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Usina Hidrelétrica de Colíder - MT Monitoramento Hidrogeológico EC-08 – Área dos Peixes Novembro/14 R171/14 – PR039/12

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Usina Hidrelétrica de Colíder - MT

Monitoramento Hidrogeológico EC-08 – Área dos Peixes

Novembro/14

R171/14 – PR039/12

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R171/14 – PR039/12 

  Índice   

 

 

1. Introdução e Objetivos .............................................................................................. 1 

2. Metodologias de Trabalho ....................................................................................... 4 

2.1. Sondagem Instalação dos Poços de Monitoramento ................................ 4 

2.2. Medição dos Parâmetros Hidrogeológicos ............................................... 5 

2.3. Medição dos Parâmetros Físico‐Químicos ................................................ 5 

2.4. Levantamento Topográfico ...................................................................... 5 

2.5. Valores de Referência Aplicáveis para Águas Subterrâneas ..................... 5 

3. Serviços Executados ................................................................................................... 7 

3.1. Sondagens Executadas e Instalação de Poços de Monitoramento ............ 7 

3.2. Levantamento Topográfico .................................................................... 11 

4. Resultados Obtidos .................................................................................................. 12 

4.1. Geologia Regional e Local ...................................................................... 12 

4.2. Avaliação Hidrogeológica ...................................................................... 13 

4.3. Resultados do Ensaio para Determinação de Condutividade Hidráulica (K)15 

4.4 Resultados Obtidos nas Medições Físico‐Químicas .................................. 18 

5. Considerações Finais ................................................................................................ 24 

6. Equipe Técnica .......................................................................................................... 27 

7. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 28 

 

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Tabelas 

Tabela 3.1.1.  Resumo das sondagens executadas. 

Tabela 3.1.2.  Características dos poços instalados. 

Tabela 3.2.1.  Cotas dos poços de monitoramento. 

Tabela 4.2.1.  Medições de nível d’água e cargas hidráulicas. 

Tabela 4.4.1.  Medições físico químicas das águas subterrâneas. 

Tabela 4.4.2.  Medições físico químicas da água superficial. 

 

 

Figuras 

Figura 1.1.  Localização e vias de acesso. 

Figura 3.1.1.  Localização das sondagens e poços executados. 

Figura 3.1.2.  Perfis das sondagens e poços instalados. 

Figura 4.2.1.  Mapa potenciométrico. 

Figura 4.3.1.  Resultado do ensaio de permeabilidade do furo 01. 

Figura 4.3.2.  Resultado do ensaio de permeabilidade do furo 02. 

 

 

Anexos 

Anexo 01  Projeto de Monitoramento SMF/DMAG/VGAM 027‐2013 

Anexo 02  ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) 

Anexo 03   Documentação Fotográfica  

 

 

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1. Introdução e Objetivos   

 

 

A  Quatzor  (Quatzor  Ambiental  S.A.)  foi  contratada  pela  COPEL  (Companhia 

Paranaense  de  Energia  –  COPEL  Geração  e  Transmissão  S.A.)  para  realizar  os  serviços 

relacionados  ao  Monitoramento  Hidrogeológico  da  área  onde  foram  enterrados  peixes 

decorrentes de mortandade ocorrida durante o fechamento do primeiro vão do vertedor da 

UHE Colíder, a área de  interesse  localiza‐se próxima à barragem da UHE Colíder, a mesma 

está  localizada no município de Nova Canaã do Norte, no Estado do Mato Grosso. A Figura 

1.1 apresenta a localização da área de interesse e suas vias de acesso. 

Em 31 de  julho de 2014 a SEMA  (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato 

Grosso) emitiu um Ofício  (184 DUDAF/SEMA/2014) que encaminha o Auto de Notificação 

127056 de 30 de julho de 2014 o qual notifica a COPEL a apresentar: 

Projeto  de  monitoramento  do  local  onde  os  peixes  mortos  foram  enterrados, 

contendo  no  mínimo,  estudo  da  profundidade  do  lençol  freático  local  e  da 

permeabilidade do solo.  

Confecção de poços de monitoramento com um a montante e dois a jusante da área 

de enterrio dos peixes.  

Apresentação do plano em 15 dias e implantação do plano em 30 dias 

Em  18 de  agosto de  2014  a COPEL  encaminhou para  a  SEMA o  relatório  técnico 

SMF/DMAG/VGAM 027‐2013 apresentando o Projeto de Monitoramento para atendimento 

à notificação SEMA‐MT 127056de 30/07/2014 – Monitoramento das águas subterrâneas da 

área  de  enterrio  de  peixes  da  UHE  Colíder  o  Anexo  01  apresenta  o  Projeto  de 

Monitoramento da COPEL. 

O Monitoramento Hidrogeológico tem por objetivo avaliar possíveis  influências do 

enterrio de peixes nas águas subterrâneas e se houve qualquer alteração nas mesmas. 

Os  trabalhos  foram  realizados  conforme  o  referido  Relatório  Técnico  da  COPEL 

(SMF/DMAG/VGAM 027‐2013) e da Proposta Quatzor P176/14‐V02 estando vinculados ao 

Contrato COPEL DMC nº 4404983400. 

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O  presente  relatório  apresenta  os  resultados  da  instalação  dos  poços  de 

monitoramento,  ensaios  hidrológicos  e  primeiro monitoramento  das  águas  subterrâneas 

através de medições in situ de condutividade elétrica, pH, temperatura, oxigênio dissolvido e 

medição de nível d’água, os  serviços  foram  realizados entre os dias 27 e 30 de agosto de 

2014 e no dia 23 de outubro de 2014. 

Estão  previstos  ainda  monitoramentos  em  dezembro/14,  fevereiro/15,  abril/15, 

junho/15 e agosto/15 para os parâmetros condutividade elétrica, pH, temperatura, oxigênio 

dissolvido e medição de nível d’água.  

O  Anexo  02  apresenta  a  ART  (Anotação  de  Responsabilidade  Técnica)  dos  serviços 

realizados. 

 

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Sinop

Itaúba

Colíder

Cláudia

Tabaporã

Nova Canaã do Norte

Legenda

Cidades

Acessos

Barragem

Hidrografia

Reservatório

Figura 1.1. Localização e vias de acesso.

Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12.Elaborado: Eng. Dino Paulinetti.Verificado: Eng. João Henrique.Aprovado: Geol. Fernando Delatorre.

²

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2. Metodologias de Trabalho  

 

 

2.1. Sondagem Instalação dos Poços de Monitoramento 

Para a execução das sondagens em diâmetro de quatro polegadas foram utilizadas 

uma  sonda  rotopneumática  (método  rotativo  com  ar  comprimido)  para  sondagem  e 

instalação dos poços PM‐01 e PM‐02 e uma sonda rotativa (com circulação de fluido a base 

de água – com Goma Xantana) para sondagem e instalação dos poços PM‐03 e PM‐04. Esta 

variação de equipamento se deu devido a condição do substrato, uma vez que a utilização 

de máquina  rotopneumática  é mais  eficiente,  porém  não  permite  ser  utilizada  em  solo 

pouco estável como aluvião de margem de rio pois ocorre desmoronamento do furo. 

A  seleção  dos  pontos  de  sondagens  foi  definida  no  Plano  de  Monitoramento 

elaborado pela COPEL (SMF/DMAG/VGAM 027‐2013). A sondagem mais profunda realizada 

no local atingiu 15 metros. 

As  sondagens  foram  executadas  seguindo  a  norma  ABNT  NBR  15.492:2007 

Sondagens de reconhecimento para fins de qualidade ambiental. 

O procedimento de  instalação dos poços de monitoramento de água  subterrânea 

visou  atender  às especificações  técnicas  contidas na ABNT NBR 15.495‐1:2007  ‐ Poços de 

monitoramento  de  águas  subterrâneas  em  aquíferos  granulares  –  Parte  1:  Projeto  e 

construção e ABNT NBR 15495‐2:2008 – Poços de monitoramento de águas subterrâneas em 

aquíferos granulares – Parte 2: Desenvolvimento. 

Foram utilizados tubos de PVC DN50, tanto para o filtro como para o revestimento. 

A  seção  filtrante  de  cada  poço  foi  instalada  com  3,0  metros  de  extensão.  A  porção 

correspondente ao  intervalo do  filtro  foi preenchida por areia grossa para pré‐filtro  (2 a 3 

mm). O intervalo do selo foi preenchido com bentonita e o preenchimento da seção superior 

foi constituído por uma calda de cimento com bentonita. 

Os poços  foram  finalizados  com proteção de  cap de pressão e proteção metálica 

para evitar quebra dos tubos de PVC. 

 

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2.2. Medição dos Parâmetros Hidrogeológicos 

Para as medições do nível potenciométrico foi utilizado equipamento eletrônico de 

medição  e nível d’água  constituído de  trena de  100 metros de  comprimento  com  sensor 

elétrico para a medição da profundidade do nível d’água, apresentando precisão de 0,5cm. 

As  medições  de  nível  d’água  foram  realizadas  diretamente  nos  poços  de 

monitoramento, sempre se tomando por referência a boca do tubo do poço. 

 

2.3. Medição dos Parâmetros Físico‐Químicos 

As águas subterrâneas foram monitoradas no dia 29 de agosto de 2014, logo após a 

instalação dos poços, e no dia e 23 de outubro de 2014, para os parâmetros físico‐químicos 

de  interesse.  Sendo  estes:  pH  (uph),  temperatura  (ºC),  condutividade  elétrica  (µs/S)  e 

oxigênio dissolvido (mg/L). 

Para  as  determinações  dos  parâmetros  utilizou‐se  Medidor  Multiparâmetros  HI 

9828 da HANNA Instrumentos, devidamente calibrado. 

 

2.4. Levantamento Topográfico 

O levantamento topográfico tem como objetivo mapear a área de trabalho e inserir 

na planta os poços de monitoramento instalados. 

Os equipamentos utilizados para o  trabalho  foram Estação Total e bastão contido 

com prisma. Os arquivos foram convertidos para leitura em arquivos de extensão CAD para 

execução das plantas. 

 

2.5. Valores de Referência Aplicáveis para Águas Subterrâneas 

Portaria n° 2914 do Ministério da Saúde de 12 de Dezembro de 2011 

A  Portaria  nº2914  de  12  de  dezembro  de  2011  está  disponível  do  seguinte 

endereço: 

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html 

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6 R171/14 – PR039/12 

Ela “Dispõe sobre procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água 

para consumo humano e seu padrão de potabilidade”. 

 

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente ‐ Resolução 396, de 03 de abril 

de 2008 

A  Resolução  CONAMA  396,  de  03  de  abril  de  2008  está  disponível  no  seguinte 

endereço: 

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562  

Ela “dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das 

águas subterrâneas e dá outras providências”. 

Foi  considerado  o  uso  preponderante  da  água  subterrânea  para  consumo  humano 

apesar de não haver poços de consumo a menos de um quilômetro do local e as águas do lençol 

freático escoam em sentido ao Rio Teles Pires, sabe‐se que há poços de captação de água para 

consumo humano na região de influência da UHE Colider. 

Os  aquíferos  foram  Classificados  de  acordo  com  esta  resolução  como  Classe  1, 

conforme abaixo definido: 

Classe  1:  águas  dos  aquíferos,  conjunto  de  aquíferos  ou  porção  desses,  sem 

alteração de  sua qualidade por  atividades  antrópicas, e que não exigem  tratamento para 

quaisquer usos preponderantes devido às suas características hidrogeoquímicas naturais. 

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3. Serviços Executados 

 

 

Os  serviços  executados  referem‐se  às  sondagens,  instalação  dos  poços  de 

monitoramento, ensaios hidrológicos e primeira  campanha de monitoramento de análises 

físico‐químicas  in  situ,  sendo  realizadas medições  dos  parâmetros  hidrogeológicos,  físico‐

químicas conforme definido no escopo de serviços. 

 

3.1. Sondagens Executadas e Instalação de Poços de Monitoramento 

Entre os dias 27 e 30 de Agosto de 2014,  foram realizadas 4 sondagens, sendo duas 

com  sonda  rotopneumática  (PM‐03  e  PM‐04)  e  duas  com  sonda  rotativa  com  circulação  de 

fluido a base de água (PM‐01 e PM‐02) conforme descrito anteriormente. 

Efetuou‐se  48,77  metros  de  sondagens.  A  Tabela  3.1.1.  apresenta  o  resumo  das 

sondagens executadas. 

 

Tabela 3.1.1. Resumo das Sondagens Executadas. 

Sondagem 

Poço de Monitoramento Instalado na Sondagem 

Coordenadas UTM 

Profundidade do Primeiro 

Aparecimento de Água 

Profundidade da Sondagem (m) 

ST‐01  PM‐01 8.785.391 / 635.364 

7,35  9,56 

ST‐02  PM‐02 8.785.420 / 635.392 

7,17  9,41 

ST‐03  PM‐03 8.785.377 / 635.469 

7,31  15,00 

ST‐04  PM‐04 8.785.315 / 635.475 

10,60  14,80 

Total  48,77 m  

Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental.  

 

Logo  após  a  execução  de  cada  sondagem,  foram  instalados  os  poços  de 

monitoramento totalizando 4 poços com diâmetro de 50 mm. 

A Tabela 3.1.2 apresenta a característica dos poços de monitoramento instalados. 

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Tabela 3.1.2. Características dos Poços de Monitoramento Instalados. 

Poço Profundidade 

(m) 

Intervalos (m) 

Filtro  Pré‐Filtro  Selo 

PM‐01  9,56  6,56 – 9,56  6,00 – 9,56  0,00 – 6,00 

PM‐02  9,41  6,41 – 9.41  6,00 – 9,41  0,00 – 6,00 

PM‐03  15,00  12,00 – 15,00  10,00 – 15,00  0,00 – 10,00 

PM‐04  14,80  11,80 – 14,80  10,00 – 14,80  0,00 – 10,00 

Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental 

 

A  Figura  3.1.1  apresenta  a  localização  das  sondagens  executadas  e  dos  poços  de 

monitoramento de água subterrânea e a Figura 3.1.2 apresenta os perfis dos mesmos. 

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Poço 04

Poço 03

Poço 02

Poço 01

Legenda

Poços monitoramento

Acessos

Barragem

Hidrografia

Reservatório

²

Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12.Elaborado: Eng. Dino Paulinetti.Aprovado: Geol. Fernando Delatorre.

Figura 3.1.1. Localização dos poços de monitoramento.

Vala onde foram enterrados os peixes

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3.2. Levantamento Topográfico 

Foi realizado o levantamento topográfico das cotas dos poços de monitoramento, bem 

como das instalações da área, contendo os elementos de maior interesse para o trabalho. 

A  Tabela  3.2.1  apresenta  as  cotas  obtidas  para  os  poços  de  monitoramento  no 

levantamento realizado. 

 

Tabela 3.2.1. Cotas dos Poços de Monitoramento 

Poço  Cotas (m) 

PM‐01  253,954 

PM‐02  253,356 

PM‐03  255,697 

PM‐04  258,421 

Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental 

 

 

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4. Resultados Obtidos   

 

4.1. Geologia Regional e Local 

A  área  do  futuro  reservatório  da  UHE  Colíder  tem  como  substrato  rochoso  a 

Formação  Dardanelos,  constituída  por  arenito  feldspáticos  e  arcoseanos,  arenitos 

silicificados,  conglomerados  polimíticos  intraformacionais,  sub‐grauvaca  vulcânica  e 

arcóseos. 

O  rio  Teles  Pires  segue  um  traçado  irregular,  controlado  por  falhas  e  zonas  de 

cisalhamentos de direções NW e NE, geralmente associadas à intensa silicificação das rochas 

vizinhas. 

O  reservatório  da  UHE  Colíder  encaixa‐se  em  uma  planície  fluvial  relacionada  à 

unidade regional denominada Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional, formando 

um apêndice no relevo dissecado de topo tabular, no  limite norte, da unidade Planalto dos 

Parecís. O rio escava seu vale em arenitos coerentes da Formação Dardanelos. 

O  rio esculpe os arenitos  feldspáticos avermelhados da Formação Dardanelos, de 

cujas  escarpas  partem  solos  coluvionares  arenosos  em  suave  declive  até  às  planícies 

aluvionares das margens. 

Na  área  do  empreendimento,  objeto  da  presente  investigação,  constatou‐se, 

através  das  sondagens  realizadas,  com  profundidade máxima  alcançada  de  15,00 metros 

que subsolo local apresenta homogeneidade na litologia, sendo este constituído por: 

Sondagem ST‐01 

0,0m – 3,50m ‐ Solo arenoso fino 

3,5m – 5,0m ‐ Solo de alteração (arenito) 

5,0m – 9,56m – Rocha arenito 

Sondagem ST‐02 

0,0m – 3,0m ‐ Solo arenoso fino 

3,0m – 7,0m ‐ Solo de alteração (arenito) 

7,0m – 9,41m – rocha arenito 

Sondagem ST‐03 

0,0m – 2,80m ‐ Solo arenoso fino 

2,8m – 7,0m ‐ Solo arenoso fino vermelho (colúvio) 

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7,0m – 15,1m ‐ Solo de alteração / rocha arenito 

Sondagem ST‐04 

0,0m – 0,4m ‐ Solo arenoso fino 

0,4m – 4,1m ‐ Solo de alteração (arenito) 

4,1m – 14,8m ‐ rocha arenito 

Não  foram observados  indícios visuais ou odor contaminação durante a execução 

das sondagens. 

A  Figura  3.1.1  apresenta  a  localização  das  sondagens  realizadas.  O  Anexo  03 

apresenta a documentação fotográfica. 

 4.2. Avaliação Hidrogeológica 

A Tabela 4.2.1 apresenta o monitoramento hidrogeológico  realizado no dia 30 de 

Agosto.  É  importante  salientar que nesta data nenhum dos poços  apresentou  indícios de 

contaminação organoléptica. 

 

Tabela 4.2.1. Medições de Nível D'Água e Carga Hidráulica. 

PM  Cota (m)  Nível D’ Água (m)  Carga Hidráulica (m) 

PM‐01  253,954  7,35  246,604 

PM‐02  253,356  7,17  246,186 

PM‐03  255,697  7,31  248,387 

PM‐04  258,421  10,60  247,821 

Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental 

A  Figura  4.2.1  apresenta  o  mapa  potenciométrico  referente  às  condições  do 

aquífero no dia 30 de Agosto de 2014. Pode ser observado, que o  fluxo subterrâneo  local 

orienta‐se preferencialmente para oeste. 

Nota‐se através do mapa potenciométrico elaborado para o local que os poços PM‐

01 e PM‐02  foram posicionados a  jusante da área e o PM‐04  foi  instalado a montante da 

área.  O  PM‐03  foi  posicionado  visando  avaliar  se  poderia  haver  algum  fluxo  da  água 

subterrânea em direção a pequena drenagem existente a norte da área, visando avaliar as 

condições do aquífero nesta direção. 

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Poço 04

Poço 03

Poço 02

Poço 01

Legenda

Poços_monitoramento

Acessos

Barragem

Hidrografia

Reservatório

²

Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12.Elaborado: Eng. Dino Paulinetti.Aprovado: Geol. Fernando Delatorre.

Figura 4.2.1. Mapa potenciométrico.

246,604

246,186

248,387

247,821

247,00

248,00

Linha equipotencial

Carga hidráulicaXX,XX

Vala onde foram enterrados os peixes

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15 R171/14 – PR039/12 

4.3. Resultados do Ensaio para Determinação de Condutividade Hidráulica (K) 

Para determinação da  condutividade hidráulica  (K) do  substrato  forma  realizados 

ensaios de permeabilidade in situ com nível constante de infiltração em poços, executados à 

montante da barragem margem esquerda, na área de enterrio de peixes que se localiza em 

um bota fora da obra da UHE Colider. 

Foram executados 02 poços, sendo o nº 01 sobre o bota‐fora da margem esquerda 

onde se escavou 1,20m para abertura do poço de 0,20m. O poço 02 foi executado ao lado do 

furo de sondagem nº 02, onde se escavou 1,00m para abertura do poço de 0,20m. 

O tempo de saturação dos dois ensaios foi de 30 minutos até estabilização da vazão 

e  início  das  leituras.  As  Figuras  4.3.1  e  4.3.2.  apresentam  os  resultados  dos  ensaios  de 

permeabilidade, este  indicaram uma permeabilidade  (k) de 7,69  x 10‐4  cm/s no  furo 01 e 

1,37 x 10‐3 cm/s no furo 02, a permeabilidade média foi de 1,07 x 10‐3 cm/s. 

Adotando‐se as cargas hidráulicas das  linhas equipotenciais 247,00 m e 248,00 m, 

perpendiculares a direção do  fluxo da água  subterrânea, e admitindo‐se uma distância de 

106 m entre elas, obtém‐se um gradiente hidráulico (i) de 0,94 %. Este resultado foi obtido a 

partir do seguinte cálculo: 

Gradiente Hidráulico = 248 ‐ 247 m 

                                       106 m 

Gradiente Hidráulico = 0,009 m/m = 0,94% 

Considerando  a  condutividade  hidráulica média  (k)  de  1,07  x  10‐3  cm/s,  e  uma 

porosidade  efetiva  média  de  12,50  %  para  solo  Arenoso,  através  da  Lei  de  Darcy,  a 

velocidade das águas subterrâneas é igual a 8,08 x 10‐5 cm/s ou 25,47 m/ano. Este valor foi 

encontrado através do cálculo: 

Velocidade do Fluxo (V) = (k.i)/ne 

Velocidade do Fluxo (V) = 1,07 x 10‐3 cm/s 0,94% 

                                                   12,50% 

Velocidade do Fluxo (V) = 8,0 x 10‐5 cm/s =25,47 m/ano.

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16 R171/14 – PR039/12 

Figura 4.3.1. – Resultado do Ensaio de Permeabilidade do Furo 01 

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17 R171/14 – PR039/12 

 

Figura 4.3.2. – Resultado do Ensaio de Permeabilidade do Furo 02 

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18 R171/14 – PR039/12 

 

4.4 Resultados Obtidos nas Medições Físico‐Químicas 

Foram realizadas coletas de amostras de água subterrânea para determinação dos 

seguintes parâmetros:  temperatura, pH,  condutividade elétrica e oxigênio dissolvido  (OD). 

As  Tabelas  4.4.1.  e  4.4.2.  apresentam  as medições  realizadas  logo  após  a  instalação  dos 

poços e 27 de agosto de 2014, e cerca de dois meses depois, em 23 de outubro de 2014. Não 

foram  realizadas medições no  PM‐03 no monitoramento de  agosto pois houve  atraso no 

cronograma de  instalação do mesmo, não sendo possível  fazer este monitoramento nesta 

data devido o deslocamento agendado da equipe de campo. 

Tabela 4.4.1. Medições Físico‐Químicas – 27/08/2014

PM  NA  C.E µS/cm)  O.D (mg/L)  pH (Uph)  Temperatura 

PM‐01  7,35  34  2,98 9,36  29,00

PM‐03  7,31  11 1,60 4,74  27,20

PM‐04  10,60  6 1,80 4,62  27,10

Média  8,42  17  2,12  6,24  27,76 

Mínimo  7,31  6  1,60  4,62  27,10 

Máximo  10,60  34  2,98  9,36  29,00 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental. 

Tabela 4.4.1. Medições Físico‐Químicas – 23/10/2014

PM  NA  C.E µS/cm) O.D (mg/L) pH (Uph)  Temperatura 

PM‐01  6,67  51  2,50 5,63  28,80

PM‐02  5,09  166 1,39 6,07  28,20

PM‐03  7,27  28 1,38 5,62  28,70

PM‐04  10,6  13 1,42 5,16  27,70

Média  7,41  64,5  1,67  5,62  28,35 

Mínimo  5,09  13  1,38  5,16  27,70 

Máximo  10,6  166  2,50  6,07  28,80 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental. 

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19 R171/14 – PR039/12 

 

As  medições  de  realizadas  em  agosto,  logo  após  a  instalação  dos  poços, 

apresentaram  valores  distintos  em  relação  as medições  de  outubro,  considerando  as  os 

valores de pH no poço PM‐01. O pH elevado observado no PM‐04 deve  ser  resultado da 

utilização de Goma Xantana como fluido de perfuração. 

A  Goma  Xantana  é  um  polímero  sintetizado  por  uma  bactéria  do  gênero 

Xanthomonas, e é utilizada em perfurações realizadas por sondas rotopneumáticas, onde há 

necessidade de inibição do fluido para evitar que o mesmo interaja com as paredes do poço, 

dissolvendo‐as e comprometendo a estabilidade da operação. Esta inibição se dá através da 

saturação  do  fluido  com  sal.  Entretanto,  a  adição  de  sal  no meio  aquoso  promove  uma 

variação  no  comportamento  deste  polissacarídeo.  O  pH  de  formulações  realizadas  com 

Goma  Xantana  por  Fernandes(1),  variou  entre  9,9  a  10,7,  sendo  valores  próximos  ao 

observado no PM‐04. Nota‐se que após o desenvolvimento do poço e passados dois meses 

da instalação o pH da água reduziu para 5,63. 

 

Oxigênio Dissolvido: 

Ao  nível  do  mar  a  pressão  parcial  do  oxigênio  é  0,21atm,  considera‐se  que  a 

solubilidade  nestas  condições  é  de  8,7mg/L.  É  importante  também  destacar  que  a 

solubilidade  do  oxigênio  em  água  aumenta  ou  diminui  em  relação  a  temperatura.  A 

quantidade de oxigênio que dissolve a 0˚C  (14,7 mg/L) é maior do que a quantidade que 

dissolve a 35˚C (7,0mg/L). 

Em  corpos  superficiais  naturais  e  não  poluídos  ocorre  uma  condição  aeróbica 

favorável devido ao contato da água com o ar atmosférico. No entanto, a tendência da água 

subterrânea é apresentar uma condição redutora, com pouco oxigênio por não haver este 

contato  com  o  ar  atmosférico,  além  de  diversas  possíveis  reações  hidroquímicas  e 

bioquímicas naturais que ocorrem no meio subterrâneo e que o consomem o oxigênio. 

A  concentração  de  oxigênio  dissolvido  no  aquífero  raso  é  usualmente menor  que 

10mg/L,  e  em  aquíferos  profundos  tem  boa  possibilidade  de  estar  ausente.  O  oxigênio 

dissolvido é inofensivo para a saúde e pode melhorar a potabilidade da água.  

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20 R171/14 – PR039/12 

Os  valores  de  oxigênio  dissolvido  observados  nos  poços  avaliados  indicam 

concentrações baixas, no entanto dentro dos valores observados para a área em questão, 

considerando  a  temperatura  elevada  da  água  subterrânea,  além  da  tendência  natural  da 

área de apresentar elevado teor de matéria orgânica, propiciado pela presença da  floresta 

no entorno da área, além de a própria área ter essa característica de floresta a pouco tempo. 

 

 

pH: 

Os  potenciais  de  hidrogênio  e  de  oxidação  exercem  influência  significativa  nos 

processos de especiação química, controlam as reações da maioria dos compostos orgânicos 

e  inorgânicos.  O  entendimento  da  distribuição  dos  processos  de  óxido  redução  é 

fundamental para predizer o destino e  transporte dos  contaminantes químicos nas  águas 

subterrâneas. 

As  mudanças  de  pH  geram  produtos  que  poderão  apresentar  diferentes 

comportamentos em relação a solubilidade, toxidade, reatividade e mobilidade. Os valores 

de pH, se desconsiderados aqueles medidos  logo após a  instalação dos poços, variaram de 

5,16 no PM‐04 a 6,07 no PM‐02. 

De acordo com Feitosa et al. (2008), a maioria das águas subterrâneas tem pH entre 

5,5 e 8,5. Na região de Colíder, conforme outros estudos realizados, as águas subterrâneas 

apresentam naturalmente um pH baixo para os aquíferos livres. O monitoramento das águas 

subterrâneas do PBA da UHE Colíder, que vem sendo realizado na região  indica valores de 

pH próximos a 5,5 para os poços  instalados no aquífero  livre, e valores próximos de 7 nos 

poços  instalados no aquífero confinado. Os valores obtidos nos monitoramentos realizados 

nas seções de poços instalados nas mesmas datas em que foram realizadas as medições dos 

poços da área do enterrio de peixes são apresentados na Tabela 4.4.5. 

 

 

 

 

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21 R171/14 – PR039/12 

 

Tabela 4.4.5. Medições pH nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas ‐ PBA UHE Colíder

Poço de Monitoramento  27/08/2014  23/10/2014 

  UpH  UpH 

PM‐01 (Tratex)  4,65  4,96 

PMP‐01 (Tratex)  6,48  6,64 

PM‐02 (Tratex)  4,96  5,27 

PMP‐02 (Tratex)  6,27  5,90 

PM‐03 (Balsa)  4,97  5,39 

PMP‐03 (Balsa)  7,51  7,65 

PM‐04 (Balsa)  5,37  5,48 

PMP‐04 (Balsa)  7,80  7,68 

 

 

Temperatura: 

Quimicamente a temperatura exerce influência nas reações químicas ou bioquímicas, 

além  de  interferir  nas  atividades  microbianas,  pois  com  seu  aumento  aceleram  esses 

processos. A  temperatura observada nos poços  variou de 27,1°C no PM‐04,  a 29,00°C na 

amostra do PM‐01, no monitoramento de agosto de 2014, logo após a instalação dos poços. 

No  entanto,  no monitoramento  realizado  em  outubro  houve  uma menor  variação,  com 

valores entre 27,7˚C (PM‐04) e 28,8˚C (PM‐01). 

A  variação  da  temperatura  nos  poços  pode  ser  resultante  de  diversos  fatores 

relacionados  a  recarga  do  poço,  a  condutividade  hidráulica  do  aquífero  no  local,  a 

profundidade do nível d’água, condições de biodegradação ou reações químicas diversas. Na 

área  em  questão  é  possível  notar  que  as menores  temperaturas  observadas  no  PM‐04 

devem estar relacionadas a maior profundidade no nível d’água neste poço em relação aos 

demais, além da posição onde o mesmo foi instalado, a montante da área e mais próximo a 

área  virgem  (floresta),  que  deve  regular  de  forma  melhor  a  temperatura  do  aquífero, 

enquanto  que  a  exposição  do  solo  pode  transferir  calor  para  o  substrato  ocasionando 

aumento da temperatura da água subterrânea, sendo observada uma relação direta entre o 

meio superficial com o subterrâneo. 

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22 R171/14 – PR039/12 

Na Tabela 4.4.6. abaixo podem  ser visualizados os valores de  temperatura obtidos 

nos  poços  instalados  para monitoramento  do  aquífero  na  área  de  enchimento,  onde  são 

observados valores próximos aqueles observados na área de enterrio dos peixes,  inclusive 

com  variações  de  temperatura  que  podem  estar  relacionadas  aos  diversos  fatores  acima 

apontados. 

 

Tabela 4.4.6. Medições Temperatura nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas ‐ PBA UHE Colíder

Poço de Monitoramento  27/08/2014  23/10/2014 

  ˚C  ˚C 

PM‐01 (Tratex)  28,10  28,20 

PMP‐01 (Tratex)  28,60  27,90 

PM‐02 (Tratex)  27,70  26,80 

PMP‐02 (Tratex)  28,20  26,50 

PM‐03 (Balsa)  27,60  26,60 

PMP‐03 (Balsa)  28,40  27,90 

PM‐04 (Balsa)  28,10  27,20 

PMP‐04 (Balsa)  27,70  26,50 

 

 

 

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23 R171/14 – PR039/12 

 

Condutividade Elétrica (CE): 

A  condutividade  elétrica  é  a  capacidade  de  uma  solução  em  conduzir  corrente 

elétrica,  sendo  essa  condição possível de  acordo  com  a quantidade de  íons presentes na 

água,  dessa  forma  espera‐se  que  quanto  maior  a  concentração  iônica,  maior  a  sua 

condutividade.  Foi  observada  uma  variação  baixa  e mínima  de  6  μS/cm  no  PM‐04,  e  a 

máxima  de  34  μS/cm  no  PM‐01  no  monitoramento  de  agosto  de  2014,  logo  após  a 

instalação  dos  poços.  No  entanto,  no monitoramento  realizado  em  outubro  houve  uma 

menor variação, com valores entre 13 μS/cm (PM‐04) e 166 μS/cm (PM‐02). 

É possível notar nos valores obtidos que há uma faixa de condutividade elétrica entre 

13 μS/cm e 51 μS/cm nos poços PM‐01, PM‐03 e PM‐04, enquanto o PM‐02 apresentou um 

maior valor, alcançando 166 μS/cm. Esta variação pode estar relacionada a alguma a uma 

condição natural do aquífero local, podendo estar vinculada a maior tempo de exposição da 

água ao meio subterrâneo, o que permite uma maior troca iônica, ou pode ser resultado de 

alguma alteração antrópica do meio. Esta conclusão poderá ser obtida a partir dos demais 

monitoramentos, pois no caso de ser alguma alteração causada pelo enterrio dos peixes este 

valor deve se elevar nos próximos monitoramentos. 

 

Tabela 4.4.7. Medições Condutividade Elétrica nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas ‐ PBA UHE Colíder

Poço de Monitoramento  27/08/2014  23/10/2014 

  µS/cm  µS/cm 

PM‐01 (Tratex)  11  13 

PMP‐01 (Tratex)  16  25 

PM‐02 (Tratex)  8  14 

PMP‐02 (Tratex)  29  17 

PM‐03 (Balsa)  12  15 

PMP‐03 (Balsa)  277  289 

PM‐04 (Balsa)  14  26 

PMP‐04 (Balsa)  327  354 

 

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24 R171/14 – PR039/12 

 

 

5. Considerações Finais   

 

 

A  Quatzor  (Quatzor  Ambiental  S.A.)  foi  contratada  pela  COPEL  (Companhia 

Paranaense  de  Energia  –  COPEL  Geração  e  Transmissão  S.A.)  para  realizar  os  serviços 

relacionados  ao Monitoramento Hidrogeológico da  área onde houve o enterrio de peixes 

decorrentes de mortandade ocorrida durante o fechamento do primeiro vão do vertedor da 

UHE Colíder. 

O  presente  relatório  apresenta  os  resultados  da  instalação  dos  poços  de 

monitoramento,  ensaios  hidrológicos  e  primeiro monitoramento  das  águas  subterrâneas 

através de medições in situ de condutividade elétrica, pH, temperatura, oxigênio dissolvido. 

Foram realizadas 4 sondagens, sendo duas com sonda rotopneumática com injeção de 

ar e duas com sonda rotativa com  injeção de  fluido de perfuração a base de água com goma 

xantana. Foram utilizadas duas  técnicas diferentes de perfuração devido a característica mais 

friável do substrato localizado a jusante, próximo ao rio, que se desestabiliza com a perfuração 

com  sonda  rotopneumática, mesma  razão pela qual  foi utilizada o  fluido de perfuração  com 

goma  xantana,  para manter  a  parede  do  furo  visando  a  instalação  adequada  do  poço  de 

monitoramento.  As  sondagens  atingiram  a  profundidade  máxima  foi  de  15,00  e  no  total 

efetuou‐se  48,77  metros  de  sondagens,  em  cada  sondagem  foi  instalado  um  poço  de 

monitoramento com 50 mm de diâmetro. 

Na  área  do  empreendimento,  objeto  da  presente  investigação,  constatou‐se, 

através  das  sondagens  realizadas,  com  profundidade máxima  alcançada  de  15,00 metros 

que  subsolo  local  apresenta  homogeneidade  na  litologia,  sendo  este  constituído 

sequencialmente por: solo arenoso fino, solo de alteração (arenito) e rocha arenito. 

O nível d’água  situa‐se na ordem  entre  5,09  e  10,6 metros de profundidade  e o 

fluxo subterrâneo local orienta‐se preferencialmente para oeste, na direção do fluxo do Rio 

Teles Pires. A velocidade das águas subterrâneas  foi calculada em torno de 25,47 m/ano a 

partir da condutividade hidráulica do substrato e do gradiente hidráulico da área avaliada. 

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Foram  realizadas medições  in  situ  para,  temperatura,  pH,  condutividade  elétrica, 

oxigênio  dissolvido  logo  após  a  instalação  dos  poços,  no mês  de  agosto,  e  um  segundo 

monitoramento no mês de outubro. 

Foi possível observar que ocorreu  forte  influência da  goma  xantana no  resultado 

obtido de pH do poço PM‐01 no primeiro monitoramento realizado logo após a instalação do 

poço, por  isso o mesmo apresentou pH muito elevado, acima de 9. Após o monitoramento 

dos poços e passados dois meses da  instalação  foi possível observar que os valores de pH 

variaram  entre  5,16  e  6,07,  sendo  estes  valores  compatíveis  com  o  ambiente  natural 

avaliado,  principalmente  considerando‐se  os  valores  que  tem  sido  observado  nos  poços 

instalados  para  monitoramento  da  qualidade  dos  aquífero  na  área  de  enchimento  do 

reservatório da UHE Colíder, que encontram‐se entre 4,65 e 7,80. 

Os  valores  de  Oxigênio  Dissolvido  obtidos  nos  monitoramentos  indicam  baixas 

concentrações,  entre  1,38  mg/L  e  2,50mg/L.  Estes  valores  estão  dentro  de  padrões 

aceitáveis se consideramos os baixos valores de oxigênio que podem ocorrer naturalmente 

em água subterrânea, além da elevada temperatura do aquífero local, e potencial presença 

de  matéria  orgânica  no  aquífero  proveniente  do  ambiente  natural  existente  nas 

proximidades e há pouco  tempo na área, uma vez que como pode ser visualizado na  foto 

aérea onde foram posicionados os poços era ocupada por floresta. 

A condutividade elétrica observada apresenta valores baixos, entre 13 e 51 µS/cm 

nos poços PM‐01, PM‐03 e PM‐04. Porém foi observado um maior valor no PM‐02 (166 µS/cm), que 

poder ser resultante de alguma condição natural ou causada por alguma alteração antrópica. Valores 

desta  ordem  são  observados  em  poços  instalados  para monitoramento  do  aquífero  na  área  de 

enchimento do reservatório. Os próximos monitoramentos poderão  indicar se este valor é causado 

pelo enterrio dos peixes, pois neste caso os valores de condutividade deverão se elevar. 

A  temperatura observada nos poços variou de 27,7˚C  (PM‐04) e 28,8˚C  (PM‐01) no 

monitoramento  realizado  em  outubro.  A  variação  da  temperatura  nos  poços  pode  ser 

resultante de diversos fatores relacionados a recarga do poço, a condutividade hidráulica do 

aquífero no  local, a profundidade do nível d’água, condições de biodegradação ou reações 

químicas  diversas.  Na  área  em  questão  é  possível  notar  que  as menores  temperaturas 

observadas no PM‐04 devem estar relacionadas a maior profundidade no nível d’água neste 

poço em relação aos demais, além da posição onde o mesmo foi  instalado, a montante da 

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área  e  mais  próximo  a  área  virgem  (floresta),  que  deve  regular  de  forma  melhor  a 

temperatura do  aquífero, enquanto que  a exposição do  solo pode  transferir  calor para o 

substrato  ocasionando  aumento  da  temperatura  da  água  subterrânea,  sendo  observada 

uma relação direta entre o meio superficial com o subterrâneo. 

Os resultados obtidos até o momento não indicam alterações do aquífero causados 

pelo enterrio dos peixes na  área, no entanto  a partir dos próximos monitoramentos  será 

possível realizar um acompanhamento da evolução das medições dos parâmetros medidos 

in situ e desta forma verificar se eventuais alterações das características naturais do meio. 

Estão  previstos  ainda  monitoramentos  em  dezembro/14,  fevereiro/15,  abril/15, 

junho/15 e agosto/15 para os parâmetros condutividade elétrica, pH, temperatura, oxigênio 

dissolvido e medição de nível d’água. 

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6. Equipe Técnica   

 

 

Este relatório foi elaborado com base em dados coletados pela QUATZOR Ambiental 

S.A., bem como em resultados originados dos serviços de terceiros. 

As  conclusões  acima  apresentadas  foram  obtidas  com  base  na  boa  técnica, 

plenamente adotada pela Quatzor Ambiental S.A., obedecendo rigorosamente às normas e 

procedimentos técnicos adotados nacional e internacionalmente. 

O escopo dos serviços realizados, e acima apresentados, obedece estritamente aos 

termos firmados entre a Quatzor Ambiental S.A. e o cliente, e aplica‐se exclusivamente aos 

fins contratados. Qualquer utilização deste  trabalho de  forma estranha às suas  finalidades 

originais,  ainda  que  de  forma  parcial,  isentará  a  Quatzor  Ambiental  S.A.  de  qualquer 

responsabilidade sobre o mesmo. 

Estiveram  envolvidos  neste  trabalho  por  parte  da  Quatzor  Ambiental  S.A.  os 

seguintes profissionais: 

 

 

 

   

Fernando Peterson Delatorre Geólogo Sênior 

CREA/SP 5.061.028.259/D 

Adrian Boller Gerente de Projeto CRBio 20262/04D 

 

 

Bragança Paulista, 06 de Novembro de 2014. 

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7. Referências Bibliográficas  

 

 

CONSORCIO  UHE  COLIDER,  Levantamento  Geológico  Descrição  dos  Serviços  Executados 

Perfis de Sondagens. Curitiba 2011. 

CONSORCIO  J.MALUCELLI  ‐  CR  ALMEIDA,  Controle  de  Qualidade  de  Solos  ‐  UHE  Colider 

Relatório de Ensaio de Permeabilidade In´Situ. CL‐JMCR‐RTPCV‐S‐01‐R0. Colider 2014. 

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente – Resolução 396 de 03 de Abril de 2008. 

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; Secretaria de Recursos Hídricos. Programa de Estruturação 

Institucional  da  Consolidação  da  Política  Nacional  de  Recursos  Hídricos  – 

BRA/OEA/01/002. 2007. 

MINISTÉRIO DA SAÚDE; Portaria n° 2914 de 12 de Dezembro de 2011. 

AWWS 2003 – Manual of water supply practices – M21 – third edition – Groudwater. 

FREEZE & CHERRY 1979 ‐ Groundwater 

BAIRD & COLIN 2011 – Química Ambiental – 4. Ed. – Bookman – Porto Alegre. 

 

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  Anexo 01 – Projeto de Monitoramento SMF/DMAG/VGAM 027‐2013

 

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  Anexo 02 – ART Anotação de Responsabilidade Técnica   

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  Anexo 03 – Documentação Fotográfica  

 

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Foto 01 – Execução de Sondagem a Jusante da Área (Poço 01) 

 

 

Foto 02 – Sonda Rotopercussiva 

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Foto 03 – Localização do Poço 01 

 

 

Foto 04 ‐ Localização do Poço 02 

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Foto 05 – Localização do Poço 03 

 

 

Foto 06 – Localização do Poço 04