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1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento SARAH ISABELLA MAAS NAVILLE “M-learning”: uma ferramenta eletrônica para professores para a identificação de sinais de desatenção e hiperatividade São Paulo 2017

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento

SARAH ISABELLA MAAS NAVILLE

“M-learning”: uma ferramenta eletrônica para professores para a identificação de sinais de desatenção e hiperatividade

São Paulo

2017

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento

SARAH ISABELLA MAAS NAVILLE

“M-learning”: uma ferramenta eletrônica para professores para a identificação de sinais de desatenção e hiperatividade

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da

Universidade Presbiteriana Mackenzie para obtenção do

título de Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento.

Professor Orientador:

Profa. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira

Linha de Pesquisa:. estudo do desenvolvimento e seus

transtornos nas áreas clínica, cognitiva, comportamental e

epidemiológica

São Paulo

2017

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N326m Naville, Sarah Isabella Maas.

“M-learning”: uma ferramenta eletrônica para professores para a identificação de sinais de desatenção

e hiperatividade / Sarah Isabella Maas Naville. – 2017.

82 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie,

São Paulo, 2017.

Orientadora: Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira.

Referências bibliográficas: f. 67-76.

1. Desatenção. 2. Hiperatividade. 3. Impulsividade. 4. Manejo. 5. Professor. 6. Mobile learning (M-

learning). I. Título.

CDD 371.35

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que continua escrevendo a melhor das histórias e nela estão

meu marido, Adilson, e aos meus filhos Guilherme, Gustavo e Gabriela que

também decidiram acreditar e me apoiar durante o desafio da obtenção do

título de mestre.

Agradeço à minha orientadora, Profa. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz

Teixeira, que permaneceu firme mesmo nos dias em que as dificuldades se

tornaram impossibilidades.

Serei eternamente grata por deixar de ser mais um entre os casos de crianças

que enfrentaram distúrbios durante seu desenvolvimento para cooperar,

produzindo e oferecendo ferramentas para auxiliar meus colegas professores

em seus desafios no dia-a-dia da sala de aula.

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“There are far, far better things ahead than any we leave behind”

C.S. LEWIS

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Resumo

Sinais comportamentais de desatenção e hiperatividade/impulsividade em crianças no ambiente escolar podem diminuir as oportunidades para a criança se relacionar de forma socialmente competente e desenvolver habilidades adequadas de aprendizagem. O professor é o principal agente encarregado de identificar esses sinais e realizar as devidas intervenções em sala de aula. Os objetivos desse estudo foram: a) desenvolver uma ferramenta eletrônica (M-Learning) destinada a professores para a identificação e manejo comportamental de sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade de alunos em sala de aula; b) verificar indicadores de possibilidades de uso da ferramenta em contexto escolar de sala de aula. Método: o estudo foi realizado em duas fases: fase 1: desenvolvimento da ferramenta eletrônica M-Learning, fase 2: avaliação da ferramenta por um grupo de professores. Na segunda fase, o estudo seguiu um desenho transversal com amostra de conveniência composta por 13 professores de Educação Básica de escolas particulares e públicas do município de São Paulo. Nessa fase foram cumpridas as seguintes etapas: etapa 1: aula sobre caracterização de indicadores de sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade em crianças, etapa 2: apresentação da ferramenta eletrônica M-Learning e acesso on-line a ela, etapa 3: professores participaram de uma simulação de preenchimento de formulários na ferramenta eletrônica M-Learning, etapa 4: professores avaliaram a ferramenta. O principal resultado do estudo foi o desenvolvimento da Ferramenta Eletrônica para a modalidade de ensino “M-learning”. A ferramenta consta de informações sobre padrões de sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade incompatíveis com padrões de aprendizagem escolar; telas contendo propostas de intervenção comportamental para uso do professor em sala de aula e formulário a ser preenchido, também pelo professor, sobre a frequência de uso das propostas de manejo comportamental nos alunos. Os resultados relativos à verificação de indicadores de possibilidades de uso da ferramenta em contexto escolar de sala de aula mostraram que houve aceitabilidade entre os professores participantes desse estudo. Os relatos de professores indicaram que é possível acessar e utilizar a ferramenta a partir dos aparelhos de celular com acesso à Internet. Conclusão: a partir das respostas dos professores ao questionário, parece ser que a ferramenta tem potencial e possibilitará a transposição de conteúdos de mídia impressa para mídias interativas e móveis permitindo ao professor um monitoramento do comportamento do aluno. Espera-se que a ferramenta auxilie o professor no desenvolvimento de intervenções em ambiente escolar para a diminuição de padrões comportamentais de desatenção e hiperatividade incompatíveis com a aprendizagem.

Palavras-chave: desatenção, hiperatividade, impulsividade, manejo, professor,

M-learning.

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ABSTRACT

Children’s behavioral signs of inattention and hyperactivity / impulsivity at the

school environment may diminish the opportunities for the child to socially

competently and develop appropriate learning skills. The teacher is the main

agent in charge of identifying these signs and performing the necessary

interventions in the classroom. The objectives of this study were: a) to develop

an electronic tool (M-Learning) for teachers to identify and manage behavioral

signs of inattention and hyperactivity / impulsivity of students in the classroom;

B) verify indicators of possibilities of use of the tool in a classroom context.

Method: The study was carried out in two phases: phase 1: development of the

electronic tool M-Learning, phase 2: evaluation of the tool by a group of

teachers. In the second phase, the study followed a cross-sectional design with

a convenience sample composed of 13 Primary School teachers from private

and public schools of the city of São Paulo. In this phase the following steps

were accomplished: stage 1: class on the characterization of indicators of signs

of inattention and hyperactivity / impulsivity in children, step 2: presentation of

the electronic tool M-Learning and online access to it, step 3: teachers

participated of a form-filling simulation in the M-Learning electronic tool, step 4:

teachers evaluated the tool. The main result of the study was the development

of the Electronic Tool for the "M-learning" modality. The tool consists of

information about patterns of signs of inattention and hyperactivity / impulsivity

incompatible with school learning patterns; Screens containing proposals for

behavioral intervention for the use of the teacher in the classroom and form to

be filled, also by the teacher, on the frequency of use of behavioral

management proposals in the students. The results regarding the verification of

indicators of possibilities of use of the tool in a classroom context of the

classroom showed that there was acceptability among the teachers participating

in this study. The reports from teachers indicated that it is possible to access

and use the tool from mobile phones with Internet access. Conclusion: from the

teachers' responses to the questionnaire, it seems that the tool has potential

and will enable the transposition of printed media contents to interactive and

mobile media, allowing the teacher a monitoring of the student's behavior. It is

hoped that the tool will assist the teacher in the development of interventions in

the school environment for the reduction of behavioral patterns of inattention

and hyperactivity incompatible with learning.

Keywords: inattention, hyperactivity, impulsiveness, management, teacher, M-

learning.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Propostas baseadas no controle de estímulos (CE). Tabela 2. Propostas baseadas no Reforçamento (RF). Tabela 3. Proposta baseada no controle de estímulos (CE) e reforçamento (RF). Tabela 4: Caracterização da Amostra:

Tabela 5. Familiaridade do professor com o tema:

Tabela 6. Funcionalidade da Ferramenta:

Tabela 7. Velocidade de acesso e navegação

Tabela 8. Preenchimento de Questionários na ferramenta

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SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................. 11

1. Introdução ............................................................................................................................. 12

2.Fundamentação teórica 2. Fundamentação teórica .................................................... 17

2.1 Padrões comportamentais compatíveis e incompatíveis com desempenho

escolar do aluno. ....................................................................................................................... 18

2.2. Estratégias de manejo de padrões e/ou sinais de desatenção e

hiperatividade/impulsividade ................................................................................................... 25

2.3 Tecnologia de informação e comunicação em contexto educacional .............. 35

3.Objetivos ..................................................................................................................................... 43

4. Método .................................................................................................................................... 44

4.1 Amostra ................................................................................................................................. 45

4.2 Etapas da fase 2: ................................................................................................................ 46

Etapa 1. Apresentação aos professores sobre os indicadores de sinais de

desatenção e hiperatividade/impulsividade em crianças no contexto de sala de

aula: .......................................................................................................................................... 47

Etapa 2: apresentação da ferramenta eletrônica M-Learning e acesso on-line: .... 47

Etapa 3: Simulação de preenchimento do formulário de “Checklist” on-line: ......... 48

Etapa 4: preenchimento do questionário de avaliação da ferramenta: .................... 48

5. Resultados............................................................................................................................. 49

5.1 Etapas de desenvolvimento da ferramenta em plataforma on-line: ....................... 51

resultados sobre avaliação da funcionalidade da Ferramenta Eletrônica.................... 57

6. Discussão .............................................................................................................................. 63

7. Conclusão .............................................................................................................................. 65

8. Referências ........................................................................................................................... 67

ANEXO 1 ............................................................................................................................................ 77

ANEXO 2 ............................................................................................................................................ 79

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1. INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

Sinais comportamentais de desatenção e hiperatividade/impulsividade

em crianças tendem a evidenciados em ambiente escolar em função da

configuração do espaço físico, imposição de limites e regras e da comparação

entre o comportamento das crianças (DUPAUL e STONER, 2014; SENA e

SOUZA, 2008). Trata-se de um ambiente no qual o esforço, empenho,

motivação e padrões comportamentais do aluno em conjunto com um bom

manejo do professor são importantes para o sucesso acadêmico. Nesse

contexto, dificuldades da criança em manter-se sentada, esperar sua vez para

falar, cumprir regras, engajar-se em tarefas até sua conclusão e intromissão

em assuntos e brincadeiras alheias, são exemplos de comportamentos que

concorrem com a aprendizagem escolar e, em geral, tem como consequência

prejuízos no aproveitamento escolar.

Os padrões comportamentais de desatenção e hiperatividade em sala

de aula não só prejudicam o desempenho dos alunos, mas também trazem

desafios significativos para professores, psicopedagogos e outros profissionais

de educação (DUPAUL e STONER, 2014). Conhecimentos sobre os sinais de

desatenção e hiperatividade potencialmente incompatíveis com padrões

adequados de desempenho escolar são importantes para professores, uma vez

que, quando esse profissional é capaz de identificar adequadamente

comportamentos que concorrem com prestar atenção em sala de aula, cumprir

tarefas escolares, manter-se engajado em atividades, dentre outros, pode

também interferir de forma planejada para que seus ambientes de sala de aula

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favoreçam o desenvolvimento de comportamentos que favorecem a

aprendizagem (BANG-SCHNACK et. al., 2015).

Os sinais comportamentais de hiperatividade/impulsividade e

desatenção aparecem mais salientes nos primeiros anos escolares (ARAUJO,

CARVALHO, TEIXEIRA. CARREIRO, 2015), mas os níveis de percepção dos

professores e a dificuldade para diferenciar padrões atípicos de desatenção e

hiperatividade/impulsividade de padrões comportamentais considerados

adequados para a idade variam de acordo com o conhecimento que possuem

sobre o tema (ABIKOFF, 2007; BANG-SCHNACK et. al., 2015; HUTCHINSON

et. al., 2015; MAHAR & CHALMERS, 2007; REIS, 2006; SCHLACHTER, 2008).

As estratégias de ensino do professor, a disposição das cadeiras e mesas,

posição do aluno em relação a janelas e portas, a escolha do método e

materiais de ensino e longos períodos nos quais o aluno deve permanecer

sentado são alguns dos fatores que podem aumentar o risco de padrões de

comportamento que limitam as oportunidades da criança se relacionar de forma

socialmente competente e desenvolver competências acadêmicas (AGUIAR,

2012; BARKLEY, 2002).

De um lado, é importante que sejam consideradas a formação e

qualificação do professor, tempo de exercício na função, conhecimento prévio

(casos na família ou alunos anteriores) para o reconhecimento das

características e melhor percepção dos sinais, diminuindo crenças

estereotipadas sobre desatenção, hiperatividade/impulsividade e

encaminhamentos excessivos a avaliação clínica (ANDERSON et. al., 2012,

SENO, 2010). De outro, a disponibilidade de ferramentas para o planejamento

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e implementação de estratégias de manejo comportamental em sala de aula

possibilitam ao professor uma otimização no manejo de comportamentos

inadequados e amenizar as dificuldades de todos seus alunos, não só

daqueles que apresentam comportamentos de risco para transtornos que

envolvam desatenção e hiperatividade/impulsividade (ARAÚJO et. al., 2015;

CARREIRO, et. al., 2014; O’NEILL e STEPHERSON, 2011; SIQUEIRA, 2015).

No contexto escolar, tanto a desatenção quanto a

hiperatividade/impulsividade são potenciais para prejuízos no desempenho

acadêmico (DUPAUL e STONER, 2014; STOREBØ et. al., 2015; SINGH et. al.,

2015), todavia, há o risco de diagnósticos excessivos e prescrição excessiva de

medicamentos para transtornos a partir da supervalorização dos sinais de

desatenção e de hiperatividade/impulsividade de crianças em idade escolar

quando a maturidade das crianças conforme a idade relativa ao ingresso nas

series/anos escolares não é considerada (CHEN et. al., 2016; ELDER, 2010,

EVANS et. al., 2010; POTTEGÅRD et. al., 2014).

Resultados de intervenção comportamental em sala de aula para

crianças com sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade indicam

melhorias expressivas em comportamentos compatíveis com padrões

atencionais adequados (ACHENBACH e RESCORLA, 2004; CHAPMAN, et. al.,

2013; ARAUJO et al., 2015; ARAÚJO, 2012; CARREIRO, 2008; CARREIRO, et

al., 2014; HENKLAIN e CARMO, 2013; SIQUEIRA, 2015).

Uma das alternativas para auxiliar professores no reconhecimento de

sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade em crianças no ambiente

escolar é oferecer-lhes informações sobre os diversos tipos de padrões de

comportamentos bem como orientações para o manejo desses padrões.

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Atualmente, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e

informação, podem ser desenvolvidas ferramentas interativas nas quais o

professor possa monitorar o comportamento do aluno. A adaptação de

tecnologia de informação e comunicação para fins educacionais é necessária,

sendo instituída, inclusive, por meio de documentos públicos e leis sobre a

educação na formação inicial e continuada do professor como apoio à prática

docente (ZUIN, 2010).

Em todos os processos de integração de tecnologia e educação, o

envolvimento dos professores tem um papel central (PINO et al. 2015; PRIETO

et. al., 2005; ZUIN, 2010), entretanto ainda há poucas pesquisas sobre a forma

como os próprios professores podem aprender com essas novas tecnologias

ou mesmo com qualquer tecnologia digital (BELÉM, 2014). Ao contrário de

muitos profissionais, os professores são itinerantes e costumam lecionar em

mais de escola, desenvolvendo suas atividades com diferentes grupos em

ambientes distintos, por isso, o presente trabalho focará o desenvolvimento de

uma ferramenta eletrônica móvel a ser acessada por professores a partir de

seus próprios aparelhos de celular com acesso à internet contendo a

transposição de um Guia de Orientações Práticas para professores de alunos

com comportamentos de desatenção e hiperatividade em sala de aula para

uma plataforma on-line. Esse guia foi desenvolvido em formato impresso por

Araújo (2012).

Esse estudo situou-se em uma das linhas de pesquisa do Programa de

Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento voltada para o estudo do

desenvolvimento e seus transtornos nas áreas clínica, cognitiva,

comportamental e epidemiológica. Nessa linha, alguns dos trabalhos são

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desenvolvidos direcionados ao tema do Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade/Impulsividade (TDAH), tanto para a identificação como no

desenvolvimento de ferramentas que auxiliem professores em sala de aula na

identificação de sinais e na intervenção. Também, nessa linha, há trabalhos

desenvolvidos para estimulação de habilidades atencionais em crianças que

não apresentam TDAH. A partir das propostas de Araújo (2012) e do trabalho

de Siqueira (2015) e com vistas no uso de tecnologia móvel para a formação

de professores se desenvolveu o presente estudo. A seguir a fundamentação

teórica.

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2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PADRÕES COMPORTAMENTAIS COMPATÍVEIS E INCOMPATÍVEIS COM DESEMPENHO

ESCOLAR DO ALUNO.

Na escola, o ambiente se configura num conjunto diferenciado de

expectativas de comportamento (BARKLEY, 2002). As características do

ambiente de sala de aula são importantes para todas as crianças,

especialmente para aquelas que apresentam, por exemplo, Transtorno de

Déficit de Atenção, Hiperatividade/impulsividade. Dar preferência a sala de aula

fisicamente inclusa (quatro paredes e um a porta), uso de carteiras individuais

dispostas em fila de frente para o professor, sentar o aluno próximo ao

professor e distante de janelas, rotina clara e bem organizada são alguns

ajustes ambientais propostos por Barkley, 2002, e ratificados por outros autores

(BROCK et. al., 2009; DUPAUL e STONER, 2014).

Quando adequadamente planejado, o ambiente escolar contribui para

que a criança desenvolva repertórios comportamentais desejados e

apropriados, desencorajando aqueles que não o são (HENKLAIN e CARMO,

2013). Nessas condições de ambientes escolares adequadamente planejados

possibilita-se à criança ter melhor definição e clareza sobre os comportamentos

que deve apresentar (BARKLEY, 2014; DUPAUL e STONER, 2014). Tais

repertórios comportamentais dão oportunidade para que a criança identifique e

cumpra regras, interagindo de forma socialmente adequada com outras

crianças e adultos, participando de atividades que exigem atenção e

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cumprimento de ordens e compreensão de instruções, a fim de que desenvolva

habilidades de aprendizagem (HENKLAIN e CARMO, 2013).

Ao professor se requer conhecimento e competência para cumprir o

currículo proposto e que ensine a criança a atuar de maneira consistente com

as demandas organizacionais, sociais e culturais do ambiente (SELVI, 2010).

Alunos com indicadores de dificuldades comportamentais, dentre elas as que

são compatíveis com desatenção e hiperatividade, em geral, apresentam

dificuldades no desenvolvimento dos repertórios comportamentais que podem

interferir na aprendizagem e nas interações sociais (DUPAUL e STONER,

2014).

Há diferentes hipóteses sobre como os problemas de comportamento

relacionam-se às dificuldades acadêmicas. Maxwell e Moilanen (2010),

apresentaram hipóteses de efeito cascata, entre elas destaca-se a “hipótese de

erosão” na qual alguns modelos descrevem os problemas externalizantes

(comportamentos impulsivos, agressivos ou excessivamente ativos) como

limitadores das oportunidades para a aprendizagem em sala de aula, assim

como potenciais para aumentar a ansiedade e a baixa auto-estima e

dificuldades associadas a elas como baixa tolerância a frustração e

dificuldades atencionais (internalizantes). Enquanto outros modelos sugerem

que os problemas internalizantes iniciais seriam potenciais para causar

dificuldades as acadêmicas ou problemas externalizantes, “erodindo” a função

cognitiva ou interferindo no foco atencional e na participação durante atividades

em sala de aula.

Uma classificação de problemas externalizantes e internalizantes de

comportamento pertence Achenbach e Edelbrock (Edelbrock e Achenbach,

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1980; Achenbach e Edelbrock, 1984) que classificam duas tipologias: a

primeira denomina-se“externalizantes”, sendo os padrões que

predominantemente se expressam em relação ao meio que a criança vive

como, por exemplo, impulsividade, agressividade, irrequietação, destrutividade,

desobediência, etc. A segunda tipologia de problemas de comportamento é

chamada de “internalizantes” e a ela pertencem dificuldades que afetam

diretamente a própria pessoa, por exemplo, retraimento, isolamento e tristeza.

Tanto os problemas internalizantes quanto os externalizantes estão

associados a prejuízos no desenvolvimento social e acadêmico da criança,

embora os problemas internalizantes sejam mais difíceis de detectar porque

dependem do relato pessoal da criança sobre seus estados internos (CARDELI

et al, 2009). Pais, professores e profissionais de saúde tendem a vê-los como

menos problemáticos, já que se manifestarem abertamente e não parecem

socialmente negativos. A relação entre professor e aluno também está

associada a resultados escolares positivos (BAKER et. al. 2008).

Os sinais comportamentais acima descritos como internalizantes ou

externalizantes tendem a evidenciados em ambiente escolar em função da

configuração do espaço físico, imposição de limites e regras e da comparação

entre o comportamento das crianças (DUPAUL e STONER, 2014; SENA e

SOUZA, 2008). Trata-se de um ambiente no qual o esforço, empenho,

motivação e padrões comportamentais do aluno em conjunto com um bom

manejo do professor são importantes para o sucesso acadêmico.

No contexto escolar, tanto a desatenção quanto a

hiperatividade/impulsividade são potenciais para prejuízos no desempenho

acadêmico (DUPAUL e STONER, 2014; STOREBØ et. al., 2015; SINGH et. al.,

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2015). Todavia, quando um professor não consegue diferenciar um padrão

comportamental incompatível com comportamentos adequados de

aproveitamento escolar, pode haver o risco de um levantamento de suspeita de

TDAH, quando na realidade é o ambiente escolar quem está oportunizando a

manifestação desses padrões. Nesses casos, o problema não é imanente à

criança em termos da presença de um transtorno psiquiátricos. Estudos têm

apontado diagnósticos e prescrição excessivas de medicamentos em crianças

a partir da supervalorização dos sinais de desatenção e de

hiperatividade/impulsividade em idade escolar CHEN et. al., 2016; ELDER,

2010, EVANS et. al., 2010; POTTEGÅRD et. al., 2014). E na realidade, essas

crianças podem apresentar quadros esperados de imaturidade que não devem

ser confundidos com um quadro clínico de TDAH, transtorno do

neurodesenvolvimento que é crônico e exige extremo cuidado quanto ao seu

reconhecimento e avaliação clínica.

Segundo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos

Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (2014), níveis

prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade

que, em padrão persistente, interferem no funcionamento e no

desenvolvimento do indivíduo e podem configurar um transtorno do

neurodesenvolvimento desde que se enquadrem nos critérios diagnósticos que

caracterizam o “Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade/Impulsividade”, o TDAH.

O TDAH inicia na infância, persiste na vida adulta e resulta em

prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional. Os sinais e

sintomas têm início antes dos 12 anos de idade e atingem 3% a 5% de

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crianças em idade escolar (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA,

2014). O TDAH é mais frequente em meninos que em meninas, 2:1 em

crianças e 1.6:1 em adultos. Trata-se de um transtorno multifatorial com

fenótipo comportamental e de etiologia complexa. Não há marcador biológico

único, identifica-se uma combinação de fatores genéticos e ambientais que

alteram o desenvolvimento cerebral e resultam em anormalidades estruturais e

funcionais.

Os prejuízos funcionais decorrentes do TDAH manifestam-se em

diferentes instâncias de convívio da criança (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE

PSIQUIATRIA, 2014; CHANG et. al., 2016), entretanto costumam ser mais

evidentes em ambiente escolar em função da imposição de limites e regras e

da comparação com o comportamento de outras crianças (SENA e SOUZA,

2008). Os padrões comportamentais de hiperatividade são mais evidentes

durante o período pré-escolar. Já os indicadores de desatenção aparecem

mais salientes nos primeiros anos escolares (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE

PSIQUIATRIA, 2014). Vários estudos apontam para os sinais comportamentais

do TDAH como potenciais para um funcionamento acadêmico prejudicado e

desvantagens educacionais (DUPAUL e STONER, 2014; FAIR: MATTHEWS;

NIGG, 2014; SINGH et. al., 2015).

Em recente estudo de análise do TDAH como transtorno multifatorial,

os pediatras clínicos Rivas-Juesas, de Dios, Benac-Prefaci, Colomer-Revuelta

(2016) observaram que a maioria das crianças encaminhadas para exame

clínico por suspeita de TDAH por comportamentos inadequados no ambiente

escolar eram as mais jovens de suas classes na escola e apenas metade foi

efetivamente diagnosticada. Crianças nos anos iniciais de escolarização podem

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apresentar agitação, impulsividade, agredir e provocar seus pares verbalmente

ou fisicamente (comportamentos chamados “externalizantes’ por Achenbach e

colaboradores, 2010 e 2012).

Leitner e colaboradores (2014) efetuaram um estudo retrospectivo em

busca de marcadores precoces para o TDAH e concluíram que os níveis de

atenção e atividade de crianças até 2 anos diferem muito daqueles observados

em idade pré-escolar. Não manter a atenção a falas mais longas e

desinteressar-se rapidamente de objetos e brincadeiras é comum nessas

idades. Já em idades pré-escolares e iniciais da escolarização os indicadores

de desatenção e hiperatividade que perseveram tornam-se mais significativos,

entretanto, em um momento outro qualquer criança podem estar desatenta ou

apresentar maior nível de atividade motora sem que isso se configure,

necessariamente um transtorno. Nesse mesmo estudo de Leitner e

colaboradores (2014), foi possível destacar oito parâmetros encontrados

durante a infância e considerados pelos pesquisadores como associados com

o desenvolvimento posterior do TDAH: a idade materna avançada, menor

escolaridade materna, história familiar de TDAH, ambiente psicossocial hostil

entre os 3 e 18 meses da criança, a diminuição no percentual do perímetro

cefálico; demora no desenvolvimento motor e linguagem e perfil temperamento

difícil evidenciando a complexa rede de fatores biológicos e ambientais

envolvida na etiologia do transtorno. É importante diferenciar quadros clínicos

de TDAH de sinais comportamentais presentes no quadro, mas que não

configuram esse transtorno do neurodesenvolvimento.

Crianças que apresentam indicadores comportamentais da

desatenção podem ter dificuldades para sustentar a atenção em tarefas

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escolares, para prestar atenção a explicações do professor, iniciar e finalização

as tarefas adequadamente, déficits em habilidades de auto-organização para

atividades da vida diária, como organizar material escolar, gerenciar a agenda

de tarefas na escola, anotar deveres na agenda, etc. Esse conjunto de

dificuldades tende a prejudicar o desempenho escolar e a adaptação a

ambientes sociais e familiares (DUPAUL e STONER, 2014; BIERMAN;

KALVIN; SASSER, 2016). Já os correlatos comportamentais da hiperatividade

e impulsividade se manifestam a partir comportamentos como excesso de

movimentação (por exemplo, mudar constantemente de postura e manter-se

irrequieto), agir precipitadamente, permanecer em pé, inclusive nas situações

em que as atividades demandam que o aluno permaneça sentado, atrapalhar

outras pessoas com barulhos excessivos, solicitar ajuda insistentemente para a

execução de tarefas individuais, demonstrar pressa, agir imprudentemente,

falar em demasia e não esperar sua vez (DUPAUL e STONER, 2014).

A maior dos estudos focados nesses correlatos tem sido desenvolvido

em crianças com TDAH. Análise de 114 estudos sobre abordagem

comportamental para o tratamento dos sinais do TDAH e concluiu que, apesar

das diferenças dos estudos e das variáveis demográficas dos participantes, há

fortes e consistentes evidências de que intervenções comportamentais são

efetivas para tratar o TDAH (PELHAM e FABIANO, 2008). Análise de custo dos

tratamentos comportamental, farmacológico e intervenções combinadas a partir

do estudo inicial de Pelham e colaboradores (PELHAM et al., 2013), encontrou

resultados equivalentes ou superiores para tratamentos iniciados com a

modificação de comportamento em relação à intervenção começando com

medicação. Os resultados finais das análises sugerem que iniciar o tratamento

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com a modificação de comportamento, em vez de medicação é a opção mais

rentável para as crianças com TDAH (PELHAM et. al., 2016). O uso de

estratégias multimodais de intervenção que envolvem o uso da Terapia

Cognitivo Comportamental (TCC) no TDAH ainda demonstra ser eficaz quando

os sintomas do TDAH persistem apesar do uso de medicação (

HAMMERNESS et. al., 2016; SWEDISH COUNCIL ON HEALTH

TECHNOLOGY ASSESSMENT, 2013).

Resultados de intervenção comportamental em sala de aula para

crianças com TDAH indicam melhorias expressivas em comportamentos

externalizantes e problemas de atenção (CHAPMAN, et. al., 2013). Sobre

essas intervenções a abordagem teórica da Análise do Comportamento tem

contribuído com o desenvolvimento de estratégias de manejo e de controle do

ambiente que possibilitam a aquisição de repertórios atencionais adequados,

por exemplo, e que facilitam a adequação do aluno às demandas da escola

(ARAUJO et al., 2009; ARAÚJO, 2012; CARREIRO, 2008; CARREIRO, et al.,

2014; HENKLAIN e CARMO, 2013; SIQUEIRA, 2015). Sobre estratégias de

manejo de padrões e/ou sinais de desatenção e hiperatividade tratará o

seguinte tópico.

2.2. ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PADRÕES E/OU SINAIS DE DESATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

No ambiente escolar, tanto a fala do professor quanto a leitura de livros

ou sites na internet e anotações no caderno seriam exemplos de estímulos

discriminativos uma vez que, ao ler, escrever, copiar, resumir e responder

perguntas, o aluno estaria produzindo um conjunto de respostas

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(comportamentos acadêmicos) característico das aprendizagens escolares e,

meio desses comportamentos, compreenderia a informação contida em um

texto, solucionaria problemas e se comunicaria com outras pessoas. Nesse

contexto, estímulos reforçadores (notas, aprovação em provas e aprovação

social, por exemplo) seriam variáveis capazes manter o comportamento,

aumentando a probabilidade de que ele volte a acontecer no futuro (ALOI et.

al., 2014). A manipulação de eventos antecedentes e consequentes no

ambiente de a sala de aula está entre os tipos de abordagens mais eficientes

para a gestão das características comportamentais do TDAH (DUPAUL e

STONER, 2014). É coerente pensar que variáveis como idade, práticas

parentais, exposição a ambientes de risco e diversos outros fatores influenciam

no desenvolvimento do repertório de habilidades sociais no planejamento das

estratégias de manejo comportamental a fim de encontrar os mecanismos de

reforçamento adequados, ajudando a desenvolver na criança capacidade para

regular seu próprio comportamento (DUPAUL e STONER, 2014). O manejo

comportamental em sala de aula se dá a partir da aplicação de princípios para

planejar a configuração específica desse ambiente de convívio da criança

aumentando a atenção dos alunos às orientações dadas pelo professor,

melhorando a compreensão e o cumprimento de regras, aumentando a

produtividade de trabalho e diminuindo comportamentos indesejados (DUPAUL

e STONER, 2014). Preconiza-se que nessas estratégias sejam contempladas

intervenções que envolvam manejo ambiental, manejo individual junto à criança

em ambientes que são essenciais para seu desenvolvimento (BARKLEY,

2014). Parte-se do pressuposto que, em contexto escolar, intervenções

ambientais poderão beneficiar não só a alunos com TDAH como alunos sem a

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presença deste quadro clínico, sobre tudo nos primeiros anos de escolarização,

uma vez que habilidades sociais podem ser componentes fundamentais para

desenvolvimento socioemocional e para aprendizagem envolvidos no sucesso

escolar. A competência acadêmica envolve comportamentos (DEL PRETTE et.

al., 2012).

No caso da intervenção comportamental citam-se, fundamentalmente,

as estratégias baseadas na Análise do Comportamento como treino de

professores, treino de pais, treino familiar para solução de problemas e

técnicas de modificação de comportamento, dentre outros (BARKLEY, 2014;

CABIYA et al., 2008; EIRALDI, et al., 2010; ORTEGA et al., 2010; DENNIS et.

al. 2011,). Um dos aspectos considerados pela abordagem comportamental é o

manejo de eventos ambientais controladores dos comportamentos

incompatíveis com atenção (chamados aqui de desatenção) e comportamentos

de hiperatividade/impulsividade, assim como outros comportamentos

associados, a saber, oposição e desafio. O presente trabalho focaliza a

avaliação e intervenção em padrões comportamentais de uma criança com

TDAH no contexto de sala de aula.

Segundo Henklain e Costa (2013). Os princípios de Análise do

Comportamento aplicáveis à educação vêm do intercruzamento entre o

Behaviorismo Radical, a Análise Aplicada ao Comportamento, a Análise

Experimental do Comportamento e da Análise Aplicada do Comportamento a

fim de estudar a interação entre o organismo e o ambiente chamada:

comportamento. De uma forma ou outra, todos os métodos de ensino

desenvolvidos nas últimas décadas têm ligação com a psicologia operante

inaugurada por Skinner (LAMBERT e ROBERTSON, 2011).

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As atividades em sala de aula demandam o desenvolvimento de

habilidades sociais e acadêmicas pelo aluno (DEL PRETTE et. al, 2012)

Sentar-se em seu próprio lugar, não andar ou movimentar-se excessivamente

em momentos nos quais deve permanecer sentado, esperar sua vez para falar,

atentar-se às explicações do professor, administrar o tempo para iniciar e

concluir as tarefas, administrar os diferentes estímulos, respeitar o espaço de

seus pares, obedecer a rotina e regras nem sempre consistentes são alguns

fatores relativos ao ambiente de sala de aula (BARKLEY, 2002) que a criança

deve compreender no contexto normativo em que está inserida e com o qual

precisa interagir (BAKER et. al. 2008).

Estudos com modelos multifatoriais sugerem que variáveis como fatores

familiares (nível socioeconômico, tamanho das famílias) e dificuldades de fala e

de linguagem e imaturidade neurodesenvolvimental estariam associadas aos

problemas de comportamento a menor desempenho escolar nos alunos,

entretanto, a hiperatividade e a desatenção teriam maior relação com

problemas acadêmicos do que a agressividade, por exemplo, (D’ABREU e

MARTURANO, 2010). É certo que os desafios para o professor não se limitam

a grande quantidade de alunos em sala de aula, alunos com necessidades

especiais nem ao cumprimento do currículo sobre conteúdos disciplinares.

Thomas e Bass, 2005, observaram que as características do trabalho do

professor podem torná-lo um "soldado solitário" da educação. O trabalho em

sala de aula é isolado. Um professor não pode observar o que seus colegas

estão fazendo enquanto trabalha, além disso, pode haver poucas

oportunidades expor suas experiências e conhecer as experiências dos outros.

Barkley (2002) afirmou que o ingrediente mais importante para o sucesso de

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uma criança com TDAH na escola seriam o conhecimento e as atitudes de seu

professor em relação ao transtorno. O professor é influenciado por sua

experiência prévia, suas crenças sobre educação e pelas características de

sua formação. O professor pode resistir às técnicas comportamentais por

acreditar que o TDAH é um problema emocional, fruto de problemas familiares

ou apenas um transtorno biológico a ser resolvido com medicação, mas, se a

falta de conhecimento sobre TDAH pode levar o professor a ser mais

controlador e autoritário em relação à criança, o conhecimento e utilização de

estratégias de manejo comportamental pelo professor podem melhorar as

adaptações acadêmicas e sociais, não apenas a curto, mas também em longo

prazo para o aluno. Adultos com TDAH relatam que, quando crianças, a

atenção extra, as atitudes e o cuidado de um professor foram fundamentais

para vencer problemas comportamentais na infância.

Baseando-se no trabalho de Barkley e Murphy, 2008, o estudo de Araújo

(2012) teve como objetivo desenvolver, implementar e avaliar efeitos dos

procedimentos de manejo comportamental no contexto de sala de aula em

alunos com TDAH. A partir dos postulados de Skynner (1968, 1969) e

referencial teórico da Análise do Comportamento, foi elaborado um guia de

orientações práticas para professores de alunos com comportamentos de

desatenção e hiperatividade em sala de aula. Para Araújo (2012), um professor

capacitado pode manejar diversas variáveis do contexto escolar na tentativa de

diminuir a frequência de comportamentos característicos do TDAH. A utilização

de estratégias de controle de estímulos e de reforçadores baseadas na Análise

do Comportamento podem ser ferramentas adequadas que tem sido testadas

quanto a sua eficácia (HENKLAIN e CARMO, 2013). Análise de estudos

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longitudinais sobre intervenções comportamentais em mais de 9 mil escolas de

Ensino Fundamental no Estados Unidos encontraram resultados positivos

(BRADSHAW et. al, 2009).

Araújo (2012) observou resultados positivos não só para o grupo

experimental (GE), que teve diminuição da frequência de comportamentos

relacionados à desatenção e à hiperatividade, mas também para os

participantes do grupo controle (GC). Ambos os grupos foram beneficiados

demonstrando a viabilidade e a eficácia Guia no manejo de diversos

comportamentos relacionados à desatenção e à hiperatividade, assim como de

outros problemas de comportamento comumente associados ao TDAH. Em

outro estudo, Siqueira (2015), utilizou o guia de Araújo (2012) com boa

aceitação pelos professores e observou a redução da frequência dos

comportamentos de desatenção e hiperatividade nos alunos em sala de aula

por meio das respostas dos professores, concluindo que o manejo em sala de

aula com crianças em ambiente escolar é viável e de fácil aplicação

considerando seus custos, tempo e o suporte de implementação.

Os pressupostos da Análise do Comportamento utilizada como base para a

elaboração do Guia de Araújo (2012) rompem com o que Skinner (1968)

descreveu como uma tradição: encarar o homem como um agente livre, cujo

comportamento é o produto, não de condições antecedentes específicas, mas

de mudanças interiores espontâneas. Essa "vontade" interna interferiria com as

relações causais e tornaria impossível a previsão e o controle do

comportamento. Para Skinner (1968), uma vez que o comportamento é

identificado e suas causas analisadas, é possível manipulá-lo controlando-o.

Daí o controle de estímulos e respostas.

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Araújo 2012 propôs que as dificuldades escolares não fossem analisadas

apenas como características cognitivas do aluno, mas a partir das

contingências ambientais, portanto frutos da interação entre o indivíduo e o

ambiente. O guia fornece a sistematização de estratégias que o professor já

pode estar utilizando empiricamente em sala de aula, sem finalidade e

frequência definidas. Mediante o Guia, o professor recebe possibilidades de

atuação em relação ao aluno em sala de aula baseadas em técnicas de

Controle de Estímulos (CE) e Reforçamento (RF). As propostas de manejo

comportamental baseadas no Controle de Estímulos (CE) têm como foco o

controle ambiental de estímulos que estejam potencialmente ligados à

frequência de determinado comportamento (ARAÚJO, 2012). Nas tabelas 1, 2

e 3 são descritas as propostas desenvolvidas pelo autor em termos de controle

de estímulos e uso de Reforçamento para o manejo comportamental de alunos

com sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade (ARAÚJO, 2012).

Tabela 1. Propostas baseadas no controle de estímulos (CE) (ARAÚJO et. al. 2015)

1. Estabelecer regras com os alunos

Ao estabelecer regras, certificar-se que elas sejam aceitas coletivamente, pois elas devem ser utilizadas para estabelecer limites e relembradas constantemente. Por exemplo, ao retornar das férias, combinar com os alunos regras para o cotidiano: quando pode levantar da carteira ou sair da aula para ir ao banheiro, o que acontecerá se o aluno não fizer a lição. Além disso, toda vez que o professor perceber que as regras não estão sendo cumpridas, deve-se retomar todos os acordos feitos com os alunos.

2. Comunicar o tempo no decorrer das aulas e das atividades

Deixar claro o tempo que será disponibilizado e informar sistematicamente o seu decorrer. Por exemplo, dizer o tempo de duração da prova e avisar periodicamente sobre o tempo restante para a conclusão das atividades; o tempo que os alunos terão para a atividade individual ou em grupos; prazos para entrega de trabalhos, entre outros.

3. Ressaltar informações importantes

Colocar lembretes, dicas e sugestões em locais acessíveis à criança ou ao adolescente, por meio de cartazes, avisos na lousa, recados no caderno ou agente etc. Fazer lista de atividades diárias tanto para aula quanto para os deveres de casa.

4. Sentar o aluno perto do professor

Trazer o aluno para localizações mais próximas do professor dentro da sala de aula, isto é, sentá-lo em uma carteira próxima á mesa do professor. Além disso, requisitar a atenção do aluno constantemente, solicitando sua participação a todo tempo nas atividades, fazendo perguntas a ele, convidando-o para ir a lousa responder questões, monitorando sua participação nos trabalhos em grupo para que ele não se disperse. Assim, o aluno participará todo tempo das atividades.

5. Desenvolver auto-organização e autonomia

Auxiliar o aluno a organizar suas atividades de estudo em sala de aula e em casa por meio de orientações verbais e escritas, simplificando como ele poderá fazer o solicitado. Por exemplo, ao pedir que o aluno organize o material, mostrar como espera que atividade seja realizada, solicitando a ele que demonstre na prática o se entendeu o que está sendo solicitado. Utilizar lista de tarefas para sala de aula e para casa, fazer o aluno perceber como se organizar.

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6. Fracionar carga de trabalho total

Solicitar atividades de modo direto, objetivo, dividindo tarefas em execuções mais curtas. Fracionar os exercícios e as atividades com reforço de instruções ente eles. Por exemplo: passar três de cada vez, verificando as respostas de cada questão, corrigindo equívocos e reforçando os acertos o esforço do aluno.

7. Utilizar atividades e textos com destaque

Evidenciar as partes mais importantes de uma atividade ou questão de prova, textos, figuras, etc., para que o aluno possa direcionar sua atenção. Diferenciar o tamanho de letra, utilizar canetas e marca textos de cores diferenciadas, elementos gráficos etc.

8. Diversificar material utilizado

Utilizar materiais diferentes, reciclados, papéis coloridos, revistas e jornais. Tais procedimentos poderão renovar o interesse do aluno pelas atividades propostas, atraindo a atenção e mantendo o foco dele nas atividades escolares.

9. Mesclar atividades de baixa atratividade com as de alta

Intercalar atividades necessárias que sejam potencialmente menos atrativas com atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do aluno no decorrer do período de aulas. Por exemplo as tarefas de interpretação de textos que exijam grande atenção do aluno, podem ser mescladas com atividades de representação teatral ou outra expressão artística do conteúdo associado.

10. Comunicar-se com os pais

Estabelecer parcerias eficazes com a família, fornecendo informações a Lea de seu trabalho, buscando ações sinérgicas de comunicação constante. Por exemplo, utilizar o espaço de reunião de pais ou da comunicação por meio da agenda para informar avanços e dificuldades do aluno bem como para receber informações dos pais sobre o andamento do estudo e do comportamento ao aluno em casa. Utilizar esses canais de comunicação para ressaltar aspectos positivos do aluno em sala de aula de modo que os pais também se possam valar dessa estratégia em casa.

11. Manter o bom humor e não se desgastar com pouco

Concentrar seus esforços ou tarefas importantes em longo prazo, como aprendizado escolar, reação com outros alunos e professores. Definir o que é relevante para o processo educacional e focar seus esforços nessas atividades. Não se preocupe, por exemplo, com certa agitação dos pés e das mãos, derrubar coisas, comentário dos alunos, caso não interfiram na aprendizagem do aluno e dos colegas.

12. Estimular o autocontrole e a autopercepção

Atribuir atividades para as quais o próprio aluno possa ser responsável e que auxilie a perceber como foi o seu desempenho e as relações de dependência entre atividades diferentes. Descrever consequências dos seus atos e, ao atribuir uma tarefa que foi realizada adequadamente, além de reforçá-la, mostrar sua organização para a realização de tarefas e fazer o aluno identificar os passos que ele utilizou para sua realização. Por exemplo, ao concluir uma série de exercícios, fazer que ele perceba seus acertos e seus erros, ajudando-o a entender o que o motivou. Desenvolver progressivamente autonomia na realização das atividades atribuindo ao aluno responsabilidade por aquilo que realiza.

As propostas de manejo comportamental baseadas no Reforçamento (RF)

têm como foco o aumento da probabilidade de ocorrência de um determinado

comportamento no futuro com base na sua consequência (ARAÚJO, 2012):

Tabela 2. Propostas baseadas no Reforçamento (RF). (ARAÚJO et. al. 2015)

1. Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno

Utilizar atividades motivadoras que renovem constantemente o interesse do aluno. Aumentar elogios, aprovação e apreciação de modo mais curto quando algo for realizado adequadamente. Por exemplo: após o cumprimento de uma tarefa executada corretamente, elogie sua realização. Explicitar as participações positivas do aluno em tarefas de grupo e a atenção demonstrada durante as explicações.

2. Usar retorno imediato após comportamentos

Agir rapidamente após um comportamento, propiciando imediato retorno positivo ou negativo. Por exemplo, não deixe para elogiá-lo ou dizer que não está adequando muito tempo após a ocorrência de um fato, uma vez que é mais eficaz para associação entre o ocorrido e o que está sendo dito se esses eventos forem seguidos.

3. Aumentar a frequência das conseqüências após comportamentos

Proporcionar mais retorno e conseqüências mais freqüentes para comportamentos realizados pelos alunos. Por exemplo, atente-se }á execução adequada das tarefas solicitadas, como finalização de exercícios, realização adequada de trabalhos em grupo, cumprimento de deveres de casa, comportamento desejado em sala, para sempre poder aumentar a freqüência de reforços nessas tarefas.

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Tabela 3. Proposta baseada no controle de estímulos (CE) e reforçamento (RF). (ARAÚJO et. al. 2015) 1. Aproximar-se mais ao se comunicar com a criança

Ir até o aluno, tocá-lo nas mãos, braços e ombros, olhá-lo nos olhos , dizer brevemente o que quer comunicar e encorajar a crianças a repetir o que acabou de dizer. Assim, ao dar instruções verbais para a execução de uma tarefa e ao perceber que o aluno não está atento, evite gritar e procure se aproximar e, por exemplo, tocá-lo para atrair sua atenção. Isso evita que não só o desgaste do professor, mas o de sua relação com o aluno.

Um procedimento autoavaliativo da prática dos professores em sala de aula

é oferecido por Araújo e seus colaboradores (2015) para análises sequenciais

da implementação das propostas. O professor usa esse instrumento como um

checklist da frequência de utilização das estratégias em diferentes momentos

da intervenção (anexo 1).

Siqueira (2015) observou que o treinamento do professor para ser um

interventor demanda a construção de uma nova competência. Os resultados da

intervenção dependem diretamente do conhecimento efetivo do professor

sobre o TDAH, instrução adequada sobre a proposta de manejo e os

instrumentos de observação e autoavaliação, a frequência da implementação e

o comprometimento do professor. Também destacou que o trabalho de Araújo

manteve o foco na relação do TDAH com o ambiente escolar e o

comportamento do aluno, enquanto o foco do seu trabalho buscou observar

uma possível redução dos sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade

mediante intervenção comportamental realizada pelo professor e consequente

melhora qualitativa no ambiente escolar.

A partir das propostas de Araújo (2012) e do foco do trabalho de Siqueira

(2015), esse projeto tem como objetivo desenvolver uma ferramenta eletrônica

acessível por dispositivos móveis ligados à Internet para apoiar professores de

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educação básica na identificação e manejo de sinais de desatenção e

hiperatividade/impulsividade de escolares. O comportamento dos alunos é um

fator importante para estresse do professor. O apoio pedagógico aos

professores por meio de treinamento e orientação nas estratégias de gestão de

comportamento em sala de aula e uso de recurso de interação e apoio a partir

de acesso pela internet pode levar os professores se sentirem mais

competentes na gestão de comportamentos (GEBBIE et. al., 2011). A

ferramenta eletrônica funcionará como mediação auxiliar na interação entre

pesquisador - Guia de Intervenção Comportamental - professores participantes

desse projeto piloto, estimulando e acompanhado o professor nos momentos

em que a presença física do pesquisador não é possível. Também manterá o

conhecimento sobre os principais sinais do Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade/impulsividade disponível e facilmente acessível durante todo o

período da intervenção. Busca-se compreender se a disponibilização da

ferramenta terá algum tipo de influência no engajamento do professor,

entendimento e frequência de utilização dos procedimentos sugeridos e

instrumentos de observação e autoavaliação propostos por Araújo e seus

colaboradores, 2015.

O estudo de Corkum e colaboradores, 2015, teve resultados positivos ao

testar a aceitabilidade, satisfação e eficácia de uma intervenção de seis

semanas com uso da Internet para professores de crianças do Ensino

Fundamental com TDAH. Pais e professores preencheram os dados dos

questionários eletronicamente pré e pós-intervenção. Os professores tiveram

acesso a um treinamento on-line e fórum de discussão com moderador. Os

resultados da intervenção encontraram melhorias significativas nos sintomas

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de TDAH com base nos relatos dos professores que também relataram alto

nível de aceitação e satisfação no uso das ferramentas eletrônicas. Os

pesquisadores observaram que intervenções escolares sobre o TDAH

utilizando recursos on-line têm potencial de reduzir as barreiras para a

utilização e aplicação de tratamento.

2.3 TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM CONTEXTO EDUCACIONAL

A adaptação de tecnologia de informação e comunicação para fins

educacionais é necessária e urgente, sendo instituída por meio de documentos

públicos e leis sobre a educação para uso desde a formação inicial e

continuada do professor, como mediadora e contextualizadora em sala de aula

e apoio à prática docente. As Leis de Diretrizes e Bases no Brasil declaram que

a Educação Básica depende da compreensão do ambiente natural, social e da

tecnologia (LDB, 1996). Os avanços e a disseminação das tecnologias de

informação e comunicação têm impacto nas formas de convivência social, de

organização do trabalho e do exercício da cidadania (DCN, 2001 p.3). Para o

Ministério da Educação, o uso da Tecnologia de informação e comunicação na

Educação a Distância é parte de um amplo e contínuo movimento de mudança

para a atualização permanente dos professores (MORAN, 2013) e pode

estender-se além da redução simplista que aborda os recursos educativos de

modo tecnicista para enfocar as práticas pela via da transferência de

informação para mudanças de hábitos e comportamentos (MINOCHA, 2011).

As características da formação acadêmica, a preparação profissional e a

adaptação dos ambientes de trabalho interferem na competência de um

professor para usar a tecnologia, entretanto as iniciativas nessa área ainda

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são, em geral, fragmentadas, superficiais e desconectadas das experiências

reais de sala de aula. O desenvolvimento efetivo dos professores envolve a

apropriação da tecnologia a fim de permitir diferentes interações entre

profissionais de educação, cursos e acesso mais fácil às pesquisas

acadêmicas (COLEY, CRADLER e ENGEL, 1997). O Decreto 5.622, de

19.12.2005 que regulamenta o Art. 80 da Lei 9.394/96 (LDB) define a

Educação a Distância como uma modalidade educacional na qual a mediação

didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a

utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com

estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou

tempos diversos. Na EaD, o ensinar e o aprender ganham maior flexibilidade

de tempo e espaço (ARAÚJO e ARAÚJO, 2013) aliando a organização formal

dos conteúdos - o design da informação - que é parte essencial da sua

significação e facilitadora do processo de apreensão (JORENE e SANTOS,

2014) à tecnologia da informação. A Internet oferece diversidade de fontes de

informação nas mais variadas áreas do conhecimento humano, propiciando o

contato com uma produção teórica que alimenta a produção de outras

informações (COSTA e PIRES, 2014). A tecnologia se presta a organização da

realidade por relações de representação do mundo e por técnicas (SIQUEIRA,

2008). A Internet colonizou e consolidou diversas formas de educação a

distância, servindo como um canal para modos estabelecidos para o

desenvolvimento profissional como cursos on-line, comunicação mediada por

computador, escolas virtuais, etc. e modos que não foram previstos ou

planejados para fins educativos como, por exemplo, a realidade virtual e as

redes sociais.

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O Ministério da Educação (PORTAL MEC, 2014) promove diversos

programas para a formação de professores, entre eles o Programa de

Formação Inicial e Continuada, Presencial e a Distância, de Professores para a

Educação Básica (PARFOR), 2009, a partir da colaboração das Secretarias de

Educação dos Estados e Municípios e as Instituições de Educação Superior

neles sediadas. Serve para elevar o padrão de qualidade da formação dos

professores das escolas públicas da educação básica no território nacional. A

CAPES oferece os cursos de formação inicial, presencial, emergencial, e, os

cursos na modalidade a distância são ofertados pela Universidade Aberta do

Brasil (UAB beneficiando aproximadamente 40 mil professores em exercício na

rede pública de educação básica e o “Portal do Professor”, 2008, uma solução

tecnológica que permite o armazenamento e a circulação de conteúdos

educacionais multimídia, oferecendo aos educadores, em especial os

professores atuantes na Educação Básica, acesso rápido e funcional a um

acervo variado. Funciona também como elemento integrador do sistema

público de educação básica e profissional, unindo MEC, secretarias estaduais e

municipais de educação, escolas, gestores, professores e alunos. O portal

teve, até setembro de 2010, 4,3 milhões de acessos, com visitas de 159

países. Abriga 7 mil aulas elaboradas por professores de todo o país e a

participação de mais de 170 mil professores nos fóruns disponíveis e o

Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial

utiliza, desde 2009, recursos de educação a distância para forma professores

das redes públicas de ensino que atuam no atendimento educacional

especializado, em salas de recursos multifuncionais, e professores do ensino

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regular para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas formando

mais de 44.950 professores, em 2.729 municípios (PORTAL MEC, 2015).

2.4 O USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS PARA A EDUCAÇÃO

A criação e a oferta pública de diferentes dispositivos para acesso à

Internet influenciam e ampliam as possibilidades da EaD. Nos últimos anos, as

tecnologias móveis explodiram como ferramentas para estudante e,

progressivamente, para aprendizagem de professores. Essa possibilidade é

referida como móvel ou m-learning e envolve essencialmente e-aprendizagem

através de smartphones, tablets e outros dispositivos de mídia portáteis nos

quais se pode acessar conteúdos disponibilizados através da Internet (BURNS,

2011). Esses dispositivos são mais baratos, mais fáceis de usar e transportar

do que os computadores de mesa e os notebooks. Além disso, têm recursos de

texto, áudio, vídeo, multimídia e abundância de aplicações educacionais

desenvolvidos para essas plataformas fazendo da aprendizagem mediada por

dispositivos móveis uma modalidade altamente promissora de desenvolvimento

profissional dos professores (ALDEN, 2013, KLEIN, 2013, MOURA, 2011,

ROSSING, 2013. YANG, 2012).

Em estudo promovido pelo Education Development Center, Inc.

Washington, DC acerca de modalidades, modelos e métodos de Educação a

Distância para professores, publicado em 2011, Mary Burns observou que as

tecnologias mais promissoras para a educação a distância de professores nos

países em desenvolvimento são os dispositivos móveis, em especial,

smartphones e tablets. Com efeito, a posse de telefone celular excede posse

de computador na Ásia e África (AGÊNCIA NACIONAL DE

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TELECOMUNICAÇÕES, 2014). É possível observar, desde 2000, um aumento

dramático na propriedade de telefone celular para cada 1.000 habitantes (de

menos de 20 anos em 2000 para 80 em 2011) (AGÊNCIA NACIONAL DE

TELECOMUNICAÇÕES, 2014). No Brasil, dados preliminares da Anatel em

setembro de 2015 estimaram a existência de 1,36 telefone celular por

habitante.

Aplicações válidas, mas não exclusivas da aprendizagem mediada por

dispositivos moveis o “m-learning”, como professores disponibilizando

conteúdos complementares para estudo extraclasse e a possibilidade de

revisão das aulas em áudio (podcasts) ou vídeo (ALDEN, 2013; VALENTIM,

2009) e projetos de aprendizagem colaborativa nos quais professores e alunos

se comunicam através de smartphones (MOURA, 2009) já acontecem no

Brasil. Essas e outras atividades podem utilizar dispositivos móveis, entretanto,

antes de caracterizar um uso como uma nova modalidade é preciso verificar se

tais aplicações representam maneiras realmente exclusivas da m-learning.

Algumas ideias podem trazer inovações tecnológicas, mas não

necessariamente metodológicas. Há situações em que o uso de dispositivos

móveis são apenas práticas pedagógicas tecnologicamente enfeitadas, em

outras configuram uma mudança apenas de dispositivo, nos quais a aplicações

da EaD tradicional são trazidas sem critérios para a m-learning (GOMES et. al.

2011). Mais do que o simples uso de tecnologias móveis e sem fio para

aprendizagem, é importante caracterizar o m-learning por aquilo que o

diferencia de outras práticas (BARBOSA, 2011).

Até a publicação do estudo de Burns, 2011, a maioria das iniciativas

que utilizam tecnologias móveis nos países em desenvolvimento haviam sido

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de pequena escala e isolados, sem resultados definitivos sobre a eficácia. No

Brasil, Gomes e colaboradores (2011), Marçal, Andrade e Rios (2005);

Santanella (2010); Silva e Consolo (2007); Valentim (2009), discorreram sobre

o papel da tecnologia, as novas possibilidades de interação social e demandas

de mercado que abrem portas para a inserção da tecnologia móvel em

ambientes de aprendizagem e seus possíveis formatos e ferramentas para o

m-learning ressaltando que ainda há limitações e resistência ao efetivo uso

educacional desses dispositivos nos ambientes formais.

Posteriormente, a revisão de pesquisas sobre o uso de dispositivos

móveis para a aprendizagem de professores de Baran (2014) observou a

transformação dos dispositivos móveis em dispositivos de aprendizagem

atraentes para a educação. A maioria das pesquisas existentes sobre esse

assunto colocam o foco sobre a aprendizagem para estudantes, mas

gradualmente os pesquisadores começam a explorar as potencialidades da

aprendizagem por meio de dispositivos móveis no âmbito do desenvolvimento

do professor. Seis conclusões principais são listadas por Baran (2014):

crescente tendência para a integração da aprendizagem por meio de

dispositivos móveis em contextos de formação de professores; ainda há pouco

registro das perspectivas teóricas e conceituais sobre a aprendizagem por meio

de dispositivos móveis; há variações nas percepções, atitudes e padrões de

uso a aprendizagem por meio de dispositivos móveis; o engajamento com a

aprendizagem mediada por dispositivos móveis é primariamente notificado

como benéfico; os desafios ainda não foram amplamente descritos e

registrados; há suportes pedagógicos capazes de apoiar a integração de

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aprendizagem mediada por dispositivos móveis para a configuração da

formação de professores.

Tradicionalmente, recursos para a aprendizagem móvel são

desenvolvidos com foco na educação informal. No entanto, nos últimos anos,

há crescente interesse para a integração dessas tecnologias no campo da

educação formal. Entre os principais elementos necessários para alcançar com

êxito esta integração processo é a aceitação de tecnologias móveis pelo corpo

docente. Em todos os processos de integração de tecnologia, o envolvimento

dos professores tem um papel central (PINO et al. 2015; PRIETO et. al., 2005;

SANTOS et. al. 2014). Entretanto as promessas de uso de tecnologias

inovadoras nem sempre significam novas abordagens de

ensino/aprendizagem. Todas as promessas envolvem algum tipo de risco. Ao

misturar o ambiente real e o virtual, o excesso de recursos pode desencadear a

síndrome do “perdido no espaço”. A introdução da nova tecnologia em

ambientes formais de aprendizagem na falta de senso de objetividade.

As possibilidades de so da tecnologia não podem estar restritas a uma

somatória de novas técnicas operacionais, antes, devem formam um processo

social identitário dos indivíduos e do processo educacional/formativo (ZUIN,

2010). De fato, a própria tecnologia de informação e comunicação e as upartir

de conhecimentos advindos de várias áreas, sendo interdisciplinares por

natureza (ROSSING et. al., 2012. YANG, 2012). A utilização desse tipo de

tecnologia presta-se para promover diálogo entre as diversas áreas do

conhecimento necessárias à educação (BRANTES et. al., 2012).

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3.OBJETIVOS

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3.OBJETIVOS

a) Desenvolver e testar uma ferramenta eletrônica para auxiliar

professores na identificação e manejo comportamental de sinais de

desatenção e hiperatividade/impulsividade em sala de aula.

b) Observar a viabilidade e a aplicabilidade da ferramenta por

professores.

c) Verificar as potencialidades de uso da ferramenta em contexto

escolar de sala de aula.

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4. MÉTODO

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4.Método

O estudo foi realizado em duas fases:

Fase 1: desenvolvimento da ferramenta eletrônica M-Learning: a) Iniciada com

a escolha de plataforma on-line para o desenvolvimento de sites para a Internet

com a opção de habilitação para acesso e navegação a partir de dispositivos

móveis com acesso à Internet, os “smarthphones”. b) adaptação de um dos

modelos editáveis para o tema deste trabalho. c) transposição do conteúdo do

Guia de Araújo (2012), animações e ilustrações para essa mídia. d) edição do

questionário eletrônico e ligação com a ferramenta “Google Forms”. e)

publicação e disponibilização de acesso à ferramenta por meio da Internet.

Fase 2: avaliação da ferramenta por grupo de professores. Nessa fase, o

estudo seguiu um desenho transversal com amostra de conveniência composta

por 13 professores de Educação Básica de escolas particulares e públicas do

município de São Paulo.

4.1 AMOSTRA

A amostra foi composta por 13 professores de educação básica do

município de São Paulo, sendo que 9 deles possuíam o curso de graduação

como nível superior e 4 haviam cursado pós-graduação. Desses, 23,1%

exercem a profissão de professor entre 3 e 5 anos, 76,95 lecionam há mais de

5 anos. Entre os professore participantes desse estudo, atualmente 15,4% dão

aulas somente em escola pública e 7,7 somente escola particular. Desse total,

76,9%, ou seja, a maior parte dos professores que compõe a amostra trabalha

concomitantemente em escola pública e particular atualmente. Somente três

dos professores (23,1%) havia participado de algum curso na temática da

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educação especial. Foram seguidas as diretrizes do Comitê de Ética em

Pesquisa com Seres Humanos (ver aprovação do projeto no Anexo 1).

De acordo com relato dos professores, 92,3% possuíam aparelhos de

celular do tipo “smartphone” de diferentes marcas e com sistemas operacionais

diferentes, mas compatíveis com a plataforma na qual a Ferramenta Eletrônica

foi construída, como “Andróide” e “IOs”. Um dos professores (7,7%) possuía

um modelo aparelho de telefonia móvel bastante antigo, sem acesso à Internet.

Tabela 4: Caracterização da Amostra:

Caracterização da Amostra N %

Formação

Graduação 9 69,2%

Pós-graduação 4 30,8%

Tempo de Docência

1 a 3 anos 0 0,0%

3 a 5 anos 3 23,1%

Acima 5 anos 10 76,9%

Leciona atualmente em

Instituição de ensino Pública 2 15,4%

Instituição de ensino Particular 1 7,7%

Instituições de ensino Particulares e Públicas 10 76,9%

Participou de algum curso na área de educação especial?

Sim 3 23,1%

Não 10 76,9%

Participou de algum curso a distância utilizando aparelhos eletrônicos como computadores ou tablets (EAD)?

Sim 6 46,2%

Não 7 53,8%

Possui aparelho de celular com acesso à Internet (smartphone)?

Sim 12 92,3%

Não 1 7,7%

4.2 ETAPAS DA FASE 2:

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A fase 2 foi desenvolvida em etapas que serão descritas seguidamente:

ETAPA 1. APRESENTAÇÃO AOS PROFESSORES SOBRE OS INDICADORES DE SINAIS

DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE EM CRIANÇAS NO CONTEXTO DE

SALA DE AULA:

A coleta de dados aconteceu ao final de um ciclo de palestras sobre a

temática da Inclusão Escolar para pais e professores nas dependências de

uma organização do terceiro setor na cidade de São Paulo. Os professores

presentes foram convidados a permanecer e conhecer uma ferramenta de

auxílio ao professor para a identificar sinais comportamentais de desatenção e

hiperatividade em sala de aula e manejá-los também em contexto de sala de

aula. Para uma breve introdução sobre o tema, utilizou-se um notebook, tela e

projetor como apoio visual para a apresentação oral sobre o tema.

ETAPA 2: APRESENTAÇÃO DA FERRAMENTA ELETRÔNICA M-LEARNING E ACESSO

ON-LINE:

Após a apresentação oral sobre a temática, foi solicitado que os 13

professores utilizassem seus próprios telefones celulares com acesso à

Internet para conhecer a Ferramenta M-learning. Um dos professores não

possuía “smarthphone”, e passou a acompanhar o acesso à ferramenta em

conjunto com outro professor. Os dados de acesso à rede de Internet local

foram oferecidos aos participantes, mas como, por essa ocasião, mostrou-se

lenta, alguns professores optaram por utilizar seus planos particulares de

acesso à Internet móvel.

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ETAPA 3: SIMULAÇÃO DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE “CHECKLIST” ON-

LINE:

Após serem guiados pelo pesquisador pelas páginas da ferramenta, os

professores presentes simularam o preenchimento do “checklist” e tiveram

acesso aos gráficos de frequência de implementação das orientações do Guia

de Araújo (20120 gerados nessa simulação.

ETAPA 4: PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA:

Após as etapas anteriores, os professores preencheram um questionário

(Anexo 2) para avaliar possibilidades de uso da ferramenta em contexto escolar

de sala de aula.

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5. RESULTADOS

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5.Resultados

O principal resultado desse trabalho foi o desenvolvimento da Ferramenta

Eletrônica para auxílio ao professor na identificação e manejo de sinais

comportamentais de desatenção hiperatividade e impulsividade em sala de

aula, para isso, utilizou-se tecnologia de comunicação e informação por meio

de dispositivos móveis com acesso à internet, caracterizando a modalidade “M-

learning” (mobile learning).

A ferramenta (figura 1) foi desenvolvida com base no Guia de

Orientações Práticas para Professores de Alunos com Comportamentos de

Desatenção e hiperatividade em Sala de Aula (ARAÚJO,2012) a fim de ser

acessada por dispositivos móveis com acesso à Internet, os aparelhos

“smartphones”. A seguir descrevem-se os procedimentos de desenvolvimento

da ferramenta na plataforma digital.

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Figura 1. Visualização da página inicial da ferramenta eletrônica de apoio ao professor na identificação e manejo de sinais comportamentais de desatenção, hiperatividade/ impulsividade em sala de aula e do menu presente em todas as páginas da ferramenta.

5.1 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA FERRAMENTA EM PLATAFORMA ON-LINE:

a) O conteúdo do Guia de Araújo (2012) foi adaptado, a partir de sua

versão impressa, em dois construtores de “websites” 1. Wix

(www.wix.com) e 2. Godaddy (www.godaddy.com) utilizando

ferramentas de edição de texto e imagem a fim de verificar qual

plataforma oferecia melhor funcionalidade e facilidade de acesso ao

usuário quando habilitada para o uso por meio de “smartphones” e

tablets.

b) Para a identidade visual, optou-se, entre centenas de temas

editáveis, por um com cores e outros elementos que trouxessem

identidade adequada à área da educação;

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c) A cada etapa da construção da ferramenta, foram inseridos blocos de

texto, imagens e vídeos na plataforma e as modificações foram

gravadas;

d) As imagens utilizadas para ilustrar o conteúdo da ferramenta fazem

parte do banco de imagens próprio da plataforma e os direitos de uso

estão incluídos no contrato de utilização;

e) Os vídeos com animações utilizados para ilustrar o conteúdo da

ferramenta foram obtidos no site www.youtube.com e vinculados na

ferramenta com licença de utilização “Creative Commons”, a mais

adequada para compartilhamento colaborativo de conteúdo na

Internet (figura 2).

Figura 1 Exemplos de videos e imagens inseridas dentro da ferramenta sob a licença"Creative Commons"

f) A fim de seguir a proposta do Guia de Araújo, 2012, uma página com

acesso a um questionário-padrão do Google (Google form) foi

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inserida no website com campos apropriados para registro, pelo

professor, do acompanhamento semanal da proposta de intervenção

(checklist proposto por Araújo, 2012).

g) Posteriormente, um domínio temporário foi registrado e o site foi

conectado a ele a fim de torná-lo acessível por meio de digitação

desse endereço na barra de busca dos principais navegadores de

Internet disponíveis em aparelhos “smartphones” com sistema

operacional Android, IOS ou Windows.

h) Ao entrar no endereço eletrônico, o usuário visualiza a tela inicial do

site com informações gerais sobre o conteúdo e áreas da ferramenta

a serem acessadas. Essa tela foi criada com o objetivo de possibilitar

acesso rápido às principais informações oferecidas pelo site:

i) “Menu principal” – presente em todas as telas do site, oferece acesso

direto para as opções abaixo:

j) “Desatenção e Hiperatividade”– página contendo as características

dos principais sinais comportamentais de desatenção,

hiperatividade/impulsividade em crianças de idade escolar (figura 3);

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Figura 3. Visualização parcial das páginas “Na escola”, “Desatenção e hiperatividade/impulsividade” da ferramenta eletrônica nas quais os sinais comportamentais são descritos e ilustrados.

k) Na escola” – página contendo as principais características dos

comportamentos de desatenção e hiperatividade/em sala de aula;

l) Intervenção - Submenu com acesso para as seguintes páginas com

as propostas de intervenção comportamental pelo professor e

formulário a ser preenchido pelo professor semanalmente sobre a

frequência de uso das sugestões de manejo comportamental de

Araújo (2012): I.Controle de estímulos, II.Reforçamento, III.Controle

de estímulos e Reforçamento (figura 4);

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Figura 4. Visualização parcial das páginas “Intervenção”, “Controle de Estímulos” e “Roforçamento” nas quais o usuário tem acesso ao conteúdo do Guia de Intervenção de Araújo (2012) ilustrado e devidamente referenciado.

m) O website não foi habilitado para ser encontrado por sites de busca,

preservando os direitos da obra de Araújo (2012). Somente os

professores participantes do projeto têm acesso ao conteúdo

adequadamente referenciado e por meio da digitação dos dados de

usuário e senha em campos apropriados na página inicial do site.

n) Após a conclusão do período de intervenção, um relatório com

gráficos de colunas pode ser gerado pela ferramenta “Google Form”

a fim de fornecer os dados do “Checklist” preenchido pelo professor

para análise do pesquisador (figuras 5 e 6).

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Figura 5 Visualização do Checklist para preenchimento on-line na ferramenta

Figura 6 Exemplo de relatório gerado pelo pesquisador a partir da inserção de um formulário eletrônico para preenchimento semanal do “Checklist” pelos professores

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o) Uma página com formulário de contato foi habilitada com destino a

uma caixa de e-mail “gmail” por meio do qual o pesquisador e os

professores participantes do projeto de intervenção podem manter a

comunicação de forma assíncrona durante todo o período de

intervenção, permitindo ações de motivação e monitoramento por

parte do pesquisador e expressão de dúvidas por parte dos

professores;

p) Em qualquer etapa da intervenção, o pesquisador pode obter

relatórios da frequência de acesso dos professores participantes do

projeto às páginas do website por meio das ferramentas de

monitoramento do endereço no qual o website (ferramenta eletrônica)

está hospedado na Internet. Tais ferramentas de monitoramento são

disponibilizadas pela própria plataforma.

RESULTADOS SOBRE AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DA FERRAMENTA ELETRÔNICA

De acordo com a tabela 5, todos os professores participantes desse

estudo afirmaram que têm ou já tiveram aluno com sinais de desatenção,

hiperatividade/impulsividade em suas salas de aula, 84,6% deles afirmaram

que têm ou já tiveram aluno diagnosticado com o Transtorno de Déficit de

Atenção, Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula, 15,4% não tiveram

aluno com diagnóstico conclusivo.

Quando questionados sobre a contribuição de sua formação acadêmica

para a identificação desses sinais, apenas 30,8% dos professores declararam

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que aquilo que aprenderam durante a graduação os habilitou para identificar os

sinais comportamentais apresentados pela ferramenta eletrônica como sinais

de desatenção, hiperatividade/impulsividades em crianças em idade escolar e

69,2% acreditam que não recebeu informações suficientes durante a

graduação para identificar tais sinais em seus alunos (tabela 5).

Todos os professores afirmaram que os sinais comportamentais de

desatenção, hiperatividade/impulsividade em crianças no contexto de sala de

aula são um desafio para o professor e que o papel do professor é importante

para a identificação desses sinais em seus alunos.

Tabela 5. Familiaridade do professor com o tema do estudo.

Familiaridade do professor com o tema N %

Tem ou teve aluno diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim 11 84,6%

Não 2 15,4%

Tem ou teve aluno com queixas e/ou sinais de comportamentos de desatenção e Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim 13 100,0%

Não 0 0,0%

Você considera que sua formação acadêmica na graduação o(a) habilitou para a identificação de sinais de desatenção e Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim 4 30,8%

Não 9 69,2%

Você considera que sua formação acadêmica na graduação o(a) habilitou para manejar adequadamente alunos que apresentam comportamentos de desatenção e Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim 3 23,1%

Não 10 76,9%

Comportamentos de desatenção e Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula são um desafio para você como professor?

Sim 13 100,0%

Não 0 0,0%

Em sua opinião, o papel do professor na identificação de sinais de desatenção, Hiperatividade/Impulsividade em seus alunos:

Importante 13 100,0%

Pouco importante 0 0,0%

Não é papel do professor 0 0,0%

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As informações apresentadas nas páginas que apresentam os sinais

comportamentais de desatenção, hiperatividade/impulsividade foram

consideradas relevantes para a identificação desses sinais em sala de aula por

76,9% dos professores participantes do estudo, 23,1% afirmou não saber se

tais informações veiculadas por meio da ferramenta fariam alguma diferença na

identificação desses sinais quando em contexto de sala de aula.

Quanto às possibilidades de reorganização do espaço físico da sala de

aula e de materiais para atividades a fim de promover comportamento

desejáveis à aprendizagem e diminuir os comportamentos de desatenção,

hiperatividade/impulsividade que concorrem com ela, 84,6% dos participantes

afirmaram que as informações apresentadas por meio da ferramenta eletrônica

seriam úteis e 15,4% afirmaram não saber.

Do total da amostra 61,5 % dos professores acreditaram que ter uma

ferramenta eletrônica como a apresentada nesse estudo disponível em seu

aparelho de celular com acesso à Internet poderia facilitar a implementação

das orientações práticas do Guia de Araújo (2012) para a identificação e

manejo comportamental dos sinais comportamentais de desatenção,

hiperatividade/impulsividades em alunos nas suas salas de aula, enquanto

38,5% afirmaram não saber.

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Tabela 6. Avaliação da funcionalidade da Ferramenta

Funcionalidade da Ferramenta N %

As informações apresentadas na Ferramenta M-Learning eu você acabou de ver poderiam contribuir para a identificação de sinas de desatenção, hiperatividade/impulsividade em seus alunos?

Sim 10 76,9%

Não 0 0,0%

Não sei 3 23,1%

As informações apresentadas na ferramenta M-Learning poderiam contribuir para que você reorganize o espaço físico da sala de aula e seja capaz de planejar materiais e atividades para diminuir a frequência dos comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade em seus alunos?

Sim 11 84,6%

Não 0 0,0%

Não sei 2 15,4%

Uma ferramenta eletrônica como esta, se disponível em seu aparelho de celular, poderia facilitar a implementação das orientações práticas que você viu para o manejo de alunos com comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade em sala de aula?

Sim 8 61,5%

Não 0 0,0%

Não sei 5 38,5%

Assim que a ferramenta foi apresentada aos professores, o endereço

eletrônico da ferramenta foi informado e solicitou-se que o acesso fosse feito a

partir de seus próprios aparelhos de celular (“smartphones”). A rede de Internet

do local foi disponibilizada, mas, como nessa ocasião apresentou-se lenta,

alguns dos participantes optaram por utilizar seus planos particulares de

acesso à Internet. Após essa etapa verificou-se no relato dos professores que

76,9% dos participantes classificaram o acesso à Ferramenta fácil, 23,1%

consideraram o acesso complicado. Para 30,8% dos professores, a troca de

uma página para outra da ferramenta foi lenta, para 61,5%, a velocidade dói

considerada normal, apenas 7,7% considerou a navegação entre as páginas

rápida.

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Tabela 7. Avaliação da velocidade de acesso e navegação

Características do Acesso N %

Classifique o acesso a esta Ferramenta M-Learning

Fácil 10 76,9%

Complicado 3 23,1%

Classifique a velocidade de navegação entre as páginas da Ferramenta M-Learning

Lenta 4 30,8%

Normal 8 61,5%

Rápida 1 7,7%

Os professores simularam o preenchimento do questionário que faz

parte do Guia de Araújo (2012) para o monitoramento semanal da frequência

de implementação das 16 estratégias de manejo comportamental diretamente

na Ferramenta Eletrônica: 38,5% deles consideraram que o preenchimento do

questionário on-line permitiria uma verificação mais ágil da frequência de

utilização das estratégias sugeridas durante um período de intervenção com

seu grupo de alunos, enquanto 61,5% afirmaram não saber se o

preenchimento do formulário na ferramenta traria mais agilidade a essa

verificação. Quanto à comparação entre o meio utilizado para o preenchimento

do formulário, 53,8% dos professores afirmaram que o preenchimento

diretamente na ferramenta on-line seria mais rápido do que em papel, 46,2%

afirmaram não saber.

Verificou-se na tabela 8 que de acordo com o relato dos professores

84,6% dos participantes gostariam de participar de um programa de formação

docente no qual a modalidade de aprendizagem por meio de uma ferramenta

veiculada dispositivos móveis com acesso à Internet (“M-Learning”) fosse

utilizada. 15,4% declarou não saber se gostaria de fazer parte de um programa

como esse.

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Tabela 8. Avaliação do preenchimento de Questionários na ferramenta

Funcionalidade dos questionários N %

O Preenchimento semanal do questionário (Checklist) na Ferramenta M-Learning permitiria uma verificação mais ágil de como estas estratégias sugeridas foram utilizadas por um professor?

Sim 5 38,5%

Não 0 0,0%

Não sei 8 61,5%

Você julga que esta ferramenta seria mais fácil em relação a uso se comparada questionários em papel?

Sim 7 53,8%

Não 0 0,0%

Não sei 6 46,2%

Você gostaria de participar de um programa de formação de professores utilizando a Ferramenta M-Learning?

Sim 11 84,6%

Não 0 0,0%

Não sei 2 15,4%

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6. DISCUSSÃO

A partir dos dados apresentados, foi possível verificar que o acesso e a

funcionalidade da Ferramenta Eletrônica dependem essencialmente do tipo de

aparelho utilizado pelo professor e da velocidade da rede de acesso à internet,

seja uma rede local ou um pacote de dados particular do professor.

Observa-se, nas respostas obtidas a partir do preenchimento do

questionário por professores, que houve unanimidade quanto à afirmação de

que os sinais comportamentais de desatenção, hiperatividade/impulsividade em

crianças no contexto de sala de aula configuram-se como um desafio aos

professores e que tais profissionais consideram que seu papel é importante na

identificação desses sinais. 84,6% dos participantes desse estudo gostariam de

participar de um programa para formação de professores utilizando seus

aparelhos de celular para acessar, pela Internet, uma Ferramenta Eletrônica.

O conteúdo veiculado por meio da ferramenta apresentada nesse

trabalho baseia-se nas propostas do Guia de Orientações para Professores de

alunos com sinais de desatenção, hiperatividade/impulsividade (ARAÚJO,

2012) e, quanto a esse aspecto da pesquisa, todos os professores

participantes relataram que têm ou tiveram alunos em suas salas de aula que

apresentassem comportamentos que concorrem com o comportamento de

aprender como não prestar atenção a detalhes, distraindo-se facilmente com

barulhos, cometendo erros por descuido em tarefas escolares, levantando-se

nos momentos em que a proposta seria manter-se sentado até o final da

atividade, respondendo antes que a pergunta fosse concluída, interrompendo a

fala do professor ou de outro aluno, por exemplo. Essas crianças tendem a ter

prejuízos acadêmicos em longo prazo. Dessa forma, 61,5% dos participantes

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afirmou que a ferramenta eletrônica pode ser útil para auxiliar o professor na

adequada identificação dos sinais, adaptação do ambiente físico da sala de

aula, planejamento das atividades e manejo eficaz dos demais fatores

ambientais de sala de aula.

Observou-se também que, por se tratar de apenas um encontro entre o

pesquisador e o grupo de professores e porque esse encontro se deu fora do

contexto real de sala de aula, houve dúvidas em todas as questões que se

referiam funcionalidade da ferramenta, as respostas “não sei” a essas

perguntas variam entre 15,4% e 38,5%. As respostas expressando dúvidas

intensificaram-se quando se tratou do preenchimento do questionário

“Checklist” desenvolvido por Araújo (2012) diretamente na ferramenta

eletrônica para o monitoramento da frequência de utilização das estratégias

propostas no Guia (ARAÚJO, 2012), uma vez que se tratou apenas de uma

simulação. A esse grupo de questões, entre 41,5 % e 61,2% dos participantes

atribuíram a resposta “não sei”.

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7. CONCLUSÃO

O objetivo desse trabalho foi desenvolver uma ferramenta eletrônica

para auxiliar professores na identificação e manejo comportamental de sinais

de desatenção e hiperatividade/impulsividade em sala de aula e verificar

indicadores de possibilidades de uso dessa ferramenta em contexto escolar de

sala de aula.

Nesse estudo, a Ferramenta Eletrônica foi desenvolvida e acessada com

sucesso pelo grupo de professores. Constatou-se que a modalidade “M-

learning” teve aceitabilidade 84% dos professores que participaram do estudo e

que ela pode servir como apoio ao professor na identificação e manejo de

sinais comportamentais de desatenção, hiperatividade/ impulsividade, dando

acesso à informações importantes e apoiando à implantação e ao

monitoramento de intervenções sem adicionar custos, uma vez que cada

professor pode utilizar seu próprio aparelho de celular com acesso à Internet

(“smartphone”). O professor pode registrar, praticamente em tempo real, os

comportamentos do aluno e avaliar suas tomadas de decisão para melhora de

padrões inadequados de comportamento, concorrentes com os

comportamentos de estudar desejáveis aos processos de ensino e

aprendizagem em ambiente de sala de aula.

Ferramentas eletrônicas semelhantes a essa têm diversas possibilidades

de vinculação de conteúdos, podendo ser usadas para projetos abordando

outros tipos de domínios ligados ao desenvolvimento humano e seus

transtornos, democratizando o acesso à informação e auxiliando professores

alocados em localizadas distantes dos grandes centros urbanos e dos centros

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de pesquisa acadêmica, entretanto, para resultados mais abrangentes, é

preciso que a ferramenta aqui apresentada seja testada em ambiente real de

sala de aula. Também são necessários estudos que validem a ferramenta em

diferentes períodos de tempo, estudem sua eficácia de uso com alunos que

apresentem ou não queixas desatencionais, bem como com alunos com

diagnóstico de TDAH. Estudos futuros podem ser desenvolvidos para verificar

também o potencial de uso dessa ferramenta para intervenções preventivas e

remediativas de acordo com o tipo de aluno, inclusive com crianças que

apresentam TDAH e outros quadros clínicos comórbidos.

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ANEXO 1

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ANEXO 2 Questionário de aceitabilidade da Ferramenta M-Learning com orientações práticas para

professores de alunos com comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade em

sala de aula (ARAÚJO, 2015).

Nome do(a) Professor(a)

_______________________________________________________________________

2. Formação

Graduação

Pós-graduação

3. Tempo de docência

1 a 3 anos

3 a 5 anos

Acima de 5 anos

4. Leciona atualmente em

Instituição de Ensino Pública

Instituição de Ensino Particular

5. Participou de algum curso na área de educação especial?

Sim

Não

6. Participou de algum curso à distância utilizando aparelhos eletrônicos como computadores

ou tablets (EAD)?

Sim

Não

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7. Possui aparelho de celular com acesso à internet (smartphone)?

Sim

Não

8. Tem ou teve aluno diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim

Não

9. Tem ou teve aluno com queixas e/ou sinais de comportamentos de desatenção e

Hiperatividade/Impulsividade em sala de aula?

Sim

Não

10. Você considera que sua formação acadêmica na graduação o(a) habilitou para a

identificação de sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade em sala de aula?

Sim

Não

11. Você considera que sua formação acadêmica na graduação o(a) habilitou para manejar

adequadamente alunos que apresentam comportamentos de desatenção e

hiperatividade/impulsividade em sala de aula?

Sim

Não

12. Comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade em sala de aula são um

desafio para você como professor?

Sim

Não

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13. Em sua opinião, o papel do professor na identificação de sinais de desatenção,

hiperatividade/ impulsividade em seus alunos:

Importante

Pouco importante

Não é papel do professor

14. As informações apresentadas na Ferramenta M-Learning que você acabou de ver poderiam

contribuir para a identificação de sinais de desatenção, hiperatividade/ impulsividade em seus

alunos?

Sim

Não

Não sei

15. As informações apresentadas na Ferramenta M-Learning poderiam contribuir para que você

reorganize o espaço físico da sala de aula e seja capaz de planejar materiais e atividades para

diminuir a frequência dos comportamentos de desatenção, hiperatividade/ impulsividade em

seus alunos?

Sim

Não

Não sei

15. Uma ferramenta eletrônica como está, se disponível em seu aparelho de celular, poderia

facilitar a implementação das orientações práticas que você viu para o manejo de alunos com

comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade em sala de aula?

Sim

Não

Não sei

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16. Classifique o acesso a esta Ferramenta M-Learning.

Fácil

Complicado

Impossível

17. Classifique a velocidade de navegação entre as páginas da Ferramenta M-learning

Lenta

Normal

Rápida

18. O preenchimento semanal do questionário (Checklist) na Ferramenta M-Learning permitiria

uma verificação mais ágil de como as estratégias sugeridas foram utilizadas por um professor?

Sim

Não

Não sei

19. Você julga que esta ferramenta seria mais fácil em relação a uso se comparada

questionários em papel?

Sim

Não

Não sei

20. Você gostaria de participar de um programa de formação de professores utilizando a

Ferramenta de M-Learning?

Sim

Não

Não sei