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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CRISTIANE YUMI NAKAMURA PARTICIPAÇÃO SOCIAL VIA OUVIDORIA SUS: PERFIL DAS MANIFESTAÇÕES REFERENTES À ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

CRISTIANE YUMI NAKAMURA

PARTICIPAÇÃO SOCIAL VIA OUVIDORIA SUS: PERFIL DAS

MANIFESTAÇÕES REFERENTES À ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DO

MUNICÍPIO DE CURITIBA

CURITIBA

2013

1

CRISTIANE YUMI NAKAMURA

PARTICIPAÇÃO SOCIAL VIA OUVIDORIA SUS: PERFIL DAS

MANIFESTAÇÕES REFERENTES À ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DO

MUNICÍPIO DE CURITIBA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Tuiuti do Paraná para obtenção do título

de Especialista em Auditoria e Gestão em Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria

Dyniewicz

CURITIBA

2013

2

TERMO DE APROVAÇÃO

CRISTIANE YUMI NAKAMURA

PARTICIPAÇÃO SOCIAL VIA OUVIDORIA SUS: PERFIL DAS

MANIFESTAÇÕES REFERENTES À ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DO

MUNICÍPIO DE CURITIBA

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em Auditoria e Gestão em

Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba, 18 de junho de 2013

_______________________________________

Especialização em Auditoria e Gestão em Saúde

Universidade Tuiuti do Paraná

BANCA EXAMINADORA:

Orientadora: Profa. Doutora Ana Maria Dyniewicz

Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Doutora Ozana de Campos

Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Ms. Cristiano Caveião

3

RESUMO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, determina a saúde como direito de

todos e dever do Estado, servindo como base para criação da Lei 8.080 (Lei Orgânica

da Saúde), que dispõe sobre a organização, planejamento e execução das ações do

SUS, que devem ser desenvolvidos em consonância com os princípios e diretrizes

constantes na referida legislação, dentre eles, o controle social e integralidade - os

pilares que sustentam a realização deste trabalho. Mediante participação e controle

social da comunidade através da Ouvidoria da Secretaria Municipal da Saúde de

Curitiba, pretende-se traçar o perfil dos solicitantes e suas manifestações referentes à

atenção odontológica do referido município, no ano de 2011, por meio da coleta,

tabulação e análise exploratória descritiva dos dados. Verificou-se que o maior número

de manifestações, referentes à atenção odontológica de Curitiba, registradas no ano de

2011, é de reclamações referentes a recursos humanos, com polarização desta

insatisfação em alguns Distritos Sanitários. Os solicitantes são em sua maior parte, do

gênero feminino, em idade adulta, residentes nas regionais Boa Vista e Bairro Novo. O

órgão que mais registrou manifestações é a Central 156, o que demonstra ou a falta de

procura, por parte do cidadão, pela Ouvidoria ou a maior resolutividade deste órgão,

não havendo necessidade de registros de manifestações. São detectadas porcentagens

expressivas de insucesso no contato com usuário para resposta bem como de

realização de respostas fora do prazo. Enorme são as potencialidades da Ouvidoria,

desde que gestores, trabalhadores e usuários tenham consciência deste órgão como

meio de aproximação das partes e ferramenta de gestão e consolidação do SUS,

desempenhando efetivamente, e em parceira, seus papéis na busca incessante pela

melhoria da saúde pública; caso contrário, a Ouvidoria ficará reduzida a um “Call

Center”, para simples registro das manifestações da comunidade.

Palavras-chaves: Participação social, Ouvidoria, Odontologia, Atenção à saúde,

Serviços de saúde

4

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

GRÁFICO 1 - Distribuição das manifestações no período de janeiro a

dezembro de 2011 ....................................................................................................... 23

GRÁFICO 2 - Registro das manifestações de 2011, por dia da semana .................... 24

GRÁFICO 3 - Registro das manifestações de 2011, por horário ............................... 24

GRÁFICO 4 - Vínculo do solicitante com o paciente ................................................ 26

GRÁFICO 5 - Idade do paciente ................................................................................ 26

GRÁFICO 6 - Unidade regional de residência do solicitante .................................... 27

GRÁFICO 7 - Manifestação por tipo e DS de localização do serviço prestado ........ 28

GRÁFICO 8 - Classificação da manifestação ............................................................ 28

GRÁFICO 9 - Tipo de estabelecimento envolvido .................................................... 29

QUADRO 1: Distribuição das manifestações de acordo com assunto e tipificação .. 30

GRÁFICO 10 - Meio de contato escolhido pelo cidadão para resposta da SMS ....... 31

GRÁFICO 11 - Sucesso no contato com cidadão para resposta ................................ 31

GRÁFICO 12 - Distribuição das manifestações por tempo decorrido entre

registro e resposta ....................................................................................................... 32

5

LISTA DE SIGLAS

CAU-SUS Central de Atendimento ao Usuário do SUS

Central 156 Central de Atendimento e Informações 156 da Prefeitura Municipal de

Curitiba

CES Centro de Educação em Saúde

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

DS Distrito Sanitário

ICI Instituto Curitiba de Informática

IMAP Instituto Municipal de Administração Pública da Prefeitura Municipal

de Curitiba

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

PMC Prefeitura Municipal de Curitiba

PNSB Política Nacional de Saúde Bucal

SMS Secretaria Municipal da Saúde

US Unidade de Saúde

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 9

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 9

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 9

3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 10

3.1 SERVIÇO ODONTOLÓGICO NO SUS ........................................................ 10

3.2 OUVIDORIA DO SUS ................................................................................... 11

3.2.1 Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba ............................... 13

4 METODOLOGIA .......................................................................................... 15

4.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................... 15

4.2 LOCAL DA PESQUISA ................................................................................. 15

4.3 OBJETO DE PESQUISA ................................................................................ 17

4.4 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................... 17

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................ 17

4.5.1 Bloco 1: Cadastro da manifestação ................................................................. 18

4.5.2 Bloco 2: Identificação do solicitante ............................................................... 18

4.5.3 Bloco 3: Estabelecimento prestador do serviço ............................................... 19

4.5.4 Bloco 4: Manifestação ..................................................................................... 20

4.5.5 Bloco 5: Resposta ............................................................................................ 20

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 22

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 33

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 35

APÊNDICE A – DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO DO CEP ......................... 39

APÊNDICE B - FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS

DAS MANIFESTAÇÕES ........................................................................................ 40

7

1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, determina a saúde como

direito de todos e dever do Estado, servindo como base para criação da Lei 8.080 (Lei

Orgânica da Saúde), que dispõe sobre a organização, planejamento e execução das

ações do Sistema Único de Saúde, atual modelo de prestação de serviços públicos de

saúde no Brasil (BRASIL, 1988; 1990a; 1990b). As ações e os serviços de saúde (rede

pública própria ou privada conveniada e/ou contratada) devem ser desenvolvidos em

consonância com os princípios e diretrizes constantes na referida legislação, dentre

eles, a participação da comunidade.

Esta participação, também referida como controle social, possui amparo legal

e, de modo geral, é entendida como o direito que possuem os cidadãos de participarem

democraticamente do processo de gestão do SUS, influenciando assim nas decisões

políticas que dizem respeito à saúde da sociedade em que vivem (BRASIL, 1988;

1990a; 1990b). Como mecanismos de controle social em saúde citam-se os Conselhos

e as Conferências de Saúde, o Disque-Saúde (serviço do Ministério da Saúde) e as

Ouvidorias.

A Ouvidoria em Saúde do SUS é um canal de comunicação entre o cidadão e

os gestores do referido sistema. Trata-se de importante ferramenta que visa a

solidificação e o fortalecimento dos mecanismos de participação e controle social. Por

meio da Ouvidoria, o cidadão tem a possibilidade de proceder a manifestações,

entendidas como informações, solicitações, reclamações, sugestões, elogios e

denúncias sobre os serviços prestados pela rede própria ou credenciada ao SUS,

visando assim, a melhoria desta atenção à saúde. Logo, pode-se considerar que este

mecanismo possui um papel fundamental para a consolidação do SUS (BRASIL,

2010a).

Dentre os princípios e diretrizes do SUS, além do controle social, pode-se

elencar também a integralidade como pilar que sustenta a realização deste trabalho. A

integralidade é entendida como a compreensão global da pessoa, para quem as ações

devem ser ofertadas em todos os níveis de assistência (BRASIL, 1988; 1990a; 1990b).

Partindo-se deste princípio, considera-se que a saúde bucal contribui e faz parte da

8

saúde do indivíduo, sendo as políticas públicas que regem tal segmento igualmente

importante para a qualidade de vida do cidadão.

Tendo em vista a melhoria da rede de atenção à saúde e a ampliação do acesso

ao tratamento odontológico à população brasileira por meio de um modelo de atenção

à saúde que dê conta dos princípios e diretrizes do SUS, foi lançada, pelo Ministério

da Saúde (MS), em 17 de março de 2004, a primeira Política Nacional de Saúde Bucal

(PNSB), intitulada Brasil Sorridente.

O Programa Brasil Sorridente é a política nacional específica de saúde bucal,

cujas diretrizes, em consonância com a Lei Orgânica da Saúde, também fazem

referência à participação dos usuários (cidadãos) como um dos princípios norteadores

para o desenvolvimento de suas ações (BRASIL, 2006b).

Com o intuito de transformar tais participações, acolhidas pela Ouvidoria da

Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, em dados capazes de subsidiar o

processo de tomada de decisão por parte dos gestores no que tange à atenção

odontológica do referido município, este trabalho visa traçar um perfil dos solicitantes

e suas manifestações, referentes à atenção odontológica da rede pública (própria e

credenciada) de Curitiba, realizadas no ano de 2011.

Como norteador deste trabalho, tem-se o seguinte problema: “Qual o perfil dos

solicitantes e suas manifestações referentes à atenção odontológica, registradas na

Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba no ano de 2011?”. Para tanto

foi realizado o levantamento de todas as referidas manifestações, a coleta de dados

(concernentes ao cadastro da manifestação, à identificação do solicitante, ao

estabelecimento prestador do serviço, à manifestação propriamente dita e à resposta), a

tabulação e a análise dos dados obtidos.

9

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é traçar o perfil dos solicitantes e suas

respectivas manifestações, realizadas no ano de 2011, referentes à atenção

odontológica da rede pública de Curitiba.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Essa pesquisa apresenta como objetivos específicos:

- traçar um perfil dos cidadãos que realizaram, em 2011, manifestações referentes à

atenção odontológica

- detectar qual o tipo de manifestação (informação, elogio, reclamação, solicitação,

sugestão, denúncia), referente à atenção odontológica na rede pública de Curitiba, que

mais foi realizado no ano de 2011;

- verificar distribuição das manifestações de acordo com a região (Distrito Sanitário);

- identificar quais os motivos (assunto) mais freqüentes que originaram as

manifestações;

- verificar tempo médio decorrido entre o registro da manifestação e resposta.

10

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 SERVIÇO ODONTOLÓGICO NO SUS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde bucal como parte

integrante e essencial da saúde geral, bem como um fator determinante para a

qualidade de vida do indivíduo (WHO, 2003). Assim, considera-se que a saúde bucal é

uma dimensão inseparável da saúde geral e esta, por sua vez, com a promulgação da

Constituição Federal Brasileira de 1988, passou a ser

direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e

econômicas que visem a redução do risco e da doença e de outros agravos e

ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,

proteção e recuperação (BRASIL, 1988).

A referida Constituição serviu de base para a criação da Lei Orgânica da

Saúde, legislação que norteia a organização, planejamento e execução das ações em

saúde, na esfera privada e pública, neste caso, do SUS, atual modelo de prestação de

serviços públicos de saúde no Brasil (BRASIL, 1990a). Cabe, portanto, ao poder

público, dispor sobre as leis que dizem respeito às ações e serviços de saúde em

território nacional.

Apesar da integralidade das ações em saúde estarem previstas em lei, as ações

de saúde bucal no sistema público de saúde eram ofertadas de forma paralela aos

outros serviços. O histórico de abandono e falta de compromisso das políticas públicas

de saúde com a saúde bucal começou a ser superado no final de 2002, quando foi

criado o documento intitulado “Fome Zero e Boca Cheia de Dentes”; em 2003, quando

se deu início à elaboração da Política Nacional de Saúde Bucal, com o propósito de

afirmar o direito do cidadão brasileiro à saúde bucal; e culminando, em 2004, com o

lançamento do Programa Brasil Sorridente (MOYSÉS, 2008; NARVAI 2009).

Por meio de um plano estruturado e não apenas incentivos isolados à saúde

bucal, o Programa Brasil Sorridente é a primeira política nacional de saúde bucal. Com

o objetivo de ampliar o acesso, qualificar o atendimento e melhorar as condições de

saúde bucal da população brasileira com reflexos positivos em sua saúde geral, a

11

referida política propõe um modelo de atenção que, além de promover saúde e

prevenir doença, dê conta dos princípios do SUS de universalidade, integralidade e

equidade, visando avançar na melhoria da organização do sistema de saúde como um

todo (BRASIL, 2006b, 2012b).

Além dos princípios já citados, outros também são norteadores das ações em

saúde bucal: ética - as ações devem ser regidas pelos princípios universais da ética em

saúde; acesso - assistência e atenção devem ser fornecidas a toda demanda expressa ou

reprimida; acolhimento - primeiro contato do paciente com o serviço de saúde, que

deve ser atendido de forma humanizada e entendido em sua integralidade; vínculo -

ligação estabelecida entre paciente e profissional efetivada por uma relação

humanizada e de confiança; responsabilidade profissional – co-responsabilização do

profissional pelo enfrentamento dos fatores associados ao processo saúde-doença,

buscando maior resolutividade; e gestão participativa - participação democrática dos

usuários, trabalhadores e prestadores nas definições das ações em política de saúde

bucal (BRASIL, 2004).

Esta participação, também referida como controle social, possui amparo legal e,

de modo geral, é entendida como o direito que possuem os cidadãos de participarem

democraticamente do processo de gestão do SUS, influenciando assim nas decisões

políticas que dizem respeito à saúde da sociedade em que vivem (BRASIL, 1988;

BRASIL 1990a; 1990b). Como mecanismos de controle social em saúde citam-se os

Conselhos e as Conferências de Saúde, o Disque-Saúde (serviço do Ministério da

Saúde) e as Ouvidorias.

3.2 OUVIDORIA DO SUS

A participação do usuário, direta ou indireta, na administração pública está

prevista em lei (BRASIL, 1988), sendo a Ouvidoria pública compreendida como

instituição que permeia este processo de exercício de cidadania, auxiliando na

comunicação entre cidadão e administração pública, com vistas a melhorar os serviços

públicos prestados (BRASIL, 2012a).

12

A participação democrática do cidadão no processo de gestão do SUS está

prevista em sua legislação, porém, somente em novembro de 2007, 20 anos após do

surgimento deste sistema de saúde público, uma das deliberações da 13ª Conferência

Nacional de Saúde diz respeito à implantação, pelo MS, de uma Política Nacional de

Ouvidoria no SUS com viabilização de implantação e implementação das Ouvidorias

pelas outras esferas de governo, a fim de fortalecer a gestão participativa no SUS

(BRASIL, 2008).

Os instrumentos legais e normativos que servem de referência e respaldam as

Ouvidorias do SUS, de forma geral, prevêem a participação do usuário na

administração pública (BRASIL, 1988; 1990a; 1990b), a implantação e

implementação de Ouvidorias para fortalecimento do processo de participação social

no SUS (BRASIL, 2006a, 2007) e a garantia do direito do cidadão manifestar-se, por

meio de Ouvidorias ou outros mecanismos, com relação ao serviço recebido (BRASIL

2009).

Assim, as Ouvidorias do SUS surgem como mecanismo de comunicação dos

usuários do sistema com os gestores, por meio da promoção e estímulo à participação

e ao controle social (ANTUNES, 2008). Por acolher as manifestações dos cidadãos, é

considerada importante ferramenta de administração pública, pois a gestão adequada

das informações permite o fornecimento de dados que podem subsidiar a avaliação dos

serviços, o planejamento, a definição de estratégias e a tomada de decisão com vistas a

solucionar, minimizar e apaziguar as deficiências e problemas identificados e

apontados pelo cidadão, procurando melhorar, de forma efetiva, os serviços que são

ofertados pelo gestor (BRASIL, 2010a, 2012a).

De acordo com Chauí (apud SILVA, 2007) os sujeitos políticos participam da

vida social em proporção ao volume e qualidade das informações que possuem, desta

maneira, é necessário democratizar a comunicação e a informação. Portanto, mister é a

necessidade da consciência por parte do gestor de que a Ouvidoria é um canal de

comunicação entre usuários e sistema, utilizando-a também como ferramenta de gestão

e transmitindo, tanto aos seus colaboradores como aos usuários, a importância do

papel de cada um no estabelecimento de uma relação parceira na busca pela melhoria

13

da saúde pública, caso contrário, a Ouvidoria poderá ser reduzida a um “Call Center”

para simples registro das manifestações dos usuários com relação aos serviços.

3.2.1 Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba

Em Curitiba, a Ouvidoria da SMS precedida pela Central de Atendimento ao

Usuário do SUS (CAU-SUS), que foi criada em 1995 (HISTÓRICO, 2012) e

oficializada em 1997 (CURITIBA, 1997) atendendo ao disposto na Lei 9.000 de 27 de

Dezembro de 1996:

Art. 7º - O Gestor do Sistema Municipal de Saúde deverá manter um serviço

de atendimento a informações, reclamações e denúncias, informando, no

prazo de 30 dias, sobre as soluções adotadas.

§ 1º Todos os estabelecimentos de saúde sujeitos à ação fiscalizadora do

Gestor do Sistema Municipal de Saúde deverão manter em local visível ao

público, o endereço e telefone do serviço mencionado no caput deste artigo.

§ 2º - Os estabelecimentos de saúde, os prestadores de serviços e os

fornecedores de produtos e substâncias de interesse da saúde deverão fixar

em local visível ao público o telefone e endereço do serviço próprio de

atendimento à população, bem como telefone do serviço de recebimento e

encaminhamento de queixas, denúncias e informações do Gestor do Sistema

Municipal de Saúde (CURITIBA, 1996).

A CAU-SUS era um setor da SMS, subordinado ao Sistema Municipal de

Auditoria do Sistema Único de Saúde, por meio do qual qualquer cidadão poderia

exercer seu direito de denunciar irregularidades ou ilegalidades do SUS no município

de Curitiba, sendo tais denúncias apreciadas pela Auditoria e/ou por órgãos ou setores

competentes (CURITIBA, 1997).

Em 1998, com a reorganização dos órgãos e unidades administrativas da SMS

de Curitiba, a CAU-SUS deixou de ser subordinada ao Sistema de Auditoria e passou

a reportar-se diretamente ao secretário da saúde, sendo então compreendida como

instrumento auxiliar de gestão, uma vez que, entre suas atribuições, além de continuar

recebendo e encaminhando as reclamações de denúncias, constam:

[...] III - Apresentar ao Conselho Gerencial e Conselho Municipal de Saúde,

a avaliação referente às demandas recebidas;

IV - Subsidiar o Secretário Municipal da Saúde com informações da sua

esfera de atuação; [...] (CURITIBA, 1998)

14

Acompanhando o progresso e consolidação gradual do SUS em Curitiba, houve

a necessidade de melhoria da CAU-SUS de Curitiba. Assim, em 13 de setembro de

2006, em reunião ordinária do Conselho Municipal da Saúde, foi oficializado o avanço

da CAU-SUS em Ouvidoria da SMS de Curitiba, cujo objetivo maior era aproximar

usuários e gestores do sistema, bem como consolidar junto à população a gratuidade

dos serviços prestados pelo SUS (CURITIBA, 2006). Esta transformação transcende a

mudança apenas do nome, e diz respeito também à mudança efetiva de sua nova

função como uma ferramenta de gestão, visto que ao procurar aproximar cidadão e

gestores da SMS de Curitiba, prestando informações e acolhendo as manifestações,

pode contribuir para o aprimoramento dos serviços públicos de saúde do referido

município.

15

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA

Foi realizada pesquisa descritiva, retrospectiva e transversal, utilizando base de

dados secundários provenientes do Sistema 156 (programa informatizado utilizado

para registros das manifestações realizadas pelos usuários em contato com a Central de

Atendimento e Informações 156 da PMC e com a Ouvidoria da SMS).

Os dados foram tabulados em planilha Excel, sendo realizado análise

exploratória descritiva.

4.2 LOCAL DA PESQUISA

A Ouvidoria da SMS de Curitiba está localizada na Rua Francisco Torres, na

região central de Curitiba, no prédio da SMS (Edifício Laucas), da cidade de Curitiba,

Estado do Paraná. Oferece atendimento à população de segunda a sexta-feira, no

horário das 08 horas às 18 horas.

A equipe profissional da Ouvidoria é composta por funcionários concursados da

PMC/SMS (regime estatutário), estagiários do Instituto Municipal de Administração

Pública da Prefeitura de Curitiba (IMAP) e funcionários contratados via convênio

entre SMS e empresa terceirizada, escolhida por processo de licitação, para executar o

teleatendimento. O quadro funcional da Ouvidoria é composto de uma coordenadora

geral (Ouvidora), uma coordenadora administrativa, uma coordenadora de

teleatendimento, cinco agentes administrativos, dois estagiários de nível médio regular

e doze teleatendentes.

O cidadão pode realizar contato com a Ouvidoria por meio telefônico (0800-

644-0041), pessoalmente no guichê da Ouvidoria no prédio da SMS (Edifício Laucas)

ou eletronicamente via e-mail ([email protected]). Ainda, a Ouvidoria

recebe manifestações “abertas” nas Unidades de Saúde da SMS (via formulário de

manifestação) bem como as realizadas na Ouvidoria do MS (carta, e-mail, telefone,

fax ou pessoalmente), e que são encaminhados deste órgão para aquele, por meio do

16

sistema informatizado OuvidorSUS. Importante ressaltar que a SMS, por meio de sua

Ouvidoria, acolhe as manifestações que dizem respeito somente à saúde, existindo

ainda outro meio de comunicação da PMC, a Central de Atendimento e Informações

156 (Central 156), no qual o cidadão pode registrar qualquer manifestação a respeito

da administração pública, incluindo manifestações que dizem respeito à saúde. Tal

contato pode ser realizado via telefone (156) ou por meio eletrônico

(http://www.central156.org.br/), vinte e quatro horas por dia, com o propósito de

viabilizar um sistema de comunicação ágil e eficiente entre o cidadão e a PMC,

permitindo o atendimento das manifestações da população, com registro, segurança e

confiabilidade.

Todas as manifestações, independentes do meio de comunicação utilizado, são

registradas no Sistema 156 - sistema informatizado desenvolvido pelo Instituto

Curitiba Informática (ICI),

Desta maneira, quando a manifestação for referente à saúde, o registro pode ser

realizado tanto pelos profissionais da Ouvidoria da SMS (teleatendentes ou agentes

administrativos) ou pelos teleatendentes da Central 156, porém, independente do órgão

cadastrador da manifestação, o registro, a resposta e a conclusão são acompanhados e

avaliados pela Ouvidoria da SMS. Todo registro gera um número de protocolo,

possibilitando ao usuário acompanhar o andamento de sua manifestação, por meio de

consulta no sistema 156 diretamente na internet ou em contato telefônico ou eletrônico

com a Ouvidoria.

Apesar de diferentes pessoas registrarem a manifestação e de inúmeros dados e

informações necessários para registro da manifestação, a mesma só é enviada ao setor

competente para resolução e resposta após análise de uma das coordenações da

Ouvidoria, as quais verificam se todos os dados e informações estão corretos, inclusive

a classificação da manifestação e sua subdivisão.

Análise e avaliação também são efetuadas, pelas coordenações da Ouvidoria, na

resposta realizada pelos setores envolvidos, e, somente após coerência e

resolutividade, repassada ao cidadão pelo meio de resposta que o mesmo optou no

momento do registro. Caso contrário, o protocolo poderá retornar ao setor para nova

resposta, ou ser reencaminhado para outro setor (geralmente de instância superior),

17

com vistas à resolutividade da manifestação. A resposta dada ao usuário, se aceita pelo

mesmo, é inserida no Sistema 156 pela Ouvidoria e então o protocolo é concluído.

Todos os registros permanecem arquivados na íntegra tanto via papel como no

sistema informatizado, formando um banco de dados que foi utilizado para a

realização deste trabalho.

4.3 OBJETO DE PESQUISA

O objeto de análise foram as manifestações, referentes à atenção odontológica

dos serviços públicos de saúde do município de Curitiba, registradas no sistema

informatizado 156, no período de 01 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011,

com classificação de subdivisão “Programas da SMS - Saúde Bucal/Amigo Especial”.

Os dados foram coletados no mês de dezembro de 2012. Foram detectadas 193

manifestações que se enquadravam dentro dos critérios, porém, 3 manifestações foram

descartadas visto que até o momento final da coleta de dados, tais manifestações ainda

permaneciam inconclusivas e em aberto - sem resposta do setor responsável. Desta

maneira, foram analisadas 190 manifestações.

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

O presente trabalho foi aprovado pelo CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) do

CES (Centro de Educação em Saúde) da SMS sob número 73/2012, CAAE

09999612.2.0000.0101 (Apêndice A). Por se tratar de análise de banco de dados, não

houve necessidade de termo de consentimento livre e esclarecido.

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Por meio de ferramenta gerencial que possibilita a realização de relatórios do

sistema informatizado 156, foram levantados os números de protocolos das

manifestações que se enquadraram nos critérios de eleição acima citados. De posse dos

números dos protocolos, os mesmos foram consultados e tiveram coletados os dados

18

referentes ao cadastro da manifestação (bloco 1), à identificação do solicitante (bloco

2), ao estabelecimento prestador do serviço (bloco 3), à manifestação (bloco 4) e à

resposta (bloco 5), conforme formulário de coleta de dados das manifestações

(Apêndice B).

4.5.1 Bloco 1: Cadastro da manifestação

Os dados agrupados neste bloco são referentes ao registro da manifestação:

Nº do protocolo: identificação da manifestação

Órgão cadastrador: para identificação de qual órgão o cidadão procurou para

registrar sua manifestação (Ouvidoria SMS, Central 156, Formulário de

Manifestação nas Unidades de Saúde ou MS por meio do site e link

OuvidorSUS)

Data de cadastro: para fins de estimar tempo decorrido entre manifestação do

cidadão e resposta

Dia de cadastro: identificação do dia da semana em que foi realizada a

manifestação (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira,

sábado ou domingo)

Horário de cadastro: identificação do horário em que foi realizada a

manifestação. Este dado foi agrupado conforme o horário de funcionamento das

Unidades de Saúde: 7:00 às 12:00 (manhã), 12:00 às 14:00 (almoço), 14:00 às

19:00 (tarde) e 19:00 às 7:00 (noite/madrugada). Importante ressaltar que nos

formulários de manifestação das Unidades de Saúde, não existe a referida

informação.

4.5.2 Bloco 2: Identificação do solicitante

Neste bloco os dados coletados têm a finalidade de traçar um perfil dos

cidadãos que realizaram as manifestações sobre a atenção odontológica em Curitiba no

ano de 2011:

Sigilo: não existe a possibilidade de registro anônimo da manifestação, sendo

necessário que o manifestante informe seus dados pessoais; porém, caso deseje,

o manifestante pode solicitar sigilo, garantindo assim que não seja possível o

19

conhecimento de seus dados a qualquer pessoa envolvida no trâmite da

manifestação, a fim de evitar constrangimentos

Gênero: masculino ou feminino

Bairro de residência: em qual bairro o solicitante reside

Unidade regional da residência: em Curitiba, em consonância com o princípio

de descentralização do SUS, os bairros são agrupados em regionais conforme

sua semelhanças sócio-economicas, estando cada regional sob responsabilidade

sanitária de um Distrito Sanitário (DS), sendo nove no total (Bairro Novo, Boa

Vista, Boqueirão, CIC, Cajuru, Pinheirinho, Santa Felicidade, Portão e Matriz)

Vínculo do solicitante com relação ao paciente: a manifestação pode ser

realizada pela própria pessoa que utilizou o serviço do SUS (solicitante e

paciente são a mesma pessoa), bem como por terceiros (pais, avós, filhos, netos,

irmãos, esposo, cuidadores, amigos)

Idade do paciente: em número de anos completos

4.5.3 Bloco 3: Estabelecimento prestador do serviço

Os dados deste bloco dizem respeito ao estabelecimento prestador do serviço

utilizado onde originou o motivo para a realização da manifestação:

Estabelecimento prestador do serviço: os atendimentos odontológicos pelo SUS

em Curitiba podem ser realizados em unidades de saúde, centros de

especialidades odontológicas, hospitais ou clínicas credenciadas. Ainda, as

manifestações podem dizer respeito a assuntos que são de responsabilidade de

outros setores internos da SMS, como Superintendência, Coordenação de Saúde

Bucal, Coordenação de Recursos Materiais, entre outros.

Nome do estabelecimento: identificação do estabelecimento

Bairro de localização do serviço: bairro onde está localizado o estabelecimento

Unidade regional de localização do serviço: identificação do DS responsável

pela área onde se localiza o estabelecimento prestador do serviço

20

4.5.4 Bloco 4: Manifestação

Classificação: será utilizada a tipificação utilizada no sistema 156 e proposta

pela Ouvidoria-geral do SUS (BRASIL 2010b), na qual as manifestações são

classificadas em denúncia (indicação de irregularidade na administração ou

atendimento. Ex: cobrança, negligência profissional), elogio (demonstração de

satisfação ou agradecimento pelo serviço recebido), reclamação (insatisfação

com relação às ações e serviços recebidos. Ex: demora no atendimento, falta de

medicação), solicitação (quando se requer acesso à assistência à saúde. Ex:

necessidade de tratamento médico) ou sugestão (proposição de ação à melhoria

do serviço).

Assunto: refere-se ao teor da manifestação. Será utilizada a classificação

disponível no Sistema 156: demora no agendamento de consulta básica (na US),

demora no agendamento de consulta especializada, demora no agendamento do

exame, demora no atendimento (tempo de espera entre horário agendado e

horário de atendimento), cobrança indevida (cobrança realizada por serviços

realizados pelo SUS), RH - atendimento profissional (qualidade do atendiento

prestado pelos profissionais do SUS), RH - quantidade de profissionais (número

insuficiente de profissionais), RH - recusa de atendimento (quando atendimento

não foi realizado), fluxo de atendimento (manifestação referente ao fluxo e

processo de trabalho), recursos materiais (referente a equipamentos, aparelhos e

materiais de consumo), RH - falta de profissional ao trabalho (quando

profissional não comparece ao local de trabalho)

4.5.5 Bloco 5: Resposta

Toda manifestação é enviada ao setor responsável para ciência, avaliação e

parecer, sendo a resposta uma garantia ao cidadão (CURITIBA, 1998), que deve ser

informado sobre a mesma em um prazo de 30 dias (CURITIBA, 1996). A conclusão

da manifestação só é realizada quando a resposta, avaliada pela Ouvidoria, está

adequada e satisfatória. Ainda, quando realizado contato, o cidadão pode não aceitar a

resposta fornecida, sendo o protocolo reencaminhado para novas providências de

modo a satisfazer do cidadão.

21

Realização da resposta: verificação se a resposta foi realizada e quando (data)

para verificar se o prazo para resposta foi cumprido

Meio de contato com solicitante para resposta: o cidadão pode escolher ser

informado ou não da resposta, e, nos casos positivos, pode escolher a forma de

recebimento desta resposta (telefone ou e-mail). Ainda, mesmo o cidadão

deixando registrado o meio de contato para resposta, pode não ter sido

conseguido contato para informá-lo da resposta (ligação não atendida, número

telefônico inexistente, cidadão não conhecido no número informado, retorno

automático de e-mail)

Setor responsável conseguiu contato com cidadão para informar resposta: o

contato com o solicitante para informá-lo da resposta pode ter sido realizado

bem como pode não ter sido conseguido devido a diversos motivos (telefone

não atende, número de telefone inexistente, cidadão desconhecido no telefone

informado, e-mail incorreto)

Necessário novas providências: tanto a Ouvidoria como o próprio cidadão pode

ou não aceitar a resposta. Em caso negativo, o protocolo é retornado para

novas providências

Necessário encaminhamento para outros setores: nos casos em que a resposta

do setor diretamente envolvido é insatisfatória, pode-se encaminhar a

manifestação a outro setor, geralmente de instância superior, buscando maior

resolutividade

Tempo decorrido entre registro da manifestação e resposta: em número de dias

corridos, para verificação do cumprimento do prazo

22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para manifestação, o cidadão pode procurar a Ouvidoria (teleatendimento, meio

eletrônico e pessoalmente), a Central 156 (teleatendimento e meio eletrônico), a

US/DS (formulário de manifestação) e o MS (carta, e-mail, telefone, fax,

pessoalmente). O órgão mais procurado para registro das manifestações foi a Central

156, que concentrou 82,1%, o que corresponde 156 manifestações. Em segundo lugar,

a Ouvidoria foi o órgão mais procurado, com 30 manifestações (15,8%), seguido do

MS (3 manifestações - 1,6%) e US/DS (1 manifestação - 0,5%). Verificou-se que o

meio mais utilizado pelo cidadão para comunicação é o telefone tanto com a Central

156 e com a Ouvidoria, uma vez que este tipo de meio de contato predominou no total

de manifestações em cada órgão - respectivamente 93,6% e 83,3%.

Estes resultados mostram que a comunidade conhece os diferentes órgãos a

quem procurar quando houver necessidade de manifestar-se com relação à atenção

odontológica do município de Curitiba, realizando, de certa maneira, o controle social

sobre a saúde pública (BRASIL, 1988; BRASIL 1990a; BRASIL 1990b). O órgão que

mais registrou manifestações foi a Central 156 e não a Ouvidoria, órgão

especificamente criado na SMS, em consonância com os princípios do SUS, para

comunicação e aproximação dos usuários do SUS com os gestores (CURITIBA 2006;

ANTUNES, 2008). Porém, tal dado requer maiores estudos, visto que tal fato pode ter

ocorrido tanto pela real maior procura do cidadão à Central 156 como pela maior

resolutividade da Ouvidoria nas questões relativas à saúde, com melhores orientações

e informações, já que a Central 156 acolhe informações das 33 secretarias da PMC,

não sendo possível tal resolutividade.

Com relação ao mês de registro da manifestação (Gráfico 1), verificou-se que

setembro concentrou mais de um quarto (27,4%) das manifestações do ano, o que

corresponde a 52 manifestações. Neste período aconteceu a greve dos dentistas da

PMC (LEITÓLES, 2011), e considerando que 44,2% das manifestações deste mês

referem-se especificamente à este evento, pode-se afirmar que o número elevado foi

em decorrência deste episódio. Importante salientar que, apesar de mais da metade

destas manifestações terem sido de reclamação, demonstrando a insatisfação dos

23

usuários do SUS com a ausência do profissional e consequentemente não

funcionamento do serviço (60,9%), houve 3 manifestações (13%) de elogio aos

profissionais, apoiando a luta da classe e 6 manifestações (26,1%) de solicitação para

resolução do conflito servidor x PMC, demonstrando a compreensão do usuário para

com o profissional, porém, a não concordância do prejuízo ao usuário, que acaba não

recebendo o atendimento necessário à sua saúde bucal. Não foi possível formular

hipóteses que justificassem a grande diferença no número de registro de manifestações

entre 1o e 2

o semestre (13,7% e 86,3% respectivamente), sendo necessários estudos

mais aprofundados sobre esta questão.

GRÁFICO 1 - Distribuição das manifestações no período de janeiro a dezembro de

2011

É possível visualizar nos Gráficos 2 e 3 que, embora seja realizável o registro

de manifestação em qualquer dia da semana e horário, o registro das mesmas

acompanhou o funcionamento dos serviços odontológicos da SMS (próprios e

contratados), cujo horário, em 2011, se dava de segunda a sexta e, de maneira geral,

das 7:00 às 19:00. Do total das manifestações, 98,4% foram registradas durante a

semana (187); e com relação ao horário, 170 manifestações (89,5%) foram registradas

no período das 7:00 às 19:00, com concentração maior nos horários da manhã e da

tarde, 73 e 64 manifestações respectivamente. Nos dias e horários em que não há

24

funcionamento dos serviços, houve menor concentração de manifestações: 2

solicitações e 1 elogio nos finais de semana; e 19 manifestações (6 elogios, 9

reclamações, 3 solicitações e 1 informação) no horário das 19:00 às 7:00.

GRÁFICO 2 - Registro das manifestações de 2011, por dia da semana

GRÁFICO 3 - Registro das manifestações de 2011, por horário

25

Para atendimento pessoal, a Ouvidoria, funciona praticamente no mesmo

horário de funcionamento dos serviços odontológicos municipais (segunda a sexta, das

8:00 às 18:00), afora, o usuário pode procurar qualquer outro meio de comunicação:

Ouvidoria (e-mail e 0800), Central 156 (teleatendimento e e-mail) e MS. Houve

apenas 1 manifestação de 2011 que foi realizada pessoalmente, conclui-se portanto que

para este tipo de registro, não há necessidade de ampliação do horário da Ouvidoria

para atendimento ao público. Constatação esta que não foi possível de realizar com

relação ao horário de atendimento do teleatendimento da Ouvidoria, visto que a partir

das 18:00, as ligações realizadas para a Ouvidoria são transferidas automaticamente

para a Central 156, para tanto, faz-se necessário um estudo mais aprofundado com

relação aos chamados “transbordos de ligação”.

Antes de prosseguir, faz-se necessária uma breve diferenciação nas

nomenclaturas utilizadas neste trabalho entre solicitante e paciente. O primeiro diz

respeito à pessoa que registrou a manifestação, enquanto o segundo refere-se à pessoa

usuária do serviço que motivou o primeiro a registrar a manifestação.

Desta maneira, constatou-se que o solicitante em sua grande maioria é do

gênero feminino (71%), e dentre as mulheres, praticamente 30% não foram as usuárias

do serviço que gerou o motivo da manifestação, o que vai de encontro ao

reconhecimento da importância do papel da mulher não somente na produção mas

também no provimento de cuidados em saúde (GUTIERREZ, 2010).

Com relação ao vínculo do solicitante com o paciente, constatou-se que 139

solicitantes (73,2%) eram os próprios pacientes, seguidos de pai/mãe (34

manifestações - 17,9%) - Gráfico 4.

` Conforme demonstrado no Gráfico 5, a maior concentração de manifestações

com relação à idade do paciente ficou na faixa etária do adulto trabalhador (34,7%),

seguida do adulto trabalhador mas em vias de se aposentar (23,7%) e do jovem em

início ou auge da idade produtiva (18,4%). Desta maneira é possível visualizar que a

grande maioria das manifestações foram motivadas quando o paciente é adulto, o que

nos remete à importância de se discutir o acesso destas pessoas nos serviços de saúde

(BRASIL, 2004; JESUS, 2010), uma vez que as crianças e adolescentes em idade

escolar são grupos prioritários para atendimento odontológico (ALLEGRETTI, 2012).

26

GRÁFICO 4 - Vínculo do solicitante com o paciente

GRÁFICO 5 - Idade do paciente

Em consonância ao princípio de descentralização (BRASIL, 1990a), para dar

conta da organização e prestação dos serviços de saúde à sua população, Curitiba é

dividida, conforme condições sócio-econômicas, em regionais, chamadas, na saúde, de

Distrito Sanitário. São, ao todo, 09 Distritos Sanitários. Verifica-se no Gráfico 6 que a

27

maioria dos solicitantes residem nas regionais Boa Vista e Bairro Novo, enquanto a

regional Matriz, concentra o menor número de residentes que registraram algum tipo

de manifestação com relação à atenção odontológica no ano de 2011.

GRÁFICO 6 - Unidade regional de residência do solicitante

Com relação à unidade regional de localização do serviço que motivou a

manifestação, os Distritos Sanitários Boa Vista e Bairro Novo, lideram o registro de

manifestações, com 28 cada (Gráfico 7). Porém, no DS Boa Vista, assim como nos

DS’s CIC e Cajuru, existe um equilíbrio na distribuição das manifestações que mais

demonstram a (in)satisfação do usuário (DS Boa Vista - 13 elogios e 13 reclamações,

DS CIC - 10 elogios e 10 reclamações; Cajuru - 7 elogios e 6 reclamações). Já, no DS

Bairro Novo as manifestações estão polarizadas nas reclamações (26). Situação

semelhante acontece no DS Boqueirão (1 elogio e 10 reclamações), DS Santa

Felicidade (1 elogio e 9 reclamações) e Setores Internos (1 elogio e 10 reclamações).

Este dado demonstra a necessidade de aprofundar-se na pesquisa de satisfação do

usuário com relação à atenção odontológica, com atenção especial nos DS polarizados.

28

GRÁFICO 7 - Manifestação por tipo e DS de localização do serviço prestado

GRÁFICO 8 - Classificação da manifestação

No Gráfico 8 é possível visualizar que não houve nenhuma denúncia com

relação à atenção odontológica. A maioria das manifestações é de reclamações (112

manifestações - 59%), seguida de 55 elogios (29%) e 19 solicitações (10%), o que

demonstra que a população não procura os meios de comunicação apenas para

reclamar, mas também no intuito de fortalecer e melhorar os serviços prestados; o que

29

corrobora com a ideia de Fortes (2008) sobre a importância do aprofundamento do

significado das Ouvidorias Públicas de Saúde no cenário da regulação e controle

social.

Na perspectiva dos tipos de estabelecimentos envolvidos na manifestação

(Gráfico 9), apesar de existirem serviços credenciados (Clínicas e Hospitais), não

houve nenhuma manifestação a respeito dos mesmos, e isto pode ter acontecido por

vários fatores: número menor de oferta, qualidade do serviço, não associação do

referido serviço como serviço contratado da SMS, resolutividade no próprio local. Por

outro lado, mais de 80% das manifestações referem-se às Unidades de Saúde (155),

sendo 63,2% destas de reclamação (98 manifestações), 31% de elogio (48

manifestações) e 5,8% de solicitação e informação (9 manifestações). O número de

manifestações referentes aos Centros de Especialidades Odontológicas foi bem menor

(4,7%). Chama a atenção o registro de manifestações cujo setor envolvido não se

tratava da assistência propriamente dita, mas sim de algum outro setor da SMS,

responsável pela gestão e possuidor de importante papel nas políticas públicas de

atenção à saúde bucal, tal como Superintendência de Gestão, Superintendência

Executiva, Coordenação de Saúde Bucal e Coordenação de Recursos Materiais; foram

26 manifestações deste tipo (13,7%), o que reforça a importância da Ouvidoria como

ferramenta de gestão e controle social (BRASIL 2008; FORTES, 2008; BRASIL

2012a).

GRÁFICO 9 - Tipo de estabelecimento envolvido

30

No quadro abaixo é possível verificar quais foram os assuntos das

manifestações e sua tipificação.

QUADRO 1: Distribuição das manifestações de acordo com assunto e classificação da

manifestação do usuário sobre o serviço de odontologia

n assunto

den

ún

cia

elo

gio

recl

amaç

ão

solic

itaç

ão

suge

stão

info

rmaç

ão

3 demora agendamento consulta básica - - 2 1 - - 9 demora agendamento consulta especializada - - 7 2 - - 3 demora atendimento - - 2 - 1 -

84 RH - atendimento profissional - 54 30 - - - 9 RH - quantidade de profissionais - - 7 2 - -

28 RH - recusa de atendimento - - 27 1 - - 28 fluxo de atendimento - - 20 5 - 3 6 recursos materiais - - 3 3 - - 1 RH - falta do profissional ao trabalho - - 1 - - -

19 outros - 1 13 5 - - 190 TOTAL 0 55 112 19 1 3

De maneira geral, verificou-se que, apesar de o número de manifestações de

elogio aos profissionais ter sido o maior quando analisado isoladamente (54

manifestações); mais da metade das reclamações (65) é a respeito de recursos humanos

(atendimento profissional, recusa de atendimento, quantidade de profissionais e falta

do profissional ao trabalho); o que nos remete à greve dos dentistas da PMC, marcada

pelo sentimento de desvalorização da classe por parte dos gestores municipais

(LEITÓLES, 2011). Tal dado impele à discussão da satisfação do profissional no

trabalho, posto que a motivação e satisfação dos trabalhadores repercutem direta e

indiretamente na assistência aos usuários dos serviços de saúde (KURKGANT, 2006).

Na SMS, independente do meio de registro da manifestação, a Ouvidoria

encaminha a manifestação para os setores envolvidos tomarem conhecimento da

manifestação bem como para prestação de informações e orientações a respeito do

ocorrido. Na grande maioria das vezes o próprio setor envolvido entra em contato com

31

usuário solicitante para conversa, melhor acolhimento e entendimento do motivo da

manifestação, bem como para respondê-la com os esclarecimentos necessários.

GRÁFICO 10 - Meio de contato escolhido pelo cidadão para resposta da SMS

GRÁFICO 11 - Sucesso no contato com cidadão para resposta

Verifica-se nos Gráficos 10 e 11 que a grande maioria dos solicitantes (94%)

prefere obter a resposta à sua manifestação por meio telefônico e 5% por meio

eletrônico; chama a atenção o fato de 1% dos solicitantes preferirem não deixar

nenhum meio de contato para obter a resposta à sua manifestação, demonstrando certa

32

falta de interesse na resolução de sua manifestação. Ainda, apesar de o próprio

manifestante escolher o tipo de meio de contato para que o setor da SMS dê o devido

retorno, não se obtém sucesso no contato com o cidadão em 20% dos casos.

Considerando-se que o tempo esperado de resposta ao cidadão é de 30 dias

(CURITIBA, 1996), faz-se necessário uma sensibilização dos setores da SMS no que

diz respeito à importância das manifestações e sua resolutividade dentro deste período,

posto que mais de 30% das manifestações não foram respondidas neste prazo,

chamando a atenção de que destas, 22 foram respondidas após 100 dias do registro -

Gráfico 12. Destaca-se que 3 manifestações foram excluídas deste estudo porque ainda

estavam em aberto e inconclusivas no momento da coleta de dados.

GRÁFICO 12 - Distribuição das manifestações pelo tempo decorrido entre registro e

resposta

33

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta pesquisa obteve-se um banco de dados extremamente rico e com

inúmeras possibilidades de exploração e obtenção de informações capazes de auxiliar

na avaliação, planejamento e decisão por parte dos gestores, sendo inviável extrair,

neste único trabalho, todas as informações possíveis. Pretendeu-se apenas traçar o

perfil geral das manifestações e seus solicitantes, com intuito de demonstrar as

potencialidades da Ouvidoria como ferramenta de gestão e de fortalecimento do

controle social do SUS.

Desta maneira, verificou-se que o maior número de manifestações referentes à

atenção odontológica de Curitiba registradas no ano de 2011, foi de reclamações

referentes a recursos humanos. Alguns DS’s chamam a atenção pela polarização das

reclamações enquanto outros mostram certo equilíbrio entre reclamação e elogio. Os

solicitantes são em sua maior parte, do gênero feminino, em idade adulta, residentes

nas regionais Boa Vista e Bairro Novo e eram, além de solicitantes, os usuários dos

serviços odontológicos localizados nas mesmas regionais. O órgão que mais registrou

manifestações foi a Central 156, o que demonstra ou a falta de procura, por parte do

cidadão, pela Ouvidoria ou a maior resolutividade deste órgão, não havendo

necessidade de registros de manifestações. Em 20% das manifestações não foi

conseguido contato com o solicitante para resposta, e 30% das respostas foram

realizadas além do prazo esperado.

Além de estudos a respeito do uso da Ouvidoria como ferramenta de gestão

com ênfase na saúde pública odontológica e de estudos mais profundos que possam

qualificar as inferências deste trabalho, sugere-se ainda especificamente à SMS a

realização de pesquisa de satisfação dos usuários com relação ao serviço odontológico;

pesquisa de satisfação dos profissionais da assistência odontológica e a qualidade da

mesma e pesquisa com os gerentes das Unidades de Saúde a respeito do

funcionamento e melhorias da Odontologia.

Os resultados dessa pesquisa serão apresentados aos setores interessados da

SMS, para subsídio no planejamento das ações referentes à atenção odontológica do

34

município de Curitiba. Ainda, os dados serão disponibilizados ao CES da SMS,

ficando à disposição para consultas.

35

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37

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38

NARVAI, Paulo Capel, FRAZÃO Paulo. O SUS e a Política Nacional de Saúde Bucal.

In: PEREIRA A. C. (org.). Tratado de saúde coletiva. São Paulo: Editora Napoleão

Ltda., 2009. p.18-32.

SILVA, Alessandra Ximenes da; CRUZ, Eliane Aparecida; MELO Verbena. A

importância estratégica da informação em saúde para o exercício do controle social.

Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n.3, p.683-688, 2007. Disponível em:

<http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n3/18.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2013.

WHO. The world oral health report 2003 - continuous improvement of oral health in

the 21st century, the approach of the WHO Global Oral Health Programme. Geneva,

Switzerland: World Health Organization, 2003. Disponível em:

<http://www.who.int/oral_health/media/en/orh_report03_en.pdf>. Acesso em: 14

nov.2012

39

APÊNDICE A – DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO DO CEP

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

CENTRO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

DECLARAÇÃO

Declaramos para os fins que se fizerem necessários, que a pesquisadora Cristiane

Yumi Nakamura protocolou sob o número 73/2012 sua solicitação de campo de pesquisa

para o projeto intitulado: “Participação Social Via Ouvidoria SUS: Perfil Das Manifestações

Referentes a Atenção Odontológica”. CAAE 09999612.2.0000.0101.

Declaramos ter lido e concordar com o parecer ético emitido pelo CEP da Instituição

Proponente, conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras, em especial a Res. CNS 196/96.

Esta instituição está ciente de suas co-responsabilidades como instituição co-

participante do presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no resguardo da segurança de sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infra-estrutura necessária para a garantia de tal segurança e bem-estar.

Esclarecemos que após o término da pesquisa, os resultados obtidos deverão ser

encaminhados ao CEP/SMS.

Por ser verdade firmamos a presente.

Atenciosamente,

Curitiba 12 de Dezembro de 2012.

Coordenador do CEP/SMS

40

APÊNDICE B - FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS DAS

MANIFESTAÇÕES

Bloco 1: CADASTRO DA MANIFESTAÇÃO

Nº do protocolo

Órgão cadastrador ( 1 ) Ouvidoria SMS - teleatendimento ( 2 ) Ouvidoria SMS - e-mail ( 3 ) Ouvidoria SMS - pessoalmente ( 4 ) Central de Atendimento 156 - teleatendimento ( 5 ) Central de Atendimento 156 - e-mail ( 6 ) Formulário de manifestação US/DS ( 7 ) OuvidorSUS -MS

Data de cadastro

Dia de cadastro ( 1 ) segunda-feira ( 2 ) terça-feira ( 3 ) quarta-feira ( 4 ) quinta-feira ( 5 ) sexta-feira ( 6 ) sábado ( 7 ) domingo

Horário de cadastro ( 1 ) 7:00 às 12:00 ( 2 ) 12:00 às 14:00 ( 3 ) 14:00 às 19:00 ( 4 ) 19:00 às 7:00 ( 5 ) não informado (formulário de manifestação)

Bloco 2: IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE

Manifestação sigilosa? ( 1 ) sim ( 2 ) não

Gênero ( 1 ) masculino ( 2 ) feminino

Bairro de residência

Unidade Regional da residência do solicitante

( 1 ) Regional Bairro Novo ( 2 ) Regional Boa Vista ( 3 ) Regional Boqueirão ( 4 ) Regional CIC ( 5 ) Regional Cajuru ( 6 ) Regional Pinheirinho ( 7 ) Regional Santa Felicidade ( 8 ) Regional Portão ( 9 ) Regional Matriz

Vínculo do solicitante com relação ao paciente

( 1 ) são a mesma pessoa ( 2 ) pai/mãe ( 3 ) avô/avó ( 4 ) filho(a) ( 5 ) neto(a) ( 6 ) irmão(ã) ( 7 ) esposo(a) ( 8 ) cuidador(a) sem vínculo familiar ( 9 ) amigo(a) ( 10 ) outro. Especificar:

41

Idade do paciente em número de anos (quando em branco - idade não informada)

Bloco 3: ESTABELECIMENTO PRESTADOR DO SERVIÇO

estabelecimento prestador do serviço

( 1 ) Unidade de Saúde ( 2 ) Centro de Especialidades Odontológicas ( 3 ) Hospital credenciado ( 4 ) Clínica credenciada ( 5 ) Outros setores internos da SMS ( 6 ) outro. Especificar:

Nome estabelecimento

Bairro de localização do serviço

Unidade Regional de localização do serviço

( 1 ) Regional Bairro Novo ( 2 ) Regional Boa Vista ( 3 ) Regional Boqueirão ( 4 ) Regional CIC ( 5 ) Regional Cajuru ( 6 ) Regional Pinheirinho ( 7 ) Regional Santa Felicidade ( 8 ) Regional Portão ( 9 ) Regional Matriz

Bloco 4: MANIFESTAÇÃO

Classificação ( 1 ) Denúncia ( 2 ) Elogio ( 3 ) Reclamação ( 4 ) Solicitação ( 5 ) Sugestão

Assunto ( 1 ) Demora agendamento consulta básica (US) ( 2 ) Demora agendamento consulta especializada ( 3 ) Demora agendamento exame ( 4 ) Demora atendimento ( 5 ) Cobrança indevida ( 6 ) RH – atendimento profissional ( 7 ) RH – quantidade de profissionais ( 8 ) RH – recusa de atendimento ( 9 ) Fluxo de atendimento ( 10 ) Recursos materiais - equipamentos, aparelhos ( 11 ) RH - falta de profissional ao trabalho ( 12 ) Outros. Especificar:

Bloco 5: RESPOSTA

Realização resposta ( 1 ) data resposta ( 2 ) manifestação não respondida

Meio de contato escolhido para resposta

( 1 ) nenhum ( 2 ) telefone ( 3 ) e-mail

Setor responsável conseguiu contato com cidadão para informar resposta?

( 1 ) sim ( 2 ) não. Telefone não atende ( 3 ) não. Telefone informado inexistente ( 4 ) não. Cidadão desconhecido no telefone ( 5 ) não. E-mail incorreto ( 6 ) não informado.

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Necessário novas providências? ( 1 ) sim ( 2 ) não

Necessário encaminhamento para outros setores?

( 1 ) sim ( 2 ) não

Tempo de corrido entre registro e resposta

em número de dias corridos (quando em branco, manifestação não respondida)