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UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal MÓDULO 8 Departamento de Produção Vegetal DISCIPLINA: TEMA: PROFESSORES: EDIÇÃO: 03 Silvicultura Produção e Tecnologia de Sementes Florestais Rinaldo César de Paula Sérgio Valiengo Valeri Atualizada e ampliada 2 0 1 6 1. PRELIMINARES Árvore Matriz: características Eucalyptus grandis Fontes: Flor: www.sitiovitoriaregia.com.br/Eucalipto.html (Eucalyptus globulus) Frutos: http://linhas.nobolso.net/fotos/eucalyptus-ficifolia (Eucalyptus ficifolia) unesp FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS Ritmo de crescimento Forma do fuste Porte dominante Ramificação Desrama natural Forma da copa Produção de sementes Resistência Qualidade da madeira A árvore matriz deve ter um ótimo crescimento; apresentar excelente forma, ou seja, caule sem tortuosidade, inclinação ou bifurcação; se destacar no dossel da floresta apresentando grande porte (altura e diâmetro superior a media da população, geralmente média mais desvio padrão); ser excelente produtora de sementes; revelar resistência a pragas e doenças; apresentar boas propriedades físicas, mecânicas e químicas da madeira de acordo os objetivos de seu uso.

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UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal

MÓDULO 8

Departamento de Produção Vegetal

DISCIPLINA: TEMA: PROFESSORES: EDIÇÃO: 03

Silvicultura Produção e Tecnologia de Sementes Florestais

Rinaldo César de Paula Sérgio Valiengo Valeri Atualizada e ampliada

2 0 1 6

1. PRELIMINARES

Árvore Matriz: características

Eucalyptus grandis Fontes:

Flor: www.sitiovitoriaregia.com.br/Eucalipto.html (Eucalyptus globulus)

Frutos: http://linhas.nobolso.net/fotos/eucalyptus-ficifolia (Eucalyptus ficifolia)

unesp

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

Ritmo de crescimento

Forma do fuste

Porte dominante

Ramificação

Desrama natural

Forma da copa

Produção de sementes

Resistência

Qualidade da madeira

A árvore matriz deve ter um

ótimo crescimento; apresentar

excelente forma, ou seja, caule

sem tortuosidade, inclinação ou

bifurcação; se destacar no

dossel da floresta apresentando

grande porte (altura e diâmetro

superior a media da população,

geralmente média mais desvio

padrão); ser excelente produtora

de sementes; revelar resistência

a pragas e doenças; apresentar

boas propriedades físicas,

mecânicas e químicas da

madeira de acordo os objetivos

de seu uso.

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Com base em Figliolia e Aguiar (1993), as principais características fenotípicas de um

árvore matriz são estas:

Ritmo de crescimento - árvore matriz deve ser de crescimento rápido e uniforme, devendo

apresentar consequentemente boa produtividade.

Porte - esta característica se refere à altura e ao diâmetro da árvore; a matriz deve ser de

grande porte e fazer parte da classe de árvores dominantes do povoamento.

Forma do tronco - esta característica é importante principalmente para a produção de

madeira. O fuste deve ser reto e com a forma mais próxima da cilíndrica. Devem ser

rejeitadas as árvores com fuste tortuoso e bifurcado.

Ramificação - os ramos devem ser finos e inseridos o mais perpendicularmente possível

no tronco. Esta situação favorece a desrama natural e reduz o tamanho dos nós, que é um

grande defeito na madeira. Consequentemente, a árvore irá adquirir uma forma florestal

bastante adequada, principalmente para a produção de madeira.

Forma da copa - a copa deve ser proporcional à altura da árvore, bem formada e bem

distribuída. Para fins de proteção, a árvore deve apresentar copa grande e densa; para a

produção de madeira, a copa deve ser de menor dimensão.

Vigor - a árvore matriz deve ser resistente a pragas e moléstias, bem como a outros agentes

como o vento, a temperatura e a umidade.

Densidade da madeira - a madeira destinada à produção de carvão vegetal, por exemplo,

deve ser de maior densidade do que a destinada à produção de celulose. Assim, a

densidade da madeira da árvore matriz deve ser compatível com a sua utilização.

Teor de extrativos - quando se deseja a produção de extrativos, como resina, látex, tanino

e óleo essencial, a matriz deve produzir elevado teor do respectivo extrativo.

Produção de sementes - algumas árvores produzem mais flores, frutos e sementes do que

outras. Assim, a árvore matriz deve apresentar abundante florescimento e frutificação, o

que deverá torná-la uma boa produtora de sementes.

Critério de Seleção de Árvores Matrizes:

A seleção de árvores matrizes deve ser feita em povoamentos naturais, de reflorestamento

ou de plantios comerciais. Para se formar um lote de sementes, não se coleta sementes de

árvores isoladas, pois ocorre endogamia e gera problemas resultantes de autofecundação,

como albinismo, tortuosidade no caule, bifurcações, podendo inclusive prejudicar a

embriogênese e levar à morte as plântulas recém germinadas.

De acordo com Andrade (1961), citado por Figliolia e Aguiar (1993), a antiga Companhia

Paulista de Estradas de Ferro - FEPASA, a árvore matriz deve apresentar porte dominante

em uma população de indivíduos de material genético semelhante e mesma idade,

adotando o seguinte critério:

• Determinação do DAP médio (DAPm)

• Determinação do desvio padrão (s)

• Determinação do DAP limite = DAPm + s

• Marcação de árvores: DAP ≥ DAPm + s

• Análise fenotípica das características desejadas, como resistência a pragas, doenças

bióticas (fungos, bactérias) e abióticas (vento, geada, déficit hídrico) para auxiliar

na sua seleção.

• Cadastramento com dados de crescimento, características fenotípicas,

georreferenciamento.

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O que é semente?

É uma planta completa, porém com dimensões e formato embrionário.

Semente Florestal: qual é a sua importância por se tratar de cultura perene?

A escolha do material genético com as características desejadas garante a obtenção dos

objetivos propostos a curto (7 anos para produção de celulose e papel em clima tropical),

médio (25 anos para produção de madeira de grandes dimensões em clima tropical) e a

longo prazo (50, 100, 300 anos ou mais, dependendo da espécie, porte da árvore e clima).

Importância

Qualidade:

Física

Fisiológica

Genética

Procedência

Atualmente: Brasil é auto-suficiente na produção de sementes de Pinus e Eucalyptus.

Quais são os fatores que influenciam no sucesso da colheita de sementes

florestais?

Sucesso da colheita depende de uma série de fatores, dentre eles estes:

a) características ambientais: condições climáticas durante o processo de colheita,

topografia;

b) características da árvores matriz: espécie, época de maturação, características de

dispersão das sementes, altura e diâmetro da árvore;

c) técnica de colheita e equipamentos disponíveis.

Quais são as dificuldades de colheita de sementes florestais? Dificuldades de colheita: altura das árvores, dificuldade de acesso, maturação irregular,

entre outros fatores.

2. COLHEITA DE SEMENTES FLORESTAIS

Onde Colher?

Árvores matrizes

Em povoamentos florestais (florestas plantadas)

Em áreas naturais (exceto aquelas previstas pelo SNUC – Lei 9985 de 18/07/2000)

Na arborização urbana

Distância mínima entre matrizes: 20 m

FAO: distância mínima = dobro da altura da árvore

Número de matrizes/procedência: 20 – 50, dependendo da espécie, auto-

fecundação, população, sub-população.

É importante que a matriz esteja numa população.

Em quais áreas naturais se pode colher sementes florestais?

Áreas de preservação permanente e reserva legal com autorização.

Aquelas previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC

(Lei 9985 de 18/07/2000):

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Unidades de Conservação (UC) segundo o SNUC:

• Normalmente não se pode efetuar coleta de sementes nas Unidades de

Proteção Integral:

• Estação Ecológica; Parques Nacionais; Monumento Nacional;

Refúgio de Vida Silvestre;

• Exceção: Na Reserva Biológica a coleta é permitida com

autorização

• É permitida a coleta de sementes nas Unidades de Uso Sustentável,

exceto na RPPN.

• Áreas de Proteção Ambiental;

• Área de Relevante Interesse Ecológico;

• Floresta Nacional;

• Reserva Extrativista;

• Reserva de Fauna;

• Reserva de Desenvolvimento Sustentável;

• Não é possível fazer coleta em Reserva Particular do Patrimônio

Natural - RPPN. Apenas os benefícios indiretos da RPPN podem

ser usados, como educação ambiental, pesquisa científica,

recreação. A RPPN tem mais características de unidade de

proteção integral do que de uso sustentável. Provavelmente, no

futuro, essa unidade passará para o primeiro grupo.

Quando Colher?

• A semente é colhida quando atinge o Ponto de Maturidade

Fisiológica, no qual possui o máximo poder germinativo e vigor.

São usados Índices Práticos de Maturação para indicar a época de

colheita, com base nos aspectos externos:

a) coloração;

b) trincas/rachaduras;

c) tamanho e peso dos frutos e sementes;

d) queda de frutos;

e) teor de água;

f) densidade dos frutos;

g) massa seca dos frutos;

h) mudanças bioquímicas; ...

O que é Índices de Maturação?

São características que permitem definir a época adequada de colheita.

Muitas espécies florestais produzem frutos deiscentes.

Motivo da importância dos índices de maturação das sementes florestais, para

que elas sejam coletadas antes da dispersão natural.

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Processo de Maturação: Alterações morfológicas, bioquímicas e fisiológicas, podem ser

usadas como índices de maturação.

Coloração

Teor de umidade

Densidade

Tamanho e peso dos frutos e sementes

De acordo com Aguiar et al. (1993), a coloração do fruto é um índice prático de

maturação de sementes, mas que está bastante relacionado com as características

biológicas e ecológicas das espécies. De forma resumida, os padrões de cor e odor

associados aos sistemas de dispersão de sementes arbóreas, citando Howe e Westley

(1988), são estes:

Qual é a importância do uso do índice de maturação de sementes para a

coleta de sementes?

• muito importante para espécies de frutos deiscentes e de sementes com

baixa longevidade

• em geral, colhem-se os frutos: relacionamento fruto/semente

• atentar para frutos carnosos: predação

Como Colher?

• Métodos de Coleta/Colheita:

a) Coleta no chão;

b) Colheita em árvores abatidas e

c) Colheita em árvores em pé.

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• Cuidados na colheita: fauna x regeneração

Analisar em uma população de indivíduos da espécie arbórea as espécies de animais

que se alimentam de seus frutos e sementes. Observar a regeneração natural dessa

espécie arbórea. A quantidade de sementes a ser coletada dessa população não pode

limitar a alimentação da fauna dependente e não deve prejudicar o processo de

regeneração dessa espécie arbórea. Caso o processo de regeneração esteja

prejudicado, é importante a coleta de sementes e produção de mudas para

reflorestamento ou para adensar a população.

Um exemplo é a exploração de sementes da castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil

(Bertholletia excelsa O.Berg) Família: lecythidaceae, geralmente encontrada na Floresta

latifoliada equatorial do bioma Amazônia:

"Os povos que integram o programa são conhecedores da ecologia da planta, das

técnicas de coleta, de armazenamento das sementes e das boas práticas de manejo da

amêndoa da castanha e de seus subprodutos. A coleta da castanha-do-brasil fortalece e

valoriza outras atividades desenvolvidas pelos grupos, como a caça, a coleta, a

ocupação de seus territórios, o controle e fiscalização das terras indígenas e da reserva

extrativista."

Fonte: Projeto Pacto das Águas. Disponível em:

http://pactodasaguas.org.br/pt/noticias,11/produtos,79.html. Acessado em: 09 set. 2016.

Fonte: Castanha-do-pará - Desciclopédia desciclopedia.org.

Disponível em:

https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fim

ages.uncyc.org%2Fpt%2Fthumb%2F6%2F6f%2FCastanha_do_

para.jpg%2F200px-

Castanha_do_para.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fdesciclope

dia.org%2Fwiki%2FCastanha-do-

par%25C3%25A1&docid=utC5y3pPfbcF4M&tbnid=pqBkoLR

Qw4W01M%3A&w=200&h=235&hl=pt-

BR&bih=595&biw=1180&ved=0ahUKEwim_Mr8soDPAhWKf

ZAKHVKEDT8QxiAIAg&iact=c&ictx=1. Acessado em: 09 set.

2016.

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Fonte: Pés na areia, por Gisele Oliveira. BELÉM: Como não se surpreender e amá-la?: Viagem realizada em março/2015. Disponível em: http://blogpesnaareia.blogspot.com.br/2015/04/belem-como-nao-se-surpreender-e-ama-la.html. Acessado em 09 set. 2016.

As sementes recém tiradas do fruto (ouriço) demoram de 6 a 18 meses para germinar. Esse período longo demonstra uma dormência associada à impermeabilidade do tegumento, devido à espessura e dureza da casca. A casca deve ser enfraquecida mecanicamente para permitir a penetração da água, com base em Lorenzi (1992).

"Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão avaliando a produtividade das castanheiras-do-brasil, no município de Itaúba (MT), considerado a capital matogrossense da semente. Para isso, instalaram a primeira área experimental no estado. Durante quatro dias, empregados da Embrapa utilizaram GPS para georreferenciar todas as castanheiras-do-brasil em nove hectares no interior de uma área de extração vegetal. No total, foram identificadas 102 plantas com mais de 10 centímetros de diâmetro. Após a catalogação, os pesquisadores irão acompanhar a produtividade das árvores. O trabalho será iniciado no fim deste ano, época em que os frutos da castanheira

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começam a cair. A queda e a coleta dos “ouriços” no município de Itaúba dura aproximadamente quatro meses, concentrando-se entre os meses de novembro e fevereiro. A intenção do projeto é monitorar a produtividade das plantas e avaliar a regeneração da castanheira na floresta, além de medir os efeitos da atividade extrativista sobre a espécie e a regeneração da floresta."

Fonte: Globo Rural On-line. Projeto avalia produtividade de castanhas do Mato Grosso. Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI273814-18077,00-PROJETO+AVALIA+PRODUTIVIDADE+DE+CASTANHAS+DO+MATO+GROSSO.html. Acessado em: 09 set. 2016

Época de colheita de sementes de algumas espécies florestais no

Estado de São Paulo e número de sementes por quilograma, baseado em Ettori et

al. (1988):

Espécie Época de

colheita

No.

Sementes/Kg

Angico-vermelho Abril 10.000

Aroeira Set/Out 46.000

Barbatimão Outubro 5.500

Bracatinga Nov/Dez 57.000

Cabreúva-vermelha Set/Out 1.850

Caviúna Ago/Set 14.000

Cedro-rosa Mai/Jun 24.000

Faveiro ou Sucupira Outubro 1.100

Guapuruvu ou Ficheira Jun/Jul 500

Guarantã Jun/Jul 12.200

Jacarandá-paulista Ago/Out 3.000

Jatobá Julho 250

Jequitibá-rosa Jun/Ago 32.00

Manduirana Maio/Ago 62.500

Óleo-de-copaíba Agosto 2.200

Pau-brasil Jan/Fev 54.000

Pau-marfim Set/Out 2.000

Peroba-rosa Ago/Set 11.000

Pinheiro-brasileiro Abr/Maio 200

Tamboril Junho 4.200

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Equipamentos de Colheita de Sementes

Colheita de sementes de espécies florestais: A. Equipamentos e materiais; B.

Espora-detalhe da haste de aço; C. Escalada de árvore com esporas; D.

Escalada de árvore com bicicleta; E. Escalada de árvore com escada. Fonte:

Figliolia e Aguiar (1993).

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3. SECAGEM DE FRUTOS PARA EXTRAÇÃO

• Extração: retirada das sementes de dentro dos frutos. As técnicas variam em função

da natureza e de tipo do fruto.

Frutos secos deiscentes

Frutos secos indeiscentes

Frutos carnosos e indeiscentes

• Necessário para extrair sementes do interior dos frutos e para reduzir teor de água

(TA) das sementes a teor adequado para beneficiamento, acondicionamento e

armazenamento.

• Atenção especial para sementes recalcitrantes (não resistem à secagem).

• “Cura” – pré-secagem à sombra de frutos com alto teor de água.

• Secagem rápida pode induzir dormência secundária, como em P. caribaea var.

caribaea.

• Sementes ricas em CHO (carboidratos) tendem a secar mais rapidamente que as

oleaginosas.

• Tipos: Secagem Natural e Artificial

Roberts (1973), citado por Carvalho et al. (2002), classificou as sementes em dois grupos

em relação à tolerância à secagem e a temperaturas baixa de armazenamento: sementes

ortodoxas e recalcitrantes. Sementes ortodoxas toleram a secagem a baixos níveis de

umidade e temperaturas baixas no armazenamento. Essas sementes podem ser secas até

cerca de 5% de umidade, acondicionadas em embalagem hermética e submetidas à

temperatura de 18 ºC, para que possam ser conservadas por longo prazo (IBPGR -

International Board for Plant Genetic Resources, citado pela FAO, 1993). As sementes

recalcitrantes não sobrevivem à secagem a baixos valores de umidade e não podem ser

armazenadas por longo prazo (ROBERTS, 1973). Ellis et al. (1990) propôs um terceiro

grupo de sementes que apresentam comportamento intermediário entre o ortodoxo e

recalcitrante. A semente do grupo intermediário tolera a desidratação até o grau de

umidade entre 7,0 e 10% e não toleram temperaturas baixas de armazenamento por muito

tempo. Várias espécies tropicais apresentam esses três padrões de comportamento de

secagem e de temperatura de armazenamento (HONG e ELLIS, 1996).

Fontes citadas:

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• Fatores que afetam o processo de secagem

Equilíbrio higroscópico

Teor de água

Velocidade do ar/ventilação

Temperatura

Com base em Silva et al. (1993), a velocidade da perda de umidade da

superfície da semente para o ambiente é maior do que o deslocamento de

umidade do interior para sua superfície. Sendo assim, o processo de secagem

não pode ser rápida e drástica com emprego de altas temperaturas. A secagem

lenta e gradativa é a que permitir a transferência de umidade de dentro para

fora da semente. A secagem drástica e rápida pode induzir a dormência

secundária, como verificaram Kageyama et al. (1978) com sementes de Pinus

caribaea var. bahamensis. Existem vários métodos de extração que variam em função das características dos frutos,

que podem ser secos, fibroso, alado, carnoso, grande ou pequeno. Com objetivo de

extração das sementes, Hartmann e Kester (1974), citados por Silva et al. (1993),

classificam os frutos em: frutos secos deiscentes, frutos secos indeiscentes e frutos

carnosos e indeiscentes.

Os frutos secos deiscentes são normalmente fibrosos e lenhosos que se abrem

facilmente, liberando suas sementes, após a secagem. Exemplos:

Fonte: Silva et al. (1993)

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Frutos secos deiscentes, continuação.

Fonte: Silva et al. (1993)

SSEECCAAGGEEMM DDEE FFRRUUPPOOSS PPAARRAA EEXXTTRRAAÇÇÃÃOO DDEE SSEEMMEENNTTEESS DDEE PPiinnuuss sspp

Secagem ao ar Fonte: Kronka et al. (2005)

Os frutos (cones) das espécies do gênero Pinus são deiscentes, que devem ser colhidos

maduros, antes da liberação natural das sementes, pois suas sementes são aladas e podem

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alcançar longas distâncias durante a dispersão pelo vento (anemocoria).

De acordo com Aguiar et al. (2005):

"As espécies cultivadas no sul do Brasil iniciam a produção de sementes por

volta dos 16 anos de idade. No Paraná, a colheita dos cones de P. elliottii var. elliottii é

feita em fevereiro e março e os de P. taeda em março e abril. Em Agudos (SP), P.

kesiya e P. oocarpa produzem sementes a partir dos 8 anos de idade, sendo o período de

colheita dos cones de P. oocarpa bem amplo, de abril a outubro. Para as variedades de

P. caribaea este período é mais restrito (dezembro a fevereiro), iniciando a produção de

sementes da variedade hondurensis aos 12 anos, da caribaea aos 14 anos e da

bahamensis aos 18 anos. Quando os cones amadurecem, eles passam da coloração verde

para marrom. Entretanto, este índice não é suficiente para indicar a maturidade dos

cones e das sementes. É necessário efetuar o teste de imersão, baseado na densidade dos

cones aparentemente maduros. O teste consiste na imersão de uma amostra de cones em

óleo SAE 20, de densidade 0,88. Os cones imaturos têm densidade superior a 0,88 e

afundam, enquanto que os maduros flutuam. Quando a maioria dos cones da amostra

flutua, a colheita pode ser realizada. A amostra deve ser representativa das matrizes

existentes na Área. Durante a colheita, o colhedor escala a árvore e se aloja na sua copa,

de onde derruba individualmente os cones, com o gancho em forma de S. Geralmente os

cones concentram no topo da árvore e na extremidade dos ramos. Outro operário fica

embaixo da árvore, coletando e ensacando os cones que serão conduzidos para a

extração de sementes."

Secagem ao ar livre de sementes de Pinus caribaea var. caribaea com cobertura móvel

para proteção dos frutos durante à noite e em período chuvoso. Fonte: Kronka et al. (2005).

Esse período de secagem natural deve ser lento e de 30 a 120 dias, dependendo da espécie

de Pinus, umidade dos cones e condições climáticas, para que as sementes sejam liberadas

gradualmente. Para Pinus elliottii var. elliottii, Bianchetti (1981), citado por Silva et al.

(1993), constatou que o período de pré-secagem natural pode variar de 12 a 42 dias e mais

8 a 16 horas de secagem em estufa de circulação de ar forçado a 50 ºC.

BIANCHETTI, A. Produção e tecnologia de sementes de essências florestais. Curitiba:

URPFCS/EMBRAPA, 1981. 22p. (Documento 2).

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Frutos secos indeiscentes: para extração das sementes é necessário o uso de tesoura

de poda, facão, martelo ou machadinho, com base em Silva e Moraes (1986), citados por

Silva et al. (1993). Exemplos:

OOss ffrruuttooss ccaarrnnoossooss iinnddeeiisscceenntteess:: éé nneecceessssáárriioo rreeaalliizzaarr oo ddeessppoollppaammeennttoo ppaarraa

eexxttrraaççããoo ddaass sseemmeenntteess ee eevviittaarr ddeeccoommppoossiiççããoo ee ffeerrmmeennttaaççããoo ddaa ppoollppaa ee ccoonnsseeqquueennttee ddaannooss

ááss sseemmeenntteess.. ooss ffrruuttooss ssããoo iimmeerrssooss eemm ttaannqquueess ccoomm áágguuaa ppoorr 1122 aa2244 hhoorraass ppaarraa qquuee aa ppoollppaa

aammoolleeççaa.. AA sseegguuiirr ssããoo mmaacceerraaddooss ssoobbrree ppeenneeiirraass eemm áágguuaa ccoorrrreennttee ee ttrraannssffeerriiddooss ppaarraa uumm

oouuttrroo ttaannqquuee ccoomm áágguuaa,, oonnddee aass sseemmeenntteess qquuee fflluuttuuaamm ssããoo ddeessccaarrttaaddaass ((rruuiinnss)).. AAss sseemmeenntteess

bbooaass aaffuunnddaamm.. EExxeemmppllooss::

FFoonnttee:: SSiillvvaa eett aall.. ((11999933))

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AA -- AAggiittaaççããoo ee ppeenneeiirraammeennttoo ddee sseemmeenntteess ddee iippêê ((TTaabbeebbuuiiaa sspp)).. BB -- EExxttrraaççããoo ddee sseemmeenntteess

ddee ccaassssiiaa--jjaappoonneessaa ((CCaassssiiaa jjaavvaanniiccaa,, oorriiggiinnáárriiaa ddaa MMaalláássiiaa)) ccoomm mmaarrtteelloo.. CC -- EExxttrraaççããoo ddee

sseemmeenntteess ddee ppaauu--ffeerrrroo ((CCaaeessaallppiinniiaa ffeerrrreeaa)) ccoomm tteessoouurraa ddee ppooddaa.. DD ee EE -- EExxttrraaççããoo mmaannuuaall

ddee sseemmeenntteess ddee ffllaammbbooyyaanntt ((DDeelloonniixx rreeggiiaa)).. FF -- MMaacceerraaççããoo ddee ffrruuttooss ccaarrnnoossooss ddee ppaallmmeeiirraa..

FFoonnttee:: SSiillvvaa eett aall.. ((11999933))..

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AA.. SSeeccaaggeemm aaoo nnaattuurraall ddee ccoonneess ddee PPiinnuuss sspp eemm tteerrrreeiirrooss aabbeerrttooss;; BB.. SSeeccaaggeemm ddee cclloonneess ddee

PPiinnuuss sspp.. eemm tteerrrreeiirrooss ccoomm ccoobbeerrttuurraa mmeettáálliiccaa mmóóvveell;; CC.. DDeettaallhhee ddaa ssaallaa ddee sseeccaaggeemm

aarrttiiffiicciiaall;; DD.. GGaavveettaass ccoomm ffuunnddoo ddee tteellaass ee bbaannddeejjaass ppaarraa sseeppaarraaççããoo ddee ccoonneess ee sseemmeenntteess,,

aappóóss eexxttrraaççããoo.. FFoonnttee:: SILVA et al. (1993).

4. BENEFICIAMENTO

Beneficiamento de sementes consiste em técnicas usadas para retirar impurezas,

limpezas em geral, purificação, separação por classes de tamanhos diferentes e

classificação do lote de sementes. O beneficiamento manual é o mais usado para

espécies florestais nativas do Brasil, pois existe uma grande variedade de tamanhos e

formas e constituição de frutos que dificultam a mecanização. Existem máquinas de

beneficiamento de espécies de Pinus, Eucalyptus, e da espécie nativa pioneira

bracatinga (Mimosa scabrella), típica do Paraná (SILVA et al., 1993).

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5. ARMAZENAMENTO

Segundo Carneiro e Aguiar (1993), as sementes atingem máxima qualidade fisiológica

no ponto de maturação, em termos de peso de matéria seca, germinação e vigor. A

partir desse período, ocorre uma queda natural da qualidade das sementes, através do

processo de deterioração. As condições de armazenamento visam reduzir esse processo

de deterioração e visam suprir a necessidade de sementes em anos de pequena

produção.

• Ambiente x embalagem de armazenamento

• Câmara Fria: 5 a 10 oC: 70 a 90%UR

• Câmara Seca: 10 a 22 oC: 40 a 50%UR

• Câmara Fria e Seca: 5 a 10 oC: 40 a 50%UR

• Embalagens

• porosas – para armazenamento em câmara seca e sementes com teor de água de 9 a

12%

• Embalagens semiporosas – para sementes com teor de água menor que 9%;

recomendadas para ambientes não muito úmidos

• Embalagens impermeáveis - para sementes com teor de água não muito elevado (4

a 9%); recomendada para qualquer condição de armazenamento (menos para

temperaturas muito elevadas); adequada para câmara fria.

Relação vigor x viabilidade

Tempo

Viabilidade

Vigor

Fonte: com base em Carneiro e Aguiar (1993)

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Resumo Esquemático da Colheita e Extração de Sementes

FrutoSeco Carnoso

Colheita ou Coleta

de Frutos

Despolpamento,

Maceração,

Fermentação,

Lavagem

Sementes

Deiscente

Semente

Pequena

Colheita de

Frutos

Secagem

dos Frutos

Semente

Grande

Coleta de

Sementes

Indeiscente

Colheita ou

Coleta de Frutos

Secagem

dos Frutos

Quebra

Sementes

OrtodoxasRecalcitrantes

Armazenamento

A Curto Prazo

Secagem

Até 8-12% de

Umidade

Armazenamento:

Curto, Médio e

Longo Prazo

Semeadura

As sementes recalcitrantes não podem ser armazenadas a longo prazo, pois

apresentam naturalmente alto teor de umidade, não resistem a secagem e

são de baixa longevidade.

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Resumo Esquemático da Secagem e Armazenamento de Sementes

Fonte: Carvalho et al. (2008).

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6. A Produção de sementes florestais X Lei 10.711 de 5/8/2003,

aprovada pelo Decreto 5.153 de 23/7/2004

• Área de Coleta de Sementes – ACS

I. ACS-NS: Área Natural de Coleta de Sementes – Matrizes não

marcadas

II. ACS-NM: idem com matrizes marcadas

III. ACS-AS: Área Alterada de Coleta de Sementes, sem marcação de

matrizes

IV. ACS-AM: idem com marcação de matrizes

V. ACS-MS: idem com matrizes selecionadas

• Área de Produção de Sementes – APS

• Pomar de Sementes – PS

I. PSM – Pomar de Sementes por Mudas

II. PCS – Pomar Clonal de Sementes

III. PCSH – Pomar Clonal para Produção de Sementes Híbridas

IV. PSMt ou PCSt – Pomar de Sementes Testados

Área de coleta de sementes

(ACS)

Árvores selecionadas

Árvores não selecionadas

Seleção só do lado

feminino

Coleta e mistura de

sementes das

árvores selecionadas

Próximo ciclo de

seleção

Plantio comercial (M1)

População base (M0)

M1 > M0 !!!

Na ACS as árvores não selecionadas participam do cruzamento.

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Área de produção de sementes

(APS)

Coleta de sementes

na APS

Próximo ciclo de seleção

APS

Recombinação

somente entre as

árvores selecionadas

Seleção

fenotípica

M1 > M0 !!!

População base (M0)

Plantio comercial (M1)

Na APS as árvores inferiores são eliminadas, e o cruzamento ocorre

apenas entre as árvores selecionadas. Fonte: Sebbenn (2009)

Categorias de Sementes

• Identificada – Provenientes de ACS-NS, ACS-NM, ACS-AS e

ACS-AM

• Selecionada – Provenientes de ACS-MS

• Qualificada – Provenientes de APS-MS, PCS, PSM e PCSH

• Testada - Provenientes de PSMt e PCSt

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Importância atual das sementes melhoradas para a silvicultura

comercial

• Situação para as espécies florestais nativas – Locais de obtenção

de sementes

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R$11,36R$21,65R$51,54R$98,18R$187,0014.000CACS-AS (F1)

Peroba rosa(Aspidosperma

polyneuron)

R$,40R$,75R$1,79R$3,41R$6,50800SACS-AS

(F1)

Palmeira jerivá

(Syagrus

romanzoffiana)

R$3,62R$6,89R$16,40R$31,24R$59,505.700SACS-AS

(F1)

Paineira

(Chorisia speciosa)

R$2,37R$4,51R$10,75R$20,48R$39,003.600SACS-AS

(F1)

Orelha de negro

(Enterolobium

contorsiliquum)

R$14,10R$26,86R$63,95R$121,80R$232,00769.000PACS-AS

(F1)

Mutamba-da-várzea

(Guazuma sp.)

R$,30R$,58R$1,38R$2,63R$5,00230SACS-AS (F1)

Jatobá(Hymenaea

courbaril)

R$5,44R$10,36R$24,67R$46,99R$89,5015.000SACS-AS

(F1)

Ipê felpudo

(Zeyheria

tuberculosa)

R$5,94R$11,32R$26,96R$51,35R$97,803.450SACS-AS

(F1)

Guatambu

(Aspidosperma

ramiflorum)

R$11,67R$22,23R$52,92R$100,80R$192,0027.000PACS-AS

(F1)

Araça (Psidium

cattleianum)

Preço/

50g

Preço/

100g

Preço/

250g

Preço/

500g

Preço/

Kg

Média de

Sementes

por Kg

Grupo

Ecológico

Grau*

Espécie

*Grau de Melhoramento. Legenda:

ACS-AS = Área Alterada de Coleta de Sementes

ACS-NS = Área Natural de Coleta de Sementes

Fonte: http://www.ipef.br/sementes/natexoticas.asp

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*Grau de Melhoramento. Legenda:

ACS-AS = Área Alterada de Coleta de Sementes

ACS-NS = Área Natural de Coleta de Sementes

APS = Área de Produção de Sementes

PCS = Pomar Clonal de Sementes

PCSH = Pomar Clonal para produção de Sementes Híbridas

PSM = Pomar de Sementes por Mudas

Fn (n = 1 a 5) = Geração de Melhoramento

http://www.ipef.br/sementes/eucapinus.asp

Bibliografia AGUIAR, I.B., Ed. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE TECNOLOGIA DE

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ZANI FILHO, J.; BALLONI, E.A.; KAGEYAMA, P.Y. Manejo de áreas produtoras de

sementes visando a operacionalização de programas de melhoramento genético

baseado em multipopulações. Piracicaba: IPEF, 1987. 6p. (Circular Técnica, 152).

QUESTIONÁRIO

Observação: responder as questões formuladas no texto do módulo.

1. Quais são as características de uma boa árvore matriz?

2. O que é semente?

3. Qual é a distância mínima entre matrizes?

4. A matriz deve ser isolada ou fazer parte de uma população? Justifique.

5. É possível coletar semente em Reserva Biológica? Explique.

6. É possível coletar semente em RPPN, área de preservação permanente ou reserva

legal? Explique.

7. Quando é feita a coleta de sementes?

8. Porque é feita a secagem de frutos?

9. Quais são os métodos de extração de sementes dos frutos?

10. Porque é feita a secagem de sementes?

11. É possível efetuar secagem de sementes recalcitrantes? Justifique.

12. Com que teor de umidade são armazenadas as sementes ortodoxas?

13. As sementes recalcitrantes podem ser armazenadas a longo prazo? Justifique.

14. Quais são as diferenças entre área de coleta de sementes - ACS e área de produção

de sementes - APS?

Teste de Asserção e Razão

Responda as questões de 1 a 18, preenchendo os espaços entre parênteses do quadro final de respostas com as letras: (A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda justifica a

primeira; (B) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não justifica

a primeira; (C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta; (D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta; (E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas.

1. (P1) Árvore matriz deve apresentar excelente forma retilínea para o programa de produção de madeira para serraria e celulose e papel. (P2) Árvores retilíneas favorecem a exploração, transporte e processamento industrial.

2. (P1) Árvore matriz não precisa necessariamente apresentar boas propriedades físicas, mecânicas e químicas da madeira quando o objetivo é industrial. (P2) Árvore matriz precisa apresentar porte dominante quando selecionada entre várias árvores de uma população.

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3. (P1) É permitida a comercialização de sementes procedentes de uma árvore isolada, quando esta estiver localizada no meio urbano. (P2) Semente é uma planta incompleta de formato embrionário.

4. (P1) O número de árvores matrizes usadas para constituir um lote de sementes deve ser de 20 a 50 por procedência. (P2) Essa variação do limite mínimo de árvores evita auto-fecundação.

5. (P1) Para formar um lote comercial de sementes, deve-se coletar sementes de matrizes cuja distância mínima entre árvores seja de 20 m (para ser árvore o vegetal tem que ter crescimento secundário do caule e altura mínima de 8 m quando adulto). (P2) A FAO determina que a distância mínima entre duas matrizes seja igual ao dobro da altura da maior árvore para fins de compor um lote comercial de sementes.

6. (P1) A FAO determina que a distância mínima entre duas matrizes seja igual ao dobro da altura da maior árvore quando as sementes dessas árvores compuserem um lote comercial de sementes. (P2) Essas árvores matrizes não devem apresentar parentesco próximo (mãe e filha) devido aos inconvenientes de auto-fecundação.

7. (P1) A semente é colhida quando atinge o ponto de maturidade fisiológica. (P2) A coloração do fruto não é um bom índice de maturação de sementes de modo geral.

8. (P1) Quando alguns frutos de paineira começam a apresentar trincas ou rachaduras e aparecimento da pluma nas frestas é época de colheita. (P2) Os frutos dessa espécie são deiscentes.

9. (P1) Densidade de fruto de espécies de Pinus não é um bom índice de maturidade fisiológica das sementes. (P2) Pinus apresenta fruto (estróbilo feminino) indeiscente.

10. (P1) Frutos de Pinus caribaea var. caribaea necessitam passar por um processo lento de secagem para extração das sementes. (P2) Secagem rápida pode induzir dormência secundária e/ou prejudicar a abertura natural desses furtos.

11. (P1) Sementes recalcitrantes resistem ao processo convencional de secagem. (P2) A secagem de frutos deiscentes é necessária para extrair sementes ortodoxas, reduzir o teor de água para beneficiamento, acondicionamento e armazenamento.

12. (P1) Frutos de espécies de Eucalyptus e Pinus são secos indeiscentes. (P2) A extração de sementes de frutos secos deiscentes pode ser por secagem e/ou agitação.

13. (P1) A extração de frutos secos indeiscentes de um grupo A de espécies florestais se dá apenas por abertura manual. (P2) A extração de frutos secos indeiscentes de um grupo B de espécies florestais se dá por secagem e abertura manual.

14. (P1) A extração de sementes de frutos carnosos ocorre por despolpamento, fermentação seguida de maceração, ou maceração, lavagem em água e secagem à sombra. (P2) A partir da colheita há queda gradual na qualidade fisiológica das sementes.

15. (P1) Sementes ortodoxas podem sofrer secagem até apresentarem de 8 a 12% de umidade. (P2) Sementes ortodoxas podem ser armazenadas por períodos curtos, médios e longos, dependendo da espécie.

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16. (P1) Sementes recalcitrantes podem sofrem secagem. (P2) Sementes recalcitrantes só podem ser armazenadas por um período muito curto e algumas delas iniciam o processo de germinação ainda no fruto, ou vagem, como é o caso do ingá.

17. (P1) Na área de coleta de sementes, a seleção é feita apenas do lado feminino. (P2) Na área de produção de sementes há recombinação gênica somente entre as árvores selecionadas.

18. (P1) O ganho genético é maior na área de coleta de sementes do que na área de produção de sementes. (P2) Na área de coleta de sementes é feita a mistura de sementes das árvores selecionadas e não selecionadas.

Quadro de Respostas

1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )

6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( )

11. ( ) 12. ( ) 13. ( ) 14. ( ) 15. ( )

16. ( ) 17. ( ) 18. ( )

ATENÇÃO: Quando as duas alternativas são corretas, procure responder as questões colocando um porque entre as afirmativas P1 e P2 para verificar se a segunda justifica a primeira. Só consulte o gabarito, na página seguinte, após preencher o quadro de respostas acima.

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Gabarito

1. ( A ) 2. ( D ) 3. ( E ) 4. ( A ) 5. ( B )

6. ( A ) 7. ( C ) 8. ( A ) 9. ( E ) 10. ( A )

11. ( D ) 12. ( D ) 13. ( B ) 14. ( B ) 15. ( B )

16. ( D ) 17. ( B ) 18. ( E )