utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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Universidade Estadual de Santa Cruz UESC Programa de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente PRODEMA Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente FRANCINE NOVAIS SOUZA Orientadora: Sofia Campiolo Co-orientador: Rodolfo Mariano ILHÉUS-BAHIA 2013 UTILIZAÇÃO DE INSETOS AQUÁTICOS COMO INDICADORES DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ALMADA BAHIA

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Page 1: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC

Programa de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – PRODEMA

Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

FRANCINE NOVAIS SOUZA

Orientadora: Sofia Campiolo

Co-orientador: Rodolfo Mariano

ILHÉUS-BAHIA

2013

UTILIZAÇÃO DE INSETOS AQUÁTICOS COMO

INDICADORES DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO ALMADA – BAHIA

Page 2: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

ii

FRANCINE NOVAIS SOUZA

UTILIZAÇÃO DE INSETOS AQUÁTICOS COMO

INDICADORES DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO ALMADA – BAHIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós graduação em Desenvolvimento

Regional e Meio Ambiente da

Universidade Estadual de Santa Cruz,

como parte dos requisitos para a obtenção

do título de Mestre em Desenvolvimento

Regional e Meio Ambiente.

Orientador (a): Sofia Campiolo

Co-orientador: Rodolfo Mariano

ILHÉUS-BAHIA

2013

Page 3: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

iii

S729 Souza, Francine Novais. Utilização de insetos aquáticos como indicado- res da qualidade das águas da bacia hidrográfica do Rio Almada – Bahia / Francine Novais Souza. – Ilhéus, BA: UESC, 2013. xv, 79f. : il. Orientadora: Sofia Campiolo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Inclui referência bibliográfica e apêndice.

1. Água – Qualidade – Almada, Rio (BA). 2. In- seto aquático. 3. Monitorização ambiental. 4. Indi- cadores biológicos. I. Título. CDD 333.91098142

Page 4: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

iv

Dedico ao meu amado avô Raimundo (in

memoriam). De onde estiver continue a me

abençoar e comemore comigo.

“De todo o amor que eu tenho, metade foi tu

que me deu, salvando minh'alma da vida,

sorrindo e fazendo o meu eu. Se queres partir, ir

embora, me olha da onde estiver, que eu vou te

mostrar que eu to pronta, me colha madura no

pé...Me mostre um caminho agora, um jeito de

estar sem você, o apego não quer ir embora.

Diaxo, ele tem que querer...”

(Maria Gadu)

Page 5: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

v

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, pelo acolhimento e a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, pelo apoio financeiro com a

concessão da bolsa.

Ao Programa em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – PRODEMA, na pessoa de

seu coordenador Profº Dr. Salvador Trevizan, pela oportunidade e dedicação ao curso, bem

como, aos professores e colaboradores do curso.

À secretaria do Prodema, Maria Schaun, pelo auxílio, simpatia e constante disponibilidade.

À Prof. Dr. Sofia Campiolo, pela orientação e paciência nas análises dos dados.

Ao co-orientador Prof. Dr. Rodolfo Mariano, pela disponibilidade e apoio contínuo, que me

deram força e segurança para continuar. Não tenho como descrever meu carinho e gratidão.

Você foi fundamental!

Ao Laboratório de entomologia da UESC na pessoa do Prof. Dr. Anibal Ramadan, por me

acolher e conceder a infra-estrutura para a realização deste trabalho.

Aos colegas do Lab de entomologia, o velho amigo Luciano Oliveira, por me apresentar a este

laboratório e pelo companheirismo nestes dois anos. Aos novos amigos, pelo convívio

estimulante e afetuoso. Agradecimento especial a Vinicius pelo apoio nas coletas e Adonay

nas formatações. Todos vocês foram os responsáveis pelos sorrisos e momentos felizes neste

meu período na UESC.

À Drª Viviana Moreto, pelos inúmeros conselhos e momentos de descontrações com os papos

sempre divertidos.

Ao Laboratório de Águas do PRODEMA, na pessoa do Prof. Dr. Neylor Calazans, pelo apoio

com o local e os equipamentos para as análises das águas. Bem como, ao Técnico Luciano e

colega Wildes, pelo auxílio com os procedimentos.

À turma 2011 do PRODEMA, pelas angústias compartilhadas e amizades construídas. De

maneira particular ao colega e amigo Henrique pelo apoio em minhas limitações de

informática; a Tereza pelo apoio afetivo e disponibilidade em todas minhas dúvidas em uma

cidade não conhecida; a Juliana, amiga e colega desde a graduação, agradeço por participar de

todas as minhas coletas, serei sempre grata, concluímos mais uma etapa July!

À amiga Lucineide, pelo apoio na demarcação dos pontos em campo, auxílio na confecção

dos mapas e paciência em ler e responder sabiamente os imensos e-mails com inúmeras

interrogações. Valeu Luluzinha!

À Drª Daniela Mariano, pelas contribuições compartilhando seu conhecimento, com sugestões

desde o início do trabalho, participação da banca, bem como empréstimo de equipamento.

Page 6: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

vi

Ao Dr. Jacques Delabie, pelas participações nas bancas e sugestões para o amadurecimento

deste trabalho.

Ao Dr. Adolfo Calor, pela participação na banca e sugestões.

À minha grande e amada família! Citar nomes aqui tomaria espaço maior que o conteúdo

desta dissertação, portanto, de maneira geral agradeço, a minha amada avó Geny, meu pai,

irmãos, tios (especialmente tia Cristina e tio Regilson), primos e cunhada. Obrigada pela

torcida, orações e acima de tudo por contribuírem em minha formação pessoal. De forma

particular agradeço à Mila e Thai que sempre caminham ao meu lado em meus projetos. Amo

TODOS vocês!

Ainda falando em família, agradeço aos meus pequenos/grandes amores, meus sobrinhos

Bruno e Ana Clara. A inocência e verdade dos seus sorrisos foram forças incentivadoras neste

caminho. Meu esforço é o que quero deixar de exemplo para vocês. Bruninho, Dinda ama

você demais, meu filho de coração! Kaká, tia Cine amou ganhar você de presente, minha

pequena traquina!

Aos meus grandes e velhos amigos Paula e Lúcio, compartilharam comigo deste sonho, me

acolhendo em suas casas e me incentivando a continuar. Obrigada amigos! Saudades de nossa

convivência diária.

Ao meu namorado Anthony, principal incentivador deste meu objetivo. Esteve comigo desde

que o mestrado era apenas um sonho, enfrentou ao meu lado este longo percurso, me

proporcionando tranqüilidade nos momentos de desespero e alicerce nos momentos de

dificuldades. Agradeço por entender minhas ausências, por acreditar em meu potencial e pelo

maior de todos os incentivos e presentes, seu amor por mim. Esta conquista tem muito de

você. Te amo!

A minha mãe Maria, intercessora de meus pedidos e sempre protetora. Ave Cheia de Graça!

Ao meu Deus de todas as horas, o meu Deus de vitórias e de realização do impossível. Quero

profetizar que sem Ti nada sou. A força que tenho em continuar, apesar de inúmeras

aversidades, vem de Sua presença viva em minha vida.

Page 7: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

vii

Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas

ninguém chama violentas as margens que o

comprimem.

(Bertold Brecht)

Page 8: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

viii

RESUMO

A bacia hidrográfica representa a unidade mais apropriada para o estudo qualitativo

e quantitativo do recurso água. A Resolução CONAMA 357/05, em seu artigo 8º, parágrafo

3º, propõe a utilização dos indicadores biológicos na avaliação da qualidade dos ambientes

aquáticos, utilizando-se organismos e/ou comunidades aquáticas. O uso dos insetos como

indicadores da qualidade das águas e dos ecossistemas está se generalizando em todo o

mundo. Por apresentarem grupos bastante sensíveis a poluentes e outros tipos de estresse

ambiental, permitem que sejam utilizados como indicadores da qualidade de água e

sedimento, alcançando também um papel na legislação ambiental de certos estados e países. O

presente estudo objetivou avaliar a qualidade da água da bacia hidrográfica do Rio Almada

através da identificação dos insetos aquáticos utilizando-os como bioindicadores em

associação com a análise das variáveis físicas e químicas da água e aplicação de métricas e

índices bióticos. Foram realizadas quatro campanhas de coletas entre os meses de

dezembro/2011 a setembro/2012, em seis pontos estabelecidos nos setores da baixa e média

bacia. Os pontos de coletas contemplaram os municípios de Almadina-BA, Coaraci-BA e

Itajuípe-BA. Foram coletados 2315 organismos, distribuídos em oito ordens, 32 famílias e 56

gêneros. Foram observados cinco gêneros ainda não registrados para o estado da Bahia. A

caracterização limnológica das águas da bacia hidrográfica do Rio Almada demonstrou que a

mesma sofre com diferentes impactos antrópicos, os quais acarretam em alterações nas

características físicas, químicas e biológicas das águas. Isto fica evidente quando se observa

que os parâmetros analisados demonstraram possuir uma distribuição espacial distinta devido

às diferenças do entorno de cada ponto. Foi observada uma diminuição significativa na

riqueza taxonômica e abundância de insetos aquáticos nas estações de coleta à medida que se

aproximava dos locais com maior atividade humana. A substituição do sistema cacau cabruca

pela pastagem para a pecuária ou culturas menos preservacionistas, aparece como importante

força degradadora. Considera-se importante o tratamento de esgoto doméstico para evitar

maiores prejuízos da qualidade da água, bem como, manutenção das matas ciliares oferecendo

melhores condições para a entomofauna aquática. Os resultados semelhantes dos índices

bióticos aplicados (BMWP, ASPT e EPT) enfatizam a qualidade dos resultados da pesquisa e

a importância dos insetos aquáticos como organismos bioindicadores. O presente trabalho é

inédito na região e fornece dados para futuros estudos e adequado manejo da bacia.

Palavras-Chave: Biomonitoramento; Entomofauna aquática; Variáveis limnológicas; Índices

bióticos.

Page 9: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

ix

ABSTRACT

The hydrographic basin represents the most appropriate unit to qualitative and

quantitative study of resource water. The Resolution CONAMA 357/05, article 8th

, paragraph

3rd

, proposes the use of biological indicators in the assessment of quality in the aquatic

environment, using aquatic organisms and / or communities. The use of insects as indicator of

water and ecosystem quality has been widespread around the world. They present groups too

sensitive to pollution agents and other kinds of environmental Stress and allow the use as

indicators of water quality and sediment as well reach also a role in the environmental law of

certain states and countries. The present study aimed to assess the water quality in the

hydrographic basin of Almada River through the identification of aquatic insects, using them

as bioindicators in association with analysis of physical and chemical variables of water and

the application of metrics and biotical index. Four campaigns of collection were carried out

between 2011/December and 2012/September, in six established points in the sectors of down

and medium basin. The collection points consider the municipalities of Almadina-BA,

Coaraci-BA and Itajuípe-BA. 2315 organisms were collected and distributed in 8 orders, 32

families e 56 genuses. Five new records genuses were observed for the states of Bahia. A

limnological characteristic of water in hydrographic basin of Almada River demonstrated that

it suffers with different anthropic impacts, which result in changes in physical, chemical and

biological characteristics of water. It gets obvious when it is observed that the parameters

analyzed demonstrated to have a different spatial distribution due to the differences of

surroundings in each point. It was observed a significant decreasing in the taxonomic richness

and abundance of aquatic insects in the collections station when there was a nearness of locals

with more human activity. The replacement of cabruca cocoa system from pasture to livestock

or cultures less preservationist is seen as an important degrading force. It is considered

important the treatment of household drain to avoid bigger damages of water quality to the

aquatic entomofauna. The similar results of biotical index applied (BMWP, ASPT e EPT)

highlights the quality of research results and the importance of aquatic insects as bioindicators

organisms. The present work is unheard in this region and provides data for future studies and

adequate management of the basin.

Key-Words: Biomonitoring; Aquatic Entomofauna; Limnological variables; Biotic index

Page 10: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização dos pontos de coleta na área de estudo, localizada na bacia

Hidrográfica do Rio Almada.....................................................................................................25

Figura 2: Ponto 1, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de

Almadina –BA, no período entre os meses de dez/2011 e jun/2012, onde: A e C) P1 seco; B e

D) P1 chuvoso, água corrente; E e F) P1 em período intermediário........................................26

Figura 3: Ponto 2, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de

Almadina –BA, no período seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A:

P1 em período seco; B) P2 em período chuvoso; C e D) P2 com suas águas totalmente

cobertas por bancos de macrófitas. ........................................................................................27

Figura 4: Ponto 3, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Coaraci-

BA, no período seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A, C e E) P3 em

período seco; B e D) P3 período chuvoso; F) Pastagem com focos de queimadas e ao fundo

sistema cabruca.........................................................................................................................28

Figura 5: Ponto 4, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Coaraci-

BA, no período seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A e C) P4 em

período seco, ; B) P4 período chuvoso; D) descarte indevido de lixo advindo do ferro velho

ali instalado; E e F) despejo de lixo e esgoto não tratado no rio...............................................29

Figura 6: Ponto 5, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Itajuípe-

BA, no período seco e chuvoso nos meses de dez/2011 e jun/2012, respectivamente onde: A,

C, E) P5 em período seco, ; B, D, F) P4 período chuvoso........................................................30

Figura 7: Ponto 6, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no período seco e

chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A, C, E) P5 em período seco, ; B, D, F)

P4 período chuvoso. Na imagem D, início do processo de Barramento e em F cobertas por

macrófitas após barramento da água.........................................................................................31

Figura 8: Domínios climáticos da bacia hidrográfica do Rio Almada....................................32

Figura 9: Uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do Rio Almada..............................33

Figura 10: Precipitação mensal nos municípios de Almadina, Coaraci e Itajuípe (Bahia,

Brasil), no período de Set/2011 a Set/2012 (destaque em vermelho no eixo horizontal, indica

os meses de coleta)....................................................................................................................40

Figura 11: Vazão histórica (1982-2012) e vazão atual (Set/2011 a Set/2012) da estação

53050000, localizada no município de Itajuípe (Bahia, Brasil), destaque em vermelho no eixo

horizontal, indica os meses de coleta........................................................................................41

Figura 12: Valores de temperatura da águas em seis pontos amostrais no período de dez/2011

a jun/2012, na BHRA. Linha horizontal em vermelho indica o valor considerado ótimo (25º

C)...............................................................................................................................................42

Page 11: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xi

Figura 13: Variação do pH da água em seis pontos amostrais no período de dez/2011 a

jun/2012 na BHRA....................................................................................................................43

Figura 14: Variação da concentração de Oxigênio Dissolvido (mg/L) na água em seis pontos

amostrais no período de dez/2011 a jun/2012 na BHRA. Linha horizontal em vermelho indica

o valor mínimo recomendado pelo Conama.............................................................................43

Figura 15: Variação da Condutividade Elétrica (µS cm -1

) da água em seis pontos amostrais

nas épocas de estiagem e chuva, no período de dez/2011 a jun/2012 na

BHRA........................................................................................................................................44

Figura 16: Valores de Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L) na água em seis pontos amostrais

no período de dez/2011 a jun/2012 na BHRA..........................................................................45

Figura 17: Variação dos valores de Turbidez (UNT) na água em seis pontos amostrais no

período de dez/2011 a jun/2012 na BHRA...............................................................................45

Figura 18: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A- Belostoma sp;

B - Rhagovelia sp.; C- Notonecta sp.; D - Erytrodiplax sp.; E - Gomphidae sp. ; F - Hetaerina

sp.; G - Hydrocus sp.; H - Laccophilus sp................................................................................48

Figura 19: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Hagenulopsis

sp.; B - Chimarra sp.; C - Smicridea sp.; D - Tanypodiinae sp.; E - Chironominae; F -

Orthocladiinae; G - Hydrosmilodon sp.; H - Scirtes sp...........................................................49

Figura 20: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Telebasis sp.;

B – Callibaetis sp.; C - Corydalus sp.; D – Culex sp.; E – Hexacylloepus sp.; F -

Polycentropus sp.; G - Simulium sp.; H - Traveryphes sp.......................................................50

Figura 21: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Caenis sp.; B -

Camelobaetidius sp.; C - Trycorythodes sp.; D – Tricorythopsis sp........................................51

Figura 22. Curva do coletor gerada de acordo com o método Mao Tau, na BHRA, entre o

período de setembro/2011 a set/2012. Intervalo de confiança de 95%....................................52

Figura 23: Valores do Índice de Shanon-Wiener (H’) da variedade entomofaunística dos seis

pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Almada – Bahia, no período entre dez/2011 a

set/2012.....................................................................................................................................52

Figura 24: Dendrograma da análise de agrupamento dos pontos amostrais através da

similaridade entre a abundância de insetos aquáticos amostrados na Bacia Hidrográfica do Rio

Almada - Ba, no período entre dez/2011 e set/2012.................................................................53

Figura 25: Diagrama de ordenação gerado pela correlação canônica utilizando as variáveis

ambientais, dados faunísticos, e locais de coleta da Bacia Hidrográfica do Rio Almada.

Legenda: Lacc = Laccoplhilus; Eret = Eretes; Macr = Macrelmis; Hexa = Hexacylloepus;

Hydro = Hydrocus; Bero = Berosus; Scir = Scirtes; Cul – Culex; Aed = Aedes; Simu =

Simulium; Came = Camelobaetidius; Calli = Callibaetis; Atur = Aturbina; Ameri =

Americabaetis; Cae = Caenis; Tricorythop = Tricorythopsis; Traveryphes = Traveryphes;

Tricorythod = Tricorythodes; Farro = Farrodes; Hage = Hagenulopsis; Hydros =

Page 12: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xii

Hydrosmilodon; Para = Paramaka; Cory = Corydalus; Brech = Brechmorhoga; Eryth =

Erythrodiplax; Plani = Planiplax; Macro = Macrothemis; Hetae = Hetaerina; Tele =

Telebasis; Lest = Lestes; Smicri = Smicridea; Hydrop = Hydroptila; Oece = Oecetis; Nectop

= Nectopsyche; Poly = Polycentropus; Chima = Chimarra; Belos = Belostoma; Noto =

Notonecta; Rhago = Rhagovelia...............................................................................................55

Page 13: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes de qualidade e significados dos valores do BMWP (Biological Monitoring

Working Party Score System)...................................................................................................38

Tabela 2: Classificação de qualidade da água e significado dos valores do índice BMWP-

ASPT (Average Score Per Taxon)............................................................................................38

Tabela 3: Classe de qualidade e significado dos valores do índice EPT.................................39

Tabela 4: Lista de táxons de insetos aquáticos na BHRA, coletados entre dez/2011 a

set/2012.....................................................................................................................................47

Tabela 5: Análise de correspondência canônica para as variáveis biológicas e limnológicas da

Bacia Hidrográfica do Rio Almada, autovalores, variância explicada e variância acumulada,

do eixo 1 e 2..............................................................................................................................54

Tabela 6 - Pontuação obtida pelo índice BMWP (Biological Monitoring Working Party Score

System) para as famílias de macroinvertebrados bentônicos encontrados na Bacia

Hidrográfuca do Rio Almada, Bahia, Brasil.............................................................................56

Tabela 7 - Pontuação obtida pelo índice BMWP-ASPT para as famílias de

macroinvertebrados bentônicos encontrados na Bacia Hidrográfica do Rio Almada, Bahia,

Brasil.........................................................................................................................................58

Tabela 8: Pontuação obtida pelo índice BMWP-ASPT para as famílias de

macroinvertebrados bentônicos encontrados na Bacia Hidrográfica do Rio Almada, Bahia,

Brasil.........................................................................................................................................58

Tabela 9: Comparação das classificações obtidas pelos pontos de coleta entre os três índices

bióticos aplicados......................................................................................................................59

Tabela 10:Tabela 10: Valores de referência definidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005

para Rios de Classe 2................................................................................................................79

Tabela 11:Tabela 11: Variáveis físicas e químicas na Bacia Hidrográfica do Rio Almada –

Bahia, no período de Dezembro de 2011 a Setembro de 2012.................................................79

Page 14: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xiv

LISTA DE ABREVIATURAS

ANA – Agência Nacional de Água

BAMIM – Bahia Mineração

BHRA – Bacia Hidrográfica do Rio Almada

CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CETEC/MG – Centro Tecnológico de Minas Gerais

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

OD – Oxigênio Dissolvido

pH – potencial hidrogênionico

PROCLIMA - Programa de Monitoramento Climático em Tempo Real da Região Nordeste

UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

IFS – Instituto Federal de Sergipe

tds – Sólidos Totais Dissolvidos

Page 15: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xv

SUMÁRIO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16

2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 18

3. OBJETIVOS .................................................................................................................. 23

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 23

3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 23

4.ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................... 24

4.1 Caracterização da área de estudo .............................................................................. 24

4.2 Localização dos Pontos Amostrais ............................................................................. 24

4.3 Descrição dos Pontos Amostrais ................................................................................. 25

4.4 Domínios Climáticos .................................................................................................... 32

4.5 Uso e ocupação do solo ................................................................................................ 32

5. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 34

5.1 Delineamento amostral................................................................................................ 34

5.2 Variáveis climatológicas e hidrológicas ..................................................................... 34

5.3 Variáveis limnológicas ................................................................................................. 34

5.4 Variáveis biológicas ..................................................................................................... 35

5.4.1 Insetos aquáticos ......................................................................................................... 35

5.5 Tratamento dos dados ................................................................................................. 35

5.5.1 Riqueza Taxonômica (S) ............................................................................................ 35

5.5.2 Curva do Coletor ........................................................................................................ 35

5.5.3 Abundância Total ....................................................................................................... 36

5.5.4 Índice de Diversidade Shannon-Wienner (H’) ........................................................... 36

5.5.5 Análises Estatísticas ................................................................................................... 36

5.5.5.1 Teste de Mantel ....................................................................................................... 36

5.5.5.2 Análise de Agrupamento ......................................................................................... 36

5.5.5.3 Correlação Canônica ............................................................................................... 37

5.5.5.4 Índice Biótico BMWP ............................................................................................. 37

5.5.5.5 Índice Biótico BMWP-ASPT .................................................................................. 38

5.5.5.6 Percentagem EPT .................................................................................................... 39

6. RESULTADOS .............................................................................................................. 40

Page 16: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

xvi

6.1 Variável climatológica e hidrológica .......................................................................... 40

6.1.1 Precipitação ................................................................................................................ 40

6.1.2 Vazão .......................................................................................................................... 40

6.2 Variáveis limnológicas ................................................................................................. 42

6.2.1 Temperatura da água .................................................................................................. 42

6.2.2. pH .............................................................................................................................. 42

6.2.3 Oxigênio Dissolvido ................................................................................................... 43

6.2.4 Condutividade Elétrica ............................................................................................... 44

6.2.5 Sólidos Totais Dissolvidos ......................................................................................... 44

6.2.6 Turbidez ...................................................................................................................... 45

6.3 Variáveis biológicas ..................................................................................................... 46

6.3.1 Levantamento entomofaunístico................................................................................. 46

6.3.2 Curva do Coletor ........................................................................................................ 52

6.3.3 Índice de Shanon-Wiener (H’) ................................................................................... 52

6.3.3 Análises Estatísticas ................................................................................................... 53

6.3.4 Índices Bióticos .......................................................................................................... 56

6.3.4.1 BMWP ..................................................................................................................... 56

6.3.4.2 BMWP-ASPT .......................................................................................................... 57

6.3.4.3 Razão EPT ............................................................................................................... 58

7. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 60

8. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 66

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 67

APÊNDICE ........................................................................................................................ 78

Page 17: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

17

1. INTRODUÇÃO

O homem começou seu convívio social complexo à beira de um rio, onde passou a

praticar agricultura, a criar gado, a construir casas. Para isso, passou a explorar de forma mais

significativa bacias hidrográficas, um dos primeiros ambientes modificados pela espécie

humana (VITOUSEK, 1997).

As Bacias Hidrográficas se caracterizam como uma superfície terrestre drenada por

um sistema fluvial contínuo e bem definido, onde as águas escolhem outro sistema fluvial ou

outros objetos hídricos. A estrutura desses ambientes é dada pelos limites impostos pelo

espaço ou paisagem natural e pelas transformações exercidas pelas atividades humanas

(RODRIGUEZ et al., 2011).

Na perspectiva de um estudo hidrológico, a Bacia Hidrográfica representa a unidade

mais apropriada para o estudo qualitativo e quantitativo do recurso água. Nessa unidade

territorial, os fenômenos e interações podem ser mais facilmente interpretados (PIRES et al.,

2005).

Quando aplicado ao gerenciamento de recursos hídricos, o conceito de bacia hidrográ-

fica estende as barreiras políticas tradicionais (municípios, estados, países) para uma unidade

física de gerenciamento, planejamento e desenvolvimento econômico e social (SCHIAVETTI

& CAMARGO, 2005).

A capacidade de gerenciar os inúmeros conflitos resultantes da intensificação das

atividades humanas e a degradação dos recursos hídricos é uma preocupação constante de

pesquisadores, administradores, gerentes e tomadores de decisão (TUNDISI, 2006). Em todo

o Planeta, praticamente não existe um ecossistema que não tenha sofrido influência direta

e/ou indireta do homem (CALLISTO et al., 2001).

Os denominados usos múltiplos da água (produção agrícola – irrigação; abastecimento

público; produção de hidroeletricidade; recreação; turismo; pesca; aquacultura; transporte e

navegação; mineração e usos estéticos – recreação, paisagem), produzem impactos complexos

e com efeitos diretos e indiretos na economia, na saúde humana, no abastecimento público, na

qualidade de vida das populações humanas e na biodiversidade (TUNDISI, 2006).

Estas significativas alterações têm como consequência uma expressiva queda da

qualidade das águas, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da

dinâmica natural das comunidades biológicas, reduzindo drasticamente a densidade e

Page 18: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

18

diversidade das espécies como as de organismos bentônicos (GOULART & CALLISTO,

2003; ALLAN, 2004).

As comunidades biológicas de ecossistemas aquáticos apresentam limites de tolerância

a diferentes alterações nas condições ambientais, devido a algumas adaptações evolutivas

(ALBA-TERCEDOR, 1988). Desta forma, o monitoramento biológico constitui-se como uma

ferramenta na avaliação das respostas destas comunidades a modificações nas condições

ambientais originais (GOULART & CALLISTO, 2003).

O monitoramento físico e químico da água é pouco eficiente na detecção de alterações

na diversidade de habitats e microhabitats e insuficiente na determinação das consequências

da alteração da qualidade de água sobre as comunidades biológicas (GOULART &

CALLISTO, 2003). Em geral, estas avaliações atendem ao uso para agricultura, consumo

doméstico e industrial, mas não atendem às dimensões estéticas de lazer ou ecológicas

(BAPTISTA et al., 2001).

O monitoramento destas variáveis traz vantagens na avaliação de impactos ambientais,

tais como: identificação imediata de modificações nas propriedades físicas e químicas das

águas, detecção precisa de variável modificadora e determinação destas concentrações

alteradas. Entretanto, este sistema apresenta algumas desvantagens, como por exemplo, a

descontinuidade temporal e espacial das amostragens, fornecendo somente uma fotografia

momentânea do que pode ser uma situação altamente dinâmica (WHITFIELD, 2001).

Diante do exposto, observa-se que os estudos relacionados à qualidade das águas

devem envolver, além dos parâmetros físicos e químicos, a associação deles com os

parâmetros biológicos (TOLEDO & NICOLELLA et al., 2002).

A Bacia Hidrográfica do Rio Almada (BHRA) tem grande valor para o Sul da Bahia,

agrega alguns dos principais municípios da região e apresenta um imenso potencial

agroecológico. Atualmente, trabalhos com enfoques distintos têm sido desenvolvidos na

Bacia, principalmente, por pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e

da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) (SILVA & GOMES,

2010).

A região tem sofrido inúmeros impactos em decorrência da ausência de planejamento

e controle ambiental. O uso dos organismos aquáticos como bioindicadores pode ser um bom

referencial de influência antrópica deletéria na Bacia, vindo corroborar os dados regionais,

diagnósticos e conhecimento do funcionamento do ambiente em questão.

Page 19: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

19

2. REVISÃO DE LITERATURA

O monitoramento da qualidade da água pode ser definido como coleta de informações

em locais pré-determinados em intervalos temporais regulares com o objetivo de obter dados

que possam ser utilizados para representar as condições atuais e estabelecer tendências

(BARTRAM & BALLANCE, 1996).

Um sistema de monitoramento ou um sistema de informações de qualidade da água

consiste de amostragem, análise laboratorial, manuseio e análise de dados, preparação de

relatórios e utilização dos dados obtidos para efeito de tomada de decisão (WARD, 1999).

No Brasil, a Resolução CONAMA nº 357/05, que dispõe sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, retrata o monitoramento

como medição ou verificação de parâmetros de qualidade e quantidade de água, que pode ser

contínua ou periódica, utilizada para acompanhamento da condição e controle da qualidade do

corpo de água. O uso de parâmetros biológicos para medir a qualidade da água se baseia nas

respostas de organismos em relação ao meio onde vivem. A habilidade de proteger os

ecossistemas depende da capacidade de distinguir os efeitos das ações humanas das variações

naturais (MUGNAI et al., 2010).

A definição de biomonitoramento mais aceita é o uso sistemático das respostas de

organismos vivos para avaliar as mudanças ocorridas no ambiente, geralmente causadas por

ações antropogênicas (MATTHEWS et al., 1982). Pode ainda ser definido como uma

determinação da integridade do sistema biológico para avaliar a degradação por qualquer

impacto induzido pela sociedade humana (COSTA et al., 2006).

Espécies indicadoras ou bioindicadores são então definidas como sendo a espécie, ou

assembléia de espécies, que têm necessidades físicas, químicas e ambientais particulares.

Alterações na presença ou ausência, na fisiologia, na morfologia, na abundância ou no

comportamento dessas espécies indicam que variáveis químicas e físicas estão fora dos

limites toleráveis (FARIA E ALMEIDA, 2007).

A Resolução CONAMA 357/05, em seu artigo 8º, parágrafo 3º, propõe a utilização

dos indicadores biológicos na avaliação da qualidade dos ambientes aquáticos, utilizando-se

organismos e/ou comunidades aquáticas. A idéia de que espécies podem ser usadas para

indicar certas condições ambientais tem sido verificada com bastante frequência ao longo da

história. Em 1993, Rosenberg & Resh publicaram a primeira revisão sobre o assunto e,

Page 20: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

20

posteriormente, Bonada et al. (2006), apresentaram os avanços desenvolvidos no período

subseqüente.

Alguns autores defendem a vantagem do biomonitoramento por incluir técnicas menos

dispendiosas, no entanto afirmam que existe uma grande necessidade de treinamento

específico para pessoal qualificado na área (MEDEIROS et al., 2011; GOULDEN, 2011). A

dificuldade é dada pela imensa diversidade dos grupos e principalmente do pouco

conhecimento taxonômico, principalmente em nível de espécie, onde taxonomistas

qualificados são muitas vezes raros, bem como da ecologia geral dos grupos (BOHAC, 1999;

GROC et al, 2010; ANDERSEN, 2002; CEREGHINO et al, 2007).

A fim de se avaliar a qualidade da água no nível de saúde do ecossistema, seria ideal

que se estudasse a resposta de toda a comunidade aquática a um determinado estresse

ambiental. Como na prática isto é difícil, a maioria dos pesquisadores enfoca um setor do

ecossistema em particular, tais como o perifíton, o plâncton, o macrobentos ou os peixes

(SILVEIRA, 2004).

Os principais métodos envolvidos em biomonitoramento abrangem o levantamento e

avaliação de modificações na riqueza de espécies e índices de diversidade, abundância de

organismos resistentes, perda de espécies sensíveis, medidas de produtividade primária e

secundária e sensibilidade a concentrações de substâncias tóxicas (ensaios ecotoxicológicos)

(BARBOUR et al., 1999).

A existência de inúmeras técnicas permite que as metodologias sejam escolhidas e

aplicadas de acordo com os objetivos da pesquisa bem como do táxon em questão (ZHOW et

al., 2008). O grande desafio, no entanto, é definir um indicador ideal (bioindicador) cuja

presença, abundância e/ou comportamento reflitam o efeito de um estressor na biota

(BONADA et al., 2006)

Diante da dificuldade da escolha de indicadores de biodiversidade ideais, tendo em

vista que os taxa costumam responder a estressores ambientais em diferentes maneiras, os

indicadores que representam respostas a mais de uma variável devem ser escolhidos (JONES

et al., 2009). Cada bioindicador mostra os méritos especiais para o biomonitoramento (ZHOW

et al., 2008).

O uso de macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores tem sido amplamente

escolhido, por serem organismos sensíveis a diferentes ambientes, eutrofizados ou não,

favorecendo a obtenção de respostas do ecossistema aquático avaliado (TOLEDO &

NICOLELLA et al., 2002).

Page 21: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

21

Diversos autores consideram os macroinvertebrados bentônicos como bons

indicadores, por apresentarem características particulares e uma série de vantagens tais como

ciclo de vida longo, são cosmopolitas e abundantes, fácil visibilidade e amostragem, elevada

diversidade taxonômica mesmo em rios de pequenas dimensões onde a fauna pode ser

extremamente rica e por refletirem as condições ambientais existentes (METCALFE, 1989;

ROSENBERG & RESH, 1993; LOYOLA & BRUNKOW, 1998). Além disso, o uso de

macroinvertebrados bentônicos pode proporcionar êxito, devido ao baixo custo, rapidez e

eficiência dos resultados, sendo uma ferramenta de manejo, conservação e gestão ambiental

(CALLISTO & MORENO, 2006).

Entre os macroinvertebrados bentônicos, os organismos são classificados como

sensíveis à poluição, os indicadores de águas limpas, de boa qualidade; os tolerantes as

mudanças ambientais e que, portanto, estão presentes em um grande número de ambientes

aquáticos; e os resistentes à poluição, os indicadores de má qualidade de água (CALISTO et

al., 2001).

Os principais representantes da comunidade bentônica pertencem aos filos Annelida e

Mollusca e às classes Crustacea e Insecta, abrangendo na última, principalmente, formas

imaturas, larvas e ninfas (QUEIROZ et al., 2000). Os insetos são amplamente estudados por

terem uma importante função na dinâmica dos nutrientes dos corpos hídricos e serem bons

indicadores de qualidade da água (ODUM, 1988).

O uso dos insetos como indicadores da qualidade das águas e dos ecossistemas esta se

generalizando em todo o mundo (PRAT et al., 2009; GULLAN & CRANSTON, 2012). Por

apresentarem grupos bastante sensíveis a poluentes e outros tipos de estresse ambiental,

permitem que sejam utilizados como indicadores da qualidade de água e sedimento

(QUEIROZ et al., 2008), alcançando também um papel na legislação ambiental de certos

estados e países (MOULTON, 1998).

Os primeiros relatórios científicos de impactos por poluição sobre artrópodes

apareceram no final de 1940 a 1950, o seu número aumentou de forma constante até meados

de 1990 quando começou a declinar (ZVEREVA et al., 2010). No final da década de 1960, a

maioria dos países da Europa passou a utilizar metodologias de avaliação com índices

bióticos de macroinvertebrados bentônicos que consistiam em atribuir um valor (score), para

cada espécie com base em sua tolerância ao impacto, desde então diversos índices surgiram

e foram testados (BUSS et al., 2003).

Page 22: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

22

Os índices bióticos são uma das maneiras mais comuns de estabelecer a qualidade

biológica, eles se expressam em forma de um valor numérico único que sintetiza as

características de todas as espécies presentes (PRAT et al., 2009). De uma forma geral, os

índices foram desenvolvidos com base em padrões gerais de tolerância, distribuição

geográfica e valor indicativo do organismo bioindicador (METCALFE, 1989).

O primeiro índice de qualidade de água utilizada a partir de indicadores biológicos foi

o Sistema Sapróbio, desenvolvido na Alemanha no início do século XX. Este sistema se

baseia na presença de espécies indicadoras, sendo o termo “sapróbio” referente à dependência

de um organismo pela decomposição de substâncias orgânicas como um recurso alimentar

(METCALFE, 1989). Este índice combina a presença, a abundância e o grau de intolerância a

contaminação dos organismos aquáticos reconhecidos no nível de espécie (PRAT et al., 2009)

Em 1975, foi criada uma comissão européia com o objetivo de padronizar os métodos

de avaliação ambiental, surgindo então o Índice Biótico Estendido (IBE) como método

referencial. Na França, entretanto, o IBE foi rejeitado e em seu lugar foi criado o “Indice

Biotique”, que posteriormente serviu de base para o desenvolvimento do Índice Biótico Belga

(IBB) (SILVEIRA, 2004).

Um índice freqüentemente utilizado nos Estados Unidos é o índice de Hilsenhoff

(HILSENHOFF, 1988) cujo valor é uma média ponderada da abundância de diferentes taxa

identificados em nível de família. Este índice foi aplicado no Brasil por Strieder et. al.

(2006), para estudar a qualidade da água em Rios Sinos no Estado do Rio Grande do Sul, no

Brasil (PRAT et al., 2009).

Entre os índices de destaque e atualmente mais utilizados encontra-se o BMWP

(Biological Monitoring Working Party Score System) criado a partir de outros índices pré-

existentes (METCALFE, 1989). Este índice combina o número total de taxa com um valor de

tolerância/intolerância. O nível taxonômico é o de família e o valor final se obtém de uma

somatória dos valores de intolerância que vão de 0 a 10 (PRAT et al., 2009).

Além destes, alguns índices foram desenvolvidos de acordo com grupos taxonômicos

específicos baseando-se nos diferentes níveis de tolerância às perturbações no ambiente

aquático, sendo potencialmente adequados ao estabelecimento de espécies indicadoras de

condições específicas. A medida de riqueza das ordens EPT (Ephemeroptera, Plecoptera e

Trichoptera), bem como EPT/C (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera/Chironomidae),

são exemplos de índices baseados nessa tolerância (IMBIMBO, 2006; BIEGER, 2009).

Page 23: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

23

Apesar do biomonitoramento ser utilizado na Europa e na América do Norte desde o

início do século XX, as regiões tropicais, por abrigarem a maioria dos países

subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, ainda carecem de informações básicas sobre sua

biodiversidade e falta de vontade política para implementação deste sistema (SILVEIRA,

2004).

No Brasil, os primeiros trabalhos com macroinvertebrados bentônicos foram iniciados

na década de 1960, na região amazônica por FITTKAU (1971) e REIS (1977) e na Represa de

Americana por STRIXINO (1971) e ROCHA (1972). Em alguns estados do país, o enfoque

de bioindicadores de qualidade de água começou a ser discutido recentemente por

representantes de ONGs, governo, órgãos de fiscalização e empresas (MORENO e

CALLISTO, 2006).

Atualmente a maioria dos trabalhos vem sendo desenvolvidos em sistemas lóticos nas

regiões Sul e Sudeste do país. Essa grande concentração de informações nestas regiões diz

respeito aos grandes centros de pesquisas limnológicas ali situados (ex. Paraná – IAP; Minas

Gerais – CETEC; Rio de Janeiro – FEEMA, São Paulo - CETESB) e pela demanda em

decorrência de serem áreas com maiores concentrações populacionais e impactos antrópicos

(BAPTISTA et al., 2001).

O índice BMWP foi adaptado por LOYOLA (2000) para os rios do Estado do Paraná a

partir de dados levantados em projeto de monitoramento da qualidade da água de afluentes da

margem esquerda do reservatório da Itaipu, pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), bem

como à Bacia do Rio das Velhas, MG (JUNQUEIRA et al., 1998; JUNQUEIRA et al., 2000)

e para a Bacia do Rio Meia Ponte, GO (MONTEIRO et al., 2008).

Para as demais regiões do país, observa-se uma escassez de estudos, destacando-se o

Nordeste como mais carente, com registros de estudos relacionados à bacia hidrográfica do

Rio Taperoá, situada no Estado da Paraíba (ABILIO et al., 2007), nas Barragens do IFS

(Instituto Federal de Sergipe) - Campus São Cristovão – SE (ARAÚJO et al., 2011), na bacia

do Médio São Francisco (QUEIROZ et al., 2000) e na bacia hidrográfica do Rio Apodi-

Mossoró - RN (OLIVEIRA JUNIOR, 2009).

Para o Sul da Bahia, nenhum registro de trabalho deste âmbito foi encontrado, o que

ressalta a importância do presente projeto como pioneiro na região, apresentando dados

inéditos de grande importância sobre a entomofauna local e sua relação com a qualidade da

água da bacia hidrográfica do Rio Almada.

Page 24: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Almada através da

identificação dos Insetos aquáticos utilizando-os como bioindicadores em associação

com a análise das variáveis físicas e químicas da água.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar as variáveis físicas e químicas da água, em pontos distintos, sob diferentes

estados de conservação;

Identificar os insetos aquáticos até o menor nível taxonômico possível;

Analisar a comunidade de insetos em relação à riqueza e abundância dos grupos,

buscando relacioná-la com as variáveis limnológicas e climatológicas da Bacia;

Aplicar métricas e índices bióticos buscando classificar a qualidade da água.

Page 25: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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4. ÁREA DE ESTUDO

4.1 Caracterização da área de estudo

A Bacia Hidrográfica do Rio Almada (BHRA) está localizada no Sul da Bahia, com

uma área de drenagem de 1.575 km2. É parte integrante da Bacia do Atlântico Leste (SRH,

1996) e abrange oito municípios: Almadina, Coaraci, Itajuípe, Uruçuca, Ilhéus, Itabuna,

Ibicaraí e Barro Preto, todos abastecidos completamente ou em parte pela água desta bacia,

inclusive os 220 mil habitantes da cidade de Itabuna. Limita-se ao Norte e ao Oeste com a

bacia do rio de Contas, ao Sul com a Bacia do rio Cachoeira e a Leste com o Oceano

Atlântico (FRANCO, 2010).

Tem como curso principal o Rio Almada com uma extensão de 138 km, desde sua

nascente (na Serra do Chuchu, na Região de Sete Paus, município de Almadina) até a sua foz,

na barra de Itaípe, no Norte de Ilhéus (NBH, 2001 b).

Seus principais afluentes são, na margem direita: ribeirão dos Macacos, rio do Braço,

riacho das Sete Voltas, e o rio Tiriri; e à margem esquerda: rio Água Preta do Mocambo,

ribeirão da Lagoa, ribeirões do Braço, Norte e Juçara, ribeirão Vai-Quem-Quer, rio Comprido,

e canal da Lagoa Encantada (FARIAS FILHO, 2003).

Toda a Bacia encontra-se incluída no domínio da Mata Atlântica, bioma reconhecido

pela UNESCO, em 1991, como Reserva da Biosfera. O uso de suas águas inclui

abastecimento público, usos para a agroindústria, dessedentação animal, diluição de efluentes

domésticos, de matadouros e de indústrias alimentícias, o que revela a importância desse

recurso para a região (NBH, 2001 d).

4.2. Localização dos pontos amostrais

O estudo foi realizado nos trechos de baixa e média Bacia, nestes domínios estão

inseridos os dois municípios com maior área pertencente à bacia, Itajuípe e Almadina, com

90% e 83%, respectivamente (NBH, 2001 a), o que atende as expectativas quanto às

influências antrópicas, e ainda, pelas condições locais pertinentes às metodologias de coletas

ali encontradas.

Foram estabelecidos seis pontos amostrais (Ponto 1 – P1; Ponto 2 – P2; Ponto 3 - P3;

Ponto 4 - P4; Ponto 5 - P5 e Ponto 6 - P6), iniciando-se próximo a sua nascente e

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distribuindo-se próximos às áreas antropizadas, a caminho de sua foz no curso principal do

rio, de maneira a estarem localizados sempre à montante ou à jusante das cidades, levando em

consideração as mesmas como fontes poluidoras (Figura 1).

Figura1: Localização dos pontos de coleta na área de estudo, localizada na bacia Hidrográfica do Rio Almada.

Fonte: Laboratório de Análise e Planejamento Ambiental-LAPA/UESC.

4.3. Descrição dos pontos amostrais

P1 (14º41’25’’S / 39º40’19,9’’W): Localizado a jusante da nascente com

aproximadamente 6 km de distância e a montante da Cidade Almadina – BA. Suas margens

contam com presença de mata ciliar, apesar da predominância de pastagem na região. O local

é pouco habitado contando com algumas poucas moradias, sendo o ponto de amostragem

situado sob uma pequena ponte de madeira.

Page 27: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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Figura 2: Ponto 1, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, município de Almadina -BA, no período

entre os meses de dez/2011 e jun/2012, onde: A e C) P1 seco; B e D) P1 chuvoso, água corrente; E e F) P1 em

período intermediário.

Page 28: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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P2 (14º42’22,9’’S / 39º37’49,6’’W): Ponte a jusante de Almadina - BA e a

montante de Coaraci - BA. Margem esquerda constituída de sistema cabruca e pastagem à

margem direita. Presença de moradias no local.

Figura 3: Ponto 2, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Almadina –Ba, no período

seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A: P1 em período seco; B) P2 em período chuvoso;

C e D) P2 com suas águas totalmente cobertas por bancos de macrófitas.

Page 29: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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P3 (14º39’39,7’’S / 39º33’24,9’’W): Localizada à jusante da cidade de

Almadina - BA e à montante da cidade de Coaraci – BA. O ponto está situado sob uma ponte

em um ponto de captação de água da Embasa (Empresa Baiana de Saneamento Ambiental).

Ambas as margens são constituídas por pastagem, com alguns focos constantes de queimadas.

O local é pouco habitado.

Figura 4: Ponto 3, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Coaraci - BA, no período

seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A, C e E) P3 em período seco; B e D) P3 período

chuvoso; F) Pastagem com focos de queimadas e ao fundo sistema cabruca.

Page 30: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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P4 (14º38’54,7’’S / 39º31’59,5’’W). Localizada à Jusante do centro urbano de

Coaraci - BA e à montante do centro urbano de Itajuípe - BA. Local bastante impactado e

habitado, com esgotos a céu aberto e despejados diretamente no Rio. Possui uma oficina

mecânica instalada e com um ferro velho à sua margem direita. Na margem esquerda,

presença de pastagem.

Figura 5: Ponto 4, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Coaraci – BA, no período

seco e chuvoso entre os meses de dez/2011 a jun/2012, onde: A e C) P4 em período seco, ; B) P4 período

chuvoso; D) descarte indevido de lixo advindo do ferro velho ali instalado; E e F) despejo de lixo e esgoto não

tratado no rio.

Page 31: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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P5 (14º40’26,9’’S / 39º23’36,8’’W): Localizado à Jusante de Coaraci - BA e à

montante de Itajuípe - BA. Ponto pouco impactado, com remanescente de mata ciliar e pouco

habitado.

Figura 6: Ponto 5, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no município de Itajuípe – BA, no período

seco e chuvoso nos meses de dez/2011 e jun/2012, respectivamente onde: A, C, E) P5 em período seco, ; B, D,

F) P4 período chuvoso.

Page 32: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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P6 (14º38’59,1’’S / 39º20’43,6’’W): Localizado à Jusante de Itajuípe – BA.

Ponto sob uma ponte da BR 101. Ao longo das campanhas de coleta, o ponto sofreu

modificações em decorrência das fortes interferências antrópicas. Um barramento da água foi

feito para a criação de peixes, que ocasionou uma diminuição o fluxo d’água. As margens são

bastante impactadas com plantação de milho, pontos de lavagem de roupa, casas, criação de

peixes e algumas moradias irregulares são situadas sob a ponte, com fogueiras e lixo

acumulado.

Figura 7: Ponto 6, localizado na bacia hidrográfica do Rio Almada, no período seco e chuvoso entre os meses de

dez/2011 a jun/2012, onde: A, C, E) P5 em período seco, ; B, D, F) P4 período chuvoso. Na imagem D, início do

processo de Barramento e em F cobertas por macrófitas após barramento da água.

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4.4 Domínios climáticos

O clima da bacia pode ser classificado como quente e úmido com variações que

determinam a caracterização do clima tropical superúmido na costa e o tropical úmido, no

interior (FARIAS FILHO, 2003).

Dividida em baixa, média e alta bacia, a BHRA apresenta, seguindo a classificação de

Koppen, três domínios climáticos, distribuídos na parte costeira (Af – clima tropical úmido),

na parte central (Am – clima de monção) e na parte oeste (Aw – clima tropical com estação

seca de inverno) (ROEDER, 1975, CEPLAC 2009 apud FRANCO, 2010).

Figura 8: Domínios climáticos da Bacia Hidrográfica do Rio Almada.

Fonte: Franco (2010) adaptado de Roeder (1975).

4.5 Uso e ocupação do solo

O Sul da Bahia é historicamente conhecido pela riqueza oriunda da exportação do seu

principal produto agrícola: o cacau (Theobroma cacao L. 1753). Porém, há cerca de vinte

anos, esse cultivo vem sofrendo uma profunda crise, que tem como aspectos característicos

básicos à baixa dos preços no mercado internacional, a instabilidade climática que se

verificou nos últimos anos e o intenso ataque de uma praga conhecida como “vassoura de

bruxa”, que devastou grande parte da lavoura cacaueira regional (COSTA, 2002).

Page 34: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

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Após a crise da lavoura cacaueira, muitas áreas de plantações de cacau foram

substituídas por pastagens. Ressalta-se que a área de pastagem concentra-se em maior

proporção na porção oeste da bacia, próximo à nascente do Rio Almada, o que favorece

processos erosivos evidenciado pela elevada presença de solos expostos nesta porção da Bacia

(FRANCO, 2010).

O uso e ocupação do solo, de acordo com Silva et al (2010), são diversificados com as

áreas antropizadas, representadas pelas classes de pastagens, solo exposto e áreas urbanas que

correspondem a 22,9% da área total da BHRA, enquanto que o somatório das áreas de

Floresta, Cabruca, Gramíneas e Áreas úmidas e Manguezais corresponde a 73,7%, o restante

refere-se a áreas de superfície aquática associadas à rede de drenagem da bacia e a da Lagoa

Encantada e a áreas ainda não classificadas.

Figura 9: Uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do Rio Almada.

Fonte: SILVA & GOMES, 2010.

Page 35: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

35

5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Delineamento amostral

Foram realizadas quatro campanhas de coleta, (uma a cada três meses) entre os meses

de dezembro/2011 a setembro/2012, em seis pontos estabelecidos nos setores da Baixa e

Média bacia. Os pontos de coletas contemplaram os municípios de: Almadina, Coaraci e

Itajuípe, sendo dois pontos em cada município.

5.2 Variáveis Climatológicas e Hidrológicas

Os valores de precipitação pluviométrica foram obtidos através do INPE/PROCLIMA

(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/ Programa de Monitoramento Climático em Tempo

Real da Região Nordeste), e contemplaram os municípios de Almadina, Coaraci e Itajuípe.

Os dados de vazão foram disponibilizados pela ANA (Agência Nacional de Águas),

que monitora os valores para a Bacia.

5.3 Variáveis limnológicas

Os padrões de referência para comparação e discussão das variáveis foram os valores

estabelecidos pela Resolução Conama 357/05 para os Rios de Classe 2.

Para verificação dos valores das variáveis limnológicas amostras da água foram

coletadas em cada ponto com auxílio de balde e corda. As medidas de temperatura da água,

condutividade elétrica, potencial hidrogênionico – pH, oxigênio dissolvido – OD, sólidos

totais dissolvidos – tds, foram medidos com auxílio de amostradores de campo automáticos

(multiparâmetro HANNA HI 9828, phmetro PH-2100 e Oxímetro Lutron DO 5510 nas duas

primeiras campanhas de coleta e Oakton DO 6 model Wd 35642-60 na terceira e quarta

campanha de coleta).

Para análise da turbidez, foram recolhidas amostras da água, que foram levadas ao

Laboratório de Águas do Prodema para determinação dos valores da variável com auxílio de

um Turbidimetro (Solar SL 2k).

Page 36: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

36

5.4 Variáveis Biológicas

5.4.1 Insetos aquáticos

As amostras foram obtidas com auxílio de redes entomológicas (Rede D) (0,5 mm),

em esforço amostral de aproximadamente 20 minutos em cada ponto, posteriormente,

acondicionadas em sacos plásticos e fixadas em álcool 80%, devidamente etiquetados. Após

cada coleta, o material foi triado no laboratório de Entomologia da UESC – Universidade

Estadual de Santa Cruz. As amostras foram lavadas sobre peneiras, em uma bandeja branca e

iluminada, sendo retirados os indivíduos e preservados em álcool 80% até sua preparação para

identificação. Os exemplares foram observados com auxílio de lupa estereoscópica da marca

Leica EZ4D, microscópio Olympus SZX7, e identificados, com auxílio de chaves de

identificação específicas (CALOR, 2007; DOMINGUEZ et al., 2006; DOMINGUEZ &

FERNANDEZ, 2009; MARIANO & FROEHLICH, 2007; MERRIT & CUMMINS, 1996;

PEREIRA et al., 2007; PES et al., 2005; SALLES et al., 2004; SEGURA et al., 2011; SOUZA

et al., 2007). Tratamento especial foi dado às famílias de EPT (Ephemeroptera, Plecoptera e

Trichoptera) com o intuito da aplicação de índice específico para o grupo.

5.5 Tratamento dos dados

Foram aplicados métricas e índices bióticos buscando classificar a qualidade da água

através da co-relação dos grupos taxonômicos com as variáveis limnológicas.

5.5.1 Riqueza taxonômica (S)

Foi observada a variação na riqueza das espécies, sendo a riqueza o número total de

espécies observadas na população (ODUM, 2008; BEGON, 2010).

5.5.2 Curva do coletor

A eficiência de coleta foi avaliada pela construção da curva do coletor (Mao Tau),

utilizando 100 randomizações (COLWELL et al., 2004). O total de registros efetuados em

Page 37: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

37

cada coleta foi considerado como uma unidade amostral. Na representação gráfica, os erros

padrão são convertidos em intervalos de confiança de 95%.

5.5.3 Abundância Total

Abundância refere-se ao número total de indivíduos em cada período amostral.

5.5.4 Índice de Diversidade Shannon-Wiener (H’)

Este índice é baseado nos dados de riqueza em relação às diferentes campanhas de

coleta (ODUM, 1988, 2008; BEGON, 2010).

H’ = -∑ pi log pi

Onde: PI = ni/N

ni = número total de indivíduos de cada táxon na amostra

N = número total de indivíduos na amostra

5.5.5 Análises estatísticas

A composição da fauna coletada foi avaliada por métodos multivariados. As análises

foram realizadas através do Programa Past (Paleontological Statistics, versão 2.15).

5.5.5.1 Teste de Mantel

Para testar o efeito da distância geográfica sobre a fauna, foi utilizado o teste de

Mantel (5.000 permutações) comparando a matriz de distância e a matriz de similaridade

(Jaccard). O Mantel compara duas matrizes de presença (distância ou similaridade) derivadas

de dois conjuntos de dados multidimensionais.

5.5.5.2 Análise de agrupamento

Com a finalidade de ordenar a distribuição espaço-temporal dos insetos aquáticos,

realizou-se uma análise de agrupamento, através do índice de Similaridade Jacard. Este índice

Page 38: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

38

é usado para medir o afastamento entre duas amostras que são descritas por dados de presença

e ausência (GOTELLI et al., 2011).

5.5.5.3 Correlação Canônica

A fim de verificar como as características abióticas da bacia influenciavam a

ocorrência das espécies, realizou-se uma análise de correspondência canônica (CCA),

indicada como um dos métodos mais eficientes na análise de gradiente em comunidades

(RODRIGUEZ & LEWIS, 1997). A CCA é um método de ordenação usado para relacionar a

abundância ou as características de espécies com variáveis ambientais ou do habitat

(GOTELLI et al., 2011).

5.5.5.4 Índice Biótico BMWP

O índice BMWP (Biological Monitoring Working Party Score System) é atualmente

um dos mais populares para estudos com bioindicadores aquáticos. É um índice qualitativo

que considera a presença/ausência de famílias de macroinvertebrados bentônicos. O mesmo

atribui valor de 1 a 10 para as famílias de acordo com seu grau de tolerância ou sensibilidade

aos poluentes orgânicos, sendo 1, o valor atribuído para os organismos mais tolerantes e 10, o

valor atribuído para os organismos mais sensíveis aos impactos (SILVEIRA, 2004).

Após atribuição dos valores às famílias encontradas no local, faz-se um somatório dos

valores obtidos e então se tem o valor final para o local amostrado, o qual corresponde ao seu

nível de integridade e qualidade ambiental. Com este sistema de pontuação é possível

comparar a situação relativa entre as estações de amostragem e determinar a qualidade da

água. O índice foi adaptado para a BHRA tomando como base as adaptações de ALBA-

TERCEDOR & SÁNCHES-ORTEGA, 1989; JUNQUEIRA & CAMPOS, 1998;

JUNQUEIRA et al., 2000 (Tabela 1).

Page 39: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

39

Tabela 1: Classes de qualidade e significados dos valores do BMWP (Biological Monitoring

Working Party Score System). Classe Qualidade Valor Significado Cor

I Boa >150 Águas muito limpas Azul

101-120 Águas não contaminadas ou não alteradas de

modo sensível

Azul

II Aceitável 61-100 São evidentes alguns efeitos de contaminação Verde

III Duvidosa 36-60 Águas contaminadas Amarelo

IV Crítica 16-35 Águas muito contaminadas Laranja

V Muito Crítica <15 Águas fortemente contaminadas Roxo

Fonte: ALBA-TERCEDOR & SÁNCHES-ORTEGA, 1989; JUNQUEIRA & CAMPOS, 1998; JUNQUEIRA et

al., 2000.

5.5.5.5 BMWP-ASPT

Com a finalidade de tornar o BMWP mais eficiente e realista, foi desenvolvido em

1997, no Reino Unido, o índice BMWP-ASPT (Average Score Per Taxon), que é calculado

pela razão entre o escore obtido no cálculo do BMWP, e o número de famílias pontuadas na

amostra, ou seja, corresponde à média dos valores de cada família encontrada (WALLEY et

al., 1997).

BMWP-ASPT = Escore do BMWP

nº de famílias presentes da amostra

A tabela 2 apresenta os valores do índice BMWP-ASPT e seus respectivos

significados.

Tabela 2: Classificação de qualidade da água e significado dos valores do índice BMWP-

ASPT (Average Score Per Taxon).

Valor BMWP-ASPT Avaliação da qualidade da água

>6 Água limpa

5-6 Qualidade duvidosa

4-5 Provável poluição moderada

<4 Provável poluição severa

Fonte: GONÇALVES, 2007

Page 40: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

40

5.5.5.6 Percentagem EPT

Considerado um índice bastante simples o EPT (porcentagem de Ephemeroptera,

Plecoptera e Trichoptera), incorpora a informação relativa a todos os organismos destas

ordens presentes na amostragem. Calcula-se a abundância relativa das ordens em relação ao

número total de organismos da amostra.

EPT = nº indivíduos (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera) X 100

nº total de indivíduos

Quanto maior for a abundância relativa desses táxons, maior é a qualidade da água

local. Esses grupos são escolhidos em decorrência de sua grande sensibilidade a poluição

orgânica e alterações do meio (RESH & JACKSON, 1993; ROSENBERG & RESH, 1993).

Na Tabela 3 encontram-se os valores do índice EPT e seus respectivos significados.

Tabela 3: Classe de qualidade e significado dos valores do índice EPT.

Percentagem de EPT Qualidade da Água

75% - 100% Muito Boa

50% - 74% Boa

25% - 49% Regular

0% - 24% Ruim

Fonte: GONÇALVES, 2007

Page 41: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

41

6. RESULTADOS

6.1 Variável Climatológica e Hidrológica

6.1.1 Precipitação

Os valores de precipitação durante as quatro campanhas de coleta foram marcados por

diferentes valores mensais. As chuvas se concentraram em novembro/2011, fevereiro/2012 e

agosto/2012, apresentando um valor máximo em fevereiro de 2012 no município de Coaraci,

com 165,7mm (Figura 10).

No período de abril e maio de 2012, as médias se relacionaram, apresentando baixos

índices pluviométricos, com mínima de 5,81mm, em abril de 2012 para o município de

Almadina.

Figura 10: Precipitação mensal nos municípios de Almadina, Coaraci e Itajuípe (Bahia, Brasil), no período de

Set/2011 a Set/2012 (destaque em vermelho no eixo horizontal indica os meses de coleta).

Fonte: INPE/Proclima

6.1.2 Vazão

Os dados de vazão (Figura 11) sofreram influência dos valores de precipitação. De

acordo com Souza (2006), a precipitação é a principal entrada de água na BHRA, sendo

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Pre

cip

itaç

ão m

en

sal (

mm

)

Almadina

Coaraci

Itajuípe

Page 42: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

42

juntamente com a contribuição do lençol freático, responsável pelo escoamento superficial

dos cursos d’água e pelo fenômeno de recarga dos recursos hídricos.

No presente estudo observou-se um aumento da vazão no período chuvoso. Nos meses

de novembro/2011 e agosto/2012, o rio apresentou um maior volume de água, com

alagamentos em alguns pontos de coleta. O valor máximo de vazão ocorreu no mês de

novembro/2011, atingindo 19,2 m3.s

-1.

Entre abril e junho/2012, os valores de vazão foram reduzidos e a coleta nesse período

marcada pela característica de tempo seco, com alguns pontos em águas não correntes e a

vegetação aquática em decomposição. O valor mínimo foi de 0,5 m3.s

-1 em abril de 2012.

Conforme os dados apresentados por Gomes et al. (2012), há um maior escoamento do

rio Almada entre os meses de novembro e março, com vazão média máxima no mês de

dezembro (24m3.

s-1

) e fevereiro (22m3.

s-1

).

Relacionando a vazão histórica e a vazão atual (Figura 11), constatou-se uma

diminuição dos valores nos últimos 30 anos, com períodos mais secos e uma vazão altamente

reduzida nos meses de março a julho de 2012. Exceção nos meses de outubro/novembro de

2011 e agosto de 2012 onde os valores ultrapassaram a média histórica.

Figura 11: Média da vazão histórica (1982-2012) e vazão atual (Set/2011 a Set/2012) da estação 53050000,

localizada no município de Itajuípe (Bahia, Brasil), destaque em vermelho no eixo horizontal, indica os meses de

coleta.

Fonte: ANA/Snirh

0

5

10

15

20

25

Vaz

ão m

3.s

-1

Histórica

Atual

Page 43: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

43

6.2 Variáveis liminológicas

6.2.1 Temperatura da água

A temperatura da água, apesar de quase sempre verificada em estudos de qualidade de

ambientes aquáticos, não consta na resolução do país como parâmetro de análise de qualidade

da água. No entanto, justifica-se sua utilização neste estudo em decorrência do seu reflexo

sobre os organismos aquáticos.

Os valores de temperatura se mostraram heterogêneos (Figura 12). A temperatura mais

alta foi observada na coleta 1 (dez/2011) no P5 que apresentou valor de 28,4ºC. O menor

valor de temperatura foi observado na coleta 3 (junho/2012) no P2 apresentando valor de

21,2ºC .

Figura 12: Valores de temperatura da águas em seis pontos amostrais no período de dez/2011 a set/2012, na

BHRA.

6.2.2 pH

A figura 13 demonstra um decréscimo dos valores de pH da montante para a jusante.

A variável apresentou maior valor na coleta 1 no P1com 8,8 e menor valor na coleta 3 no P6

com 6,53. Todas as coletas apresentaram valores entre 6,0 e 9,0, dentro do recomendado pela

resolução Conama 357/05, sendo então consideradas águas próximas da neutralidade.

P1

P2

P3

P4

P5

P620

21

22

23

24

25

26

27

28

29

Tem

pera

tura

da

águ

a (

ºC)

25% - 75%

___ Mediana

Page 44: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

44

Figura 13: Variação do pH da água em seis pontos amostrais no período de dez/2011 a set/2012 na BHRA.

6.2.3 Oxigênio Dissolvido

Na segunda campanha de coleta, a variável não foi medida por problemas técnicos

com o aparelho de campo. A figura 14 mostra que os valores de concentrações de oxigênio

dissolvido eram baixos, com valores inferiores ao recomendado pelo Conama 357/05 que

estabelece o limite inferior a 5mg/L.

Observa-se que o P5 com o maior valor obtido com OD foi equivalente a 8,7 mg/l. O

P2 apresentou os menores índices de oxigênio em todas as campanhas de coleta com menor

valor equivalente a 1,26 mg/l na 4ª coleta.

Figura 14: Variação da concentração de Oxigênio Dissolvido (mg/L) na água em seis pontos amostrais no

período de dez/2011 a set/2012 na BHRA.

P1

P2

P3

P4

P5

P66

6,3

6,6

6,9

7,2

7,5

7,8

8,1

8,4

8,7p

H

P1

P2

P3

P4

P5

P6

1,6

2,4

3,2

4

4,8

5,6

6,4

7,2

8

8,8

Ox

igên

io D

isso

lvid

o (

mg

/L)

25% - 75%

___ Mediana

25% - 75%

___ Mediana

Page 45: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

45

6.2.4 Condutividade Elétrica

A condutividade elétrica apresentou maiores valores em todas as coletas no P1 e P2,

pontos mais próximos da nascente, diferindo significativamente dos demais pontos amostrais.

Os maiores valores da variável, no P1 e P2, foram encontrados na coleta 3 (Junho/2012),

período considerado seco, o que pode ter influenciado diretamente os resultados (Figura 15).

Figura 15: Variação da Condutividade Elétrica (µS cm

-1) da água em seis pontos amostrais nas épocas de

estiagem e chuva, no período de dez/2011 a set/2012 na BHRA.

6.2.5 Sólidos Totais Dissolvidos – tds

Os valores de tds obtiveram relação com a condutividade elétrica para os seis pontos

amostrais, registrados também os maiores valores para o P1 e P2, que por sua vez, a partir da

terceira coleta, apresentaram concentrações elevadas atingindo, respectivamente, 1027 mg/L e

588 mg/L, ultrapassando os valores permitidos pela resolução do Conama que são de 500

mg/l (Figura 16).

P1

P2_

P3

P4

P5

P60

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Co

nd

uti

vid

ad

e E

létr

ica (

µS

cm

-1)

25% - 75%

___ Mediana

Page 46: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

46

Figura 16: Valores de Sólidos Totais Dissolvidos (mg/L) na água em seis pontos amostrais no período de

dez/2011 a set/2012 na BHRA.

6.2.6 Turbidez

A turbidez apresentou uma variação a cada campanha de coleta, com valores

consideravelmente aceitáveis. O P4 e o P5 apresentaram menores valores no 3ª período

amostral, atingindo 0,21e 0,23 UNT, respectivamente. Na 4ª coleta o P2 apresentou valor alto

e fora do padrão observado durante as coletas, com valor de 52,86 UNT. Todos os pontos e

campanhas de coleta apresentaram conformidade não atingindo o valor máximo estabelecido

pelo Conama que é de 100 UNT (Figura 17).

Figura 17: Variação dos valores de Turbidez (UNT) na água em seis pontos amostrais no período de dez/2011 a

set/2012 na BHRA.

P1

P2_

P3

P4

P5

P6

0

120

240

360

480

600

720

840

960S

óli

dos

Tota

is D

isso

lvid

os

(mg/L

)

P1

P2

P3

P4

P5

P60

6

12

18

24

30

36

42

48

54

Tu

rb

idez

(UN

T)

25% - 75%

___ Mediana

25% - 75%

___ Mediana

Page 47: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

47

6.3 Variáveis Biológicas

6.3.1 Levantamento entomofaunístico

Foram coletados 2315 organismos, distribuídos em oito ordens, 32 famílias e 56

gêneros. Cinco gêneros de Ephemeroptera foram registrados pela primeira vez para o Estado

da Bahia (Tabela 4 e Figuras 18,19,20 e 21).

Na maioria dos estudos ecológicos a família Chironomidae enfrenta a dificuldade de

uma identificação do taxa a níveis específicos, sendo mencionada apenas como

“Chironomidae” (DOMINGUEZ & FERNANDEZ, 2009). No presente trabalho, sua

identificação foi mantida ao nível de Subfamília.

A abundância de espécies obteve menor valor no P3 com 39 indivíduos, seguido por

P6 com 94 indivíduos e maior valor no P5 com 1073 organismos coletados. O gênero com

maior abundância foi Simulium com 452 exemplares seguido de Americabaetis com 439

indivíduos (Tabela 4).

A menor riqueza foi encontrada no P4 com oito gêneros coletados, seguido por P6

com 13 gêneros. O P5 por sua vez, apresentou a maior riqueza, com 28 gêneros coletados.

Nos demais pontos os valores oscilaram entre 13 a 16 gêneros por ponto (Tabela 4).

O ponto 6 apresentou os menos valores de riqueza, abundância e diversidade, seguido

pelo ponto 4. O ponto 5 esteve entre os pontos de maior riqueza e abundância, sendo o ponto

3 considerado o mais diverso (Tabela 4; Figura 23).

Page 48: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

48

Tabela 4: Lista de táxons de insetos aquáticos na BHRA, coletados entre dez/2011 a

set/2012. ORDEM FAMÍLIA GÊNERO P1 P2 P3 P4 P5 P6 Total

Coleoptera Dytiscidae Eretes 0 1 0 0 0 0 1

Laccophilus 8 0 0 0 0 0 8

Rhantus 1 0 0 0 0 0 1

Elmidae Macrelmis 1 1 0 0 0 0 2

Hexacylloepus 0 0 0 0 4 0 4

Hydrochidae Hydrocus 2 8 0 0 0 0 10

Hydrophilidae Berosus 2 0 0 0 0 0 2

Gyrinidae Gyrinus 1 0 0 0 0 0 1

Noteridae Hydrocanthus 0 6 0 0 0 0 6

Scirtidae Scirtes 11 5 0 0 0 0 16

Diptera Chironomidae

Chironominae NI 148 154 3 45 12 11 373

Orthocladiinae NI 27 0 0 0 50 1 78

Tanypodiinae NI 31 5 3 60 28 57 164

Culicidae Aedes 0 10 0 0 0 1 11

Culex 6 26 1 0 0 1 34

Simulidae Simulium 233 0 1 0 216 2 452

Ephemeroptera Baetidae Americabaetis 5 0 2 5 427 0 439

Aturbina 0 0 11 0 0 0 11

Callibaetis 51 0 1 0 1 6 59

Camelobaetidius 1 0 0 0 65 0 66

Cloeodes* 1 0 0 0 0 0 1

Cryptonympha 4 0 0 0 0 0 4

Paracleodes 0 0 1 0 0 0 1

Caenidae Caenis* 99 0 0 0 0 1 100

Leptohyphidae Traveryphes 0 0 4 0 0 0 4

Tricorythodes* 0 0 2 0 2 0 4

Tricorythopsis 0 0 1 0 8 0 9

Leptophlebiidae Farrodes* 0 0 0 0 14 0 14

Hagenulopsis* 0 0 0 0 18 0 18

Hydrosmilodon 0 0 0 0 14 0 14

Paramaka 0 0 0 0 3 0 3

Hemiptera Belostomatidae Belostoma sp.1 5 17 1 0 0 0 23

Belostoma sp.2 0 4 0 0 0 0 4

Gerridae Platygerris 0 0 0 0 0 1 1

Mesoveliidae Mesovelia 0 0 0 1 0 0 1

Naucoridae Pelocoris 0 0 0 1 0 0 1

Notonectidae Notonecta sp.1 0 8 0 0 0 0 8

Notonecta sp.2 1 0 0 0 0 1 2

Veliidae Rhagovelia 0 0 1 0 1 0 2

Lepidoptera Pyralidae NI 0 0 0 0 12 0 1212

Megaloptera Corydalidae Corydalus 0 0 0 0 4 0 4

Odonata Calopterygidae Hetaerina 0 0 0 0 21 0 21

Coenagrionidae Telebasis 0 7 0 0 0 0 7

Gomphidae Aphylla 0 0 0 1 0 0 1

Gomphoides 0 0 0 0 1 0 1

Lestidae Lestes 3 5 5 1 0 0 14

Libellulidae Brechmorhoga 1 0 0 0 3 3 7

Erythrodiplax 3 4 1 0 0 8 16

Planiplax 0 0 0 1 1 1 3

Orthemis 0 0 0 0 1 0 1

Macrothemis 0 0 0 3 1 0 4

Trichoptera Hydropsychidae Smicridea 14 0 0 0 162 0 176

Hydroptilidae Hydroptila 0 0 0 0 1 0 1

Leptoceridae Oecetis 0 0 0 0 1 0 1

Nectopsyche 0 0 0 0 1 0 1

Philopotamidae Chimarra 0 0 0 0 1 0 1

Polycentropodidae Polycentropus 0 0 1 0 0 0 1

ABUNDÂNCIA TOTAL 729 262 39 118 1073 94

RIQUEZA 24 15 16 8 28 13 56

Nota: * Novos registros para o Estado da Bahia. NI – Não identificado

Page 49: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

49

Figura 18: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A- Belostoma sp.; B - Rhagovelia sp.;

C- Notonecta sp.; D - Erytrodiplax sp.; E - Gomphidae sp. ; F - Hetaerina sp.; G - Hydrocus sp.; H - Laccophilus

sp.

Page 50: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

50

Figura 19: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Hagenulopsis sp.; B - Chimarra

sp.; C - Smicridea sp.; D - Tanypodiinae.; E - Chironominae; F - Orthocladiinae; G - Hydrosmilodon sp.; H -

Scirtes sp.

Page 51: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

51

Figura 20: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Telebasis sp.; B – Callibaetis sp.;

C - Corydalus sp.; D – Culex sp.; E – Hexacylloepus sp.; F - Polycentropus sp.; G - Simulium sp.; H -

Traveryphes sp.

Page 52: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

52

Figura 21: Insetos aquáticos coletados no período de dez/2011 a set/2012 (A - Caenis sp.; B - Camelobaetidius

sp.; C - Trycorythodes sp.; D – Tricorythopsis sp.

Page 53: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

53

6.3.1.2 Curva do Coletor

A curva de acumulação de espécies apresentou formato ascendente (Figura 22), o que

sugere que novas espécies possam ser incrementadas em estudos futuros na área estudada.

Figura 22. Curva do coletor gerada de acordo com o método Mao Tau, na bacia hidrográfica do Rio Almada,

entre o período de dezembro/2011 a setembro/2012. Intervalo de confiança de 95%.

6.3.1.3 Índice de Diversidade de Shanon-Wiener (H’)

Os valores de diversidade oscilaram (Figura 23). O ponto 3 obteve a maior diversidade

com esse valor atingindo 2,39 e o ponto 4 e 6 as menores diversidades com 1,14 e 1,47,

respectivamente.

Figura 23: Valores do Índice de Shanon (H’) da comunidade entomofaunística dos seis pontos amostrais da

bacia hidrográfica do Rio Almada – Bahia, no período de dez/2011 a set/2012.

1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3 3,3 3,6 3,9

Samples

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

Ta

xa (

95%

con

fid

ence

)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 2 4 6 8

Índ

ice

de

Sh

ano

n-W

ien

er

(H')

Shannon_H

Page 54: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

54

6.3.3 Análises Estatísticas

O resultado do Teste de Mantel revelou uma correlação negativa (r = -0,12 e p = 0,66)

e a inexistência de efeito significativo entre a distância geográfica, os meses de coletas e a

distribuição faunística.

A análise de correlação de Pearson comparando os dados bióticos e os parâmetros

abióticos não revelou nenhum parâmetro significativo, sendo então descartada a hipótese de

influência individual das variáveis sobre a fauna coletada.

Os dados faunísticos foram então submetidos a uma análise de agrupamento utilizando

o índice de similaridade (Jaccard) que considerou os pontos 1 e 6 como sendo os mais

similares, e o ponto 4 mais dissimilar em relação aos outros pontos amostrais (Figura 24).

Figura 24: Dendrograma da análise de agrupamento dos pontos amostrais através da similaridade entre a

abundância de insetos aquáticos amostrados na Bacia Hidrográfica do Rio Almada - Ba, no período entre

dez/2011 e set/2012.

Na Tabela 5 estão apresentados os resultados da análise de correspondência canônica

(CCA) comparando os dados das variáveis ambientais, dados faunísticos e locais de coleta. Os

autovalores (Eigenvalores) dos componentes extraídos (Eixo 1 e 2), explicaram 66,28% das

variações na qualidade da água entre os pontos amostrados.

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Sim

ilarity

P5

P3

P6

P1

P2

P4

Page 55: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

55

Tabela 5: Análise de correspondência canônica comparando as variáveis biológicas e

limnológicas da bacia hidrográfica do Rio Almada, autovalores, variância explicada e

variância acumulada, do eixo 1 e 2.

Análise de correspondência Eixo 1 Eixo 2

Autovalor 0,78747 0,4278

Variância explicada (%) 42,95 23,33

Variância acumulada (%) 42,95 66,28

O diagrama gerado através da Correlação Canônica (Figura 25) indicou o pH como

parâmetro neutro em relação à influência dos dados bióticos, assim como, os demais

parâmetros abióticos influenciando grupos faunísticos específicos.

A temperatura se apresentou isolada no quadrante superior, influenciando grande

número de táxons. O oxigênio dissolvido, em eixo negativo e oposto a temperatura,

influenciou grupos mais sensíveis como já esperado, como por exemplo, Tricorythopsis,

Traveryphes, Hexacylloepus, Camelobaetidius e Hydroptila.

A Turbidez, Condutividade e Tds, se relacionaram agrupados em um mesmo eixo

negativo, influenciando assim, os mesmos grupos, como por exemplo, Belostomatidae,

Culicidae, Laccophilus, Berosus e Scirtes.

Page 56: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

56

Figura 25: Diagrama de ordenação gerado pela correlação canônica utilizando as variáveis ambientais, dados faunísticos, e locais de coleta da bacia hidrográfica do Rio

Almada. Legenda: Lacc = Laccoplhilus; Eret = Eretes; Macr = Macrelmis; Hexa = Hexacylloepus; Hydro = Hydrocus; Bero = Berosus; Scir = Scirtes; Cul – Culex; Aed =

Aedes; Simu = Simulium; Came = Camelobaetidius; Calli = Callibaetis; Atur = Aturbina; Ameri = Americabaetis; Cae = Caenis; Tricorythop = Tricorythopsis;

Traveryphes = Traveryphes; Tricorythod = Tricorythodes; Farro = Farrodes; Hage = Hagenulopsis; Hydros = Hydrosmilodon; Para = Paramaka; Cory = Corydalus;

Brech = Brechmorhoga; Eryth = Erythrodiplax; Plani = Planiplax; Macro = Macrothemis; Hetae = Hetaerina; Tele = Telebasis; Lest = Lestes; Smicri = Smicridea;

Hydrop = Hydroptila; Oece = Oecetis; Nectop = Nectopsyche; Poly = Polycentropus; Chima = Chimarra; Belos = Belostoma; Noto = Notonecta; Rhago = Rhagovelia.

tdsCondutividade

OD pH

Turbidez

Temperatura

Lacc

Eret

Macr

Hexa

Hydro

Bero

ScirCul

Aed

Simu

Came

Calli

Atur

Ameri

Cae

Tricorythop

Traveryphes_

Tricorythod

Farro

HageHydrosPara

Cory

Brech

Eryth

Plani

Macro

Hetae

Tele

Lest

Smicri

Hydrop

Oece

Nectop

Poly

Chima

Belos

Noto

Rhago-2 -1,5 -1 -0,5 0,5 1 1,5 2 2,5

Axis 1

-3

-2,4

-1,8

-1,2

-0,6

0,6

1,2

1,8

2,4

Ax

is 2

Page 57: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

57

6.3.4 Índices Bióticos

6.3.4.1 BMWP

O índice foi obtido através da somatória das famílias ocorrentes em cada ponto. Os

seis pontos amostrais foram classificados de acordo com o valor obtido. O ponto 1 foi

qualificado como pertencente à classe II, o que significa água de qualidade aceitável, com

evidências de alguns efeitos de contaminação. Os pontos 2, 3 e 4 receberam pontuação de

classe III, sendo considerados pontos de qualidade duvidosa, com água contaminada.

O ponto 5, por sua vez, alcançou maior pontuação e foi qualificado como pertencente

à Classe I, considerada água de boa qualidade, não alterada e não contaminada. Por fim, o

ponto 6 obteve menor pontuação, atingindo pontuação de classe IV, considerada como água

em estado crítico e contaminada (Tabela 6).

Tabela 6 - Pontuação obtida pelo índice BMWP (Biological Monitoring Working Party Score

System) para as famílias de macroinvertebrados bentônicos encontrados na bacia hidrográfuca

do Rio Almada, Bahia, Brasil.

Ordem/Família Pontuação P1 P2 P3 P4 P5 P6

Coleoptera

Elmidae 5 X X X

Dytiscidae 3 X X

Hydrophilidae 3 X X

Hydrochidae 5 X X X

Gyrinidae 3 X

Scirtidae 5 X X

Noteridae 5 X

Diptera

Chironomidae 2 X X X X X X

Culicidae 2 X X X X X X

Simulidae 5 X X X X

Ephemeroptera

Baetidae 4 X X X X X

Caenidae 4 X X

Leptohyphidae 8 X X X

Leptoplebiidae 10 X

Odonata

Libellulidae 7 X X X X X X

Lestidae 8 X X X X

Gomphidae 8 X X

Perilestidae 8 X

Page 58: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

58

Tabela 6 - Pontuação obtida pelo índice BMWP (Biological Monitoring Working Party Score

System) para as famílias de macroinvertebrados bentônicos encontrados na bacia hidrográfica do Rio

Almada, Bahia, Brasil. (continuação)

Ordem/Família Pontuação P1 P2 P3 P4 P5 P6

Calopterygidae 8 X

Coenagrionidae 6 X

Hemiptera

Notonectidae 3 X X

Veliidae 7 X X

Mesovelidae 3 X

Naucoridae 5 X

Gerridae 3 X

Belostomatidae 5 X X X

Trichoptera

Hydropsychidae 6 X X

Philopotamidae 8 X

Hydroptilidae 6 X

Leptoceridae 7 X

Polycentropodidae 7 X

Megaloptera

Corydalidae 4 X

Lepidoptera

Pyralidae 8 X

Total 75 59 60 39 113 30

Classe II III III III I IV

Qualidade Aceitável Duvidosa Duvidosa Duvidosa Boa Crítica

Nota: x = refere-se à presença da família no ponto amostral.

6.3.4.2 BMWP-ASPT

O BMWP-ASPT não diferiu do índice anterior, de maneira que o P5, assim como no

BMWP, obteve maior pontuação sendo classificado como ambiente de água limpa e o P6

adquiriu menor valor recebendo a classificação de Provável Poluição Severa. O P3 obteve

classificação duvidosa em ambos os índices (Tabela 7).

Page 59: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

59

Tabela 7 - Pontuação obtida pelo índice BMWP-ASPT para as famílias de

macroinvertebrados bentônicos encontrados na bacia hidrográfica do Rio Almada, Bahia,

Brasil.

Pontos

amostrais

Score BMWP Valor BMWP-ASPT Significado

P1 75 4,6 Provável Poluição Moderada

P2 59 4,5 Provável Poluição Moderada

P3 60 5,4 Qualidade Duvidosa

P4 39 4,87 Provável Poluição Moderada

P5 113 6,27 Água Limpa

P6 30 3,75 Provável Poluição Severa

6.3.4.3 Razão EPT

O índice EPT esteve de acordo com os demais índices. O P5 considerado um ponto de

boa qualidade de água e o P6 com classificação de água de qualidade ruim. No entanto, o

índice divergiu quanto à classificação do P3, sendo a água então considerada de boa qualidade

nesse caso (Tabela 8).

Tabela 8: Pontuação obtida pelo índice BMWP-ASPT para as famílias de

macroinvertebrados bentônicos encontrados na bacia hidrográfica do Rio Almada, Bahia,

Brasil.

Pontos

amostrais

Porcentagem de EPT Significado

P1 33,65 Regular

P2 0 Ruim

P3 58,97 Boa

P4 4,23 Ruim

P5 66,91 Boa

P6 7,44 Ruim

De acordo com os índices bióticos aplicados não ocorreu grande divergência entre as

classificações dos pontos, conforme demonstrado na Tabela 9.

Page 60: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

60

Tabela 9: Comparação das classificações obtidas pelos pontos de coleta entre os três índices

bióticos aplicados. Pontos amostrais Índices Bióticos

BMWP ASPT EPT

P1 B B B

P2 C B C/D

P3 C C A

P4 C B C/D

P5 A A A

P6 D D D

Legenda: A = Boa-Limpa ; B = Aceitável-Moderada; C = Duvidosa; C/D = Duvidosa a Ruim; D = Crítica-

Severa.

Page 61: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

61

7. DISCUSSÃO

A caracterização limnológica das águas da bacia hidrográfica do Rio Almada

demonstrou que a mesma sofre com diferentes impactos antrópicos, os quais acarretam em

alterações nas características físicas, químicas e biológicas das águas. Isto fica evidente

quando se observa que os parâmetros analisados demonstraram possuir uma distribuição

espacial distinta, devido às diferenças do entorno de cada ponto.

Após análise histórica dos dados de vazão dos últimos 30 anos da Bacia e levando-se

em consideração a influência direta da precipitação sobre a vazão, percebe-se um decréscimo

dos valores de vazão, sendo os últimos anos caracterizados por tempo seco.

O fator precipitação influencia diretamente na qualidade da água, ao interferir nos

parâmetros físicos, químicos e biológicos da bacia. A condutividade elétrica e o pH da água,

por exemplo, estão associados à alternância do regime de precipitação durante o ano, o que

pode influenciar na composição e abundância dos zoobentos (LEITE, 2001).

No presente estudo, a pluviosidade e vazão apresentaram influência na composição

dos insetos aquáticos. A menor abundância foi encontrada na terceira campanha de coleta, em

Junho de 2012, um período considerado seco, onde a água ficou sem correr em alguns pontos.

Os maiores valores ocorreram na 1ª e na 4ª campanha de coleta, período com valores de

precipitação e vazão superiores a 3ª campanha de coleta. Relação inversa ao esperado, uma

vez que, após períodos de cheia com o carreamento das larvas ocorre uma diminuição dos

insetos nestes ambientes.

Resultado semelhante foi encontrado por Bispo et al. (2001), em estudo realizado no

Planalto Central do Brasil, onde dois de seus pontos de coleta apresentaram valores de

abundância maior em período chuvoso do que no período seco. Segundo o autor, esse

fenômeno pode ser atribuído a diferentes padrões sazonais locais, onde os córregos podem

apresentar níveis distintos de estabilidade e capacidades de recolonização distintas.

A temperatura da água, por sua vez, apresentou em todas as campanhas de coletas

relação com a sazonalidade e com os índices pluviométricos. Os maiores valores foram

observados em dez/2011, no verão, e os menores períodos em Jun/2012, no inverno,

sugerindo assim, uma interferência da temperatura do ar sobre a da água. Deve ser ressaltado

que a variável pode ter sofrido influência dos horários de coleta, sendo que nos pontos que

apresentaram maiores valores, as coletas eram realizadas sempre próximos aos períodos mais

quentes entre 12:00 horas e 14:00 horas do dia. Nenhum outro padrão de alteração foi

detectado.

Page 62: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

62

No presente estudo, esse parâmetro esteve com valores próximos ao valor considerado

ótimo. Conforme Silveira-Neto et al. (1976), a temperatura da água é considerada ótima ao

redor de 25º C, é ainda, considerada um fator regulador das atividades dos insetos e que afeta

o desenvolvimento, comportamento e alimentação destes, tendo relação direta com o oxigênio

dissolvido da água.

Dentre os parâmetros analisados, o OD apresentou as piores condições, com valores

reduzidos, característicos de ambiente alterado. Apenas na terceira campanha de coleta,

alguns pontos (P1, P3, P4 e P5) alcançaram valores considerados bons para ambientes

aquáticos. Destaque tem que ser dado à coleta 3 no P5 onde o valor foi o maior de todas as

coletas e pontos amostrais. Este valor pode ter sofrido influência direta da característica do

ponto, onde o mesmo é constituído de corredeira, sendo que, mesmo em períodos secos, o

fluxo diminuiu mas não foi contido.

Como discutido anteriormente, a bacia do Rio Almada vem passando por uma

diminuição de sua vazão, o que pode ter influenciado as baixas concentrações de OD nos

pontos amostrais, uma vez que esse tem relação com a velocidade da corrente. Outra forte

interferência nesta diminuição diz respeito à contaminação orgânica que além de influenciar

na diminuição do OD, pode indicar tendência severa à poluição.

Os baixos valores de OD no P2 e P6 apresentaram relação com a interferência

antrópica local, sendo estes pontos considerados também, os locais de maiores fontes pontuais

de poluição orgânica. O parâmetro OD deve ser considerado como o principal parâmetro para

avaliar o impacto ambiental de efluentes lançados nas águas receptoras, pois quando as

concentrações do mesmo gás caem abaixo de 4 mg.L1, há grande possibilidade de ocorrer

mortalidade da biota aquática (ARAÚJO, 2000).

A baixa concentração de OD mostrou-se um fator de influência sobre a baixa riqueza

dos pontos amostrais e aumento da ocorrência de espécies resistentes. Embora insetos como

certas larvas de Chironomidae sobrevivam a longos períodos em condições quase anóxicas, a

maioria dos insetos aquáticos deve obter oxigênio a partir do meio circundante para

funcionarem efetivamente (GULLAN & CRANSTON, 2012).

A condutividade elétrica, por sua vez, esteve intimamente relacionada com os valores

dos sólidos totais dissolvidos para todos os pontos de coleta, assim como, apresentou relação

com os baixos índices pluviométricos encontrados próximos a nascente. Apesar de a

condutividade tender a aumentar com o aumento da temperatura, os valores mais elevados de

condutividade não apresentaram relação com o período mais quente. O aumento do valor de

Page 63: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

63

condutividade próximo à nascente do Rio Almada obteve resultados semelhantes em estudos

realizados por Santana (2011) e Franco (2010). Ambos relacionam este significativo aumento

às características litológicas e pedológicas da região.

Na BHRA, a intemperização das rochas (gnaisses) pode refletir na química da água,

principalmente nas cabeceiras da bacia juntamente com o tipo de solo, luvissolos crômicos,

que são pouco profundos e com alta saturação por bases (FRANCO, 2010).

O pH e a turbidez mantiveram-se dentro de uma faixa aceitável, tanto para a vida

aquática como para a qualidade da água. Ambos sofreram influência dos bancos de macrófitas

no P2, uma vez que se trata de importante fonte ácida, bem como, pela inviabilidade da

penetração dos raios de luz no local. A análise individual destes parâmetros permite

classificar a BHRA como pertencente à classe especial, já que em nenhuma das análises para

os citados parâmetros, os valores estiveram além do limite estabelecido pelo CONAMA.

Tendo em vista que as análises físicas e químicas podem apresentar valores aceitáveis

para ecossistemas que já foram completamente degradados, faz-se necessário que estas sejam

completadas por análises biológicas, para que se possa obter uma avaliação mais completa da

integridade do ambiente (CAIRNS JR & DICKSON, 1971). Nesse sentido, considerados

importantes ferramentas na detecção das fontes difusas de poluição, buscou-se no presente

estudo reforçar a classificação dos pontos amostrais a partir da entomofauna da Bacia.

A ausência de correlação espacial significativa demonstra que as variações que

ocorreram na qualidade da água nos diferentes pontos amostrais decorreram da influência

antrópica e dos diferentes tipos de uso da terra ao longo da bacia. A instabilidade da Curva do

Coletor revela a necessidade de novas coletas na região, o que poderá resultar em aumento

dos gêneros encontrados, assim como contribuição por novos registros de espécies para a

região, uma vez que pouco se conhece da entomofauna local.

As características de cada ponto foram consideradas como determinantes para a fauna

encontrada, justificando a ausência de correlação espacial e temporal. Resultado semelhante

foi encontrado por Nally et al. (2006), ao analisar o efeito da distância entre a fauna de

diferentes corredeiras em dois rios. De acordo com o trabalho, uma das explicações para a

ausência de autocorrelação espacial em um dos rios estudados foi a ocorrência de impactos de

diferentes naturezas e intensidades ao longo do rio.

Na análise foi observada uma diminuição significativa na riqueza taxonômica, e

abundância de insetos aquáticos, nas estações de coleta à medida que se aproximava dos

locais com maior atividade humana. De acordo com Cortezzi et al. (2009), os organismos

Page 64: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

64

aquáticos apresentam diferentes tolerâncias às perturbações antrópicas, sendo esperado que

diferentes composições faunísticas ocorram em locais com diferentes intensidades de

impactos antrópicos.

Relacionando as ordens encontradas nos pontos com suas qualificações de organismos

mais resistentes ou mais sensíveis, observou-se a ocorrência da família Chironomidae em

maior abundância em ambientes considerados degradados (P1, P2, P3 e P6). Os

Chironomidae são organismos que normalmente atingem grande abundância em locais com

poluição orgânica, existindo algumas espécies capazes de tolerar baixas concentrações de

oxigênio dissolvido graças a pigmentos respiratórios de natureza peculiar (GOULART &

CALLISTO, 2003; CONNOLY et al., 2004).

Bastante utilizado em estudos de bioindicação, essa família é considerada um dos

grupos de macroinvertebrados mais importantes entre os bentos. É uma das famílias melhor

representadas por sua abundância e diversidade em ambientes aquáticos continentais

(DOMINGUEZ & FERNANDEZ, 2009).

Relação semelhante foi observada no que diz respeito aos Ephemeroptera e

Trichoptera, organismos encontrados em ambientes mais preservados e considerados

sensíveis às perturbações ambientais, ocorrendo principalmente em águas limpas e bem

oxigenadas (PACIENCIA et al., 2011). Apareceram então no P5 abundantemente, enquanto, a

ausência total desses grupos era observada no P2 em todas as coletas.

Essa oscilação de presença e ausência de organismos levou a uma diferenciação em

relação à qualidade da água entre os pontos. Os resultados obtidos quanto à composição

taxonômica e abundância dos organismos encontrados, aliados à pontuação obtida pelos

índices bióticos, evidenciam que o ambiente aquático dos pontos 2, 4 e 6 já apresenta sinais

de degradação ambiental. As classificações variaram entre ponto de qualidade duvidosa a

ruim. No geral, no P3 coleta 2 obteve os menores valores para riqueza e abundância. Este

ponto conta com total ausência de mata ciliar, com pastagem nas duas margens do rio. De

acordo com o mapa de uso e ocupação do solo, o mesmo conta ainda, com a presença de solo

exposto.

O resultado relevante em relação ao ponto 3 no índice EPT pode ter sofrido influência

da família Baetidae, considerada uma família cosmopolita e bastante abundante, com uma

ampla distribuição em quase todo o planeta e em ambientes distintos dentro dos rios

(DOMINGUEZ & FERNANDEZ, 2009; DOMINGUEZ et al., 2006).

Page 65: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

65

Os demais pontos (P1, P2, P4 e P6) obtiveram co-relação quando comparados os

índices bióticos, sendo o P1 e P2 considerados pontos de água aceitável, o P4 considerado

como local de águas duvidosas, e P6 considerado em estado crítico, com poluição severa. O

P1, apesar do mais próximo à nascente do rio, não pode ser considerado ponto Piloto, uma

vez que o mesmo apresentou alterações em suas características limnológicas e biológicas,

estando em desacordo com a hipótese inicial de que estas regiões apresentariam qualidade de

água superior às demais por estarem em locais mais próximos a nascente e, portanto, com

características menos alteradas. O mapa de uso e ocupação do solo evidencia uma forte

presença de pastagem na região com ocorrência de solo exposto.

Por sua vez, o P5 é considerado o ponto mais rico e abundante de todos os demais

pontos amostrados. Com baixo número de Chironomidae, e ampla distribuição dos demais

táxons. Neste ponto ocorreu uma maior diversidade das famílias de Ephemeroptera, inclusive

com 5 novos registros de gêneros para o Estado da Bahia.

Considerado o ponto de melhor qualidade de água, o ponto 5 obteve classificação

igual para os três índices bióticos, sendo classificado como ponto bom e de águas limpas.

Essa relação positiva se manifesta também pelas variáveis limnológicas, uma vez que o valor

de oxigênio dissolvido foi o melhor entre todos os pontos amostrais. É interessante observar

que o ponto ainda é pouco urbanizado, e a pressão antrópica direta encontra-se apenas em

uma margem do rio. Na outra margem, a mata ciliar ainda é presente, o que pode estar

contribuindo para uma proteção maior do corpo hídrico. O estudo confirma assim a

importância da preservação das matas ciliares para a manutenção das comunidades aquáticas,

tendo em vista que, apesar dos impactos impostos neste ponto, o mesmo apresentou a melhor

qualidade entre os demais pontos amostrados.

O ponto conta ainda com a presença de corredeiras, característica positiva, uma vez

que a oxigenação de águas superficiais por difusão é melhorada por turbulência, a qual

aumenta a área de superfície, força a aeração e mistura a água (GULLAN & CRANSTON,

2012). Outro fator de grande contribuição diz respeito à influência de microbacias advindas

de locais mais preservados assim como evidenciado no mapa de uso e ocupação do solo

(Figura 9). Material carreado a partir dessas microbacias pode ter influenciado a diversidade

da fauna e os organismos de ambiente mais preservado neste ponto. Estudos futuros mais

detalhados sobre essas microbacias poderão corroborar os resultados deste estudo.

Por fim, nota-se durante todo estudo nas comparações das variáveis limnológicas com

as variáveis bióticas, uma forte interferência antrópica nos pontos distintos da bacia,

Page 66: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

66

influenciando assim, nas características individuais dos pontos como força de destruição e não

somente como uma poluição difusa ao longo da bacia.

A bacia tem sofrido inúmeros impactos e apesar de abastecer diversos municípios

inclusive Itabuna, um importante pólo comercial da região, pouco tem sido feito em relação à

sua preservação e a da fauna e flora local. A substituição do sistema cacau cabruca pela

pastagem, a Pecuária, ou cultivos menos preservacionistas tal como evidenciado em diversas

pesquisas na região, aparece como forte força degradadora.

Considera-se importante o tratamento de esgoto doméstico para evitar maiores

prejuízos da qualidade da água, bem como a manutenção das matas ciliares que assim

oferecerá melhores condições para a entomofauna aquática. De acordo com Kay et al. (2010),

existe uma ligação entre a diminuição de áreas de matas naturais, devido as atividades

agropecuárias, com a diminuição da qualidade da água.

Deve-se levar em consideração também, que a região sofrerá ainda mais com impactos

antrópicos advindos da implantação do Porto Sul, um projeto do Governo da Bahia em

parceria com a instituição privada Bamim - Bahia Mineração. O mesmo visa a utilização da

água da Bacia em suas instalações e manutenções do projeto. A BHRA já apresenta déficit de

água antes mesmo da implantação deste investimento na região.

Os resultados semelhantes dos índices bióticos aplicados (BMWP, ASPT e EPT) em

relação à qualidade dos pontos amostrais, enfatizam a qualidade dos resultados da pesquisa e

a importância dos insetos aquáticos como organismos bioindicadores. A divergência entre os

índices, mesmo que de forma sutil, é provavelmente o resultado da ausência de níveis

taxonômicos mais baixos ou até mesmo dos resultados camuflados por espécies consideradas

generalistas e que, no entanto, apresentam valores medianos nestes índices.

Page 67: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

67

8. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo foram úteis para corroborar o conhecimento da

qualidade de água da bacia hidrográfica do Rio Almada e da entomofauna regional. A

inexistência de um gradiente de poluição ao longo da bacia revela o efeito pontual das

alterações locais e da influência antrópica como fonte de degradação.

Os fatores físicos e químicos de maneira isolada como parâmetros de avaliação de

ambientes aquáticos, demonstram menor eficiência quando seus valores ficam em acordo com

o estabelecido pela resolução do país, enquanto os índices bióticos apontam uma situação

diferente do ambiente em estudo, classificando-o como de águas de qualidades duvidosa a

crítica.

Revelando assim, a necessidade de reavaliação das normas de classificação de

qualidade de água, uma vez que, apesar de prevista pela Resolução Conama 357/2005 poucos

estudos no Brasil utilizam os animais como bioindicadores. A metodologia, além de eficaz, é

validada por seu baixo custo e rapidez, características importantes diante do rápido avanço

das ações antrópicas nos ambientes naturais.

Os resultados confirmaram a aplicabilidade dos insetos aquáticos como importante

fonte de informação quanto às interferências antrópicas no ambiente (fontes pontuais e não

pontuais de poluição). Faz-se necessário, no entanto, um aprimoramento dos índices bióticos a

níveis mais específicos, uma vez que, se tratando de famílias, perde-se muito das

características de cada espécie.

No Brasil, os índices bióticos com resolução taxonômica em nível de família são

mantidos em decorrência do pouco conhecimento taxonômico da fauna aquática brasileira.

Essa realidade chama atenção para a necessidade de levantamentos entomofaunísticos no país

e a elaboração de índices para as suas diversas regiões, assim como a integração da taxonomia

com estudos ecológicos. A ampliação de pesquisas, que levam em consideração cursos d’água

com diferentes impactos, é fundamental para aprimoramento destes índices.

Destacamos então a importância da implementação de programas de monitoramento

permanente nesta bacia de grande importância regional, tendo em vista o resultado deste

estudo que revela uma significativa desestruturação do seu ambiente natural e conseqüência

direta em sua qualidade de água e composição faunística. O presente trabalho é inédito na

região e fornece dados para futuros estudos e adequado manejo da bacia.

Page 68: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

68

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 79: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

79

APÊNDICE A

FICHA DE CAMPO

DADOS GERAIS

Ficha nº: Ponto nº:

Localização: Data: Hora:

COORDENADAS

Latitude: Longitude:

Temperatura do ar:

TEMPO

Nublado ( ) Ensolarado ( ) Chovendo ( )

DADOS LIMNOLÓGICOS

Turbidez:

Temperatura da água

od

pH

Condutividade elétrica

TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA

Transparente ( ) turva, cor de chá forte ( ) Opaca ou colorida ( )

ODOR

Com odor ( ) Inodora ( )

OBSERVAÇÕES VISUAIS

OBSERVAÇÕES MARGEM ESQUERDA MARGEM DIREITA

Vegetação

Pasto

Residências

Agricultura

Erosão ou assoreamento

Lixão

Indústrias

Ação antrópica/descrição:___________________________________________________

________________________________________________________________________

Demais observações:_______________________________________________________

Page 80: utilização de insetos aquáticos como indicadores da qualidade das

80

APÊNDICE B

Tabela 10: Valores de referência definidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para Rios

de Classe 2.

Parâmetro Padrão para Classe

pH 6 a 9

OD ≥5 mg.L-1

Tds ≤ 500 mg.L-1

Turbidez ≤100 UNT

Tabela 11: Variáveis físicas e químicas na bacia hidrográfica do Rio Almada – Bahia, no

período de Dezembro de 2011 a Setembro de 2012.

Variáveis

Mês Coleta Ponto Temperatura

da água (ºc)

pH OD

(mg/L-1

)

Condutividade

Elétrica

(μScm-1)

tds

(mg/L-1

)

Turbidez

(NTU)

Dez/11 01 P1 24,01 8,08 2,80 695 354 3,4

Dez/11 01 P2 25,99 7,86 2,53 788 387 7,13

Dez/11 01 P3 24,97 7,47 4,00 120 60 2,24

Dez/11 01 P4 26,87 7,85 4,34 153 74 8,26

Dez/11 01 P5 28,4 8,27 4,07 109 52 3,93

Dez/11 01 P6 26,76 7,50 3,01 100 49 1,06

Mar/12 02 P1 26,37 8,39 - 1280 626 5,52

Mar/12 02 P2 25 7,56 - 1102 546 6,87

Mar/12 02 P3 23,7 7,45 - 100 49 1,89

Mar/12 02 P4 23,6 7,33 - 143 69 4,94

Mar/12 02 P5 25,4 7,56 - 100 47 1,89

Mar/12 02 P6 25,6 7,6 - 106 50 1,16

Jun/12 03 P1 22,1 7,93 5,17 1660 876 5,74

Jun/12 03 P2 21,2 7,50 2,20 1112 588 9,7

Jun/12 03 P3 22,6 7,0 5,65 73 38 2,87

Jun/12 03 P4 25 7,5 5,70 140 70 0,21

Jun/12 03 P5 25,8 6,98 8,70 101 50 0,23

Jun/12 03 P6 25 6,53 2,62 112 56 1,42

Ago/12 04 P1 24 6,95 4,45 1990 1027 10,03

Ago/12 04 P2 22,7 7,55 1,26 1045 537 52,86

Ago/12 04 P3 24,2 7,31 4,34 81 44 3,39

Ago/12 04 P4 28,2 7,13 5,60 125 60 5,02

Ago/12 04 P5 26,9 7,37 7,30 87 42 1,90

Ago/12 04 P6 27,5 6,90 2,09 109 52 1,55