universidade regional integrada do alto uruguai e …paginas.urisantiago.br/userfiles/trabalho...

80
UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES URI CAMPUS DE SANTIAGO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Marta Catarina Cogo Lima CONTROLES INTERNOS FINANCEIROS NA ÁREA DE PRODUÇÃO APÍCOLA: UM ESTUDO DE CASO. Santiago, RS 2016

Upload: ngoquynh

Post on 08-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

0

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES – URI CAMPUS DE SANTIAGO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Marta Catarina Cogo Lima

CONTROLES INTERNOS FINANCEIROS NA ÁREA DE PRODUÇÃO APÍCOLA:

UM ESTUDO DE CASO.

Santiago, RS 2016

Page 2: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

1

Marta Catarina Cogo Lima

CONTROLES INTERNOS FINANCEIROS NA ÁREA DE PRODUÇÃO APÍCOLA: UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Administração, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI Santiago, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Msc. Augusto José Pinto Souto (URI)

Santiago, RS 2016

Page 3: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

2

Marta Catarina Cogo Lima

CONTROLES INTERNOS FINANCEIROS NA ÁREA DE PRODUÇÃO APÍCOLA:

UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Administração, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI Santiago, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Aprovado em 04 de julho de 2016

__________________________________________ Prof. Msc. Augusto José Pinto Souto (URI)

(Presidente/Orientador)

__________________________________________ Prof. Adm. Esp. Henrique Moreira Früh Machado (URI)

____________________________________________ Prof. Marcos Vinicius Machado (URI)

Santiago, RS 2016

Page 4: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas que

estiveram sempre junto comigo nesta

caminhada: Família simplesmente minha

vida, sem a qual, tudo isso não seria

possível.

Page 5: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

4

AGRADECIMENTOS

A DEUS, mentor da minha vida, que me deu sabedoria, que me mostrou o caminho

a seguir, por ter me concedido força e entusiasmo durante esta fase da minha vida

para continuar a caminhada e conquistar meus objetivos.

Ao Professor Augusto José Pinto Souto pelo incentivo e apoio e orientação, os quais

foram fundamentais para que este trabalho se concretizasse. Foi um privilégio e uma

honra ter sido aluna de um grande e respeitável profissional.

Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos de vida, honestidade e

trabalho, presentes em todos os momentos da minha vida, incentivando-me a não

desistir dos meus sonhos e a lutar por meus objetivos.

Aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos pelo carinho e apoio.

Ao meu Marido, José de Melo Lima, pelo apoio, compreensão, incentivo e paciência

durante os momentos que tivemos de abdicar para tornar possível a concretização

deste trabalho.

Ao meu filho José Olívio exemplo de coragem e determinação, que mesmo distante

me deu inspiração e incentivo para continuar, quando tive vontade de desistir, em

suas palavras "Mãe tu, que sempre me disse começou alguma tarefa, jamais deixe

pela metade, vá em frente, vai ter dificuldades, sim, levante a cabeça e supere-as.

Cadê a minha vencedora".

Ao corpo docente e discente da universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e

das Missões – Uri Campus de Santiago: Departamento de Ciências Sociais e

Aplicadas - Curso de administração pelas reflexões, críticas e sugestões recebidas.

Aos sócios Olívio Marcelo e João Maciel proprietários da empresa Apíario Cogo, a

qual me proporcionou o desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.

E aos demais, que de alguma forma contribuíram na elaboração deste trabalho.

Page 6: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

5

"Determinação, coragem e autoconfiança são

fatores decisivos para o sucesso. Se estamos

possuídos por uma inabalável determinação,

conseguiremos superá-los. Independentemente

das circunstâncias, devemos ser sempre

humildes, recatados e despidos de orgulho."

(Dalai Lama)

Page 7: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

6

RESUMO

CONTROLES INTERNOS FINANCEIROS NA ÁREA DE PRODUÇÃO APÍCOLA: UM ESTUDO DE CASO.

AUTOR: Marta Catarina Cogo Lima

ORIENTADOR: Augusto José Pinto Souto

O presente trabalho apresenta a contextualização do tema proposto pautado em bibliografias referentes ao estudo, oportunizando maior compreensão sobre a importância dos instrumentos de controle interno financeiro e sua influencia como instrumento de apoio para a gestão empresarial. Fundamentado em técnicas de pesquisa bibliográfica, de campo com observação in-loco e estudo de caso. O objetivo é demonstrar a aplicação dos controles internos financeiros no setor de produção ressaltando as vantagens e desvantagens de sua utilização, cuja função é desenvolver ações para aumentar a probabilidade de que as metas estabelecidas sejam concretizadas. Sua utilização justifica-se, pois os mesmos são instrumentos gerenciais, que funcionam através de sistemas de planilhas e técnicas administrativas. Um processo passível de aprimoramento, visando suprir a ausência de ferramentas adequadas e de fácil entendimento, cabendo ao administrador à responsabilidade de manter um ambiente favorável ao controle, avaliar os riscos, identificar as áreas sujeitas a falhas e criar procedimentos que visam a minimizar os erros, pois um bom sistema de controle interno financeiro é aquele que acusa, de forma rápida, a necessidade de adoção de medidas preventivas ou corretivas. Entre os autores referenciados que descrevem sobre o assunto estão GITMAN (1997), LEONE (2000) e SANTOS (2000). Neste trabalho de conclusão de curso acredita-se ter cumprido os objetivos definidos sendo proposta sugestão de melhorias nos controle com base em planilhas em Excel utilizando-se um fluxo de caixa indireto adaptado, também uma analise de custeio por absorção com ponto de equilíbrio e rentabilidade. Palavras-chave: Controle interno; produção apícola; qualidade.

Page 8: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

7

ABSTRACT

INTERNAL FINANCIAL CONTROLS IN HONEY PRODUCTION AREA: A CASE STUDY.

AUTHOR: Marta Catarina Cogo Lima ADVISOR: Augusto José Pinto Souto

This paper presents the context of the proposed theme guided by bibliographies for the study, providing opportunities for greater understanding of the importance of internal financial control instruments and its influence as a support tool for business management. Based on techniques of bibliographic research, field observation with in-place and case study. The aim is to demonstrate the application of internal financial controls in the production sector highlighting the advantages and disadvantages of their use, whose function is to develop actions to increase the likelihood that the targets are achieved. Its use is justified because they are management tools that run through spreadsheets and administrative technical systems. A process likely to improve, in order to meet the lack of adequate tools and easy to understand, being the administrator the responsibility to maintain an environment conducive to control, assess risks, identify the areas prone to failures and create procedures to minimize errors because a good financial internal control system is one that accuses, quickly, the need to adopt preventive or corrective measures. Among the referenced authors describe on the subject are GITMAN (1997), LEONE (2000) and SANTOS (2000). In this course conclusion work is believed to have met the set goals being proposed suggestion of improvements in control based on Excel spreadsheets using an adapted indirect cash flow, also a cost analysis by absorption with breakeven and profitability . Keywords: internal control; beekeeping; quality.

Page 9: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Os objetivos de desempenho ..................................................................... 18

Quadro 1 - Objetivos do conjunto de sistema de controle interno - SCI .................... 23

Figura 2 - Fluxograma das informações Gerenciais .................................................. 26

Quadro 2 - Classificação dos custos quanto à sua formação ................................... 27

Quadro 3 - Conceitos dos métodos de custeio.......................................................... 28

Quadro 4 - Objetivos dos métodos de custeio........................................................... 29

Figura 3 – fluxo global de custos e despesas no custeio por absorção .................... 30

Quadro 5 - Classificação dos métodos de Custeio Variável x Custeio Absorção ...... 31

Quadro 6 - Objetivos do fluxo de caixa - FC.............................................................. 32

Quadro 7 - Vantagens e desvantagens do método de fluxo de caixa indireto .......... 34

Figura 4 - Modelo de fluxograma vertical .................................................................. 42

Figura 5 - Ciclo PDCA ............................................................................................... 43

Figura 6 - Modelo de plano de ação .......................................................................... 45

Figura 7 - Sistema produtivo Apiário Cogo ................................................................ 59

Figura 8 - Fluxograma das atividades do Apiário Cogo ............................................. 61

Tabela 2 - Custeio por absorção ............................................................................... 63

Gráfico 1 - Custeio por absorção ............................................................................... 63

Quadro 9 – Demonstração da margem de contribuição ............................................ 64

Quadro 10 – Ponto de equilíbrio ................................................................................ 64

Quadro 11 – Cálculos de rentabilidade ..................................................................... 65

Tabela 1 - Planilha fluxo de caixa sugerido ao Apiário Cogo .................................... 74

Page 10: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

9

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

5W2H - O Que? (What),Quem? (Who), Onde? (Where),Porque (Why), Quando? (Where), Como? (How) e Quanto? (How much).

ABC - Activity Based Costing. Custeio Baseado em Atividade.

APPCC - Análise de Perigo em Pontos Críticos de Controle.

CI - Controle Interno.

CIF - Controle Interno Financeiro.

BPF - Boas Práticas de Fabricação.

DFC - Demonstrações do Fluxo de Caixa.

FC – Fluxo de Caixa.

HACCP - Hazard Analysis Critical Control Point.

INPI - Instituto Nacional de Patente Industal.

ISO - International Organization for Standardization - Norma Nacional de Segurança de Informação.

MC – Margem de Contribuição.

PE – Ponto de Equilíbrio.

PDCA – Planejar, Desenvolver, Controlar, Agir.

PPHO - Procedimentos Práticos de Higiene Operacional.

RKW - Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit

SCI – Sistema de Controle Interno.

SGQ - Sistemas de Gestão da Qualidade.

URI - Alto Uruguai e das Missões.

.

Page 11: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

10

SUMÁRIO

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ............................................................................... 13

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 14

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .................................................................................. 16

2.1 CONCEITOS DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ........................................... 16

2.2 ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLE INTERNO (CI) ..................... 19

2.2.1 Funções dos sistema de controle interno - SCI .......................................... 21

2.2.2 Divisão dos controles .................................................................................... 22

2.2.3 Objetivos dos controles internos - CI ........................................................... 22

2.2.4 Características de um sistema de controle interno - SIC ........................... 24

2.2.5 Controles internos financeiros - CIF............................................................. 24

2.2.6 Custos ............................................................................................................. 25

2.2.7 Método de custeio .......................................................................................... 28

2.2.8 Fluxo de caixa (FC) ........................................................................................ 32

2.2.9 Margem de contribuição (MC) ....................................................................... 35

2.2.10 Ponto de equilíbrio (PE) ............................................................................... 36

2.2.11 Rentabilidade ................................................................................................ 37

2.3 FERRAMENTAS AUXILIARES NO PROCESSOS DE CONTROLES INTERNOS

.................................................................................................................................. 38

2.3.1 Desperdícios: as sete perdas ........................................................................ 39

2.3.2 Fluxograma vertical........................................................................................ 41

2.3.3 Ciclo PDCA ..................................................................................................... 43

2.3.4 Método 5W2h .................................................................................................. 44

2.4. PROCESSO PRODUTIVO NA APICULTURA ................................................... 45

2.4.1 Processamento; casa do mel ........................................................................ 46

2.4.2 Procedimentos e cuidados especiais ........................................................... 47

2.4.2.1 Armazenamento ............................................................................................ 49

2.4.2.2 Embalagem ................................................................................................... 49

2.4.2.3 Higienização .................................................................................................. 50

2.5 QUALIDADE ........................................................................................................ 50

Page 12: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

11

3 METODOS E TÉCNICAS ....................................................................................... 54

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................... 54

3.1.1 Missão ............................................................................................................. 55

3.1.2 Visão ................................................................................................................ 55

3.1.3 Valores e objetivos ......................................................................................... 55

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 55

3.2.1 Caracterização da pesquisa .......................................................................... 56

3.2.2 Fonte de dados ............................................................................................... 57

3.2.3 Procedimentos ............................................................................................... 57

3.2.4 Tratamento e analise dos dados ................................................................... 58

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 59

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS ....................................................................... 59

4.2 ANÁLISE ............................................................................................................. 62

4.2.1 Proposta de planilhas de controle e fluxo e caixa....................................... 62

4.2.2 Análise da margem de contribuição ............................................................. 64

4.2.3 Análise do ponto de equilíbrio ...................................................................... 64

4.2.4 Análise da rentabilidade ................................................................................ 65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 66

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68

APÊNDICES ............................................................................................................. 73

Page 13: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

12

1 INTRODUÇÃO

A atividade produtiva de uma empresa requer acompanhamento permanente

de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem como proceder aos

ajustes e correções necessários, sendo assim existem os controles internos

financeiros.

Neste contexto o presente trabalho apresenta um estudo de caso realizado na

empresa Apiário Cogo na área de controles internos financeiros. na área de

produção. Foi realizado cruzamento de dados coletados dentro da empresa com

bibliografias de autores da disciplina conceituando as variáveis sistêmicas que

interagem no fluxo de informações com ênfase nos controles internos, para que uma

empresa tenha em tempo real relatórios gerenciais precisos para auxiliar na tomada

de decisão.

Analisar a empresa e os subsistemas que a envolvem torna-se um

componente básico para reunir dados que gere conhecimento em suas áreas de

atuação, para que essa defina seus objetivos e trace estratégias, caminhos que

poderão trazer melhorias e inovações para a organização e seus envolvidos.

Os controles internos financeiro são ferramentas que auxiliam o administrador

na tomada de decisões, pois o mesmo tem um relatório atualizado das entradas e

saídas dos recursos e a efetivação de sua aplicação, onde e como foi alocado nos

processos produtivos, assim sistemicamente o gerente tem um norteador que lhe dê

informações precisas ao efetuar um novo projeto de investimento na empresa.

Para a elaboração do estudo foi necessário à orientação de um professor,

para auxiliar neste processo e a colaboração de uma empresa para a realização de

tão importante pesquisa, não somente para o aprendizado do acadêmico, mas

também para a organização que se dispõe a indagação, pois a mesma terá mais

conhecimento de suas áreas integrantes.

Este trabalho de graduação trás a descrição da empresa onde foi

desenvolvido o Estágio II. Uma empresa diferenciada do setor do agronegócio que

vem buscando construir seus negócios dentro de um novo contexto de

sustentabilidade, de ética ambiental e social localizada no município de Santiago Rio

Grande do Sul.

Page 14: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

13

Visa-se com este trabalho, entender a importância dos controles internos

financeiros, como ferramenta de monitoramento para a gestão empresarial, bem

como as características e aplicação.

No primeiro capítulo apresenta o problema da pesquisa, o tema, os objetivos

e a justificativa da realização do trabalho e a contextualização do estudo.

No segundo capítulo está o referencial teórico com os temas da produção,

conceitos de controles internos e suas variáveis.

No terceiro capítulo apresenta os métodos e técnicas compostos pela

caracterização da empresa, delineamento da pesquisa, caracterização, fonte de

dados, procedimentos, tratamento e analise dos dados.

No quarto capítulo consta a análise dos dados e proposta.

A conclusão ressalta os principais resultados e apresenta a resposta para a

questão do estudo. Além disso, no final do estudo estão expostas as referências

bibliográficas utilizadas e apêndices.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

O problema da pesquisa está centrado nas dificuldades que a empresa tem

em relação a não utilização de planilhas de controles financeiro como ferramenta de

suporte para monitoramento e aumento da eficácia nos seus processos. Neste

sentido questiona-se a adoção de controles internos financeiro na área da produção,

como forma de monitoramento das diversas atividades em seu ambiente de atuação.

Segundo Cervo e Bervian (2005, p. 84), problema é uma questão que envolve

intrinsecamente uma dificuldade teórica ou prática, para qual se deve encontrar uma

solução. A primeira etapa da pesquisa é a formulação do problema, que pode ser na

forma de formulação de perguntas.

A empresa em estudo desenvolve atua no ramo do agronegócio no Estado do

Rio Grande do Sul município de Santiago, encontra-se localizada no Rincão das

Guabirovas, considerada Zona Rural e tem como atividade principal a produção e

extração de mel.

O principal problema identificado pela acadêmica dentro da empresa Apiário

Cogo a partir do diagnóstico foi claramente, a falta de informatização dos controles

internos, planilhas de controle financeiro, sendo que isso faz parte da relação

existente entre empresa com seus fornecedores, com o governo, contador e clientes

Page 15: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

14

e para o controle da própria organização. Oportuniza-se a realização de uma

pergunta norteadora do trabalho:

Quais os controles internos financeiros que devem ser sugeridos a empresa?

1.2 OBJETIVOS

O Controle Interno se aplicado e monitorado de forma contínua dentro da

organização tem como característica o efeito preventivo e detectivo sobre os

procedimentos por ela adotados. Porém, quais instrumentos do controle interno

financeiro auxiliam favoravelmente a Gestão Empresarial, objetivando fazer

cumprir as determinações e o atendimento das expectativas da administração?

Diante do apresentado, foram elaborados os seguintes objetivos que

nortearão a pesquisa.

1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver métodos de controles internos financeiro nos processos da

organização.

1.2.2 Objetivos específicos

No sentido de alcançar o objetivo geral, estabelecem-se como objetivos

específicos os seguintes:

Mapear os fluxos internos a partir dos processos desenvolvidos,

Elaborar sistemas de controles internos financeiro,

Propor melhorias.

1.3 JUSTIFICATIVA

As organizações precisam estar preparadas para as mudanças exigidas pela

competitividade existente, deve ser flexível à adoção de novos métodos gerenciais e

operacionais para agilizar os processos e atender as necessidades, diante do

exposto a realização deste estudo se justifica pela busca de informações e análise

do ambiente da empresa em estudo, quanto à utilização de controles.

Page 16: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

15

O novo cenário da globalização e o avanço da tecnologia da informação

oferecem ferramentas adequadas para elaboração do mesmo. Espera-se que a

adoção de um mecanismo de planilhas de controle financeiro permita identificar

através das análises dos fatores internos da organização, meios de suporte para que

essa tome suas decisões de investimento, com menos incerteza e complexidade.

Pretende-se dessa forma que a organização obtenha um mecanismo rápido e

ágil na identificação de seus processos e que a busca seja efetuada de forma

sistemática, permitindo à empresa a agilidade na busca de informação sobre os

controles de sua produção, investimentos, fornecedores e clientes.

Neste contexto, fica evidente a relevância do presente estudo, quando se

propõe estudar a empresa Apiário Cogo e os fatores que devem ser levados em

consideração no processo produtivo e que venham atender às novas exigências do

mercado.

Assim sendo, o trabalho é de extremo interesse do pesquisador pela

possibilidade de realizar um estudo minucioso e detalhado sobre os controles

internos da empresa, somado a isto ainda existe a possibilidade de aproveitar o

conhecimento do corpo acadêmico da Universidade Regional Integrada do Alto

Uruguai e das Missões (URI), Campus de Santiago que possuem amplo

conhecimento no tema em destaque.

O estudo é relevante para a comunidade em que a empresa esta inserida,

visto que seu produto é destinado à exportação elevando o nome do município que

vai além do território brasileiro, pertencendo ao arranjo produtivo local apicultura

Vale do Jaguari.

É relevante para a formação acadêmica, pois proporciona a partir das

descobertas referentes ao tema em estudo, uma ampla bagagem de conhecimento,

ainda não explorada no currículo necessário a conclusão da formação superior no

curso de administração, além de ter acesso à bibliografia relacionada oferecida pela

própria universidade por meio de sua biblioteca e liberdade por parte da empresa, já

que tem vinculo familiar com os sócios da mesma.

É relevante ao curso de Administração de Empresas URI - Campus de

Santiago por tratar de um projeto de ramo apícola, que contempla duas pesquisas e

extensão, no curso. O agronegócio como uma atividade especifica, em um contexto

atual, gerando um estudo baseado em pesquisa e referencial teórico, porém

realizado de forma prática, em uma empresa já existente.

Page 17: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

16

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Este capítulo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica o qual

se encontra a base para a pesquisa. As referências teóricas utilizadas como base

para o desenvolvimento do trabalho proposto relacionam os seguintes assuntos:

conceitos sobre processo de produção, objetivos, características, divisão e

ferramentas auxiliares dos controles internos financeiros (CIF), custos, métodos de

custeio, fluxo de caixa, produção apícola e qualidade.

2.1 CONCEITOS DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

A administração da produção e operações diz respeito àquelas atividades

orientadas para a produção de um bem físico ou a prestação de um serviço. Neste

sentido a palavra “produção” liga-se mais de perto as atividades industriais,

enquanto que a palavra “operações” refere-se às atividades desenvolvidas em

empresas de serviços (MOREIRA, 2002).

Martins et. al., (2005) e Slack et. al., (2009), abordam que todas as empresas

têm uma função de produção ou serviços, pois elas fabricam, produzem ou prestam

algum tipo de serviço, para outras empresas ou clientes em geral O setor de

produção é reconhecido por ser a área que transforma a matéria prima em um

produto. Este setor acompanha o homem desde sua origem, quando ainda

transformava uma pedra em um utensílio que lhe ajudava nos afazeres do dia-a-dia.

O homem pré-histórico já estava envolvido na atividade de produção.

Moreira (2008) e Carvalho et. al., (2005), expõem que no processo produtivo

uma preocupação destaca-se, o de tornar o fluxo de trabalho mais fácil e o

movimento através do sistema mais suave, ou seja, fluxo de pessoas ou materiais,

sendo assim mapeá-los caracteriza-se como uma tarefa importante dentro da gestão

por processos, pois o mapeamento permite que sejam conhecidas na totalidade

todas as operações que ocorrem durante a fabricação de um produto ou na

produção de um serviço.

A partir do mapeamento têm-se informações necessárias para a elaboração

de um modelo de produção formado pelo equilíbrio de técnicas que obedecem a

uma sequencia de elementos, que são: “[...] os insumos, o processo de criação ou

Page 18: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

17

conversão, os produtos e serviços e o subsistema de controle” (MOREIRA, 2008,

p.8).

No desempenho dos processos utilizam-se critérios flexíveis de como as

atividades se relacionam. Para isso várias técnicas podem ser utilizadas, sendo que

todas elas são capazes de identificar os tipos diferentes de atividades que ocorrem

durante o processo e mostram o fluxo de materiais, pessoas ou informações que o

percorrem (SLACK ET. AL., 2009).

Sendo assim, Gaither e Frazier, (2001), Davila e Oliveira (2002), reforçam que

definir o arranjo físico em processos operacionais significa planejar a localização de

todas as máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento ao

cliente, e armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios,

bebedouros, divisórias internas, escritórios e salas de computador, e ainda os

padrões de fluxo de materiais e de pessoas que circulam o prédio, os mesmos

precisam ser planejados ou adaptados para desenvolver uma infinidade de

processos na área de produção. Desse modo, “toda empresa existe para produzir

um produto/serviço final que tenha valor para o consumidor, obter esse diferencial

na fabricação e/ou na prestação de um serviço constitui o objetivo das operações da

empresa” (MARTINS ET. AL., 2002, pg. 10).

A função produção é fundamental para a empresa, pois é ela quem produz os

bens e serviços que são sua razão de existir. Embora se encontrem outras áreas de

grande importância, é na área de produção que está o maior número de

colaboradores, desempenhando suas tarefas para o crescimento da organização,

pois elas fabricam, produzem ou prestam algum tipo de serviço, para outras

empresas ou clientes em geral (SLACK ET. AL., 2009).

A função produção exerce papéis importantes dentro de qualquer organização

Slack et. al. (1999), informa que os mesmo funcionam como:

- Apoiador da estratégia global da organização. Faz isso desenvolvendo os

recursos de produção de maneira a torná-los apropriados, qualquer que seja a

estratégia escolhida.

- Implementador das estratégias organizacionais. A operação deve assegurar

que a estratégia da empresa, realmente, funcione na prática.

- Líder da estratégia. Isso significa que a função produção deve fornecer à

organização todos os aspectos de desempenho que ela necessita para atingir seus

objetivos (competitivos) em longo prazo.

Page 19: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

18

O autor destaca que para a empresa traçar as estratégias de operações, nos

sistemas produtivos existem cinco objetivos que devem ser levados em

consideração, pois as operações internas funcionam como ferramentas para

melhorar o desempenho das atividades desenvolvidas e reduzir os custos de

produção. Os objetivos de desempenho provocam efeitos externos e internos. O

custo interno é influenciado por outros objetivos de desempenho.

A figura 01 demonstra que a avaliação contributiva da função produção pode

ser feita através dos objetivos, pois os mesmos revelam onde se esta e aonde se

quer chegar, a partir da relação sistêmica, pois, estes oferecem suporte para que

haja...

- a qualidade dos bens e serviços fornecidos pela operação;

- a rapidez com que são entregues os bens e serviços;

- a confiabilidade na entrega dos bens e serviços;

- a flexibilidade da produção em mudar;

- o custo de produzir os bens e serviços.

Figura 1- Os objetivos de desempenho

Fonte: Slack (1999).

Page 20: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

19

Os objetivos de desempenho apresentam efeitos externos e internos. Os

efeitos internos de alta qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade têm,

geralmente, como objetivo reduzir os custos de produção (SLACK ET. AL., 1999).

2.2 ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLE INTERNO (CI)

As transações econômicas realizadas pelas organizações são cada vez mais

intensas, é indispensável que as empresas constituam garantias no que diz respeito

à integridade, legalidade e legitimidade das atividades desenvolvidas pelas mesmas

(DAVILA E OLIVEIRA, 2002).

O controle está entrelaçado com o planejamento, porque implica a decisão

antecipada do que deveria acontecer. O planejar é, na realidade, muito mais vital do

que o controle, isto é, de nada adianta excelentes controles se implantarmos planos

falhos (SANTOS 2000).

O CI se destaca como ferramenta importante para coleta de dados passível

de confiança, pois é através deles que se é possível dar continuidade do fluxo das

operações: “... é a partir dos quais os empresários, utilizando-se de sua experiência

administrativa, tomam decisões com vistas no objetivo comum da empresa, assume-

se vital importância” (ATTIE. 2007. p. 185).

O departamento financeiro é responsável controle financeiro e pela

movimentação das finanças da empresa, é este departamento que controla os

recursos, os registros financeiros e suas operações e relações com os mercados e

com os agentes financeiros, toda operação efetuada pela empresa passa pelo setor

financeiro, isso ocorre devido a este setor possuir os recursos financeiros da

empresa, portanto o controle interno deste setor é de extrema importância, pois é

através deste setor que a administração vai constatar se os procedimentos das

entradas e saídas dos recursos financeiros estão sendo seguidos, devendo constar

todos os registros que serão informados à contabilidade (SANTOS 2000).

Explana-se que para um sistema de controle interno (SCI) ser aceito,

necessita-se que as pessoas compreendam claramente o seu objetivo e sintam que

são partes importantes dele. Maximiliano (2000, p. 468) afirma que “a aceitação do

sistema de CI diz respeito tanto ao projeto do sistema em si, quanto à forma de

implantação. As pessoas tendem a resistir, a serem controladas e a sabotar os SCI”.

Page 21: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

20

A resistência à mudança pode comprometer o SCI, Attie (2007, p.150) diz que

“é importante conhecer e identificar o sentido do CI para a organização e saber o

quanto à empresa e seus administradores se preocupam e se importam com eles”.

O autor enfatiza que o CI é parte integrante de cada segmento da

organização e cada procedimento corresponde a uma parte do conjunto do CI,

significa que cada departamento irá possuir seus próprios CI, visando sempre à

eficiência máxima do setor, evitando erros e possíveis fraudes que possam ocorrer.

Esses CI servirão para levantar informações precisas em cada área da empresa, no

auxílio para a tomada de decisões.

Os SCI constituem-se em um instrumento fundamentalmente útil à

organização, pois os mesmos são destinados à vigilância, fiscalização e verificação

administrativa, de forma que se possa prever, observar, dirigir ou governar os

acontecimentos ocorridos na empresa e que produzem de alguma forma reflexos em

seu patrimônio (FRANCO E MARRA, 2001).

Para implantar de um SCI ou o aprimoramento de um sistema que já existe

torna-se uma atividade complexa, requerendo a observância de alguns fatores

básicos (OLIVEIRA, PEREZ JR, 2009, p.78).

Primeira: Cada empresa deverá desenvolver seu próprio SCI. Segunda: Por melhor que seja, nenhum SCI poderá compensar ou neutralizar as incompetências dos executivos da empresa. Terceira: Complexidade dos SCI não representa garantia de eficácia e eficiência. Quarta: Devem ser fixados prazos realistas e exequíveis no processo de implantação do SCI. Quinta: É decisiva a participação das pessoas na implantação ou aprimoramento dos CI e na futura manutenção e operacionalização sistêmica. Sexta: Sistemas complexos e impraticáveis são inúteis. Sétima: No processo de implantação ou reformulação devem ser consideradas também as perspectivas futuras da empresa.

O fato de o CI propiciar apenas uma razoável margem de garantia, não se

configura a presunção de que os SCI irão falhar frequentemente, mas constitui um

entendimento de que este processo é efetuado por pessoas, passíveis de erros, de

forma que inconsistências nos CI podem ocorrer (D´AVILA E OLIVEIRA, 2002).

Como alicerce sobre o exposto, pode-se afirmar que o CI “[...] compreende

todos os meios planejados numa empresa para dirigir, restringir, governar e conferir

suas várias atividades com o propósito de fazer cumprir seus objetivos” (ATTIE,

2011, p. 190).

Page 22: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

21

Sobre a abordagem dos conceitos de CI D'avila e Oliveira (2002), descrevem

que os mesmos fornecem um conjunto aceitável em relação à segurança quanto o

cumprimento dos objetivos nas seguintes categorias: confiabilidade de informações

financeiras, obediência às leis e regulamentos aplicáveis e eficácia e eficiência de

operações que o CI compreende os diversos níveis da organização, utilizando-se de

um rol coordenado de tarefas efetuadas por pessoas em todos os níveis

organizacionais, visando à realização das metas e políticas da empresa.

2.2.1 Funções dos sistema de controle interno - SCI

A partir de um SCI é possível obter um anexo de variáveis onde podem ser

encontrados, controles orçamentários, custos padrões, relatórios operacionais

periódicos, análises estatísticas, programa de treinamento de pessoal e auditoria

interna.

O SCI representa o conjunto de procedimentos ou atos, os quais possibilitam

certa segurança referente a aspectos lógicos e técnicos do processo (DIAS 2004).

O autor completa que o entendimento do objetivo do SCI, de forma ampla e

irrestrita é, de fato, o principal elemento para conclusão sobre a melhor forma de sua

adoção. “A identificação deste objetivo possibilita a correspondente averiguação

sobre seu alcance, o que assegura o controle sobre a eficácia do processo” (DIAS,

2004, pg. 4).

Ainda, afirma que não é mais aceitável que os SCI sejam adotados

simplesmente por questões conceituais e que culminem apenas em morosidade na

execução do processo e acúmulo de trabalho desnecessário aos colaboradores. É

imprescindível que sejam estabelecidos os objetivos dos CI a serem implementados.

Na opinião do autor, o controle pode ser dividido por funções, de acordo com o

objetivo estabelecido, em:

I) Preventiva: atua como uma forma de prevenir a ocorrência dos problemas,

exercendo o papel de uma espécie de guia para a execução do processo ou na

definição das atribuições e responsabilidades inerentes;

II) Detectiva: detecta algum problema no processo, permitindo medidas

tempestivas de correção;

Page 23: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

22

III) Corretiva: serve de base para detectar erros, desperdícios ou

irregularidades, depois que as mesmas já ocorreram, permitindo ações posteriores

corretivas.

Quanto ao emprego dos SCI no processo produtivo da organização, Dias

(2004), explana que se deve priorizar a adoção de controles preventivos, pois, uma

vez ocorrido o problema, de nada adianta a sua identificação e tentativa de correção.

O foco do controle deve estar, então, em buscar a segurança quanto à não

ocorrência dos problemas potenciais ou de desvios nos processos.

A utilização do CI, tanto detectiva, quanto preventiva, torna-se evidente, pois

assegura a preservação dos ativos da empresa e promove o bom desenvolvimento,

visto que, protegem não só os negócios, mas também as pessoas que nela são

efetivados (D’AVILA E OLIVEIRA, 2002).

2.2.2 Divisão dos controles

Os autores D’Avila e Oliveira (2002), asseguram que os controles podem

servir tanto para a contabilidade como para a administração sendo assim, colocam

que os controles se dividem em:

a) Controles Administrativos: incluem, mas não se limitam, ao

planejamento organizacional, procedimentos e registros que se referem aos

processos de decisão ligados à autorização de transações pela administração. Essa

autorização, sendo uma função gerencial associada diretamente à responsabilidade

de atingir objetivos da organização, deve ser o ponto inicial para estabelecer

controles sobre as transações.

b) Controles Contábeis: são compostos pelo plano organizacional,

procedimentos e registros que se referem à salvaguarda dos ativos e à veracidade

dos registros financeiros.

2.2.3 Objetivos dos controles internos - CI

Os objetivos dos CI elencados em uma organização têm por função contribuir

com a segurança das informações relativas às atividades que a empresa

desempenha, sejam elas financeiras ou processos operacionais para que possa

Page 24: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

23

tomar decisões e providências necessárias o mais breve possível de forma a

alcançar os resultados esperados.

Em relação aos objetivos do controle Lopes Sá (1989, p. 15), descreve com

ênfase, referindo-se que os objetivos tem o papel informativo no CI.

“A finalidade do controle é a fidelidade da informação; a certeza de que as coisas aconteceram tal como deveriam. [...] O controle é o “olho” do dono, ou seja, a “presença”, através de instrumentos (que podem ser aparelhos, impressos, pessoas etc.)”.

Os objetivos são um desafio, criando situações em que se pode desenvolver

um novo empreendimento com esforços e segurança máximos a um custo mínimo,

movido pela necessidade de um novo estilo gerencial em que o sucesso e a eficácia

operacional cedem lugar a novas expectativas oriundas das inovações em uma

época de mudanças rápidas, crescimento acelerado e novas especulações presente

na realidade das empresas que nunca tiveram tantas incertezas quanto ao que esta

a sua frente (DIAS, 2009).

Oliveira, Perez e Silva (2001, p. 84/85), definiram os principais objetivos do

conjunto dos SCI conforme o quadro nº 01:

Quadro 1 - Objetivos do conjunto de sistema de controle interno - SCI I) verificar e assegurar os cumprimentos às políticas e normas da companhia, incluindo o código de éticas nas relações comerciais e profissionais;

II) obter informações adequadas, confiáveis, de qualidade e em tempo hábil, que sejam realmente úteis para as tomadas de decisões;

III) comprovar a veracidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais;

IV) proteger os ativos da entidade, o que compreende bens e direitos;

V) prevenir erros e fraudes. Em caso de ocorrência dos mesmos, possibilitar a descoberta o mais rápido possível, determinar sua extensão e atribuições de corretas responsabilidades;

VI) servir como ferramenta para a localização de erros e desperdícios, promovendo ao mesmo tempo a uniformidade e a correção;

VII) registrar adequadamente as diversas operações, de modo a assegurar a eficiente utilização dos recursos da empresa;

VIII) estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância exercida por meio de relatórios;

IX) assegurar a legitimidade dos passivos da empresa, com o adequado registro e controle das provisões, perdas reais e previstas;

X) assegurar o processamento correto das transações da empresa, bem como a efetiva autorização de todos os gastos incorridos no período; e

XI) permitir a observância e estrito cumprimento da legislação em vigor.

Fonte: Oliveira, Perez e Silva (2001 p. 84/85).

Espera-se que com os objetivos estabelecidos a empresa norteia seus

processos para conquistar o mercado pela qualidade e confiabilidade de seus

Page 25: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

24

produtos oferecidos aos usuários internos e externos, bem como gerar informações

que auxilie a tomada de decisão dos gestores e atender ao cumprimento das leis

que as regulam.

2.2.4 Características de um sistema de controle interno - SIC

Para ser eficaz um SCI, deve focalizar as atividades adequadas, deve ser

realizada no tempo certo, dentro de um custo aceitável, além disso, deve ser preciso

e realizada por todos os envolvidos na empresa (MAXIMINIANO, 2000).

O SCI eficaz deve produzir informações claras sobre o desempenho e indicar

qual o desvio em relação ao objetivo. Como é impossível controlar tudo, a ênfase

deve ser colocada nas exceções, ou seja, a atenção da administração deve

concentra-se no que é essencial (D’AVILA E OLIVEIRA 2002).

Attie (2007), Maximiniano (2000), D’Avila e Oliveira (2002) e Dias (2009),

relatam que uma estrutura de um SCI deve possuir as seguintes características:

focalizar as atividades, de controle para todos os níveis de negócios da

instituição;

devem ser feitos no tempo certo e ser aceitos com ênfase na exceção;

devem ter um custo de acordo com os seus benefícios;

objetividade no estabelecimento dos objetivos e procedimentos

pertinentes aos mesmos;

verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos

procedimentos anteriormente mencionados.

2.2.5 Controles internos financeiros - CIF

Para uma empresa entrar em funcionamento, deve-se identificar uma série de

movimentações financeiras de entrada e saída de recursos financeiros. Esse

conjunto de movimentações deve ser muito bem registrado e controlado.

A maneira mais comum para controlar as movimentações financeiras de uma

empresa caracteriza-se por utilizar-se de formulário de controle financeiro, que nada

mais é do que o registro formal de todos os recebimentos e pagamentos e entradas

Page 26: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

25

e saídas, ou seja, toda movimentação financeira da empresa, apresentando também

o Movimento do Caixa (Gitman, 2010).

O planejamento financeiro é responsável por determinar as diretrizes de uma

empresa, como descreve Ross (1995), ele se faz necessário por diversos motivos,

tais como no estabelecimento de metas, decisão de investimento e financiamento a

ser realizado, na minimização das surpresas e adequação às possíveis mudanças.

O fato de realizar um planejamento faz com que as empresas estejam aptas a

cumprir suas metas no futuro, de forma que controlar o planejado pode ocasionar

alterações necessárias nas metas pré- determinadas diante de mudanças nas

condições endógenas e/ou exógena.

Independentemente do tipo de empresa, é importante que o Controle

Financeiro seja feito diariamente, pois além de evitar o acúmulo de tarefas, é

fundamental ter a situação atualizada dos Recursos Financeiros disponíveis, para

tomar decisões de ordem financeira tendo por base as informações geradas pelo

movimento do caixa.

Esta condição, segundo Silva (2008), é resultado da junção dos fatores

operacionais e estratégicos da empresa. Ter capital para cumprimento das

obrigações significa ter controle sobre os itens circulante, em especial as contas do

disponível, que possuem alta liquidez.

Segundo Gitman (2010), os planos financeiros e orçamentários são os

principais fatores que ajudam a estabelecer um roteiro para atingir os objetivos da

empresa, pois refletem em todos os setores, funcionando como mecanismo de

controle para as demais atividades.

O papel de um gestor financeiro é maximizar os recursos e para isso é

necessário o uso de ferramentas que proporcionem informações precisas e rápidas,

uma vez que planejar e controlar são medidas indispensáveis para a sobrevivência

da empresa.

2.2.6 Custos

Os custos encontram-se vinculado diretamente à contabilidade de custos “O

controle dos custos representa o cérebro ou o pulmão ou o coração ou o espírito

sobre o qual a firma não sobreviveria” (SANTOS, 2000 p, 22).

Page 27: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

26

Segundo o autor cada montante de custo é projetada, baseando-se em

hipótese de alterações de preços, alterações na composição do produto, processos

de trabalho e variações no volume de produção.

Conforme Leone (2000), a contabilidade administrativa é a representação de

informações contábeis para fins gerenciais de maneira que auxilie na criação de

políticas e nas operações diárias de uma organização.

O autor menciona que a contabilidade de custos colhe dados internos e

externos, monetários e não monetários, mas quantitativos; trabalha-os, organiza-os,

combina-os e produzindo informações gerenciais de alta relevância na empresa,

conforme mostra a figura a 2.

Figura 2 - Fluxograma das informações Gerenciais

Fonte: Leone (1987).

Leone (2000), afirma que, de acordo com as finalidades da determinação dos

custos existem vários tipos de custos, tantos quantas forem às necessidades

gerenciais. O contador de custos estabelece e prepara tipos de custos diferentes

que vão atender às diferentes finalidades da administração. Essas afirmações nada

mais são do que a constatação da veracidade do conceito de custos, segundo o qual

existem custos diferentes para atender finalidades diferentes.

Os custos estão diretamente ligados à produção/aplicação dos recursos em

bens e/ou serviços e estão classificados em dois grandes grupos: custos diretos e

custos indiretos, os mesmos possuem uma ideia relativa, dependem do objeto que

se pretende custear, para a variação da rentabilidade e da eficiência das varias

atividades da empresa.

Desse modo, de acordo com Dutra (2010, p. 26), os custos são classificados

quanto à apuração em:

DADOS:

Externos

Internos

Monetários

Não monetários

Coleta

Organização

Informações gerenciais

Page 28: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

27

Custo direto: é o custo que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem ou órgão, no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. [...] Custo indireto: é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. [...] O custo indireto participa de todas ou de várias funções concomitantemente, sem possibilidade de segregação da parcela que está onerando cada uma das funções quando de sua aplicação.

Os custos de acordo com Martins (2008), são um gasto relativo a bem ou ao

serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, e, são empregados e

expandidos em todos os setor da organização, a utilização do conceito de custos é

uma forma muito particular de cada empresa, por este motivo, evidenciar a

classificação das variáveis que compõe os tipos de custos auxilia no controle e

podem propiciar importante ajuda no planejamento da empresa de acordo com as

filosofias básicas a serem seguidas pelos administradores e o sistema de

custeamento, o qual será adotado pela empresa (BORNIA, 2010).

Conforme os autores Bornia (2010), Crepaldi (2002) e Martins (2008), os

custos/gastos podem ser classificados em: custos e despesas fixas; custos e

despesas variáveis; custos e despesas diretas; custos e despesas indiretas. O

quadro 2 apresenta a classificação e os conceitos dos custos.

Quadro 2 - Classificação dos custos quanto à sua formação

Classificação Conceito.

Gasto

Usado para definir as transações financeiras em que há a diminuição do disponível ou a assunção de um compromisso em troca de algum bem de investimento ou bem de consumo.

Despesa

É todo o gasto necessário para a geração de receitas. Não existe uma receita sem que antes haja uma despesa; estão diretamente relacionadas com as receitas (faturamento).

Custos e despesas fixas:

Ocorrem periodicamente sem sofrer variações, quando variam, tais modificações não decorrem de variações no volume de atividade do período

Custos e despesas variáveis:

Variam conforme o volume de atividade do período. Desta forma, quanto mais volume de atividade, maior a parcela de custos variáveis, e quanto menos volume de atividade, menor a parcela de custos variáveis.

Custos mistos

São compostos por uma parcela fixa e uma parcela variável do mesmo item de custo. Pode ser interpretado como custo global quando resultar da soma de custos classificados separadamente como fixos e variáveis.

Custos e despesas diretas:

São aqueles gastos que podem facilmente ser identificados e quantificados aos produtos e/ ou serviços.

Custos e despesas indiretas:

São aqueles que necessitam de algum critério de rateio (distribuição proporcional) para serem alocados aos produtos e/ou serviços. Os custos indiretos não são facilmente identificáveis aos bens ou aos serviços que foram consumidos.

Fonte: Adaptado de Crepaldi (2002), Bornia (2002) e Martins (2008).

Page 29: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

28

2.2.7 Método de custeio

Método de custeio, segundo Crepaldi (2002) é o método usado para a

apropriação de custos. O objetivo fundamental do método de custeio é apurar o

custo de uma unidade do produto fabricado, o custeamento do produto é o processo

de identificar o custo unitário de cada produto produzido pela empresa, nas suas

diferentes versões ou variações.

Através dos métodos de custeio se busca determinar os custos dos produtos,

os autores Oliveira e Perez Jr (2000), Santos (2000), Crepaldi (2002), Bornia (2010)

e Martins (2008) destacam que a existem métodos de custeio para distribuição dos

custos no processo de produção de bens ou serviços, tais métodos ou critérios são

utilizados para a apropriação dos diversos custos alocados aos produtos, então o

conhecimento dos conceitos dos métodos de custeio apresentados no quadro 03

vem a contribuir para este entendimento.

Quadro 3 - Conceitos dos métodos de custeio

Métodos Conceito

Custeio por Absorção.

É um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os elementos, sejam eles fixos ou variáveis em cada fase da produção. Consiste na apropriação de todos os custos de produção (diretos e indiretos, fixos e variáveis) aos bens elaborados, ou seja, todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.

Custeio variável.

No custeio variável somente os custos variáveis de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, diretos ou indiretos. Os custos fixos são considerados diretamente como despesas do período, não sendo, portanto, incluídos nos custos de produção dos bens ou serviços. Criam-se as diversas Margens de Contribuição numa sequência lógica e agregativa.

Custeio baseado em atividades Activity Based Costing – (ABC)

Atribui os custos e despesas de acordo com o consumo de recursos pelas atividades e destas pelos produtos. O ABC utiliza-se da relação dos custos com as atividades desempenhadas, através do rastreamento dessas, alocando de forma mais racional os custos indiretos de fabricação aos objetos de custeio.

Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr (2000), Santos (2000), Crepaldi (2002), Bornia (2002) e Martins (2008)

Acredita-se que apesar das características dos métodos de custeios adotados

e posto em pratica, se bem empregados, pode ser considerado como um importante

instrumento de tomada de decisões depende do objetivo da empresa em relação às

informações de custos, pois de nada adianta uma gama de informações, se os

gestores não conseguem identificar a finalidade da aplicação do método de custeio a

Page 30: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

29

ser utilizado (MARTINS, 2008). O quadro 04 destaca os principais objetivos dos

métodos de custeio:

Quadro 4 - Objetivos dos métodos de custeio

Métodos Objetivo

Custeio por Absorção; Atender à legislação contábil, tributária fiscal e às publicações dirigidas aos usuários externos.

Custeio variável Conhecer a margem de contribuição dos produtos. Custeio ABC

Verificar eficiência dos trabalhos desenvolvidos pela empresa, então o ABC é o mais específico para atender a esse objetivo e, ainda, se a alocação dos custos indiretos de fabricação precisa de uma informação mais acurada, o ABC também poderá contribuir.

Fonte: Adaptado de Martins (2008).

Machado e Souza (2006, p.46), explicam a variada aplicabilidade dos

métodos de custeio...

[...} alguns métodos de custeio são mais indicados como instrumentos gerenciais, outros para relatórios externos, outros são mais conservadores, outros mais abrangentes, com visão de curto ou longo prazo. Deve-se ter em conta que não há um método considerado o melhor para ser utilizado de maneira indiscriminada e para todas as finalidades pelas empresas.

Conforme Oliveira e Perez (2000, pg. 117), o custeio por absorção é um

método derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e é, no

Brasil, adotado pela legislação comercial e legislação fiscal.

Os autores abordam que esse método foi derivado do sistema desenvolvido

na Alemanha no inicio do século XX, conhecido como Reichskuratorium fur

Wirtschaftlichtkeit – RKW, por esse método todos os gastos (custos e despesas)

eram apropriados à produção por meio de técnicas de rateio já estruturadas.

A lei que trata do assunto é a Lei nº 1.598/77, e esta não apontam

expressamente que o custeio por absorção seja o único aceito legalmente, exige

apenas que os custos de produção sejam absorvidos pelo produto, e tal dinâmica

pode ocorrer através de outros métodos além do custeio por absorção. Portanto,

conforme Borgert, Silva e Schultz (2008)...

[...] entende-se que qualquer um dos métodos pode ser utilizado para absorção de custos indiretos e/ou fixos conforme as normas fiscais, uma vez que, somente, é obrigatória a absorção de todos os gastos da empresa: variáveis, fixos, diretos e indiretos – aos produtos e serviços.

Page 31: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

30

Wernke (2001, p.21), elenca as seguintes vantagens do custeio por absorção:

a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade; b) Permite a apuração do custo por centros de custos, visto que sua aplicabilidade exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área; c) Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto.

O autor afirma ainda que a grande desvantagem do método de custeio por

absorção é com relação à alocação dos custos indiretos. Estes custos são alocados

aos produtos por critérios de rateio, baseados em volume de consumo de matéria-

prima ou mão de obra direta. Como estes critérios não expressam uma relação de

proporcionalidade, ou relação causa/efeito, que explique o porquê da alocação

daquela proporção de custos aos produtos ou serviços, tem-se como resultado uma

alocação arbitrária.

No Custeio por absorção todos os custos de produção são alocados aos bens

ou serviços produzidos, oque compreende todos os custos variáveis, fixos, diretos

ou indiretos. Os custos diretos, por meio de apropriação direta, enquanto os custos

indiretos, por meio de sua atribuição com base em critérios de rateio (OLIVEIRA E

PEREZ JR, 2000).

Esquematicamente Oliveira e Perez Jr. (2000), apresenta a forma gráfica do

fluxo global dos custos e despesas para a apuração de resultados no custeio por

absorção representado na figura 3.

Figura 3 – Fluxo global de custos e despesas no custeio por absorção

Fonte: Oliveira e Perez Jr. (2000, pg. 117)

Page 32: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

31

Observa-se que as despesas são contabilizadas aos resultados dos períodos,

enquanto os custos somente são lançados ao resultado na parte correspondente

aos produtos vendidos, permanecendo o restante como estoque (OLIVEIRA E

PEREZ, 2000 pg. 118).

A alocação dos custos das atividades de operações corresponde ao canal de

distribuição dos mesmos e o método de custeio adotado. Martins (2000, pg. 42),

aborda que o custeio por absorção “Não é um sistema totalmente lógico e às vezes

é falho como um instrumento gerenciador” visto seu alto grau de subjetividade e

arbitrariedade o que pode acarretar em supercustear alguns produtos e subcustear

outros. No quadro 05 apresenta-se a classificação dos métodos de custeio mais

empregados.

Quadro 5 - Classificação dos métodos de Custeio Variável x Custeio Absorção

CUSTEIO VARIÁVEL CUSTEIO POR ABSORÇÃO

1. Classifica os custos em fixos e variáveis, 1. Não há preocupação com esta classificação,

2. Classifica os custos em diretos e indiretos 2. Também classifica os custos em diretos e indiretos,

3. Apropria ao segmento, cujo custo está sendo apurado, apenas os custos que são direto ao segmento e variáveis em relação ao parâmetro escolhido como base.

3. Apropria ao segmento, cujo custo está sendo apurado, os seus custos diretos e também os custos indiretos através de uma taxa de absorção,

4. Os resultados apresentados sofrem influencia direta do volume de vendas,

4. Os resultados apresentados sofrem influencia direta do volume de produção,

5. É um critério administrativo, gerencial e interno,

5. É um critério legal, fiscal e externo,

6. Aparentemente, sua filosofia básica contraria os princípios contábeis geralmente aceitos, principalmente o regime de aceitos, principalmente o regime de competência,

6. Segue rigorosamente o regime de competência,

7. Apresenta a Contribuição Marginal – diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis do segmento estudado,

7. Apresenta a Margem Operacional – diferença entre as receitas e os custos diretos e indiretos do segmento estudado,

8. Destina-se a auxiliar a gerência do processo de planejamento e tomada de decisões,

8. Destina-se a auxiliar a gerência no processo de determinação da rentabilidade e da avaliação patrimonial,

9. Como o custeamento variável trata dos custos diretos e variáveis de determinado segmento, o controle da absorção dos custos da capacidade ocioso não é bem explorado.

9. Como o custeamento por absorção trata dos custos diretos e indiretos de determinado segmento, sem cogitar se os custos são variáveis ou fixos, apresenta melhor visão para o controle da absorção dos custos da capacidade ociosa.

Fonte: Leone (1987, p.401-402).

A relevância efetiva empregada na utilidade do método de custeio utilizado

para gerenciar e confrontar as necessidades da empresa, com as informações

obtidas e a que resultados desejam-se alcançar. Bornia (2010), explica que o

sistema de custo deve estar em sintonia e adaptado ao sistema de gestão da

Page 33: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

32

empresa, possibilitando fornecer informações que levem a decisões corretas, diante

do atual ambiente competitivo.

2.2.8 Fluxo de caixa (FC)

O fluxo de caixa (FC) é um receptor dos dados financeiros gerados por todas

as áreas da empresa. "Projeções de recebimento de vendas e pagamentos de

compras, pessoal, serviços de terceiros, juros, impostos receitas e gastos diversos

são informações importadas de diversas áreas da empresa pelo fluxo de caixa"

(SANTOS 2001, pg. 64).

O FC apesar de aparentemente simples, geram uma série de interpretações

Zdanowicz (2000, p. 125), afirma que o FC “[...] é um dos instrumentos mais

eficientes de planejamento e controle financeiro [...]”, o autor diz que quando as

empresas trabalham com FC estas possuem um instrumento que permite

demonstrar as operações financeiras que são realizadas, o que possibilita melhor

análise e decisões quanto aos objetivos e à aplicação dos recursos financeiros que a

empresa dispõe.

Uma adequada administração dos FC pressupõe a obtenção de resultados

positivos para a empresa, devendo ser focalizada como um segmento lucrativo para

seus negócios. Matarazzo (1997) levanta os principais objetivos da Demonstração

do Fluxo Caixa (DFC) descritos no quadro 6 como sendo:

Quadro 6 - Objetivos do fluxo de caixa - FC

a) Avaliar alternativas de investimentos;

b) Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; c) Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não cheque a situações de não liquidez; d) Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados. e) Avaliar a habilidade da empresa em gerar fluxo de caixa positivo, quitar dívidas, pagar dividendos e avaliar as necessidades de financiamentos externos; f) Verificar a razão das diferenças entre o Lucro Líquido associado a recebimentos e pagamentos; g) Medir a geração de caixa dentre as diversas atividades: operacionais, de investimento e de financiamento durante um período contábil; Fonte: Adaptado de Matarazzo (1997).

Page 34: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

33

A capacidade de geração de recursos/ativos de caixa promove entre outros

benefícios à empresa a menor necessidade de financiamento dos investimentos em

giro, reduzindo seus custos financeiros, sendo assim a importância do FC também

está na abrangência de suas operações, pois não só a área financeira deve estar

comprometida com os resultados de caixa, mas também as demais áreas da

empresa, conforme destaca Assaf Neto e Silva (1997, p. 36):

a) A área de produção muda os prazos de fabricação dos produtos, por consequência promove alterações nas necessidades de caixa; da mesma forma, os custos de produção têm significativos reflexos sobre o caixa; b) As decisões de compras devem estar em sintonia com a existência de saldos disponíveis de caixa, ou seja, deve haver preocupação com a sincronização dos FC, avaliando-se a relação entre os prazos obtidos para pagamento das compras com os definidos para recebimento das vendas; c) Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes permitem a disponibilização dos recursos financeiros de uma forma mais rápida, resultando em um importante reforço de caixa; d) A área de vendas deve manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e sobre os hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente o FC, ou seja, as decisões envolvendo vendas devem ser tomadas somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os resultados de caixa; e) A área financeira deve avaliar cuidadosamente o perfil de seu endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram concomitantemente à geração de caixa da empresa.

Se os sistemas da empresa não permitirem a integração das diversas áreas,

o grau de precisão e as estimativas de planejamento estarão sujeita a adoção de

medidas especiais capazes de melhorar o FC ou diminuir as dificuldades para lidar

com as incertezas das disponibilidades financeiras (SANTOS, 2001).

O método de FC mais relevante ao trabalho é o indireto, o qual será dado

mais ênfase, com tudo a abordagem do conceito do FC direto se faz necessário,

pois deste dependerá uma melhor interpretação do FC indireto.

“O FC pelo método direto também é denominado FC no sentido restrito.”

Marion (2003, p. 431), já outros autores se referem a ele como o verdadeiro FC,

porque nele são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos que

efetivamente concorreram para a variação das disponibilidades no período.

O autor ressalta que as DFC, quando feito de modo indireto não evidencia na

sua totalidade as atividades operacionais, como vendas e pagamento a

fornecedores, por exemplo, neste sentido, não destaca os incrementos e

pagamentos de financiamentos e nem tão pouco os investimentos realizados no

permanente da empresa.

Page 35: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

34

Segundo Gitman (1997) e Perez Junior (1999), o método indireto de

demonstração de FC deriva-se dos FC das atividades operacionais, então para se

apurar os FC operacionais, deve-se somar de volta ao lucro líquido após o imposto

de renda, todas as despesas não desembolsáveis. Os valores não desembolsáveis,

compõem-se de despesas lançadas na demonstração do resultado do exercício que

não envolvem uma efetiva saída de caixa no período considerado, como exemplo

temos: a amortização, a depreciação e a exaustão, Ou seja, em termos gerais,

trabalha-se com o lucro líquido ajustado após imposto de renda, para se obter o FC

das atividades operacionais.

Gitman (1997, p. 83), aborda que em termos gerais temos as seguintes

classificações utilizadas para se identificar com clareza as origens e aplicações de

caixa:

“ 1 Origens: - diminuição em qualquer ativo; - aumento em qualquer passivo; - lucro líquido após o imposto de renda; - depreciação, amortização, exaustão e outros itens não desembolsavam; - venda de ações;

2 Aplicações: - aumento em qualquer ativo; - diminuição em qualquer passivo; - prejuízo líquido; - dividendos pagos; - recompra "ou resgate de ações".

No quadro 07 Campos Filho (1999, p. 48), aborda de forma simplificada, as

vantagens e desvantagens encontradas no método indireto de demonstração dos

FC, que se traduzem nos seguintes itens:

Quadro 7 - Vantagens e desvantagens do método de FC indireto

Vantagens do Método Indireto Desvantagens do Método Indireto:

Proporciona baixo custo, utilizam apenas dois balanços patrimoniais, o do início e o do final do período, usa também a demonstração de resultado do exercício e algumas informações contábeis.

Pelo regime da competência se procede a um trabalho para gerar as informações, que só depois se converterão para o regime de caixa. Se o tempo para fizer isto, for muito longo, perdemos o contato com as informações úteis para o momento e assim não se consegue gerir as mudanças necessárias que requerem a dinâmica das finanças.

Contrapõe o lucro contábil com o fluxo

de caixa operacional líquido,

demonstrando as diferenças.

“O Método Indireto só elimina parte das distorções

provocadas pelas interferências da legislação fiscal”.

Fonte: adaptado de Campos Filho (1999, p. 48).

Page 36: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

35

O fato de obter os dados a partir de demonstrações contábeis já calculadas

faz do método indireto ser uma alternativa simples e programável nos recursos da

informática. Isto também se considerar sua simplicidade de calculo.

2.2.9 Margem de contribuição (MC)

A apuração da margem de contribuição (MC) é muito importante, pois é

através da MC que a organização sabe o quanto cada produto contribui na formação

do lucro.

A MC, segundo Crepaldi (2002, p. 224) representa o valor que cobrirá os

custos e as despesas fixas da empresa e proporcionará o lucro. Oliveira e Perez Jr

(2000 p. 202) colaboram e afirmam que a “MC é a diferença entre o preço de venda

e a soma das despesas e dos custos variáveis de um produto ou serviço”, em outras

palavras é a sobra financeira de cada produto ou divisão de uma empresa para

recuperação ou amortização das despesas e dos custos fixos de uma entidade e

para a obtenção do lucro esperado pelos empresários como demonstrado a seguir

no quadro n°8.

Quadro 8: Exemplo da margem de contribuição global DEMONSTRAÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$

Receita Total 00,00

(-) Total das despesas variáveis (00,00)

(-) Total dos custos variáveis (00,00)

= Margem de Contribuição R$ 00,00

Margem de contribuição em % (MC/RT) (00,00)

Fonte: Oliveira e Perez Jr. (2000).

A MC é um valor que resulta da diferença entre a receita e os gastos variáveis

(custos e despesas). Leone (2000, p. 393), explica que "é a diferença entre a receita

proporcionada pelo produto, processo, serviço, atividade ou qualquer outro

segmento da empresa e os seus custos diretos e variáveis".

A correta identificação e segregação dos gastos permitira a obtenção e a

analise da margem de contribuição dos produtos e/ ou dos departamentos que é

uma das mais importantes ferramentas da contabilidade gerencial, para as tomadas

de decisões nas organizações (OLIVEIRA E PEREZ JR, 2000).

Page 37: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

36

Como uma das características da MC observa-se que o foco não se encontra

na maximização do lucro como resultado final, e sim no alcance da maior margem

de contribuição possível para cada produto.

2.2.10 Ponto de equilíbrio (PE)

O ponto de equilíbrio (PE) pode e deve ser utilizado em diversas atividades

empresariais. Serve para identificar em que momento a empresa equilibra as suas

receitas com os seus custos e suas despesas. O PE também é chamado de break-

even point, ponto de ruptura, ponto de nivelamento, ponto crítico ou ponto de quebra

(CREPALDI, 2002).

Oliveira e Perez Jr (2000), afirmam que o PE pode ser utilizado para:

determinar o nível de atividades necessárias para cobrir todas as

despesas e custos, tanto fixos quanto variáveis;

avaliar a lucratividade associada aos diversos níveis possíveis de venda,

ou seja, aos vários níveis possíveis de atividades;

facilitar a analise dos efeitos sobre a lucratividade decorrente de

alterações nas despesas e custos fixos e variáveis, no volume de vendas,

no preço de vendas e na distribuição relativa de linhas de produtos

vendidos.

Para Atkinson et. al., (2000, p. 192), PE é "o nível em que o volume de

vendas cobre os custos fixos dos recursos comprometidos”. Permite então, visualizar

a produção necessária para que os gastos fixos sejam cobertos, e a partir deste

ponto definir o quanto de lucro se deseja ou é possível obter.

A análise do PE pode ser realizada após a apuração da margem de

contribuição, e a necessidade de produção e venda pode ser medida em valor ou

unidades para o alcance das metas pretendidas. Atkinson et. al., (2000, pg.183),

aborda que “compreender o comportamento dos custos em resposta às mudanças

nos atividades de produção e vendas é claramente crítico para a administração de

muitas empresas”.

O PE indica o momento em que a empresa não tem nem lucro e nem

prejuízo, ou seja, o resultado das suas receitas menos os seus custos variáveis e

Page 38: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

37

custos fixos é igual à zero. Oliveira e Perez Jr (2000), descrevem que o PE, por sua

vez, é encontrado por meio da aplicação da fórmula a seguir:

Ponto de Equilíbrio = (Custos Fixos+ Despesas Fixas)

Margem de Contribuição.

Enquanto ferramenta gerencial, o PE permite uma visualização da empresa

como um todo e das variáveis que podem ser trabalhadas para a maximização de

seu desempenho.

2.2.11 Rentabilidade

Rentabilidade considera-se como sendo uma das palavras chaves da

administração financeira e significa lucro relativo a alguma base. Os indicadores de

rentabilidade são importantes porque são indicadores de desempenho, podem-se ter

diferentes índices de rentabilidade conforme o conceito de lucro e conforme a base

que se esta considerando. (MARION, 2009)

Os indicadores de rentabilidade apresentam os aspectos econômicos das

empresas, são indicadores que mostram em percentual a situação econômica da

empresa, mostra qual foi à rentabilidade do capital investido (MARION, 2009).

Marion (2009, p.129) enfatiza que...

A rentabilidade é medida em função do investimento. As fontes de financiamento do ativo são o capital próprio e capital de terceiros. A administração adequada do ativo proporciona maior retorno para a empresa.

De acordo com Gitman (2010), há inúmeras medidas de rentabilidade para

uma empresa, dessa maneira devem-se avaliar os lucros que a mesma obteve em

relação as suas vendas, ativos ou investimentos dos proprietários. A empresa deve

ter lucro, pois, se não tiver, ela não atrairá capital externo.

O autor enfatiza que os indicadores de rentabilidade mostram os índices do

capital investido e podem ser encontrados através da aplicação da seguinte formula:

Rentabilidade = Lucro x 100 = Investimento

Page 39: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

38

Matarazzo (2003), afirma que os índices de rentabilidade mostram qual a

rentabilidade dos capitais investidos, isto é quanto renderam os investimentos e,

portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

2.3 FERRAMENTAS AUXILIARES NO PROCESSOS DE CONTROLES INTERNOS

O contínuo desenvolvimento das empresas e o aumento da competitividade

exigem dos gestores conhecimento de novas ferramentas de trabalho que propiciem

implantar mudanças e possibilitem obter resultados positivos. A evolução, aliada ao

constante crescimento, consequentemente altera as atividades da empresa,

tornando-as mais complexas, sendo necessário o uso de ferramentas que assegure

e auxilie os administradores na gestão empresarial, objetivando maior segurança e

eficiência para obtenção dos resultados (D’AVILA E OLIVEIRA, 2002).

As ferramentas não são unicamente para solucionar problemas, são recursos

utilizados que identificam e melhoram a qualidade dos produtos, serviços e

processos, elas devem também fazer parte do planejamento para alcançar objetivos,

pois quanto menos deficiências, melhor as características do produto, maior será

sua qualidade, devido a essa dupla visão a busca pela qualidade deve ser sempre

contínua e permanente (CAMPOS, 2004).

Na gestão da qualidade os processos são guiados por princípios

fundamentais, e são esses princípios que vão fazer com que os objetivos dos

processos e da empresa sejam reforçados em termos de qualidade (PALADINI,

1995). Alguns princípios elencados pelo autor:

- Toda ação desenvolvida no processo produtivo deve ter, como reflexo básico, o aumento da satisfação do cliente; - Há sempre uma forma de fazer melhor o que fazemos hoje; - Toda atividade que não agrega valor ao processo ou ao produto é um desperdício; (PALADINI, 1995, p. 20).

Para diagnosticar e resolver problemas ou falhas apresenta-se algumas

ferramentas e metodologias de apoio empregadas para assessorar no processo

decisório administrativo, porém ressalta-se que essas ferramentas são

imprescindíveis para a gestão. O uso não se abrevia ao gerenciamento, pelo

Page 40: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

39

contrário, sua aplicação em operações rotineiras ou contínuas geradas no dia a dia

da organização destaca-se como um aspecto diferenciado no controle dos ativos da

empresa.

O processo de gerenciar depende de um diagnostico de avaliação como

Campos (1994, p.61), descreve, “é o ato de buscar as causas (meios) da

impossibilidade de se atingir uma meta (fim), estabelecer contramedidas, montar um

plano de ação, atuar e padronizar em caso de sucesso”, senão ocorrer à ação, não

se tem alternativas eficazes. Desse assim, verifica-se a necessidades de elencar

ações dinâmicas e sistêmicas com um plano efetivo que seja capaz de suprir os

transtornos ocasionais e justificar as melhorias esperada depois da aplicação das

metas definidas.

Percebe-se então que, “O segredo do bom gerenciamento está em saber

estabelecer um bom plano de ação para toda meta de melhoria que se queira atingir”

(CAMPOS, 1994, p. 77).

O autor sugere a utilização de ferramentas de CI baseando-se nos itens que

se deseja melhorar ou manter resultados, sendo assim, após esta seleção ocorre o

procedimento de definição das metas, bem como o processo de monitoramento.

O fato de que são muitos os métodos e instrumentos que auxiliam na gestão

da qualidade nas empresas. Porém, não existe hierarquia entre eles, mas sim,

aqueles que melhor se adaptam às necessidades específicas e pontuais de cada

organização, cujos processos e gestão são continuamente reformulados, o que

determina o alcance dos patamares de competitividade e, consequentemente, a

sobrevivência da empresa (MARSHALL et. al., 2003).

Para garantir o atingimento das metas, objetivos da empresa recomenda-se o

uso de ferramentas básicas da qualidade associado às metodologias de apoio, como

por exemplo: desperdícios/sete perdas, fluxograma, PDCA e 5W2H

2.3.1 Desperdícios: as sete perdas

Possuir SCI constitui-se um pré-requisito para diminuir a ocorrência de falhas

indesejáveis na gestão, após identificar os riscos associados ao negócio deve

implantar as ferramentas necessárias para auxiliar os gestores na busca da

eficiência nas operações, Deming (2003), afirma que “o estilo atual de administração

Page 41: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

40

é o maior causador de desperdícios, causando perdas cuja gravidade não pode ser

avaliada ou medida”, que “é impossível conhecer a magnitude das perdas (...)

podemos aprender a administrar essas perdas” e, finalmente, destaca que é de

extrema importância solucionar as “doenças fatais da administração”.

Autores como Shingo (1996) e Ghinato (2002), descrevem que a produção

enxuta parte do princípio de que o desperdício é o uso dos recursos disponíveis de

forma descontrolada, abusiva, irracional e inconsequente. É o uso sem finalidade,

necessidade e objetivo definido, sendo atividades completamente desnecessárias,

que geram custo, não agregam valor e que, portanto, devem ser imediatamente

eliminadas.

A partir dos conceitos referentes aos desperdícios e perdas os autores Shingo

(1996), Corrêa & Gianesi (1996), Womack & Jones (1996) e Ghinato (2002) relatam

que existem sete tipos de desperdícios dentro da empresa, e que os mesmos devem

ser atacados e eliminados, são eles:

− Desperdício de Superprodução: Ela tem a propriedade de esconder as

outras perdas e é a mais difícil de ser eliminada. Existem dois tipos de perdas por

superprodução: perda por produzir demais (superprodução por quantidade) e perda

por produzir antecipadamente (superprodução por antecipação);

− Desperdício por Espera: Este desperdício resulta na formação de filas que

visam garantir altas taxas de utilização dos equipamentos;

− Desperdício de Transporte: as atividades de transporte e movimentação

devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo, através da elaboração de um

arranjo físico adequado, que minimize as distâncias a serem percorridas;

− Desperdício de Processamento: fazer algo mais rápido, sem antes

questionar se aquilo deve realmente ser feito, qualquer elemento que adicione custo

e não valor ao produto é candidato à investigação e eliminação;

− Desperdício de Movimentação: movimentos desnecessários realizados

pelos operadores na execução de uma operação, este tipo de perda pode ser

eliminado através de melhorias baseadas no estudo de tempos e movimento;

− Desperdício por Defeitos: resultado da geração de produtos que

apresentem alguma de suas características de qualidade fora de uma especificação

ou padrão estabelecido;

− Desperdício de Estoque: estoque de matéria-prima, material em

processamento e produto acabado. Significa desperdício de investimento e espaço,

Page 42: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

41

a redução dos desperdícios de estoque deve ser feita através da eliminação das

causas geradoras da necessidade de manter estoques.

2.3.2 Fluxograma vertical

Os fluxogramas são uma descrição do que se desenvolverá no processo

sequencial que mostra quais fases aconteceram antes de outras e quais poderão ser

feitas em paralelo, tem a capacidade de descrever quais são as sequencias do

processo, a tecnologia, os equipamentos escolhidos, a capacidade dos passos do

processo, as tarefas que irão requerer de força de trabalho, porém, mesmo estas

informações sendo fundamentais elas são somente parte da história. A outra parte

vai envolver os processos introduzidos para dirigir o fluxo do processo, em suma, o

parceiro do fluxograma vai ser a informação (SCHMENNER, 1999).

Oliveira (2009), ressalta que o fluxograma é uma representação gráfica que

apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando as

operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no processo.

Ou seja, o fluxograma busca apresentar um processo passo a passo, ação por ação,

registrando o maior número de informações importantes acerca do fluxo de

processos.

É uma ferramenta para representar uma sequência de atividades em um

processo. D’Ascenção (2007), reforça que o fluxograma apresenta o que é realizado

em cada etapa, permitindo assim, um controle da execução das tarefas, são

ferramentas de representação gráfica de qualquer trabalho realizado por uma

organização, existindo várias classificações (tipos), que dependem da sua

complexidade e objetivo a que se destinam. O autor lista os cinco componentes que

devem ser inclusos nos fluxogramas, são eles:

I. Tipos de operações realizadas;

II. Unidades organizacionais responsáveis pelas diferentes operações;

III. Entradas e saídas de cada operação;

IV. Tramitação de informações e documentos;

V. Volume de trabalho delegado a cada unidade organizacional;

Os fluxogramas são utilizados como forma de tornar mais eficiente o estudo

de um determinado conjunto de atividades e possibilitar que os processos

Page 43: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

42

empresariais sejam melhorados, é normalmente destinado a representação de rotina

simples em seu processamento analítico em uma unidade organizacional.

(OLIVEIRA, 2009).

O autor aborda que de maneira mais detalhada, o fluxograma vertical pode

conter:

lado esquerdo da folha: descrição da rotina atual;

parte central da folha: símbolo da situação atual da proposta;

lado direito da folha: descrição da rotina proposta

centro superior da folha: analise do numero de passos para cada símbolo na

situação atual, bem como na proposta e as diferenças identificadas

A técnica do fluxograma é utilizada para entender um processo e identificar

oportunidades de sua melhoria, facilita a comunicação entre as pessoas e dissemina

informações do mesmo. A figura 4 mostra um exemplo de fluxograma vertical.

Figura 4 - Modelo de fluxograma vertical

FLUXOGRAMA VERTICAL

Sím

bolo

s

Operação Rotina: Atual X Tipo de Rotina

Transporte

Proposta

Analise ou Inspeção Setor:

Espera temporária Efetuado por:

Estocagem definitiva Data:

Ordem Símbolos Descrição dos passos

1

2

3

4

5

Fonte: Oliveira (2009).

Fluxograma vertical ou de trabalho é usado para identificar as rotinas

existentes num setor de trabalho, sendo adequado a trabalhos de levantamento,

aplicável no caso de se desejar especificar os operadores que participam do fluxo.

Page 44: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

43

2.3.3 Ciclo PDCA

A eficácia e a flexibilidade de uma organização por meio de planejamento,

organização e interpretação de cada atividade, torna -se útil, pois o caminho mais

simples para se atingir um objetivo é o método (BRAVO, 2003).

Os artifícios utilizados em uma organização não se reduzem a quaisquer

medidas, procedimentos e técnicas. Eles decorrem de uma concepção de cultura, da

natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento, e,

particularmente, da compreensão da prática educativa (BRAVO, 2003).

Campos (1994), aborda que o PDCA é um ciclo de gerenciamento. Vem do

inglês Plan (planejar), Do (fazer ou desenvolver), Check (verificar ou controlar) e Act

(agir para melhorar).sua utilização e escolha esta focada nas necessidades das

organizações e estarem adequadas às condições concretas de sua situação.

O Ciclo PDCA é descrito em quatro partes: É utilizado para gerenciar e

melhorar os processos nas organizações, sendo utilizado na sequência de quatro

etapas, conforme a figura 5.

Figura 5 - Ciclo PDCA

Fonte: Campos (1994).

1ª etapa: P (planejar). Toda ação começa com um planejamento, através da

definição clara aonde se quer chegar, através da definição dos objetivos (qualitativo)

e das metas (quantitativo). Além dos objetivos e metas, as estratégias, (métodos)

Page 45: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

44

também devem ser definidas, pois é através destas, que são alcançados os

objetivos e metas.

2ª etapa: D (desenvolver): É a realização das diversas tarefas ou atividades

(estratégias) para se alcançar os objetivos e metas. Deve ser realizado por pessoas

treinadas, que efetivamente conheçam aonde a organização quer chegar.

3ª etapa: C (controlar): Nesta etapa os resultados obtidos são comparados com os

objetivos e metas desejadas. Caso sejam encontrados desvios entre o projetado e o

executado, os métodos utilizados devem ser revisados e alterados (na etapa

posterior).

4ª etapa: A (agir): É uma etapa, na qual são tratados os reais ou potenciais

problemas detectados na etapa anterior. Na realidade, trata-se de mudar a

metodologia de trabalho, os materiais e técnicas empregados, para que seja

possível corrigir os desvios encontrados.

Mas, Marshall et al, (2003), afirma que não basta padronizar processos,

métodos e insumos. É preciso melhorá-los continuamente e, com esse objetivo a

gestão da qualidade inclui um sistema de gestão composto por princípios, técnicas,

métodos e ferramentas, representados pelo Ciclo PDCA e seus desdobramentos, a

fim de se alcançar a satisfação e a superação das expectativas de todas as partes

envolvidas: clientes, acionistas, fornecedores, sociedade e colaboradores.

2.3.4 Método 5W2h

Plano de ação ou 5W2H é a ferramenta utilizada como um banco de

informação para o planejamento de uma determinada ação a ser tomada, ação esta

capaz de orientar as diversas fases que sequentemente deverão ser implementadas,

essa pode também ser utilizada para descrição de algum problema do qual se

necessite de um aprofundamento mais amplo para chegar a sua causa raiz.

Segundo Vergara (2006), o plano de ação 5W2H é utilizado principalmente no

mapeamento e padronização de processos, na elaboração de planos de ação e no

estabelecimento de procedimentos associados e indicadores. É de cunho

basicamente gerencial e busca o fácil entendimento através de definição de

responsabilidade, métodos, prazos, objetivos e recursos associados.

Page 46: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

45

A ferramenta “Plano de Ação” atua como referência para sustentar às

decisões, desta forma permite a realização do acompanhamento, do incremento ou

desenvolvimento de um determinado projeto, trata-se de um documento que, se

preenchido passo a passo apresenta as ações que devem ser tomadas, necessitam

ser estruturados, procurando permitir a identificação de forma rápida e eficaz, dos

elementos indispensáveis para o alcance dos objetivos (OLIVEIRA, 1995).

O autor relata que os elementos que formam a ferramenta 5W2H, são

identificados e listados na sequência e podem ser usados para verificação e

acompanhamento dos planos de ações no que se refere ao O Que? (What),Quem?

(Who), Onde? (Where),Porque (Why),Quando? (Where),Como? (How) e Quanto?

(How much) Estas “perguntas” visam direcionar, planejar, definir as

responsabilidades e quantificar as ações.

O plano de ação pode ser apresentado de várias formas, permitindo o usuário

utilizarem seu próprio formulário adaptado a sua realidade A Figura 6 ilustra um

modelo de tabela usada na formação de um plano de ação 5W2H.

Figura 6 - Modelo de plano de ação

O QUE (WHAT)

QUEM (WHO)

ONDE (WHERE)

PARA QUE (WHY)

QUANDO (WHEN)

COMO (HOW)

QUANTO CUSTA

(HOW MUCH)

Necessidade de atuação

(Ação)

Responsável Qual área Justificativa / benefícios

Prioridade Atividades necessárias p/ implementar

Recursos financeiros necessários

Fonte: Campos, (2004).

2.4. PROCESSO PRODUTIVO NA APICULTURA

A apicultura é uma das atividades capazes de causar impactos positivos,

tanto sociais quanto econômicos, além de contribuir para a manutenção e

preservação dos ecossistemas existentes, a cadeia produtiva da apicultura propicia

a geração de inúmeros postos de trabalho, empregos e fluxo de renda,

principalmente no ambiente da agricultura familiar, sendo, dessa forma,

Page 47: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

46

determinante na melhoria da qualidade de vida e fixação do homem no meio rural

(CAMARGO, ET. AL., 2002).

Os autores descrevem que o manejo e colheita do mel devem seguir alguns

procedimentos, visando não apenas à sua coleta eficiente, mas, principalmente, à

manutenção de suas características originais e, consequentemente, à qualidade do

produto final.

Na mesma abordagem destaca o quanto se torna importante ressaltar que

essa é a primeira fase crítica para a obtenção da qualidade total, visto que será a

primeira vez que o apicultor terá contato direto com o mel, sendo o início de um

longo processo de susceptibilidade do produto, em relação às condições de

manipulação, equipamentos, instalações e condições ambientais, até que o produto

chegue ao consumidor final.

Relatam que poucos apicultores têm consciência da importância dessa etapa

para a manutenção da qualidade original do mel, passando a executar

procedimentos mais criteriosos apenas na “casa do mel”.

2.4.1 Processamento; casa do mel

Nos processos produtivos apícula, para que os apiários tenham uma boa

produção e elevada produtividade por colmeia deve-se contar com alguns fatores

favoráveis como: apiário bem localizado, colmeias fortes, bom manejo, alimentação

abundante, estação do ano e flora apícola associado a variedade, quantidade e

qualidade (VIEIRA,1983).

Na abordagem de Wiese (1995), a “casa do mel” é o estabelecimento ou

unidade para o processamento do mel, que corresponde a uma instalação simples e

higiênica, formada por uma sala de recepção das melgueiras com os favos de mel.

Nesse mesmo local ocorrem os processos de desoperculação, centrifugação,

filtragem, decantação, embalagem e deposito de materiais de limpeza dos

vasilhames.

O autor afirma que a construção deve ser feita obedecendo às normas do

Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (MAARA - portaria n°

006/986). Essas recomendações irão compor um plano de controle de qualidade

desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa,

Page 48: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

47

baseado nas diretrizes do plano PAS – Programa Alimento Seguro, para a fase de

manejo e colheita, que será denominado “Análise de Perigos e Pontos Críticos de

Controle” (APPCC) – Campo para a Apicultura, a APPCC se refere a um sistema de

controle de qualidade, que pode ser empregado em várias fases da cadeia

produtiva.

2.4.2 Procedimentos e cuidados especiais

No caso específico da produção e extração do mel, existem outros

procedimentos que devem ser seguidos, de forma a manterem-se a qualidade e as

características intrínsecas do produto. Vieira, (1983), Wiese (1995), Camargo et. al.,

(2002), apresentam uma série de processos e cuidados especiais, para que o mel

possa ser extraído dos favos, dentro de um padrão de qualidade, são necessários

alguns equipamentos especiais. Para que se possam garantir as várias etapas de

manipulação específicas para essa atividade, não cabendo qualquer forma de

adaptação.

No caso dos equipamentos e utensílios que irão ter contato direto com o

produto, todos devem ser de aço inóx, específico para produtos alimentícios (aço

inóx 304).

Cada equipamento está relacionado com uma fase do processamento,

conforme listado abaixo:

Garfo desoperculador: Utensílio com vários filetes pontiagudos, de inóx na

extremidade e cabo empunhador de material plástico.

Faca desoperculdora: Espécie de lâmina de inóx com empunhadura de

plástico, podendo ou não conter sistema de aquecimento da lâmina.

Mesa desoperculdora: Equipamento utilizado para dar suporte à

desoperculação dos favos de mel. Constituída de uma base para o apoio dos

quadros de mel, peneira e cuba para recebimento do resíduo de mel

resultante do processo.

Aparelho automático de desoperculação: Equipamento onde os quadros são

encaixados, sendo desoperculados automaticamente, por meio de um

sistema de guilhotina com arames de metal. Recomendado para grandes

produções.

Page 49: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

48

Mesa Coletora: Recipiente utilizado apenas em processos industriais,

destinado ao recebimento do mel (em baldes ou latas), previamente

centrifugado e decantado. O mel é despejado no reservatório da mesa,

passando por uma peneira, e bombeado diretamente sob pressão para o

tanque homogeneizado, ou escoado da mesa por gravidade e posteriormente

bombeado.

Peneiras: Utensílios que retiram as partículas presentes no mel oriundo do

processo de desoperculação e centrifugação.

Balde: Recipiente destinado ao recebimento do mel centrifugado, servindo de

suporte para as peneiras e para o transporte do mel até o decantador. Em

grandes produções, a sua utilização é inadequada, sendo substituído por

sistemas de escoamento do mel, entre as várias etapas do beneficiamento.

Centrífuga: Equipamento que recebe os quadros já desoperculados, e, por

meio de movimento de rotação em torno de seu próprio eixo, retira o mel dos

alvéolos (força centrífuga). No mercado encontramos centrífugas com várias

capacidades de extração, podendo ser manuais, com sistema de rotação

acionado manualmente ou elétricas, com motor e dispositivos de controle de

velocidade de rotação, sendo mais recomendadas para grande produção.

Decantador: Recipiente destinado ao recebimento do mel já centrifugado,

dotado de abertura superior, com tampa e orifício, de escoamento localizado

na base. Tem como finalidade deixar o mel “descansar” por um período

determinado, fazendo com que as eventuais bolhas produzidas durante o

processo de centrifugação e as possíveis partículas presentes ainda no mel

(pedaços de cera, partes do corpo das abelhas) subam até a superfície e

possam ser separadas no momento do envase.

Homogeneizador: Tanques normalmente de grande capacidade, providos de

pás rotatórias, que homogeneízam o mel, com a finalidade de padronizar

grandes quantidades do produto em relação a cor, aroma e sabor. Alguns

homogeneizadores são construídos com paredes duplas providos de

sistemas de aquecimento controlado, evitando o processo de cristalização.

Page 50: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

49

2.4.2.1 Armazenamento

O processo produtivo não termina com a armazenagem, constitui se de um

processo contínuo, uma medida de segurança, e nesta última etapa que entra

efetivamente o controle e monitoração constante, a alocação do produto e os

cuidados especiais que devem ser tomados em relação ao armazenamento, tanto do

mel a granel (baldes plásticos e tambores) como do fracionado (embalagens para o

consumo final), em relação à higiene do ambiente e, principalmente, em relação ao

controle da temperatura.

Considera-se que altas temperaturas durante o processamento e estocagem

são prejudiciais à qualidade do produto final, uma vez que o efeito nocivo causado

ao mel é acumulativo e irreversível. Essas embalagens devem ser colocadas sobre

estrados de madeira ou outro material, impedindo o contato direto com o piso e

facilitando seu deslocamento no caso da utilização de empilhadeiras.

2.4.2.2 Embalagem

Para não perder suas características ao embalar o mel, devem-se utilizar

apenas embalagens próprias para o acondicionamento de produtos alimentícios e

preferencialmente novos, pois não se recomenda a reciclagem de embalagens de

outros produtos alimentícios (margarina, óleo, etc.).

Atualmente, no mercado, existem embalagens específicas para mel, com

várias capacidades e formatos:

embalagens a granel (25 kg), baldes plástico têm relação custo-

benefício superiores ao da lata de metal, além de proporcionar

facilidade no transporte (presença de alças). Já para capacidades

superiores (300 kg) destinadas à exportação, a embalagem usada é o

tambor de metal (com revestimento interno de verniz especial).

embalagens para o varejo, tanto o plástico, específico para alimentos,

como o vidro são recomendáveis, embora o vidro seja o material ideal

para o acondicionamento do mel, inclusive como único material aceito

para a exportação (mel fracionado) e para a certificação orgânica.

Page 51: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

50

2.4.2.3 Higienização

Para o cumprimento das normas de qualidade, é necessário que se formule

um plano de ação denominado “Procedimentos Práticos de Higiene Operacional” –

PPHO. Que visa estabelecer os procedimentos práticos para a implantação das

normas de BPF - Boas Práticas de Fabricação.

A higienização, tanto do ambiente como dos equipamentos e do pessoal

envolvido, é condição fundamental para a garantia da qualidade do produto final,

devendo ser realizada previamente ao processamento do mel, pois sendo este um

produto altamente higroscópico (alta capacidade de absorção de água), tanto o

ambiente como os equipamentos não devem conter resíduos de água, o que

elevaria a umidade relativa do ar do recinto.

A higiene do ambiente e dos equipamentos consiste basicamente em duas

etapas:

Limpeza: Destina-se à remoção dos resíduos orgânicos e minerais

presentes nas superfícies do ambiente e equipamentos.

Sanitisação: Tem a finalidade de remover dos equipamentos a carga

microbiana, reduzindo-a a níveis satisfatórios.

Os autores afirmam que é importante ressaltar que, para que esses

procedimentos alcancem seus objetivos plenamente, é fundamental que a água

utilizada no processo esteja dentro dos padrões de qualidade.

2.5 QUALIDADE

Qualidade é a totalidade dos atributos e características de um produto ou

serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou

implícitas. As empresas de hoje não têm outra escolha a não ser implementar

programas de gestão da qualidade total, se quiserem continuar no páreo e

permanecer lucrativas. A qualidade total é a chave para a criação de valor e

satisfação de clientes (KOTLER, 2000).

A definição oficial da International Organization for Standardization –

Organização Internacional de Normalização (ISO) "A qualidade é o conjunto das

Page 52: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

51

propriedades e características de um produto, processo ou serviço que lhe fornecem

a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas" (SILVA, 1988).

Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente,

portanto não é estática. A dificuldade em definir qualidade está na renovação das

necessidades futuras do usuário em características mensuráveis, de forma que vai

mudando de significado à medida que as necessidades dos clientes evoluem e que

o produto possa ser projetado e modificado para dar satisfação por um preço que o

usuário possa pagar (DEMING, 1990).

Segundo a Norma ISO 17799, de 2001, são três itens básicos da segurança

da informação, conforme se segue:

confidencialidade: garantia de que a informação é acessada somente por

pessoas autorizadas;

disponibilidade: garantia de que os usuários autorizados têm acesso à

informação e aos ativos correspondentes quando necessário;

integridade: a segurança da informação é possibilitada a partir de quatro

etapas básicas, quais sejam: identificação, quantificação, tratamento e

monitoração dos riscos.

Percebe-se que a qualidade do produto final depende dos inputs, métodos e

processos, promovendo a avaliação subjetiva positiva pelo consumidor ao final da

cadeia. Kotler, (2000) aborda que em função de a qualidade estar relacionada com

aquilo que os clientes esperam de um produto ou serviço, é necessário conhecer

como as expectativas são formadas, pois as expectativas de qualquer produto ou

serviço específico são estabelecidas durante o tempo de experiência, a qualidade

deve ser considerada como uma especificação ou um grupo de especificações

dentro de determinados limites ou tolerâncias, que devem ser atendidas.

A certificação aplicada a um sistema produtivo evidencia que as organizações

funcionam de maneira estruturada, preocupada com a qualidade, com o meio

ambiente e que seus colaboradores têm noção clara de como obter a qualidade e

como preservar o meio ambiente. Sob este enfoque, Lucena (2003, p. 27) salienta

que: “A certificação de um produto garante a padronização e qualidade do mesmo,

atendimento a critérios técnicos estabelecidos, garantia ao consumidor sobre a

segurança e veracidade dos produtos e serviços oferecidos”.

Para garantir a qualidade, segurança e inocuidade do alimento alguns

métodos e técnicas são empregados, dentre os principais estão: APPCC (Análise de

Page 53: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

52

Perigo em Pontos Críticos de Controle) ou HACCP (Hazard Analysis Critical Control

Point), BPF (Boas Práticas de Fabricação) e a Certificação ISO Série 9000. A

credibilidade da organização, principalmente internacional, está bastante ligada à

qualidade do serviço prestado, o que deve ser avaliado como um investimento para

tornar uma empresa competitiva em tempo de globalização (LOVATTI, 2004).

O conjunto de normas ISO 9000 foi publicada pela primeira vez em 1987 e,

desde então, teve três revisões, em 1994, 2000 e por último em 2008, para

incorporar as últimas teorias da gestão da qualidade. As normas da família ISO 9000

são referenciais para a implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ)

e indubitavelmente as publicações ISO mais conhecidas, e têm sido largamente

aceites como base para as organizações gerarem confiança nos seus clientes e

noutras partes interessadas, sobre a sua capacidade de compreender os requisitos

do cliente, os requisitos legais e regulamentares e para fornecer, sistematicamente,

produtos e serviços que cumprem os requisitos (Silva, 2011).

As normas ISO 9000 são normas de gestão e garantia da qualidade que dão

as diretrizes para implantação do sistema de qualidade ao especificar todas as fases

da produção ou da prestação de serviços, desde a execução até o pós-venda,

portanto, a ISO 9000 tem por objetivo organizar por escrito todas as fases do

processo produtivo e registrar as ações realizadas, e posse dessas informações

pode-se definir todo o processo produtivo e melhorá-lo O autor afirma que a ISO

9000 visa a redução de desperdícios, maior eficiência da mão de obra e maquinaria,

análise de segurança e melhoria das relações de mercado, proporcionando aumento

da produtividade e maximização dos lucros (MAURITI,1993).

Segundo Andrade (1999), o tamanho da sua qualidade é comparável ao elo

mais fraco da sua produção, fundamentado na promoção da qualidade total na tripla

adaptação entre o homem e o trabalho.

Longenecker et. al., (1997, p.476), diz que ''a qualidade vai antes do nome''

este slogan implica que a qualidade não se origina com o processo de inspeção que

verifica o produto acabado, mas com o processo anterior de produção.

Para Megginson et. al., (1998, p. 555), o controle de qualidade “é o processo

pelo qual uma organização se assegura de que os seus produtos acabados ou

serviços atendam as expectativas de clientes e consumidores”. O mesmo autor

reitera que as atividades de controle de qualidade são desempenhadas por

departamentos que tem o titulo de ''Controle de Qualidade'', ''Qualidade Assegurada''

Page 54: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

53

ou ''Inspeção'', ou então “Uma situação na qual uma organização fornece qualidade

e serviços superiores a seus clientes, proprietários e funcionários” (LAS CASAS,

2004, p. 20).

Campos (2014, pg. 14), aborda que “Como o objetivo de uma organização

humana é satisfazer as necessidades das pessoas, então o objetivo, o fim, o

resultado desejado de uma empresa é a Qualidade Total”.

Considerando o modelo de Qualidade Total, a gestão da qualidade no

contexto atual visa à introdução de melhorias no processo produtivo, ou seja, melhor

atendimento ao cliente.

Page 55: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

54

3 METODOS E TÉCNICAS

A classificação deste trabalho quanto à natureza utiliza a pesquisa

aplicada, quanto à abordagem do problema, qualitativa, pois houve uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito e quantitativa, pois foi considerado

variável quantificável, traduziram-se números e técnicas estatísticas em analises.

Do ponto de vista dos objetivos, esta pesquisa caracteriza-se como

descritiva exploratória e explicativa.

Esse método envolve o uso de técnicas de coleta de dados será

diretamente com os sócios através do mapeamento dos dados existentes e

roteiro pré-elaborado.

Como procedimento técnico, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo,

estudo de caso e observação com visita in-loco.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa estudada desenvolve suas atividades no agronegócio, mais

especificamente agricultura familiar, tem como sócios proprietários os irmãos Olívio

Marcelo e João Maciel, devido às características do negocio a empresa não possui

CNPJ - Código Nacional de Pessoa Jurídica, tem como registro de suas atividades

bloco de produtor rural com IE - Inscrição Estadual.

A gerencia da empresa cabe aos sócios proprietários do Apiário Cogo, este

localizado no Rincão das Guabirovas, s/n° cidade de Santiago, RS. A divisão

societária esta em termos de igualdade sendo 50% para cada sócio trabalha em

sistema de parcerias rural, não conta com empregados fixos.

A empresa tem como atividade principal a produção e extração de mel, a

sua atuação no mercado é a exportação e comércio exterior, sendo que seus

negócios são intermediados, realizados por empresas nacionais, localizadas no Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Nome Fantasia: Apiário Cogo

Cidade: Santiago, RS;

Endereço: Rincão das Guabirovas, S/N CEP: 97700-000.

Nome: Olívio Marcelo Lunardi Cogo

Page 56: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

55

Inscrição Estadual: 112117064

Telefone: (55) 9657-5733

E-mail: [email protected]

Nome: João Maciel Lunardi Cogo

Telefone: (55) 9914-5182

Inscrição Estadual: 1121127310

E-mail: [email protected]

3.1.1 Missão

“Atuar de forma ativa na extração de mel orgânico, com qualidade que

satisfaça as necessidades dos clientes. sem causar impacto ambiental.

Responsabilidade Social”.

3.1.2 Visão

"Ser reconhecida como empresa na produção e extração de mel oferecendo

ao consumidor o prazer de experimentar um produto natural, orgânico, livre de

agrotóxicos, saboroso e com múltiplos benefícios para a saúde e bem estar".

3.1.3 Valores e objetivos

"Ética, respeito e de interação sistêmica homem e natureza. Uma relação de

cumplicidade aproveitando o que há de mais precioso à sustentabilidade, usufruir

sem agredir".

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Neste tópico apresentam-se os procedimentos que proporcionaram a

obtenção do escopo do trabalho, que são formados pela: caracterização da

pesquisa, técnicas de pesquisa e análise de dados.

Page 57: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

56

Para o desenvolvimento do trabalho realizou-se pesquisa com coleta de

dados na empresa Apiário Cogo. Lüdke (1986) refere-se à pesquisa e diz que a

mesma retrata situações simples e específicas até situações complexas e abstratas

de forma completa e profunda, procurando analisar um universo específico e sobre

ele construir o estudo, apontam que esse se desenvolve em três etapas, sendo a

primeira aberta, exploratória, a segunda mais sistemática em termos de coleta de

dados e a terceira consistindo na análise e interpretação sistemática dos dados e a

elaboração deste trabalho de conclusão de curso.

3.2.1 Caracterização da pesquisa

Para Vergara (2005), os tipos de pesquisas são classificados, quanto aos fins

e quanto aos meios.

Quanto aos fins este trabalho se identificou como sendo pesquisa

exploratória, descritiva, aplicada e intervencionista, sendo que a autora conceitua os

tipos de pesquisas da seguinte forma: "exploratória é realizada na área na qual há

pouco conhecimento acumulado e sistematizado”, na percepção da autora a

"descritiva expõe características de determinada população ou fenômeno, podendo

estabelecer correlação entre variáveis e definir sua natureza".

No que se refere à pesquisa aplicada a mesma é motivada pela necessidade

de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não, incentiva a curiosidade

intelectual e sobre tudo o nível de especulação do pesquisador, a mesma autora

informa que tanto a pesquisa intervencionista quanto a pesquisa-ação tem como

objetivo interpor-se, interferir na realidade estudada para modifica-la, supõe

intervenção participativa na realidade social.

Quanto aos meios aplicou-se pesquisa de campo com visita in-loco,

documental, bibliográfica, pesquisa-ação; a pesquisa de campo "é a investigação

empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de

elementos para explica-los", quanto à pesquisa documental “é realizada em

documentos conservados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza", no

que se refere à pesquisa bibliográfica a autora diz que "é o estudo sistematizado

desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais e redes

eletrônicas" (VERGARA 2005).

Page 58: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

57

Um estudo de caso, segundo Mattar (1992), é um estudo profundo, através do

qual se procura conhecer aspectos detalhados sobre um ou poucos elementos da

população. O estudo de caso, tratado como modalidade de pesquisa descritiva, é

restrita a aplicação em organizações, propiciando ao pesquisador um estudo de

caráter consistente e detalhado.

A abordagem do estudo teve caráter qualitativo e quantitativo, que segundo

Mattar (1992, p.81), "[...] tecnicamente a pesquisa qualitativa identifica a presença ou

ausência de algo, enquanto a quantitativa procura medir o grau em que algo está

presente...", o autor esclarece que, metodologicamente, a pesquisa qualitativa é

desenvolvida através da coleta de dados por perguntas abertas, em entrevistas em

grupos ou individuais em profundidade e em testes projetivos.

3.2.2 Fonte de dados

Como instrumento, utilizou-se de um roteiro pré-elaborado para auxiliar o

desenvolvimento da pesquisa durante a coleta de dados, além de visitas à

propriedade foram analisadas planilhas, notas de produtor, que caracterizaram a

pesquisa documental, sendo que a grande parte dos dados foi fornecida através do

monitoramento do cartão de credito da empresa.

3.2.3 Procedimentos

Os controles financeiros favorecem o alcance de níveis de excelência

empresarial e a certeza de que os recursos serão bem aplicados.

Foram necessárias ações integradoras, interligando todos os controles da

organização, com o objetivo de minimizar os desperdícios de recursos e maximizar

os lucros.

Neste contexto na primeira etapa do projeto foi pautada na revisão

bibliográfica dos assuntos pertinentes para a compreensão das temáticas a serem

abordadas.

Na segunda etapa do trabalho realizou-se o levantamento dos

fluxos/processos existentes com qualidade e ética criando um vinculo de confiança e

credibilidade, para posteriormente mapear e elaborar o fluxograma de atividades

Page 59: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

58

figura processo produtivo conforme figura 8, coletaram-se ainda os dados

necessários à elaboração das planilhas de controles e gráficos, no apêndice.

O processo realizado para a elaboração da pesquisa foi um roteiro

semiestruturado indo a campo, e aplicado junto aos sócios do estabelecimento em

análise.

3.2.4 Tratamento e analise dos dados

A coleta de dados demonstra como foram alcançados os objetivos

estabelecidos. Refere-se aos meios, pelos quais, o pesquisador obterá os dados

para responder as questões dos objetivos específicos (VERGARA 2005).

A autora relata que analisar os dados serve para tornar viável a filtração dos

conhecimentos obtidos sobre o assunto.

Sendo assim a coleta dos elementos podem ser separados, para a obtenção

de informações que foram aproveitadas e empregadas, pois o objetivo é

correlacionar às áreas da organização, abrangendo os fatores dos controles

existentes, e fazer menção aos não existentes.

Quanto a analise dos dados conforme Vergara (2005), foi possível um

tratamento qualitativo e quantitativo no mesmo estudo, também foi utilizado como

base referencial bibliográfico, ferramentas do Microsoft Excel e observação feita em

visita in loco.

Page 60: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

59

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o embasamento teórico acerca do assunto, e com uma visão geral da

empresa estudada, torna-se possível o desenvolvimento de todas as etapas e

cumprimento dos objetivos referentes à proposta de implantação de planilhas de

controles internos financeiro como uma ferramenta para avaliação dos resultados

com fins gerenciais e também de manter a empresa atualizada e monitorada

conforme as analises seguintes.

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS

A empresa Apiário Cogo tem como atividade principal a produção e extração

de mel com qualidade e sustentabilidade. O controle de qualidade do produto

destaca-se como um de seus objetivos, pois deste depende o mercado e a

satisfação dos clientes.

O sistema do Apiário Cogo como mostra a figura 7 é uma adaptação ou

inovação incremental com melhoramento ainda não comprovado cientificamente,

podendo até se tornar um método possível de patenteamento no INPI - Instituto

Nacional de Patente Industrial.

Figura 7 - Sistema produtivo Apiário Cogo

Fonte: A autora.

Page 61: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

60

A partir desta abordagem, conforme observação feita em visita in loco

descrevem-se os processos de produção da empresa estudada.

O processo desenvolve-se continuamente no período de produção, que

geralmente ocorre entre os meses de outubro de um ano até maio do ano

subsequente, sendo realizada uma serie de atividades, caracterizando o ano

produtivo agrícola-apícola, com a participação de no mínimo de três pessoas.

As caixas com o produto são transportadas paletizadas com uma quantia que

varia entre e 56 (cinquenta e seis) e 76 (setenta e seis) caixas, das fazendas onde

são alocadas as colmeias até a empresa, setor de produção.

O desembarque das caixas se faz direto na estufa a uma temperatura de 28°

(vinte e oito) graus, para não haver perdas do produto, pois o mesmo é passível de

cristalização, o próximo passo do processo é o deslocamento das caixas ate a

desoperculdora de forma manual, um a um, caixilho por caixilho, logo em seguida

devolvem-se os caixilhos nas caixas e distribui-se na centrifuga, a qual se encarrega

do processo então automatizado, manualmente são retiradas as caixas e

palatizadas novamente para devolução ao campo.

O mel, produto final em sua forma granel passa pelo processo de decantação,

evitando assim algum resíduo de cera.

No processo final embalam-se os produtos em sacos plásticos epóxi para

alimentos e alocados em tambores que pesam em media 300 kg lacrados e

etiquetados com data de colheita, florada predominante (mato nativo) a localização

do apiário (fazendas) ou o local onde estão alocadas, estocados até completar a

carga e vendido.

No que diz respeito às normas ISO 9000 a cerificação realiza-se, através de

auditoria com vistoria, levantamento e verificação se os equipamentos da empresa

estão dentro da conformidade, bem como vai a campo inspecionar as fazendas onde

estão alojadas as colmeias e verificar se as caixas estão com a altura padrão

(distância entre as caixas e o chão) conforme o Manual de Apicultura Orgânica

fornecido pela empresa exportadora LACOM Gmbh.

A partir dessa sequencia de tarefas foi elaborado o fluxograma das atividades

do sistema produtivo desde a entrada do produto em sua forma bruta e alocação na

estufa de estocagem/espera para a centrifugação e estocagem definitiva e

embarque, representado pela figura 8.

Page 62: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

61

Figura 8 - Fluxograma das atividades do Apiário Cogo

Sím

bo

los

Análise ou operação

To

tais

Rotina: Atual x

Tipo de Rotina

Transporte

Proposta

Continuo

Execução ou Inspeção Setor: Produção

Arquivo provisório Efetuado por:

Arquivo definitivo Data:

Ordem Símbolos Distância Descrição dos passos

1

Chegada das fazendas de alocação das caixas

2

6m Desembarque

3

9m Transporte manual das caixas paletizadas até a desoperculdora

4

Retirada dos caixilhos manualmente

5

Passados na desoperculdora manualmente

6

Devolução manualmente dos caixilhos nas caixas

7

Alocação manualmente das caixas na centrifuga

8

Processo de centrifugação automático

9

Bombeamento par o decantador, ativado automaticamente.

10

Retirada das caixas da centrifuga manualmente

11

3m Caixas paletizadas manualmente

12

Decantação do mel (período de 24 horas)

13

Esvaziar o reservatório da desoperculdora

14

Limpeza diária

15

Derretimento da cera.

16

Embalagem do mel

17

Pesagem do mel

18

8m Transporte e estocagem temporária até a venda e embarque

19

9m Transporte dos palites para o estoque das caixas vazias

20

12m Transporte para voltar ao campo

21

Embarque final do produto

22

Limpeza final.

Fonte: Elaborado pela autora.

Page 63: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

62

4.2 ANÁLISE

Conforme os autores referenciados os controles financeiros são um

mecanismo que representa os procedimentos adotados pela administração de uma

empresa para ajudar a assegurar a prevenção e a detecção de fraudes e erros.

A empresa em estudo desenvolve suas atividades empiricamente com fraca

incidência de controle, não havendo, um sistema de gerenciamento das atividades

das empresas, porém, quais instrumentos do controle interno auxiliam

favoravelmente a Gestão Empresarial?

De posse dos dados bibliográficos conceituou-se os as ferramentas dos

controles internos objetivando fazer cumprir as determinações e o atendimento das

expectativas do trabalho proposto, a partir dessa analise sugere-se a utilização

através de planilhas de controle, fluxo de caixa.

4.2.1 Proposta de planilhas de controle e fluxo e caixa.

A partir da analise foi observado que nenhum dos modelos consultados dos

autores Gitman (1997) Perez Junior, (1999), Campos Filho (1999), Zdanowicz

(2000), santos (2001) e Marion (2003) se enquadram no modelo operacional da

empresa Apiário Cogo.

O modelo sugerido e adaptado visa facilitar a obtenção de informações e

gerar a analise do custeio por absorção em planilha do Excel, e analise do ponto de

equilíbrio oportunizando a visualização de gráficos e planilhas sugeridas. Portanto

adaptando-se a realidade da empresa a tabela 1 em apêndice 1 apresenta o modelo

sugerido um modelo de fluxo de caixa indireto gerencial com base em: saldo anterior

mais receitas no período (entradas) menos (-) saídas, custos, despesas,

investimentos e saldo final.

Foi sugerido o método de custeio por absorção como método de apropriação

dos custos rurais e, é o método reconhecido pela Receita Federal, apesar de que

esta sugestão não pretender ser apresentada ao fisco, pois é gerencial.

Na tabela 2 é mostrado os valores referentes ao calculo do Custeio por

Absorção.

Page 64: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

63

Tabela 2 - Custeio por absorção

RECEITAS TOTAIS

R$ 661.564,00

(-) CPV R$ 237.503,05

CV R$ 183.719,05

CF R$ 53.784,00

(=) RESULTDO DO EXERC. R$ 424.060,95

DF R$ 61.391,47

DV R$ 12.326,80

(-) INVESTIMENTOS R$ 125.035,00

(=) RESULTADO ANTES DO IR R$ 225.307,68

Fonte: Adaptado de Leone (2000)

A partir da analise das variáveis que formam o custo dos produtos foi indicado

à adoção do custeio por absorção, visto que a alocação dos custos sofre influencia

direta do volume de produção através de uma taxa de absorção, é um critério legal,

fiscal um instrumento gerenciador, o alto grau de arbitrariedade pode elevar os em

alguns produtos e diminuir em outros.

O gráfico 1 representa os dados que foram utilizados para a apropriação dos

custos de produção da empresa em analise.

Gráfico 1 - Custeio por absorção

Fonte: Elaborado pela autora.

Page 65: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

64

4.2.2 Análise da margem de contribuição

A apuração da margem de contribuição em uma empresa representa o quanto

aquele produto esta deixando de lucro, ou seja a margem de contribuição em

relação às vendas.

Para compor a receita total e encontrar margem de contribuição foram

computados os seguintes dados:

660Kg de peixe. Receita de R$ 7,600,00

64 tonelada 430Kgs de mel. Receita de R$ 653,964,0 0

Esses dados possibilitaram a apuração da margem de contribuição, conforme

demonstração quadro 9.

Quadro 9 – Demonstração da margem de contribuição

DEMONSTRAÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Receita Total 661.564,00R$

(-) Total das despesas variáveis 12.326,80R$

(-) Total dos custos variáveis 183.719,47R$

Margem de Contribuição 465.517,73R$

Margem de Contribuição% (MC/RT) 0,703662427

Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr, (2000).

4.2.3 Análise do ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio indica quanto daquele produto a empresa tem que

vender para começar a ter lucro, o quanto é necessário vender para que as receitas

se igualem aos custos, a partir das projeções de vendas para ser eliminado a

possibilidade de prejuízo em sua operação, no quadro 10, são apresentados os

valores referentes ao PE.

Quadro 10 – Ponto de Equilíbrio

Fonte: Adaptado de Oliveira e Perez Jr, (2000).

P E= (CF+ DF) MC.

PE= (53.784,00+61.391,47) = 115.175,47 = 163.680,01 0,703662427 0,703662427

PE mensal. 163.680,01 = 27.280,00 6

Page 66: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

65

Após o calculo do ponto de equilíbrio percebe-se que a empresa precisou

vender R$ 27.280,00 mensalmente e a partir dessa quantia começará a ter lucro.

4.2.4 Análise da rentabilidade

A rentabilidade é calculada a partir dos capitais investidos, isto é quanto

renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

Então em analise no quadro 11 observa-se que a empresa tem um bom índice de

rentabilidade.

Quadro 11 – Cálculos de Rentabilidade

Rentabilidade = Lucro x 100 = Investimento

Rent. = 225.307,26x100 =180,19% 125.035,00

Fonte: Adaptado de Gitman (2010),

Observa-se que de posse dos dados conforme os apêndices: 1, 2, 3, 4 e 5

foram possíveis gerar outros dados relevantes à empresa, como por exemplo, a

rentabilidade dados esses que a empresa ainda não tinha conhecimento. Como já

foram expostos os sócios são operacionais com fraca incidência de controles, porem

ficou evidente que a metodologia de aplicação dos recursos gerou resultados

positivos, salienta-se que os dados do gráfico 4 são relativos ao saldo final da

produção o exercício passado (2015) e dos cinco primeiros meses do ano em

exercício (2016).

Percebe-se um resultado positivo, mas o agronegócio tem características

próprias e nos próximos meses ocorre o período de entre safra ou sem produção,

devendo os sócios serem cautelosos na aplicação dos recursos.

Page 67: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi desenvolvido utilizando-se uma estrutura teórica que

norteou os objetivos propostos pela pesquisa e na qual foram abordados

conceitos sobre controle internos e as variáveis que compõe sua estrutura e

fluxo de informações a respeito do assunto.

Para que a empresa apresente resultados positivos, é necessário que haja

um aperfeiçoamento quanto aos meios de controles utilizados, pois os mesmos

devem estar associados à troca de informações num relacionamento sistêmico

de dados internos em busca da otimização de recursos disponíveis e na

obtenção da eficácia nos resultados.

Sugere-se a adoção de um conjunto de ações integradas e cooperadoras

de todos os setores da organização, desenvolvendo um sistema que tem por

objetivo a minimização econômica de recursos e a maximização dos lucros

advindos do trabalho.

Na concepção do assunto específico desenvolvido por este trabalho,

levou-se em conta a cobrança do mercado em relação à qualidade dos

produtos/serviços oferecidos. O ambiente de negócios passou a buscar novos

conceitos em gerenciamento para que pudesse acompanhar os fluxos de

atividades desenvolvidas no setor produtivos, apesar das características

diferenciadas do agronegócio buscando-se a adaptação dos conceitos a serem

utilizados nessa área.

Baseando-se nos estudos feitos sobre o tema neste trabalho foram

atribuídos os aspectos conceituais propostos, e pode-se afirmar que o método de

controle interno financeiro associado a planilhas de controles foi considerado o

mais adequado para ser utilizado pela empresa, pois além de ser o método cujas

características estejam de acordo com a realidade da mesma possibilita uma

visão da conexão recursos, atividades e serviços, permitindo uma atuação dos

gestores no sentido de aperfeiçoar os processos de forma proativa, o que levaria

à concretização dos resultados.

A partir da analise bibliográfica evidenciou-se que a aplicação de um

sistema de controles interno financeiro favorece o alcance das metas no

desempenho organizacional e o cumprimento dos objetivos elencados para a

elaboração do trabalho, visto que o objetivo geral fundamentava-se em

Page 68: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

67

desenvolver métodos de controles internos financeiros nos processos da

organização, os quais foram efetivamente desenvolvidos, pois, no sentido de

alcançar o objetivo geral, estabelecem-se como objetivos específicos os

seguintes:

- Mapear os fluxos internos através dos processos de atividades

desenvolvidas; foi realizado um diagrama de fluxo de atividades na pg. 61, o qual

mapeia os processos internos e seus relacionamentos.

- Elaborar sistemas de controles internos financeiros procedeu-se com as

ferramentas do Excel elaborando-se planilhas de controles/fluxo de caixa,

apêndice 1 pg.74.

- Propor melhorias. A proposta de melhoria é o sistema de analise

sugerido, assim conseguiu-se atingir os objetivos que era desenvolver métodos

de controles internos financeiros nos processos da organização.

Conclui-se, portanto, que o controle interno é parte integrante de toda a

organização, sob as mais diversas formas, e em níveis diferentes de importância.

Page 69: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

68

REFERÊNCIAS ANDRADE, C. R., Ferramentas da qualidade – Monografia para treinamento. São Paulo: Atac. Associados, 1999.

ASSAF NETO, A., SILVA, C. A. T., Administração do capital de giro. São Paulo: Ed. Atlas, 1997.

ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

ATTIE, W., Auditoria Interna. 2º ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.

______. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 6º. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2011.

BORGERT, A., SILVA, M. Z. da, SCHULTZ, C. A., É o custeio por absorção o único método aceito pela contabilidade?. In: XV Congresso Brasileiro de Custos Anais. Curitiba: Ed. ABC, 2008.

BORNIA, A. C., Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3º. Ed. são Paulo: Ed. Atlas, 2010.

BRAVO, I., Gestão da Qualidade em Tempos de Mudança. Ed. Alínea. Campinas. 2003.

CAMARGO, R. C. R. de, et. Al. Sistemas de Produção 3; Produção de Mel Teresina: Embrapa Meio Norte, 2002.

CAMPOS FILHO, A., Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Ed. Atlas, 1999.

CAMPOS, V. F., Gerenciamento da Rotina do Trabalho do dia a dia: Belo Horizonte - 2º ed. Fundação Christiano Ottoni, 1994.

______. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês). 8º ed. Minas Gerais: 2004.

______. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia.. 8ª Ed. Minas Gerais. Ed. INDG 2004.

CARVALHO, M. M., PALADINI, E P., Gestão da Qualidade: Teoria da Qualidade. Rio de Janeiro: Campos. 2005.

CERVO, L. A, e BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 2º Edição, SP: Mc Graw.

CORRÊA, H. L., GIANESI, I. G. N. Just in Time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. Ed. Atlas. São Paulo. 1996.

CREPALDI, S. A., Curso básico de Contabilidade de custos. 2º. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2002.

D´AVILA, M. Z; OLIVEIRA, A., Conceitos e Técnicas de Controles Internos de Organizações. São Paulo: Nobel, 2002.

Page 70: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

69

D’ASCENÇÃO, L. C. M., Organização, sistemas e métodos. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.

DEMING, W. E., Saia da crise. São Paulo: Ed. Futura, 2003.

______. Qualidade: a Revolução da Administração. Ed. Saraiva: Rio de Janeiro. 1990.

DIAS, M. A. P., Administração de Materiais. Princípios, conceito e gestão. 6º ed. São Paulo: Atlas, 2009.

DIAS, S. V. dos S., Auditoria de processos: teoria, aplicabilidade, metodologia de trabalho e resultados alcançados. 1º. ed. Niterói : Impetus, 2004.

DUTRA, R. G., Custos: uma abordagem prática. 7º. ed. rev. ampl. São Paulo: Ed. Atlas, 2010.

FRANCO, H. MARRA, E., Auditoria contábil. 4ª. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.

GAITHER; N. FRAZIER, G., Administração da produção e operações. São Paulo: Ed. Pioneira, 2001.

GHINATO, P,. Lições Práticas para a Implementação da Produção Enxuta. EDUCS – Ed. da Universidade de Caxias do Sul: Caxias do Sul. 2002.

GITMAN, L. Princípios de administração financeira. 3º. ed. São Paulo: Habra, 1997.

______. Princípios de administração financeira. 12º. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

ISO INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION - Norma Nacional de Segurança de Informação [NBR ISO/IEC-17799:2001] Disponível na Internet em http://josers.cjb.net/. Acesso em 14 mar. 2016.

LAS CASAS, A. L., Qualidade total em serviços. 4º. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2004.

LEONE, G. S., Custos: Planejamento, implementação e controle. São Paulo: Ed. Atlas, 1987.

______. Custos: Planejamento, Implementação e Controle – 3º ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

LOVATTI, R. C. Gestão da qualidade em alimentos: uma abordagem prática. Revista Higiene Alimentar, v.18, n.122, p.26-31, de 2004.

LONGENECKER, J., et al. Administração de pequenas empresas ênfase da gerência empresarial. São Paulo: Makron Books, 1997.

LOPES SÁ, A., Contabilidade para pequenos empresários. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1989.

Page 71: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

70

LUCENA, L. C., ISO 9001:2000. Está chegando a hora! Banas Qualidade. São Paulo, v. 12, n. 131, abr. 2003.

LÜDKE, M; A., Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

KOTLER, P. Administração de Marketing. 10º ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

MACHADO, D. G.; SOUZA, M. A., de. Análise das relações entre a gestão de custos e a gestão do preço de venda: um estudo das práticas por empresas industriais conserveiras estabelecidas no RS. Revista Universo Contábil, Blumenau, v. 2, n. 1, p. 42-60, jan./abr. 2006.

MARION, J. C., Contabilidade empresarial. 10º ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2003.

______. Análise das Demonstrações Contábeis. 5ª ed. SP: Ed. Atlas, 2009.

MARSHALL, et. al., Gestão da Qualidade. 8ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

______. Gestão e qualidade. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2003.

______. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 2005.

______. Contabilidade de custos. 9º. ed. 7º reimpr. São Paulo: Ed. Atlas, 2008.

______. Contabilidade de custos: 7º. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

MARTINS, L. A. P.; MOURA, D. A.; ALMEIDA, M. L. Aplicação das Técnicas e Ferramentas da Disciplina Administração da Produção e Operações, Visando Aumento da Qualidade e Produtividade num Centro de Distribuição Domiciliar dos Correios. Administração On-line - Prática, Pesquisa e Ensino, Vol. 3, 2002. MATARAZZO, D.C. Analise Financeira de Balanços – Abordagem Básica e Gerencial. 5º ed. São Paulo: Ed Atlas, 1997.

______. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. 6º. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MATTAR, F N., Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução e analise. São Paulo: Ed. Atlas, 1992.

MAURITI, M., ISO série 9000: manual de implementação. Rio de Janeiro: Ed. Qualitymark, 1993.

MAXIMINIANO, A. C., Introdução à administração. 5º. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

MEGGINSON, L C., MOSLEY, D. C., PIETRI JR P. H. Administração Conceitos e Aplicações: 4º ed. São Paulo: Harbra, 1998.

MOREIRA, D. A., Administração da produção e operações. São Paulo: Learning, 2008.

Page 72: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

71

______., Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002.

OLIVEIRA, D. de P. R., Sistemas, organização & métodos: uma abordagem gerencial. 13°

ed, São Paulo: Ed. Atlas, 2002.

______. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. São Paulo: Ed. Atlas: 2009.

______. Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

______. Controladoria estratégica. São Paulo: Ed. Atlas, 2002. p. 84-85.

______. Controladoria Estratégica: 5ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

______. Ferramentas para o aprimoramento da qualidade. São Paulo. Ed. Pioneira, 1995.

PALADINI, E. P., Gestão da Qualidade no Processo. São Paulo: Ed. Atlas, 1995.

PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração das demonstrações contábeis. 2°. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1999.

ROSS, S. A; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE,. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

SANTOS, E. O. dos, Administração Financeira da Pequena e Média Empresa - São Paulo: Ed. Atlas S.A 2001.

______. Analise dos Custos. Remodelado com ênfase para Custos Marginal, Relatórios e Estudos de Casos. 3º ed. – São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

SCHMENNER, R. W., Administração de Operações em Serviço. São Paulo: Ed. Futura, 1999.

SHINGO, S. O sistema Toyota de produção – do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre: Ed. Bookman, 1996.

SILVA, J. S. R. “Desenvolvimento de uma metodologia para implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade baseado na norma NP EN ISO 9001:2008”, Aveiro, 2011.

______. Análise Financeira das empresas. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

______ Dicionário terminológico da gestão pela qualidade total, 1988.

SLACK, N., CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R., Administração da produção. Ed. compacta. Ed. Atlas, São Paulo: 1999.

______. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2009.

VERGARA, S. C., Gestão da Qualidade. 3º ed. Rio de Janeiro. Ed. FGV, 2006

Page 73: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

72

______. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

VIEIRA, M. I., Criar Abelhas é Lucro Certo, Ed: Nobel S.A, São Paulo. SP 1983.

WERNKE, R., Gestão de Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.

WIESE, H., Novo Manual de Apicultura, Guaíba-RS. Editora Agropecuária 1995.

WOMACK, J; JONES, D., A Mentalidade Enxuta nas Empresas. Ed. Campus: Rio de Janeiro. 1998.

ZDANOWICZ, J. E., Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. 8. ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 2000.

Page 74: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

73

APÊNDICES:_________________________

Page 75: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

74

APÊNDICE 1 - Planilha fluxo de caixa sugerido ao Apiário Cogo

dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16

FLUXO DE CAIXA VALOR EM R$ VALOR EM R$ VALOR EM R$ VALOR EM R$ VALOR EM R$ VALOR EM R$

SALDO ANTERIOR 159.514,00R$ 89.701,60R$ 60.372,30R$ 189.487,98R$ 439.991,48R$ 298.867,18R$

RECEITAS 24.963,00R$ -R$ 14.450,00R$ 157.600,00R$ 330.000,00R$ -R$

Receitas Apicultura 24.963,00R$ 14.450,00R$ 150.000,00R$ 330.000,00R$

Receitas Fruticultura -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

Receitas Piscultuta -R$ -R$ 7.600,00R$ -R$ -R$

SAÍDAS

CUSTOS 19.432,40R$ 17.192,13R$ 7.290,32R$ 58.879,00R$ 81.850,00R$ 52.859,20R$

APICULTURA 18.998,40R$ 16.560,13R$ 6.856,32R$ 58.079,00R$ 79.218,00R$ 48.580,20R$

VEÍCULOS 4.418,00R$ 11.584,00R$ 2.090,00R$ 10.878,00R$ 10.852,00R$ 6.820,00R$

Pneus 5.860,00R$

Combustivel 3.468,00R$ 5.904,00R$ 2.090,00R$ 5.668,00R$ 4.992,00R$ 6.820,00R$

Manuteção 950,00R$ 5.680,00R$ 5.210,00R$

outras custos 360,00R$ 610,00R$

Caixas 750,00R$ 750,00R$ 750,00R$ 750,00R$ 750,00R$ 750,00R$

Energia 350,30R$ 601,13R$ 371,32R$ 360,00R$ 573,00R$ 666,80R$

Agua 120,10R$ 265,00R$ 285,00R$ 131,00R$ 123,00R$ 173,40R$

Arrendamento 42.000,00R$ 42.000,00R$ 35.000,00R$

Parcerias 12.100,00R$ 2.100,00R$ 2.100,00R$ 2.700,00R$ 23.300,00R$ 3.300,00R$

Custo c/ alimentação 1.260,00R$ 1.260,00R$ 1.260,00R$ 1.260,00R$ 1.260,00R$ 1.260,00R$

Fruticultura 80,00R$ 278,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 290,00R$ 200,00R$

Adubação

Roçadas 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$

Apl. de defensivos 198,00R$ 210,00R$ 120,00R$

Piscultura 354,00R$ 354,00R$ 354,00R$ 720,00R$ 2.342,00R$ 4.079,00R$

Alevinos 240,00R$

Alimentos 354,00R$ 354,00R$ 354,00R$ 354,00R$ 354,00R$ 354,00R$

calcário 960,00R$

adubação 690,00R$

combustivel bomba 126,00R$ 194,00R$ 125,00R$

Limpeza açude 3.600,00R$

Analise da agua -R$

Medicação 144,00R$

DESPESAS 10.915,00R$ 17.073,17R$ 11.680,00R$ 11.103,50R$ 11.760,30R$ 11.186,40R$

Despesas Flia Marcelo 2.990,00R$ 3.071,85R$ 3.737,50R$ 3.159,25R$ 3.477,65R$ 3.198,20R$

Desp Gerais 1.200,00R$ 1.200,00R$ 1.200,00R$ 1.200,00R$ 1.200,00R$ 1.200,00R$

Transporte Ana clara 100,00R$ 100,00R$ 100,00R$

Plano de saúde 55,00R$ 55,00R$ 55,00R$ 55,00R$ 55,00R$ 55,00R$

Sindicato 306,00R$

Internete 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$

Telefone 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$

Agua 40,00R$ 53,00R$ 53,00R$ 57,00R$ 43,80R$ 41,10R$

Energia 75,00R$ 128,85R$ 79,50R$ 77,25R$ 122,85R$ 137,10R$

Faculdade 400,00R$ 400,00R$ 400,00R$ 400,00R$ 400,00R$ 400,00R$

Pensão alimenticia 450,00R$ 450,00R$ 450,00R$ 450,00R$ 450,00R$ 450,00R$

Desp c/ cachorros 280,00R$ 280,00R$ 280,00R$ 280,00R$ 280,00R$ 280,00R$

Veiculo 350,00R$ 365,00R$ 1.080,00R$ 400,00R$ 380,00R$ 395,00R$

combustivel 350,00R$ 365,00R$ 390,00R$ 400,00R$ 380,00R$ 395,00R$

manutenção 690,00R$

João 1.925,00R$ 5.391,85R$ 1.942,50R$ 1.944,25R$ 2.282,65R$ 1.988,20R$

Pensão alimenticia 600,00R$ 600,00R$ 600,00R$ 600,00R$ 600,00R$ 600,00R$

Despesas gerais 850,00R$ 850,00R$ 850,00R$ 850,00R$ 850,00R$ 850,00R$

Sindicato 306,00R$

telefone 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$ 80,00R$

Agua 40,00R$ 53,00R$ 53,00R$ 57,00R$ 43,80R$ 41,10R$

Energia 75,00R$ 128,85R$ 79,50R$ 77,25R$ 122,85R$ 137,10R$

Plano de saúde 40,00R$ 40,00R$ 40,00R$ 40,00R$ 40,00R$ 40,00R$

Veículos 240,00R$ 3.640,00R$ 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$

Combustivel 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$ 240,00R$

Manutenção 3.400,00R$

Prolabore 6.000,00R$ 6.000,00R$ 6.000,00R$ 6.000,00R$ 6.000,00R$ 6.000,00R$

Marcelo 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$

João 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$ 3.000,00R$

Desp imptos -R$ 2.609,47R$ -R$ -R$ -R$ -R$

ITR (Terreno isento)

ITR ( Chacara) -R$ 40,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$

IPVACmnhão ITL6328 947,00R$

IPVA cmnhão ITL6328 160,00R$

IPVA Moto ICD 7604 340,00R$

IPVA Gol ICA 9303 160,00R$

Fiesta IVN 4790 962,47R$

INVESTIMENTOS 39.465,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$ 47.514,00R$ 9.514,00R$

38.000,00R$

Centrifoga 4.307,00R$

Caminhão 13.844,00R$

trator 10.000,00R$

caixas 9.514,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$ 9.514,00R$

outros investimentos 1.800,00R$

TOTAL

SAIDAS FINAL69.812,40R$ 43.779,30R$ 28.484,32R$ 79.496,50R$ 141.124,30R$ 73.559,60R$

SALDO FINAL:

ANTERIOR

R$ 134.551,00 89.701,60R$ 45.922,30R$ 31.887,98R$ 109.991,48R$ 298.867,18R$ 225.307,58R$

Page 76: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

75

APÊNDICE 2 - Custeio por Absorção

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

(+) RECEITAS TOTAIS R$ 661.564,00

(-) CPV

CV R$ 183.719,05

CF R$ 53.784,00

(=) RESULTDO DO EXERC. R$ 424.060,95

(-) DESPESAS

DF R$ 61.391,47

DV R$ 12.326,80

(-) INVESTIMENTOS

R$ 125.035,00

(=) RESULTADO ANTES DO IR R$ 225.307,68

(+) RECEITAS TOTAIS R$ 661.564,00

(-) CPV = (cv+cf) R$ 237.503,05

(=) RESULTDO DO EXERC. R$ 424.060,95

(-) DESPESAS =(df+dv) R$ 73.718,37

(-) INVESTIMENTOS R$ 125.035,00

(=) RESULTADO ANTES DO IR R$ 225.307,68

Page 77: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

76

APÊNDICE 3 - Classificação dos custos.

Page 78: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

77

APÊNDICE 4 - Classificação dos custos

Page 79: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

78

APÊNDICE 5 - Classificação dos custos e Gráfico do exercício 2015/2016

Page 80: UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E …paginas.urisantiago.br/userfiles/TRABALHO ACADEMICO MARTA(2).pdf · Aos meus pais, Olívio Cogo e Lúcia Lunardi Cogo, exemplos

79

APÊNDICE 6 – Planilha de cálculos

PA

RA

CO

MP

OR

A R

EC

EIT

A T

OT

AL

FO

RA

M C

OM

PU

TA

DO

S O

S S

EG

UIN

TE

S D

AD

OS

:660K

g d

e p

eix

e a

um

pre

ço m

edio

de R

$11.5

obete

ndo u

ma r

eceita d

e R

$ 7

,600,0

0

Obs: O

Kg d

e m

el fo

i vendid

o a

um

pre

ço m

édio

de R

$ 1

0,1

5, obte

ve-s

e u

ma r

eceita d

e R

$ 6

53,9

64,0

0

Entã

o s

e d

ivid

irm

os a

receita tota

l das v

endas d

o m

el perc

ebe-s

e q

ue foi vendid

o u

ma q

uantia d

e 6

4 tonela

da 4

30K

gs d

o p

roduto

mel.

Entã

o:

MC

= R

T-(C

V+D

V)

MC

465.5

17,7

3R

$

RT

661.5

64,0

0R

$

on

de

Cv

18

3.7

19

,47

R$

MC

= m

arge

m d

e c

on

trib

uiç

ãoC

F5

3.7

84

,00

R$

RT=

Re

ceit

a to

tal

RE

424.

060,

53R

$

Cv=

. Cu

sto

var

iave

lD

F6

1.3

91

,47

R$

DV

= D

esp

esa

var

iave

lD

V1

2.3

26

,80

R$

INV

T12

5.03

5,00

R$

Po

nto

de

Eq

uil

íbri

o =

(C

ust

os

Fixo

s+ D

esp

esa

s Fi

xas)

PE

115.

175,

47R

$

0,

2474

1371

3A

NTE

S IR

225.

307,

26R

$

Mar

gem

de

Co

ntr

ibu

ição

.

PE

163.

680,

01R

$

PE

me

nsa

l27

.280

,00

R$

DEM

ON

STR

ÃO

DA

MA

RG

EM D

E C

ON

TRIB

UIÇ

ÃO

Re

ceit

a To

tal

661.5

64,0

0R

$

(-)

Tota

l das

de

spe

sas

vari

áve

is

12

.32

6,8

0R

$

(-)

Tota

l do

s cu

sto

s va

riáv

eis

1

83

.71

9,4

7R

$

Mar

gem

de

Co

ntr

ibu

ição

465.

517,

73R

$

Mar

gem

de

Co

ntr

ibu

ição

% (

MC

/RT)

0,70

3662

427

Re

nta

bil

idad

e =

lu

cro

*100

=18

0,20

R$

inve

stim

en

to