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Uso Educacional do Cátia Carminé, Fábia Moreira, Lusana Veríssimo Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia Universidade Aberta

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Uso  Educacional  do  

 Cátia  Carminé,  Fábia  Moreira,  Lusana  Veríssimo  

 

 

 

   

     Mestrado  em  Comunicação  Educacional  Multimédia  Universidade  Aberta  

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2  Uso  Educacional  do    

 Introdução  

As tecnologias de informação e comunicação influenciam cada vez mais a vida das pessoas e para Medeiros, citado por Torres et al. “é pela via da educação que elas” (as Tecnologias de Informação e Comunicação) “podem construir simultaneamente as condições materiais para garantir a familiarização de futuros produtores e consumidores do aparato tecnológico, engendrando formas coletivas de beneficiar-se do que a própria tecnologia é capaz de propiciar”. Os espaços virtuais trazem para o âmbito educativo novas ferramentas ou interfaces e, segundo Barros (2010), o virtual traz também consigo a facilidade de acesso ao conhecimento, que permite “o fortalecimento da aprendizagem”, assim como a possibilidade de “criar, atualizar e transformar ideias, conhecimentos e informações obtidas na experiência individual do dia-a-dia” (Barros, 2010). Daniela Barros refere que as “novas tecnologias facilitaram a constituição de grupos de sujeitos ligados por vínculos não formalizados, os quais tinham características comuns, formando assim as denominadas comunidades virtuais”. Com o surgimento de novas ferramentas educativas e novas interfaces, surgiu também uma nova concepção de educação, pois estes caminhos abrem um atalho no âmbito da educação não-formal e informal e, até mesmo, na educação formal. Segundo Adelina Moura, “Desde a Geração Y (nascidos a partir de 1977 nos grandes centros ou cidades médias de países mais desenvolvidos) até a agora designada Geração Móvel (Mobile Generation) muita coisa mudou. Os primeiros são utilizadores cada vez mais exigentes, independentes e autoconfiantes. Mostram-se flexíveis, empreendedores e optimistas, são também “multi-taskers” capazes de utilizar 5,4 canais simultâneos de informação contra 1,7 canais da geração anterior (Telles, 2008). A Geração Móvel, nascida no seio dos dispositivos móveis, está cada vez mais dependente da tecnologia, das redes sociais e de uma utilização intensa. O telemóvel é indispensável aos jovens. Então por que não aproveitar o seu potencial em benefício da aprendizagem? Apesar dos dispositivos móveis estarem, na maioria das escolas, proibidos e por isso o seu uso na sala de aula ser quase nulo, há já algumas experiências que revelam vantagens na sua utilização” (Moura & Carvalho, 2008a, 2008b; Ross, 2008; Topolsky, 2007).      

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Educação  Formal/  Educação  Não-­‐Formal   Assim, educação formal, segundo Gadotti (2005), “tem objetivos claros e específicos e é representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação”. Já a educação não-formal, ainda mencionando Gadotti, “é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem”.

Educação  Informal   Para Fraga, a educação informal é o “processo pelo qual, durante toda a vida, as pessoas adquirem e acumulam conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos através das suas experiências diárias e a sua relação com o meio ambiente”. Segundo Rafael Reinehr (2012) a maioria das pessoas vai construindo as suas competências e conhecimentos fora dos muros escolares de outras estruturas de educação formal. O mesmo autor destaca que grande parte dos conhecimentos adquiridos na escola vão sendo esquecidos ao longo do tempo ou vão ficando obsoletos. Rafael Reinehr ainda destaca o problema de cada vez mais o mercado de trabalho não absorver a totalidade dos estudantes, o que, segundo o autor, tem feito com que muitos abandonem o “monopólio da educação pelas instituições formais”, procurando alternativas de aprendizagem e, assim, têm vindo a emergir novos tipos de aprendizes, os quais Reinehr denomina de “desbravadores natos de Recursos Educacionais Abertos” que “são os navegadores do éter universal em busca de informação, que é transformada em conhecimento, e de conhecimento que pode ser transmutado em sabedoria”.

Redes  Virtuais  de  Interacção  Social   Freitas diz que “as redes virtuais de interação social são os ambientes virtuais que proporcionam o contato de usuários com seus amigos ou com pessoas de mesmos interesses. Esses contatos já existiam no mundo off-line, mas, hoje, não são limitados pelo tempo ou espaço”. Segundo Giles Lipovetsky (1994) “as relações virtuais não ameaçam as relações pessoais, as completam ou ampliam. Os contatos diários, fora da rede, permanecem”.

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4  Uso  Educacional  do    

 O facebook é o modelo de rede social das mais populares e onde, segundo Fernanda Freitas, os utilizadores se “personificam na Internet”.

Facebook   O Facebook é uma rede social lançada em fevereiro de 2004 por Mark Zuckrberg e aqueles que a usam devem registar-se primeiro, só depois podem criar um perfil pessoal e adicionar outros utilizadores como amigos. No Facebook os utilizadores podem trocar mensagens, participar em grupos do interesse do utilizador. Fernanda Freitas diz que “cada indivíduo possui uma página com o seu perfil social, no qual coloca sua foto de identificação e seus links de páginas favoritas na Internet, exibe seis gostos musicais e bibliográficos, posta videos e fotos, asssocia-se às comunidades de pessoas com interesses comuns, adiciona novos amigos e, desse modo, a rede exponencialmente cresce”. Juliani et al mencionam que “Ao usar os recursos de redes sociais durante uma disciplina, Minhoto (2012) demonstrou que devido a familiaridade com o contexto do Facebook, a interação dos alunos proporcionou a construção ativa de conhecimento enquanto Zancanaro et al. (2012), relata que as facilidades presentes no Facebook geraram grande motivação e agregação de valor para os estudantes.”

Recursos  do  Facebook  mais  usados  em  contextos  educativos    

• Mural  (“Página  Inicial”  na  versão  brasileira)  O Mural é o espaço, na página de perfil do utilizador, que permite ao utilizador e amigos publicar mensagens e conteúdos. O mural é visível para qualquer pessoa com permissão para ver o perfil completo.

• Botão  "gostar"  (“Curtir”  na  versão  brasileira)  O botão de gostar é um recurso onde os utilizadores podem demonstrar o seu agrado ou desagrado de certos conteúdos, tais como atualizações de status, comentários, fotos, links etc.

• Toque  (“Cutucar”  na  versão  brasileira)  O recurso toque permite que utilizadores enviem toques uns aos outros.

• Status  O recurso status permite aos utilizadores informar os seus amigos e membros da sua comunidade de coisas que julga interessantes, como vídeos, fotos e links.

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• Eventos  Com o recurso Eventos os membros podem informar os seus amigos sobre os próximos eventos ou pode organizar encontros sociais.

• Mensagens  Com este recurso, os usuários podem enviar mensagens particulares a outros usuários, sendo que apenas o destinatário pode visualizar.

• Aplicações  do  Facebook Segundo a Wikipédia, em 24 de maio de 2007, o Facebook lançou a “Facebook Plataform” onde os desenvolvedores de aplicações podem criar aplicações que usem os recursos do Facebook. O Facebook permite a criação de grupos por interesses comuns, o que é bastante utilizado. A seguir, veremos alguns exemplos do Facebook em contextos educativos.

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6  Uso  Educacional  do    

 Exemplo  de  uso  do  Facebook  na  educação  formal  

Nome do grupo: IERI 1/2013 (Introdução aos Estudos de Relações Internacionais). Grupo fechado, acesso restrito aos alunos matriculados na disciplina IERI, da Universidade de Brasília.

 Legenda:  post  informando  a  criação  do  grupo  

 

 Legenda:  monitora  do  grupo  posta  os  textos  das  aulas  e  também  um  vídeo  que  complementa  

a  aula  do  dia.  

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 Legenda:  monitora  do  grupo  postando  o  controle  (avaliação)  para  quem  faltou  à  aula  e  

explicando  como  deve  ser  entregue.                                            

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 Exemplo  de  uso  do  Facebook  na  educação  não  formal  (embora  o  grupo  seja  formado  por  alunos  oriundos  da  educação  formal)  

Nome do grupo: Ciência Política UnB Grupo fechado, acesso restrito aos alunos do curso Ciência Política, da Universidade de Brasília.  

 Legenda:  no  grupo  formado  por  alunos  de  Ciência  Política,  um  grupo  de  pesquisa  postou  

uma  imagem  de  divulgação  de  uma  discussão  que  iria  acontecer  no  presencial  e  a  discussão  já  foi  iniciada  imediatamente  após  a  postagem  no  grupo.  

   

 

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 Exemplo  de  uso  do  Facebook  na  educação  informal.  

Nome do grupo: Amigos da Aliança Pela Liberdade (associação de estudantes e ex-estudantes da Universidade de Brasília) Grupo aberto a convidados.  

 Legenda:  início  de  uma  discussão  sobre  o  novo  ministro  indicado  para  o  Supremo  Tribunal  

Federal    

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12  Uso  Educacional  do    

 

 Legenda:  discussão  acerca  da  indicação  do  novo  Ministro  do  STF  

 

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Exemplo  de  uso  do  Facebook  na  educação  informal  (embora  o  grupo  seja  formado  por  alunos  oriundos  da  educação  formal)  

 

 Legenda:  membro  do  grupo  busca  orientações  sobre  leitura  de  documentos  em  Tablet  

 

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 Conclusão  

Apesar da inserção dos computadores no ambiente escolar, o uso que se faz das tecnologias de informação e comunicação, possibilitadas pelo acesso à internet, ainda não teve o reflexo que se esperava. Embora em Portugal o acesso à internet seja capilarizado e de boa qualidade, no Brasil ainda se engatinha, o que tem dificultado o efetivo uso dos recursos tecnológicos em sala de aula, bem como o uso educativo das redes sociais, o que ainda é maior no âmbito pessoal. Adelina Moura alerta que é preciso fazer algo para melhorar essa situação e os dispositivos móveis, segundo a autora, poderão ser de grande ajuda para tornar a tecnologia aliada do processo de aprendizagem. Isso porque esses dispositivos estão nas mãos dos estudantes, os quais os manejam com habilidade, restando ao professor orientá-los, indicando o caminho de acesso à informação, incentivando e vialibilizando a criação de objetos de aprendizagem e de soluções pedagógicas. O Facebook, bem como outros serviços Web 2.0 disponíveis, tanto para PC como para dispositivos móveis, podem possibilitar variadas aplicações no contexto educativo, seja no âmbito formal, não formal ou informal, uma vez que o único requisito exigido é a imaginação, além da própria tecnologia. Por se tratar de ferramentas disponíveis gratuitamente e cuja utiliação exige mais intuição do que conhecimentos técnicos, são grandes suas potencialidades se usadas de forma adequada e conveniente. O triplo casamento entre telemóveis, tecnologias de informação e comunicação e de metodologias adequadas pode tornar o processo de ensino e aprendizagem algo efetivo, significativo, próspero. Esta associação não apenas auxiliará a aprendizagem de conteúdos curriculares, mas também levará o estudante a se apropriar da tecnologia, preparando-se para a vida. Em sentido oposto de tornar as redes sociais um artefato proibido nas escolas, é necessário integrá-las ao contexto educativo, investigar a sua utilização no intuito de buscar suas possibilidades e de avaliar suas implicações no processo de ensino e aprendizagem.    

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Referências  Bibliográficas   Fraga, N. Educação Formal, Não-Formal e Informal. Disponível em http://www.slideshare.net/nfraga/educao-formal-noformal-e-informal. Acessível

em 25 de maio de 2013. Gadotti, M.(2005). A Questão da Educação Formal/Não-Formal, Institut

International des Droits de L’enfant - Droit à l’éducation: solution à tous les problèmes ou problème sans solution?

Disponível em: http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/llpt/A_a_H/estrutura_politica_gestao_organizacional/aula_01/imagens/01/Educacao_Formal_Nao_Formal_2005.pdf. Acesso em 25 de maio de 2013.

Juliani, D. et al. Utilização das redes sociais na educação: guia para o uso

do Facebook em uma instituição de ensino superior, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal de Lavras.

Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo20/artigos/10b-douglas.pdf. Acesso em 25 de maio

de 2013. Nova, C. & Alves, L. Educação à distância: Limites e possibilidades Disponível em: http://lynn.pro.br/pdf/livro_ead.pdf. Acesso em 25 de maio de

2013. Reinehr, R. (2012) Recursos educacionais abertos na aprendizagem

informale no autodidatismo - Recursos Educacionais Abertos, Práticas Colaborativas e Politicas Públicas. (1ª ed.) São Paulo.

Disponível em: http://www.livrorea.net.br/livro/home.html. Acesso em 25 de maio de 2013.

Santos, A. Educação Aberta: histórico, práticas e o contexto dos recursos

educacionais abertos - Recursos Educacionais Abertos, Práticas Colaborativas e Politicas Públicas. Disponível em: http://www.livrorea.net.br/livro/home.html. Acesso em 25 de maio de 2013.

Torres, T. & Amaral, S. (2011) Aprendizagem Colaborativa e Web 2.0:

proposta de modelo de organização de conteúdos interativos - ETD – Educ. Tem. Dig., Campinas. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/etd/v12n03/v12n03a06.pdf. Acesso em 25 de maio de 2013.