uso de mosaicos de imagens orbitais de acesso gratuito como instrumento didÁtico no ensino de...

USO DE MOSAICOS DE IMAGENS ORBITAIS DE ACESSO GRATUITO COMO INSTRUMENTO

DIDÁTICO NO ENSINO DE GEOMORFOLOGIA

MONTEIRO-DA-COSTA, Paulo Sergio

UNESP - Universidade Estadual Paulista – Rio Claro

Financiamento: CAPES

XI Encontro Internacional Humboldt“Crise Sistêmica: regulação ou ruptura?”

Universidade de Taubaté – UNITAU – Campus Ubatuba26 a 30 de outubro de 2009

Eixo temático: Geografia, Educação e Tecnologia

Resumo

XI Encontro Internacional Humboldt – UNITAU – Ubatuba - 2009

O presente trabalho apresenta vários exemplos que mostram o potencial da utilização de mosaicos de imagens orbitais de acesso gratuito na Internet, especificamente o Google EarthTM, como instrumento didático no ensino da Geomorfologia, também extremamente útil a diferentes áreas da Geografia e de outras ciências.

Aplicando conceitos de multimídia, SIG e o paradigma dos quatro universos, o trabalho mostra também a utilidade e importância deste recurso para as atividades de campo.

Introdução


Desenvolvimento da astronáutica, robótica, microeletrônica, sistemas sensores embarcados e telecomunicações

Aplicações das imagens orbitais obtidas por satélites artificiais e naves orbitais.

Mosaicos e mapas de acesso gratuito da Google (Google EarthTM e Google MapsTM)

Introdução


Limitações de resolução• Resolução espacial tamanho do pixel• Resolução espectral número de bandas

do sensor e sua largura• Resolução radiométrica níveis de cinza• Resolução temporal intervalo de tempo

entre imagens• Resolução editorial atualização da

imagem

Introdução


Vantagens do aplicativo• Posicionamento global (Lat-Long e UTM)• Aproximação e afastamento, giro, inclinação e

iluminação da cena• Visualização tridimensional• Sobrevôo virtual• Medições• Inserção de marcadores, percursos e zonas• Inserção de fotografias, vídeos e textos• Interação com mapas

Conceitos, métodos, técnicas, equipamentos e recomendações


Multimídia: “... qualquer combinação de texto, arte gráfica, som, animação e vídeo transmitida pelo computador.”

Multimídia interativa – permite ao usuário controlar os elementos transmitidos e sua seqüência temporal

Hipermídia – existência de vinculação entre os elementos disponíveis

(Vaughan 1994)


Atlas eletrônico analítico – permite a seleção da área, zoom e movimento, seleção de objetos, informações geométricas, agregação de informações, etc.

(Kraak & Ormeling 1996)

SIG: “... sistema destinado à aquisição, armazenamento, manipulação, análise e apresentação de dados referidos espacialmente na superfície terrestre.”

(Rosa & Brito 1996)



Paradigma dos Quatro Universos Real

modelagem em geo-campos (variável contínua) modelagem em geo-objetos (variável discreta)

Conceitual ou matemático layers rasterizados ou vetoriais aparência plana ou tridimensional

De representação ambiente SIG interação entre plataformas interação com o usuário

De implementação(Câmara & Monteiro 2001)



Hardware e software• Microcomputador com processador veloz• Boa capacidade de memória RAM• Acesso à internet de banda larga• Software gráfico para tratamento das

imagens



Recomendações e possibilidades• Adequação aos conteúdos abordados• Uso disciplinar, interdisciplinar ou em temas

transversais• Interação entre Geografia Física e Humana• Auxílio aos trabalhos de campo disciplinares e

interdisciplinares nas categorias ilustrativa, indutiva, motivadora, treinadora, investigativa e autônoma (Compiani & Carneiro 1993, Scortegagna & Negrão 2005)

• Atividade centrada no professor ou nos estudantes• Imagens estáticas salvas em arquivos .JPEG e

editadas em software gráfico• Imagens com movimento e viagens virtuais sob

conexão à rede da Internet


Resultados e exemplos


Aplicação em Geomorfologia• Diferentes abordagens• Compartimentação do relevo• Estudos de feições e processos• Geomorfologia climática• Geomorfologia dinâmica e antropogenética• Evolução do relevo, etc.

Resultados e exemplosXI Encontro Internacional Humboldt – UNITAU – Ubatuba - 2009

Tectônica de placas, dorsais oceânicas, relevo submarino e suas relações

Figura 1: Islândia, Groenlândia e relevo submarino onde submerge a Corrente do Golfo



Figura 2: Derrames sucessivos de lava na Islândia.



Figura 3: Falhamento com início de rifteamento na Islândia.


Oscilações climáticas e ação do gelo sobre o relevo

Figura 4: Geleiras da Islândia e vestígios de oscilações climáticas.


Oscilações climáticas e ação do gelo sobre o relevo

Figura 5: Vales glaciais transformados em fiordes e morenas terminais na Islândia.


Interação de processos continentais e marinhos e feições litorâneas

Figura 6: Pontões, ilhas-barreira e restingas no litoral islandês.


Feições associadas a paleoambientes com alternância climática: superfícies de erosão e pedimentos

Figura 7: Superfície de erosão residual no topo da serra de Velasco em La Rioja, Argentina.


Feições associadas a paleoambientes com alternância climática: superfícies de erosão e pedimentos

Figura 8: Pedimento rochoso e inselgebirge em La Rioja, Argentina.


Tipos, padrões e características de canais fluviais

Figura 9: Rio Tsangpo, no Tibet, encaixado em vale com 2.000 metros de dissecação no Himalaia.



Figura 10: Rio Tsangpo, no Tibet, anastomosado pela carga detrítica dos altos cumes do Himalaia.



Figura 11: Trecho entrelaçado do rio Jamuna, nas planícies de Bangladesh.



Figura 12: Drenagem radial centrípeta na península de Kunisaki, ilha de Kyushu, Japão.



Figura 13: Mudança brusca de padrão meandrante para retangular no rio Jaguari, em Paulínia (SP, Brasil).


Feições de ambiente periglacial da tundra

Figura 14: Relevo periglacial poligonal em permafrost no delta do rio Lena, na Sibéria Oriental.



Figura 15: Pingo semi-colapsado, polígonos e termocarste em permafrost do litoral noroeste do Alaska.



Figura 16: Superfície poligonal do permafrost do litoral noroeste do Alaska.


Processos de remoção, transporte e deposição natural, agravadas por efeito antrópico

Figura 17: Alteração da linha de costa por corrida de lama e destruição do sítio urbano em Carmen de Úria, Estado Vargas, Venezuela, em 1999.


Riscos por concentração humana em ambientes de processos dinâmicos de vulcanismo e sismo-tectônica

Figura 18: Urbanização intensa no sopé de cones vulcânicos, ilha de Kyushu, Japão.


Riscos por concentração humana em ambientes de processos dinâmicos de vulcanismo e sismo-tectônica

Figura 19: Adensamento populacional e conurbação dentro de falhas geológicas na ilha de Shikoku, Japão.


Intervenções antrópicas em linhas de costa e cursos fluviais

Figura 20: Intervenção antrópica em baía, com construção de penínsulas e ilhas artificiais entre Kobe e Osaka, ilha de Honshu, Japão.


Intervenções antrópicas em linhas de costa e cursos fluviais

Figura 21: Diques marginais e canal desviado no rio Ara, província de Saitama, ilha de Honshu, Japão.


Intervenções antrópicas no relevo com forte impacto ambiental

Figura 22: Mineração de ferro em Brumadinho (MG, Brasil).


Intervenções antrópicas no relevo com forte impacto ambiental

Figura 23: Campos de golfe na província de Saitama, ilha de Honshu, Japão.

ConclusõesXI Encontro Internacional Humboldt – UNITAU – Ubatuba - 2009

Associação direta entre a cartografia multimídia e a Geomorfologia Praticamente infinitas possibilidades de seleção de cenas ajustadas

a ângulos, orientações, distância, direção da luz, etc. Aguçamento da percepção das relações entre formas do relevo,

estruturas geológicas, processos e climas associados Possibilidade de interessante problematização sobre origem e

evolução da superfície terrestre Extrapolação dos conhecimentos a outros corpos celestes (Lua e

Marte) Auxílio no aprendizado em sala de aula e campo pela busca,

observação in loco, confrontação e comparação de diferentes situações

Atualização e incorporação de novos recursos de informática, cartografia e SIG, assim como de novas cenas com melhor resolução pela empresa proprietária do sítio

Aplicação interdisciplinar e transversal dos temas de pesquisa e observação

Extensão do uso a outras disciplinas e campos do conhecimento

Agradecimentos


O autor agradece à CAPES pela bolsa de estudos de doutorado no programa de pós-graduação em Geografia da UNESP – Rio Claro

Referências bibliográficas

COMPIANI, M.; CARNEIRO, C.D.R. Os papéis didáticos das excursões geológicas. Enseñanza de las Ciências de la Tierra, 1(2):90-98, 1993.

GOOGLE CORPORATION. Google EarthTM. Versões 4.3 e 5.0. © 2009. Disponível em: http://www.earth.google.com em 17 jun.2009.

GOOGLE CORPORATION. Google MapsTM. © 2009. Google – Dados cartográficos © 2009 AND, Europa Technologies, MapLink/Tele Atlas, Tele Atlas. Disponível em: http://www.maps.google.com.br em 17 jun. 2009.

KRAAK, M.-J.; ORMELING, F. Cartography: visualization of spatial data. Essex: Longman, 1996.

RAMOS, C. da S. Visualização cartográfica e cartografia multimídia: conceitos e tecnologias. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

ROSA, R.; BRITO, J.L.S. Introdução ao Geoprocessamento: Sistema de Informação Geográfica. Uberlândia: edição dos autores, 1996.

SCORTEGAGNA, A.; NEGRÃO, O.B.M. Trabalhos de campo na disciplina de Geologia Introdutória: a saída autônoma e seu papel didático. Terræ

Didática, 1(1):36-43, 2005. VAUGHAN, T. Multimídia na prática. São Paulo: Makron Books, 1994.


http://www.earth.google.com/

http://www.maps.google.com.br/

MUITO OBRIGADO !


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