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1 Fisioterapeuta (Univ. Veiga de Almeida) e Educador Fisico (Univ. Gama Filho); Rio de Janeiro 2020; referência ao estudo de Gilceia Santos et all 2015; e-mail [email protected] UTILIZAÇÃO DA CORRENTE FES COMO AUXÍLIO NO GANHO DE HIPERTROFIA MUSCULAR REVISÃO DE LITERATURA: ANÁLISE COMPARATIVA DA HIPERTROFIA E FORTALECIMENTO DO MÚSCULO QUADRÍCEPS A PARTIR DO EXERCÍCIO RESISTIDO X ELETROESTIMULAÇÃO (FES) Alexandre de Oliveira Maiorano¹ RESUMO- O trabalho em questão tem como objetivo auxiliar os fisioterapeutas e acadêmicos de fisioterapia na escolha pela melhor forma de tratamento de seus pacientes. Por ser um corrente elétrica muito utilizada para ganho de força, decidi por reavaliar um artigo antes escrito por um colega de profissão para garantir que o FES é ( ou não) útil para o tratamento. Foi realizado um estudo com diversos artigos científicos a fim de diagnosticar formas de pensar distintas. Ressalto que os resultados e conclusões obtidas no trabalho não podem ser consideradas fidedignas ao ponto de vista acadêmico, isso porque não foram apresentados os resultados esperados nos artigos auxiliares a minha pesquisa e em outros até mesmo ocorreu inadimplência dos pacientes envolvidos . PALAVRAS-CHAVE: Corrente FES, hipertrofia muscular , ganho de força, fisioterapia

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Fisioterapeuta (Univ. Veiga de Almeida) e Educador Fisico (Univ. Gama Filho); Rio de Janeiro 2020; referência ao estudo de Gilceia Santos et all 2015; e-mail [email protected]

UTILIZAÇÃO DA CORRENTE FES COMO AUXÍLIO NO GANHO DE

HIPERTROFIA MUSCULAR

REVISÃO DE LITERATURA: ANÁLISE COMPARATIVA DA

HIPERTROFIA E FORTALECIMENTO DO MÚSCULO QUADRÍCEPS A

PARTIR DO EXERCÍCIO RESISTIDO X ELETROESTIMULAÇÃO (FES)

Alexandre de Oliveira Maiorano¹

RESUMO- O trabalho em questão tem como objetivo auxiliar os fisioterapeutas e acadêmicos de fisioterapia na escolha pela melhor forma de tratamento de seus pacientes. Por ser um corrente elétrica muito utilizada para ganho de força, decidi por reavaliar um artigo antes escrito por um colega de profissão para garantir que o FES é ( ou não) útil para o tratamento. Foi realizado um estudo com diversos artigos científicos a fim de diagnosticar formas de pensar distintas. Ressalto que os resultados e conclusões obtidas no trabalho não podem ser consideradas fidedignas ao ponto de vista acadêmico, isso porque não foram apresentados os resultados esperados nos artigos auxiliares a minha pesquisa e em outros até mesmo ocorreu inadimplência dos pacientes envolvidos .

PALAVRAS-CHAVE: Corrente FES, hipertrofia muscular , ganho de força, fisioterapia

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1- INTRODUÇÃO

O estudo tem como objetivo a revisão de literatura ,sobre o artigo

“ANÁLISE COMPARATIVA DA HIPERTROFIA E FORTALECIMENTO DO

MÚSCULO QUADRÍCEPS A PARTIR DO EXERCÍCIO RESISTIDO X

ELETROESTIMULAÇÃO (FES)” (SANTOS, Gisélia Cicera et all, 2015).

É sempre muito discutido por fisioterapeutas sobre a utilização desse

recurso fisioterápico para ganho de força, hipertrofia e arco de movimento.

Cabe agora aprofundar os estudos e assim descobrir o quão importante é o

FES no auxilio `a cura de pacientes que se encontram nas condições

necessárias para a utilização desse recurso.

A eletroestimulação vem ao longo do tempo sendo muito utilizada,

principalmente no pós operatório imediato.

Acredita-se que não só o FES ( como ganho de força), o TENS ( como

recurso analgésico) , o ULTRASSOM (como anti-inflamatório) , entre outros

têm auxiliado de forma direta na recuperação imediata do pacientes e assim

permitindo dar seguimento em seus tratamentos de forma mais forte, seja ela

com exercícios proprioceptivos , ou de ganho direto de força e amplitude de

movimento.

Conhecido mundialmente pelo combate a atrofia e ganho de força na

musculatura, em alguns estudos, como esse em questão de SANTOS (2015),

comprovou-se que tal aparelho elétrico foi ineficaz quando comparado a

exercícios resistidos.

Ressalto ainda que, no artigo de SANTOS em 2015, foram utilizados

apenas 2 grupos, compostos de 8 pessoas. E que segundo a autora, o grupo II

que era formado com indivíduos que utilizavam a corrente FES não estiveram

assíduos no tratamento, dessa forma tornando o trabalho um tanto quanto não

fidedigno.

Contudo, o trabalho tem como objetivo tentar identificar qual a

correlação da corrente FES no auxílio do ganho de força , dessa forma será

possível ajudar colegas e futuros colegas de profissão nas suas escolhas , ou

seja, na utilização ou não desse recurso, e também na junção desse com

demais.

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Ainda que no trabalho revisto a autora tenha identificado uma

determinada falha devido a ausência dos pacientes, é muito importante que se

dê seguimento ao estudo, pois dessa forma podemos conseguir descobrir

formas e métodos cada vez mais eficazes no tratamento de lesões.

Destaco também que todo esse trabalho foi realizado utilizando a

referencia e base de artigos científicos, a fim de comprovar suas teorias e

conclusões.

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2- DESENVOLVIMENTO

Atualmente a quantidade de recursos e equipamentos fisioterapêuticos

têm crescido muito. Em especial a esse fato, um recurso tem despertado

enorme interesse clínico, a “Eletroterapia”.

Os equipamentos eletroterapeuticos podem gerar correntes elétricas e

também produzir efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antiedematosos e

contração muscular tanto para fortalecimento como para melhora da função

motora.

Levando em consideração que o conhecimento cinesioterápico e

biomecânico são fundamentais para o tratamento das principais enfermidades

do sistema musculoesquelético, pode-se afimar que a extensão desse

conhecimento para a área de Eletroterapia e o manuseio correto desses

equipamentos tem tornado cada vez mais precisas as formas de tratar o

paciente, e o profissional que o aplica muito mais completo, tendo sempre um

leque maior de opções terapêuticas.

O estudo em questão tem como base o artigo científico ANÁLISE

COMPARATIVA DA HIPERTROFIA E FORTALECIMENTO DO MÚSCULO

QUADRÍCEPS A PARTIR DO EXERCÍCIO RESISTIDO X

ELETROESTIMULAÇÃO (FES).

Este, tem como objetivo a avaliação , bem como a eficácia dos métodos

de exercícios resistidos , e da corrente FES no ganho não só da força, mas

também no aumento do trofismo do quadríceps.

Cabe então uma análise e/ou discussão de informações que tenha como

objetivo a descoberta do quão importante é a revisão bibliográfica nesse caso.

Dessa forma, contribuir cada vez vez com o crescimento no conhecimento em

lesões.

Antes de mais nada, cabe explicar o que é a Estimulação elétrica

Funional (FES). Figura 1 - anexo

A corrente FES (estimulação elétrica funcional) costuma ser utilizada nos

tratamentos fisioterápicos com a finalidade de reeducação muscular, combate

ou retardo de atrofia da musculatura, inibição temporária de espasticidade e

combate/ redução de contraturas e edemas.

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Essa técnica auxilia diretamente na reestrutura do controle

sensoriomotor, já que existe um com ela um feedback proprioceptivo, que não

é conseguido em tentativas apenas do movimento muscular. Figura 2 - Anexo

Na grande maioria dos tratamentos, o FES desempenha uma função de

um aparelho de corrente elétrica de baixa frequência e amperagem, que pode

ser controlado de forma analógica ou digital.

É muito importante para o melhor entendimento do estudo, que se

entenda o mecanismo de ação exato do FES em nível motor, devemos então

conhecer seus princípios físicos.

O FES gera uma corrente elétrica de baixa frequência, alternada ou

bifásica, pulsada, simétrica com pulsos na forma retangular, sendo

considerada, portanto, despolarizada.

O fato de se apresentar com baixa frequência (1 a 100 Hz

aproximadamente) faz com que tenha uma alta resistência tecidual e pequena

profundidade de penetração.

Segundo o fisioterapeuta Thiago Fukuda descreve em seu artigo sobre

“o uso da eletroestimulação neuromuscular em fisioterapia”, um dos primeiros

parâmetros a se regular em uma aplicação de FES é a frequência.

Nos equipamentos mais encontrados no mercado brasileiro (ou seja,

fabricados no Brasil) consegue-se trabalhar em uma faixa de 1 a 100 Hz,

entretanto clinicamente é possível observar uma faixa mais restrita entre 30 e

80 Hz. Já em uma frequência mais baixa (30 a 50 Hz) são selecionadas em

geral as fibras tônicas ou vermelhas do tipo I.

Quando colocamos o FES em sua frequência mais alta (50 a 80 Hz)

conseguimos selecionar mais fibras fásicas ou brancas do tipo IIb.

Um ponto extremamente importante para a execução e utilização ideal

da corrente é a duração de pulso.

Os aparelhos tradicionais permitem o

ajuste entre 200 e 400 μs, quando se objetiva

a contração muscular. Em um primeiro

momento do tratamento, pode-se optar por

duração de pulso entre 200 a 300 μs, aumentando

para 300 a 400 μs em músculos que

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já passaram por um programa prévio de fortalecimento.

Em um segundo momento, pode-se utilizar

esta duração de pulso para selecionar tipos

específicos de fibras. Fibras brancas ou do tipo II

apresentam menor limiar de excitação, sendo

mais ativadas com duração de pulso

próxima a 200 μs e fibras vermelhas respondem

melhor a excitação, com duração próxima a 400 μs.

(FUKUDA, Thiago)

Artigo de Revisão Bibliográfica: ANÁLISE COMPARATIVA DA

HIPERTROFIA E FORTALECIMENTO DO MÚSCULO QUADRÍCEPS A

PARTIR DO EXERCÍCIO RESISTIDO X ELETROESTIMULAÇÃO (FES).

Os autores demonstraram em seu estudo a relevância da utilização de

exercícios resistidos para obtenção de hipertrofia, e assim conseguir encontrar

o tratamento ideal para seus pacientes.

Demonstraram também que a corrente FES não teve nenhum efeito

significativo no ganho de hipertrofia.

Cabe lembrar que no mesmo artigo, é citado a falta de regularidade dos

pacientes no tratamento do grupo II ( grupo de utilização da corrente FES).

´Após a realização do

teste t pareado para verificar a diferença entre as

médias das medidas obtidas no

ventre muscular dos lados, direito e esquerdo,

não houve diferença

significativas entre as médias iniciais e finais.

Portanto, com base nos resultados

obtidos neste estudo, rejeita-se

a hipótese de que a CR não

associada a exercícios resistidos

possa gerar hipertrofia muscular ‘

(PERNAMBUCO, Andre Pereira et

all)

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O artigo revisto teve caráter analítico e comparativo. Parte de variáveis

qualitativas e baseadas na experimentação, utilizando duas técnicas

diferenciadas para fortalecimento e hipertrofia do músculo quadríceps, que

foram denominadas de Grupo I, o grupo de pacientes que executaram

exercícios resistidos, e de Grupo II o grupo de pacientes que foram submetidos

à Eletroestimulação Funcional (FES).

A amostra do estudo realizado por Gilcéia Santos, foi composta por oito

pacientes, sendo quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino, com

idade média entre 17 e 45 anos. Todos os pacientes escolhidos pela autora

eram portadores de lesão na articulação do joelho, sendo estas: lesão do

Ligamento Cruzado Anterior (LCA), associada à lesão do menisco medial;

hipotrofia do quadríceps; reconstrução do LCA e instabilidade fêmoropatelar

unilateral.

Após serem submetidos a uma avaliação , foram designados para os

grupos mencionados por meio de , sendo que quatro participantes

compuseram o grupo I que realizou os exercícios ativos resistidos (exercício de

flexão de joelho na cadeira extensora, afundo, agachamento com bola suíça,

flexão de quadril com caneleira, abdução de quadril na cadeira abdutora, e

adução de quadril, também, na cadeira adutora); e quatro voluntários foram

submetidos ao protocolo de aplicação da Eletroestimulação Funcional (FES).

Para realização da amostra foram realizadas as dez sessões de

tratamento sequencialmente, na frequência de duas vezes na semana. Para a

aplicação da corrente elétrica foram utilizados quatro eletrodos que foram

afixados de forma cruzada nos pontos de contratilidade do quadríceps, nas

regiões proximal e distal das coxas que apresentava redução das medidas,

comprovando a hipotrofia.

Os autores observaram que não ocorreu aumento do volume da massa

muscular do quadríceps (hipertrofia), porém foi observada a redução da

sintomatologia apresentada na avaliação inicial, levando assim ao

entendimento de que seja necessária uma rigorosidade ou um período maior

de aplicação do protocolo da FES para que se possam observar os efeitos

fisiológicos de hipertrofia.

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Vários autores têm afirmado que a estimulação elétrica funcional (FES)

tem como benefício a restauração da força muscular e preservação funcional

do músculo, em lesões com alterações da resposta motora, ou que tenham se

submetido à reconstrução do LCA do joelho (ABDALLA ET AL., 2009).

Justifica-se assim a indicação do FES para a hipertrofia do músculo

quadríceps, sendo que seu efeito pode auxiliar na restauração da força do

músculo pela facilitação neuromuscular com o recrutamento das unidades

motoras musculares (BOHÓRQUEZ; SOUZA; PINO, 2013).

Lima e colaboradores (2006) discordaram desta afirmação quando

mostraram em seu artigo de revisão bibliográfica, que a eletroterapia pode ser

utilizada no plano de treinamento de força, porém leva desvantagem quando

comparada aos exercícios resistidos, uma vez que este último oferece uma

maior vantagem, já que proporciona ao paciente um aprendizado psicomotor,

recrutamento assincrônico das unidades motoras, estimulando os órgãos

tendinosos de Golgi para proteger o músculo e diminuir o risco de lesões.

No estudo de Rossini Lucena de Medeiros, em 2015, onde pesquisou

sobre Biofeedback eletromiográfico assistido eletricamente pala corrente FES,

a autora demonstra em sua análise final a importância da corrente para ganho

de força. Diz também que “a FES provoca a contração de músculos

paralisados ou enfraquecidos decorrentes de lesão do neurônio motor superior”

Nota-se nesse caso uma divergência nos estudos realizados, o que nos

remete a pensar que uma das possíveis causas possa ter sido a falta de

comparecimento e comprometimento dos pacientes no estudo um, sendo

assim necessário o aumento do número de pacientes a fim de tentar obter uma

amostra mais fidedigna.

Vale ressaltar que “o FES tem por finalidade a ativação da musculatura

com fins funcionais, seu objetivo é a contração do musculo desprovido de

controle motor” (NOVICKI, 2011).

Sendo assim uma corrente que provoca contrações musculares utilizada

em terapias específicas, como por exemplo quando desejamos aumentar o

ganho de força do quadríceps, ao utilizar a corrente FES, essa auxiliará

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aproximação das fibras musculares, a fim de provocar uma contração na

musculatura. Figura 3 – ANEXO

2.1 - O Exercício Ativo

Já que o artigo de revisão de literatura informa sobre a relevância dos

exercícios ativos, é de suma importância explica-los.

Na cinesioterapia ativa, é caracterizada pela participação ativa e

consciente do paciente, que executa voluntariamente.

O exercício ativo se divide em três tipos:

Ativo-assistido: este é realizado pelo paciente que recebe ajuda parcial

do terapeuta;

Ativo livre, realizado pelo paciente com ou sem a ação da força da

gravidade.

Ativo-resistido, quando o movimento é realizado contra a resistência

manual, mecânica ou fluida. Figura 4 –ANEXO

Os exercícios resistidos, ou contra resistência (de força), são utilizados

com o objetivo terapêutico de reabilitação, na recuperação e ganho de força,

aumento da massa muscular e das aptidões físicas, e os resultados são

adquiridos tanto por estímulos mecânicos como metabólicos (LIMA ET AL.,

2006).

Os exercícios resistidos são habitualmente realizados com

movimentação articular, classificados como “isotônicos”, alternando contrações

musculares concêntricas e excêntricas.

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2.2 – Fontes de Eletroterapia

Por ser utilizado como fonte de ganho de massa muscular, é necessário

compreender que muitas vezes a correte FES pode não ser o primeiro

equipamento de eletroterapia a ser utilizado no paciente.

Nesse caso, é de grande relevância a demonstração e explicação de

outros equipamentos que podem ser utilizados com o propósito de analgesia,

ou anti-inflamatório e até mesmo no combate a edemas.

TENS:

É um dos recursos fisioterapêuticos mais utilizados em clinicas,

hospitais, clubes, etc. Embora a maioria dos estimuladores elétricos usados

hoje seja essencialmente unidades TENS, esses equipamentos têm

características de corrente muito parecidas com outras formas de estimulação

neuromuscular.

O equipamento é constituído de geradores de correntes pulsáteis,

bifásicas simétricas ou assimétricas de forma retangular.

Como uma das utilizações do TENS, a Teoria da Comporta, apresenta

interação das fibras grossas mielinizadas com a substância gelatinosa do corno

posterior da medula espinhal; esse mecanismo constitui uma das bases para a

alteração da percepção da dor. Figura 5 – ANEXO

ULTRASSOM:

Assim como o TENS ,o ultrassom terapêutico (UST) é um dos recursos da

eletroterapia mais utilizados na prática clinica do fisioterapeuta com os

objetivos de diminuir a dor. Ele combate a inflamação e auxiliar na regeneração

dos tecidos afetados na lesão.

É definido como uma onda sonora inaudível

de alta frequência, com o potencial de

provocar efeitos fisiológicos térmicos

(exposição contínua à onda) e não térmicos

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(exposição à onda pulsada) nos tecidos,

por meio de parâmetros que variam

entre 1 e 3 MHZ de frequência.

Preconiza-se o uso de frequências mais

altas (3 MHZ) para o tratamento do tecido

superficial devido a maior capacidade de absorção,

e as frequências mais baixas (1 MHZ)

para o tratamento de tecidos profundos.

(LEITE,Ana Paula Bezerra-2013)

O ultrassom terapêutico possui dois modos de aplicação, eles podem

ser de forma contínua ou intermitente (pulsátil).

A forma contínua tem a capacidade de produzir uma maior quantidade

de calor devido a grande vibração de partículas celulares, que através do atrito

entre si produzem o efeito térmico. Um efeito térmico fisiológico pode ser

alcançado promovendo alívio da dor, diminuição da rigidez articular e aumento

do fluxo sanguíneo local.

No modo pulsátil o equipamento tem como finalidade a ação fisiológica

no tecido sem produzir calor (atérmico), decorrente do intervalo entre a

transmissão das ondas que permite ao tecido dissipar o calor recebido, sendo

que o tempo de aplicação pode ser calculado dividindo-se a área a ser tratada

pela Area de Radiação Efetiva (ERA) do cabeçote transdutor do UST. Figura 6

-ANEXO

LASERTERAPIA:

“A palavra laser é consagrada pelo uso e define fonte de luz

monocromática, intensa, coerente e colimada, cuja emissão de radiação se faz

pelo estímulo de campo externo, com aplicações variadas e crescentes na

indústria, na engenharia, na medicina humana e mais recentemente, na

medicina veterinária.”(FABIANA ANDRADE,2014)

Os lasers podem ser são classificados em de dois tipos, os de alta

potência e baixa potência.

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Os primeiros geralmente aplicados para a remoção, corte e coagulação

de tecidos.

Os lasers de baixa potência são frequentemente utilizados em processos

de reparação tecidual, bem como traumatismos musculares, articulares,

nervosos, ósseos e cutâneos.

Os efeitos fotobiológicos da radiação laser, convencionalmente, podem

ser divididos em curto e longo prazo.

Curto prazo são aquelas em que o efeito pode ser observado poucos

segundos ou minutos após a irradiação. Já os efeitos observados em longo

prazo são aqueles que ocorrem horas ou ainda dias após o final da irradiação

e, usualmente, envolvem nova biossíntese celular, especialmente na fase

proliferativa da inflamação. Figura 7 - ANEXO

2.3- Tipos de contração muscular que podem auxiliar em tratamentos:

Contração Isométrica

As contrações isométricas são muitas vezes chamadas de contrações

estáticas ou de sustentação, normalmente é usada para manutenção da

postura.

Quando um músculo se contrai, ele produz força sem alteração

macroscópica no ângulo da articulação, a contração é dita isométrica.

Funcionalmente estas contrações estabilizam articulações.

Contração Concêntrica

É chamada de contração concêntrica (dinâmica positiva) ou contração

de encurtamento. Exemplos seriam os músculos quadríceps quando um

indivíduo está se levantando de uma cadeira, ou os flexores do cotovelo

quando um indivíduo está levando um copo até a boca.

Nas contrações concêntricas a origem e a inserção se aproximam,

produzindo a aceleração de segmentos do corpo, ou seja, acelera o

movimento.

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Contração Excêntrica

É chamada de excêntrica quando o musculo se alonga (dinâmica

negativa).

Por exemplo, o quadríceps quando o corpo está sendo abaixado para

sentar-se e os flexores do cotovelo quando o copo é abaixado até a mesa.

Nas contrações excêntricas a origem e inserção se afastam

produzindo a desaceleração dos segmentos do corpo e fornecem absorção de

choque (amortecimento) quando aterrissando de um salto, ou ao andar, ou

seja, freia o movimento.

2.4- Tipos de fibras musculares

No artigo escrito por Gilceia et all, no que esse estudo faz referência,

deixa-se bem claro que o músculo utilizado foi o “quadríceps”.

Portanto, além das formas de contração muscular e tipos de trabamento,

é de suma importância que se conheça um pouco sobre as fibras musculares

presentes nessa musculatura; e também quais as fibras existentes no corpo

humano.

2.4.1- Fibras Musculares

Fibra muscular é uma célula muscular, especialmente uma das células cilíndricas e multinucleadas que compõem os músculos esqueléticos e é composta de numerosas miofibrilas que se contraem quando estimuladas. As fibras individuais são organizadas em feixes – denominados fascículos – que são então organizados em grupos de fascículos, que formam o ventre muscular.

O primeiro tipo de fibra muscular é o de contração lenta. Geralmente está associada a atividades de longa duração e baixa intensidade. Este tipo é usado tanto para esportes de resistência, como a maratona, mas também nas atividades de estabilidade diárias dos músculos centrais e grupos similares de fibras.

Esse tipo de fibra produz energia utilizável por meio de um método conhecido como fosforilação oxidativa. Como resultado, eles são bem servidos pelos vasos sanguíneos e ricos em mitocôndrias e mioglobina, uma proteína de ligação ao oxigênio semelhante à hemoglobina.

A alta concentração das proteínas da mioglobina de cor vermelha é responsável pelo termo genérico das fibras vermelhas usadas para descrevê-las.

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A fibra de contração rápida é associada a curtos e poderosos surtos de energia e rápida fadiga. Os levantadores de peso, velocistas e atletas similares tendem a desenvolver altas proporções de fibras musculares de contração rápida.

Este tipo de fibra pode utilizar tanto a fosforilação oxidativa, quanto a glicólise menos eficiente, porém mais rápida, para liberar energia das moléculas de nutrientes.

A maioria contém altos níveis de glicogênio armazenado para alimentar a glicólise, mas tem um nível mais baixo de mitocôndrias e mioglobina, além de um menor suprimento capilar. Isso muitas vezes leva as células a terem uma cor mais clara do que as fibras de contração lenta, o que lhes dá o nome de fibras brancas.

Cada fibra muscular é uma única célula. Cada célula consiste de uma estrutura que inclui o sarcolema, núcleos, sarcoplasma, terminações nervosas motoras, miofibrilas, sarcômeros, mitocôndrias, lisossomas e complexo de golgi.

2.4.2 – Fibra Muscular do Quadríceps

Segundo Ericksson (1982) as fibras do tipo I e II tem praticamente a

mesma proporção e diâmetro em alguns músculos, entre eles o quadríceps.

Hoje em dia, percebemos que cada individuo tem uma estrutura

diferente, um bom exemplo para essa afirmativa são os corredores. Em geral

os maratonistas, que fazem provas longas e de resistência tem mais fibras

vermelhas. Já os velocistas, que precisam da explosão muscular e contrações

rápidas tem mais fibras brancas.

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3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão de literatura se faz necessária a fim de adquirir novos

conhecimentos e comprovações sobre a eficácia dos equipamentos utilizados

por fisioterapeutas no decorrer de sua profissão.

Alguns artigos divergem de opinião, sendo uns favoráveis a utilização do

equipamento e uns ressaltando que sozinho ele não tem eficácia.

No entanto cabe ao fisioterapeuta avaliar durante seu tratamento se sua

conduta tem sido eficaz ou não, levando-se sempre em consideração a

individualidade biológica de cada paciente.

Para se fazer uma análise sobre a utilização de equipamentos ou

exercícios para determinado grupamento muscular é preciso conhecer a fundo

sobre esse. Sendo assim, os tipos de exercícios possíveis , quais

equipamentos podem auxiliar o fisioterapeuta em sua conduta e até mesmo

conhecer um pouco mais sobre a anatomia humana, ou seja, os tipos de fibras

muscular, as formas de contração e a biomecânica dos movimentos.

Como conclusão, é necessário um estudo ainda maior sobre a utilização

da corrente FES, seja isolada, seja como auxiliar de algum outro método de

recuperação muscular. O estudo tomado como base tornou-se inapropriado na

medida em que os pacientes não contribuíram com a fisioterapeuta para

construção de uma metodologia eficaz, isso porque teve um alto índice de

faltosos no estudo.

Os resultados obtidos não são suficientes para diagnosticar sua eficácia

e contribuição efetiva no tratamento dos pacientes.

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Fisioterapeuta (Univ. Veiga de Almeida) e Educador Fisico (Univ. Gama Filho); Rio de Janeiro 2020; referência ao estudo de Gilceia Santos et all 2015; e-mail [email protected]

4- ANEXOS

Todas as imagens são meramente ilustrativas, e tem como objetivo

apenas a visualização dos recursos eletroterapeuticos/cinesiológicos citados no

decorrer desse estudo.

Foram pesquisas no site google.com ( fotos gratuitas ) , e com suas

fontes citadas abaixo de cada ilustração.

Figura 1: Modelo nacional de corrente FES

Figura 2: exemplo de exercício proprioceptivo

Fonte: sportsinjuries.com

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Figura 3: exemplo de exercício ativo com corrente FES em quadríceps

Fonte: docplayer.com.br / Thiago Fukuda

Figura 4 –Exemplo de exercício ativo

Fonte: segredodedefiniçãomuscular.com

Figura 5: exemplo de TENS

Fonte: shopfisio.com.br

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Fisioterapeuta (Univ. Veiga de Almeida) e Educador Fisico (Univ. Gama Filho); Rio de Janeiro 2020; referência ao estudo de Gilceia Santos et all 2015; e-mail [email protected]

Figura 6-Ultrassom ( aparelho de eletroterapia)

Fonte: shopformulas.com.br

Figura 7 – Laserterapia

Fonte: fisiosport.blogspot.com

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5- REFERÊNCIAS

ANDRADE,Fabiana do Socorro da Silva ;Efeitos da laserterapia de baixa

potência na cicatrização de feridas cutâneas ;Rev. Col. Bras. Cir. 2014

LEITE,Ana Paula Bezerra et all;Efetividade e segurança do ultrassom

terapêutico nas afecções musculoesqueléticas; Instituto de medica física e

reabilitação,2013

MORGAN, Charles et all; Estudo da estimulação elétrica nervosa

transcutânea (TENS) nível sensório para efeito de analgesia em pacientes com

osteoartrose de joelho; Fisioter. Mov. Vol 24 , 2011

NOVICKI, Alexandre; A física dos equipamentos utilizados em

eletroterapia; Porto Alegre, 2011

PERNAMBUCO, Andrei Pereira ; A eletroestimulação pode ser

considerada uma ferramenta válida para desenvolver hipertrofia muscular?;

Coritiba, 2013

ROSSINI, Lucena Medeiros de; Biofeedback eletromiográfico assistido

eletricamente por corrente FES; Paraíba, 2015

SANTOS, Gilsélia Cícera et all; Análise comparativa da hipertrofia e

fortalecimento do musculo quadríceps a partir do exercício resistido x

eletroestimulação FES; Maceió, 2015