uréia

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UNIOESTE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CECE CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA FERTILIZANTES URÉIA Docente: Salah D. M. Hasan Acadêmica: Aline Roberta de Pauli TOLEDO- 2010

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Page 1: Uréia

UNIOESTE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CECE – CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

FERTILIZANTES

URÉIA

Docente: Salah D. M. Hasan

Acadêmica: Aline Roberta de Pauli

TOLEDO- 2010

Page 2: Uréia

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Índice

1. História e evolução ...................................................................................... 5

2. Características e usos ................................................................................. 7

3. Reações químicas ....................................................................................... 8

4. Tecnologia e tipos de processos ................................................................. 9

4.1. Sistema convencional ......................................................................... 10

4.3. Alternativas de processos ...................................................................... 11

4.3.1. Processo sem reciclo ....................................................................... 12

4.3.2. Processo com reciclo parcial de amônia .......................................... 13

4.3.3. Processo com reciclo total ............................................................... 14

4.3.3.1. Processo de reciclo total em fase aquosa da Chemical

Construction CO ..................................................................................... 15

4.3.3.2. Mavrovic Heat Recycle Process ................................................ 17

4.3.3.3. Processo ACES e ACES 21 ...................................................... 19

4.3.3.4. Processo de Montecatini: .......................................................... 23

4.4. Acabamento da uréia ............................................................................. 23

5. Problemas na fabricação de uréia ............................................................. 26

6. Características de qualidade da uréia ....................................................... 27

7. Produção brasileira e economia ................................................................ 27

Page 3: Uréia

3

Índice de Figuras

Figura 1. Fórmula química da uréia .................................................................... 8

Figura 2. Distribuição do consumo de uréia por cultura no Brasil em 2006 ....... 8

Figura 3. Produção de uréia ............................................................................. 10

Figura 4. Alternativas do processo para produção de solução aquosa de uréia

......................................................................................................................... 12

Figura 5. Fluxograma do processo de produção de uréia sem reciclo ............. 13

Figura 6. Fluxograma do processo de produção de uréia com reciclo parcial.. 13

Figura 7. Fluxograma do processo de uréia com reciclo total .......................... 15

Figura 8. Fluxograma para produção de uréia ................................................. 17

Figura 9. Mr. Mavrovic s HEAT RECYCLE UREA PROCESS ......................... 18

Figura 10. Seção de síntese do processo ACES ............................................. 20

Figura 11. Seção de síntese do processo ACES 21 ........................................ 22

Figura 12. Fluxograma do processo TEC de granulação da uréia ................... 25

Figura 13. Granulador de leito de jorro TEC..................................................... 25

Figura 14. Representação gráfica 3-D da planta de granulação TEC .............. 26

Figura 15. Evolução da matriz de consumo dos fertilizantes nitrogenados ...... 28

Figura 16. Preços referenciais da uréia- 1995/2008 (US$/ton, à vista) ............ 29

Page 4: Uréia

4

Introdução

Matéria-prima para empresas no ramo da indústria e agropecuária no

Brasil, a uréia é sintetizada a partir da amônia e do gás carbônico, sob

condição de temperatura e pressão elevadas.

A uréia é o fertilizante nitrogenado mais usado no mundo. Nos últimos

50 anos o consumo brasileiro de nitrogênio aumentou mais de mil vezes.

As unidades de produção de uréia diferem fundalmentalmente no

destino que é dado aos gases que saem do reator; umas utilizam-nos na

preparação de outros adubos nitrogenados ou de ácido nítrico; outras fazem-no

parcialmente; outras os reciclam totalmente.

Esses diferentes processos e algumas inovações serão abordadas

nesse trabalho, sendo mostradas também as características da uréia e alguns

problemas na sua fabricação.

Page 5: Uréia

5

1. História e evolução

A Uréia foi descoberta, pela primeira vez, na urina humana por Hilaire

Rouelle em 1773.

A sua síntese, realizada por Friedrich Wohler em 1828, deu ao mundo o

primeiro composto orgânico sintetizado a partir de reagentes inorgânicos. Esta

molécula foi descoberta por Wohler quando este tentava formar cianato de

amônia de maneira a prosseguir com o seu estudo sobre cianatos. Depois de

ter feito reagir cianato de platina com cloreto de amônio, um material cristalino

de cor branca foi obtido e, após análise, ficou mostrado que esse composto era

idêntico à uréia obtida através da urina.

A síntese da uréia por Wohler, em 1828, pelo aquecimento do cianato de

amônio, teve uma profunda influência sobre a química e sobre a civilização. Foi

a primeira vez que uma substância produzida por organismos vivos foi

preparada em laboratório, abrindo assim, todo o campo da química orgânica

sintética. Durante uns 100 anos, este composto, que marcou época, foi de

importância industrial relativamente pequena, e era obtido pela hidrólise ácida

da cianamida de cálcio. Em 1933, a Du Pont começou a produzi-la em Belle,

Virginia Ocidental, e até 1950 foi o único produtor americano. Existem

atualmente diversos produtores novos, usando vários processos.

As primeiras unidades de uréia utilizavam compressores alternativos

para comprimir o dióxido de carbono até a pressão de síntese e, como a

reação não se processa completamente, a amônia e o dióxido de carbono

remanescentes eram utilizados na produção de outros fertilizantes.

Em 1950 apareceram as primeiras unidades convencionais com reciclo

parcial do reagentes não convertidos e, em meados da década de 60, surgem

as unidades com reciclo total de amônia e de dióxido de carbono não reagidos;

nesta época aparecem, também, os processos com estripagem da solução de

carbamato, obtendo grande sucesso.

Durante duas décadas competiram no mercado tecnológico o processo

de reciclo total e o processo de estripagem. O primeiro destacando a

confiabilidade processo consolidado e o último salientando as vantagens que

implicam na eliminação dos múltiplos estágios de descompressão, que são

necessários no processo de reciclo total, reduzindo assim a necessidade de

Page 6: Uréia

6

energia de recompressão dos reagentes não convertidos na síntese. Ao

mesmo tempo, com a diminuição da pressão da síntese e o aumento da escala

das unidades, foi possível a utilização de compressores centrífugos de dióxido

de carbono no processo de estripagem, que redundou no desenvolvimento de

materiais e equipamentos, o que possibilitou a incorporação de compressores

centrífugos na tecnologia de reciclo total visando manter a competitividade no

mercado.

Coincidentemente, com a entrada em “domínio público”, ao expirar a

patente, do processo da Stamicarbon, baseado na estripagem com dióxido de

carbono, ficou mais confuso o estabelecimento dos limites entre o processo de

reciclo total e o de estripagem, pois os processos consolidados de reciclo total

começaram a incorporar as vantagens patrocinadas pelo processo de

estripagem.

Assim, a Toyo Engineering (Mitsu-Toatsu) apresenta o processo ACES e

a Montedinson, o processo IDR, ambos derivados de seus processos de reciclo

total, incorporando elementos do processo de estripagem.

Em todos os processos apresentados, o esforço inicial concentrou-se na

otimização dos consumos de matérias-primas, de tal maneira que não são

esperados grandes desenvolvimentos nesta área.

Posteriormente, os esforços se concentram na redução do consumo de

energia. Neste sentido, observa-se que os processos que consumiam de 1,5 a

2 t de vapor/t de uréia passaram a consumir 0,6 t de vapor/t de uréia.

A utilização do vapor de baixa qualidade, gerado em parte do processo

para satisfazer as necessidades de outras etapas (conversão em energia

mecânica) é o grande avanço nas tecnologias atuais.

De uma forma ou de outra, a maioria dos esforços associados ao

desenvolvimento da tecnologia de produção de uréia tem por objetivo melhorar

a eficiência na utilização da energia, minimizar as perdas do produto por

deterioração e o manuseio através de técnicas de granulação, recobrimento e

condicionamento.

Page 7: Uréia

7

2. Características e usos

A uréia é o adubo nitrogenado sólido de maior concentração que se

conhece. Trata-se de um produto orgânico não ionizável que tem menor

tendência para aumentar a pressão osmótica da solução do solo que os sais

amoniacais e os nitratos. As principais características deste composto podem

ser visualizadas na Tabela 1:

Tabela 1. Principais características da uréia

Cor Branco cristalino Teor de N% 45

Ponto de fusão (°C) 132,7 Densidade (g/mL) 1,335

Solubilidade (g/100mL d’água) a 25°C 119 Ponto higroscópico (umidade crítica) a 30 °C 72

A uréia é um dos produtos mais úteis feitos pela indústria química global

de hoje. Ela é:

O mais importante fertilizante nitrogenado no mundo. É um contributo

importante para o fornecimento de alimentos, especialmente no terceiro

mundo. Com 45% de nitrogênio, é a forma mais concentrada de

fertilizantes nitrogenados sólidos e, portanto, tem uma vantagem

logística sobre fertilizantes de nitrato de amônio. Ele é o preferido para

as culturas de arroz por causa de sua lenta características de liberação

de nitrogênio.

Uma das matérias-primas em resinas de uréia-formaldeído, a dominante

cola de madeira em partículas, chip e compensados.

A matéria-prima para a melamina e outras sínteses químicas.

Um aditivo de ração animal que é convertido em proteína pelos

ruminantes.

É um intermediário na fabricação do sulfamato de amônio, do ácido

sulfâmico e dos pigmentos de ftalocianina.

Como estabilizante em explosivos de nitrocelulose.

Pode ser encontrada em alguns condicionadores de cabelo e loções.

Adesivos, agentes contra encolhimento de tecidos, resinas trocadoras

de íons.

Page 8: Uréia

8

Figura 1. Fórmula química da uréia

Na Figura 2, pode-se visualizar as culturas que mais utilizam uréia como

fertilizante no Brasil.

Figura 2. Distribuição do consumo de uréia por cultura no Brasil em 2006

Fonte: Petrobrás, 2009

3. Reações químicas

Os processos industriais em uso corrente estão baseados em duas

reações:

Formação do carbamato de amônio

22432 2 NHCONHNHCO ∆H=-37000kcal/mol

Desidratação do carbamato de amônio para a formação de uréia

OHCONHNHNHCONH 222224 ∆H=100000kcal/mol

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9

A primeira reação completa-se facilmente, mas a segunda tem em geral

uma conversão de somente 40 a 70%. Uma vez que as duas reações são

reversíveis, o equilíbrio depende da temperatura, da pressão e da

concentração dos vários componentes. A razão de conversão aumenta com a

elevação de temperatura; a uréia é formada apenas na fase líquida (solução) o

que obriga a manter esta fase com calor e sob pressão. Em virtude de a

pressão aumentar rapidamente com a elevação da temperatura, as

temperaturas de reação excedem a 210 °C na prática industrial. Esta

temperatura corresponde a uma conversão de uns 0,55. Uma vez que as duas

reações combinadas são muito exotérmicas, é, em geral, necessário efetuar

um resfriamento.

Ocorre também a reação de formação de biureto:

322222 NHCONHCONHNHCONHNH

Esta reação é indesejável, não só porque reduz a produção de uréia,

mas porque biureto queima as folhas das plantas. Isto significa que a uréia que

contém altos níveis de biureto é inadequada para uso como fertilizante.

Há muitas variações do processo de fabricação de uréia, mas todos os

processos modernos prosseguem pela mesma rota química de base.

4. Tecnologia e tipos de processos

As tecnologias existentes, baseadas na reação da amônia com dióxido

de carbono, diferem fundamentalmente nas condições dos processos,

relacionadas com o equilíbrio químico da reação de síntese.

Os principais processos utilizados hoje, na produção de uréia, são os

processos de stripping oferecidos pela Stamicarbon, Snamprogetti, e Toyo

Engineering Corporation. Urea Technologies Inc. oferece um processo de

reciclagem total. Estes licenciados e Urea Casale também oferecem um

número de processo melhorias para renovar as instalações existentes com

base no baixo consumo de energia, melhoria do impacto ambiental e qualidade

do produto. Entretanto, os processos de uréia licenciados apenas estão

disponíveis por Stamicarbon, Snamprogetti, Toyo Engineering Corp (TCE), e

Uréia Technologies Inc.

Page 10: Uréia

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O processo de produção de uréia consiste em cinco etapas do

processo: síntese, decomposição (carbamato de amônio não convertido é

decomposto em amônia e dióxido de carbono), recuperação (gases liberados a

partir da etapa de decomposição são lavados com água de refrigeração, e,

geralmente, total ou parcialmente reciclados para a seção

de síntese), concentração (excesso de água é removido para produzir uréia

fundida) e acabamento (solução de uréia concentrada dos concentradores é

processada através de uma torre prilling ou granulação de uréia, ou é

cristalizada e re-derretido para produzir uréia industrial).

As tecnologias disponíveis diferem, fundamentalmente, no sistema de

eliminação do excesso de amônia e decomposição do carbamato, conforme é

apresentado na Figura 3:

Figura 3. Produção de uréia

Fonte: Cekinski, 1990

Dos vários processos industriais usados, o mais difundido atualmente é

aquele conhecido como de reciclo total, no qual toda a mistura de amônia e

dióxido de carbono é reciclada ao reator.

4.1. Sistema convencional

No sistema convencional, o carbamato de amônio é separado da uréia

produto pela redução da pressão da mistura líquida, que sai do reator de

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11

síntese, até quase a pressão atmosférica, acompanhado do aumento de

temperatura. Esta operação é feita geralmente em vários estágios, operando a

diferentes pressões.

Dentre as tecnologias existentes, as mais difundidas são a da Mitsui-

Toatsu (no Brasil, é utilizada pela Fafen), da Montedison S.A. e da Chemico.

Neste sistema, as condições em que se processa a reação química são:

temperatura de 200 a 210°C e pressões entre 200 e 250 atm. Assim, o

rendimento da conversão no reator oscila entre 68 e 75%. Estas condições

operacionais visam diminuir o reciclo dos reagentes.

4.2. Sistema de estripagem

O sistema de estripagem difere fundamentalmente do convencional, pois

utiliza um agente para ajudar a decompor o carbamato nos seus compostos;

esse agente pode ser o dióxido de carbono e/ou amônia.

Uma inovação que data de 1967 realizada pela Stamicarbon (tecnologia

utilizada no Brasil pela Fosfértil) utiliza dióxido de carbono como agente de

estripagem para ajudar na decomposição do carbamato de amônio no estágio

de decomposição de alta pressão; a pressão no reator é menor do que aquela

usada na maioria dos processos ditos convencionais, da ordem de 140 atm,

obtendo-se um rendimento de conversão entre 58 e 60%.

O processo apresentado pela Snam-Progetti utiliza amônia como agente

para estripagem. A pressão de operação da síntese é de 150 atm e o

rendimento de conversão é de 65 a 67% em dióxido de carbono.

4.3. Alternativas de processos

Os esquemas de processos propostos para produzir a solução aquosa

da uréia são divididos de acordo com o destino dado aos gases efluentes do

estágio de síntese em três grupos: (1) de uma só passagem; (2) de reciclagem

parcial; e (3) de reciclagem total. Esses grupos são apresentados na Figura 4.

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12

Figura 4. Alternativas do processo para produção de solução aquosa de uréia

Fonte: Cekinski, 1990

4.3.1. Processo sem reciclo

O processo sem reciclo é o mais simples; nele o efluente do reator é

separado em uréia (solução aquosa líquida) e uma corrente gasosa de amônia,

dióxido de carbono e vapor d’água (gerado pela decomposição do carbamato),

que não é reciclada ao reator de síntese, obtendo-se uma conversão de até

73% de dióxido de carbono e 45% em amônia. A Figura 5 apresenta um

fluxograma de tal processo.

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13

Figura 5. Fluxograma do processo de produção de uréia sem reciclo

4.3.2. Processo com reciclo parcial de amônia

No processo com reciclo parcial, parte da amônia não reagida é

reciclada ao reator, obtendo-se uma conversão de até 95% em dióxido de

carbono e 90% em amônia. O carbamato não convertido é decomposto em

amônia e dióxido de carbono e a mistura de gases é utilizada como matéria-

prima na fabricação de outros fertilizantes. A Figura 5 apresenta um fluxograma

de tal processo.

Figura 6. Fluxograma do processo de produção de uréia com reciclo parcial

Fonte: Cekinski, 1990

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14

4.3.3. Processo com reciclo total

Neste processo, toda a amônia e o dióxido de carbono são reciclados ao

reator, obtendo-se rendimento da ordem de 99,8%. Atualmente, todos os

detentores da tecnologia oferecem o processo de reciclagem total.

No processo de reciclo total, a amônia não reagida no reator e a mistura

amônia e dióxido de carbono (obtida pela decomposição do carbamato não

convertido) são recuperados e reciclados ao reator. A Figura 7 apresenta um

fluxograma de tal processo que é utilizado quando a recuperação é feita por

meio de múltiplos passos de descompressão.

Atualmente, a MItsui-Toatsu Chemical (MTC) oferece o processo TEC-

Total Recycle C-Improved e o processo Total Recycle D, a Montedison, o Total

Recycle Process e a Urea Technologies, o processo Mavrovic Heat Recycle

Process.

Quanto à recuperação, esta é efetuada com um dos reagentes (amônia

ou dióxido de carbono) em excesso; este processo é conhecido como

estripagem ou “stripping”. São relacionados, abaixo, algumas empresas e os

processos por elas utilizados.

Dutch State Mines Group (DSM) – Stamicarborn CO2 Stripping Process.

SnamProgetti – Snamprogetti NH3 Stripping Process.

Montedinson Technology – Montedinson Isobaric Double Recycle – IDR

– Process.

Mitsui-Toatsu – Advanced Process for Constant Energy Saving – ACES-

Process.

Este processo apresenta maior flexibilidade operacional que o do reciclo

parcial, pois não precisa operar em conjunto com outra fábrica que utilize a

amônia residual gerada na decomposição do carbamato não desidradatado

Uma variante tecnológica no processo, embora ainda não difundida, é

aquela que integra a produção das unidades de amônia (a partir de

hidrocarbonetos leves) e uréia, visando economia operacional de energia e

menores investimentos. Esta integração torna-se atrativa na medida em que as

faixas de pressão na síntese, geralmente utilizadas, são as mesmas; a

quantidade de dióxido de carbono produzida na unidade de amônia é

balanceada com a produção de amônia para obter a relação adequada para a

produção de uréia. Esta integração torna as unidades menos flexíveis.

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15

Neste processo, a corrente gasosa da unidade de amônia, adequada

para a síntese, contendo hidrogênio, nitrogênio e dióxido de carbono, entra no

reator de uréia, onde o dióxido de carbono reage com a amônia proveniente da

seção de síntese de amônia, formando a mistura de carbamato e uréia. A

mistura de hidrogênio e nitrogênio gasosos, livre de dióxido de carbono, é

processada na seção de síntese de amônia, formando a mistura de carbamato

e uréia. A mistura de hidrogênio e nitrogênio gasosos, livre de dióxido de

carbono, é processada na seção de síntese de amônia.

Figura 7. Fluxograma do processo de uréia com reciclo total

Fonte: Cekinski, 1990

4.3.3.1. Processo de reciclo total em fase aquosa da Chemical Construction CO

Opera a 3200 psi (220atm) e entre 360 e 380°F, cuja seqüência de

operações coordenadas é:

O NH3 líquido, na razão com excesso molar de 3,5/1, entra com o CO2

num autoclave em aço inoxidável sob a pressão de 220 atm e 186-193°C,

juntamente com o carbamato de reciclagem e com a quantidade de água

apenas suficiente para manter a solução e dissolver como carbamato todo o

CO2 presente. A conversão a uréia é cerca de 60%.

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16

A válvula de expansão abaixa a pressão da uréia e do carbamato

efluentes até cerca de 20 atm na passagem para os tubos do primeiro

decomponedor, onde a maior parte do carbamato não convertido é decomposta

pelo calor do vapor de água e o NH3 e o CO2 gasosos são separados da

solução de uréia; dessa, também é expelido pelo arraste um tanto de NH3 e de

CO2.

O efluente (solução de uréia) tem a pressão reduzida a 1 atm

manométrica antes de entrar e percorrer os tubos do decomponedor do

segundo estágio, para perder todo o NH3 e o CO2 residuais. O segundo

decomponedor é aquecido pelos vapores do primeiro, e a degasagem final é

feita com vapor de água virgem.

A solução de uréia formada, a 78%, pode ser usada in natura, ou pode

ser concentrada num evaporador a vácuo aquecido a vapor, até a pureza de

99,7%.

Esta uréia em solução concentrada é bombeada até os cabeçotes de

pulverização de uma torre de granulação (que não aparece no fluxograma),

ensacada e, assim, vendida.

Cada decomponedor fornece uma corrente gasosa de NH3 e CO2.

Os gases quentes, NH3 e CO2 + H2O, do primeiro decomponedor, são

parcialmente absorvidos numa solução diluída de carbamato do segundo

absorvedor, no lado do casco do decomponedor do segundo estágio, o que

fornece uma fonte exotérmica barata para o calor necessário à segunda

decomposição e purificação da corrente de uréia.

Os gases, NH3, CO2 e H2O, expelidos da solução de uréia nos tubos do

segundo decomponedor, entram no segundo absorvedor, onde o carbamato é

formado e bombeado para o casco do decomponedor do segundo estágio.

Adiciona-se uma pequena quantidade de água de processo ao segundo

absorvedor a fim de que o carbamato seja mantido em solução.

O excesso de NH3 gasoso que deixa o topo do segundo absorvedor

junta-se ao NH3 do topo do primeiro absorvedor, é comprimido, liquefeito e

retorna ao depósito de NH3.

O CO2 reage no segundo absorvedor com o NH3, formando com a H2O

uma solução diluída de carbamato que é bombeada do casco do segundo

absorvedor, via o segundo decomponedor, para o casco do primeiro

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17

absorvedor, onde é concentrado, indo o NH3 para o depósito e o carbamato,

como reciclo, para o autoclave.

Usa-se um mínimo de água, apenas o suficiente para reciclar como

carbamato todo o CO2 que não reagiu. Sendo mínima a quantidade de água

que entra no autoclave, o rendimento de uréia é grande. Há economia de calor

também no segundo decomponedor.

Usinas de termouréia. Nos projetos de usinas de grande porte, os

decomponedores da Figura 7 são substituídos por uma torre de decomposição

e extração a quente. Nessa torre, o carbamato é decomposto, e o amoníaco

gasoso quente e o dióxido de carbono que não reagiu são comprimidos e

retornam ao reator de uréia (autoclave). Há economia de mão-de-obra e de

equipamentos, especialmente nas grandes fabricas. O fluxograma para esse

processo pode ser visualizado na Figura 7.

Figura 8. Fluxograma para produção de uréia

Fonte: SHEREVE & BRINK,1997

4.3.3.2. Mavrovic Heat Recycle Process

O Heat Recycle Process utiliza a via convencional para produzir uréia:

formação de carbamato de amônio a partir do CO2 e NH3 e desidratação do

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18

carbamato a uréia. Mas incorpora diversas melhorias importantes. Uma

característica importante é que a maioria do calor da formação do carbamato é

recuperada no âmbito do processo através de trocadores de calor e através da

produção de vapor de baixa pressão necessário para a decomposição do

carbamato a baixa pressão e através de mais do vapor de média pressão

necessários para o decompositor de alta pressão. O reator de síntese de uréia

alcança uma conversão relativamente alta de CO2 por passe de cerca de

70%. A alta eficiência do processo é também um resultado da aplicação de um

reciclo contínuo de solução de carbamato, um analisador de solução e um

sistema de controle automatizado para balanço hídrico de controle

interno. Assim, o consumo é otimizado para um mínimo para uma razão molar

N/C no reator de síntese de uréia. Na Figura 9 pode ser visto um fluxograma do

HEAT RECYCLE UREA PROCESS.

Figura 9. Mr. Mavrovic s HEAT RECYCLE UREA PROCESS

Fonte: Urea know how

Amônia, carbamato reciclado e aproximadamente 60% da alimentação

de dióxido de carbono são carregados ao topo de um reator a 225 kg/cm²g.

Carbamato de amônio é formado dentro do reator sai da bobina na parte

inferior e flui para cima e em torno dele.

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19

4.3.3.3. Processo ACES e ACES 21

Toyo Engineering Corporation (TEC) começou a licenciar uma versão

avançada do seu processo de uréia ACES chamado "ACES 21", a ser

estabelecida com base numa estreita colaboração com a PT Pupuk Sriwidjaja

(PUSRI), na Indonésia. ACES 21 é caracterizado por um reator de terreno

plano e um condensador de carbamato vertical submerso, combinado com a

tecnologia stripping de CO2, visando tanto a redução de custos da planta e

maior economia de energia a partir do processo ACES original. A TEC também

possui a tecnologia de granulação caracterizado por único granulador de leito

fluidizado de jorro . A planta de granulação 2.000 mtpd uréia da TEC com essa

tecnologia de granulação começou a operar com sucesso em 2000,

demonstrando o seu excelente desempenho.

O principal conceito do processo ACES original é minimizar a entrada de

energia para a planta de uréia, combinando as características da solução de

processo de reciclagem e o processo de stripping, ou seja, uma alta conversão

de CO2 e alta eficiência na separação de materiais que não reagiram. O

Processo ACES reduziu drasticamente o consumo de vapor em relação ao

Total Recycle Process.

O processo ACES, garantindo a proporção molar de NH3 e CO2 (relação

N/C) de 4,0 e uma temperatura operacional de 190 ° C no reator com

conversão de CO2 de 68%. A alta conversão de CO2 diminui a energia

necessária para a decomposição de materiais não-convertidos. A bandeja

baixa de película Stripper prioritariamente destinada eficientemente decompõe

e separa carbamato de amônio e amônia em excesso em solução de síntese

de uréia do reator. A Figura 10 mostra o diagrama simplificado da seção de

síntese processo ACES.

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20

Figura 10. Seção de síntese do processo ACES

Fonte: SAKATA.

A integração de calor exclusivo entre a seção de síntese e seções

jusante reduz ainda mais a exigência de energia. MP vapor é fornecido à seção

de síntese para se decompor e separar o excesso de NH3 e carbamato no

stripper. A mistura gasosa, já passada pelo stripper, de NH3 e CO2 é enviado

para o condensador de carbamato e o calor de condensação é recuperado

pelos dois condensadores de carbamato paralelos. Um deles é utilizado para a

decomposição na seção de média pressão e o outro é para a geração de vapor

de baixa pressão a ser utilizada em baixa pressão e seções de evaporação. A

condensação de calor na seção de média pressão também é utilizada na seção

de evaporação.

O Processo ACES tem sido empregado em 13 plantas de uréia, desde a

sua primeira aplicação em 1983 (ver Tabela 2). Atualmente, 11 plantas de uréia

em cinco países têm empregado esse processo.

Tabela 2. Plantas de uso do processo ACES

Cliente País Capacidade da planta (MT/dia)

Desde

Korea Fertilizer e Coréia 600 Maio de 1983

Page 21: Uréia

21

Chemical CO.

Fertiberia S.L. Espanha 750 Outubro de

1988 Urea Fertilizer Factory

LTDA. Bangladesh 1422

Fevereriro de 1993

P.T. Pupuk Sriwidjaja Indonésia 1725 Março de

1994 P.T. Petrokimia Grasik Indonésia 1400 Maio de 1994

P.T. Pupuk Sriwidjaja Indonésia 1725 Fevereiro de

1994 Weihe Chemical

Fertilizer China 1760 Maio de 1996

Weixian Chemical Fertilizer

China 180 Janeiro de

1997

Pak-American Fertilizer Paquistão 1050 Setembro de

1998 Engro Chemical Pakistan LTDA

Paquistao 1755 Outubro de

1998 Chambal Fertilizers e

Chemicals LTDA Índia 2350

Outubro de 1999

P.T. Pupuk Iskandar Muda

Indonésia 1725 2002

P.T. Pupuk Kujang Indonésia 1725 2004

Na tecnologia de stripper de CO2, o reator, o maior e mais pesado vaso

na planta de uréia, é normalmente instalado no nível de 20-22 metros, de modo

a alimentar solução de síntese de uréia ao stripper pela gravidade. Se o reator

é instalado no nível do solo, o custo de construção civil pode ser bastante

reduzido. TCE e PUSRI desenvolveram conjuntamente este processo que

incorpora um conceito de síntese única de dois estágios compostos por:

Um condensador de carbamato vertical submerso, funcionando como

condensador de carbamato, purificador e reator de uréia primário.

Um reator vertical para completar a reação de carbamato de uréia, como

o reator secundário.

Um stripper de tipo vertical para decompor e separar carbamato e

amônia que não reagiu.

Um ejetor motivado pela amônia líquida para fornecer a força motriz

para a circulação, de modo que o reator é instalado no nível do solo e

outras embarcações são dispostas horizontalmente, bem como para

aumentar a relação N/C no reator alto o suficiente de modo a alcançar a

conversão elevada de CO2.

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A Figura 11 mostra a seção de síntese do processo ACES 21. O reator,

o stripper, o condensador de carbamato e o ejetor compõem a seção de

síntese como equipamentos principais. Amoníaco líquido é introduzido no

reator através do ejetor. A maior parte do CO2 é alimentado para o stripper e o

restante é alimentado para o reator como uma fonte de ar de passivação e uma

matéria-prima para a síntese de uréia no reator. A solução de carbamato do

condensador de carbamato é alimentada ao reator após ser bombeado pelo

ejetor que é motivado pela amônia líquida de alta pressão. A solução de uréia

deixa o reator e é alimentada ao stripper, após, essa solução de uréia é

enviada ao MP estágio de de decomposição. O gás que sai do stripper é

alimentado ao condensador de carbamato vertical submerso. NH3 e CO2 são

condensados para formar carbamato de amônio e uréia no lado do escudo do

condensador de carbamato. O calor de condensação é recuperado para gerar

vapor de baixa pressão no lado do tubo. Gás inerte, de cima do leito é enviado

ao MP fase de absorção. A força motriz para líquidos e circulação de gás no

circuito de síntese é principalmente fornecida pelo ejetor, enquanto a elevação

adequada do condensador de carbamato é por força gravitacional.

Figura 11. Seção de síntese do processo ACES 21

Fonte: SAKATA.

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4.3.3.4. Processo de Montecatini:

O processo Fauser-Montecatini foi oferecido pela Montecatini, Itália. Dois

métodos de reciclagem de líquidos foram oferecidos. Um sistema de

reciclagem de solução aquosa e um sistema de reciclagem de amônia líquida.

No processo de reciclagem aquosa a pressão utilizada foi de 2 180-

200Kg/cm²g e a temperatura era entre 180 a 190 °C.

4.4. Acabamento da uréia

A uréia é produzida sob a forma de uma solução aquosa contendo

aproximadamente 75% de uréia. Esta solução pode ser utilizada diretamente

para elaboração de fertilizantes nitrogenados líquidos (URAN), ou pode ser

concentrada para em seguida ser cristalizada na forma de cristais, pérolas ou

grânulos.

Na cristalização, a solução de uréia é concentrada até 99,3% e passa

por um cristalizador onde é evaporado o restante da água, obtendo-se os

cristais de uréia. Na perolação, a solução de uréia concentrada a 99,8%

(praticamente uréia fundida), que foi produzida pela concentração da solução

obtida na seção de síntese, é pulverizada sob a forma de pequenas gotículas

por sistemas dinâmicos ou estáticos, no topo de uma torre de altura variável

entre 40 e 90m. As gotículas, à medida que caem através de uma corrente de

ar frio ascendente, solidificam-se formando as pérolas de diâmetros variáveis

entre 2,2 e 2,5 mm, que podem ser resfriadas e tratadas com um agente

condicionador de superfície. Durante a perolação ocorre o arraste de partículas

menores do produto perolado.

Na granulação, a solução de uréia a 99% é aspergida sobre grânulos

menores em sistemas rotativos ou de leito fluidizado, obtendo-se os grânulos

do tamanho desejado; efetua-se, em seguida, a classificação onde os grânulos

fora de especificação retornam para o granulador.

Tradicionalmente, a uréia é comercializada na forma sólida como

produto perolado, as companhias detentoras de tecnologia de síntese oferecem

esse processo para acabamento. A performance do sistema de perolação tem

sido melhorada nos últimos anos, visando a proteção do meio ambiente, com a

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instalação de sistemas de abatimento de particulados que são arrastados pelo

ar, e, objetivando a melhora na resistência das pérolas.

A tecnologia de granulação requer estágios de produção mais

complexos que a tecnologia de perolação, além de utilizar mais energia, com

custos de implantação maiores e que aumentam em função da capacidade da

unidade de produção de uréia, uma vez que requerem sistemas paralelos de

granulação. Entretanto, os novos desenvolvimentos tecnológicos nesta área

permitem prever o processo de leito fluidizado de granulação. Com esta nova

tecnologia, haverá a possibilidade de granulação de uma solução de uréia com

alto conteúdo de água (2 a 4%), obtendo-se um produto dentro das

especificações do mercado, utilizando-se equipamentos menores.

A uréia granulada se destaca pelo maior diâmetro (entre 2 e 4 mm) e

uniformidade dos seus grãos, o que garante uma mistura mais homogênea nas

misturas NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), o que possibilita melhores

resultados nas culturas que utilizam esse tipo de formulação.

Outra característica importante da uréia granulada é a maior dureza dos

grãos e menor presença de finos, conferindo melhor qualidade ao produto.

Até o ano de 2000, a uréia era produzida em todo o mundo na forma

perolada. A partir de 2001, surgiram novas unidades de produção de uréia

granulada. No Brasil, a Petrobras é a única empresa a produzir o produto. A

unidade de granulação de uréia instalada em Sergipe começou a operar em

fase de teste em novembro de 2010 e tem a capacidade de produzir 600

toneladas do produto por dia. Atualmente, a unidade já opera com sua carga

total.

A Figura 12 mostra um diagrama de fluxo típico de granulação de uréia

do processo TEC. O processo de granulação de uréia consiste em três seções:

Secção de granulação;

Reciclar e seção de produtos para refrigeração;

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Remoção de pó e seção de recuperação.

Figura 12. Fluxograma do processo TEC de granulação da uréia

Fonte: SAKATA.

A Figura 13 mostra um diagrama esquemático do TEC granulador de

leito de jorro. O granulador é constituído de leito de jorro e leito fluidizado na

chapa perfurada, bicos de pulverização e duto de ar. Cada leito de jorro tem um

bico de pulverização. Grânulos de uréia reciclados são aumentados ao passar

pelo leito de jorro e leito fluidizado. A solução aquosa de uréia (> 95%) é

pulverizado no leito de jorro através de bicos de pressão.

Figura 13. Granulador de leito de jorro TEC

Fonte: SAKATA

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A Figura 14 mostra uma visão panorâmica de uma típica planta de

processo de granulação uréia TEC.

Figura 14. Representação gráfica 3-D da planta de granulação TEC

Fonte: SAKATA.

5. Problemas na fabricação de uréia

Os principais problemas na fabricação da uréia são os seguintes:

Corrosão: Controlada em parte pelo material empregado no

revestimento dos reatores (titânio, por exemplo) e pelas condições de

fabricação (introdução de pequenas quantidades de O2);

Formação de biureto: O biureto, também chamado alofanamida, se

forma por aquecimento da uréia a 150-160°C em certas fases da fabricação

como nos granuladores por evaporação; nas instalações para cristalização

apenas – formam-se quantidades menores desses produtos; evita-se a

formação excessiva de biureto diminuindo a temperatura e o tempo de

residência; em geral os limites garantidos de teor de biureto são de 0,3% no

produto cristalino e 1% nos obtidos por evaporação e granulados; a legislação

brasileira condena a uréia com mais 0,3% para aplicação foliar e mais de 1,5%

para uso no solo.

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Aproveitamento da amônia e do gás carbônico que não reagiram: É,

dentro de limites, inversamente proporcional ao custo das instalações; a

maioria das fabricas usa reciclagem total o que não deixa praticamente sobra

das matérias-primas, sendo, porem, as que exigem maiores inversões de

capital por sua complexibilidade.

6. Características de qualidade da uréia

Quanto a composição

Nitrogênio: Mínimo de 46%

Água: Máximo de 0,5%

Biureto: O teor de biureto não pode ser maior que 1,5% para aplicação

direta no solo e 0,3% para aplicação foliar

Quanto a natureza física:

Granulado, Mistura granulada e Mistura de Grânulos:

o 100% passando em peneira de 4mm (ABNT nº5)

o 5% passando em peneira de 0,5mm (ABNT nº35)

7. Produção brasileira e economia

A Petrobras desempenha importante papel no desenvolvimento da

produção de fertilizantes no país, tendo sido pioneira na produção de nitrato de

amônio, depois na produção de uréia perolada, e agora, no final deste ano,

também na produção de uréia granulada.

Em termos mundiais, nota-se que a participação dos fertilizantes

nitrogenados na matriz nitrogenada era bem equilibrada na década de 70

(Figura 15), mas ao longo das últimas décadas, devido ao melhor desempenho

da uréia em relação às outras formas nitrogenadas, houve aumento da sua

participação na referida matriz.

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Em 2006, a participação da uréia na matriz de nitrogenados tanto no

Brasil como no mundo alcançou 52%. Em 2007, a produção mundial de uréia

alcançou 134,7 milhões de toneladas de produto.

Figura 15. Evolução da matriz de consumo dos fertilizantes nitrogenados

Fonte: IPNI, 2007

As principais unidades de produção de uréia no Brasil são Fosfértil e

Petrobrás, na Tabela 3, pode-se verificar as principais unidades e as matérias-

primas utilizadas.

Tabela 3. Unidades de produção de uréia no Brasil e matérias primas utilizadas

Empresa Local Matéria prima

Fosfértil Cubatão (SP) Gás de refinaria

Araucária (PR) Resíduos asfáltico

Petrobrás Camaçari (BA) Gás natural

Laranjeiras (SE) Gás natural

A fábrica de fertilizantes da Petrobrás projetada para ser construída no

Mato Grosso do Sul começará a produzir em 2014.

A unidade, que produzirá amônia e uréia a partir de setembro de 2014, é um

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dos quatro novos investimentos da Petrobrás na área de fertilizantes para

aumentar a produção brasileira e reduzir a importação.

A instalação da fábrica será em Três Lagoas (MS) e as demais unidades serão

construídas em Uberaba (MG), Linhares (ES) e Laranjeiras (SE).

Os investimentos da Petrobrás ocorrem em meio a um plano do governo

brasileiro de deixar o país auto-suficiente em fertilizantes em um prazo de dez

anos.

A uréia granulada, até então importado em sua totalidade, irá

impulsionar o agronegócio brasileiro. Em 2005, o consumo de uréia no Brasil

foi de 2,5 milhões de toneladas. Desse total, 390 mil toneladas são de uréia

granulada, o que representa 16% do mercado. A produção anual da Petrobras

será de 180 mil toneladas, ou seja, quase metade do consumo interno. Graças

ao fortalecimento da agricultura no País, o potencial mercado de uréia

granulada é estimado em 1,2 milhão tonelada ao ano.

Na Figura 16, pode-se visualizar os preços da uréia de 1995 a 2008

Figura 16. Preços referenciais da uréia- 1995/2008 (US$/ton, à vista)

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Referências bibliográficas

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