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WAYNE SANTOS DE ASSIS UTILIZAÇÃO DE RECURSOS MULTIMÍDIA NO ENSINO DE CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia. São Paulo 2002

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WAYNE SANTOS DE ASSIS

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS MULTIMÍDIA NO ENSINO DE CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia.

São Paulo 2002

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WAYNE SANTOS DE ASSIS

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS MULTIMÍDIA NO ENSINO DE CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia de Estruturas Orientador: Prof. Livre-Docente Túlio Nogueira Bittencourt

São Paulo 2002

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FICHA CATALOGRÁFICA

Assis, Wayne Santos de

Utilização de recursos multimídia no ensino de concreto armado e protendido / Wayne Santos de Assis. -- São Paulo, 2002.

121p.

Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações.

1.Multimídia 2.Engenharia {Estudo e ensino} 3.Concreto armado 4.Concreto protendido I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações II.t.

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A Deus, aos meus pais, João e Maria, aos meus irmãos, Wilton e Wellington.

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“Precisamos contribuir para a escola que é aventura,

que marcha, que não tem medo do risco, por isso que

recusa o imobilismo. A escola em que se atua, em que

se cria, em que se fala, em que se ama, se advinha, a

escola que apaixonadamente diz sim à vida.”

(Paulo Freire, educador brasileiro)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por sua bondade manifestada ao longo da estrada até agora

percorrida.

Aos queridos companheiros de vida: Meus pais, João e Maria, e meus

irmãos, Wilton e Wellington.

Ao professor Túlio Nogueira Bittencourt, pela constante orientação,

amizade e apoio.

Aos amigos do Laboratório de Mecânica Computacional (LMC), pela

animadora e agradável presença de todos os dias.

Aos funcionários e professores do PEF (Departamento de Engenharia de

Estruturas e Fundações), pela dedicação e exemplo proporcionados.

Ao LMC, do PEF/EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo), pelas instalações físicas e equipamentos fornecidos.

À USP (Universidade de São Paulo), pela vaga em um apartamento do seu

condomínio residencial.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pelo apoio financeiro proporcionado por meio do programa de bolsas, de

agosto a novembro de 2000.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela

bolsa concedida que forneceu o necessário suporte financeiro, durante o período de

dezembro de 2000 a julho de 2002.

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RESUMO

O aprendizado com auxílio de recursos computacionais tem sido

empregado com êxito, tanto no Brasil como no exterior, e nesse cenário, softwares

educacionais utilizando recursos multimídia vêm ajudando alunos e professores a

tornarem o aprendizado mais fácil, rápido e eficiente. Este trabalho descreve o

processo de desenvolvimento de material didático em formato multimídia voltado ao

ensino de tópicos das disciplinas Concreto Armado e Concreto Protendido,

apresentando a experiência da sua utilização e uma avaliação dos recursos e da sua

aplicação. Foram desenvolvidos e disponibilizados na Internet treze filmes em flash,

oito applets, um hipertexto e um vídeo. Esse conteúdo foi posteriormente integrado

em um CD-ROM visando a possibilitar a sua utilização off-line. Confirmando os

resultados que têm sido observados em outras áreas do conhecimento, o uso de

recursos multimídia no ensino de disciplinas da Engenharia de Estruturas tem trazido

benefícios aos alunos, ao ajudá-los a visualizar várias situações teóricas importantes

e fomentar a capacidade de procurar informações e transformá-las em conhecimento.

Palavras-chave: Recursos Multimídia, Ensino de Engenharia, Concreto Armado e

Protendido.

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ABSTRACT

Learning with the aid of computational resources has been successfully

used in Brazil as well as in foreign countries. In this sense, educational softwares

employing multimedia resources may be regarded as valuable tools to students and

professors leading to an easier, faster and more efficient learning process. This work

describes the development of didactic material in multimedia format, which is

directed to lectures in the Reinforced and Prestressed Concrete courses. One also

presents the experience of its use and also an evaluation of these resources and of

their application. Thirteen animations, eight applets, one hypertext and one video

were developed. They are currently available in the Internet. This content was later

inserted in a CD-ROM, which is intended to enable its off-line use. Confirming the

results that have been observed in other areas, the use of multimedia resources in the

area of Structural Engineering education has brought benefits to students, helping

them to visualize some important theoretical situations and to foment the capacity to

look for information and to transform them into knowledge.

Keywords: Multimedia Resources, Engineering Education, Reinforced and

Prestressed Concrete.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE SÍMBOLOS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RESUMO

ABSTRACT

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .........................................................................................................1

1.1 Justificativa............................................................................................................................1 1.2 Objetivo...................................................................................................................................2 1.3 Estrutura da Dissertação ..........................................................................................2

CAPÍTULO 2 – AS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO EM ENGENHARIA ..........................................................................................................4

2.1 A Educação como Transmissão ........................................................................5 2.2 A Abordagem Interativa ............................................................................................7

2.2.1 Mobilização para o Conhecimento ...............................................7 2.2.2 Construção do Conhecimento .........................................................8 2.2.3 Elaboração e Expresssão da Síntese do Conhecimento .............................................................................................8

2.3 A Abordagem Tradicional x Abordagem Interativa ...............................9

CAPÍTULO 3 – MULTIMÍDIA ...........................................................................................................10 3.1 O Conteúdo Multimídia ...........................................................................................11 3.2 A Multimídia na Educação.....................................................................................11 3.3 Hipertexto e Hipermídia .........................................................................................12 3.4 Interface .............................................................................................................................14 3.5 Internet ................................................................................................................................15

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CAPÍTULO 4 – CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO: TÓPICOS ABORDADOS ..............................................................................18

4.1 Concreto Armado ........................................................................................................18 4.1.1 Introdução ....................................................................................................18 4.1.2 Hipóteses Básicas .................................................................................20 4.1.3 Estado Limite Último Convencional na Flexão .................24 4.1.4 Domínios de Deformação ................................................................25 4.1.5 Seção Retangular com Armadura Simples .........................27 4.1.6 Seção Retangular com Armadura Dupla ..............................30 4.1.7 Flexão Simples em Seção Qualquer .......................................33 4.1.8 Flexão Composta ...................................................................................35

4.2 Concreto Protendido .................................................................................................45 4.2.1 Introdução ....................................................................................................45 4.2.2 Sistemas de Protensão ......................................................................46 4.2.3 Vantagens do Concreto Protendido .........................................48 4.2.4 Propriedades dos materiais ............................................................49 4.2.5 Perdas de Protensão ...........................................................................52

CAPÍTULO 5 – RECURSOS DESENVOLVIDOS..............................................................62

5.1 Ferramentas de Desenvolvimento...................................................................63 5.1.1 Macromedia Flash ..........................................……………………...…....63 5.1.2 Macromedia Dreamweaver…………………………………………….64 5.1.3 Macromedia Fireworks……………………………………………………65 5.1.4 Macromedia Director...............................…………………....................65 5.1.5 Corel DRAW e Corel PHOTO-PAINT………………………...…65 5.1.6 Adobe Premiere …………………………………….........................………66 5.1.7 Java ..................................................................................................................66

5.2 Animações .......................................................................................................................68 5.2.1 Animação “Modelo Constitutivo do Aço” ...............................70 5.2.2 Animação “Modelo Constitutivo do Concreto” ..................71 5.2.3 Animação “Hipóteses de Ruptura na Flexão Simples”...........................................................................................................72 5.2.4 Animação “Domínios de Deformação” ...................................73 5.2.5 Animação “Modelo Resistente na Flexão - Armadura Simples” ...............................................................................74 5.2.6 Animação “Modelo Resistente na Flexão - Armadura Dupla” ....................................................................................75

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5.2.7 Animação “Modelo Resistente na Flexão - Seção T”.........................................................................................................76 5.2.8 Animação “Dimensionamento - Seção Genérica” .....................................................................................77 5.2.9 Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal - Pequena Excentricidade” ...........................................78 5.2.10 Animação “Modelo resistente na Flexão Composta Normal - Grande Excentricidade - Armadura Simples” ............................................................................79 5.2.11 Animação “Modelo resistente na Flexão Composta Normal - Grande Excentricidade - Armadura Dupla” .................................................................................80 5.2.12 Animação “Flexão Composta Oblíqua” ...............................81 5.2.13 Animação “Diagramas de Interação Adimensional” ..82

5.3 Applets ................................................................................................................................83 5.3.1 Applet “Flexão Simples - Dimensionamento” ....................84 5.3.2 Applet “Flexão Simples - Verificação” .....................................86 5.3.3 Applet “Flexão Composta Normal - Dimensionamento” ................................................................................87 5.3.4 Applet “Diagramas de Interação Adimensionais” ...........88 5.3.5 Applet “O Conceito de Protensão” ............................................89 5.3.6 Applet “Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados” ....................................................................................90 5.3.7 Applet “Perdas por Acomodação das Cunhas de Ancoragem” ................................................................................................91 5.3.8 Applet “Cálculo da Deformação por Fluência e Retração no Concreto” .......................................................................92

5.4 Hipertexto “Flexão Simples” ................................................................................93 5.5 Vídeo “Concreto Protendido” .............................................................................96 5.6 CD-ROM ............................................................................................................................97

CAPÍTULO 6 – UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS MULTIMÍDIA ............................99 6.1 Experiência de Utilização ......................................................................................99 6.2 Avaliação dos Recursos Multimídia ...........................................................100

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES .................................................................................................110 7.1 Proposta para Trabalhos Futuros ................................................................111

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ANEXO – QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA AVALIAÇÂO ..........................114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................117

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LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 – Diagrama convencional de aço de dureza natural ............................20

Figura 4.2 – Diagrama convencional para aços encruados

(CA50B e A60B) ...........................................................................................................22

Figura 4.3 – Diagrama tensão-deformação para o concreto

(parábola- retângulo) ...............................................................................................22

Figura 4.4 – Diagrama retangular simplificado ...................................................................23

Figura 4.5 – Estado limite último por esmagamento do concreto ........................24

Figura 4.6 – Estado limite último por alongamento plástico excessivo da

armadura ............................................................................................................................25

Figura 4.7 – Domínios de deformação .....................................................................................25

Figura 4.8 – Seção retangular de concreto armado com armadura

simples .................................................................................................................................28

Figura 4.9 – Seção retangular de concreto armado com armadura

dupla ....................................................................................................................................31

Figura 4.10 – Seção retangular com armadura dupla: Decomposição ...........32

Figura 4.11 – Flexão simples em seção qualquer ...........................................................34

Figura 4.12 – Flexo-compressão: Grande excentricidade .........................................36

Figura 4.13 – Flexo-tração: Grande excentricidade .......................................................37

Figura 4.14 – Flexo-compressão: Pequena excentricidade .....................................38

Figura 4.15 – Flexo-compressão: Armadura Unilateral ...............................................39

Figura 4.16 – Flexo-tração com pequena excentricidade ..........................................40

Figura 4.17 – Flexão composta oblíqua ..................................................................................44

Figura 4.18 – Diagrama de interação ........................................................................................44

Figura 4.19 – Cordoalha engraxada e plastificada, e seus constituintes .......47

Figura 4.20 – Analogia entre perdas de protensão e problema proposto ......52

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Figura 4.21 – Viga protendida com um trecho reto e dois parabólicos ............53

Figura 4.22 – Possibilidades de acomodações nas ancoragens .........................55

Figura 4.23 – Caso x ≤ a1 .................................................................................................................56

Figura 4.24 – Caso a1 < x ≤ a1 + a2 ........................................................................................58

Figura 4.25 – Caso x = a1 + a2 ......................................................................................................58

Figura 5.1 – Ambiente de desenvolvimento do Macromedia Flash .................... 63

Figura 5.2 – Macromedia Dreamweaver: Ambiente de desenvolvimento ..... 64

Figura 5.3 – Animação “Modelo Constitutivo do Aço” ...................................................71

Figura 5.4 – Animação “Modelo Constitutivo do Concreto” ......................................72

Figura 5.5 – Animação “Hipóteses de Ruptura na Flexão Simples” ..................73

Figura 5.6 – Animação “Domínios de Deformação na Ruptura” ...........................74

Figura 5.7 – Animação “Modelo Resistente na Flexão Simples - Armadura

Simples”: Primeira cena ........................................................................................75

Figura 5.8 – Animação “Modelo Resistente na Flexão - Armadura Dupla”:

Acesso às rotinas de dimensionamento e verificação ...................76

Figura 5.9 – Animação “Modelo Resistente na Flexão – Seção T”: Caso

fhX ≤.8.0 ..........................................................................................................................77

Figura 5.10 – Animação “Dimensionamento – Seção Genérica” .........................78

Figura 5.11 – Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal -

Pequena Excentricidade” ..................................................................................79

Figura 5.12 – Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal -

Grande Excentricidade – Armadura Simples”: Rotina de

dimensionamento para o caso de flexo-compressão ..................80

Figura 5.13 – Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Grande Excentricidade – Armadura Dupla”: Rotina de

dimensionamento.para o caso de flexo-tração .................................81

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Figura 5.14 – Animação “Flexão Composta Oblíqua”- Plano com νd

constante gera o diagrama em um dos octantes .............................82

Figura 5.15 – Animação “Diagramas de Interação Adimensionais” ...................83

Figura 5.16 – JCreator: Ambiente de desenvolvimento Java utilizado ............84

Figura 5.17 – Applet “Flexão Simples - Dimensionamento” .....................................85

Figura 5.18 – Applet “Flexão Simples - Verificação” ......................................................87

Figura 5.19 – Applet “Flexão Composta Normal - Dimensionamento” ............88

Figura 5.20 – Applet “Diagramas de Interação Adimensionais” ............................89

Figura 5.21 – Applet “O Conceito de Protensão” .............................................................90

Figura 5.22 – Applet “Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados” .............91

Figura 5.23 – Applet “Perdas por Atrito e Encunhamento em Cabos

Pós-Tracionados” ....................................................................................................92

Figura 5.24 – Applet “Deformação por Fluência e Retração no Concreto” ...93

Figura 5.25 – Página principal do hipertexto “Flexão Simples” .............................94

Figura 5.26 – Módulo “Seção T” ...................................................................................................95

Figura 5.27 – Página de acesso ao módulo de exercícios .......................................95

Figura 5.28 – Módulo de exercícios: Exercício 04 .......................................................... 96

Figura 5.29 – Edição do vídeo “Concreto Protendido”, utilizando o Adobe

Premiere ........................................................................................................................97

Figura 6.1 – Respostas dos alunos em relação aos conhecimentos sobre

flexão simples ............................................................................................................101

Figura 6.2 – Respostas dos alunos em relação aos conhecimentos sobre

flexão composta normal .....................................................................................101

Figura 6.3 – Contribuição dos recursos multimídia na compreensão dos

assuntos ........................................................................................................................102

Figura 6.4 – Comparação entre as diversas formas de utilização dos

recursos multimídia, por meio da Internet ..........................................103

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Figura 6.5 – Respostas referentes a influência do uso dos recursos na

motivação ......................................................................................................................104

Figura 6.6 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre o conteúdo do

hipertexto ......................................................................................................................105

Figura 6.7 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre o conteúdo das

animações ....................................................................................................................105

Figura 6.8 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre a importância

dos tópicos das animações .............................................................................106

Figura 6.9 – Gráfico ilustrativo da importância dos tópicos dos applets .....106

Figura 6.10 – Avaliação geral dos recursos desenvolvidos ..................................107

Figura 6.11 – Avaliação da interface: Disposição do conteúdo, navegação e

tamanho das fontes ............................................................................................108

Figura 6.12 – Avaliação da interface: Tipos de fontes utilizadas ......................109

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LISTA DE SÍMBOLOS

Letras romanas maiúsculas

Ac -Área da seção transversal bruta de concreto

Aci -Área da seção transversal de concreto para a subdivisão i

Ap -Área da armadura protendida

As -Área da seção transversal da armadura longitudinal de tração -Área de aço total da seção

A’s -Área da seção transversal da armadura longitudinal de compressão

Asi -Área de aço instalada na subdivisão i

Ec -Módulo de Elasticidade do concreto

Ec28 -Módulo de elasticidade secante do concreto aos 28 dias de idade

Ep -Módulo de elasticidade do aço de protensão

Es -Módulo de Elasticidade do aço

Md -Momento fletor de cálculo

Msd -Momento fletor solicitante de cálculo

Mu -Momento fletor de ruptura da seção

N -Força normal

Nd -Força normal de cálculo

Nu -Força normal de ruptura da seção

P -Força de protensão -Força

Rcd -Resultante das tensões de compressão no concreto

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Rcdi -Resultante das tensões de compressão no concreto, em uma subdivisão i

Rsd -Resultante das tensões de tração na armadura

Rsdi -Resultante das tensões na armadura em uma subdivisão i

U -Umidade relativa do ar

Letras romanas minúsculas

b -Largura da seção

e -Excentricidade

fcd -Resistência de cálculo do concreto à compressão

fck -Resistência característica do concreto à compressão

fyd -Resistência de cálculo do aço à tração

fyk -Resistência característica do aço à tração

h -Altura total da seção transversal

hfict -Altura fictícia

k -Coeficiente -Coeficiente de atrito em trechos retos

r -Raio

t -Tempo final de intervalo fictício -Tempo

t0 -Tempo inicial de intervalo fictício

uar -Perímetro externo da seção em contato com o ar

x -Altura da linha neutra -Comprimento da região sob influência do encunhamento

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Letras gregas

α -Inclinação da linha neutra -Ângulo

γc -Coeficiente de ponderação da resistência do concreto

γs -Coeficiente de ponderação da resistência do aço

∆fc -Perda de tensão causada pela fluência do concreto

∆fsh -Perda de tensão causada retração do concreto

εc -Deformação específica do concreto

εcc (t, t0) -Deformação por fluência no concreto

εcs (t, t0) -Deformação por retração no concreto

εcu -Deformação específica de ruptura do concreto

εs -Deformação específica do aço

εsd -Deformação específica de cálculo do aço

εsi -Deformação específica do aço instalado na subdivisão i

εsu -Deformação específica de ruptura do aço

εyd -Deformação específica de escoamento de cálculo do aço na tração

µ -Coeficiente de atrito em trechos curvos

µcd -Momento fletor reduzido no concreto

µd --Momento fletor reduzido adimensional

µsd -Momento fletor reduzido nas armaduras

νcd -Força resultante reduzida de compressão no concreto

νd -Força normal reduzida adimensional

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νsd -Força resultante reduzida nas armaduras

σc -Tensão no concreto provocada pela carga aplicada no instante to

σsd -Tensão de cálculo na armadura

φ(t,t0) -Coeficiente de fluência entre as idades fictícias t0 e t

φa -Parcela rápida e irreversível do coeficiente de fluência

φf -Parcela lenta e irreversível do coeficiente de fluência

φd -Parcela lenta e reversível do coeficiente de fluência

ω -Taxa mecânica de armadura

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Bitnet – Because is Time to Network

CD-ROM – Compact Disk, Read Only Memory

CG – Centro de Gravidade

CODEC – Codificator - Decodificator

ELU – Estado Limite Último

EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

EUA – Estados Unidos da América

FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo

FCO – Flexão Composta Oblíqua

Fermilab – Fermi National Accelerator Laboratory

HTML – Hipertext Markup Language

Internet – Interconnected Networks

LMC – Laboratório de Mecânica Computacional

NSF – National Science Foundation

NTICs – Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

POO – Programação Orientada a Objetos

PEF – Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações

USP – Universidade de São Paulo

VHS – Vídeo Home System

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1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Várias experiências utilizando recursos de multimídia aplicados ao ensino

de engenharia vêm sendo efetuadas tanto no Brasil como no exterior, obtendo-se de

modo geral resultados bastante positivos. Especificamente, as novas tecnologias de

multimídia têm o potencial de gerar uma nova forma de aprendizado, introduzindo

uma nova dimensão ao ensino, uma vez que com o uso das novas tecnologias de

informação e comunicação (NTICs), e particularmente por meio de recursos

multimídia, pode-se obter conhecimento tanto por meio da interatividade viabilizada,

permitindo a simulação de análises, como também através da visualização de

modelos geométricos, possibilitando a assimilação dos conceitos de maneira mais

eficiente.

Neste capítulo serão apresentados a justificativa e o objetivo principal desse

trabalho, finalizando com uma descrição da estrutura da dissertação.

1.1 Justificativa

Em função da marcante presença das novas tecnologias no cotidiano, o

ensino de engenharia não poderia permanecer longe deste contexto (Caldas, 2000),

uma vez que Informática na Educação é hoje uma das áreas mais fortes da

Tecnologia Educacional (Cysneiros, 2000).

De fato, a mudança tecnológica vem ocasionando grandes transformações

na organização social como um todo, interferindo nas mais diversas áreas da

atividade humana. O avanço da microinformática abre enorme leque de

possibilidades para a educação, tornando urgente o desenvolvimento da pesquisa na

área de novas tecnologias aplicadas à educação (Le Roy, 1997), e diversos são os

estudos que demonstram que a utilização das NTICs, como ferramentas, traz uma

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2

significativa contribuição para as práticas escolares em qualquer nível de ensino

(Vieira, 2000).

A escolha das disciplinas Concreto armado e Concreto protendido, voltadas

à graduação, como norteadores do conteúdo e forma dos recursos multimídia

produzidos, assim como focos do desafio representado pela introdução de novas

metodologias de ensino, reside não apenas na expressiva importância dessas cadeiras

na formação dos engenheiros civis, mas também em como a perspectiva de utilização

dos recursos em uma esfera de abrangência nacional, a partir da disponibilização na

Internet, proporcionam um serviço cujo proveito pode ser estendido a milhares de

alunos e professores de Engenharia do país.

1.2 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo introduzir novas metodologias de ensino

em engenharia utilizando recursos de multimídia interativa como material auxiliar,

produzindo-se hipertextos, animações e applets, a serem disponibilizados na Internet

e também organizados em CD-ROM (Compact Disk, Read Only Memory),

enfocando tópicos selecionados das disciplinas Concreto armado e Concreto

protendido, voltados ao ensino de alunos de graduação.

1.3 Estrutura da Dissertação

A dissertação está dividida em sete capítulos, incluindo este capítulo

introdutório.

Salientando a necessidade que o ensino em engenharia apresenta quanto a

adquirir sintonia com os novos recursos disponibilizados pelos avanços tecnológicos

e tendências educacionais, o capítulo 2 trata do modelo tradicional de ensino

utilizado na maioria das escolas de engenharia, que considera o aluno como um

receptáculo vazio a ser preenchido com informações, e do novo paradigma, em

ascensão na educação, pelo qual o aluno possui papel ativo na tarefa de adquirir

informação e construir o próprio conhecimento.

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A multimídia e sua importância na sociedade moderna, sua utilização na

educação, sua marcante manifestação por meio advento do hipertexto e da

hipermídia, e o atual estágio de desenvolvimento do veículo que assegurou a sua

virtual onipresença – a Internet, constituem o cerne do capítulo 3.

No quarto capítulo, é feita uma revisão que abrange os tópicos das

disciplinas Concreto armado e Concreto protendido que forneceram o conteúdo e a

orientação metodológica para o desenvolvimento de recursos multimídia. Os

assuntos tratados no item Concreto armado consideram a flexão simples, flexão

normal composta e uma introdução à flexão composta oblíqua. Já no âmbito do

Concreto protendido, são considerados o conceito de protensão e as perdas de

protensão decorrentes do atrito e do encunhamento em cabos pós-tracionados.

O capítulo 5 apresenta as ferramentas de desenvolvimento e as

metodologias empregadas no processo de criação dos recursos multimídia,

fornecendo uma descrição desses recursos (treze filmes em Flash, oito applets, um

hipertexto, um vídeo e um CD-ROM) e sua potencial contribuição no ensino em

Engenharia.

Uma vez desenvolvidos os recursos multimídia, eles foram utilizados em

sala de aula e foi feita a disponibilização dos mesmos na Internet. Ao término das

aulas cujos assuntos corresponderam aos tratados em animações, applets e

hipertexto, os alunos receberam um questionário, e por meio dele apresentaram suas

opiniões quanto aos recursos e seu emprego. O capítulo 6 apresenta como foram

utilizados os recursos multimídia e a avaliação dos mesmos, tomando como

referência para este caso as respostas fornecidas pelos alunos.

No último capítulo são apresentadas as conclusões deste trabalho, as suas

principais contribuições, e recomendações quanto ao desenvolvimento de futuros

trabalhos, tendo em vista a continuidade desta linha de pesquisa com particular

ênfase na Engenharia de Estruturas.

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CAPÍTULO 2

AS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO EM ENGENHARIA

Atualmente, de forma muito mais marcante do que no passado, o

conhecimento tornou-se um dos principais fatores envolvidos na superação de

desigualdades, na geração de emprego qualificado e propagação do bem-estar. Essa

nova situação apresenta reflexos no âmbito econômico e político, de forma que a

soberania e a autonomia dos países passam mundialmente por uma nova leitura, e

sua manutenção depende nitidamente do conhecimento, da educação e do

desenvolvimento científico e tecnológico.

A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na

informação, no conhecimento e no aprendizado. Uma considerável parte do desnível

entre indivíduos, organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de

oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar

inovações. Por outro lado, educar, atualmente, significa muito mais que treinar as

pessoas para o uso das novas tecnologias: trata-se de investir na criação de

competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na

produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar

com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar

criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações

mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a

aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e

acelerada transformação da base tecnológica (Takahashi, 2000).

De acordo com o Ministério da Educação, são vários e sérios os problemas

atualmente enfrentados pelo ensino superior no Brasil. A constatação desse quadro

levou a elaboração de um Plano Nacional de Educação para estabelecer uma política

que promova sua renovação e desenvolvimento. Nas pesquisas realizadas durante a

elaboração do plano, foi constatado um aumento no número de alunos no ensino

superior, certamente decorrentes da melhora do ensino médio, aumento das

exigências do mercado de trabalho e fatores de ordem demográfica. Verificou-se

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também que, de forma geral, tendo em vista os recursos tecnológicos atualmente

disponíveis, o ensino superior poderia se encontrar em situação bem melhor do que

está.

Colocando em relevo a situação do ensino em Engenharia no quadro atual,

Linsingen et al (1999) apud Flemming & Luz (2000), discute a formação do

engenheiro e destaca pontos que comprovam a formação pelas universidades de um

profissional ultrapassado. Ressalta-se dois pontos discutidos por esse autor: o aluno

continua escutando aulas e armazenando conhecimentos em vez de ser orientado a

aprender a aprender, a saber pensar. Conseqüentemente, o aluno não sabe pesquisar e

não sabe recorrer à pesquisa como ambiente de aprendizagem e renovação.

Para Silva (2000), no mundo moderno, há regras específicas de convivência

com o existente em termos de transmissão do conhecimento. Os avanços

tecnológicos produzem modificações tão rápidas que o aluno de Engenharia de hoje

não pode confiar nas técnicas antigas, mas deve ser capaz de entender e adaptar-se

aos novos conhecimentos e às recentes experiências. Realmente, há uma necessidade

nos cursos de Engenharia de se enfatizar a compreensão dos diversos fenômenos e

reduzir a ênfase no memorizar de fórmulas.

A compreensão do papel que as novas tecnologias, particularmente os

recursos multimídia, com seu caráter ativo e atrativo, podem desempenhar no

processo de ensino-aprendizagem em Engenharia passa pelo entendimento de como

se dá tal processo, tanto segundo a abordagem tradicional, largamente empregada,

como nas propostas baseadas em maior interação entre professores e alunos.

2.1 A Educação como Transmissão

Fundamentada no estabelecimento do professor como detentor do

conhecimento e relegando ao aluno a condição de depositário, a abordagem

tradicional do processo ensino-aprendizagem constitui a plataforma adotada pela

esmagadora maioria dos professores das instituições de ensino superior do Brasil. No

caso das escolas de Engenharia, a situação não é diferente.

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Nesse modelo, o professor concentra-se em apresentar, da forma mais clara e

precisa possível, o conteúdo proposto, considerando trazer ao aluno os todos os

elementos importantes para a sua compreensão. Se o aluno estiver atento à aula, é

possível que o aluno não tenha dúvidas, o que faz com que tanto o professor como o

aluno fiquem temporariamente satisfeitos. Entretanto, não costuma demorar muito

até que uma série de exercícios seja proposta e o aluno, constatando que não

aprendeu tudo que precisava, não tenha a quem recorrer.

Na educação tradicional, geralmente os seguintes passos fazem parte da

estratégia de ensino: Preparação, apresentação, assimilação, generalização e

aplicação do tema objeto de estudo (Souza, 2000), e a dúvida, um agente estranho

dentro desse esquema, nem sempre é bem vinda, pois perturba a explicação do

professor (Vasconcellos, 1995).

Alguns professores consideram que simplesmente dando oportunidade para

os alunos falarem já estão utilizando uma nova metodologia de ensino. Segundo

Vasconcellos (1992) apud Souza (2000), o problema não está no fato do aluno falar

ou não, mas sim na ocorrência de uma interação aluno-professor, professor-aluno e

aluno-alunos. Na abordagem tradicional, o aluno não é solicitado, é apenas um ser

passivo, destinado a ser um receptor de informações vindas do professor. Este último

não o ensina a problematizar, não o solicita para que faça relações com o que já

conhece, o que faz com que o aluno fique acomodado, de forma que o ensino não

tem sentido para o aluno.

Acredita-se que para atender às novas exigências do mercado de trabalho, é

necessário realizar mudanças no perfil do profissional formado (Loureiro, 2000).

Hoje, além das exigências por conhecimentos específicos cada vez mais profundos

em cada área do conhecimento, exige-se que o profissional, especialmente das

engenharias, tenha uma formação de espectro amplo, generalista, com visão

sistêmica, capacidade de trabalho em grupo e de âmbito multidisciplinar.

É evidente que a abordagem tradicional, com suas sérias limitações, não

fornece o profissional requerido na atualidade. Isso gera a busca de novas

metodologias capazes de revolucionar o ensino superior tradicional, que possibilitem

ao professor estruturar as condições para que o aluno construa o seu próprio

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conhecimento. Tal relação entre o educador e o educando constitui a base da

abordagem interativa.

2.2 A Abordagem Interativa

Tendo como concepção o fato de que o aluno é um ser ativo e que o

conhecimento deve ser construído, e não transferido, a abordagem interativa se

apresenta como alternativa à abordagem tradicional.

A metodologia dialética, base da abordagem interativa (Vasconcelos, 1995),

pode ser expressa em três grandes preocupações para o professor:

• Mobilização para o conhecimento;

• Construção do conhecimento;

• Elaboração e Expressão da síntese do conhecimento.

A discussão acerca de cada uma delas itens acima será o foco dos itens

seguintes.

2.2.1 Mobilização para o Conhecimento

Objetivando criar um vínculo significativo entre o conteúdo da disciplina e o

aluno, a mobilização para o conhecimento enxerga o professor como alguém que

explicita o conteúdo aos alunos de forma tal que lhes apresenta o mesmo como um

desafio, e para isso é preciso:

• Conhecer e atuar a partir da realidade;

• Ter clareza nos objetivos;

• Propiciar uma prática significativa.

Entretanto, é preciso enfatizar que não basta a mobilização inicial para a

criação de um vínculo efetivo no processo de conhecimento, antes, é fundamental

que se mantenha uma relação consciente e ativa com o conteúdo da disciplina e que

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esta seja significativa para os alunos, de forma que o desafio não é apenas provocar a

mobilização, mas mantê-la.

2.2.2 Construção do Conhecimento

Segundo Souza (2000), esse nível de interação entre o conteúdo e o aluno é

caracterizado pela elaboração efetiva do conhecimento, por parte do aluno,

construindo relações com o auxílio do professor. Quanto mais abrangentes e

complexas forem as relações estabelecidas, melhor para o aluno, pois isso significará

que ele está aprendendo.

A construção do conhecimento encontra-se em andamento na ocasião em que

o aluno apresenta um desenvolvimento operacional, que se apresenta na forma de

atividades como a realização de exercícios, preparação de seminários ou momentos

de estudo individual.

2.2.3 Elaboração e Expressão da Síntese do

Conhecimento

Como o processo de aquisição de conhecimento é dinâmico, o professor deve

ajudar o aluno a elaborar a síntese desse conhecimento. Esse passo é importante para

o professor, pois possibilita a interação dele com o caminho de construção de

conhecimento que o aluno está percorrendo. A síntese é fundamental para a

compreensão concreta do conteúdo.

Esse é o nível em que o conhecimento é consolidado e o aluno expõe ao

professor as relações que conseguiu estabelecer sobre o conteúdo da disciplina.

Para que esta fase da abordagem interativa seja concluída com sucesso, é

importante que o aluno sinta necessidade de expressão, elabore uma síntese e retorne

com conhecimento adquirido para a realidade. Desta forma, o aluno estará apto a

agir, com significado e efetividade na prática social (Souza, 2000).

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2.3 Abordagem Tradicional x Abordagem Interativa.

A utilização do modelo tradicional remonta há três mil anos de história, onde

o ensino é baseado no professor como principal elemento no processo de ensino

(Neto, 2000). É importante ressaltar este aspecto de ensino contrapondo-o com a

abordagem interativa. No processo de ensino tradicional, a atuação do aluno é

passiva, sendo que o professor é o meio de transmissão principal do conhecimento.

Já no modelo interativo, o centro de atuação é deslocado para o aluno e o professor

passa a ser um facilitador.

No modelo interativo, é dada uma importância significativa para o

desenvolvimento do espírito crítico e de habilidades analíticas na solução e avaliação

de problemas. Isto permite ao aluno uma maior flexibilidade para enfrentar situações

novas, qualidade muito valorizada atualmente pelo mercado de trabalho.

Nesta linha de raciocínio, há uma tendência de aumentar-se os aspectos

cognitivos da aprendizagem, ou seja, não simplesmente transmitir informações mas

desenvolver o pensamento e utilizar as informações na resolução de problemas,

estimulando a criatividade (Neto, 2000).

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CAPÍTULO 3

MULTIMÍDIA

Multimídia é hoje definida como qualquer combinação de textos, gráficos,

sons, animações e vídeos midiados através do computador ou outro meio eletrônico.

Porém, o termo multimídia já teve uma significação bem mais ampla do que essa. Ao

se falar de uma peça teatral multimídia entendia-se que além da expressão verbal e

corporal dos atores, dos cenários e trilha sonora a peça também incluiria outros tipos

de expressões artísticas como diapositivos e filmes. Uma exposição multimídia de

esculturas também pressuporia um show de iluminação, música, dança, etc. Isto é, o

termo multimídia era entendido de maneira mais ampla, com todo o seu potencial

etimológico: "muitos meios". No entanto, atualmente a primeira imagem mental que

o termo sugere encontra-se inevitavelmente vinculada a recursos de natureza

computacional, de modo que, hoje em dia, ao se tratar de multimídia se pressupõe a

utilização de CD-ROMs e Internet. Neste trabalho, o termo multimídia será utilizado

no sentido que se relaciona à informática.

É consenso entre estudiosos da educação que a comunicação midiada

desperta a atuação dos nossos sentidos de novas maneiras, daí advindo o poder da

informação multimídia. Como o conteúdo em um CD-ROM ou em uma página

multimídia apela a diversos sentidos ao mesmo tempo, a carga informativa é

significativamente maior. Com diversos sentidos sendo solicitados simultaneamente

a informação é mais redundante, oferecendo um maior poder de assimilação e

retenção. Além do que, amplia-se a atenção, já que os apelos sensoriais são

multiplicados e comumente inesperados e surpreendentes.

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3.1 O Conteúdo Multimídia

Segundo alguns pesquisadores, os meios de massa eletrônicos constituem

uma ameaça à palavra escrita. A televisão, principalmente, vem sendo apontada

como um convite à imbecilização, em decorrência de trabalhar com imagens em

ritmo frenético de poder quase hipnótico, condenando o espectador à passividade e

afastando-o de outros meios de comunicação de apelos menos excitantes. Por outro

lado, a informação multimídia, mesmo sendo de natureza essencialmente eletrônica,

dificilmente teria sucesso se não fosse o intenso uso do texto. A informação sonora e

videográfica também fazem parte do composto multimídia, mas o texto possui uma

localização fundamental no produto multimídia. Desse modo, a multimídia traz de

volta uma ênfase à informação escrita numa sociedade que progressivamente lê cada

vez menos. Além do mais, o aprendizado interativo tem a possibilidade de manter a

pessoa atenta em seu estudo, pois combina o entretenimento ao aprendizado

A característica interativa dos produtos multimídia possibilita que o manuseio

de informações se dê de forma natural e não forçada. A atividade cognitiva humana

não funciona de forma linear, onde uma informação leva necessariamente a outra. O

aparato cognitivo humano trabalha com associações entre informações que nem

sempre parecem lógicas. Como as informações em um bom produto multimídia

podem ser cruzadas, confrontadas e conjugadas a qualquer momento, permitem uma

aproximação ao trabalho cognitivo natural, além de poderem ser avaliadas nas mais

variadas ordens e até desordenadamente. Desse modo, a multimídia torna-se uma

fonte de informações que oferece poucos limites à atividade cognitiva normal.

3.2 A Multimídia na Educação

Não são poucos os educadores que defendem a possibilidade do uso do

computador na educação. Até o advento do computador, a tecnologia usada para o

ensino limitava-se a audiovisuais e ao ensino a distância, pela televisão, o que

simplesmente ampliava a atividade dos professores e passividade dos alunos. Vários

estudiosos salientam a possibilidade interativa oferecida pelo computador, que

desperta o interesse do aluno em descobrir suas próprias respostas, em vez de

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simplesmente decorar os ensinamentos impostos, de maneira que a máxima do

"aprender fazendo" torna-se regra e não exceção, devido ao alto poder de simulação

proporcionado.

Todavia, é preciso entender que a utilização da multimídia na escola não

significa uma ameaça ao professor. Ela deve ser usada para enriquecer o processo

educacional e não como um artefato para a substituição do professor. Só um

professor pode dar tratamento individualizado e diferenciado. Os títulos multimídia,

por mais completos que sejam, não podem cobrir todas as dúvidas que porventura

podem ocorrer a um aluno. Portanto, em situações nas quais títulos multimídia

venham a ser utilizados intensivamente, o professor deve assumir uma posição de

mentor ou guia durante a utilização do computador e seus recursos.

Já as disciplinas que tradicionalmente oferecem alguma dificuldade aos

alunos, por tratarem de assuntos que exigem grande abstração, podem se valer do

grande poder de simulação da multimídia. Além do mais, possibilitam que assuntos

outrora áridos possam ganhar utilização prática com imagens e sons. A capacidade

de assimilação e fixação dos alunos é multiplicada, pois a multimídia traz vida,

demonstrações práticas e conjuga entretenimento a tais conteúdos (Primo, 1996).

3.3 Hipertexto e Hipermídia

Uma das características mais importantes da multimídia para a educação é

sem dúvida o hipertexto. O hipertexto é um texto formatado usando pontos ativos

(links) e extensamente indexado. Os pontos ativos permitem que o usuário salte entre

tópicos interligados; e o índice permite que o usuário localize assuntos específicos

com base em palavras-chave, de forma que assim que o usuário se depare com uma

palavra ou informação que lhe gere alguma dúvida ele pode clicar sobre tal

informação que será conduzido automaticamente a diversas outras informações que

expliquem ou completem aquela outra.

A hipermídia transforma essa possibilidade em algo ainda mais interativo e

de apelo e conteúdo ainda maior. A hipermídia é definida como a integração de

textos, gráficos, animações e som em um programa multimídia usando elos

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interativos, e representa uma extensão do conceito de hipertexto: refere-se a

associação do hipertexto com a multimídia. Ou seja, em vez de uma explicação

textual sobre um conceito que havia gerado dúvida, pode-se receber um

complemento informativo através de diferentes mídias, como gráficos ou vídeos.

Segundo Freire (1998) apud Zem-Mascarenhas & Cassiani (2001), a

utilização de hipermídia em ambientes de ensino oferece uma maior flexibilidade de

uso e uma melhor apresentação das informações aos usuários. Além disso, devido

aos recursos audiovisuais normalmente disponíveis, ela também estimula o aluno a

aprender.

Pierre Lévy (1993) sugere que a especificidade do hipertexto reside em sua

velocidade. A instantaneidade com que se resgatam informações leva a não-

linearidade da leitura a extremos. Como o hipertexto torna-se característica

preponderante dos produtos multimídia, surgem novas formas de escrever (de forma

fragmentada) e de ler (batizada de navegação).

De forma completamente diferente do que acontece com o texto tradicional, o

hipertexto simula o processo de associação realizado pela mente humana,

possibilitando a movimentação pelos links que contenham conceitos similares. Desse

modo, a navegação pelo hipertexto cria um processo mais parecido com o raciocínio

humano, que não é linear (Guerra, 2000). Comparando com um objeto do mundo

físico, nos perdemos muito mais facilmente em um hipertexto do que em uma

enciclopédia (Lévy, 1993), pois a referência espacial e sensoriomotora que atua

quando seguramos um volume nas mãos não mais ocorre diante da tela do

computador.

Também é preciso salientar a importância da utilização da multimídia na

educação. Todo conhecimento é mais facilmente apreendido e retido quando a

pessoa se envolve mais ativamente no processo de aquisição de conhecimento.

Portanto, graças à característica reticular e não-linear da multimídia interativa a

atitude exploratória é bastante favorecida, sendo assim um instrumento bem adaptado

a uma pedagogia ativa (Levy, 1993).

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3.4 Interface

Uma das sub-áreas da computação que mais sofreu mudanças rápidas e

significativas foi a que trata do estudo da interação homem-computador. Não faz

muito tempo que a única forma de comunicação entre o computador e o ser humano

se dava através de cartões perfurados. O surgimento dos monitores e teclados

acendeu uma preocupação com a estruturação gráfica da informação. Hoje, as

interfaces são, em sua maioria, gráficas e baseadas em objetos. Esta evolução foi

acelerada pelo rápido crescimento tecnológico do computador pessoal e pelo

aumento da demanda por estas máquinas (Júnior et al, 1998).

O vocábulo interface designa um dispositivo para comunicação entre dois

sistemas informáticos distintos. Já uma interface homem/máquina "designa o

conjunto de programas e aparelhos materiais que permitem a comunicação entre um

sistema informático e seus usuários humanos" (Lévy ,1993). Logo, a interface é tudo

aquilo que está entre o usuário e a máquina.

A interface do produto multimídia é o conjunto dos elementos gráficos e do

sistema de navegação. Muitos títulos multimídia de conteúdo vasto e aprofundado

naufragaram por oferecer interface de baixa qualidade. Gráficos pobres podem

aborrecer o usuário pela falta de apelo visual. Se o sistema de navegação do produto

é ruim, o usuário pode se perder pelo produto e sentir-se desconectado do conteúdo.

Nesses casos, é comum o usuário desistir logo e não voltar a usar o produto.

Uma interface bem produzida pode transformar um título multimídia. Uma

interface intuitiva, que permita que o usuário navegue pelo produto como desejar,

que não o deixe se perder e que claramente interaja com ele transforma o produto em

um potente artefato educacional. Por outro lado, uma interface de difícil aprendizado,

que não ofereça possibilidades claras de navegação e de descoberta do conteúdo

acaba por prejudicar o aprendizado, além de confundir e perder o usuário (Primo,

1996).

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3.5 Internet

A Internet (Interconnected Networks), como a conhecemos hoje, deriva

diretamente da difusão ampla da tecnologia gerada para se implantar uma rede de

computadores encomendada no final da década de 60 a alguns grupos de pesquisa de

universidades americanas pelo Departamento de Defesa dos EUA.

Como típico produto da era da Guerra Fria, a tecnologia gerada incorpora

algumas características interessantes do ponto de vista militar, tais como:

• ausência de nodo central;

• flexibilidade arquitetural;

• redundância de conexões e funções;

• capacidade de reconfiguração dinâmica.

Por outro lado, como convém a um novo modelo de pesquisa estratégica e

multi-institucional em tecnologias de informação e comunicação, a tecnologia gerada

espalhou-se amplamente pelo ambiente acadêmico, primeiramente nos EUA e em

seguida no exterior.

Já no final da década de 80, a promoção do uso de Internet e do avanço da

tecnologia associada nos EUA era liderada pela National Science Foundation (NSF),

e não mais pelo Departamento de Defesa. A partir de 1989, a NSF passou a

incentivar ativamente as conexões de outros países aos EUA, para fins ligados à

educação e pesquisa.

Seguindo e/ou respondendo ao modelo de evolução da Internet nos EUA, a

tendência nos países mais atentos ao nascente fenômeno foi o envolvimento inicial

de instituições do setor acadêmico na montagem de redes nacionais, ou diretamente

adotando a linha Internet ou evoluindo de tecnologias anteriores. Em seguida,

ocorreu o envolvimento de governos, interessados na implantação de infra-estrutura

de redes para apoio a atividades de educação e pesquisa. Finalmente, já na década de

90, os serviços até então restritos à educação e pesquisa se abriram e expandiram

rumo a serviços Internet abertos a quaisquer fins (Takahashi, 2000).

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3.5.1 A Implantação da Internet no Brasil

O ano de 1988 pode ser considerado o momento zero da Internet no País. A

iniciativa pioneira de se buscar acesso à Rede coube a Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), ligada à Secretaria Estadual de Ciência

e Tecnologia.

A necessidade de se utilizar a Internet foi apontada pelos bolsistas da

instituição, que retornavam de cursos de doutorado nos Estados Unidos e sentiam

falta do intercâmbio mantido no exterior com outras instituições científicas.

O professor Oscar Sala, então conselheiro na Fapesp, ligado ao Fermilab

(Fermi National Accelerator Laboratory), fez os primeiros contatos a fim de

conseguir uma conexão do Brasil com as redes mundiais. Flávio Fava de Moraes, na

época diretor científico da FAPESP e ex- reitor da Universidade de São Paulo (USP),

aprovou o projeto. A troca de dados começou a ser feita logo a seguir e o serviço foi

inaugurado oficialmente em abril de 1989.

No primeiro ano de funcionamento, a linha da FAPESP utilizou a Bitnet

(Because is Time to Network), que permitia apenas a retirada de arquivos e correio

eletrônico, embora fosse uma das redes de maior amplitude na época.

Em 1991, uma linha internacional foi conectada à FAPESP para que fosse

liberado o acesso Internet a instituições educacionais, fundações de pesquisa,

entidades sem fins lucrativos e órgãos governamentais, que passaram a participar de

fóruns de debates, acessar bases de dados nacionais e internacionais,

supercomputadores de outros países e transferir arquivos e softwares.

Uma portaria conjunta do Ministério das Comunicações e do Ministério da

Ciência e Tecnologia, publicada em maio de 1995, criou no Brasil o provedor de

acesso privado, liberando a operação comercial da Rede no Brasil (Lima, 2000).

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3.5.2 A Internet Aplicada a Educação no Brasil

As escolas brasileiras ainda estão em um patamar incipiente no uso das novas

tecnologias como ferramenta de ensino, e dentro desse contexto, a Internet ainda se

encontra pouco utilizada.

O grande potencial do uso da Internet, assim como de recursos multimídia,

em educação, é grandemente obstruído em função da reação dos professores com

relação à tecnologia. Muitos professores, em depoimentos, informaram que têm

receio do uso da Internet (Taurion, 2002).

Nas escolas de Engenharia, apesar da resistência dos professores e da inércia

de instituições de ensino quanto a utilização de novas metodologias e tecnologias, o

uso da Internet e recursos multimídia como ferramentas de apoio ao ensino de

engenharia tem aumentado nos últimos tempos, como mostram os trabalhos

publicados nos Anais de diferentes congressos da área. A partir do uso relativamente

tímido de páginas Web que continham inicialmente apenas ementas, calendários de

provas e listas de exercícios, já há hoje alguns sites com bom volume de material

acadêmico (Braga, 2000).

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CAPÍTULO 4

CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO:

TÓPICOS ABORDADOS

Neste capítulo são considerados os tópicos que forneceram o conteúdo

apresentado nos recursos multimídia. Os assuntos foram escolhidos levando-se em

conta sua relevância no contexto da engenharia civil e na necessidade do

desenvolvimento de ferramentas eficazes para uma melhor visualização e

compreensão dos fenômenos e propriedades relacionados aos conceitos envolvidos.

Em relação ao concreto armado, foram consideradas a flexão simples, a

flexão composta normal e flexão composta oblíqua, sendo que nesta última as

considerações foram de nível introdutório. No âmbito do concreto protendido, foram

estudados o conceito de protensão e as perdas relacionadas ao atrito e ao

encunhamento em cabos pós-tracionados. Os itens a seguir proporcionam uma visão

geral sobre esses tópicos.

4.1 Concreto Armado

4.1.1 Introdução

O concreto é um material composto, preparado quando de sua aplicação. É

constituído por uma mistura de um aglomerante hidráulico com materiais inertes e

água. Apresenta vantagens diversas como moldabilidade (pode ser aplicado sobre

formas), durabilidade, facilidade executiva (utiliza mão de obra normal) e baixo

custo. O concreto simples é obtido a partir dos seguintes componentes:

simples concreto

graúdo agregado

argamassamiúdo agregado

pastaáguacimento

−−−−−−−−−

−−

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O concreto é um material que resiste bem à compressão, mas a sua

resistência à tração é, no entanto, pequena e aleatória, da ordem de apenas 10% da de

compressão, de modo que em geral, nos cálculos, a resistência à tração do concreto é

desprezada.

O aço é um material de elevada resistência à compressão e à tração, porém

mais caro que o concreto. O concreto simples, quando associado a armaduras, origina

o concreto estrutural.

concreto simplesarmadura passiva

concreto armado

→ .

O concreto armado convencional é aquele em que se utiliza o aço para

absorver os esforços de tração, cabendo ao concreto resistir aos esforços de

compressão e cisalhamento.

Resistências

As resistências de uma peça de concreto são determinadas através por meio

de teorias apropriadas, a partir das características geométricas da seção transversal e

das propriedades mecânicas dos materiais.

No caso da flexão simples tem-se, como dados:

fck (resistência característica do concreto à compressão);

fyk (valor característico da resistência da armadura correspondente

ao patamar de escoamento);

dimensões relativas da seção transversal (concreto e armadura).

Com os dados acima apresentados, e uma teoria apropriada, torna-se

possível calcular o momento resistente último, Mu.

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20

4.1.2 Hipóteses Básicas

Quando do estudo da capacidade resistente das peças de concreto armado

submetidas a flexão simples ou a flexão composta, foram consideradas as seguintes

hipóteses:

• As seções planas originalmente perpendiculares ao eixo da peça de

concreto permanecem planas e perpendiculares ao eixo da peça após

a deformação;

• Inexistência de escorregamento entre o concreto e a armadura (a

deformação da armadura (εs)é admitida igual à deformação da fibra

de concreto (εc), junto a esta armadura), de forma que admite-se a

aderência perfeita entre concreto e armadura;

• A tensão no concreto é nula na região da seção transversal sujeita a

deformação de alongamento;

• Diagrama tensão-deformação de cálculo na armadura conforme

indicado a seguir (aceitos para aços de dureza natural e encruados a

frio, desde que falte determinação experimental):

Aços de Dureza Natural

Fig. 4.1 - Diagrama convencional de aço de dureza natural.

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21

Onde:

Es = 210 Gpa (ABNT, 1978);

fyk = valor característico da resistência da armadura correspondente ao

patamar de escoamento (resistência característica no escoamento);

γs = 1,15 (coeficiente de ponderação da resistência da armadura);

fyd = fyk / γs = valor de cálculo da resistência da armadura

correspondente ao patamar de escoamento;

εyd = fyd / Es = deformação correspondente ao início do patamar de

escoamento.

Os aços desta categoria são os seguintes:

TIPO fyk (kN/cm2) fyd (kN/cm2) εyd

CA25 25 21,74 0,00104

CA32 32 27,83 0,00132

CA40A 40 34,78 0,00166

CA50A 50 43,48 0,00207

Os aços são designados pela sigla CA (Concreto Armado), seguido da

resistência característica no escoamento em kN/cm2.

Aços Encruados (CA50B e CA60B)

Para aços desta categoria, o diagrama tensão-deformação possui as

características apresentadas na figura 4.2.

Até o ponto A (limite de proporcionalidade), tem-se diagrama linear, e

entre A e B,admite-se diagrama em parábola do 2o grau. Além do ponto B, o

diagrama apresenta um patamar.

Admite-se que o diagrama tensão-deformação na armadura seja o mesmo,

na tração e na compressão.

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Fig. 4.2 - Diagrama convencional para aços encruados (CA50B e CA60B).

• Diagrama tensão-deformação (de cálculo) no concreto

Diagrama Parábola-Retângulo

Fig. 4.3 - Diagrama tensão-deformação para o concreto (parábola-retângulo).

O diagrama é descrito por uma parábola, para deformações entre 0 e 0,002,

e por uma reta, entre εc = 0,002 e 0,0035 (cf. fig. 4.3).

A NBR6118/2001 permite a utilização desse diagrama para concretos com

fck até 50 MPa. Alguns dados que se encontram intrinsecamente relacionados com o

diagrama parábola-retângulo apresentado anteriormente são fornecidos abaixo:

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γc = 1,4 (coeficiente de ponderação da resistência do concreto);

fcd = fck / γc;

0,85: coeficiente para considerar a queda de resistência do concreto para

cargas de longa duração (efeito Rüsch).

Diagrama Retangular Simplificado

Geralmente, é possível admitir-se para as tensões de compressão a

distribuição retangular simplificada indicada na figura 4.4. Os resultados obtidos a

partir da utilização do diagrama simplificado são praticamente iguais aos obtidos

com o diagrama parábola-retângulo (Fusco, 1981).

Αs

Md

x0,8x

k. fcd

x

Fig. 4.4 - Diagrama retangular simplificado.

Onde:

x = altura da zona comprimida, medida a partir da borda comprimida;

k = 0,85, quando a largura da zona comprimida não diminui em direção à

borda comprimida (seção retangular);

0,80 , em caso contrário.

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4.1.3 Estado Limite Último Convencional na Flexão

O estado limite último é atingido quando ocorre uma das duas situações

seguintes:

• A deformação de encurtamento no concreto (εcu) atinge 0,0035;

caracterizando o estado limite último por esmagamento do concreto

(cf. fig. 4.5);

Αs

Md

x

εcu = 0, 0035

εs

Encurtamento AlongamentoEncurtamento Alongamento

x

εcu = 0, 0035

εs

Fig. 4.5 – Estado limite último por esmagamento do concreto.

• A deformação de alongamento na armadura mais tracionada (εsu)

atinge 0,010; determinando assim, o estado limite último por

alongamento plástico excessivo da armadura (cf. fig. 4.6).

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Αs

Md

x

Encurtamento Alongamento

x

Encurtamento AlongamentoEncurtamento Alongamento

εc

εsu = 0,010

Fig. 4.6 – Estado limite último por alongamento plástico excessivo da armadura.

4.1.4 Domínios de Deformação

Fig. 4.7 – Domínios de deformação.

As possíveis configurações últimas do diagrama de deformações específicas

ao longo da seção transversal da peça definem os seis domínios apresentados na

figura 4.7. Os diagramas de deformações referentes aos diferentes domínios variam

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desde a reta a, correspondente à tração uniforme, até a reta b, associada à compressão

uniforme.

Na figura 4.7, temos ainda:

d = altura útil da seção = distância do CG (Centro de Gravidade) da

armadura à borda comprimida;

O domínio 1 corresponde à tração não-uniforme, e tem por caso particular a

tração uniforme, indicada na reta a. Caracteriza-se pelo fato de toda a seção de

concreto se encontrar tracionada, e as retas representativas do estado de deformação

da seção transversal passarem pelo ponto B, que indica o alongamento máximo

permitido para a armadura tracionada.

O domínio 2 representa a flexão simples ou composta sem ruptura à

compressão do concreto, e ocorre quando a retas representativa do estado de

deformação da seção transversal passa pelo ponto B (ELU por alongamento plástico

excessivo da armadura) e o encurtamento do concreto na borda comprimida está

compreendido entre 0 e 0,0035. O concreto é pouco solicitado e a armadura está em

escoamento. A ruptura é do tipo dútil (com “aviso”), e a altura da zona comprimida

obedece à condição:

x ≤ x23 = 0,0035 d / (0,0035 + 0,010) = 0,259 d. (4.1)

No domínio 3, temos caracterizada a flexão simples ou a flexão composta.

A seção passa pelo ponto A (ELU por esmagamento do concreto) e o alongamento

da armadura está compreendido entre εyd e 0,010. O concreto está adequadamente

solicitado e a armadura está em escoamento. A ruptura é do tipo dútil (com “aviso”).

A altura da zona comprimida obedece à condição:

x23 ≤ x ≤ x34 = 0,0035 d / (0,0035 + εyd). (4.2)

A seção que atinge o ELU nos domínios 2 ou 3 é dita subarmada ou

normalmente armada.

O domínio 4 representa a flexão simples (peça superarmada) ou a flexão

composta, com a seção passando pelo ponto A, e, portanto, com o concreto sujeito a

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deformação específica igual a 0,0035 (ELU por esmagamento do concreto).O

alongamento da armadura está compreendido entre 0 e εyd, de forma que o armadura

não chega a escoar. A ruptura é do tipo frágil (praticamente, sem “aviso”), e a altura

da zona comprimida obedece à condição:

x34 ≤ x ≤ d. (4.3)

Quando o ELU é atingido no domínio 4, a seção é dita superarmada. Trata-

se de situação antieconômica, pois a armadura não é explorada na sua plenitude.

No domínio 4a, a seção passa pelo ponto A (ELU por esmagamento do

concreto) e as armaduras encontram-se comprimidas. Este domínio representa a

flexão composta com armaduras comprimidas.

O domínio 5 representa a compressão não-uniforme, que tem como caso

particular a compressão uniforme, caracterizada pela seção na posição indicada na

reta b. No domínio 5 toda a seção transversal encontra-se comprimida, sendo que o

encurtamento máximo do concreto varia de 0,002 na compressão centrada a até

0,0035, mantendo-se o encurtamento de 0,002 a uma distância de 3h / 7 da borda

mais comprimida.

4.1.5 Seção Retangular com Armadura Simples

A seção retangular com armadura simples é caracterizada da seguinte

forma:

• A zona comprimida da seção sujeita a flexão tem forma retangular;

• As barras que constituem a armadura estão agrupadas junto à borda

tracionada, e podem ser imaginadas concentradas no seu centro de

gravidade.

Nestas condições, temos o seguinte:

Resultantes de tensões:

No concreto: Rcd = 0,85⋅fcd⋅b⋅0,8⋅x = 0,68⋅b⋅x⋅fcd (4.4)

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Na armadura: Rsd = As⋅σsd. (4.5)

Αs

dh

b

Md

0,8x

0,85fcd

σsd

Encurtamento Alongamento

Rcd

Rsd

0,4x

d - 0,4x Mu

Encurtamento Alongamento

x

Fig. 4.8 – Seção retangular de concreto armado com armadura simples.

Equações de equilíbrio:

de força: Rcd = Rsd ou 0,68⋅b⋅x⋅fcd = As⋅σsd (4.6)

de momento: Mu = Rcd⋅(d - 0,4⋅x) (4.7)

ou Mu = Rsd⋅(d - 0,4⋅x). (4.8)

Substituindo a equação (4.4) em (4.7) e a equação (4.5) em (4.8), temos:

Mu = 0,68⋅b⋅x⋅fcd⋅(d - 0,4⋅x) (4.9)

ou Mu = As⋅σsd⋅(d - 0,4⋅x). (4.10)

Caso de Dimensionamento

Segundo Rüsch (1981), o dimensionamento adequado visa assegurar que

uma estrutura poderá resistir, com segurança, a todas as solicitações a que estiver

submetida durante a sua construção e subseqüente utilização, efetuados em condições

razoáveis.

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29

Nos casos usuais de dimensionamento de peças submetidas a flexão

simples, tem-se b, h e fcd e faz-se Mu = Md. Normalmente, pode-se adotar d ≅ 0,9 h.

Desse modo, a equação (4.9) nos fornece o valor de x:

0 40 68

02,,

x d xM

bfd

cd

− ⋅ + = (4.11)

ou,

x d xMbf

d

cd

2 2 52 5

0 680− + =( , )

,,

, (4.12)

e:

x dMbd f

d

cd

= − −

1 25 1 1

0 425 2,,

. (4.13)

Com o valor de x, obtemos o domínio de deformação correspondente,

podendo ocorrer uma das seguintes situações:

• Domínio 2, onde x≤ x23 = 0,259 d; e σsd = fyd;

• Domínio 3, onde x23 ≤ x ≤x34 = 0,0035 d / (0,0035 + εyd); e σsd = fyd;

• Domínio 4, se x ≥ x34. Neste caso, convém alterar a seção para se

evitar a peça superarmada. Esta alteração pode ser feita de qualquer

uma das formas indicadas abaixo:

a) aumentando-se h (normalmente, b é fixo, pois depende da espessura

da parede onde a viga é embutida);

b) adotando-se armadura dupla;

c) aumentando-se a resistência do concreto (fck).

Para a situação adequada de peça subarmada, tem-se σsd = fyd . Assim, a

equação (4.10) nos proporciona:

AMd x

Mf d xs

d

sd

d

yd

=−

=−σ ( , ) ( , )0 4 0 4

. (4.14)

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30

Caso de Verificação

Algumas vezes, busca-se o momento resistente de uma seção inteiramente

definida. Nas equações de equilíbrio (4.6) e (4.10), as variáveis desconhecidas são: x

e Mu. A variável σsd é conhecida ou é função de x. Nos domínios 2 e 3 tem-se σsd =

fyd e, no domínio 4, ela é dada pela expressão:

σ εsd s sd sE E d xx

= = ⋅−

⋅ 0 0035, . (4.15)

Assim, tem-se duas equações a duas incógnitas e, portanto, o Mu procurado.

Não se sabe, a priori, qual o domínio de deformação correspondente ao

ELU, de modo que a solução pode ser obtida por tentativas.

Admitindo-se, por exemplo, que o ELU corresponda ao domínio 3 ou 4

(armadura em escoamento); da equação de equilíbrio de força tem-se:

0,68 b x fcd = As σsd = As fyd, (4.16)

e, portanto:

x = (As fyd) / (0,68 b fcd), (4.17)

que permitirá verificar a validade da hipótese inicialmente admitida. Caso a validade

seja confirmada, bastará determinar o momento resistente:

Mu = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x). (4.18)

Se a hipótese inicial não for satisfeita, isto é, se o ELU corresponder ao

domínio 4, a tensão na armadura será função de x e o seu novo valor pode ser obtido

da equação de equilíbrio (reescrita):

0 68 0 0035, ,⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅−

⋅b x f A A E d xxcd s sd s sσ , (4.19)

e o momento procurado é obtido, substituindo esse valor de x na expressão (4.18).

4.1.6 Seção Retangular com Armadura Dupla

Dimensionamento

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Quando se tem, além da armadura de tração As, outra A’s posicionada junto

à borda oposta comprimida, diz-se que se tem seção com armadura dupla.

Normalmente, ela é utilizada para se conseguir uma seção subarmada sem que seja

necessário alterar as dimensões da seção transversal. A armadura comprimida A’s

introduz uma parcela adicional na resultante de compressão, permitindo assim,

aumentar a resistência da seção.

Αs

dh

b

Αs´

dM

Encurtamento Alongamento

0,8x

0,85fcd

σ´sd

Rcd

Rsd

0,4xR´sd d´

M u

x

εcd

εsd

ε´sd

Fig. 4.9 – Seção retangular de concreto armado com armadura dupla.

Equilíbrio de força:

Rsd = Rcd + R’sd (4.20)

As σsd = 0,68 b x fcd + A’s σ’sd. (4.21)

Equilíbrio de momento:

Md = Rcd (d - 0,4 x) + R’sd (d - d’) (4.22)

Md = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x) + A’s σ’sd (d - d’). (4.23)

Tem-se duas equações, (4.21) e (4.23) e três incógnitas: x, As e A’s (pois as

tensões nas armaduras dependem de x). Costuma-se adotar um valor de x

(naturalmente, menor ou igual a x34), por exemplo, x = d/2. Dessa forma, podem ser

determinadas as armaduras As e A’s como se indica a seguir. As equações (4.21) e

(4.23) sugerem a decomposição mostrada na figura 4.10.

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Αs1

dh

b

dM

Rcd

Rsd1

0,4x

d - 0,4x

x

εc

ε´sεc

Αs2

d

Α's

dM

Rsd2

R´sd d´

x

∆ d - d´

( )

Fig. 4.10 – Seção retangular com armadura dupla:Decomposição .

Conforme se indica na figura acima, pode ser determinada a primeira

parcela do momento resistente, designada por Md .

Md = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x) (4.24)

e

Rsd1 = Md / (d - 0,4 x). (4.25)

Como σsd = fyd (peça subarmada), tem-se

As1 = Rsd1 / fyd. (4.26)

Assim, fica conhecida a parcela restante do momento resistente:

∆Md = Md – Md . (4.27)

Também,

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∆Md = R’sd (d - d’) = A’s σ’sd (d - d’), (4.28)

e

∆Md = Rsd2 (d - d’) = As2 σsd (d - d’), (4.29)

que permitem determinar as áreas restantes de armadura, As2 e A’s.

De fato,

R’sd = Rsd2 = ∆Md / (d - d’), (4.30)

e

As2 = Rsd2 / fyd. (4.31)

O cálculo de A’s requer a determinação da tensão σ’sd. Com x = x, tem-se,

no domínio 3, εc= 0,0035 e, no domínio 2:

εc = 0,010 x / (d - x) (por semelhança de triângulos). (4.32)

Logo,

ε’s = εc (x - d’) / x, (4.33)

que permite obter σ’sd (no diagrama σ x ε da armadura).

Portanto:

A’s = R’sd / σ’sd (4.34)

As = As1 + As2. (4.35)

4.1.7 Flexão Simples em Seção Qualquer

O caso geral de flexão normal simples compõe-se de seção qualquer de

concreto e armadura distribuída em várias camadas (Asi).

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Md

As

Md

Asi

As1

As2

0,8x

0,85fcdεc

εs

x

εsi

Rcdi

Rsd i

dsi d

dci1

2 2

i

Fig. 4.11 – Flexão simples em seção qualquer.

Nesses casos, a zona comprimida da seção de concreto pode ser

decomposta em figuras elementares. Geralmente, tratam-se de problemas de

verificação, onde se procura determinar o momento resistente da seção. As equações

para essa condição são as seguintes:

Equações de compatibilidade:

As deformações estão todas relacionadas entre si; nos domínios 2 e 3 tem-

se εc = 0,0035 e, no domínio 4:

εc = 0,010 x / (d - x) (4.36)

portanto,

εsi = εc (dsi - x) / x. (4.37)

A partir das deformações εsi , são obtidas as tensões σsdi em cada armadura.

Resultantes de tensão:

Em cada elemento de concreto: Rcdi = 0,85 fcd Aci (4.38)

Em cada armadura: Rsdi = Asi σsdi. (4.39)

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Equações de equilíbrio:

De força: R Rcdi sdi∑ ∑+ = 0 ; (4.40)

De momento: M R d x R d xdu cdi ci sdi si= − + −∑ ∑( ) ( ) . (4.41)

Em geral, a solução é obtida por tentativas, fixando-se certas hipóteses (a

serem confirmadas) para facilitar os cálculos. A resposta final é obtida quando todas

as hipóteses admitidas forem satisfeitas.

4.1.8 Flexão Composta

Flexão Composta Normal com Grande Excentricidade. Seção Retangular

com Armaduras Assimétricas

Neste caso, tem-se sempre a armadura tracionada As; utilizando-se a

armadura comprimida A's para tornar a seção mais dútil. Normalmente, dispensa-se

A's quando se pode ter seção subarmada só com As.

Através de um artifício, o dimensionamento à flexão composta com grande

excentricidade (tanto na flexo-compressão, quanto na flexo-tração) pode ser feito

através da análise de uma flexão simples.

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Flexo-compressão

Αs

dh

b

Α's

d'

x

εcd

εsd

ε´sd

0,8x

0,85 fcd

Rsd

Rcd

R´sd

Rsd

Rcd

R´sd

NdMd

h/2

Nd

Msd

Msd = Md + Nd (d − h/2)

Rsd + Nd

RcdMd

− NdNd

R´sd

Fig. 4.12 – Flexo-compressão: Grande excentricidade.

Conforme apresentado na fig.4.12 , a resultante de tração para equilibrar o

momento Msd é igual a (Rsd+Nd). Dessa forma, obtém-se a armadura final subtraindo-

se o valor (Nd /fyd) da armadura que equilibra Msd à flexão simples.

Flexo-tração

Valem as expressões utilizadas na flexo-compressão, utilizando-se (-Nd) no

lugar de Nd.

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Αs

dh

b

Α's

d'

x

εcd

εsd

ε´sd

0,8x

0,85 fcd

Rsd

Rcd

R´sd

Rsd

Rcd

R´sd

NdMd

h/2

Nd

Msd

Msd = Md − Nd (d − h/2)

Rsd − Nd

RcdMd

− NdNd

R´sd

Fig. 4.13 – Flexo-tração: Grande excentricidade.

Flexão Composta Normal com Pequena Excentricidade: Seção Retangular e

Armaduras Não Simétricas

Na flexo-compressão com pequena excentricidade toda a seção está

comprimida. Desse modo, tem-se a armadura A's comprimida e, eventualmente, As,

também, comprimida.

Na flexo-tração com pequena excentricidade, toda a seção está tracionada e,

portanto, as armaduras As e A's encontram-se tracionadas

Flexo-compressão

• Situação com as duas armaduras (As ≠ 0 e A's ≠ 0)

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Αs

dh

b

Αs´

dMNd

0,85fcd

Rcd = 0,85fcd . h . b

Rsd = As . f 'yd

0,4x

R´sd = A's. f 'yd

M u

Nu

εcd = 0,002

ε´sd

εsd

Fig. 4.14 – Flexo-compressão: Pequena excentricidade.

Neste caso, impõe-se, na seção, deformação uniforme de encurtamento de

0,002 no ELU (domínio 5 de deformação), fig.2.1. As equações de equilíbrio são:

N bhf f A AM f h d A A

d cd yd s s

d yd s s

= + +

= − −

0 852

, ' ( ' )' ( / ' )( ' )

(4.42)

Portanto,

−+−=

'2/85,0

'21'

dhMbhfN

fA d

cddyd

s (4.43)

Af

N bhfM

h dsyd

d cdd= − −−

12

0 852'

,/ '

. (4.44)

Se:

0'2/

85,0 ≤−

−−dh

MbhfN d

cdd ,

então As = 0, com solução em armadura unilateral.

• Caso de armadura unilateral (As = 0)

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39

h

b

Αs´

dMNd

0,8x

0,85fcd

Rcd = 0,85.fcd.0,8.x.b

0,4x R´sd = A's.σ'sd

= 0,68.b.x.fcdM u

Nu

εcd = 0,002

ε´sd

0,0035

X

3h7

Fig. 4.15 – Flexo-compressão: Armadura unilateral.

Neste caso deve-se ter x ≤ 1,25 h (condição econômica pois tem-se o maior

σ’sd). As equações de equilíbrio são:

N R RM R h x R h d

d cd sd

d cd sd

= += − + −

'( / , ) ' ( / ' )2 0 4 2

(4.45)

Da equação (4.45), tem-se:

R’sd = Nd - Rcd; (4.46)

como

Rcd = 0,68 b x fcd (4.4)

resulta:

N bxf Ad cd s sd= +0 68, ' 'σ . (4.47)

Logo:

,4,068,0

)'2/('

68,0)'2/()4,02/(

68,0

2xbf

Ndhxd

xbf

Ndhxhx

bfM

cd

d

cd

d

cd

d

−−+=

−−+−=

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40

.'425,0

)'2/(11'25,1

,68,04,0

)'2/('5,2

2

2

−−−+=

⋅−−

+−

cd

dd

cd

dd

fbdNdhMdx

bfNdhMxdx

(4.48)

Para o domínio 5 tem-se: )002,0(7/3

'' ⋅−

−=

hxdx

sε , (4.49)

para os domínios 3 e 4: ε' ' ( , )s

x dx

=−

⋅ 0 0035 e, (4.50)

para o domínio 2: ε' ' ( , )s

x dd x

=−−

⋅ 0 010 . (4.51)

Flexo-tração

Neste caso, as armaduras encontram-se tracionadas, e não existe

contribuição do concreto (fig.4.16).

Αs

dh

b

Αs´

dMNd

σsd

σ´sd

Rsd = As . σsd

R'sd = A's.σ'sd

M u

Nu

εcd = 0,010

ε´sd

εsd

Fig. 4.16 – Flexo-tração com pequena excentricidade.

As equações de equilíbrio para este caso são dadas a seguir:

−−=

+=+=

)'2/)((

)('´

´

dhAAfM

AAfRRN

ssydd

ssydsdsdd (4.52)

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41

Flexão Composta Normal em Seções com Distribuição Predefinida de

Armadura

Geralmente, o cálculo de seções desse tipo é feito utilizando-se diagramas

de interação.

Seção retangular com armadura simétrica

Para cada diagrama de deformação na seção, correspondente a estado limite

último, tem-se um par de esfoços últimos (Nu, Mu).

Equações de equilíbrio

N R R

M R h d R d h M Md cd sdi

d cd c sdi si cd sd

= −

= − + − = +

∑∑( / ) ( / )2 2

(4.53)

Dividindo-se a primeira equação de equilíbrio por (b.h.fcd), tem-se:

Nbhf

Rbhf

Rbhf

oud

cd

cd

cd

sdi

cdd cd sdi cd sd= − = − = −∑∑ ν ν ν ν ν , (4.54)

onde:

νdd

cd

Nbhf

= = força normal reduzida (adimensional), (4.55)

νcdcd

cd

Rbhf

= = força resultante reduzida de compressão no concreto, (4.56)

ν sdsdi

cd

Rbhf

= ∑ = força resultante reduzida nas armaduras. (4.57)

Dividindo-se a segunda equação de equilíbrio por (bh2fcd), tem-se:

Mbh f

Mbh f

Mbh f

Rbhf

dh

Rbhf

dh

d

cd

cd

cd

sd

cd

cd

cd

c sdi

cd

si2 2 2

12

12

= + = −

+ −

∑ (4.58)

ou:

µ ν νd cdc

sdisid

hdh

= −

+ −

∑1

212

(4.59)

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42

ou, ainda:

µ µ µ µ µd cd sdi cd sd= + = +∑ ; (4.60)

onde:

µ µ ν µ νdd

cdcd cd

csd sdi

siMbh f

dh

dh

= = −

= −

∑2

12

12

; ; .(4.61)

Resultante no concreto

Para x ≤ 0 (ou x/h ≤ 0) tem-se:

Rcd cd cd= → = =0 0 0ν µe .

Para [0 < x ≤ 1,25 h] (ou 0 < x/h ≤ 1,25) tem-se:

R bxf xhcd cd cd= =0 68 0 68, , ou ν .

M R h ddh

xh

xhcd cd c cd

c= − = −

= −

( / ) , ,2 12

0 68 12

0 4 ou cdµ ν . (4.62)

Para x > 1,25 h (x/h > 1,25) tem-se:

R bhf Mcd cd cd cd cd= = → = =0 85 0 0 85 0, ,e eν µ .

Resultante na armadura genérica

x d h dxh

dh23

233 513 5

3 513 5

3 513 5

1= = − → = −

,,

,,

( ' ) ,,

' . (4.63)

Para x ≤ x23 (domínios 1 e 2) tem-se

ε sisi

si

d xd x

dh

xh

dh

xh

=−

−⋅ =

− −⋅( , ) ' ( , )0 010

10 010 . (4.64)

Para x23 < x ≤ h (domínios 3 e 4):

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43

ε sisi

si

d xx

dh

xh

xh

=−

⋅ =−

⋅0 0035 0 0035, , . (4.65)

Para x > h (domínio 5), tem-se :

ε sisi

si

x d

x h

xh

dh

xh

= −−

−⋅ = −

−⋅3

7

0 002 37

0 002( , ) ( , ) . (4.66)

Com o valor de εsi , obtêm-se a tensão σsdi na armadura genérica e, por

conseguinte,

R AR

bhfA fbhf f f

sdi si sdi

sdisdi

cd

si yd

cd

sdi

ydi

sdi

yd

=

= = =

σ

νσ

ωσ , (4.67)

onde:

ω ω ωisi yd

cdi

Abh

ff

= = ∑; ; µ νsdi sdisid

h= −

12

. (4.68)

As aplicações práticas costumam ser atendidas por meio de diagramas de

interação.

Flexão Composta Oblíqua

A flexão oblíqua caracteriza-se pela existência de um momento de flexão

atuante em um plano que não passa pelos eixos principais de inércia da seção. Se a

seção também estiver sujeita a um esforço normal, diz-se que a mesma estará em

flexão composta oblíqua (Guerrin, s/d).

Flexão composta oblíqua de seção retangular com armadura simétrica

Neste caso, a solução pode ser obtida através de ábacos de interação em

função dos seguintes adimensionais:

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44

ν µ µdd

c cdxd

xd

c x cdyd

xd

c y cd

NA f

MA h f

MA h f

= = =; ; . (4.69)

Fig. 4.17 – Flexão composta oblíqua.

A uma linha neutra definida pelo par (x = altura da zona comprimida e α =

inclinação da linha neutra) tem-se, no ELU de solicitações normais, os valores

correspondentes de υd , µxd e µyd. Obtêm-se, assim, uma superfície de interação para

cada taxa mecânica de armadura (ω). Estas superfícies são, geralmente, representadas

através de curvas de nível (função de ω) para valores discretos de υd (ábacos em

roseta).

Fig. 4.18 – Diagrama de interação.

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45

4.2 Concreto Protendido

4.2.1 Introdução

A protensão é um artifício que consiste em introduzir numa estrutura um

estado prévio de tensões capaz de melhorar sua resistência ou seu comportamento,

sob diversas condições de carga. O concreto protendido é um concreto no qual, pela

tração de cabos de aço, são introduzidas pré-tensões de tal grandeza e distribuição,

que as tensões de tração resultantes do carregamento são neutralizadas a um nível ou

grau desejado (Metha, 1994).

concreto simplesarmadura ativa

concreto protendido

→ .

Segundo o projeto de norma NBR6118/2001 (ABNT, 2001), a armadura de

protensão, ou armadura ativa, é aquela “constituída por barra, fios isolados ou

cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um

pré alongamento inicial.” O elemento unitário da armadura ativa considerada em um

projeto pode ser denominado cabo, qualquer que seja seu tipo (fio, barra, cordoalha

ou feixe).

A protensão desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das

compressões, onde o material é mais eficiente, mas gera a necessidade do uso de

armaduras em forma de cabos tracionados e ancorados, empregando aços de alta

resistência e trabalhando com tensões elevadas. Correntemente, se utiliza em

concreto protendido resistências de concreto duas a três vezes maiores que as

empregadas em concreto armado. Por sua vez, os aços de protensão têm resistências

da ordem de quatro a cinco vezes as dos aços convencionais.

A importância econômica do concreto protendido reside no fato em que os

aumentos percentuais de preço são muito inferiores aos acréscimos de resistência

utilizáveis, tanto para o concreto como para o aço (Pfeil, 1991).

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46

4.2.2 Sistemas de Protensão

O concreto protendido é, quanto ao sistema de aplicação da protensão,

classificado em duas categorias: Sistemas com armaduras pré-tracionadas e sistemas

com armaduras pós-tracionadas (Pfeil, 1984).

Sistema com Armaduras Pré-Tracionadas

Neste método, cabos de aço, na forma de fios ou cordoalhas, são

protendidos e posteriormente fixados nas suas extremidades por sistemas de

ancoragens. As peças de concreto são então moldadas, envolvendo os cabos. Após o

endurecimento do concreto, os cabos são cortados. A força de protensão é aplicada à

peça pela aderência do concreto à armadura.

Sistema com Armaduras Pós-Tracionadas

Na pós-tração, a protensão dos cabos é feita após o endurecimento do

concreto, sendo que a própria peça é utilizada como apoio definitivo para ancoragem

dos cabos.Os sistemas com armaduras pós-tracionadas apresentam variações, que se

dão de acordo com critérios como ligação entre os cabos e o concreto e posição

relativa dos cabos e da peça de concreto.

Quanto à ligação entre os cabos e o concreto, dois casos são possíveis:

Cabos internos

Neste sistema, os cabos são envolvidos por bainhas, que impedem o contato

direto entre o concreto a ser lançado e os cabos. Após a protensão, a bainha é

preenchida com nata de cimento injetada.

Cabos externos

Quando da utilização de cabos externos, os cabos ficam no exterior da peça

de concreto. Esta é uma solução muito empregada em projetos de reforço de obras.

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47

No tocante à posição relativa dos cabos na peça de concreto, distinguem-se

os cabos aderentes e os cabos não aderentes.

Cabos aderentes

Esta modalidade se dá quando é estabelecida uma ligação direta entre o aço

e o concreto ao longo do cabo. Nos cabos internos, com bainhas metálicas, essa

aderência é obtida por meio da injeção da nata de cimento após a protensão e

ancoragem dos cabos.

Cabos não aderentes

Quando são utilizados cabos não aderentes, após o estiramento da armadura

ativa, não é criada aderência com o concreto, ficando a mesma ligada ao concreto

apenas em pontos localizados. Cabos externos, sem ligação com a peça de concreto

ao longo dos cabos, e as cordoalhas engraxadas e plastificadas, são do tipo não

aderente.

A tecnologia que possibilita aplicar a força de protensão em cabos não

aderentes do tipo cordoalha engraxada e plastificada surgiu no final da década de

1950. Cada cabo era constituído por uma cordoalha envolvida por uma graxa

especial, inibidora de corrosão, que posteriormente recebia uma camada de plástico

por extrusão. Esse processo de fabricação de cabos é extensamente utilizado

atualmente, e o emprego desses cabos no Brasil está sendo feito de maneira

crescente.

A figura 4.19 apresenta uma cordoalha engraxada e plastificada.

Fig. 4.19 – Cordoalha engraxada e plastificada, e seus constituintes.

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48

4.2.3 Vantagens do Concreto Protendido

O concreto protendido apresenta muitas vantagens técnicas e econômicas

sobre os diversos materiais que concorrem com ele na solução de problemas

estruturais. Algumas destas vantagens são apresentadas a seguir:

Uso de aços de alta resistência

A inviabilidade desses aços no concreto armado deve-se à formação de

fissuras de abertura exagerada, provocadas pelas grandes deformações necessárias

para explorar suficientemente os aços de alta resistência, enquanto que no concreto

protendido, a alta resistência do aço é uma condição básica para o bom desempenho

do mesmo (devido às perdas progressivas).

Eliminação das tensões de tração

Havendo necessidade, é possível eliminar as tensões de tração e,

consequentemente, a fissuração do concreto. Por outro lado, constitui um meio

eficiente de controle de abertura de fissuras, quando estas forem permitidas,

aumentando a durabilidade da estrutura.

Diminuição das dimensões da seção transversal

A utilização de materiais de maior resistência, além do uso mais racional

das propriedades geométricas da seção transversal, possibilitam a redução das

dimensões desta, reduzindo também o peso próprio. Obtendo-se, estruturas mais

leves que permitem vencer maiores vãos. Para ilustrar, pontes com vigas retas de

concreto armado têm seu vão livre limitado a 30m ou 40m, enquanto as pontes com

vigas retas retas protendidas já atingiram vãos de 250m (Pfeil, 1984).

Redução da flecha

Com a protensão, torna-se possível eliminar ou controlar a presença de

fissuras, proporcionando uma redução da flecha, ao eliminar a queda da rigidez à

flexão correspondente à seção fissurada.

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49

Desenvolvimento de métodos construtivos

A protensão permitiu o desenvolvimento e utilização de sistemas

construtivos diversos, tais como balanços sucessivos e peças pré-moldadas.

4.2.4 Propriedades dos Materiais

Concreto

O concreto usado em estruturas de concreto protendido é

caracteristicamente de maior resistência do que o usado em concreto armado. A

resistência usual do concreto (fck) varia de 24 MPa a 50 MPa. Essas elevadas

resistências são desejáveis por vários motivos:

A introdução da força de protensão pode provocar solicitações prévias

muito elevadas, freqüentemente mais altas que as correspondentes a situação de

serviço. Utilizando-se concreto e aços de alta resistência, é possível obter uma

significativa redução das dimensões das peças, bem como o seu peso próprio, o que é

primordial no caso de elementos pré-moldados, por exemplo.

Concretos de resistência mais alta em geral também apresentam módulo de

deformação mais elevado. O módulo de deformação do concreto é importante em

estruturas de concreto protendido, não somente pela sua influência nas deformações

da estrutura e na estimativa das perdas da força de protensão, mas também pelo

modo como afeta outras propriedades do concreto, tais como: retração, resistência a

tração, fluência e na formação de fissuras, que também influem na deformabilidade

das estruturas.

O mecanismo da fluência no concreto consiste na perda gradual da

umidade, causando contração na estrutura da pasta de cimento.A fluência em uma

peça de concreto é caracterizada pelo aumento da deformação ao longo do tempo,

quando a peça encontra-se submetida a ações de longa duração. A importância da

consideração da fluência no concreto protendido deve-se, sobretudo, a dois aspectos:

deformações ao longo do tempo e perdas da força de protensão.

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50

O concreto fresco apresenta grande quantidade de água, e o excesso, que

não é usado na hidratação do cimento, evapora. Esta evaporação depende das

condições de umidade, temperatura ambiente, área e forma da seção transversal da

peça. Este processo é acompanhado por uma redução do volume. A razão da variação

do volume é inicialmente alta, decrescendo com o tempo. A retração provoca perdas

progressivas da força de protensão, e seu efeito não pode ser desprezado.

É necessário que o concreto apresente as melhores características tanto em

relação às propriedades mecânicas como no que se refere à durabilidade das

construções. Para isso, é preciso que sejam observadas as recomendações da

tecnologia de produção de concretos, tomando-se as devidas precauções com relação

ao uso de tipos mais apropriados de cimentos, de agregados devidamente

selecionados quanto à origem mineralógica e granulometria, de proporções

adequadas entre cimento, agregado e água, e de aditivos que não tragam prejuízos à

integridade das armaduras.

Como em qualquer outro caso de produção de concretos estruturais, a cura

deve ser cuidadosa, a fim de permitir que o concreto atinja a plenitude de suas

qualidades.(Hanai, 1995).

Armaduras Protendidas

Os aços destinados ao uso como armaduras de protensão caracterizam-se

pela sua elevada resistência e pela ausência de patamar de escoamento. Podem ser

divididos em três categorias:

• Fios trefilados de aço carbono, com diâmetros variando entre 3mm a

8mm, fornecidos em rolos ou bobinas;

• Cordoalhas, que são fios trefilados enrolados em forma de hélice,

com dois, três ou sete fios;

• Barras de aço-liga, laminadas a quente e fornecidas em peças

retilíneas de comprimento limitado.

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51

Os aços para protensão, fabricados no Brasil, são classificados em duas

modalidades de tratamento:

• Aços aliviados ou de relaxação normal (RN), que são aços

retificados por um tratamento térmico que alivia tensões internas de

trefilação;

• Aços estabilizados ou de baixa relaxação (RB), que são aços

trefilados que recebem um tratamento termomecânico, o qual

melhora as características elásticas e reduz as perdas de tensão por

relaxação do aço.

A relaxação do aço corresponde à redução da tensão no aço, que ocorre

quando a armadura, deformada por uma solicitação inicial, é mantida com

comprimento constante. Em estruturas de concreto protendido, a fluência e a retração

do concreto, bem como a variação do carregamento, causam alterações no

comprimento do cabo. Contudo, na maioria dos casos, o comprimento do cabo é

considerado constante no cálculo da perda de protensão resultante da relaxação.

Armaduras Passivas

As estruturas de concreto protendido apresentam quantidades moderadas de

armaduras convencionais, denominadas armaduras suplementares ou passivas.

Conforme a NBR 6118/2001 (ABNT, 2001), armadura passiva é “qualquer

armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja

previamente alongada.”

As armaduras passivas são padronizadas pela NBR 7480 (Barras e fios de

aço destinados a armadura para concreto armado), e geralmente são utilizadas na

forma de estribos, armaduras de pele, armaduras de controle de aberturas de fissuras

e, eventualmente, armaduras para garantir a resistência última à flexão,

complementando a parcela principal correspondente à armadura de protensão.

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52

4.2.5 Perdas de Protensão

Diversos fatores contribuem para a redução da força de protensão inicial,

aplicada por sistemas de macacos hidráulicos. Essa redução da força é chamada

perda de protensão. Algumas destas perdas são imediatas (decorrentes do atrito entre

o cabo de protensão e a superfície interna da bainha durante a aplicação da força, da

acomodação das cunhas de ancoragem e encurtamento elástico do concreto) e afetam

a força de protensão assim que esta é aplicada à estrutura de concreto. Outras perdas

ocorrem ao longo do tempo (retração e fluência do concreto, relaxação do aço) e são

ditas progressivas. Serão consideradas a seguir as perdas decorrentes do atrito,

encunhamento, fluência e retração, tópicos que foram utilizados para o

desenvolvimento de applets.

Perdas por Atrito em Cabos Pós-Traconados

Em estruturas de concreto protendido pós-tracionadas, existe atrito entre o

cabo de protensão e a superfície interna da bainha durante a aplicação da força de

protensão. A magnitude deste atrito depende da forma do duto e do tipo de cabo

utilizado. Há dois mecanismos básicos que produzem atrito. Um é a curvatura

imposta ao cabo para se obter o perfil desejado. O outro, é o desvio da bainha em

relação a sua posição teórica.

O fenômeno das perdas por atrito entre o cabo e a bainha é similar ao

problema de uma polia que recebe um momento torçor através de uma correia.

r r

Fig. 4.20 – Analogia entre perdas de protensão e problema proposto.

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53

Conforme apresentado na fig. 4.20, pode-se escrever:

0 dP ds =+µp (4.70)

onde:

µ = coeficiente de atrito entre a correia e a polia;

substituindo p = P / r em (4.70), tem-se:

αµαµ d - P

dPou 0 dP dr rP

==+ . (4.71)

portanto,

C - Pln += αµ . (4.72)

Como P = Po para α = 0, temos:

C = ln Po (4.73)

e assim:

ln P – ln Po = ln (P / Po ) = - µ α (4.74)

ou:

P = Po e- µ α. (4.75)

Fig. 4.21 – Viga protendida com um trecho reto e dois parabólicos.

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54

Usualmente, 2,0≅µ e 020≤α (0,35 rad). Portanto, o produto µα ≤ 0,07.

Para valores desta ordem é possível tomar

e−µα ≅ −µα, (4.76)

resultando:

P = Po (1−µα ). (4.77)

Como o cabo apresenta ondulações inevitáveis ao longo do seu

comprimento, inclusive no trecho curvo, em um comprimento projetado x (incluindo

trechos retos e curvos), é possível pensar em um ângulo equivalente às ondulações

do trecho, dado por:

Kα x.

Desse modo, a força de protensão num ponto de abscissa x (normalmente,

para o cálculo das perdas por atrito, pode-se adotar como comprimento aproximado

do cabo o valor de sua projeção sobre o eixo da peça, x) é dada por:

P ≅ Po [1 − µ (α + Kα x )]. (4.78)

Definindo-se k = Kα x, teremos:

P ≅ Po (1 − µ α − k x ). (4.79)

Usualmente, determina-se o valor da força de protensão nas extremidades

de cada trecho (reto ou curvo) a partir da força já definida para a extremidade inicial

do respectivo trecho.

Normalmente, admite-se que, em cada trecho, o diagrama de força possa ser

aproximado por uma variação linear.

Perdas Decorrentes da Acomodação das Cunhas de Ancoragem

Geralmente a ancoragem do cabo é feita por encunhamento individual das

cordoalhas. Nesse processo, o cabo pode sofrer um pequeno recuo (δ) durante o

processo de transferência da força de protensão do macaco para o sistema de

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55

ancoragem. Isto é conhecido como perda por encunhamento. Ela atinge um certo

comprimento do cabo (x), havendo uma relação direta do comprimento do cabo

afetado com o valor da perda de protensão. Este processo implica na mobilização de

forças de atrito que agem em sentido contrário àquelas da operação de protensão.

A figura 4.22 apresenta as situações que podem ocorrer com a acomodação

nas ancoragens de um cabo simétrico, protendido simultaneamente pelas suas

extremidades.

Fig. 4.22 – Possibilidades de acomodações nas ancoragens.

As três possibilidades de uso apresentadas na figura acima serão estudadas

a seguir.

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56

Caso 1: x ≤ a1

Nesta situação, o encunhamento afeta apenas o trecho curvo do cabo (cf.

fig. 4.23).

Fig. 4.23 – Caso x ≤ a1.

A variação de comprimento de um elemento de cabo de comprimento dx,

sujeito à força de protensão P é dada por:

PP A Edx P dl = , (4.80)

onde:

Ep = módulo de elasticidade do aço de protensão;

Ap = área da seção transversal da armadura de protensão.

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57

O valor do recuo é dado pela área da figura triangular hachurada dividida

pela rigidez normal do cabo (Ep Ap). Isto é,

pp1

10

Pp

0

A E1

2x

a x)ka ( P 2

A E 2

xP) -(P 2 ⋅⋅

+==

µαδ , (4.81)

de onde:

) ak ( Pa A E

x 10

1 pp

+=

αµδ

para x ≤ a1, (4.82)

resultando:

P ≅ Po (1 − µ α1a

x − k x ), (4.83)

Po1 = 2P – Po . (4.84)

Caso 2: a1 < x ≤ a1 + a2

A área da figura hachurada dividida pela rigidez normal do cabo fornece o

valor do recuo do cabo (fig.4.24). Logo:

2A E

)2a -x (a )a -(x k P

2 )ka ( P

pp1111

10 δµα

=+++

. (4.85)

Assim:

k Pak P a )P - P ( - A E

x 1

211110 pp +

, (4.86)

resultando

P = P1 [1 − K (x – a1) ], (4.87)

Po1 = 2P – Po , (4.88)

P11 = 2P – P1 . (4.89)

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58

Fig. 4. 24 – Caso a1 < x ≤ a1 + a2. .

Caso 3: x = a1 + a2

Fig. 4.25 – Caso x = a1 + a2.

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59

Da figura 4.25 têm-se:

2A E

) a (a P )2a (a ) P - P (

2 a )P - P (

pp21

2121

110 δ=+∆+++ , (4.90)

Po1 = 2P2 – Po – 2∆P , (4.91)

P11 = 2P2 – P1 – 2∆P , (4.92)

P22 = P2 – 2∆P . (4.93)

Perdas Progressivas

O cálculo detalhado das perdas progressivas da força de protensão resulta

da contribuição de vários fatores. Trata-se de um cálculo complicado devido ao fato

de que perdas causadas por um efeito serem continuamente alteradas por mudanças

resultantes de outros fatores. Para exemplificar, a relaxação da tensão nos cabos, que

usualmente é estudada em laboratórios a uma deformação constante, na estrutura é

afetada pela variação do comprimento devido a retração e fluência do concreto.

Dadas as interdependências das variáveis envolvidas, é extremamente

difícil estabelecer, com precisão, as perdas progressivas.

Retração do Concreto

O efeito da retração do concreto nas perdas de protensão ocorre pelo fato de

que, devido ao encurtamento da peça, o cabo, com aderência ao longo de seu

comprimento ou fixo apenas nas ancoragens, também se contrai, e a força de

protensão é então reduzida.

De acordo com a NBR 7197, uma aproximação do valor da retração do

concreto ( csε ) pode ser obtida como função da altura fictícia ( )ficth , da umidade

relativa ( )U e do tempo ( 0t e t ). A deformação por retração é estimada (para

abatimentos do concreto entre 5 e 9 cm) pela expressão:

( ) ( ) ( )[ ] 40

2

0 10 321,0 233,0

159048416,6 , −−

+

+

+−−= tt

hhUUtt ss

fict

fictcs ββε . (4.94)

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60

Onde ( )tsβ é uma função da idade fictícia no instante t considerado, ou 0t ,

a idade fictícia do concreto no instante em que o efeito da retração na peça começa a

ser considerado.

A altura fictícia é dada porar

cfict u

Ah

2 γ= , onde γ é um coeficiente que

dependente da umidade relativa do ambiente %)(U , sendo dado por:

( )Ue 1,08,71 +−+=γ . (4.95)

A perda de tensão no cabo, causada pela retração do concreto, é fornecida

pela equação(4.94):

( ) pcssh Ettf 0,ε=∆ . (4.96)

Fluência do Concreto

A NBR 7197 (ABNT, 1989), no item 7.1, divide a deformação por fluência

no concreto em duas parcelas, sendo uma rápida e outra lenta. A fluência rápida

( )caε é irreversível e ocorre durante as primeiras 24 horas após a aplicação da carga

que a originou. A fluência lenta ( )ccε é, por sua vez, composta por outras duas

parcelas: a deformação lenta irreversível ( )cfε e a deformação lenta reversível ( )cdε .

),(),( 028

0 ttE

ttc

ccc φ

σε = . (4.97)

Onde:

( )0, ttφ = coeficiente de fluência entre as idades fictícias 0t e t , em dias;

( ) dfatt φφφφ ++=0, ;

aφ - parcela rápida irreversível;

fφ - parcela lenta irreversível;

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dφ - parcela lenta reversível;

cσ = tensão no concreto provocada pela carga aplicada no instante 0t ;

28cE = módulo de elasticidade secante do concreto aos 28 dias de idade;

5,36600*9,028 += ckc fE (MPa).

Para acréscimos de tensão aplicados em instantes distintos, os respectivos

efeitos de fluência se superpõem, de modo que obtêm-se:

( ) ( )∑=

=n

iicc ttt

1,εε . (4.98)

A perda de tensão no cabo, causada pela fluência do concreto, é obtida pela

equação (4.97):

( ) pcc Etf ε=∆ . (4.99)

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62

CAPÍTULO 5

RECURSOS DESENVOLVIDOS

Com o advento da Internet e seu notável crescimento, desenvolveu-se

paralelamente um grande mercado voltado ao fornecimento de ferramentas

destinadas à produção de conteúdo para a Web. A contínua e expressiva demanda de

produtos voltados para a confecção de material multimídia abriu espaço para a

criação e desenvolvimento de empresas que se especializaram em produzir softwares

e equipamentos específicos para as mais variadas necessidades associadas à

produção e distribuição de conteúdo multimídia. Neste capítulo, são apresentados os

recursos multimídia desenvolvidos, sendo feita uma descrição das principais

características das animações, applets, hipertexto, vídeo e CD-ROM obtidos.

Os mais importantes recursos que foram utilizados no processo de

desenvolvimento do conteúdo multimídia também são apresentados, e constituem o

tópico de apreciação do primeiro item deste capítulo.

Os recursos desenvolvidos que estão disponíveis na Internet encontram-se

no seguinte endereço:

http://www.lmc.ep.usp.br/pesquisas/tecedu

Na página que se encontra no endereço acima, é possível acessar também

outros recursos desenvolvidos por professores e alunos participantes do projeto

integrado de pesquisa intitulado “Investigação de Novas Metodologias para o Ensino

de Engenharia de Estruturas Utilizando Recursos de Multimídia Interativa”, do

Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da

USP.

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5.1 Ferramentas de Desenvolvimento

5.1.1 Macromedia Flash

Desenvolvido pela Macromedia Incorporated, Flash é uma poderosa

ferramenta voltada para o desenvolvimento de aplicativos e multimídia (Filho, 2001),

sendo utilizada por mais de um milhão de profissionais em todo o mundo, e é o

software pioneiro na criação de animações interativas ou sites para a Internet.

O ambiente de desenvolvimento, bem acessível em termos de

aprendizagem, contém recursos que possibilitam a desenvolvedores de conteúdo

HTML (Hipertext Markup Language – Linguagem para Marcação de Hipertexto)

(Filho, 1999) criar sofisticadas interfaces de usuário, publicidade on-line e cursos de

aprendizagem eletrônica.

O Macromedia Flash Player, programa necessário para acessar conteúdo

multimídia disponível na Internet baseada na tecnologia Flash, é usado por mais de

414 milhões de pessoas, e é a tecnologia de visualização mais amplamente usada na

disponibilização de multimídia e aplicativos.

Neste trabalho, Flash foi empregado no processo de criação das animações.

Fig. 5.1 - Ambiente de desenvolvimento do Macromedia Flash.

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64

5.1.2 Macromedia Dreamweaver

O Dreamweaver é um editor visual profissional voltado ao processo de

criação e gerenciamento de páginas para a Internet, sendo possível editar páginas

compatíveis com diversos navegadores e plataformas.

O Dreamweaver oferece ferramentas avançadas de desenho e layout, bem

como facilita a utilização dos recursos de HTML dinâmico, proporcionando um

ambiente de desenvolvimento integrado para a criação de páginas em várias

linguagens, constituindo uma boa plataforma para a disponibilização de aplicativos e

conteúdo para a Internet.

O hipertexto “Flexão Simples” foi desenvolvido utilizando-se os recursos

do Dreamweaver, integrando o conteúdo HTML, as animações e os applets

referentes ao assunto.

Fig. 5.2 - Macromedia Dreamweaver: Ambiente de desenvolvimento.

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5.1.3 Macromedia Fireworks

O Fireworks é uma solução para produção de projetos gráficos para a

Internet. É constituído por um ambiente que combina as ferramentas de edição de

bitmaps e de vetores, possibilitando criar imagens e animações editáveis.

De forma simplificada, as imagens vetoriais são definidas matematicamente

como uma série de pontos unidos por linhas. Em um arquivo vetorial, os elementos

gráficos são denominados objetos, sendo que cada objeto possui características

próprias, tais como forma, espessura, cor, posicionamento na área de desenho, etc.

As imagens bitmap são constituídas por pontos individuais denominados

pixels, que podem ser livremente modificados e alterar a apresentação final da

imagem, mas não possibilitam manipulação individual em suas partes, o que

constitui uma propriedade das imagens vetoriais.

Nesse trabalho, o Fireworks foi empregado no desenvolvimento de grande

parte das ilustrações que compõem o hipertexto “Flexão Simples”.

5.1.4 Macromedia Director

Softwares de autoria são programas equipados com diversas ferramentas

que permitem o desenvolvimento e a integração de projetos multimídia, podendo

agregar imagens, textos, vídeos e sons, e finalizar esse conteúdo de forma que sua

disponibilização em CD-ROM constitua uma tarefa simplificada tanto para o

produtor como para o usuário final do produto.

O Macromedia Director foi o software de autoria utilizado na confecção do

CD-ROM.

5.1.5 Corel DRAW e Corel PHOTO-PAINT

São softwares produzidos pela Corel Corporation voltados para o

desenvolvimento e edição de imagens, sendo que o Corel DRAW trabalha com

elementos gráficos vetoriais e o Corel PHOTO-PAINT com bitmaps.

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66

Algumas imagens utilizadas nas animações e no hipertexto “Flexão

Simples” foram desenvolvidas com esses dois softwares.

5.1.6 Adobe Premiere

Desenvolvido pela Adobe Systems Incorporated, o Adobe Premiere é um

software orientado para a edição de vídeo digital, tendo sido empregado no processo

de edição do vídeo “Concreto Protendido”, apresentado no item 5.5.

O Adobe Premiere possui sofisticadas ferramentas para a edição de vídeo

digital, e oferece um ambiente de trabalho bastante flexível, além de oferecer boa

compatibilidade com dispositivos de hardware de diversos fabricantes.

5.1.7 Java

A linguagem Java foi apresentada ao mundo pela Sun MicroSystems em

1995. Em sua concepção original, a linguagem foi planejada para aplicações voltadas

a produtos eletrônicos de grande consumo, tais como televisões, videocassetes e

outros eletrodomésticos. A escolha desse ramo não obteve o sucesso desejado, no

entanto, com a popularização da Internet, surgia uma nova e interessante aplicação

para a linguagem :os applets., que proporcionaram animação e interatividade aos até

então estáticos documentos da Web. Applets são pequenos programas adaptados para

instalação e execução dentro de páginas HTML. Estas páginas podem então ser

acessadas em um programa específico para visualização de hipertextos (browser)

(Eckstein, Loy ,Wood, 1998). As possibilidades para artes gráficas, multimídia e

interação passaram a ser maiores, pois Java permite desenhar figuras, fazer cálculos,

enviar mensagens ao usuário, exibir janelas e gráficos, dentre inúmeros outros

recursos.

Java é uma linguagem que implementa o paradigma da Programação

Orientada a Objetos. É uma linguagem interpretada, o que a torna independente da

plataforma, ou seja, um mesmo programa pode ser executado em qualquer sistema

que possua seu interpretador.

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67

Sendo uma linguagem totalmente orientada a objetos (Horstmann &

Cornell, 2001), o grande segredo de Java é a sua simplicidade. Algumas

características da linguagem são apresentadas a seguir:

• Segura: um programa em Java não pode ler ou escrever arquivos

locais quando é chamado em um carregador de classes seguro, como

um browser e nem usar a memória além do permitido;

• Simples: Java tem uma sintaxe muito simples que permite o usuário

programar facilmente de forma clara e orientada a objetos;

• Robusta: Java tem por finalidade a criação de programas que sejam

confiáveis, eliminando situações de erro;

• Multitarefa: em um mesmo programa podemos ter vários processos

rodando de forma concorrente;

• Universal e Interpretada: Java é universal, pois independe da

plataforma. Seu código é compilado para o processador virtual

(Java Virtual Machine) e transformado em uma seqüência de

instruções chamada bytecode. Essas instruções são interpretadas

para o processador real da máquina (Flanagan, 1997).

Java é muito utilizada na Internet, por prover uma grande quantidade de

métodos ou sub-rotinas para tratar com a rede, além da vantagem representada pelo

tamanho em bytes do código final, sendo relativamente pequeno para transferência

via Internet.

Um dos diferenciais da POO em relação a outros paradigmas de

programação está no conceito de herança, mecanismo através do qual definições

existentes podem ser facilmente estendidas. Juntamente com a herança deve ser

enfatizada a importância do polimorfismo, que permite selecionar funcionalidades

que um programa irá utilizar dinamicamente, durante sua execução.

Uma classe é um gabarito para a definição de objetos. Por meio da

definição de uma classe, descreve-se que propriedades (ou atributos) o objeto terá.

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68

Objetos são instâncias de classes. O uso racional de objetos, obedecendo

aos princípios associados à sua definição conforme estabelecido no paradigma de

desenvolvimento orientado a objetos, é chave para o desenvolvimento de sistemas

complexos e eficientes.

Além da especificação de atributos, a definição de uma classe também

descreve qual o comportamento de objetos da classe, ou seja, que funcionalidades

podem ser aplicadas a objetos da classe. Essas funcionalidades são descritas através

de métodos. Um método nada mais é que o equivalente a um procedimento ou

função, com a restrição que ele manipula apenas suas variáveis locais e os atributos

que foram definidos para a classe.

Uma vez definidas quais serão as classes que irão compor uma aplicação,

assim como qual deve ser sua estrutura interna e comportamento, é possível criar

essas classes em Java.

A linguagem Java foi utilizada neste trabalho no desenvolvimento dos

applets apresentados no item 5.3.

5.2 Animações

Foram desenvolvidos treze filmes em Flash (animações), abordando vários

tópicos referentes ao concreto armado submetido a flexão simples, a flexão composta

normal e a flexão composta oblíqua. No desenvolvimento das animações houve a

participação dos alunos de iniciação científica Fábio Corregio, Cristina Fava

Simionato e Kristiane Silveira Fernandes.

O processo de criação de cada uma das animações consistiu de cinco

etapas: escolha do assunto a tratar, definição do roteiro, planejamento da navegação,

elaboração das animações no ambiente de desenvolvimento e pré-utilização com o

objetivo de detectar eventuais falhas nos scripts de navegação. Estando tudo em

conformidade com o planejado, a animação era disponibilizada na Internet.

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69

Na escolha do assunto a tratar, o tópico a ser abordado era definido de

forma específica, sendo dada preferência a assuntos que contivessem elementos de

visualização importante ou relativamente difícil.

A definição do roteiro contemplava o modo segundo o qual o assunto

escolhido deveria ser convertido para o formato interativo, tornando-se clara nessa

fase o aspecto das ilustrações, o conteúdo textual a ser inserido, de que forma e em

quais ocasiões deveriam ser animados os textos e as ilustrações, bem como a maneira

segundo a qual seria feita a distribuição do conteúdo na área visível.

Na fase de planejamento da navegação, não apenas eram pensadas as

alternativas quanto ao deslocamento entre as diversas cenas que constituiriam o

filme, mas também a maneira segundo a qual, dentro de uma mesma cena, animações

específicas viriam ter o fluxo sob controle do usuário.

No desenvolvimento das animações foi utilizado o software Macromedia

Flash, e, para cada animação, buscou-se construir interfaces elegantes com boa

qualidade gráfica.

As animações desenvolvidas são apresentadas logo abaixo, e descritas em

seguida.

1) Modelo Constitutivo do Aço;

2) Modelo Constitutivo do Concreto;

3) Hipóteses de Ruptura na Flexão Simples;

4) Domínios de Deformação;

5) Modelo Resistente na Flexão – Armadura Simples;

6) Modelo Resistente na Flexão – Armadura Dupla;

7) Modelo Resistente na Flexão – Seção T;

8) Dimensionamento – Seção Genérica;

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70

9) Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Pequena Excentricidade;

10) Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Grande Excentricidade – Armadura Simples;

11) Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Grande Excentricidade – Armadura Dupla;

12) Flexão Composta Oblíqua;

13) Diagramas de Interação Adimensionais.

5.2.1 Animação “Modelo Constitutivo do Aço”

Busca proporcionar ao aluno uma visualização gráfica do modelo

constitutivo do aço convencionalmente adotado quando do estudo do concreto

armado. A animação possibilita a realização de ensaios simulados, nos quais o aço é

submetido à tração ou à compressão, havendo em cada um dos casos a apresentação

do correspondente diagrama tensão-deformação, que conta com um indicador que

permite, de forma qualitativa, acompanhar a evolução das tensões e deformações na

peça submetida ao ensaio. A formulação pertinente também surge oportunamente,

fornecendo informações referentes à tensão e deformação quando do início do

escoamento, bem como o valor do módulo de elasticidade do aço.

A interface apurada, associada aos recursos simplificados de navegação,

torna a interação com a animação não apenas agradável, mas também bastante fácil.

Na figura 5.3 temos uma captura de tela quando da execução da animação.

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71

Fig. 5.3 - Animação “Modelo Constitutivo do Aço”.

5.2.2 Animação “Modelo Constitutivo do Concreto”

Essa animação tem o intento de fornecer ao professor uma ferramenta

auxiliar quando da apresentação dos modelos constitutivos do concreto,

proporcionando ao aluno uma visualização rápida e eficiente de um corpo de prova

submetido a um ensaio de compressão ou tração, com a disponibilização do

desenvolvimento do digrama tensão-deformação à medida que cada um dos ensaios é

realizado. Também são apresentados os modelos parábola-retângulo e retangular

simplificado.

Na figura 5.4 é possível ver uma captura de tela quando da execução da

animação.

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72

Fig. 5.4 - Animação “Modelo Constitutivo do Concreto”.

5.2.3 Animação “Hipóteses de Ruptura na Flexão Simples”

Desenvolvida com o objetivo de apresentar ao aluno as hipóteses de ruptura

em uma peça de concreto armado submetida a flexão simples, a animação em

questão apresenta uma viga que, sendo gradativamente carregada, tem o seu

diagrama momento-curvatura constantemente atualizado, a profundidade da linha

neutra alterada em função da ocorrência da fissuração no concreto e alteração do

estádio em que se encontra a peça.

Um diagrama de tensões qualitativo é exibido ao lado da viga, e auxilia de

forma bastante eficiente a visualizar as correlações com o diagrama momento-

curvatura e integridade da viga.

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Fig. 5.5 - Animação “Hipóteses de Ruptura na Flexão Simples”.

5.2.4 Animação “Domínios de Deformação”

O objetivo dessa animação foi criar um ambiente no qual fosse possível

visualizar de forma bastante interativa e eficiente os domínios de deformação do

concreto armado, buscando facilitar o processo de aprendizado do tópico abordado.

Conforme pode ser observado na figura 5.6, a navegação entre os vários

domínios é feita por meio dos botões que indicam a cena associada a cada domínio,

sendo que também é possível, dentro de um domínio, parar ou avançar a animação,

de modo que o usuário pode visualizar o conteúdo conforme considere mais

conveniente.

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74

Fig. 5.6 - Animação “Domínios de Deformação na Ruptura”.

5.2.5 Animação “Modelo Resistente na Flexão – Armadura Simples”

Nessa animação são apresentados os roteiros de dimensionamento e

verificação de um elemento estrutural de concreto armado, de seção retangular com

armadura simples e submetido a flexão simples.

Na primeira cena do filme é feita a caracterização do elemento estrutural

em estudo, além do cálculo da resultante de tensões no concreto e na armadura, e

apresentação das equações de equilíbrio de força e momento (fig. 5.7). No final dessa

cena, são habilitados os botões que possibilitam o acesso aos roteiros de

dimensionamento ou verificação.

Seja na cena introdutória, ou nas que tratam do dimensionamento e

verificação, a animação fornece bons recursos de interatividade, possibilitando ao

usuário controle sobre a navegação entre cenas e sobre o fluxo do conteúdo

apresentado.

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75

Fig. 5.7 - Animação “Modelo Resistente na Flexão Simples - Armadura

Simples”: Primeira cena.

5.2.6 Animação “Modelo Resistente na Flexão – Armadura Dupla”

Analogamente a animação “Modelo Resistente na Flexão – Armadura

Simples”, essa animação aborda os roteiros de dimensionamento e verificação de

uma peça de concreto armado de seção retangular submetida a flexão simples, porém

com armadura dupla.

Na primeira cena do filme também é feita a caracterização do elemento

estrutural em estudo, o cálculo da resultante de tensões no concreto e na armadura, e

apresentação das equações de equilíbrio de força e momento. Os botões que

possibilitam o acesso aos roteiros de dimensionamento ou verificação são

disponibilizados no final da primeira cena, conforme apresentado na figura 5.8.

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76

Fig. 5.8 - Animação “Modelo Resistente na Flexão - Armadura Dupla”:

Acesso às rotinas de dimensionamento e verificação.

5.2.7 Animação “Modelo Resistente na Flexão – Seção T”

Animação com estrutura similar a das duas anteriormente tratadas, a

animação “Modelo Resistente na Flexão – Seção T” trata da caracterização de um

elemento estrutural com seção “T” submetido a flexão simples e simplesmente

armado.

Na primeira cena, são apresentadas as duas opções de modelo resistente, e

como proceder em relação a escolha de cada uma delas. Uma vez selecionado um

dos modelos, é apresentado o cálculo da resultante de tensões no concreto e na

armadura, e em seguida surgem as equações de equilíbrio de força e momento.

Na figura 5.9 é apresentado o modelo resistente para a seleção da opção

fhX ≤.8.0 .

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Fig. 5.9 - Animação “Modelo Resistente na Flexão – Seção T”: Caso

fhX ≤.8.0 .

5.2.8 Animação “Dimensionamento – Seção Genérica”

Considerado um tópico complexo, em virtude da associação de uma seção

de geometria sofisticada usualmente necessária quando da sua abordagem com a

variedade de modelos resistentes a serem considerados, o dimensionamento de um

elemento estrutural com seção qualquer e submetido a flexão simples é o tema dessa

animação, que objetiva proporcionar aos professores uma poderosa ferramenta de

auxílio didático, visando reduzir a dispersão e facilitar a visualização e compreensão

dos alunos.

Na animação são tratados os vários casos de caracterização estrutural e

modelos resistentes que podem ser obtidos em peças inseridas no contexto estudado,

sendo que para cada um dos casos há uma cena correspondente.

A figura 5.10 ilustra um dos casos tratados pela animação.

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Fig. 5.10 - Animação “Dimensionamento – Seção Genérica”.

5.2.9 Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Pequena Excentricidade”

A animação apresenta três modelos resistentes para elementos estruturais de

concreto armado submetidos a flexão composta normal com pequena excentricidade,

sendo dois para o caso de flexo-compressão (um modelo para a seção duplamente

armada e outro para o caso de seção com armadura unilateral) e um para a flexo-

tração. Para cada situação considerada, é apresentada uma animação com o roteiro de

dimensionamento correspondente.

Em cada uma das opções de acesso (flexo-compressão: situação com duas

armaduras, flexo-compressão: situação em armadura unilateral e flexo-tração) têm-se

inicialmente a caracterização do elemento estrutural em estudo, além do cálculo da

resultante de tensões no concreto e na armadura, e apresentação das equações de

equilíbrio de força e momento (fig. 5.11). Em seguida, são habilitados os botões que

possibilitam o reinício da apresentação do modelo resistente ou o acesso ao roteiro de

dimensionamento.

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79

Tanto nas cenas iniciais como nas que tratam do dimensionamento, a

animação oferece bons recursos de interatividade, possibilitando ao usuário controle

sobre a navegação entre cenas e sobre o fluxo do conteúdo apresentado.

Fig. 5.11 - Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal -

Pequena Excentricidade”.

5.2.10 Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Grande Excentricidade – Armadura Simples”

Trata dos modelos resistentes para elementos estruturais de concreto

armado submetidos a flexão composta normal com grande excentricidade e armadura

simples, sendo um modelo para o caso de flexo-compressão e outro para a flexo-

tração, sendo apresentada uma animação com o roteiro de dimensionamento em cada

situação.

Seja no módulo de flexo-compressão ou no de flexo-tração, inicialmente é

feita a caracterização do elemento estrutural em estudo, seguida do cálculo da

resultante de tensões no concreto e na armadura, e posterior apresentação das

equações de equilíbrio de força e momento. Imediatamente após, são habilitados os

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botões que possibilitam reiniciar a apresentação do modelo resistente escolhido ou

acessar o processo de dimensionamento.

A figura 5.12 apresenta o roteiro de dimensionamento fornecido para o caso

de flexo-compressão.

Fig. 5.12 - Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal -

Grande Excentricidade – Armadura Simples”: Rotina de dimensionamento para o caso de flexo-compressão.

5.2.11 Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal –

Grande Excentricidade – Armadura Dupla”

Compartilhando várias características da animação anteriormente

apresentada, em “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal – Grande

Excentricidade – Armadura Dupla” são apresentados, dentro do assunto proposto,

dois modelos resistentes, sendo um modelo para a flexo-compressão e outro para a

flexo-tração, havendo para cada opção a caracterização do elemento estrutural, o

cálculo da resultante de tensões no concreto e na armadura e um roteiro de

dimensionamento.

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Na figura 5.13 pode-se ver a cena que trata do dimensionamento para o

caso de flexo-tração.

Fig. 5.13 - Animação “Modelo Resistente na Flexão Composta Normal -

Grande Excentricidade – Armadura Dupla”: Rotina de dimensionamento.para o caso de flexo-tração.

5.2.12 Animação “Flexão Composta Oblíqua”

Buscando introduzir os conceitos fundamentais relacionados a flexão

composta oblíqua (FCO), essa animação caracteriza a FCO em uma seção retangular

com armadura simétrica, apresenta os adimensionais νd, µxd, µyd, e ilustra a obtenção

de uma superfície de interação e mostra um diagrama típico.

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Fig. 5.14 - Animação “Flexão Composta Oblíqua”- Plano com νd constante gera o diagrama em um dos octantes.

5.2.13 Animação “Diagramas de Interação Adimensionais”

A apresentação de um roteiro detalhado contendo o procedimento para a

obtenção dos adimensionais necessários para o traçado de diagramas de interação

adimensionais constitui o objetivo dessa animação.

Depois da animação que fornece as equações de equilíbrio, o usuário pode

selecionar o processo de obtenção de adimensionais de acordo com a região de

interesse (domínios 1-2, 3-4 ou 5). Na figura 5.15 é ilustrada a cena que mostra como

são obtidos os adimensionais para os domínios 3 e 4.

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Fig. 5.15 - Animação “Diagramas de Interação Adimensionais”.

5.3 Applets

São programas desenvolvidos em Java que rodam dentro de um browser.

Os applets são seguros, dinâmicos, independentes de plataforma e rodam em

ambiente de rede. Eles podem reagir à entrada do usuário tornando as páginas Web

mais dinâmicas.

Desenvolvidos no ambiente Jcreator com a participação dos alunos de

iniciação científica Fábio Corregio, Cristina Fava Simionato e Kristiane Silveira

Fernandes, espera-se que os applets criados proporcionem uma significativa

contribuição no ensino e na aprendizagem do conteúdo das disciplinas de concreto

armado e protendido. A figura 5.16 ilustra o ambiente de desenvolvimento Java

empregado.

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Fig. 5.16 - JCreator: Ambiente de desenvolvimento Java utilizado.

Os applets desenvolvidos são apresentados logo abaixo, e descritos em

seguida.

1) Flexão Simples - Dimensionamento;

2) Flexão Simples - Verificação;

3) Flexão Composta Normal - Dimensionamento;

4) Diagramas de Interação Adimensionais;

5) O Conceito de Protensão;

6) Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados;

7) Perdas por Acomodação das Cunhas de Ancoragem;

8) Cálculo da Deformação por Fluência e Retração no Concreto.

5.3.1 Applet “Flexão Simples – Dimensionamento”

Planejado com o objetivo de proporcionar uma poderosa ferramenta de

auxílio didático à disciplina de concreto armado quando do estudo do

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dimensionamento de peças de seção retangular submetidas a flexão simples, esse

applet fornece, gráfica e textualmente, várias informações relevantes referentes ao

elemento estudado.

A utilização do applet é bastante simples, bastando ao usuário fornecer os

dados referentes a geometria, características mecânicas e carregamento (solicitados

nos campos de texto editável), e uma vez acionado o botão atualizar, são devolvidas

as informações textuais relativas ao comportamento da peça e da seção de aço

requerida para resistir ao carregamento aplicado, além da atualização gráfica

correspondente ao modo como o elemento estrutural responderá às ações que lhe

foram impostas.

Didaticamente, esse applet complementa as animações “Modelo Resistente

na Flexão – Armadura Simples” e “Modelo Resistente na Flexão – Armadura

Dupla”. Nas animações, é possível acompanhar os roteiros que tratam da

caracterização estrutural, dos modelos resistentes e dos processos de

dimensionamento. O applet acrescenta ao aluno a possibilidade de criar suas próprias

seções, e mediante o grau de interatividade proporcionado, realizar simulações on-

line (o que possibilita uma clara visualização do conteúdo tratado nas animações),

desenvolver o senso crítico e aprofundar-se na matéria tratada de uma forma que,

utilizando-se apenas os meios tradicionais, dificilmente seriam alcançados com a

mesma eficácia.

Fig. 5.17 - Applet “Flexão Simples - Dimensionamento”.

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5.3. 2 Applet “Flexão Simples - Verificação ”

Assim como no caso do applet que abordou o dimensionamento de peças de

concreto armado submetidas a flexão simples, esse applet busca constituir uma

eficiente ferramenta à disposição dos professores e alunos quando do estudo de peças

de concreto armado com seção retangular e submetidas a flexão simples, no caso de

verificação.

A utilização desse applet, assim como acontece aos demais, é bastante

simples, sendo necessário apenas que o usuário forneça os dados referentes a

geometria, características mecânicas e armadura, e uma vez acionado o botão

atualizar, são retornadas as informações textuais e gráficas relativas ao

comportamento da peça e ao momento resistente.

Similarmente ao applet anteriormente abordado, o applet “Flexão Simples -

Verificação” complementa didaticamente as animações “Modelo Resistente na

Flexão – Armadura Simples” e “Modelo Resistente na Flexão – Armadura Dupla”.

Nas animações supracitadas, pode-se acompanhar o conteúdo referente a

caracterização estrutural, modelos resistentes e rotinas de verificação. O applet

acrescenta ao aluno a possibilidade de criar suas próprias peças, realizar simulações

on-line e desenvolver o senso crítico e compreensão sobre a matéria abordada de

forma bem mais eficiente e motivadora do que utilizando apenas os meios

convencionais.

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Fig. 5.18 - Applet “Flexão Simples - Verificação”.

5.3.3 Applet “Flexão Composta Normal – Dimensionamento ”

Para a maioria dos professores de concreto armado, não constitui tarefa

muito simples apresentar em sala de aula, utilizando-se de boa vontade, quadro-

negro, giz e voz, os conceitos e rotinas referentes a flexão composta normal de forma

que a maioria dos alunos não apenas compreenda o exposto,mas adquiram motivação

a respeito do assunto. Buscando esses objetivos por meio da adição de recursos

didáticos colocados à disposição através das animações “Modelo Resistente na

Flexão Composta Normal – Pequena Excentricidade”, “Modelo Resistente na Flexão

Composta Normal – Grande Excentricidade – Armadura Simples” e “Modelo

Resistente na Flexão Composta Normal – Grande Excentricidade – Armadura

Dupla”, foi desenvolvido o applet “Flexão Composta Normal - Dimensionamento”.

Seguindo as características de interface e funcionamento que foram

adotados nos dois applets anteriormente considerados, uma vez ativo, a utilização do

applet depende apenas que o usuário forneça coerentemente os dados referentes a

geometria, características mecânicas e carregamentos (solicitados nos campos de

texto editável), e uma vez acionado o botão de atualização, são retornadas as

informações textuais e gráficas relativas ao comportamento da peça e da seção de aço

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requerida para resistir ao carregamento aplicado, além da atualização gráfica

correspondente à resposta da seção analisada.

Fig. 5.19 - Applet “Flexão Composta Normal - Dimensionamento”.

5.3.4 Applet “Diagramas de Interação Adimensionais ”

O applet “Diagramas de Interação Adimensionais” complementa

didaticamente a animação que possui o mesmo nome. Enquanto na animação o

usuário pode acompanhar o processo teórico de construção de um diagrama de

interação adimensional, torna-se possível, por meio do applet, visualizar a aplicação

do conteúdo da animação via geração de seções e posterior desenho dos diagramas

correspondentes, e também compreender a importância destes diagramas.

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Fig. 5.20 - Applet “ Diagramas de Interação Adimensionais”.

5.3.5 Applet “O Conceito de Protensão”

Este applet propõe apresentar o conceito da protensão de forma didática,

ilustrativa e interativa. A partir do fornecimento dos dados referentes às

características geométricas da viga (comprimento do vão, além da base e altura da

seção transversal), e dos valores das tensões admissíveis à tração e compressão do

concreto, é possível realizar a análise do valor máximo da força concentrada P

(aplicada em um ponto na metade do vão) que a viga pode suportar quando uma

força de compressão N , com excentricidade e, é aplicada em suas extremidades.

Tanto o valor da força de compressão como o da excentricidade podem ser

atualizados. Os valores associados à geometria da viga e às tensões admissíveis do

concreto, uma vez inseridos nos campos de texto editável, são incorporados ao

applet, em termos de consideração para o cálculos, quando é acionado o botão

“Atualizar”.

À medida que os valores propostos para a carga N e sua excentricidade são

alterados, automaticamente tem-se a atualização da carga P, bem como também dos

desenhos referentes às cargas aplicadas e dos gráficos das tensões que se

desenvolvem tanto na metade do vão como nos apoios.

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Espera-se que esse applet facilite a compreensão da forma como a

protensão, aplicada a uma estrutura, incrementa a capacidade portante da mesma, e

que esse é um dos motivos pelos quais a protensão constitui um significativo recurso

à disposição da Engenharia.

Fig. 5.21 - Applet “O Conceito de Protensão”.

5.3.6 Applet “Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados”

O applet “Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados” aborda o

fenômeno da perda da força de protensão por atrito entre o cabo e a bainha em vigas

de concreto protendido com aderência posterior.

Considera-se no applet que o cabo de protensão possui dois trechos curvos

(parabólicos) e um trecho reto, sendo que os comprimentos de tais trechos podem ser

modificados nos campos de texto correspondentes. O ângulo α referente aos trechos

parabólicos também pode ser modificado, assim como os valores associados aos

coeficientes k e µ, o valor da força inicial de protensão, a área da seção do cabo e o

módulo de deformação longitudinal da armadura de protensão.

A incorporação dos dados fornecidos, para fins de cômputos, é feita por

meio do botão “Atualizar”, o qual, uma vez acionado, fornece, para os valores das

variáveis presentes nos campos editáveis, um gráfico que apresenta o valor da força

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de protensão ao longo do cabo, bem como o deslocamento total do cabo, no final da

protensão.

Fig. 5.22 - Applet “Perdas por Atrito em Cabos Pós-Tracionados”.

5.3.7 Applet “Perdas por Acomodação das Cunhas de Ancoragem”

O applet “Perdas por Acomodação das Cunhas de Ancoragem” visa

apresentar o fenômeno da perda da força de protensão decorrente da acomodação das

cunhas de ancoragem, além de proporcionar uma comparação com as perdas de

protensão decorrentes do atrito entre o cabo e a bainha, em vigas de concreto

protendido com aderência posterior.

Considera-se nesse applet, assim como no “Perdas por Atrito em Cabos

Pós-Tracionados”, que o cabo de protensão possui dois trechos curvos (parabólicos)

e um trecho reto. Os comprimentos desses trechos, o ângulo α referente aos trechos

parabólicos, os valores associados aos coeficientes k e µ, o valor da força inicial de

protensão, a área da seção do cabo, o recuo do cabo (δ) e o módulo de deformação

longitudinal da armadura de protensão(Ep) podem ser modificados nos campos de

texto correspondentes.

A consideração dos dados fornecidos é feita acionando-se o botão

“Atualizar”, proporcionando-se o traçado um gráfico que apresenta o valor da força

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de protensão ao longo do cabo, tanto antes do encunhamento (ou seja, considerando

apenas o atrito entre o cabo e a bainha), como também depois do encunhamento,

considerando as perdas anteriores.

Fig. 5.23 - Applet “Perdas por Atrito e Encunhamento em Cabos Pós-

Tracionados”.

5.3.8 Applet “Cálculo da Deformação por Fluência e Retração

no Concreto”

Os valores das deformações decorrentes da fluência e da retração no

concreto são importantes para o cálculo das perdas de protensão. Porém, o cálculo de

tais deformações pode ser bastante trabalhoso. O applet “Cálculo da Deformação por

Fluência e Retração no Concreto” objetiva proporcionar uma forma ágil de obter tais

deformações, a partir do fornecimento dos dados pertinentes ao cálculo das mesmas.

A área da seção de concreto, o perímetro externo da seção em contato com

o ar, a umidade relativa do ar, a temperatura média do ambiente, a resistência

característica do concreto, a tensão de compressão no concreto junto à fibra

correspondente à armadura de protensão e as idades fictícias do concreto são

variáveis editáveis, e são definidas nos correspondentes campos de texto editável.

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Os valores definidos nos campos de texto são considerados, para fins de

cálculo das deformações, após o acionamento do botão “Atualizar”, permitindo ao

applet proporcionar o valor do coeficiente de fluência (φ(t,t0)) e suas parcelas (φa,φf e

φd). As deformações por fluência e retração também são fornecidas.

Fig. 5.24 - Applet “Deformação por Fluência e Retração no Concreto”.

5.4 Hipertexto “Flexão Simples”

Esse hipertexto foi desenvolvido com o intuito de proporcionar, na Internet,

uma fonte de informações referentes a flexão simples, englobando tanto conteúdo

textual como animações e applets, de forma a servir de material de complemento

didático para professores e fonte de pesquisa e aprofundamento para alunos.

O hipertexto também conta com um módulo de exercícios, o qual,

desenvolvido com os softwares Flash, Dreamweaver, Fireworks e Corel DRAW,

conta com aprazível interface e fácil navegação.

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Fig. 5.25 – Página principal do hipertexto “Flexão Simples”.

O conteúdo textual foi dividido em oito módulos, sendo que seis deles

apresentam vínculos para animações e applets que complementam a compreensão do

texto apresentado.

Os exercícios, os applets e as animações referentes a flexão simples podem

ser acessados por meio do menu de salto presente logo abaixo do botão que leva à

última seção de texto (fig. 5.26).

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Fig. 5.26 – Módulo “seção T”.

Treze exercícios foram propostos, havendo para cada um deles um botão a

partir do qual as respostas obtidas pelos alunos podem ser aferidas. Dos treze

exercícios, nove são dotados de botões que quando acionados, originam uma nova

janela com os applets correlatos. As figuras 5.27 e 5.28 mostram a página de acesso

ao módulo de exercícios e um dos exercícios propostos, respectivamente.

Fig. 5.27 - Página de acesso ao módulo de exercícios.

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Fig. 5.28 - Módulo de exercícios: Exercício 04.

5.5 Vídeo “Concreto Protendido”

Abordando os fundamentos do concreto protendido, o vídeo foi produzido

pela Belgo-Mineira e originalmente disponibilizado em formato VHS (Vídeo Home

System). Como a proposta do trabalho previa que o vídeo deveria ser disponibilizado

via Internet ou por meio de um CD-ROM, ele foi digitalizado e posteriormente

editado, sendo que no processo de digitalização foi utilizada uma placa de aquisição

de vídeo Pinnacle, e para a edição do conteúdo já digitalizado, foi empregado o

software Adobe Premiere.

Uma vez digitalizado e editado, foi constatado que o arquivo do vídeo

digitalizado, de 11minutos e 54 segundos de duração, apresentava um tamanho de

1.37 GB, que impossibilitava a sua inclusão em um CD-ROM e o tornava inviável de

ser visto por meio da Internet. Para contornar esses problemas, dois procedimentos

foram adotados, e são tratados a seguir.

O primeiro procedimento consistiu em comprimir o arquivo de vídeo,

utilizando-se para isso o software VirtualDub. Com isso, obteve-se um arquivo bem

menor (140 MB), preservando a alta qualidade de vídeo e áudio. Entretanto, para a

visualização do vídeo, é necessário o uso de um codec (codificator-decodificator),

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que é o programa responsável pela descompactação do arquivo. Essa medida tornou

possível incluir o vídeo em um CD-ROM, mas seu tamanho ainda tornava o seu

acesso pela Internet impraticável.

Fig. 5.29 - Edição do vídeo “Concreto Protendido”, utilizando o software

Adobe Premiere.

Para viabilizar o vídeo pela Internet, foi feita uma compressão ainda maior,

aliada a uma segmentação do arquivo resultante em várias partes. Embora a

compressão aplicada tenha acarretado uma sensível perda de qualidade gráfica, o

áudio teve a sua qualidade praticamente inalterada, e o resultado final foi bastante

satisfatório.

5.6 CD-ROM

CD-ROM significa Compact Disk, Read Only Memory (disco compacto

apenas de leitura), e como o próprio nome diz, os CD-ROMs já vem gravados, e não

podem ser alterados pelo usuário. Os CD-ROMs atuais têm capacidade de

armazenamento de até 700 MB (megabytes), o que corresponde a mais de 480

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disquetes de 1.44 MB, constituindo um excelente meio para disseminar grandes

volumes de informação, especialmente produtos multimídia.

Tendo em vista que alguns dos recursos desenvolvidos, como o vídeo,

requerem Internet de alta velocidade para que sua utilização on-line seja satisfatória,

e que são relativamente poucas as salas de aula com um ponto de acesso à Internet, o

conteúdo multimídia desenvolvido foi disponibilizado sob a forma de um CD-ROM,

de forma a possibilitar o uso dos recursos independentemente de conexões com a

Internet.

O CD-ROM foi feito utilizando-se o Macromedia Director, e integra as

animações, os applets, o hipertexto “Flexão Simples” e o vídeo. Os aplicativos

necessários para a visualização off-line de todo o conteúdo também foram

disponibilizados.

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CAPÍTULO 6

UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS MULTIMÍDIA

Neste capítulo é apresentada a forma como foram utilizados os recursos

multimídia e é feita uma avaliação tanto dos resultados do seu emprego (em termos

de acréscimo de motivação e conhecimentos proporcionados aos alunos), como

também dos próprios recursos, levando em consideração a experiência com

estudantes do curso de Engenharia Civil matriculados na disciplina PEF 2304 –

Estruturas de Concreto II, do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações

da Escola Politécnica da USP.

6.1 Experiência de Utilização

Uma vez concluídos, os recursos multimídia desenvolvidos eram

prontamente utilizados em sala de aula, sendo que os seguintes equipamentos foram

empregados quando do uso dos recursos:

• Computador portátil;

• Projetor multimídia;

• Telão.

O hipertexto, os applets e animações que tratam do concreto armado foram

intensamente utilizados na disciplina PEF 2304 – Estruturas de Concreto II, e nas

aulas em que foi feito uso do conteúdo multimídia, foi possível obter melhor

aproveitamento do tempo disponível, por parte do professor, e facilitação da

compreensão dos assuntos e melhor visualização dos fenômenos tratados, por parte

dos alunos.

O conteúdo multimídia voltado para os tópicos de concreto protendido

ainda não foi aplicado em disciplinas de graduação da Escola Politécnica da USP

(EPUSP), embora parte do material desenvolvido tenha sido utilizado na disciplina

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100

ES09 (Estabilidade Global e Análise de Peças Esbeltas), do curso de especialização

em Gestão de Projetos de Sistemas Estruturais, da EPUSP.

6.2 Avaliação dos Recursos Multimídia

Concluídas todas aulas nas quais os recursos multimídia foram utilizados, e

objetivando perceber o grau de contribuição do conteúdo desenvolvido, foi

distribuído um questionário para vinte alunos do curso de Engenharia Civil

matriculados na disciplina PEF 2304 – Estruturas de Concreto II, do Departamento

de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da USP, sendo esses

alunos aqueles que compareceram à aula nesse dia. O questionário aplicado

apresenta 22 perguntas, e encontra-se disponível no anexo.

Antes do preenchimento do questionário, foi apresentada a necessidade do

fornecimento de respostas francas, com o intuito de se poder fazer uma avaliação que

proporcionasse, com fidelidade, o aproveitamento do uso dos recursos e a adequação

do conteúdo multimídia, em relação ao conteúdo e interface dos mesmos.

O questionário não solicitava a identificação do aluno, entretanto, em sua

primeira seção, informações gerais, como sexo e repetência na disciplina foram

solicitadas. Todos os alunos presentes eram do sexo masculino, e desses, três

cursavam a disciplina pela segunda vez, e um pela terceira.

A segunda seção do questionário buscava avaliar o nível de conhecimentos

dos alunos nos tópicos cujas aulas foram dadas com auxílio dos recursos multimídia,

qual a importância atribuída aos recursos nesse processo, e se o professor da matéria

modificou a sua metodologia durante o período em que as aulas tiveram o suporte

multimídia. As figuras 6.1 e 6.2 trazem gráficos baseados nas respostas fornecidas

sobre como os alunos avaliavam seus conhecimentos sobre flexão simples e flexão

composta normal, respectivamente. É possível perceber que a maioria dos alunos

considera-se mais bem preparada em relação a flexão simples que em relação a

flexão composta normal.

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Conhecimentos - Flexão Simples

012345678910

Poucos Excelentes

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.1 – Respostas dos alunos em relação aos conhecimentos sobre flexão

simples.

Conhecimentos - Flexão Composta Normal

012345678910

Poucos Excelentes

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.2 – Respostas dos alunos em relação aos conhecimentos sobre flexão composta normal.

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Uma avaliação da importância do uso do material multimídia decorre

imediatamente das respostas fornecidas ao item que tratou da contribuição dos

recursos na compreensão dos assuntos considerados. De acordo com a figura 6.3, que

apresenta um gráfico que indica a relevância do conteúdo multimídia no

entendimento dos assuntos (de acordo com o preenchimento do questionário), das 20

respostas fornecidas, 15 delas (o equivalente a 75% do total) consideram que a

contribuição foi bem positiva.

Contribuição dos Recursos na Compreensão dos Assuntos

0

2

4

6

8

10

Dificultou AuxiliouMuito

Ním

ero

de A

luno

s

Fig. 6.3 – Contribuição dos recursos multimídia na compreensão dos

assuntos.

Sobre a metodologia empregada pelo professor, 13 alunos consideraram

que houve uma alteração no método de ensino quando da utilização do pacote

multimídia, enquanto 7 apresentaram opinião contrária. O item que solicitava

comentários relativos às mudanças percebidas foi preenchido de forma bastante

diversificada. Nesse tópico, a classe ficou dividida em dois grupos: Os que

consideraram a aula mais dinâmica, e que viram nisso um aspecto positivo (5 alunos)

e aqueles que não consideraram o ritmo da aula adequado, considerando que esse

dinamismo dificultava a compreensão e originava a diminuição do interesse pela aula

(3 alunos).

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103

Esse tipo de resposta evoca a necessidade de considerar, no processo de

ensino-aprendizagem, as diversas características dos alunos, no que diz respeito aos

seus ritmos e formas de construir o conhecimento. No tocante ao ensino de Concreto

armado e protendido, o que se tem visto, em geral, é a enfatize, por parte dos

professores, de um determinado estilo de ensinar, o que, por sua vez, privilegia uma

determinada dimensão de um modelo de aprendizagem em detrimento de outros.

Sobre o uso do hipertexto, animações e applets, em casa ou na

Universidade, fora do horário de aula, as respostas obtidas proporcionaram a geração

do gráfico apresentado na figura 6.4.

Utilização dos Recursos Fora do Horário da Aula

Em nenhum outro momento, com

Internet ( 8 )40%

Na Universidade ( 5 )25%

Em Casa ( 4 )20%

Em nenhum outro momento, Sem

Internet em Casa ( 0 )0%

Em Casa e na Universidade ( 3 )

15%

Fig. 6.4 – Comparação entre as diversas formas de utilização dos recursos multimídia, por meio da Internet.

Embora 40% dos alunos não tenha acessado o conteúdo na Internet, mesmo

tendo condições de fazê-lo, 60% fez uso dos recursos, estando distribuídos segundo

indicado na figura 6.4. A última questão da seção 2 tencionava obter

qualitativamente como o material multimídia afetou a motivação dos alunos. O

gráfico apresentado na figura 6.5 mostra a distribuição das respostas na escala que se

estende desde a diminuição até um grande aumento da motivação. Do gráfico em

questão, percebe-se que 16 alunos (80%) e consideraram beneficiados com a

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104

utilização dos recursos, e 4 se sentiram prejudicados nesse aspecto. Percebe-se que

este percentual é bastante compatível com o observado a partir das respostas

referentes ao auxílio dos recursos na compreensão dos assuntos tratados (cf. fig. 6.3).

Como o Uso dos Recursos Multimídia Afetou a sua Motivação?

0

2

4

6

8

10

Dim

inui

u

Aum

ento

uPo

uco

Aum

ento

uM

uito

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.5 – Respostas referentes a influência do uso dos recursos na motivação.

A seção 3 traz questões orientadas à avaliação dos recursos multimídia,

sendo considerados aspectos como quantidade de conteúdo, importância dos tópicos

selecionados, interface e avaliação geral.

Os alunos mostraram-se satisfeitos quanto ao conteúdo do hipertexto e das

animações utilizadas, sendo pequena a parcela de estudantes que se mostraram

insatisfeitos nesse quesito, conforme indicam as figuras 6.6 e 6.7. Acerca da

importância dos tópicos tratados nos applets e animações, foram obtidas respostas

que indicam o acerto da equipe de planejamento quando da elaboração do material

multimídia. As respostas estão apresentadas na forma de gráficos, nas figuras 6.8 e

6.9.

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Percebe-se das avaliações gerais do hipertexto, animações e applets, que o

conteúdo produzido foi considerado de boa qualidade (cf. fig. 6.10). As respostas

Conteúdo Apresentado no Hipertexto

0

2

4

6

8

10

Mui

to P

ouco

Ade

quad

o

Dem

asia

do

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.6 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre o conteúdo do hipertexto.

Conteúdo das Animações

0246810

Mui

to P

ouco

Ade

quad

o

Dem

asia

do

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.7 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre o conteúdo das animações.

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106

fornecidas referentes a disposição de conteúdo, navegação e fonte empregados

também receberam bons conceitos, conforme apresentado nas figuras 6.11 e 6.12.

Importância dos Tópicos das Animações

0246810

Pouc

a

Mui

ta

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.8 – Gráfico apresentando a visão dos alunos sobre a importância dos tópicos das animações.

Importância dos Tópicos Abordados nos Applets

0

2

4

6

8

10

Pouc

a

Mui

ta

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.9 – Gráfico ilustrativo da importância dos tópicos dos applets.

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107

Avaliação Geral do Hipertexto

0246810

Pobr

e

Exce

lent

e

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Avaliação Geral das Animações

0246810

Pobr

es

Exce

lent

es

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Avaliação Geral dos Applets

0246810

Pobr

es

Exce

lent

es

Não

Res

pond

eram

Núm

ero

de A

luno

s

Fig. 6.10 – Avaliação geral dos recursos desenvolvidos.

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108

Fig. 6.11 – Avaliação da interface: Disposição do conteúdo, navegação e tamanho das fontes.

Disposição do Conteúdo

0246810

Rui

m/

Con

fusa

Exce

lent

eNúm

ero

de A

luno

s

Navegação

0246810

Rui

m/ D

ifíci

l

Boa

Mui

to F

ácil

Não

resp

onde

ramN

úmer

o de

Alu

nos

Tamanho das Fontes

02468101214161820

Mui

tope

quen

as

Mui

toG

rand

es

Núm

ero

de A

luno

s

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Tipos de Fontes Utilizadas

02468101214

Rui

ns

Boa

s

Exce

lent

es

Não

resp

onde

ram

Nom

e do

s A

luno

s

Fig. 6.12 – Avaliação da interface: Tipos de fontes utilizadas.

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110

CAPÍTULO 7

CONCLUSÕES

O advento de novas tecnologias tem proporcionado várias modalidades de

aplicações no ensino de Engenharia, figurando entre as mais utilizadas na atualidade,

os recursos de multimídia interativa, com utilização off-line ou pela Internet. O uso

de material multimídia na Engenharia de Estruturas tem trazido benefícios a vários

alunos, ao motivá-los e ajudá-los a visualizar várias situações teóricas consideradas

importantes para a formação de um bom profissional (Shepherdson, 2001).

A utilização do conteúdo multimídia desenvolvido deve ser feita de forma

compatível com a didática escolhida, que, preferencialmente, sendo centrada na

determinação de fomentar a capacidade do aluno de procurar informações e

transformá-las em conhecimento. Conforme Schnaid et al (2001), a atitude de

autonomia no acesso à informação, motivada pelo uso de material multimídia pode

beneficiar a formação do engenheiro, quando do estímulo ao uso de ferramentas

criativas e informatizadas, compatibilizando o ensino acadêmico com o perfil exigido

do engenheiro no mercado de trabalho contemporâneo.

Segundo Cury (2000), os seres humanos têm diferentes estilos de

aprendizagem, ou seja, características e preferências quanto à forma de se apropriar

das informações, processá-las e construir novos conhecimentos. Assim, cabe ao

professor, quando fizer uso de recursos multimídia, reavaliar continuamente o

processo de ensino, e buscar estratégias que contemplem as suas preferências e as

dos seus alunos.

Os recursos multimídia, quando planejados e criados visando a sua

introdução em um ambiente de ensino, requerem para o seu desenvolvimento, não

apenas conhecimentos técnicos associados aos diversos programas que deverão ser

utilizados na produção do material, mas também estudos referentes a características

de interface mais adequadas, e um significativo tempo a ser empregado durante a

construção dos recursos nos ambientes de desenvolvimento. A avaliação dos recursos

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após o seu uso em sala de aula é um procedimento que não pode ser desprezado, pois

constitui a chave para detectarmos os pontos positivos e negativos do material

multimídia e da metodologia adotada quando da utilização dos recursos, de forma a

tornar possível o aperfeiçoamento dos componentes avaliados.

A avaliação realizada após a utilização do material que foi desenvolvido

permitiu perceber a ocorrência de contribuições postuladas e observadas por outros

pesquisadores quando do emprego de recursos multimídia, tais como o aumento de

motivação por parte da maioria dos alunos em relação ao conteúdo tratado e a

facilitação da aprendizagem mediante a introdução da interatividade no processo de

ensino. Pela avaliação, também fica a certeza que a metodologia utilizada quando do

desenvolvimento dos recursos é adequada, tendo em vista as respostas

proporcionadas em relação a avaliação geral dos recursos e aos aspectos pertinentes

ao conteúdo colocado em formato multimídia, aos elementos de interface e

navegação.

Com o material multimídia desenvolvido, foi possível proporcionar, em

tópicos das disciplinas concreto armado e concreto protendido, novas opções para os

professores compartilharem seus conhecimentos e experiências, além de fornecer um

conteúdo em um formato mais atual, inovador e explicativo. Para os alunos, foi

proporcionado um ambiente no qual é possível aprofundar o que aprenderam em sala

de aula, despertando motivação e interesse pelos assuntos tratados.

A utilização e o aperfeiçoamento dos novos recursos de ensino podem

contribuir muito para a qualidade dos profissionais que entrarão no mercado de

trabalho. É inserido nesse contexto que o conteúdo multimídia, de forma ágil e com

uso extensivo de recursos computacionais, constitui uma solução que proporciona

uma colaboração prática com o ensino de Engenharia.

7.2 Proposta para Trabalhos Futuros

As questões didático-pedagógicas permaneceram por muito tempo em

segundo plano, no escopo de preocupações das Escolas de Engenharia. Entretanto, a

introdução de novos elementos na formação do engenheiro, potencializados pela

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112

dinâmica social e pela produção constante de informações e conhecimentos, tem

tornado a discussão sobre questões relacionadas ao ensino-aprendizagem em

Engenharia mais freqüente.

A elaboração e o desenvolvimento de recursos de multimídia interativa

voltados à educação associam-se a uma nova abordagem de aprendizagem, onde o

aluno, em vez de apenas ouvir e assimilar, interage com os recursos tecnológicos

colocados a sua disposição.Os benefícios oriundos da devida utilização de conteúdo

multimídia como material auxiliar no ensino de Engenharia são de expressiva

magnitude, e várias são as possibilidades de sua aplicação tanto em sala de aula

como fora dela.

Dentro desse contexto, algumas sugestões para desdobramentos deste

trabalho são apresentadas a seguir:

• Trabalhos orientados para o desenvolvimento de recursos

multimídia semelhantes aos desenvolvidos nesta pesquisa, voltados

a outras disciplinas de graduação e pós-graduação de Engenharia de

Estruturas;

• Estudos referentes a importância do novo papel e,

conseqüentemente, da nova postura que professores dos cursos de

Engenharia Civil podem, ou devem assumir, considerando-se a

introdução de ferramentas multimídia no processo de ensino-

aprendizagem;

• Pesquisas visando criar conteúdo e metodologia direcionados a

realização de cursos à distância; contemplando disciplinas de

Engenharia de Estruturas;

• Estudos sobre metodologias de transposição de conteúdo impresso

abordando Engenharia de Estruturas, para um formato multimídia;

• Um outro trabalho seria complementar a presente pesquisa, por

meio da inserção de conteúdo multimídia abordando tópicos sobre

concreto armado submetido a flexão composta oblíqua, e, no caso

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113

de concreto protendido, o desenvolvimento de animações e applets

sobre outros tópicos de reconhecida relevância, a serem

disponibilizados em hipertextos.

Também poderia ser incentivado o estabelecimento de um núcleo

permanente e multidisciplinar, envolvendo professores e alunos dos cursos de

graduação e pós-graduação de Engenharia Civil e de outros departamentos, a fim de

estudar e aplicar processos de ensino-aprendizagem mais eficientes e possibilitar o

desenvolvimento de softwares educacionais, cursos via Internet e outras aplicações

computacionais voltadas a disciplinas de interesse do grupo.

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ANEXO - QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA

AVALIAÇÃO

Neste anexo, é apresentado o questionário fornecido a alunos da disciplina

PEF 2304 (Estruturas de Concreto II), do Departamento de Engenharia de Estruturas

e Fundações da Escola Politécnica da USP. Os alunos tiveram aulas nas quais foram

utilizados recursos multimídia apresentados no capítulo 5, e a partir das respostas

proporcionadas, foi possível realizar uma avaliação do material empregado.

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS MULTIMÍDIA NA DISCIPILINA PEF 2304

(ESTRUTURAS DE CONCRETO II)

SEÇÃO 1 Por favor, responda assinalando um X. • Qual o seu sexo? ( ) Masculino ( ) Feminino • É a primeira vez que você cursa essa disciplina? ( ) Sim ( ) Não • Caso tenha respondido Não na pergunta anterior, quantas vezes

você a cursou antes? ( ) 1 ( ) 2 ( )3 SEÇÃO 2 Assinale um X na posição que você considera mais aplicável, nas escalas e nas respostas às perguntas.

• Como você avalia os seus conhecimentos acerca dos assuntos abaixo?

Flexão Simples

Poucos Excelentes

Flexão Composta Normal

Poucos Excelentes

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• De que forma a adoção dos recursos multimídia contribuiu, na compreensão dos assuntos considerados?

Dificultou Auxiliou Muito

Sem Diferenças

• A metodologia empregada pelo professor foi modificada, quando do

uso dos recursos? ( ) Sim ( ) Não Se você respondeu Sim na questão anterior, quais foram as modificações? ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ • Você já utilizou o hipertexto, as animações e applets fora do horário

de aula? ( ) Sim, em casa ( ) Sim, na Universidade ( ) Sim, em casa e na Universidade ( ) Não, pois não tenho acesso à Internet ( ) Tenho acesso à Internet, mas nunca fiz uso dos recursos citados • Como a utilização dos recursos multimídia afetou sua motivação em

relação aos assuntos tratados?

Minha MotivaçãoDiminuiu

Aumentou Muito

Aumentou um

Pouco SEÇÃO 3 Nas escalas apresentadas abaixo, por favor marque com um X na posição que você considera mais aplicável aos recursos já desenvolvidos. Conteúdo apresentado no hipertexto Muito

Pouco DemasiadoAdequado

Conteúdo das animações Muito

Pouco DemasiadoAdequado

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Importância dos tópicos abordados nas animações Pouca Muita

Importância dos tópicos abordados nas applets Pouca Muita

Avaliação geral do hipertexto

Pobre Excelente

Avaliação geral das animações Pobres Excelentes

Avaliação geral dos applets Pobres Excelentes

Comentários: ________________________________________________________ ________________________________________________________ Em relação a interface adotada, como você avalia os itens abaixo? Disposição do conteúdo Ruim/ Confusa ExcelenteBoa

Navegação

Ruim/ Difícil Muito Fácil

Boa

Tamanho das fontes

Muito Pequenas Muito Grandes

Adequadas

Tipos de fontes utilizadas Ruins ExcelentesBoas

Comentários: ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ Você gostaria que outras disciplinas utilizassem recursos multimídia em sala de aula? Caso sim, quais? Por quê? ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________

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