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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Wagner H.B Verdelho Radiografia Digital na Odontologia CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Wagner H.B Verdelho

Radiografia Digital na Odontologia

CURITIBA

2011

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Estudo de Artigos sobre Radiologia Digital

CURITIBA

2011

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Wagner Hino Barata Verdelho

Estudo de artigos sobre Radiografia Digital

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de

Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do

título de especialista em Radiologia Odontológica e

Imaginologia.

Orientadora Professora Ms. Lígia. Aracema Borsato

CURITIBA

2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

Wagner H.B. Verdelho

Estudo de revisão de literatura

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção de título de Especialista em Radiologia e Imaginologia, no curso de especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia, da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde, da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 27 de Maio de 2011

Curso de Especialização Radiologia Odontológica e Imaginologia

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientadora: ___________________________________________________

Profª. Ms. Lígia Aracema Borsato

Universidade Tuiuti do Paraná

Coordenadora do Curso de Especialização em

Radiologia Odontológica e Imaginologia

Banca Examinadora: ______________________________________________

Profª. Ms. Ana Claudia Galvão de Aguiar Koubik

Universidade Tuiuti do Paraná

Coordenadora do Curso de Especialização em

Radiologia Odontológica e Imaginologia

______________________________________________

Profª. Ms. Tatiana Maria Folador Mattioli

Universidade Tuiuti do Paraná

Professora do Curso de Especialização em

Radiologia Odontológica e Imaginologia

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RESUMO

A Radiologia digital foi introduzida em 1987, em Geneve, onde o dentista e inventor Frances Francis Moyen demonstrou o primeiro sistema de radiografia digital intra-oral para a Odontologia. Neste trabalho foram apresentadas as características dos principais sistemas de captação de imagem e sua indicação em diagnóstico, baseado em trabalhos de diversos autores. A radiografia digital é um método seguro de fácil execução. As principais vantagens consistem na diminuição da dose de exposição, eliminação do processamento e na possibilidade de manipulação das imagens. A correção do contraste, brilho e a verificação de densidade óptica são alternativas viáveis com a aplicação de softwares específicos para o tratamento das imagens. O uso de subtração radiográfica digital possibilita o estudo e acompanhamento da evolução das lesões ósseas, a partir de imagens digitais obtidas de forma padronizada em diferentes períodos de tempo. Todas estas vantagens permitem melhorar a precisão do diagnóstico. Esses sistemas também apresentam desvantagem como o alto custo dos equipamentos, tomando-os restrito a utilização em centros de pesquisa, entretanto, com o avanço tecnológico espera-se que esse transtorno seja superado e os sistemas digitais se tornem acessíveis aos profissionais da área. Palavras chaves: Radiologia Digital; Imagem radiográfica; Raios-x.

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ABSTRACT

Digital radiology was introduced in 1987 in Geneva, where the dentist and inventor Francis Frances Moyen Demonstrate first digital radiography for intraoral dental. In this study we presented the characteristics of the main systems of image reception and its indication in diagnosis, based on several authors’ reviews. The digital radiography is a safe method of easy implementation capable to provide images with smaller time of exhibition. These advantages are decrease of dose exhibition, elimination of the revelation chemical process and the possibility of manipulation of images. The correction of the contrast, shine and the verification of the optical dentistry are alternative viable with the application of specific software for the image treatment. The use of radiography digital subtraction enables the study and monitoring of the evolution of bony lesions, starting from obtained digital images with standard views in different periods time. All these advantages allow to improve the accuracy of diagnosis. Those systems also present disadvantages as the high cost of the equipments, than it was restricted the use in research centers, however, with the technological progressive hoped that it’s become accessible to dentistry. Key words: Digital radiography; Digital image; X-rays.

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1.INTRODUÇÃO

Em pouco mais de um século, desde o descobrimento dos raios X,

muitas foram às evoluções pelas quais passaram os aparelhos produtores de

raios X, que se tornaram mais efetivos e precisos, bem como os filmes

radiográficos, cujo detalhe e sensibilidade permitiram uma melhor qualidade de

imagem e a redução dos efeitos biológicos. (MOYEN et al., 1989)

Com o passar do tempo, foi-se conhecendo algumas desvantagens

da radiografia convencional, como a alta dose de radiação requerida; a

variabilidade na qualidade da imagem obtida; o processamento radiográfico

longo; a utilização de produtos químicos tóxicos ao meio ambiente a

necessidade de um local próprio para o processamento radiográfico e a

impossibilidade de modificação depois de adquirida. (VERSTEEG et al., 1997)

A digitalização de radiografias é uma outra forma de se obter uma

imagem digital na prática odontológica, como forma de transição da radiografia

convencional para a radiografia digital. Há várias maneiras de converter-se a

imagem convencional para a imagem digital. A imagem digital pode ser obtida

utilizando-se uma câmara fotográfica, um scanner a laser ou um scanner de

mesa. O custo do scanner de mesa não é muito alto, podendo ser usado para

“escaneamento” de documentos no consultório odontológico. (SARMENTO,

1999)

Um dos maiores méritos das radiografias digitalizadas é a opção de

ajuste do brilho e contraste das imagens, para obtenção do máximo de

informações necessárias para elaboração do diagnóstico, permitindo que os

observadores apresentem melhor desempenho na interpretação das imagens

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que foram realçadas do que em imagens convencionais. Também em casos de

radiografias sub ou superexpostas pode-se, por meio da aplicação de

ferramentas digitais melhorar as condições de interpretação. (MOL A, 2000)

O primeiro sistema radiográfico digital lançado no mercado

odontológico foi o Radiovisiography ( Trophy, Marne la Valée, França), sendo

que atualmente existem dois conceitos no que diz respeito aos fótons-

detectores destes sistemas: o dispositivo de carga acoplado (CCD – Charge

Coupled Device) e a placa intensificadora de fósforo (PSP – Photostimulable

Phosphor Plate). (WENZEL, 2000)

Entre as vantagens da radiografia digital estão: (1) a possibilidade de

manipulação da imagem para que as informações nela contidas tornem-se

mais facilmente detectáveis, (2) a facilidade para mensurações e cálculos a

respeito de dimensões e variações de densidade, (3) a eliminação da

necessidade de câmara escura e do processamento químico, a segunda maior

causa de repetição de radiografias convencionais, (4) a redução de até 80% da

dose de a radiação utilizada para obtenção da imagem e, (5) a agilização dos

processos de arquivamento, comparações, obtenção de cópias e transmissão à

distância. (HAITER NETO et al., 2000)

A partir do momento em que as primeiras radiografias com o uso de

filme radiográfico foram digitalizadas (por meios de scanner, câmaras

fotográficas) e armazenadas em um computador, a realidade da imagem digital

então tornou uma realidade. (SALES & COSTA & NETO, 2002)

Os recursos da computação trouxeram consigo a tecnologia digital,

ocupando consultórios odontológicos primeiramente com os prontuários que

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foram substituídos por programas odontológicos computadorizados.

(CALVIELLI & MODAFOORE, 2003)

A imagem digital pode ser obtida por meio de duas formas:

diretamente através de sensores eletrônicos ou ópticos sensíveis à radiação e

indiretamente, através de radiografias convencionais que são convertidas para

o formato digital através de câmeras de vídeos ou scanners. (ABREU, 2003)

Nos últimos tempos, houve uma verdadeira revolução na Radiologia,

resultado da incessante busca da melhora da imagem radiográfica

convencional, tanto em qualidade como na redução de dose de exposição.

Esta revolução é o resultado tanto da inovação tecnológica no processo de

aquisição da imagem quanto no desenvolvimento de redes de computação

para recuperação e transmissão de imagens. (LUDLOW JB & MOL A, 2007)

O objetivo desse trabalho foi apresentar as características dos

sistemas radiográficos digitais por meio de uma revisão de literatura,

comparando os sistemas diretos e indiretos através da sua aplicação da

radiologia digital na odontologia, enfatizando sua aplicabilidade na odontologia,

vantagens e desvantagens em relação a imagem radiográfica convencional.

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2.REVISÃO DA LITERATURA

2.1 *Analógico versus Digital

O processo de formação da imagem nestes sistemas pode ser assim

explicado: ao incidir raios X no sensor, este capta a imagem em uma

disposição bidimensional de filas (horizontal) e colunas (vertical) de elementos

denominados pixels. Os números podem ser operados, isto é, somados,

subtraídos, multiplicados, divididos, comparados, impressos e enviados por

telefone ou internet. (KHADEMI, 1996)

Para obtenção da radiografia digital, é necessária a utilização de

todos os equipamentos radiográficos e convencionais, desde a técnica até a

fonte de energia utilizada para sua obtenção. Entretanto, o método de obtenção

é feito substituindo o filme e o processamento convencionais por receptores ou

sensores e um computador. Esta tecnologia permitiu um importante avanço na

ciência radiológica, vindo reforçar o valor da imagem no processo diagnostico,

tornando-a cada vez mais presente e precisa. (TAVANO, 1999)

A imagem digital é definida pelos “pixels”. Um pixel é o equivalente

digital do cristal de prata de um filme convencional e significa um simples ponto

na imagem digitalizada. A grande diferença entre os cristais de prata e os

pixels é que esses últimos são ordenadamente distribuídos sobre a tela do

computador, e sua localização, cor ou tom de cinza é representado por

números. A idéia de que uma imagem pode ser representada por uma grande

tabela de números é o processo básico digital. (SARMENTO et al., 1999)

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A quantidade possível de níveis de cinza que um pixel de uma

imagem digitalizada pode exibir é denominada alcance dinâmico. (SARMENTO

et al., 1999)

A obtenção de uma imagem radiográfica representa a interação entre

diversos elementos, entre eles um elemento tridimensional (o dente e

estruturas anexas), o feixe de elétrons convertido em radiação X e o filme

radiográfico. Com o avanço da tecnologia, começou também a corrida a

otimização do processo radiográfico. Filmes cada vez mais rápidos, mais

sensíveis a radiação e com maior capacidade de resolução espacial foram

sendo desenvolvidos, máquinas de processamento automático capazes de

disponibilizar o conjunto imagem radiográfica/filme cada vez mais rápido e

aparelhos emissores de radiação sofisticados foram lançados no mercado.

(PASLER et al., 1999)

O homem só consegue perceber 16 a 24 tons de cinza, podendo

raramente chegar a 30 ou 40. Assim, uma das aplicações do sistema digital,

que exibe uma escala de 256 tons de cinza, é a mensuração do nível de cinza

de áreas da imagem; isto significa determinar o valor numérico que

corresponde à média dos tons de cinza dos pixels em uma determinada área.

(SARMENTO et al., 1999)

O pixel é a menor unidade de informação da imagem, representa o

equivalente digital do cristal de prata das radiografias convencionais. A

caracterização da matriz e a resolução espacial são dependentes do tamanho

e número de pixels. A informação da imagem é decomposta em bits, binary

digits. (HAITER NETO et al., 2000)

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A quantidade de informação presente em cada pixel depende do

número de bits para cada byte (binary term - unidade de memória do

computador). Quando um sistema opera com 8 bits por byte, cada pixel poderá

ser representado por uma entre duzentas e cinqüenta e seis possíveis

combinações. A presença ou ausência de corrente são representados pelo

número um, ou zero, respectivamente. Assim as letras, os sons e as imagens

são codificados durante a digitalização da tomada radiográfica e o registro

radiográfico é enviado para o computador através da conversão desses bits em

sinais pela unidade digitalizadora. O computador armazena a imagem no

monitor como figuras numéricas. Quando os fótons incidem sobre a unidade de

informação da imagem, os elétrons são aprisionados, e cada pixel apresentará

um valor digital correspondente a uma tonalidade de cinza, podendo atingir 256

valores de cinza, do preto total (0) ao branco (255) correspondente ao branco

absoluto apresentando radiopacidade máxima. (SARMENTO et al., 2000)

Utiliza a seguinte classificação para os sistemas radiográficos

digitais: os que utilizam receptores de imagem na forma de placas óticas,

capturando a imagem indiretamente, e os receptores de imagem ou sensores

no estado solido, que capturam e digitalizam a imagem diretamente. (VAN DER

STELT, 2000)

Porém uma novidade recente a seguir foi uma classe de aparelhos

de raios-X que, em vez de utilizar filmes radiográficos, possuem uma placa de

circuitos sensíveis a raios-X que gera uma radiografia digital e a envia

diretamente ou indiretamente para o computador. O processo é bem mais

rápido do que a utilização de filmes, pois dispensa o processo de químico de

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revelação e fixação e obtém uma imagem instantânea no computador, além da

diminuição da radiação. (DOTTA, 2001)

Os softwares de processamento de imagem permitem manipulação

desta por meio de melhoramento, conversão negativo/positivo, zoom, ou

modos de 3-dimensões, entre outros recursos. Essa tecnologia pode ser

aplicada em varias áreas da odontologia, podendo facilitar a visualização dos

detalhes que mais interessar ao cirurgião-dentista. (FRIEDLANDER, 2002)

O filme radiográfico convencional tem sido utilizado, há muito tempo,

como a melhor opção no registro de imagens intrabucais, mas apresenta vários

inconvenientes que determinam uma busca por sua substituição. As

desvantagens de sua utilização são as altas doses de radiação requerida; a

variabilidade na qualidade da imagem obtida; o processamento radiográfico

longo; a utilização de produtos para seu processamento químico; a

necessidade de um local próprio para o processamento radiográfico; danos ao

meio ambiente e a impossibilidade de modificar a imagem depois de adquirida.

(ABREU, 2003)

Apesar dos aparelhos de raios X se enquadrarem nas normas

técnicas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a

proteção ao indivíduo frente aos raios ionizantes ainda é preocupante. A

informática surge assim, como forma de viabilizar a obtenção de imagens para

diagnóstico com uso de menor dose de radiação e menos agressão ao meio

ambiente devido à eliminação da fase de processamento radiográfico. (CRUZ

et al., 2005)

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Imagens digitais são numéricas portanto, descritas em dois modos:

em termos de distribuição espacial (pixels) e em termos de diferentes

tonalidades de cinza em cada um dos pixels. (LUDLOW JB & MOL A, 2007)

2.2 *Detectores Digitais CCD (dispositivo de carga acoplada)

As ligações covalentes do silício são quebradas pela radiação com

comprimento de onda menor que 1 µm, criando íons pares. Para coletar a

carga eletrônica produzida pela radiação incidente, um material condutor é

aplicado sobre uma fina camada isolante na superfície do silício. Esta camada

é constituída por um arranjo bidimensional de pontos. Ao se aplicar um

potencial elétrico positivo nessa área, os elétrons livres gerados pela radiação

incidente podem ser acumulados sobre esses pontos, até a saturação. As

mudanças de potencial ocorridas sobre a superfície, linha por linha, são

transmitidas ao CCD. Esses dados são, então, passados para um amplificador

que produz um sinal eletrônico analógico, que em seguida é digitalizado.

(WELANDER et al., 1993)

A qualidade da imagem radiográfica digital está associada com o

desenvolvimento tecnológico dos equipamentos de informática, especialmente

a capacidade dos sensores em captar a energia eletromagnética. O aparelho

Sens-A-Ray (Regam Medical Systems AB, Sundsvall, Sweden) representa um

desse sistema, utiliza o silício em seu sensor. Este elemento atômico apresenta

baixo peso atômico além de baixo coeficiente de absorção para fótons de

energia. (VERSTEEG et al., 1997)

A imagem digital do sistema CCD é tão eficiente quanto a imagem

nos filmes comuns na clínica odontológica. (VERSTEEG et al., 1997),

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Em 1987 surgiu o primeiro aparelho digital de imagens radiográficas

intrabucais, o RadioVisioGraphy (RVG- Trophy Radiologe, Vicennes, France).

Baseado no sistema CCD (fig. 2 a, b, c) utiliza um placa de silício para

captação da imagem. Este tem face ativa de tamanho reduzido, apesar do

volume externo ser maior que o do filme periapical. Possui um fio condutor

acoplado onde conecta esta conectado o chip ao restante do equipamento,

permitindo que a imagem seja exibida imediatamente após a sensibilização do

sensor pelos raios X. (HAITER NETO et al., 2000)

a b c

FIGURA 2. Sistemas Digitais CCD - a) RVG, b) Gendex, c) Planmeca

Fonte:a) www.procom-computer.it – b) www.gendex.com

c) www.planmeca.com

O CCD ou dispositivo de carga acoplada é um chip de silicone duro

que possui semi-condutores sensíveis à luz e a raios X. São revestidos por

uma superfície plástica rígida, apresentando em média 25 X 18

mm(QUADRADO) de área efetiva e 8mm de espessura, ligada a um

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computador através de um cabo, constituindo a parte ativa que faz a função de

filme radiográfico. (BOTELHO, 2003)

A aquisição da imagem no sistema CCD é praticamente instantânea

após a exposição aos raios X, mostrando-se de grande utilidade nos

procedimentos, endodônticos por exemplo, que requerem uma maior

velocidade na obtenção das imagens necessárias à execução do tratamento.

(WENZEL & KIRKEVANG, 2004)

2.3 *Detectores Digitais CMOS (semicondutores de óxido de metal

complementares)

As diferenças entre os sistemas no estado sólido (CCD e CMOS,

este tem sido utilizado como uma alternativa mais barata áquele) e as placas

de fósforo estão basicamente na velocidade de aquisição das imagens e na

espessura física dos receptores. Alguns poucos sistemas no estado sólido

conectam-se ao computador sem fio,via sinal de radio.(EMMOT, 2005)

A tecnologia de semicondutores de óxido de metal complementares é

a base de câmaras vídeo convencionais. Estes detectores são baseados nos

semicondutores de silício,mas são fundamentalmente diferentes dos CCDs na

forma como as cargas dos pixels são lidas. Cada pixel está isolado de seus

pixels vizinhos e é conectado diretamente a um transistor. É uma tecnologia

mais barata que a usada em construção dos CCDs. Somente um fabricante

utiliza essa tecnologia na aplicação de intra orais. (LEDLOW JB & MOL A,

2007)

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2.4 *Detectores Digitais PSP (Placa de Fósforo Fotoestimulada)

Possui uma placa intensificadora de fósforo que substitui o filme

radiográfico. (HAYKAWA et al., 1998)

Em 1994, surgiu o primeiro aparelho com sistema de

armazenamento de fósforo denominado Digora (Soredex Orion Corporation,

Helsink, Finland). Este tipo de sistema utiliza uma placa óptica de

armazenamento de fósforo ativado (PSP- Photostimulable Phosfor Plate) que é

lido através de um scanner óptico a laser, e a partir dele para o computador

(fig. 3). Ele não apresenta fio acoplado e possui dimensões semelhantes aos

filmes convencionais periapicais adulto ou infantil. (HAITER NETO et al, 2000)

FIGURA 3.

O sensor do sistema PSP é o que mais se assemelha à película

radiográfica convencional, em relação ao tamanho da face ativa, espessura e

flexibilidade, sendo o que fornece maior conforto ao paciente. (OLIVEIRA et al.,

2000)

No sistema de armazenamento, uma placa de fósforo é exposta aos

raios-X da mesma maneira que a película radiográfica, e suas dimensões são

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similares as dos filmes periapicais. Durante a exposição, a radiação é

absorvida na placa de fósforo que dá forma a uma imagem latente. A

informação contida na placa é liberada quando um feixe de laser de um

scanner (fig. 3) apropriado ilumina a placa de fósforo. A placa emite fótons de

luz, que são detectados e traduzidos em uma imagem que possa ser

processada e exibida no monitor. (HAITER NETOet al., 2000)

O receptor tipo placa de fósforo fotoestimulavel é uma placa ótica

constituída por uma base de poliéster revestida por uma camada de

flúorhalogenato de bário. Esse sistema não possui um cabo e seu tamanho e

espessura assemelha-se a um filme convencional. No entanto, é necessário

um sistema de leitura conectado a um computador o qual transforma o sinal

recebido pela placa óptica em sinal digital. Esse sistema também é conhecido

como semi-direto. (BOTELHO, 2003)

Baseado no sistema de placa de fósforo ativado, o recurso permite

uma melhor análise comparativa da radiopacidade de materiais restauradores e

endodôntico, pinos intra-radiculares, bem como modificação em estruturas

ósseas. (TAKESITA et al., 2004)

Antes da exposição, as placas PSP devem ser apagadas para

eliminar “imagens fantasmas” de exposições anteriores (sendo um tipo

diferente de imagens fantasmas associada à radiografias panorâmicas). Isto é

realizado expondo a placa a uma fonte luminosa brilhante, porém alguns

sistemas PSP possuem sistemas automáticos de luzes “apagadoras” de

placas. (LUDLOW JB & MOL A, 2007)

2.5 * Vantagens e Desvantagens

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As imagens digitais podem apresentar detalhes que não parecem em

um filme não digitalizado. (FARMAN et al., 1995)

Desde o lançamento do primeiro sistema comercial de radiografia

digital em 1987 muito tem sido discutido sobre esta modalidade no ramo do

diagnóstico por imagem. Para muitos, este seria o método ideal para obtenção

da imagem radiográfica, já que possibilitaria a formação de bancos de dados,

disponíveis indefinidamente a todos que deles precisassem, facilitaria o

controle de qualidade da imagem radiográfica bem como a manipulação desse

material por meio do computador. Com o advento comercial e propagação da

Internet, o diagnóstico multicêntrico de patologias envolvendo profissionais de

vários locais do mundo, não necessariamente presentes fisicamente em um

único local, seria enormemente facilitado graças à difusão das imagens na rede

mundial de computadores. (HAYKAWA et al., 1999)

Os sistemas de captação de imagem digital apresentam vantagens

na sua utilização em relação ao auxílio de diagnóstico: colaboram com a

preservação do meio ambiente ao dispensar o filme radiográfico e o

processamento; reduzem a dose de exposição dos pacientes aos raios-X, visto

que o sistema digital direto requer entre 5% e 50% da dose necessária nas

tomadas radiográficas convencionais e há uma maior latitude oferecida pelo

sistema de armazenamento de fósforo, com menor risco de sub ou

superexposição; proporcionam maior conforto ao paciente com a diminuição do

tempo de atendimento, uma vez que reduz o tempo gasto com a

operacionalidade da técnica por excluir o processamento; reduzem o número

de repetições que ocorrem devido a falhas de processamento; eliminam o

custo dos filmes e das soluções reveladoras e fixadoras ; obtém cópias de

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imagem sem a necessidade de novas tomadas radiográficas. (WATANABE et

al., 1999)

Outras considerações: eliminam a necessidade de espaço para

arquivo, armários, envelopes, fichas, cartões de montagem, negatoscópio;

otimizam o diagnóstico; melhoram a comunicação entre profissionais e

pacientes através da exibição da imagem na tela do monitor; agilizam a procura

das imagens, visto que elas podem ser arquivadas em pastas de forma

organizada e de fácil acesso; melhoram as imagens através de retoques,

alterando contraste e brilho, além de sua magnificação em locais específicos

ou toda a imagem; transportam as imagens para qualquer parte do mundo,

através de correio eletrônico, melhorando e agilizando a comunicação entre

profissionais. (ZÁRADE–PEREIRA, 2000)

Porém alguns autores apontam algumas desvantagens do emprego

das imagens digitais tais como: os sistemas digitais não possuem uma

qualidade de imagem totalmente satisfatória como as radiografias

convencionais, a qualidade de imagem digitalizada representa a metade da

qualidade de imagem dos filmes dos grupos D e E, custo e a manutenção do

equipamento é muito alto, ficando ainda restrito aos grandes centros de

diagnóstico por imagens; o dentista recebe apenas o resultado através de

discos ou via correio eletrônico; os sensores do sistema CCD apresentam

tamanho reduzido, seu volume é acentuado além de apresentar rigidez quando

comparado ao filme radiográfico. (FRIEDLANDER & LOVE & CHANDLER,

2002)

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Uma grande vantagem da substituição do método convencional para

o método digital seria que o método digital é simples, objetivo e rápido.

(COCLETE et al., 2003)

As vantagens dos sistemas acabam superando as desvantagens que

com o passar do tempo serão solucionadas. (WHAITES, 2003)

A ergonomia também deve ser considerada principalmente nos

sistemas CCD, pois exigem um aparato computadorizado, apresentam poucas

opções de tamanho tornando-se uma de suas grandes limitações são difíceis

de serem posicionados em bocas pequenas, e no posicionamento há muita

proximidade com o paciente por causa do fio conector do sensor, ao contrário

do sistema de placa de fósforo que não necessita dessa proximidade.

(WENZEL & KIRKEVANG, 2004)

O software que acompanha os sistemas digitais, veio também para

ajudar de uma forma geral o clínico, apresentam funções diversas funções

(brilho, contraste, negativo, zoom, etc.) (anexo1 fig. 4 a, b ,c). Entretanto alega

também que alguns sistemas apresentam maiores opções de recursos, como:

filtros digitais, ferramentas de mensurações angulares e de histograma e maior

número de formatos de arquivos para armazenamento de imagem. (GUNERI e

AKDENIZ, 2004)

Considerações clínicas devem ser estabelecidas, como por exemplo,

onde realmente os filmes em certas situações podem ser intencionalmente

danificado quando dobrado para melhor acomodar a anatomia do paciente.

Placas PSP são susceptíveis a dobrar e arranhar durante o manuseio,

induzindo danos permanentes ao receptor. O controle de infecção também é

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um cuidado a ser tomado nos receptores digitais. (LUDLOW JB & MOL A,

2007)

2.6 * Método de subtração digital de imagem

Uma radiografia de referência é transformada em imagem positiva

num computador. Depois de alinhamento e correção de contraste e de

geometria, essa radiografia é subtraída de outra e dá, como resultado, uma

diminuição das interferências de estruturas. Assim, áreas com perda ou ganho

ósseo entre as duas radiografias são mostradas em tons escuros ou claros de

cinza, respectivamente. (REEDY et al., 1991)

A utilização do recurso eletrônico de subtração radiográfica em

imagens digitalizadas tem demonstrado ser uma técnica sensível para a

detecção de pequenas alterações em tecidos duros. Na radiografia

convencional é necessária a perda de 30 a 50% de mineral para a identificação

de uma lesão óssea. (VERSTEEG, 1997)

A utilização desse recurso permite a detecção quando a perda é de

apenas 5% de mineral. (VERSTEEG, 1997)

Essa técnica permite a avaliação de diferenças entre duas

radiografias tomadas em intervalos de tempo, contanto que seja observada

uma exata reprodução geométrica. O uso da subtração de imagem depende da

reprodução da radiografia e da eficácia do programa de subtração em restaurar

variações geométricas e de contraste entre as imagens. (RAWLINSON et al.,

1999)

O sistema de subtração radiográfica digital é satisfatório para

investigações clinicas de pequenas mudanças do osso alveolar e para o

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diagnostico e monitoramento de doenças periodontais destrutivas. (anexo1, fig.

5) (RAWLINSON et al, 1999)

Imagens obtidas por subtração são apropriadas para adquirir

informação quantitativa, como comprimento, área e medidas de densidade.

Métodos usados para tais medidas variam entre a interpretação visual com

medição manual e a análise da imagem feita por computador.

Independentemente da análise técnica usada, a descoberta e a quantificação

das reais mudanças no paciente requerem que outros fatores que afetam tais

medidas sejam controlados. (LUDLOW JB & MOL A, 2007)

2.7 *Aplicação Clinica da Radiologia Digital

No diagnóstico, o objetivo do processamento da imagem é tornar a

informação relevante mais evidente para o observador, através da criação de

imagens que sejam mais propicias para a percepção visual humana, a fim de

facilitar sua interpretação. (MOL A, 2000)

Na implantodontia, a radiografia panorâmica alcança cada vez mais

papel de destaque na prática clínica. Mensurações de altura de rebordo

alveolar são estimadas com maior precisão nas radiografias panorâmicas

digitais disponíveis ao implantodontista, possibilitando um melhor planejamento

cirúrgico. (SCHULZE R, 2000)

Enfatizam outro avanço alcançado com o advento da radiografia

digital, que é a técnica de subtração radiográfica, comumente utilizada para o

diagnóstico de cárie, de doença periodontal, a visualização em relevo de

dentes e estruturas de suporte na avaliação do trauma alvéolo-dentário e a

analise computadorizada do trabeculado ósseo na detecção precoce de

doenças sistêmicas. (ALMEIDA et al., 2001)

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Os recursos de manipulação de imagem da radiologia digital podem

auxiliar no diagnóstico de lesões, tanto ósseas quanto dentarias. Diversos

recursos estão disponíveis nos softwares, como a alteração de relevo, do brilho

e do contraste da imagem, a inversão dos tons cinza, a aplicação de cores a

imagem e dos filmes que permitem o aumento da nitidez. (SOUZA, 2002)

Na endodontia avaliaram a capacidade de diversos filmes

radiográficos periapicais e imagens digitais padrão, em relevo e com inversão

de contraste na visibilidade de limas endodonticas de diferentes calibres.

Concluíram que para a visibilidade de limas de menor calibre (números 6, 8 e

10), os filmes radiográficos convencionais foram melhores do que as imagens

digitais, mas sem diferença estatisticamente significante. Entretanto, as

imagens digitais exibiram melhores resultados quanto a visibilidade de limas

numero 15, destacando-se a imagem digital com inversão de contraste. (VALE

e BRAMANTE, 2002)

As principais aplicações da Radiologia Digital na clínica odontológica

envolvem o diagnóstico de carie (utilizando diferentes filtros de imagem, que

podem aumentar a eficiência do exame), o tratamento endodôntico (em

mensurações mais exatas e melhor observação de detalhes anatômicos), a

terapia periodontal (tornando possível medidas de perda e ganho ósseo

através da subtração digital), o diagnostico de lesões no sistema

estomatognático (na obtenção de medidas e alterações de padrões de

trabeculado ósseo no estudo de doenças sistêmicas além de tornar o

acompanhamento mais preciso), o diagnóstico de fraturas e perfurações

radiculares e a ortodontia (com programa que auxiliam na cefalometria e na

analise do desenvolvimento ósseo). (BOTELHO, 2003)

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3.DISCUSSÃO

Um desses recursos é a subtração radiográfica, que tem

demonstrado ser uma técnica sensível para detecção de alterações em tecidos

duros (AUN et al., 1993). Permitindo detectar uma perda óssea de apenas 5%

de mineral em uma lesão óssea. (VERSTEEG et al., 1997) Mas é necessário

que se observe de uma exata reprodução geométrica de ambas as radiografias

na execução dessa técnica. (RAWLINSON et al., 1999)

O sensor do sistema PSP é o que mais se assemelha à película

radiográfica convencional, em relação ao tamanho da face ativa, espessura e

flexibilidade, sendo o que fornece maior conforto ao paciente. (OLIVEIRA et al,

2000)

Apesar da natural empolgação que surge quando algo mais moderno

é disponibilizado, a maioria das pesquisas demonstra que a radiografia

convencional é superior aos sistemas digitais quanto a qualidade de definição

da imagem. (FRIEDLANDER & LOVE & CHANDLER, 2002)

A autenticação dos arquivos digitais os torna imutáveis e com

validade jurídica, em âmbito nacional. Desta forma, os prontuários na

Odontologia, nos dias atuais, podem ser mantidos em arquivos eletrônicos

autenticados e guardados indefinidamente. (PEREIRA, 2003)

Porém as imagens digitais podem apresentar detalhes que não são

identificados nas radiografias convencionais (FARMAN et al., 1995), e para

(COCLETE et al., 2003) o método é simples, rápido e objetivo em relação ao

método convencional.

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Para o auxilio na visualização das imagens o software que

acompanha os sistemas digitais apresentam funções de brilho, contraste,

negativo, zoom, recursos com mensurações angulares, histograma, etc.

(GUNERI & AKDENIZ, 2004)

Estudos de (TAKESHITA et al., 2004) permitiram analisar uma

melhor análise comparativa da radiopacidade de materiais restauradores e

endodôntico, pinos intrarradiculares, bem como modificação em estruturas

ósseas.

O sensor do sistema CCD é incômodo ao paciente por ser rígido e

mais espesso que o filme padrão; além de ser conectado a um fio. Apresenta

um tamanho reduzido de sua face ativa em relação ao filme periapical padrão,

o que dificulta seu uso em determinadas especialidades da Odontologia em

que se faz necessária uma área maior de exame. Por outro lado, a aquisição

da imagem no sistema CCD é praticamente instantânea após a exposição aos

raios X, mostrando-se de grande utilidade nos procedimentos endodônticos,

que requerem uma maior velocidade na obtenção das imagens necessárias à

execução do tratamento. (WENZEL e KIRKEVANG, 2004)

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4.CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho podemos concluir que:

Que a radiografia digital é :

Um advento com potencial para ser aprimorado e substituir a

radiografia convencional;

Ferramenta de grande valia como no auxiliar diagnóstico das

afecções do complexo maxilofacial;

O uso de pequenas doses de radiação é o maior fator;

A capacidade de criação de bancos de dados e softwares;

Esforços devem ser realizados no sentido de minimizar o custo dos

sistemas de radiografia digital;

Os sistemas digitais diretos e indiretos de captação de imagem são

métodos seguros e eficazes para obtenção de imagem, possibilitam

diagnóstico de alterações ósseas da região maxilo mandibular com riqueza de

detalhes, permitindo a manipulação de brilho, contraste e obtenção de

histogramas.

Assim, torna-se necessário que o profissional conheça seus

benefícios e suas limitações para usufruir corretamente das suas propriedades

adicionais que diferem dos métodos convencionais e que vem potencializar o

papel da imagem no diagnostico.

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ANEXO

a) b)

c)FIGURA 4. Recursos de imagens – a) Pseudo-coloração, b) Textura, c) Negativo . Fonte: www.radiocefstudio.com

(Figura 3) Placa PSP gendex e conversor (scanner) Fonte: www.gendex.com

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