 105), o ABM foi uma evolução natural do ABC.

Com a implantação do ABC, os contadores gerenciais, pela primeira vez, passaram a

ter grande conhecimento dos processos da organização e dos custos a eles

associados.

Na mesma linha de pensamento, Sakurai (1997, p.97) faz a seguinte

afirmação: “a finalidade principal do ABC é proporcionar aos administradores,

informações sobre custo de produto, para a análise de lucratividade e outras

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decisões. O ABM objetiva o gerenciamento das atividades para o aperfeiçoamento

do processo de produção e inovação”.

Com base nas afirmações de Maskell e Sakurai pode-se concluir que a

principal fonte de informação do ABM é o ABC, para se implementar um

gerenciamento baseado em atividades, é preciso já ter sido implementado o ABC na

empresa. Neste sentido, Kaplan e Cooper (1998) apontam que o ABC levou

naturalmente ao gerenciamento baseado em atividade, que se configura como um

conjunto de medidas interligadas que só podem ser tomadas com base em

informações provenientes de sistemas de custeio baseados na atividade. O ABM

permite que a empresa atinja seus objetivos com menos recursos. O ABM atinge seus

objetivos por meio de duas aplicações complementares: o ABM operacional e o

ABM estratégico.

Apesar de existir coerência nas afirmações dos gestores entrevistados quanto

ao uso do ABM nos seus processos produtivos, contatou-se que esses mesmos

gestores o utilizam, mas desconhecem a verdadeira finalidade do ABM. Esta

constatação está baseada na afirmação desses gestores que monitoram o processo de

fabricação através do Custeio-Padrão.

Nesta análise comparativa entre as afirmações dos entrevistados e os

conceitos de cada um dos Sistemas de Gerenciamento de Custos, percebeu-se que as

combinações dos Sistemas TQM, TOC, JIT, Kaizen e ABM poderão ser compatíveis,

ou seja, um Sistema complementa o outro, portanto não são conflitantes, segundo os

principais conceitos atribuídos a cada um dos Sistemas citados.

4.1.5.6 Não utilizam nenhum Sistema de Gerenciamento de Custos

Das empresas pesquisadas, 51,4% afirmaram não utilizar nenhum dos

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sistemas de gerenciamento de custos. Entretanto, percebe-se que, de forma indireta e

parcial, são utilizados alguns fundamentos relacionados no roteiro de entrevista. Esta

constatação baseia-se nas seguintes informações das empresas: 1) buscam a

qualidade contínua dos seus produtos - TQM; 2) estabelecem os seus preços a valor

de mercado – Target Costing; 3) perseguem melhoria contínua aos processos -

Kaizen; 4) mantêm controle permanente sobre os estoques - JIT.

O que surpreende é que dentre estas empresas que afirmam não utilizar

nenhum Sistema de Gerenciamento de Custos estão aquelas que possuem mais de

5.000 empregados e utilizam apenas o Custeio por Absorção e o Direto/Variável, e

Sistema de Custos para Tomada de Decisão e Controle como Margem de

Contribuição e Custo-Padrão, de forma eficiente para as necessidades da

organização.

Durante as entrevistas, percebeu-se que é possível implementar qualquer dos

Métodos e/ou sistemas citados no trabalho devido aos sistemas de informações

contábeis que as empresas estão utilizando, dentre eles pode-se relacionar o:

Sistema de Administração da Produção (SAP);

Enterprise Resources Planning (ERP) – Sistemas Empresariais

Integrados;

MRP (Material Requirements Planning) ou o MRP II (Manufacturing

Resourses Planning), para gerenciamento estratégico da produção.

Para a melhor compreensão do Sistema de Administração da Produção

(SAP), e o Enterprise Resources Planning (ERP) – Sistemas Empresariais

Integrados, MRP (Material Requirements Planning) e o MRP II (Manufacturing

Resourses Planning), buscou-se na literatura existente a seguinte definição, segundo

Correia (1996, p.42);

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Sistemas de Administração da Produção (SAP) são o coração dos processos produtivos. Eles têm o objetivo básico de planejar e controlar o processo de manufatura em todos seus níveis, incluindo materiais, equipamentos, pessoas, fornecedores e distribuidores. É através dos SAP que a organização garante que suas decisões operacionais sobre o que, quando, quanto e com o que produzir e comprar sejam adequadas a suas necessidades estratégicas, que por sua vez são ditadas por seus objetivos e seu mercado.

Segundo Riccio (2001, p.8);

O Enterprise Resources Planning (ERP) ou Sistemas Empresariais Integrados é um sistema de informação concebido para operar de forma sincronizada e integrada, pois considera a empresa como um único sistema. Isso requer que os diversos setores operem igualmente de maneira integrada, sincronizada e colaborativa.

Segundo Correia, e Gianesi (1996).

MRP (Material Requirements Planning) e o MRP II (Manufacturing Resourses Planning), são Sistemas de Administração da Produção (SAP) de grande porte que mais têm sido implantados pelas empresas, ao redor do mundo desde os anos 70, cujos objetivos principais são de permitir o cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos clientes com mínima formação de estoques, planejando as compras e a produção de itens componentes para que ocorram apenas nos momentos e nas quantidades necessárias, nem mais, nem menos, nem antes, nem depois.

4.1.6 Metodologia para determinar o preço de venda

Quando questionado sobre qual metodologia as empresas adotam para

estabelecer o preço de venda de seus produtos, constatou-se que 45,7% utilizam o

preço de mercado; 31,4% utilizam o custo de produção Mark-up; e 22,9% utilizam

uma combinação dos dois métodos, ou seja, durante o projeto utilizam o Mark-up,

como base de referência, e depois compara-se com o preço de mercado para efetuar a

análise quanto à viabilidade, ou não, de se fabricar o produto, conforme demonstrado

no gráfico 8 abaixo:

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115

Ambos23%

Preço de Mercado46%

Mark-up31%

Gráfico 8. Método utilizado para estabelecer o preço de venda

As decisões de preços são decisões que os administradores tomam sobre o

que cobrar pelos produtos e serviços que oferecem. Essas decisões influenciam

diretamente nas receitas das empresas, que devem superar os custos totais, se

desejam obter lucros. Neste sentido, a correta apuração dos custos dos produtos é a

parte mais importante para se estabelecer esse preço de venda.

A teoria econômica mostra que as empresas que atuam de modo ótimo devem

produzir e vender unidades até que a receita marginal (receita adicional produzida

pela venda de uma unidade adicional, com base na demanda do produto) seja igual

ao custo marginal ou variável (custo adicional do fornecimento de uma unidade

adicional), e um dos fatores que gera a demanda para esse número ótimo de unidades

é o preço de mercado (Horngren, Foster e Datar. 2000, p.302).

De maneira geral, formar preço de venda é a somatória de todos os custos de

fabricação que a empresa teve para colocar o produto à disposição do consumidor, e

ainda acrescentar uma margem de lucro desejada. No entanto, numa economia

globalizada e altamente competitiva só isto não é o suficiente; a empresa terá que

levar em consideração outros três principais fatores que poderão influenciar nos

preços de venda fixados pela administração: 1) Clientes; 2) Concorrentes; 3) Custos.

Cliente: o Cliente deverá ser o foco principal na fixação de preço. Qualquer

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aumento de preço pode fazer com que os clientes rejeitem o produto da empresa e o

substituam por um outro similar do seu concorrente.

Concorrente: A reação do concorrente pode influenciar na formação de preço.

O preço de um rival poderá forçar a redução do preço do produto. Existem casos em

que os preços dos concorrentes estão atrelados ao preço do produto da empresa

considerada líder de mercado, neste caso, a formação de preços dos concorrentes

deverá acompanhar esse líder de mercado.

Custo: As empresas fixam o preço dos produtos de modo a superar os

respectivos custos de fabricação. O estudo dos padrões de comportamento do custo

proporciona compreensão das receitas resultantes das diversas combinações de preço

e volume de venda de determinado produto.

4.1.6.1 Uso do Mark-up para formação de preço de venda

Percebeu-se na pesquisa que ainda um percentual expressivo (31,4%) das

empresas entrevistadas utilizam o índice de formação de preço de venda baseado no

Mark-up. Considerando as afirmações dos entrevistados, conclui-se que o preço de

venda e o custo do produto são baseados da seguinte forma:

a) a partir do custo de produção ou mark-up. Essa é a metodologia para

formar o preço de venda, daí o comercial estar ciente sobre qual deve ser

o preço e trabalhar com a flexibilidade, fazendo-se um acompanhamento

com base na margem de contribuição;

b) a empresa sempre trabalha com o custo de produção mark-up, mas, de

olho no mercado, coloca um ao lado do outro e verifica se o preço é

competitivo ou não;

c) inicialmente, para estabelecer o preço de venda, utiliza-se o mark-up, na

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verdade, depois é comparado com o preço de mercado, então dispõe-se de

um preço orientativo, e o setor comercial, dentro da política de vendas, é

o que estabelece o preço de venda definitivo baseado no preço de

mercado;

d) nos três casos, o custo do produto é estabelecido na fase do projeto,

evidentemente que, na medida do possível, estes custos sofrem alguns

ajustes, se necessário, durante a fase de produção.

Com base nas afirmações dos entrevistados, conclui-se que as empresas

utilizam o Mark-up no primeiro momento, e depois ajustam ao preço de mercado

para formar o seu preço de venda.

Segundo Scarpin (2000, p.35),

O Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. É um método de formação de preços. É uma metodologia para se calcular preço de venda de forma rápida a partir do custo por absorção, do custo pleno ou pelo custo variável, dependendo de cada método de custeio utilizado, de cada produto. É de larga utilização devido a sua facilidade de cálculo, sendo utilizado por empresas de grande, médio e pequeno porte.

Padoveze (1996), afirma que … apesar de o Mark-up ser um multiplicador aplicado sobre o custo dos produtos, sua construção está ligada a determinados percentuais sobre o preço de venda. Todos os componentes do Mark-up são determinados através de relações percentuais médias sobre preços de vendas e, a seguir, aplicados sobre o custo dos produtos.

Entende-se Mark-up como um índice para formação de preços tendo como

finalidade cobrir as despesas fixas e variáveis (se o método de custeio for absorção) e

todas as despesas variáveis (se o método de custeio for o variável) para avaliação dos

estoques, acrescidos a este a margem de lucro esperado.

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Este índice deverá ser aplicado sobre o custo, em que os indicadores das

despesas operacionais sobre as vendas terão os mesmos percentuais para todos os

produtos. Neste sentido, para uma empresa poder determinar um Mark-up básico, de

acordo com cada linha de produtos vendidos que poderá ser o Mark-up por produto,

ou por linha, leva-se em consideração não somente o custo por absorção, mas

também as despesas operacionais, financeiras e outros custos que poderão ser

diferentes de cada produto ou linha. Portanto, um dos fatores que mais contribuíram

para que as empresas entrevistadas, no primeiro momento, utilizassem o índice

Mark-up, foi a diversificação de produtos em termos de tipos, tamanhos, cores,

modelos etc.

4.1.6.2 Preço de Mercado para formação do Preço de Venda

Os gestores das empresas entrevistadas (45,7%) que utilizam o mercado para

estabelecer o preço de venda informaram que este preço é formado por um conjunto

de variáveis: o mercado, os concorrentes, os clientes, os consumidores e a demanda e

oferta de produtos.

Neste caso, a empresa está utilizando um dos princípios do Target Costing, já

que leva em conta o mercado, concorrentes, clientes e consumidores para definir o

preço de venda de seus produtos, além da marca e dos investimentos em pesquisa e

desenvolvimento e marketing que fornecem a base de competitividade de uma

empresa e o custo do produto é estabelecido antes de iniciar a produção.

Neste sentido, a busca constante pela sobrevivência empresarial é o principal

objetivo, quando as empresas estão assoladas pelo excesso de capacidade, pela

concorrência intensa, ou por mudanças nos desejos dos consumidores. Neste caso, os

lucros tornam-se menos importantes que a sobrevivência, desde que os preços

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cubram os custos variáveis e alguns custos fixos para que a empresa continue a

funcionar. Entretanto, a sobrevivência é o objetivo de curto prazo; no longo prazo, a

empresa terá que aprender a agregar valor aos seus produtos para se manter no

mercado.

Para definir o preço que é um dos itens mais importantes para garantir a

sobrevivência das empresas, busca-se na literatura existente o tema que trata sobre o

método de determinação de preço, segundo Kotler (2000): 1) Preço de Mark-up; 2)

Preço de Retorno-Alvo; 3) Preço de Valor percebido; 4) Preço de valor; 5) Preço de

Licitação; 6) Preço Psicológico; e 7) Preço de Mercado.

Preço de Mark-up: é o método mais elementar de determinação de preço.

Consiste em adicionar um mark-up-padrão ao custo do produto.

Preço de Retorno-Alvo: a empresa determina o preço que renderá sua taxa-

alvo de Retorno Sobre o Investimento (ROI).

Preço de Valor Percebido: Verifica-se a percepção de valor, dos clientes, e

não o custo do vendedor, como a chave para a determinação de preço.

Preço de Valor: é a determinação de preço com base no valor, através da qual

cobram um preço relativamente baixo para uma oferta de alta qualidade, ou seja,

postula que o preço deve representar uma oferta de alto valor para os consumidores.

Preço de Licitação: Baseia seu preço em expectativas de como os

concorrentes determinarão os deles, e não em relação restrita com os custos e a

demanda da empresa.

Preço Psicológico: A determinação de preço com base na imagem é

especialmente eficaz com produtos que apelam para a vaidade das pessoas.

Preço de Mercado: Na determinação de preço de mercado, a empresa

estabelece seus preços, orientando-se, em grande parte, pelos preços dos

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concorrentes. A empresa pode cobrar mais, menos ou a mesma coisa que os

principais concorrentes. Em setores oligopolistas que vendem commodities como

aço, papel ou fertilizantes, as empresas normalmente cobram o mesmo preço. As

empresas menores seguem o líder, mudando seus preços, quando os preços do líder

de mercado mudam, e não quando seus próprios custos ou demanda mudam.

A determinação de preços de mercado é bastante difundida. Quando os custos

são difíceis de medir ou não se sabe como a concorrência reagirá, as empresas

consideram o preço corrente uma boa solução. Acredita-se que reflita um consenso

do setor quanto ao preço que renderá um retorno justo e não porá em risco a

harmonia do setor (Kotler, 2000).

Fazendo um paralelo entre a afirmação dos entrevistados com os conceitos de

método para formação de preço, as empresas do ramo têxtil, alimentos e

revestimento que estabelecem os seus preços com base no mercado estão coerentes

com os conceitos teóricos. Isto porque, mesmo que para a formação de preço

utilizem o Mark-up, existe uma flexibilidade nos preços de venda no momento do

fechamento do negócio, partindo da premissa de que o comprador sempre tem

conhecimento prévio do preço praticado no mercado consumidor.

As empresas entrevistadas do ramo de artefatos de plásticos, para a formação

do seu preço de venda, têm seguido mais ou menos os preços praticados pelo líder de

mercado; então, os concorrentes do líder de mercado normalmente seguem os

mesmos preços, ou menores do que os praticados por este líder, portanto não

seguem, pontualmente, o preço de mercado. O preço de mercado passa a ser o preço

que o líder de mercado está praticando.

No caso dos produtos a serem exportados, e a totalidade das empresas

entrevistadas são exportadores em potencial, o resultado da entrevista constatou que

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os clientes externos já têm os preços definidos, portanto a empresa terá que adequar

os seus custos dentro destes limites, lançando mão das seguintes alternativas:

reduzindo custos ou reduzindo a margem de lucro.

4.1.6.3 Metodologia para estabelecer o preço de venda

Constatou-se que 88,6% das empresas entrevistadas responderam que

estabelecem os seus preços de custo na fase de projeto, e outras 11,4% afirmaram

que os custos dos produtos são definidos após a sua elaboração, ou seja, quando o

produto vai para o estoque ou ao cliente. Verificou-se que os 11,4%, que

representam 4 empresas entrevistadas, também trabalham sob encomenda, mas a

maior parte da produção vai para estoque, onde, posteriormente, os produtos são

vendidos, através de representantes distribuídos nas mais diversas regiões do país.

Os outros 88,6%, que representam 31 empresas entrevistadas, são empresas

que trabalham exclusivamente sob encomenda. O preço é combinado no ato da

negociação e o custo é definido nesta mesma oportunidade com base no custo-padrão

interno da empresa. A diretoria poderá ajustar o preço de venda e os custos dentro da

margem de lucro admissível da organização. Esta afirmação condiz com o conceito

de Rocha (1999, p.84), “Custo Alvo é o custo máximo admissível de um produto ou

serviço para que, dado o preço de venda que o mercado aceita, consiga o mínimo de

rentabilidade que se quer”.

Na análise das considerações acima, constata-se que, de alguma forma, essas

empresas utilizam alguns fundamentos do Target Costing, já que o custo é focado no

cliente; este, por sua vez, no consumidor; e o preço de venda é focado no mercado.

Se se comparar o Preço de Mercado, segundo o conceito do Kotler, o Target Costing

utiliza como método de formação de preço de venda o Preço Percebido. No entanto,

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122

como a literatura que trata de temas sobre Target Costing não faz distinção sobre

Preço de Mercado e Preço Percebido e considera apenas Preço de Mercado, pode-se

concluir que a empresa também usa este princípio previsto no Target Costing.

4.1.7 Outras Análises de Conteúdo

4.1.7.1 Quais os Motivos e os Benefícios que Levaram a Empresa a Adotar o

Método de Custeio?

Procedendo à análise de conteúdo da entrevista, pode-se perceber os motivos

que levaram as empresas entrevistadas a utilizar o Método de Custeio.

Conforme apresentado na tabela 5, exibida no apêndice 1, 31,4% afirmaram

que utilizam o Custeio por Absorção; 62,9% utilizam o Custeio por Absorção e

Custeio Direto/Variável, e apenas 5,4% utilizam o Custeio Variável/Direto para

avaliar os custos dos produtos fabricados.

Durante a entrevista, constatou-se que os principais motivos que levaram as

empresas a utilizar o Custeio por Absorção foram: 1) atender à exigência fiscal e

contábil; 2) por ser aceito pela auditoria externa; 3) melhor se adaptar ao sistema de

processamento utilizado, mesmo considerando uma certa dose de arbitrariedade na

alocação dos custos indiretos aos produtos.

As empresas que utilizam o Custeio Direto/Variável procedem assim ao

objetivo de auxiliar na tomada de decisão, fornecendo uma melhor informação por

não contemplar os custos fixos, eliminando o arbitramento na distribuição dos custos

e despesas fixas, possibilitando verificar a participação e capacidade de cada produto

na diluição dos custos e despesas fixas.

É através deste método que se calcula a Margem de Contribuição de cada

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123

produto ou linha de produto. Portanto, a diversificação de produtos não é um fator

restritivo à utilização do Custeio Direto/Variável e Margem de Contribuição.

4.1.7.2 Quais os Motivos que Levaram a Empresa a Adotar o Sistema de Custos

para Tomada de Decisão e Controle?

Observou-se que 94,3% dos entrevistados, conforme tabela 6 apresentada no

apêndice 1, responderam que os motivos que levaram a empresa a adotar o Sistema

de Custo para tomada de Decisão e Controle, particularmente a Margem de

Contribuição, relação custo/volume e lucro e o Custo Orçado/Real e Padrão foram:

1) simplicidade na implementação; 2) adaptação ao Sistema; 3) facilidade para

estabelecer a Margem de Segurança na decisão de produzir; 4) servir para fins

gerenciais e para medir e controlar a eficiência; 5) é um Sistema que atende às

necessidades gerenciais da empresa.

Considerando que a Margem de Contribuição é um instrumento muito

importante para tomada de decisões gerenciais, seja ela em termos de quantidade

produzida, ou receita, a Margem de Contribuição é útil para a determinação da

quantidade ou receita de equilíbrio necessário para cobrir seus custos e despesas,

sejam elas fixas ou variáveis.

As empresas que utilizam Custo-Padrão, afirmaram que um dos motivos para

a sua implementação é a existência de sistemas de processamentos (software)

existentes no mercado passíveis de adaptações e programados para direcionar o uso

do Custo-Padrão. Este sistema mostra, via on-line, as informações necessárias e, no

final do mês, possibilita o comparativo entre o padrão e o real, para a análise e para

tomar as decisões corretivas necessárias em tempo hábil.

Portanto a Margem de Contribuição e o Custo Padrão/Real/Orçado atendem

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124

aos objetivos definidos pelas empresas entrevistadas, assim como aos conceitos

teóricos identificados nos itens antecedentes.

4.1.7.3 Quais os Motivos que Levaram a Empresa a Adotar o Sistema de

Gerenciamento de Custos?

Procedendo à análise de conteúdo do resultado das entrevistas com os

gestores, constatou-se os seguintes motivos que levaram as empresas a adotarem o

Sistema de Gerenciamento de Custo: ABC, UEP, Target Costing, Gecon, TQM, JIT,

Kaizen e ABM:

1) forma de alocar os custos indiretos aos produtos específicos;

2) velocidade na apuração do resultado e simplicidade na comparação de

valores existentes;

3) atende às necessidades atuais da empresa;

4) por entender que o acompanhamento dos custos é o diferencial

competitivo importante e necessário para o sucesso do negócio.

Entende-se que quaisquer dos Sistemas de Gerenciamento de Custos foram

desenvolvidos pelos pesquisadores na tentativa de buscar um melhor sistema para

otimizar os resultados da organização. A sua adoção dependerá: (a) da política

adotada pela empresa; (b) dos sistemas de informações que a empresa utiliza; (c) da

estrutura organizacional; (d) da política comportamental dos dirigentes e

colaboradores em aceitarem a implementação do sistema; e (e) do nível de

sofisticação da informação gerencial.

Apesar da afirmação dos entrevistados que utilizam alguns dos principais

fundamentos dos Sistemas de Gerenciamento de Custos citados no roteiro de

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125

entrevista, percebeu-se que estes mesmos gestores desconhecem a operacionalização

destes sistemas dentro do processo produtivo da empresa, porque, em todos os casos,

exceto o Sistema Unidade de Esforço a Produção – UEP, foram utilizados

parcialmente os conceitos e princípios definidos em cada sistema, para produtos e

setores específicos, e não souberam desenvolver nenhum comentário sobre a sua

operacionalização, exceto aquelas previstas em literaturas acadêmicas.

4.1.7.4 O Senhor Conhece o Sistema de Gerenciamento de Custos Denominado

Target Costing ou Custeio Alvo?

Diante deste questionamento, contatou-se que 68,6% dos entrevistados

desconhecem o Sistema de Gerenciamento de Custos denominado Target Costing ou

Custeio Alvo e apenas 31,4% responderam que conhecem o Sistema, conforme

demonstrado na tabela 17, do apêndice 1.

Os gestores entrevistados que afirmaram que conhecem o Sistema de

Gerenciamento de Custos denominado Target Costing, tiveram esse conhecimento

através de literaturas e treinamentos realizados na USP e FGV-Rio, nos cursos MBA,

mestrado em Engenharia da Produção promovido pela UFSC e no curso em nível de

especialização em Controladoria e Gestão Estratégica de Custos.

4.1.7.5 Por que o Target Costing não é Aplicado na Empresa?

Realizando a análise de conteúdo dos gestores das empresas entrevistadas,

quanto aos motivos da não aplicação do Sistema de Gerenciamento de Custos

denominado “Target Costing”, chegou-se aos motivos mais comuns:

• desconhecimento da operacionalização do processo. Segundo os

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126

entrevistados, até este momento, não se tem conhecimento de uma empresa

nacional que utiliza ou utilizou este sistema para verificar o resultado da sua

implementação;

• uma mudança muito radical de um Sistema demandaria custos altos e seria

preciso verificar os benefícios que esse sistema proporcionaria em termos de

resultados antes de adotá-lo;

• grande diversidade de produtos com características distintas. Essa diversidade

dificultaria a realização da pesquisa, principalmente quanto aos anseios dos

consumidores, e interpretar a percepção do consumidor quanto à melhoria

que poderia agregar valor ao produto;

• o sistema utilizado pela empresa atende perfeitamente as suas necessidades.

Os gestores afirmaram que estão satisfeitos com a eficácia do sistema ou

método de gestão custos utilizados no momento;

• demandaria uma mudança estrutural da organização e uma mudança

comportamental dos colaboradores em geral;

• acredita-se que não se aplica em qualquer atividade, por exemplo, na

indústria de vestuários e confecções existem muitas informalidades, portanto,

fica muito difícil pesquisar o preço de mercado com base na percepção do

consumidor.

Diante dos motivos acima elencados pelos entrevistados percebeu-se que os

gestores não esboçaram nenhum interesse em rever ou implementar o Target

Costing, ou alguns outros Sistemas de Gerenciamento de Custos, em busca de novas

alternativas para a Gestão Estratégica de Custos, com vistas à melhoria do

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127

desempenho empresarial para ser mais competitivo diante das incertezas e ameaças

que estão presentes neste ambiente altamente concorrido. Ressalta-se este fato com

os questionamentos de Miles (1972): (1º) Por que existe uma tendência natural da

busca de alternativa apenas quando somos forçados pelas circunstâncias?; (2º) Por

que não antecipar esta busca? Considerando que os gestores estão satisfeitos com o

desempenho dos métodos e/ou sistemas atualmente utilizados, o primeiro

questionamento de Miles reflete com precisão a atitude dos gestores.

4.1.7.6 Outros Dados - Característica das Empresas Selecionadas

Foram selecionadas empresas do ramo de Alimentos, Têxtil, Vestuário,

Confecções, Metal-mecânica, Artefatos de Plásticos e Revestimentos exportadores

em potencial na região, conforme tabela 19, exposta no apêndice deste trabalho e

demonstrada no gráfico 9.

49%

24%

18%

37%

5%

35%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Alimentos

Têxtil

Vest. E Confec.

Metalmecânica

Mat. Pásticos

Revestimento

Gráfico 9. Nível de Exportação por Ramo de Atividade

Durante a entrevista, levantou-se ainda o percentual na composição dos

custos de fabricação médio de acordo com o ramo de atividade, e chegou-se ao

percentual apresentado no gráfico 10.

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128

72%

12%

16%

50%

25%

25%

43%

35%

21%

54%

17%

28%

57%

16%

28%

60%

20%

20%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Alimentos

Têxtil

Vest. E Confec.

Metalmecânica

Mat. Pásticos

Revestimento

Mat. Direto MOD GGF

Gráfico 10. Composição dos Custos de Fabricação

Diante das características apresentadas nos gráficos acima, onde as empresas

entrevistadas exportam em média 28% da sua produção, o processo de fabricação

adotado é por ordem e o nível de composição dos custos indiretos no processo de

fabricação, se comparado com os custos diretos, é relativamente baixo. Talvez este

indicativo poderá ser uma das razões das empresas não se interessarem pelo Sistema

de Gerenciamento de Custos.

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129

4.2 Análise Estatística

Dando continuidade ao roteiro definido no item 4.2, será utilizada a

ferramenta estatística denominada Teste de Qui-Quadrado para independência ou

associação entre a:

a) Titulação acadêmica com os cargos ocupados pelos gestores

entrevistados;

b) Titulação acadêmica em nível de graduação e pós-graduação, cargos

ocupados com o Método de Custeio, e/ou Sistema de Custos para tomada

de Decisão e Controle, e/ou Sistema de Gerenciamento de Custos.

No caso específico do item “a”, o procedimento para efetuar o teste de

interdependência entre duas variáveis segue os seguintes passos:

(i ) Ho: as variáveis são independentes, ou as variáveis não estão associadas;

H1: as variáveis são dependentes, ou as variáveis estão associadas.

(ii) Fixar α. Escolher a variável Qui-Quadrado com φ = (L –1) (C – 1), onde

L = número de linhas da tabela de contingência, e C =número de coluna.

(iii) Com auxílio da tabela da distribuição Qui-Quadrado determinam-se

RA (Região de Aceitação) e RC (Região Crítica).

Resumindo, no caso dos testes de independência do item “a”, que envolvem

duas variáveis, o que se testa é a hipótese de que as duas variáveis sejam

estatisticamente independentes. Isto é,

Ho: as variáveis são independentes;

H1: as variáveis não são independentes, ou seja, elas apresentam algum grau

de associação entre si.

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130

Tal teste pode ser feito pelo χ2, ou pela quantidade:

χ vij ij

ij

ij

ijj

s

i

r

j

s

i

r O EE

OE

n22 2

1111=

−= −

===−∑∑∑∑

( ), onde,

χ v2 é a estatística de teste, com v graus de liberdade;

r o número de linhas do corpo da tabela;

s o número de colunas do corpo da tabela;

Oij a freqüência observada na interseção da linha i com a coluna j.

Tabela 3 Dados para análise de independência entre a variável titulação

acadêmica e os cargos ocupados pelos gestores das empresas entrevistadas.

Cargos Titulação Acadêmica Controller Contador Ge/Côo. Outros Total

Bel. C.Contábeis 7 4 11 0 22

Bel. Administração 2 0 4 0 6

Bel. Economia 3 0 2 0 5

Outros 0 0 0 2 2

Total 12 4 17 2 35

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131

Tabela 3.1 – Análise de Dependência entre a Titulação e Cargos dos entrevistados

TABELA DE CONTINGÊNCIAS CARGOS

Titulação CONTR CONT GE/CÔO OUT

Total

Freqüência observada 2 0 4 0 6

Bel. C. Administração Freqüência

esperada 2,1 0,7 2,9 0,3 6

Freqüência observada 7 4 11 0 22

Bel. Contábeis Freqüência

esperada 7,5 2,5 10,7 1,3 22

Freqüência observada 3 0 2 0 5

Bel. Economia Freqüência

esperada 1,7 0,6 2,4 0,3 5

Freqüência observada 0 0 0 2 2

Outros Freqüência esperada 0,7 0,2 1 0,1 2

Freqüência observada 12 4 17 2 35

TOTAL Freqüência esperada 12 4 17 2 35

Tabela 3.2 – Análise do Grau de Liberdade (GL) TESTES DE QUI-QUADRADO

Valor Grau de Liberdade (GL) p

Qui-quadrado de Person 38,515(a) 9 ,000 Razão verossimilhança 19,757 9 ,019 Número de casos válidos 35

Hipóteses testadas

Ho: As variáveis titulação e cargo são independentes;

H1: As variáveis não são independentes, ou seja, elas apresentam algum grau

de associação.

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132

Conclusão: Rejeita-se a hipótese de independência entre titulação e cargo em

nível de significância de α = 5%.

Isto é, pode-se deduzir que as variáveis: titulação e cargo apresentam algum

grau de associação entre si.

Banco de Dados para Análise de Independência

Para realizar o teste de independência foi elaborado um banco de dados com

base nas variáveis Cargos, a fim de verificar a existência de independência entre as

variáveis: Métodos de Custeio, Sistema de Custo para tomada de Decisão e Controle

e o Sistema de Gerenciamento de Custos; e a variável pós-graduação entre os

variáveis Métodos de Custeio, Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle.

Apresentam-se os dados brutos nesta seqüência, e os resultados serão exibidos no

apêndice 1 deste trabalho.

Dados Brutos

Variável Cargo (C), Titulação (T), Pós-Graduação (POS) com as variáveis:

Método de Custeio: Pleno (PL), Absorção (AB), Direto (DR) e Nenhum dos

Métodos (NR).

Variável Cargo (C), Titulação (T), Pós-Graduação (POS) com as variáveis

Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle: Margem de Contribuição

(MC), Custeio Padrão (CP) e Nenhum dos Sistemas (NR).

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133

Tabela 4 – Dados Brutos MÉTODO DE CUSTEIO SISTEMA GES/EMPR C T POS PL AB DR NR MC CP NR

01 CC BC N 0 1 0 0 0 1 0 02 CC BC S 0 1 1 0 1 1 0 03 CC BE N 0 1 1 0 1 1 0 04 CC BA S 0 1 1 0 1 0 0 05 CC OU S 0 1 0 0 0 1 0 06 CC BC S 0 0 1 0 1 1 0 07 CC BE N 0 1 1 0 1 1 0 08 CC BC S 0 1 1 0 0 0 0 09 BA N N 0 1 0 0 0 1 0 10 CC BC N 0 1 0 0 0 1 0 11 CC BC S 0 1 1 0 1 1 0 12 CC BC S 0 1 0 0 0 0 1 13 CC OU N 0 1 1 0 1 1 0 14 OU BC N 0 1 0 0 0 1 0 15 CC BC S 0 1 1 0 1 1 0 16 CO BE S 0 1 1 0 1 0 0 17 CO BC S 0 1 0 0 0 1 0 18 CC BA S 0 1 1 0 1 1 0 19 CO BE S 0 1 1 0 1 1 0 20 OU BE S 0 1 1 0 1 0 0 21 CC BA N 0 1 1 0 1 1 0 22 CN BC N 0 1 0 0 0 1 1 23 CO BC S 0 1 1 0 1 1 0 24 CC BC S 0 1 1 0 1 0 0 25 CC BC S 0 1 0 0 0 1 0 26 CO BA S 0 1 1 1 1 1 0 27 CN BC S 0 1 1 0 1 1 0 28 CO BC S 0 1 1 0 1 0 0 29 CN BC S 0 0 1 0 1 1 0 30 CO BC S 0 1 1 0 1 0 0 31 CO BC S 0 1 1 0 1 1 0 32 CC BC S 0 1 0 0 0 1 0 33 CN BC S 0 1 1 0 1 1 0 34 CC BA S 0 1 1 0 1 1 0 35 CC BC S 0 1 1 0 1 1 0

Total - - - 0 33 25 0 24 27 1

Dados Brutos

Variável Cargo (C ), Titulação (T), Pós-Graduação (POS) com as variáveis:

Sistema de Gerenciamento de Custos: ABC, ABM, TQM, JIT, UEP, KAIZEN (K),

GECON (G) e TARGET COSTING (TC) e Nenhum dos Métodos (NR).

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134

Tabela 5 – Dados Brutos SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CUSTOS G/E C T PÓS ABC ABM TOC TQM JIT UEP K G TC NR 01 CC BC N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 02 CC BC S 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 03 CC BE N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 04 CC BA S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 05 CC OU S 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 06 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 07 CC BE N 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 08 CC BC S 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 09 BA N N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 CC BC N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 11 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 12 CC BC S 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 13 CC OU N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 14 OU BC N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 15 CC BC S 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 CO BE S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 17 CO BC S 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 18 CC BA S 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 19 CO BE S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 20 OU BE S 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 21 CC BA N 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 22 CN BC N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 23 CO BC S 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 24 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 25 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 26 CO BA S 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 27 CN BC S 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 28 CO BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 CN BC S 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 30 CO BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 31 CO BC S 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 32 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 33 CN BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 34 CC BA S 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 35 CC BC S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Tot 6 2 2 2 5 4 3 2 4 16

Análise de Resultados Estatísticos através do Qui-Quadrado

Utilizando o teste estatístico “Qui-Quadrado” nos dados brutos acima,

chegou-se às conclusões seguintes.

Quanto à análise de independência entre as variáveis, Cargos * Sistema de

Gerenciamento de Custos -TOC (Theory of Constraints), constatou-se que, segundo

as hipóteses testadas:

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135

H0: As variáveis TOC e cargos são independentes

H1: As variáveis não são independentes, ou seja, elas apresentam algum grau

de associação entre si.

Portanto, conclui-se que: Rejeita-se a hipótese de independência entre a TOC

e o cargo ao nível de significância de α = 5%, isto é, pode-se deduzir que as

variáveis acima apresentam algum grau de associação entre si.

Através da análise de independência entre as variáveis: titulação em nível de

Pós-Graduação * Método de Custeio Direto/Variável, constatou-se que, segundo as

hipóteses testadas:

H0: As variáveis Custeio Direto e a titulação em nível de Pós-Graduação são

independentes;

H1: As variáveis não são independentes, ou seja, elas apresentam algum grau

de associação entre si.

Partindo da premissa de que, em nível de significância de α = 5%,

representam algum grau de associação entre si, constatou-se que as demais variáveis

apresentaram o “α” superior a 5%, logo, conclui-se que os resultados dos testes não

são significativos, portanto aceita-se o H0 ou não se rejeita o H0.

Análise Através do Teste de Medidas de Tendência Central

A Análise do grau de satisfação do Método de Custeio, e/ou Sistema de Custo

para tomada de Decisão e Controle e/ou Sistema de Gerenciamento de Custos, foi

feita com base nas notas atribuídas pelas trinta e cinco empresas para verificar o

nível de satisfação dos entrevistados pelos métodos ou sistemas de custeio utilizados

pelas empresas pesquisadas.

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136

Distribuição das notas com base na pergunta de nº 8: numa escala de 0 (zero)

a 10 (dez), que nota você, como executivo, daria para o Método de Custeio, e/ou

Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle e/ou Sistema de

Gerenciamento de Custo adotado pela empresa?

Foram coletados junto aos gestores das empresas entrevistadas os seguintes

dados brutos e demonstrados no gráfico 11:

Tabela 6 – Dados Brutos para Análise de Tendência Central

5,0 5,0 5,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,7 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,5 8,5 8,5 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0

0

2

4

6

8

1 0

1 2

4 ,5 5 ,1 7 5 ,8 4 6 ,5 1 7 ,1 8 7 ,8 5 8 ,5 2 9 ,1 9 9 ,8 6 N o t a s

F i F i ( o b s e r v a d a ) F i ( n o r m a l )

Gráfico 11. Análise de Tendência Central.

Comentários:

Observa-se que a distribuição das notas não adere à distribuição normal.

Através do percentil, pode-se dizer que 20% das empresas atribuíram notas

menores que 6; 20% notas entre 6 e 7,6; 60% nota menor que 8; 20% nota maior

que 9. Os percentis estão assim descritos:

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137

P20 6

P40 7,62

P60 8

Média = 7,62 Mediana = 8,0 Moda = 9

P80 9

Portanto, verificando o gráfico, pode-se constatar que a distribuição apresenta

uma tendência positiva, demonstrando que 60% dos gestores entrevistados

consideraram que as notas atribuídas a este item estão acima de 7,0 (sete), ou seja, a

maioria classificou os métodos de Custeios e/ou Sistemas de Custos para tomada de

Decisão e Controle, e/ou Sistema de Gerenciamento de Custos utilizados acima da

média.

4.3 Ambiente Acadêmico

Após a análise dos resultados obtidos no ambiente empresa, buscou-se, no

ambiente acadêmico, investigar se o resultado obtido sobre os Métodos de Custeios,

e/ou Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle e/ou Sistema de

Gerenciamento de Custos utilizados pelas empresas entrevistadas têm alguma relação

com a ementa e a ênfase que é dada ao Sistema de Gerenciamento de Custos “Target

Costing” pelos professores que lecionam as disciplinas de Contabilidade de Custos,

Análise de Custos, Contabilidade Gerencial, Gestão Estratégica de Custos e

Controladoria nos cursos de Ciências Contábeis e Administração das seguintes

Instituições de Ensino Superior: Universidade do Vale do Itajaí, Universidade

Federal de Santa Catarina, Universidade Regional de Joinville, Fundação

Universidade Regional de Blumenau, Fundação Educacional de Brusque.

Foram encaminhados, via correio eletrônico, (23) vinte e três questionários

para (23) vinte e três professores, cujo levantamento foi obtido junto à Coordenação

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138

dos Cursos de Ciências Contábeis e Administração das referidas universidades, onde

estes lecionam as disciplinas referidas.

Destes vinte e três questionários enviados, retornaram (18) dezoito que

representam 78,3,% (setenta e oito vírgula três por cento) do total distribuído, os

quais foram tabulados na mesma ordem das questões definidas no questionário, cuja

tabela encontra-se no apêndice 3.

Finalmente, foi realizada a análise documental com base nas ementas

fornecidas pelos cursos de Ciências Contábeis e Administração das Instituições de

Ensino Superior acima citadas (apêndice 4).

4.3.1 Análise dos Dados Coletados no Ambiente Acadêmico

4.3.1.1 Corpo Docente

Constatou-se que: dos professores respondentes, 50,0% possuem titulação

acadêmica em nível de Especialização; 44,0% Mestrado e 6,0% Doutorado, 22,0%

participaram de Congressos Brasileiros de Contabilidade de Custos e 5,6% cursaram

o MBA.

Investigou-se também o grau de conhecimento dos Métodos de Custeio,

Sistemas de Custo para tomada de Decisão e Controle e Sistema de Gerenciamento

de Custos, e obtiveram-se os seguintes resultados: dos 18 respondentes, 61,1%

conhecem o Custeio Pleno e 100% conhecem o Custeio por Absorção e o

Direto/Variável. Em seguida, pesquisou-se quanto à ênfase dada ao Método Pleno,

Absorção e Direto/Variável: constatou-se que: 16,7%, 88,9% e 83,3%,

respectivamente, abordam o assunto com profundidade, concluindo assim que o

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139

Método de Custeio Pleno não está presente nos planos de aula das disciplinas da área

de custos.

Outra questão pesquisada foi o grau de conhecimento do Sistema de Custos

para tomada de Decisão e Controle: Margem de Contribuição (MC) e Custo Padrão

(CP). Constatou-se que 94,4% e 88,9%, respectivamente, conhecem esses sistemas,

conforme gráfico 12 abaixo:

60%40%

100%0%

100%0%

95%5%

90%10%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Pleno

Absorção

Direto

M.C.

C.P.

Conhece Não Conhece

Gráfico 12. Nível de conhecimento do Método de Custeio e Sistema de Custos

para tomada de decisão e controle

Quanto à ênfase dada ao Sistema de Custo para Tomada de Decisão e

Controle, “Margem de Contribuição e Custo Padrão”: constatou-se que 83,3% e

50,0%, respectivamente, abordam os temas com profundidade.

Na questão seguinte, foi perguntado se o professor conhecia os Sistemas de

Gerenciamento de Custos: ABC (Activity Based Costing); ABM (Activity Based

Management); TOC (Theory of Constrants); TQM (Total Quality Management); JIT

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140

(Just-In-Time); UEP (Unidade de Esforço de Produção); Kaizen, Gecon (Sistema de

Informação de Gestão Econômica) e TC (Target Costing), e obtiveram-se os

seguintes resultados: O Sistema ABC é conhecido por 100,0% dos professores; o JIT

por 77,8%; TOC e UEP por 61,1%; ABM, TQM e Gecon 55,6%. Quanto ao Sistema

Kaizen e o Target Costing, o nível de desconhecimento representa 61,1%, ou seja,

uma grande maioria de docentes desconhece os dois Sistemas, conforme apresentado

no gráfico 13.

100%0%

55%45%

61%39%

58%42%

79%31%

55%45%

39%61%

39%61%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

ABC

ABM

TOC

TQM

JIT

GECON

KAIZEN

T.C.

Conhece Não Conhece

Gráfico 13. Nível de conhecimento dos Sistemas de Gerenciamento de Custos

Em seguida, foi pesquisada a ênfase que é dada aos Sistemas de

Gerenciamento de Custos acima na sala de aula e constatou-se que: apenas o ABC é

abordado, mas superficialmente, representando 77,8% dos entrevistados, e a TOC

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141

com 50,0%, mas a grande maioria não comenta o tema em sala de aula. No caso

específico do Target Costing, 38,9% afirmaram que conhecem e outros 61,1% que

desconhecem o sistema. Dentre estes, 83,1% dos professores respondentes

simplesmente, não fazem nenhuma referência ao tema. Este quadro pode ser

justificado no item 10 do questionário, onde se constatou que: entre os que não

conhecem ou que conhecem apenas em literatura representam 63,1%.

Estes dados vêm ao encontro das razões que levaram o Sistema de

Gerenciamento de Custos “Target Costing” a tornar-se pouco conhecido, tanto nos

meios empresariais como nos meios acadêmicos. Se for feito um paralelo entre os

Métodos de Custeio, Sistema de Custos para tomada de Decisão e Controle, percebe-

se que ambos são ministrados com certa profundidade nos cursos de Ciências

Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior, e em contrapartida as

empresas os têm utilizado para gerenciar os seus custos. Diferentemente tem

ocorrido com os Sistemas de Gerenciamento de Custos, com a exceção do ABC

(Activity Based Costing), onde se constatou que a totalidade dos professores

entrevistados conhece o Método ou Sistema, e dão certa ênfase em sala de aula a este

método, mesmo que superficialmente, isso poderá ter sido suficiente para que

algumas empresas implantassem o método ABC para gerenciar seus custos,

principalmente nos indiretos.

4.3.1.2 Instituição de Ensino Superior

Como complementação dos dados acima, foi analisado o ementário das

disciplinas de Contabilidade de Custos I e II, Contabilidade Gerencial, Análise de

Custos, Gestão Estratégica de Custos e Controladoria ministradas nos curso de

Ciências Contábeis e Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Universidade

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142

Federal de Santa Catarina, Fundação Universidade Regional de Blumenau,

Universidade Regional de Joinville e Fundação Educacional de Brusque (ementário

no anexo 3). Constata-se que os conteúdos programáticos analisados não fazem

nenhuma referência ao Sistema de Gerenciamento de Custos “Target Costing”.

Diante das constatações apresentadas nos itens citados 4.3.1.1 e 4.3.1.2,

justifica-se o desconhecimento do Sistema de Gerenciamento de Custos “Target

Costing” e outros sistemas nos meios empresariais, porque no meio acadêmico

também este desconhecimento foi constatado, tanto nos docentes, quanto na

elaboração das ementas das disciplinas. Entretanto, entende-se que as Instituições de

Ensino deveriam ser a vanguarda na divulgação e, possivelmente, na implementação

de sistemas alternativos de gerenciamento de custos num ambiente altamente

competitivo e globalizado.

Durante o desenvolvimento da análise, contatou-se que a grande maioria das

empresas, localizada nas regiões delimitadas no projeto, ainda utilizam o método

tradicional de custeio como: Absorção, Direto/Variável, Sistema de Gestão como

Margem de Contribuição e o Custo-Padrão, e o índice para formação de preços, o

Mark-up. Constatou-se, ainda, que as empresas que utilizam algum Sistema de

Gerenciamento de Custos, sejam elas: ABC, ABM, UEP, TOQ, TQM, Kaizen,

Gecon, Jit ou Target Costing, utilizam apenas alguns fundamentos de acordo com a

especificidade do produto, mas como uma ferramenta complementar denominado

Margem de Contribuição e Custo Padrão.

Durante a pesquisa verificou-se ainda que existem algumas empresas que

demonstraram o desejo de implantar um Sistema de Custos que atenda às

necessidades gerenciais da organização nos próximos anos, mas sem nenhuma

definição quanto ao modelo.

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143

Finalmente, constatou-se que o Sistema de Gerenciamento de Custos ‘Target

Costing’ é pouco conhecido no meio empresarial, apesar de a maioria das empresas

estarem usando parcialmente este sistema, principalmente nos seguintes itens: 1) o

preço é voltado para o mercado; 2) o custo é definido ainda no projeto; 3) o produto é

fabricado conforme especificação do cliente. Verificou-se, ainda, que esse

desconhecimento também ocorre nos meios acadêmicos, começando pelos

professores respondentes que lecionam as disciplinas na área de Custos nos cursos de

Ciências Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior. Esse

desconhecimento tem levado também à sua não inclusão nos ementários dos cursos

pesquisados.

Diante das constatações expostas ao longo do presente trabalho, conclui-se

que, eliminando o fator desconhecimento ao Sistema de Gerenciamento de Custos

‘Target Costing’, as empresas industriais entrevistadas ainda não estão acessíveis à

idéia de implementação desta ferramenta de Gerenciamento de Custos, já que uma

maioria expressiva dos gestores, apesar de utilizar alguns princípios, desconhece a

operacionalização desse Sistema.

Portanto, cabe aos professores a divulgação desta ferramenta de gestão junto

aos alunos, no sentido de demonstrar a potencialidade do sistema no mundo

globalizado e altamente competitivo. Mesmo porque o Target Costing é uma

ferramenta que poderá servir de auxílio aos gestores no planejamento estratégico de

lucro e gerenciamento de custos. Destaca-se também que a maior utilidade do Target

Costing está relacionada ao lançamento de novos produtos no mercado do tipo

Concorrência Monopolística. Em razão das características deste tipo de mercado, a

sua utilização também se faz eficaz principalmente no replanejamento de produtos já

existentes.

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144

Segundo Kotler (2000, p.242),

O ponto de partida para descrever um setor é especificar a quantidade de empresas vendedoras que atuam nele e definir se o produto é homogêneo ou altamente diferenciado. As características da estrutura setorial denominado Concorrência Monopolista: ocorre quando muitos concorrentes são capazes de diferenciar suas ofertas no todo ou em parte. Os concorrentes enfocam os segmentos do mercado em que podem atender às necessidades dos clientes de modo superior e impor um preço premium.

Para que tudo isto seja possível, recomenda-se a inclusão dos Sistemas de

Gerenciamento de Custos nos conteúdos programáticos dos cursos de graduação em

Ciências Contábeis e Administração das Instituições de Ensino Superior, não só das

localidades delimitadas no projeto, mas em todo território nacional, transformando,

assim, as universidades como instrumento de vanguarda na divulgação e

implementação de Sistemas eficazes para o gerenciamento de custos nas empresas

nacionais.

Sugere-se aos cursos de graduação, porque se entende que é nestes cursos que

existe um maior número de alunos que, no futuro, poderão ser os multiplicadores

para a divulgação desses Sistemas, em particular o Target Costing. Mas isto não

significa afirmar que os cursos de pós-graduação não devam ser, também,

incentivados a divulgar esse sistema, ao contrário, precisam de uma dose maior de

incentivo, porque muitos alunos destes cursos são professores dos cursos de

graduação, que serão os futuros divulgadores do Sistema.

4.4 Indicadores da Propensão à Aplicação do Target Costingos

Como resultado da análise de conteúdo, com base nas entrevistas, chega-se às

seguintes constatações:

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145

1. que sessenta e três por cento (63%) das empresas entrevistadas estão

propensas a manter o método de custeio: absorção e direto. A opção pelo

Custeio por Absorção é resultante da imposição fiscal e societária. A opção

pela utilização do Custeio Direto/Variável é para fins gerenciais, através da

Margem de Contribuição e Custo Padrão, já que noventa e quatro por cento

(94%) das empresas entrevistadas afirmaram que utilizam a Margem de

Contribuição e Custo Padrão, ou ambos.

2. que a nota sete (7,0) atribuída pelas empresas, quanto ao nível de satisfação

aos Métodos de Custeio e Sistema de Custos para Decisão e Controle,

demonstra o atendimento às necessidades da empresa.

3. que cinqüenta e um por cento (51%) das empresas entrevistadas não utilizam

nenhum dos Sistemas de Gerenciamento de Custos citados no trabalho, e

outros quarenta e nove por cento (49%), utilizam apenas alguns princípios ou

fundamentos preconizados por esses sistemas.

4. quanto ao Target Costing como Sistema de Planejamento de Lucro, no

momento não existe perspectiva para a aceitação junto às empresas

entrevistadas, de acordo com as seguintes considerações:

a) desconhecimento do Sistema pela grande maioria dos

entrevistados que representa sessenta e oito por cento (68%) do

total;

b) os outros trinta e dois por cento (32%) que afirmaram conhecer o

Sistema, não pretendem adotá-lo pelos seguintes motivos:

desconhecimento total quanto a operacionalização do Sistema;

as vantagens e as desvantagens do sistema para a realidade

regional ainda não são claras;

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146

o Sistema requer uma mudança de comportamento dos

colaboradores – funcionários, clientes, fornecedores e

consumidores - tarefa difícil para a nossa realidade cultural,

política, social e econômica.

Diante destas constatações mediante a análise de conteúdo, conclui-se que as

empresas entrevistadas ainda não estão acessíveis à implementação do Target

Costing como Sistema de Planejamento de Lucros.

Entretanto, segundo as afirmações e comentários dos gestores de duas

empresas entrevistadas, e baseando-se em algumas informações quanto ao desejo de

implementação de um sistema de gestão de custos, destacam-se:

a) uma empresa afirmou que está passando por um momento de

transição e está em busca de um Modelo de Gerenciamento que

seja capaz de suprir a sua necessidade gerencial, portanto, está

em fase da escolha de uma empresa de consultoria

internacional. Existe uma tendência de se implantar o ABC,

porque a empresa de consultoria contratada é muito forte nesta

área, mas a empresa está aberta para discutir e analisar a

possibilidade de implementação de qualquer sistema de custos;

b) para outra empresa, o Método de Custeio Variável/Direto e o

Sistema de Custos para Decisão e Controle denominado

Margem de Contribuição e Custo Padrão está em vigor há mais

de vinte anos, já se incorporou à cultura da empresa. Esta

sistemática de custos é eficiente. Segundo os entrevistados, eles

trabalham com produtos considerados básicos, mas, a partir do

momento em que buscam a diversificação de produtos e

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147

processos, este modelo não atende mais às necessidades

gerenciais da empresa. Portanto, eles estão incluindo, no

orçamento do próximo ano, recursos para a implementação de

um sistema de custos que venha a atender as necessidades e o

processo de gestão, para entrar em operação em 2004.

Excluindo a afirmação dessas duas empresas quanto ao desejo de se

implantar um Sistema de Custos, constatou-se que a adoção do Target Costing nas

empresas entrevistadas é remota pelas razões relacionadas no item anterior, mesmo

considerando que muitas empresas já implantaram ou estão implantando Sistemas de

Informações como o SAP, MRP e MRP II (Sistema de Administração de Produção),

ERP (Sistemas Empresariais Integrados), para o gerenciamento estratégico de

produção.

As constatações no ambiente empresarial também foram detectadas no

ambiente acadêmico, principalmente nos seguintes pontos:

1. todos os professores pesquisados conhecem os Métodos de Custeio por

Absorção e Direto/Variável;

2. todos os professores pesquisados conhecem o Sistema de Custos para

Tomada de Decisão e Controle como Margem de Contribuição e Custo

Padrão;

3. os Métodos e Sistemas citados estão presentes em todos os ementários dos

cursos de graduação de Ciências Contábeis e Administração;

4. uma parcela expressiva de professores – representando sessenta e um por

cento (61%) – desconhecem o Sistema de Planejamento de Lucro “Target

Costing”.

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148

Os fatores acima podem ser indicativos que contribuíram para o

desconhecimento do Target Costing nos meios empresariais.

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CAPÍTULO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral deste trabalho foi conhecer os Sistemas de Gerenciamento de

Custos utilizados pelas empresas industriais de porte médio e grande, em municípios

do estado de Santa Catarina, visando a propensões à utilização do Target Costing.

Pode-se considerar que este objetivo foi alcançado uma vez que se conseguiu

diagnosticar que a maioria das empresas entrevistadas, por meio dos seus gestores da

área de custos, não utilizam quaisquer Sistemas de Gerenciamento de Custos citados

nesta pesquisa, na sua plenitude.

Quanto aos objetivos específicos, particularmente no que se refere à revisão

do embasamento teórico do Sistema de Custos denominado Target Costing pelos

autores nacionais e internacionais, conseguiu-se avançar, mesmo que modestamente,

com revisão e tradução de artigos publicados nas principais revistas internacionais.

No que se refere ao levantamento dos sistemas de custos praticados pelas

empresas e as condições favoráveis e desfavoráveis à implantação do Target Costing,

com relação às empresas entrevistadas, verificou-se que a utilização de Sistemas

Integrados de Informações como, SAP (Sistema de Administração da Produção) e o

ERP (Sistema Empresariais Integrados) para o gerenciamento integrado de produção,

favorece a implantação do Target Costing nessas empresas. Também conseguiu-se

diagnosticar que no momento não existe ambiente favorável para a sua implantação

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150

nas mesmas pelas seguintes razões: (a) desconhecimento do Sistema e sua

operacionalização pela maioria dos entrevistados; (b) as vantagens e desvantagens do

sistema ainda não estão claras para a realidade das empresas entrevistadas; e, (c) o

sistema exige uma mudança de comportamento dos colaboradores na cadeia

produtiva, sendo considerada uma tarefa difícil para a realidade cultural destas

empresas.

Quanto ao papel das Instituições de Ensino Superior na transmissão de

conhecimento e utilização do Sistema de Gerenciamento de Custos, delimitado na

pesquisa, este objetivo também foi atendido. Constatou-se que não existe

formalmente transmissão de conhecimento conforme se verificou no ementário das

disciplinas da área de custos dos cursos de graduação de Ciências Contábeis e

Administração de Empresas das Instituições de Ensino Superior pesquisadas. Nas

entrevistas com os docentes, esta constatação também se confirmou, já que sessenta e

um porcento dos docentes pesquisados afirmaram desconhecerem o Sistema de

Gerenciamento de Custos denominado “Target Costing”..

O presente estudo utilizou na pesquisa uma abordagem empírico-analítica de

caráter quantitativo e qualitativo. A pesquisa ficou delimitada a trinta e cinco

empresas industriais com mais de 500 empregados, localizadas nas cidades de Itajaí,

Brusque, Blumenau, Ilhota, Gaspar, Joinville, Tijucas, e duas empresas localizadas

nas cidades de Joaçaba e Videira, por serem consideradas importantes para a

pesquisa.

Para a pesquisa, foram utilizados dois instrumentos para coleta de dados. Um,

entrevista direta com os gestores da área de custos – com vinte duas perguntas, e

outro questionário, encaminhado via correio eletrônico, aos professores que lecionam

as disciplinas da área de custos nos cursos de Ciências Contábeis e Administração,

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151

nas Instituições de Ensino Superior (com onze perguntas) localizadas nas cidades de

Blumenau, Brusque, Florianópolis, Itajaí e Joinville.

Para analisar e diagnosticar os dados coletados, seja por entrevista direta ou

via correio eletrônico, utilizou-se um conjunto de técnicas chamado de análise de

conteúdo e uma ferramenta estatística denominada Q-quadrado e Medida de

Tendência Central, o percentil.

As entrevistas foram transcritas e encadernadas em volume com 285 páginas.

Os questionários respondidos pelos professores, também foram encadernados.

Ambos volumes, encontra-se em poder do autor e por sigilo não fazem parte do

material divulgado desta dissertação.

Durante a pesquisa bibliográfica, percebeu-se que os autores têm buscado,

incansavelmente, uma nova forma de gerenciamento de custos. No entanto, tais

descobertas têm sido pouco aplicadas nas empresas pesquisadas, ou a sua

operacionalização não tem conseguido despertar o interesse necessário para a sua

implementação nessas empresas, que são as maiores interessadas na redução de seus

custos, buscando constantemente a sua sobrevivência.

Constatou-se, portanto, durante todo o desenvolvimento do trabalho, um

distanciamento entre o que a academia vem pesquisando ou divulgando e o que as

empresas entrevistadas vêm utilizando na prática.

Talvez, pelo fato de não se ter percebido a divulgação formal do Sistema, por

parte dos docentes, que supostamente são os impulsionadores na disseminação do

Target Costing, os gestores da área de custos, diretores e proprietários das empresas

entrevistadas desconhecem a potencialidade do sistema para gerenciamento de custo

e de lucro. Por conseguinte, não demonstraram nenhum entusiasmo quanto à

possibilidade futura de implementar o Target Costing.

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152

Em síntese, as principais conclusões com base nas empresas e Instituições de

Ensino Superior pesquisados, foram as seguintes:

a) a maioria dos entrevistados das empresas selecionadas utiliza os métodos

de custeio tradicionais como Absorção e Variável;

b) a maioria dos entrevistados desconhece o Sistema de Gerenciamento de

Custo ‘Target Costing’;

c) nas Instituições de Ensino Superior pesquisadas, não é dada ênfase ao

Sistema de Gerenciamento de Custo “Target Costing”, pelo menos nos

cursos de graduação, por intermédio do seu corpo docente.

Diante destas constatações, acredita-se que deverá levar algum tempo para

que sejam possíveis a aceitação e implementação deste sistema pelas empresas. Para

que isto seja viável, deve-se começar a divulgar, não apenas o Target Costing, mas

também, outros sistemas citados no presente trabalho, junto aos alunos de graduação

e de pós-graduação. Outra alternativa será a promoção de palestras e seminários nos

meios empresariais, podendo tornar o sistema mais conhecido como ocorre no Japão,

Estados Unidos e na Europa.

Espera-se que o resultado apresentado venha a contribuir para a divulgação

dos Sistemas de Gerenciamento de Custos, especialmente, o ‘Target Costing”, nos

meios empresariais e, principalmente, junto aos docentes e, destes, para os

acadêmicos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração. Além disso, que as

informações contidas venham a incentivar futuros trabalhos sobre o tema, bem como

implementar o Target Costing nas empresas, com o objetivo de demonstrar a

potencialidade deste sistema para o planejamento de custos e de lucro.

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APÊNDICE 1

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1) ROTEIRO DE ENTREVISTAS – AMBIENTE EMPRESA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TARGET COSTING

PESQUISA DE CAMPO PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

MESTRANDO: KOKI ONO

O objetivo deste documento é servir de Roteiro para Entrevista direta e

pessoal, com auxílio de um gravador e do preenchimento do Roteiro (instrumento

de pesquisa), que suportará a análise e conclusão da dissertação de mestrado, na área

de Contabilidade e Controladoria do mestrando KOKI ONO, sob a orientação do

Prof. Dr. ANTONIO ROBLES JUNIOR, Professor da USP e Presidente da

Associação Brasileira de Custos - ABC.

Título da Dissertação: Sistemas de Gerenciamento de Custos das

Empresas Industriais do Estado de Santa Catarina visando constatar

propensões e utilização do “Target Costing” – Um Estudo Exploratório.

O sucesso desta pesquisa depende da resposta do entrevistado e do correto

preenchimento do roteiro elaborado. Por isso, solicitamos o agendamento da

entrevista de acordo com a sua disponibilidade de tempo e horário para que se

proceda à referida entrevista.

ROTEIRO DE ENTREVISTA - AMBIENTE EMPRESA

1. Qual é o seu cargo na organização?

( ) Diretor

( ) Controller

( ) Contador

( ) Gerente

( ) Coordenador de Custos

( ) Departamento Comercial

( ) Outro Cargo (especificar) ______________________

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2. Qual é a sua titulação acadêmica?

( ) Graduação em Ciências Contábeis

( ) Graduação em Administração de Empresas

( ) Graduação em Economia

( ) Outros (Especificar) __________________

3. Participou de algum curso de pós graduação e/ou eventos?

Pós Graduação

( ) Não

( ) Sim. Qual?

( ) Especialização

( ) Mestrado

( ) Doutorado

MBA

( ) Sim! Qual área?

( ) Não

Congresso Brasileiro de Custos?

( ) Sim! Há quanto tempo?

( ) Não

4. Há quanto tempo o senhor trabalha na área de custos?

( ) de 0 a 3 anos

( ) de 3 a 6 anos

( ) de 6 a 10 anos

( ) de 10 a 15 anos

( ) acima de 15 anos

5. Qual Método de Custeio é utilizado por sua Empresa atualmente?

( ) Pleno

( ) Absorção

( ) Variável/Direto

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6. Qual o Sistema de Custos para Decisão e Controle a Empresa utiliza?

( ) Margem de Contribuição ou relação Custo/Volume/Lucro?

( ) Relação: Custos Orçados / Real / Padrão

( ) Outros (especificar) ___________

7. Qual Sistema de Gerenciamento de Custos ou Métodos, Técnicas e

Filosofias de Custos é utilizado pela sua empresa atualmente?

( ) ABC Custo Baseado em Atividades

( ) ABM Gestão Baseada em Atividades

( ) TOC – Teoria das Restrições

( ) TQM - Gerenciamento de Qualidade Total

( ) JIT – Just-in-Time

( ) UEP – Unidade de Esforço de Produção

( ) Kaizen

( ) Gecon

( ) Target Costing – Custeio Alvo

( ) Outros (favor especificar) _______________________

8. Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), que nota você como executivo daria

para o Método de Custeio, e/ou Sistema de Custos para Decisão e

Controle, e/ou Sistema de Gerenciamento de Custos adotado pela

empresa?

0,0 a 4,0 ruim - (Atende apenas às necessidades fiscais);

4,1 a 7,0 bom - (Atende às necessidades fiscais e atende

parcialmente à necessidade gerencial da empresa).

7,1 a 10,0 ótimo - (Atende às necessidades fiscais e atende plenamente

à necessidade gerencial da empresa);

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9. Quais são os maiores usuários das informações produzidas pelo Sistema

de Custo para Decisão e Controle, e/ou Sistema de Gerenciamento de

Custos? (classificar pela ordem, 1, 2, 3, 4,..........n, sendo o número “1” o

maior usuário)

( ) Alta Administração (Presidência e Diretorias)

( ) A Controladoria

( ) Departamento de Custos

( ) Departamento de Contabilidade

( ) Área Comercial

( ) Outros (Especificar) ________________

10. Qual a composição dos elementos dos Custos Totais de Fabricação em

termos percentuais?

Custos dos Materiais Diretos ____________%

Custos da Mão-de-Obra Direta __________%

Gastos Gerais de Fabricação ____________%

11. Qual é a metodologia que a empresa adota para estabelecer o preço de

venda de seus produtos?

• A partir do custo de produção ou mark-up.

• A preço de mercado.

o O Custo do produto é mensurado antes do produto entrar

na linha de produção ou quando o produto estiver no

estoque?

( ) Quando o produto entrar no estoque.

( ) Antes do início da linha de produção.

12. Quais os motivos e os benefícios que levaram a empresa a adotar o

Método de Custeio?

13. Quais os motivos que levaram a empresa a adotar o Sistema para Decisão

e Controle?

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14. Quais os motivos que levaram a empresa a adotar o Sistema de

Gerenciamento de Custos? (Se não usa nenhum dos Sistemas

relacionados no item 6, anular esta pergunta).

15. Quais os benefícios que o Sistema de Custos para Decisão e Controle,

e/ou Sistema de Gerenciamento de Custos oferece? Classifique na escala

de 0 (zero) a 10 (dez)

( ) Suporte para decisões de precificação

( ) Implantação de programas de redução de custos

( ) Valoração de estoques

( ) Análise de lucratividade por produto ou serviços

( ) Análise de lucratividade por cliente ou segmento

( ) Decisão sobre produtos ou serviços a serem fornecidos

( ) Suporte para melhoria no processo de fabricação

16. A empresa utiliza algum Sistema de Tecnologia da Informação

(Software)?

( ) Não

( ) Sim. Escolha a alternativa abaixo:

( ) Adquirido pacote no mercado

( ) Desenvolvido Internamente

( ) Adquirido no mercado e adaptado à realidade da

empresa.

17. O senhor conhece o Sistema de Gerenciamento de Custos denominado

Target Costing ou Custeio Alvo?

( ) Sim

( ) Não

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18. Se sim! Por que não é aplicado na empresa? Se não! (anular).

19. A empresa exporta seus produtos? Se sim? Qual o Percentual?

( ) Não

( ) Sim. Qual o percentual da produção?

20. Qual é a principal Matéria-Prima da Empresa?

21. A empresa adquire as principais Matérias-Primas através de:

( ) Commodity

( ) do fornecedor tradicional

( ) ambos

22. Em termos de lucratividade, seria possível informar a variação percentual

dos últimos anos? (Margem Líquida / Faturamento Bruto).

23. Considerações Finais: (Faça um breve histórico da empresa).

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APÊNDICE 2

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2) QUESTIONÁRIO – AMBIENTE ACADÊMICO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

QUESTIONÁRIO - AMBIENTE ACADÊMICO

PESQUISA DE CAMPO PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

MESTRANDO: KOKI ONO

O objetivo deste documento é servir como veículo ágil e seguro para o envio,

preenchimento e devolução do Questionário (instrumento de pesquisa), que

suportará a análise e conclusão da dissertação de mestrado, na área de Contabilidade

e Controladoria do mestrando Koki Ono, sob a orientação do Prof. Dr. ANTONIO

ROBLES JUNIOR, Professor da USP e Presidente da Associação Brasileira de

Custos - ABC.

Título da Dissertação: Sistemas de Gerenciamento de Custos das empresas

industriais em Municípios do Estado de Santa Catarina visando constatar

propensões à utilização do “Target Costing” - Estudo Exploratório.

O sucesso desta pesquisa depende do correto preenchimento do questionário

elaborado. Por isso, agradeço pelo tempo dedicado e solicito o envio deste

questionário respondido o mais breve possível.

Solicitamos a devolução do questionário devidamente respondido para o E-

Mail: [email protected].

NOME DO(A) RESPONDENTE: _______________________________

1. Qual é a titulação (completa) do professor?

( ) Graduação : Curso: _______________________

( ) Pós Graduação:

( ) Especialização: Área __________________

( ) Mestrado:Área_________________________________

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( ) Doutorado: Área ______________________

2. O professor participou de Congresso Brasileiro de Custos?

( ) Sim. Em que ano? ________

( ) Não

3. Participou de curso MBA:

( ) Sim. Em que área de concentração? __________

( ) Não

4. Qual dos Métodos de Custeio abaixo, o professor conhece?

( ) Pleno

( ) Absorção

( ) Variável/Direto

5. Caso conheça alguns dos métodos acima, qual ênfase é dada a este tópico em

sala de aula? As que não conhece “ANULAR”

Método de Custeio Pleno

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Método de Custeio por Absorção

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Método de Custeio Direto/Variável

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

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( ) Profundamente

( ) Anular

6. Qual dos Sistemas ou Métodos para tomada de decisão e controle, abaixo, o

professor conhece?

( ) Margem de Contribuição ou relação Custo/Volume/Lucro

( ) Relação: Custos Orçados / Real / Padrão

7. Caso conheça alguns dos Sistemas/Métodos acima, qual ênfase é dada a esse

tópico, em sala de aula? As que não conhece “ANULAR”

Margem de Contribuição ou relação Custo/Volume/Lucro?

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Relação: Cus'tos Orçados / Real / Padrão

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

8. Qual dos Sistemas de Gerenciamento de Custos ou, Métodos, Técnicas ou

Filosofias de Custos abaixo, o professor conhece?

( ) ABC Custo Baseado em Atividades

( ) ABM Gestão Baseada em Atividades

( ) TOC – Teoria das Restrições

( ) TQM - Gerenciamento de Qualidade Total

( ) JIT – Just-in-Time

( ) UEP – Unidade de Esforço de Produção

( ) Kaizen

( ) Gecon

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( ) Target Costing – Custeio Alvo

( ) Outros (favor especificar) _______________________

9. Caso conheça alguns dos Sistemas acima, qual ênfase é dada a este tópico em

sala de aula? As que não conhece “ANULAR”

ABC Custo Baseado em Atividades

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

ABM Gestão Baseada em Atividades

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

TOC – Teoria das Restrições

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

TQM - Gerenciamento de Qualidade Total

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

JIT – Just-in-Time

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

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( ) Profundamente

( ) Anular

UEP – Unidade de Esforço de Produção

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Kaizen

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Gecon

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

Target Costing – Custeio Alvo

( ) Nenhuma

( ) Superficialmente

( ) Profundamente

( ) Anular

10. O professor conhece o Sistema de Gerenciamento de Custos denominado

Target Costing ou Custeio Alvo?

11. Quais os principais fundamentos deste Sistema? (Se não conhece “anular”

a pergunta).

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APÊNDICE 3

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3) LEVANTAMENTO DOCUMENTAL CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO

3.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO: MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL

EMENTA: Fundamentos de contabilidade de custos e gerencial.

Custeamento para avaliação de estoques e mensuração do lucro. Informações para

tomada de decisão: métodos de custeamento, análise custo-volume-lucro, estimação

de custos, formação do preço de venda. Mensuração de custos relevantes para a

tomada de decisão: compras ou produzir componentes, fatores quantitativos a serem

considerados, expansão ou abandono de segmentos, influência de fatores limitantes

na produção, reposição de equipamentos.

DISCIPLINA: GESTÃO DE SERVIÇOS

EMENTA: Produção, sistemas de produção, bens e serviços, planejamento da

produção, projeto do produto e do processo, capacidade de produção, estimativa da

demanda, programação e controle de serviços, a qualidade nos serviços, teoria de

sistemas e contingencialismo, participação, produtividade, novos referenciais em

administração de serviços, modelos para organização de um sistema.

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: CONTABILIDADE DE CUSTOS

EMENTA: Natureza da contabilidade de custos e conceitos básicos. Sistema

de custeamento por processo. Sistema de custeamento por ordem de produção.

Custeio dos produtos conjuntos e de subprodutos. Métodos de custeio. Aspectos

técnicos e práticos de sistemas de custos.

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DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS

EMENTA: Aspectos relevantes no campo decisorial: custo de oportunidade,

fazer, comprar ou terceirizar, eliminação ou acréscimo de produtos. Administração

por centro de responsabilidade, alocação de custos para planejamento e controle.

Custos para controle, custos padrão X custos reais. Formação de preços, métodos e

procedimentos.

DISCIPLINA: ANÁLISE DE CUSTOS

EMENTA: Custos para controle. Custos influentes na tomada de decisões.

Contabilidade por responsabilidade e alocação de custos. Centros de lucros e preços

de transferências. Avaliação do desempenho. Aspectos técnicos e práticos da análise

de custos.

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL

EMENTA: Natureza da contabilidade gerencial e conceitos básicos.

Formação de preços. Análise do ponto de equilíbrio e da alavancagem operacional

Relações de custo-volume-lucro. Influência das técnicas quantitativas na

contabilidade gerencial. Controle gerencial. Estudos de casos relacionados em

controles gerenciais e sistemas de informação.

3.2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DISCIPLINA: CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS I

EMENTA: Introdução à contabilidade de custos. Elementos de custos e

fluxo. Materiais diretos. Mão-de-obra. Custos indiretos de fabricação. Custeamento

por ordens de produção e departamentalização. Custeamento por processo ou por

departamentalização. Com subprodutos, co-produtos ou produtos conjuntos.

Apuração de resultados – encerramento do exercício.

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DISCIPLINA: CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS II

EMENTA: Sistema de custeio. Classificação dos custos. Custos de

distribuição. Análise dos custos. Custo padrão. Técnica e prática para tomada de

decisão e planejamento.

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL I

EMENTA: Introdução à contabilidade gerencial. Lucro empresarial e

variação de preços. A análise e o balanço como instrumentos da avaliação de

desempenho. Fundamentos da contabilidade de Custos. Relação custo/lucro/volume.

Custos para decisão: qual o produto cortar.

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL II

EMENTA: Fundamentos de custo-padrão, inter-relação com orçamentos e

análise de variações. Informações contábeis para decisões especiais. Avaliação de

desempenho do centro de custos ao centro de investimento. Descentralização e

preços de transferência. O gerente face à descontinuidade. Uso de métodos

quantitativos na contabilidade gerencial.

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL I

EMENTA: Introdução à contabilidade de custos. Classificação e

nomenclatura de custos. Estoques – formação e manutenção. Critérios de rateio dos

custos indiretos. Classificação da mão-de-obra. Departamentalização. Aplicação dos

custos indiretos de fabricação – CIF.

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DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL II

EMENTA: Sistema de custeamento. Sistemas de Custeio. Orçamento. Custo

padrão. Análise dos custos. Técnicas e práticas para a tomada de decisão e

planejamento.

3.3 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BRUSQUE – FEBE

CURSO – ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESA

DISCIPLINA: GESTÃO DE CUSTOS E CONTROLADORIA

EMENTA: Conceitos de custos. Tipos de custos de uma empresa. Gestão

estratégica de custos. Custos como um fator de competitividade. Plano de centro de

custos, de despesas e de receitas.

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DISCIPLINA: CONTABILIDADE DE CUSTOS

EMENTA: Introdução à contabilidade de custos. Integração entre

contabilidade de custos, contabilidade financeira e contabilidade gerencial. A

estrutura da contabilidade de custos. Custos para valoração de estoques e apuração de

resultado. Contabilização dos custos. Departamentalização. Classificação dos Custos.

Sistemas de Acumulação de Custos. Aspectos fiscais relativos à avaliação de

estoques. Sistemas de Custeio.

DISCIPLINA: ANÁLISE DE CUSTOS

EMENTA: Margem de contribuição. Contribuição marginal e limitação na

capacidade de produção. Relação custo/volume/lucro. Custos imputados e custos

perdidos. Custos para controle. Custo padrão. Custo para decisões. Preço de

transferência. Formação do preço de venda.

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3.4 UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DISCIPLINA: CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

EMENTA: Objetivos Básicos. Finalidades. Relação entre a Contabilidade de

Custos e a Contabilidade Geral. Acumulação dos Custos. Matéria-Prima. Mão-de-

Obra Direta. Custos Indiretos de Fabricação. Custo Fabril. Fluxo dos Custos. Sistema

de Custos por Ordem de Produção. Sistema de Custos por Processo. Custeamento

por Responsabilidade. Métodos de Custeamento.

CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

DISCIPLINA: CUSTOS

EMENTA: Relação entre contabilidade geral e contabilidade de custos.

Conceitos contábeis. Custos diretos e Indiretos. Sistemas e métodos de custeio. Custo

para decisão. Análises: custo/volume/lucro. Preço de venda.

3.5 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BLUMENAU – FURB

CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: CONTABILIDADE DE CUSTOS

EMENTA: Elementos conceituais; as possíveis classificações dos custos; os

objetivos da contabilidade de custos; caracterização dos sistemas de custeamento; os

principais sistemas de custeamento; o controle da produção e os custos; a

apropriação dos custos aos portadores finais.

DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL

EMENTA: Contabilidade Gerencial como parte da contabilidade. O

fornecimento de informações e de subsídios para a tomada de decisões. As decisões

de caráter corrente e as de natureza estratégica. As avaliações de desempenho.

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DISCIPLINA: A ANÁLISE ALICERÇADA NO GRAU DE

OCUPAÇÃO DA ENTIDADE.

EMENTA: A formação de resultado diante do comportamento dos custos

fixos e variáveis. A margem de contribuição por produto, cliente, modalidade de

venda, local.

DISCIPLINA: A GESTÃO DOS CUSTOS

EMENTA: O problema dos custos necessários e desnecessários. O

gerenciamento dos custos diante da estratégia da entidade. A cadeia de valores como

centro da análise e da avaliação dos custos.