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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO CAROLINA CARVALHO BORTOLETTO ASSOCIAÇÃO ENTRE BRUXISMO, CEFALEIA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR APÓS TERAPIA COM MELISSA OFFICINALIS L DE CRIANÇAS COM BRUXISMO São Paulo, SP 2015

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

CAROLINA CARVALHO BORTOLETTO

ASSOCIAÇÃO ENTRE BRUXISMO, CEFALEIA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR APÓS TERAPIA COM MELISSA OFFICINALIS L DE CRIANÇAS COM BRUXISMO

São Paulo, SP

2015

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CAROLINA CARVALHO BORTOLETTO

ASSOCIAÇÃO ENTRE BRUXISMO, CEFALEIA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR APÓS TERAPIA COM MELISSA OFFICINALIS L DE CRIANÇAS COM BRUXISMO

Tese apresentada à

Universidade Nove de Julho, para

obtenção do título de Doutor em

Ciências da Reabilitação.

Orientadora: Profa Dra Sandra Kalil Bussadori

Co-orientadora: Profa Dra Regiane Albertini de Carvalho

São Paulo, SP

2015

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Bortoletto, Carolina Carvalho.

Associação entre bruxismo, cefaleia e avaliação da atividade muscular

após terapia com Melissa officinalis L de crianças com bruxismo./ Carolina

Carvalho Bortoletto. 2015.

85 f.

Tese (doutorado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo,

2015.

Orientador (a): Profª. Drª. Sandra Kalil Bussadori.

1. Bruxismo. 2. Criança. 3. Cefaleia. 4. Melissa officinalis. I. Bussadori, Sandra Kalil. II. Titulo

CDU 615.8

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DEDICATÓRIA

Esse trabalho é dedicado a todas as pessoas que colaboraram de alguma maneira

para essa conquista.

Em especial ao Luiz, meu amigo, companheiro, meu guia, meu porto seguro, minha

alegria, meu amor. Muito obrigada por todo amor, carinho, paciência, companheirismo

e suporte. Obrigada por estar presente nesse momento especial da minha vida e por

todos os outros que passamos juntos.

A minha família por todo apoio, suporte e estímulo de todos esses anos, em especial a

minha mãe Lucília, que foi quem me ensinou a batalhar por tudo que quero.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a todos os participantes dessa pesquisa, sem vocês

ela não poderia se tornar uma realidade.

A minha querida orientadora Profa Dra Sandra Kalil Bussadori por todo

conhecimento transmitido, por todo carinho, apoio, paciência, e principalmente

por ter acreditado em mim e me estimulado a estar aqui hoje. Muito obrigada,

do fundo do meu coração.

A querida Renata, aluna de espacialização que foi peça chave para a

realização desse trabalho.

Ao querido Prof Deana, por toda ajuda e por todos ensinamentos transmitidos,

muito obrigada por tentar me fazer entender um pouquinho desses números.

Aos professores do programa de Doutorado em Ciências da Reabilitação, em

especial as Profa Dra Raquel Agnelli Mesquita-Ferrari e Profa Dra Kristianne

Portados Santos Fernandes, por todo carinho e ensinamentos.

Aos meus colegas de trabalho que me auxiliaram em muitos momentos e

aguentaram meu estresse, em especial ao trio Olga, Silvia, Marcelo, mais do

que colegas vocês são amigos.

A todos os companheiros de doutorado pelos momentos e ideias

compartilhados, em especial minhas queridas amigas Tati e Camilinha.

E também agradeço a UNINOVE pela oportunidade de realização do doutorado

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RESUMO

O bruxismo é definido como hábito parafuncional de ranger ou apertar os

dentes, podendo ocorrer durante o sono ou em vigília. A cefaleia consiste em

qualquer dor referida no segmento cefálico, sendo uma manifestação

extremamente comum. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a associação

entre bruxismo e cefaleia em crianças e o efeito da terapia com Melissa

officinalis L na atividade muscular de crianças com bruxismo. Foram avaliadas

crianças matriculadas no Centro de Educação Infantil “Noemia Fabrício dos

Santos Gatto” na cidade de Araras-SP e na Clínica Infantil da Faculdade de

Odontologia da Universidade Nove de Julho. Os responsáveis foram instruídos

a responder questionário sobre o sono, e as crianças submetidas a exame

clínico para diagnóstico do bruxismo, 24 crianças consideradas bruxistas foram

selecionadas e divididas aleatoriamente em 2 grupos: GI (n=12) recebeu

ingestão oral de Melissa officinalis L. a 20%, 15 gotas da tintura, 2 vezes ao

dia, 1 hora após almoço e 1 hora após o jantar, durante 30 dias e o GII (n=12)

recebeu solução plabebo, na mesma posologia do grupo 1. Os grupos foram

submetidos à avaliação da atividade muscular inicial e final por meio da

Bitestrip®. Os resultados obtidos foram computados e análise estatística

realizada adotando-se nível de significância de 95%, sendo que não houve

diferença estatística na atividade muscular, independente da terapia utilizada. A

análise dos dados demonstrou uma forte associação entre bruxismo e cefaleia

(OR: 3,07). Concluiu-se que existe uma forte associação entre bruxismo e

cefaleia em crianças e que a Melissa officinalis L, na posologia utilizada, não

apresentou efeito terapêutico para o bruxismo em crianças.

Palavras chave: Bruxismo; Criança; Cefaleia; Melissa officinalis

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ABSTRACT

Bruxism is defined as parafunctional habit of grinding or clenching, which may

occur during sleep or wakefulness and headache is any pain related to the brain

segment, being an extremely common manifestation. The objective of this

research was to evaluate the association between bruxism and headache in

children and the effect of therapy with Melissa officinalis L in muscle activity of

children with bruxism. Children were assessed in the Early Childhood Center

"Noemia Fabricio dos Santos Gatto" in the city of Araras, SP and Children's

Clinic, Faculty of Dentistry, Nove de Julho University. Those responsible were

asked to answer a questionnaire about sleep, and children subjected to clinical

examination for diagnosis of bruxism, 24 children considered bruxism were

selected and randomly divided into 2 groups: GI (n = 12) received oral ingestion

of Melissa officinalis L. 20%, 15 drops of the dye, 2 times a day, 1 hour and 1

hour after lunch, after dinner, for 30 days and GII (n = 12) received plabebo

solution in the same dosage group 1. The groups were evaluated for initial

muscle activity and end by Bitestrip®. The results were computed and statistical

analysis by adopting the 95% significance level, and there was no statistical

difference in muscle activity, regardless of the therapy used. Data analysis

showed a strong association between bruxism and headache (OR: 3.07). It

follows that there is a strong association between bruxism and headache in

children and that Melissa officinalis L, the dose used, did not show therapeutic

effect in children bruxism.

KEY WORDS Bruxism; Child; Headache; Melissa officinalis

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SUMÁRIO

Lista de tabelas e quadros ................................................................................6

Lista de figuras ..................................................................................................7

Lista de abreviaturas..........................................................................................8

Contextualização ................................................................................................9

Objetivos ...........................................................................................................17

Metodologia ......................................................................................................18

Estudo I

Delineamento ....................................................................................................18

Casuística..........................................................................................................18

Protocolo............................................................................................................19

Avaliações..........................................................................................................20

Análise estatística .............................................................................................21

Estudo II

Delineamento ....................................................................................................21

Casuística..........................................................................................................21

Protocolo............................................................................................................22

Avaliações..........................................................................................................24

Análise estatística .............................................................................................26

Resultados ........................................................................................................27

Estudo I .................................................................................................27

Estudo II.................................................................................................33

Considerações finais .........................................................................................40

Referências bibliográficas .................................................................................42

Apêndices .........................................................................................................51

Artigo 1 ..................................................................................................51

Artigo 2 ..................................................................................................63

Anexos ..............................................................................................................74

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Quadro 1: Horas de sono recomendadas de acordo com a idade.

Quadro 2: Resumo da condição experimental.

Quadro 3: Descrição de hábitos do sono

Quadro 4: Associação entre cefaleia e bruxismo

Table 1: Análise da atividade muscular de acordo com gênero e grupo, por

meio da BiteStrip®

Table 2: Análise da atividade muscular por meio da BiteStrip® antes e após

terapia com Melissa oficinalis L

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma do Estudo I

Figura 2: Fluxograma do Estudo II

Figura 3: Leitura dos resultados do Bitestrip®

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LISTA DE ABREVIATURAS

ICSD - International Classification of Sleep Disorders

AASM - American Academy of Sleep Medicine

SNC - Sistema Nervoso Central

ATM – Articulação Temporomandibular

RMMA - atividade muscular rítmica mastigatória

REM – Rapid Eye Movement

NREM – Not Rapid Eye Movements

TMJ – Temporomandibular Joint

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1. Bruxismo

Bruxismo é definido como uma atividade repetida da musculatura mastigatória,

caracterizada por apertar ou ranger os dentes e/ou segurar ou impulsionar a

mandíbula. Apresentando duas manifestações circadianas distintas, sendo

denominado bruxismo do sono, quando ocorre com o paciente dormindo e

bruxismo em vigília, ocorrendo com o paciente acordado1.

O bruxismo em vigília é caracterizado por uma atividade semi voluntária da

mandíbula, de apertar ou cerrar os dentes, com a predominância de um

componente horizontal das forças mastigatórias, enquanto o indivíduo se

encontra acordado, geralmente não ocorre o ranger de dentes. Está

relacionado a um hábito vicioso, como por exemplo, contato entre dente e

corpo estranho, tais como o ato de morder objetos; ou entre dentes e mucosa,

o ato de morder os lábios, língua, bochechas, sendo caracterizado como

bruxismo cêntrico2.

Segundo Tao et al3, em 2015, como o bruxismo do sono ocorre na maioria das

pessoas, pode-se dizer que trata-se de uma atividade fisiológica mais do que

uma atividade patológica3.

De acordo com as determinações de classificação da International

Classification of Sleep Disorders (ICSD), com critérios propostos pela American

Academy of Sleep Medicine (AASM), o bruxismo do sono pertence ao grupo de

distúrbios do movimento, presente em parassonias, especialmente sonilóquio e

enurese2, 4.

Pode ser classificado como primário ou secundário, sendo o primário aquele

onde não há uma causa médica evidente, sistêmica ou psiquiátrica, e o

bruxismo secundário aquele que está associado a um transtorno clínico,

neurológico, psiquiátrico, fatores iatrogênicos ou outro transtorno do sono5,6.

A etiologia do bruxismo é complexa e multifatorial, envolvendo fatores

sistêmicos, psicológicos, ocupacionais e genéticos7,8. Porém, a principal

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etiopatogênia está relacionada a atividades do Sistema Nervoso Central (SNC),

mais precisamente, alterações no nível de dopamina, neurotransmissor cuja

disfunção altera as atividades no gânglio basal e é responsável pela ocorrência

das disfunções motoras musculares relativas a apertar e/ou ranger os

dentes9,10.

Durante muito tempo acreditou-se que as alterações oclusais seriam os fatores

etiológicos predominantes do bruxismo, porém, com o surgimento de

evidências consistentes, a relação entre bruxismo e alterações oclusais não

mais se estabelece11-13.

Atualmente estudos sugerem que fatores periféricos, como morfologia facial e

dental parecem não ter importância na etiologia do bruxismo, enquanto

alterações na química cerebral, fatores comportamentais como estresse,

ansiedade e personalidade veem ganhando atenção dos pesquisadores14-16.

Como fatores etiológicos sistêmicos também relevantes, estudos apontam

crianças com recorrência de quadros alérgicos e infecciosos nas vias

respiratórias, hipertrofia adenoideana, refluxo gastroesofágico noturno,

parasitoses intestinais, e patologias do sistema nervoso central17-23.

Os fatores emocionais, como a ansiedade, parecem estar associados ao

bruxismo, resultando em comprometimento da função mastigatória de diversos

indivíduos24, 25.

Castroflorio et al26, 2015 em revisão sistemática da literatura observaram que

os distúrbios do sono, hábitos funcionais e parafuncionais, fatores psicossociais

e o fumo passivo são considerados fatores de risco para o bruxismo do sono

em crianças.

Os mecanismos etiológicos do bruxismo do sono permanecem incertos, porém,

recentemente a modulação do Sistema Nervoso Central tem sido considerada

como um potencial candidato na etiologia do bruxismo do sono27.

O bruxismo do sono é mais comum na infância e apresenta tendência para

persistir na idade adulta, reduzindo na terceira idade5. Estudos longitudinais

revelam que 35% a 90% das crianças com bruxismo do sono evoluem com

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sintomas na idade adulta, além disso, crianças com bruxismo na infância tem 3

vezes mais chances de apresentar bruxismo no futuro15.

A prevalência que varia de 3,5 a 40,6%, dependendo do método utilizado para

diagnóstico do bruxismo28, 29.

As crianças podem desenvolver hábitos bucais precocemente, prejudicando o

equilíbrio entre função e crescimento, sendo que o bruxismo pode ser

considerado o hábito oral deletério mais frequentemente encontrado em

crianças, dependendo da faixa etária avaliada30.

Entre todos os hábitos que podem alterar o crescimento do complexo crânio-

facial, o bruxismo em especial, pode causar danos à articulação

temporomandibular (ATM), aos músculos, ao periodonto e à oclusão7,31-33. De

acordo com a duração, frequência e intensidade do bruxismo, diversas

consequências podem ser observadas, como a presença de desgastes atípicos

nas superfícies oclusais e incisais dos dentes, estalos ou dor na ATM,

hipertrofia dos músculos masseteres e temporais, dor e hipertonicidade dos

músculos mastigatórios. Além disso, úlceras ou elevações lineares na mucosa

jugal, uni ou bilateralmente, também podem ser encontradas principalmente do

lado em que a criança dorme7,34-38.

Sobre a musculatura, o bruxismo, pode provocar o aumento no tônus e

atividade muscular, sobretudo no músculo masseter39. O Bruxismo é

caracterizado por contrações fásicas e/ou tônicas da musculatura

mastigatória40 e durante os episódios de bruxismo os músculos de abertura e

fechamento mandibular contraem simultaneamente41, como esse padrão de

contração muscular é diferente do normal, os movimentos que ocorrem durante

o bruxismo favorecem a formação de áreas de contato e desgastes dentais

diferentes daquelas encontradas nos indivíduos que não apresentam bruxismo

do sono3.

Crianças bruxistas podem apresentar sintomas adicionais que ocorrem durante

o dia, como dores de cabeça, dores de ouvido, dores nos músculos da

mastigação, devido as tensões produzidas pelas múltiplas contrações

musculares42, 43. Segundo Carra et al.44 (2011), mesmo em crianças com baixa

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idade, o bruxismo do sono pode estar associado com fadiga da musculatura

mastigatória, dores de cabeça e respiração ruidosa durante o sono.

Distúrbios associados ao sono, incluindo qualidade de sono reduzida, podem

aumentar a prevalência do bruxismo do sono45.

1.1. Diagnóstico do bruxismo

O método diagnóstico mais eficiente, considerado o padrão ouro para

diagnóstico do bruxismo é a polissonografia, que registra os episódios

eletromiográficos da musculatura mastigatória no padrão típico de bruxismo,

conhecido como “atividade muscular rítmica mastigatória” (RMMA), fornecendo

o mapeamento preciso dos episódios da parafunção e avaliando a qualidade

de sono do paciente. No entanto, algumas limitações, como custo financeiro,

tempo, resultados não representativos pelo fato do paciente não estar em

ambiente familiar e, particularmente em crianças, a cooperação para o exame

pode ser comprometida46, 47.

Segundo um consenso de pesquisadores1 da área, o diagnóstico do bruxismo

acordado ou do sono pode ser considerado “possível” quando houver o auto

relato, por meio de questionários e/ou anamnese, “provável” quando houver o

auto relato associado ao exame clínico e “definitivo” quando houver o auto

relato associado ao exame clínico e polissonografia1.

O critério de diagnóstico recomendado pela American Academy of Sleep

Medicine determina que para ser considerado bruxista, o indivíduo deve

apresentar presença de ruídos de ranger dos dentes durante o sono (auto

relato) e pelo menos uma das seguintes características: desgaste dental

anormal, sons associados ao bruxismo e dor na musculatura mastigatória4, e

ainda pode ser classificado quanto a severidade como leve, onde os episódios

não ocorrem todas as noites, não existem evidências de lesão dental ou

prejuízo psicossocial; moderado, onde os episódios ocorrem todas as noites e

com evidências de alterações psicossociais leves; severo, onde os episódios

ocorrem todas as noites, com evidências de lesão dental, desordens

temporomandibulares, e outras lesões, além de graves prejuízos psicossociais.

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1.2. Tratamento do Bruxismo

No caso de pacientes com bruxismo o plano de tratamento deve buscar a

redução da tensão física, muscular e psicológica, tratamento dos sinais e

sintomas, e o rompimento do padrão neuromuscular habitual.

Por ser o bruxismo de etiologia complexa uma abordagem multiprofissional se

faz necessária e compreende a utilização em conjunto ou isolada de

fisioterapia, farmacoterapia, terapias oclusais, terapia psicológica e terapias

complementares48-53.

São diversas as terapias realizadas para o manejo do bruxismo infantil, porém

a avaliação específica de cada indivíduo é necessária para se estabelecer o

plano de tratamento e a terapia ou terapias mais indicadas para o controle do

hábito. A abordagem farmacológica utilizando diversos compostos

farmacêuticos, como toxina botulínica tipo A, benzodiazepínicos,

anticonvulsivantes, betabloqueadores, dopamina, antidepressivos e relaxantes

musculares, tem apresentado sucesso no controle do bruxismo em indivíduos

adultos, porém seu uso em crianças é muito restrito41, 54, 55. Neste perfil, a

Melissa officinalis L destaca-se como uma terapia natural e pelas propriedades

farmacológicas da folha, especialmente aquelas relacionadas aos constituintes

químicos que estão contidos no seu óleo essencial, tais como atividade

calmante, carminativa, antiinflamatória e antiespasmódica56,57, podendo ser

utilizada com segurança no paciente infantil.

Em 2009, Restrepo et al.50, por meio de revisão sistemática da literatura

disponível sobre tratamento do bruxismo infantil, concluíram que a literatura

disponível não fornece suporte adequado para o tratamento do bruxismo

infantil, e que são poucos os estudos que apresentam a qualidade

metodológica necessária.

1.3. Sono

O sono é um estado fisiológico, com perda temporária da consciência e

mudança de várias funções, durante o qual ocorrem importantes processos

fisiológicos.

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Durante o sono normal, apresentamos cerca de 5 e 6 ciclos, divididos em duas

fases, sendo elas REM (Rapid Eye Movement) e NREM (Not Rapid Eye

Movements), sendo a fase NREM dividida nos estágios 1, 2, 3 e 4.

O sono inicia-se nos níveis mais leves, 1 e 2, durante os quais o indivíduo pode

ser facilmente acordado, evoluindo para os estágios 3 e 4, que são níveis mais

profundos e torna-se mais difícil de se despertar o indivíduo, na sequência

entra-se na fase REM, onde a atividade elétrica cerebral está elevada aos

níveis semelhantes ao estado de vigília.

As crianças necessitam de diferentes quantidades de horas dormidas,

diminuindo de acordo com a idade (Quadro 1). Os ciclos de sono e vigília

variam durante a vida, porém, aos 5 anos de idade o sono noturno deverá estar

completamente consolidado, sem despertares noturnos ou necessidade de

cochilos diurnos58, 59.

Quadro 1: Horas de sono recomendadas de acordo com a idade.

IDADE TOTAL DE HORAS

DORMIDAS

Recém nascido 13 a 17

2 anos 9 a 13

10 anos 10 a 11

16 a 65 anos 6 a 9

O bruxismo do sono foi reconhecido como um distúrbio de movimento

relacionado ao sono pela classificação internacional de distúrbios do sono

versão 3 (AASM)26. Pode ocorrer em qualquer estágio do sono, porém é mais

comum no estágio 2 do sono NREM (THE INTERNATIONAL

CLASSIFICATION OF SLEEP DISORDERS, REVISED diagnostic and Coding

Manual)60.

Distúrbios do sono como insônia, síndrome das pernas irrequietas, bruxismo e

pesadelos são relacionadas a baixa qualidade do sono63.

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Crianças que dormem menos de 8 horas por noite parecem ser mais

suscetíveis ao bruxismo do sono58.

Além de estar diretamente relacionado com o bruxismo do sono, a quantidade

e qualidade do sono está diretamente relacionada com outras alterações, entre

elas as cefaleias.

1.4. Cefaleia

Cefaleia consiste em qualquer dor referida no segmento cefálico, sendo uma

manifestação extremamente comum, principalmente a de origem tensional,

muitas vezes provocada por contratura muscular prolongada. Costuma ser

bilateral, com predominância temporal, occipital ou frontal, podendo originar

uma dor surda e constante, com característica de aperto ou pressão, muitas

vezes podendo envolver a cabeça, dando a sensação de “capacete”64.

As queixas de cefaleias são comuns na infância e na adolescência. Estudos

relatam que a prevalência pode variar de 40,7% a 82,9%(65-67), sendo que

ocorre um aumento diretamente proporcional a idade, na qual crianças com 7

anos apresentam uma prevalência de 39% e aos 14 anos esse valor sobe para

69%68.

As cefaleias podem ser divididas de acordo com sua etiologia em primárias e

secundárias, sendo que as primárias são aquelas que não apresentam

etiologia definida e as secundárias as que apresentam etiologia ligadas a

condições específicas69. Dentre as cefaleias primárias temos as enxaquecas e

as cefaleias tensionais, que são as mais comumente encontradas em

crianças70.

São comuns na população geral e potencialmente representam a somatização

de vários estímulos convergindo no sistema nervoso central71, sendo a

sensitização e estimulação do gânglio trigeminal parte importante na

fisiopatologia da cefaleia e das dores faciais72-74.

A relação entre o sono e cefaleia é claramente complexa e extensa75.

Distúrbios do sono como a falta ou excesso de sono, assim como as mudanças

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no horário de dormir, podem ser um gatilho para ataques de enxaqueca ou

cefaleia do tipo tensional75.

Certos tipos de cefaleia parecem estar relacionadas com estágios do sono, por

exemplo, a enxaqueca tem sido associada ao excesso de sono REM76, assim

como a enxaqueca severa e crônica em crianças tem sido associadas a curtos

períodos de sono e baixa quantidade de sono REM77.

Estudos sugerem que disfunções dos músculos cervicais e mastigatórios estão

associados com um aumento na prevalência de cefaleia do tipo tensional78.

Fernandes et al.79 (2013) encontraram uma significante associação entre o

bruxismo do sono e enxaqueca crônica em adultos, e relataram que 83,3% dos

pacientes com bruxismo do sono apresentam alguma cefaleia.

Indivíduos com cefaleia do tipo tensional apresentam uma diminuição no

número de horas dormidas, além de frequentes despertares80.

Na literatura científica, vários estudos fazem relação entre a presença de

bruxismo e cefaleia81, porém em revisão sistemática realizada sobre a

associação entre bruxismo do sono e cefaleia tensional e enxaqueca,

constatou-se que não existem evidências suficientes sobre esses dados em

crianças, mas que adultos com bruxismo do sono parecem ser mais suscetíveis

a ter cefaleias

1.5. Justificativa

Baseado na ênfase que se tem dado as medidas preventivas em relação às

doenças e alterações que possam causar danos ao desenvolvimento fisiológico

infantil, se torna necessário o empenho de profissionais no controle e

tratamento do hábito de bruxismo em crianças, justificado pela prevenção de

futuras disfunções crânio mandibulares, bem como a perda da integridade da

dentição decídua ou permanente pelo desgaste excessivo causado por

consequência deste hábito82.

A identificação de fatores que possam prever a ocorrência de bruxismo em

crianças, assim como a compreensão dos fatores associados a esta condição é

importante para se estabelecer a melhor forma de tratamento, buscando não só

o tratamento do bruxismo em si, mas também de suas comorbidades, para

assim de aumentar a eficácia dos tratamentos realizados.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desse estudo foi avaliar a prevalência de bruxismo e fatores

associados em escolares de 3 a 10 anos, e avaliar a atividade muscular após

terapia com Melissa officinalis L em crianças bruxistas.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a associação de cefaleia e bruxismo em crianças;

Avaliar a associação entre desgastes dentais e bruxismo em crianças;

Avaliar a associação de mordiscados e bruxismo em crianças;

Avaliar a variação na atividade do músculo temporal em crianças

bruxistas após terapia com Melissa officinalis L.

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3. Metodologia

Essa pesquisa foi realizada em dois momentos distintos, no primeiro momento

foi realizado um estudo transversal com amostra de conveniência e no segundo

momento foi realizado um estudo clínico controlado e randomizado.

3.1. Estudo I – Relação entre bruxismo, qualidade do sono e cefaleia

em crianças

3.1.1. Delineamento

Tipo de estudo: Estudo transversal

Hipótese nula: Não há associação entre bruxismo e cefaleia, qualidade do

sono, desgastes dentais e presença de mordiscados em crianças pré

escolares.

Hipótese experimental: Há associação entre a presença de bruxismo e cefaleia,

qualidade do sono, desgastes dentais e presença de mordiscados em crianças

pré escolares.

3.1.2. Casuística

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Nove de Julho, sob o no 361299. Todos os responsáveis receberam

informações sobre a pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido para participação na pesquisa, sendo livres para se retirar da

pesquisa em qualquer momento.

A amostra foi composta por crianças com idade entre 3 e 10 anos,

regularmente matriculados no Centro de Educação Infantil Noemia Fabrício dos

Santos Gatto (Araras- SP – Brasil) e por crianças regularmente matriculadas na

Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Nove de Julho.

Foram excluídas da pesquisa as crianças que:

apresentavam perda precoce dos dentes decíduos;

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faziam uso de aparelho ortodôntico ou ortopédicos;

realizavam qualquer terapia para o controle do bruxismo;

apresentaram limitação física ou psíquica, que impossibilitasse a

realização da pesquisa

crianças que faziam uso de medicação contínua.

3.1.3. Protocolo

Para a realização desse estudo foram realizadas três avaliações distintas

conforme descrito no fluxograma (figura 1).

Figura 1: Fluxograma do Estudo I

177 excluídos 33 não assinaram TCLE 139 não devolveram o

questionário

70 excluídos 12 - medicação

58 – condições bucais

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3.1.4. Avaliações

3.1.4.1. Questionário de hábitos e do sono

Para avaliação de hábitos do sono e gerais da criança, foi realizado um

questionário específico, adaptado do estudo de Serra-Negra et al.2 sendo esse

respondido pelos responsáveis pela criança.

O questionário foi entregue diretamente ao responsável, para ser respondido

em casa. Tratando-se de um questionário composto por 15 questões de fácil

entendimento, e um quadro para ser preenchido durante 3 noites, de acordo

com as características do sono da criança (Anexo 2).

Após 7 dias da entrega do questionário, os responsáveis que ainda não haviam

feito a devolução dos mesmos foram lembrados para que houvesse essa

devolução.

3.1.4.2. Exame clínico

Todas as crianças cujos responsáveis responderam o questionário do sono

foram submetidas a exame clínico.

O exame clínico foi realizado por um único avaliador, previamente calibrado,

em consultório odontológico, onde as crianças permaneciam sentadas, sob

iluminação artificial e tiveram as superfícies dentais secas com jato de ar.

Durante o exame clínico foram observadas presença ou ausência de facetas de

desgaste, a língua foi avaliada buscando-se identações, e a mucosa jugal foi

avaliada na busca de mordiscados e linha alba.

3.1.4.3. Diagnóstico do Bruxismo

Foram consideradas bruxistas as crianças que apresentaram: indicação por

parte dos pais da ocorrência de apertamento ou ranger os dentes, desgaste

incisal e/ou oclusal dos elementos dentais, de acordo com os critérios da

American Academy of Sleep Medicine.

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3.1.5. Análise Estatística

Os dados computados e análise estatística realizada, adotando-se nível de

significância de 95%. A análise estatística dos resultados foi realizada

utilizando-se o software estatístico IBM SPSS Statistics 20.0. Foi realizada a

análise das estimativas pontuais, para caracterização da amostra e

posteriormente os testes os testes qui-quadrado para análise de associações e

o teste de “Odds Ratio” para avaliação de risco.

3.2. Estudo II – Evaluation of Electromyographic signals in children

with bruxism before and after therapy with Melissa Officinalis L - A

randomized controlled clinical trial

3.2.1. Delineamento

Tipo de estudo: Estudo Clínico controlado e randomizado

Hipótese nula: Não há diferença na atividade do músculo temporal, de crianças

bruxistas, após terapia com Melissa officinalis L.

Hipótese experimental: Ocorre uma diminuição na atividade do músculo

temporal, de crianças bruxistas, após terapia com Melissa officinalis L.

3.2.2. Casuística

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Nove de Julho, sob o no 361299. Todos os responsáveis receberam

informações sobre a pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido para participação na pesquisa, sendo livres para se retirar da

pesquisa em qualquer momento.

A amostra foi composta por crianças com idade entre 3 e 10 anos,

regularmente matriculadas na Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da

Universidade Nove de Julho, com diagnóstico de bruxismo do sono, onde os

responsáveis assinaram o termo de consentimento após esclarecimento, e que

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não apresentavam alterações oclusais, físicas ou psíquicas. Foram excluídas

da pesquisa as crianças que apresentavam perda precoce dos dentes

decíduos, que estivessem em tratamento ortodôntico ou ortopédico, que já

realizaram qualquer terapia para o controle do bruxismo, crianças com uso

contínuo de medicamentos e crianças que apresentavam alergias a corantes.

Foram selecionadas 24 crianças com o diagnóstico de bruxismo, de acordo

com o cálculo amostral, onde foi especificado, pelo pesquisador, que o

aumento no desvio padrão das respostas a partir da qual se deseja rejeitar a

hipótese é de P=20%. Nestas condições,

nnPn 66,0)1))20(01,01(()1)01,01(( 22

Adotando um nível máximo de significância 05.0 e, no mínimo, um poder de

teste, 1-β (Probabilidade de rejeitar H0 quando é falsa) = 0,95, obtém-se

aproximadamente 2,2 , nas curvas características de operação, com

3141 . Assim 1,11n e, portanto o número de repetições em cada grupo é

de 12 sujeitos

3.2.3. Protocolo

Foram selecionadas 24 crianças com diagnóstico de bruxismo do sono,

segundo os critérios da American Academy of Sleep Medicine2. Todas as

crianças foram submetidas a duas avaliações da atividade do músculo

temporal sendo a primeira antes de qualquer intervenção e a segunda após a

finalização da terapia indicada, conforme descrito no fluxograma (Figura 2).

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Figura 2: Fluxograma do Estudo II

As crianças foram divididas aleatoriamente em 2 grupos, por meio de sorteio,

onde o responsável foi orientado a sortear um número contido em um envelope

pardo, onde o número selecionado era o número do grupo no qual o voluntário

foi alocado.

As crianças do grupo experimental (Grupo I – n=12) receberam administração

via oral (ingestão) de tintura de Melissa officinalis L., e as crianças do Grupo II,

receberam administração de solução placebo, conforme condição experimental

demonstrada no Quadro 2.

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Quadro 2: Resumo da condição experimental

Grupo I Grupo II

N 12 12

Condição experimental tintura de Melissa

officinalis L.

Placebo (água com

corante)

Posologia 15 gotas 2 vezes ao dia, durante 30 dias

Para cada indivíduo foi realizado o preparo de 100ml tintura de Melissa

officinalis L. a 20%, que foi utilizada na seguinte posologia: 15 gotas da tintura,

2 vezes ao dia, 1 hora após almoço e 1 hora após o jantar. O tratamento foi

realizado durante 30 dias.

Os sujeitos do grupo placebo (Grupo II – n=12) receberam administração, via

oral, de solução plabebo (água com corante), na seguinte posologia: 15 gotas

da solução, 2 vezes ao dia, 1 hora após almoço e 1 hora após o jantar, durante

30 dias.

3.2.4. Avaliações

Todos os voluntários foram orientados a utiilizar o BiteStrip® durante uma noite

no início e uma noite após o término do tratamento realizado, para tanto, o

responsável pelo voluntário recebeu orientações sobre a localização do

músculo onde o dispositivo seria posicionado.

Para utilização do dispositivo seguiu-se o seguinte protocolo, descrito pelo

fabricante:

1. Limpeza da superfície do mostrador do dispositivo, utilizando lenço

embebido em solução alcoólica, ativando o dispositivo;

2. Colagem do adesivo verde sobre a superfície do display;

3. Limpeza da pele na região do músculo temporal utilizando lenço

embebido em solução alcoólica;

4. Colagem da BiteStrip® sobre a pele previamente higienizada;

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5. A calibração do dispositivo é feita posicionando-se a espátula de

madeira do kit na superfície oclusal dos molares e mordendo-a o mais

forte possível por 2 segundos e então relaxar. Esse procedimento é

realizado por três vezes, pois são necessários 3 apertamentos

voluntários máximos dos dentes para correta calibração do dispositivo. A

luz vermelha piscará a cada mordida, se não piscar, o dispositivo deverá

ser cuidadosamente reposicionado. O estudo é iniciado após 20

minutos, tempo no qual se pressupõe que o voluntário já adormeceu;

6. Ao acordar o BiteStrip® é removido e a luz acenderá para indicar o fim

do estudo. O adesivo verde deve ser removido somente após 30

minutos da finalização do estudo, a leitura do resultado só pode ser feita

após este período;

A leitura dos resultados é feita a partir do marcador eletroquímico que mostrará

algum dos índices abaixo de classificação da intensidade e severidade do

bruxismo (Figura 3).

Ausência de bruxismo até 30 registros de eventos

Bruxismo leve de 31 a 60 registros do evento

Bruxismo moderado de 61 a 100 registros do evento

Bruxismo severo mais de 100 registros do evento

ERROR erro no exame ou exame com

menos de 5 horas,

Nenhum evento detectado

ou sem conduticividade na

pele

As características da pele de 2%

da população não são compatíveis

para o teste. *

Figura 3: leitura dos resultados da Bitestrip®.

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3.2.5. Análise Estatística

Os resultados obtidos foram computados e análise estatística realizada,

adotando-se nível de significância de 95%. A análise estatística dos resultados

foi realizada utilizando-se o software estatístico IBM SPSS Statistics 20.0. Foi

realizada a análise das estimativas pontuais, para caracterização da amostra e

posteriormente os testes de normalidade, e para a análise de variância dos

dados foram realizados os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney.

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4. Resultados

Os resultados da presente Tese serão apresentados no formato de artigos. O

estudo I, intitulado “Associação entre bruxismo do sono e cefaleia em

escolares”, e o estudo II, intitulado “Evaluation of Electromyographic signals in

children with bruxism before and after therapy with Melissa Officinalis L - A

randomized controlled clinical trial”, aprovado para publicação no periódico

Journal of Physical Therapy Science (A2 – área 21).

4.1. Estudo I – Associação entre bruxismo do sono e cefaleia em

escolares

4.1.1. Introdução

Bruxismo é definido como uma atividade repetida da musculatura mastigatória,

caracterizada por apertar ou ranger os dentes e/ou segurar ou impulsionar a

mandíbula. Apresentando duas manifestações circadianas distintas, sendo

denominado bruxismo do sono, quando ocorre com o paciente dormindo e

bruxismo em vigília, ocorrendo com o paciente acordado1.

De acordo com as determinações de classificação da International

Classification of Sleep Disorders (ICSD), com critérios propostos pela American

Academy of Sleep Medicine (AASM), o bruxismo do sono pertence ao grupo de

distúrbios do movimento, presente em parassonias, especialmente sonilóquio e

enurese2.

A etiologia do bruxismo é complexa e multifatorial, envolvendo fatores

sistêmicos, psicológicos, ocupacionais e genéticos; no entanto, a principal

etiopatogenia está relacionada a atividades do Sistema Nervoso Central

(SNC)3,4.

A fisiopatologia do bruxismo é discutível, mas evidências recentes sugerem

que o bruxismo do sono ocorra em resposta aos excessivos microdespertares 6-

8, sendo o bruxismo também relacionado com a qualidade de sono dos

pacientes, devido ao fato dos microdespestares interferirem no sono dos

mesmos 5.

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Atualmente estudos sugerem que fatores periféricos, como morfologia facial e

dental parecem não ter importância na etiologia do bruxismo, enquanto

alterações na química cerebral, fatores comportamentais como estress,

ansiedade e personalidade veem ganhando atenção dos pesquisadores 6, 8-10.

Como fatores etiológicos sistêmicos também relevantes, estudos apontam

recorrência de quadros alérgicos e infecciosos nas vias respiratórias, hipertrofia

adenoideana, refluxo gastroesofágico noturno, parasitoses intestinais, e

patologias do sistema nervoso central11-17.

Os fatores emocionais, como a ansiedade, parecem estar associados ao

bruxismo, resultando em comprometimento da função mastigatória de diversos

indivíduos 18,19.

O bruxismo é comumente observado em crianças e adolescentes, tendo uma

prevalência, variando de 3,5 a 40,6%, dependendo do método utilizado para

diagnóstico 20,21. além disso, a presença do bruxismo na infância pode ser vista

como um predictor de bruxismo na idade adulta 9.

De acordo com a duração, frequência e intensidade do bruxismo, podem estar

presentes desgastes atípicos nas superfícies oclusais e incisais dos dentes,

estalos ou dor na Articulação Têmporomandibular (ATM), hipertrofia dos

músculos masseteres e temporais, dor e hipertonicidade dos músculos

mastigatórios. Além disso, úlceras ou elevações lineares na mucosa bucal, uni

ou bilateralmente, também podem ser encontradas principalmente do lado em

que a criança dorme22-27.

Crianças bruxistas podem apresentar sintomas adicionais que ocorrem durante

o dia, como dores de cabeça, dores de ouvido, dores nos músculos da

mastigação, devido as tensões produzidas pelas múltiplas contrações

musculares 28,29. Segundo Carra et al. (2011)30, mesmo em crianças com baixa

idade, o bruxismo do sono pode estar associado com fadiga da musculatura

mastigatória, dores de cabeça e respiração ruidosa durante o sono.

A cefaleia consiste em qualquer dor referida no segmento cefálico, sendo uma

e manifestação extremamente comum, principalmente a de origem tensional,

muitas vezes provocada por contratura muscular prolongada. Costuma ser

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bilateral, com predominância temporal, occipital ou frontal, podendo originar

uma dor surda e constante, com característica de aperto ou pressão, muitas

vezes podendo envolver a cabeça, dando a sensação de “capacete”31.

O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre bruxismo e cefaleia em

escolares de 3 a 6 anos por meio da avaliação dos indicadores, clínico e

anamnético.

4.1.2. Resultados

Participaram deste estudo 103 crianças entre 3 e 6 anos de idade, sendo a

média de idade 4,5 anos. A amostra foi composta por 52 meninos (50,5%) e 51

meninas (49,5%). Dessas crianças, 49 (47,6%) foram diagnosticadas como

bruxistas, sendo 25 meninas (51%) e 24 meninos (49%), não havendo

diferença entre o gênero (Gráfico 1).

Com relação ao ambiente familiar, das crianças bruxistas 18,4% viviam com os

pais separados enquanto que para as crianças sem o bruxismo esse número

cai para 11,2%.

Foi observado que as crianças bruxistas apresentavam maior uso de

medicamentos (18,4%), quando comparada com as crianças não bruxistas,

onde apenas 5,5% faziam uso de medicamentos, e na maioria dos casos, os

medicamentos utilizados são para controle de alergias respiratórias.

Segundo o relato dos responsáveis, 96,3% das crianças sem bruxismo dormem

bem durante toda a noite, já para as crianças com bruxismo esse número é um

0%

20%

40%

60%

80%

Bruxismo Sem bruxismo

Genero

Masculino

Feminino

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pouco menor, sendo que 89,8% dormem bem, os demais hábitos do sono

estão descritos no Quadro 1. Além disso foi observado que as crianças com

bruxismo dormiam em média 10 horas por noite, e que as crianças sem

bruxismo dormiam em média 9:30 horas.

COM BRUXISMO SEM BRUXISMO

Pais separados 18,4% 11,2%

Uso de medicamentos 18,4% 5,5%

Dormem no mesmo

quarto que os pais

65,3%

46,3%

Dormem com a porta

aberta

89,8% 87%

Pais visitam o quarto 89,8% 83,3%

Fonte de iluminação no

quarto

49% 61%

Quarto silencioso 91,8% 85,1%

Presença de TV no

quarto

34,6% 38,8%

Qualidade do sono 89,8% 83,3%

Quadro 3: Descrição de hábitos do sono.

Tanto para crianças com e sem bruxismo houve uma média de 20% para a

presença do hábito de roer unhas e/ou de morder objetos, não havendo

diferença entre os grupos, porém para o apertamento diurno, houve uma

diferença estatisticamente significante (p=0,0012), onde 40,8% das crianças

bruxistas apresentavam apertamento diurno, enquanto 11,1% das crianças

sem bruxismo apresentavam esse hábito.

Com relação a presença de cefaleia, foi observada uma diferença

estatisticamente significante (p=0,0086), sendo que 59,2% das crianças com

bruxismo apresentavam cefaleia, já nas crianças sem bruxismo esse valor cai

par 31,4%, além de que nas crianças bruxistas a cefaleia ocorre com maior

frequência do que nas crianças sem bruxismo (p=0,0369). Em todos os casos

de cefaleia das crianças sem bruxismo, essa dor cessa ao dormir, e para as

crianças com bruxismo esse número é de 89,6%. Quando avaliamos a razão

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de chances, observamos que as crianças com bruxismo apresentam cerca de 3

vezes mais chance de apresentarem cefaleia do que as crianças não bruxistas

(OR = 3,07; intervalo de confiança 1,36-6,9).

Quadro 4: Associação entre cefaleia e bruxismo

4.1.3. Discussão

Na literatura científica, vários estudos fazem uma relação entre a presença de

bruxismo e cefaleia 32-35, porém revisão sistemática realizada sobre a

associação entre bruxismo do sono e cefaleia tensional e enxaqueca,

constatou que não existem evidências suficientes sobre esses dados em

crianças, mas que adultos com bruxismo do sono parecem ser mais suscetíveis

a ter cefaleias36.

Nesse estudo, foi possível observar a associação entre bruxismo e cefaleia,

sendo que as crianças com bruxismo apresentaram um risco 3 vezes maios de

desenvolver cefaleia do que as crianças sem bruxismo.

A cefaleia é um sintoma muito frequente e deve ser considerado como um sinal

de alerta, tanto para médicos como para dentistas.

Segundo a Classificação Internacional das cefaleias, elas podem ser

classificadas como primárias, quando não existe uma etiologia definida, ou

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secundária, quando é possível identificar a etiologia da cefaleia por meio de

exame clínico ou laboratorial. Dentre as cefaleias primárias temos as cefaleias

tensionais e as enxaquecas como sendo as mais comuns 37. A cefaleia do tipo

tensional é o tipo mais comum de dor de cabeça 38 e é descrita como uma

sensação de peso ou aperto, normalmente bilateral, com duração variada e

que normalmente afeta os músculos temporal e occipital, podendo irradiar para

a musculatura cervical 39. Pode ser com frequência resultado de estresse ou

má postura, o que provoca a contração dos músculos do pescoço e do couro

cabeludo. o que pode justificar a associação entre o bruxismo e cefaleia

encontrada nesse estudo, pois já foi observado que crianças com bruxismo

apresentam alterações posturais, com uma maior anteriorização da cabeça40, e

além disso, apresentam uma maior e mais intensa contração da musculatura

mastigatória 41, o que favoreceria o aparecimento da cefaleia.

A musculatura mastigatória apresenta características específicas com relação

ao tipo de fibras musculares presentes, que em sua grande maioria são

músculos estriados do tipo I, com baixo limiar para fadiga, principalmente o

músculo temporal. Em estudos anteriores foi observado que crianças

apresentam maior atividade no músculo temporal do que no masseter.

Com relação a qualidade do sono das crianças, a maioria dos pais relatou que

seus filhos dormem bem, porém na grande parte dos casos de cefaleia, a dor

cessa ao dormir, demonstrando uma baixa qualidade de sono, com ausência

de sono reparador, o que vai de encontro ao relatado por Herrerra et al.42 onde

observaram que crianças com bruxismo do sono tem um maior número de

micro despertares noturnos, o que parece estar associado com um aumento na

incidência de problemas de comportamento e atenção.

Outro dado importante desse estudo foi a maior incidência de linha alba e

mordiscado em crianças bruxistas do que em crianças sem bruxismo. O

mordiscado ou linha alba é uma identação na musculatura jugal, na altura do

plano oclusal dos dentes posteriores e são descritos como indicativo de

bruxismo43, 44, porém não existe um consenso na literatura sobre a associação

ou não da presença de mordiscado com o bruxismo, sendo que alguns estudos

observam essa associação e outros relatam não haver essa associação4, 5, 45.

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É importante ressaltar que estudos sobre o manejo e controle do bruxismo são

necessários, pois esse é um hábito com elevado potencial destrutivo e de alta

prevalência no paciente infantil, e mais importante, é um hábito que,

normalmente, persiste na idade adulta. O odontopediatra é de extrema

importância para o diagnóstico precoce desse hábito, e o manejo adequado

para controle do mesmo, buscando auxílio nas diversas áreas envolvidas.

Segundo Serra Negra et al.46, a realização de tratamento psicológico na

infância pode permitir ao indivíduo compreender o modo como lidar com seus

conflitos e tensões e afetar o controle desse hábito. Assim como Vale ressaltar

que o controle do bruxismo em vigília também é importante, pois como

passamos a maior parte do tempo acordados, o total de forças exercidas no

sistema estomatognático tem maior impacto do que as forças exercidas

durante o sono42, 47. A média de episódios de bruxismo por hora de sono em

crianças é de 6 episódios (+-5), com duração de aproximadamente 4 segundos

cada, o que demonstra a necessidade de mais estudos a longo prazo,

buscando determinar a predominância entre o bruxismo do sono e bruxismo

em vigília, assim como as consequências de ambos.

São necessários novos estudos para avaliar as associações entre o bruxismo e

a cefaleia em crianças, bem como a avaliação das possibilidades terapêuticas

para controle desse hábito.

4.1.4. Conclusão

Através deste estudo concluiu-se que há uma associação entre o bruxismo e

dor de cabeça em crianças.

4.2. Estudo II

Evaluation of Electromyographic signals in children with bruxism before and

after therapy with Melissa Officinalis L. – A randomized controlled clinical trial

aprovado para publicação no periódico Journal of Physical Therapy Science

(A2 – área 21.

4.2.1. Introdução

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O bruxismo é uma atividade muscular repetitiva envolvendo o apertamento ou

ranger os dentes de durante o sono ou em vigília1). É frequentemente

observado em crianças e adolescentes. Este hábito pode ter efeitos

prejudiciais sobre os dentes, periodonto, músculos da mastigação e articulação

temporomandibular 2-4).

A prevalência desse hábito em crianças varia entre 13.5% a 33.0% 5,6). As

terapias para esse grupo devem ser voltadas para a redução do hábito, seja a

partir da conscientização quanto ao problema até a proteção mecânica

evitando o desgaste do dente permanente 7-9). Há grande controvérsia sobre o

tratamento do bruxismo em crianças10). O manejo clínico varia de uso de

placas oclusais11) orientação ao paciente e responsável, técnicas psicológicas e

medicação6, 712).

O índice de sucesso nas terapias propostas é muito controverso, por isso há a

necessidade de novos estudos que suportem essa questão dando subsídios

para o profissional na escolha do tipo de tratamento.13).

Muitos os compostos farmacêuticos, como toxina botulínica tipo A,

benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, betabloqueadores, dopamina,

antidepressivos e relaxantes musculares podem ajudar no controle do

bruxismo, porém seu uso em crianças é muito restrito14-16). Produtos à base de

plantas têm sido usados desde a antiguidade por seres humanos como uma

forma de alcançar ou recuperar a saúde. Desde a Declaração de Alma-Ata em

1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou a necessidade de

apreciar o uso de plantas medicinais em sistemas de saúde pública, já que

alguns estudos indicaram que quase 80% da população mundial utiliza plantas

em cuidados primários 17,18).

Segundo Druss et al., a maior parte da população usa fitoterapicos em conjunto

com o tratamento medico convencional 19). A busca por produtos alternativos

continua e fitoterápicos naturais isolados a partir de plantas utilizadas como

medicamentos tradicionais são considerados boa opção 20, 21). A fitoterapia é

uma questão de grande importância para a população, e é de interesse para as

diferentes áreas da saúde.

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35

O uso dessas práticas também foi incorporada em Odontologia e numerosos

estudos têm sido realizados para avaliar espécies vegetais, agentes naturais

que são economicamente viáveis e oferecem alternativas eficazes para o

tratamento de doenças orais 20, 22,23). Na odontologia, os fitoterápicos tem sido

utilizados como anti-infalamatótios, antibióticos, sedativos e soluções irrigantes.

A Melissa officinalis L destaca-se como uma terapia natural e pelas

propriedades farmacológicas da folha, especialmente aquelas relacionadas aos

constituintes químicos que estão contidos no seu óleo essencial, tais como

atividade calmante, carminativa, antiinflamatória e antiespasmódica24,25).

Nenhum estudo utiliza essa substância como auxiliar no tratamento do

bruxismo. A escolha da Melissa officinalis L esteve relacionado as propriedades

reportadas na literatura, bem como a escassez de pesquisas na área

odontológica20, 26,27-29).

A avaliação eletromiográfica dos músculos da mastigação é uma opção de

mensuração da hiperatividade muscular e que tem sido muito utilizada

atualmente 30,31). O BiteStrip® permite que essa avaliação possa ser realizada

pelo próprio paciente a partir da inserção de eletrodo no músculo de escolha.

Estudos tem comprovado a sua eficácia em detectar a presença ou ausência

de bruxismo.32). Desta forma o objetivo desta pesquisa é avaliar os sinais

eletromiográficos do músculomasseter por meio do dispositivo BiteStrip®, pré e

pós terapia com Melissa officinalis L em crianças com bruxismo do sono.

4.2.2. Resultados

Foram avaliadas 24 crianças entre 6 e 10 anos de idade, apresentando idade

média de 7,67 (desvio padrão ± 1,167). Dessas 54,2% eram do gênero

masculino (n=13) e 45,8% do gênero feminino (n=11). Não houve associação

estatisticamente significante entre a presença de bruxismo e o gênero ou a

idade.

Houve uma predominância para os scores 3 da atividade muscular (mais de

100 episódios) para ambos os gêneros e grupos. No entanto, não foi

encontrada associação estatisticamente significativa entre essas variáveis e

bruxismo (Tabela 1). Para análise estatística dos resultados foram utilizados os

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testes Wilcoxon e Mann-Whitney, adotando-se nível de significância de 95% (p

< 0.05).

Tabela 1: Análise da atividade muscular de acordo com o gênero e grupo, por

meio da BiteStrip®

BiteStrip®

2 3 Total

Genero

♂ 5 6 11 p =

0.527 ♀ 5 8 13

Grupo

1 5 7 12 p =

0.660 2 5 7 12

Teste Chi quadrado (p ≤ 0.05)

Uma redução no número de eventos musculares foi encontrado após as

terapias, porém o teste de Wilcoxon não revelou diferenças estatisticamente

significantes entre a atividade muscular inicial e final em cada grupo (Grupo 1:

p = 0,157; Grupo 2: p = 0,414). O teste de Mann-Whitney não revelou

diferenças nas comparações inter-grupos em cada avaliação (inicial: p = 1,00;

final: p = 0,551) (Tabela 2).

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37

Tabela 2: Anaálise da atividade muscular por meio da BiteStrip® antes e após

terapia com Melissa oficinalis L

BiteStrip®

1 2 3 p- valor

Grupo 1 Inicial 0 5 7 -

Final 1 7 4 -

p- valor 0,157 -

Grupo 2 Inicial 0 5 7 -

Final 1 5 6 -

p- valor 414 -

Inter-

grupos

Inicial - 1,00

Final - 0,551

4.2.3. Discussão

Nas últimas décadas, as empresas farmacêuticas têm se interessado em

investigar plantas como fontes de novos agentes de fitoterapia com

comprovada eficácia, segurança e qualidade. Groppo et al. 20) relatam a

crescente utilização da fitoterapia em odontologia, no entanto, mais estudos

são necessários para avaliar a segurança e a eficácia deste tipo de terapia na

prática clínica.

Os resultados do presente trabalho demonstram que o uso da Melissa

officinalis não alterou a atividade muscular de crianças bruxistas, além disso,

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38

não foi observada diferença estatisticamente significante entre a presença de

bruxismo e o gênero ou a idade.

Embora vários estudos avaliaram as razões e os fatores individuais associados

com o uso de remédios à base de plantas por pacientes de cuidados primários,

as características da população que usam ervas medicinais para problemas de

saúde bucal são relativamente desconhecidos.

Assim, estudos como os de Tomazzoni et al.33) são incentivados na

Odontologia, pois apoiam a inclusão dos fitoterápicos na rede pública de saúde

brasileira.

O presente trabalho é pioneiro na investigação do possível efeito da Melissa

officinalis L no bruxismo. Essa substância apresenta efeitos sedativos e tem

sido empregada como fitoterápico dentro da odontologia34). Estudos

investigam os seus efeitos como inibitórios na placa dentária35,36) e no controle

da ansiedade37).A literatura tem demonstrado que agente fitoterápico pode ser

eficaz nas contrações musculares de determinados órgãos 38).

A utilização da Melissa officinalis L foi indicada para o tratamento do bruxismo

visando um controle da ansiedade desses indivíduos e também buscando o

relaxamento muscular. No presente estudo, não foi encontrada diferença

significativa na atividade muscular entre o grupo Melissa e o grupo placebo.

Como trata-se de um estudo piloto, investigações com uma amostra maior

devem ser realizados para confirmar estes resultados preliminares.

Estudos com Melissa officinalis L envolvendo crianças são escassos, foi

decidido utilizar a dose mínima indicada, o que pode ter sido uma limitação da

a ação do agente.

Novos estudos com doses diferentes são necessários para determinar se

Melissa officinalis L deve ser indicado para o controle do bruxismo. Além disso,

a falta de investigações sobre outras variáveis que possam confirmar a eficácia

desta substância pode ter sido uma limitação do presente estudo. Como não há

consenso sobre a dose adequada, a dose utilizada neste estudo pode ter

exercido uma influência sobre os resultados. Assim, mais estudos que

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39

investiguem a ansiedade e qualidade do sono são necessários para confirmar

esses achados.

Não existe um tratamento eficaz para o bruxismo - apenas terapias destinadas

a controlar os sinais e sintomas desta condição, tais como o uso de placa de

mordida, técnicas de relaxamento, equilíbrio oclusal, fisioterapia e reabilitação

protética26). Inúmeras terapias são descritas na literatura para os distúrbios do

sono, incluindo a utilização de drogas naturais 14,15,27).

Uma limitação do presente estudo foi não ter avaliado a presença de dor nos

voluntários, pois esse não era o objetivo da investigação, no entanto, a

literatura relata que o extrato de Melissa officinalis L possui ação

antinociceptiva através de sistemas colinérgicos, tais como receptores de

acetilcolina nicotínicos e muscarínicos29). Assim, mais estudos são necessários

para determinar os mecanismos de ação desse agente fitoterápico em relação

à dor orofacial.

O uso da tintura de Melissa officinalis L nas doses utilizadas, não conduziu a

uma diminuição da atividade muscular em crianças com bruxismo. O

desenvolvimento de novos estudos é necessário para produzir evidência

científica quanto a eficácia e segurança da Melissa officinalis.

.

4.2.4. Conclusão

Com base nos achados, Melissa officinalis L tintura nas doses utilizadas, não

conduziu a uma diminuição da actividade muscular em crianças com bruxismo.

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5. Considerações finais

O bruxismo é um hábito de alta prevalência no paciente infantil, e a falta de

estudos envolvendo essa população faz com que tratamentos sejam realizados

mesmo sem evidências da sua real efetividade.

A busca do conhecimento de fatores relacionados ao bruxismo infantil, no

intuito de promover o diagnóstico e controle precoce são de grande

importância, tendo em vista que esse hábito pode causar danos permanentes

ao sistema estomatognático desses indivíduos.

Por ser o bruxismo de origem multifatorial, seu manejo deve englobar uma

equipe multiprofissional, para isso o conhecimento sobre as peculiaridades

desse hábito, como fatores de risco e associações, deve ser disseminado entre

todos os profissionais envolvidos no atendimento infantil, como pediatras,

odontopeditras, fisioterapeutas, psicólogos e até mesmo pais e educadores.

Com essa pesquisa foi possível observar que existe uma forte associação entre

o bruxismo e a cefaleia, sendo que ambos estão associados com uma baixa

qualidade do sono, o que reflete a importância de uma terapia comportamental,

com orientações sobre os hábitos diários das crianças, assim como hábitos de

higiene do sono.

Normalmente, os pais acabam buscando tratamento para o bruxismo infantil no

consultório odontológico, pois a queixa mais frequentemente apresentada é o

ruído durante o sono e a maior preocupação está relacionada ao desgaste

dental, já a cefaleia acaba sendo motivo de visitas ao consultório médico, sem

que seja feita a associação entre as duas condições.

Nesse estudo buscou-se uma terapia farmacológica para o controle do

bruxismo, por meio de fitoterápico com propriedades calmantes e

antiespasmódicas, a Melissa officinalis L, que pode ser utilizada com

segurança no paciente infantil, porém não foi observada alteração na atividade

muscular após o período de 30 dias na dosagem determinada. Como não

existe na literatura a dosagem necessária para o melhor efeito terapêutico da

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41

Melissa officinalis L, novos estudos são necessários para avaliação da

posologia adequada, assim como o tempo de tratamento necessário para de

atingir o resultado esperado.

Para a quantificação da atividade da musculatura mastigatória optou-se pelo

uso da Bitestrip®, um instrumento validado, de fácil uso, para ser utilizado no

ambiente onde a criança normalmente dorme. A Bitestrip® fornece uma

quantificação da atividade muscular por um período de 5 horas, sendo indicada

para avaliar o bruxismo.

São necessários mais estudos envolvendo crianças com bruxismo para avaliar

a progressão do hábito, assim como os possíveis tratamentos, buscando assim

uma melhor compreensão das alterações que esse hábito pode promover no

desenvolvimento do sistema estomatognático, assim como suas associações.

5.1. Limitações do estudo

Dentre das limitações do estudo as principais foram:

adesão dos participantes.

Cálculo da dosagem da Melissa officinalis L individualizado para

crianças.

Avaliação do bruxismo inicial e final realizada apenas uma vez. Por ser o

bruxismo um hábito que varia na frequência, talvez seja necessário um

número maior de avaliações.

Necessidade de instrumentos de avaliação que diferenciem melhor o

bruxismo do sono e em vigília.

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51

7. Apêncices

7.1. Apêndice I

Artigo I – The relationship between bruxism, sleep quality, and headaches in

schoolchildren

INTRODUCTION

Bruxism is defined as a repeated activity of the masticatory muscles,

characterized by clenching or grinding the teeth and/or of holding or pushing the

lower jaw forward. It has two distinct circadian manifestations: sleep bruxism,

which occurs when the patient is asleep, and daytime bruxism, when the patient

is awake1.

According to the definitions of the International Classification of Sleep Disorders

(ICSD), using criteria proposed by the American Academy of Sleep Medicine

(AASM), sleep bruxism belongs to the group of movement disorders present in

parasomnias, especially somniloquy and enuresis2.

The etiology of bruxism is complex and multifactorial, involving systemic,

psychological, occupational, and genetic factors. However, the primary

pathogenesis is related to the activities of the central nervous system (CNS)3,4.

The physiopathology of teeth grinding is debated, but recent evidence suggests

that sleep bruxism occurs in response to excessive microarousals6-8, and is also

related to the patient’s quality of sleep, because these microarousals interfere

with their sleep5.

Current studies suggest that peripheral factors, such as facial and dental

morphology, do not seem to be important in the etiology of bruxism, while

changes in brain chemistry, and behavioral factors like stress, anxiety, and

personality, are attracting increasing attention among researchers6, 8-10.

Studies also indicate relevant systemic etiological factors in children with

recurrent allergic and infectious respiratory tract disorders, adenoidal

hypertrophy, nocturnal gastroesophageal reflux, intestinal parasites, and

diseases of the central nervous system11-17.

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52

Emotional factors, such as anxiety, seem to be associated with bruxism,

resulting in impaired masticatory function of many individuals18,19.

Bruxism is often seen in children and adolescents, with a prevalence of

between 3.5% and 40.6%, depending on the diagnostic method used20,21. The

presence of bruxism in childhood may also be viewed as a predictor of adult

bruxism9.

Depending on the duration, frequency, and intensity of bruxism, there may be

atypical wear to the occlusal and incisal tooth surfaces, popping or pain in the

temporomandibular joint (TMJ), hypertrophy of the masseter and temporal

muscles, and pain and hypertonicity of the masticatory muscles. Ulcers or linear

elevations in the buccal mucosa also may be found, either unilaterally or

bilaterally, but mainly on the side on which the child sleeps22-27.

Children with bruxism may have additional symptoms during the day, such as

headaches, earaches, and pain in the masticatory muscles, as a result of the

tensions produced by the multiple muscle contractions28,29. According to Carra

et al (2011)30, bruxism in young children can also be associated with fatigue of

the masticatory musculature, headaches, and noisy breathing during sleep.

Headache refers to any pain described in the cephalic segment, and is an

extremely common manifestation that originates primarily from tension, often

caused by prolonged muscle contraction. It is usually bilateral, predominantly

temporal, occipital, or frontal, and can cause a dull, constant pain, with a

characteristic tightness or pressure, often enveloping the head and giving the

sensation of “wearing a helmet”31.

The aim of this study was to evaluate the prevalence of bruxism and associated

factors, such as biting the inside of the mouth, headaches, and dental wear, in

school children aged from 3 to 6 years, by assessing both clinical indicators and

the patient’s history.

MATERIAL AND METHODS

This study was submitted for approval by the Research Ethics Committee of the

Universidade Nove de Julho, no 361299, according to regulatory standards by

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law. All the children’s parents or guardians received information about the

study, signed the informed consent form for participation in the research, and

were free to withdraw from the study at any time.

The sample was comprised of school pupils aged from 3 to 6 years, who

attended the Centro de Educação Infantil Noemia Fabrício dos Santos Gatto

(Araras- SP – Brazil). Children with a complete set of primary teeth without

occlusal changes were included in the study. Children with early primary tooth

loss, those who used orthodontic appliances, those with physical or

psychological limitations that would prevent the research procedures from being

conducted, and children who were taking continuous medication, were excluded

from the study.

The research was divided into two stages; the first consisted of a specific

questionnaire made up of 15 easy to understand questions, which was sent to

the parents through the school, and a chart, to be filled in over three days,

detailing the child’s sleep characteristics. Three days after the questionnaire

had been sent out, the parents were sent a reminder, asking them to return it.

The second stage consisted of a clinical examination, which was performed by

a single, previously trained evaluator, during which the child remained seated

under artificial light and had their tooth surfaces dried with sterile gauze. During

the clinical examination, the teeth were examined for the presence or absence

of facets of wear, the tongue was examined for bite marks, and the jugal

mucosa was assessed for bites and linea alba.

Children were considered to have bruxism if their parents indicated the

occurrence of clenching or grinding of teeth, and if there was incisal and/or

occlusal wear of the dental elements, in accordance with the criteria of the

American Academy of Sleep Medicine.

The data was compiled and a statistical analysis was conducted.

RESULTS

One hundred and three (103) children aged between 3 and 6 years, with an

average age of 4.5 years, participated in this study. The sample was composed

of 52 boys (50.5%) and 51 girls (49.5%). Forty-nine (49) of these children

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(47.6%) were diagnosed with bruxism, 25 (51%) of them girls and 24 (49%) of

them boys, with no differences between the sexes.

In terms of the family environment, 18.4% of the children with bruxism came

from homes where the parents had separated, while this number fell to 11.2%

among the children without bruxism.

We observed that children with bruxism took more medications (18.4%) when

compared to children without bruxism, among whom only 5.5% used

medications, and in most cases, the medications used were to control

respiratory allergies.

According to the parental and guardian reports, 96.3% of the children without

bruxism slept well during the night, while for the children with bruxism, this

number was slightly lower, with 89.8% sleeping well. The other sleep habits are

shown in Chart 1. We also observed that the children with bruxism slept an

average of 10 hours a night, while children without bruxism slept an average of

9:30 hours per night.

WITH BRUXISM WITHOUT BRUXISM

Sleep in the same room

as their parents

65.3% 46.3%

Sleep with the door

open

89.8% 87%

Light on in the room 49% 61%

Quiet room 91.8% 85.1%

TV in the room 34.6% 38.8%

An average of 20% of children both with and without bruxism had a habit of

biting their nails or chewing on objects, with no difference between the groups,

although daytime clenching had a statistically significant difference (p=0.0012)

whereby 40.8% of children with bruxism clenched their teeth during the day,

while only 11.1% of the children without bruxism had this habit.

In relation to the presence of headaches, we observed a statistically significant

difference (p=0.0086), whereby 59.2% of the children with bruxism had

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headaches, while among the children without bruxism, this number fell to

31.4%. Headaches also occurred more frequently in the children with bruxism

than in the children without bruxism (p=0.0369). In 100% of the cases of

headaches in the children without bruxism, the pain ceased with sleep, while for

the children with bruxism, this figure was 89.6%. When evaluating the odds

ratio, we observed that the children with bruxism were almost three times more

likely to have headaches than the children without bruxism (OR = 3.07;

confidence interval 1.36-6.9).

Another difference we found was related to the presence of noises during sleep

(p<0.0001), whereby 64.5% of the children with bruxism and only 0.6% of the

children without bruxism made noises while sleeping. There were no significant

differences in terms of sleeping with the mouth open or drooling during the

night.

During the clinical examinations, facets of dental wear were observed in 71.4%

of the children with bruxism (p<0.0001), and 26.5% of these children had bite

lines, while among the children without bruxism, this figure was only 1.8%

(p=0.0008).

DISCUSSION

In the scientific literature, various studies report a relationship between the

presence of bruxism and headaches32-35, but a systematic review of the

association between sleep bruxism and tension and migraine headaches in

children does not yield sufficient evidence based on the available data. Adults

with bruxism appear to be more susceptible to headaches36.

In our study, we observed an association between bruxism and headaches, with

a three times higher risk developing headaches in children with bruxism than in

children without bruxism.

Headaches are a very common symptom and should be considered as a

warning sign both for doctors and dentists.

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According to the International Classification of Headaches, headaches are

classified as primary when there is no defined etiology, or secondary when it is

possible to identify the etiology of the headache via a clinical or laboratory

exam. Tension headaches and migraines are the most common headaches37.

The tension type headache is the most common38 and is described as a

sensation of weight of tightness, usually bilateral, of variable duration and

normally affecting the temporal and occipital muscles, though it can radiate to

the cervical muscles39. Often, it is the result of stress or poor posture, which can

cause the neck and scalp muscles to contract. This could explain the

association between bruxism and headaches found in this study, since it has

already been observed that children with bruxism have changes in posture, with

the head in a more forward position40, as well as greater and more intense

contraction of the masticatory muscles41, favoring the occurrence of headaches.

The masticatory musculature has specific characteristics in terms of the type of

muscular fibers present, which are mostly type I striated muscle with a low

fatigue threshold, especially the temporal muscle. In previous studies, it was

observed that children have greater activity in the temporal muscle than in the

masseter muscle.

Regarding the children’s quality of sleep, most of the parents reported that their

children slept well, but in most of the cases of headache, the pain ceased with

sleep, showing poor sleep quality, with a lack of restful sleep, which agrees with

the findings reported by Herrerra42 who observed that children with sleep

bruxism have a higher number of nocturnal microarousals, which seems to be

associated with an increase in behavior and attention issues.

Another important finding in our study was a higher incidence of linea alba and

biting inside the cheeks in children with bruxism than in children without

bruxism. The biting inside the cheek, or linea alba, is an indentation in the

muscles of the cheek at the level of the occlusal plane of the posterior teeth43

and is described as indicative of bruxism44, but there is no consensus in the

literature as to the association or lack thereof of the presence of biting with

bruxism. Some studies note this association, while others report that there is no

association4, 5, 45.

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It is important to note that studies on the management and control of bruxism

are necessary because this is a habit with high destructive potential and high

prevalence in child patients. More importantly, it is a habit that usually persists

into adulthood. The odontopediatrician is extremely important for an early

diagnosis of this habit, and for its proper management and control, seeking

assistance from various other areas involved. According to Serra Negra46,

psychological treatment during childhood can allow the individual to understand

how to deal with their conflicts and tensions to gain control over this habit.

Daytime bruxism is also significant because, since we spend most of our time

awake, the total force exerted on the stomatognathic system has more impact

than the force exerted during sleep42, 47. The average number of episodes of

bruxism per hour of sleep in children is 6 (±5), with a duration of approximately

4 seconds each. Demonstrating the need to determine the predominance

between bruxism and sleep bruxism waking through long-term studies.

Further studies are required to evaluate the associations between bruxism and

headache in children, as well as their therapeutic possibilities

CONCLUSION

Through this study it was concluded that there is an association between

bruxism and headache in children, and both are related to poor quality of sleep.

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sleep bruxism among children. International Journal of Paediatric

Dentistry 2009 309-3.

46. Kawakami S, Kumazaki Y, Manda Y, Oki K, Minagi S.

Specific diurnal EMG activity pattern observed in occlusal collapse

patients: relationship between diurnalbruxism and tooth loss progression.

PLoS One. 2014 Jul 10;9(7):e101882

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63

7.2. Artigo II - Evaluation of Electromyographic signals in children with

bruxism before and after therapy with Melissa Officinalis L. – A

randomized controlled clinical trial

Aprovado para publicação no periódico Journal of Physical Therapy Science

(A2 – área 21).

Carolina Carvalho Bortoletto1, Fernanda Cordeiro da Silva1, Monica da

Consolação Canuto Salgueiro2, Lara Jansiski Motta3 , Lucia Maria Curiki4,

Raquel Agnelli Mesquita-Ferarri5, Kristianne Porta Santos Fernandes5, Sandra

Kalil Bussadori5 *

Affiliations

1. Posgraduate Program in Rehabilitation Sciences, Nove de Julho University

(UNINOVE), São Paulo, SP, Brazil.

2. Postgraduate Program in Biophotonics Applied to Health Sciences, Nove de

Julho University (UNINOVE), São Paulo, SP, Brazil.

3. Postgraduate Program in Health Sciences, Nove de Julho University

(UNINOVE), São Paulo, SP, Brazil.

4. Graduate dentistry , Nove de Julho University (UNINOVE), São Paulo, SP,

Brazil.

5. Postgraduate Program in Rehabilitation Sciences and Postgraduate Program

in Biophotonics Applied to Health Sciences, Nove de Julho University

(UNINOVE), São Paulo, SP, Brazil.

*Corresponding author

Sandra Kalil Bussadori, Ph.D.

Nove de Julho University (UNINOVE)

249 Vergueiro Street, Liberdade, São Paulo,SP, Brazil, Zip Code 01504-001

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64

Email: [email protected]

Abstract

Purpose - Bruxism is a repetitive muscle activity involving the clenching or

grinding of one’s teeth during sleep or waking hours. Melissa officinalis L. may

be employed a natural therapy due to the sedative, anxiolytic, anti-inflammatory

and anti-spasm properties of the chemical constituents of the essential oil

obtained from the leaf. The aim of the present study was to evaluate

electromyographic signals in the temporal muscle using the BiteStrip® test on

children with sleep bruxism before and after therapy with Melissa officinalis L.

Subjects and Methods: The subjects were randomly allocated to two groups.

Group 1 (n = 12) ingested a tincture containing Melissa officinalis L. 20% in the

form of 15 drops twice a day (1 hour after lunch and 1 hour after dinner) for 30

days. Group 2 (n = 12) received a placebo solution with the same dose and

frequency as Group 1. The Wilcoxon and Mann-Whitney tests were employed

for the statistical analysis. Results: The sample was made up of 24 children

aged six to 10 years. No statistically significant differences were found between

initial and final muscle activity in either group or in the inter-group comparison.

Conclusion: The use of Melissa officinalis L. tincture at the dose employed did

not lead to a reduction in muscle activity in children with bruxism.

Keywords – Bruxism, Electromyographic, Melissa officinalis

INTRODUCTION

Bruxism is a repetitive muscle activity involving the clenching or grinding

of one’s teeth during sleep or waking hours1). Is often found in children and

adolescents. This habit can have harmful effects on the teeth, periodontium,

masticatory muscles and temporomandibular joint 2-4).

The prevalence of this condition among children ranges from 13.5% to

33.0% 5,6). Treatment should be directed at reducing the habit through

awareness of the problem and mechanical prevention to avoid the wear of the

permanent dentition 7-9). There is no consensus in the literature regarding the

treatment of bruxism in children 10). Clinical management ranges from the use

of a bite plate 11) to orientation given to the patient and guardian, psychological

techniques and medication 12). Due to the divergences found in the success rate

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65

of different therapeutic methods, there is a need for further studies to offer

assistance to healthcare professionals in the proper choice of treatment 13).

Drugs such as type a botulinum toxin, benzodiazepine, anticonvulsants,

beta blockers, dopamine, antidepressants and muscle relaxers may help control

bruxism, but the use of these agents in children is restricted 14-16). Herbal

products have been used since antiquity by humans as a way to reach or

recover health. Since the Declaration of the Alma-Ata in 1978, the World Health

Organization (WHO) has expressed the need to appreciate the use of medicinal

plants in public health systems, as some studies have indicated that almost

80% of world population uses these plants in primary care 17,18).

According to Druss, et al., the majority of people use of medicinal plants

therapies in conjunction with the conventional medical treatment 19). The search

for alternative products continues and natural phytochemicals isolated from

plants used as traditional medicines are considered good alternatives 20, 21).

From the results of this investigation, it would appear that phytotherapy is a

matter of great importance to the population, and is of interest to the different

areas of health.

The use of these practices has also been incorporated into Dentistry and

numerous studies have been conducted to evaluate vegetable species, natural

agents that are economically feasible and provide effective alternatives for

treating oral diseases 20, 22,23).in dentistry, phytomedicine has been used as anti-

inflammatory, antibiotic, analgesic, sedative agents andalso as endodontic

irrigants.

Lemon balm (Melissa officinalis L.) may be employed a natural therapy

due to the sedative, anxiolytic, anti-inflammatory and anti-spasm properties of

the chemical constituents of the essential oil obtained from the leaf 24,25). No

previous study has employed this substance as a complementary therapeutic

method for the treatment of bruxism. The choice of Melissa officinalis L was

related to its properties reported in the literature as well as the scarcity of

studies on this natural substance in the field of dentist 20, 26,27-29).

The electromyographic evaluation of the masticatory muscles is currently

the most widely employed method for measuring muscle hyperactivity 30,31). The

BiteStrip® allows this evalauation to be performed by the patient himself/herself

through the propoer positioning of the device on the muscle of choice. Studies

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have demonstrated the efficacy of the BiteStrip® at detecting the

presence/absence of bruxism 32). Thus, the aim of the present study was to

evaluate electromyographic signals in the temporal muscle using the BiteStrip®

test on children with sleep bruxism before and after therapy with Melissa

officinalis L.

SUBJECTS AND METHODS

A randomized controlled clinical trial was carried out involving 24 children

with a diagnosis of bruxism. All parents/guardians received information on the

objectives and procedures of the study and signed a statement of informed

consent in compliance with Resolution 196/96 of the Brazilian National Board of

Health. This study received approval from the Human Research Ethics

Committee of Nove de Julho University (Brazil) under process nº 361299.

Bruxism was determined using the criteria established by the American

Academy of Sleep Medicine33): 1) parent’s/guardian’s report of the occurrence

of teeth clenching and/or grinding; 2) incisal and/or occlusal tooth wear. The

subjects were randomly allocated to two groups. Group 1 (n = 12) ingested a

tincture containing Melissa officinalis L. 20% in the form of 15 drops twice a day

(1 hour after lunch and 1 hour after dinner) for 30 days. Group 2 (n = 12)

received a placebo solution (water with food dye) with the same dose and

frequency as Group 1.

All volunteers were instructed to use the BiteStrip® throughout a night of sleep

prior to the therapy and one night following the completion of therapy . For such,

the caregiver was instructed on the location of the left temporal muscle and how

to use the device following the manufacturer’s instructions. This device records

the number of contractions above 30% of the maximum voluntary contraction,

which is calibrated at the time of positioning. The score is classified based on

the number of events in a five-hour period (0 = less than 30 events; 1 = 31 to 60

events; 2 = 61 to 100 events; 3 = more than 100 events).

RESULTS

The sample was made up of 24 children aged six to 10 years (mean age: 7.67;

standard deviation: 1.167 years). The male gender accounted for 54.2% of the

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sample (n = 13) and the female gender accounted for 45.8% (n = 11). There

was a predominance of scores of 3 on the muscle event index (more than 100

events) in both genders and both groups. However, no statistically significant

association was found between these variables and bruxism (Table 1). The

Wilcoxon and Mann-Whitney tests were employed for the statistical analysis of

the data (p < 0.05).

Table 1: Analysis of muscle activity using BiteStrip® according to gender and

group

BiteStrip® Score

2 3 Total

Gender

♂ 5 6 11

p = 0.527

♀ 5 8 13

Group

1 5 7 12

p = 0.660

2 5 7 12

Chi-square test (p ≤ 0.05)

A reduction in muscle events was found after both therapies. However,

the Wilcoxon test revealed no statistically significant differences between initial

and final muscle activity in either group (Group 1: p = 0.157; Group 2: p =

0.414). The Mann-Whitney test revealed no statistically significant differences in

the inter-group comparisons at either evaluation (initial: p = 1.00; final: p =

0.551) (Table 2).

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Table 2: Analysis of muscle activity using BiteStrip® before and after therapy

with Melissa oficinalis L

BiteStrip® Score

1 2 3 p- valor

Group 1 Inicial 0 5 7 -

Final 1 7 4 -

p- valor 0,157 -

Group 2 Inicial 0 5 7 -

Final 1 5 6 -

p- valor 414 -

Inter-group Inicial - 1,00

Final - 0,551

DISCUSSION

Over the past decades, pharmaceutical companies have been interested

in investigating plants as sources for new phototherapeutic agents with proven

efficacy, safety and quality. Groppo et al. 20) report the increasing use of

phytotherapy in dentistry. However, further studies are needed to evaluate the

safety and efficacy of this type of therapy in clinical practice.

The present findings demonstrate that the use o Mellissa officinalis does

not alter the muscle activity in children with bruxism. Moreover, no significant

difference was found between bruxism and age or gender.

Although various studies have evaluated the reasons for and individual

factors associated with the use of herbal remedies by primary care patients, the

characteristics of the population that use herbal medicines for oral health

problems are relatively unknown. Thus, studies such as those of Tomazzoni et

al. 33) are encouraged in Dentistry because they support the inclusion of

phytotherapies in the Brazilian public health care system.

The present investigation is a pioneering study regarding the possible

effect of Melissa officinalis L on bruxism. This substance is reported to have a

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sedative effect and has been used as phytotherapy in the field of dentistry 34).

Studies have also investigated its effects on the inhibition of dental plaque 35,36)

and the control of anxiety 37). In general, the literature has demonstrated that

Melissa officinalis L may be effective on muscle contractions in certain organs

38). Thus, this phytotherapeutic agent was employed with the aim of promoting

muscle relaxation and controlling anxiety in children with bruxism. In the present

study, no significant difference in muscle activity was found between the lemon

balm group and placebo group. As a pilot study, investigations with a larger

sample size should be conducted to confirm these preliminary results.

As studies with Melissa officinalis L involving children are scarce, the

decision was made to use the minimum dose indicated, which may have limited

the action of the agent. Further studies with different doses are needed to

determine whether Melissa officinalis L should be indicated for the control of this

habit. Moreover, the lack of investigations into other variables that could confirm

the effectiveness of this substance may have been a limitation of the present

study. As there is no consensus on the proper dosage, the dose employed in

this study may have exerted an influence on the results. Thus, further studies

that investigate anxiety and sleep quality are needed to confirm the present

findings.

There is no effective treatment for bruxism – only therapies aimed at

controlling signs and symptoms of this condition, such as bite plate usage,

relaxation techniques, occlusal equilibrium, physical therapy and prosthetic

rehabilitation 26). A number of therapies are described in the literature for sleep

disorders, including the use of natural drugs 14,15,27). As bruxism can occur

during sleep, there is a need for studies on extracts from this plant, as such

agent do not cause dependence, unlike other drugs used for the control of

bruxism, such as benzodiazepine 28).

A limitation of the present study was not having evaluated the presence

of pain in the volunteers, which was not the objective of the investigation.

However, the literature reports that Melissa officinalis L extract has

antinociceptive action through cholinergic systems, such as nicotinic and

muscarinic acetylcholine receptors 29). Thus, further studies are needed to

determine action mechanisms of this phytotherapeutic agent with regard to

orofacial pain.

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Based on the present findings, Melissa officinalis L tincture at the dose

employed did not lead to a reduction in muscle activity in children with bruxism.

The use of Melissa officinalis L tincture at the dose employed did not lead

to a reduction in muscle activity in children with bruxism. The development of

further studies is necessary to promote scientific evidence of the efficacy and

safety of Melissa officinalis in order to enable them to become accessible

alternatives in public health services for the prevention and treatment of oral

health problems.

Competing interests

The authors declare that they have no competing interests.

Acknowledgements

The authors greatly acknowledge Nove de Julho University for providing the

necessary facilities

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8. Anexos

8.1. – Questionário do Sono

Prezado Responsável

Você está recebendo um questionário sobre os costumes de seu filho quando

está acordado e quando está dormindo. Precisamos da sua colaboração

observando o sono de seu filho(a) por 3 dias seguidos. Não existem

respostas certas ou erradas! Sua colaboração é muito importante, todas as

informações são confidenciais e desde já agradecemos Carolina Carvalho

Bortoletto e Renata Dalla Costa Stefani Valio.

Quem é o responsável que responde a este questionário?

( ) mãe ( ) pai ( ) avó/avô ( ) outros

Os pais da criança vivem juntos na mesma casa?

( )sim ( )não

Quantos anos você tem? ________ Quantos anos seu filho(a)

tem?_______________

Qual o sexo do seu filho(a) ?

( )feminino ( )masculino

O seu filho(a) faz uso de algum medicamento?

( ) sim ( )não

qual(is)?_____________________________________

Você considera que, comumente, o seu filho dorme bem por toda a noite ?

( ) sim ( ) não

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Algum responsável tem o costume de visitar o quarto onde a criança dorme

durante a noite para conferir se está tudo bem?

( ) sim ( ) não quantas vezes por

noite?________________

Responda sobre a localização do quarto onde a criança dorme:

a) o quarto da criança fica ao lado do quarto de um dos responsáveis

b) o quarto da criança fica no mesmo corredor, mas em lados opostos ao

do responsável

c) o quarto da criança fica em um andar e o do responsável fica em outro

andar

d) a criança dorme no mesmo quarto que um dos responsáveis

A porta dos quartos da criança e dos responsáveis fica aberta ou entreaberta

durante a noite?

( ) sim ( ) não

A criança tem o costume de dormir com a luz acesa no quarto ou algum tipo de

luz próxima que ilumina o quarto de dormir durante a noite?

( )sim ( )não

Pensando em barulhos enquanto a criança dorme, como você classificaria o

nível de sons no quarto de seu filho(a)?

( ) quarto silencioso ( ) quarto com barulho

A criança tem costume de dormir com TV, rádio, computador, música ligados ?

( ) sim ( ) não

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Você já observou se o seu filho aperta os dentes enquanto está acordado, sem

estar comendo?

( )sim ( )não em que situações

observou?___________________________

O seu filho(a) tem o costume de roer as unhas?

( ) sim ( )não

O seu filho(a) tem o costume de morder objetos tais como lápis/caneta?

( )sim ( )não

Além das atividades da escola a criança faz mais algum tipo de atividade (

esporte, música, etc)?

( ) sim ( ) não

Escreva as tarefas que a criança tem costume de

fazer:___________________________________________________________

A criança relata se tem ou teve dor de cabeça? ( ) sim ( )não . Quantas vezes

por semana /___________

Quando relata dor de cabeça, a criança toma medicação? ( )sim ( )não

Quando relata dor de cabeça, qual a duração da mesma?___________ .

Melhora a dor ao dormir? ( )sim ( )não

O seu filho toma café da manhã? ( ) sim ( )não

O que costuma comer no café da

manhã?_______________________________

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77

Preencha o quadro abaixo durante 3 dias seguidos:

Dias A que

horas a

criança foi

dormir

A que

horas a

criança

acordou

Marque um X

se ouviu ruídos

da criança

rangendo os

dentes

enquanto

dormia

Marque um X

se notou que a

criança dormiu

de boca aberta

e/ou babou no

travesseiro

1º dia

___/___/___

2º dia

___/___/___

3º dia

___/___/___

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78

a. ANEXO 2

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em

Pesquisa Clínica

Nome do

Voluntário:_______________________________________________

Endereço:_______________________________________________________

Cidade:________________________________CEP:____________________

Telefone para contato:_____________________________________________

E-mail: _________________________________________________________

As informações contidas neste prontuário foram fornecidas pela cirurgiã

dentista Carolina Carvalho Bortoletto, objetivando firmar acordo escrito

mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza sua participação com pleno

conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá,

com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

1.Título do Trabalho Experimental: “Avaliação da prevalência do bruxismo e

fatores associados em escolares de 3 a 6 anos”

2.Objetivo: avaliar a prevalência de bruxismo e fatores associados como

desgaste dental atípico, presença de lesões em tecidos moles da mucosa bucal

e queixa de cefaleia em escolares de 3 a 6 anos matriculados no Centro de

Educação Infantil “Noemia Fabrício dos Santos Gatto”, no município de Araras-

SP.

3.Justificativa:O bruxismo na infância é uma condição clínica muito frequente,

relatada por pais e cuidadores, caracterizando-se como um hábito não

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funcional que pode causar danos ao sistema mastigatório. Este estudo tem por

objetivo avaliar a prevalência de bruxismo e de fatores associados, através da

análise de sinais clínicos e questionário de avaliação de qualidade de sono e

queixa de cefaléia, aplicados aos pais ou responsáveis da criança.

4. Procedimentos da Fase Experimental: A criança ficará no consultório da

escola durante a avaliação clínica desacompanhada dos pais ou responsáveis.

O exame clínico será realizado pela pesquisadora, utilizando espátula de

madeira, e serão avaliados desgaste dental atípico, presença de linhas ou

mordiscados na bochecha. Dentre as crianças diagnosticadas como bruxistas,

será determinada uma amostra aleatória e serão realizadas moldagens com o

objetivo de uma avaliação tridimensional dos desgastes das superfícies

dentárias.

5. Desconforto ou Riscos Esperados: Os voluntários não serão submetidos

a riscos durante o atendimento.

6. Informações: Os pais ou responsáveis pelo paciente têm a garantia de que

receberão respostas a quaisquer eventuais perguntas e/ou esclarecimentos a

respeito do tratamento e da pesquisa. Não haverá qualquer ressarcimento, pois

a participação não acarreta custos adicionais.

7. Métodos Alternativos Existentes: não há.

8. Retirada do Consentimento: o voluntário tem a liberdade de retirar seu

consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

9. Aspecto Legal: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas

regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à

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Resolução n.º 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde

do Ministério de Saúde – Brasília – DF.

10. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade dos

voluntários quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

11. Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação

na Pesquisa: Não haverá.

12. Telefone da pesquisadora para contato: Carolina Carvalho Bortoletto

(11)97627-7562 [email protected]

13. Consentimento Pós-Informação:

Eu, ________________________________________________, responsável

pelo menor__________________________________________________,

após leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento,

entendo que a participação do menor pelo qual sou responsável é voluntária, e

que o mesmo pode sair a qualquer momento do estudo, sem prejuízo algum.

Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a

execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste

estudo no meio científico.

* Não assine este termo se ainda tiver alguma dúvida a respeito.

________________________________________

Data e Local

Nome (por extenso do responsável):__________________________________

1ª via: Pesquisadora

2ª via: Voluntário

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b. ANEXO 3

CARTA DE CIÊNCIA DE SUBMISSÃO DE PROJETO DE PESQUISA AO

COMITÊ CIENTÍIFICO

Araras, 10 de outubro de 2014.

Á Diretora do Centro de Educação Infantil “Noemia Fabrício dos Santos Gatto”.

Eu, Carolina Carvalho Bortoletto, aluna de doutorada da Universidade Nove de

Julho (UNINOVE), nível de doutorado em Ciências da Reabilitação, venho

solicitar seu registro de ciência quanto à submissão ao Comitê de Ética em

Pesquisas, do Projeto “Avaliação do bruxismo e fatores associados em

escolares de 3 a 6 anos” registrado no SISNEP sob Folha de Rosto

número___________________, de que conta com a possibilidade de

desenvolvimento da pesquisa nessa instituição, a depender da aprovação do(s)

Comitê(s) de Ética da(s) instituições envolvida(s).

Agradecendo desde já a sua atenção e colaboração, uma vez que sem ela a

deflagração do processo estaria prejudicada, coloco-me à disposição para

esclarecimentos que se façam necessários.

Atenciosamente,_________________________ ____________________

PRONUNCIAMENTO DA INSTITUIÇÃO