utilitarismo

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17-01-22 © CEFi - MH 1 Utilitarismo 1. Princípios Fundamentais do Utilitarismo 2. Critérios de Utilidade / História do utilitarismo 3. O cálculo utilitarista 4. Utilitarismo de Atos e de Regras 5. As críticas ao utilitarismo 6. Conclusões

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Page 1: Utilitarismo

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Utilitarismo

1. Princípios Fundamentais do Utilitarismo

2. Critérios de Utilidade / História do utilitarismo

3. O cálculo utilitarista

4. Utilitarismo de Atos e de Regras

5. As críticas ao utilitarismo

6. Conclusões

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FundamentosFundamentos do do

UtilitarismoUtilitarismo

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Princípios do Utilitarismo

Devemos fazer tudo o que traga maior benefício (ou seja, valor intrínseco) para toda a humanidade.

A moralidade consiste em produzir boas consequências, mesmo sem boas intenções.

O objetivo da moral é tornar o mundo um lugar melhor.

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A finalidade da Moral

O utilitarista tem uma resposta simples para esta pergunta.A finalidade da moral é guiar as acções das pessoas, de modo a criar a maior utilidade para o maior número.

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O Imperativo Fundamental

O imperativo fundamental do utilitarismo é:Age sempre de modo a produzir a maior

quantidade de bem para todos.– O ênfase é nas consequências, e não

nas intenções.

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O ênfase no bem de todos

Falamos muitas vezes em soluções "utilitaristas" em tom depreciativo.

Na verdade, o utilitarismo é uma posição moral exigente que nos pede para deixar de lado o interesse próprio e procurar o bem de todos.

Utilitarismo é moralmente exigente por duas razões:Pede-nos para maximizar a utilidade.Pede para anular o interesse pessoal.

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O Sonho do Utilitarismo:Conferir certeza científica à ética

O utilitarismo oferece uma visão poderosa da vida moral, pois promete reduzir ou eliminar a discordância moral.- Se concordamos que o propósito da moral é tornar o mundo melhor, e..- Se pudermos avaliar cientificamente várias opções para determinar quais terão o maior efeito positivo sobre o mundo, então…Podemos fornecer uma resposta científica à questão do que devemos fazer.

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22 Critérios de Utilidade / História do utilitarismo

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- Critérios - Valor Intrínsico Muitas coisas têm valor instrumental, isto é, têm

valor como meios para um fim.No entanto, há coisas que não são meramente instrumentais mas têm valor em si mesmas, ou valor intrínseco.

O que pode ter valor intrínseco, e segundo quem? – Prazer

• Jeremy Bentham (séc.XVIII)– Felicidade

• John Stuart Mill (séc.XIX)– Ideais

• G. E. Moore (séc.XX)– Preferências

• Kenneth Arrow (séc.XXI)

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Jeremy Bentham1748-1832

Bentham acreditava que devemos tentar aumentar a quantidade total de prazer no mundo.

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O critério do Prazer

Definição: O prazer é o sentimento agradável que experimentamos quando um estado de privação é substituído pela posse.

Vantagens– Fácil de quantificar

- Curta duração- Refere-se ao corpo

Críticas

– Ficou conhecido como a

"filosofia do porco“– Ignora valores

superiores– Poderia

justificar viver com uma máquina de prazer

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John Stuart Mill1806-1873

Afilhado de Bentham

A felicidade é o critério de utilidade

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Felicidade

Vantagens– Critério mais

humano que o prazer

– Refere-se a fins

Desvantagens– Mais difícil de

medir– Cada um é que

sabe

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- Critério - Valores e Ideais Moore sugeriu que devemos

nos esforçar por maximizar valores tais como a liberdade, conhecimento, justiça e beleza e qualidade de vida.

O mundo não fica um lugar melhor através do  prazer, mas certamente será um lugar melhor, com mais liberdade, mais conhecimento, mais justiça e mais beleza

Quem segue Moore nesta procura do bem intrínseco? G. E. Moore

1873-1958

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Preferências Kenneth Arrow, (n.1921) Nobel de Economia, argumentou que o que tem valor intrínseco é a satisfação das preferências.

Esta abordagem permite às pessoas escolher o que tem valor intrínseco. Valor intrínseco é o que que satisfaz as preferências de uma pessoa.

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33O cálculo utilitarista

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O cálculo utilitarista

Matemática e ética unidas: todas as consequências devem ser medidas e pesadas.Unidades de medida:Hedões: positivosDores:: negativos

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Calcular o quê?

Hedões / Dores podem ser definidos em termos de prazer Felicidade Ideais preferências Para qualquer ação, devemos calcular:

– Quantas pessoas serão afetadas, negativamente (Dores), e positivamente (hedões)Com que intensidade serão afectadasCálculos similares para as alternativas disponíveisEscolher a ação que produz a maior quantidade de utilidade ( +hedões - Dores)

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Exemplos a dramatizar: caso Pingo Doce - O almoço na cantina

Utilitaristas teriam que calcular:benefíciosNutrição aumentou para um número x de jovensO aumento de desempenho, de longo alcance chances de sucessoBenefícios incidentais para contratantes, etccustosCusto de cada contribuinteContraste com outros programas que poderiam ter sido financiados e com impostos mais baixos (sem programa)Multiplique cada fator pelo:Número de pessoas afetadasIntensidade dos efeitos

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How much can we quantify?

Pleasure and preference satisfaction are easier to quantify than happiness or ideals

Two distinct issues:– Can everything be quantified?

• Some would maintain that some of the most important things in life (love, family, etc.) cannot easily be quantified, while other things (productivity, material goods) may get emphasized precisely because they are quantifiable.

• The danger: if it can’t be counted, it doesn’t count.

– Are quantified goods necessarily commensurable?• Are a fine dinner and a good night’s sleep

commensurable? Can one be traded or substituted for the other?

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“…the problems of three little people don’t amount to a hill of

beans in this crazy world.” Utilitarianism

doesn’t always have a cold and calculating face—we perform utilitarian calculations in everyday life.

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Utilitarismo de Regras Utilitarismo de Regras e de Atose de Atos

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Utilitarismo de Regras e de AtosUtilitarismo de Regras e de Atos

utilitarismo de atos– Verifica as consequências de cada ato

individual e cálculo utilitário cada vez que o acto é praticado.utilitarismo de regras-Verifica as consequências de todos seguirem uma determinada regra e calcula a utilidade geral de aceitar ou rejeitar essa regra.

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An Example Imagine the following scenario. A prominent and much-loved

leader has been rushed to the hospital, grievously wounded by an assassin’s bullet. He needs a heart and lung transplant immediately to survive. No suitable donors are available, but there is a homeless person in the emergency room who is being kept alive on a respirator, who probably has only a few days to live, and who is a perfect donor. Without the transplant, the leader will die; the homeless person will die in a few days anyway. Security at the hospital is very well controlled. The transplant team could hasten the death of the homeless person and carry out the transplant without the public ever knowing that they killed the homeless person for his organs. What should they do?

– For rule utilitarians, this is an easy choice. No one could approve a general rule that lets hospitals kill patients for their organs when they are going to die anyway. The consequences of adopting such a general rule would be highly negative and would certainly undermine public trust in the medical establishment.

– For act utilitarians, the situation is more complex. If secrecy were guaranteed, the overall consequences might be such that in this particular instance greater utility is produced by hastening the death of the homeless person and using his organs for the transplant.

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The Continuing Dispute Rule utilitarians claim:

– In particular cases, act utilitarianism can justify disobeying important moral rules and violating individual rights.

– Act utilitarianism also takes too much time to calculate in each and every case.

Act utilitarians respond:– Following a rule in a particular case when the overall

utility demands that we violate the rule is just rule-worship. If the consequences demand it, we should violate the rule.

– Furthermore, act utilitarians can follow rules-of-thumb (accumulated wisdom based on consequences in the past) most of the time and engage in individual calculation only when there is some pressing reason for doing so.

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CríticasCríticasao Utilitarismoao Utilitarismo

1. Responsibilidade

2. Integridade

3. Intenções

4. Sorte

5. Quem calcula?

6. Quem é incluído?

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1. Responsibilidade Utilitarismo sugere que nós somos responsáveis por todas

as consequências de nossas escolhas. O problema é que às vezes podemos prever consequências

das acções de outras pessoas em resposta a nossos próprios atos. Somos responsáveis por essas ações, mesmo sem as escolher ou aprovar?

Os terroristas dizem que vão matar os reféns se não atender suas exigências. Nós recusamos a atender suas exigências. Somos responsáveis pelo que acontece aos reféns?

Imagine alguém que coloca crianças em prováveis alvos para serem bombardeados. Se bombardearmos, somos responsáveis se as crianças são mortas por bombardeio?

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2. Integridade moral O utilitarismo muitas vezes exige colocar de lado

o interesse próprio. Às vezes, isso significa colocar de lado as nossas convicções morais.A violação desses compromissos implica uma violação do que somos em nossa essência.

EX. Objeção de consciência . Pessoa recusa-se a ser soldado porque não quer matar

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3. Intenções O utilitarismo é quase exclusivamente

sobre as consequências, e não intenções. As Intenções também contam ….. É importante avaliar moralmente as

pessoas.

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4. Sorte Ao concentrar-se nas consequências, o

utilitarismo faz depender da sorte o valor moral de nossas ações

Temos de esperar pelas conseqüências, antes de descobrir se a acção foi boa ou má.Isto faz a vida moral uma questão de sorte, o que contraria as intuições morais básicas.

Ex. Podemos imaginar ações com boas intenções que têm más conseqüências imprevisíveis e não desejadasEx. Podemos também imaginar ações com más intenções que têm conseqüências boas imprevisíveis e não desejadas.

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5. Quem calcula?

Historicamente, África foi um problema para Portugal. Os portugueses achavam que estavam a fazer o que era melhor para África mas eram os únicos a julgar assim.

O cálculo depende de quem o fazNo Iraque, os americanos nunca entenderam o que a independência contava para os iraquianos.

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6. Quem é incluído? Quando consideramos a questão das

consequências, devemos perguntar quem é incluído ou afectado por elas.

Os que pertencem ao nosso grupo (coletivismo)?Os que pertencem ao nosso país (nacionalismo)?Os que  partilham a nossa cor de pele (racismo)?Todos os seres humanos (humanismo)?Todos os seres que sentem?( pessoas e animais)

O utilitarismo clássico afirma que devemos reconhecer a dor e sofrimento dos animais e não restringir apenas aos seres humanos.

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Conclusão

O utilitarismo é apropriado para as decisões políticas, desde que haja que os direitos humanos fundamentais garantam os direitos das minorias.