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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM EQUOTERAPIA JULIANA FRANCIOSI SCHMITT TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS E PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PÓS-GRADUAÇÃO EM EQUOTERAPIA

JULIANA FRANCIOSI SCHMITT

TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS E PESSOAS COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO

CURITIBA

2015

JULIANA FRACIOSI SCHMITT

TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS E PESSOAS COM TRANSTORNO

DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO

Artigo apresentado à Pós-

Graduação de Equoterapia da

Universidade Tuiuti do Paraná,

como requisito à obtenção do

título de Especialista.

Orientadora: Profª Vandete Lima

CURITIBA

2015

¹ Juliana Franciosi Schmitt, Psicóloga graduada em 2012 pela Universidade de Passo Fundo

(UPF) em Passo Fundo (RS) e Pós-graduanda em Equoterapia pela Universidade Tuiuti do

Paraná (UTP) em Curitiba (PR).

E-mail: [email protected]

² Vandete Lima, Mestra em Educação Física e Pedagoga, Professora da Secretaria de

Educação do DF.

TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS E PESSOAS COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA:

Uma revisão

Juliana Franciosi Schmitt¹

Profᵃ Orientadora Vandete Lima²

RESUMO: Este artigo tem como objetivo identificar por meio de revisão

bibliográfica a ação das propostas de terapia assistida por animais (TAA) entre

elas a equoterapia em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A

informação foi buscada nos principais bancos de dados: ScienceDirect,

MEDLINE, PsycINFO, EBSCO, CINAHL e SAGE, entre julho e agosto de 2014,

usando os descritores terapia assistida por animais e autismo, atividade

assistida por animais e autismo, pet terapia e autismo, zooterapia e autismo,

animal assisted therapy and autism, pet therapy and autism, zootherapy and

autism, equoterapia e autismo, hippotherapy and autism e horseback riding and

autism. Três artigos enquadraram-se nos critérios de inclusão. A pesquisa

sugere que a TAA é eficaz no tratamento de alguns sintomas do TEA.

Descobriu-se que a TAA proporciona tanto melhoras físicas quanto melhoras

cognitivas e sociais nestes indivíduos. Deve-se realizar mais pesquisa para

elucidar a influência dos animais nestas mudanças, a fim de aprofundar o

conhecimento e reconhecer todo o potencial terapêutico desta prática, para que

seja possível desenvolver melhorias e potencializar sua eficácia.

PALAVRAS-CHAVE: Terapia Assistida por Animais. Equoterapia. Transtorno

do Espectro Autista.

ABSTRACT: This article aims to identify through literature review the action of

animal assisted therapy (AAT) and hippotherapy in individuals with autistic

spectrum disorder (ASD). The information was sought in the main databases:

ScienceDirect , MEDLINE, PsycINFO , EBSCO , CINAHL and SAGE, between

July and August 2014 , using the descriptors animal assisted therapy and

autism, animal-assisted activity and autism, pet therapy and autism ,

zootherapy and autism , animal assisted therapy and autism , pet therapy and

autism , zootherapy and autism , equoterapia e autismo, hippotherapy and

autism, and horsebackriding and autism . Three articles fulfilled the inclusion

criteria. Research suggests that AAT is effective in treating some symptoms of

ASD. It has been found that AAT provides both physical and behavioral

improvement in these subjects. Should be conducted more research to

elucidate the influence of the animals in these changes in order to increase

knowledge and recognize all the therapeutic potential of this practice, so it can

develop improvements and enhance its effectiveness.

KEYWORDS: Animal Assisted Therapy. Hippotherapy. Autistic Espectrum

Disorder.

1 INTRODUÇÃO

A fim de verificar o que a literatura recente tem mostrado quanto à

intervenção de terapias assistidas por animais (TAA) e pessoas com

Transtorno do Espectro Autista (TEA), se buscou informações que pudessem

oferecer ferramentas para conduzir a análise e colaborar para o embasamento

desta escolha.

A Organização Mundial da Saúde define a saúde como um estado de

completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência

de afecções e enfermidades. Em função desta proposição, a saúde

tornou-se um direito fundamental do ser humano, que deve ser

assegurado sem distinção. Tornou-se um valor coletivo, devendo

cada um gozá-la de forma individual (não causando prejuízo a

outrem) e, solidariamente, com todos. Torna-se hodiernamente, muito

importante tratar o paciente de forma integral buscando alcançar

melhorias dentro de um ambiente que propicie sua tranquilidade e

motive-o a adesão a um possível tratamento (CRIPPA; FEIJÓ, 2014).

O TEA consiste em um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente

incomum da socialização e da comunicação bem como um repertório muito

limitado de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam

imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica

da pessoa (APA, 2003).

Um fator importante, o qual pode mudar a vida das pessoas com TEA e a

vida das pessoas que com ela convivem, é o diagnóstico precoce aliado a um

tratamento efetivo, cientificamente embasado. Para tanto, é necessário passar

por cima de antigos paradigmas e aprender a despertar e valorizar as

potencialidades, os talentos inatos de cada indivíduo. Devem-se deixar de lado

suas dificuldades, e visar sua independência, autonomia, socialização e

autorrealização (SILVA; GAIOTO; REWELES, 2012).

No intuito de elaborar um planejamento terapêutico que possibilite aguçar e

canalizar as habilidades do indivíduo com TEA é importante identificarmos suas

potencialidades, ao invés de focar no que está errado (SILVA; GAIOTO;

REWELES, 2012).

Ao receberem seus pacientes, as instituições procuram prestar a eles o

melhor tratamento possível buscando, dentro de determinados limites, respeitar

sua individualidade e, a fim de que o mesmo tenha interesse em aderir ao

tratamento indicado por seu médico, tornar sua estada agradável. Tal adesão

torna-se, se não fundamental, extremamente importante para que o êxito e a

melhora dos sintomas sejam alcançados. Conscientes desta missão, as

equipes da área da saúde unem esforços no intuito de alcançar este objetivo

sendo apoiadas também pelos familiares do paciente (CRIPPA; FEIJÓ, 2014).

O auxílio de animais devidamente treinados, já vem sendo requisitado por

alguns hospitais nacionais e internacionais, além de clínicas particulares, para

auxiliá-los nestas recuperações ou tratamentos específicos, em atividades

reconhecidas pelos profissionais da área da saúde (CRIPPA; FEIJÓ, 2014).

Os animais muitas vezes ocupam papel importante na vida humana, seja

como animais de estimação, ou como animais treinados para

acompanhamento. Ainda que com literatura limitada, pesquisas demonstram a

capacidade dos animais em atuar como curadores, indo além de seu papel de

bicho de estimação (REED; FERRER; VILLEGAS, 2012). Crianças

hospitalizadas e crianças diagnosticadas com TEA são dois grupos prevalentes

que obtiveram benefícios comprovados resultantes da TAA (CAPRILLI;

MESSERI 2006; SAMS; FORTNEY; WILLENBRING 2006; TSAI; FRIEDMAN;

THOMAS 2010; VIAU, et al., 2010). O TEA faz parte do Mental Health Gap

Action Program (Programa de ações de saúde mental) da Organização Mundial

da Saúde como condição prioritária, a qual recomenda a geração de muitas

estratégias objetivando o controle dos sintomas (TROTTER et al., 2008). Ficou

evidente que o uso da TAA melhora os comportamentos socialmente

desejáveis, tais como interesse e motivação social, bem como incrementa o

interesse social entre os participantes do programa (VIAU et al., 2010).

Em contextos de assistência à saúde, existem dois tipos de programas que

oferecem interação facilitada com animais treinados, no entanto, embora

ambos incluam a participação de animais, há algumas diferenças importantes.

A TAA é uma terapia com planos de tratamentos específicos e metas, de

acordo com o perfil do paciente. Nesta terapia, as visitas e sua duração são

agendadas com base na demanda do paciente, e a evolução do mesmo é

documentada. Já as atividades assistidas por animais (AAA) não possuem

esquema fixo, não havendo metas, registro do progresso e tendo assim,

atividades mais espontâneas. Foi apontado em diferentes contextos o sucesso

de ambos os programas (REED; FERRER; VILLEGAS, 2012).

No âmbito da TAA, podemos citar em especial a Equoterapia. No Brasil, esta

prática é coordenada pela Associação Nacional de Equoterapia, cuja sigla

oficial é ANDE-BRASIL. Tal associação define esta prática como um método

terapêutico, o qual faz uso do cavalo em uma abordagem multidisciplinar,

englobando áreas da saúde, educação e equitação, objetivando o

desenvolvimento biopsicossocial de seus praticantes. O cavalo é empregado

como agente promotor de ganhos tanto a nível físico, quanto psíquico (ANDE-

BRASIL, [2010?]).

Apesar de existirem pesquisas que atestem a eficácia da terapia e atividade

assistida por animais em pessoas de qualquer idade, essas pesquisas são

ainda muito restritas. A grande maioria dos estudos foi realizada com adultos.

No entanto, há literatura que aponte os variados efeitos positivos entre crianças

com diferentes perfis. Um exemplo disso é o êxito da equoterapia, a qual

demonstrou aumento de comportamentos sociais positivos, tais como a

sensibilidade, a concentração e a motivação social entre crianças com TEA

(BASS; DUCHOWNY; LLABRE, 2009). A interação com o cavalo, desde os

primeiros contatos, cuidados preliminares, a própria montaria e manuseios

finais aprimoram, ainda, novas maneiras de socialização, autoconfiança e

autoestima (ANDE-BRASIL, [2010?]), bem como proporciona ganhos

neuromotores tais como: melhora do equilíbrio, alinhamento corporal, ajuste

tônico, consciência corporal, força muscular e coordenação motora (SANTOS,

2013 p. 18).

Faz-se necessário realizar outros estudos para comprovar a influência dos

animais nestas mudanças, a fim de aprofundar o conhecimento e reconhecer

todo o potencial terapêutico desta prática, para que seja possível desenvolver

melhorias e potencializar sua eficácia. A busca por novas alternativas para

tratar o TEA em função das dificuldades em se estabelecer vínculos e a sabida

facilidade que a relação homem animal tem de exatamente promover esta

questão, impulsionaram o interesse por esta pesquisa.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

No que se refere ao termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), Zanon,

Backes e Bosa (2014) relatam que este vem sendo utilizado em publicações

nos últimos anos, para se referir a uma classe de condições

neurodesenvolvimentais que, geralmente, inclui o transtorno autístico, o de

Asperger, o desintegrativo da infância e o transtorno global do desenvolvimento

não especificado, também conhecido como autismo atípico (YODER et al.,

2009). Tendo em vista a natureza dimensional desse conjunto de condições

que compõem o espectro e as controvérsias em relação ao diagnóstico

diferencial entre as tais, a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais (DSM-5) (American Psychiatric Association - APA, 2013),

recentemente lançado e ainda não traduzido para o português, propõe a

classificação de TEA em substituição a de Transtornos Globais do

Desenvolvimento, adotada no DSM-IV-TR (APA, 2003). Segundo a nova

versão do manual, o TEA é definido por manifestações comportamentais, as

quais incluem comprometimentos qualitativos no desenvolvimento

sociocomunicativo, bem como a presença de comportamentos estereotipados e

de um repertório restrito de interesses e atividades, sendo que os sintomas

nessas áreas, quando tomados conjuntamente, devem limitar ou dificultar o

funcionamento diário do indivíduo. Ou seja, os déficits de interação social e de

comunicação pertencerão a um único critério. Isto porque os déficits de

comunicação e interação social são inseparáveis e mais precisamente

considerados como um único conjunto de sintomas. O segundo critério consiste

em interesses restritos e repetitivos exibidos por pelo menos dois dos

seguintes: comportamentos motores ou verbais estereotipados, ou

comportamentos sensoriais incomuns; e aderência excessiva às rotinas e

padrões de comportamento ritualizados e restritos (APA, 2013).

Tendo início precoce, o TEA é uma condição cujas dificuldades tendem

a comprometer o desenvolvimento do indivíduo, ao longo de sua vida,

causando nas áreas que definem o seu diagnóstico, grande variabilidade na

intensidade e forma de expressão da sintomatologia. O TEA é compreendido,

atualmente, como uma síndrome comportamental complexa que possui

etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos e ambientais (RUTTER,

2011). Até o momento, são apenas parcialmente conhecidas as bases

biológicas que buscam explicar a complexidade do transtorno e, por isso, a

identificação e o diagnóstico do transtorno baseiam-se nos comportamentos

apresentados e na história do desenvolvimento de cada indivíduo

(ZANON;BACKES; BOSA, 2014 apud BARBARO, 2009; DALEY, 2004).

Estudos recentes apontam que a estimativa de prevalência do TEA é

62/10.000, com uma incidência quatro vezes maior em meninos do que em

meninas (FOMBONNE, 2009). Afirmam, inclusive, que além das características

já citadas, pode vir também acompanhado por resposta alterada a estímulos

sensoriais, agressividade, déficits cognitivos, atraso do desenvolvimento motor

e especialmente epilepsia (PEREIRA; PEGORARO; CENDES, 2012). De

maneira geral, é crescente o número de pessoas diagnosticadas mundialmente

com transtorno, o que não indica, necessariamente, o aumento da sua

prevalência. Essa constatação pode ser explicada, dentre outros fatores, pela

expansão dos critérios diagnósticos, bem como pelo incremento dos serviços

de saúde relacionados ao transtorno e pela mudança na idade do diagnóstico

(FOMBONNE, 2009).

De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-5 (APA, 2013), as

primeiras manifestações do TEA devem surgir antes dos 36 meses de idade.

No entanto, dados empíricos referem que grande parte das crianças apresenta

problemas no desenvolvimento entre os 12 e 24 meses (CHAKRABARTI, 2009;

CHAWARSKA et al., 2007; NOTERDAEME; HUTZELMEYER-NICKELS, 2010),

sendo que alguns desvios qualitativos no desenvolvimento aparecem até

mesmo antes dos 12 meses (ZANON; BACKES; BOSA, 2014 apud MAESTRO

et al., 2002; ZWAIGENBAUM et al., 2005).

Estudos diversos enfatizam a intervenção precoce como fator

fundamental para a melhora do quadro clínico do TEA, proporcionando ganhos

significativos e duradouros no desenvolvimento da criança (REICHOW, 2011).

O início precoce da intervenção desempenha papel importante, devido à

plasticidade cerebral, potencializando os efeitos positivos da mesma. Estudos

indicam, ainda, que a intervenção precoce e os ganhos decorrentes desta

podem reduzir consideravelmente os investimentos dos familiares no

tratamento das crianças com TEA, bem como os dos sistemas de saúde

pública, quando se analisa os resultados em longo prazo (ZANON; BACKES;

BOSA, 2014 apud JÄRBRINK; KNAPP, 2001; MANDELL; NOVAK;

ZUBRISTSKY, 2005).

2.2 TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS

Prática com critérios específicos, onde o animal é a parte principal do

tratamento, a TAA objetiva promover a melhora social, emocional, física e/ou

cognitiva de pacientes humanos. Ela parte do princípio de que inúmeros

benefícios são gerados a partir do amor e da amizade que podem surgir entre

seres humanos e animais. A TAA pode servir como tratamento complementar

de diversas patologias como síndromes genéticas, hiperatividade, depressão,

mal de Alzheimer, lesão cerebral, entre outras. Esta prática deve ser

supervisionada por profissionais da saúde devidamente habilitados e pode ser

realizada por profissionais, paraprofissionais e voluntários devidamente

treinados. Deve ser garantido, ainda, o acompanhamento de médico veterinário

para os animais, assegurando o bom estado sanitário do animal e minimizando

o potencial zoonótico; e principalmente zelar com respeito e muito carinho pelo

bem estar do animal, pois a qualidade de vida desses animais terapeutas é

fundamental para o bom funcionamento da TAA (MACHADO et al., 2008).

Friedman (1990) citado por Machado et al. (2008) foi um dos pioneiros

no estudo da interação homem-animal e seus efeitos sobre parâmetros

fisiológicos e saúde cardiovascular humana. Os resultados de diferentes

estudos evidenciaram que a TAA pode promover a saúde física através de três

mecanismos básicos, os quais incluem a diminuição da solidão e da

depressão, minimizando a ansiedade e os efeitos do sistema nervoso

simpático, bem como aumentando o estímulo para prática de exercícios. A TAA

pode ser utilizada em áreas referentes ao desenvolvimento psicomotor e

sensorial, no tratamento de distúrbios físicos, mentais e emocionais, em

programas dedicados a melhorar a capacidade de socialização ou na

recuperação da autoestima. Pessoas de diferentes faixas etárias podem

usufruir dos recursos da TAA, bem como instituições penais, hospitais, casas

de saúde, escolas e clínicas de recuperação. É fundamental o trabalho de uma

equipe multidisciplinar apta a definir o método mais adequado a ser aplicado,

acompanhando as atividades e prezando pelo bem estar dos animais e dos

pacientes, afinal, tudo isso irá refletir no benefício da qualidade de vida dos

mesmos (MACHADO, et al., 2008 apud SAN JOAQUÍN, 2002).

A equoterapia, uma modalidade TAA, teve seus primeiros relatos como

tratamento médico no século XVIII, com o objetivo de melhorar o controle

postural, a coordenação e o equilíbrio de pacientes com distúrbios articulares

(MACHADO et al., 2008 apud De PAUW, 1984).

2.3 EQUOTERAPIA

A utilização de atividades equestres como recurso terapêutico vem

aumentando consideravelmente nas últimas décadas. A equoterapia, como é

designada no Brasil, utiliza-se do cavalo como um agente promotor de ganhos

de ordem física, psicológica e educacional. Apesar de não ser uma prática

nova, o interesse científico sobre ela é recente e ainda carece de pesquisas.

Além disso, os estudos que se dedicam a essa área de conhecimento nem

sempre comprovam as análises qualitativas relatadas, apontando uma

discrepância entre os dados estatísticos obtidos e os resultados positivos

observados pelos terapeutas, familiares e profissionais da saúde (COPETTI et

al, 2007).

Medeiros e Dias (2002) referem que a característica mais importante

para a equoterapia e o que a difere da TAA com outros animais é a andadura

ao passo, a qual produz no cavalo e transmite ao cavaleiro uma série de

movimentos sequenciados e simultâneos, que tem como efeito o movimento

tridimensional ou multidirecional. O mesmo se traduz no eixo vertical, em

movimento para cima e para baixo; no plano frontal, em movimento para a

direita e para a esquerda; e no plano sagital, em movimento para frente e para

trás. Associa-se a esses três movimentos, um quarto provocado pelo cavalo,

que é uma torção da bacia do cavaleiro da ordem de até oito graus para cada

lado, provocado pelas inflexões laterais do dorso do animal.

Durante sua andadura natural, ao passo, o cavalo possui ciclos de

movimentação equivalentes aos ciclos humanos. O paralelismo entre o andar

do homem e do cavalo é evidenciado pelo movimento tridimensional de ambos.

Quando o cavalo se desloca, exige do praticante a modulação do tônus

muscular para poder ajustar, manter, recuperar ou adaptar seu equilíbrio

postural a cada movimento. Como um motivador para o tratamento, o emprego

do cavalo surge como recurso terapêutico na prática da equoterapia. Trata-se

de um animal dócil, de porte e força, que se deixa manusear e montar. Dessa

maneira, o praticante cria com o cavalo um relacionamento afetivo importante,

onde se estabelece uma relação harmoniosa e atuação mútua (TOIGO; LEAL;

ÁVILA, 2008 apud COFFITO [2005?]).

A comprovação dos resultados de vários anos de estudos e pesquisas

levou o Conselho Federal de Medicina, em sessão plenária de 09/04/97, a

reconhecer a equoterapia como um método terapêutico que utiliza o cavalo em

uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. O

cavalo é o agente promotor de ganhos físicos e psicológicos e o terapeuta, o

agente facilitador deste método (CIRILLO, 2002).

A equoterapia foi regulamentada também pelo Conselho Federal de

Fisioterapia, em 2008, como um recurso terapêutico da Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (TOIGO; LEAL; ÁVILA, 2008 apud COFFITO [2005?]).

Recentemente, embora com literatura escassa, tem sido comprovada

em pesquisas a capacidade dos animais de atuarem no tratamento de seres

humanos, indo além da figura de bicho de estimação. O valor da terapia

assistida por animais tem sido demonstrado em estudos de diferentes

contextos e para vários perfis de pacientes, que variam de crianças a idosos,

bem como na variedade de ganhos advindos desta prática, das quais se

podem citar melhoras físicas e psicológicas.

Em terapia, os animais podem ser utilizados de diversas maneiras,

dentre elas servindo de “ponte” para tirar o paciente de sua introspecção, de

seu mundo interno para trazê-lo de volta ao mundo que o cerca, provocando

neste um novo e melhor nível de comunicação. Os animais servem ainda para

tirar o foco do paciente na doença, aliviando seu sofrimento e estimulando a

troca de carinho, entre tantos outros benefícios (VOLPI; ZADROZNY, 2012).

Embora as atividades e a terapia assistida por animais não sejam tratamentos

complementares ditos comuns para serem usados em indivíduos com

condições crônicas, foram analisadas e consideradas valiosas em diversos

contextos, sejam eles hospitalares, terapêuticos, educacionais e de moradia

assistida, particularmente entre crianças e idosos (CAPRILLI; MESSERI, 2006;

TROTTER et al., 2008).

A prática da equoterapia possibilita uma abordagem dinâmica da

psicologia infantil, pois a desorganização do praticante é valorizada,

reconhecendo seus aspectos positivos e aproveitando para reforçar suas

competências, fazendo do cavalo um aliado, catalisador e harmonizador da

relação terapêutica. Contribui diretamente para mudanças ao adquirir e

mobilizar recursos internos, novos elementos e novas experiências,

promovendo o seu desenvolvimento e amadurecimento em suas diferentes

vertentes: sócio-afetiva, cognitiva, comportamental e moral (LEITÃO, 2008).

Todo indivíduo com TEA deve ser acolhido, cuidado e estimulado a se

desenvolver. Para tal, é necessário que as primeiras etapas a fim de que ele

seja resgatado de seu mundo singular e estabeleça vínculos com outras

pessoas, sejam ações motivadoras, para que ele sinta vontade de participar

das atividades e que os terapeutas possam ser pessoas com as quais ele

tenha prazer em interagir (SILVA; GAIOTO; REWELES, 2012).

Todas as pessoas com traços ou diagnóstico de TEA têm o contato social

prejudicado. Essas pessoas não aprendem a interagir e manter vínculos, o que

não quer dizer que elas não tenham interesse em fazê-lo. Ensinar a esses

indivíduos os mecanismos e prazeres contidos durante a convivência com

outras pessoas, é um dos desafios do tratamento do funcionamento autístico

(SILVA; GAIOTO; REWELES, 2012).

Por serem extremamente sensíveis e o contato social lhes parecer algo

ameaçador, as crianças com TEA ficam isoladas não por opção, mas por

necessidade. Geralmente, o contato social lhes parece invasivo e intimidador.

A falta de habilidades sociais faz com que se mantenham distante das outras

pessoas, entretidas no seu mundo. Chegam a buscar o contato social, mas,

muitas vezes, não sabem o que fazer para mantê-los (SILVA; GAIOTO;

REWELES, 2012).

Valle, Nishimori e Nemr (2014), referem que o praticante, seja na

equoterapia, ou em qualquer outra AAA, não deve ser visto como uma pessoa

com uma síndrome, doença, transtorno ou deficiência, bem como um indivíduo

que necessita de uma melhor postura, de desenvolver a fala, melhorar tônus

muscular, entre outros. Ele deve ser visto de forma integral, ou seja, o indivíduo

como um todo, um ser atuante em sua terapia e em sua vida.

O terapeuta que percebe que para o praticante o cavalo é um objeto

transicional compreende que na equoterapia o objetivo vai além de

utilizar o movimento do cavalo como técnica de reabilitação; ele é um

instrumento terapêutico global, que atua em diversas dimensões

biopsicossociais. Os benefícios das atividades com o cavalo são

atribuídos a uma combinação de estímulos sensoriais gerados pelo

movimento produzido pelo passo do cavalo para com os sistemas

vitais do ser humano que, em conjunto, resultam em uma integração

motora e sensorial ampliada (NASCIMENTO et al., 2010).

Para que seja efetivamente proposto um método terapêutico considerando

todos os parâmetros físicos, neurológicos, mentais e sociais na reabilitação

com cavalos, é indispensável a participação de uma equipe interdisciplinar

mesclando conhecimentos de diversas áreas da saúde (VALLE; NISHIMORI;

NEMR, 2014).

Ter o conhecimento de que os efeitos positivos da TAA podem levar um

tempo maior para se desenvolverem, ou, ao menos, um tempo maior para a

pessoa notar tais efeitos, é importante para evitar parar com a intervenção em

um estágio inicial caso nenhuma melhora tenha sido detectada (BERGET;

BRAASTAD, 2011).

A criança com TEA, por excelência, é um ser humano completo.

Entretanto, paradoxalmente, não deixa de precisar complementaridade no que

tange a sua maneira de viver e aptidões/inaptidões inerentes a sua natureza.

Isso caracteriza, apesar de sua completude, uma complexidade que, por si só,

é exigente de diretrizes norteadoras de sua trajetória na sociedade e na família.

Dentro desta perspectiva, a partir do surgimento de novos estudos e

principalmente a partir dos desafios que a criança com TEA impõe, foi se

formando a ideia de que pela TAA, e, mais especificamente pela equoterapia,

ela poderia obter novas maneiras de socialização, autoconfiança e autoestima,

e mais, seria o meio pelo qual ela ajudaria a construir, através de sua interação

com os demais seres humanos, sua identidade, sua autoimagem e sua

personalidade.

A inclusão social da criança com TEA pela equoterapia requer fatores que

contribuam para minimizar a instabilidade emocional, a insegurança, a perda

de referenciais e, ao mesmo tempo, oportunidade de se refazer, reorientar a

vida a partir de suas potencialidades, deixando de ser um indivíduo vulnerável

socialmente. É o que os experimentos neste campo têm demonstrado, sem,

contudo, ser a solução final para a situação da criança com TEA.

3 MÉTODOS

Para a realização da presente revisão, as seguintes etapas foram

percorridas: definição do tema terapia assistida por animais e pessoas com

TEA, determinação dos critérios de inclusão e exclusão, busca nas principais

bases de dados e revisão dos artigos com base nos critérios para análise.

O tema foi definido tendo como foco principal a Terapia Assistida por

Animais, Equoterapia e pessoas com Transtorno do Espectro Autista. A

pesquisa foi realizada nas principais bases de dados: ScienceDirect, MEDLINE,

PsycINFO, EBSCO, CINAHL e SAGE, e revisão dos artigos com base nos

critérios de inclusão e exclusão para análise, determinados previamente. Os

critérios de inclusão foram estabelecidos como seguem: estudos originais,

estudos de caso, estudos clínicos, estudos-piloto ou metanálises, elaborados

em português ou inglês, publicados nos últimos cinco anos, desde 2010,

relacionados à terapia assistida por animais e equoterapia, entre participantes

com autismo. Os critérios de exclusão abrangem revisões bibliográficas e

artigos com acesso restrito.

A busca nos bancos de dados foi realizada mediante os descritores

terapia assistida por animais e autismo, atividade assistida por animais e

autismo, pet terapia e autismo, zooterapia e autismo, animal assisted therapy

and autism, pet therapy and autism, zootherapy and autism, equoterapia e

autismo, hippotherapy and autism e horseback riding and autism. Os títulos

encontrados em cada base de dados foram revisados de acordo com os

critérios de inclusão e exclusão. Ao total, três artigos atenderam os critérios de

inclusão para tal revisão.

4 RESULTADOS

Com base nestes, três artigos cumpriram os critérios de inclusão para

esta revisão. Com base nesses, foi construída uma tabela (Tabela 1) para

sintetizar os mesmos visando organizar de forma clara todas as informações.

Tabela 1 - Artigos selecionados

Título Hormonal Changes Analysis by Effects of

Horses Assisted Therapy in the

Autistic Population

Análise de Alterações Hormonais pelo

efeito da Equoterapia na População Autista

Does Pet Arrival Trigger Prosocial

Behaviors in Individuals with

Autism?

A chegada de um animal de estimação

desencadeia comportamentos pró-sociais em indivíduos

com autismo?

Effects of a dolphin interaction program

on children with autism spectrum disorders – an

exploratory research

Efeitos de um programa de interação de

golfinhos com crianças com transtornos do

espectro autista - uma pesquisa exploratória

Autores Carmen Tabares

Sánchez,

Florencio Vicente

Castro,

Susana Sánchez

Herrera,

Javier Cubero

Juánez

Marine Grandgeorge,

Sylvie Tordjman,

Alain Lazartigues,

Eric Lemonnier,

Michel Deleau,

Martine Hausberger

Emílio Salgueiro,

Laura Nunes,

Alexandra Barros,

João Maroco, Ana

Isabel Salgueiro,

Manuel E dos Santos

Ano 2014 2012 2012

Objetivos Verificar se a

Equoterapia de fato

proporciona uma

melhoria de atitudes

sociais em pessoas

com autismo, através

da análise dos níveis

dos hormônios

cortisol, progesterona

e ocitocina na saliva.

Avaliar a associação

entre a presença ou

a chegada de

animais de estimação

nas famílias com um

indivíduo com

autismo e as

mudanças em seus

comportamentos pró

sociais.

Explorar a

possibilidade de que

o progresso do

desenvolvimento (da

comunicação e

habilidades sociais)

em crianças com

autismo pode ser

melhorada através de

um programa de

interação com

golfinhos.

Metodologia Foi analisado, por meio de amostras de

saliva, os níveis

Dos 260 indivíduos

com autismo - com

Foi aplicado um

protocolo de

hormonais de Cortisol e

progesterona e inferido o

comportamento de ocitocina, antes e

depois das sessões de equoterapia, com intervalo de 1 hora.

base em presença ou

ausência de animais

de estimação –

apenas dois grupos

de 12 pessoas e dois

grupos de oito

indivíduos foram

atribuídos para

análise: Estudo 1

(chegada do animal

de estimação após 5

anos de idade contra

nenhum animal de

estimação) e Estudo

2 (animais desde o

nascimento contra

nenhum animal de

estimação),

respectivamente.

Avaliação do

comprometimento

social foi realizada

em dois períodos de

tempo usando os 36 -

itens ADI- R

algoritmo e um

questionário dirigido

aos pais sobre o

relacionamento entre

seus filhos e os

animais de

estimação.

avaliações para

analisar a

complexidade

comportamental de

10 crianças com

diagnóstico de

Transtorno do

Espectro Autista

após as interações

com golfinhos na

piscina.

Número de

avaliados

8 38 10

Idade De 5 a 15 anos Médias de 10.8-

2,3/11.1-1.9 a.

De 3a 6m a 13a 6m

Sexo Masculino Masculino e

Feminino

8 Masculino

2 Feminino

Patologias Transtorno do

Espectro Autista

Transtorno do

Espectro Autista

1 Transtorno do

Espectro Autista

9 Transtornos

Invasivos do

Desenvolvimento

Sem Outra

Especificação

Animais utilizados Cavalos Cães, gatos, hamster

e coelho.

Golfinhos

Duração 12 semanas Não especificado 42 semanas

Principais

resultados

A Equoterapia reduz

os níveis de stress no

organismo, que se

manifesta em uma

diminuição dos níveis

do hormônio cortisol

após a terapia. A

tendência da

progesterona , por

outro lado , é o de

aumentar os níveis

no corpo após as

sessões de terapia,

que traduz-se em

uma melhoria nos

canais emocionais.

Com todos estes

resultados, e dada a

correlação hormonal

inicial, pode-se inferir

que os níveis de

ocitocina no

organismos desses

sujeitos aumentaram

como resultado desta

intervenção . Por

isso, determinou-se

que os canais

emocionais criados

por meio do contato

com o cavalo em um

grupo de crianças

com autismo são

eficazes.

2 dos 36 itens

mudaram

positivamente entre

as idades de 4 a 5

anos no grupo onde

houve a chegada do

animal: “oferece-se

para dividir” e

“oferecer conforto”.

Os dois itens refletem

comportamentos

sociais. Pareceu não

haver mudanças

significativas em

qualquer item nos

três outros grupos. A

interação entre

indivíduos com

autismo e seus

animais de estimação

foram mais

reportados no caso

da chegada do

animal, do que

quando a presença

deste era desde o

nascimento da

criança.

Conforme a

avaliação realizada,

foram observadas

alterações

significativas nas

crianças "pontuação

geral de

desenvolvimento",

bem como sobre o

seu

"desenvolvimento

motor fino','O

desempenho

cognitivo" e

"desenvolvimento

cognitivo verbal " . No

entanto, deve -se

salientar que essas

mudanças eram

apenas aparentes 11

meses após a

interação dos

golfinhos , sugerindo

tanto efeitos

retardados ou fatores

externos.

De acordo com a

avaliação, a

gravidade do quadro

clínico do autismo

não foi globalmente

afetada pelo

programa, embora

tenha havido uma

alteração

estatisticamente

significativa no item

“comunicação

verbal”.

Áreas influenciadas Hormonal e Social Social Motora, cognitiva e

social

De acordo com os resultados desta revisão integradora, foram

identificadas três áreas. A primeira, os efeitos físicos, onde podemos distinguir

efeitos hormonais de efeitos motores; a segunda os efeitos cognitivos e a

terceira os efeitos sociais.

Faz-se importante destacar que, tais áreas se complementam e podem

ser estimuladas ao mesmo tempo através da TAA, fazendo com que os

progressos de determinada área influencie na melhoria de outra, como as

alterações hormonais, por exemplo, que podem causar mudanças no

comportamento do indivíduo, e assim, melhorar sua socialização.

Os resultados mostram que, a interação com animais amenizam os

sintomas do TEA através de mudanças hormonais, comportamentais, sociais,

motoras e cognitivas, proporcionando melhor qualidade de vida ao indivíduo e

as pessoas que com ele convivem.

5 DISCUSSÃO

A TAA pode não ser considerada uma forma de tratamento dita comum, no

entanto, a interação entre os animais e as crianças com TEA, no que tange a

área da saúde e da interação social, foi descrita como benéfica nos três artigos

analisados, vindo ao encontro da afirmação da Ande-Brasil (2010) quando

refere que, dentro da TAA, a equoterapia, em especial, através do ambiente

equoterápico proporciona atividade motora ao mesmo tempo em que permite

abordar e desenvolver aspectos emocionais como autoestima, superação de

limites e simultaneamente aborda situações de aprendizagem e socialização,

favorecendo o desenvolvimento do praticante em todos os aspectos.

Não sendo surpresa os efeitos notáveis no desenvolvimento social de

crianças advindos da interação com os animais, a TAA se demonstrou mais

eficaz ao reduzir o medo e diminuir a pressão sanguínea sistólica em crianças

hospitalizadas, do que a interação humana (DALY; MORTON, 2009; TSAI;

FRIEDMAN; THOMAS, 2010).

Em um trabalho descritivo sobre a literatura existente referente à TAA e a

AAA relacionada a doenças crônicas em crianças, Reed, Ferrer e Villegas

(2012) concluíram a eficácia de ambas as práticas, relatando o aumento da

sensibilidade em crianças com deficiência social e a redução dos níveis de dor.

Como nos achados deste trabalho referentes a mudanças hormonais, o

impacto na redução da dor pode ser explicado pela atual compreensão do

papel dos animais na modulação de uma resposta psiconeuroendócrina. A

exposição a um animal de estimação ou outro animal amigável induz a

liberação de endorfinas, que induzem uma sensação de bem-estar, e linfócitos,

o que aumenta a resposta imunológica. Indicadores fisiológicos, como a

redução da taxa cardíaca, redução da pressão sanguínea, diminuição da

frequência respiratória, entre outros, são indicativos de diminuição da atividade

do sistema nervoso simpático e da ativação do sistema nervoso

parassimpático, indicativo da resposta de relaxamento (BRAUN et al., 2009

apud COLE; GAWLINKSI, 2000).

O efeito da equoterapia é multifatorial, o que implica um conjunto de

combinações e ajustes, os quais contribuem de maneira geral para o quadro do

praticante. As experiências geradas pelos movimentos do cavalo, pelo contato

com o animal, associada a uma nova postura, tendem, através de estímulos

sensitivos e motores a estimular a potencialidade plástica do Sistema Nervoso

Central, promovendo ao praticante o mesmo mecanismo perceptivo-cognitivo-

motor (MEDEIROS; DIAS, 2002).

Com o intuito de aprimorar seu desempenho e também favorecer o

aumento da autoestima nos seus diferentes domínios, a equoterapia

proporciona às crianças oportunidades para que fortaleçam as diferentes áreas

do desenvolvimento motor (PRESTES; WEISS; ARAÚJO, 2010).

Uma série de mudanças ao longo da vida de cada indivíduo, as quais

resultam da interação e necessidades de sua biologia, de tarefas e das

condições do ambiente caracterizam o desenvolvimento motor, o qual está

estritamente relacionado à constituição de diferentes elementos que compõem

a autoestima. Estes dois aspectos do desenvolvimento humano possuem

relação intrínseca com fatores cognitivos necessários para a aprendizagem de

forma global (PRESTES; WEISS; ARAÚJO, 2010).

Pela análise de Freitas, pode-se compreender através do estudo do

desenvolvimento humano, que a unidade corporal representa a totalidade de

nossa presença no mundo, em que o espaço do corpo se mostra como a

fronteira entre o indivíduo e o mundo exterior. “O corpo não é apenas um

instrumento de construção e de ação, mas sim, o meio concreto de

comunicação social” (FREITAS, 2008).

A descoberta do corpo e a formação da imagem dele passam por situações

sociais. Os modelos são internalizados através da interação com outras

pessoas, ou seja, nas vivências e experiências, que são intransferíveis e

subjetivas. Desta maneira se processam as formas de solicitação de vias de

conclusão neuromotora, “melhorando a dissociação dos movimentos e dos

gestos, através dos quais cada ser humano responde à adaptação que o meio

externo solicita ou sugere” (FREITAS, 2008).

Os resultados sociais positivos do uso da TAA são evidenciados em

crianças com transtornos sociais e incapacidades (ESTEVES; STOKES, 2008;

MORRISON, 2007). Como exemplo, demonstrou-se que a interação regular

com cães treinados em terapia melhora os comportamentos sociais positivos,

como a sensibilidade e o foco, e provoca uma redução dos comportamentos

negativos em crianças com incapacidades (REED; FERRER; VILLEGAS, 2012

apud KAMINSKI; PELLINO; WISH, 2002; MARTIN; FARNUN, 2002). Estudos

inferem que essa interação possibilita o aumento da capacidade de

concentração e de uso de habilidades comunicativas ensinadas à criança, bem

como o aumento da consciência social e promoção de habilidades sociais

desejáveis entre crianças que possam encarar dificuldades para alcançar tais

habilidades em outras condições (ESTEVES; STOKES, 2008).

O desenvolvimento cognitivo necessita da evolução de diversas

habilidades cerebrais, as quais são necessárias para a obtenção de

conhecimento sobre o mundo. Estas habilidades envolvem pensamento,

raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, capacidade

de resolução de problemas, entre outras funções (SIMONETTI, 2012). A

capacidade de aprendizagem do praticante é potencializada através da

superação de seus limites vivenciadas na montaria do cavalo, o que possibilita

que a alfabetização seja facilitada. De acordo com Campos ([2005?]),

proporcionando ao praticante uma atividade agradável sem perder o objetivo

terapêutico, o conjunto das etapas vivenciadas durante as sessões em grupo

trazem, além disso, desenvolvimento dos aspectos de linguagem e

comunicação, observação e associação de ideias, favorecimento do

desenvolvimento físico, emocional e social do mesmo.

A linguagem, seja ela verbal ou não verbal, é de extrema importância no

que se refere à interação social. Como parte de um programa de terapia

ocupacional para crianças autistas, foram investigados os possíveis benefícios

da TAA objetivando a intervenção social entre crianças, com e sem uso de

animais de terapia. Os resultados apontam que a inserção do contato animal

no programa melhorou a interação social e o uso da linguagem entre os

participantes infantis, quando comparada ao uso de programas tradicionais de

terapia ocupacional sem o uso de animais (SAMS; FORTNEY; WILLENBRING,

2006).

Condições necessárias para um desenvolvimento adequado da

linguagem tais como o desenvolvimento da memória, atenção, raciocínio,

noção espacial, percepção, noção temporal, são proporcionadas através do

ambiente terapêutico da equoterapia, como baias, a pista e a natureza e

também as atividades de alimentação, escovação, banho e a própria montaria

em si (CAMPOS, [2005?]).

Valle, Nishimori e Nemr (2014) relatam que, apesar de não haver

programas de intervenção específicos na área de motricidade orofacial, “o

objetivo é atingido com os passos do cavalo e seus estímulos tridimensionais,

ou seja, conforme o ganho motor postural pode haver uma repercussão na

musculatura da face.” Os estímulos tridimensionais emitidos pelo animal fazem

com que ocorra naturalmente a reorganização neurofuncional, trabalhando

assim o equilíbrio da musculatura crânio facial, o que favorece o

desenvolvimento adequado do sistema estomatognático.

Em sua “busca por evidências científicas”, Crippa e Feijó (2014) citam a

melhoria da interação social, do alívio de dores, da diminuição do estresse, da

diminuição da ansiedade e até mesmo da melhora de doenças coronarianas.

Também foram apontados estudos que enfatizaram os notáveis efeitos da TAA

no que se refere ao desenvolvimento social de crianças. Esta ideia é

confirmada ainda por outros dois estudos citados no mesmo artigo, como

sendo a presença de um animal o estímulo ao aumento da consciência social

da criança.

A partir deste estudo, se fez possível comprovar que os animais

influenciam diretamente nas mudanças identificadas nos indivíduos analisados,

seja simplesmente pela interação, afetividade que despertam, bem como um

fator mais complexo, no caso da equoterapia, que é o movimento

tridimensional. Pode-se assim, afirmar que a continuidade nos estudos

referentes a esta temática possibilitarão o desenvolvimento de melhorias e a

potencialização da sua eficácia como forma complementar no tratamento do

transtorno do espectro autista, bem como de tantos outros diagnósticos.

6 CONCLUSÕES

Apesar de a TAA não garantir a melhora completa dos sintomas do TEA

e de ter poucos estudos a respeito, os que foram encontrados afirmaram sua

eficácia em ao menos um sintoma, seja ele físico ou psicológico. A

equoterapia, em especial, se mostrou nesta pesquisa de grande valia para

indivíduos com TEA, por possibilitar ganhos que dão maior autonomia motora e

psicológica, além de proporcionar momentos de diversão, carinho e bem-estar.

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