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Atividade física ajuda no controle glicêmicoAntes de iniciar um programa de exercício

é crucial orientações de um profissional

A prática regular e bem orientada de exercícios físicos está diretamente ligada ao desenvolvimento e manutenção de uma vida saudável. Além de atuar na prevenção, a atividade também faz parte do tratamento de diversas doenças e com o diabetes não é diferente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a atividade física é um dos pilares do tratamento da enfermidade e da vida saudável. Todo profissional de saúde deve ter como uma de suas prioridades a promoção da prática regular de exercícios físicos e o combate ao sedentarismo.

O exercício físico, quando bem indica-do, resulta em vários benefícios. Segundo o endocrinologista Paulo Prata, o principal é a

qualidade de vida e a longevidade. “Com a prática de exercício o metabolismo fica mais acelerado, isso gera um impacto positivo, já que o sedentarismo tende a dificultar o tratamento dos níveis de glicose”, explica.

A indicação do tipo de exercícios deve ser apropriada para cada paciente de acordo com a idade, considerando o tipo de exercício e a sua intensidade. Também deve-se realizar uma avaliação detalhada das complicações de saúde relacionadas ao dia-betes – as quais poderiam ser pioradas pelo exercício –, incluindo controle glicêmico ruim, problemas articulares e complicações microvasculares e macrovasculares.

Paulo Prata ressalta ainda que “antes de iniciar um programa de exercício, o paciente deve ser avaliado por um profissional para ter as devidas orientações”. O médico des-taca também os cuidados com treinamentos de alta intensidade. “Ele gera melhoras no controle glicêmico e na saúde cardiovascular dos pacientes com diabetes tipo 2, mas não deve ser indicado para todos”, alerta.

Os exercícios aeróbicos e de resistência estão associados com um declínio de mais

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5de 30% na prevalência de hiperglicemia num período de 24 horas. “Podemos também escolher a atividade baseado nas preferências do paciente e em sua condi-ção física”, explica o endocrinologista. Os exercícios mais indicados são caminhada, corrida, natação, hidroginástica, ciclismo, dança e ginástica aeróbica.

A eficácia do exercício para melhorar o controle glicêmico pode ser atribuído às características do programa de exercício aplicado, incluindo intensidade, duração e frequência. A intensidade da rotina é vista como a principal determinante da melhora subsequente no controle glicêmico.

Quanto à indicação do programa de exercício, o foco inicial deve ser na seleção do volume adequado do exercício. Paulo Prata explica que “uma quantidade não rea-lista de exercícios pode reduzir a motivação do paciente, o qual consequentemente afeta sua aderência.”

Após selecionar o volume de exercício adequado, as características do exercício (frequência, duração e intensidade) podem ser usadas para adequar às preferências do paciente e sua habilidade funcional. De acordo com o médico, alguns pacien-

Endocrinologista PAULO PRATA: “exercícios aeróbicos e de resistência estão associados a um declínio de mais de 30% na prevalência de hiperglicemia num período de 24 horas”

PublicAção com A quAlidAde:

Diabetesem Goiás

Revista

Direção de Jornalismo: Iúri Rincon GodinhoEditora: Denyze NascimentoRedação: Bruno Fiuza, Denise Soares, Janaína Vidal, Lucas Botelho e Nahako SongaComercialização: Márcia MoraesArte Final: Thálitha Miranda e Adriani GrünEndereço: Rua 27-A, 150, St. AeroportoGoiânia - GO - 74.075-310Fone: 3224-3737 www.contatocomunicacao.com.br

conselho editorial

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Nacionais

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tes podem preferir fazer exercícios mais frequentes com sessões mais curtas e de baixa intensidade. “Mesmo os rápidos, de leve intensidade, estão associados com me-lhoras substanciais no controle glicêmico, principalmente quando realizadas no estado pós-prandial, então o paciente pode ser encorajado a tal prática”, completa.

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A perda e o aparecimen-to de manchas e sombras no campo de visão podem sina-lizar sangramento na parte interna e posterior do olho. O distúrbio, chamado de hemorragia vítrea, acomete o humor vítrio e pode estar relacionada a diversas do-enças, entre elas a diabetes. Segundo o oftalmologista e especialista em retina Tiago Rassi, o vítreo é essencial à visão. “É uma substância gelatinosa e viscosa, forma-da por semilíquidos, fibras e células situadas no segmen-to posterior, que mantém pressão entre o cristalino e a retina, e dá forma esférica ao olho. Em termos fáceis, é um gel transparente que preenche e dá consistência e forma ao globo ocular”, explica Tiago.

CAUsAsDoenças autoimunes

exigem cautela e cuidados perenes. O descontrole de enfermidades como a diabe-tes eclode danos em partes diversas do corpo. A reti-nopatia diabética avançada,

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os b Diabete alterada pode

causar hemorragia vítreacirurgia melhora a oxigenação da retina e

pode aumentar a qualidade da visão

Oftalmologista especialista em retina TiAgO RAssi

por exemplo, contribui para a oclusão vascular, quando uma das veias ou artérias responsáveis por transportar o sangue para a retina é bloqueada por um coágulo de sangue.

Essa diminuição ou sus-pensão da irrigação sanguí-nea gera a obstrução arterial e, em virtude disso, o orga-nismo produz vasos patoló-gicos na retina que originam o sangramento vítreo. “A hemorragia vítrea devido a diabetes ocorre somente naqueles casos mais avança-dos. A isquemia (contenção do sangue) causada pela retinopatia diabética pode produzir condições para o sangramento no vítreo”, explica o especialista.

TRATAmEnTO Pessoas diabéticas que

apresentam quadro de san-gramento no humor vítreo necessitam, antes de tudo, fazer acompanhamento mé-dico. O diagnóstico das cau-sas da hemorragia é crucial para a reversão da situação. Alguns casos demandam

cerca de um semestre de observação para identificar a reabsorção do líquido derra-mado. Quando não se nota essa refração, a intervenção cirúrgica é recomendada.

No casos mais avançados e persistentes, o oftalmolo-gista sugere a vitrectomia posterior – retirada mecâni-ca do vítreo com uma sonda capaz de expirar e cortar esse gel. “Dependendo da intensidade da hemorragia vítrea pode ocorrer baixa visual severa, sendo rever-tida com a cirurgia”, relata Tiago. A cirurgia melhora a oxigenação da retina e, algumas vezes, aumenta a qualidade da visão.

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A vida de uma criança se altera radicalmente quando a diabetes é diagnosticada. o desespero inicial e a sensação de frustração são sentimentos compreensíveis, afinal, essa é uma enfermidade que exige controle e vigília diários, além de algumas privações. contudo, existem jovens que a despeito da pouca idade encaram com força os desafios que a doença impõe. confira a trajetória de vida de quatro crianças que aceitaram as condições do destino e desenham diariamente com força e graciosidade

uma história rica em emoções e insistência.

Crianças diabéticas e seus triunfos diários

Um menino que aceitou desafios

Quando a vida entrega um obstáculo, podemos ficar em estado de negação ou abraçá-lo. Enzo Ber-nardino, aos sete anos, foi desafiado pelo destino ao ser diagnosticado com a Diabetes tipo 1. Diante da dificuldade, permaneceu forte e ciente que precisava alterar sua rotina. A mãe de Enzo, Mila Bernardino, conta que de toda família ele foi a pessoa que melhor lidou com a notícia.

Hoje aos nove anos, Enzo está habituado à rotina de contagem de carboidratos e medição de glicemia. “Ele precisa se alimentar bem e em horários certos. Mede

a glicemia no mínimo seis vezes ao dia e aplica insulina em todas as refeições. Ainda fazemos a contagem de car-boidratos, ele é consciente e sabe que não deve comer além do programado para não aumentar o índice glicê-mico. É uma rotina diferen-ciada, mas que atualmente é normal para nós”, relata Mila. Após a descoberta da enfermidade, a alimentação de toda família ficou melhor.

Assim como qualquer criança, o infante diabético pode e deve participar de confraternizações e brinca-deiras com os coleguinhas. Enzo pratica educação física e natação durante a sema-na. Ama jogar video game, montar Legos e estar entre os amigos. Mila comenta que ele não foi exposta a situações de preconceito, mas que colegas de seu filho

já foram desconvidados de uma festa de aniversário por serem diabéticos. “As pessoas ainda pensam que os diabéti-cos não podem comer doces, eles podem sim ir a festas como todos, apenas tem que comer com moderação e controlar a glicemia. A mídia precisa divulgar a diabetes tipo 1, como divulgam a tipo 2”, propõe.

EnzO BERnARdinO, 9 anos, ama jogar videogame e montar Lego

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A pequena Yasmin Dorneles Leão Pinangé Silva, nove anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos cinco. Seus pais, Suene Dorneles e Anderson Pinangé, reve-lam que a fase de adaptação foi a mais difícil. “A família se culpava e a Yasmin não queria comer pois associava a aplicação de insulina ao hábito de se alimentar. Mas, com o passar do tempo, encarou com determinação a nova rotina e limitações, e inspirou todos os familiares a fazerem o mesmo”, conta aliviada. Como toda mãe zelosa, Suene entregou para a coordenação da escola que sua filha frequenta, um manual básico com cuidados direcionados para quando a dia-betes estivesse alterada. Além disso, ela não permite que Yasmin durma fora de casa, já que a falta de informação das pessoas pode comprometer a saúde da pequena.

Após detecção da doença, os pais de Yasmin tiveram que se adaptar à dieta diabética. No entanto, o maior mal viven-ciado por eles é o preconceito. “A Yasmim participou certa vez de uma gincana na sala de aula. Ela ganhou a competição de leitura. O prêmio era pirulitos e balinhas. A professora sabia dos cuidados que era preciso tomar em relação a enfermidade, no entanto ela não entregou a premiação à minha filha dizendo que ela não poderia comer doces por ser diabética. Esse fato aconteceu na presença dos coleguinhas da sala. A Yasmim ficou constrangida e nervosa com a situação. A professora sabia que ela poderia comer doce em casa fazendo a contagem de carboidratos. Diante de todas

Campeã em vencer preconceitos

as situações, o preconceito é o que mais machuca a Yasmin”, lamenta.

Superar a ignorância sobre a diabetes é o grande desafio dessa família. Enquanto isso, Yasmin cresce com saúde, inteligência e segue uma rotina normal. “Ela leva seu lanche de casa. Anotamos na agenda a quantidade de carboidratos para que libere insulina através da bomba de infusão contínua. No recreio a glicemia é medida e, caso necessário, é feita a correção e liberação da quantidade indicada para seu lanche. Além da educação física escolar, Yasmin faz natação todos os dias e voleibol três vezes por semana”. Praticar es-portes, ir ao cinema e estar com os parentes e amigos são as atividades preferidas desta criança tão forte e decidida.

YAsmin PinAngÉ, 9 anos, pratica diariamente diversas atividades físicas

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A vida segue com sorrisos e conquistas

AnA LUisA dE mATOs, 8 anos, campeã em nado peito

físicos. Ana Luisa faz natação desde os três anos, inclusive é campeã em nado peito, um dos mais difíceis da categoria. O segredo está no controle da insulina. Se estiver controlada, a vida segue normal e sauda-velmente”, comenta.

A criança tem uma dieta balanceada, rica em nutrien-tes e, segundo a mãe, sem restrições alimentares, o que existe é um ajuste em sua dieta.“Como ela usa bomba de insulina e faz contagem de carboidratos, temos mais fle-xibilidade”, explica. Na escola, Ana Luisa conta com o apoio da professora Sílvia Mators que conhece o processo de controle e reconhece os sin-

tomas de uma ‘hipo’, o que deixa a família mais tranquila caso surja uma emergência.

Segundo a mãe, Ana Luisa enfrenta o preconceito com desenvoltura e o apoio da família. Ela diz que a falta de informação é o que gera essa atitude. Entretanto, sem-pre que há oportunidade, a família tenta reverter esse quadro. Afinal, ela acredita que a forma como as pessoas lidam com o diabetes é que faz a diferença. “Não deixar que diabetes limite Ana Luísa é nossa missão, e ela tem assumido isso com pro-priedade”, comemora. Lulu é especial e nos ensina algo novo diariamente”, finaliza.

Quando uma doença entra na vida de alguém, tudo muda. Principalmente as formas de pensar e agir. Foi assim que Juliana Matos de Souza, 39 anos, mãe de Ana Luisa Cardoso de Ma-tos, 8 anos, decidiu abraçar uma vida mais saudável para o resto de seus dias.

Tudo começou quando Ana Luisa foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1, aos cinco anos. Assustados e em choque, porque não havia histórico na família, Juliana e o marido André tiveram que se adaptar ao uso de lancetas, fitas, agulhas diárias de insulinas, etc. Des-de então, o diabetes é tratado pela família como síndrome e não como doença.

“Minha filha leva uma vida normal, como qualquer criança. Estuda, brinca, assiste TV e, como é crucial para sua saúde, pratica exercícios

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Para a família de Ana Júlia, hoje com seis anos, o diagnóstico de diabetes foi um choque. “Com dois anos começaram a surgir alguns sintomas. Ela começou a beber mais água, fazer xixi em demasia e também perder peso”, recorda o pai Ro-drigo Caetano Leite. A pedido da esposa, Juliane Aline de Oliveira Leite, que sentiu que algo não estava certo, Rodrigo fez uma busca rápida na internet, o que levou ao diagnóstico amador da doença. Preocupa-dos e com orientação do pediatra, no dia seguinte a família já estava no laboratório fazendo exames, que confirmaram diabe-tes mellitus tipo 1. A taxa glicêmica estava altíssima e a pequena Ana Júlia teve que finar internada e iniciar imediatamente o tratamento insulínico.

Assustada com o tratamento diferente que recebeu no hospital, o início da doença foi traumático para a criança. Para manter a saúde, Ana Júlia se habituou a uma roti-na diferente de suas amiguinhas. Embora tenha a diabetes sob controle, ainda man-tém certas restrições no seu cotidiano. A alimentação é fundamental para o controle glicêmico. Esse fato, segundo o pai, é um dos grandes desafios. “Isso impede, por exemplo, que ela frequente sozinha alguma atividade de recreação, pois é preciso que no local tenha alguém capaz de auxiliá-la na alimentação e aplicação de insulina, monitorando assim suas taxas glicêmicas.

Rotina ativa e feliz

Além disso, também nos preocupamos quando vamos viajar, pois isso requer todo um cuidado adicional, comenta Rodrigo.

Ana Júlia, porém, se adaptou e vive bem. “Ela gosta de cantar, pintar e dese-nhar. Na escola, quando ela precisa comer de três em três horas ou aplicar a insulina, feita por alguém específico do local, não se incomoda. Minha filha se acostumou com esse dia a dia. A alimentação não é mais problema. Ana Júlia só se chateia quando não pode, por exemplo, comer doces ou chocolates que as amiguinhas levam. Mas nada a impede de praticar o esporte que mais gosta, natação”, revela Rodrigo.

AnA JúLiA, 6 anos, gosta dançar e praticar atividades físicas

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O estilo de vida infantil faz com que as crianças te-nham predileção por brinca-deiras automatizadas, como o uso de computadores, videogames e celulares. A própria violência do mundo moderno, aliada à comodi-dade e segurança dos pais, têm colaborado para isso.

Segundo a endocrinolo-gista infantil Hercília Deu-sdará Cruvinel, crianças sedentárias apresentam um desbalanço energético. “Isso acontece quando elas con-somem mais energia nos alimentos industrializados, muitas vezes fast-foods, do que gasta em atividades físi-cas e esportes, fazendo com que elas se tornem obesas”, explica a especialista.

De acordo com a médi-ca, obesos têm mais chances de desenvolverem diabetes tipo 2, aumento da pressão e dos níveis de colesterol e triglicérides. O diabético,

Quando o diabetes e a obesidade se cruzam na infância

Alimentação saudável e atividade

física previnem complicações

agudas e crônicas das enfermidades

por sua vez, estando acima do peso, apresenta maior probabilidade de sofrer de doenças do coração, como hipertensão, aterosclerose, dislipidemia – aumento do colesterol e/ou triglicérides – e na vida adulta tem mais riscos de enfarto e acidente vascular cerebral (AVC).

TiPOs dE diABETEsNa infância existe maior

prevalência de pacientes com diabetes tipo 1 — cerca de 90% dos casos. Entretan-to, com o aumento da obe-sidade infantil nos últimos anos, cresce a incidência do diabetes tipo 2 nessa faixa etária.

O diabetes tipo 2 é de-sencadeado quando o ex-cesso de gordura corporal oferece uma resistência maior para a insulina agir. Com isso, o pâncreas passa a trabalhar mais e produzir mais insulina para tentar

controlar o excesso de açú-car no sangue. Essa tentativa de equilibrar o organismo se dá até um ponto em que a sobrecarga de trabalho para o pâncreas é tão grande que ele começa a entrar em falência e assim surge o diabetes tipo 2.

Segundo a endocrino-logista, em pessoas com diabetes tipo 1 que se tornam obesos, a insulina também tem mais dificul-dade de agir. Com isso são necessárias doses maiores para que se tenha um bom controle glicêmico.

TRATAmEnTO De acordo com a endo-

crinologista, o uso de me-dicamentos para obesidade na faixa etária pediátrica é limitado e reservado a casos específicos de maior gravidade ou que apresen-tem comorbidades. “O foco principal é manter hábitos

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de vida saudáveis”, diz. Entre eles, a automonitorização, o controle alimentar, a ati-vidade física e o uso das medicações prescritas pelo médico, que previnem as complicações agudas e crô-nicas da doença.

Alimentação adequada e atividades físicas benefi-ciam o controle glicêmico e previnem a obesidade em diabéticos. Para equilibrar a alimentação dentro da gama de produtos disponíveis para diabéticos, “a palavra chave e moderação”, explica a médica. “Não é porque o alimento é diet que pode ser consumido em qualquer quantidade e a qualquer hora”, alerta.

“É importante que os alimentos tenham porções adequadas e que haja co-bertura de insulina. Alguns alimentos diet não contêm açúcar mas são ricos em gorduras, podendo levar a

alterações indesejáveis da glicemia. Por isso é crucial equilibrar e variar a alimen-tação, evitando excessos de alimentos industrializados e com grande quantidade de gorduras”, corrobora Hercília.

A prática de exercícios físicos regulares é outro ele-mento essencial para o com-bate da obesidade em crian-ças com diabetes. Segundo a endocrinologista, a atividade aumenta o gasto energético e evita o acúmulo de calorias, isso contribui para evitar o excesso de peso. Durante o exercício há maior consumo de glicose nos músculos o que auxilia o diabético a manter as taxas mais controladas.

“ É necessário dar aten-ção ao quadro emocional vivido pela criança e seus familiares. O apoio psi-cológico é fundamental pois, às vezes, as dificul-dades em lidar cronica-mente com o diabetes

leva a quadros ansiosos. Com isso, alguns utilizam a comida como válvula de escape para controlar a ansiedade. Isso favorece o surgimento da obesidade. O equilíbrio emocional, tanto da criança como de seus familiares, facilita a adesão ao tratamento do diabetes e reduz o com-portamento de busca de excessos alimentares para compensação das eventu-ais angústias sofridas no dia a dia”, ressalta Hercília.

Endocrinologista infantil HERCíLiA dEUsdARá CRUvinEL

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rb Transplante renal

aumenta expectativa de vida dos portadores de nefropatia diabética Após o procedimento é crucial que o transplantado faça atividades

físicas, tenha alimentação salutar e utilize imunossupressores

Uma consequência da diabetes mellitus é a nefro-patia diabética – falência da capacidade filtradora dos rins. Segundo a nefrologista Cinara Barros de Sá, “a enfermidade é um resultado da exposição prolongada a glicemias ele-vadas, associada ao controle inadequado de pressão ar-terial e outros fatores como dislipidemia, tabagismo e predisposição genética”.

É tratada com o proces-so de diálise – que substitui parcialmente as funções do rim. O funcionário público aposentado Angelo Miguel de Oliveira, 65 anos, por-tador de diabetes melitus tipo 2 desde os 40 anos de idade, precisou fazer diálise após desenvolver a nefropatia diabética. “Se-manalmente eu era sub-metido a sessões de cerca de quatro horas cada. Por conta do procedimento eu não podia fazer atividades

tinue se cuidando. Maus hábitos podem fazer com que o indivíduo volte a desenvolver a falência do rim transplantado. Cinara apresenta outras dificulda-des que podem surgir após o transplante “A suspensão indevida das medicações pode provocar a rejeição e perda do rim transplan-tado. Outras complicações são aquelas decorrentes do próprio procedimento ci-rúrgico ou a predisposição para doenças metabólicas e neoplásicas a longo prazo.”

Angelo, após o trans-plante, consegue levar uma vida dentro da nor-malidade. “Quando surgiu a oportunidade de reali-zar o transplante fiquei felicíssimo. Renasci, pois minha expectativa de vida aumentou. Aconselho aos portadores de nefropatia a realizarem o tratamento as-sim que puderem”, afirma.

físicas, me alimentar sem restrições e também não realizava viagens mais lon-gas. No entanto, apesar do desconforto, foi a diálise que salvou a minha vida”, recorda Angelo.

A substituição renal, de acordo com a nefrologista, é o caminho mais efetivo para melhorar a qualidade e expectativa de vida. Após o transplante, porém, o trans-plantado precisa tomar cer-tos cuidados. “É necessário usar continuamente imu-nossupressores. Esses me-dicamentos impedirão que o paciente desenvolva uma doença oportunista. É impor-tante ainda o transplantado ter uma alimentação salutar, praticar atividades físicas e ficar longe do tabagismo”, aconselha Cinara.

O transplante, no en-tanto, não cura a pessoa do diabetes. Por isso é imprescindível que ela con-

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