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INTERNET E INCLUSÃO – otimismo exacerbado e lucidez pedagógica (SOARES, SUELY GALLI, Educação e Comunicação. O ideal de inclusão pelas tecnologias de informação. São Paulo, Cortez, 2006). Urubatan de Almeida Ramos. Este trabalho é parte de um estudo mais amplo desenvolvido na disciplina Comunicação e Tecnologias em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores do curso de Pós Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com Acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação. Fundamenta- se na leitura do Capitulo Internet e Inclusão Social, otimismos exacerbados e lucidez pedagógica, da obra acima citada. Tem por objetivo desencadear as reflexões sobre tecnologias de informação e comunicação, sobretudo no que diz respeito à formação do professor para atender as demandas por inclusão digital. O hipertexto, apresentado no texto da Prof. Suely Galli, nos remete ao mundo da modernidade, onde a internet nos traz facilidades, muitas vezes inimagináveis, é um sinal do tempo em que estamos testemunhando. O hipertexto, bem estruturado, facilita sobremaneira a compreensão do que se está lendo ou estudando, afinal não ter que parar para pesquisar e ou procurar um esclarecimento de uma palavra ou texto dentro de um determinado assunto foi e é uma evolução magnífica que dá velocidade ainda maior à informação. Assim é, o que ocorre com os links de outros textos, sites, arquivos anexos na máquina ou na própria web. É uma excelente ferramenta, saber explorá-la passa a ser um dever do professor, pois tudo que possa facilitar a mensagem a ser passada deve estar em sua bagagem e a sua disposição. 1

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INTERNET E INCLUSÃO – otimismo exacerbado e lucidez pedagógica (SOARES, SUELY GALLI, Educação e Comunicação. O ideal de inclusão pelas tecnologias de informação. São Paulo, Cortez, 2006).

Urubatan de Almeida Ramos.

Este trabalho é parte de um estudo mais amplo desenvolvido na disciplina Comunicação e Tecnologias em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores do curso de Pós Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com Acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação. Fundamenta-se na leitura do Capitulo Internet e Inclusão Social, otimismos exacerbados e lucidez pedagógica, da obra acima citada. Tem por objetivo desencadear as reflexões sobre tecnologias de informação e comunicação, sobretudo no que diz respeito à formação do professor para atender as demandas por inclusão digital.

O hipertexto, apresentado no texto da Prof. Suely Galli, nos remete ao mundo da modernidade, onde a internet nos traz facilidades, muitas vezes inimagináveis, é um sinal do tempo em que estamos testemunhando. O hipertexto, bem estruturado, facilita sobremaneira a compreensão do que se está lendo ou estudando, afinal não ter que parar para pesquisar e ou procurar um esclarecimento de uma palavra ou texto dentro de um determinado assunto foi e é uma evolução magnífica que dá velocidade ainda maior à informação. Assim é, o que ocorre com os links de outros textos, sites, arquivos anexos na máquina ou na própria web. É uma excelente ferramenta, saber explorá-la passa a ser um dever do professor, pois tudo que possa facilitar a mensagem a ser passada deve estar em sua bagagem e a sua disposição.

Nossas análises aqui desenvolvidas fundamentam-se e baseiam-se na obra acima citada.

Tomamos o contexto global em que o mundo se torna um único lugar com seus próprios processos e formas de integração para um trânsito econômico e cultural dos povos. Nos deteremos na relação globalização e comunicação global onde se desenvolve a internet juntamente com os governos, as organizações não-governamentais e também com os indivíduos que passaram a fazer uso dela. A evolução da internet se deu com a crescente digitalização e com a acessibilidade à banda larga.

Na Europa a estrutura de desenvolvimento das telecomunicações em seu modelo idealista, segundo Biernatzki, SJ (2001) é o que mais nos interessa em nosso estudo. É um modelo que cria a impressão de que a rede em novo desenho beneficiará a todas as camadas da sociedade e da economia.

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No entanto, a pregação de que o livre acesso à informação na internet resulta na necessidade, cada vez mais urgente e realização cada vez mais próxima, do desenvolvimento de políticas que contemplem a formação cidadã. O que dependerá não apenas da distribuição democrática dos conhecimentos e informações, mas também da capacidade para produzi-los.

Pesquisadores de novas tecnologias inclusivas apostam na solução de problemas como: acesso a localidades distantes; compensação de deficiências físicas ou neurológicas com os dispositivos viabilizados pelas tecnologias de comunicação; educação a distância em massa; outras soluções específicas de áreas como a medicina e a própria engenharia, elétrica, eletrônica e de software. Torna-se pertinente contextualizar a realidade em busca de uma lucidez pedagógica, porque problematizadora. Porém, importante dizer que há um otimismo exacerbado, pois há dificuldades e barreira por enfrentar, como alerta Flávio Rech Wagner em seu Artigo habilidade e inclusão digital – o papel das escolas.

Flávio Rech Wagner * - 26 de maio de 2010

“Contudo, inclusão digital não significa apenas ter acesso a um computador e à internet. É preciso saber utilizar esses recursos para atividades variadas, classificadas em três diferentes patamares, segundo sua relação com o exercício da cidadania. Num primeiro nível, a internet hoje especialmente das redes sociais, permite a comunicação entre pessoas, o que já potencializa formas de articulação em torno de demandas sociais variadas. Num segundo nível, a internet viabiliza a obtenção de informações e a utilização de serviços de interesse público. Num terceiro patamar, no entanto, certamente ainda mais importante para a cidadania e a nação, a inclusão digital deve permitir a geração e a disponibilização de conteúdo, através das mais diferentes formas – geração de conteúdos multimídia, digitalização de conteúdos variados, criação de páginas e de blogs, etc.”

Trazemos essa reflexão para as questões relacionadas a educação brasileira e as políticas educacionais que regulam e orientam as práticas com uso de tecnologias no ensino e aprendizagem.

No Brasil a política de inserção da tecnologia de informática na educação vinha ocorrendo a passos lentos até o fim da última década, quando a partir de portarias, leis e decretos foram instituídos e incentivados a implementação de cursos de formação à distância. Esses projetos de EAD incentivados pelo MEC, certamente democratizaram cursos técnicos e superiores, tornando-os acessíveis a parte da população que certamente não teriam condições de deslocamento e até mesmo de custear integralmente o curso presencial.

Importante dizer, que há regulamentação que autoriza instituições de ensino superior a oferecer integral ou parcialmente o ensino a distância, e que, abrange a

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rede pública e privada. O MEC desde 2004 além de projetos completos destinou milhões para investimento e infra-estrutura, assim como elaboração de material didático.

Esses projetos não se limitam à internet, são utilizados ainda CDs, DVDs, fitas, apostilas, entre outros meios, que possam levar o curso/informação até o aluno/aprendiz. Evidente que com o surgimento da banda larga essas alternativas vão se dissipando, mas ainda existem para aqueles que ainda não tem acesso a internet.

Um dos grandes problemas enfrentados na implementação da tecnologia de ensino é a formação tradicional dos professores que, em sua grande maioria, não acompanhou o processo e correram e correm o risco de ficar fora do sistema. A verdade é que o docente que não se preparar através do aprendizado continuado agregando, principalmente, sua habilidade em lidar com equipamentos e software tecnológicos sofrerá um processo de continuidade. No Brasil há essa preocupação evidente com a adaptação do corpo docente ao uso e domínio desses instrumentos e softwares “novos” na educação e não poderia ser diferente.

Contudo, a responsabilidade do docente em dominar essas ferramentas é elementar e exige uma mudança de comportamento pedagógico por parte destes. Lembrando que o acesso a informação passa a ser universal, o profissional/docente, tem que lidar com o fato de que a informação que chega para ele, chega ao aluno também da mesma forma, lidar com a informação é que se torna o grande desafio didático para que o professor teste o poder de cognição do aluno e vá implementando suas aulas.

Nessa esteira diz a autora Antônia Vitória Soares Aranha: “ a confiabilidade do ferramental e do ambiente tecnológico educacional disponível torna-se matéria de responsabilidade do docente que orienta e encaminha os estudantes, como fonte e utilização (Soares, 2001)”. Referência que nos traz a questão da qualificação docente, sua prática pedagógica e formação continuada.

O docente como um profissional qualificado

Em todas as áreas da sociedade os profissionais sofrem transformações de acordo com o contexto em que se encontram e, nesse circuito, alguns profissionais acabam por serem excluídos do meio exatamente porque não acompanham a evolução dos tempos, principalmente no que diz respeito ao avanço tecnológico. O fenômeno da evolução sócio/econômico nos leva a desafios paradoxais, quando nos revela profissionais super eficientes limitarem-se ao domínio de tecnologias ultrapassadas que terminam por torná-los profissionais totalmente ineficazes.

No que diz respeito aos docentes penso que não seja diferente, não obstante, o professor estar preparado para aplicar a matéria em que exerce pleno domínio, poderá ter uma carreira totalmente frustrada caso ignore a evolução dos sistemas de

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comunicação educacional. Na verdade o seu domínio de pesquisa de livros, revistas, artigos publicados em forma de papel, deve e deverá ser estendido para o desenvolvimento de conhecimento no mundo virtual. Com isso, suas habilidades deverão sofrer um up grade necessário.

O docente, assim como qualquer profissional em qualquer área, deve aperfeiçoar o uso de ferramentas modernas em sua profissão visando atingir seu objetivo principal que é a transmissão de seus conhecimentos, a exploração de pesquisas, obtenção de respostas até a formação de seu aluno.

A atividade de formação continuada do professor é um processo contínuo e deve ser perseguido pelo profissional docente. O aprendizado tecnológico, logicamente traz ao educador uma ferramenta poderosíssima que vai ao encontro da velocidade da informação, que uma vez dominada pode ser dosada pelo docente na aplicação durante suas aulas, conforme o acompanhamento do aprendizado de seus alunos. Evidentemente que o domínio dessas ferramentas valoriza o profissional que, embora no Brasil não vem sendo devidamente reconhecido em linhas gerais, certamente o destacará no grupo.

“ De acordo com a racionalidade tecnológica, o ensino é uma ciência aplicada, e o professor um técnico que domina as aplicações do conhecimento cientifico produzido por outros e transformado em regras de ação.” (Perez Gómes, 1992 a: 402).

Neste sentido o Professor que domina o ferramental tecnológico que lhe é oferecido pelo sistema, passa a ter vantagem inestimável em seu mister. No entanto, torna-se indispensável que conheça o sistema de comunicação e sua relação com o ensino a aprendizagem e todas as situações educacionais.

Sistema de Comunicação e educação

Nosso entendimento sobre Sistema de Comunicação é, assim por dizer, uma via organizada com engenharia própria por onde passa a informação. Pode ser uma rede composta por instrumentos, software e ou equipamentos de comunicação para transmissão de dados que geram a informação. Importante dizer, que esse canal de comunicação pode ser formal ou informal, democrático, ditatorial, ou ainda, restrito a pessoas pré-determinadas ou liberadas sem restrição alguma.

São vários meios existentes que podem ser considerados sistema de comunicação, como por exemplo, telefone, fax, internet, entre outros. No meio educacional além desses, podemos citar cadernos, livros, apostilas, CDs, fitas cassetes, fitas de vídeo, e- mails, salas de bate-papo, redes sociais entre outras. Relativamente à evolução da comunicação Moran diz:

“Quanto mais mergulhamos na sociedade da informação, mais rápidas são as demandas por respostas instantâneas. As pessoas, principalmente as crianças e os

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jovens, não apreciam a demora, querem resultados imediatos. Adoram as pesquisas síncronas...É uma situação nova no aprendizado...(Moran, 2003:20-21)”.

Os Sistemas de comunicação conforme evoluem aumentam, sobre maneira, a velocidade em que as informações podem chegar e aí depende da acessibilidade de cada um a determinado sistema. Portanto, para que haja democratização da informação é de suma importância que as pessoas possam ter acesso independentemente de cor, raça, sexo, partido político, instrução e ou qualquer forma de restrição de grupos ou a grupos determinados.

Ainda, no meu entendimento, o que os sistemas de comunicação não filtram é exatamente a qualidade da informação e aí precisamos ter discernimento do que se pretendem fazer ou adquirir com a informação dada ou obtida. Precisamos sim, utilizar esses canais de informação como forma de agilizar e aprimorar nosso ferramental na área da educação. Para tanto carecemos de treinamento e aprendizado, caso contrário vamos ficando para traz e o corpo discente poderá obter informação de qualquer forma sem, contudo absorver sua essência por falta de acompanhamento de um Professor.

Ação a distância: entendimento e explicações

O mundo virtual é um caminho sem volta, aliás, a evolução da humanidade nos traz, a cada dia que passa novidades e desenvolvimentos que chegam a nos surpreender. Por exemplo, até a vida do cidadão pacato do interior, já se converteu numa vida muito mais dinâmica com interatividades que há bem pouco tempo atrás seriam consideradas ficção ou coisa do outro mundo.

O Mundo virtual abre essa possibilidade, bastando para tanto um acesso a internet para transformar desde uma aldeia com pequeno povoado a uma grande cidade em um palco de interatividades sem que a pessoa necessite sair de casa para interagir com outras pessoas que jamais teriam possibilidade, se quer, de se conhecerem.

E é neste cenário cibernético que surgiu a Educação à distância, possibilitando às pessoas que jamais teriam oportunidade de se locomover, ou de se matricular em um curso qualquer que seja, ter acesso a palestras, cursos, treinamentos, salas de bate papos, troca de e-mails, transmissão de arquivos, filmes, desenhos, estudos, enciclopédias virtuais, perguntas e respostas, pesquisas entre outros materiais e possibilidades de acesso continuo, sistemático ou não, formal ou informal através da internet podendo desenvolver-se como ser humano ou ainda como profissional podendo qualificar-se ou aprimorar seus conhecimentos.

No caso de vídeo-aula, para se produzir aulas a distância há necessidade de se preparar estruturalmente todo o aparato para ministrá-la como se presencial fosse. Ou seja, toda aquela preparação que um Professor faz para preparar uma

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aula presencial se faz necessária e mais, há ainda um treinamento para que ele desenvolva a aula frente a câmeras filmadoras de forma que na filmagem consiga transmitir o conteúdo da aula e, quem esteja assistindo, consiga absorver todo o ensinamento ali proposto. Evidentemente que a didática torna-se fator sine qua nom para que o ensino a distância possa atingir seu objetivo.

Ademais é preciso salientar que os cursos a distancia ainda tem o desafio maior de prender o interlocutor até o seu final, portanto requer criatividade sob todos os aspectos. Fora tudo isso se faz necessário também a montagem de uma estrutura para atender o aluno no que diz respeito tirar dúvidas, através de chat, e-mails, telefone ou ainda outros meios de comunicação.

O MEC já normatizou os cursos à distância através da Lei 9.394/96, Decreto 2.494/98 – que regulamenta o artigo 80 da LDB; decreto 2.561/98 – que altera a redação dada nos arts. 11 e 12 do Decreto 2.494/96; Portaria 301/98 do Ministério da Educação; Resolução CES/CNE nº.1 de 03/04/2011; Parecer CES/CNE 908/98; Parecer CNE/CES nº.617/99; Portaria 612/99 e Portaria 514/2001.

Com a estrutura local dada pelo MEC não só o sistema educacional absorveu o ensino à distância, como as escolas e faculdades particulares exploram economicamente esse mercado, que naturalmente se abriu dadas demanda existente.

A educação a distância abriu ainda frente para vários produtos e, conseqüentemente, oportunidades de negócios para empreendedores, assim como oportunidade de acesso para toda sociedade melhorar sua qualidade de vida.

Essas análises nos remetem a condição social do sujeito alfabetizado, leitor, dado que gera polêmica sobre a inclusão por meio da tecnologia, questão em pauta nesse estudo.

Quando se fala em alfabetização as pessoas loco relacionam a denominação ao aprendizado de ler e escrever, já o letramento nos remete a imaginar o algo a mais em termos de conhecimento e aprendizagem. Na verdade o letramento é o estudo do alfabetizado que passa a desenvolver a técnica de escrever, ler, entender e se expressar sobre o que está escrito no contexto da situação ou do ambiente, logo o alfabetizado passa a entender e a explicar o sentido das palavras e quando não o sabe, procura pesquisar e desenvolver um estudo sobre o termo utilizado no contexto em que está sendo empregado. Busca ainda, para um entendimento maior, a origem da palavra. Importante salientar, que o individuo para entrar no universo do letramento, precisa apropriar-se do hábito de ler e de pesquisar.

É de conhecimento público que o brasileiro não tem o hábito de ler, logo a dificuldade em escrever ou até mesmo expressar-se com termos corretos na hora e contexto certo, é muito maior.

Embora pareça antagônico a pessoa para ser letrada não necessariamente precisa ser alfabetizada, a Profª. Magda Becker Soares, professora titular da

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Faculdade de Educação da UFMG coloque com muita propriedade em seu artigo, O QUE É LETRAMENTO publicado no Diário de Santo André, que: “Há aqueles que sabem como deveria ser aplicada a escrita, porém não são alfabetizados. “Como no filme Central do Brasil – alguns personagens conheciam a carta, mas não podiam escrevê-la por serem analfabetos. Eles ditavam a carta dentro do gênero, mesmo sem saber escrever. A personagem principal, a Dora (interpretada pela atriz Fernanda Montenegro), era um instrumento para essas pessoas letradas, mas não alfabetizadas, usarem a leitura e a escrita.”

Logo, chegamos à conclusão que o letramento é a capacidade do indivíduo interpretar e aplicar, por exemplo, a leitura de um mapa, a fórmula matemática de um determinado sistema, ou seja, ele domina o entendimento do código a ele exposto.

Importante dizer, que a escola deve se preocupar em alfabetizar letrando o aluno, ou seja, fazendo com que este além de aprender a ler e a escrever saiba utilizar-se das palavras para se expressar, podendo inclusive construir textos, preencher um requerimento ou coisa no gênero.

Letramento digital

Quanto ao letramento digital, sem a pretensão de defini-lo, podemos afirmar que é o domínio, entendimento por parte do indivíduo de interpretar, utilizar, manusear as ferramentas de hardware e software para acessar dados, informações, textos hipertextos, links, chats, blogs, sites, redes sociais, entrar na web, desenvolver aprendizado ou simplesmente conhecimento de determinados assuntos, etc. Tudo em um ambiente de mídia cibernética.

Logo, essa destreza somente pode ser desenvolvida através do uso. Dessa forma, recomenda-se que a pessoa deve ter acesso e começar a se utilizar desse ambiente para poder desenvolver seu conhecimento, afinal a prática leva a perfeição.

Naturalmente a partir do momento que o indivíduo se proponha a fazer cursos de aprendizagem que o instrua a se utilizar das ferramentas adequadas para os devidos acessos e utilização, seu domínio será muito maior, pois seu letramento digital com um aprendizado sistemático se tornará muito maior.

GALLI SOARES, ( 2006) cita a obra Life in Classrooms de Jackson, 1968, onde o mesmo afirma “que os interesses dominantes procuram dar um sabor à vida em sala de aula de tal forma que professor e aluno, através de um currículo oculto, assimilem valores que orientem para o sucesso, na verdade o ajuste ou enquadramento à sociedade.

Sobre o currículo oculto é a bagagem que o professor traz e utiliza para desenvolver seu plano de aula e que não está, necessariamente, na programação da aula ou do ensino. São conhecimentos desenvolvidos e vivenciados pelo profissional que lhe traz recursos que, ainda que sejam improvisados, lhe permitam melhorar o desempenho durante sua performance. No caso do sistema educacional e o currículo que o implementa traz subliminarmente ideologias que são passadas com determinados conteúdos, conceitos e valores de forma ocultada.

O currículo oculto diz respeito também ao comportamento, atitude social que se lhe assemelham e desenvolvem todos que estejam envolvidos e vivenciando o

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momento de transmissão de conhecimentos didáticos ou não durante uma determinada aula ou determinado curso de aprendizagem.

Em que pese não constar no plano de ensino, assim por dizer, podemos dizer que o currículo oculto atribui valor marginal no aprendizado ou no simples ambiente em que são colocados professores, alunos, colaboradores e demais envolvidos no sistema educacional e quase de forma mágica transforma o indivíduo.

As mudanças operadas pela Internet

O mundo após a internet mudou, ficou muito mais veloz, o homem da cidade e o homem rural se igualaram, a informação se espalha instantaneamente, o aqui, o ali e o lá praticamente perderam sua importância de colocação sistemática e significativa na acepção dessas palavras. Isto porque tanto faz estar aqui, ali ou lá em termos de informação dependemos, na verdade, da estruturas de comunicação cibernética, até porque, dependendo dessa estrutura, quem estiver lá pode muito bem receber informação antes mesmo de quem estiver aqui ao lado do fato ocorrido.

A rede de internet é um mundo virtual que quem entra nele, ainda que queira, não consegue sair. Hoje em dia tudo passa pela rede, eventos, compra e venda de mercadoria e serviços, notícias, possibilidades de se iniciar uma nova vida com oportunidades que aparecem via rede e assim a sociedade cibernética tornou uma realidade o que a bem pouco tempo atrás era considerado ficção.

Com esta nova realidade podemos dizer que o mundo está muito mais veloz mesmo, as coisas acontecem muito mais rapidamente, no mundo econômico ouvimos falar em dinheiro volátil, ou seja, valores que não saem fisicamente de um lugar para o outro, simplesmente são transmitidos através da internet com lastro em documentos criados para esse fim. No mundo da educação alunos se formam em bacharéis sem nunca terem estado fisicamente na instituição na qual se formou.

Logicamente que há uma exigência para se entrar nesse mundo, a pessoa tem que se letrar digitalmente, ou seja, conhecer os mecanismos, as linguagens e demais dispositivos com os quais terá que lidar para se comunicar e fazer parte do “mundo virtual”. Uma necessidade própria deste tempo em que vivemos, nesta sociedade caracterizada pelas transformações velozes.

Alguns estudiosos afirmam que nos últimos 100 anos a sociedade desenvolveu mais que nos 1000 anos que os antecederam. Realmente percebemos que a cada ano que passa é notório o desenvolvimento da sociedade, principalmente no que diz respeito à tecnologia. Podemos citar, por exemplo, a curta existência do vídeo cassete, invento formidável que exibia filmes, e que, em menos de três anos deu lugar aos DVDs, que em seguida cedeu boa parte do mercado para o blu ray player e por aí a fora. Este é apenas um exemplo dos vários produtos que a tecnologia em bem pouco tempo desenvolveu e que foram e são utilizados pelo sistema de educação atualmente.

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O Avanço tecnológico, assim como em todas as áreas profissionais e sociais, invadiu sobre maneira o sistema educacional e nem poderia ser diferente, pois as vantagens apresentadas são inúmeras e revelam um caminho sem volta. As mídias, as redes sociais, os inventos e desenvolvimento de softwares trouxeram possibilidades de se atingir um público muito maior no sistema de aprendizagem. Viabilizam e diversificam os meios de comunicação que, possibilitando o acesso à informação alcança muito mais pessoas. As pessoas, como o autor diz, se quer precisam se locomover de um ponto ao outro para ter acesso à educação.

WEB 2.0. Breve histórico

“Web 2.0 é um termo criado em 2004 pela empresa americana O’Reilly Media [1] para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a “Web como plataforma”, envolvendo wikis, aplicativos baseados em folksonomia, redes sociais e Tecnologia da Informação. Embora o termo tenha uma conotação de uma nova versão para a Web, ele não se refere à atualização nas suas especificações técnicas, mas a uma mudança na forma como ela é encarada por usuários e desenvolvedores, ou seja, o ambiente de interação e participação que hoje engloba inúmeras linguagens e motivações.

O termo Web 2.0 foi usado pela primeira vez em Outubro de 2004 pela O'Reilly Media e pela MediaLive International como nome de uma série de conferências sobre o tema, popularizando-se rapidamente a partir de então. Tratou-se de uma constatação de que as empresas que conseguiram se manter através da crise da Internet possuíam características comuns entre si, o que criou uma série de conceitos agrupados que formam o que chamamos Web 2.0.”1........

Lendo atentamente a definição acima nos deparamos em primeiro lugar com o uso e divulgação responsável desse site mundialmente conhecido.

Mas, primeiramente, o que nos interessa e nos salta aos olhos na leitura do texto acima é a informação da mudança de plataforma, linguagem, atualização de versões que estão sujeitos seus usuários. Então vejamos, dentro do atual paradigma existente no sistema de educação com a inserção da informática, os profissionais que atuam na área da educação não só têm que dominar minimamente a utilização desses ferramentais, como também atualizar-se freneticamente ao que diz respeito às suas estruturas, inventos e novas versões. Haja vista que a meses atrás para ministrar uma aula com utilização da internet era condição sine qua noon levar os alunos a um laboratório de informática. Hoje, os alunos com os seus laptops, táblets e telefones celulares 3 G dão plena condição ao professor de ministrar a aula em qualquer ambiente, inclusive na sala de aula.

Logo, o professor não pode mais se limitar ao giz e quadro negro para expor suas aulas e como todo profissional tem que se adaptar as novas tecnologias e utiliza-las

1 Referência final dada na página - Esta página foi modificada pela última vez à(s) 03h48min de 8 de agosto de 2011.

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como ferramentas. Desta forma, estará acompanhando o avanço da tecnologia, mas sem perder o conteúdo da sua aula, que de forma alguma pode ter o foco perdido. Muito pelo contrário o mais importante ainda é transmitir seu conhecimento, seus estudos, o apredizado propriamente dito. Até porque a geração cibernética já vem pronta, a velocidade do desenvolvimento tecnológica nos pegou no meio do caminho, ou seja, a grande maioria da nossa geração não teve acesso a todas as tecnologias que aí estão, mas não podemos nos render, temos sim que nos aprimorar e aprender a utilizar as ferramentas e caminhos da web e fazer deles um facilitador do apredizado dos nossos alunos.

Naturalmente interagindo com a máquina o internauta, prático ou não, acaba por ter suas possibilidades de socialização diminuídas fisicamente, mas virtualmente essas possibilidades aumentam infinitamente e a sensação de estar em contato com um número maior de pessoas, nos dá um sentimento bom de alegria e espectativas que, em minha opinião, nos tiram o sentimento de solidão. Logo, as pessoas com mais idade que sofrem de solidão, tendo acesso à internet podem amenizar esse sentimento utilizando-a para se relacionar com outras pessoas através das redes sociais, salas de bate papo e outras gincanas que a web proporciona.

Em fim, o mundo virtual é um caminho sem volta e a tendência das pessoas se locomoveram cada vez menos é cada vez maior.

Esse estudo longe de ter a pretensão de esgotar as discussões, pretende desencadear o debate sobre tecnologia e formação do docente para atender a demanda de inclusão digital entre outras questões que circundam esse tema e que nos motivam como pesquisador.

Urubatan de Almeida Ramos.

Referências Bibliográficas

Livro Educação e Comunicação – O ideal de inclusão pelas tecnologias de informação – Otimismo exacerbado e lucidez pedagógica. Soares, Suely Galli, Cortez Editora, S.P. 2006.

Profª. Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG coloque com muita propriedade em seu artigo, O QUE É LETRAMENTO publicado no Diário de Santo André publicado em 29 de agosto de 2003

Wikipédia, a enciclopédia livre – Definição e Conceito de WEB 2.0 - Esta página foi modificada pela última vez à(s) 03h48min de 8 de agosto de 2011.

WAGNER, Flávio R. Habilidade e inclusão digital – o papel das escolas. In: CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil). Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação 2009.. São Paulo, 2010, PP. 47-51.

Fonte: Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação 2009

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HTTP://cgi.br/publicacoes/artigos/artigo64.htm - em 14/10/2001

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