universidade tuiuti do parana - tcc...

39
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA CLERTON ANTONIO NASCIMENTO CAUSAS JURÍDICAS DE EXTINÇÃO DE ALIMENTOS CURITIBA 2012

Upload: ledung

Post on 27-Aug-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

CLERTON ANTONIO NASCIMENTO

CAUSAS JURÍDICAS DE EXTINÇÃO DE ALIMENTOS

CURITIBA

2012

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

1

CLERTON ANTONIO NASCIMENTO

CAUSAS JURÍDICAS DE EXTINÇÃO DE ALIMENTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito. Apresentado ao Orientador Professor Dr. Jefferson Grey Sant’anna

CURITIBA

2012

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

2

TERMO DE APROVAÇÃO

CLERTON ANTONIO NASCIMENTO

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharel no Curso

de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná

CAUSAS JURÍDICAS DE EXTINÇÃO DE ALIMENTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito. Apresentado ao Orientador Professor Dr. Jefferson Grey Sant’anna

BANCA EXAMINADORA

______________________________

Orientador

______________________________

Professor

______________________________

Professor

Aprovada em _____/_____/2012.

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

3

“ Dedico este estudo a minha mãe Hilda

Ulbrich Nascimento que sempre esteve ao

meu lado em vida, e agora in memoriam.”

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, aos colegas, aos professores e

mestres, aos familiares e a todos aqueles que

estiveram junto comigo nesta jornada,

agradeço a meu pai que sempre lutou por

seus filhos lhes ensinando o caminho do bem,

e principalmente à minha querida mãe que a

pouco nos deixou, mas que ela tenha a

certeza de que estaremos sempre com o

pensamento na educação, na honestidade, e

acima de tudo na lealdade com que sempre

devemos tratar aos irmãos.

Agradeço também à Universidade Tuiuti do

Paraná pela oportunidade que tive de realizar

este sonho de entrar para a carreira jurídica, e

pela excelente orientação que me foi dada

pelos professores desta academia, sempre

com o intuito de nos ensinar o melhor que se

tem para aprender.

Agradeço ao Mestre Professor Dr. Jefferson

Grey Sant’anna, meu orientador, pela

paciência com seu orientando.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

5

RESUMO

Tem-se como objeto as causas jurídicas da extinção dos alimentos, embasando-se no fato de que, o dever de alimentar, pode ser extinto por ato volitivo dos sujeitos da relação, alimentado e alimentante, ou quando cessar a razão de ser da motivação do devido encargo. A obrigação à prestação de alimentos é recíproca, no direito brasileiro, uma vez que se estende em toda linha reta, entre ascendentes e descendentes, e na colateral entre os irmãos, que são parentes recíprocos por sua natureza. A Súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a segurança ao filho o direito ao contraditório nos casos em que, por decorrência da idade, cessaria o direito de receber pensão alimentícia. De acordo com a Súmula, a exoneração da pensão não se opera automaticamente, quando o filho completa 18 anos. Isso depende de decisão judicial. Desta forma, deverá ser garantido o direito do filho de se manifestar sobre a possibilidade de prover o próprio sustento. Palavras- Chave: Exoneração, alimentos, alimentando, alimentante.

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

6

ABSTRACT

It has as object the legal causes of extinction of foods, basing on the fact that the duty of food, can be extinguished by volitional subject of the relationship, fed and debtor, or when the reason ceases to be the motivation because of the burden. The obligation to pay maintenance is reciprocal, under Brazilian law, since it extends straight across between ascending and descending, and the side between the brothers, relatives are reciprocal in nature. A Summary of the Superior Court of Justice (STJ) has approved safety to the child the right to adversarial in cases where, due to age, cease the right to receive alimony. According to the Summary, the removal of the pension does not operate automatically when the child turns 18. That depends on judgment. Thus, it should be guaranteed the right of the child to speak about the possibility of providing their own sustenance.

Key-words: Disclaimer, food, feeding, debtor.

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................08

1 DOS ALIMENTOS ................................................................................................10

1.1 Origem e Conceitos............................................................................................. 10

1.2 CLASSIFICAÇÃO ...............................................................................................12

1.2.1 Alimentos Naturais E Civis ..............................................................................12

1.2.2. Alimentos Próprios E Impróprios ....................................................................13

1.2.3 Alimentos atuais e futuros ...............................................................................14

1.2.4 Alimentos decorrentes da lei, vontade ou do delito .........................................15

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR .......................................16

1.3.1Reciprocidade ..................................................................................................20

1.3.2 Irrenunciabilidade ............................................................................................21

1.3.3 Irrepetibilidade .................................................................................................21

1.3.4 Imprescritibilidade ............................................................................................22

1.3.5 Impenhorabilidade ...........................................................................................23

1.3.6. Divisibilidade ..................................................................................................23

1.4 FORMAS DE CUMPRIMENTO AO DEVER ALIMETAR ....................................25

2 DA EXTINÇÃO DOS ALIMENTOS .......................................................................27

2.1 DA POSSIBILIDADE DE EXONERAÇÃO DOS ALIMENTOS ...........................29

2.2.1 Art. 1708- Contrair novas núpcias ...................................................................29

2.2.2 A questão da maioridade dos Filhos ...............................................................30

2.2.3 o Art. 1708 do CC- Indignidade .......................................................................34

3 CONCLUSÃO .......................................................................................................36

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................37

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

8

INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objeto de pesquisa as causas jurídicas da extinção dos

alimentos, embasando-se no fato de que, o dever de alimentar, pode ser extinto por

ato volitivo dos sujeitos da relação, alimentado e alimentante, ou quando cessar a

razão de ser da motivação do devido encargo, qual seja a necessidade do

alimentando.

Segundo Cahali, os alimentos, em seu significado comum, é "tudo aquilo que

é necessário à conservação do ser humano com vida", e em seu significado amplo,

"é a contribuição periódica assegurada a alguém, por um título de direito, para exigi-

la de outrem, como necessário à sua manutenção".1

Assim sendo, aborda-se assim que o direito aos alimentos, como também o

dever de alimentar, podem ser extintos por ato volitivo dos sujeitos da relação,

alimentado e alimentante, ou quando cessar a razão de ser da motivação do devido

encargo, qual seja a necessidade do alimentando.

Para a construção do presente estudo é utilizado o método científico e dentro

dele o modelo dedutivo, no qual, conforme Lakatos e Marconi 2, “... a necessidade de

explicação não reside nas premissas, mas ao contrário, na relação entre as

premissas e a conclusão”.

1 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 4 ed. rev. ampl. e atual. de acordo com o Novo Código Civil. São Paulo: RT, 2002.p.19. 2 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

9

No argumento dedutivo, para que a conclusão seja verdadeira todas as

premissas também deverão sê-lo.

Todavia, seu propósito é explicar o conteúdo das premissas levantadas sem

a ampliação do seu conteúdo para se atingir a certeza. 3

Nesta esfera, o presente trabalho monográfico é baseado na técnica de

documentação indireta abrangendo a pesquisa documental e bibliográfica em livros,

artigos de revistas, jornais, legislações e web sites que tratam do assunto em

questão de modo a comprovar todas as premissas apontadas no seu tramitar.

3 Ibidem, p.72.

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

10

1. DOS ALIMENTOS

1.1 Origem e Conceitos

No sentido jurídico, a expressão alimentos significa as importâncias em

dinheiro ou in natura, que uma pessoa se obriga, por força da lei, a prestar a outra.

Sílvio Rodrigues cita que:

[...] alimentos, em Direito, denomina-se a prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para que possa atender às necessidades da vida. A palavra tem conotação muito mais ampla do que na linguagem vulgar, em que significa o necessário para o sustento. Aqui se trata não só do sustento, como também do vestuário, habitação, assistência médica em caso de doença, enfim de todo o necessário para atender às necessidades da vida; e, em se tratando de criança, abrange o que for preciso para sua instrução.4

Aquele que recebe alimentos denomina-se alimentando, e quem os supre, por

sua vez denomina-se alimentante.

Para Yussef Said Cahali, alimentos, em seu significado comum, é "tudo

aquilo que é necessário à conservação do ser humano com vida", e em seu

significado amplo, "é a contribuição periódica assegurada a alguém, por um título de

direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção".5

Alimentos, na concepção genérica da palavra, para o Direito Civil, significa

tudo aquilo que é necessário a uma pessoa para o sustento. Inclui moradia,

alimentação, vestuário, tratamento médico, educação e instrução. O Código Civil de

1916, em seu art. 1687, ao tratar do legado de alimentos, mostra a amplitude de

sentido deste vocábulo.6

4 RODRIGUES, Sílvio. Direito civil; direito de família, v. 6, 28.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.p.88. 5 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 4 ed. rev. ampl. e atual. de acordo com o Novo Código Civil. São Paulo: RT, 2002.p.19. 6 CARNEIRO, Athos Gusmão. Ação de Alimentos e Prisão Civil, Revista de Processo 14/15.

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

11

1.2 CLASSIFICAÇÃO

1.2.1 Alimentos Naturais E Civis

Quanto à natureza, os alimentos podem ser classificados como naturais e/ou

civis.

O Código de 1916 não distinguia alimentos civis dos necessários. Porém, o novo Código o faz, no art. 1694, discriminando alimentos necessários, ao lado dos indispensáveis, permitindo ao juiz que, fixe apenas estes últimos, em determinadas situações restritivas. Assim, ao teor do art. 1.694, § 1. “Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada”; mas, conforme § 2. do mesmo artigo: “os alimentos serão apenas os indispensáveis a subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia”.

Assim sendo Carvalho Neto aborda que a doutrina cita que quando se

pretende identificar como alimentos, aquilo que é estritamente necessário para a

mantença da vida de uma pessoa, compreendendo somente a alimentação, a cura,

o vestuário, a habitação, nos limites assim do necessarium vitae, diz-se que, são

alimentos naturais; todavia, se abrangentes de outras necessidades, intelectuais e

morais, incluindo recreação do beneficiário. Frisa-se assim o necessarium personae

e fixados segundo a qualidade do alimentando e os deveres da pessoa obrigada,

diz-se que, são alimentos civis.7

1.2.2. Alimentos Próprios E Impróprios

7 CARVALHO NETO, Inácio de; FUGIE, Érica Harumi. Código Civil novo, comparado e comentado – Direito de Família. Curitiba: Juruá, 2002, v. 6, p. 240.

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

12

Conforme observa Áurea Pimentel Pereira8, os alimentos provisórios, que são

designados no artigo 40 da Lei 5.478/68, não podem ser confundidos, com os

alimentos provisionais, de que tratam os artigos 852 a 854 do Código de Processo

Civil.

A referida Desembargadora, leciona que:

[...] ao contrário do que ocorre com os alimentos provisórios, que urna vez concedidos, initio litis, são devidos até o julgamento final da ação, inclusive do recurso extraordinário (artigo 13 §3. da Lei 5.478/68), os alimentos provisionais podem ser revogados a qualquer tempo, como ocorre com as liminares concedidas nas medidas cautela;. (artigo 807 do Código de Processo Civil).9

Desta forma, ao que concerne à modalidade da prestação, os alimentos se

dividem em próprios e impróprios.

Assim sendo, os primeiros, correspondem ao cumprimento da obrigação, que

têm como conteúdo, o fornecimento daquilo que é diretamente necessário à

manutenção do beneficiário.

Já, os impróprios, têm como conteúdo, a prestação financeira e os meios

idôneos à aquisição de bens, correspondentes ao atendimento de todas as

necessidades do alimentando.

8 PEREIRA, Áurea Pimentel. Alimentos no Direito de Família e no Direito de Companheiros, 2003, p. 189. 9 Ibidem, p.190.

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

13

1.2.3 Alimentos atuais e futuros

Quanto ao momento em que os alimentos são reclamados, podem ser atuais

ou futuros.

Diz o art. 1.707 do Código Civil "... sendo o respectivo crédito insuscetível de

cessão, compensação ou penhora". Considera-se assim que somente não poder

ser cedido o direito a alimentos futuros. O crédito constituído por pensões

alimentares vencidas é considerado um crédito comum, já integrado ao patrimônio

do alienante, que logrou sobreviver mesmo sem tê-lo recebido.10

Os atuais,são postulados a partir do ajuizamento e porque o pedido já está

instruído com prova pré-constituída do pressuposto do direito (certidão de

casamento, de nascimento, etc.).

Já os futuros, são os que decorrerão da respectiva sentença, que no entanto,

quase sempre serão devidos retroativamente à citação, conforme Súmula 277 do

STJ, publicada no DJU de 16/06/03: “Julgada procedente a investigação de

paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação.”

1.2.4 Alimentos decorrentes da lei, vontade ou do delito

Em relação à causa jurídica da obrigação alimentícia, esta pode resultar da

lei, ou de uma atividade do homem.

Os alimentos resultantes da lei, são qualificados como legítimos, que são

aqueles devidos em virtude de uma obrigação legal.

10 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2010, p. 483.

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

14

Conforme escreve o mestre Yussef Said Cahali’11 “... no sistema do nosso

direito, são aqueles que se devem por direito de sangue (ex jure sanguinis), por um

veículo de parentesco ou relação de natureza familiar, ou em decorrência do

matrimônio

Todavia, os alimentos advindos de uma atividade do homem, são os

resultantes de atos voluntários ou de atos jurídicos.

Os voluntários, são os alimentos resultantes de declaração de vontade, inter

vivos ou causa mortis, inserem-se no direito das obrigações ou no direito de

sucessões, prestando-se em razão de contrato (ex. doação), ou de disposições de

última vontade (ex. testamento).

Já, os resultantes de atos jurídicos, são os alimentos destinados a indenizar

vítima de ato ilícito, por esse motivo, também chamados por alguns doutrinadores de

alimentos ressarcítórios.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR

A obrigação alimentar, por tratar-se de direito personalíssimo, não pode ser

alienado.

Citando Orlando Gomes, Yussef Said Cahali diz: “Visando preservar a vida

do indivíduo, considera-se direito pessoal no sentido de que a sua titularidade não

passa a outrem, seja por negócio jurídico, seja por fato jurídico.”

A inalienabilidade aqui tratada, refere-se em sentido amplo, isto é, o direito de

receber alimentos é intransmissível, englobando inclusive, a cessão, a compensação

11 CAHALLI, Yussef Said. Dos Alimentos, 2002, p. 22.

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

15

e a transação. Antes da regulamentação da união estável, esta era considerada

como uma união de fato, apoiada na vontade dos conviventes, sem força vinculativa,

não havendo como falar em dever familiar. A Lei 8971/94 alterou esse quadro,

introduzindo o direito á alimentos entre conviventes, direito que não se fundava no

casamento e no parentesco. Admitia até mesmo que o credor lançasse mão da Lei

5478/ 1968 para obter a tutela legal. A referida lei foi superada pela Lei 9278/96, que

trouxe nova disciplina, mantendo o direito a alimentos, admitindo-o como um dever

familiar, decorrendo do dever de assistência material recíproca.12

A obrigação à prestação de alimentos é recíproca, no direito brasileiro, uma vez que se estende em toda linha reta, entre ascendentes e descendentes, e na colateral entre os irmãos, que são parentes recíprocos por sua natureza.É razoável que assim seja. Se o pai, o avô, o bisavô, têm o dever de sustentar aquele a quem deram a vida, injusto seria que o filho, neto ou bisneto, abastado, não fosse obrigado a alimentar o seu ascendente incapaz de manter-se.13

A superveniência do diploma de 96 ocorreu pelas diversas imprecisões

contidas na Lei de 8971/94. No exame de seu art.10, caput, e parágrafo único, nota-

se que o devedor de alimentos deveria ser solteiro, separado judicialmente,

divorciado ou viúvo. Ou seja, se fosse apenas separado de fato do antigo cônjuge,

não teria possibilidade de ser devedor.

Além disso, a lei não impunha restrições quanto ao estado civil do credor,

podendo este ser casado ou somente separado de fato. Esta situação fere o

princípio da isonomia. Haveria uma conseqüência prática, como bem explicita Rainer

Czajkowski:.

12 CAHALLI, Yussef Said. Dos Alimentos, 2002, p. 22. 13 PEREIRA, A. P. Alimentos no direito de Família e no direito dos companheiros. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 43.

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

16

[...] uma pessoa em boa condição financeira que estivesse em vias de se separar da esposa, e que talvez no futuro fosse viver em concubinato com outra mulher, iria preferir apenas separar-se de fato da esposa para que, neste estado, não corresse o risco de pagar, futuramente, alimentos à nova companheira. Se houvesse filhos no casamento, a solução seria adotada até por instância da esposa, que indiretamente protegeria os filhos afastando o pai deles do perigo de pagar alimentos à eventual e futura concubina de seu marido. 14

Na verdade, a ratio legis era afastar a aplicação da lei aos casos de

concubinato adulterino. Porém, acabou por retirar o direito a alimentos de várias

relações em que o parceiro estava apto á prestá-los, mas era separado apenas de

fato de algum antigo cônjuge.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. FIXAÇÃO DE PENSIONAMENTO PROVISÓRIO. DESCABIMENTO. É descabida, no momento, a fixação de alimentos provisórios em favor do investigante. Não há verossimilhança na alegada paternidade, porquanto tudo que se sabe até agora é que o agravante manteve relações sexuais com a genitora do investigante, mas em período não esclarecido. Ademais, considerando a irrepetibilidade dos alimentos, a inexistência de qualquer elemento concreto acerca das possibilidades financeiras do investigado e o risco de prejuízo irreparável à sua família e filhos, o mais adequado é revogar os alimentos provisórios. DERAM PROVIMENTO. (Agravo de Instrumento nº 70006647747, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 11/09/2003).

A Lei 8971/94 é uma lei especial e exige prova pré-constituída da obrigação

alimentar por decorrência da relação de parentesco ou de casamento; permitindo a

fixação de alimentos provisórios. Esta tutela liminar entre companheiros é inviável

por não existir prova pré-constituída da união estável (a não ser que os conviventes

tenham feito um contrato prévio, antes de iniciar a convivência).15

14 CZAJKOWSKI, Rainer. União Livre. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2000, p.129. 15 Ibidem, p.131.

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

17

Porém na atualidade, destaca-se a decisão proferida pelo TJDFT, no sentido

de condenar ascendente:

Alimentos. Incapacidade financeira dos pais para suprir as necessidades dos menores. Obrigação subsidiária do avô, que tem condições de auxílio. Obrigação alimentar reconhecida. 1 - O avô possui legitimidade para a ação de alimentos cuja causa de pedir está assentada na insuficiência dos alimentos prestados pelos pais. 2 - De acordo com os arts. 1.696 e 1.698 do Código Civil, o av pode ser convocado a suplementar os alimentos devidos aos netos quando o encargo não é integralmente satisfeito pelos parentes diretamente obrigados. 3 - O fato de o pai dos menores pagar alimentos não inibe nem exclui a responsabilidade subsidiária do avô, desde que vislumbrada a presença dos requisitos emoldurados nos arts. 1.694, § 2º, 1.696 e 1.698 da Lei Civil. 4 - Comprovado o exaurimento da capacidade financeira dos pais e a persistência da necessidade alimentar dos menores, ao avô que ostenta condições econômicas pode ser imposta obrigação complementar. 5 - Recurso conhecido e desprovido”. (TJDF, 6ª Turma Cível, Agravo de Instrumento n.º 2007.00.2.005397-9, rel. Des. James Eduardo Oliveira, j. 11.7.2007.).16

Assim sendo, estende-se atenção ao fato de que, à exceção dos ascendentes

de primeiro grau, são os avós aqueles parentes mais próximos a quem a lei impõe a

obrigação de prestar alimentos.

CIVIL ALIMENTOS – I – O julgador, ao fixar os alimentos, deve observar as circunstâncias norteadoras do caso concreto, levando-se em conta as necessidades do alimentado, seu nível social, bem como a capacidade do alimentante, II – Tendo o apelante afirmado ter condições de pagar 50% do salário mínimo de pensão alimentícia, valor este superior ao que foi condenado, não há como se deferir seu pleito de redução do valor da condenação de 15% dos seus rendimentos brutos, deduzidos os descontos legais, para 10% de seus rendimentos líquidos. Recurso improvido. (TJDF – APC 19990410067384 – DF – 3ª T. Cív. Rel. Dês. Jeronymo de Souza – DJU 10.12.2003, p. 41).

Chama-se atenção ao fato de que a obrigação alimentar difere do dever de

sustento. Aquela funda-se no princípio da solidariedade que une os componentes de

um determinado grupo familiar, cujo dever de ajuda é recíproco e mutua. Porem,

deve estar pautada no binômio necessidade/possibilidade. O dever de sustento, por

16 VASQUEZ, André, “21 Respostas para “STJ aprova nova súmula (358)”, retirado do site: http://cafedorichard.wordpress.com/2008/08/18/stj-aprova-nova-sumula-358/. Acesso em 29 de março de 2012.

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

18

sua vez, resulta de imposição legal, é unilateral e seu cumprimento deve ser

efetuado incondicionalmente.

Assim é o caso, exemplificando do dever de sustento do pai em relação aos

seus filhos menores. Dever este decorrente do pátrio-poder, havendo posição

doutrinária no sentido de que o referido dever é sempre exigível, não importando a

situação econômica do devedor, pois o socorro ao menor assumiria contornos

supremos, até mesmo um dever sagrado.17

O dever de assistência entre pais e filhos, até 1988 só disciplinado na lei

substantiva civil, se encontra agora previsto em norma constitucional.

O artigo 229, da Carta Magna em vigor, tem a seguinte redação: os pais têm

o dever de assistir, criar e educar os filhos menores e os maiores tem o dever de

ajudar a amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Todavia, pode-se notar que, ao assim dispor, as norma constitucional deu ao

dever de assistência entre pais e filhos, uma limitação que a lei civil, à época

vigente, não consagrava.18

Isto aconteceu quando previu a obrigação de assistência dos pais aos filhos,

apenas enquanto menores, olvidando que tal dever pode eventualmente, subsistir,

em relação aos filhos maiores, inválidos ou necessitados.

A propósito do que a norma do artigo 229 da Constituição Federal se encontra

estatuído, anote-se que a imperfeição se vislumbra, quando o legislador constituinte,

de forma defeituosa, só dispôs sobre o dever de assistência, que tem os filhos

maiores em relação aos pais idosos, enfermos, ou carentes de recursos, olvidando

17 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v. 5, 22 ed. rev. e atual. de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007.p.189. 18 Ibidem.p.190.

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

19

que a necessidade de socorro e assistência nem sempre surge, apenas na velhice,

na doença e na pobreza.19

A obrigação de alimentos fundada no jus sanguinis repousa sobre o vínculo

de solidariedade que une os membros do agrupamento familiar e sobre a

comunidade de interesses, impondo aos que pertencem ao mesmo grupo o dever

recíproco de socorro.20

Os sujeitos da relação jurídico alimentar não são apenas pais e filhos,

estabelece-se do mesmo modo, uma obrigação por alimentos entre os filhos,

genitores, avós e ascendentes em grau ulterior.

1.3.1 Reciprocidade

Em primeiro lugar, a reciprocidade aparece no art. 229, da Constituição

Federal, que dispõe: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos

menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar a amparar os pais na velhice,

carência ou enfermidade.”

Ao que concerne os conceitos da reciprocidade:

Elenca-se nos Arts. 396 e 397, do CCB, a reciprocidade da obrigação de prestar alimentos. Logo, quem pode ser credor também pode ser devedor de alimentos, tudo a depender das circunstâncias que envolvem o caso concreto.Isto quer dizer que tanto os filhos podem pedir alimentos aos pais, hipótese mais comum, como os pais podem reclamá-los aos filhos e, assim por diante.21

Na mesma linha, o art. 1.696 do Código Civil, que repete, ipsis litteris, o que já

dispunha o art. 397, do Código de 1916:”O direito à prestação de alimentos e

19 PEREIRA, A.P. Alimentos no direito de família e no direito dos companheiros. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 64. 20 Ibidem, p.65. 21 RODRIGUES, Sílvio. Direito civil; direito de família, v. 6, 28.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.p.189.

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

20

recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a

obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”

Neste ponto, é de se realçar que a obrigatoriedade de prestar alimentos,

recíproca entre os parentes, só alcança os expressamente previstos em lei (Código

Civil, art. 1.694 e segs.). A relação dos obrigados é taxativa e não alcança os afins.

O parente que necessitar de alimentos, deverá observar a ordem de preferência

estabelecida em lei.

1.3.2 Irrenunciabilidade

Pereira aborda que a obrigação de alimentos não comporta renúncia,

podendo ser explicado pelo fato de estar protegida “por razões de ordem pública, na

medida em que guardam inteira relação com o direito natural de conservação da

vida, portanto, da sobrevivência do alimentando, eringindo-se, assim, em direito

indisponível.”22

O Código Civil, assim reza em seu art. 1.707: “Pode o credor não exercer,

porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito

insuscetível de cessão, compensação ou penhora.”

22 PEREIRA, Iuri de Lélis Martins. Comentários sobre a nova lei de alimentos gravídicos: Lei nº 11.804/2008. Disponível em http://www.jurisway.org.br. Acesso em 18 de fevereiro de 2012.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

21

1.3.3 Irrepetibilidade

Não são restituíveis os alimentos prestados. O que se busca com isso, é

evitar a restituição de prestações, fundada no fato de vir o alimentando obter

recursos com que possa devolver o que recebeu.23

Intransmissibilidade ativa do Direito de receber alimentos. O direito aos

alimentos é intransmissível, mesmo após a morte do alimentando.

A lei que veda tal transmissão, encontra raízes na própria natureza do direito de pedir e prestar alimentos que, repita-se, é personalíssimo, sendo, respectivamente concedido ao credor e imposto ao devedor em contemplação às suas condições pessoais, e em harmonia com o que dispõe a lei que, em numerus clausus, pessoas, em tese, legitimadas a pedir alimentos e as que podem ser demandadas a prestá-los.24

Importante destacar que, o que desaparece com o falecimento do

alimentando é o próprio direito à continuidade à prestação dos alimentos, entretanto,

continua a existir o direito dos herdeiros, de reclamar, do alimentante, o que este,

deixou de pagar em vida, ao credor da pensão.25

1.3.4 Imprescritibilidade

O Código Civil, estabelece em seu art. 206, que prescreve em dois anos, a

pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

Porém, não dispõe nenhum prazo especial, para o exercício do direito a alimentos.26

23 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v. 5, 22 ed. rev. e atual. de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007. 24 PEREIRA, Iuri de Lélis Martins. Comentários sobre a nova lei de alimentos gravídicos: Lei nº 11.804/2008. Disponível em http://www.jurisway.org.br. Acesso em 18 de fevereiro de 2012. 25 Ibidem. 26 Ibidem.

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

22

Desta forma, os princípios doutrinários formulados em tomo do direito

anterior, permitem a afirmação da inaplicabilidade do art. 205, do Código Civil, o

qual, estabelece que “a prescrição ocorre em dez anos quando a lei não lhe haja

fixado prazo menor”, podendo a ação de alimentos ser ajuizada a qualquer tempo.27

Portanto, não há que se falar em prescrição de direito de ação. A prescrição

alcança, somente, as prestações vencidas e não reclamadas dentro do biênio

estabelecido em lei.

EMENTA: DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. MENOR INCAPAZ. PRESCRIÇÃO. A prescrição é a regra (art. 189 CC 2002), inclusive nos casos de prestações alimentares; porém apresenta exceções e dentre estas encontram-se os casos em que prejudica o absolutamente incapaz. O art. 198, inciso I, do CC impede o curso da prescrição para certas ações, excepcionando, assim, a regra geral do art. 206, parágrafos e incisos, da mesma norma, os quais estipulam regras gerais para a prescrição das ações. Não há necessidade de utilização do princípio da especialidade neste caso porque não se verifica antinomia entre tais normas. Ademais, não corre a prescrição entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar (art. 197, inciso II, e art. 198, inciso I – ambos do Código Civil). Recurso conhecido e provido. Unânime.28

Desta forma, a regra geral atinente à prescrição preceitua que não corre a

prescrição contra os incapazes, ex vi do art. 198, inciso I, do CC/2002. Porém, em

se tratando de prestações alimentares, há de prevalecer a regra específica

estampada no art. 206, §2º, a qual aborda de forma específica ao que concernem

os créditos relativos a obrigações alimentícias e que dispõe que a pretensão para

haver prestações alimentares prescreve em dois anos, a partir da data em que se

vencerem. Assim sendo, pela especialidade, há de prevalecer a norma contida no

art. 206, § 2º, do CC/2002.29

27 PEREIRA, Iuri de Lélis Martins. Comentários sobre a nova lei de alimentos gravídicos: Lei nº 11.804/2008. Disponível em http://www.jurisway.org.br. Acesso em 18 de fevereiro de 2012. 28 Acórdão: Apelação Cível n. 20081010044126APC, de Brasília. Relator: Des. Waldir Leôncio Júnior. Data da decisão: 04.02.2009. 29 Ibidem.

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

23

Assim sendo, a Constituição Federal conhece da obrigação dos pais de

criarem seus filhos menores (art. 229) e, com o fim da sociedade conjugal, tal

obrigação “cristaliza-se na modalidade de pensão alimentícia. Esta obrigação

familiar é permanente e irrevogável durante todo o estado de incapacidade dos

filhos. E persiste mesmo nos casos de dissolução do casamento (art. 1.579 CC

2002).

Chama-se atenção ao status constitucional dos deveres de paternidade, cuja

inobservância não pode ser legalizada por lei inferior.

Assim, as prestações alimentares devidas de pai para filho menor

absolutamente incapaz não prescrevem. 30

1.3.5 Impenhorabilidade

As prestações alimentícias não podem ser penhoradas, isto porque, trata-se

de direito personalíssimo, destinando o respectivo crédito, à subsistência da pessoa

alimentada, que não possui recursos para viver, nem pode prover ás suas

necessidades pelo próprio trabalho.31

1.3.6. Divisibilidade

O Código Civil de 2002, reitera o princípio da divisibilidade da obrigação

alimentar, acarretando a cada devedor, de mesmo grau de parentesco, a

30 FARIAS, Cristiano C. de. Rosenvald, Nelson. Direito das famílias. 2.ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2010.p.99. 31 CHINELATO, Silmara Jurry. Comentários ao Código Civil: parte especial do direito de família. V.18.São Paulo: Saraiva, 2004.p.106.

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

24

responsabilidade pelo pagamento de sua quota-parte da dívida, que será fixada

previamente, segundo as suas possibilidades financeiras (art. 1.698).32

Ante a ausência dos pais ou a impossibilidade destes, em fornecer os

alimentos de que necessitam os filhos, os avós responderão pela obrigação

alimentar, cada qual, arcando com sua fração.

Falar que o dever alimentar não é solidário, mas divisível, a ação deve, em

tese, ser ajuizada contra todos os co-responsáveis, visando, com isso, a delimitar a

parcela de responsabilidade na dívida de cada um. Diz-se, em tese, que a ação

deverá ser ajuizada contra todos os co-responsáveis pela obrigação alimentar

porque, do contexto extraído do art. 1.698 do Código Civil, este suposto dever é, na

realidade, uma faculdade do credor de alimentos.

Ajuizada a ação de alimentos contra um dos co-responsáveis apenas, o autor

se sujeita a uma fixação da pensão alimentícia, de acordo com as possibilidades

financeiras do demandado, ou seja, a pensão alimentícia, nesta hipótese, terá por

limite as possibilidades financeiras do único demando, caso em que, fixada a pensão

em valores inferiores às necessidades do alimentando, restará a este, pleitear

eventual complementação da pensão em outra ação, autônoma, a ser ajuizada

contra os demais co-obrigados.33

Ainda a esse respeito, é importante atentar para a possibilidade jurídica do

co-obrigado à prestação de alimentos, uma vez demandado, chamar ao processo os

demais co-obrigados de mesmo grau de parentesco, em condições de concorrer no

sustento do alimentando, a fim de “dividir”, proporcionalmente e de conformidade

com as possibilidades financeiras de cada co-obrigado, o encargo alimentar,

32 |Ibidem, p.110. 33 FARIAS, Cristiano C. de. Rosenvald, Nelson. Direito das famílias. 2.ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2010.p.106.

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

25

evitando, desse modo, o risco de lhe ser imposto o ônus de suportar sozinho a

obrigação alimentar (CC, art. 1.698, parte final).34

Críticas contundentes têm sido endereçadas ao citado art. 1.698. Após

afirmar que a nova lei não especificou a figura da intervenção de terceiros sugerida,

Francisco Cahali35 lembra, com propriedade, que a ação de alimentos possui

rito especial, incompatível com as figuras da intervenção de terceiro, avessa a

incidentes processuais desta natureza, e que a inovação legal apenas irá retardar o

desfecho da lide.

O certo é que, exercida a faculdade prevista na segunda parte do art. 1.698,

do Código Civil, segundo o texto de lei, o magistrado não poderá indeferir o

chamamento ao processo dos demais co-obrigados de mesma classe a fim de

apurar as possibilidades financeiras de cada um dos co-obrigados para fixar, a

quota-parte de cada um na prestação alimentar.

1.4 FORMAS DE CUMPRIMENTO AO DEVER ALIMENTAR

As formas pelas quais é possível satisfazer a obrigação alimentar encontram-

se previstas no artigo 1.701, in verbis: “a pessoa obrigada a suprir alimentos poderá

pensionar ao alimentando, ou dar-lhe em casa hospedagem e sustento, sem

prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor”.36

No parágrafo único do mesmo artigo o legislador deixou exclusivamente ao

prudente arbítrio do juiz a fixação da forma de cumprimento da obrigação,

34 FARIAS, Cristiano C. de. Rosenvald, Nelson. Direito das famílias. 2.ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2010.p.108. 35 CAHALI, Francisco. Dos alimentos. In: Direito de Família e o Novo Código Civil. DIAS, Maria Berenice, PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.97. 36 Ibidem, p.98.

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

26

silenciando a respeito da necessidade da anuência do credor, como condição para a

autorização da forma alternativa para cumprimento da obrigação alimentar.

Todavia, há quem entenda que, como as disposições da Lei 5.468/68

permanecem em vigor, para a aplicação da forma alternativa de cumprimento da

obrigação alimentar, a prévia anuência do credor é subsistentente, mesmo na

ausência de expressa previsão nesse sentido nas normas do artigo 1.701 e seu

parágrafo único, do Código Civil de 2002.37

É o caso de Luiz Felipe Brasil Santos que afirma:

...o art. 25 da Lei n. 5.478/68 dispõe que é necessária anuência do alimentando capaz para que possa ser estipulada modalidade de prestação não pecuniária. Tal regra – embora faça remissão ao art. 403 do Código de 1916, de conteúdo quase idêntico ao art. 1.701 – por não revogada a Lei de Alimentos e por não se mostrar incompatível com o que dispõe o Novo Código, mantém-se em vigor. Na hipótese, pois, impõe-se que o Juiz ao pretender estipular essa modalidade de prestação, colha a manifestação do alimentando, que terá o direito de não anuir38.

É interessante frisar que a restrição posta na parte final do artigo 1.701 (sem

prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor) é

incompatível com o entendimento hoje pacificado no sentido de que a obrigação

alimentar em relação aos filhos não cessa com a maioridade destes.39

37 PEREIRA, A.P. Alimentos no direito de família e no direito dos companheiros. 2. ed. Rio de janeiro: Renovar, 2003, p. 25. 38 SANTOS. L.F. Os alimentos no novo Código Civil. Revista Brasileira de Direito de Família. Porto Alegre: Síntese, 2003, p. 20. 39 Ibidem, p.21.

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

27

2 DA EXTINÇÃO DOS ALIMENTOS

O direito aos alimentos, como também o dever de alimentar, podem ser

extintos por ato volitivo dos sujeitos da relação, alimentado e alimentante, ou quando

cessar a razão de ser da motivação do devido encargo, qual seja a necessidade do

alimentando.40

2.1 DA POSSIBILIDADE DE EXONERAÇÃO DOS ALIMENTOS

Segundo CC Art. 1700:

... a obrigação de prestar alimentos pode cessar em virtude da morte do alimentando, por ser um direito personalíssimo; no entanto a morte do devedor de alimentos, seja decorrente de parentesco, casamento ou união estável, ensejará a transmissibilidade da obrigação alimentar aos herdeiros do devedor, nos limites das forças da herança.

Atenta-se que a obrigação alimentar também pode ser declarada extinta, se o

binômio necessidade do alimentando e possibilidade econômica do alimentante

deixar de existir, ou seja, se os pressupostos do art. 1695 não forem evidenciados. 41

Ação ajuizada com o fim de cessar o pagamento de alimentos devido por lei.

Institui, nesse sentido, o artigo 1.699, do Código Civil:

Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. ALIMENTOS - EXONERAÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - MAIORIDADE DO ALIMENTANDO - Alimentos. Adquirindo as filhas a maioridade, incide a regra do art. 392, III, do Código Civil, ficando o pai desobrigado dos deveres previstos no art. 384 do mesmo ordenamento. Confirmação, por isso, da sentença que julgou procedente o pedido, formulado pelo pai, de exoneração da prestação alimentícia em favor das duas filhas, agora maiores e com

40 LOBO, Paulo. Família. Lei 11.698/2008.2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009.p.442. 41 Ibidem, p.505.

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

28

formação universitária. A eventual pretensão a alimentos somente poderá ser deduzida em outra ação e observados os parâmetros dos art.s 396 a 2405 do ordenamento Civilístico. Provada com a petição inicial a extinção, com a aquisição da maioridade, do pátrio-poder, dispensável afigura-se a realização de audiência, ante a inutilidade da produção de outras provas. (TJRJ - AC 1336/97 - (Reg. 040997) - Cód. 97.001.01336 - RJ - 5ª C.Cív. - Rel. Des. Humberto Manes - J. 07.08.1997)" (Informa Jurídico. Prolink Publicações. Ed. 31, Vol. I)

Ação exoneratória de sustento. Com o advento da maioridade, cessa para

o pai o dever de sustento do filho, sem necessidade de prestação jurisdicional.

Distinção entre o dever de sustento e a obrigação alimentar, seja para ascendente,

seja para descendente, desde que demonstrados em ação própria os pressupostos

do art. 399 do CC.” (TJDF, Ap. Cív., 12.981, Rel. Des. Dirceu de Paiva).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – ALIMENTOS – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – EXONERAÇÃO DE PENSÃO – GUARDA DE FATO DO FILHO COM O ALIMENTANTE – DECISÃO MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO – Vislumbra-se a presença dos requisitos autorizadores da tutela antecipada, no sentido de exonerar o agravado da obrigação de prestar alimentos, visto que restou comprovado que dois filhos alcançaram a maioridade, e apenas um, menor, está sob a guarda dele de fato”. (TJMS – AG 2003.004224-5/0000-00 – Campo Grande – 4ª T.Cív. – Rel. Des. João Batista da Costa Marques – J. 12.08.2003)

Por certo, que muitos alimentantes, veem como injusta e penosa o

pagamento desta verba, e esperam a maioridade do filho para não mais cumprir a

obrigação como quem espera a quitação de um carnê, excluindo é claro, a exceção

à regra nos casos de continuidade desta obrigação após a maioridade.

2.2.1 Art. 1708- Contrair novas núpcias

Em consonância com a redação do art. 1708 e seu parágrafo único:

Art. 1708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

29

Desta forma se o credor ao casar, ou se unir a outrem de forma a configurar a

união estável ou concubinato, perderá o direito a alimentos. Quanto ao procedimento

indigno em relação ao devedor e à atitude a ser tomada pelo mesmo quando as

hipóteses do art. 1708 estiverem evidenciadas.

EMENTA: ALIMENTOS - EXONERAÇÃO DE PENSÃO - CASAMENTO DA ALIMENTADA - DESOBRIGAÇÃO - Casamento e morte são as duas hipóteses de pronta cessação da obrigação de prestar alimentos. O pai, querendo, pode, e até deve, prestar ajuda aos filhos casados, mas legalmente, obrigação não mais tem. (TJMG - AGRAVO N° 1.0702.06.304421-9/001 - COMARCA DE UBERLÂNDIA - RELATOR: EXMO. SR. DES. FRANCISCO FIGUEIREDO - ACÓRDÃO DE 17/04/2007)

Cahali, entende que com o divórcio- e mesmo com a antecedente separação

judicial- cessa o dever de fidelidade entre os ex-cônjuges.Todavia, se a mulher tem

um estilo de vida de liberdade sexual, é presumido que esta pode sustentar-se à

própria custa ou do eventual companheiro e não mais do ex-marido. A opção da

mulher divorciada por um vida sexualmente liberada na sociedade moderna é

perfeitamente compreensível e não deve ser censurada. O que não é lícito e

moralmente tolerável é que ao ex-marido continue sendo imposta a responsabilidade

pela manutenção desta vida livre.42

2.2.2 A questão da maioridade dos Filhos

Porém, determinava o art. 9° do Código Civil de 1916: “Aos 21(vinte e um)

anos completos acaba a menoridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os

atos da vida civil.”

42 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.334.

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

30

Com o advento do atual Código Civil: “A menoridade cessa aos dezoito anos

completos, quando a pessoa fica habilitada a prática de todos os atos da vida civil”.43

Segundo Lôbo “a extinção dos alimentos nunca é definitiva, pois, à

semelhança do que ocorre com afixação dos alimentos, a decisão que a decreta não

faz coisa julgada, podendo o direito ser recriado quando a necessidade ressurgir”.44

Por mais que, seja difícil para a prole, a modificação acima, introduzida no

CC; é certo que a maioridade extingue o poder familiar, conforme dispõe o artigo

1.635, inciso LII, do referido Código: “Extingue-se o poder familiar: (...) III — pela

maioridade;...”

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE INDEFEREPEDIDO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE.AÇÃO PRÓPRIA. PETIÇÃO NOS AUTOS DA AÇÃOORIGINÁRIA. POSSIBILIDADE. Com a maioridade extingue-se o poder familiar, mas não cessa o dever de prestar alimentos, a partir de então fundado no parentesco. É vedada a exoneração automática do alimentante, sem possibilitar ao alimentado a oportunidade para se manifestar e comprovar, se for o caso, a impossibilidade de prover a própria subsistência. Diante do pedido exoneratório do alimentante, deve ser estabelecido amplo contraditório, que pode se dar: i) nos mesmos autos em que foram fixados os alimentos, ou ii) por meio de ação própria de exoneração.Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp608.371/MG, Relª Minª Nancy Andrighi)

É exatamente neste momento, em que desaparece o dever de sustento pelo

alcance da maioridade, que entra a figura da obrigação alimentar, na qual, é

importante apresentarmos novamente as devidas distinções.

Desta forma, o dever de sustento diz respeito ao filho menor, e vincula-se ao

pátrio poder; seu fundamento encontra-se no art. 231, LII, do CC, como dever de

ambos os cônjuges em relação à prole, e, no art. 233, 1V, como obrigação precípua

do genitor, de mantença da família arts. 1566, 111 e 1.568 atual Código Civil

43 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2010. 44 LOBO, Paulo. Família. Lei 11.698/2008.2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009.p.442.

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

31

brasileiro; cessa consequentemente aquele dever; termina, portanto, quando

começa a obrigação alimentar.45

A súmula nº. 358, do Superior Tribunal de Justiça, que dispõe: “O

cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à

decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos".

Súmula 358 STJ vincula as instancias inferiores a proceder à exoneração de alimentos em razão da maioridade (18 anos) somente através de um processo judicial onde o alimentante deverá provar que o alimentando dispõe de condições matérias de prover seu próprio sustento, põe fim, assim as decisões inferiores que ora e sabiamente possibilitava o contraditório e outrora impossibilitava exonerando, portanto, tal obrigação sem possibilitar o contraditório, fundado tão-somente no comando legal limpo, seco e distante dos jurisdicionados.46

No que concerne a Súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a

segurança ao filho o direito ao contraditório nos casos em que, por decorrência da

idade, cessaria o direito de receber pensão alimentícia. De acordo com a Súmula, a

exoneração da pensão não se opera automaticamente, quando o filho completa 18

anos. Isso depende de decisão judicial. Desta forma, deverá ser garantido o direito

do filho de se manifestar sobre a possibilidade de prover o próprio sustento.

Desta forma, a questão da maioridade dos filhos é uma das possibilidades de

exoneração dos alimentos, porém não é taxativo, como pode constatar-se na

jurisprudência abaixo:

ALIMENTOS. REVISIONAL. ALEGAÇÃO DE MAIORIDADE DOS BENEFICIÁRIOS. CASAMENTO DE UM DELES. REDUÇÃO NEGADA.". "A simples maioridade civil dos alimentandos não é motivo, por si só, de redução ou exoneração da verba alimentar, notadamente se o seu quantum foi fixado de maneira única, abrangendo todos os beneficiários." (Ap. Cív. nº 29.781, de Joinville, Rel. Des. Eralton Viviani, DJE nº 7.743, de 10.04.89, pág. 15). "AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS À VISTA DE MERO REQUERIMENTO DO ALIMENTANTE EM AUTOS DE EXECUÇÃO. RECURSO INCABÍVEL. DECISUM, ENTRETANTO, DECLARADO NULO DE OFÍCIO." "A ação exoneratória, com observância fiel ao princípio do contraditório, constitui-se à luz dos preceitos legais incidentes, na via própria para a desoneração do alimentante quanto à obrigação alimentar que lhe foi imposta. Nulo é o decisum que, em sede de

45 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 4 ed. rev. ampl. e atual. de acordo com o Novo Código Civil. São Paulo: RT, 2002.p.504. 46 VASQUEZ, André, “21 Respostas para “STJ aprova nova súmula (358)”, retirado do site: http://cafedorichard.wordpress.com/2008/08/18/stj-aprova-nova-sumula-358/. Acesso em 29 de março de 2012.

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

32

execução de alimentos, promovida pelo alimentário, através de carta de sentença, desonera o executado de sua obrigação, em atendimento a simples petição do mesmo, sobre a qual sequer foi ouvido o credor." (Agravo de Instrumento 97.001527-5, de Joinville, Relator Des. Trindade dos Santos, TJSC). "A maioridade do filho, que é estudante e não trabalha, a exemplo do que acontece com as famílias abastadas, não justifica a exclusão da responsabilidade do pai quanto ao amparo financeiro para os estudos." (RJTJSP 18/201). "Não obstante ter completado 21 anos e tendo emprego onde percebe pouco, necessita a filha, ainda, dos alimentos prestados pelo pai, vez que nem sempre a maioridade é capaz de desobrigar os pais, pois, se por um lado, com o atingimento dela cessa o pátrio poder, isto não implica e acarreta a imediata cessação do dever de alimentar." (RJTJMG 178/64). "Sendo o filho maior, estudante e sem emprego, tem-se-lhe reconhecido direito a alimentos pelo pai, isto por espírito de eqüidade, mas, para tanto, o descendente deverá provar que não pode trabalhar e que, consequentemente, necessita ainda do sustento paterno. Todo homem maior e capaz deve prover o próprio sustento, e, no caso do filho estudante, este deverá comprovar que em face do horário de suas aulas está impedido de trabalhar, e, assim não correndo, fica o pai exonerado da obrigação alimentar." (RT 680/174). "Ação de exoneração de alimentos. Alegada maioridade e condições de trabalho dos filhos beneficiados. Necessidade de citação dos mesmos. Anulação da sentença para que se complete a relação processual." (Ap. Cív. nº 33.368, de São José, Rel. Des. Protásio Leal, TJSC).

O pedido de alimentos pode ser formulado sem especificação do quantum

desejado pelo autor, o que poderá ser apurado durante a fase de conhecimento ou

mesmo em juízo sucessivo da execução; tal permissão não caracteriza infringência

ao artigo 286 do CPC. É que, nas ações de alimentos, as sentenças são de índoles

dispositivas ou determinativa, podendo o juiz decidir segundo as circunstancias ou

segundo a equidade, por estar revestido em certa medida de um poder

discricionário; o que ocorre por que as prestações de alimentos são dívidas de valor

e não de quantia certa.47

Assim sendo, com a maioridade cessa o pátrio-poder, mas não termina,

automaticamente, o dever desprezar os alimentos.

Pode ocorrer, todavia, que o filho maior se veja desprovido de meios para se manter, o que poderá acontecer, por exemplo, em caso de invalidez para o trabalho, ou de invencível e ocasional necessidade, originária de desemprego, doença, ruína, ou indigência, gerada pelo próprio

47 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.334.

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

33

comportamento do credor de alimentos, muitas vezes frutos de vícios e desregramentos.48

A exoneração da pensão alimentar depende de ação própria na qual seja

dada ao alimentado a oportunidade de se manifestar, comprovando, se for o caso,a

impossibilidade de prover a própria subsistência.49

2.2.3 o Art, 1708 do CC- Indignidade

Para Maria Helena Diniz:

(...) O devedor de alimentos deixará de ter tal obrigação com relação ao credor (...) se tiver procedimento indigno, em relação ao devedor, por ofendê-lo em sua integridade corporal ou mental, por expô-lo a situações humilhantes ou vexatórias, por injuriá-lo, caluniá-lo ou difamá-lo, atingindo-o em sua honra e boa fama, enfim, por ter praticado qualquer atos arrolados nos arts. 1814 e 557 do Código Civil, aplicável por analogia (nesse mesmo sentido o Enunciado n. 264 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na III Jornada de Direito Civil)". Em todos estes casos o devedor deverá pedir judicialmente, sua exoneração do encargo, sendo que "na hipótese de concubinato, haverá necessidade de demonstração da assistência material prestada pelo concubino a quem o credor de alimentos se uniu" (Enunciado n. 265 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na III Jornada de Direito Civil).50

Aborda o Código Civil, em conformidade a Constituição Federal ao que tange

à dignidade da pessoa humana, trata daquilo que seria uma afronta a esse valor, ao

estabelecer que a indignidade é causa de cessação do direito tanto à sucessão

hereditária, quanto aos alimentos.O parágrafo único do artigo 1.708, do referido

diploma legal, determina que “com relação ao credor, cessa, também, o direito a

alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor”. 51

48 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil - Direito de Família. vol. V. 16. ed. Rio de Janeiro : Forense, 2006.p.76. 49 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.336. 50 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v. 5, 22 ed. rev. e atual. de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007. p.34. 51 Ibidem, p.35.

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

34

Cita-se que os padrões sociais de comportamento indigno apresentam

conceitos vastamente subjetivos de moralidade e dignidade. Atenta-se que apenas

as suspeitas não são acatáveis, todavia o comportamento em questão deve ser

comprovado. Entregar-se à delinquência ou à prostituição são sim atitudes que

podem ensejar o requerimento da desobrigação do dever.

Desta forma, a prescrição no ordenamento jurídico brasileiro, no que

concerne ao Direito de Família, estabeleceu-se que o comportamento reprovável do

credor em relação ao devedor seria hábil a fazer cessar a obrigação deste para com

aquele. Em outra esfera o credor de alimentos que vir a adotar uma postura indigna

em relação ao devedor, o dever alimentar pode ser extinto.

Em termos jurídicos o conceito ‘alimentos’ compreende, além dos gêneros

alimentícios necessários à manutenção das funções vitais, também vestuário,

tratamento de saúde, habitação, educação, enfim, todos os recursos necessários a

uma vida digna.52

O legislador, ao dispor que a indignidade do credor levaria à perda do direito

aos alimentos, não fez referência clara a quais seriam as hipóteses de

comportamento indigno hábeis a fazer cessar esse direito, deixando a referida

norma em sentido amplo, pois o que vem a ser a indignidade.53

52 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v. 5, 22 ed. rev. e atual. de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007. p.38. 53 Ibidem, p.39.

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

35

3 CONCLUSÃO

A sociedade está em completa mudança, e como consequência estas

mudanças atingem também as estruturas jurídicas. A união conjugal, sendo ela qual

for, e que por muitas vezes não se sustenta, trouxe inúmeros problemas para o

cônjuge dependente quando esta união era desfeita, desta forma criaram-se leis

para proteger o lado mais frágil da relação e que este lado tivesse proventos para o

seu sustento, se comprovado fosse a sua necessidade. Foi dado o nome de

“alimentos” aos suprimentos diversos para que a parte dependente pudesse ter uma

vida digna ao menos.

O conceito pertinente aos alimentos, engloba além dos gêneros alimentícios

necessários à manutenção das funções vitais, também vestuário, tratamento de

saúde, habitação, educação, enfim, todos os recursos necessários a uma vida digna.

Contudo, é possível observar que existem desagregação entre os vínculos

familiares, abandonos, e até mesmo atos ilícitos que ferem os direitos de

alimentantes e de alimentados, são conflitos que podem e causam a extinção da

obrigação de prestar alimentos. Logicamente existem recursos judiciais para

resolver o que é de direito no caso de manutenção ou de extinção dos alimentos.

Inclui-se aí a necessidade de quem pede com a possibilidade de quem paga.

Mesmo que no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal trate da dignidade da

pessoa humana, devemos conhecer da possibilidade de cumprir este propósito pela

outra parte, que muitas vezes não consegue a manutenção da própria vida, vindo a

merecer a proteção de outros. Ainda sobre este artigo da Constituição Federal, O

Código Civil, em respeito à dignidade da pessoa humana, se mostra contrário a este

valor, quando estabelece que a indignidade é causa de cessação do direito tanto à

Page 37: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

36

sucessão hereditária, quanto aos alimentos. O parágrafo único do artigo 1.708, do

Código Civil, determina que “com relação ao credor, cessa, também, o direito a

alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor”. Obviamente que

cada caso é um caso diferente e deve ser analisado diferentemente o caso concreto.

É por este motivo que se necessita saber das hipóteses que dão causa a extinção

destes alimentos.

O direito aos alimentos, como também o dever alimentar, podem ser extintos

por ato volitivo dos sujeitos da relação, alimentado e alimentante, ou quando cessar

a razão de ser da motivação do devido encargo, qual seja a necessidade do

alimentando.

Porém mesmo ocorrendo a extinção dos alimentos nunca é um ato definitivo,

pois, à semelhança do que ocorre com afixação dos alimentos, a decisão que a

decreta não faz coisa julgada, podendo o direito ser recriado quando a necessidade

ressurgir.

É sábio para estas questões de exoneração, avaliar muito bem de forma a ser

justo, quando julgamos comportamentos que podem levar a extinção dos alimentos,

é uma tarefa delicada que poderá modificar a vida futura das partes envolvidas, pois,

uma das causa por exemplo, a ofensa, varia em função das especificidades

daqueles relacionamentos afetos. E para concluir, a justiça quando procurada para

resolver as lides destes casos de exoneração dos alimentos, que observe, que o

mais importante é encontrar soluções razoáveis, senão justas, nem que se precise

explorar os limites que a lei impõe, para garantir a efetividade dos direitos

fundamentais assegurando assim o principio da dignidade da pessoa humana.

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

37

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEVILAQUA, Clovis. Direito de família. Campinas: REd livros, 2001. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Anne Joyce Angher. 10. ed. São Paulo: Rideel, 2004. 350 p. (Coleção das leis Rideel. Série Compacta). BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei nº 8.609, de 13 de julho de 1990, de acordo com as alterações dadas pela Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991. 5. ed. rev. e atual. Brasília, DF: Senado Federal, 2003. p. 2. BRASIL. Lei n° 5.478, de 25 de julho de 1968. Dispõe sobre a ação de alimentos e dá outras providências (Com a redação dada pela Lei n° 6.014, de 27 de dezembro de 1973). Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p. 6401, 26 jul. 1968. BRASIL. Lei n° 12.004, de 29 de julho de 2009. Altera a Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p.03, 30 jul. 2009. BRASIL. Projeto de Lei n° 478 de 2007 que dispõe sobre o Estatuto do Nascituro e dá outras providências (A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou no dia 19 de maio de 2010 o substitutivo ao Projeto de Lei 478/07, que cria o Estatuto do Nascituro. Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário). Disponível em: < http://www.camara.gov.br/sileg/integras/770928.pdf>. Acesso em : Agosto de 2011. CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 4 ed. rev. ampl. e atual. de acordo com o Novo Código Civil. São Paulo: RT, 2002. _____.Dos Alimentos. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. CARNEIRO, Athos Gusmão. Ação de Alimentos e Prisão Civil, Revista de Processo 14/15. CHINELATO, Silmara Jurry. Comentários ao Código Civil: parte especial do direito de família. V.18.São Paulo: Saraiva, 2004. CZAJKOWSKI, Rainer. União Livre. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2000. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. v. 5, 22 ed. rev. e atual. de acordo com a reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007. _____. Curso de Direito Civil brasileiro.26.ed. São Paulo: saraiva, 2011. FARIAS, Cristiano C. de. Rosenvald, Nelson. Direito das famílias. 2.ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2010.

Page 39: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA - TCC On-linetcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/09/CAUSAS-JURIDICAS-DE... · 2 TERMO DE APROVAÇÃO ... Atlas, 2008. 9 No argumento dedutivo,

38

GOMES, Luiz Flávio. Prisão Civil por dívida alimentar (alguns aspectos controvertidos). Revista dos Tribunais, v. 582, São Paulo, RT, abr. 2004. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2010. LOBO, Paulo. Família. Lei 11.698/2008.2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009.p.442. MELHEIROS, Fernand; MELHEIROS, Filho, Fernando. O direito de Família e a Mulher. Rev. Dos Tribunais. São Paulo.( 88. n°766. agosto, 1999. PEREIRA, Iuri de Lélis Martins. COMENTÁRIOS SOBRE A NOVA LEI DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS: Lei nº 11.804/2008. Disponível em http://www.jurisway.org.br. Acesso em 18 de setembro de 2011. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil - Direito de Família. vol. V. 16. ed. Rio de Janeiro : Forense, 2006. PORTO, Sérgio Gilberto. Doutrina e Prática dos alimentos. 3.ed. São Paulo: RT, 2004. RODRIGUES, Sílvio. Direito civil; direito de família, v. 6, 28.ed. São Paulo: Saraiva, 2010. VASQUEZ, André, “21 Respostas para “STJ aprova nova súmula (358)”, retirado do site: http://cafedorichard.wordpress.com/2008/08/18/stj-aprova-nova-sumula-358/. Acesso em 29 de março de 2012.