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FUNDAÇÃO DOM CABRAL Jairo Gaertner Larissa Marchi Marcelo Afonso Knakiewicz Marcio Marcos Manke Zulaica Laffin Cardoso Utilização da ferramenta VMI Vendor Managed Inventory em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização de clientes e redução de rupturas de processos Blumenau 2016

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Page 1: Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização de clientes e redução de rupturas de processos

FUNDAÇÃO DOM CABRAL

Jairo Gaertner Larissa Marchi

Marcelo Afonso Knakiewicz Marcio Marcos Manke Zulaica Laffin Cardoso

Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory

em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização

de clientes e redução de rupturas de processos

Blumenau 2016

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Programa de Especialização em Gestão com ênfase em Negócios

Jairo Gaertner Larissa Marchi

Marcelo Afonso Knakiewicz Marcio Marcos Manke Zulaica Laffin Cardoso

Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory

em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização

de clientes e redução de rupturas de processos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Dom Cabral como requisito parcial para a conclusão do Programa de Especialização em Gestão com ênfase em Negócios. Prof. Orientador: Prof. Dr. Carlos Alves de Lima Nascimento

Blumenau

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a empresa Haco Etiquetas, que permitiu que os trabalhos e os

testes pudessem ser realizados nos ambientes da empresa.

Agradecemos também a empresa cliente da Haco, que disponibilizou tempo e

informação para desenvolvimento do trabalho.

Muito obrigado ao gerente do PPCP da Haco, Rodrigo Sampaio, quem nos

dedicou tempo e informações cruciais para a elaboração deste material.

Obrigado a Fundação Dom Cabral e aos colaboradores dela que tivemos

contato e auxiliaram a equipe a chegar ao resultado esperado.

Por fim, obrigado ao nosso orientador o Professor Doutor Carlos Alves de

Lima Nascimento, quem nos dedicou conhecimento, tempo e atenção para

finalizarmos este trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho detalha sobre o projeto de utilização da ferramenta Vendor

Managed Inventory (VMI) na Haco Etiquetas, empresa do ramo têxtil, situada em

Santa Catarina. O principal objetivo foi verificar se a ferramenta se adequa como

melhoria interna de processo e para maior fidelização de cliente. Para elaboração do

trabalho, foi realizada pesquisa bibliográfica, seguida de entrevistas com as

empresas envolvidas para levantamento de expectativas. Foi então elaborado um

escopo para realização de teste piloto, que foi realizado com sucesso, utilizando

apenas 10 itens do cliente. Como resultado, após três meses, houve redução de

50% do valor do estoque destes itens no cliente, além de ter sido anulado o principal

problema de abastecimento ao cliente, que era a falta de produtos a ponto de parar

a sua linha de produção. Para a Haco, os principais resultados foram um melhor e

mais ágil controle de produção destes itens. A utilização da ferramenta foi aprovada,

e deve ser estendida aos outros 180 produtos deste cliente, e para outros clientes-

chave que necessitarem deste controle.

Palavras-chave: Vendor Managed Inventory. Cadeia de Suprimento. Estoque.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto e todas suas fases. ......................................................... 14

Figura 2 - Elementos que influenciam o VMI (FREITAS, 2014).................................................. 29

Figura 3 - Cronograma do projeto (parte 01) ................................................................................. 32

Figura 4 - Cronograma do projeto (parte 02) ................................................................................. 32

Figura 5 - Matriz de risco do projeto ................................................................................................ 33

Figura 6 - Representação esquemática de Dashboard ................................................................ 35

Figura 7 - Fluxo de Informações-fornecedor-integrador-cliente .................................................. 36

Figura 8 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto A ............... 38

Figura 9 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto B ............... 38

Figura 10 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto C ............. 39

Figura 11 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto D ............. 39

Figura 12 - Gráfico de redução de valor de estoque no cliente no período entre março de

2016 e maio de 2016 ......................................................................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resumo de definições de um projeto ........................................................................... 15

Tabela 2 - Resultado de entrevista com gerentes......................................................................... 30

Tabela 3 - Orçamento geral do projeto, mostrando custos do Cliente e da Haco ................... 33

Tabela 4 - Requisitos do Novo Processo ....................................................................................... 34

Tabela 5 - Estrutura de Informações entre Cliente e Integrador ................................................. 36

Tabela 6 - Estrutura de Informações entre Fornecedor e Integrador ......................................... 37

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8

1.1. OBJETIVO DO TRABALHO ............................................................................................... 9

1.2. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO .................................................................................. 9

1.3. METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................... 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 11

2.1. ESTRATÉGIA ..................................................................................................................... 11

2.2. PROJETOS ......................................................................................................................... 12

2.2.1. GERENCIAMENTO DE PROJETOS .......................................................................... 13

2.3. GESTÃO DE PROCESSOS ............................................................................................. 17

2.3.1. REDESENHO DE PROCESSOS................................................................................. 18

2.3.2. MODELAGEM DE PROCESSOS ................................................................................ 19

2.3.3. MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................................................. 20

2.4. SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (SCM) ....................................................................... 21

2.4.1. FERRAMENTA PARA O SUPPLY CHAIN MANAGEMENT ................................... 21

2.4.1.1. ELECTRONIC DATA INTERCHANGE (EDI) ......................................................... 22

2.4.1.2. ADVANCED PLANNING SCHEDULING SYSTEM (APS) ................................... 22

2.4.1.3. COLLABORATIVE PLANNING, FORECASTING AND REPLENISHMENT

(CPFR) .......................................................................................................................................23

2.4.1.4. VENDOR MANAGED INVENTORY (VMI) ............................................................. 25

2.4.2. COMPLEXIDADE NO SUPPLY CHAIN MANAGEMENT ........................................ 27

3. APRESENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO .................................. 28

3.1. MODELO CONCEITUAL ................................................................................................... 28

3.2. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO ............................... 30

3.3. PROJEÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................................... 37

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 41

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 43

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1. INTRODUÇÃO

Durante o desenvolvimento do universo corporativo e toda a cadeia, que

envolve fornecedores e clientes, ocorreram diversas evoluções nesta área.

Podemos citar o método desenvolvido pela Toyota, o Sistema Toyota de Produção,

também conhecido como TPS, que permitiu uma forte integração com a sua base de

fornecedores e uma severa redução de estoques com o método denominado JIT –

Just-in-time. Desta forma, a empresa foi capaz de atender sua demanda somente

com o necessário, no tempo necessário, tendo maior visibilidade de seus estoques e

produtos em processos.

Com o passar do tempo, avanços tecnológicos foram se desenvolvendo e o

mundo corporativo percebeu que era necessário entender de forma mais precisa e

com maior visibilidade o correto posicionamento dos estoques ao longo de toda

cadeia de fornecimento. Processos com uma variabilidade grande de produtos e

clientes exigindo cada vez mais soluções customizadas trazem um desafio maior

para o gerenciamento e, por conta disto, toda a cadeia cliente-fornecedor obrigou-se

a evoluir sem perder as características de processos enxutos. Fazer mais com

menos é a palavra de ordem no ambiente de negócios da atualidade. O melhor

processo de tomada de decisão e a velocidade de resposta são fatores críticos de

sucesso para qualquer organização. Atender às necessidades dos clientes de forma

produtiva, no prazo solicitado e com a qualidade exigida pelo mesmo, demanda

articulação, capacidade de gestão e uma ampla visibilidade física e informacional

dos processos. É de suma importância também o comprometimento de todos os

atores que participam desta cadeia de fornecimento. A qualidade da gestão traz

confiança, e esta confiança em ter suas demandas atendidas contribui para a

fidelização do cliente. A falta de articulação e compromisso dos envolvidos cria

rupturas de processo que geram demandas não atendidas e desconfiança por parte

do cliente, e isto pode comprometer a credibilidade do cliente frente à organização e

comprometer sua fidelidade para com a empresa.

Toda a problemática e estudo será realizado em um contexto atual de uma

empresa do ramo têxtil que, por motivos de sigilo, não terá seu nome revelado. Esta

empresa em questão já vem implementando a ferramenta VMI com clientes de

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grande porte e que possuem uma alta demanda de produtos, o que torna o processo

ainda mais complexo.

1.1. OBJETIVO DO TRABALHO

O presente trabalho tem como temática e objetivo central de pesquisa

entender como a ferramenta VMI (Vendor Managed Inventory) pode contribuir para

que sejam garantidas informações suficientes para o processo de tomada de

decisão por ambas as partes, cliente e fornecedor. Ainda, compreender como esta

ferramenta pode contribuir para que sejam evitados choques abruptos nos

processos, rupturas que geram produções com urgência, e como pode reduzir ao

máximo o risco de ruptura de estoques, gerando maior visibilidade por conta do

fornecedor, para que assim possam melhor organizar suas demandas e

necessidades. Também será abordado como as organizações podem evoluir para

atingir processos automatizados na relação cliente-fornecedor e como estes

processos mais enxutos e confiáveis podem contribuir para a fidelização maior do

cliente.

1.2. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

O primeiro capítulo trata da introdução do trabalho, seu objetivo, estruturação

e metodologia de pesquisa, sendo possível ter uma breve ideia de como será

desenvolvido.

No segundo capítulo será apresentado o referencial teórico que suporta este

trabalho, no qual serão abordados os temas: estratégia, gestão de projetos, gestão

de processos, Supply Chain, ferramentas de gestão e softwares aplicados para a

gestão de Supply Chain. Também será realizada uma abordagem profunda da

ferramenta VMI buscando identificar seus benefícios e dificuldades.

O terceiro capítulo é destinado à elaboração do modelo conceitual, também

ao desenvolvimento propriamente dito, onde serão apresentadas a realidade

empresarial e as soluções recomendadas para a empresa objeto do estudo de caso.

Neste capítulo também será apresentado o plano de implementação da solução,

atendendo a todas as etapas previstas para uma boa gestão de projetos. Serão

detalhados os resultados alcançados e projetados com a utilização da ferramenta.

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No quarto capítulo serão apresentadas as considerações finais sobre o

trabalho desenvolvido e os benefícios que a empresa objeto do estudo poderá

conquistar com a implementação do mesmo.

Por fim, serão descritas as referências bibliográficas que serviram de base

para os estudos.

1.3. METODOLOGIA DE PESQUISA

As fases seguidas para elaboração da pesquisa do trabalho foram:

Definição do tema e objetivo da pesquisa;

Pesquisa bibliográfica;

Coleta de informações e dados;

Validação dos dados junto ao orientador;

Elaboração do modelo conceitual;

Desenvolvimento do trabalho;

Análise de resultados;

Conclusão.

Para a pesquisa foram utilizadas abordagens qualitativa e quantitativa.

Qualitativa referente ao levantamento das expectativas e etapas do projeto

estudado, e quantitativa no que diz respeito aos valores de consumo dos itens e de

dias de estoque.

O tipo de pesquisa foi exploratório, pois primeiramente foi realizado

levantamento bibliográfico, e posteriormente foram realizadas entrevistas e

analisados exemplos para facilitar a compreensão do tema.

A pesquisa foi suportada pelo método de estudo de caso único, ou seja, um

estudo de caso realizado em uma determinada empresa, e que não pode ser

reproduzido de forma idêntica.

Conforme citado na abordagem de pesquisa, o principal instrumento de

pesquisa utilizado foi a entrevista, mas também foi utilizada a observação de dados

e documentos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. ESTRATÉGIA

A estratégia é desenvolvida ao longo do tempo, sendo reconhecida como uma

ferramenta importante par a condução dos negócios. As estratégias das

organizações usualmente objetivam um resultado superior para o negócio. (ENOKI,

2006)

Mintzberg (2000) define estratégia como uma forma de pensar no futuro,

integrada no processo decisório, com base em procedimento formalizado e

articulador de resultados e em uma programação.

O planejamento estratégico cedeu lugar à moderna estratégia que enfatiza

agora as vantagens competitivas. Foi reconhecida então como indispensável a

chamada estratégia operacional que está centrada nas operações de compra,

produção, distribuição e vendas, para conseguir vantagem competitiva e um

conveniente perfil competitivo. (ENOKI, 2006)

Deve existir um alinhamento entre visão do ambiente externo e interno à

organização, de modo a prover os recursos que promovam a sua competitividade

por meio de investimentos que representem valor para o mercado. (ENOKI, 2006)

Day (2001) afirma que estar orientado para o mercado é um fator capacitador

de estratégias mais eficientes. Tais fatores incluem: Cultura, monitoramento do

mercado, aptidões de relacionamento com o mesmo, modelo de organização e visão

estratégica.

Segundo Enoki (2006), uma empresa orientada para o mercado potencializa o

seu desempenho e o valor que entrega para os seus clientes e acionistas. A

satisfação do cliente decorrente do aumento de valor possibilita a geração de

lealdade, constituindo-se neste ponto um vínculo positivo para a lucratividade da

empresa.

Porter (1996) afirma que a escolha da estratégia é um ponto significativo do

planejamento ou replanejamento de uma empresa, pois a estratégia é uma das mais

importantes bases para garantir o sucesso. Porter ainda sustenta que o núcleo de

administração central é tríplice:

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Definir a estratégia de posicionamento;

Prover trade-offs;

Promover ajustes entre atividades e funções.

Ainda segundo Porter (1996), a estratégia competitiva, para ser sustentável,

exige trade-offs. Estes ocorrem quando duas ou mais opções são incompatíveis, não

são similares, criam a necessidade de escolha por parte do consumidor e limitam

objetivamente o que a empresa oferece. Os trade-offs dificultam o enquadramento

dos concorrentes, são penetrantes pontas de lança na competição, sendo essenciais

para a estratégia, significam uma compensação balanceada, um perde-ganha de

produtos ou serviços.

2.2. PROJETOS

“Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço

ou resultado exclusivo” (PMI, 2013). Um projeto se diferencia de um processo por

possuir início e término definidos. PMI (2013) lembra que o termo temporário se

aplica à sua natureza, mas não necessariamente pode-se dizer que os projetos são

de curta duração. Em sua grande maioria, os projetos são realizados para criação de

resultados duradouros. “Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado único. O

resultado do projeto pode ser tangível ou intangível” (PMI, 2013). Como exemplo de

um projeto com resultado tangível pode-se citar o desenvolvimento de um

determinado produto, já intangível, os projetos realizados para disseminar a cultura

de uma empresa.

Um projeto nunca será idêntico a outro, mesmo que tenham o mesmo

objetivo, cada um terá suas particularidades. “Um projeto pode envolver uma única

pessoa ou muitas pessoas, uma única organização ou múltiplas unidades

organizacionais de múltiplas organizações” (PMI, 2013).

Quando se trata do mundo dos negócios, PMI (2013) explica que os projetos

são utilizados para alcançar os objetivos do plano estratégico da organização, de

forma direta ou indireta. Seguem alguns fatores decisivos para implantação de um

projeto:

Demanda de mercado;

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Oportunidade/necessidade estratégica de negócios;

Necessidade de natureza social;

Consideração ambiental;

Solicitação de cliente;

Avanço tecnológico;

Requisito legal.

“A cultura, estilo e estrutura da organização influenciam a maneira como os

projetos são executados” (PMI, 2013). Devido à já citada natureza temporária do

projeto, “[...] seu sucesso deve ser medido em termos da sua conclusão dentro das

restrições de escopo, tempo, custo, qualidade, recursos e risco [...]” (PMI,2013).

Uma opção válida, de acordo por PMI (2013), para garantir a obtenção dos

benefícios esperados, é a realização e um período de testes, antes da entrega para

a operação permanente, quando possível.

Segundo PMI (2013), existem três formas de encerrar o projeto, a primeira

quando o objetivo é alcançado, a segunda quando se chega à conclusão de que o

resultado não será ou não poderá ser alcançado, e a última quando o cliente,

patrocinador ou financiador desejar (podendo ou não ter suas razões detalhadas).

2.2.1. GERENCIAMENTO DE PROJETOS

“Gerenciamento de projetos é a aplicação do conhecimento, habilidade,

ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus requisitos”

PMI (2013), além disto o gerenciamento do projeto é realizado com a aplicação e

integração dos cincos grupos de processos citados abaixo:

Iniciação;

Planejamento;

Execução;

Monitoramento e Controle;

Encerramento.

A Figura 1 representa o ciclo de vida de um projeto, levando em

consideração suas fases, o tempo para execução e o nível de custos e pessoal

envolvido em cada fase.

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Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto e todas suas fases.

O gerenciamento visa à entrega eficiente dos produtos, serviços ou resultados

contratados. Portanto, de acordo com o PMI (2013), utilizando o gerenciamento de

projetos, as empresas podem aplicar conhecimentos, processos, habilidades,

ferramentas e técnicas que aumentam a probabilidade de sucesso em todos seus

projetos, independente do resultado final esperado.

As principais tarefas em um gerenciamento de projeto, de acordo com PMI

(2013), incluem a identificação dos requisitos, a abordagem das necessidades e

expectativas das partes interessadas, o controle da comunicação eficaz entre as

mesmas, o gerenciamento visando atendimento aos requisitos e entregas, e

especialmente o equilíbrio entre os conflitantes:

Escopo;

Qualidade;

Cronograma;

Orçamento;

Recursos;

Riscos.

Quando se trata dos conflitantes, são assim denominados, pois geralmente

possuem uma forte relação, por exemplo, ao se reduzir tempo do cronograma ou

orçamento, pode-se penalizar a qualidade e aumentar os riscos (PMI, 2013).

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Usualmente os projetos são elaborados por uma equipe formada por um

gerente de projeto, pessoal do gerenciamento e um grupo de pessoas que

executam. Todos atuam visando o alcance dos objetivos finais. Segundo PMI

(2013), a constituição da equipe pode variar muito, devendo ser composta pelo

gerente do projeto e uma equipe de pessoas de grupos diferentes, com

características, conhecimento e habilidades distintas, específicas e complementares

para o sucesso do projeto. Independente da formação da equipe, o gerente do

projeto deve atuar como líder, podendo ou não possuir grau de autoridade

organizacional sobre os membros da equipe. A Tabela 1 resume tópicos importantes

no gerenciamento de projetos.

Tabela 1 - Resumo de definições de um projeto

Gerenciamento de Projeto Organizacional

Escopo Os projetos têm objetivos definidos. O escopo é elaborado

progressivamente durante o ciclo de vida do projeto.

Mudança Os gerentes de projetos esperam mudanças e implementam

processos para mantê-las gerenciadas e controladas

Planejamento Os gerentes de projetos elaboram progressivamente planos detalhados no decorrer do ciclo de vida do projeto a partir de

informações de alto nível.

Gerenciamento Os gerentes de projetos gerenciam a equipe do projeto para atender

aos objetivos do projeto.

Sucesso O sucesso é medido pela qualidade do produto e do projeto, pela

pontualidade, pelo cumprimento do orçamento e pelo grau de satisfação do cliente.

Monitoramento Os gerentes de projetos monitoram e controlam o trabalho de

elaboração dos produtos, serviços ou resultados para os quais o projeto foi realizado.

Para aumentar as chances de sucesso do projeto, segundo PMI (2013), o

gerente do projeto deve possuir, além das habilidades genéricas de gerenciamento,

elevado grau de conhecimento sobre o gerenciamento de projetos, capacidade de

realizar bom desempenho ao aplicar o conhecimento e possuir comportamento

relacionado ao lado pessoal, com gerenciamento de pessoas e conflitos.

O PMI divide o gerenciamento do projeto em 10 etapas, citadas e resumidas a

seguir:

Da integração: Identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários

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processos e atividades dentro dos grupos de processos de gerenciamento do

projeto. Escolher sobre alocação de recursos, concessões entre objetivos e

alternativas conflitantes e gerenciamento das dependências mútuas entre as

áreas de conhecimento.

Do escopo: Definir e controlar o que está e o que não está incluso no projeto,

para assegurar seu sucesso.

Do tempo: Gerenciar o término pontual do projeto.

Dos custos: Controlar planejamento, estimativas, orçamentos, financiamentos,

gerenciamento e custos, de modo que o projeto permaneça dentro do

orçamento.

Da qualidade: Determinar políticas de qualidade, objetivos e

responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça às necessidades para as

quais foi empreendido, para garantir que os requisitos do projeto, incluindo os

requisitos do produto, sejam cumpridos e validados.

Dos recursos humanos: Organizar, gerenciar e guiar a equipe do projeto.

Das comunicações: Assegurar que as informações do projeto sejam

planejadas, coletadas, criadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas,

gerenciadas, controladas, monitoradas e finalmente dispostas de maneira

oportuna e apropriada.

Dos riscos: Planejar, identificar, analisar, planejar respostas e controlar os

riscos. Aumentar a probabilidade e impacto dos eventos positivos e reduzir a

probabilidade e impacto dos eventos negativos no projeto.

Das aquisições: Comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados

externos à equipe do projeto, gerenciar contratos e controlar mudanças, e

pedidos de compra emitidos por membros autorizados da equipe do projeto.

Das partes interessadas: Identificar as pessoas, grupos ou organizações que

podem impactar ou serem impactados pelo projeto, analisar as expectativas

das partes interessadas e seu impacto no projeto, e desenvolver estratégias

de gerenciamento apropriadas para o engajamento eficaz das partes

interessadas nas decisões e execução do projeto. Comunicação contínua

com as partes interessadas para entender suas necessidades e expectativas,

gerenciando os interesses conflitantes e incentivando o comprometimento.

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2.3. GESTÃO DE PROCESSOS

Segundo Paim (2009), atualmente existe uma grande divergência sobre a

definição e o que as organizações fazem para gerir seus processos. É comum

encontrar nas corporações práticas para gestão de processos que não convergem

entre si. Ele cita ainda que essas diferenças de entendimento implicam em

dificuldades para estabilizar os limites do objetivo da gestão de processos e detalhar

suas tarefas.

A gestão de processos tem sido estudada e entendida como uma forma de

reduzir o tempo entre a identificação de um problema de desempenho nos

processos e a implementação das soluções necessárias. Contudo, para reduzir esse

tempo, as ações de modelagem e análise de processos devem estar bem

estruturadas, garantindo que os processos sejam rapidamente diagnosticados e as

soluções sejam mais facilmente identificadas o que permite, por conseguinte,

implantações no menor intervalo de tempo e custo possíveis (PAIM, 2009).

Melhorar processos é uma ação básica para as organizações responderem as

mudanças que ocorrem constantemente em seu ambiente de atuação e para manter

o sistema produtivo competitivo. Pode-se dizer que esse movimento mais recente de

gestão de processos está fortemente associado à adoção da tecnologia da

informação (PAIM, 2009).

Qualquer organização produtiva, seja pública, privada ou do terceiro setor,

tem, sem exceção, que coordenar o trabalho. Os mecanismos de coordenação do

trabalho estão intrinsecamente relacionados à forma como os recursos e as

atividades estão projetados, ao modo como essas atividades são geridas no dia-a-

dia e aos meios pelos quais a organização irá gerar o aprendizado e promover as

melhorias nas operações e na forma de coordenação do trabalho em si. Assim, gerir

processos é útil para qualquer tipo de organização, já que a necessidade de

coordenar deriva exatamente da própria ação de dividir e organizar o trabalho em si

(PAIM, 2009).

Paim (2009), cita alguns benefícios da gestão de processos que seguem

abaixo:

Uniformização de entendimentos sobre a forma de trabalho através do uso

dos modelos de processos para construção de uma visão homogênea do

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negócio;

Padronização dos processos em função da definição de um referencial de

conformidade;

Aumento da compreensão teórica e prática sobre os processos, ampliando as

possibilidades de reflexão, diálogo e ação voltada ao desenvolvimento e

aprimoramento dos mesmos;

Redução de tempo e custos dos processos, enfoque econômico-financeiro;

Redução no tempo de atravessamento de produtos;

Aumento da satisfação dos clientes;

Aumento da produtividade dos trabalhadores;

Redução de defeitos.

2.3.1. REDESENHO DE PROCESSOS

Segundo Valentina (2001), praticamente todos os processos de uma

organização são candidatos ao redesenho. A razão é muito simples. Os processos

evoluem ao longo de sua vida. Quando os processos são criados, para gerar um

resultado específico desejado, de acordo com a demanda do cliente externo ou

interno, em geral eles são bastante simples e diretos. No começo de sua vida

costumam ser muito eficientes. Pode passar por uma fase inicial de refinamento e

adaptação, à medida que se ganha experiência, o que aumenta sua eficácia no

ambiente organizacional específico em que se encontram. Essas alterações

costumam ser de menor importância e construtiva.

Entretanto, com o passar do tempo, o plano inicial do processo continua

evoluindo, em relação às necessidades dos clientes, às variações individuais

introduzidas pelas pessoas que trabalham nele, ao crescimento e às mudanças da

organização e às modificações nas inter-relações de processos. O plano também

muda para solucionar os problemas que vão surgindo. Essas mudanças tornam-se

mais complexas e mais sérias quanto maior o tempo de vida do processo. As

mudanças levam o processo a atingir um certo grau de institucionalização e

maturidade, mas ao mesmo tempo, começam a diminuir sua eficácia. Elas também

podem assinalar o início de uma sucessão de atividades que acabam levando o

processo ao excesso de controle e ao colapso (VALENTINA, 2001).

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O processo começa a incorporar atividades extras, em geral visando localizar

e sanar erros, a dividir a responsabilidade entre as linhas da organização e a criar

especialistas em determinadas funções. Começa a haver ambiguidade de

responsabilidade e autoridade. A redundância das atividades tona-se comum. Uma

vez acrescentadas a um processo, com intuito de contornar um problema, mesmo

temporário, as atividades tendem a tornar-se permanentes. Neste ponto é percebido

a necessidade de redesenhar o processo para devolve-lo a eficácia/eficiência

exigidas (VALENTINA, 2001).

2.3.2. MODELAGEM DE PROCESSOS

Enoki (2006) cita que a modelagem de processos de negócio: do inglês

Business Process Modeling, trata de uma linha teórica com base na reengenharia de

processos e pode contribuir com alguns propósitos, como por exemplo:

Explicitar conhecimento;

Entender como funciona;

Controlar ou monitorar;

Tomar decisões;

Analisar alguns aspectos da organização;

Simular o comportamento de algumas partes;

Reprojetar e racionalizar.

Tanto o Business Process Reengineering (BPR) quanto o Total Quality

Management (TQM) necessitam que seus processos sejam desenhados. Embora a

reengenharia pura tenha insistido em evitar a busca de melhorias incrementais por

apregoar mudanças radicais, muitos autores a consideram parte de uma gestão

integrada de processos à longo prazo (ENOKI, 2006).

Enoki (2006) ainda cita que a qualidade da modelagem é uma questão

importante, na medida em que o desenho do processo passa a ser o pilar básico.

Aalst et al. (2000) propõem seis diretrizes neste sentido:

Aderência – a sintaxe utilizada é completa e coerente e, a semântica mostra

que a estrutura e o comportamento do modelo é coerente com o mundo real;

Relevância – selecionou um objeto relevante e utilizou uma técnica de

modelagem adequada de um modelo mínimo (um dado modelo não deve

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conter mais informações que o necessário);

Clareza – a terminologia, denominações e visualização são claras e legíveis

para os usuários;

Comparabilidade – terminologias e convenções utilizadas permitem a

comparação de diferentes processos (busca de uma linguagem homogênea);

Estruturação Sistemática – utiliza todas as estruturas relevantes para

demonstrar adequadamente a realidade (integração de modelos de processos

e modelos de informações);

Eficiência Econômica – como uma restrição das outras diretrizes, ou seja, a

avaliação do custo X benefício de se obedecer cada uma das diretrizes em

um nível viável (por exemplo: em termos de utilidade e tempo).

2.3.3. MAPEAMENTO DE PROCESSOS

O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial analítica e de

comunicação que têm a intenção de ajudar a melhorar os processos existentes ou

de implantar uma nova estrutura voltada para processos. A sua análise estruturada

permite, ainda, a redução de custos no desenvolvimento de produtos e serviços, a

redução nas falhas de integração entre sistemas e melhora do desempenho da

organização, além de ser uma excelente ferramenta para possibilitar o melhor

entendimento dos processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que necessitam

de mudanças. (CORREIA, 2002)

Muitas são as técnicas de representação disponíveis que auxiliam a

elaboração de diferentes tipos de mapas. Mas qualquer que seja a técnica adotada,

o mapeamento de processo segue, normalmente as seguintes etapas (CORREIA,

2002):

Definição das fronteiras e dos clientes do processo, dos principais inputs e

outputs e dos atores envolvidos no fluxo de trabalho;

Entrevistas com os responsáveis pelas várias atividades dentro do processo e

estudo dos documentos disponíveis;

Criação do modelo com base na informação adquirida e revisão passo a

passo do modelo seguindo a lógica do ciclo de “author-reader” (onde o

“reader” pode ser tanto aqueles que participam do processo como potenciais

Page 21: Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização de clientes e redução de rupturas de processos

21

usuários do modelo).

Segundo Correia (2002), o mapeamento de processo é construído e

reconstruído mediante entrevistas e baseado numa série de informações reportadas

pelos atores, aqueles que racionalizam suas atividades, diretamente envolvidos no

processo. O mapa precisa mostrar nitidamente as relações entre as atividades, o

pessoal, as informações e os objetos envolvidos num determinado fluxo de trabalho.

2.4. SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (SCM)

O Supply Chain Management ou gerenciamento da cadeia de suprimentos

surgiu no Brasil na década de 90 e desde então tem se expandido e atraído a

atenção de diversos profissionais, principalmente de empresas onde existe uma alta

competição de mercado. O Supply Chain Management surgiu da evolução da

logística e da logística integrada, enquanto estas estavam mais focadas em

processos internos das empresas de transporte e armazenamento de mercadorias o

SCM veio com o conceito de focar em um conjunto de empresas ou fornecedores

para a produção de um determinado produto ou serviço, desde a sua matéria prima

até o consumidor final, visando a redução de custos e agregando valor a toda cadeia

de suprimentos (VIVALDINI, 2010).

Conforme Ballou (2006) as empresas devem ter uma preocupação com o

cliente e de que forma o impacto da logística dos produtos pode afetar a

rentabilidade e de que forma os serviços influenciam na fidelização deste cliente, a

compra deve ser uma experiência agradável ao cliente, desta maneira a logística

deve ser planejada para a maximização dos lucros em vez de minimizar os custos.

Vivaldini (2010) defende que o SCM surgiu de quatro vertentes principais,

gestão da produção, compras, marketing e logística. Juntas, estas quatro grandes

áreas têm expandido suas atuações de forma estruturada para além dos limites

internos das organizações com expressivos resultados e uma atuação integrada dos

processos internos e dos parceiros estratégicos externos, focando na geração de

valor ao cliente.

2.4.1. FERRAMENTA PARA O SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

Quando o Supply Chain Management chegou ao Brasil, na década de 90, o

Page 22: Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização de clientes e redução de rupturas de processos

22

assunto já estava sendo estudado e implementado em diversas empresas,

principalmente nos Estados Unidos. Junto com esta implementação vieram novas

ferramentas de gestão da cadeia de suprimentos. Com os avanços dos interesses

acadêmicos e estudos na área de Supply Chain, algumas destas ferramentas vem

ganhando destaque dentro das organizações. Uma das premissas básicas do

sucesso da implementação do SCM é a informação aliada a tecnologia (VIVALDINI,

2008).

2.4.1.1. ELECTRONIC DATA INTERCHANGE (EDI)

Segundo Vivaldini (2008), esta ferramenta tem o propósito de trocar

informações de forma eletrônica entre os parceiros da cadeia de suprimentos,

enviando pedidos, necessidades de reposição de materiais, avisos de recebimentos

dos produtos e entre outras informações. Atualmente, esta ferramenta é utilizada

através da internet, porém sua disseminação não é maior pois existe receio quanto a

confiança das informações, devido a plataforma atualmente ser via web.

2.4.1.2. ADVANCED PLANNING SCHEDULING SYSTEM (APS)

O APS consiste em uma classe de softwares de otimização de toda a cadeia

de suprimentos, que envolve desde o planejamento da demanda, produção e

distribuição, possibilitando conectar as decisões na cadeia de suprimento e

administrá-las de maneira integrada (CARDOSO, 2000).

O APS é uma tecnologia bem recente. No final dos anos 80 e início da

década de 90, surgiram os Finite Capacity Systems (FCS), que, como o próprio

nome diz, eram os sistemas de capacidade finita, que serviam para otimizar os

recursos relacionados com planejamento de produção, vendas e gestão de estoque,

utilizando restrições para atuar como sistema de apoio à decisão (CARDOSO,

2000).

Estes softwares são baseados na Theory of Constraints (TOC), traduzido

como Teoria das Restrições, método de administração da produção desenvolvido

pelo físico israelense Eliyahu Goldratt na década de 70, com a finalidade de resolver

problemas relacionados à logística. Com isso, ele possibilita fazer o planejamento de

uma fábrica, por exemplo, definindo quais materiais devem ser comprados,

produzidos e em que sequência esse processo deve ser encaminhado. O mais

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23

importante é a redução dos estoques intermediários, gerando assim menos dinheiro

investido em forma de inventário, além de auxiliar no cumprimento dos prazos das

entregas programadas com os clientes, aumentando o nível e a qualidade do serviço

prestado (AROZO, 2000).

A eficácia do sistema APS depende diretamente da qualidade e da rapidez do

fluxo de informações. Um dos sistemas que pode garantir a qualidade e rapidez

desse fluxo é o Enterprise Resources Planning (ERP). O fundamental é que a

empresa tenha o controle dos processos (produção, compras, vendas, planejamento

e gestão) que serão objeto de otimização do APS (AROZO, 2000).

O impacto que um APS provoca na empresa e a consequente redução de

custos permitem que estes recursos sejam revertidos para a melhoria de todo o fluxo

de informações. O que é comum, principalmente quando se instala um APS que

esteja relacionado à redução dos níveis de estoque é que tenha impacto também

nos transportes (AROZO, 2000).

O nível de integração em que a empresa se encontra e a qualidade do banco

de dados que a empresa tem disponível, vão determinar a utilização de apenas

alguns módulos ou do sistema completo, mas, seja qual for o caso, o APS é

imprescindível para implementação do Supply Chain Management. (AROZO, 2000)

2.4.1.3. COLLABORATIVE PLANNING, FORECASTING AND

REPLENISHMENT (CPFR)

Surgiram nos últimos anos, como observa Arozo (2000), várias iniciativas com

o intuito de se obter ganhos de competitividade através do melhor gerenciamento do

fluxo de informações ao longo das cadeias de suprimento, tendo como base o uso

intensivo de tecnologia de informação e a adoção do conceito de parceria pelos

diversos participantes das cadeias.

Conhecidas genericamente como Programas de Resposta Rápida (PRR),

essas iniciativas englobam tanto procedimentos operacionais, tais como Continuous

Replenishment Program (CRP) e Vendor Managed Inventory (VMI), quanto

programas institucionais, como por exemplo, o Efficient Consumer Response (ECR).

O Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR) é a mais recente

iniciativa nesse sentido, porém com foco específico no planejamento colaborativo

entre as empresas participantes da cadeia de suprimentos (AROZO, 2000).

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24

Entretanto, o CPFR não deve ser considerado como um programa de

resposta rápida. Como o próprio nome indica, os programas de resposta rápida têm

como objetivo permitir que os fabricantes e seus clientes varejistas sejam capazes

de reagir rapidamente à demanda do consumidor final, conseguindo ao mesmo

tempo uma redução no estoque existente em toda a cadeia de suprimento e um

aumento na disponibilidade para o consumidor final (AROZO, 2000).

O CPFR também busca uma redução nos níveis de estoque, combinada com

uma melhoria nos níveis de serviço. No entanto, enquanto os PRRs buscam esse

objetivo com base no fluxo de informações sobre a demanda real do consumidor

final, o CPFR baseia-se na elaboração conjunta de previsões de venda e no

planejamento de ressuprimento, levando em consideração as limitações existentes

na cadeia de suprimentos, sejam elas do fornecedor industrial, varejista ou

distribuidor (AROZO, 2000).

Dessa forma, o CPFR difere dos programas de resposta rápida pelo fato de

estar focado nos processos de previsão de vendas e planejamento de ressuprimento

da produção, o que faz com que o mesmo adquira uma postura proativa em relação

à demanda final, em contraste com a lógica reativa dos PRRs. O CPFR pode ser

definido como um conjunto de normas e procedimentos amparado pelo Voluntary

Interindustry Commerce Standards (VICS), um comitê fundado em 1986 e formado

por representantes de diversas empresas com o objetivo de aumentar a eficiência

das cadeias de suprimentos, particularmente no setor de varejo, pelo

estabelecimento de padrões que facilitem os fluxos físicos e de informações

(AROZO, 2000).

Do ponto de vista dos fornecedores, o CPFR representa uma real

oportunidade de obter um crescimento nas vendas, redução dos níveis de estoque e

dos ciclos operacionais. Isso se deve à possibilidade de realização do planejamento

de produção e distribuição da demanda final, sendo possível, inclusive, realizar

ações em conjunto com o varejista, visando a uma adequação às restrições

identificadas na capacidade de produção ou distribuição (AROZO, 2000).

Ratificando o profundo impacto deste novo modelo de gestão da cadeia de

suprimentos, o Centro de Estudos em Logística da COPPEAD / UFRJ cita alguns

benefícios que as empresas envolvidas com o processo CPFR estão obtendo:

Aumento nas vendas dos produtos com planejamento colaborativo;

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Redução no erro de previsão;

Redução no ciclo de ressuprimento;

Redução nos níveis de estoque com consequente aumento no giro dos

mesmos;

Suavização da demanda para os fornecedores;

Aumento da disponibilidade de produto para os varejistas;

Visibilidade para melhor determinar os parâmetros de reposição por loja;

Aumentos no nível de serviço dos fornecedores;

Redução dos custos de planejamento de produção.

2.4.1.4. VENDOR MANAGED INVENTORY (VMI)

Whipple e Russel (2007) examinaram várias formas de relacionamentos

colaborativos e apresentaram uma tipologia de abordagens colaborativas,

compostas por três diferentes estágios: gestão de transações colaborativas, gestão

de eventos colaborativos e gestão de processos colaborativos. Segundo eles, o VMI

representa o primeiro tipo de colaboração, com foco na troca de dados e

alinhamento de tarefas para solução de problemas e/ou erros nas tarefas

operacionais, cujo horizonte de planejamento é de curto prazo (FREITAS, 2014).

Disney e Towill (2003), afirmam que Magee (1958) realizou a primeira

discussão sobre a prática que hoje é conhecida como VMI. Porém, foi o sucesso da

parceria entre Walmart e Procter & Gamble na década de 80 que popularizou a

iniciativa. Blaterwick (1998) sugere que o termo VMI se tornou conhecido

efetivamente com os projetos implantados por Walmart e K-mart, no começo da

década de 90 (FREITAS, 2014).

No VMI, as decisões de abastecimento, tais como quantidade requerida,

embarques e cronogramas são feitas pelo fornecedor, através do monitoramento do

nível de inventário do cliente (WALLER; JOHNSON; DAVIS, 1999). Para Reddy e

Vrat (2007), os sistemas de tecnologia da informação auxiliam o reabastecimento

dos estoques, uma vez que fornecem melhores informações relacionadas à

utilização, venda de produtos, inventário do cliente e outras informações

relacionadas à atividade de marketing. Claassen, Van Weele e Van Raaij (2008)

apontam que no VMI os níveis de serviço são acordados com o cliente e, a partir

disto, o fornecedor pode planejar sua produção e decidir a programação dos

Page 26: Utilização da ferramenta VMI – Vendor Managed Inventory em uma empresa do setor têxtil como forma de fidelização de clientes e redução de rupturas de processos

26

reabastecimentos reduzindo, ou até mesmo, eliminando os problemas de estoque de

segurança (FREITAS, 2014).

Segundo Vivaldini (2008), o VMI foi criado na década de 90 com o objetivo de

ajudar grandes varejistas americanos a controlar seus estoques, onde inicialmente o

fornecedor inventariava e gerenciava o estoque de seu cliente, isso incluía o

processo de reposição dos produtos.

O sistema evoluiu ao longo dos anos e atualmente o fornecedor mantém o

produto num estoque consignado dentro da organização de seu cliente e recebe

somente após o consumo (VIVALDINI, 2008).

Ainda segundo Vivaldini (2008) a implementação é considerada

extremamente difícil no contexto brasileiro, pois, culturalmente as empresas relutam

em trocar informações entre seus parceiros, e, esta ferramenta requer uma sintonia,

parceria e confiança entre as partes envolvidas, já que muitas das informações

compartilhadas são confidenciais.

Entre os benefícios encontrados na literatura com a adoção da prática

colaborativa do VMI estão: melhoria do nível de serviço, redução do lead time,

aumento do giro dos estoques, redução dos stock-outs (falta de estoque), melhoria

do controle do efeito chicote, redução dos custos, redução dos custos de introdução

de novos produtos (FREITAS, 2014).

Os fornecedores se beneficiam do melhor atendimento e maior fidelização do

cliente, melhor gestão da demanda e melhor conhecimento do mercado (PIRES,

2010). Waller, Johnson, Davis (1999) mostram também que o fornecedor consegue

a estabilização da sua produção e a otimização dos custos de transporte. Nesse

sentido, Claassen, Van Weele e Van Raaij (2008) explicam que os fornecedores

conseguem alinhar seus processos produtivos com a demanda do cliente quando

trabalham com o VMI. A redução da incerteza da demanda reduz a necessidade de

estoques de segurança (FREITAS, 2014).

As empresas clientes conseguem menos custo de estocagem e menos

dispêndio de capital de giro. Elas recebem melhor atendimento do fornecedor e têm

as gestões de compra e inventário simplificadas (CLAASSEN; VAN WEELE; VAN

RAAIJ, 2008; PIRES, 2010). Sari (2007) afirma que o aumento da disponibilidade de

produtos, aumento do nível de serviço e redução dos custos de monitoramento de

estoque e realização de pedido são benefícios trazidos pelo VMI (FREITAS, 2014).

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27

2.4.2. COMPLEXIDADE NO SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

Vivaldini (2010), cita que a complexidade no Supply Chain Management

depende da quantidade de organizações presentes nos processos da cadeia e a

quantidade de produtos envolvidos em cada processo interno. É de suma

importância um alto nível de colaboração entre as empresas, o desafio é evitar

rupturas nos processos e administrar os riscos eminentes.

Conforme Ballou (2006) é fundamental determinar a quantidade das

instalações e suas reais atribuições pois além de aumentar ou reduzir o número de

fornecedores de uma cadeia, teremos o estoque de produtos. Este custo do estoque

tem impacto na venda ao cliente e coloca a agilidade e flexibilidade em risco. Ballou

(2006) conclui que por conta disto a cadeia de suprimentos deve estar em perfeita

simetria, contribuindo para a redução de custos globais sem afetar margens de

fornecedores e, consequentemente, satisfazendo o consumidor final.

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28

3. APRESENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

3.1. MODELO CONCEITUAL

Claassen, Van Weele, Van Raaij (2008) sugerem que a efetiva implantação

do VMI envolve uma abordagem multifuncional e interorganizacional. Após revisão

da literatura, eles identificaram quatro capacitadores do VMI: qualidade do

relacionamento, qualidade da informação, compartilhamento de informações e

qualidade dos sistemas de informação e de comunicação. Falhas nesses

capacitadores resultam em implantações malsucedidas na prática do VMI (FREITAS,

2014).

Pires (2010) mostra que, muitas vezes, o VMI é adotado equivocadamente na

prática. Algumas empresas tentam aplicar o VMI simplesmente para transferir os

custos de estoque aos seus fornecedores ou para se livrar da responsabilidade de

promover um planejamento detalhado e de qualidade para gerenciar seus

inventários. Danese (2006) argumenta que estes comportamentos muitas vezes

ocorrem pela presença de metas contrastantes entre os membros da cadeia de

suprimentos. Vigtil (2007) defende ainda que para obter transparência e visibilidade

da demanda, é fundamental que os clientes estejam dispostos a fornecerem os

dados. O cliente deve ser capaz de fornecer projeções de qualidade enquanto os

fornecedores devem ser capazes de suprir as demandas (FREITAS, 2014).

Sari (2008) apud Freitas (2014) identifica alguns fatores de insucesso na

adoção do VMI, tais como: divisão de dados não acurados ou desatualizados, falta

de tecnologia de informação adequada, falta de confiança mútua. Outro ponto

destacado por ele é a falha na previsão da demanda, uma vez que é feita

isoladamente pelo fornecedor e não envolve os varejistas.

Freitas (2014) ainda cita que os estudos realizados por Sari (2008) mostram

que a acurácia das informações de inventário também impacta no desempenho das

iniciativas de colaboração. Cita também que Reddy e Vrat (2007) complementaram

estes estudos, apontando que os casos de insucesso ocorrem quando as empresas

não utilizam os dados efetivamente para planejamento da produção, e continuam

produzindo para estocagem, quando há falta de integração dos sistemas, limitação

da visibilidade de inventários e ordens.

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29

Figura 2 - Elementos que influenciam o VMI (FREITAS, 2014)

Freitas (2014) explica que os elementos comportamentais estão relacionados

à disposição das empresas em colaborar na cadeia de suprimentos. Através da

confiança, as empresas compartilham crenças convergentes, permitindo a

colaboração. Já os elementos culturais estão diretamente relacionados à cultura

organizacional, influenciando a implantação e manutenção das práticas

colaborativas. É importante que as empresas envolvidas se livrem da estrutura

funcional e orientem-se a partir de atividades multifuncionais, uma vez que as

fronteiras internas à organização e entre as empresas restringem o fluxo de

informação e minimizam a confiança entre os parceiros. E por fim, explica que os

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elementos físicos estão relacionados com a tecnologia e os recursos necessários

para viabilizar a implantação da prática do VMI. Freitas (2014) cita Barrat (2004),

que sugere que os participantes da colaboração devam estar preparados para

comprometer recursos financeiros e não-financeiros tanto nos estágios iniciais,

quanto nos estágios avançados da colaboração, na forma de tempo, dinheiro,

treinamento, atualização de tecnologias, etc.

3.2. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO

Para compreender melhor o contexto do projeto e sua implementação,

optamos por realizar uma entrevista com os envolvidos no projeto que se

posicionam no alto da pirâmide hierárquica. Sendo assim, foram entrevistados o

gerente geral da Haco e o gerente geral da empresa Cliente. O resultado da

entrevista com ambos está exposto na Tabela 2 abaixo.

Tabela 2 - Resultado de entrevista com gerentes

Elementos Barreiras Fatores Críticos de Sucesso

Comportamentais

- Médio nível de confiança devido a variação da disponibilidade produtiva provocada pela alta variabilidade de

produtos no fornecedor

- Médio nível de confiança devido a falhas nas informações que ocorreram ao longo

do piloto e são geradas pela falta de gestão da informação real de estoque do

cliente

- Diálogo constante entre fornecedor e cliente

- Compartilhamento total do

calendário de eventos por parte do cliente

- Controle total do planejamento

da produção do fornecedor

Culturais - Processo não bem estruturado ao longo

do piloto

- Equipes que compõem o projeto multifuncionais e muito bem

orientadas

- Maior visibilidade para o fornecedor eliminando o efeito

chicote

- Apoio total da diretoria por ambas as partes

Físicos - Forte receio sobre falhas do sistema e

da informação gerada

- Orçamento aprovado e disponível para o projeto

- Tecnologia desenvolvida sobre

medida para a situação

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Nas reuniões realizadas entre as empresas foram discutidos alguns pontos

importantes que deram sustentação ao projeto.

• Obter o patrocínio da alta gerência. Eles devem ter ciência do esforço que

será necessário e dos recursos que serão investidos;

• Conseguir o apoio de todos os envolvidos. É preciso que toda a equipe

entenda o objetivo do projeto e seus benefícios, assim como seu

funcionamento, independente se sua participação é direta ou indireta;

• Fornecedor e Cliente devem possuir ampla visualização das informações,

compartilhando os mesmos dados que devem estar atualizados, garantindo

que setores e funcionários das duas partes tomem decisões com base

somente em informações confiáveis. Essas medidas prevenirão problemas e

questionamentos no futuro e fortalecerão a parceria;

• O Cliente repassa ao Fornecedor o histórico de consumo de cada um dos

itens de um período regular, assim como sua previsão de vendas. Isto

permitirá ao fornecedor criar um plano de produção que não esteja baseado

somente no histórico de pedidos do cliente (que pode levar a decisões

incorretas);

• As empresas estabelecem, em comum acordo, as regras e políticas que irão

nortear todo o processo como: níveis de estoque mais indicados para cada

produto, as fórmulas utilizadas para identificar o momento ideal para novas

compras, as quantidades padronizadas por pedido, turnos de inventário,

frequência de entregas, mudanças no catálogo de produtos, entre outros;

• Planejar exaustivos testes no sistema de intercâmbio de dados, para garantir

a integridade das informações transmitidas. As quantidades em estoque no

cliente devem estar corretamente refletidas no sistema do fornecedor. Para

isso, sugeriu-se simulações com diversos itens em diferentes categorias.

Na sequência, estabeleceu-se três principais fases para o projeto. Na primeira

delas, denominada de Planejamento, foram construídos o cronograma, o orçamento

a matriz de risco e a tabela de requisitos.

A elaboração do cronograma macro teve a participação das entidades

envolvidas, e nele foram registradas as principais etapas do projeto, sendo que,

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cada uma das empresas montou seu próprio cronograma relacionado às atividades

internas. As Figuras 3 e 4 se referem ao cronograma macro.

Figura 3 - Cronograma do projeto (parte 01)

Figura 4 - Cronograma do projeto (parte 02)

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Para a confecção do orçamento, tanto a Haco, quanto seu cliente, levantaram

os custos para a implantação do VMI em cada uma das partes de forma

independente, buscando a aprovação junto à direção de cada empresa. Os custos

para desenvolvimento do portal colaborativo foram assumidos pela Haco, uma vez

que o objetivo é utilizar o VMI como serviço diferenciado e estender para outros

clientes. A Tabela 3, apresentada a seguir, apresenta os custos totais do projeto.

Tabela 3 - Orçamento geral do projeto, mostrando custos do Cliente e da Haco

Orçamento Geral - Projeto VMI

Recurso Descrição da Atividade Referência Valor

Integrador

Implementar a integração dos arquivos para a ferramenta VMI para a empresa Haco Etiquetas e seus clientes, com a construção e liberação de um

Dashboard no portal colaborativo

Valor único R$ 15.000,00

Total Integrador R$ 15.000,00

Haco Definição do escopo 32 horas R$ 2.560,00

Haco Levantamento de requisitos 80 horas R$ 6.400,00

Haco Proposta de implementação 32 horas R$ 2.560,00

Haco Desenvolvimento das implementações 320 horas R$ 9.600,00

Haco Testes, implantação e acompanhamento 64 horas R$ 4.480,00

Total Haco R$ 25.600,00

Cliente Adequação do sistema ERP Valor único R$ 12.700,00

Total Fornecedor R$ 12.700,00

Total do Projeto R$ 53.300,00

A Figura 5, apresentada abaixo, representa a matriz de risco elaborada pela

equipe para identificar os pontos a se ter alto controle e possíveis soluções em caso

de ocorrência para evitar que o projeto falhe.

Figura 5 - Matriz de risco do projeto

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Os itens da Tabela 4 que estão como responsabilidade Cliente e Fornecedor

foram tratados internamente nas respectivas empresas pelas equipes secundárias

em conjunto com a equipe principal. Os itens com responsabilidade “ambos”, foram

tratados em conjunto pela equipe principal.

Tabela 4 - Requisitos do Novo Processo

REQUISITOS DO NOVO PROCESSO RESPONSÁVEL

Definir quais materiais participarão do programa de remessas VMI

entre Cliente e Fornecedor (Característica) Cliente

Disponibilizar informação de posição de estoque dos itens de VMI

do Cliente (Diário) Cliente

Disponibilizar informação de previsão dos itens de VMI do Cliente

(Mensal) Cliente

Permitir a parametrização de informações de estoque /

planejamento (Estoque máximo / Estoque mínimo / etc.) Cliente

Disponibilizar informações de estoque / planejamento (Estoque

máximo / Estoque mínimo / etc.) Cliente

Definir papéis e responsabilidades Cliente / Fornecedor sobre a

operação e acordos comerciais (Jurídico) Ambos

Permitir o monitoramento dos estoques Cliente + Fornecedor Fornecedor

Permitir o envio do calendário de planejamento do almoxarifado Cliente

Definir a tratativa via recebimento físico/fiscal para itens VMI

(Agrupar pedidos VMI com demais?) Ambos

Definição do processo de compras para VMI Cliente

Solicitar criação de pedido no Cliente para atendimento VMI Fornecedor

Coletar informações recebidas e criar o pedido de compra Cliente

Atender as necessidades do planejamento no PPCP do Cliente Cliente

Permitir utilização para multi-plantas de todos os requisitos acima Ambos

Definir metodologia de cálculo de dias de estoque do Cliente Cliente

Definir padrão da interface de comunicação e layout entre

Fornecedor / Integrador / Cliente Ambos

Na sequência, foi definida a equipe principal do projeto, composta por sete

membros, três da parte do fornecedor e quatro da parte do cliente, sendo todos

integrantes dos setores de PPCP (Planejamento Programação e Controle da

Produção) e da TI (Tecnologia da Informação), ficando o gerente do PPCP do

fornecedor como líder do projeto. Em ambas empresas foram criadas equipes

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secundárias, compostas por funcionários de outras áreas como Compras,

Suprimentos, Logística, entre outras, com o propósito de estruturar e alinhar os

processos internos, dando aderência ao programa de VMI que seria incorporado às

empresas.

Estabeleceu-se que as informações pertinentes ao VMI estariam disponíveis

para ambas por intermédio de um Dashboard, conforme demonstrado pela Figura 6,

no portal do Integrador, empresa terceirizada que atualmente trafega as informações

pertinentes ao EDI existente entre elas.

Figura 6 - Representação esquemática de Dashboard

No Dashboard estarão visíveis as informações dos Dias de Estoque no

Cliente e no Fornecedor, a Meta de Dias de Estoque para o Cliente e para o

Fornecedor, o Código do Fornecedor e o Código do Cliente. Dependendo das

configurações, será possível visualizar informações extras como: Nome do Produto,

Código EAN e Unidade de Medida do Produto.

A Figura 7 apresentada abaixo, detalha como será o fluxo das informações

entre as três entidades: Fornecedor, Integrador e Cliente.

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Figura 7 - Fluxo de Informações-fornecedor-integrador-cliente

Determinou-se que para o intercâmbio das informações seria adotado o

mesmo padrão utilizado pelas empresas no processo de EDI, que se trata de

arquivos .csv, disponibilizados via FTP.

A Tabela 5 demonstra a estrutura de informações que serão trafegadas do

Cliente para o Integrador, e deste para o Fornecedor. Como o Pedido de EDI é parte

integrante do processo de EDI, não está relacionado nas estruturas de informações,

somente consta no fluxo a título de informação.

Tabela 5 - Estrutura de Informações entre Cliente e Integrador

Arquivo Frequência Dados

VMI_MATERIAL Esporádica CNPJ Cliente, EAN Material, Código

Material, Data Arquivo

VMI_CALENDARIO Esporádica Código Calendário, Data Início, Data

Arquivo

VMI_ESTOQUE Diário

CNPJ Cliente, EAN Material, Unidade

Medida Estoque, Quantidade de

Estoque, Data Arquivo

VMI_PREVISAO_CONSUMO Mensal

CNPJ Cliente, EAN Material, Unidade

Medida Estoque, Demanda Média Dia,

Meta Dia Estoque, Data Arquivo

A Tabela 6 apresenta a estrutura de informações que serão trafegadas do

Fornecedor para o Integrador, sendo que algumas delas irão para o Cliente.

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Tabela 6 - Estrutura de Informações entre Fornecedor e Integrador

Arquivo Frequência Dados

VMI_REQUISICAO_COMPRA Diário

CNPJ Cliente, CNPJ Fornecedor, EAN

Material, Unidade Medida Estoque,

Quantidade da Remessa, Data

Remessa, Data Arquivo

VMI_ESTOQUE Diário

CNPJ Fornecedor, EAN Material,

Unidade Medida Estoque, Quantidade

de Estoque, Data Arquivo

A segunda fase, denominada Construção, está em andamento. Todas as

entidades envolvidas (Cliente, Fornecedor e Integrador) estão trabalhando

internamente na adequação de seus processos e sistemas.

Caberá ao Fornecedor a parte principal do processo, que constitui em otimizar

o desempenho da cadeia de suprimento, responsabilizando-se pela gestão dos

níveis de estoque no Cliente. A partir do momento em que o Fornecedor tiver as

informações atualizadas, deverá verificar se o ponto de reordem foi atingido. Em

caso positivo, deverá gerar uma requisição de compra, enviando-a para o cliente.

Desta forma, o Cliente tem conhecimento da necessidade e gera o novo pedido por

intermédio do EDI. No período inicial após implantação do VMI, é importante que o

Cliente revise todos os pedidos emitidos automaticamente para detectar eventuais

erros. Ao receber o pedido EDI, o Fornecedor deverá preparar o material e emitir a

nota fiscal pelo sistema, despachando a mercadoria para o Cliente.

A terceira e última fase do projeto, chamada de Execução, está planejada

para iniciar a partir do quarto trimestre de 2016.

3.3. PROJEÇÃO DOS RESULTADOS

Antecipadamente ao projeto final, foi realizado um projeto piloto que englobou

apenas uma pequena parcela dos produtos que compõem o pacote de produtos do

projeto final. Baseado nestas informações, foram projetados resultados para o

projeto em questão.

Os resultados, demonstrados nas Figuras 8 a 11, são apresentados em dias

de produção, ou seja, quantos dias de produção levaria para consumir o que há no

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estoque no momento. Nota-se que o estoque do Cliente acaba se reduzindo e, na

maioria dos casos, o estoque do Fornecedor, neste caso, Haco, sofre um acréscimo.

Figura 8 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto A

Figura 9 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto B

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Dia

s d

e P

rod

uçã

o C

lien

te

Dia do Projeto - Piloto

Análise Gráfico Produto - A

Haco Prod A Cliente Prod A

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31Dia

s d

e P

rod

uçã

o C

lien

te

Dia do Projeto - Piloto

Análise Gráfico Produto - B

Haco Prod B Cliente Prod B

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Figura 10 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto C

Figura 11 - Comparação de estoque em dias de produção do Cliente do Produto D

Analisando os resultados obtidos nos 31 primeiros dias do projeto piloto,

verifica-se que para o Cliente ocorre uma drástica redução de estoque. Vale citar

que os resultados poderiam ser mais expressivos, caso o cliente não optasse por um

estoque de segurança tão conservador.

Já para o Fornecedor, em alguns casos ocorreram um acréscimo de estoque.

Porém, esse acréscimo não é prejudicial à operação. Os resultados benéficos, na

verdade, ocorrem pela ausência de efeito chicote e melhor planejamento da

produção do fornecedor, já que este passou a visualizar às necessidades do cliente

e pode se antecipar.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31Dia

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o C

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te

Dia do Projeto - Piloto

Análise Gráfico Produto - C

Haco Prod C Cliente Prod C

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31Dia

s d

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rod

uçã

o C

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te

Dia do Projeto - Piloto

Análise Gráfico Produto - D

Haco Prod D Cliente Prod D

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Quando observadas questões de atrasos de produtos que podem ocasionar

parada da linha produtiva do Cliente, estes deixaram de existir, ou seja, o piloto

anulou esta falha.

Figura 12 - Gráfico de redução de valor de estoque no cliente no período entre março de 2016 e maio de 2016

Em termos gerais, analisando o gráfico da Figura 12, pode-se observar que,

no período de um trimestre, houve uma redução de estoque expressiva. Vale citar

que essa redução ocorreu em um cenário de controle de apenas 10 itens, de um

total de 190 possíveis.

R$ 238.187,20

R$ 119.368,16 R$ 109.357,92

R$ 81.767,20 R$ 98.342,88 R$ 84.545,12R$ 0,00

R$ 50.000,00

R$ 100.000,00

R$ 150.000,00

R$ 200.000,00

R$ 250.000,00

R$ 300.000,00

mar-16 abr-16 mai-16

Título do Eixo

Valores em R$ de estoque no cliente

Valor Estoque Valor estoque de segurança

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um projeto de implementação de VMI compreende uma longa e fiel parceria

entre cliente e fornecedor. A compreensão de que um se torna indispensável ao

outro para que os resultados ocorram é fundamental para o sucesso, pois se faz

necessário a abertura total das informações relacionadas à cadeia de suprimentos,

estoques, demandas e projeções futuras, para que a base de informações seja

elaborada de maneira correta e assertiva.

Uma boa estruturação e um projeto piloto para qualificar as condições e iniciar

uma criação e identidade para a parceria fortalece as condições de implementação,

pois um piloto possui baixo orçamento e baixo risco, assim sendo, facilita justificar o

projeto como um todo.

Analisando o gráfico de valores em R$ de estoque no cliente, Figura 12,

pode-se verificar que a redução de custo de estoque foi de R$ 128.829,28 num

período entre março de 2016 até maio de 2016 (primeiro trimestre de testes do

projeto piloto), ganho financeiro expressivo para o cliente. É importante citar que a

redução é representada apenas por 10 produtos de um total de 190 possíveis,

portanto a projeção calculada, quando o controle for realizado para todos os itens, é

de aproximadamente R$ 2.000.000,00 em um ano.

Num processo com alto volume de demanda e com a cadeia de suprimentos

não integrada, há, usualmente, uma alta variância entre a geração de demanda de

um cliente para um fornecedor ao longo do tempo. Este efeito gera impacto negativo

sobre a regularidade e a estabilidade dos processos do fornecedor.

Com a centralização do controle de estoque através do VMI, observa-se uma

redução na probabilidade de erros na gestão de estoques, evitando rupturas no

processo de fabricação e gargalos no planejamento de produção, e ainda, evitando

o efeito chicote.

Além disto, outro ganho importante para o cliente é referente à redução da

carga de trabalho da equipe de suprimentos, uma vez que a gestão de estoque

passa a ser inteiramente responsabilidade do fornecedor.

A implementação da ferramenta VMI é uma grande oportunidade na busca de

excelência operacional na cadeia de suprimentos, pois com sua utilização, o cliente

passa a ter uma maior segurança em todo o processo logístico. Para a Haco esta

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ferramenta se destaca não só como um atributo de valor em seu produto, como,

também, como uma nova oferta de serviço, tornando-se um grande diferencial na

fidelização e aquisição de novos clientes e grandes contas.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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