belém horizonte - igor e mila

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BELÉM HORIZONTE IGOR ALENCAR Universidade Federal do Pará MILA BARONE Universidade Federal de Minas Gerais

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  • BELM HORIZONTE

    IGOR ALENCAR Universidade Federal do Par

    MILA BARONE Universidade Federal de Minas Gerais

  • BELMHORIZONTE

    Com passos corridos traamos nossos cotidianos, num tempo que j no mais nosso nem de

    ningum. Em pequenos fragmentos do dia-a-dia Camila Barone reconstri um pouco de si, atravs

    de palavras que so imagens e imagens-palavras. Igor Alencar acreditava na arte como uma

    espcie de eterna narrativa fragmentada da vida e ento se percebeu to fragmentado quanto a

    arte e sua prpria vida.

    Os dois, pra falar de cotidianos passam ento a fazer breves registros textuais de seus dias -

    em um caderno criado por cada um deles - no como um dever e sim como devir. Em algum

    momento nesse fluxo cotidiano, um momento esse que fosse flutuante e de desprendimento como

    um breve tempo de reflexo pelas janelas de um nibus a vaguear pela cidade de Belo Horizonte,

    Belm ou mesmo Belm Horizonte.

    Ao fim de cada dia por meio virtual se fazia a troca dessas narrativas cotidianas e a partir disso

    cabia ao outro reconstruir imageticamente esse pequeno recorte de uma vida um tanto distante e

    desconhecida.

  • 13 de novembro de 2013

    Mentiperdi a horaMe perdi no caos do meu quartoLembrei de vocsSenti saudadesO dia j esta todo preenchidoEu no o sinto

    14 de novembro de 2013

    ......

    Texto Mila Barone - Ilustrao Igor Alencar

  • 13 de novembro de 2013

    E ele recorda, acorda e desencontra tudo aquiloque ausente era presente.O quanto eu te falei que isso vai mudar.A tinta uma hora pode acabar e a canetaFalhar...E o silncio das paginas em branco?

    14 de novembro de 2013

    As notas caem paralelamente no vazioDo que o corao sente o corpo logo respondeNo silencio de um corte frio na alma j costuradaAquele olhar to vazio e o meu ele no aguentava.

    17 de novembro de 2013

    Entre a luta e a rendio quem manda o corao

    Texto Igor Alencar - Ilustrao Mila Barone

  • Roland Barthes em O bvio e o Obtuso faz uma relao entre texto e imagem, o primeiro sendo

    uma espcie de parasita do segundo, que evoca outros sentidos, possibilidades, uma espcie de

    segunda vibrao da imagem. A imagem por si j evoca emoes, sensaes, lembranas e at

    mesmo palavras/texto e o mesmo acontece inversamente. Sendo assim imagens evocam textos e

    textos evocam tambm imagens, um sendo parasita do outro.

    Neste projeto a narrativa de um se completa com a imaginao do outro, materializada na

    ilustrao. Acreditando que a narrativa do outro est contida e/ou evoca uma experincia de

    si, o que acaba por ser a essncia da obra de arte.