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Uso criativo da luz Profª Ms. Déborah Rodrigues Borges

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Uso criativo da luz

Profª Ms. Déborah Rodrigues Borges

A luz é indispensável à fotografia – a própria palavra deriva de dois vocábulos gregos que significam “escrita com luz”. A luz transmite informações relativas a forma, tamanho, cor, textura e profundidade do objeto.

Você pode aproveitar a luz de forma criativa nas suas fotografias. É preciso, porém, muito cuidado: uma iluminação inadequada pode comprometer toda a foto, impedindo que você transmita a sensação que pretendia para determinado objeto ou cena.

Sem levar em consideração as técnicas de estúdio, abordaremos aqui alguns aspectos e temas para que você aproveite melhor a luz na hora de compor suas fotografias.

Qualidade da luz

A forma espacial é afetada pela qualidade e direção da luz. “Qualidade” é o termo empregado para definir a natureza da fonte emissora de luz: ela pode ser suave, produzindo sombras tênues, com bordas pouco marcadas – como, por exemplo, a luz natural em um dia nublado – ou dura, como a intensa luz do meio-dia, no verão, que produz sombras densas, com bordas bem definidas. Além disso, a natureza da fonte emissora abarca todas as possíveis variações de luz, produzindo uma infinidade de efeitos intermediários.

Não existe uma definição de luz boa e luz ruim, isso depende muito da “mensagem” que você quer transmitir na foto sobre o assunto. Mas, normalmente, para a maioria dos temas, é preferível uma luz vinda meio de lado ao invés de de cima. Isso significa evitar fotografar com o sol alto, pois o contraste é muito forte e a luz vai chapar o assunto. Uma luz de lado vai “contornar” o assunto, deixando mais nítidos para quem observa os detalhes em suas formas.

Fotos: Octávio Campos Salles

A luz ajuda a criar uma “atmosfera” especial para a foto

Foto: The cave of hope

Autor: Maung Maung Gyi Obs.: Foto vencedora do Nikon Photo Contest 2008-2009.

Foto: Déborah Borges

Usando a luz para transmitir a “personalidade” do retratado

Ezra Pound, 1970. Foto: Henri Cartier-Bresson

Foto: Edouard Boubat

Balanço do Branco O balanço de branco (em inglês 'White Balance' ou WB) é o processo de ajuste da leitura que a câmera faz das cores existentes na cena que será fotografada. Em algumas situações, se o fotógrafo não faz o balanço do branco, a imagem produzida perde a riqueza de seu colorido e matizes reais.

Balanço do branco incorreto Balanço do branco correto

Enquanto na fotografia analógica era preciso adaptar filtros de cor às lentes para evitar o color cast (predominância de determinadas cores sobre outras), na digital basta regular o Balanço do Branco da câmera. Normalmente, as câmeras digitais possuem opções pré-definidas, como a opção auto (a câmera regula automaticamente o balanço do branco de acordo com o ambiente), luz do dia, nublado, tungstênio, fluorescente etc. Observação: ainda que o balanço de branco seja um recurso para ajustar as cores da imagem de acordo com a realidade, o fotógrafo pode utilizar estes ajustes de forma criativa, para produzir determinados efeitos de forma intencional. Experimente as opções da sua câmera!

Algumas Técnicas...

Luz e Textura

A textura é a forma espacial de uma superfície. Para um fotógrafo de paisagens, por exemplo, um campo arado visto de longe faria o papel de uma textura dentro de sua fotografia. Visto de uma certa distância, um ovo tem apenas forma espacial, mas de perto percebemos as irregularidades da casca. Portanto, há várias formas de registrar a idéia de textura numa fotografia.

A textura cria uma sensação tátil em termos visuais, conferindo uma qualidade palpável à forma plana, à forma espacial e à cor da fotografia. A textura não só permite determinar a aparência de um objeto, mas também dá uma idéia da sensação que teríamos ao entrar em contato com ele.

Foto: Re:Incarnation

Autora: Natalia Burduli

Foto: sheep+shepherd

Autor: Soren Skov

Obs.: 3º lugar na categoria “Free Subject” do Nikon Photo Contest 2008-2009.

A textura, via de regra, exige uma luz forte e mais dirigida para ser acentuada. Porém, quanto mais definida a textura, menor a intensidade de luz necessária. Uma iluminação forte realça em demasia a textura de uma superfície rugosa, e, embora as sombras produzidas por uma luz intensa e dirigida possam criar um efeito surpreendente, elas tendem a distorcer a verdadeira forma espacial de um objeto.

Entretanto, essas orientações são bastante gerais. O mais importante é que você faça experiências, mudando a hora do dia para fotografar, o local, o seu posicionamento diante do tema... Enfim, só com o exercício você ganhará consciência da distribuição de luz e sombra em seu tema, e quais as melhores formas de representar as sensações táteis associadas a ele.

A luz como elemento de ênfase à textura

Foto: Déborah Borges

Foto: Déborah Borges

Foto: Déborah Borges

CONTRALUZ E SILHUETA

Para criar uma silhueta, regule a exposição apenas para o fundo – o céu ou, por exemplo, uma parede fortemente iluminada – de forma que os objetos em primeiro plano fiquem muito escuros ou mesmo pretos. Certifique-se de que a exposição não irá considerar o primeiro plano. Para que esta técnica seja mais eficaz, deverá incidir o mínimo de luz sobre o motivo, caso contrário, os detalhes da sua superfície começam a aparecer, e a forma torna-se menos proeminente. O principal objetivo é explorar contornos e formas e, para ajudar, um fundo simples normalmente é melhor.

Ao fotografar contra a luz, é necessário evitar que a luz intensa entre na objetiva. Tente colocar-se de forma que o próprio motivo tape a fonte de luz.

A fotografia em contraluz e a silhueta são variações do mesmo tema. Na primeira, o motivo recebe mais luz, e suas características são identificadas com mais facilidade do que na segunda.

Fotos: Déborah Borges

Foto: Déborah Borges

Foto: Déborah Borges

FOTOGRAFIA NOTURNA

Para fotografar à noite sem usar o flash (o que permite “brincar” com amplas possibilidade de registro da arquitetura dos veículos e das pessoas nesse horário), é importante utilizar um tripé ou algum ponto de apoio fixo para a câmera.

Para que se tenha uma exposição correta, é necessário utilizar velocidades de obturador menores, a fim de que o filme ou o sensor tenham a exposição correta. Para evitar que a foto saia tremida, apóie a câmera no tripé ou em outro ponto de apoio e use o temporizador para disparar o obturador.

Você pode, também, utilizar um ISO mais alto, ou seja, mais sensível (necessita de menor quantidade de luz para uma exposição correta). Mas tome cuidado com a granulação excessiva da imagem.

O uso do flash é útil para nos ajudar a “enxergar” melhor as coisas à noite, mas se a sua intenção for registrar a cena noturna do modo como nossos olhos, de fato, vêem, o ideal é evitá-lo.

Foto: Nighttime is wonderful Autor: Chaiwat Traitongsat

Obs.: Menção honrosa no Nikon Photo Contest

Foto: Anderkillah LokonathDham

Autor: Shoeb Faruquee

Obs.: Menção Honrosa no Nikon Photo Contest 2008-2009

Foto: Déborah Borges

Light Painting

Light Painting de Pablo Picasso