universidade tecnolÓgica federal do paranÁ...

99
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ÊNFASE ELETROTÉCNICA DIEGO ALEXANDRE BELMONTE BARBOSA JEFERSON TURATTI PRAMIO ILHAMENTO DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS EM SISTEMAS DE 34,5kV: ESTUDO E ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS NO FLUXO DE POTÊNCIA E NO SISTEMA DE PROTEÇÃO CURITIBA 2007

Upload: duongdiep

Post on 10-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA

CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ÊNFASE ELETROTÉCNICA

DIEGO ALEXANDRE BELMONTE BARBOSA

JEFERSON TURATTI PRAMIO

ILHAMENTO DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS EM SISTEMAS DE 34,5kV:

ESTUDO E ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS NO FLUXO DE POTÊNCIA E NO SISTEMA DE

PROTEÇÃO

CURITIBA

2007

Page 2: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

DIEGO ALEXANDRE BELMONTE BARBOSA

JEFERSON TURATTI PRAMIO

ILHAMENTO DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS EM SISTEMAS DE 34,5kV:

ESTUDO E ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS NO FLUXO DE POTÊNCIA E NO SISTEMA DE

PROTEÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

disciplina de Projeto Final 2, como requisito parcial

para obtenção de grau de Engenheiro no Curso de

Engenharia Industrial Elétrica da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná.

Orientadora: Profa. Andréa Lucia Costa, Dr. Eng.

Co-orientador: Prof. Eloi Rufato Junior, MSc. Eng.

CURITIBA

2007

Page 3: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

Resumo

Na ocorrência de um desligamento programado ou involuntário as cargas do sistema

normalmente podem ser remanejadas, não ocasionando problemas aos consumidores. Porém,

às vezes ocorre a necessidade de corte de carga para manter a estabilidade e a segurança do

sistema elétrico. Nos últimos anos, os incentivos do governo à implementação de plantas

utilizando fontes alternativas ampliaram o número de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)

no país. Neste contexto, surge a possibilidade do aproveitamento do potencial energético de

uma PCH em paralelo com o Sistema Interligado Nacional para operação de forma isolada em

situações de contingências. O presente trabalho avalia a possibilidade de ilhamento de uma

PCH através de simulações computacionais, fornecendo uma análise sob os aspectos de fluxo

de potência e proteção, com o objetivo de minimizar ou até evitar o corte de carga.

Palavras-chaves:

Ilhamento, Pequena central hidrelétrica, Corte de carga, Simulação.

Page 4: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Oferta de Energia Elétrica 2002................................................................................8

Figura 2.3 Estrutura de oferta de Eletricidade em 2001 no Mundo. ..........................................9

Figura 2.4 Exemplos de GD. ....................................................................................................17

Figura 3.1 –Contingências entre 1 e 2 subestações. .................................................................26

Figura 3.2 –Contingências em Anel. ........................................................................................26

Figura 3.3 – Mapa do Paraná divido em Regionais da COPEL. ..............................................28

Figura 3.4 – Curvas tempo-corrente para proteção de sobrecorrente.......................................34

Figura 3.5 – Atendimento dos ramais na operação isolada da empresa HIDROPAN. ............41

Figura 4.1 – Situação da LT 138kV da SE Apucarana até SE Pitanga. ...................................44

Figura 4.2 – Circuito Rio Quieto da subestação Pitanga 138/34,5/13,8kV..............................46

Figura 4.3 – Simplificado do Sistema Local. ...........................................................................46

Figura 4.4 – Coordenação de Fase referente ao curto na SE Candido de Abreu......................48

Figura 4.5 – Coordenação de Neutro referente ao curto na SE Candido de Abreu..................49

Figura 4.6 – Contingência do cto Rio Quieto da SE Pitanga para o cto Manoel Ribas da SE

Ivaiporã.....................................................................................................................................51

Figura 5.1 – Interligações das subestação e estações de chaves...............................................54

Figura 5.2 – Gráfico referente as correntes dos alimentadores da EC Cândido de Abreu. ......55

Figura 5.3 – Resultado dos cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio Quieto Ilhado ...57

Figura 5.4 – Configuração proposta para o fornecimento de energia apenas para o circuito Rio

do Tigre da EC Cândido de Abreu ...........................................................................................58

Figura 5.5 - Resultado dos cálculo de fluxo de potência de apenas o circuito Rio do Tigre

Ilhado........................................................................................................................................58

Figura 5.6 – Diagrama de Impedância do circuito Rio Quieto................................................60

Figura 5.7 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero para o circuito Rio Quieto.....61

Figura 5.8 – Contribuições do relé da PCH referente ao curto no final da linha do circuito Rio

Quieto. ......................................................................................................................................62

Figura 5.9 Diag. de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Cândido de Abreu........63

Figura 5.10 - Contribuição do religador 52-23 da estação de chaves Manoel Ribas ao curto no

final da linha do circuito Cândido de Abreu. ...........................................................................64

Figura 5.11 – Diagrama de seqüência positiva e sequência zero do circuito Rio do Tigre......65

Page 5: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

Figura 5.12 - Contribuição do religador 52-18 da estação de chaves Cândido de Abreu ao

curto no final da linha do circuito Rio do Tigre. ......................................................................66

Figura 5.13 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Ubazinho...........67

Figura 5.14 - Contribuição do religador 52-13 da estação de chaves Cândido de Abreu ao

curto no final da linha do circuito Ubazinho. ...........................................................................68

Figura 5.15 – Diag de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Tereza Cristina..........69

Figura 5.16 - Contribuição do religador 52-26 da estação de chaves Cândido de Abreu ao

curto no final da linha do circuito Tereza Cristina. ..................................................................70

Page 6: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Comparação de índices de desempenho do caso HIDROPAN, - ........................40

Tabela 4.1 – Níveis de Tensão do circuito Rio Quieto.............................................................45

Tabela 4.2 – Níveis de tensão referentes à transferência de carga para SE Ivaporã. ...............50

Tabela 4.3 – Curto circuito no final da LD, referente a subestação de Pitanga. ......................52

Tabela 5.1 – Valores encontrados pelo GASA para os alimentadores da EC Cândido de

Abreu. .......................................................................................................................................55

Tabela 5.2 – Condições de ajuste de fase para o relé da PCH..................................................62

Tabela 5.3 – Condições de ajuste de neutro para o relé da PCH..............................................63

Tabela 5.4 – Condições de ajuste de fase para o religador 52-23 ............................................64

Tabela 5.5 – Condições de ajuste de neutro para o religador 52-23.........................................65

Tabela 5.6 - Condições de ajuste de fase para o religador 52-18 .............................................66

Tabela 5.7 - Condições de ajuste de neutro para o religador 52-18 .........................................67

Tabela 5.8 - Condições de ajuste de fase para o religador 52-13 .............................................68

Tabela 5.9 - Condições de ajuste de neutro para o religador 52-13 .........................................69

Tabela 5.10 - Condições de ajuste de frase para o religador 52-26..........................................70

Page 7: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

SUMÁRIO

1 PROPOSTA DO TRABALHO 1

1.1 INTRODUÇÃO 1

1.2 PROBLEMA 3

1.3 JUSTIFICATIVA 3

1.4 DELIMITAÇÕES 4

1.5 OBJETIVOS 4

1.5.1 OBJETIVO GERAL 4

1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4

1.6 MÉTODO DE PESQUISA 5

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO 5

2 O NOVO AMBIENTE DO SETOR ELÉTRICO E A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 7

2.1 INTRODUÇÃO 7

2.2 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 7

2.3 MATRIZ ENERGÉTICA 8

2.3.1 HISTÓRICO DO SETOR ELÉTRICO 10

2.3.2 A REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO 11

2.3.3 OS AGENTES NO NOVO AMBIENTE 12

2.3.4 OS AGENTES INSTITUCIONAIS 12

2.3.5 PROINFA 15

2.4 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 16

2.4.1 PRODUTORES INDEPENDENTES E AUTOPRODUTORES DE ENERGIA 19

2.4.2 PERSPECTIVA DE USO DE GD NO BRASIL 20

2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22

3 CONTINGÊNCIA DE CARGA 23

3.1 INTRODUÇÃO 23

3.2 CONTINGÊNCIA DE CARGA 23

3.3 ESTRUTURA DA COPEL 27

Page 8: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

3.3.1 CRITÉRIOS UTILIZADOS PELA DISTRIBUIÇÃO PARA ANÁLISE DE TENSÃO E

CARREGAMENTO 28

Período de Carga 29

Níveis de Tensão da Barra Fonte 29

Níveis de Tensão da Barra Carga 29

Carregamento 29

Carga Adotada 30

Limitações 30

3.3.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS UTILIZADAS NO ESTUDO 30

3.4 ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO 31

3.4.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO 32

Conceitos Básicos de Proteção 32

Proteção de Transformadores 33

Proteção de linhas 33

3.4.2 FILOSOFIA DE PROTEÇÃO 35

3.4.3 CRITÉRIOS ADOTADOS PELA PROTEÇÃO DA COPEL DISTRIBUIÇÃO 35

3.5 ILHAMENTO 36

3.5.1 RESTAURAÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO EM CASO DE BLECAUTES 37

3.5.2 ILHAMENTO INTENCIONAL UTILIZANDO GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 39

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42

4 ANÁLISE DE CASO EM SITUAÇÃO NORMAL 43

4.1 INTRODUÇÃO 43

4.1.1 CONFIGURAÇÃO DA SUBESTAÇÃO PITANGA 138/34,5/13,8KV 43

4.1.2 NÍVEL DE TENSÃO E CARREGAMENTO DO CIRCUITO RIO QUIETO 44

4.1.3 COORDENAÇÃO DE PROTEÇÃO 46

4.1.4 CONTINGÊNCIAS DO CIRCUITO RIO QUIETO 50

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 52

5 ANÁLISE DE CASO ILHADO 53

5.1 INTRODUÇÃO 53

5.2 FLUXO DE POTÊNCIA 53

5.2.1 GERÊNCIA DOS ALIMENTADORES DE SUBESTAÇÕES AUTOMATIZADAS - GASA 54

Page 9: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

Potência dos Alimentadores da Estação de Chaves Cândido de Abreu 54

5.2.2 PROGRAMA DE ANÁLISE DE REDES - ANAREDE 56

5.2.3 FLUXO DO POTÊNCIA DO CIRCUITO RIO QUIETO ILHADO 57

5.2.4 FLUXO DE POTÊNCIA PARA O CIRCUITO RIO DO TIGRE DA EC CÂNDIDO DE ABREU

ILHADO 58

5.3 CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO 59

5.3.1 PROGRAMA DE CÁLCULO DE CURTO CIRCUITO - CCINT 59

5.3.2 ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO 59

5.3.3 SENSIBILIDADE DO RELÉ DA PCH 60

5.3.4 SENSIBILIDADE DO RELIGADOR 52-23 DA ESTAÇÃO DE CHAVES MANOEL RIBAS –

CIRCUITO CÂNDIDO DE ABREU 63

5.3.5 SENSIBILIDADE DO RELIGADOR 52-18 DA ESTAÇÃO DE CHAVES CÂNDIDO DE

ABREU–CIRCUITO RIO DO TIGRE 65

5.3.6 SENSIBILIDADE DO RELIGADOR 52-13 DA ESTAÇÃO DE CHAVES CÂNDIDO DE

ABREU–CIRCUITO UBAZINHO 67

5.3.7 SENSIBILIDADE DO RELIGADOR 52-26 DA ESTAÇÃO DE CHAVES CÂNDIDO DE

ABREU–CIRCUITO TEREZA CRISTINA 69

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 71

6 CONCLUSÃO DO TRABALHO 72

APÊNDICE A 74

APÊNDICE B 75

APÊNDICE C 78

APÊNDICE D 79

ANEXO A 82

Page 10: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

ANEXO B 83

ANEXO C 84

ANEXO D 85

REFERÊNCIAS 86

Page 11: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

1

1 PROPOSTA DO TRABALHO

1.1 INTRODUÇÃO

O setor elétrico brasileiro no modelo estatal teve seu maior desenvolvimento na década

de 70, representado pelo chamado “milagre econômico". Nesta época foram construídas as

maiores obras de geração hidrelétrica do país e deu-se início ao programa nuclear brasileiro

com a usina nuclear Angra I, entrando em fase de testes em 1981, em operação experimental

em março de 1982 e em operação comercial em janeiro de 1985. Angra II somente entraria

em operação em 2000. Além destes empreendimentos, foram construídos os grandes sistemas

de transmissão em 440 e 500 kV, os sofisticados sistemas de supervisão e controle e o tratado

de Itaipu, em 1973, cuja obra iniciou-se em 1975, sendo concluída somente em 1991.

A partir dos anos 80 houve um desgaste do modelo estatal, devido à falta de recursos

para investimentos, além de problemas com pagamentos de dívidas. Além disso, havia uma

contestação quanto a Eletrobrás como operadora, planejadora e holding federal. Em 1995, foi

aprovada a lei nº 8.967, que regulamentava os preceitos de licitação para concessões, abrindo

o setor à competição. Através da lei nº. 9.427 em 1996, foi criada a Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e

Energia (MME), com as atribuições de regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a

distribuição e a comercialização da energia elétrica e atender reclamações de agentes e

consumidores. A ANEEL também opera como mediadora entre os agentes do setor elétrico e

entre estes e os consumidores, concede, permite e autoriza instalações e serviços de energia,

garante tarifas justas, zela pela qualidade do serviço, exige investimentos, deve estimular a

competição entre os geradores e assegurar a universalização dos serviços. Em 1998 foi criado

o Operador Nacional do Sistema (ONS) pela lei nº. 9.648/98, cuja função básica é administrar

a rede básica de transmissão de energia seguindo regras e procedimentos de rede aprovados

pelos próprios agentes e homologados pela ANEEL.

A aprovação destas leis e a criação das entidades citadas surgiram devido ao processo

de reestruturação no setor elétrico nos últimos anos. Este processo também ocorreu, em vários

países, diminuindo significativamente as barreiras legais e econômicas ao surgimento de

novos agentes geradores de energia. Como conseqüência dessas mudanças, tem crescido o

número de geradores de pequeno e médio porte conectados diretamente em redes de

Page 12: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

2

distribuição de energia elétrica, dando origem ao conceito de geração distribuída (GD). A GD

é uma expressão usada para designar a geração elétrica realizada junto ou próxima de um ou

mais consumidores, independentemente da potência, tecnologia ou fonte de energia. As

tecnologias de GD têm evoluído para incluir potências cada vez menores. O conceito de GD

incorpora: co-geradores e geradores que usam como fonte de energia: resíduos combustíveis

de processo, painéis fotovoltaicos e pequenas centrais hidrelétricas denominadas

simplesmente como PCHs (INEE, 2006).

O crescente aumento da demanda, o desejo de produzir energia sem degradar o meio

ambiente e a necessidade de aumentar a confiabilidade do suprimento interno, aliados à

redução de custos em alguns sistemas elétricos industriais (cogeração) são fatores que

também contribuem para a expansão da GD em todo o mundo. Alguns atributos da GD

podem ser considerados, tais como: planejamento não centralizado, despacho não

centralizado, normalmente com potência inferior a 50MW e usualmente conectado a sistemas

de distribuição. (CIGRÉ, 1999).

Esta nova ordem levou ao surgimento de um novo agente chamado de Produtor

Independente de Energia (PIE), o qual foi instituído pela Lei 9074/95, chamada Lei das

Concessões. A figura do PIE, juntamente com o Autoprodutor de Energia Elétrica (APE) teve

sua atividade regulamentada através do Decreto nº 2003, de 10 de setembro de 1996. O PIE é

um agente que comercializa a energia produzida. O APE é um agente auto-suficiente em

termos energéticos, consumindo toda a energia que produz, podendo ser o próprio gerador de

uma indústria. O APE também pode vender seu excedente energético. Um exemplo de

geração tanto para PIE ou para APE é a PCH, cujas características são de usinas com potência

instaladas entre 1 MW a 30 MW e com o reservatório com área igual ou inferior a 3 Km²

(ANEEL, 2006).

Os sistemas de distribuição são projetados para operarem, na maioria das vezes, de

forma radial e sem geração conectada aos alimentadores ou diretamente ao consumidor. A

introdução dessas fontes de geração de energia elétrica dependendo do ponto de conexão

causa um impacto significativo sobre o sistema, que pode ser observado na qualidade do

suprimento e em itens como o fluxo de potência, níveis de curto-circuito e aspectos de

controle e proteção. Com a presença da GD, surge a possibilidade de ilhamento intencional de

usina, o que neste trabalho será referido simplesmente como “ilhamento”.

O ilhamento é uma condição operativa que pode ocorrer quando por algum motivo,

seja um desligamento programado, um blecaute momentâneo ou até uma manutenção na rede

que impossibilite o fornecimento de energia do alimentador, a PCH passa a fornecer energia

Page 13: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

3

localmente, minimizando o desabastecimento dos consumidores. Desta forma, o ilhamento

pode contribuir para melhorar os índices de desempenho do sistema: Duração Equivalente

por Consumidor (DEC) e Freqüência Equivalente por Consumidor (FEC). Neste trabalho é

realizado um estudo sobre ilhamento de PCHs com o objetivo de minimizar o

desabastecimento de consumidores em situações de contingências programadas. O trabalho

analisa exemplos de PCHs operando de forma ilhada e faz um estudo sobre a viabilidade do

ilhamento de uma PCH conectada ao circuito de distribuição Rio Quieto em 34,5kV,

analisando seus impactos no fluxo de potência e na proteção do sistema de distribuição.

1.2 PROBLEMA

A carência de estudos técnicos sobre a configuração de ilhamento de pequenas centrais

hidrelétricas faz com que a conexão isolada destas usinas ao sistema de distribuição não seja

recomendada. Desta forma, a energia produzida por estas PCHs deixa de ser utilizada em uma

situação de desligamento programada e os consumidores podem sofrer o corte de suas cargas.

Esta situação ocorre no circuito de distribuição do Rio Quieto da subestação Pitanga, que em

caso de desligamento (programado ou involuntário) os consumidores da região ficariam

desabastecidos. Este trabalho propõe-se a responder a seguinte questão:

Sob o aspectos de fluxo de carga e da proteção do sistema de distribuição, é

possível manter por algumas horas uma PCH conectada ao circuito de distribuição Rio

Quieto da subestação Pitanga em configuração de ilhamento?

1.3 JUSTIFICATIVA

Estudos sobre diferentes configurações da rede elétrica são feitos com o intuito de

melhorar o atendimento aos consumidores. Portanto, o estudo sobre o ilhamento de um a PCH

é justificado pois através desta alternativa pode-se reduzir a probabilidade dos consumidores

próximas à PCH serem desabastecidos no caso de um desligamento programado. Desta forma,

a motivação para este trabalho é mostrar que a configuração ilhamento é viável, através dos

estudos, das simulações e das análises dos resultados. Os estudos pertinentes ao trabalho

abrangem conhecimentos das áreas de geração de energia, englobando tópicos de estabilidade,

fluxo de potência e também da área de proteção. Uma das contribuições deste trabalho é o

estudo de ilhamento da PCH conectada ao circuito de distribuição Rio Quieto da subestação

Pitanga, possibilitando futuras consultas.

Page 14: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

4

1.4 DELIMITAÇÕES

Para este trabalho não são abordadas as partes contratuais entre a concessionária e a

PCH, pois o foco do trabalho é a verificação da viabilidade técnica do ilhamento, sem

verificar temas referentes à comercialização de energia.

Para os cálculos são considerados que a PCH opera em regime permanente fornecendo

energia com tensão e freqüência dentro dos limites estabelecidos pela ANEEL, mantendo

assim a qualidade de energia.

Não são estudadas as proteções do gerador, pois a idéia é verificar a coordenação entre

as proteções do sistema de proteção geral da PCH em relação à proteção da concessionária.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo Geral

Analisar a configuração de ilhamento da PCH conectada ao circuito de distribuição

Rio Quieto de 34,5kV da subestação Pitanga sob o aspectos de fluxo de potência e proteção

do sistema de distribuição.

1.5.2 Objetivos Específicos

• Estudar a configuração de ilhamento através de exemplos disponíveis na literatura;

• Calcular o fluxo de potência para a configuração de contingência usual do circuito Rio

Quieto quando ocorre o desligamento programado;

• Calcular o fluxo de potência para a configuração de ilhamento da PCH conectada ao

circuito Rio Quieto quando ocorre o desligamento;

• Analisar os resultados de fluxos de potência;

• Levantar os valores de curto circuito do sistema em configuração de ilhamento;

• Verificar a sensibilidade da proteção;

• Analisar e apresentar todos os resultados que comprovem a viabilidade técnica da

configuração de ilhamento.

Page 15: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

5

1.6 MÉTODO DE PESQUISA

Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre tópicos tais como, fluxo de

potência, análises de contingências e PCHs, e também uma busca sobre trabalhos ou estudos

relacionados com ilhamento de PCHs. Foram consultados manuais técnicos dos equipamentos

disponíveis tanto na UTFPR, quanto em outras instituições como concessionárias, a fim de

identificar todos os recursos bibliográficos, como livros, apostilas, teses e monografias.

Também foram utilizados aplicativos eletrônicos citando, inicialmente, o ANAREDE1,

CCint2, PCP3.

Foram realizadas entrevistas com profissionais da área, pretendendo fazer uma

correlação entre a teoria e a experiência dos profissionais da área. Desta maneira, além de

aproveitar alguns estudos já realizados, foi possível identificar prováveis soluções para

problemas levantados.

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura desse trabalho está organizada em seis capítulos principais, conforme

descrito:

O primeiro capítulo é destinado à apresentação do trabalho focando o tema de

ilhamento de PCH, o problema a ser resolvido e as justificativas que levam à resolução do

problema, explicando o planejamento de atividades e diretrizes básicas adotadas durante o

trabalho.

O segundo capítulo faz uma descrição sucinta do novo ambiente do setor elétrico após

o início do processo de desregulamentação e descreve as principais características de GD.

O terceiro capítulo é destinado à abordagem teórica de sistema de potência, citando

cálculo de curto circuito e assuntos referentes a este trabalho como: contingência em linhas de

distribuição e ilhamento.

O quarto capítulo é destinado aos cálculos de fluxo de carga e análise de proteção do

sistema na configuração normal, além dos estudos em situação de contingência sem o

ilhamento. Neste capítulo estão apresentados os resultados e suas análises.

1 ANAREDE: programa de simulação para cálculo de fluxo de potência desenvolvido pelo CEPEL.2 CCint: programa de simulação para cálculo de curto circuito utilizado pela COPEL.3 PCP: programa de coordenação entre os equipamentos de proteção desenvolvido e utilizado pela COPEL.

Page 16: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

6

O quinto capítulo destina-se ao estudo propriamente dito do ilhamento, realizando

análises dos resultados de fluxo de potência com intuito de verificar os níveis de tensão e o

carregamento do cabo, além dos estudos envolvendo curto-circuito para verificar a

sensibilidade das proteções.

Finalmente, o sexto capítulo se destinará as conclusões do trabalho envolvendo as

recomendações propostas sob o aspecto de fluxo de potência e proteção.

Page 17: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

7

2 O NOVO AMBIENTE DO SETOR ELÉTRICO E A

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

2.1 INTRODUÇÃO

O setor de eletricidade possui algumas peculiaridades de grande complexidade. Em

primeiro lugar, a energia elétrica deve ser consumida no momento em que é produzida, uma

vez que o padrão tecnológico atual não permite que seja armazenada em grande escala a baixo

custo. Por isso, é necessária a interligação dos setores de geração, transmissão e distribuição

(ABREU, 1999).

Desde que foi introduzida a competição no setor elétrico pelas empresas geradoras,

iniciou-se um processo de reestruturação deste setor. Este processo ocorreu em vários países e

suas características variam de acordo com a cultura, interesses econômicos e políticos de cada

lugar. Neste capítulo é feita uma breve descrição das principais mudanças introduzidas com a

reestruturação do setor elétrico brasileiro, destacando-se os programas de incentivo à

produção de energia com pequeno impacto ambiental, como é o caso das PCHs.

2.2 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

A partir da década de 1950, partiu de uma iniciativa estatal a tarefa de implantação da

infra-estrutura necessária ao desenvolvimento industrial do País, particularmente no setor

elétrico, cujos projetos demandam grandes volumes de recursos, possuem baixo retorno e

longo período de maturação, ou seja, fatores de desestímulo ao investidor privado na época.

A indústria de energia elétrica se manteve estatal, até a década de 1990, quando teve

início uma profunda reestruturação do setor estatal brasileiro. Diante da necessidade de

investimentos em infra-estrutura e da falta de capacidade financeira das empresas estatais, o

Estado pôs em prática um processo de privatização das empresas de energia com o objetivo de

promover os investimentos necessários para a expansão da capacidade instalada no País.

No entanto, as reformas introduzidas não foram suficientes para evitar o racionamento

de energia em 2001, episódio que ficou conhecido como “apagão”. Embora alguns atribuam a

necessidade de racionamento a fatores hidrológicos, não há como negar que a falta de

investimento foi decisiva para que se chegasse àquele extremo.

Page 18: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

8

2.3 MATRIZ ENERGÉTICA

Existem algumas vantagens no Brasil em relação ao resto do mundo se comparar as

matrizes energéticas, principalmente no que tange ao uso de fontes renováveis. Enquanto 41%

da energia produzida no País é de origem renovável, a média mundial é de 14% e nos países

que compõem Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE é ainda

menor, chegando a 6%. Outra vantagem do Brasil é a maior participação de energia hidráulica

na sua matriz energética, que atinge 13,6%, dado bastante expressivo se comparado com os

2,3% da média mundial. O mesmo comentário pode ser feito em relação à biomassa, que

representa 27,2% da matriz energética do Brasil e 11,5% na média mundial (BRDE, 2004).

A Figura 2.1 apresenta um gráfico da matriz energética brasileira no ano de 2002. A

Figura 2.2 mostra a oferta de energia elétrica no Brasil identificando o tipo de produção.

MATRIZ ENERGÉTICA

Petróleo eDerviados

42%

Gás Natural8%

Hidraúlico eEletricidade

14%

Biomassa27%

Carvão Mineral7%

Urânio2%

Figura 2.1 Matriz Energética 2002.Fonte: Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul-BRDE

O que predomina no setor elétrico brasileiro é a geração hidrelétrica. A oferta total

interna de energia em 2003 atingiu o montante de 364,9 TWh que, somados à importação de

37,1 TWh, possibilitaram uma oferta total de 4,02 TWh, sendo 74,9% de origem hídrica.

Comparando a estrutura da oferta de eletricidade brasileira com a mundial (Figura 2.3),

percebe-se que o País, por seu potencial hídrico, dispõe de uma vantagem comparativa em

Page 19: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

9

relação aos demais, visto que essa fonte é significativamente mais econômica comparada com

as outras.

ESTRUTURA DA OFERTA DA ELETRICIDADE NO BRASIL

Nuclear3.30%

Térmica11.40%

PCH até 30MW1.80%

Importação9.20%

Hidrelétricas74.30%

Figura 2.2 Estrutura de oferta de Eletricidade em 2003 no Brasil.Fonte: Ministério de Minas e Energia-MME

ESTRUTURA DA OFERTA DA ELETRICIDADE NO MUNDO

Nuclear17.10%

Petróleo7.50%

Gás Natural18.30%

Hidrelétricas16.60%

Carvão Mineral38.70%

Outras1.80%

Figura 2.3 Estrutura de oferta de Eletricidade em 2001 no Mundo.Fonte: Ministério de Minas e Energia - MME

Page 20: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

10

2.3.1 Histórico do Setor Elétrico

A partir da década de 60, o setor elétrico brasileiro teve seu maior impulso, como

mostrado na Tabela A.1 do Anexo A. Este avanço teve uma contribuição do Plano de Metas

do Governo JK4, que direcionou cerca de 42% dos investimentos do plano para o setor. Entre

1955 e 1961 houve um aumento de 65% na capacidade instalada de geração de energia

elétrica que passou de 3.149,0 MW para 5.205,7 MW. É desse período também a criação de

grande parte das empresas estaduais de energia elétrica, como a Escelsa, a Celesc e a Central

Elétrica de Furnas (MME, 2004).

Entre as principais medidas adotadas neste período está a criação, em junho de 1962,

da Eletrobrás, com a missão de coordenar e planejar o setor. Em 1965, ocorreu a

transformação da Divisão de Águas e Energia no Departamento Nacional de Águas e Energia,

vinculado ao Ministério de Minas e Energia - MME, já criado em 1960, cuja denominação

passou para DNAEE em 1967.

Outro evento de reflexo significativo foi a autorização e regulamentação da reavaliação

permanente de ativos, que, em última análise, permitiu a correção do valor das tarifas.

Em 1963, a hidrelétrica de Furnas entrou em operação, conectando os sistemas de

suprimento de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e dando início ao processo de

interligação do sistema elétrico brasileiro. Ainda nos anos 60, outros sistemas foram sendo

interligados, aumentando a complexidade operacional do sistema, o que levou o MME a criar

Grupo Coordenador para a Operação Interligada – GCOI, órgão especializado para operação

do parque gerador (MME, 2004).

Uma característica do início da década de 70 foi à solidez financeira do setor,

possibilitando sua expansão. Apesar de haver tido a primeira crise do petróleo em 1973, o

Brasil passou incólume, dando início nesta época as maiores obras de geração e transmissão

do país.

No entanto, no final da década de 1970, as empresas do setor começaram a ser usadas

pelo governo para captação de recursos externos e no combate à inflação através da contenção

do reajuste das tarifas. Com a política de contenção de tarifas, o órgão responsável de registrar

o excesso ou insuficiência de remuneração, Conta de Resultados a Compensar (CRC), passou

a acumular déficits que chegaram à aproximadamente US$ 7 bilhões em 1987 (BRDE, 2004).

4 Plano de Metas: estabelecia 31 objetivos a serem alcançados em seu governo, priorizando os seguintes setores:energia, transportes, alimentação, indústria de base e educação.

Page 21: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

11

Esse contexto desencadeou um processo de inadimplência das concessionárias de

energia junto aos seus fornecedores, alegando que a política tarifária do governo central

desrespeitava a legislação que previa a remuneração garantida. Esse processo de

inadimplemento intra-setorial se agravou até 1993 quando o saldo negativo da CRC chegou a

US$ 27 bilhões.

2.3.2 A Reestruturação do Setor Elétrico

Foram realizadas diversas mudanças na legislação, ao longo da década de 1990, até a

edição da Medida Provisória nº 144 de dezembro de 2003, que reformulou o setor elétrico.

A referida Medida Provisória foi transformada na Lei 10.848, de 15 de março de 2004,

estabelecendo o novo modelo institucional do setor elétrico. Os principais objetivos do

programa, conforme documento publicado pelo MME, são:

• garantir a segurança de suprimento;

• promover a modicidade tarifária;

• promover a inserção social no setor elétrico, em particular pelos programas de

universalização de atendimento (MME, 2004).

A forma de comercialização de energia foi uma das principais mudanças introduzidas.

O setor de geração continua sendo tratado como competitivo, porém, terá uma “competição

orientada” ou direcionada para garantir a expansão da capacidade instalada de forma

planejada, visando maior segurança no suprimento e menor custo na tarifa final paga pelos

consumidores. As novas usinas serão construídas sob encomenda das distribuidoras, que

deverão informar ao MME sua projeção de demanda futura (MAE, 2004).

Os leilões de concessão eram feitos com base no maior preço na normalização

anterior. Além disso, o vencedor da concessão deveria conseguir a licença ambiental e ainda

buscar mercados para vender a sua energia. No novo modelo, o vencedor do leilão será o que

oferecer a menor tarifa e o leilão só será realizado após concessão da licença ambiental. Outro

fator importante é que o vencedor do leilão já terá o contrato de venda garantido (PPA

Power Purchase Agreement).

Para a execução do modelo foram criados novos agentes institucionais. Os três novos

agentes são: a Empresa de Pesquisa Energética – EPE, a Câmara de Comercialização de

Energia Elétrica – CCEE e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE. Além

disso, foram alteradas algumas atribuições dos órgãos existentes.

Page 22: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

12

2.3.3 Os Agentes no Novo Ambiente

O setor elétrico caracterizava-se antigamente por uma estrutura verticalizada na qual

uma mesma empresa era responsável pela produção, transporte e entrega da energia elétrica.

Com a desverticalização, estas empresas foram separadas em empresas de geração,

transmissão e distribuição.

A idéia principal da desverticalização é a de que haja competitividade na área da

geração, sendo que a geração pode ser Concessionária de Serviço Público de

Geração (CSPG), Produtor Independente de Energia (PIE) ou Autoprodutores (APE). A

energia pode ser vendida em qualquer lugar do Sistema Interligado Nacional (SIN), desde

conjuntos de distribuidores, até consumidores livres.

Essa forma de organização dá mais transparência ao setor, na medida em que torna

mais visível a base de remuneração de cada atividade, bem como sua formação de custos,

possibilitando maior controle da sociedade sobre a concessão.

Já a atividade de distribuição passa a ser orientada para o serviço de rede, com venda

de energia somente aos consumidores com tarifas e demais condições reguladas pela ANEEL,

podendo a concessionária apenas vender energia a consumidores livres em condições

reguladas. No caso de consumidores livres que optarem por outros fornecedores, o

distribuidor tem a função de provedor de rede, devendo ser remunerado pela Tarifa de Uso de

Sistema de Distribuição (TUSD).

Os consumidores livres, independentemente do nível de tensão exigido, podem ser

atendidos pelo distribuidor local, comprar energia de um produtor independente ou ainda,

comprar energia por meio de um comercializador. A contratação livremente negociada, no

caso das duas últimas opções, poderá representar toda ou parte da carga.

2.3.4 Os Agentes Institucionais

No novo modelo institucional para o setor elétrico, criado a partir de 2003, o governo

federal reassume o papel do planejamento e da implementação de políticas energéticas para o

País. Além disso, os poderes do Ministério de Minas e Energia (MME) foram ampliados no

novo modelo, que passou a ter responsabilidade maior no planejamento do setor.

O poder de outorga e concessão, anteriormente atribuído à ANEEL, retorna ao

Ministério, além da responsabilidade de ações preventivas para a restauração e manutenção do

equilíbrio entre oferta e demanda. As principais funções do Ministério são as seguintes:

Page 23: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

13

• formulação e implementação de políticas para o setor energético de acordo com as

diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE;

• exercício da função de planejamento setorial;

• exercício do poder concedente;

• monitoramento da segurança de suprimento por intermédio do Comitê de

Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) perde espaço de atuação, ficando

responsável apenas pela regulação definida pelo poder concedente e pela fiscalização do setor.

As atribuições da ANEEL são de:

• mediação, regulação e fiscalização do funcionamento do setor;

• realização de leilões de concessão de empreendimentos de geração e transmissão por

delegação do MME;

• licitação para aquisição de energia para os distribuidores (nova função).

O Operador Nacional do Sistema (ONS) continua tendo como responsabilidade o

despacho centralizado da energia no Sistema Interligado Nacional (SIN). Através de um

modelo computacional, o ONS calcula o despacho ótimo de cada usina, maximizando a

utilização intertemporal dos reservatórios das usinas hidrelétricas (ONS, 2004).

Devido às características do sistema brasileiro, com preponderância da geração

hidrelétrica em usinas de grande porte, é fundamental que o despacho seja feito de forma

coordenada. Muitas usinas estão localizadas ao longo do mesmo rio, estando, dessa forma,

interligadas elétrica e hidraulicamente. Em razão disso, o ótimo não é necessariamente o

ótimo sistêmico (BRDE, 2004).

Além do mais, usinas localizadas em diferentes rios, sem ligação física entre si,

também são interligadas pelo sistema de transmissão. Havendo escassez de chuvas em uma

região, as usinas nela localizadas despacham menor quantidade de energia e as localizadas em

locais com maiores quantidades de chuvas despacham mais energia para o sistema,

“transferindo” água para aquela região. Assim, é fundamental a existência de um grande

sistema de transmissão que funcione não somente para o transporte de energia, mas também

como fator de otimização do sistema, permitindo transferir excedentes de energia de uma

região para outra, aproveitando diferenças sazonais nos ciclos de chuvas.

São atribuições do ONS, conforme estabelece a lei 9.648/98:

• planejamento e programação da operação e despacho centralizado da geração, com

vistas à otimização dos sistemas eletroenergéticos interligados;

Page 24: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

14

• supervisão e coordenação dos centros de operação dos sistemas elétricos;

• supervisão e controle da operação dos sistemas eletroenergéticos nacionais

interligados e das interligações internacionais;

• contratação e administração de serviços de transmissão de energia elétrica e respectiva

condições de acesso, bem como dos serviços ancilares5;

• definição de regras para a operação das instalações de transmissão da rede básica dos

sistemas elétricos interligados, a serem aprovadas pela ANEEL;

• proposição à ANEEL das ampliações das instalações da rede básica de transmissão,

bem como dos reforços dos sistemas existentes a serem licitados ou autorizados.

O novo modelo altera esse último item, prevendo que o ONS deve encaminhar as

propostas de ampliação e reforços da rede básica ao MME que, por sua vez, solicita à

Empresa de Pesquisa Energética - EPE os estudos necessários para o planejamento da

expansão (ONS, 2004).

Criada pela Lei 10.847 de março de 2004, A EPE tem a função de elaborar estudos

para subsidiar o planejamento do setor energético, não apenas elétrico, mas também das

demais fontes. Entre outras atividades, compete a EPE:

• execução de estudos/projeções para definição da matriz energética;

• realização de estudos de planejamento da expansão do setor elétrico, tanto de geração

como de transmissão;

• realização de estudos de potencial energético, incluindo inventários de bacias

hidrográficas;

• estudos de viabilidade econômica e ambiental de usinas e obtenção de Licença Prévia

Ambiental envolvendo empreendimentos de geração e transmissão.

Anualmente, a EPE publica o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE) com a

previsão de crescimento em geração e transmissão para os 10 anos subseqüentes.

Neste novo modelo, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) sucede

o Mercado Atacadista de Energia (MAE), absorvendo suas funções e estrutura organizacional.

Entre as funções da CCEE está a de apurar as tarifas de suprimento dos distribuidores a serem

consideradas pela ANEEL na formação das tarifas dos consumidores regulados. Além destas

5 Serviços Ancilares são os recursos e ações que garantem a continuidade do fornecimento, a segurança dosistema e a manutenção dos valores de freqüência e tensão, englobando serviços tais como, regulação primária,regulação secundária, suporte de reativo para controle de tensão, suprimento de perdas, reservas de contingênciase capacidade de restauração autônoma (black-start).

Page 25: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

15

funções, a CCEE é responsável pela comercialização de energia como leilões de compra e

vendas.

E, por fim, com a função de garantir o suprimento de energia existe o Comitê de

Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

2.3.5 PROINFA

As fontes renováveis de energia terão participação cada vez maior na matriz energética

global já que a crescente preocupação com questões ambientais e com a promoção do

desenvolvimento econômico em bases sustentáveis tem se tornado cada vez mais freqüentes

nas grandes discussões internacionais.

Enquanto a média mundial da oferta de fontes renováveis situa-se em torno de 14%, a

oferta interna de energia renovável do País é de cerca de 40%. Com o objetivo de desenvolver

e ampliar o fornecimento de energia através dessas fontes e também diversificar a matriz

energética nacional, o Governo Federal, através da Lei 10.438, criou o Programa de Incentivo

às Fontes Alternativas de Energia (PROINFA), que estabelece a contratação, na primeira

etapa do programa, de 3.300 MW de energia no Sistema Integrado Nacional (SIN) gerados

por fontes eólicas, biomassa e PCHs, sendo 1.100 MW de cada fonte. Com o PROINFA,

pretende-se que a participação dessas fontes passe dos atuais 3,1% para 5,9% do total da

energia produzida no País (MME, 2004).

As PCHs são usinas com potência instalada superior a 1 MW e igual ou inferior a

30 MW que atendem a requisitos específicos definidos pela ANEEL. Segundo a Agência, há

um total de 3.669 MW em PCHs já autorizadas para funcionamento. Desses, 403,8 MW já

tiveram suas obras iniciadas. O Brasil possui um potencial de 9.800 MW e há 2.000 MW em

operação.

A energia da biomassa pode ser gerada através de matéria orgânica animal ou vegetal

e resulta, em essência, da transformação da energia solar em energia química por meio da

fotossíntese. A participação da biomassa na geração energética no Brasil é de 27%, sendo

11,9% a partir da utilização de lenha e carvão vegetal, 12,6% de bagaço de cana-de-açúcar e

2,5% de outros materiais (MME, 2004).

Outra tecnologia incentivada pelo PROINFA é a geração eólica. Esta é obtida da

energia cinética das massas de ar em movimento, através da conversão da energia cinética de

translação em energia cinética de rotação. A produção de energia elétrica se dá através de

turbinas eólicas ou aerogeradores. A capacidade instalada no mundo é de 30.000 MW. A

Page 26: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

16

maior parte localizada na Alemanha, Dinamarca, Espanha e Estados Unidos. No Brasil, a

geração dessa fonte é de 26,8 MW, entretanto, outros 7.694 MW já tiveram instalação

autorizada (MME, 2004).

2.4 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

As construções de grandes usinas geradoras, muitas vezes em lugares remotos, para

abastecer grandes centros urbanos e industriais, tornaram necessárias longas linhas de

transmissão, além de grandes subestações elevadoras e abaixadoras, que geraram as

tecnologias utilizadas na engenharia elétrica para este fim. Esta política empregada nos

sistemas elétricos de potência resultou em uma geração centralizada em grandes centros

geradores, no caso do Brasil, grandes usinas hidrelétricas.

Entretanto, devido às restrições ambientais e de caráter econômico, e dentro do

contexto da reestruturação do setor elétrico em vários países, a construção de pequenas

centrais geradoras localizadas juntas ou próximas as cargas passou a ser uma boa alternativa

em relação às grandes centrais de produção de energia.

Sendo assim, novas tecnologias tais como pequenos geradores com turbinas térmicas a

gás, estão viabilizando soluções economicamente atraentes quando comparadas ao

recondicionamento dos sistemas de transmissão e distribuição já disponíveis.

Esta nova abordagem contemplando a utilização de pequenos geradores, como também

de dispositivos de armazenamento de energia e de estratégias de gerenciamento da demanda

dentro do sistema de transmissão, representa um novo conceito de operação denominada de

Geração Distribuída (GD). Neste caso, os recursos são aplicados para a solução dos pontos

críticos de carregamento ou da tensão nas redes de subtransmissão e até mesmo de

distribuição.

Entre os tipos de geração distribuída, podem ser considerados: sistemas fotovoltaicos,

geradores eólicos, células combustíveis, micro e pequenas centrais hidrelétricas, além de

pequenos geradores movidos por turbinas a gás. Exemplos de GD são mostrados na

Figura 2.4.

Ainda não existe um consenso do que realmente constitui uma Geração Distribuída e

de que forma ela se diferencia da convencional ou centralizada. Entretanto algumas

características da Geração Distribuída podem ser consideradas, tais como (CIGRÉ, 1999):

• planejamento não centralizado;

• despacho não centralizado;

Page 27: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

17

• normalmente com potência inferior a 50 ou 100MW;

• usualmente conectados nos sistemas de distribuição.

Vários autores concordam com todas as características mencionadas sobre a Geração

Distribuída, discordando apenas em relação à potência nominal dos geradores, o qual é

considerado bastante elevado para ser conectada aos sistemas de distribuição típicos

brasileiros. Há dificuldade de se definir a geração distribuída em função da sua capacidade de

produção de energia elétrica, pois cada país adota uma variação deste valor de potência, o

qual tem uma forte dependência com a capacidade de distribuição desta energia por parte do

sistema de distribuição. No Brasil, chegou-se a um consenso de que Geração Distribuída é

aquela com capacidade igual ou inferior a 10 MW (ACKERMANN et al, 2001).

Os sistemas de distribuição clássicos foram projetados para operarem, na maioria das

vezes, de forma radial e sem geração conectada nos alimentadores ou diretamente no

consumidor. A introdução destas fontes de geração de energia elétrica causa um impacto

significativo sobre o sistema, representado pela influência na qualidade do suprimento e no

fluxo de potência, nos níveis de curto-circuito e aspectos de controle e proteção. Na maioria

das vezes, a influência da GD devido ao seu pequeno porte é local ou regional.

Exemplos de GD

Figura 2.4 Exemplos de GD.Fonte: The Economist, ABB

A presença de GD nos sistemas de distribuição causa impactos positivos e desejáveis

ao sistema, podendo ser citados (IJUMBA et al, 1999).

Page 28: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

18

• suporte de tensão: o gerador assegura e eleva os níveis de tensão no sistema onde for

conectado, fornecendo um ajuste de tensão efetivo para ajustar a operação;

• melhoria na qualidade do suprimento: com a melhoria dos níveis de tensão, ocorre um

incremento na qualidade de fornecimento;

• redução das perdas: com o aumento nos níveis de tensão ocorre a diminuição da

corrente, o que acarreta uma redução nas perdas Joule do sistema;

• melhoria do fator de potência com liberação da capacidade de atendimento;

• possibilidade de fornecimento por parte do gerador de potência reativa, liberando

assim o fluxo de potência ativa nas linhas de transmissão;

• possibilidade de ilhamento para atendimento de carga local: quando por algum

problema ocorre a atuação da proteção do transformador da subestação que liga o

alimentador ao sistema, ou mesmo uma manutenção do sistema de transmissão e

subtransmissão impossibilitando o atendimento ao consumidor, o gerador pode

fornecer energia localmente, minimizando o desabastecimento dos consumidores e

contribuindo para melhorar os índices de desempenho do sistema.

Enquanto o número de geradores e o montante de geração forem pequenos em relação

à carga local, o problema pode ser administrado sem grandes preocupações. Entretanto,

diversos problemas são vislumbrados quando a energia produzida por estes geradores for

aumentando em relação ao total de geração no suprimento a uma dada área

(ACKERMANN et al, 2001).

Especula-se, por exemplo, que haverá necessidade destes geradores serem equipados

com controles para estabilidade. Esta questão gera uma indagação sobre como os mesmos

serão representados nos programas de simulação computacional uma vez que ainda não

existem modelos apropriados de geração distribuída para as ferramentas tradicionais de

estudos de estabilidade. Nota-se também que os aspectos operacionais do sistema deverão ser

reavaliados inclusive no que se refere à comunicação entre estas gerações distribuídas e os

centros nacionais de controle.

No entanto, algumas questões críticas também surgem com a conexão de GD em

sistemas de distribuição, tais como:

• aumento nos níveis de curto-circuito: sendo o gerador um elemento ativo, ele será uma

fonte que irá alimentar uma parte da corrente de curto-circuito;

• coordenação da proteção: deverão ser criados novos esquemas para a coordenação da

proteção de sistemas de distribuição considerando a conexão de geradores;

Page 29: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

19

• harmônicos devido a conversores: principalmente a conversores estáticos encontrados

em geradores eólicos e sistemas fotovoltaicos;

• flicker6: ocorre na partida de geradores indutivos;

• competição por regulação de tensão: o gerador pode competir pela regulação da tensão

com bancos de capacitores, reguladores de tensão em alimentadores e com

transformadores com mudança de tap sob carga. Portanto, devem ser realizados

estudos no sentido de obter-se uma coordenação adequada entre estes equipamentos.

Outro fator bastante crítico da GD refere-se a flutuação de geração de potência ativa, a

qual está condicionada a disponibilidade da fonte primária (ventos, sol, água, etc.).

2.4.1 Produtores Independentes e Autoprodutores de Energia

A reestruturação do setor elétrico criou condições favoráveis e incentivos à conexão

do Produtor Independente de Energia (PIE) e Autoprodutor de Energia Elétrica (APE). O

primeiro é um agente que comercializa a energia própria produzida por ele e o segundo, um

agente auto-suficiente, isto é, consome toda a energia que produz, podendo vender seu

excedente. O APE pode ser o gerador próprio de uma indústria.

O Autoprodutor pode-se encontrar em quatro situações distintas, que são:

• situação de auto-suficiência na qual consome toda energia produzida, sem necessitar

consumir energia da rede elétrica. Este exemplo é comum em sistemas isolados;

• situação de auto-suficiência com excedente de energia e neste caso, a energia que

sobra do processo de geração é colocada na rede elétrica e vendida no mercado, o

gerador está trabalhando em paralelo com a empresa de serviços elétricos;

• situação em que o autoprodutor não é auto-suficiente, necessitando que parte da sua

carga seja suprida pela empresa de serviços elétricos, ou seja, o gerador, neste caso,

também está trabalhando em paralelo com a rede;

• o autoprodutor só gera energia quando há indisponibilidade de energia por parte da

concessionária que o abastece. Este modo é usado por indústrias, a fim de não parar o

seu processo de fabricação. Geralmente são utilizados pequenos geradores.

6 Flicker: significa oscilação de tensão, é causada por aumento repentino e considerável na corrente de carga. Aoscilação de tensão é usualmente causada por cargas que exigem uma grande quantia de energia reativa de formavariável, tais como soldadores, britadores de pedras, serrarias, cortadores de metal e parques de diversões. Podecausar oscilação visível na luz.

Page 30: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

20

A conexão dos PIEs e APEs, como já mencionado anteriormente, traz uma série de

aspectos positivos à operação do sistema de distribuição, tais como, melhora de nível de

tensão, continuidade de atendimento dos consumidores, etc. Estas melhorias no sistema de

distribuição poderão ser remuneradas pelos geradores através do pagamento de serviços

ancilares, mas este tipo de serviço ainda não está regularizado no modelo de setor elétrico

brasileiro, embora seja comum em outros países que também passaram pela reestruturação no

setor elétrico.

2.4.2 Perspectiva de uso de GD no Brasil

No Brasil existem algumas áreas bastante favoráveis à utilização de geração

distribuída: a região Nordeste é uma forte candidata no que se refere à utilização da geração

eólica e o Rio de Janeiro, em função da disponibilidade de gás natural. Em diversas

localidades a presença de pequenas quedas d'água próximas à comunidades rurais enseja o

aproveitamento energético através de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). No Brasil, o

uso da biomassa e células solares também constitui opções a serem consideradas (GOMES et

al, 1999).

A Figura 2.5 mostra qual é situação do Brasil em relação ao mundo, considerando uma

comparação da GD em relação com a capacidade de geração de cada país. Observa-se que o

Brasil ocupa um dos últimos lugares, perdendo de países como Índia, México e Uganda. Pelas

suas dimensões continentais e quantidade de recursos, o país ainda pode aumentar muito sua

quantidade de GD.

Page 31: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

21

Figura 2.5 Proporção da geração total da capacidade descentralizada.Fonte: Word Allience for Decentralized Energy – WADE.

Pelo fato dos projetos de grandes usinas hidrelétricas serem considerados discutíveis,

caros e demorados para entrarem em operação, é provável que os mercados da energia

favoreçam a GD nos anos que seguem. A capacidade da GD no setor brasileiro aumentou de

3.9% em 2004 a 4.4% em 2005. A situação atual parece madura para um aumento adicional,

pois as reservas abundantes da biomassa e as descobertas recentes do gás natural significam

que os combustíveis para centrais térmicas são abundantes. Os esforços de diversificar o setor

da energia e outros setores econômicos também favoreceram a GD. Por exemplo, o esforço

constante para modernizar as destilarias do etanol poderia trazer um aumento importante na

produção de energia nas plantas de GD localizadas nos moinhos da cana de açúcar. As novas

oportunidades para a bioeletricidade em grande escala também têm sido criadas pelas novas

normas públicas reguladas. O potencial da bioeletricidade para a década próxima será de mais

de 3000 MW (WADE, 2006).

Page 32: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

22

Neste trabalho, é realizado o estudo em um casos de GD localizada no Estado do

Paraná. Será utilizada uma PCH para o estudo de ilhamento, uma vez que as PCHs somam

mais de 30 espalhadas pelo estado do Paraná já em estado de operação, sendo que a potência

instalada já passa de 180MW (CNDPCH, 2006). Na Tabela B.1 do Anexo B, segue a lista das

PCHs instaladas no Estado do Paraná.

2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que as crises do petróleo, principalmente a de 1978, influenciaram na nova

ordem de investimentos no setor de energia, dando assim maior ênfase às novas tecnologias.

Paralelamente, os investimentos para o setor elétrico já não eram como na década de 70, o que

levou a diminuir a construção de grandes usinas hidrelétricas. O auge destes grandes

empreendimentos ocorreu na mesma década, inclusive a usina de Itaipu que apesar de ter sido

concluída apenas em 1991, teve a sua construção iniciada em 1975.

Com o endividamento do setor elétrico, viu-se a necessidade de novos investimentos.

Em outras palavras, era necessário abrir o sistema para a competição, principalmente na área

da geração de energia. A expectativa da reestruturação do setor elétrico era aumentar os

investimentos de iniciativa privada.

Com a reestruturação, o foco dos investimentos para a geração de energia deixou de

ser os grandes centros geradores, os quais necessitam de grandes redes de transmissão, para

um modelo mais distribuído, afim de que se tenha oportunidade de geração próxima dos

centros consumidores. Assim, surge o conceito de energia descentralizada, denominada

Geração Distribuída (GD).

Com a crise do gás da Bolívia, as GDs que utilizam turbinas térmicas a gás podem ter

um desafio de abastecimento para o futuro. Sendo assim, o tipo de GD escolhido para a

análise de caso é a PCH, pois ainda é uma alternativa com muito potencial no Brasil.

Page 33: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

23

3 CONTINGÊNCIA DE CARGA

3.1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho é utilizado um caso referente ao sistema elétrico de distribuição do

Paraná na tensão de 34,5kV. As principais contingências de uma lista de prováveis

contingências são antes estudadas pelo departamento de planejamento da COPEL baseando-

se em critérios que tem por finalidade a qualidade no fornecimento da energia elétrica mesmo

em situações anormais. Assim, para o estudo de ilhamento deste projeto serão utilizados os

parâmetros considerados pelo planejamento da COPEL.

O planejamento da COPEL é feito de acordo com portarias, resoluções e índices de

desempenho dos circuitos a serem reconfigurados, assim cada estudo de contingência deve

levar em consideração estes parâmetros de qualidade pré-definidos. Além disso, há constantes

mudanças, as quais fazem com que os mesmos casos de contingências sejam reestudados

anualmente. Cada configuração gera novos estudos do sistema, mudanças de ajustes de

proteção e eventuais corte de carga.

Portanto, este capítulo se inicia com enfoque na questão da teoria de contingências,

para depois se aprofundar no assunto sobre ilhamento. Além destes temas, também são

abordados neste capítulo os critérios de proteção, carregamento e de nível de tensão utilizados

pela COPEL, além de uma breve descrição desta companhia de energia.

3.2 CONTINGÊNCIA DE CARGA

Para atender as exigências do mercado e evitar as altas multas impostas pelo

descumprimento dos índices da ANEEL, as empresas concessionárias de energia elétrica têm

continuamente desenvolvido esforços no sentido de melhorar a qualidade de seu produto, ou

seja, da energia elétrica fornecida aos seus consumidores. Um exemplo disso atualmente é a

crescente automatização dos sistemas de distribuição. O propósito principal deste

investimento é que as alterações sejam realizadas mais facilmente. A configuração da rede,

através de manobras dos dispositivos de seccionamento, viabiliza ações que permitem operar

o sistema sempre da maneira mais adequada, com redução nas perdas e melhoria nos níveis de

carregamento e de tensão (KAGAN e OLIVEIRA, 1998).

Page 34: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

24

O alvo permanente das empresas de distribuição de energia elétrica é a redução nos

índices de interrupção de fornecimento de energia, pois os esforços neste sentido acabam

acarretando na qualidade do fornecimento da energia elétrica. Isto representa não somente

maior conforto e satisfação para os consumidores residenciais, mas também uma necessidade

cada vez maior dos consumidores comerciais e principalmente para alguns segmentos

industriais, para os quais as interrupções prolongadas no fornecimento de energia elétrica

podem inclusive comprometer sua produção. Por outro lado, as interrupções no fornecimento

da energia são inevitáveis, quer seja para a execução de obras de expansão do sistema, para

intervenções de manutenção preventiva em componentes da rede ou, então, pela atuação de

um dispositivo de proteção em decorrência de um defeito. Para tanto, deve-se dispor de um

plano de contingências para a reconfiguração do sistema, de forma a restringir ao mínimo

a área a ser desenergizada. Busca-se assim restabelecer o suprimento de energia para

os consumidores desta área o mais rapidamente possível, através de manobras de dispositivos

de seccionamento existentes na rede, mantendo ainda a condição de sistema radial

(KAGAN e OLIVEIRA, 1998).

O problema da reconfiguração após uma contingência, é a dificuldade para encontrar a

melhor alternativa da rede em condição de operação normal para minimização das perdas e

melhoria nos perfis de tensão, uma vez que o sistema em situação de contingência é

caracterizado pela sua natureza combinatória, ou seja, para sistemas reais o número de

possíveis alternativas pode tornar-se muito elevado, dificultando a obtenção de soluções

eficientes ou otimizadas.

Segundo Kagan e Oliveira (1998):

“... pode ser necessário que sejam contemplados múltiplos objetivos na busca destas soluções, mesmo

que com diferentes graus de importância. Por exemplo, na reconfiguração de um sistema após contingência,

pode-se considerar como atributo de otimização principal a minimização do número de chaves manobradas, pois

há casos em que a dificuldade de se operar uma determinada chave inviabiliza tal contingência. Ao mesmo

tempo, pode-se buscar secundariamente atender os consumidores desenergizados com os melhores níveis de

tensão possíveis nesta situação. Outra consideração a ser feita é que estes problemas apresentam também

aspectos de incerteza e subjetividade. Existem incertezas presentes, por exemplo, nos valores das demandas das

cargas, nos tempos de reparo de um defeito, e nos custos das perdas. É subjetivo afirmar “o quanto” minimizar

as perdas é mais importante que maximizar os níveis de tensão.”

De uma maneira geral, as ações que devem ser tomadas quando houver uma

perturbação na linha de distribuição, seja ela qual for, podendo ser desde uma manutenção

programada até ao extremo de uma falta em uma linha ou em alguma subestação, são as

seguintes:

Page 35: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

25

� identificar o local onde o defeito ocorreu;

� isolar a menor parte possível do sistema, pela abertura de chaves;

� sinalizar chaves que não podem ser operadas (segurança);

� manobrar chaves para restabelecer o suprimento ao do bloco isolado;

� corrigir o problema;

� executar novas manobras de chaves para retornar ao estado normal.

Porém, para qualquer das ações descritas anteriormente, a empresa encarregada deve

dispor de um plano de manobras para a reconfiguração do sistema. Por serem situações

transitórias, ou seja, configurações que permanecerão tão somente durante o tempo necessário

para a execução das obras de manutenção ou de reparo, é perfeitamente aceitável que os

critérios técnicos de operação da rede não necessitem ser os mesmos para uma situação

normal, admitindo-se, por exemplo, níveis de tensão menores e trechos de rede e

transformadores de subestações mais carregados, obviamente dentro de limites toleráveis.

Na análise de contingência deve-se levar em consideração alternativas que minimizem

o número de chaves a serem manobradas, pois normalmente a relação do número de manobras

é diretamente proporcional ao tempo gasto para a realização das mesmas, além do tempo de

interrupção para os consumidores que pode vir a aumentar. Além disso, maiores serão os

deslocamentos de equipes de manutenção e, portanto, maiores os custos envolvidos na

operação (KAGAN e OLIVEIRA, 1998).

Para se evitar desligamentos desnecessários quando da transferência de cargas de um

circuito primário para outro, sempre que possível e conveniente, deve-se fazer o paralelismo.

O paralelismo pode acontecer basicamente em três situações, podendo ser entre alimentadores

de uma mesma subestação como mostra a Figura 3.1, podendo ser realizado também por

subestações distintas ou ainda, pelo fechamento em anel de um mesmo alimentador, como

mostra a Figura 3.2. Porém deve-se tomar algumas precauções, pois os pontos que participam

do paralelismo, devem ser antes estudados, a fim de verificar a diferença de tensão, módulo e

ângulo, além do fluxo de potência nas subestações interligadas e, por fim, o nível de curto

circuito com os alimentadores em paralelo, pois este aumenta significamente em

configurações em paralelo. Outra condição que deve ser satisfeita é a de que cada alimentador

deve suportar a corrente que será empregada quando estiver em paralelo.

Page 36: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

26

Contingências entre 1 e 2 Subestações

Figura 3.1 –Contingências entre 1 e 2 subestações.

Contingência em Anel

Figura 3.2 –Contingências em Anel.

Page 37: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

27

3.3 ESTRUTURA DA COPEL

A Companhia Paranaense de Energia (COPEL) é uma empresa que abrange as áreas

de geração, transmissão e distribuição, além de atuar na área de telecomunicações. Este

trabalho concentra-se em sistemas de GD em tensão de 34,5kV, ou seja, sistemas de

distribuição, os quais são responsabilidade da área da COPEL Distribuição. As PCHs que

tenham o interesse de entrar em operação na tensão de 34.5kV, antes devem apresentar

estudos aos departamentos de planejamento e proteção da COPEL Distribuição para que estes

dêem suas recomendações (COPEL, 2006).

A COPEL possui 17 usinas hidrelétricas e uma termelétrica totalizando 4.550MW de

potência instalada. Cerca de 99% da sua capacidade instalada é operada remotamente pelo

Centro de Operação da Geração (COG), em Curitiba. Além disso, todas as subestações de seu

sistema são automatizadas. A COPEL possui 6.772 km de linhas com 124 subestações em

todos os níveis de tensão.

Já no sistema de distribuição, a COPEL conta com 235 subestações, sendo que 133 são

automatizadas. São 161.037 km de linhas de distribuição atendendo 392 dos 399 municípios

do Paraná e também o município de Porto União, em Santa Catarina. Como distribuidora, a

COPEL fornece energia a cinco consumidores livres, dois deles fora do Paraná

(COPEL, 2006).

Existem cinco regionais de Distribuição, situadas nas cidades-sede de Curitiba, Ponta

Grossa, Londrina, Maringá e Cascavel. A Figura 3.3 mostra como está feita a divisão do

estado do Paraná nas regionais de Distribuição, bem como a área de atuação de cada uma das

regionais.

Page 38: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

28

REGIONAIS DA COPEL

Figura 3.3 – Mapa do Paraná divido em Regionais da COPEL.Fonte: COPEL

3.3.1 Critérios utilizados pela Distribuição para Análise de Tensão e Carregamento

Nos estudos realizados nas cinco regionais são dadas as recomendações referentes ao

nível de tensão e carregamento de condutores e equipamentos. Para a conclusão dos estudos é

necessário se basear em certos critérios, são eles (COPEL, 2004):

� período de Carga;

� níveis de Tensão da Barra Fonte;

� níveis de Tensão da Barra Carga;

� carregamento;

� carga Adotada;

� limitações.

Page 39: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

29

Período de Carga

Devido a variação cíclica da carga, que normalmente ocorre nos circuitos ao longo do

dia ou nos finais de semana, as simulações são feitas considerando os diversos tipos de

carregamento do circuito. Nos estudos realizados na COPEL são considerados os períodos de

carga pesada (100%), média (60%), e leve (40%). Deve ser considerado que os consumidores

especiais participam com a sua demanda máxima contratada em cada período.

Desta forma, pode ser verificada a condição de operação mais próxima do real, em

função do dia e da hora de ocorrência do desligamento.

Níveis de Tensão da Barra Fonte

Para o cálculo de níveis de tensão na fonte, o planejamento da COPEL considera os

seguintes valores nas barras das subestações fonte:

� carga Pesada 100% da tensão nominal;

� carga Média 99% da tensão nominal;

� carga Leve 97% da tensão nominal.

Níveis de Tensão da Barra Carga

Consideram-se os valor mínimo de 91,3% na barra de carga de 34,5kV e 94,0% na

barra 13,8kV de subestação 34,5/13,8kV.

Carregamento

Para o limite térmico do condutor é considerado admissível um carregamento de 80%.

Já para os equipamentos são consideradas as suas potências nominais como limites de

carregamento.

Page 40: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

30

Carga Adotada

Para a execução dos estudos de contingências, são adotadas as cargas referentes ao

relatório do MAD7 (Mercado por Área de Distribuição), considerando as projeções de carga

para o ano do estudo.

Limitações

Nos estudos de contingências realizados são desconsideradas as seguintes situações

(COPEL, 2004):

� perda do transformador de força da subestação fonte;

� duplas, triplas ou demais multiplicidades de contingências;

� perda de trechos das linhas que não sejam nos quilômetros iniciais dos troncos, dos

circuitos alimentadores das subestações Fontes.

3.3.2 Considerações gerais utilizadas no estudo

As considerações deste trabalho se baseiam nos critérios utilizados na COPEL, sendo

que os estudos realizados referente às contingências iniciam-se pela escolha da unidade

regional do sistema da COPEL e, a partir deste ponto, é apresentado uma listagem com todas

as subestações fontes e seus respectivos circuitos que poderão entrar em estado de

contingência. A listagem apresentada relaciona também o circuito e a fonte para o qual as

cargas deverão ser transferidas. Através da escolha do caso pretendido, é aberto um arquivo

com um esquema da configuração proposta e um relatório completo do fluxo de potência

gerado com informações sobre: níveis de tensão, potências, fator de potência, carregamento,

corrente e demais recomendações de operação e ajuste de equipamentos.

As recomendações por parte do planejamento da distribuição normalmente contidas no

relatório sobre o caso requerido se baseiam nas análises a seguir:

� níveis de tensão;

� tap do transformador 34.5/13.8kV;

� carregamento dos componentes do sistema;

� banco de capacitores.

7 MAD: Relatório que consta os estudos que determinam as demandas de potência nos diversos níveis de tensão

das Áreas de Distribuição (subestações com tensão igual ou superior a 69kV) para o período 2006/2007.

Page 41: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

31

3.4 ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO

Nos sistemas elétricos os curtos circuitos ocorrem quando é rompido o isolamento

entre duas ou três fases ou o isolamento para a terra de uma ou mais fases. Como exemplo

tem-se o contato elétrico de partes energizadas com partes aterradas como torres e carcaças de

equipamentos.

Teoricamente, o curto circuito se caracteriza por uma redução brusca e acentuada da

impedância de um circuito, elevando assim a corrente à valores acima dos normais. Em

operação normal os circuitos elétricos alimentam cargas como motores cujas impedâncias são

altas relativas à impedância do restante do circuito, que seriam as linhas, transformadores e

geradores. O valor da corrente nestas condições é limitada a um valor considerado baixo,

sendo denominada “corrente de carga” (RESENDE, 1978).

Porém quando ocorre um curto circuito em algum ponto desse circuito a corrente será

limitada apenas pela impedância do sistema medida da fonte até o ponto de curto, sendo que

em sistemas de alta tensão, esta será altamente indutiva em razão da relação X/R do circuito.

Deste modo, podem surgir três situações básicas de curto circuito:

� trifásico;

13 z

eI cc =Φ (3.1)

sendo:

e : tensão do sistema,

1z : impedância equivalente de seqüência positiva,

Φ3I : corrente de curto circuito trifásico.

� fase-fase;

12 2

3ze

I cc =Φ (3.2)

no qual:

Φ2ccI : corrente de curto circuito fase-fase.� uma fase à terra.

0123

zze

I Tcc +=Φ (3.3)

sendo:

TccI Φ : corrente de curto circuito fase-terra,

0z : impedância equivalente de seqüência zero.

Page 42: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

32

A grande maioria dos curtos, cerca de 60% a 90%, envolve a terra. O restante envolve

somente as fases, sendo que na maioria são curtos bifásicos.

Quanto à localização, a maioria das faltas ocorre nas linhas de distribuição e

transmissão, devido a sua maior exposição a descargas elétricas, quedas de árvores,

vendavais, atos de vandalismo e outros. Outro motivo da baixa percentagem de defeitos para

equipamentos como transformadores, disjuntores e geradores é que o isolamento é melhor

projetado, além de recursos de proteção contra surtos que são aplicados a eles.

Porém, para faltas em linhas pode-se tentar o religamento, já que a maioria dos

defeitos em linhas ocorre por descargas através de camadas ionizadas de ar, sendo que após a

abertura da linha, esse meio isolante se regenera e a mesma pode ser religada. Já os demais

equipamentos do sistema possuem isolamento sólido que uma vez rompido deve ser refeito

cuidadosamente em oficinas apropriadas (RESENDE, 1978).

As causas dos curtos podem ser classificadas em:

� interna, como as sobretensões causadas por manobras, rejeição de carga, ressonância,

etc;

� externa, como as quedas de árvores, atos de vandalismo, descargas atmosféricas

diretas ou próximas.

Já a natureza dos defeitos pode ser do tipo permanentes ou transitórios, estes últimos

desaparecem após as primeiras tentativas de religamento.

3.4.1 Sistema de Proteção

Conceitos Básicos de Proteção

Para melhor entendimento das análises apresentadas no Capitulo 5 em se tratando do

estudo de proteção, antes devem ser conceituados alguns termos técnicos de proteção de

sistemas, são estes basicamente:

� zona de proteção: corresponde ao trecho do alimentador protegido pelo equipamento

de proteção, podendo ser fusível, religadores ou relés;

� proteção principal: corresponde ao equipamento mais próximo do defeito do

alimentador, sua responsabilidade principal é desligar o circuito antes de qualquer

outro equipamento de proteção;

� proteção de retaguarda: este está localizada a montante do equipamento da proteção

principal, sua função é desligar o trecho em caso de falha da proteção principal;

Page 43: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

33

� sensibilidade: é a capacidade que um equipamento tem para abrir o alimentador, em

resposta aos valores de curto circuito ao final do trecho considerado zona de proteção;

� montante: equipamento localizado antes do ponto em questão;

� jusante: equipamento localizado depois do ponto em questão;

� pickup: valor da corrente de atuação.

As proteções mais usuais no sistema elétrico de potência são as dos geradores ou

alternadores, dos transformadores, dos barramento e das linhas. Neste capítulo são abordadas

as proteções referentes aos transformadores e às linhas de distribuição.

Proteção de Transformadores

Os dispositivos usuais basicamente são proteções contra as sobrecargas e os curtos

circuitos. Para curtos-circuitos leva-se em conta a potência e a tensão do transformador. Para

grandes transformadores, utilizam-se (CAMINHA, 1977):

� a proteção diferencial;

� a proteção Buchholz.

Para pequenas unidades, menores que 1000kVA, utilizam-se apenas fusíveis. Já

transformadores acima 4,2 MVA recomendam-se relés de sobrecorrente (COPEL, 2006).

Considerando a proteção contra sobrecargas, utiliza-se:

� imagens térmicas;

� relés térmicos.

As principais causas de defeito nos seus isolamentos são:

� sobretensões de origem atmosférica;

� envelhecimento prematuro do isolamento, devido ao aquecimento dos enrolamentos

em regime de sobrecargas permanentes ou temporárias repetitivas, causando assim

curto circuito entre espiras ou até entre as fases (CAMINHA, 1977).

Proteção de linhas

Para a introdução no assunto de proteção de linhas, antes é necessário observar a

tensão da linha a ser protegida, pois a filosofia empregada em linhas de distribuição com

tensões nos patamares de até 34,5kV não são as mesmas empregadas nas linhas de

transmissão, com valores de tensão iguais ou maiores que 69kV.

Como este trabalho se baseia em um sistema em situação de ilhamento operando em

34,5kV, será mencionada apenas a filosofia empregada para tal tensão.

Page 44: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

34

Em geral as proteções em linhas de distribuição são basicamente por relés de

sobrecorrente instantâneos e temporizados. Não há a necessidade de direcionalidade, uma vez

que as linhas têm como principal característica operarem de forma radial, ou seja, com o fluxo

apenas em um sentido, da subestação fonte até as cargas. Porém há casos especiais, como

quando há a geração distribuída, nesta situação pode haver casos em que a proteção da linha

necessite de direcionalidade além de transfer trip8.

Para as linhas operando de forma radial, pode-se utilizar a proteção temporizada, sendo

que este tempo varia de acordo com o circuito a ser protegido. Este tempo pode ser definido,

ou do tipo tempo-inverso, este último utilizado com mais freqüência em linhas de 34,5kV. A

proteção com relés de sobrecorrente tempo-inverso, se baseia no princípio de que quanto

maior for o valor da corrente de curto, menor deve ser seu tempo (CAMINHA, 1977). Uma

melhor visualização dos relés e mostrada na Figura 3.4.

Figura 3.4 – Curvas tempo-corrente para proteção de sobrecorrente.Fonte: COPEL, 2006

As proteções direcionais são utilizadas em linhas operando em anel, ou redes em

malhas e com alimentação multilateral (CAMINHA, 1977).

8 Transfer Trip ou transferência de disparo acontece quando um equipamento de proteção, ao perceber alguma

perturbação na linha, envia um sinal para que o equipamento adjacente atue também, funcionando de forma

seletiva. O transfer trip é bastante utilizado para retirar as pequenas centrais geradoras em caso de perturbação

na linha em que estão conectadas, evitando assim o ilhamento não intencional.

Page 45: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

35

Os incidentes mais freqüentes nas linhas são de faltas monofásicas, ou seja, os curtos

envolvendo a terra, os quais na maioria das vezes são de natureza transitória, sendo assim há o

religamento automático da linha. Este recurso é bastante útil na presença de curtos

transitórios, cerca de 80% dos casos.

3.4.2 Filosofia de Proteção

Para satisfazer a qualidade e a continuidade de fornecimento o sistema de distribuição

deve estar dimensionado segundo uma filosofia de proteção, sendo que para tal filosofia deve-

se levar em conta a característica do alimentador. Para tanto, há basicamente três tipos de

filosofias de proteção para o sistema:

� proteção coordenada: como a maioria das faltas no sistema tem origem transitória, esta

filosofia tende a fornecer maior continuidade ao fornecimento de energia elétrica,

sendo que tem como principal característica o baixo custo operacional, uma vez que as

interrupções são de curta duração;

� proteção seletiva: visa desligar o menor trecho com defeito, sua principal desvantagem

é que gera interrupções de longa duração causando maior custo operacional;

� proteção mista: é a utilização das duas filosofias de acordo com a necessidade do

alimentador.

3.4.3 Critérios Adotados pela Proteção da COPEL Distribuição

Em configurações normais são definidos alguns critérios para ajuste de equipamentos

de proteção. Em situações de contingências pode haver a necessidade de que se altere o ajuste

dos equipamentos ou até operem em modo chave. É utilizado o seguinte critério para os

ajustes:

• ajuste de fase deverá ser 20% maior que a corrente de carga máxima e menor que a

corrente de curto circuito fase-fase ou fase-terra, caso o ajuste de neutro não seja

sensível à contribuição 3 0I , que é a corrente de seqüência zero.

2,12,1 míncc

fasec

III ΦΦ<< (3.4)

sendo:cI :corrente de carga,

faseI :corrente de ajuste de fase,

mínccI ΦΦ :corrente de curto circuito fase-fase mínimo.

Page 46: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

36

� ajuste de neutro deverá ser menor que a corrente de curto circuito fase-terra dividido

pelo fator 1,5 dentro da zona de proteção e deverá ser maior que 10% da corrente de

carga:

5,11,0 Tmíncc

neutroc

III Φ<< (3.5)

sendo:

cI :corrente de carga,

neutroI :corrente de ajuste de neutro,

TmínccI Φ :corrente de curto circuito fase-terra mínimo.

3.5 ILHAMENTO

Os sistemas de distribuição normalmente têm características radiais, assim devem ser

corretamente projetados para fornecer bons níveis de disponibilidade de serviço. Porém, é

difícil melhorar o nível de confiabilidade sem acrescentar múltiplas redundâncias de

fornecimento através de outras linhas. Neste caso, as unidades de geração distribuída (GD)

podem aumentar a qualidade do fornecimento aumentando a disponibilidade do serviço a

custos mais baixos.

Pelo fato da geração distribuída estar gradualmente aumentando a sua penetração nos

sistemas de energia, torna-se assim uma alternativa competitiva em relação às convencionais

de produção de energia em larga escala, pois as centrais de GD podem minimizar os

investimentos nos sistemas de transmissão, diminuir as perdas e auxiliar o sistema em

condições de emergência atuando de forma ilhada para atender parte do sistema.

Com intuito de melhorar os índices de desempenho dos sistemas elétricos, as

companhias de energia realizam estudos de contingências anualmente, pois o sistema sempre

está em expansão. Somando-se como mais uma alternativa para se manter abaixo dos índices

estipulados pela ANEEL, o ilhamento intencional é uma escolha a ser estudada, desde que se

obedeça a certas condições de funcionamento.

Para melhor entendimento do que realmente seria o termo “ilhamento”, deve-se

conhecer em que situações pode surgir tal configuração.O ilhamento ocorre quando uma parte

da rede de distribuição torna-se eletricamente isolada da fonte de energia principal, ou seja, da

subestação, mas continua a ser energizada por geradores distribuídos conectados no

Page 47: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

37

subsistema isolado, ou seja, os geradores da GD. Isso também é conhecido como perda da

rede (SPIER, 2002).

Quando este ilhamento ocorre de maneira não intencional surgem algumas

implicações, sendo que as principais são (REIS FILHO, 2002; WALLING e MILLER, 2002):

� a segurança das equipes de manutenção da concessionária, assim como dos

consumidores em geral, pode ser colocada em risco devido a áreas que

continuam energizadas sem o conhecimento da concessionária.

� a qualidade da energia fornecida para os consumidores na rede ilhada está

fora do controle da concessionária, embora ela ainda seja a responsável legal

por este item.

� a coordenação do sistema de proteção da rede ilhada pode deixar de operar

satisfatoriamente devido à mudança drástica dos níveis de curto-circuito na

rede ilhada.

� o sistema ilhado pode apresentar um aterramento inadequado devido à

presença de geradores.

� no instante de reenergização da rede o gerador pode estar fora de

sincronismo, levando a sério danos no mesmo.

Devido às implicações apresentadas nos itens anteriores, a prática atualmente utilizada

pelas concessionárias e recomendada nos principais guias técnicos é desconectar todos os

geradores tão logo ocorra um ilhamento (CIGRÉ, 1999). Tipicamente, é necessário detectar

uma situação de ilhamento em menos de 400 ms.

3.5.1 Restauração de linhas de transmissão em caso de blecautes

Na transmissão também há formas estratégicas de se utilizar a condição de ilhamento.

Como exemplo tem-se a restauração de linhas de transmissão em pequenas ilhas, ligando-as

em paralelo após um blecaute.

O sistema elétrico interligado traz muitas vantagens, pois a partir desta interligação

surgem várias oportunidades de geração, além da garantia e da melhoria da qualidade da

energia para os grandes centros consumidores. Porém, mesmo que a probabilidade de que haja

ocorrência de contingências múltiplas possa ser mínima, isto poderia causar um desligamento

Page 48: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

38

em outros circuitos, caso não haja medidas protetoras e de segurança a serem tomadas em

tempo hábil.

Assim, em se tratando de blecautes, as ilhas elétricas podem vim a servir como uma

alternativa para a restauração de sistemas elétricos, pois a formação de ilhas elétricas seria um

requerimento básico para a restauração de sistemas elétricos de potência quando ocorresse um

distúrbio de grandes proporções (BRETAS e BRETAS, 2003).

Partindo da premissa que ocorra um distúrbio no sistema, uma conseqüência provável

seria que os geradores poderiam perder o sincronismo entre si. Assim, a idéia principal é que

houvesse ilhas elétricas pré-selecionadas e auto-suficientes que entrariam em operação

durante o distúrbio a fim de que impedissem a perda da estabilidade do sistema e facilitasse

sua posterior restauração.

Em caso de distúrbios de grandes proporções havendo a alternativa de se realizar o

ilhamento intencional, há praticamente duas estratégias gerais que poderiam ser empregadas

para se obter a separação do sistema: ‘todos abertos’(all open) e a ‘operação controlada’

(controlled operation) (ADIBI, 2001).

A técnica ‘todos abertos’ se baseia na abertura de todos os disjuntores envolvidos no

sistema, sendo que sua vantagem principal é a de que o operador deve se concentrar apenas

nos disjuntores que devem ser fechados, ou seja, esta técnica tem vantagem do ponto de vista

da restauração. Porém sua desvantagem também deve ser levada em consideração. Pelo fato

desta técnica se basear na abertura de todos os disjuntores, pode haver sistemas que não

necessitariam ser abertos, assim este procedimento prejudicaria mais ainda os índices de

desempenho do sistema.

A outra alternativa seria a ‘operação controlada’, esta já se baseia na abertura seletiva

de disjuntores. Nesta técnica, as ilhas geradas seriam através de disjuntores selecionados. Para

isto é necessária uma pré-seleção de ilhas de uma maneira a se obter uma coordenação de

tempos de aberturas de relés. Sua principal vantagem seria a eficiência em sistemas com

números elevados de barras, pois manteria as cargas prioritárias, porém sua desvantagem é a

complexidade dos estudos envolvidos para a sua realização (BRETAS e BRETAS, 2003).

Para melhor entendimento de procedimentos de restauração há praticamente duas

ações a serem realizadas, são elas: ‘restauração seqüencial’ e a ‘restauração paralela’.

Considerando sistemas de poucas barras e que a capacidade de blackstart é

concentrada, utiliza-se a técnica de ‘restauração seqüencial’, pois nesta técnica o sistema é

re-energizado como um todo, linha de transmissão após linha seqüencialmente, assim o

sistema não necessita de ilhas auto sustentadas.

Page 49: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

39

Porém, em casos de sistemas de muitas barras, onde a capacidade de blackstart não

está concentrada, já é utilizado o procedimento de ‘restauração paralela’. Esta técnica se

baseia em que a restauração do sistema possa ocorrer inicialmente através da restauração de

cada ilha em paralelo.

Assim, chega-se a conclusão de que para restauração de grandes números de barras

pode-se utilizar o ilhamento intencional para minimizar os danos causados por grandes

perturbações nos sistemas elétricos, além de resguardar as cargas prioritárias e, assim,

permitir a restauração em paralelo (BRETAS e BRETAS, 2003).

3.5.2 Ilhamento intencional utilizando geração distribuída

Como este trabalho está baseado em linhas de 34.5kV, deve-se levar em consideração

que o único modo de que haja ilhamento intencional no sistema de distribuição é com a

implementação da geração distribuída (GD).

A GD é uma nova abordagem no sistema de distribuição, pois altera todo o conceito de

planejamento do sistema de 13.8kV e 34.5kV (Sistema de Distribuição – COPEL). O sistema

de distribuição era baseado de forma radial, ou seja, havia uma fonte, a subestação (SE), que

se dividia em alimentadores radiais, sendo que o fluxo de carga sempre era em um único

sentido, além da proteção se basear apenas na função de sobrecorrente, não necessitando saber

sua direcionalidade.

Com a implantação das GDs, muda todo o conceito de cálculos do sistema da

distribuição, sendo que a primeira mudança é a alteração no nível de curto, pois em sistemas

em paralelo a impedância do sistema diminui, aumentando assim a corrente de curto. Outra

mudança seria o sentido do fluxo, pois haveria a necessidade de direcionalidade na proteção,

mudando assim a filosofia empregada no sistema de distribuição.

Porém, há muitas melhorias para o sistema. Como exemplo, tem-se o suporte de

tensão, a melhoria de qualidade de energia, diminuindo assim a perda, além da melhoria do

fator de potência, pois haveria a possibilidade do gerador fornecer potência reativa

(SPIER et al,2002). Além destes, o benefício que é o objetivo deste trabalho é a possibilidade

de se realizar o ilhamento intencional em caso de contingências programadas ou em caso de

blecaute mencionado anteriormente.

A potência instalada de cada GD talvez não suporte as cargas demandadas, assim o

ilhamento poderia ser realizado apenas com a finalidade de melhorar o índice de desempenho

referente ao número de consumidores desernegizados (FEC).

Page 50: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

40

Em um caso no Rio Grande do Sul, a empresa HIDROPAN realizou em um

desligamento programado o ilhamento intencional na linha de 13.8kV utilizando três PCHs.

Este foi um caso em que a única solução encontrada foi o ilhamento, pois o sistema de 13.8kV

era alimentado apenas por uma linha de transmissão de 69kV, sendo que a manutenção da

mesma não poderia ser realizada em linha viva, além do que o tempo estimado era de um dia

inteiro. Assim, após algumas análises foi realizado o ilhamento para que o índice de

desempenho não ultrapassasse o valor máximo (SPIER et al, 2002).

A Figura 3.5 ilustra o caso do Rio Grande do Sul em que o traço em azul claro

representa a linha de transmissão de 69kV. Os traços em azul escuro e vermelho representam

os trechos dos alimentadores nº1 e nº2 que ficaram desernegizados. Já as linhas de cor verde

representam o sistema ilhado pelas PCHs Fockink, Rio Palmeira e Rio Alegre.

Assim, para comprovar que a solução do ilhamento no caso HIDROPAN foi uma boa

alternativa, segue a Tabela 3.1. Observa-se na tabela que o DEC caiu de 3,48 para 2,58 com a

utilização do ilhamento. Já o índice FEC reduz de 2,91 para 2,55, comprovando a melhoria do

desempenho do sistema.

Tabela 3.1 – Comparação de índices de desempenho do caso HIDROPAN, -Fonte: SPIER et al, 2002

Assim, pode-se verificar que os sistemas radiais fornecem bons níveis de desempenho,

porém caso ocorra a necessidade de melhorá-los, talvez a maneira mais econômica pode vir a

ser o ilhamento em caso de emergências.

Para se realizar uma abordagem de procedimentos e condições iniciais para sua

realização, deve-se antes partir da premissa de que o ilhamento intencional nada mais é do

que a abertura coordenada de disjuntores com intuito de isolar o sistema de distribuição.

Porém, vale lembrar que estas aberturas antes devem fazer parte de um plano pré-

estabelecidos (BRETAS e BRETAS, 2003).

DEC & FEC COM GD Grupo DEC FEC Nº consumidores Atendidos pela GD % Urbano Pananmbi 2.82 2.58 9776 2618 26.780% Urbano Condor 0.64 2.48 1132 1132 100.00% Rural HIDROPAN 1.16 1.96 281 213 75.80% DEC & FEC com GD 2.56 2.55 11189 3963 35.42%

DEC & FEC SEM GD Grupo DEC FEC Nº consumidores Urbano Pananmbi 3.47 2.85 9776 Urbano Condor 3.56 3.48 1132 Rural HIDROPAN 3.37 2.72 281 DEC & FEC sem GD 3.48 2.91 11189

Page 51: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

41

Figura 3.5 – Atendimento dos ramais na operação isolada da empresa HIDROPAN.Fonte: SPIER et al, 2002

Page 52: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

42

Estes estudos devem conter as melhores configurações possíveis para se realizar o

ilhamento intencional, para tanto, antes se deve realizar uma série de estudos, dentre os quais

estudos de fluxo de carga e do sistema de proteção.

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo esclarece como serão os critérios utilizados nos Capitulo 4 e 5, referentes

ao carregamento e níveis de tensão, além dos cálculos a serem realizados para ajustes de

proteção.

Além disso, aborda um tema que ainda não é muito explorado, que é a situação de

ilhamento intencional. É feita uma análise da utilização de ilhas como forma de restauração

do sistema de transmissão e para o fornecimento de energia em caso de contingência no

sistema HIDROPAN. A continuidade do trabalho visa realizar o estudo em um caso em que

se encontrem situações críticas, sujeitas à perda de cargas para assim verificar a viabilidade

técnica do ilhamento.

Page 53: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

43

4 ANÁLISE DE CASO EM SITUAÇÃO NORMAL

4.1 INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda um estudo de caso em que o ilhamento de uma pequena central

hidrelétrica pode ser uma alternativa para se evitar a falta de fornecimento de energia elétrica

para os consumidores em caso de desligamento involuntário ou até mesmo programado.

Para esta análise, primeiramente é apresentado o problema da linha de transmissão, pois

em caso de perda de energia por parte da transmissão, todas configurações de contingências

para suprir as cargas teriam que ser realizadas no sistema de distribuição, o que poderia

acarretar em cortes de cargas para manter o nível de tensão.

Deste modo, neste capítulo é analisada a situação em operação normal, mostrando os

níveis de tensão e coordenação de proteção. Posteriormente serão estudadas as contingências

normalmente realizadas para desligamentos programados, para então comparar com a

configuração em regime de ilhamento.

4.1.1 Configuração da Subestação Pitanga 138/34,5/13,8kV

Como mostra a Figura 4.1, o sistema de transmissão da subestação de Apucarana até a

subestação de Pitanga é de forma radial. Assim, as configurações de contingências, em caso

de perda da linha, por motivo de alguma perturbação ou por manutenção da linha de

transmissão, deverão ser obrigatoriamente no sistema de distribuição de 34,5kV e 13,8kV.

Page 54: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

44

Figura 4.1 – Situação da LT 138kV da SE Apucarana até SE Pitanga.Fonte: COPEL.

Esta é uma situação delicada, pois os sistemas de 34,5kV talvez não consigam suprir

toda a carga. Além do que, o fato de não haver outra subestação de transmissão para servir

como fonte é agravante, pois a única alternativa no caso de contingências será a operação de

chaves para manobras e acoplamentos através das linhas de distribuição.

Desta forma, cortes de cargas poderão ser algumas das alternativas para manter o nível

de tensão de acordo com as portarias da ANEEL. Porém, estes cortes pioram os índices de

DEC e FEC desta região.

4.1.2 Nível de Tensão e Carregamento do Circuito Rio Quieto

Outro procedimento a ser se realizado é, por qualquer que seja a perturbação, a retirada

dos pequenos centros geradores da região afetada.

O estudo deste trabalho se baseia em verificar mais uma opção para tal evento. Assim,

ao invés de retirar as pequenas centrais hidrelétricas existentes na região, a alternativa seria

Page 55: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

45

fazê-las operarem ilhadas para tentar suprir uma parte da carga, dependendo de sua

capacidade geradora, possibilitando o abastecimento aos consumidores em situação de

contingência.

Nesta análise de caso considera-a conexão de uma PCH9 ao sistema de distribuição de

34,5kV diretamente a estação de chaves Manoel Ribas 34,5kV, pois como fonte desta

configuração se encontra a subestação de Pitanga 138/34,5/13,8kV cujo problema é estar

situada no final da linha de transmissão de 138kV.

A Figura 4.2 mostra como é a configuração do circuito Rio Quieto da subestação de

Pitanga, circuito no qual a PCH está conectada. Para a análise de carregamento do circuito

Rio Quieto, foi utilizado o programa Sist3410. A saída do programa Sist34 é mostrada no

Anexo C. A Tabela 4.1 mostra os níveis de tensão para três patamares de carga.

Tabela 4.1 – Níveis de Tensão do circuito Rio Quieto.Barras Níveis de tensão

Carga Leve Carga Média Carga Pesada

SE Pitanga 97% 99% 100%

EC Manoel Ribas 99,5% 99,2% 99%

EC Cândido de Abreu 96,7% 95,6% 96,2%

PCH 102% 102% 100,9%

Rio do Tigre 96,7% 95,5% 96,1%

Tereza Cristina 96,6% 95,3% 95,5%

Assim, de acordo com o estudo de carregamento e de fluxo mostrado no Tabela 4.1,

referente à configuração normal, mostra que o nível de tensão no município de Tereza

Cristina é de 95,3% mesmo em seu pior patamar, mantendo acima do percentual utilizado

pelos critérios da COPEL.

9 Não será mencionada o nome desta PCH por se tratar de uma usina de propriedade particular.10 Sist34: programa utilizado no planejamento do sistema 34,5kV da COPEL para cálculos de fluxo de potência,carregamento de cabos e níveis de tensão.

Page 56: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

46

Figura 4.2 – Circuito Rio Quieto da subestação Pitanga 138/34,5/13,8kV.Fonte: COPEL, 2006

4.1.3 Coordenação de Proteção

O diagrama da Figura 4.3 mostra uma visualização simplificada do sistema elétrico da

região a ser estudada. .

Figura 4.3 – Simplificado do Sistema Local.Fonte: COPEL

O sistema de proteção está coordenado como mostra a Figura 4.4 e 4.5, referentes à

coordenação de Fase e de Neutro respectivamente. Para tanto estão sendo considerados

apenas os religadores das subestações de distribuição e não está sendo considerada a

coordenação com a PCH, nem os relés de proteção da transmissão.

Page 57: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

47

A situação atual da PCH é que o ajuste do relé de proteção está ajustado para os dois

sentidos:

� considerando como fonte a COPEL, direção direta;

� considerando como fonte a própria PCH, direção reversa.

O ajuste do relé na direção reversa não será abordado, pois os cálculos em relação ao

curto na própria PCH não serão estudados neste trabalho. Quanto à direção direta, a proteção

da PCH tem ajuste de tempo definido, ou seja sempre atua antes de qualquer outra proteção

do sistema, além disso existe o sistema de transfer trip que isola a PCH da rede em caso de

alguma perturbação.

Page 58: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

48

Figura 4.4 – Coordenação de Fase referente ao curto na SE Candido de Abreu.Fonte: COPEL

Page 59: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

49

Figura 4.5 – Coordenação de Neutro referente ao curto na SE Candido de Abreu.Fonte: COPEL

Page 60: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

50

4.1.4 Contingências do Circuito Rio Quieto

Manutenções nas linhas ou nas próprias subestações são as principais causas para que

haja situações de desligamentos programados. Diante disso, em caso de desligamento

programado do circuito Rio Quieto da subestação Pitanga 138/34,5/13,8kV há estudos já

realizados para o uso de tais contingências.

Uma alternativa é a abertura da linha pelo religador do circuito Rio Quieto da

subestação Pitanga 138/34,5/13,8kV, assim a transferência de carga seria pelo circuito

Manoel Ribas da subestação Ivaiporã 138/34,5/13,8kV, como mostra a Figura 4.6. Os níveis

de tensão desta contingência estão resumidos na Tabela 4.2, referente à saída do Anexo D.

Tabela 4.2 – Níveis de tensão referentes à transferência de carga para SE Ivaporã.Barras Níveis de tensão

Carga Leve Carga Média Carga Pesada

SE Ivaiporã 97% 100% 100%

EC Manoel Ribas 97,6% 98,1% 98,4%

EC Cândido de Abreu 95,8% 95,7% 95,7%

COAMO 97,8% 97,8% 98,3%

Rio do Tigre 95,7% 95,6 95,6

Tereza Cristina 95,6% 95,4% 95,4%

Após uma análise sobre os resultados da simulação percebe-se que há um corte de

carga de 1.181 kVA no horário de carga pesada, ou seja, é recomendável que o desligamento

seja realizado no horário de carga média e leve.

Para casos de contingências programadas não é necessário realizar um estudo de

coordenação de proteção, apenas a realização do estudo de curto circuito, pois a impedância

equivalente do sistema aumenta, fazendo com o nível de curto no final da linha diminua o que

pode acarretar na necessidade de novo ajuste de proteção.

Para a análise de proteção calculou-se o nível de curto-circuito ao final do circuito Rio

Quieto, que está aberto na subestação Pitanga, para verificação de sensibilidade. Assim se

obtém a contribuição da corrente que passa pelo religador da estação de chaves Manoel Ribas

e, então se verifica a sensibilidade desta proteção até o final da linha.

Page 61: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

51

Figura 4.6 – Contingência do cto Rio Quieto da SE Pitanga para o cto Manoel Ribas da SE Ivaiporã.Fonte: COPEL

Portanto, chega-se ao patamar de 202,49 A de corrente em caso de curto circuito fase-

terra pela contribuição de fase, como é mostrado na Tabela 4.3. Ou seja, apesar do ajuste do

religador não necessitar ser alterado, pois o ajuste de fase é de 100 A, a proteção do circuito

até o final da linha estaria dependendo apenas do religador do circuito Cândido de Abreu da

estação de chaves Manoel Ribas, o que em caso de falha atuaria o disjuntor geral do circuito

Manoel Ribas da subestação Ivaiporã acarretando o desligamento indevido de consumidores

desta linha. Além da possibilidade de falha, ter uma linha de mais de 70km sendo protegida

por apenas um religador não é opção recomendada para o sistema de proteção da distribuição

COPEL.

Page 62: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

52

Tabela 4.3 – Curto circuito no final da LD, referente a subestação de Pitanga.

Sendo assim, a possibilidade de ilhamento da PCH conectada na estação de chaves é

interessante, pois assim não haveria corte de carga já que a capacidade de geração é de 5MVA

e a carga a ser alimentada é de aproximadamente 1MVA no horário de carga pesada.

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das características do sistema de transmissão é que normalmente funciona em

anel, porém neste caso, a linha de transmissão de 138kV da subestação de Apucarana até a

subestação de Pitanga opera de forma radial, o que reduz o número de estratégias de operação

em casos de contingências.

Considerando apenas o circuito de Rio Quieto de 34,5kV da subestação de Pitanga,

percebe-se que em caso de contingência a subestação de Ivaiporã não consegue suprir toda a

carga, o que acaba havendo a necessidade de corte de carga.

Sendo assim, baseado nas pré-análises de ilhamento surge a alternativa de realizá-lo,

minimizando ou evitando o corte carga. O estudo de ilhamento neste capitulo considera a

PCH como uma fonte com características de barra infinita, pois o propósito deste capitulo é

verificar qual a potência necessária a ser fornecida.

REFERÊNCIAFONTE

Curto - Circuito Potência (MVA) Corrente (A)Trifásica 19,80 331,35Fase-Fase 17,15 286,96Fase-Terra 13,00 217,55Fase-Terra mín 12,10 202,49

REFERÊNCIACIRCUITO

Curto - Circuito Potência (MVA) Corrente (A)Trifásica 19,8 331,35Fase-Fase 17,15 286,962I1+I0 13,00 217,553I0 13,00 217,55

Curto - Circuito Potência (MVA) Corrente (A)Trifásica 23,1 386,57Fase-Fase 20,01 334,782I1+I0 12,10 202,493I0 12,10 202,49

NÍVEL DE CURTOFinal de Linha do Circuito Rio Quieto

SE IVP

CONTRIBUIÇÃORA da EC MRI

AreiãoMáximo

Mínimo

Page 63: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

53

5 ANÁLISE DE CASO ILHADO

5.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresenta-se o cálculo do fluxo de potência do sistema em contingência,

ou seja, com a pequena central hidrelétrica como única fonte de fornecimento de energia para

sustentação desse novo arranjo. Nesta análise utilizou-se o programa de análise de fluxo de

potência ANAREDE do CEPEL. Para uma análise correta do problema foi necessário a

simulação do circuito em sua pior situação de operação, ou seja, na ocorrência de carga

pesada em que acontece o maior carregamento dos cabos. Os valores referentes a carga e sua

variação neste caso crítico foram obtidos através do programa GASA. Para uma informação

de carga com maior precisão, os dados retirados do GASA são de um período de

aproximadamente 3 meses.

Os aspectos de proteção também estão abordados neste capítulo, pois há a necessidade

de verificação de sensibilidade nas barras mais afastadas. Quando a fonte passa a ser somente

a PCH a impedância equivalente se altera, diminuindo assim os níveis de curto, pois a

reatância da PCH comparada com a do sistema da concessionária é muito maior, prejudicando

assim a sensibilidade por parte da proteção.

Em se tratando de contingências não é necessário o estudo de coordenação, visto que a

alteração de ajuste é somente durante o tempo programado para a contingência e não para um

tempo permanente.

Para o cálculo de curto-circuito foi utilizado o programa Cálculo de Curto

Iterativo CCint, este programa é utilizado na COPEL para cálculos de impedâncias

equivalentes e cálculos de parâmetros para curtos trifásicos e fase-terra máxima e mínima.

5.2 FLUXO DE POTÊNCIA

A análise do fluxo de potência é realizada com base em uma simulação estática, ou

seja, reflete um determinado instante da operação do sistema, no qual os elementos

dinâmicos, tais como as cargas e os geradores, são representados como injeções de potência.

Page 64: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

54

5.2.1 Gerência dos Alimentadores de Subestações Automatizadas - GASA

O programa de gerenciamento dos alimentadores de subestações automatizadas GASA

fornece a indicação de grandezas elétricas, tais como corrente , tensão e potência; em função

do tempo. Portanto, utilizou-se deste programa para a obtenção de dados, como a potência

média e máxima do circuito Rio Quieto para um período de 3 meses, a fim de alcançar uma

maior confiabilidade para cálculo de fluxo de potência.

A função principal do GASA é analisar o comportamento de alimentadores verificando

as medições de corrente e tensão nas subestações automatizadas em tempo real.

Potência dos Alimentadores da Estação de Chaves Cândido de Abreu

Sabendo que na linha que interliga a subestação de Pitanga à estação de chaves de

Manoel Ribas não há consumidores, foi verificado a corrente medida no religador do circuito

Areião da estação de chaves Manoel Ribas, circuito este que interliga as estações de chaves de

Manoel Ribas à Cândido de Abreu, conforme mostra a Figura 5.1.

Figura 5.1 – Interligações das subestação e estações de chaves

Desta forma, baseando-se nas medições armazenadas no GASA, obteve-se as correntes

das cargas referentes aos alimentadores da estação de chaves de Cândido de Abreu, conforme

mostra a Figura 5.2.

Page 65: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

55

Figura 5.2 – Gráfico referente as correntes dos alimentadores da EC Cândido de Abreu.Fonte: Gerência dos Alimentadores de Subestação Automatizadas - GASA - COPEL, 2007

Conforme as medições, foi verificado que a corrente média entre as três fases é de

67,33A. Assim para o cálculo de fluxo deve-se encontrar a potência aparente do circuito

considerando o valor desta corrente e a tensão de alimentação.

Como as medições de tensão da estação de chaves Manoel Ribas não estavam

disponíveis, foi considerado que o circuito Areião opera em tensão nominal, ou seja, em

34,5 kV e que o fator de potência nas cargas é de 0,95, já que a característica da região é

apenas de consumidores rurais.

Assim o valor aproximado para a potência aparente é de 4,02 MVA e considerando o

FP de 0,95, os valores de potência ativa e reativa encontrados são de 3,82 MW e 1,26 Mvar.

Realizando a mesma metodologia para encontrar o carregamento dos alimentadores da

estação de chaves Cândido de Abreu, chega-se aos seguintes valores de corrente apresentados

na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Valores encontrados pelo GASA para os alimentadores da EC Cândido de Abreu.Alimentador Corrente

Tereza Cristina 23,67A

Rio do Tigre 17,67A

Cândido de Abreu* 19,67A

*Os circuitos Ubazinho e Xaxim foram considerados como um centro de carga

localizado na própria estação de chaves, pelo fato de estarem próximos a estação de chave.

Page 66: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

56

5.2.2 Programa de Análise de Redes - ANAREDE

No estudo de ilhamento realizado foi necessário um software que calculasse as

injeções de potências ativas e reativas, considerando a PCH como a única fonte geradora e

levando em consideração suas limitações de geração.

Para a realização do estudo em regime permanente de um sistema elétrico resolveu-se

adotar o ANAREDE, programa desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

(CEPEL), uma empresa do sistema ELETROBRÁS. Este programa é largamente utilizado

para estudos em concessionárias sendo composto pelo seguinte conjunto de aplicações

integradas:

• Programa de fluxo de potência;

• Equivalentes de redes;

• Análises de contigências;

• Análise de sensibilidade de tensão;

• Redespacho de potência ativa;

• Fluxo de potência continuado.

O aplicativo para o cálculo do Fluxo de Potência é o mais utilizado para a análise das

condições operativas do Sistema Interligado Nacional (SIN). Este algoritmo possui dois

métodos de resolução das equações do fluxo de potência em corrente alternada:

• Método Desacoplado Rápido;

• Método de Newton-Raphson.

Os métodos convencionais de cálculo de fluxo de potência em redes de transmissão,

tais como os métodos de Newton-Raphson, Desacoplado Rápido, etc., não apresentam o

desempenho adequado no caso de redes de distribuição radiais, devido a características

particulares das redes de distribuição tais como a baixa relação X/R (reatância/resistência) dos

parâmetros dos alimentadores, trechos com impedâncias relativamente baixas (representação

de chaves, reguladores de tensão e trechos pequenos de linha entre cargas muito próximas)

associados a outros com valor de impedância relativamente alto. Essas características podem

afetar a convergência dos métodos de solução exigindo grande número de iterações ou, até

mesmo, causando divergência do processo iterativo. Porém, existe uma carência de softwares

relacionados a fluxo em redes de distribuição. Desta forma, mesmo conhecendo esses

problemas, adotou-se a utilização do ANAREDE contornando a divergência de variáveis,

reunindo as cargas espalhadas em centros de cargas.

Page 67: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

57

5.2.3 Fluxo do Potência do Circuito Rio Quieto Ilhado

Partindo dos valores obtidos nas medições de correntes do aplicativo GASA, como

explicado na Seção 5.2.1, utilizou-se o ANAREDE para verificar a viabilidade técnica

considerando os níveis de tensão e o carregamento dos cabos.

Para facilitar o entendimento do apêndice A, referente ao resultado do cálculo de fluxo

de potência do sistema ilhado, é apresentado a Figura 5.3, que indica os valores de injeção de

potência ativa e reativa, bem como os níveis de tensão.

Figura 5.3 – Resultado dos cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio Quieto Ilhado

Partindo da análise dos níveis de tensão percebe-se que os pontos mais críticos são as

barras referentes a estação de chaves de Cândido de Abreu antes do regulador de tensão e o

ponto aberto do circuito Rio Quieto. Entretanto, conforme estipulado que em caso de

contingências permite-se até 0,92% de queda de tensão então conclui-se que não há

inviabilidade por nível de tensão.

Outro item que deve ser abordado é a capacidade da PCH em gerar a potência

necessária para alimentar as cargas isoladas. Conforme o estudo realizado chega-se a

conclusão que a PCH terá que injetar 3,6 MW de potência ativa e 1,5Mvar de potência reativa

para suprir a carga. A partir deste fato observa-se que a necessidade de geração está abaixo da

capacidade nominal da PCH, que é de 5MVA.

Entretanto, conforme será visto no cálculo de curto-circuito, esta configuração não

será possível, devido a falta de sensibilidade do religador da estação de chaves Cândido de

Abreu circuito Tereza Cristina. Então será verificado outra configuração. Como neste caso

existe uma linha paralela com o circuito de Areião, pode-se aproveitá-la para que as cargas

dos alimentadores da estação de chaves sejam divididas. A alternativa encontrada foi baseada

no corte de carga em contingência normal apresentado no Capítulo 4 que é de 1.181kVA.

Page 68: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

58

5.2.4 Fluxo de Potência para o circuito Rio do Tigre da EC Cândido de Abreu Ilhado

A configuração proposta é a de PCH fornecendo energia apenas para o circuito Rio do

Tigre, sendo que as cargas dos outros alimentadores podem ser alimentados pela subestação

de Ivaiporã, conforme ocorre em contingência normal. Para melhor ilustrar a alternativa

escolhida segue a Figura 5.4.

Figura 5.4 – Configuração proposta para o fornecimento de energia apenas para o circuito Rio do Tigreda EC Cândido de Abreu

Para esta nova configuração é necessário realizar os cálculos de fluxos novamente no

aplicativo ANAREDE, verificando assim se neste novo arranjo será viável o ilhamento em

termos de fluxo de potência. Na Figura 5.5 mostra-se os valores obtidos.

Figura 5.5 - Resultado dos cálculo de fluxo de potência de apenas o circuito Rio do Tigre Ilhado

A partir desta análise percebe-se que os critérios de nível de tensão não foram

ultrapassados, já que o pior caso seria a barra Rio do Tigre cujo valor é de 0,969pu, ou seja,

maior que 0,92 que é o valor mínimo exigido em uma contingência.

O carregamento dos cabos foi reduzido, já que está passando menor valor de corrente

nesta configuração.

Page 69: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

59

5.3 CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO

Os cálculos de curto-circuito são necessário para verificar a sensibilidade da proteção.

Neste caso como se trata do ilhamento de uma PCH cuja impedância é elevada em relação à

configuração normal, a situação se torna mais crítica. Devido aos novos valores de

impedâncias equivalentes todas as proteções devem ser revistas, já que o nível de curto

diminui bastante.

5.3.1 Programa de Cálculo de Curto Circuito - CCint

Na área de estudos da proteção da COPEL para o cálculo de curto-circuito em sistema

operando em 34,5kV é utilizado o CCint. Este programa tem como principal característica

fornecer as contribuições de seqüência zero dos transformadores com os enrolamentos

aterrados para o caso de faltas à terra.

Além disso, não é necessário utilizar outro programa para cálculos em sistemas

operando em situação ilhada ou até mesmo em sistemas operando em paralelo.

5.3.2 Análise de Curto-Circuito

Considerando o sistema ilhado como mostra a Figura 5.6, pode-se calcular os níveis de

curto-circuito. A impedância equivalente do circuito Rio Quieto é diferente da configuração

normal, já que a fonte agora será apenas a PCH. Assim, para verificar a viabilidade técnica

sob o aspecto de proteção para esta contingência, deve-se verificar apenas a sensibilidade da

proteção com suas respectivas zonas de proteção. Primeiramente é necessário encontrar o

diagrama de impedância do circuito e assim dividi-lo em zonas de proteções para verificar a

sensibilidade dos equipamentos de proteção.

Page 70: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

60

Figura 5.6 – Diagrama de Impedância do circuito Rio Quieto.

Após esta etapa do processo, são definidas as zonas de proteção de cada equipamento

para verificação de sensibilidade. Esta análise é realizada calculando o nível de curto no final

das respectivas zonas e verificando as contribuições nos equipamentos de proteção, no caso

de religadores instalados nas estações de chaves Manoel Ribas e Cândido de Abreu.

Para o cálculo de curto com a finalidade de verificar a sensibilidade dos equipamentos,

é recomendável utilizar os valores de reatância síncrona do gerador para o diagrama de

impedância de seqüência positiva, pois a reatância sub-transitória tem a finalidade de definir o

dimensionamento dos equipamentos, já a reatância transitória seria para a coordenação de

equipamentos de proteção e não para verificar a sensibilidade da proteção. Para o diagrama de

seqüência zero utiliza-se a reatância de seqüência zero. Os valores da seqüência negativa

foram considerados iguais ao da seqüência positiva.

5.3.3 Sensibilidade do Relé da PCH

O relé da PCH está protegendo a linha que liga a própria PCH até estação de chave

Manoel Ribas, porém para verificação de sensibilidade é necessário calcular os níveis de curto

da barra referente ao final de linha do circuito Rio Quieto, totalizando assim uma distância de

46km. A determinação das impedâncias equivalentes positiva e zero estão na Figura 5.7.

Page 71: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

61

Figura 5.7 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero para o circuito Rio Quieto

Assim, a partir da Equação 3.1, pode-se concluir que:

( ) Aj

puze

Icc 14,3586,4742,1

113 =

+==φ (5.1)

Para o cálculo de curto-circuito fase-fase calcula-se a corrente a partir da Equação 3.2.

chegando ao valor a seguir:

( ) Aj

pux

ze

Icc 43,3086,4742,1

123

1.2.3 =

+==φφ (5.2)

Já para os cálculos das correntes de curto-circuito fase-terra, é necessário utilizar as

Equações 3.3 e 3.4, e deve-se considerar uma resistência de falta para o cálculo de curto fase-

terra mínimo. Como este trecho tem como característica ser radial, além de não haver nenhum

transformador que tenha contribuição pela sequência zero, a contribuição de corrente de fase

(2xI1+I0) é igual a contribuição pela terra (3xI0).

( )[ ] Ajjx

puxzz

eIcc Tmáx 53,48

66,811,286,4742,1213

)01.2(.3 =

+++=

+=φ (5.3)

( )[ ] Ajjx

puxxRfzz

eIcc T 53,48

36,366,811,286,4742,1213

)301.2(.3

min =++++

=++

=φ (5.4)

Pode-se visualizar melhor o valor de curto no final da linha do circuito Rio Quieto com

as contribuições no relé da PCH na Figura 5.8.

Page 72: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

62

Figura 5.8 – Contribuições do relé da PCH referente ao curto no final da linha do circuito Rio Quieto.

Assim, o próximo passo é verificar os ajustes de fase e de neutro do relé. Como a

potência a ser liberada ao circuito Rio Quieto está em torno de 4,0MVA conforme o item

6.2.1, o ajuste de fase do relé poderia ser de 80A, que é o valor de corrente nominal acrescido

de 20%. Porém, para verificação da sensibilidade, se faz necessário o uso da Equação 3.4, em

que o ajuste de fase deve ser menor que a contribuição de corrente de curto-circuito fase-fase

dividida por um fator de segurança de 1,2. Assim, verifica-se que é possível somente a

liberação de 1,5MVA, como é mostrado abaixo:

MVAxxxxI

xVxIP liberadaliberada 52,135,3420,143,30

35,3420,1

3 ==== φφ (5.5)

Conclui-se então que pelo ajuste de fase , não será possível o atendimento de todo

circuito Rio quieto, pois a potência que pode ser liberada é de 1,52MVA, estando abaixo do

valor de potência nominal de 4,0MVA. Porém como o corte de carga atinge 1,2MVA, o ajuste

de fase deve ser no mínimo 24 A, conforme a Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Condições de ajuste de fase para o relé da PCHAJUSTE DE FASE

Corrente de carga(Ic)x1,20 24,00

Contribuição da corrente decurto fase-fase(Iff)/1,20 25,36

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE FASE

Icx1,20<Ajuste<Iff/1,20 OK

Para verificação do ajuste de neutro se faz necessário o uso da Equação 3.5, em que o

ajuste a ser utilizado deve ser maior que 10% do valor da corrente nominal e menor do que a

contribuição de corrente de curto fase-terra miníma divida por um fator de segurança de 1,5.

Assim, após estas condições serem cumpridas o ajuste de neutro pode ser de 12A. É

Page 73: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

63

recomendável que o ajuste de neutro não seja de um valor muito baixo, pois poderá atuar por

desequilíbrio de fase na rede.

Tabela 5.3 – Condições de ajuste de neutro para o relé da PCHAJUSTE DE NEUTRO

Corrente de carga(Ic)x0,10 2,00

Contribuição da corrente decurto fase-terra(3I0)/1,50 32,35

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE NEUTRO

Icx0,10<Ajuste<IfT/1,50 OK

5.3.4 Sensibilidade do Religador 52-23 da Estação de Chaves Manoel Ribas – CircuitoCândido de Abreu

Para a verificação da sensibilidade do religador 52-23, é necessário antes encontrar o

equivalente de impedância de seqüência positiva e zero, conforme a Figura 5.9.

Figura 5.9 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Cândido de Abreu

Assim, é possível calcular as correntes de curto-circuito desta barra, referente a estação

de chaves Cândido de Abreu.

A partir da Equação 3.1, encontra-se o valor de curto circuito trifásico:

( ) Apuj

puze

Icc 14,3502102,024,4828,2

113 ==

+==φ (5.6)

Para o cálculo de curto-circuito fase-fase, calcula-se a corrente a partir da Equação 3.2,

chegando ao valor:

( ) Apuj

pux

ze

Icc 43,300182,024,4828,2

123

1.2.3 ==

+==φφ (5.7)

Conforme explicado no item 5.3.3, utiliza-se as Equações 3.3 e 3.4 para os cálculos das

correntes de curto-circuito fase-terra máximo e mínimo.

Page 74: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

64

( )[ ] Apujjx

puxzz

eIcc Tmáx 86,4602803,0

84,903,324,4828,2213

)01.2(.3 ==

+++=

+=φ (5.8)

( )[ ] pujjx

puxxRfzz

eIcc T 028,0

4084,903,324,4828,2213

)301.2(.3

min =++++

=++

AIcc T 86,48min =φ

(5.9)

O próximo passo é a verificação da sensibilidade do religador 52-23 da estação de

chaves Manoel Ribas circuito Cândido de Abreu. Esta zona de proteção interliga as duas

estações de chaves, a Manoel Ribas e a Cândido de Abreu. A distância desta linha é de

38,8km, como mostra Figura 5.8. O ajuste de fase do religador 52-23 é 140A e o ajuste de

neutro é 25A. Na Figura 5.10 mostra os níveis de curto no final desta zona de proteção e as

contribuições no religador 52-23 que a protege.

Figura 5.10 - Contribuição do religador 52-23 da estação de chaves Manoel Ribas ao curto no final da

linha do circuito Cândido de Abreu.

Percebe-se que o valor da contribuição de curto-circuito fase-fase que passa pelo

religador 52-23 é inferior que o valor de ajuste, assim não é possível o ilhamento caso seja

mantido estes ajustes no religador

Tabela 5.4 – Condições de ajuste de fase para o religador 52-23AJUSTE DE FASE

Corrente de carga(Ic)x1,20 24,00

Contribuição da corrente decurto fase-fase(Iff)/1,20 25,36

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE FASE

Icx1,20<Ajuste<Iff/1,20 Alterar

Assim, a recomendação de ajuste de fase pode ser de 25A, pois está entre os valores de

24A e 25,36A. Como o ilhamento se trata de apenas uma contingência não é necessário

Page 75: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

65

verificar a coordenação com o relé da PCH, porém deve-se tomar a cautela para o ajuste de

fase da jusante não seja superior ao da montante.

Já para o ajuste de neutro a recomendação pode ser uma diminuição para 12A.

Tabela 5.5 – Condições de ajuste de neutro para o religador 52-23AJUSTE DE NEUTRO

Corrente de carga(Ic)x0,10 2,00

Contribuição da corrente decurto fase-terra(3I0)/1,50 31,24

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE NEUTRO

Icx0,10<Ajuste<IfT/1,50 OK

5.3.5 Sensibilidade do Religador 52-18 da Estação de Chaves Cândido de Abreu–Circuito Rio do Tigre

A Figura 5.11 mostra o diagrama de impedância de seqüência positiva e zero.

Figura 5.11 – Diagrama de seqüência positiva e sequência zero do circuito Rio do Tigre

Os valores de correntes de curto-circuito trifásico, fase-fase e fase-terra seguem abaixo

respectivamente:

( ) Apuj

puze

Icc 47,33020,081,4992,3

113 ==

+==φ (5.10)

( ) Apuj

pux

ze

Icc 99,280173,081,4992,3

123

1.2.3 ==

+==φφ (5.11)

( )[ ] Apujjx

puxzz

eIcc Tmáx 51,4302602,0

77,1552,581,4992,3213

)01.2(.3 ==

+++=

+=φ (5.12)

( )[ ] pujjx

puxxRfzz

eIcc T 026,0

4077,1552,581,4992,3213

)301.2(.3

min =++++

=++

AIcc T 51,43min =φ

(5.13)

Page 76: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

66

Para melhor visualização, a Figura 5.12 mostra a corrente de curto e as contribuições

no religador 52-18.

Figura 5.12 - Contribuição do religador 52-18 da estação de chaves Cândido de Abreu ao curto no final da

linha do circuito Rio do Tigre.

Este circuito abrange o início da estação de chaves Cândido de Abreu até o final de

linha referente a uma chave aberta que interliga a subestação Grandes Rios. A distância até o

final desta linha é de 36km. A proteção deste circuito é pelo religador 52-18 cujo ajuste de

fase é 60A e de neutro é 20A. Sendo assim, caso não seja alterado o ajuste não há

sensibilidade sob o aspecto de proteção. A Tabela 6.6 mostra a relação com a corrente de

curto-circuito fase-fase e a corrente nominal, considerando esta como 17.67A.

Tabela 5.6 - Condições de ajuste de fase para o religador 52-18AJUSTE DE FASE

Corrente de carga(Ic)x1,20 21,20

Contribuição da corrente decurto fase-fase(Iff)/1,20 24,15

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE FASE

Icx1,20<Ajuste<Iff/1,20 Alterar

Uma alternativa é alterar o ajuste de fase para 23A, pois permite a liberação de carga e

é sensível para curto-circuito no final da linha.

Já para o ajuste de neutro, é recomendável que seja alterado para 12A para não ser

superior ao da montante. A Tabela 5.7 mostra as condições atendidas.

Page 77: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

67

Tabela 5.7 - Condições de ajuste de neutro para o religador 52-18AJUSTE DE NEUTRO

Corrente de carga(Ic)x0,10 1,50

Contribuição da corrente decurto fase-terra(3I0)/1,50 29,01

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE NEUTRO

Icx0,10<Ajuste<IfT/1,50 OK

5.3.6 Sensibilidade do Religador 52-13 da Estação de Chaves Cândido de Abreu–Circuito Ubazinho

Primeiramente, calcula-se os equivalentes de impedâncias de seqüência positiva e zero,

conforme é mostrado na 5.13.

Figura 5.13 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Ubazinho

Com esses dados é possível calcular o níveis de curto no final de linha para verificar a

sensibilidade do religador 52-13:

( ) Apuj

puze

Icc 14,35021,058,4806,3

113 ==

+==φ (5.13)

( ) Apuj

pux

ze

Icc 43,300182,058,4806,3

123

1.2.3 ==

+==φφ (5.14)

( )[ ] Apujjx

puxzz

eIcc Tmáx 86,460292,0

07,1101,458,4806,3213

)01.2(.3 ==

+++=

+=φ (5.15)

( )[ ] pujjx

puxxRfzz

eIcc T 0292,0

4007,1101,458,4806,3213

)301.2(.3

min =++++

=++

AIcc T 86,46min =φ

(5.16)

A Figura 5.14 mostra uma melhor visualização da corrente de curto e as contribuições

no religador.

Page 78: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

68

Figura 5.14 - Contribuição do religador 52-13 da estação de chaves Cândido de Abreu ao curto no final da

linha do circuito Ubazinho.

O religador 52-13 tem o ajuste de fase de 60A, assim para que haja sensibilidade é

necessário que se altere esses ajustes, conforme mostra a Tabela 5.8.

Tabela 5.8 - Condições de ajuste de fase para o religador 52-13AJUSTE DE FASE

Corrente de carga(Ic)x1,20 24,00

Contribuição da corrente decurto fase-fase(Iff)/1,20 25,36

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE FASE

Icx1,20<Ajuste<Iff/1,20 Alterar

A recomendação proposta para este religador é alterar o ajuste de fase para 25A.

Assim, a carga seria liberada e a proteção seria sensível para curto-circuito no final de linha.

Já para o valor de neutro, é necessário que seja igual ou menor com os valores à

montante, ou seja, o ajuste de neutro pode ser 12A. A Tabela 5.9 mostra as condições de

ajustes de neutro atendidas.

Page 79: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

69

Tabela 5.9 - Condições de ajuste de neutro para o religador 52-13AJUSTE DE NEUTRO

Corrente de carga(Ic)x0,10 2,00

Contribuição da corrente decurto fase-terra(3I0)/1,50 31,24

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE NEUTRO

Icx0,10<Ajuste<IfT/1,50 OK

5.3.7 Sensibilidade do Religador 52-26 da Estação de Chaves Cândido de Abreu–Circuito Tereza Cristina

O circuito Tereza Cristina da estação de chaves Cândido de Abreu tem como

característica principal, o maior valor de corrente nominal, chegando ao patamar de 24A no

horário de carga pesada.

Porém, antes de que seja liberado a carga nominal de aproximadamente 1,43MVA, é

necessário verificar a sensibilidade da proteção para curto-circuito no final da linha do

circuito Tereza Cristina.

A Figura 5.15 mostra a impedância equivalente de seqüência positiva e zero deste

circuito.

Figura 5.15 – Diagrama de seqüência positiva e seqüência zero do circuito Tereza Cristina.

Com estes valores pode-se calcular os valores de curto-circuito conforme segue

abaixo:

( ) Apuj

puze

Icc 47,33020,026,4935,5

113 ==

+==φ (5.17)

( ) Apuj

pux

ze

Icc 99,280173,026,4935,5

123

1.2.3 ==

+==φφ (5.18)

Page 80: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

70

( )[ ] Apujjx

puxzz

eIcc Tmáx 51,430260,0

65,1354,626,4935,5213

)01.2(.3 ==

+++=

+=φ (5.19)

( )[ ] pujjx

puxxRfzz

eIcc T 0260,0

4065,1354,626,4935,5213

)301.2(.3

min =++++

=++

AIcc T 51,43min =φ

(5.20)

A Figura 5.16 mostra uma melhor visualização dos níveis de curto-circuito e as

contribuições no religador.

Figura 5.16 - Contribuição do religador 52-26 da estação de chaves Cândido de Abreu ao curto no final da

linha do circuito Tereza Cristina.

O ajuste de fase do religador 52-26 é de 60A, porém com este ajuste de fase não há

sensibilidade para curtos no final da linha, como é mostrado na Tabela 5.10.

Tabela 5.10 - Condições de ajuste de frase para o religador 52-26AJUSTE DE FASE

Corrente de carga(Ic)x1,20 28,40

Contribuição da corrente decurto fase-fase(Iff)/1,20 24,15

CONDIÇÕES PARA O AJUSTE DE FASE

Icx1,20<Ajuste<Iff/1,20 Alterar

Neste caso não é possível nenhum ajuste, pois qualquer valor de ajuste do religador

não satisfaz a condição de ajuste de fase. Assim, não há viabilidade técnica do ilhamento sob

o aspecto de proteção para o fornecimento de energia para este circuito.

Page 81: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

71

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da análise de fluxo de potência apresentar valores dentro dos critérios adotados

para a situação de contingências, não é viável por parte da sensibilidade de proteção para o

circuito de Tereza Cristina da estação de chaves de Cândido de Abreu, pois não há

possibilidade de ajuste de fase para verificar a sensibilidade para o curto fase-fase.

Sendo assim, existe a possibilidade de ilhamento de somente uma parte deste circuito,

ou seja, do ilhamento do circuito Rio do Tigre. Entretanto esta configuração é suficiente para

suprir o corte de carga que ocorreria em uma configuração de contingência sem ilhamento.

Outro fator determinante para esta alternativa é a existência de uma linha paralela com

o circuito Areião da estação de chaves Manoel Ribas.

Page 82: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

72

6 CONCLUSÃO DO TRABALHO

O sistema elétrico brasileiro teve seu maior desenvolvimento na década de 70, porém

se tratava de um desenvolvimento baseado em grandes obras, ou seja, uma geração

centralizada. Algum tempo depois, por causa da falta de investimentos, ocorreu o desgaste

desse sistema em seu modelo estatal. Na busca de investimentos do setor privado surgiram

novas regulamentações e leis que incentivaram e abriram os caminhos para a competição no

sistema elétrico brasileiro.

A aprovação destas leis e a criação das entidades citadas surgiram devido ao processo

de reestruturação no setor elétrico nos últimos anos. Como conseqüência dessas mudanças,

tem crescido o número de geradores de pequeno e médio porte conectados diretamente em

redes de distribuição de energia elétrica, dando origem ao conceito de geração distribuída

(GD). Esta nova ordem levou ao surgimento de um novo agente chamado de Produtor

Independente de Energia (PIE). O PIE é um agente que comercializa a energia produzida,

enquanto que o APE é um agente auto-suficiente em termos energéticos, consumindo toda a

energia que produz, podendo ser o próprio gerador de uma indústria.

Com a presença da GD, surge a possibilidade de ilhamento intencional de usina. Esta

condição operativa pode ocorrer quando por algum motivo, seja um desligamento

programado, ou até uma manutenção na rede, o fornecimento de energia do alimentador é

interrompido. Nessa condição a PCH passa a fornecer energia localmente, minimizando o

desabastecimento dos consumidores. A partir disso, analisou-se então o caso de ilhamento

observando seus impactos no fluxo de potência e na proteção do sistema de distribuição.

Desta forma, este trabalho apresenta a análise de fluxo de potência através de uma

simulação estática, utilizando-se de simulações computacionais através do programa

ANAREDE. Foi constatado através dos resultados obtidos que os níveis de tensão estão acima

dos critérios de tensão exigidos para uma configuração em contingência e a potência que deve

ser fornecida pela PCH para alimentar todo o circuito Rio Quieto, é menor do que a potência

nominal da PCH, isso ocorrendo mesmo para a condição de carga pesada.

Portanto, pelos cálculos de fluxo de potência, conclui-se que a PCH tem condições de

alimentar as cargas e que a condição de ilhamento é possível.

Os aspectos de proteção abordados neste trabalho envolveram apenas o cálculo de

curto circuito, pois considerando a PCH como única fonte ocorre uma mudança no valor da

impedâncias equivalente em comparação ao valor da impedância equivalente para o circuito

Page 83: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

73

em situação normal. Por isso, deve-se verificar a sensibilidade dos religadores para as linhas

mais longas. Com o circuito Rio Quieto sendo totalmente alimentado através da PCH

observa-se que existe um problema quanto a sensibilidade, o que pode acarretar uma abertura

indevida do religador que ficará com um ajuste de corrente muito baixo não diferenciando a

corrente de curto circuito de uma corrente de carga.

Sendo assim, essa situação foi descartada e a opção a ser avaliada é a divisão do

circuito Rio Quieto na estação de chaves Cândido de Abreu. Nesta nova configuração a PCH

assume uma parcela menor das cargas e comprova-se que pelos critérios de proteção existe a

sensibilidade para todos os religadores. Para este novo arranjo foi novamente executado a

simulação através do ANAREDE, nas quais se observa que todos os níveis de tensão estão

acima dos exigidos para uma configuração em contingência. Além disso, a potência que

deverá ser fornecida pela PCH também é menor do que sua capacidade nominal, o que torna

esse arranjo mais possível de ocorrer.

Desta maneira, conclui-se que a opção de ilhamento pode ocorrer sem prejudicar o

sistema, e assim contribuir para melhoria de índices de desempenho, principalmente o DEC e

o FEC. É claro que ainda existem uma série de aspectos a serem observados, principalmente

quanto a estabilidade desse sistema ilhado. Neste caso a PCH seria a única fonte para controle

de freqüência e tensão e este estudo envolveria aspectos de controle de sistemas de potência.

Porém o primeiro passo foi dado e pode servir de incentivo para novas pesquisas neste

sentido.

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para trabalhos posteriores tem-se o estudo de estabilidade da PCH,

enfocando os problemas quanto ao controle de freqüência e tensão para esse sistema isolado.

Também pode-se citar os aspectos de proteção do gerador da PCH, bem como a análise de

estabilidade para impactos severos, transitórios, para essa nova configuração.

Page 84: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

74

APÊNDICE A

Dados de entrada para o cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio

Quieto Ilhado pelo ANAREDE( Define arquivo de saidaULOG4c:\cepel\L.SAI( Define um tituloTITUCircuito Rio Quieto Ilhado( Dados de BarraDBAR 1 0 SE Pitang-34 1000 0.0 0 0 99 2 0 No 1000 0.0 0 0 99 3 2 PCh 1000 0.0 0 0 99 4 0 NoPitNReg-34 1000 0.0 0 0 99 5 0 NoPitReg--34 1000 0.0 0 0 99 6 0 NOMRICDA--34 1000 0.0 0 0 99 7 0 ECCDANReg-34 1000 0.0 0 0 99 8 0 ECCDAReg--34 1000 0.0 1.08 0.45 99 9 0 TerCrist--34 1000 0.0 1.34 0.44 99 10 0 RioTigre--34 1000 0.0 1.00 0.37 999999( Dados de Ramos - linhas e transformadoresDLIN 1 0 2 7468 12425 20.320.3 2 0 3 3248 5404 20.320.3 2 0 4 0023 00040 20.320.3 4 0 5 0023 00040 1000 0900 1100 512.012.0 5 0 6 9002 14977 16.116.1 6 0 7 0037 00042 16.116.1 7 0 8 0037 00042 1000 0900 1100 806.006.0 8 0 9 26901 09085 14.514.5 8 0 10 10812 12160 16.116.19999(DREL( SUPR AREA 0001 A AREA 00989999((EXLF NEWT CTAP CREM QLIM VLIM STEP(RELA RLIN IMPR FILE 80CORELA RBAR IMPR FILE 80CORELA RTOT IMPR FILE 80COFIM

Page 85: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

75

APÊNDICE B

Dados de saída para o cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio

Quieto Ilhado pelo ANAREDECEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE CIRC. CA DO SIST. * AREA 99 *

X--- DADOS-BARRA ----X-------- CARGA -----------X--------- GERACAO --------X DA BARRA TENSAO > MW Mvar > MWMvar NUM. TIPO MOD PARA BARRA F L U X O S - C I R C U I T O S NOME ANG NUM. NOME NC MW Mvar TAP DEFASTIE X------------X-------X----X------------X--X-------X-------X------X-----X---X

1 0 0.995 SE Pitang-34 -0.2 2 No 1 0.0 0.0

2 0 0.995 No -0.2 1 SE Pitang-34 1 0.0 0.0 3 PCh 1 -1.0 -0.4 4 NoPitNReg-34 1 1.0 0.4

3 2 1.000 > 1.0MW0.4MVAR PCh 0.0 2 No 1 1.0 0.4

4 0 0.995 NoPitNReg-34 -0.3 2 No 1 -1.0 -0.4 5 NoPitReg--34 1 0.7 -0.2 0.995*

5 0 1.000 NoPitReg--34 -0.3 4 NoPitNReg-34 1 -0.7 0.2 6 NOMRICDA--34 1 1.0 0.4

6 0 0.985 NOMRICDA--34 -0.9 5 NoPitReg--34 1 -1.0 -0.4 7 ECCDANReg-34 1 1.0 0.4

7 0 0.985 ECCDANReg-34 -0.9 6 NOMRICDA--34 1 -1.0 -0.4 8 ECCDAReg--34 1 1.0 0.4

8 0 0.985 ECCDAReg--34 -0.9 7 ECCDANReg-34 1 -1.0 -0.4

Page 86: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

76

9 TerCrist--34 1 0.0 0.0 10 RioTigre--34 1 1.0 0.4

9 0 0.985 TerCrist--34 -0.9 8 ECCDAReg--34 1 0.0 0.0

10 0 0.969 > 1.0MW 0.4MVAR RioTigre--34 -1.4 8 ECCDAReg--34 1 -1.0 -0.4

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado

TOTAIS DA AREA 99

X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X GERACAO INJ EQV CARGA ELO CC SHUNT EXPORT IMPORT PERDAS MW/ MW/ MW/ MW/ Mvar/ MW/ MW/ MW/ Mvar Mvar Mvar Mvar EQUIV Mvar Mvar Mvar X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X

1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.4 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE BARRAS CA * AREA 99 *

X------------X------X-------X-------X-----X-------X-------X-------X-------X BARRA TENSAO GERACAO INJ EQV FATOR CARGA ELO CC SHUNT MOTOR NUM. TIPO MOD/ MW/ MW/ GER % MW/ MW/ Mvar/ MW/ NOME ANG Mvar/ Mvar EQV % Mvar Mvar EQUIV Mvar CE Mvar X------------X------X-------X-------X-----X-------X-------X-------X-------X

1 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 SE Pitang-34 -0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 No -0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3 2 1.000 1.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 PCh 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 4 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NoPitNReg-34 -0.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 5 0 1.000 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NoPitReg--34 -0.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 6 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NOMRICDA--34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

Page 87: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

77

7 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 ECCDANReg-34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 8 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 ECCDAReg--34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 9 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 TerCrist--34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 10 0 0.969 0.0 0.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 RioTigre--34 -1.4 0.0 0.0 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE TOTAIS DE AREA

X----X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X AREA GERACAO INJ EQV CARGA ELO CC SHUNT EXPORT IMPORTPERDAS NUM. MW/ MW/ MW/ MW/ Mvar/ MW/ MW/MW/ Mvar Mvar Mvar Mvar EQUIV Mvar MvarMvar X----X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X

99 1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.00.0 0.4 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.00.0

TOTAL 1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.00.0 0.4 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.0

Page 88: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

78

APÊNDICE C

Dados de entrada para o cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio do

Tigre Ilhado pelo ANAREDE( Define arquivo de saidaULOG4c:\cepel\L6.SAI( Define um tituloTITUCircuito Rio Quieto Ilhado( Dados de BarraDBAR 1 0 SE Pitang-34 1000 0.0 0 0 99 2 0 No 1000 0.0 0 0 99 3 2 PCh 1000 0.0 0 0 99 4 0 NoPitNReg-34 1000 0.0 0 0 99 5 0 NoPitReg--34 1000 0.0 0 0 99 6 0 NOMRICDA--34 1000 0.0 0 0 99 7 0 ECCDANReg-34 1000 0.0 0 0 99 8 0 RioTigre--34 1000 0.0 1.00 0.37 999999( Dados de Ramos - linhas e transformadoresDLIN 1 0 2 7468 12425 20.320.3 2 0 3 3248 5404 20.320.3 2 0 4 0023 00040 20.320.3 4 0 5 0023 00040 1000 0900 1100 512.012.0 5 0 6 9002 14977 16.116.1 6 0 7 0037 00042 16.116.1 7 0 8 10812 12160 16.116.19999(DREL( SUPR AREA 0001 A AREA 00989999((EXLF NEWT CTAP CREM QLIM VLIM STEP(RELA RLIN IMPR FILE 80CORELA RBAR IMPR FILE 80CORELA RTOT IMPR FILE 80COFIM

Page 89: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

79

APÊNDICE D

Dados de saída para o cálculo de fluxo de potência para o circuito Rio do

Tigre Ilhado pelo ANAREDECEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE CIRC. CA DO SIST. * AREA 99 *

X--- DADOS-BARRA ----X-------- CARGA -----------X--------- GERACAO ------X DA BARRA TENSAO > MW Mvar > MWMvar NUM. TIPO MOD PARA BARRA F L U X O S - C I R C U I T O S NOME ANG NUM. NOME NC MW Mvar TAP DEFASTIE X------------X-------X----X------------X--X-------X-------X------X---X---X

1 0 0.995 SE Pitang-34 -0.2 2 No 1 0.0 0.0

2 0 0.995 No -0.2 1 SE Pitang-34 1 0.0 0.0 3 PCh 1 -1.0 -0.4 4 NoPitNReg-34 1 1.0 0.4

3 2 1.000 > 1.0MW0.4MVAR PCh 0.0 2 No 1 1.0 0.4

4 0 0.995 NoPitNReg-34 -0.3 2 No 1 -1.0 -0.4 5 NoPitReg--34 1 0.7 -0.2 0.995*

5 0 1.000 NoPitReg--34 -0.3 4 NoPitNReg-34 1 -0.7 0.2 6 NOMRICDA--34 1 1.0 0.4

6 0 0.985 NOMRICDA--34 -0.9 5 NoPitReg--34 1 -1.0 -0.4 7 ECCDANReg-34 1 1.0 0.4

7 0 0.985 ECCDANReg-34 -0.9 6 NOMRICDA--34 1 -1.0 -0.4 8 RioTigre--34 1 1.0 0.4

8 0 0.969 > 1.0MW 0.4MVAR RioTigre--34 -1.4 7 ECCDANReg-34 1 -1.0 -0.4

Page 90: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

80

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado

TOTAIS DA AREA 99

X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X GERACAO INJ EQV CARGA ELO CC SHUNT EXPORT IMPORT PERDAS MW/ MW/ MW/ MW/ Mvar/ MW/ MW/ MW/ Mvar Mvar Mvar Mvar EQUIV Mvar Mvar Mvar X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X

1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.4 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE BARRAS CA * AREA 99 *

X------------X------X-------X-------X-----X-------X-------X-------X-------X BARRA TENSAO GERACAO INJ EQV FATOR CARGA ELO CC SHUNT MOTOR NUM. TIPO MOD/ MW/ MW/ GER % MW/ MW/ Mvar/ MW/ NOME ANG Mvar/ Mvar EQV % Mvar Mvar EQUIV Mvar CE Mvar X------------X------X-------X-------X-----X-------X-------X-------X-------X

1 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 SE Pitang-34 -0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 No -0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3 2 1.000 1.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 PCh 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 4 0 0.995 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NoPitNReg-34 -0.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 5 0 1.000 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NoPitReg--34 -0.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 6 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 NOMRICDA--34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 7 0 0.985 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 ECCDANReg-34 -0.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 8 0 0.969 0.0 0.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 RioTigre--34 -1.4 0.0 0.0 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Eletrica - ANAREDE V08-JAN02

Circuito Rio Quieto Ilhado RELATORIO DE TOTAIS DE AREA

Page 91: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

81

X----X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X AREA GERACAO INJ EQV CARGA ELO CC SHUNT EXPORT IMPORTPERDAS NUM. MW/ MW/ MW/ MW/ Mvar/ MW/ MW/MW/ Mvar Mvar Mvar Mvar EQUIV Mvar MvarMvar X----X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X--------X

99 1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.00.0 0.4 0.0 0.4 0.0 0.0 0.0 0.00.0

TOTAL 1.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.00.0

Page 92: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

82

ANEXO A

Tabela A.1 - Capacidade Nominal Instalada das Usinas de Energia Elétrica

Fonte: MME, 2006

ANO Hidraúlica(MW) Térmica(MW) Nuclear(MW) Total(MW)1960 3.642 1.158 0 4.8001961 3.809 1.396 0 5.2051962 4.126 1.603 0 5.7291963 4.479 1.876 0 6.3551964 4.894 1.946 0 6.8401965 5.391 2.020 0 7.4111966 5.524 2.042 0 7.5661967 5.787 2.255 0 8.0421968 6.183 2.372 0 8.5551969 7.857 2.405 0 10.2621970 8.835 2.213 0 11.0481971 10.130 2.300 0 12.4301972 10.986 3.713 0 14.6991973 12.419 4.181 0 16.6001974 13.724 4.409 0 18.1331975 16.316 4.652 0 20.9681976 17.904 4.680 0 22.5841977 19.396 4.943 0 24.3391978 21.665 5.307 0 26.9721979 24.235 5.984 0 30.2191980 27.649 5.823 0 33.4721981 31.173 6.096 0 37.2691982 33.156 6.190 0 39.3461983 34.178 6.188 0 40.3661984 34.923 6.173 0 41.0961985 37.077 6.373 657 43.4501986 37.786 6.510 657 44.2961987 40.329 6.575 657 46.9041988 42.228 6.690 657 48.9181989 44.796 6.672 657 51.4681990 45.558 6.835 657 52.3931991 46.616 6.868 657 53.4841992 47.709 6.683 657 54.3921993 48.591 6.974 657 55.5651994 49.921 7.051 657 56.9721995 51.367 7.097 657 58.4641996 53.119 7.025 657 60.1441997 54.889 7.426 657 62.3151998 56.759 7.793 657 64.5521999 58.997 8.526 657 67.5252000 61.063 10.642 2.007 71.7052001 62.523 11.725 2.007 74.2482002 65.311 15.140 2.007 80.451

Page 93: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

83

ANEXO B

Tabela B.1 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) instaladas no Estado do Paraná

Fonte: CNDPCH, 2006

PCHPotência(MW)

Destino Energia Munícipio Rio

Apucaraninha 10,00 SP Tamarana ApucaraninhaBarra 5,20 APE Candoí JordãoBoa Vista I 1,19 APE Turvo MarrecasBoa Vista II 9,00 APE Turvo MarrecasCachoeirinha 2,92 APE Guarapuava PequenoCandói 1,04 APE Candoí CaracúCavernoso 1,26 SP Virmond CavernosoChopim I 2,08 SP Itapejara d´Oeste ChopimCristalino 4,00 PIE Manoel Ribas Barra PretaCristo Rei 0,96 APE Campo Mourão RanchinhoDerivação Rio Jordão 6,50 SP Reserva do Iguaçu JordãoFundão 2,48 PIE Foz do Jordão e Pinhão JordãoJaguaricatu I 1,76 APE Sengés JaguaricatuJaguaricatu II 2,40 APE Sengés JaguaricatuJúlio de Mesquita Filho (Foz do Chopim) 29,07 PIE Cruzeiro do Iguaçu ChopimMourão I 8,20 SP Campo Mourão MourãoNova Jaguariaíva 1,22 PIE Jaguaríaiva JaguariaívaPaina II 1,30 APE Castro SocavãoPedrinho I 16,20 PIE Boa Ventura de São Roque PedrinhoPesqueiro 12,44 PIE Jaguaríaiva JaguariaívaRio dos Patos 1,71 SP Prudentópolis Rio dos PatosSalto Claudelino 2,30 APE Clevelândia ChopimSalto Curucaca 7,34 APE Guarapuava JordãoSalto Mauá 19,55 APE Tibagi TibagiSalto Natal 15,12 PIE Campo Mourão MourãoSalto Rio Branco 2,40 APE Prudentópolis e Imbituva Rio dos PatosSalto São Pedro 3,47 APE Pinhão JordãoSanta Clara I 3,60 PIE Candoí e Pinhão JordãoSanta Cruz 1,40 APE Rio Branco do Sul TacaniçaSão Francisco 12,00 PIE Ouro Verde do Oeste/Toledo São Francisco VerdadeiroSão Joaquim 1,60 SP Jaguaríaiva CapivariSão Jorge 2,34 SP Ponta Grossa PitanguiTrês Capões 1,27 APE Guarapuava JordãoVitorino 5,28 PIE Itapejara d´Oeste Vitorino

Page 94: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

84

ANEXO C

Análise de carregamento e de nível de tensão do circuito Rio Quieto em configuraçãonormal

Fonte: COPEL, 2006

Page 95: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

85

ANEXO D

Análise de carregamento e de nível de tensão do circuito Rio Quieto em configuração decontingência sem a PCH

Fonte: COPEL, 2006

Page 96: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

86

REFERÊNCIAS

ABREU, Yolanda Vieira de. A Reestruturação do setor elétrico brasileiro: questões e

perspectivas. São Paulo: USP, 1999. 184 p.

ACKERMANN, T.; ANDERSSON G, SÖDER L.. Distribution Generation: a Definition,

Electric Power Systems Research, v. 57, n. 3, abr. 2001, 195-204 p. Disponível em:

http://www.sciencedirect.com/science Acesso em 14 nov 2006

ADIBI, M. M.. Power system restoration: a bibliographical survey, International Journal

of Electrical Power & Energy Systems. v. 23, n. 3. mar 2001, 219-227 p. Disponível em:

http://www.sciencedirect.com/science Acesso em 15 nov 2006

ALENCAR NETO, Álvaro P.; STRAUHS, Faimara R.; WALENIA, Paulo S. Normas de

formatação e apresentação de trabalhos acadêmicos. Curitiba: Departamento Acadêmico

de Eletrotécnica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, 2004. Disponível

em: <http://www.cefetpr.br/deptos/daelt/engenharia/arq/formatacao_trabalho_daelt_1.pdf>.

Acesso em: 18 out 2005.

ALMEIDA, Antonio Tadeu Lyrio de. Notas de aula de máquinas sincronas.2000.

Disponível em: <www.efei.br>. Acesso em 24 nov 2006

ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, Disponível:<http://www.aneel.gov.br>.

Acesso em 05 set. 2006.

BRDE, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Novo Marco regulatório do

Setor Elétrico, 2004.

BRETAS, Arturo Suman; BRETAS, Newton Geraldo. Formação de Ilhas Elétricas para

Restauração de Sistemas Elétricos de Potência, XVII Seminário Nacional de Proteção e

Transmissão de Energia Elétrica -SNPTEE, Uberlândia, 2003.

CAMARGO, Ivan. Notas de aula de máquinas de corrente contínua, 1999. Disponível:

<http://www.gsep.ene.unb.br/osem/ivan/Conversao%20de%20Energia/MC.pdf.>. Acesso em

11 nov 2006.

Page 97: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

87

CASTRO, Carlos A. Notas de aulas de geradores síncrones. Disponível em:

<http://www.dsee.fee.unicamp.br/%7Eccastro/cursos/et720/Cap3.pdf>, Acesso

em 16 nov 2006.

CAMINHA, Amadeu Casal. Introdução à proteção dos Sistemas Elétricos, São Paulo,

Edgard Blücher, 1977.

CERPCH, Centro Nacional de Referência de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Disponível em:

< http:// www.cerpch.unifei.edu.br >. Acesso em 17 nov. 2006.

CIGRÉ WORKING GROUP 37.23. Impact of increasing contribution of dispersed

generation on the power system. CIGRÉ Technical Report. Paris, 1999. 50 p.

CIRED Working Group 4. Dispersed Generation, Technical Report, CIRED. 1999.

CNDPCH, Centro Nacional de Desenvolvimento de Pequenas Centrais Hidrelétricas,

Disponível:<http:// www.cndpch.com.br>..

COPEL, Companhia Paranaense de Energia Elétrica, <http:// www.copel.com>. Acesso em

12 nov. 2006.

COPEL, Companhia Paranaense de Energia Elétrica, MIT, Manual de Instruções Técnicas.

2004.

ELGERD, I. Olle. Introdução à teoria de sistemas de energia elétrica, Mcgraw-Hill do

Brasil, 1976 , 2ºEdição.

ELETROBRÁS, Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Diretrizes para estudos e projetos de

Pequenas Centrais Hidrelétricas. Brasília: Eletrobrás, 2000:

FREITAS, Glauco Vinicius de; CASTRO NEVES, Gervásio Luiz de. Soluções para

implantação de pequenas centrais hidrelétricas. XVII Seminário Nacional de Proteção e

Transmissão de Energia Elétrica -SNPTEE, Uberlândia, 2003

GOMES, Paulo; SCHILLING, Marcus Th.; LIMA, José Wanderley Marangon; MARTINS,

Nelson. Geração Distribuída: Vantagens, Problemas e Perspectivas. XV Seminário

Nacional de Proteção e Transmissão de Energia Elétrica – SNPTEE, Foz do Iguaçu, 1999.

Page 98: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

88

HURLEY, J. D.; BIZE, L. N.; MUMMERT, C. R. The adverse effects of excitation system

var and power factor controller, IEEE Transaction on Energy Conversion, v 14, nº 4,1999,

p 1636-1641.

IJUMBA, N. M.;, JIMOH, A. A.; NKABINDE, E M.. Influence of Distribution Generation

on Distribution Network Performe, 1999.

INEE, Instituto Nacional de Eficiência Energética. Disponível: <http:// www.inee.org.br>.

Acesso em 14 set. 2006.

KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, Cezar Barioni de. Reconfiguração de redes de distribuição

de energia elétrica através de ferramenta para solução de problemas de decisão com

múltiplos objetivos incertezas. SBA Controle & Automação, v. 8, n. 1, jan, fev, mar e abr

1998.

KUNDUR, P. Power system stability and control, New York: McGraw-Hill, 1º Ed, 1994.1176 p.

MAE, Mercado Atacadista de Energia de Elétrica, Disponível: <http:// www.mae.org.br>.

Acesso em 10 nov. 2006.

MME, Ministério de Minas e Energia, Disponível:<http://www.mme.gov.br>. Acesso em 11

nov. 2006.

ONS, Operador Nacional do Sistema, Disponível:<http://www.ons.gov.br>. Acesso em 10

nov. 2006.

REIS FILHO, F. A. Uma Proposta de Algoritmo Digital para Proteção da Interligação

Concessionária e Indústria Operando em Sistemas de Cogeração. 2002. 135 f.. Tese de

Doutorado em Engenharia Elétrica - USP, São Paulo, 2002.

RESENDE, David, Apostila Cálculo de Curto-Circuito em Sistemas Elétricos. Companhia

Paranaense de Energia Elétrica, 1978.

SIMÕES COSTA, Antônio J. A.; SILVA, Aguinaldo S. e. Controle e Estabilidade de

Sistemas Elétricos de Potência, 2000. Disponível em:

<http://www.labspot.ufsc.br/~simoes/dincont/> Acesso em 16 nov. 2006

Page 99: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …daelt.ct.utfpr.edu.br/engenharia/tcc/...ilhamento_pchs_2007.pdf · Trabalho de Conclusão de ... às vezes ocorre a necessidade de

89

SOUZA, Zulcy de; FUCHS, Rubens Dario; SANTOS, Afonso Henrique Moreira. Centrais

Hidro e Temelétricas. Itajubá: Edgard Blücher, 1983.

SPIER, Erico B.; KNORR, Eduardo; LEMOS, Flávio A. Becon.. Análise da operação

isolada de um sistema de distribuição com geração distribuída – caso HIDROPAN.

XV Seminário Nacinal de Distribuição de Energia Elétrica – SENDI, Salvador, 2002, .

SPIER, Erico B.; LEMOS, Flávio A. B.; ROSA, Mauro. A influência de produtores

independentes de energia elétrica no controle de tensão de alimentadores. IV Seminário

Brasileiro de Qualidade de Energia Elétrica - SBQEE, Porto Alegre, 2001.

VIEIRA JUNIOR, José Carlos de Melo, Metodologias para ajuste e aplicação do

desempenho de relés de proteção anti-ilhamento de geradores síncronos distribuídos,

Tese de Doutorado na Unicamp, Campinas, 10 mar. 2006.

WADE, World Survey of Decentralized Energy, Disponível: <http:// www.localpower.org>.

Acesso em 12 nov. 2006.

WALLING, R. A. MILLER, N. W. Distributed generation islanding - implications on

power systems dynamic performance. IEEE/PES Summer Meeting, Chicago, USA, 2002.

pp. 92-96

.