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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO SABRINA CALDAS INTERVENÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM IDOSAS: MODELO TRANSTEÓRICO E BEM-ESTAR SUBJETIVO SÃO PAULO 2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

MESTRADO CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

SABRINA CALDAS

INTERVENÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM IDOSAS:

MODELO TRANSTEÓRICO E BEM-ESTAR SUBJETIVO

SÃO PAULO

2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

MESTRADO CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

SABRINA CALDAS

INTERVENÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM IDOSAS:

MODELO TRANSTEÓRICO E BEM-ESTAR SUBJETIVO

Orientadora: Profª Dra. Ana Lúcia Gatti

Co-orientadora: Profª Dra. Rita Maria Monteiro Goulart

SÃO PAULO

2015

Dissertação apresentada à Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu, com vistas à obtenção do Título de Mestre. Área de Concentração: aspectos

educacionais, psicológicos e socioculturais do envelhecimento.

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecário: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702

Caldas, Sabrina

C145i Intervenção sobre comportamento alimentar em idosas: modelo

transteórico e bem-estar subjetivo / Sabrina Caldas. - São Paulo, 2015.

117 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Ana Lúcia Gatti.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2015.

1. Alimentação. 2. Envelhecimento. 3. Idosos. I. Gatti, Ana Lúcia. II.

Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

em Ciência do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 613.0438

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Folha de Dissertação

Sabrina Caldas

Intervenção sobre comportamento alimentar em idosas: modelo transteórico e

bem-estar subjetivo.

Aprovado em: 14/09/2015

Orientação

Profa. Dra. Ana Lúcia Gatti

Instituição: Universidade São Judas Tadeu

Co-orientação

Profa. Dra. Rita Maria Monteiro Goulart

Instituição: Universidade São Judas Tadeu

Banca examinadora

Profa. Dra. Maria de Lourdes do Nascimento da Silva

Instituição: Universidade Nove de Julho

Profa. Dra. Carla Witter

Instituição: Universidade São Judas Tadeu

Dissertação apresentada à Pós-graduação

Stricto Sensu em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas

Tadeu, com vistas à obtenção do Título de

Mestre. São Paulo, Setembro/2015.

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Dedicatória

A meu pai Nilson, minha mãe Valéria e meu irmão Filipe que sempre me

apoiaram e incentivaram. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus. Se não fosse por Ele não estaria viva, não teria

oportunidade de nada em minha vida, então toda Honra, Louvor e Tudo é para

glória dEle sempre.

A meu pai Nilson e a minha mãe Valéria que sempre renunciaram suas

vidas por seus filhos, e sempre deram o melhor. Ensinaram-nos a melhor coisa,

amar e buscar a Deus em primeiro lugar e tudo nos foi acrescentado. São os

melhores pais do mundo.

Ao meu irmão que sempre me incentivou, apoiou e deu muita carona.

Melhor irmão!

A minha orientadora Profª Dra. Ana Lúcia Gatti que foi muito especial e

importante para que esse estudo acontecesse da melhor forma, nunca desistiu

de mim, entendeu-me, apoiou-me e auxiliou muito. Obrigada!

A minha Co-orientadora Profª Dra. Rita Maria Monteiro Goulart que me

indicou o mestrado.

A Capes que me deu a oportunidade de cursar o Mestrado.

Ao meu amigo Raphael que revisou minhas traduções.

A minhas amigas de bacharelado, Gisele, Camilla, Gláucia e Ariadnes

que sempre estiveram ao meu lado.

A minhas colegas de mestrado, Patrícia e Tatiana que sempre me

ajudaram.

A meus irmãos em Cristo pelas orações a meu favor.

E a todos aqueles que diretamente e indiretamente fizeram diferença na

minha vida e na minha caminhada até aqui.

Obrigada a todos e que Deus inunde a vida de vocês com muitas

bênçãos.

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“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e

mais até ser dia perfeito”.

Provérbios 4:18

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RESUMO

O envelhecimento populacional está acontecendo de forma rápida em

todo mundo, assim como no Brasil. O envelhecer é determinado não só pela

cronologia, mas é um processo fortemente afetado pelas singularidades

individuais, entre as quais se destacam as práticas alimentares e seus

conjuntos de relações, que podem ter consequências sobre a saúde e bem-

estar de idosos. Realizou-se uma pesquisa longitudinal, quase-experimental

com estratégia de campo e amostra por conveniência para avaliar e intervir

sobre o comportamento alimentar. Foram investigadas 34 mulheres com 60

anos ou mais, porém somente 26 chegaram ao final do estudo. A avaliação pré

e pós intervenção utilizou o Questionário URICA e a Escala de Bem-Estar

Subjetivo, além da Anamnese Nutricional e mensurações antropométricas, as

quais repetiram-se em seis momentos de acompanhamento e intervenção, esta

última considerando as distintas necessidades de cada participante.

Orientações sobre os riscos das doenças associadas ao sobrepeso e

obesidade, sobre alimentação saudável e um formulário para autocontrole da

alimentação constituíram as estratégias interventivas. Constatou-se,

inicialmente, que 58,8% das participantes estavam com sobrepeso e

obesidade, apresentando risco de complicações metabólicas. A maioria das

participantes era casada e com ensino superior e médio, favorecendo a melhor

adesão aos tratamentos propostos. Na primeira consulta, a maioria das

mulheres encontrava-se no estágio de pré-contemplação e os afetos positivos

e a satisfação com a vida predominaram, independente do desejo de mudar de

dieta. Após intervenção nutricional, verificou-se redução significativa do peso e

menor circunferência da cintura (CC) e melhora quanto à qualidade da

alimentação, entretanto o bem-estar subjetivo não mostrou alteração. Estudos

posteriores, valendo-se de outros instrumentos, maior número de participantes,

com outras estratégias interventivas e nos quais haja acompanhamento para

verificar a modificação da alimentação, são sugeridos para aprofundamento

quanto ao conhecimento na área.

Palavras chaves: velho, dieta, satisfação pessoal.

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Abstract

Population aging is happening fast in Brazil and worldwide. The age is

determined not only by chronology, but it is a process strongly affected by

individual peculiarities, among which stand out the feeding practices and their

sets of relationships that may have consequences on the health and well-being

of seniors. It was conducted a longitudinal, quasi-experimental with field with

strategy and convenience sample research to evaluate the eating behavior and

the subjective well-being of elderly before and after intervention on nutrition,

using as instruments nutritional Anamnesis, the URICA Questionnaire and the

Subjective Well-Being Scale and performing anthropometric checks and

nutritional guidelines in six times. There were studied 26 women, aged 60 years

or more, throughout the procedure, for which different operations , depending

on theirs needs were performed. The results showed that 58.8% of

participants were overweight and obese, most had secondary or higher

education, promoting better adherence to the proposed treatments. At the first

visit, the pre-contemplation stage was the most evident and positive affect

predominated. After intervention there was weight loss and significant reduction

of waist circumference while the subjective well-being showed no changes.

Qualitatively, there was increase on consumption of vegetables and decrease

on fats and sugars daily. Further studies are suggested using other tools, larger

and more diverse sample and follow-up of participants in order to verify the

permanence of the changes achieved on nutrition habits.

Key words: elderly, diet, personal satisfaction.

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Sumário

Lista de Abreviaturas e Siglas ..........................................................................11

Lista de Símbolos..............................................................................................12

Lista de Quadros e Tabelas...............................................................................13

Apresentação.....................................................................................................14

1. Introdução...............................................................................................16

1.1. Envelhecimento Feminino............................................................17

1.2. Envelhecimento, Qualidade de Vida e Alimentação.....................19

1.3. Modelo Transteórico.....................................................................21

1.4. Bem-estar subjetivo......................................................................26

2. Objetivo Geral.........................................................................................28

3. Método....................................................................................................28

3.1. Participantes ................................................................................28

3.2. Materiais.......................................................................................31

3.3. Procedimentos..............................................................................31

3.4. Análise Estatística........................................................................34

4. Resultados e Discussão..........................................................................34

5. Considerações Finais..............................................................................51

Referências........................................................................................................54

Anexos

Anexo 1 – URICA

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Anexo 2 – EBES

Apêndices

Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Apêndice 2 – Anamnese Nutricional

Apêndice 3 – Estratégias de Intervenção Nutricional

Apêndice 4 – Materiais distribuídos às participantes.

Apêndice 5 – Exemplos de Estratégias Nutricionais

Apêndice 6 – Recordatório 24h individual pré e pós-intervenção

nutricional.

Apêndice 7 – Resultados separados por grupos (Perder peso e ganhar

peso)

Apêndice 8 – Quadro geral das participantes

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Lista de Abreviaturas e Siglas

AP - Aspectos Positivos

AIVDs – Atividades instrumentais da vida diária

AVDs – Atividades da vida diária

BES – Bem-estar subjetivo

CC – Circunferência da Cintura

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

DCNT – Doença Crônica não transmissível

DCV – Doenças Cardiovasculares

EBES – Escala de Bem-estar Subjetivo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC – Índice de Massa Corpórea

MS – Ministério da Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde

POF – Pesquisa de Orçamento Familiar

SM – Síndrome Metabólica

SOCRATES – Stages of Change Readines and Treatment Eagirness Scale

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

URICA – University of Rhole Island Change Assessment

USJT – Universidade São Judas Tadeu

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Lista de Símbolos

cm - Centímetro

Kg – Quilograma

Kg/m2 – Quilograma por metro ao quadrado

< - Menor que

≥ - Maior ou igual que

DP - Desvio Padrão

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Lista de Quadros, Tabelas e Gráficos

Quadro 1 – Características sociodemográficas e pessoais das participantes

Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de idosos, segundo IMC.

Quadro 3 – Classificação do risco metabólico, segundo CC.

Tabela 1 – Distribuição de Idosas quanto a idade, renda familiar, estatura, IMC

e CC. São Paulo, 2015.

Tabela 2 – Distribuição de idosas segundo características sociodemográficas.

São Paulo, 2015.

Tabela 3 – Distribuição de idosas segundo características pessoais. São Paulo,

2015.

Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Paulo, 2015.

Tabela 5 – Médias de pontuação da Escala do Bem-Estar Subjetivo pré-

intervenção. São Paulo, 2015.

Tabela 6 – Correlação entre os instrumentos URICA x EBES pré-intervenção.

São Paulo, 2015.

Tabela 7 – Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas e variáveis

sociodemográficas e atividade física. São Paulo, 2015.

Tabela 8- Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós-

intervenção. São Paulo, 2015.

Tabela 9 – Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós-intervenção. São Paulo,

2015.

Gráfico 1 – Qualidade Alimentar pré e pós-intervenção nutricional. São Paulo,

2015.

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Apresentação

A presente pesquisa propôs abordar o tema comportamento alimentar,

em função da dificuldade em que há tanto para os idosos quanto para a

população em geral de mudanças de vários comportamentos. Os profissionais

observam a baixa adesão, dos indivíduos, às orientações e recomendações

propostas e a dificuldade em realizar e manter mudanças em comportamentos

de risco.

É importante que as pessoas, principalmente os idosos, sejam

incentivados a viver com mais qualidade de vida, mas para isso é necessário

que esses indivíduos entendam o porquê, para que e o que isso significa para

sua vida, para que haja resultados efetivos reduzindo riscos à sua saúde. Essa

é a função de cada profissional da saúde, esclarecer cada questão, cada

dúvida e ajudar essas pessoas a terem mais qualidade de vida.

Na área da Nutrição, há uma deficiência quanto à adesão ao tratamento

proposto e resultados esperados, pois os indivíduos têm grande dificuldade em

mudar seu comportamento alimentar, por diversos fatores, sendo estes

específicos de cada um. Assim, é necessário entender tais fatores e trabalhá-

los, para que haja maior possibilidade de resultados positivos em relação às

recomendações propostas. Nesse estudo, propôs-se identificar os estágios de

comportamento alimentar, utilizando o modelo transteórico, a fim de intervir de

maneira individual e específica em cada estágio identificado, visando obter

melhores resultados e adesão mais satisfatória, tanto para o profissional

quanto para o paciente. Ainda, buscou-se identificar o bem-estar subjetivo de

cada participante, com intuito de analisar se esse auto avaliação mudava

conforme ocorressem mudanças no comportamento alimentar.

O interesse pelo tema foi baseado na atuação prática da autora que

vivencia no seu cotidiano as dificuldades enfrentadas por pacientes que

necessitam mudar seu comportamento alimentar com vistas à promoção da

saúde. Visou fornecer também à população estratégias que permitam

mudanças eficientes em seu comportamento alimentar; para os profissionais,

ser fonte de aprimoramento ao atendimento nutricional, e no campo científico

contribuir para os estudos que comprovem ou não a eficácia de estratégias que

promovam mudanças de comportamentos de risco, além de verificar a possível

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correlação entre as mudanças no comportamento alimentar e o bem-estar

percebido por indivíduos que conseguem ter atitudes mais saudáveis em sua

relação com o alimento.

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1. Introdução

1.1. Aspectos demográficos do Envelhecimento

O envelhecimento da população está acontecendo de uma forma rápida

em todo mundo, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil.

O Brasil, antes conhecido como um país jovem, em um período nem tão

distante, tem passado por um rápido processo de envelhecimento populacional,

tendo um aumento cada vez maior de pessoas com 60 anos ou mais, fato que

pode ser atribuído a dois fatores: aumento da expectativa de vida e redução da

natalidade (FAZZIO, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012; NOGUEIRA e

MOREIRA, 2008; VASCONCELOS e GOMES, 2012).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre os anos 2000

a 2050 o número de pessoas com 60 anos ou mais passe de 600 milhões para

dois bilhões, sendo que em países em desenvolvimento observa-se número

maior, passando de 400 milhões para 1,7 bilhão. Um dado importante é o de

que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens,

portanto, a população mundial de idosos é predominantemente feminina, o

mesmo ocorrendo no Brasil, segundo dados apresentados pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante desses números,

evidencia-se a necessidade de estudos relacionados ao envelhecimento, em

especial, o feminino (CRUZ, 2003; FAZZIO, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012).

Todos os indivíduos envelhecem, e envelhecem de diversas maneiras;

uma delas é no aspecto físico. O corpo vai se modificando à medida que os

anos passam. Segundo o Ministério da Saúde - MS (2007), o envelhecimento

pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva

da reserva funcional dos indivíduos – senescência - o que, em condições

normais, não costuma provocar qualquer problema. Porém, em condições de

sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional,

pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência – senilidade.

O envelhecimento também pode ser entendido como um processo individual,

cultural e social influenciado pela relação entre pessoas, em que há perdas e

ganhos, podendo ser avaliado não apenas pela idade, mas também pelos

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aspectos biológicos, psicológicos e sociais (CRUZ, 2003; FAZZIO, 2012; MS,

2007).

1.2. Envelhecimento Feminino

O envelhecer é determinado não só pela cronologia, mas também pela

condição social na qual se encontra a pessoa em questão, além de ser um

processo fortemente afetado pelas singularidades individuais. Esta perspectiva

aponta para a inter-relação de aspectos biopsicossociais na meia-idade

feminina. As mudanças corporais, previstas no processo de envelhecimento,

impactam a autoimagem feminina e potencializam um sofrer psíquico segundo

a visão de cada sociedade em relação à mulher de meia-idade. Nas ocidentais,

a história das mulheres tem passado pela história de seus corpos, cuja tríade

da perfeição física - juventude, beleza e saúde - tem trazido consequências

psicológicas cada vez mais sérias no enfrentamento do processo de

envelhecimento (MORI e COELHO, 2004).

A questão da meia-idade feminina pode ser abordada como uma

temática fisiológica caracterizada pela não possibilidade de procriar e como

uma temática psicológica e social - início de grandes mudanças familiares,

como afastamento dos filhos, dos pais idosos, irmãos, viuvez, e culmina com a

adaptação à aposentadoria, senão a própria, a do marido, além de uma

aterradora dificuldade no que se refere à sobrevivência econômica e de

participação no mercado de trabalho (MORI e COELHO, 2004).

Conforme Bocalini et al (2007), o envelhecimento conduz a uma perda

progressiva das aptidões funcionais do organismo, situação que é acentuada

com o sedentarismo. Tais alterações acabam por limitar a capacidade funcional

dos idosos, em especial da mulher idosa, em realizar suas atividades habituais

do dia a dia, como limpar, cuidar da casa e de si mesma. Dado ser o

sedentarismo uma das causas para as doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT), como problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão,

osteoporose, acidente vascular cerebral, dentre outros, a prática de exercícios

físicos, além de combatê-los, contribui de maneira significativa para a

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manutenção da aptidão física funcional da idosa, fazendo com que ela tenha

uma melhora no funcionamento geral do seu corpo.

De acordo com Lima e Bueno (2009), o envelhecer da mulher é também

influenciado por fatores sociais, não somente por fatores físicos ou pela

cronologia. Antes, envelhecer para a mulher significava desempenhar

fortemente o papel de avó, mas atualmente, para algumas mulheres, traz o

desejo de realizar os sonhos e vontades postergadas. Estes autores também

afirmam que idosas mais jovens, com idade entre 60 a 64 anos, morrem

geralmente de problemas isquêmicos do coração, seguidos de doenças

cerebrovasculares, o que pode ser evitado com a prática de exercícios físicos.

No processo de envelhecimento, a mulher passa por um período

transicional, polêmico e crítico, o climatério (do grego Klimaktér). É o período

compreendido entre a fase reprodutiva e a não-reprodutiva da vida da mulher,

que ocorre geralmente entre 37 e 65 anos, quando os ovários têm sua

produção estrogênica reduzida e insuficiente para garantir a reprodução e a

manutenção das características funcionais dos órgãos sexuais femininos

(GONÇALVES e MERIGHI, 2007).

Fisiologicamente, a diminuição progressiva do hormônio feminino

promove modificações biológicas, corporais e faciais. Dentre elas, alterações

na elasticidade e textura da pele, diminuição da massa muscular, aumento de

peso e modificações na distribuição da composição corporal com concentração

de gordura na região abdominal. São mudanças visíveis observadas com

grande intensidade em mulheres no climatério e menopausa. Autores

relacionam fatores desencadeantes a estas mudanças, como o

comprometimento na produção do colágeno e a diminuição do gasto energético

do metabolismo, com o hipoestrogenismo. O hipoestrogenismo pode também

constituir-se fator de risco para a presença de diversas doenças crônicas não

transmissíveis, principalmente a obesidade, as doenças cardiovasculares e a

osteoporose (SILVA et al, 2014).

Com o declínio dos níveis de estrógenos, podem ocorrer alterações

físicas hormonais, metabólicas, somáticas, psíquicas e sociais, que se

manifestam ou não por sinais e sintomas que caracterizam a síndrome

climatérica. Na terceira idade, a mulher se sente desvalorizada, pois a

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juventude é muito reverenciada pela sociedade atual. A menopausa influencia

muito nas condições físico-psíquicas, tornando as idosas muito mais

fragilizadas quanto ao envelhecimento do seu próprio corpo. Neste caso, a

atividade física ajuda as mulheres na superação dessas dificuldades, trazendo-

as para o envolvimento com outras pessoas da mesma idade, com as mesmas

dificuldades e experiências, além disso, contribui para a manutenção do peso

ideal (LIMA e BUENO, 2009).

Segundo o IBGE, citado em Lima e Bueno (2009), nascem mais

homens, mas as mulheres vivem mais, e isso se deve ao fato delas levarem

um estilo de vida menos arriscado que os homens, de terem atitudes mais

preventivas, e de suas características de vida se apresentarem de forma

diferente: normalmente realizam menos trabalhos pesados, fumam menos,

consultam-se mais com médicos quando apresentam desconforto, fazendo

com que vivam mais que seus parceiros. No entanto, as mulheres acabam

vivendo mais tempo com doença que os homens, afetando sua qualidade de

vida, por isso a importância de estudos voltados a esse público.

1.3. Envelhecimento, Bem-estar e Comportamento Alimentar

As teorias físico-biológicas, psicológicas e sociológicas do

envelhecimento indicam que o idoso precisa adaptar-se a situações sociais e

condições físicas típicas da terceira idade. Incentivar os idosos a redescobrirem

possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade, apesar das

progressivas limitações que possam ocorrer com o avançar da idade, é o maior

desafio dos profissionais de atenção à saúde do idoso. Isso acontece,

principalmente, quando a sociedade considera o contexto familiar e social e

consegue reconhecer os potenciais e o valor das pessoas idosas. Porém, parte

das dificuldades dos idosos está mais relacionada a uma cultura que os

desvaloriza e limita (GUEDEA et al, 2006; MS, 2007).

Segundo Fazzio (2012), para avaliar a qualidade de vida dos idosos há a

necessidade de vários critérios de natureza biológica, psicológica e

sócioestrutural, pois vários fatores são determinantes ou indicadores de bem-

estar na velhice como: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação,

Page 21: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia

cognitiva, status social, renda, continuidade de papéis familiares, ocupacionais

e de relações informais com amigos. Portanto é indispensável a compreensão

do envelhecimento em sua totalidade biopsicossocial, sendo essencial,

também, entre outros, o conhecimento das práticas alimentares e de seu

conjunto de relações. O comportamento alimentar de uma pessoa não pode ser

tratado como fator somente para suprir as necessidades fisiológicas, mas

envolve também questões psicológicas, sociais e culturais, abrangendo assim

aspectos biológicos, cognitivos, situacionais e afetivos (SANTOS e RIBEIRO,

2011).

Alves e Boog (2007) e Moreira (2010) relatam que conhecer o

comportamento alimentar possibilita com maior amplitude à produção de

saúde. Descreve-se como conceito de comportamento alimentar:

... procedimentos relacionados às práticas alimentares de

grupos humanos (o que se come, quanto, como, quando,

onde e com quem se come; a seleção de alimentos e os

aspectos referentes ao preparo da comida) associados a

atributos socioculturais, ou seja, aos aspectos subjetivos

individuais e coletivos relacionados ao comer e à comida

(alimentos e preparações apropriadas para situações

diversas, escolhas alimentares, combinação de alimentos,

comida desejada e apreciada, valores atribuídos a

alimentos e preparações e aquilo que pensamos que

comemos ou que gostaríamos de ter comido).

(GARCIA,1999, apud ALVES e BOOG 2007, pg.198).

Segundo os autores Bernardi et al (2005) e Viana (2002), a manutenção

da saúde depende principalmente do comportamento e disposição de cada

indivíduo, pois hábitos adquiridos há muito tempo dificilmente são alterados,

podendo levar ao crescente número de doenças cujo tratamento envolve a

mudança de comportamento. Entre hábitos que promovem saúde destacam-se

os hábitos alimentares. A seleção de alimentos envolve diversos aspectos,

como preferências, sabor, fatores psicológicos, familiares, sociais e culturais.

Escolher uma alimentação saudável não depende apenas do acesso a uma

Page 22: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

informação nutricional adequada. Mudança no comportamento alimentar é um

processo no qual o indivíduo tem de se esforçar, consciente e de modo

considerável, para alterar os hábitos passados. Uma das propostas para

mudança de comportamento alimentar é o modelo transteórico.

1.4. Modelo Transteórico e comportamento alimentar

É um grande desafio mudar os hábitos alimentares dos indivíduos. O

comportamento alimentar é influenciado por diversos fatores, não apenas

associados à saúde, que determinam as escolhas alimentares e resultam de

inter-relação de valores biológicos, sociais e culturais, ou da ambivalência nas

escolhas alimentares (TORAL et al, 2006; VIEIRA, 2009).

Toral et al (2006) e Vieira (2009) salientam que somente o conhecimento

de que práticas saudáveis de estilo de vida são importantes para reduzir ou

evitar a progressão de certas doenças não é suficiente para que mudanças

nesse sentido sejam efetivas. Reconhecer a necessidade de alteração dos

hábitos alimentares é fator essencial para iniciar uma mudança dietética. No

que se refere à educação nutricional, para que seja bem sucedida, precisa

promover mudanças de práticas alimentares e não apenas transmitir

informações.

A utilização de modelos teóricos no planejamento de intervenções

nutricionais que visem à mudança do comportamento alimentar pode contribuir

para seu maior sucesso. Em tais modelos, para que ocorra a mudança, é

necessária a identificação do estágio de comportamento alimentar do indivíduo,

pois cada estágio representa uma percepção e um grau de motivação distintos

frente à possibilidade de mudanças dietéticas (KRISTAL et al, 1999;

PROCHASKA et al, 1992). Dessa forma, com tal conhecimento, espera-se

proporcionar maior eficiência na motivação dos indivíduos em adotar e manter

mudanças alimentares (DE GRAAF et al, 1997; TORAL, 2006). Os estágios

motivacionais podem ser identificados por meio de alguns instrumentos, como:

a University of Rhode Island Change Assessment (URICA), a Stages of

Change Readiness and Treatment Eagerness Scale (SOCRATES), além de

algoritmos e escalas analógico-visuais, como a Régua de Prontidão

Page 23: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

(BITTENCOURT et al, 2012; HINTZE et al, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012;

MOREIRA et al, 2012; TORAL et al, 2006; VIEIRA, 2009).

Dentre os modelos teóricos para mudança de comportamento, destaca-

se o Modelo Transteórico. Este instrumento foi desenvolvido por Prochaska e

DiClemente, na década de 80 (BITTENCOURT, 2009; FISBERG et al, 2005),

com base no estudo de cerca de 300 propostas teóricas existentes na área da

psicologia para entender como as pessoas conseguiam mudar

comportamentos de risco, e como ocorriam as formas bem-sucedidas de

manter essa mudança. Tal modelo sugere que nenhuma teoria sozinha é capaz

de compreender ou resolver toda a complexidade do comportamento humano.

Esse modelo utiliza análise comparativa de 29 teorias, o que justifica o

seu nome. Iniciou-se com o estudo do comportamento de fumantes, mas

expandiu-se para diversas áreas, como dos hábitos alimentares, do uso de

álcool e drogas, de prevenção de Aids, câncer de mama, uso de contraceptivos

etc. A classificação dos indivíduos nos estágios de mudança de

comportamento é realizada por meio de um algoritmo no qual os resultados são

baseados em um questionário com um número limitado de perguntas mútuas

exclusivas. Sua principal contribuição é mostrar que o processo de mudança de

comportamento dos indivíduos ocorre em uma série de cinco estágios distintos,

apresentados a seguir:

1- Pré-contemplação: a pessoa não tem intenção de mudar um

comportamento de risco em um futuro próximo, avaliado em geral

como nos próximos seis meses. A pessoa nesse estágio pode

estar desinformada sobre os riscos de seu comportamento ou até

ter tentado e fracassado tantas vezes que ela se recusa a

conversar, ler ou até pensar no assunto.

2- Contemplação: a pessoa começa a considerar a mudança

comportamental, nos próximos seis meses, após surgir a

consciência do problema. Se não for incentivada, pode adiar a

decisão indefinidamente, pois ainda não apresenta um

comprometimento decisivo.

3- Preparação: a pessoa pretende agir nos próximos 30 dias e já fez

alguma coisa nessa direção. Em geral já tem um plano de ação

Page 24: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

para enfrentar a mudança, como ir ao médico, entrar em um

grupo de aconselhamento etc.

4- Ação: a pessoa mudou efetivamente o comportamento por um

período de até seis meses. É necessária muita dedicação e

disposição para evitar recaídas.

5- Manutenção: a pessoa já incorporou as mudanças desejadas por

mais de seis meses (BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e

THOMPSON, 2011; FISBERG et al, 2005; MORAES, 2009;

MOREIRA, 2010; REIS e NAKATA, 2010; SIQUEIRA, 2012).

Há ainda a noção de relapso ou recaída, que é o retorno ao

comportamento de risco. Apesar de sua ocorrência, o indivíduo não retorna

necessariamente aos estágios iniciais do modelo (BITTENCOURT, 2009; DI

NOIA e THOMPSON, 2011; FISBERG et al, 2005; WRIGHT et al, 2009).

O modelo visa entender aquelas pessoas que enfrentam uma mudança

de comportamento, definindo as suas características físicas, sociais e

psicológicas específicas de cada estágio de mudança. Ainda é recomendado

que os indivíduos estejam cientes em qual estágio estão durante o processo de

mudança para que possam superar a sua problemática. Tem ajudado várias

pessoas que querem mudar o seu comportamento de forma a obter sucesso

completo e evitar recaídas. Vem contribuindo com os profissionais nas

definições de estratégias e entendimento da vivência dos indivíduos durante o

processo de mudança de comportamento (MATTA, 2012; SALEHI et al, 2011).

Em 1983, McConnaughy, Prochaska e Velicer desenvolveram um

instrumento para análise dos estágios de mudança de comportamento,

alicerçado no modelo transteórico e validado na área da saúde, intitulado

University of Rhole Island Change Assessment (URICA), com divisão em

quatro subescalas, que identifica os estágios de Pré-Contemplação,

Contemplação, Ação e Manutenção. Os autores entenderam que o estágio de

Preparação está no mesmo nível que Ação, juntando, então, as duas etapas

em uma só - Ação. O instrumento é autoaplicável, sendo que, para cada item,

existem cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo

totalmente a concordo totalmente.

Page 25: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

As versões da URICA são para avaliar a motivação para a mudança de

comportamentos específicos, como para usuários de cocaína e álcool,

alcoolistas internados, pessoas com problemas relacionados à ansiedade,

tabagistas, pessoas com transtornos alimentares, comedores compulsivos,

realização de exercícios físicos, entre outros. Evidências de validade da URICA

já foram estudadas em diversos países, tais como Alemanha, Canadá, Estados

Unidos e Noruega, dada a repercussão e relevância dessa escala. A versão

original da URICA foi validada para o comportamento específico de uso de

álcool, contendo 32 itens. Atualmente existem versões do instrumento que

variam de 34 a 12 itens. No Brasil, a URICA com 24 itens já foi adaptada e teve

suas evidências de validade estudadas para o uso de álcool, tabaco, drogas

ilícitas, jogo patológico e hábitos alimentares, com alfas de Cronbach totais

variando de 0,65 a 0,82 (BITTENCOURT, 2009; BITTENCOURT et al, 2012).

A adoção dos estágios de mudança de comportamento em intervenções

nutricionais atende a dois propósitos. Em primeiro lugar, tal classificação

permite direcionar a intervenção para cada um dos estágios de

comportamento, considerando que são identificados grupos de indivíduos com

diferentes percepções e motivações para realizar mudanças em sua dieta, e

recomenda-se utilizar processos de mudança que correspondam a este

estágio. Ainda, os estágios podem valer-se como um indicador dos efeitos de

uma intervenção, sendo o sucesso representado pelo avanço da classificação

do indivíduo ao longo da evolução prevista para os estágios de mudança de

comportamento (BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e PROCHASKA, 2009;

SNETSELAAR, 2010; TORAL, 2010).

Intervenções que abordam esse modelo tomam por base que as

mudanças de comportamento só ocorrerão se o indivíduo estiver disposto a

isso. Por isso, preconiza-se que cada estágio deve ter também uma

intervenção educativa que lhe seja adequada, pois se acredita que, sem

intervenção planejada, as pessoas permaneçam nos estágios iniciais, pois não

há motivação para progredir na mudança de comportamento. Frequentemente,

a maioria da população de risco está nos estágios iniciais de mudança e,

portanto, não está preparada para a ação imediata e acaba por não ser

atingida pelos programas educativos tradicionais que se concentram

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basicamente na orientação da ação (FISBERG et al, 2005; HINTZE et al,

2010).

Os objetivos definidos para os diferentes estágios propostos são

(VIEIRA, 2009):

Pré-contemplação: fazer o indivíduo pensar no problema.

Contemplação: é necessário reduzir barreiras para mudança,

iniciar pequenas mudanças na alimentação.

Preparação e ação: há necessidade de todo o suporte possível.

Desenvolver estratégias comportamentais para reduzir as

tentações como, por exemplo: buscar pessoas que ajudem a

atingir o objetivo, recompensa por uma atitude saudável, evitar

pessoas que desestimulam as práticas alimentares desejáveis,

substituir alimentos e pensamentos prejudiciais por outros

saudáveis, evitar situações, lugares e coisas que conduzam ao

comportamento indesejado; e intervenções convencionais de

educação nutricional podem ser úteis. O objetivo na preparação é

estimular a mudança de comportamento e, na ação, impedir a

recaída.

Manutenção: é necessário consolidar os ganhos e continuar a

usar os processos de mudança experimentais e comportamentais.

Estudos comprovaram a relação entre a determinação dos estágios de

mudança e o consumo alimentar. Assim, pôde-se verificar, por exemplo, que o

consumo de gordura dos indivíduos no estágio de pré-contemplação era maior,

e diminuía nas pessoas no estágio de manutenção. Paralelamente, as

vantagens apontadas sobre consumir menos gordura também aumentavam

conforme evoluíam os estágios de mudança. Outros comportamentos

pesquisados enfocaram a motivação para a adoção de uma alimentação mais

saudável, o consumo de frutas, verduras e grãos, entre outros (FISBERG et al,

2005; SALEHI et al, 2011).

A identificação dos estágios de mudança referentes à alimentação pode

fornecer subsídios importantes em relação ao perfil de indivíduos e grupos,

direcionando melhor um trabalho educativo, de prevenção e de

aconselhamento nutricional. Considera-se também que a manutenção de uma

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dieta adequada pode interferir na sensação de bem-estar que os indivíduos

desfrutam (SALEHI et al, 2011).

1.5. Bem-estar subjetivo

A maior preocupação dos profissionais que se empenham no estudo do

envelhecimento é com a qualidade de vida do indivíduo e do grupo. O objetivo

principal é permitir ou possibilitar uma boa qualidade de vida na velhice. Para

muitas pessoas a velhice é vivida como uma etapa cheia de acontecimentos

contrários, que afetam a situação de ânimo e a percepção de bem-estar em

geral, e é marcada pela vulnerabilidade e fragilidade do organismo e pela

dependência econômica, social, afetiva e física (CRUZ, 2003; GUEDEA et al,

2006).

O termo bem-estar foi oficialmente incorporado à saúde, em 1948, pela

Organização Mundial da Saúde. Até então, o conceito de saúde era limitado à

ausência de doenças. Porém, após o término da Segunda Guerra Mundial,

houve necessidade de definir a saúde de uma forma mais positiva e ampla.

Então, a OMS definiu saúde como “estado de completo bem-estar físico,

mental e social, e não somente ausência de enfermidade ou invalidez”

(HENNA, 2011, pg.3).

O bem-estar subjetivo (BES) seria a capacidade de avaliação de si

mesmo, usando critérios subjetivos, ligados a sentimentos, a valores. Significa

uma avalição pessoal, positiva ou negativa, estando associado a um

envelhecimento mais saudável (CRUZ, 2003; GUEDEA et al, 2006).

O BES refere-se à avaliação que as pessoas fazem de suas vidas, nos

aspectos afetivos e cognitivos. Seria o que os leigos chamam de felicidade,

prazer ou satisfação com a vida. O bem-estar subjetivo ocorre quando se sente

prazer e poucas emoções não prazerosas, quando se está satisfeito com a

própria vida (COSTA e PEREIRA, 2007; CRUZ, 2003). Os fatores que

influenciam o BES são tanto culturais quanto hereditários.

Ainda há uma discussão em relação aos aspectos que estariam mais

relacionados ao bem-estar subjetivo. Apesar das discordâncias teóricas sobre

a conceituação de BES, há consenso em relação às dimensões: satisfação

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com a vida e afetos positivos e negativos. Toda a literatura acerca de BES

concentra-se nos afetos. Afetos positivos são representados por entusiasmo,

motivação, determinação, dinamismo, calma e tranquilidade, refletindo o

quanto um indivíduo sente-se empenhado e com prazer pela vida. Porém, os

afetos negativos somam muitos estados transitórios, como constrangimento,

raiva, culpa, medo, tristeza, desgosto e preocupação; representam o quanto

um indivíduo pode se sentir constrangido e desconfortável em relação à sua

vida. Indiretamente, os aspectos positivos (AP) e bem-estar estão relacionados

a comportamentos saudáveis e maior adesão aos tratamentos propostos. A

afetividade positiva associa-se com a prática de atividade física regular,

diminuição de tabaco e álcool, melhor qualidade do sono e dieta saudável

(ALBUQUERQUE e TRÓCOLLI, 2004; HENNA, 2011).

Para estudar o bem-estar subjetivo foram desenvolvidos vários

instrumentos. Dentre eles, destaca-se a Escala de Bem-Estar Subjetivo

(EBES), criada em 2004 por Albuquerque e Tróccoli; é instrumento inspirado

em escalas existentes no exterior, como a Escala de Afeto Positivo e Afeto

Negativo (PANAS) de Watson et al (1988) e da Escala de Satisfação com a

Vida (SWLS) de Diener et al (1985), com itens elaborados e analisados em

grupos de validação semântica. Como muitas palavras traduzidas não

apresentavam clareza para os brasileiros que respondiam, alguns itens foram

adaptados para a cultura nacional e outros foram incluídos (ALBUQUERQUE e

TRÓCOLLI, 2004).

A possível existência de relação entre o bem-estar subjetivo e a

manutenção de uma dieta adequada, permitindo a manutenção da saúde e

também da satisfação pessoal, é o que se pretende verificar com o presente

trabalho. Os objetivos são elencados a seguir.

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2. Objetivos

Geral

Avaliar o comportamento alimentar e o bem-estar subjetivo de idosas.

Específicos

Avaliar o estado nutricional e obesidade central pré e pós intervenção;

Elaborar estratégias de intervenção para os estágios de comportamento

alimentar;

Analisar a correlação dos estágios de comportamento alimentar com

bem-estar subjetivo.

Descrever consumo alimentar pré e pós intervenção nutricional.

3. Métodos

Trata-se de uma pesquisa longitudinal, quase-experimental, com

estratégia de campo e amostra por conveniência. Foram realizadas avaliações

e intervenções ao longo de seis meses.

3.1. Participantes

A pesquisa contou com 34 mulheres que foram convidadas e aceitaram

receber acompanhamento nutricional na Clínica de Nutrição de uma

universidade particular da cidade de São Paulo e em uma academia de

ginástica no Município de Guarulhos. Destas, 26 concluíram o estudo. No

Quadro 1 podem ser observadas as características sociodemográficas e

pessoais das participantes. Os motivos de desistência foram referentes a

trabalho, perda de emprego e terem que cuidar de familiares, conforme

Apêndice 5.

Todas as participantes tinham idade a partir de 60 anos. Foram tomadas

todas as precauções caso a pesquisa fizesse com que a participante lembrasse

de situações que a incomodassem ou que a deixassem desconfortável,

causando ansiedade ou constrangimento. Caso isso ocorresse, a participante

teria o apoio da pesquisadora e, se fosse necessário, seria encaminhada à

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Clínica de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu (USJT), sem ônus e

com garantia de atendimento.

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Quadro 1 – Características sociodemográficas e pessoais das participantes. São Paulo, 2015

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3.2. Material

Para atender o aspecto ético, foi utilizado o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (Apêndice 1). A coleta de dados foi realizada por meio da

anamnese nutricional (Apêndice 2), contendo as seguintes informações: dados

pessoais, profissionais, clínicos, condições gerais de saúde, histórico do peso

corporal, atividade física e dados gerais sobre alimentação.

Na identificação dos estágios de comportamento alimentar, foi aplicado o

questionário segundo o Modelo Transteórico – URICA (Anexo 1), contendo 24

itens com cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo

totalmente a concordo totalmente. Para avaliar o bem-estar subjetivo, foi

utilizada a Escala de Bem-estar Subjetivo (Anexo 2), autoaplicável, com duas

subescalas: a primeira contendo 47 itens com cinco alternativas de respostas

em escala Likert, de nem um pouco a extremamente, e a segunda com 15

itens, com cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo

totalmente a concordo totalmente. Para avaliação de medidas antropométricas

foram utilizadas balança digital, fita métrica inelástica dividida em milímetros e

estadiômetro.

Para o acompanhamento da qualidade da alimentação foi desenvolvido

um calendário alimentar (Apêndice 5). Esse instrumento foi inspirado nas

maiores dificuldades e necessidades para os idosos, quanto à alimentação.

3.3. Procedimento

Inicialmente o projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) da instituição dos pesquisadores proponentes. Sua aprovação está

registrada na plataforma Brasil sob CAAE nº 18487313.9.0000.0089.

Foi feita a divulgação do acompanhamento nutricional na academia por

meio de cartazes, e na universidade através de panfletos. O convite para

participar do estudo foi realizado por ocasião do agendamento de consulta na

clínica de nutrição e na academia, quando as mulheres preencheram os

requisitos para o estudo (idade a partir de 60 anos e sem deficiências

cognitivas e físicas). A coleta de dados foi iniciada em Agosto de 2013 e teve o

término em Outubro de 2014.

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Após explicação detalhada sobre os objetivos do estudo, e tendo a

mulher aceito participar, foi lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

–TCLE, e solicitado que o assinasse, prosseguindo-se com a primeira consulta,

na qual foi feita a anamnese nutricional, aplicado o questionário segundo o

modelo transteórico (URICA) e entregue a Escala de Bem-estar Subjetivo para

preenchimento. Por fim foram aferidas as medidas antropométricas, de acordo

com as normas padronizadas por Frisancho (1990):

Peso (kg): medido em balança digital, com o indivíduo sem sapatos

e roupas leves, em posição ereta.

Altura (cm): medida com estadiômetro, com o indivíduo em posição

ereta, sem sapatos, pés alinhados e cabeça posicionada

retamente.

Com as medidas de peso e altura foi obtido o Índice de Massa Corpórea

(IMC), em Kg/m2, para verificação do estado nutricional, de acordo com a

classificação para idosos (WHO, 2001). A classificação está apresentada no

Quadro 2.

A Circunferência da Cintura (CC) (cm) foi medida com fita métrica

inelástica, dividida em milímetros, dois dedos acima da cicatriz umbilical. É uma

medida de obesidade central e quando aumentada indica risco de

complicações metabólicas, classificada conforme descrito no Quadro 3.

Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de idosos segundo IMC.

Fonte: OPAS, 2002.

IMC (Kg/m2) Classificação

Idosos

< 23,0 Baixo Peso ou Desnutrição

23,0 - 27,99 Eutrofia

28,0 - 29,99 Sobrepeso

≥ 30,0 Obesidade

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Quadro 3 – Classificação de risco metabólico, segundo CC.

Risco

Aumentado Muito Aumentado

Homens ≥ 94 cm ≥ 102 cm

Mulheres ≥ 80 cm ≥ 88 cm

Fonte: OMS, 1998.

Após a primeira consulta, foi reagendado retorno com intervalo de 15 dias

para a primeira intervenção. Cada estágio de comportamento tem uma

intervenção nutricional diferente; para todas as participantes, isso foi

cuidadosamente seguido.

Na consulta seguinte, a paciente foi orientada conforme seu estágio de

comportamento e conforme condições clínicas individuais. Foram elaborados

informativos explicando qual a importância de cuidar da saúde e principalmente

de controlar as patologias já existentes e entregue dica individualizada sobre

alimentação saudável (Apêndice 5).

Nas consultas seguintes, mensalmente, as participantes retornaram,

quando se conversou sobre as maiores dificuldades em seguir orientações

passadas na última consulta. Foi aplicado Recordatório 24 horas para avaliar

alimentação, aferidas medidas antropométricas, fornecidas orientações

conforme o estágio de comportamento alimentar (Apêndice 3), entregue o

Calendário Alimentar, instrumento esse elaborado com o objetivo das

participantes aprenderem a ter responsabilidades sobre consumo alimentar

equilibrado. Elas teriam que marcar tudo que consumiam ou não, todos os dias,

conforme orientações do próprio Calendário (Apêndice 5).

A partir do segundo encontro, as participantes ganhavam alguns manuais e

dicas para maior incentivo à participação da pesquisa. Na segunda consulta foi

entregue Manual sobre Diabetes Mellitus, na terceira o Manual sobre Peso

Saudável, na quarta os Leques de Corações que abordam alimentos que

fazem bem para o coração, na quinta a Dica de Safra de alimentos e na última

consulta as participantes receberam uma lista de receitas saudáveis (Apêndice

4).

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Após seis meses de intervenção, na última consulta, foram reaplicados o

Questionário URICA e a Escala de Bem-estar Subjetivo para reavaliação do

estágio do comportamento alimentar e também para aferir o bem-estar. Por fim,

esclarecidas as dúvidas que tivessem ficado e, assim, finalizando o

acompanhamento nutricional

3.4. Análise Estatística

Após o período de intervenção nutricional, foi feita a tabulação de todos

os dados coletados ao longo das seis consultas realizadas. Para computar a

URICA foi desenvolvida uma planilha em Excel, onde foram colocadas as

respostas das participantes, então foram computados os valores brutos e o

total de pontos para cada estágio foi convertido em percentil, podendo-se

verificar o estágio de comportamento de cada participante, lembrando que,

pelos autores da URICA, esse modelo só apresenta quatro estágios (Pré-

contemplação, Contemplação, Ação e Manutenção).

Na EBES foram tomados os pontos brutos, lançados na planilha em

Excel. Todos os valores foram lançados, somados e divididos, finalizando com

o resultado para cada uma das duas subescalas.

Para a análise estatística foi utilizado o Software SPSS (Statistical

Package for the Social Sciences) para Windows, versão 21.0, e o nível de

significância adotado foi menor que 5%. Os resultados estão descritos em

frequência, percentual, média, desvio padrão e valores mínimos e máximos. As

análises foram feitas pelo Teste de Normalidade (Shapiro-Wilk), teste t de

Student, ANOVA com medidas repetidas e Teste de Correlação, sendo que

para a URICA foi feita a correlação de postos.

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4. Resultados e Discussão

Ao final da coleta, foram avaliados os dados iniciais de todas as

participantes, conforme Tabela 1. Pode-se observar que a renda familiar sofreu

ampla variação. Sabe-se que as escolhas alimentares são processos

complexos, influenciadas por diversos fatores, com destaque para a renda

familiar e o preço dos alimentos. O aspecto econômico parece exercer

influência decisiva na ingestão de frutas e verduras (GREEN et al, 2013;

CLARO e MONTEIRO, 2012).

No estudo sobre Renda Familiar, preço de alimentos e aquisição

domiciliar de frutas e hortaliças no Brasil, baseado na Pesquisa de Orçamento

Familiar (POF) de 2002/2003, os autores Claro e Monteiro (2012) relatam que

se observou o aumento da participação de frutas e verduras no total de

aquisições de alimentos com a diminuição de seus preços ou com o aumento

da renda familiar. Viebig (2009) enfatiza em seu estudo que o consumo de

frutas e verduras de idosos de baixa renda é insuficiente em relação às

recomendações da OMS, verificando-se que a renda influencia na qualidade da

alimentação, porém no presente estudo pode-se sugerir que a renda não foi um

fator que interferiu no padrão alimentar, pois, independente da renda familiar,

as participantes mantiveram hábitos alimentares semelhantes (Apêndice 6).

Quanto às medidas antropométricas (Tabela 1), observa-se ampla

dispersão quanto ao IMC e CC. A distribuição do diagnóstico nutricional pré-

intervenção revelou 58,8% das participantes acima do peso, apresentando ao

menos risco para complicações metabólicas. O mesmo ocorreu no estudo de

Vieira (2009), no qual 68,8% também foram classificados com obesidade.

Scherer e Vieira (2010), na pesquisa sobre Estado Nutricional e sua

associação com risco cardiovascular e síndrome metabólica em idosos,

observaram a existência de excesso de peso em 42% dos homens idosos e de

50% das mulheres idosas, sendo que as prevalências de hipertensão arterial

sistêmica, diabetes mellitus, síndrome metabólica, obesidade central, colesterol

baixo e triglicerídeos elevados foram maiores naqueles com excesso de peso

de ambos os sexos.

A Associação Norte-Americana de Cardiologia tem classificado a

obesidade como principal fator de risco para Doenças Cardiovasculares (DCV)

Page 37: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

e para Síndrome Metabólica (SM). A SM, caracterizada por obesidade central,

dislipidemia, hiperglicemia e hipertensão, é hoje um dos maiores desafios para

a saúde pública em todo o mundo, por associar-se a importante risco para DCV

(HAYMAN, 2007). No presente estudo, pôde-se observar que todas as

participantes apresentavam alguma patologia associada ao excesso de peso,

reafirmando, portanto, que o excesso de peso é um dos principais fatores de

risco para DCV. Entretanto, mesmo as mulheres com peso normal ou inferior

tinham pelo menos uma patologia.

Tabela 1- Distribuição das idosas quanto a idade, renda familiar, estatura,

IMC e CC. São Paulo, 2015.

Aspectos Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Idade 60 83 67,2 6,373

Renda Familiar 700 20000 3226,5 3127,426

Estatura 1,44 1,71 1,56 0,072

IMC 18,3 38,9 28,1 4,647

CC 71 118 92,9 11,064

As participantes, em sua maioria, são casadas. Conforme estudo de

Correia (2011), a situação conjugal é um dos fatores sociodemográficos

determinantes ao excesso de peso. O autor tem como resultado em sua

pesquisa que mulheres casadas ou que vivem em união conjugal revelam

índice maior excesso de peso em relação às outras situações conjugais, o que

também foi observado no presente estudo (Tabela 2).

O ensino fundamental e médio foi igualmente presente na pesquisa,

como nível de escolaridade das participantes. O ensino médio completo ou

ensino superior foi referido por 58,8% das participantes. Conforme Pinto et al

(2008), sugere-se que quanto maior for a escolaridade, melhor a adesão aos

tratamentos propostos (Tabela 2).

A maioria da amostra estudada é católica. Em nenhum momento as

participantes referiram restrição alimentar em função da religião, dado que o

catolicismo não proíbe o consumo de qualquer alimento, apenas sugerindo

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restrição da carne em algumas poucas datas, não prejudicando o diagnóstico

nutricional (Tabela 2).

Tabela 2 – Distribuição de idosas segundo características

sociodemográficas. São Paulo, 2015.

Estado Civil N %

Solteira 4 11,7

Casada 15 44,1

Viúva 12 35,3

Divorciada 3 8,9

Total 34 100,0

Escolaridade N %

Ens.Fund.(C/I) 14 41,2

Ens.Med.(C/I) 14 41,2

Ens.Sup. (C/I) 6 17,6

Total 34 100,0

Religião N %

Católica 24 70,6

Evangélica 6 17,6

Outras 4 11,8

Total 100,0

Em relação à dentição, a maioria das participantes possui prótese parcial

ou completa, condizente com os dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004),

que mostram que os cidadãos na faixa etária de 65 a 74 anos já perderam 93%

dos seus dentes. Por possuírem prótese, poucas participantes relataram

dificuldade na mastigação e deglutição (Tabela 3).

No processo de envelhecimento, observa-se diminuição das funções

imunológicas do indivíduo, além de declínio nas capacidades funcionais e,

consequentemente, alteração nos aspectos psicológicos envolvidos e

decorrentes destas perdas graduais e contínuas. Pode ainda ser verificada

diminuição significativa da atividade motora, resultante, em parte, da

Page 39: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

degeneração fisiológica, fatores ambientais, exigências da tarefa, doenças,

estilo de vida ou a combinação desses elementos. Na tentativa de minimizar o

impacto do processo de envelhecimento na vida diária dos idosos, a literatura

sustenta que um estilo de vida ativo pode melhorar as funções mentais, sociais

e físicas das pessoas que envelhecem. Nos anos mais recentes a importância

da atividade física tem sido mais discutida (CAVALLI et al, 2014).

Na presente pesquisa, foi indagado sobre a prática de atividade física,

levando em consideração a importância que exerce na vida dos idosos. Foi

verificado que a maioria das participantes praticava atividade física, conforme

Tabela 3. Foi constatado também que todas as participantes são totalmente

independentes em suas atividades diárias. Porém, é necessário lembrar que as

participantes desse estudo já eram ativas antes de orientações, já

frequentavam a academia e centros de terceira idade.

Borges e Moreira (2009), em seu estudo sobre Influências da prática de

atividades físicas na terceira idade: estudo comparativo dos níveis de

autonomia para o desempenho nas AVDs e AIVDs entre idosos ativos

fisicamente e idosos sedentários, relatam que a prática regular de atividades

físicas na terceira idade tem se revelado como um fator determinante no que

diz respeito à manutenção da qualidade de vida e do bem-estar dos idosos. Na

pesquisa, os autores tiveram como objetivo verificar a influência da prática

regular de atividades físicas nos níveis de autonomia para o desempenho nas

AVDs (atividades da vida diária) e AIVDs (atividades instrumentais da vida

diária) em idosos. Para realizar esta investigação, foram comparados os

resultados em um grupo de 24 idosos praticantes de atividades físicas e um

grupo de 24 idosos sedentários. Os resultados indicaram que os idosos que

praticavam atividade física apresentavam bons níveis de autonomia para o

desempenho de suas atividades cotidianas enquanto os idosos sedentários

apresentavam maior dificuldade e até mesmo dependência.

Page 40: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 3 – Distribuição de idosas segundo características pessoais. São

Paulo, 2015.

Dentição N %

Própria 7 20,6

Própria + prótese 14 41,2

Prótese 13 38,2

Total 34 100,0

Atividade Física N %

Sim 19 55,9

Não 15 44,1

Total 34 100,0

Quanto aos estágios de comportamento alimentar pré-intervenção, a maior

frequência das participantes encontrava-se no estágio inicial, pré-contemplação

(Tabela 4), o que indica menor consciência da situação de risco referente à

alimentação e à saúde. Segundo Vieira (2009), em geral, a maioria da população

em risco está nos estágios iniciais de mudança e, portanto, não preparada para a

ação imediata, não sendo atingida pelos programas educativos tradicionais que

se concentram basicamente na orientação da ação. Relata, também, que mesmo

aqueles que se classificam em manutenção necessitam de alterações em sua

dieta.

A adoção de uma alimentação “saudável” refere-se, normalmente, a mais de

uma alteração no comportamento alimentar, de modo que os indivíduos em

estágios de manutenção podem atribuir sua mudança a somente um determinado

fator, que, no entanto, pode não ser suficiente para tornar sua alimentação

efetivamente saudável. A classificação nos estágios de mudança do

comportamento alimentar foi baseada nas respostas individuais, ou seja,

conforme autorrelato, subjetivo e espontâneo, para a questão proposta, o que

pôde gerar conflito entre a percepção do indivíduo e o seu comportamento

alimentar real. Diante do observado, pode-se considerar que as idosas da

pesquisa apresentavam risco quanto à sua saúde e seriam menos sensíveis a

propostas de mudança na alimentação.

Page 41: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Um dos objetivos da utilização de modelos teóricos no planejamento de

intervenções nutricionais é ser um indicador dos efeitos de uma intervenção,

sendo o sucesso representado pelo avanço da classificação do indivíduo ao

longo da evolução prevista para os estágios de mudança de comportamento

(BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e PROCHASKA, 2009; SNETSELAAR, 2010;

TORAL, 2010). Na literatura não foram encontradas referências que

sugerissem à melhor escala para reavaliação, então foi escolhida a URICA.

Porém, não foi possível fazer tal reavaliação dos estágios do comportamento

alimentar por essa escala, pois ao final do período de intervenção as

participantes já tinham a percepção de mudança do comportamento alimentar,

e estavam certas que não havia mais necessidade de alterar seus hábitos

alimentares. Quando a URICA foi reaplicada, elas respondiam que não havia

mais necessidade de mudança, e com isso voltaram aos estágios iniciais.

Verifica-se que a URICA não foi sensível para a reavaliação, pois quando

elas respondem que já mudaram, a URICA classifica como se elas não

soubessem da necessidade de mudança de comportamento. Portanto, supõe-

se que seja necessária uma reformulação do instrumento para possível

reavaliação.

Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção.

São Paulo, 2015.

Estágios de

Comportamento

Pré-intervenção Pós-intervenção

N % N %

Pré-contemplação 25 73,5 23 88,5

Contemplação 8 23,5 3 11,5

Manutenção 1 3,0 0 0

Total 34 100,0 26 100,0

A Escala de Bem-estar Subjetivo avalia quatro dimensões, sendo elas:

afetos e emoções positivas e negativas e satisfação ou insatisfação com a vida

(Tabela 5). Segundo Joia et al (2007), o julgamento da satisfação pela vida

depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do indivíduo e

um padrão por ele estabelecido. Satisfação reflete, em parte, o bem-estar

Page 42: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

subjetivo individual, ou seja, o modo e os motivos que levam as pessoas a

viverem suas experiências de vida de maneira positiva.

Segundo Siqueira e Padovam (2008), para que seja relatado um nível de

bem-estar subjetivo adequado, é necessário que o indivíduo reconheça manter

em nível elevado sua satisfação com a vida, alta frequência de experiências

emocionais positivas e baixas frequências de experiências emocionais

negativas, o que foi predominante na primeira avaliação das participantes do

presente estudo. O mesmo ocorreu com o estudo de Xavier el al (2003,) que

obteve resultados semelhantes na cidade de Veranópolis (RS), onde 57,0% da

população idosa estudada referiu valores significativos de satisfação com a

vida.

Tabela 5 – Médias de pontuação da Escala do Bem-Estar Subjetivo pré-

intervenção. São Paulo, 2015.

Aspectos Média Desvio Padrão

Afetos e emoções positivas 3,40 0,72

Afetos e emoções negativas 2,10 0,68

Satisfação com a vida 3,84 0,64

Insatisfação com a vida 2,40 0,57

Referente ao comportamento alimentar e bem-estar subjetivo pré-

intervenção, foi feito o cálculo de correlação das escalas e encontrada somente

uma correlação significativa entre o comportamento alimentar e insatisfação

pela vida, conforme Tabela 6. Esperava-se que quanto maior o nível de bem-

estar, melhor a qualidade alimentar das pessoas, porém, a participante que

estava no estágio mais avançado de comportamento alimentar estava mais

insatisfeita com sua vida.

O BES apresenta três características fundamentais que podem distingui-

lo dos outros conceitos: a subjetividade, medidas positivas e uma avaliação

global. O BES é uma experiência interna de cada indivíduo. Logo, condições

externas objetivas, como saúde, conforto, virtude ou riqueza, não fazem parte

das definições do BES. Embora essas condições sejam vistas como influências

Page 43: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

potenciais no BES, elas não são consideradas como parte inerente e

necessária a ele. Quanto à segunda característica, expressar aspectos

positivos, não implica somente na ausência de fatores negativos, mas sim na

predominância dos afetos positivos sobre os afetos negativos. O terceiro

aspecto significa que o BES inclui necessariamente uma avaliação global dos

diversos aspectos da vida de uma pessoa (ALBUQUERQUE, TRÓCOLLI,

2004).

Segundo Albuquerque e Trócolli (2004), afeto positivo é um

contentamento hedônico puro experimentado em um determinado momento

como um estado de alerta, de entusiasmo e de atividade. É um sentimento

transitório de prazer ativo; mais uma descrição de um estado emocional do que

um julgamento cognitivo. Afeto negativo refere-se a um estado de distração e

engajamento desprazível que também é transitório, mas que inclui emoções

desagradáveis como ansiedade, depressão, agitação, aborrecimento,

pessimismo e outros sintomas psicológicos aflitivos e angustiantes. A dimensão

satisfação com a vida é um julgamento cognitivo de algum domínio específico

na vida da pessoa; um processo de juízo e avaliação geral da própria vida; uma

avaliação sobre a vida de acordo com um critério próprio. O julgamento da

satisfação depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do

indivíduo e um padrão por ele escolhido.

No presente estudo, as participantes apresentaram os afetos positivos

em nível elevado, ou seja, mostravam-se, no geral, felizes, independente do

desejo de mudar a dieta. Algumas relataram que, por já terem vivido muito

tempo, conseguem passar por momentos de adversidade com o pensamento

de que aquilo já irá passar e por isso não deixam de ser felizes. Então, se

estão acima do peso, mesmo assim são felizes. Pode-se assim supor que o

comportamento alimentar não define o nível de felicidade das pessoas dessa

idade, porém são necessários mais estudos para confirmar esse resultado e

para verificar, ou não, se isso acontece com as demais faixas etárias.

Page 44: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 6 – Correlação entre os instrumentos URICA X EBES pré-

intervenção. São Paulo, 2015.

*Correlação significativa

O estudo de Lini et al (2009), sobre o tema Intervenção Nutricional:

método efetivo para perda de peso e melhora na qualidade da dieta, obteve

como resultado que a intervenção nutricional, promotora da redução lenta mas

frequente de peso, é mais eficaz que restrições severas. O estudo teve como

base 52 mulheres durante seis meses de acompanhamento, avaliadas pré e

pós-intervenção nutricional, e a perda de peso, aferida após os seis meses de

intervenção, se mostrou significativamente menor que no início do tratamento,

corroborando os resultados do presente estudo, conforme Tabela 7.

Correlação n r P

URICA x EBES Asp. Positivo 34 0,155 0,383

URICA x EBES Asp. Negativo 34 0,297 0,088

URICA x EBES Satisfação pela Vida 34 -0,241 0,170

URICA x EBES Insatisfação pela Vida 34 0,395 0,021*

Page 45: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 7 – Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas e

variáveis sociodemográficas e atividade física, São Paulo, 2015.

Variáveis

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6

M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP

Atividade Física

IMC Sim 28,10 ± 4,95 27,84 ± 4,85 27,81 ± 4,47 27,76 ± 4,62 27,56 ± 4,59 27,52 ± 4,67

Não 27,24 ± 4,22 27,08 ± 4,12 26,98 ± 3,99 27,01 ± 3,74 27,07 ± 3,79 27,07 ± 3,90

Atividade Física

CC Sim 92,93 ± 10,88 91,84 ± 11,05 92,31 ± 10,47 92,75 ± 10,22 92,06 ± 10,82 91,68 ± 11,53

Não 92,40 ± 13,08 91,65 ± 11,32 93,00 ± 12,45 93,15 ± 11,76 93,45 ± 10,43 93,45 ± 11,11

Escolaridade

Ens Fund (C/I) 29,04 ± 4,17 28,92 ± 4,25 28,75 ± 4,19 28,75 ± 4,45 28,87 ± 4,31 28,81 ± 4,38

IMC Ens Med (C/I) 28,49 ± 4,35 28,11 ± 4,19 27,90 ± 4,07 27,84 ± 3,85 27,60 ± 3,81 27,65 ± 3,92

Ens Sup (C/I) 22,29 ± 2,90 22,22 ± 2,26 22,91 ± 0,79 22,94 ± 0,74 22,66 ± 0,77 22,48 ± 0,71

Escolaridade

Ens Fund (C/I) 95,72 ± 10,34 94,54 ± 10,40 95,59 ± 11,22 95,50 ± 11,21 95,50 ± 10,06 95,54 ± 10,48

CC Ens Med (C/I) 93,13 ± 12,77 92,27 ± 11,67 92,77 ± 11,46 93,54 ± 10,59 93,40 ± 10,92 93,13 ± 11,63

Ens Sup (C/I) 83,37 ± 7,43 82,75 ± 6,51 83,75 ± 4,34 84,00 ± 3,46 82, 37 ± 2,81 81,50 ± 3,00

Estado Civil

Casada 29,25 ± 4,92 28,98 ± 4,92 28,74 ± 4,80 28,80 ± 4,89 28,71 ± 4,77 28,70 ± 4,83

IMC Viúva 26,97 ± 4,55 26,77 ± 4,29 27,07 ± 3,58 26,95 ± 3,34 26,89 ± 3,53 26,88 ± 3,65

Solteira 25,70 ± 1,27 25,49 ± 1,54 25,59 ± 1,20 25,59 ± 1,15 25,28 ± 0,98 25,25 ± 1,30

Divorciada 23,83 ± 0,56 23,78 ± 0,24 23,17 ± 0,06 23,04 ± 0,26 22,98 ± 0,88 22,77 ± 0,87

Estado Civil

Casada 95,23 ± 11,66 94,19 ± 11,32 94,26 ± 11,31 94,88 ± 11,02 94,46 ± 11,53 94,00 ± 12,27

CC Viúva 93,44 ± 11,89 92,38 ± 10,78 94.50 ± 11,05 94,51 ± 10,10 93,50 ± 10,22 93,72 ± 11,05

Solteira 80,50 ± 4,94 80,00 ± 4,24 82,00 ± 5,65 82,25 ± 6,01 85,00 ± 0,00 85,50 ± 0,70

Divorciada 85,50 ± 6,36 85,00 ± 7,07 83,50 ± 6,36 83,50 ± 4,94 84,00 ± 0,00 82,50 ± 0,70

Quando comparados o IMC nos seis meses com fator atividade física

pelo teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os

momentos (F=1,220; p=0,296), não houve interação (F=0,527; p=0,540) e não

houve diferença pela atividade física (F=0,151; p=0,701). O mesmo foi

verificado quando comparadas as CC nos seis meses com fator atividade

física: não houve diferença entre os momentos (F=0,709; p=0,488), não houve

interação (F=0,741; p=0,487) e não houve diferença pela atividade física

(F=0,017; p=0,896).

Quando comparados o IMC nos seis meses com fator escolaridade pelo

teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os momentos

(F=0,705; p=0,459), não houve interação (F=1,611; p=0,206) e houve diferença

Page 46: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

pela escolaridade (F=3,918; p=0,034). Já quando comparadas as CC nos seis

meses com fator escolaridade, não houve diferença entre os momentos

(F=0,638; p=0,518), não houve interação (F=0,297; p=0,887) e não houve

diferença pela escolaridade (F=2,186; p=0,135).

Da comparação dos IMC nos seis meses com fator estado civil pelo

teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os momentos

(F=0,453; p=0,779), não houve interação (F=1,280; p=0,283) e não houve

diferença pelo estado civil (F=1,315; p=0,295). Ocorreu resultado semelhante

quando comparadas as CC nos seis meses com fator estado civil, verificando-

se que não houve diferença entre os momentos (F=0,451; p=0,623), não houve

interação (F=0,936; p=0,474) e não houve diferença pelo estado civil (F=1,209;

p=0,330).

Como observado na Tabela 8, a perda de peso foi significativa quando

comparados os dois momentos de análise, podendo-se observar também

diferenças significativas quando se correlaciona IMC com CC, pois ambas as

medidas estão interligadas, portanto, diminuindo o peso consequentemente

diminui-se a circunferência da cintura. Em conformidade com o presente

estudo, pesquisas demonstram que o IMC apresenta boa correlação com a

quantidade de gordura corporal central determinada por medidas como a CC.

Vieira et al (2011) observaram boa correlação (r=0,81) entre circunferência

abdominal e IMC em idosas fisicamente ativas (p<0,01). No estudo realizado

por Pinho et al (2012) foi demonstrado que no grupo de idosos cardiopatas de

ambos os sexos a CC apresentou alta correlação com o IMC (r=0,863;

p=0,001) e no estudo de Previato et al (2014) sobre Associação entre índice de

massa corporal e circunferência da cintura em idosas, com 50 participantes, a

análise de correlação de Pearson verificou que o IMC teve associação positiva

significativa com a medida da CC (r=0,873; p<0,001), a mais semelhante com

os presentes resultados.

Page 47: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 8 – Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós

intervenção. São Paulo, 2015.

Correlação n R+ P

IMC x Idade (pré) 34 -0,125 0,481

IMC x Idade (pós) 26 0,032 0,876

IMC x CC (pré) 34 0,831 0,000*

IMC x CC (pós) 26 0,887 0,000*

+Correlação de Pearson / *Correlação significativa

Quanto à análise da EBES pré e pós-intervenção, pode-se verificar que

não houve diferenças significativas (Tabela 9). Não foi encontrado na literatura

nenhum estudo que relacionasse o bem-estar subjetivo com alimentação,

porém, encontra-se na literatura a percepção dos idosos quanto à qualidade de

vida, segundo o estudo de Paskulin et al (2010) sobre a Percepção de pessoas

idosas sobre a qualidade de vida, tomando-se por base WHOQOL-100 e do

WHOQOL-OLD, os idosos relatam que a alimentação influencia na qualidade

de vida, quando vem associada a ter condições para comprar alimentos, poder

consumir os alimentos saudáveis e, poder comer o que lhes dá prazer.

Tabela 9 – Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós- intervenção. São

Paulo, 2015.

*Teste t de Student pareado

Os dados foram avaliados por grupos separados: quem tinha que perder

e ganhar peso. Os dados apresentados a seguir nas tabelas 11 a 15, são os

das mulheres que precisavam perder peso (N=15). Pode-se observar que

houve correlação significativa quanto ao IMC e a CC tanto pré quanto pós-

Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística

M ± DP M ± DP t* p

EBES Asp. Positivo 3,40 ± 0,80 3,56 ± 0,67 -1,062 0,298

EBES Asp. Negativo 2,02 ± 0,66 1,98 ± 0,75 0,336 0,739

EBES Satisfação pela Vida 3,81 ± 0,65 3,77 ± 0,62 0,357 0,724

EBES Insatisfação pela Vida 2,40 ± 0,60 2,45 ± 0,51 -0,513 0,613

Page 48: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

intervenção nutricional, como visto nos dados do grupo todo. A única

participante que estava no estágio de manutenção pertence a esse grupo de

perda de peso e mantinha-se insatisfeita com a sua vida, como discutido

anteriormente.

Tabela 10 - Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós intervenção.

*Teste t de Student pareado

Tabela 11 - Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas por

meses.

*Anova com medidas repetidas // Médias com letras iguais não diferem entre si.

Tabela 12 - Correlação entre os instrumentos URICA X EBES.

*Correlação significativa

Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística

M ± DP M ± DP t* p

EBES Asp. Positivo 3,23 ± 0,82 3,46 ± 0,60 -1,808 0,092

EBES Asp. Negativo 1,92 ± 0,60 1,83 ± 0,62 0,754 0,463

EBES Satisfação pela Vida 3,77 ± 0,78 3,87 ± 0,65 -0648 0,527

EBES Insatisfação pela Vida 2,40 ± 0,70 2,34 ± 0,51 0,521 0,610

Variável Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Estatística

M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP F* p

Peso 75,98 ± 9,26a 75,25 ± 9,06ab 74,65 ± 9,01b 74,48 ± 9,53ab 74,33 ± 9,05ab 74,45 ± 9,49ab 0,332 0,000

IMC 30,69 ± 3,21c 30,42 ± 3,25c 30,18 ± 3,22c 30,08 ± 3,44c 30,06 ± 3,34c 30,08 ± 3,39C 0,306 0,000

CC 99,03 ± 9,16d 97,63 ± 9,06d 98,63 ± 9,35d 98,77 ± 8,67d 98,13 ± 9,62d 98,30 ± 10,37d 0,340 0,000

Correlação n r P

URICA x EBES Asp. Positivo 20 0,061 0,797

URICA x EBES Asp. Negativo 20 0,441 0,052

URICA x EBES Satisfação pela Vida 20 -0,364 0,115

URICA x EBES Insatisfação pela Vida 20 0,468 0,037*

Page 49: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 13 - Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós

intervenção.

Correlação n R+ P

IMC x Idade (pré) 20 -0,252 0,283

IMC x Idade (pós) 15 -0,031 0,913

IMX x CC (pré) 20 0,618 0,004*

IMC x CC (pós) 15 0,797 0,000*

+Correlação de Pearson

*Correlação significativa

Os dados a seguir são os das mulheres que precisavam ganhar peso,

(N=3), apresentados nas tabelas 16 a 19. Pode-se observar que houve

correlação significativa quanto ao IMC e a CC tanto pré quanto pós-intervenção

nutricional, como visto nos dados do grupo todo e discutido anteriormente.

Verifica-se correlação com IMC e a Idade, porém como o número de

participantes é muito pequeno, são necessários mais estudos para confirmar

ou não essa correlação com a idade.

Tabela 14 - Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós-intervenção.

*Teste t de Student pareado

Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística

M ± DP M ± DP t* p

EBES Asp. Positivo 3,85 ± 0,26 3,10 ± 1,29 0,833 0,493

EBES Asp. Negativo 2,58 ± 1,27 3,54 ± 0,21 -1,417 0,292

EBES Satisfação pela Vida 3,79 ± 0,40 3,00 ± 0,21 2,619 0,120

EBES Insatisfação pela Vida 2,88 ± 0,63 3,33 ± 0,00 -1,224 0,346

Page 50: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Tabela 15 - Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas por

meses.

*Anova com medidas repetidas Médias com letras iguais não diferem entre si.

Tabela 16 - Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós-

intervenção.

Correlação n R+ P

IMC x Idade (pré) 3 0,317 0,795

IMC x Idade (pós) 3 1,000 0,000*

IMX x CC (pré) 3 0,827 0,380*

IMC x CC (pós) 3 1,000 0,000*

+Correlação de Pearson

*Correlação significativa

Quanto à qualidade da alimentação pré e pós-intervenção nutricional

(Gráfico 1), feita a partir da análise de porções diárias dos grupos da Pirâmide

Alimentar Brasileira, pode-se verificar que, em relação ao consumo pré-

intervenção, houve aumento no consumo de verduras e legumes e diminuição

do consumo de óleos e gorduras e açúcares e doces diários. Tal resultado

significa que houve uma melhora na qualidade da alimentação após

intervenção nutricional.

Teixeira et al (2013) realizaram uma pesquisa com 52 mulheres com

duração de intervenção de dois meses, em que houve mudanças significativas,

como a redução do consumo de gorduras e o aumento do consumo de frutas,

verduras e legumes. Os resultados evidenciaram que o processo de

intervenção nutricional efetivo apresentou resultados desejados na mudança de

hábitos alimentares e na redução de peso. Também Felippe et al (2011)

fizeram uma pesquisa durante 18 meses com 15 pessoas divididas em dois

grupos, com o objetivo de avaliar a qualidade alimentar dos grupos que

Variável Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Estatística

M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP F* p

Peso 52,80 ± 1,53ab 53,66 ± 1,27ab 53,13 ± 1,70ab 53,86 ± 2,28ab 54,03 ± 3,43a 53,63 ± 3,17b 0,221 0,000

IMC 19,79 ± 1,951c 20,12 ± 1,87c 21,27 ± 1,72c 21,55 ± 1,53c 21,58 ± 1,11c 21,43 ± 1,18C 0,220 0,000

CC 75,16 ± 4,53d 76,33 ± 4,53d 77,83 ± 3,75d 78,66 ± 4,04d 78,83 ± 2,02d 78,00 ± 1,73d 0,319 0,000

Page 51: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

passaram ou não por um processo de reeducação alimentar. Os autores

verificaram a melhor dieta naqueles que passaram pela intervenção, com

resultados positivos para o consumo de diversos grupos alimentares, entre eles

frutas e verduras, laticínios, óleos e doces, dados esses confirmados pelo

presente estudo, ou seja, que a intervenção nutricional leva à melhor qualidade

da dieta.

Rossi et al (2012) realizaram uma análise sobre a produção, o uso e a

repercussão social de materiais de educação em saúde dentro do programa

Educação, saúde e análise de prevalência de enteroparasitoses intestinais em

escolares da rede municipal de São João Del-Rei, Minas Gerais, com crianças

de 7 a 11 anos. O estudo destaca o emprego de materiais didáticos que

utilizaram principalmente figuras como atrativos, o que pôde repercutir na maior

interação dos participantes. Os autores sugerem que o material deve ser capaz

de incentivar a reflexão, auxiliar na construção e fixação do conhecimento e

servir ainda como fonte de informações.

Os materiais desta pesquisa, (Apêndices 4 e 5) para intervenção

nutricional foram didáticos e ilustrativos, ricos em informações para

conscientização do público alvo, sendo satisfatórios para a melhora na

qualidade da alimentação. A intervenção nutricional buscou a diversidade

alimentar, o respeito à cultura, à religião e diferentes hábitos que giravam em

torno da alimentação cotidiana, levando em consideração todas as dimensões

que envolvem o ato de comer, auxiliando na alteração gradativa dos hábitos

alimentares das participantes.

Page 52: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Gráfico 1 – Qualidade Alimentar pré e pós-intervenção nutricional. São

Paulo, 2015.

Legenda:

1- Grupo 1: Pães, massas, cereais e tubérculos

2- Grupo 2: Verduras e Legumes

3- Grupo 3: Frutas

4- Grupo 4: Leite e derivados

5- Grupo 5: Carne, peixe, ovos e embutidos

6- Grupo 6: Leguminosas

7- Grupo 7: Óleos e gorduras

8- Grupo 8: Açúcares e doces

5. Considerações Finais

O objetivo principal desse estudo foi avaliar o comportamento alimentar

pré e pós-intervenção nutricional em um grupo de idosas. Com a intervenção

de seis meses foi verificada melhora na qualidade da alimentação quanto ao

consumo de verduras e legumes e redução da ingestão de alimentos ricos em

gorduras e açúcares diários e houve diminuição significativa em relação peso e

CC na maioria das participantes que precisavam perder peso, alcançando

assim resultados eficazes e positivos quanto a proposta desse estudo, a qual

tinha como prioridade melhorar a qualidade alimentar e consequentemente

melhorar o diagnóstico nutricional das participantes.

Page 53: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Outro objetivo estabelecido foi a avaliação do bem-estar subjetivo tanto

antes quanto depois do período de intervenção nutricional. Foi feita a análise

pré e pós-intervenção e pode-se observar que os aspectos positivos e a

satisfação pela vida se mantiveram com valores altos, não podendo assim

determinar se a alimentação realmente influencia ou não no bem-estar

subjetivo.

Para a intervenção nutricional, foram elaboradas estratégias para

mudanças de comportamento como impressos que abordavam os seguintes

temas: “Quais as consequências para a minha saúde?”, que apontavam os

malefícios para a saúde das doenças associadas ou não ao sobrepeso e

obesidade e “Mudanças que posso fazer para melhorar minha saúde e meu

hábito alimentar”, que forneciam dicas individualizadas sobre a alimentação

saudável e os “Calendários Alimentares” que tinham como objetivo criar nas

participantes responsabilidades de anotar tudo que comiam ou não no seu dia

a dia, levando-as a terem maior conscientização de sua alimentação. Além

disso, foi feita a entrega de materiais educativos para maior informação

nutricional e adesão ao tratamento proposto, como Manual sobre Diabetes

Mellitus, Manual do Peso Saudável, Leques de Corações (que abordaram

alimentação para saúde do coração), Dicas de Safra dos Alimentos e Receitas

Saudáveis.

Nesse estudo foi proposto avaliação dos estágios de comportamento

alimentar pré e pós intervenção nutricional. Para realizar essa análise foi

aplicada a URICA, porém, quando as participantes foram reavaliadas

precisaram responder novamente esse instrumento. No entanto, verificou-se

que a URICA não foi um bom instrumento para identificação de mudanças de

comportamento, pois a participante já estava certa que havia aprendido e

mudado de comportamento alimentar durante os seis meses de

acompanhamento nutricional e, quando respondeu o instrumento na avaliação

final, negou qualquer tipo de inadequação no seu hábito alimentar, resultando,

assim, estágios iniciais de mudança pela URICA, o que teoricamente prediz

que a participante ainda precisaria mudar seu hábito alimentar, quando a

participante já havia mudado o comportamento e deveria avançar os estágios

de mudança de comportamento. Por esse motivo, não foi feita a análise pós-

Page 54: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

intervenção nutricional, pois, se fosse feita, haveria resultados irreais. Também

não foi feita a correlação dos estágios de comportamento alimentar e bem-

estar subjetivo, uma vez que não foi possível obter os estágios de

comportamento alimentar reais das participantes.

Estudos posteriores serão importantes para indicar se a alimentação é

um dos fatores essenciais para o bem-estar subjetivo das pessoas. Ter uma

amostra grande e um tempo maior de estudo, por exemplo, um ou dois anos de

intervenção nutricional será importante para avaliar as respostas às

intervenções nutricionais e para verificar se as pessoas permanecerão ou não

nessa mudança alimentar. Elaboração de mais estratégias nutricionais para

mudança de comportamento, incluindo médicos, psicólogos e educadores

físicos para resultados ainda mais eficazes e com um período de resposta

prolongado, objetivando qualidade de vida. Outros estudos podem ser feitos

com diferentes instrumentos para verificação dos estágios de comportamento

alimentar pré e pós-intervenção nutricional e conferir mudanças reais de

estágios de comportamento alimentar.

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Anexo 1 – URICA

URICA (University Rohde Island Change Assessment) para mudança de hábitos alimentares

Por favor, leia cuidadosamente as frases abaixo. Cada afirmação descreve a maneira como você pode pensar (ou não

pensar) o seu comportamento com relação ao seu hábito de comer. Favor indicar o grau que você concorda ou discorda de cada

afirmação. Em cada questão, faça sua escolha pensando em como você se sente agora, não como você se sentia no passado

nem como gostaria de sentir.

Existem CINCO possíveis respostas para cada um dos itens do questionário: Discordo muito, Discordo, Indeciso, Concordo

e Concordo plenamente. Circule o número que melhor descreve o quanto você concorda ou discorda de cada afirmação.

Existem CINCO possíveis respostas

Discordo muito

Discordo Indeciso Concordo Concordo

Plenamente

1.Eu não tenho nenhum problema com relação a meu hábito de comer que precise ser mudado.

1 2 3 4 5

2 Acho que vale a pena trabalhar no meu problema com relação ao hábito de comer.

1 2 3 4 5

3. Eu não estou com problemas com

relação ao meu hábito de comer. 1 2 3 4 5

4. Eu estou fazendo algum esforço

para melhorar meu problema com o hábito de comer.

1 2 3 4 5

5. Eu estive pensando que eu devia mudar algo com relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

6. Eu espero poder entender melhor

meu problema com relação com ao hábito de comer.

1 2 3 4 5

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7. Eu talvez tenha alguns problemas

com relação ao meu hábito de comer, mas não há nada em que eu realmente precise mudar.

1 2 3 4 5

8. Eu realmente estou trabalhando duro para mudar meu problema com o meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

9. Eu tenho um problema com o

hábito de comer e eu realmente penso que eu deveria trabalhar nele.

1 2 3 4 5

10. Eu preciso fazer algo para evitar uma recaída em relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

11. Eu estou trabalhando na

mudança do meu comportamento com relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

12. Eu pensei que estava livre do

meu problema com meu hábito de comer, mas não estou.

1 2 3 4 5

13. Eu gostaria ter mais idéias de como solucionar o meu problema com o hábito de comer.

1 2 3 4 5

14. Eu comecei a trabalhar no meu

problema em relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

15. Eu espero que eu encontre mais razões para mudar meu comportamento com relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

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16. Eu preciso de ajuda para manter

as mudanças que consegui com relação ao hábito de comer.

1 2 3 4 5

17. Talvez eu tenha problemas com

o meu hábito de comer, mas não creio nisso.

1 2 3 4 5

18.Eu realmente estou fazendo algo com relação ao meu hábito de comer.

1 2 3 4 5

19. As vezes, eu preciso me

esforçar para prevenir uma recaída no meu problema com o hábito de comer.

1 2 3 4 5

20. Estou frustrado porque pensei

ter resolvido meu problema com o hábito de comer, mas não resolvi.

1 2 3 4 5

21. Eu tenho alguns problemas com o hábito de comer, mas para que perder tempo com isso?

1 2 3 4 5

22. Eu estou trabalhando ativamente

no meu problema com o hábito de comer.

1 2 3 4 5

23. Eu preferiria mudar qualquer coisa, mas não vale a pena mudar meu comportamento com relação ao hábito de comer.

1 2 3 4 5

24. Eu fico preocupado em não conseguir manter minha mudança com relação ao hábito de comer.

1 2 3 4 5

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Anexo 2 – EBES

Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES)

Subescala 1

Gostaria de saber como você tem se sentido ultimamente. Esta escala

consiste de algumas palavras que descrevem diferentes sentimentos e

emoções. Não há respostas certas ou erradas. O importante é que você seja o

mais sincero possível. Leia cada item e depois escreva o número que expressa

sua resposta no espaço ao lado da palavra, de acordo com a seguinte escala.

1 - Nem um pouco

2 - Um pouco

3 - Moderadamente

4 - Bastante

5 - Extremamente

Ultimamente tenho me sentido:

1) aflito 17) transtornado 33) abatido

2) alarmado 18) animado 34) amedrontado

3) amável 19) determinado 35) aborrecido

4) ativo 20) chateado 36) agressivo

5) angustiado 21) decidido 37) estimulado

6) agradável 22) seguro 38) incomodado

7) alegre 23) assustado 39) bem

8) apreensivo 24) dinâmico 40) nervoso

9) preocupado 25) engajado 41) empolgado

10) disposto 26) produtivo 42) vigoroso

11) contente 27) impaciente 43) inspirado

12) irritado 28) receoso 44) tenso

13) deprimido 29) entusiasmado 45) triste

14) interessado 30) desanimado 46) agitado

15) entediado 31) ansioso 47) envergonhado

16) atento 32) indeciso

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Subescala 2

Agora você encontrará algumas frases que podem identificar opiniões

que você tem sobre a sua própria vida. Por favor, para cada afirmação, marque

com um X o número que expressa o mais fielmente possível sua opinião sobre

sua vida atual.

Não existe resposta certa ou errada, o que importa é a sua sinceridade.

1 - Discordo Plenamente

2 - Discordo

3 - Não sei

4 -Concordo

5 -Concordo Plenamente

48. Estou satisfeito com minha vida ................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

49. Tenho aproveitado as oportunidades da vida ........... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

50. Avalio minha vida de forma positiva ........................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

51. Sob quase todos os aspectos minha vida está longe do meu ideal de

vida.................................................................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

52. Mudaria meu passado se eu pudesse ....................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

53.Tenho conseguido tudo o que esperava da vida ........ |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

54. A minha vida está de acordo com o que desejo para

mim.................................................................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

55. Gosto da minha vida .................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

56. Minha vida está ruim .................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

57. Estou insatisfeito com minha vida ............................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

58. Minha vida poderia estar melhor ............................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

59. Tenho mais momentos de tristeza do que de alegria na minha

vida.................................................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

60. Minha vida é “sem graça” ......................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

61. Minhas condições de vida são muito boas ............... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

62. Considero-me uma pessoa feliz ................................ |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|

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Apêndice 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESCLARECIMENTOS AO PARTICIPANTE

Eu, Sabrina Caldas, nutricionista, mestranda em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu – USJT, sob orientação da

Professora Doutora Ana Lúcia Gatti, psicóloga, estou pesquisando o tema:

“Comportamento alimentar em mulheres maduras: Modelo Transteórico e Bem

Estar Subjetivo”, com o objetivo de estudar a mudança na alimentação e a

satisfação pessoal.

A sua participação consistirá em responder algumas perguntas quanto a

características pessoais, aos seus hábitos alimentares e à avaliação que faz de

sua vida. Também serão tomadas algumas medidas como peso, altura e

circunferência da cintura. Receberá um acompanhamento nutricional de, no

mínimo, seis meses, realizado na Clínica de Nutrição da Universidade São

Judas Tadeu ou na Invest In Your Body Academia de Ginástica Ltda.

A qualquer momento, caso ocorram dúvidas, a Senhora poderá solicitar

esclarecimentos à pesquisadora.

Informo que manterei o anonimato das informações obtidas, que estas

ficarão sob a guarda da pesquisadora responsável por cinco anos e que a sua

identidade não será revelada, ainda que os resultados gerais do estudo

possam ser apresentados em eventos científicos e publicação em revistas

especializadas.

A qualquer momento, a senhora poderá desistir da participação, se assim

o desejar, sem qualquer penalidade e/ou prejuízo.

O risco que envolve sua participação pode ser considerado mínimo e,

caso haja necessidade, em função de algum desconforto ou constrangimento

que a pesquisa venha a ocasionar, fica à disposição o Centro de Psicologia

Aplicada da Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento

psicológico, sem qualquer ônus. Como beneficio lhe será oferecido o

atendimento, a possibilidade de conhecer seus resultados e haver contribuído

para o aprimoramento do conhecimento.

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Ao assinar o presente termo, a senhora declara que sua participação é

totalmente voluntária e, portanto, não irá receber qualquer incentivo e/ou

remuneração.

A senhora poderá entrar em contato comigo através do meu telefone

residencial: (011) 2402-2762, ou pelo endereço eletrônico:

[email protected], ou com minha orientadora através do telefone (011)

2578-8697 ou pelo endereço eletrônico [email protected], ou ainda manter

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da universidade, telefone (011)

2799-1944, endereço: Rua Taquari, 546 Mooca, endereço eletrônico:

[email protected] para esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir em

relação a este estudo.

Assim, ao fornecer seus dados e assinar e rubricar ambas as vias,

entende-se que há concordância com os termos aqui apresentados, mas que

pode, também, a qualquer momento, retirar sua participação.

Eu,____________________________________________________________

R.G.____________, declaro estar ciente quanto à pesquisa a ser conduzida e

dou meu consentimento livre e esclarecido, firmando abaixo, em duas vias de

igual teor, para que uma permaneça em meu poder e outra em poder do

pesquisador.

________________________

(Assinatura da participante)

São Paulo, _____ de _______________ de ________.

___________________________ ___________________________

Profa. Dra. Ana Lucia Gatti Sabrina Caldas

Orientadora Pesquisadora

E-mail: [email protected] E-mail: [email protected]

Telefone: 2578-8697 Telefone: 2402-2762

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Apêndice 2 – Anamnese Nutricional

Anamnese Nutricional

Dados pessoais e familiares:

Nome: _________________________________________________________

Sexo: ( ) F ( ) M Data de Nascimento: ________________ Idade:_______

Estado civil: _____________________________________________________

Endereço: _______________________________________________________

CEP:______________ Cidade: ____________________ Estado: ___________

Telefone: _________________________ Celular: ____________________

Email:__________________________________________________________

Etnia/Religião: ___________________ Naturalidade: ____________________

Composição familiar:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Outras informações necessárias:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Dados profissionais:

Grau de instrução: ________________________________________________

Profissão: __________________Horário de trabalho: ____________________

Descrição das principais atividades:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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Renda familiar mensal:_____________________________________________

Dados clínicos:

HMA e/ou motivo da consulta:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Antecedentes pessoais (Doenças crônicas e infecciosas) e internações

hospitalares:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Antecedentes familiares (DCV, DM, câncer, outras):

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Medicação (descrição, quantidade, horário):

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 73: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Condições gerais de saúde atual:

Dentição e/ou prótese: _____________________________________________

Mastigação e deglutição: ___________________________________________

Alterações digestórias (náuseas, vômitos, azia, dores):

_______________________________________________________________

Hábito intestinal (frequência, consistência, esforço, laxante):

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Tabagismo (tempo, frequência, quantidade):____________________________

Etilismo (tempo, frequência, quantidade):______________________________

História do Peso Corporal

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Atividade física

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 74: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Dados gerais sobre a alimentação

Como está o apetite (normal, reduzido, aumentado): _____________________

Quais as refeições/dia e local? ______________________________________

Em casa, quem prepara as refeições? ________________________________

Tem alergias ou intolerâncias alimentares? ____________________________

Quais as restrições alimentares?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quais as preferências alimentares?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quais os condimentos utilizados para preparo das refeições?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Qual o consumo de água/dia?_______________________________________

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Apêndice 3 - Estratégias de intervenção nutricional

Em todos os estágios de comportamento alimentar, os indivíduos vão ao

atendimento e são aplicados a Anamnese Nutricional, Questionário URICA e

Escala de Bem estar subjetivo, aplicado Recordatório 24 horas e aferidas

medidas antropométricas. Após 15 dias, paciente recebe orientações

individualizadas, conforme sua necessidade e estágio de comportamento

alimentar.

Posteriormente, mensalmente, paciente retorna, conversa-se sobre as

maiores dificuldades em seguir orientações passadas na última consulta, é

aplicado Recordatório 24 horas para avaliar alimentação, são aferidas medidas

antropométricas e são fornecidas orientações conforme estágio de

comportamento alimentar (descrito a seguir) e por fim é entregue um Manual

sobre Diabetes Mellitus, um Manual sobre Peso Saudável, Leque de Corações

que abordam alimentos que fazem bem para o coração, Dica de Safra de

alimentos e lista de receitas saudáveis, para incentivo e informação da

paciente.

Pré-contemplação

Após 15 dias, paciente retorna e recebe orientações individualizadas,

sendo, explicação das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas

nutricionais individualizadas e orientações nutricionais básicas de uma

alimentação saudável associado a cada patologia.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, é feito um Resumo alimentar (modelo de Cardápio que a paciente

deve seguir, só alimentos, inicialmente sem porções).

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, é entregue Calendário alimentar e é feito um novo Resumo

alimentar com porções.

Page 76: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é

entregue um novo Calendário Alimentar com porções.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é

entregue um novo Calendário Alimentar com porções.

No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os

questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar

subjetivo).

Contemplação

Após 15 dias, paciente retorna e recebe orientações individualizadas,

sendo, explicação das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas

nutricionais individualizadas e orientações nutricionais básicas de uma

alimentação saudável associado a cada patologia.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, é feito um Resumo alimentar com porções.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, é entregue o Calendário alimentar com porções.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é

entregue um novo Calendário Alimentar com porções.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é

entregue um novo Calendário Alimentar com porções mais rígidas.

No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os

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questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar

subjetivo).

Manutenção

Após 15 dias, recebe orientações individualizadas, sendo, explicação

das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas nutricionais

individualizadas e dieta individualizada e lista de substituição.

Após um mês, conversa-se sobre as maiores dificuldades em seguir

orientações passadas na última consulta, aplica-se Recordatório 24 horas para

avaliar alimentação, são aferidas medidas antropométricas.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, é entregue o Calendário Alimentar com porções (referentes a dieta).

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras.

Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes. É entregue novo Calendário alimentar com porções (referentes a

dieta).

No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os

pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os

questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar

subjetivo).

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Apêndice 4 – Materiais distribuídos às participantes.

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Apêndice 5 - Exemplos de Estratégias Nutricionais

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Apêndice 6 – Recordatório 24h individual Pré e Pós intervenção

nutricional.

R.B.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com açúcar Chá com adoçante

Pão francês com margarina Pão de forma integral com margarina

Fruta

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Bolo Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Legume e Verdura Legume e Verdura

Suco industrializado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Pão francês com margarina Fruta

Chá

Jantar Jantar

Frutas Mingau de Maisena

Lanche da Noite Lanche da Noite

Leite Chá com adoçante

Pão de forma integral com margarina

Page 90: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

L.M.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com açúcar Leite com café com açúcar

Pão francês com margarina Pão de forma integral com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Verdura Legume

Gelatina Frango assado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Chocolate Fruta

Jantar Jantar

Frango assado

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 91: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

A.C.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Café com adoçante

Pão francês com requeijão Biscoito água e sal com requeijão

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Verdura Legume e Verdura

Carne cozida Frango cozido

Fruta Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Bolo

Suco natural com açúcar

Jantar Jantar

Sopa de legumes Sopa de legumes com frango

Fruta Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 92: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

F.A.C.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com requeijão Pão de forma integral com queijo branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta com aveia

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Legume e Verdura Legume e Verdura

Carne de soja Queijo coalho

Massa Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Jantar Jantar

Arroz e feijão

Legume e Verdura

Queijo coalho

Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 93: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

E.A.E.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Torrada Torrada integral

Queijo Branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Bolo Fruta

Almoço Almoço

Pastel Arroz e feijão

Caldo de Cana Legume e Verdura

Chocolate Carne cozida

Fruta

Refrigerante

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Torrada Torrada integral

Queijo Branco

Jantar Jantar

Pão francês com patê Arroz e feijão

Legume e Verdura

Carne cozida

Fruta

Chocolate Refrigerante

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 94: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

G.P.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Suco de fruta natural Suco de fruta natural

Fruta com fibras Pão francês com margarina

Café puro com açúcar Fruta seca

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Suco de fruta natural Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e lentilha

Legume e Verdura Legume e Verdura

Fruta Linguiça assada

Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Café puro com açúcar

Bolo recheado

Jantar Jantar

Arroz e Feijão Arroz e feijão

Legume Legume e Verdura

Fruta Ovo cozido

Doce

Lanche da Noite Lanche da Noite

Iogurte natural

Page 95: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

I.A.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Pão francês com margarina Pão francês com requeijão

Café puro com açúcar Café puro com açúcar

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e lentilha

Legume e Verdura Verdura

Frango frito Carne moída

Biscoito cream craker

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Fruta

Jantar Jantar

Arroz e Feijão Sopa de Legumes

Legume Torrada

Bife frito

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 96: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

S.F.S.P.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Pão integral com requeijão Suco de fruta natural

Café com adoçante Pão francês com queijo branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Iogurte tradicional

Almoço Almoço

Salgadinhos fritos Legume e Verdura

Frango frito Carne assada

Carne assada Fruta

Salada

Doce e bolo

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Café puro com açúcar

Bolo recheado

Jantar Jantar

Sopa de legumes com carne Arroz e feijão

Legume e Verdura

Ovo cozido

Lanche da Noite Lanche da Noite

Iogurte natural

Page 97: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

R.R.C.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Café puro com adoçante Leite com café

Queijo branco

Fruta

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Vinho

Almoço Almoço

Arroz e feijão Macarrão ao sugo

Legume e Verdura Verdura

Carne cozida Torta de frango com legume

Café puro com adoçante Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Café puro com açúcar

Bolo recheado

Jantar Jantar

Arroz e feijão Pão

Legume Verdura

Carne cozida Caqui

Chocolate Queijo Branco

Lanche da Noite Lanche da Noite

Bolo e doce

Page 98: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

E.M.F.D

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com requeijão Pão de forma com requeijão

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Legume e Verdura

Legume Frango cozido

Suco industrializado Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Biscoito doce sem recheio Biscoito

Iogurte light

Jantar Jantar

Leite com café com adoçante Sopa de legumes

Pão com requeijão

Lanche da Noite Lanche da Noite

Chocolate

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E.F.N.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com adoçante Leite com café

Pão integral com margarina Suco de fruta natural

Fruta Pão francês com queijo branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz

Legume e Verdura Legume e Verdura

Frango cozido Carne moída

Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Fruta Iogurte desnatado com fibra

Chá de camomila

Jantar Jantar

Arroz Sopa de legumes

Verdura Fruta

Frango grelhado

Lanche da Noite Lanche da Noite

Leite desnatado

Page 100: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

A.F.P.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Biscoito água e sal Biscoito água e sal

Queijo Branco Queijo Branco

Fruta Fruta

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e lentilha

Legume e Verdura Legume e Verdura

Frango e carne cozido Doce

Leite com café com adoçante

Doce

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante Leite

Jantar Jantar

Leite com café com adoçante Legume

Pão integral com queijo branco Queijo branco

Frios Leite com café com adoçante

Doce

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 101: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

C.M.D.M.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com margarina Pão francês com margarina

Queijo Branco Queijo Branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz Arroz e lentilha

Batata frita Carne moída

Hamburguer

Pão francês

Suco industrializado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Fruta

Jantar Jantar

Leite com aveia Leite com café com adoçante

Torrada

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 102: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

T.C.F.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com margarina Pão francês com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta com fibra Fruta

Pão caseiro

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Legume Frango cozido

Fruta Legume e verdura

Leite com café com adoçante Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante

Biscoito água e sal

Jantar Jantar

Arroz e feijão Sopa de feijão com legumes

Verdura

Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 103: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

M.S.F.I.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Fruta com fibra

Pão francês com requeijão Café puro com adoçante

Fruta com fibra Pão com queijo branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Legume Carne moída

Fruta Legume e verdura

Carne moída Fruta

Doce

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão de queijo Pão francês com queijo branco

Jantar Jantar

Pão francês Pão

Verdura Verdura

Fruta Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 104: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

M.L.C.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Torrada com margarina Pão de leite com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Suco de fruta natural

Almoço Almoço

Arroz e lentilha Arroz

Legume e verdura Peixe grelhado

Carne cozida Legume e verdura

Suco industrializado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com achocolatado Leite com café com adoçante

Pão integral com frios Bolo simples

Jantar Jantar

Arroz e lentilha Arroz e feijão

Frango cozido Peixe grelhado

Verdura Legume

Refrigerante

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 105: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

V.S.C.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão integral com queijo branco Pão integral com queijo branco

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Almoço Almoço

Arroz e feijão Macarrão ao sugo

Legume e Verdura Feijão

Fruta com fibra Legume

Frango grelhado Frango grelhado

Suco de fruta natural

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão integral com queijo branco Pão integral com queijo branco

Jantar Jantar

Arroz e feijão Arroz e feijão

Legume e Verdura Legume

Fruta com fibra Frango grelhado

Frango grelhado Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Fruta seca

Page 106: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

S.T.C.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão integral com queijo Pão integral com margarina

Fruta Fruta

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz Arroz e feijão

Legume e Verdura Verdura

Suco de fruta natural Frango e carne cozido

Frango cozido

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão integral com margarina Biscoito folhado

Jantar Jantar

Pão integral Sopa de legumes com frango

Frango grelhado Fruta

Suco de fruta natural

Lanche da Noite Lanche da Noite

Page 107: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

V.L.L.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Chá

Pão integral com margarina Pão francês com margarina

Iogurte light com fibra

Fruta

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Suco de fruta natural

Almoço Almoço

Peixe cozido Arroz e feijão

Verdura Verdura

Suco industrializado Frango cozida

Fruta Farofa

Fruta

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Chá

Biscoito doce sem recheio

Jantar Jantar

Arroz e feijão Arroz

Peixe cozido Omelete

Verdura Doce

Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Leite com café com adoçante Chá

Biscoito integral com requeijão

Page 108: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

I.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante

Pão integral com margarina Pão francês com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz

Panqueca de carne Frango cozido

Pastel Panqueca de carne

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Chá Barra de cereal

Biscoito água e sal

Jantar Jantar

Pastel Sopa de legumes com carne

Torrada

Lanche da Noite Lanche da Noite

Chá

Biscoito integral

Page 109: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

N.A.M.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante

Pão integral com cream cheese Pão de milho com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante

Pão integral com margarina Queijo Branco

Almoço Almoço

Sopa de legumes com frango Macarrão à bolonhesa

Fruta Carne assada

Bolo recheado

Refrigerante

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Leite com achocolatado Leite com café com adoçante

Queijo Branco Pão de milho com margarina

Jantar Jantar

Sopa de legumes Arroz e feijão

Bolo com recheio Polenta

Iogurte Frango cozido

Verdura

Doce

Lanche da Noite Lanche da Noite

Leite com café com açúcar

Pão francês com margarina

Page 110: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

I.I.A.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com margarina Pão francês com margarina

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta

Almoço Almoço

Frutos do mar Arroz e feijão

Verdura Carne cozida

Risoto Verdura

Suco de fruta natural

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Chá

Biscoito cream craker

Jantar Jantar

Fruta Arroz e feijão

Carne cozida

Verdura

Lanche da Noite Lanche da Noite

Fruta

Page 111: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

M.H.S.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com fruta Leite com achocolatado

Café puro com adoçante Torrada com requeijão

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Almôndega Arroz

Verdura Legume e verdura

Fruta Fruta

Arroz

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Barra de cereal

Leite com achocolatado

Café puro com adoçante

Jantar Jantar

Arroz Sopa de legumes

Carne assada

Lanche da Noite Lanche da Noite

Suco de fruta natural

Page 112: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

N.M.F.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com requeijão Pão francês com requeijão

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz Arroz e feijão

Carne cozida Frango frito

Suco industrializado Verdura

Fruta Suco industrializado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Salgadinho Barra de cereal

Jantar Jantar

Pizza Arroz

Pão de metro Peixe cozido

Iogurte com fruta

Suco industrializado

Lanche da Noite Lanche da Noite

Leite

Page 113: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

A.S.L.M.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com adoçante Leite com café com adoçante

Pão integral com margarina Pão integral com requeijão

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz e feijão Arroz e feijão

Carne assada Ovo frito

Verdura Verdura

Suco industrializado

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Fruta Leite com café com adoçante

Pão integral com requeijão

Fruta

Jantar Jantar

Leite com café com adoçante Sopa de legumes

Pão integral com margarina Fruta

Lanche da Noite Lanche da Noite

Iogurte com fruta e fibras

Page 114: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

I.M.E.C.

Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h

Café da Manhã Café da Manhã

Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante

Pão francês com frango cozido Pão francês com queijo

Lanche da Manhã Lanche da Manhã

Fruta Fruta

Almoço Almoço

Arroz Macarrão instantâneo

Peixe cozido Pão com patê

Legumes e Verduras Suco industrializado

Fruta Café puro com adoçante

Lanche da Tarde Lanche da Tarde

Café com adoçantes

Bolo simples

Jantar Jantar

Arroz Esfiha de carne

Peixe cozido Kibe

Legumes

Lanche da Noite Lanche da Noite

Pão francês com azeite Leite

Fruta Fruta

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Apêndice 7 – Quadro geral das participantes.

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Apêndice 7 – Continuação do Quadro Geral das Participantes.

Page 117: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU MESTRADO CIÊNCIAS DO ... · Anexo 1 – URICA Anexo 2 – EBES ... Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São

Apêndice 7 – Continuação do Quadro Geral das Participantes.