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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO Programas de exercícios físicos: atletismo para crianças com sobrepeso e obesidade André Luís Rodrigues Santos 2015 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO

MOVIMENTO HUMANO

Programas de exercícios físicos: atletismo para crianças com sobrepeso e

obesidade

André Luís Rodrigues Santos

2015

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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ANDRÉ LUÍS RODRIGUES SANTOS

PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS:

ATLETISMO PARA CRIANÇAS COM

SOBREPESO E OBESIDADE

PIRACICABA-SP JUNHO 2015

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Metodista de Piracicaba, para obtenção do título de Mestre em Ciências do Movimento Humano na área de concentração “Fisiologia e Treinamento Desportivo” sob orientação do Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Francisco Gomes Leal e Marinalda

Rodrigues Santos e minha companheira desta vida, no qual sou

grato a Deus por coloca-la no meu caminho Hellida Lustosa,

minhas irmãs Andrea e Rosilene Santos, que apesar dos

desencontros por que passamos nos últimos tempos, com

certeza sei que sempre estiveram torcendo por mim!!! Obrigado

por tudo o que vocês fizeram, estão fazendo e ainda virão a fazer

por mim. Felicidades a todos!!! Que Deus abençoe vocês!!!

A todos os meus familiares e amigos, um muito obrigado!!!

Muita paz e saúde a todos!!

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Primeiramente ao Professor Dr. Marcelo de Castro Cesar,

por ter acreditado no meu trabalho durante esse período. Sem

dúvida me tornei um profissional melhor com seus ensinamentos.

Foi uma grande honra receber sua orientação e amizade ao

longo desse processo.

Um imenso obrigado por tudo que aprendi com o

professor.

Do fundo do meu coração, muito obrigado!!!

Aos amigos de Instituição, em especial ao Ms Rodrigo

Dias, pela referência de profissional, amigo e pessoa humana.

Amigo!!! O mundo seria muito melhor se todas as pessoas

tivessem a metade da sua integridade. A meu companheiro de

trabalho Ramon Oliveira que compartilhou comigo os problemas

e alegrias do dessa jornada.

Também agradeço ao amigo Vitor Espada, pela auxilio

nos experimentos, a professora Ms Pamela Roberta Gomez

Gonelli pelos valiosos apontamentos e todos que contribuíram de

alguma forma para execução do trabalho.

Não posso deixar de agradecer ao Professor Ms. Vitor

Alexandre Pezolato, pessoa de grande caráter, conhecimento e

humildade.

Muito obrigado!!!

Ao Professor Dr. João Paulo Borin e Professor Dr. Idico

Pellegrinotte, Dr. Charles Ricardo, Dr. Cleiton Augusto Libardi,

expresso meu enorme agradecimento pelo aceite do convite para

integrar a Banca Examinadora, contribuindo para o meu

crescimento profissional.

Muito obrigado!!! Muita paz e que Deus abençoe vocês!!!

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AGRADECIMENTOS

A todos os Professores da Universidade Metodista de

Piracicaba, Muito obrigado por tudo!!!

Em especial aos professores que contribuíram e

compartilharam experiências em sala de aula e para toda uma

vida, estes: Dra. Rute Estanislava Tolocka, Dr. Ídico Luiz

Pellegrinotti, Dr. Carlos Alberto da Silva, Dra. Rozangela

Verlengia.

Muito obrigado!!! Muita paz e que Deus abençoe vocês!!!

Em especial ao professor Dr. Charles Ricardo Lopes que

possibilitou experiências importantíssimas ao longo de um

semestre confiando em mim para dividir a disciplina de

graduação. Você foi muito importante na minha jornada.

Muito obrigado!!!

Aos colegas de curso Ms. Ronaldo Júlio Baganha, Carlos

Paulino, Eduardo Trator e todos os amigos verdadeiros pelas

produtivas conversas inerentes ao exercício físico.

Que Deus ilumine todos!!! Obrigado a todos vocês!!!

Não posso deixar de agradecer a todos os professores e

diretores das escolas municipais de Saltinho, equipe de gestão

do município, aos pais dos voluntários da pesquisa e as crianças

(voluntários). Também aos mestres que fizeram parte da minha

formação.

Muito obrigado a todos!!!

Em especial gostaria de agradecer a Professora Dra.

Solange Lages e Professora Dra. Aurinice Sampaio e Ms. Hélio

Maia Queiroz, sempre dispostos a me ajudar nos momentos de

necessidade.

Tenho um respeito muito grande por vocês!!! Muito

obrigado!!! Muita paz e que Deus abençoe vocês!!!

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Aos programas de Graduação em Educação Física e

Mestrado em Educação Física da Unimep. Muito obrigado!!!

Ao Governo do Estado do Piauí via Secretaria de

Educação e Cultura do estado do Piauí– SEDUC e Prefeitura

Municipal de Teresina por meio da Secretaria Municipal de

Educação – SEMEC por viabilizar o presente curso de

aperfeiçoamento, sempre zelando pela qualificação dos

profissionais que compõe seu quadro funcional.

Muito obrigado!!!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................... 14

1.1 Obesidade Infantil ............................................................................... 16

1.2 Exercícios Físicos e Obesidade .......................................................... 18

1.3 Atletismo ............................................................................................. 22

1.4 Maturação Biológica e Capacidades Físicas ....................................... 24

2 OBJETIVOS ............................................................................... 31

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 31

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 31

3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................... 31

3.1 Casuística .............................................................................................. 32

3.2 Desenho Experimental ........................................................................... 33

3.3 Avaliação Antropométrica ...................................................................... 36

3.4 Testes de Aptidão Física ........................................................................ 37

3.4.1 Sentar-e-alcançar (Flexibilidade) ...................................................... 38

3.4.2 Teste abdominal sit up (Resistência Muscular Localizada Abdominal)

................................................................................................................... 39

3.4.3 Salto Horizontal (Força Explosiva de Membros Inferiores) ............... 39

3.4.4 Arremesso de Medicine ball (Força Explosiva de Membros Superiores

................................................................................................................... 40

3.4.5 Teste do Quadrado (Agilidade) ......................................................... 40

3.4.6 Corrida de 20 metros (Velocidade).................................................... 41

3.4.7 Teste da corrida/caminhada dos 6 minutos (Aptidão Cardiorrespiratória)

................................................................................................................... 42

3.5 Intervenção com Exercício ..................................................................... 43

3.5.1 Formação de grupos ......................................................................... 43

3.5.2 Divisão das Sessões ......................................................................... 44

3.5.3 Estratégias utilizadas para dinamizar as sessões ............................ 44

3.5.3 Componentes qualitativos ................................................................. 47

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3.6 Percepção de Intensidade do Esforço ................................................ 51

3.7 Análise Estatística................................................................................ 52

4 RESULTADOS ........................................................................... 53

5 DISCUSSÃO ............................................................................. 56

6 CONCLUSÃO ............................................................................. 67

REFERÊNCIAS ............................................................................. 68

ANEXOS ....................................................................................... 75

ANEXO A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................. 75

ANEXO B Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMEP. ......... 78

ANEXO C Questionário de Avaliação do Estado de Saúde ......................... 79

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Organograma da triagem, organizado por critério de seleção dos

grupos interventivo e controle................................................................................36

FIGURA 2 Planejamento da intervenção, e as prioridades de qualidades físicas

desenvolvidas em cada sessão.............................................................................46

FIGURA 3 Planejamento da intervenção, sistematização da coordenação,

adaptado de Kroger; Roth, (2002).........................................................................48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Variáveis Antropométricas grupo controle ............................................54

Tabela 2: Variáveis Antropométricas grupo intervenção ..................................... 54

Tabela 3: Testes das Capacidades Físicas grupo controle ................................. 55

Tabela 4: Testes das Capacidades Físicas grupo intervenção ............................55

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RESUMO

O objetivo da pesquisa foi verificar os efeitos dos exercícios físicos, com ênfase na modalidade do atletismo, sobre a composição corporal e capacidades físicas em escolares com excesso de peso. A amostra foi composta de 60 voluntários de 6 a 9 anos e 11 meses de idade de ambos os gêneros, com sobrepeso ou obesidade, subdivididos em: grupo controle (GC), 22 crianças, sendo 12 meninos e 10 meninas, e grupo intervenção (GI) 38 crianças, 21 meninos e 17 meninas. Foram realizadas avaliações nos momentos pré e pós 10 semanas, da composição corporal com medidas antropométricas de massa corporal, estatura, envergadura, circunferências da cintura, circunferência do braço direito e dobra cutânea tricipital, e cálculo do índice de massa corporal (IMC); e das capacidades físicas, com a bateria de testes motores proposta pelo PROESP-Br (2012), sendo: sentar e alcançar (SEA), abdominal sit up (ABD), salto horizontal (SHZ), arremesso de medicine ball (AMB), quadrado (QUA), corrida de 20 metros (COR) e corrida/caminhada dos 6 minutos (CEA). A intervenção com exercícios físicos durou 10 semanas, onde foram planificadas de acordo com as prioridades das capacidades físicas sistematizadas em cada sessão. No GC, na análise dos momentos pré e pós, houve aumento significativo da estatura, massa corporal, envergadura, circunferência da cintura e do braço direito, sem diferenças significativas no IMC e na dobra cutânea tricipital. No GI houve aumento significativo da estatura, envergadura, diminuição do IMC, dobra cutânea tricipital, circunferências da cintura e do braço direito, sem diferença significativa na massa corporal. Nas capacidades físicas GC houve diminuição do tempo para os testes QUA e COR e incremento na distância no teste CEA, sem diferenças significativas nas outras variáveis estudadas. Para as capacidades físicas GI houve aumento no SEA, ABD, SHZ, AMB, CEA e diminuição no QUA e COR. Conclui-se que o programa de exercícios físicos, com a proposta da modalidade atletismo, mostrou-se eficaz na melhora da antropometria e das capacidades físicas em crianças com excesso de peso. Palavras chaves: excesso de peso, escolares, antropometria, capacidades físicas.

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ABSTRACT

The objective of the research was to determine the effects of physical exercise with an emphasis on athletics modality on body composition and physical capacity in children with overweight. The sample was composed of 60 voluntary from 6 to 9 years and 11 months old of both genders, overweight or obese, divided into: control group (CG), composed 22 children including 12 boys and 10 girls, and intervention group (IG) comprised 38 children including 21 boys and 17 girls. Evaluations were carried out in the pre and post 10 weeks, body composition with anthropometric measurements of weight, height, spread, waist circumference, right arm circumference and triceps skinfold thickness, and calculation of body mass index (BMI); and capacity physical, with the battery of tests proposed by PROESP-Br (2012), as follows: sit and reach (SAR), abdominal sit up (ABD), horizontal jump (HJ), medicine ball pitch (MP), square (SQU), race 20 meters (RAC) and running/walking for 6 minutes (RW). The intervention with exercise lasted 10 weeks, which were planned according to the priorities of physical abilities systematized in each session. In the control group, the analysis of pre and post, there was an increase of height, body mass, stature, spread, waist circumference and right arm, with no significant differences in BMI and triceps skinfold thickness. In GI there was an increase in height, spread, decreased BMI, triceps skinfold thickness, waist circumference and right arm, with no significant difference in body mass. In the control group, physical capacities were decreased time for SQU and RAC tests and increase in the distance at RW test, no significant differences in other variables studied. In GI for the physical capabilities there was an increase SAR, ABD, HJ, MP, RW, and decrease the SQU and RAC. It concludes that the exercise program, with the proposed mode of athletics, was effective in improving anthropometric and physical capacity in children with overweight. Key words: overweight, school, anthropometry, physical capacity.

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1 INTRODUÇÃO

A prática de exercícios físicos é fundamental para um desenvolvimento

e/ou manutenção da saúde em todas as faixas etárias, especialmente na infância

(CALI; CAPRIO, 2008). A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza a

prática de exercícios físicos de moderada a vigorosa, apresentando duração de

pelo menos 60 minutos por dia para crianças e adolescentes de cinco a

dezessete anos (WHO, 2011).

Estudos propostos por Bracco et al. (2002); Ferrari et al. (2013)

revelaram que crianças desenvolvem baixos níveis de atividade física e gasto

energético inferior aos recomendados, mesmo quando estas se enquadram na

classificação de eutrofia. Tal quadro promove prejuízos ao desenvolvimento motor

e à saúde, tais como alterações negativas nas capacidades físicas (GRAF et al.,

2004; CAIRNEY et al., 2005; GRAF et al., 2005; CAWLEY et al.; 2008; D’HONDT

et al., 2009; DEUS et al., 2010; MONTEIRO; MOURÃO-CARVALHAL,2010;

SLINING et al., 2010; ZHU et al., 2011), bem como desordens metabólicas

(ELIAKIM et al., 2001; SUNG et al., 2002; ZORBA; ALVES et al., 2008; CENGIZ;

KARACABEY, 2011).

Em crianças com problemas de saúde de maneira geral,

fundamentalmente várias esferas são responsáveis por promover o acesso

irrestrito a serviços, ações, programas e projetos que visem garantir a conduta de

promoção, proteção e recuperação da saúde, contribuindo para o seu

desenvolvimento saudável e harmonioso (BRASIL, 2009).

Dentre os componentes para uma vida saudável, o incentivo de hábitos

alimentares adequados e implantação de programas de exercícios físicos são

reconhecidamente fundamentais, tendo o professor de educação física,

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participação efetiva nessa perspectiva (OLIVEIRA et al., 2004; BARBOSA, 2012).

Nesse sentido, também é provável que uma criança ativa se torne um adulto

ativo, de modo que, para saúde pública e medicina preventiva, promover a

atividade física na infância e adolescência contribui para a redução da prevalência

do sedentarismo em adultos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO

ESPORTE, 1998; KVAAVIK et al., 2009; ZORBA; CENGIZ; KARACABEY, 2011).

Para o tratamento da obesidade infantil é necessário uma equipe

multiprofissional, incluindo o professor de educação física, sendo também

essencial a cooperação dos pais com a escola, tendo o importante papel de

orientar o comportamento alimentar e de atividades físicas das crianças

(SOARES; PETROSKI, 2003).

Adicionalmente, a escola é o espaço ideal para as intervenções em

saúde, pois, é um ambiente de convívio social, bem como tendo a presença do

educador físico, onde as crianças deveriam passar a maior parte do tempo ativo

(KRIEMLER et al., 2011; OLIVEIRA; TOLOCKA; MARCO, 2012) e com

perspectivas de ampliação do referido tempo (BRASIL, 2014).

Nessa linha de pensamento, após implantação das novas políticas

aprovadas que regem a educação nacional de permanência integral na escola

(BRASIL, 2014), tal ambiente mostra-se ainda mais como de grande relevância

para as políticas públicas relacionadas. Entretanto, no formato atual no Brasil, a

escola pública não está preparada para lidar com tamanha responsabilidade

(COELHO; FERMINO; TOLOCKA, 2012; NASCIMENTO et al., 2012).

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1.1 Obesidade Infantil: Epidemiologia e Aspectos Fisiológicos/Psicossociais

Devido a mudanças nos hábitos de vida das pessoas, incluindo

alimentação inadequada e diminuição dos níveis de atividade física/exercício

físico, tem-se observado aumento na prevalência de obesidade, atingindo valores

epidêmicos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012). A obesidade é

uma doença crônica e de etiologia multifatorial, sendo que, na grande maioria dos

casos ocorre pela associação de fatores genéticos, ambientais e

comportamentais.

Seu prognóstico é complexo e com extensões comportamentais de

todos que compõe seu ciclo social. Neste sentido, uma investigação detalhada é

imprescindível em detrimento ao tratamento isolando o foco no balanço

energético positivo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012),

consubstanciando o ambiente escolar como um importante polo de atuação.

A OMS (2007) preconiza valores de IMC para a classificação do estado

nutricional em crianças, sendo considerado sobrepeso valores acima do percentil

85 até 97 e obesidade acima do percentil 97. Como estratégias complementares,

são utilizadas as medidas da dobra cutânea tricipital, circunferência do braço e

circunferência da cintura para estimativa da adiposidade no referido público

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

Ademais, a obesidade é uma doença que acomete diversas

populações, independente da fase de vida ou condição social (LEAL et al., 2012).

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre

2008 e 2010, revelou em crianças brasileiras, uma variação regional de 25% a

40% de excesso de peso, sendo que, situações que exigem maiores cuidados

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estão nos centros urbanos do país. O excesso de peso foi diagnosticado em

cerca de um terço dos meninos e meninas. Os quadros de obesidade

corresponderam a cerca de um terço do total dos casos de excesso de peso no

gênero feminino e a quase metade no gênero masculino (IBGE, 2010).

O comportamento dos dados quanto à distribuição dos números é

similar em adolescentes e adultos, como também a proporção do aumento, que

partiu de 12,3 a 16,3% da média nacional da população de obesos, em

comparação a pesquisa realizada no quadriênio anterior. A faixa etária de 5 a 9

anos foi a que proporcionalmente mais aumentou nas últimas três décadas (IBGE,

2010). Os dados são preocupantes (IBGE, 2010), sendo reconhecido que cerca

de 80% dos adolescentes obesos, tornam-se adultos com excesso de peso

(GUO; CHUMLEA, 1999).

Com relação às perturbações fisiológicas, estas são semelhantes em

crianças e adultos obesos, destacam-se: distúrbios cardiovasculares,

respiratórios, metabólicos e endócrinos. Ademais, também são observadas

modificações nos aspectos relacionados a diminuição do rendimento escolar

(OLIVEIRA; FISBERG, 2003; OLIVEIRA et al., 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA

DE PEDIATRIA, 2012).

Problemas psicossociais são comuns em crianças com excesso de

peso, como a baixa aceitação pelos pares, isolamento e afastamento das

atividades sociais, pois, este quadro, geralmente está associado ao baixo número

de movimentos. Nesse sentido, uma rica vivência de situações motoras, é

imprescindível para construção de um vasto repertório motor. Este é essencial

para os diversos aspectos que compõe as relações da criança com o meio em

que vive (OKANO et al., 2001; FERREIRA; NÓBREGA; FRANÇA, 2009;

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SANDERS, 2012). Tais desordens podem apresentar-se de forma mais severa, a

depender da extensão e gravidade da obesidade na infância, fator determinante

também para a persistência na vida adulta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

PEDIATRIA, 2012).

Adicionalmente esses cuidados devem ser redobrados na infância e

adolescência, pois, nessa fase, a multiplicação no número de adipócitos encontra-

se em evidência, sendo que, depois desse período o número de células de

gordura parece estabilizar e sua função biológica fica restrita à hipertrofia celular

(POLLOCK, MICHAEL L.WILMORE, 1993). Diante deste quadro, amplia-se a

necessidade de minimizar os impactos da hiperplasia celular de adipócitos, fator

que poderia potencializar os limites de acúmulo de gordura na fase adulta.

O conjunto desses fatores traduz em maiores prejuízos relacionados à

saúde quando comparadas a crianças eutróficas (POETA; DUARTE; GIULIANO,

2010). Ademais, existe a necessidade de mudanças que desestimulem o

sedentarismo e promovam os hábitos saudáveis em crianças e adolescentes

(OLIVEIRA et al., 2004; PELEGRINI et al., 2011a).

1.2 Exercícios Físicos e Obesidade

Em crianças, a maior prática de atividades físicas contribui para

melhora do perfil lipídico e metabólico, e reduz a prevalência da obesidade (CALI;

CAPRIO, 2008). Múltiplas estratégias são desenvolvidas no combate ao excesso

de peso na infância (SENG HOK et al., 2008), dentre elas se destacam: i)

participação da família e ciclo social na mudança do estilo de vida; ii) abordagem

apropriada; iii) mudanças comportamentais a longo prazo; iv) restrições na

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ingestão calórica sob supervisão nutricional; v) incremento de exercício

físico/atividade física; vi) desencorajamento do comportamento sedentário.

O baixo gasto calórico via ações motoras são tão responsáveis pela

obesidade quanto o consumo energético, em crianças obesas e não obesas

(BRACCO et al., 2002). Em estudo randômico foi relevado que para o

desenvolvimento de atividades similares, a demanda energética é maior em

crianças obesas. Em contrapartida, estas apresentam nível bem menor de

atividade/exercício físico quando comparado a seus pares (BRACCO et al., 2002).

A prática regular de exercícios físicos, principalmente aeróbios,

associados a exercícios de força, pode ser benéfica para crianças e adolescentes

obesos no que diz respeito a prevenção de doenças crônico-degenerativas (YU et

al., 2008; ROSSETTI; BRITTO; NORTON, 2009).

Para essa característica interventiva, pautada principalmente e/ou

exclusivamente nos exercícios físicos sob domínio energético aeróbio, crianças

com excesso de peso podem melhorar a composição corporal (YU et al., 2008;

ZORBA; CENGIZ; KARACABEY, 2011), capacidade cardiorrespiratória (CALI;

CAPRIO, 2008; TRIKI et al., 2013); o nível de insulina (SHAIBI; CRUZ, 2006;

ZORBA; CENGIZ; KARACABEY, 2011); bem como o perfil lipídico (ZORBA;

CENGIZ; KARACABEY, 2011). Adicionalmente, pesquisas apontam que aspectos

clínicos e capacidades físicas podem influenciar no rendimento escolar

(KOUTEDAKIS, 2003).

É reconhecido que exercícios físicos de força planejados

adequadamente, exercem um papel importante no combate a obesidade e

contribuem para o aumento da força e outras capacidades físicas em crianças,

além do crescimento e desenvolvimento dentro do esperado (RHEA, 2009). Assim

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também são observados progressos na coordenação global, resultantes da

otimização na função neural da criança são verificáveis e contribuem na redução

de lesões, como também, nas adaptações coordenativas exigidas em virtude das

mudanças morfológicas aceleradas durante essa fase da vida (RHEA, 2009).

Adicionalmente, melhorias na densidade óssea são observadas em

crianças praticantes de algumas modalidades esportivas (ZARICZNYJ et al.,

1980; VIRVIDAKIS et al., 1990). Entretanto, o exercício físico pode ser um fator

desconfortável para os menos aptos, o que pode ser um fator limitante a prática

de qualquer atividade corporal, pois para obter as melhorias nas capacidades

condicionantes ou coordenativas, invariavelmente é necessário romper a

homeostase, conforto e segurança. Por isso, é reconhecido que para melhoria do

equilíbrio corporal é necessário que as atividades contemplem componentes que

levem ao desequilíbrio, fator que, em muitos casos, por múltiplas experiências de

insucesso, podem ter marcado negativamente esses indivíduos, criando uma

adversidade às práticas corporais mais desafiadoras.

Particularmente para os obesos, a comorbidade pode levar a um

quadro mais grave, pois, além dos componentes condicionantes diminuídos

(DUARTE, 1995), sua maturação biológica tende a ser antecipada (BUTTE;

GARZA; DE ONIS, 2007; FERREIRA; NÓBREGA; FRANÇA, 2009; FERRARI et

al., 2013) o que pode deixar o indivíduo destacado em um grupo. Estratégias

metodológicas devem ser adotadas para minimizar esses efeitos, e tornar a

atividade em conjunto, aos olhos da cultura corporal, o mais homogêneo possível

(PCN’S, 1997). Evidenciar os pontos positivos, nos quais as qualidades ou

vantagens apareçam e minimizar as dificuldades e limitações de cada indivíduo,

são componentes fundamentais nesse processo (PCN’S, 1997).

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Modelos de programas com exercícios físicos são propostos na

literatura, com o intuito de otimizar a qualidade de vida de crianças. Estratégias

pedagógicas de exercícios físicos complementares a carga horária regular da

escola tem sido ressaltadas (ELIAKIM et al., 2002; ALVES et al., 2008;

NASCIMENTO et al., 2012); fatores quantitativos, no incremento no número de

sessões, como também, na qualidade, abordando estratégia de oferecer

variações e aumento do número de movimentos dentro da carga horária já

trabalhada na escola e otimizar o tempo na preparação das sessões com

exercícios (VEUGELERS; FITZGERALD, 2005; SALLIS et al., 2012; ZORBA;

CENGIZ; KARACABEY, 2011). Nesse sentido, Guedes e Guedes (1996)

posicionam-se quanto a maior relevância dos aspectos qualitativos. Os autores

defendem que para produzir modificações benéficas nos parâmetros morfológicos

e funcionais em crianças, os objetivos das intervenções devem ser na qualidade e

quantidade de estímulos motores em cada sessão, isso se faz necessário antes

da mudança do foco para discussão do aumento no número de sessões.

Outros estudos concentraram seus objetivos na abordagem usando

diferentes metodologias como: modalidades esportivas (TRIKI et al., 2013),

ginástica geral (ALVES et al., 2008; JARANI et al., 2015), jogos (ALVES et al.,

2008; JARANI et al., 2015) e educação física escolar tradicional (JARANI et al.,

2015) , na comparação da sua eficácia, frente aos parâmetros relacionados a

saúde. Entretanto, não existe uma abordagem consistente para orientar a forma

ideal de intervenção com exercícios físicos no ambiente escolar (KRIEMLER et

al., 2011; BONVIN et al., 2013), tendo o presente estudo a importante

característica quanto a proposta para a organização das sessões de exercícios

físicos, com foco no atletismo.

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Deste modo, uma maior compreensão da efetividade dos programas de

exercícios e orientações nutricionais no público infantil, torna-se interessante,

particularmente no intuito de trazer subsídios para os Educadores Físicos,

visando uma maior qualidade de vida, especificamente para o público infantil.

1.3 Atletismo

Especialmente pelas limitações motoras impostas cada vez mais cedo

pela modernidade, não é raro observar crianças com dificuldades para executar

movimentos simples como: arremessar, saltar e até mesmo correr. Essas

dificuldades podem ser herdadas para fase adulta e algumas dessas, podem

instaurar traços definitivos, se não corrigidos no período adequado (BAR-OR,

1983).

A prática esportiva quando administrada de forma organizada constitui-

se de uma estratégia interessante para o envolvimento da criança na inclusão de

hábitos saudáveis (GALLOTTA et al., 2009). Dentre os desportos, o atletismo tem

uma posição de destaque para o público pediátrico. A prática é denominada

esporte-base, pois é fundamentalmente constituída de movimentos naturais do

ser humano, tais como correr, saltar e lançar (CBAt, 2015), sendo que, estas

devem ser o foco das intervenções nessa fase da vida (KIRSCH et al., 1984).

O esporte é constituído oficialmente por provas de pista (corridas), de

campo (saltos e lançamentos), combinadas (como o decatlo e o heptatlo), o

pedestrianismo (corridas de rua), corridas em campo (cross country), corridas em

montanha e marcha atlética. A modalidade recebe inúmeros incentivos de

projetos internacionais promovidos pela Associação Internacional das Federações

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de Atletismo (IAAF) no intuito de diferenciar dos padrões oficiais, visando torna-la

mais atrativa ao público infantil. E em conjunto com outros órgãos elaborou em

2001 o mini-atletismo, com o propósito de popularizar o esporte (CBAt, 2015).

O objetivo das ações visa tornar a modalidade individual mais

praticada nas escolas, como também, oferecer uma prática distante de qualquer

seleção ou especialização precoce. Em 2005 a IAAF instituiu a “Política de

Atletismo Global para os Jovens”, sendo que tal programa tem o intuito de difundir

a modalidade para toda vida escolar e promover eventos principalmente nas

escolas, zelando pela motivação, promoção da saúde e interação social (CBAt,

2015).

Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s),

proposta atual que direcionam as ações pedagógicas do professor no âmbito

nacional, sendo que, esse documento, sugere o atletismo como proposta de

conteúdo (BRASIL, 1997), que pode ser implementado como prática esportiva em

toda vida escolar, especialmente na infância, com tal prática, possibilitando o

trabalho mesmo em um ambiente físico restrito e com materiais de baixo custo,

geralmente encontrados na própria escola. Com criatividade e improvisação os

profissionais que atuam na educação infantil, tem a possibilidade de ofertar uma

prática atrativa, motivadora e com ricas experiências motoras voltadas as

habilidades fundamentais. Adicionalmente por volta dos 6-8 anos de idade é

compreendido o período ideal para iniciação esportiva do atletismo (TUBINO,

1979), sendo considerada uma das práticas esportivas com início mais precoce.

Infelizmente essa prática, que é componente básico para quase todas

as práticas esportivas, não está incorporada como deveria na educação básica

nacional, por diversas razões, dentre elas as culturais, educacionais e

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posteriormente sociais e econômicas (KIRSCH et al., 1984; CLÓVIS MARCELO

SEDORKO; FABIANE DISTEFANO, 2012).

1.4 Maturação Biológica e Capacidades Físicas

A infância é caracterizada pelas constantes mudanças dimensionais e

velocidade de crescimento distintos, esperada para cada fase, onde, caracteriza-

se por um padrão sigmoide de desenvolvimento, com grandes variações nos dois

primeiros anos de vida e durante o estirão do crescimento, sendo este, por volta

dos onze anos para os meninos e nas meninas um pouco antes (GUEDES, 1996).

Especificamente, nas crianças de seis a dez anos, fase denominada de

terceira infância, é caracterizada por incrementos lentos e estáveis na estatura e

massa corporal (MALINA, 1991; GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

Embora as variações antropométricas estejam em um ritmo mais lento, se

comparados a outras fases, algumas crianças chegam a ter incremento de

estatura entre 2,5 e 7,6 cm e massa corporal variando de 2,2 a 3,6 kg ou mais

anualmente, podendo duplicar seu peso corporal médio (PAPALIA; OLDS;

FELDMAN, 2009).

A terceira infância é caracterizada por um período de transição do

desenvolvimento motor, onde a criança passa da fase motora fundamental para

fase motora especializada. Por sua vez, essa fase caracteriza-se por ter como

foco as habilidades motoras básicas e objetiva ao final desse processo a

excelência desses movimentos de forma coordenada e controlada (GALLAHUE;

OZMUN; GOODWAY, 2013).

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Nesse período, está em evidência grande parte das capacidades

físicas. Durante toda infância e adolescência, as capacidades coordenativas

devem estar presentes nos programas de exercícios. “Fases sensíveis” para

várias capacidades físicas coordenativas e condicionantes estão dentro do

intervalo em questão, elas são: flexibilidade, velocidade, resistência aeróbia,

coordenação e equilíbrio estático e dinâmico (WEINECK, 2005), capacidades

estas desenvolvidas ao longo do programa de exercícios físicos, delineados no

presente estudo.

Grandes cadeias musculares encontram-se em um nível de

desenvolvimento superior aos pequenos grupos, em virtude disso, a criança tende

a ter preferências de movimentos com o corpo inteiro. Tendões, ligamentos e

músculos estão ficando mais fortes, mas ainda não concluíram sua maturação,

assim grandes cargas bem como elevados volumes não devem ser

administrados. Exercícios com o peso do próprio corpo são suficientes para trazer

benefícios e configura-se de uma estratégia segura para exercícios físicos de

força (RHEA, 2009).

A resistência muscular pode ser trabalhada nesse período, embora

grande número de repetições e elevadas intensidades devam ser

desencorajados. Constituindo-se de uma estratégia interessante, esforço físico

moderado/intenso seguido de um intervalo recuperativo (RHEA, 2009).

A capacidade aeróbia ainda que em um estágio bem mais avançado de

desenvolvimento, frente ao sistema energético anaeróbio lático, esta, ainda,

encontra-se imatura. A capacidade aeróbia absoluta aos 8 anos de idade é

apenas 30-40% do valor relativo a massa corporal de um indivíduo aos 18 anos,

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entretanto, crianças se adaptam melhor a exercícios físicos aeróbios (BAR-OR,

1983).

Estudo dirigido por Pelegrini et al (2011) com o banco de dados do

Projeto Esporte Brasil de 7.507 escolares de 7 a 10 anos, mostrou que para

flexibilidade, força/resistência muscular e aptidão cardiopulmonar,

aproximadamente 96% das crianças encontravam-se abaixo dos níveis

satisfatórios para manutenção da saúde, em pelo menos uma das referidas

capacidades. Adicionalmente, foi observado baixos níveis para as capacidades

físicas condicionantes inerentes a mesma faixa etária (TORNQUIST et al., 2014).

É reconhecido que, o quadro clínico, especificamente no que diz

respeito ao acúmulo de gordura corporal, influência de maneira potencial no

crescimento e desempenho motor das crianças, mesmo em habilidades motoras

fundamentais (ARAÚJO , PETROSKI, 2001; BERLEZE; HAEFFNER; VALENTINI,

2007). Maiores problemas, são observados quando o quadro de obesidade nas

crianças apresenta início mais precoce, principalmente para o equilíbrio e

potência muscular de membros inferiores (CASTETBON; ANDREYEVA, 2012).

Outros estudos sem êxito procuraram estender tais relações às habilidades

motoras finas (WAGNER; KASTNER; PETERMANN, 2011; CASTETBON;

ANDREYEVA, 2012).

Atenção especial deve ser direcionada para os indicadores de saúde

como a flexibilidade, que em níveis indesejáveis, podem trazer desconfortos e

limitações para o desenvolvimento de atividades cotidianas, especialmente em

pessoas obesas (ACSM, 2014). As crianças com baixo nível dessa capacidade

podem apresentar quadros clínicos de dores nas costas e problemas posturais

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(SIBELLA et al., 2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; OLIVEIRA et al., 2004;

KUSSUKI; JOÃO; CUNHA, 2007).

Adicionalmente, estudos longitudinais revelaram que crianças com

baixos níveis de flexibilidade na infância reportaram mais dores nas costas,

principalmente na região lombar e cervical na fase adulta (SIBELLA et al., 2003).

O mesmo pode apresentar-se com maior complexidade, quando associados a

outros distúrbios ortopédicos induzidos pelo próprio excesso de peso, mesmo nos

primeiros anos de vida (KUSSUKI; JOÃO; CUNHA, 2007), sendo que esses

podem ter origens na instabilidade e aumento da exigência mecânica no

cotidiano, embora esses efeitos biomecânicos nessa população necessitem de

maiores esclarecimentos (SIBELLA et al., 2003).

Aspecto muito comum em crianças inativas é a carência de força

muscular, sendo que, níveis abaixo dos recomendados promovem inúmeros

reflexos negativos para o desenvolvimento da criança, dentre eles, pode-se

destacar o equilíbrio estático e dinâmico, problemas articulares, limitação ou até

mesmo incapacidade na ação de diversas atividades cotidianas e esportivas

(CASTETBON; ANDREYEVA, 2012). De maneira geral, a força muscular compõe

toda ação motora e é principalmente por meio dessa capacidade que encontra-se

o ponto limítrofe físico e psicológico de toda ação motora. A força desenvolve

ação determinante nas capacidades físicas relacionadas a aptidão para saúde

geral e/ou desempenho desportivo, mesmo em crianças.

Neste sentido, atividade/exercício físicos devem ser estimulados

principalmente na infância antes dos 10 anos, pois, nessa fase, pequenos ajustes

causam impactos substanciais nas variáveis manipuladas, em comparação as

mesmas intervenções feitas em adultos (NEGRÃO et al., 2000).

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Para a capacidade física da força/resistência de força, comumente é

proposto em adultos obesos como estratégia de combate à doença, programas de

treinamento de força visando o ganho/manutenção da massa muscular, para

contribuir positivamente no metabolismo basal. Em crianças, as justificativas para

prescrição são distintas, pois o seu metabolismo anaeróbio lático encontra-se

pouco desenvolvido, consequentemente as atividades propostas com ênfase na

força, tendem a ser desestimulantes se a sessão não estiver condizente com suas

capacidades. Os objetivos em um programa de exercícios no trabalho da força e

resistência de força para crianças, voltam-se as adaptações neurológicas e/ou

neurais, promovendo ganhos de força relativa, semelhante a adaptações

desenvolvidas em adultos (RHEA, 2009). Entretanto, grande parte dos estudos de

intervenção prioriza a aptidão cardiorrespiratória para abordagem em crianças,

sendo tal apontamento observado em uma importante revisão sistemática

(ESCALANTE et al., 2009). Um dos motivos para essa preferência pode ser

justificável por motivos maturacionais, pois, o sistema aeróbio e anaeróbio alático

na criança, mesmo em seus primeiros anos de vida, encontra-se em um

avançado estágio de desenvolvimento, já com características histológicas

semelhantes ao tecido muscular de adultos (BAR-OR, 1983).

Em relação às capacidades anaeróbias, a se destacar os exercícios de

força, pesquisas apontaram ganho de força máxima e resistência de força em

planejamentos voltados para exercícios com maior número de repetições 13-15

repetições máximas (RM) em comparação com séries mais curtas 6-8 RM (RHEA,

2009). Capacidades físicas voltadas para modalidades esportivas, como a

agilidade e velocidade também podem ser otimizadas com a ampliação da força

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muscular em crianças (RHEA, 2009). Entretanto, o pico para agilidade se dá mais

tardiamente a partir dos 10 anos de idade (WEINECK, 2005).

Entre as capacidades físicas das crianças e adolescentes, a agilidade e

velocidade relacionam-se ao desempenho motor e esportivo (PROESP-BR,

2012). Tais competências, associadas à resistência de força, força muscular e

coordenação melhoram também a saúde, além de reduzir a incidência de lesões

(RHEA, 2009), sendo que, programas de exercícios físicos voltados ao referido

público deve comtemplar esses componentes, entretanto, com baixos níveis de

exigência para não comprometer o desenvolvimento saudável.

Muitos instrumentos são reportados na literatura para controle e

balizadores dos níveis de aptidão física em crianças e adolescentes, dentre os

quais: The President’s, Stands for National Children and Youth Fitness Study,

Fitnessgram, American Alliance for Health, Physical Education, Recreation &

Dance e Eurofit. Tais baterias, se propõem a obtenção dos valores de referências,

para eventuais comparações internacionais dos dados.

No cenário nacional, o PROESP-Br que traduz uma bateria que

possibilita sua aplicabilidade em ambientes com infraestruturas básicas, como

também a proposta contempla materiais de baixo custo, além de oferecer

adaptações para os recursos de maior custo. Os critérios para realização dos

testes são simples, e contém um amplo suporte pedagógico para todas as etapas

e objetivos avaliativos, que vão desde a coleta e tabulação até a identificação de

talentos esportivos, valendo ressaltar que, a bateria flexibiliza sua utilização para

portadores de Síndrome de Down, como previamente publicado (PROESP-BR,

2012).

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Ademais, a tabulação dos dados fornecidos pelos usuários alimenta

uma rede com ampla divulgação nacional, sendo que, os mesmos apoiam-se em

mais de 100.000 avaliações realizadas, sendo bastante apropriado como fator de

comparação e execução em grandes números de escolares brasileiros

(PELEGRINI et al., 2011b).

Diferenças antropométricas e no desempenho motor em crianças são

atribuídas a fatores biológicos e ambientais. Entretanto, a magnitude dessas

mudanças de um ou outro aspecto precisa ser sistematicamente entendida de

maneira mais ampla e aprofundada. O entendimento desses fatores em crianças

é uma ferramenta importante para quantificar o desempenho motor intra e inter

indivíduos, mas, sobretudo, utilizar essas informações com propósitos

pedagógicos e metodológicos, como também para monitoramento do

desenvolvimento motor a esse público (GUEDES; GUEDES, 1996).

Existe uma carência de estudos investigando os efeitos de programas

de exercícios físicos complementares à educação física escolar (OLIVEIRA;

TOLOCKA; MARCO, 2012), elaborados baseados nos fundamentos do atletismo

e capacidades físicas relacionadas à saúde e desempenho motor de crianças

com sobrepeso e obesidade.

Nesse sentido, esse estudo teve como foco investigar: i) o status

clínico e funcional de crianças com excesso de peso; ii) quantificar e qualificar a

intervenção realizada no que diz respeito ao programa de exercícios físicos.

A hipótese deste estudo é que um programa de exercícios físicos,

tendo como princípio a sistematização das sessões de exercícios e capacidades

físicas relacionadas, utilizando-se como base o atletismo, proporciona melhoria na

composição corporal e capacidades físicas de crianças com excesso de peso.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar o impacto de um programa de exercícios, usando a

modalidade do atletismo sobre a composição corporal e níveis de aptidão física

em crianças com sobrepeso ou obesidade.

2.2 Objetivos Específicos

- Comparar as respostas ao treinamento de 10 semanas sobre a

antropometria das crianças, com medidas de massa corporal, estatura,

circunferência da cintura, circunferência do braço e dobra cutânea tricipital.

- Verificar os efeitos de um programa de exercícios físicos nas

capacidades físicas flexibilidade, força explosiva, resistência de força abdominal,

aptidão cardiorrespiratória, agilidade e velocidade.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este projeto trata-se de uma pesquisa experimental, que foi realizada

no município de Saltinho, interior do Estado de São Paulo. De acordo com o IBGE

(2014), o município tem área da unidade territorial de 99,738 km2 e população de

7714 pessoas. O projeto foi realizado com crianças de duas escolas municipais,

sendo que, ambas são as únicas responsáveis pela formação do primeiro ciclo do

ensino fundamental do município e contemplam os mesmos profissionais de

educação física e nutricionista no seu quadro funcional efetivo.

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3.1 Casuística

Participaram do estudo 60 crianças, sendo 32 do gênero masculino e

28 do gênero feminino, monitorados ou integrados num programa de exercício

físico com o acompanhamento de profissionais de educação física, durante 12

semanas.

Os participantes foram selecionados de acordo com os seguintes

critérios de inclusão: i) idade entre 6 e 9 anos e 11 meses; IMC maior que

percentil 85 de acordo com a OMS (2007); ii) aparentemente saudáveis; iii) não

engajados a programas de exercícios físicos, exceto as aulas regulares de

educação física na própria escola.

Foram considerados como critérios de exclusão: i) doença crônica

descompensada; ii) estar em tratamento clínico; iii) participação em outros

programas de exercícios físicos; iv) não cumprimento as exigências do protocolo

do estudo com relação a frequência mínima de 85% nas aulas de educação física

regular.

Os voluntários foram subdivididos em dois grupos, sendo considerado

o grupo inserido ao programa de exercícios físicos e grupo controle: i) grupo

controle (GC), composto de voluntários de ambos os gêneros que não foram

submetidos ao programa de exercícios n=22, idade de 8,95 1,12 anos, sendo 12

meninos, 3 com sobrepeso e 9 obesos e 10 meninas sendo 4 com sobrepeso e 6

obesas; ii) grupo intervenção (GI) composto de voluntários de ambos os gêneros

e que sofreu a intervenção com exercício físico n=38, idade de 8,84 1,09 anos,

sendo 21 meninos, 4 com sobrepeso e 17 obesos e 17 meninas sendo 7 com

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sobrepeso e 10 obesas. Os grupos foram monitorados quanto à saúde geral e a

manutenção da frequência nas aulas de Educação Física Escolar.

Todos os responsáveis preencheram e entregaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo A). O presente estudo faz

parte de um projeto aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade

Metodista de Piracicaba (UNIMEP) - Protocolo 49/13 (Anexo B).

3.2 Desenho Experimental

O protocolo experimental foi realizado no primeiro semestre de 2014.

No semestre anterior 2013/02 foi realizado um projeto piloto com crianças da

mesma faixa etária no município e matriculadas nas mesmas escolas. O estudo

transcorreu em 30 semanas.

i) projeto piloto

ii) semana 0 a semana 5 a triagem;

iii) semana 6 e semana 18 antropometria e testes de aptidão física;

vi) semana 7 a semana 17 intervenção com exercícios físicos.

O projeto piloto constituiu-se: i) acompanhamento, planejamento e

desenvolvimento de múltiplas atividades pedagógicas com crianças em faixa

etária semelhante; ii) aprimoramento na execução dos procedimentos avaliativos

do Manual do PROESP-Br 2012 em um projeto com características semelhantes

ao estudo; iii) treinamento da equipe de auxiliares (professores de educação

física) que trabalharam na coleta dos dados.

Para a triagem (Figura 1) foi realizado um cadastro junto à

coordenação da escola e a idade cronológica dos voluntários foi determinada de

forma centesimal tendo como referência a data de nascimento e a data de coleta

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dos dados. Adicionalmente, foi mensurada a massa corporal e estatura de todos

as crianças do ensino fundamental I ciclo do município de Saltinho – SP; que

traduziu um rol de 572 alunos, posteriormente classificados de acordo com as

recomendações previamente publicadas quanto ao IMC (OMS, 2007), no intuito

de traçar o perfil nutricional da população.

Considerando os critérios de inclusão previamente descritos, foram

selecionados 72 alunos, sendo apresentado aos pais e/ou responsáveis dos

mesmos:

i) questionário de avaliação de saúde (Anexo C);

ii) convites com horários diversificados de reuniões;

iii) resultados das avaliações da triagem;

iv) informativos gerais relacionados aos dias e horários das aulas,

vestimentas adequadas, dentre outros;

v) TCLE.

Paralelamente às ações, nove reuniões para apresentação da

proposta, foram realizadas com os pais e professores imediatos. Também fez

parte dos esforços de recrutamento: ligações diretas aos pais bem como,

palestras e integração com projetos paralelos desenvolvidos pela escola com

envolvimento dos pais e/ou responsáveis. O convite a todos os enquadrados nos

critérios de inclusão foi amplo, mas por diversos motivos não houve uma adesão

integral, destacando-se:

i) falha no transporte público no horário determinado às atividades;

ii) violência no trânsito;

iii) indisponibilidade dos responsáveis para o translado das crianças;

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iv) atividades pedagógicas paralelas; ressalta-se que foi realizado

pesquisa junto ao município, empresas prestadoras de serviços e centro

comunitário para adequação dos horários e dias das atividades.

Diante do cenário, 43 alunos foram alocados na intervenção com

exercício físico, onde dois foram afastados por recomendações médicas,

especificamente na décima sessão; dois alunos foram afastados devido ao

transporte público, já que este deixou de ser oferecido pelo município; um aluno

não cumpriu a determinação da frequência < 80% durante as aulas, sendo que,

este foi excluído dos resultados, mas não do programa.

A decisão de possibilitar a continuidade no projeto para o voluntário

que não atingiu a participação mínima exigida para a contemplação nos

resultados do projeto, foi considerada, no sentido de, promover a manutenção da

integração do mesmo no projeto.

O grupo controle foi composto por 22 indivíduos cujos

responsáveis/voluntários mostraram-se interessados em fazer parte da pesquisa,

mas com disponibilidade parcial para exigência do protocolo experimental.

Ressalta-se que, no grupo controle, os alunos cumpriram todas as

recomendações e não houve perda amostral.

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FIGURA 1: Organograma da triagem, organizado por critério de seleção dos

grupos interventivo e controle.

3.3 Avaliação Antropométrica

A balança antropométrica utilizada para realizar as medidas da massa

corporal com precisão de 100 (g) e estatura com precisão de 0,5 (cm) foi a

Filizola® com estadiômetro acoplado.

Para as medidas de espessuras de dobras cutâneas foi utilizado o

compasso de dobras cutâneas de marca Lange® com precisão de 1 (mm). Os

critérios utilizados para demarcação da dobra foram os propostos for Frisancho

175 CRIANÇAS ENTRE 6-10 ANOS SOBREPESO OU OBESO

SEDENTÁRIOS

572 CRIANÇAS MATRICULADAS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE SALTINHO-SP (2 ESCOLAS)

286 CRIANÇAS EUTRÓFICOS OU FISICAMENTE ATIVOS 89 ESCOLARES FORA DA FAIXA ETÁRIA 6-10 18 FALTARAM NOS DIAS DESTINADOS A AVALIAÇÃO 4 DOENÇAS CRÔNICAS DESCOMPENSADAS

77 CRIANÇAS

43 CRIANÇAS

GRUPO

INTERVENÇÃO

110 CRIANÇAS FORAM EXCLUIDAS POR

MOTIVOS DIVERSOS: INCOMPATIBILIDADE DE

HORÁRIOS DOS RESPONSÁVEIS, VIOLÊNCIA,

TRÂNSPORTE PÚBLICO INEFICIENTE, ENTRE

OUTRAS.

22CRIANÇAS

GRUPO

CONTROLE

5 DESLIGAMENTOS:

3 POR DOENÇAS

1 TRANSPORTE

1 INGRESSOU EM

OUTRO PROGRAMA

0 PERDAS

NÃO HOUVE

DESLIGAMENTOS

38CRIANÇAS

GRUPO

INTERVENÇÃO

22 CRIANÇAS

GRUPO

CONTROLE

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(1990), que utilizou a dobra cutânea do tríceps e circunferência do braço. Os

pontos considerados para a medida foram a distância média entre os pontos

anatômicos da borda lateral do acrômio e o olécrano, demarcado na região

posterior do braço, e para circunferência o ponto mesoumeral. Uma fita métrica

metálica Sanny® de 2 (m) com precisão de 0,1 (cm) foi utilizada para aferição da

circunferência abdominal, onde o ponto considerado, foi o ponto médio entre a

última costela e a crista ilíaca.

Para mensuração da envergadura a fita métrica foi anexada

paralelamente ao solo em uma parede plana e sem rodapé seguindo orientações

previamente publicadas (PROESP-Br, 2012).

A bateria de testes foi dividida em dois dias consecutivos, sendo, no

primeiro, iniciado com a avaliação antropométrica: massa corporal (Kg), estatura

(m), dobra cutânea tricipital (mm), perimetria do braço (cm), abdome (cm) e

envergadura (cm). Ressalta-se que, todas as medidas foram realizadas pelo

mesmo avaliador.

3.4 Testes de Aptidão Física

Os participantes receberam orientação prévia a não realizar qualquer

esforço físico vigoroso durante os dias de realização dos testes, orientações

quanto a vestimenta adequada e uso de acessórios e produtos que pudessem

interferir nas avaliações. Toda bateria de testes foi realizada entre 14 – 16 h para

que não houvesse influencias circadianas.

No primeiro momento foram feitas todas as medidas antropométricas,

como também os testes das capacidades físicas: força abdominal, flexibilidade,

agilidade e velocidade, respectivamente nesta ordem.

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No segundo dia, a bateria foi composta pelo teste de salto horizontal,

arremesso de medicine ball, correr e andar 6 minutos, seguindo a ordem e

respeitando um intervalo mínimo de 5 min entre a execução dos testes físicos e

90 a 120 segundos para os testes com mais de uma tentativa.

Vale ressaltar que, todos os testes foram realizados por uma equipe

previamente treinada, de educadores físicos, onde foram divididas as funções e

as execuções para cada teste, sendo todos os referidos testes, executados pelo

mesmo avaliador. Ademais, foram realizados exercícios físicos padronizados de

aquecimento como previamente publicado (PROESP-Br, 2012).

3.4.1 Sentar-e-alcançar (Flexibilidade)

Material: banco padronizado de acordo com as recomendações do

PROESP-Br (2012) e colchonete.

Procedimentos e orientações: joelhos estendidos e as mãos

sobrepostas, com o avaliado descalço. Sentado a frente da escala, com os pés

completamente em contato com a base do banco, o avaliado inclinou-se e

estendeu as mãos para frente, sendo orientado a tentar alcançar a maior distância

possível na escala. O avaliado permaneceu na posição o tempo necessário para

a distância ser anotada, ao comando do avaliador.

Foram realizadas duas tentativas, sendo considerada a posição mais

longínqua alcançada na escala, essa sendo registrada em centímetros (cm) com

uma casa após a vírgula, o intervalo recuperativo não foi adotado para esse teste,

sendo a segunda medida tomada, imediatamente após a primeira.

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3.4.2 Teste abdominal sit up (Resistência Muscular Localizada Abdominal)

Material: colchonete e cronômetro.

Procedimentos e orientações: o avaliado foi posicionado em decúbito

dorsal em uma superfície de apoio confortável com os joelhos flexionados a 45

graus e com os braços cruzados sobre o tórax. O avaliador auxiliou segurando os

tornozelos do avaliado fixando-os ao solo para estabilizar o movimento. Ao sinal o

avaliado iniciou os movimentos de flexão do tronco até o ponto que tocou com os

cotovelos nas coxas, retornando a posição inicial, somando assim as repetições

válidas.

Foi orientado ao voluntário realizar o número máximo de repetições

completas em um tempo cronometrado de 1 minuto. Para o teste foi computado o

número de repetições completas, sendo que, o aluno foi motivado durante toda

realização do teste.

3.4.3 Salto Horizontal (Força Explosiva de Membros Inferiores)

Material: trena de 5 metros com precisão de 1 cm e fita adesiva branca.

Procedimentos e orientações: A trena foi fixada ao solo, sendo que, no ponto zero

da fita foi marcada uma linha de partida. O avaliado colocou-se imediatamente

atrás da linha de partida, com os pés paralelos, ligeiramente afastados

lateralmente, joelhos semi-flexionados e tronco ligeiramente projetado à frente. Ao

sinal o avaliado foi orientado a saltar a maior distância possível e aterrissar com

os dois pés simultaneamente, e os alunos foram orientados a utilizarem os braços

a fim de que os mesmos auxiliassem no movimento de impulsão.

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Foram realizadas duas tentativas, onde foi considerado a maior

distância entre a linha de partida e o calcanhar mais próximo da mesma, sendo a

medida registrada em centímetros com uma casa depois da vírgula.

3.4.4 Arremesso de Medicine ball (Força Explosiva de Membros Superiores)

Material: trena de 10 metros com precisão de 1 cm, bola de medicine

ball de 2 kg e dois colchonetes foram utilizados para o desenvolvimento do teste.

Procedimentos e orientações: Foi fixada ao solo perpendicularmente a

uma parede e na aresta entre a trena e a parede foi marcado o ponto zero da

metragem. O avaliado foi orientado a sentar-se com as costas totalmente em

contato com a superfície da parede com os joelhos estendidos e as pernas

unidas, as superfícies foram acolchoadas pelos colchonetes. Segurando a

medicine ball junto ao peito com os braços abduzidos e cotovelos flexionados. Ao

sinal do avaliador, o avaliado lançou a bola à maior distância possível, mantendo

a posição inicial do tronco, e sendo orientado a executar o arremesso, no qual, a

bola desenvolvesse uma trajetória linear e o mais distante possível.

Foram realizadas duas tentativas e computada a que atingiu a maior

distância, e a mesma foi registrada em centímetros com uma casa após a vírgula.

Como estratégia para facilitar a marcação, utilizou-se um pó branco aplicado a

superfície da bola para evidenciar o primeiro contato da mesma com o solo.

3.4.5 Teste do Quadrado (Agilidade)

Material: um cronômetro, uma fita adesiva branca e quatro cones de 50

cm.

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Procedimento e orientações: Foi demarcado com a fita adesiva no local

de testes um quadrado de quatro metros de lado; o piso escolhido para execução

do teste era antiderrapante, nas arestas do quadrado foi fixado os cones e

demarcado com a fita adesiva, uma linha de partida foi fixada ao solo

obliquamente a um dos cones que marcou a partida do teste.

Os avaliados partiram da posição de pé, com uma perna avançada à

frente e imediatamente atrás da linha de partida, os mesmos foram orientados a

tocar em todos os cones no menor tempo possível e executando as mudanças de

direção sempre no sentido horário; para facilitar a localização e explicação do

teste foram fixados no solo, facilitadores de orientação desenvolvidos com fita

adesiva branca no formato de “seta” e anexados no sentido do deslocamento;

também fez parte da preparação a verbalização do trajeto pelo avaliado que iria

ser percorrido. O cronômetro foi disparado quando o avaliado tocou o primeiro pé

dento do quadrado e travado quando tocou o quarto cone com uma das mãos.

Ressalta-se que, foram executadas duas tentativas e para fins de

avaliação o menor tempo de execução, foi registrado o resultado em segundos e

centésimos de segundo.

3.4.6 Corrida de 20 metros (Velocidade)

Material: uma fita adesiva branca, uma fita métrica e um cronômetro.

Procedimentos e orientações: em uma superfície plana, antiderrapante

foram marcadas 3 linhas com fita adesiva branca, sendo, a primeira marca de

saída, o ponto seguinte foi feita uma discreta marcação aos 20 metros da linha de

partida e 2 metros à frente foram colocados 2 cones lateralmente a pista e com

um distanciamento lateral de 2 metros entre eles.

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O avaliado foi orientado a se posicionar imediatamente atrás da linha

de partida e se deslocar com a maior velocidade possível até o ponto de

referência ao final da pista (cones). O cronômetro foi acionado imediatamente

após o avaliado tocar com um dos pés após a linha de partida e travado quando o

avaliado ultrapassou a segunda linha. Os cones como referência ao avaliado são

importantes para que o mesmo mantenha uma aceleração até o fim dos 20

metros. O tempo foi registrado em segundos e centésimos de segundo.

3.4.7 Teste da corrida/caminhada dos 6 minutos (Aptidão

Cardiorrespiratória)

Material: um cronômetro, uma fita métrica e material de anotação.

Para o teste foi utilizado uma quadra poliesportiva com dimensões 19 x 28 m de

área útil como circuito, que foi previamente marcada com 4 cones nas

extremidades e também foram feitas marcações auxiliares a cada 5 metros

indicando a metragem parcial do circuito.

Procedimentos e orientações: Os alunos foram divididos em pequenos

grupos de 4 indivíduos, sendo orientados previamente a se hidratarem, como

também de tentar manter a maior velocidade em todo percurso e da maneira mais

uniforme possível durante todo o teste, e que seriam orientados do transcorrer do

tempo no minuto 2, 4 e que iria soar o apito no último minuto de teste e ao final,

um último apito, com este, o aluno ficou imóvel no local até que o avaliador

registrasse a distância total percorrida.

As voltas completas no circuito foram registradas com o somatório dos

lados da quadra e para distâncias parciais as marcas previamente registradas na

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pista e adicionado a distância do aluno a marca. Para o teste foi utilizada a

estratégia de formar grupos de 4 avaliados com idade cronológica semelhante.

3.5 Intervenção com Exercício

A intervenção com exercícios físicos constituiu-se de 10 semanas

consecutivas, com duas sessões semanais de duração aproximada de 65 min

cada e intervalo mínimo de 48 horas entre elas, as mesmas foram distribuídas em

blocos, esses particionados em quatro sessões, no intuito de organizar de forma

funcional as prioridades no trabalho das capacidades físicas, sendo que, ao final

de cada bloco foram realizadas reuniões com a equipe de planejamento para

avaliação geral.

A estruturação da sequência pedagógica e articulação entre as formas

de progressão dos conteúdos foram seguidas de acordo com orientação prévia

(MESQUITA, 2004). Foi comtemplado todo conteúdo conceitual básico do

atletismo das corridas, saltos, arremessos bem como os gestos esportivos

inerentes do esporte. Vale ressaltar que, mesmo o esboço inicial sendo

construído previamente a intervenção, o mesmo constituiu-se com possibilidades

de flexibilidade, pela sensibilidade no trato das diversas variáveis do trabalho

realizado com crianças.

3.5.1 Formação dos Grupos para o Desenvolvimento das Atividades das

Aulas

Não houve nenhum tipo de separação inicial para o grupo submetido a

intervenção. No entanto, pela heterogeneidade da amostra, em algumas sessões

foi necessário a separação por grupos respeitando: i) idade biológica, pois

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pressupõe-se pela dimensão temporal, semelhanças na aptidão física e

habilidades motoras; ii) resultados nos testes iniciais e avaliação somativa das

sessões; iii) padrões comportamentais, nunca em detrimento aos anteriores; iv)

estratégias para otimizar o gasto energético. O monitoramento por mais de um

professor aconteceu em algumas sessões. O trabalho com grandes grupos e

faixas etárias diferentes é desafiador, mas com alguns cuidados metodológicos e

didáticos como: organização, clareza na comunicação, estabelecimentos de

limites no respeito mútuo, é possível o trabalho com essas características.

3.5.2 Divisão das Sessões

No que diz respeito ao planejamento da intervenção, e as prioridades

das capacidades físicas desenvolvidas em cada sessão, bem como, os pontos de

controle e planejamento, foi delineado: as sessões foram divididas em ordem de

prioridade qualitativa, sendo 5½ sessões destinadas a coordenação, 4½ sessões

destinadas ao treinamento de força, 4 sessões para avaliação das capacidades

físicas e avaliação antropométrica, 4 sessões para resistência aeróbia, 3½

sessões destinadas para agilidade e 3 sessões separadas para flexibilidade. Na

divisão por demanda energética, foram sistematizadas as atividades, a levar em

consideração as características das sessões (Figura 2). Adicionalmente, houve

estímulo a hábitos saudáveis, mas não foi realizada orientação nutricional.

3.5.3 Estratégias Utilizadas para Dinamizar as Sessões

Previamente nas primeiras sessões, o grupo interventivo foi

particionado e numerado em várias possibilidades de subgrupo. Para facilitar a

memorização nas primeiras semanas, foi utilizado adesivos ilustrativos como

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recurso facilitador, e prancheta com os grupos e nomes para o professor já

previamente dividido de acordo com a proposta da atividade. Os adesivos eram

entregues e fixados a roupa do aluno na recepção das aulas, sendo utilizado

também como controle da frequência nessas sessões. Essa estratégia facilita o

trabalho com grandes grupos, como exemplo a atividade de estafeta; onde com

os grupos já previamente divididos, torna a atividade mais dinâmica, e como se

trata de um grupo com muitos componentes, o subgrupo pode ser menor, assim

todos executam o movimento proposto com maior frequência, potencializando o

gasto energético.

Os pais, alunos e professores receberam orientações quanto a

prontidão da vestimenta no início das aulas e recurso para hidratação (squeeze)

durante a aula em temperatura adequada como também a chegada sempre em

horário marcado ao final das sessões para evitar possíveis distrações por parte

dos alunos.

Grande parte do conteúdo conceitual foi verbalizado e transmitido no

enredo da própria atividade. Atendimento aos pais e outras atividades como

(relatórios de controle, percepção subjetiva de esforço, conteúdos conceituais

adicionais, entre outras), foram executados em horários não destinados as

sessões.

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FIGURA 2. Planejamento da intervenção, e as prioridades de capacidades físicas

desenvolvidas em cada sessão.

Bloco 01 Bloco 02

SESSÃO 01 SESSÃO 02 SESSÃO 03 SESSÃO 04 SESSÃO 05 SESSÃO 06 SESSÃO 07 SESSÃO 08

Controle

Controle

Coordenação Coordenação Coordenação Resistência

Aeróbia Força Agilidade

Coordenação Flexibilidade Coordenação Resistência

Aeróbia Coordenação Flexibilidade

Bloco 03 Bloco 04

SESSÃO 09 SESSÃO 10 SESSÃO 11 SESSÃO 12 SESSÃO 13 SESSÃO14 SESSÃO 15 SESSÃO16

Coordenação Flexibilidade Força Agilidade Força Resistência

Aeróbia Força Agilidade

Resistencia Aeróbia

Resistência Aeróbia

Coordenação Flexibilidade

Resistência Aeróbia

Flexibilidade Força Flexibilidade

Bloco 05 Bloco 06

SESSÃO17 SESSÃO18 SESSÃO19 SESSÃO20 SESSÃO 21 SESSÃO22 SESSÃO 23 SESSÃO 24

Coordenação Resistência

Aeróbia Força Agilidade Coordenação Força

Controle Controle

Força Flexibilidade Força Resistência

Aeróbia Força Flexibilidade

ANÁLISE PERCENTUAIS DA PERIODIZAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS

COORDENAÇÃO

25%

RESISTENCIA AERÓBIA

20%

FLEXIBILIDADE

20%

FORÇA

25%

AGILIDADE

10%

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3.5.3 Componentes qualitativos

Aspectos gerais do programa de exercício físicos

Nas sessões 01, 02, 23, 24 foram destinadas a avaliação da aptidão

física e antropométrica. A avalição diagnóstica na 01 e 02 embasou a formulação

da sequência pedagógica adotada, bem como a necessidades e potencialidades

do grupo para o desenvolvimento das atividades. A intensidade e evolução para

mudança de estratégias eram observadas ao final de cada bloco. As sessões 23 e

24 marcam o final da intervenção com exercícios, onde foram realizados todos os

testes executados no início da intervenção.

Coordenação

Nas sessões 3, 4, 5, 7, 9, 11, 17 e 21 evidenciou-se as capacidades

coordenativas, que foram desenvolvidas com bastante atenção, e considerando

todos os aspectos do exercício físico, de acordo com as necessidades expostas

pelos alunos durante as sessões e, nos gestos esportivos da modalidade

atletismo, educação postural pelo movimento, movimentos dos animais entre

outros. Esses movimentos contemplam ações psicomotoras conjugadas a

coordenação dinâmica global, ritmo, locomoção, equilíbrio, estruturação espaço

temporal e lateralidade nas diversas possibilidades de posição corporal tendo

como plano de fundo a modalidade esportiva do atletismo. Foi obedecido a

sequência metodológica adaptada do modelo previamente publicado por Kroger;

Roth, (2002), apresentado na figura 3.

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Figura 3. Sequencia metodológica dos elementos aplicados para a

sistematização da coordenação, adaptado de Kroger; Roth, (2002).

Sessões Parâmetros Tarefa coordenativas Exemplos de atividades

3 Tempo Minimizar o tempo de

execução

Corridas rasas e jogos de

estafetas, deslocamento

em velocidade

4 Tempo

5 Precisão

Maior exatidão possível Caminhada de equilíbrio,

equilíbrio de objetos,

lançamentos e

arremessos no alvo

7 Tempo /

Precisão

Maior exatidão possível

associados com menor tempo

de execução

Estafetas em equilíbrio

sobre a corda ou ao final

equilibrando objetos

9 Complexidade Resolver sequência de

exigências sucessivas

Pega-pega, Fintas,

circuito de provas com

barreiras

11 Organização Superar exigências

simultâneas

Técnica adaptada do

arremesso de disco e

martelo utilizando giros

17 Variabilidade Superar exigências ambientais

variáveis e situações

diferentes

Jogos esportivos

coletivos e prova de

revezamento

21 Carga Superar exigências de tipo

físico-condicionais ou

psíquicas

Lançamento de dardo e

arremesso de peso

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Resistência Aeróbia

As sessões 06, 10, 13, 14, 18 e 20 foram destinadas para o

treinamento de resistência aeróbia, sendo tal capacidade desenvolvida através de

jogos, brincadeiras como também foi utilizado alguns fundamentos básicos do

atletismo. A progressão da carga foi controlada através do tempo de cada

exercício, com discretos implementos no tempo total da sessão, pois cada sessão

contemplava um tempo determinado, logo esta, não permitia grandes ajustes,

embora os mesmos foram progressivos. Também foram realizados ajustes na

dinâmica das atividades, sendo tais propostas organizadas de forma

metodológica e progressiva de intensidades, ou em uma mesma atividade, mas

com adaptações nas regras para promover progressivos incrementos na

intensidade da sessão.

Força

As sessões destinadas para o treinamento de força foram realizadas

nas sessões 07, 11, 15, 17, 19 e 22, as duas primeiras sessões foram

combinadas com atividades coordenativas. Assim, nelas os exercícios foram

executados de maneira não específica a modalidade proposta. Para isso foi

desenvolvida através de exercícios de simples execução, calistênicos e

multiarticulares onde invariavelmente eram desenvolvidos com um número de

exercícios (5-7) em pequenas séries (1-2) por grupamento muscular, com número

de repetições (4-20) e pausa passiva de 50 segundos a 1,5 minutos.

Nas sessões (15, 17, 19 e 22) os exercícios foram realizados

simulando ou executando movimentos do atletismo como saltos, arremessos,

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corrida estacionária entre outras, associadas a séries simples executadas nas

sessões anteriores, sempre obedecendo um baixo número de exercícios, séries

curtas e pequeno número de repetições com intervalos passivos e ativos.

Seguindo as recomendações gerais (RHEA, 2009), para tornar os exercícios mais

atrativos, em algumas sessões usou-se a estratégia de combinar as repetições a

exercícios com plano de fundo lúdico. A sequência evolutiva de complexidade dos

movimentos nível 1 e 2 previamente publicada (RHEA, 2009).

Agilidade

Foram delineadas na sessão 08 com trabalhos mais voltados a

coordenação do que o conjunto coordenação e velocidade. Optou-se por um

trabalho com características mais específicas a partir das sessões 12, 16 e 20,

onde os exercícios propostos para agilidade já tinham sido executados diversas

vezes em atividades coordenativas diluídas nas aulas, e assim, com a segurança

necessária para fazê-lo com mais velocidade. Adicionalmente, optou-se para o

trabalho dessa capacidade física, posterior ao embasamento das sessões dos

exercícios de força e coordenação (WEINECK, 2003).

Não houve variações na bateria de exercícios propostos para agilidade,

e a intensidade foi graduada pela velocidade de execução de cada bateria, como

também, pelos intervalos entre as séries dos exercícios.

Flexibilidade

Grande parte das sessões iniciaram e/ou terminaram com grandes

variações de alongamentos. Com o intuído além de aquecimento e resfriamento,

uma forma pedagógica para as sessões específicas da flexibilidade, no

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aprendizado passivo e ativo dos movimentos, como também executados em

grupo. Todos os movimentos foram executados de forma lenta e mantendo a

posição aos primeiros sinais de desconforto no intervalo de 10 e 20 segundos,

conforme previamente preconizado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA

DO ESPORTE, 1998).

A sequência nas sessões específicas teve uma variação de 20 a 35

exercícios que contemplaram todo o corpo e ocorreram pequenas progressões no

número de exercícios, variando a complexidade e tempo de permanência em

cada posição.

3.6 Percepção de Intensidade do Esforço

Para avaliação da percepção subjetiva de esforço (PSE) durante as

sessões, foi utilizada a tabela de Borg graduada verticalmente de 6-20 pontos,

proporcionando uma medida individualizada, direta e momentânea da percepção

do esforço. A escala possui atributos verbais ao lado dos números para facilitar a

compreensão (“sem nenhum esforço”; “extremamente leve”; “muito leve”; “um

pouco intenso”; “intenso”;” muito intenso”; “extremamente intenso”; “máximo

esforço”) como previamente publicado (BORG, 1982).

De maneira randomizada, eram selecionados sete alunos por sessão

para serem submetidos à avaliação. Estes eram individualmente destacados do

grupo e indicavam o nível de esforço sentido antes das sessões de exercícios e

repetida com a percepção de esforço durante o transcorrer de todas as sessões,

sendo que, as avaliações eram realizadas sempre no início das sessões e

repetidas com pelo menos 30 minutos do pico de intensidade da aula, que

geralmente aconteceu entre 10 a 15 minutos após as sessões.

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A avaliação da PSE foi aplicada apenas no grupo que sofreu a

intervenção, durante as sessões com exercícios, tais coletas foram aplicadas nas

semanas 9 a 17. Ressalta-se que, as sessões 6 a 8, foram destinadas a

adaptação do referido método avaliativo.

3.7 Tratamento Estatístico

Os dados estão expressos em média e desvio padrão. Foram

verificados os pressupostos de normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk.

Para os dados paramétricos foi realizado o teste t de Student para dados

pareados e para os dados não paramétricos foi realizado o teste de Wilcoxon, a

fim de comparar os momentos pré e pós nos grupos controle e intervenção. O

nível de significância adotado foi 5%.

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4 RESULTADOS

Não ocorreram intercorrências durante os testes e o programa de

exercícios físicos.

Com relação aos resultados da antropometria do grupo controle, este

apresentou um aumento da estatura, massa corporal, envergadura, circunferência

da cintura e circunferência do braço direito, e para as variáveis IMC e dobra

cutânea tricipital não foram observadas diferenças significativas (Tabela 1).

No grupo intervenção, na antropometria houve aumento da estatura e

envergadura, diminuição do IMC, da circunferência da cintura, circunferência do

braço direito e dobra cutânea tricipital, e não foi observada diferença significativa

na massa corporal (Tabela 2).

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Tabela 1. Média, desvio padrão e resultado da análise estatística das variáveis

antropométricas do grupo controle, pré e pós 10 semanas.

cm – centímetros; kg – quilogramas; IMC – índice de massa corporal; kg/m2 – quilogramas/metro

ao quadrado; Cir. Circunferência; D – direito; W – Wilcoxon; t - Teste t; ** p < 0,01.

Tabela 2. Média, desvio padrão e resultado da análise estatística das variáveis

antropométricas do grupo intervenção, pré e pós 10 semanas.

cm – centímetros; kg – quilogramas; IMC – índice de massa corporal; kg/m2 – quilogramas/metro

ao quadrado; Cir. Circunferência; D – direito; W – Wilcoxon; t - Teste t; ** p < 0,01.

Com relação aos resultados dos testes de capacidades físicas do grupo

controle, este apresentou diminuição do tempo no quadrado e na corrida de 20

metros, aumento na distância percorrida no teste de correr e andar 6 minutos, e

não apresentou diferenças significativas nos testes sentar e alcançar, abdominais,

salto horizontal e arremesso de medicine ball (Tabela 3).

Variáveis Pré Pós

Estatura (cm)t 136,50 ± 7,87 137,80 ± 7,91**

Massa Corporal (kg)W 45,20 ± 13,01 46,77 ± 12,78**

IMC (kg/m2)W 23,98 ± 5,31 24,37 ± 5,07

Envergadura (cm)t 137,70 ± 9,91 139,56 ± 9,69**

Cir. Cintura (cm)t 81,96 ± 9,93 82,95 ± 10,09**

Cir. Braço D (cm)W 25,94 ± 4,44 26,90 ± 4,73**

Dobra Triciptal D (cm)W 25,57 ± 8,28 25,55 ± 8,05

Variáveis Pré Pós

Estatura (cm)t 137,87 ± 7,60 139,22 ± 7,67**

Massa Corporal (kg)W 42,56 ± 7,45 42,57 ± 7,74

IMC (kg/m2)W 22,25 ± 2,51 21,81 ± 2,63**

Envergadura (cm)t 139,37 ± 8,12 141,15 ± 8,38**

Cir. Cintura (cm)t 79,26 ± 8, 42 77,93 ± 8,31**

Cir. Braço D (cm)W 25,54 ± 2,35 25,04 ± 2,26**

Dobra Triciptal D (cm) W 22,33 ± 4,62 20, 26 ± 4,20**

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Nos testes de capacidades físicas do grupo intervenção, houve aumento

da distância alcançada no teste sentar e alcançar, no número de contrações

abdominais, na distância alcançada no salto horizontal, na distância do arremesso

de medicine ball e na distância percorrida no teste de correr e andar 6 minutos e

diminuição do tempo no teste do quadrado e na corrida de 20 metros (Tabela 4).

Tabela 3. Média, desvio padrão e resultado da análise estatística das variáveis

dos testes das capacidades físicas do Grupo Controle, pré e pós 10 semanas.

SEA – sentar e alcançar; cm – centímetros; ABD – abdominais; rep. – repetições; SH – salto

horizontal; MB – arremesso de medicine ball; QUA – quadrado; seg – segundos; COR – corrida de

20 metros; CEA – correr e andar; W – Wilcoxon; t – Teste t; * p < 0,05; ** p < 0,01.

Tabela 4. Média, desvio padrão e resultado da análise estatística das variáveis

dos testes das capacidades físicas do Grupo Intervenção, pré e pós 10 semanas.

SEA – sentar e alcançar; cm – centímetros; ABD – abdominais; rep. – repetições; SH – salto

horizontal; MB – arremesso de medicine ball; QUA – quadrado; seg – segundos; COR – corrida de

20 metros; CEA – correr e andar; W – Wilcoxon; t – Teste t; ** p < 0,01.

Variáveis Pré Pós

SEA (cm)t 27,20 ± 6,15 27,36 ± 6,20

ABD (rep)W 16,23 ± 8,01 17,09 ± 7,58

SHZ (cm)W 116,50 ± 26,00 113,38 ± 25,18

AMB (cm)t 184,09 ± 47,51 185,68 ± 43,22

QUA (seg)t 7,99 ± 0,86 7,73 ± 0,81*

COR (seg)t 4,86 ± 0,55 4,68 ± 0,48**

CEA (m)t 768,01 ± 86,23 789,20 ± 78,51**

Variáveis Pré Pós

SEA (cm)t 26,51 ± 5,73 28,68 ± 4,87**

ABD (rep)W 21,58 ± 10,39 26,32 ± 10,74**

SHZ (cm)W 131,82 ± 42,57 143,08 ± 39,03**

AMB (cm)t 201,46 ±36,79 219,53 ± 35,26**

QUA (seg)t 7,29 ± 0,66 6,72 ± 0,66**

COR (seg)t 4,56 ± 0,66 4,31 ± 0,64**

CEA (m)t 781,58 ± 115,82 860,49 ± 94,56**

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5 DISCUSSÃO

As pessoas da faixa etária investigada neste estudo foram as que

proporcionalmente tiveram maior aumento de excesso de peso nas últimas três

décadas (IBGE, 2010), e a intervenção com exercícios físicos promoveu

resultados positivos para as variáveis antropométricas, sendo que, estas

apontaram a eficácia da proposta do estudo para melhora da composição

corporal. De maneira geral, os valores indicam uma diminuição da adiposidade

para o GI, que não foi observada para o GC. Para as capacidades físicas, foram

observados progressos para todas as variáveis no GI, sendo que houve o mesmo

comportamento para o GC, com exceção da velocidade, agilidade e capacidade

cardiorrespiratória, que revelaram melhoria para tais variáveis.

Deste modo, a hipótese foi confirmada, o programa de exercícios

físicos, com ênfase no atletismo, proporcionou benefícios às crianças com

sobrepeso e obesidade. O comportamento da perda ponderal de gordura foi

efetivo para o GI, o que não ocorreu com o GC. Para as capacidades físicas

foram observadas progressões em todas as variáveis no GI, as melhoras nas

capacidades físicas no GC. agilidade, velocidade e cardiorrespiratória, são

compreensíveis por se tratar de um grupo em desenvolvimento e assíduo a

educação física curricular.

Nesse sentido, alguns estudos mostraram a relação positiva entre os

baixos níveis de atividade física e excesso de peso, em crianças (GIUGLIANO;

CARNEIRO, 2004). A associação do excesso de peso e sedentarismo acarreta

em aumento importante no risco a saúde (ELIAKIM et al., 2001; SUNG et al.,

2002; ALVES et al., 2008; ZORBA; CENGIZ; KARACABEY, 2011), diminuindo a

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qualidade de vida para estes indivíduos (LIMA; ARRAIS; ALMEIDA, 2004;

GUIMARÃES et al., 2006; RIBEIRO FILLO et al., 2006).

É reconhecido que crianças a partir de cinco anos devam executar

atividades físicas de moderada a vigorosa de pelo menos 60 minutos por dia para

promover benefícios a saúde (WHO, 2011). Ademais, no que diz respeito à

população específica do presente estudo, as atividades moderadas a vigorosas,

na sua maioria, são restritas e sistematizadas apenas nas aulas de Educação

Física na escola, que é de aproximadamente 100 minutos semanais.

Estudo longitudinal realizado por Ferrari et al. (2013) comparou

avalições de crescimento, desenvolvimento e aptidão física de 1291 crianças em

um intervalo temporal de 30 anos, especificamente de 1978 a 2011. Esse mesmo

mostrou que crianças vêm diminuindo a aptidão física progressivamente com o

passar dos anos, em ambos os gêneros, mostrando um maior impacto em

eutróficos, embora ainda exista uma grande diferença quando comparados a

obesos. Ademais, os resultados demonstram que esse aspecto não se justifica

apenas aos fatores nutricionais, tomando ponto importante também para a

crescente inatividade física.

O protocolo experimental do presente estudo contemplou 60 crianças

de 6 a 9 anos e 11 meses, de ambos os gêneros. A opção da não estratificação

da amostra em diferentes faixas etárias e gênero foi construída ao considerar que,

diferenças nas variáveis de crescimento, composição corporal e desempenho

motor, tendem a não serem significativas na referida fase da infância,

considerando observações prévias ( MALINA, 1991; GUEDES, 1996; GALLAHUE;

OZMUN; GOODWAY, 2013). Adicionalmente, considera-se não haver

necessidade de estratificação por gênero e agrupamentos dentro do intervalo

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referente a terceira infância, tanto para as atividades mais simples até o nível de

performances esportivas (MALINA, 1991; ; GUEDES, 1996; GALLAHUE; OZMUN;

GOODWAY, 2013), intervalo este, que foi utilizado no presente estudo. Dessa

forma, todas as aulas ao longo da intervenção, foram realizadas com os meninos

e meninas conjuntamente, sendo consequentemente, os resultados expressos de

maneira unificada.

Características similares ao presente estudo são exíguas. Propostas

com crianças, dentro de um ambiente escolar com intervenções por períodos

mais prolongados de acompanhamento associadas a um delineamento pautado

na organização sistemática das capacidades físicas, podem enfrentar inúmeras

dificuldades, como a dependência direta dos responsáveis pelas crianças, dentre

outras.

Estudo com padrões de maior fidelidade tanto de composição corporal

e medições diretas das capacidades físicas necessitam de uma robusta estrutura

e são reproduzidos em ambientes laboratoriais controlados, usando bicicletas

estacionárias e condições ambientais controladas para a avaliação das variáreis

clinicas e funcionais de crianças (CARREL et al., 2005), condições estas,

diferentes do presente estudo.

Não ocorreram diferenças estatísticas dos valores medianos de idade

na comparação entre os grupos no presente estudo, caracterizando que, ambos

os grupos iniciaram o estudo com similaridade nessa referida variável, variável

esta, de grande importância quanto a maturação. Estudos realizados em crianças

e adolescentes carecem de cuidados especiais com essa variável, no intuito de

não comprometer os dados obtidos, pois, é reconhecido que nessa faixa etária

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acontecem intensas modificações nas estruturas e funções corporais, o que

parece estabilizar na fase adulta (KISNER CAROLYN, 2009).

Os resultados antropométricos apontam para o aumento na estatura e

envergadura, sendo que, ambos demonstram o desenvolvimento morfológico

vertical e das extremidades para GC e GI, crescimento este, compatível com o

esperado para a faixa etária, que é constante em toda terceira infância e que

pode variar de 2,8 a 7,0 cm por ano (PAPALIA, 2001). Considerando que o

presente estudo teve intervenção com duração de 10 semanas e esse

crescimento configura-se de maneira uniforme durante esse intervalo temporal, o

crescimento aconteceu dentro do intervalo esperado.

É reconhecido que programas de exercícios físicos administrados com

grande volume e/ou alta intensidade, podem comprometer o crescimento e

desenvolvimento de crianças (GEORGOPOULOS et al., 1999; NEMET et al.,

2003). Maiores prejuízos são observados quando essas variáveis do treinamento

estão associadas a uma rigorosa dieta pautada na baixa ingestão calórica

(THEINTZ et al., 1993) e ao estresse psicológico (CAINE et al., 2001).

Nesse sentido, tem sido sugerido que programas de exercícios físicos

tenham volume máximo semanal de 15 a 18 horas, para o trabalho com crianças,

sendo que o referido volume é preconizado no intuito de não comprometer o

crescimento máximo esperado e outros aspectos ligados ao desenvolvimento

infantil (EISENMANN; MALINA, 2002).

Contudo, poucos estudos realizaram o controle do treinamento nos

aspectos de sobrecarga, número de repetições, biomecânica e aspectos

relacionados ao nível de especialização das atividades (GEORGOPOULOS et al.,

1999; CAINE et al., 2001), minimizando o entendimento dos fatores associados

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ao crescimento e o exercício físico em crianças. Nessa linha de pensamento, o

presente estudo, se propôs a adequar a intervenção realizada, uma

sistematização das capacidades físicas.

Considerando os referidos apontamentos (GEORGOPOULOS et al.,

1999; SCHEETT et al., 1999; CAINE et al., 2001; ELIAKIM et al., 2001;

EISENMANN; MALINA, 2002; NEMET et al., 2003), o presente estudo

contemplou um volume semanal de 130 minutos, adicionalmente a carga horária

de 100 minutos de educação física regular na escola, as crianças desenvolveram

3,8 horas semanais, respeitando um intervalo recuperativo de pelo menos 48

horas entre as sessões do programa.

É permissível sugerir que, o volume estipulado, parece não ter

comprometido o crescimento longitudinal das crianças, visto que as mesmas

apresentaram o desenvolvimento esperado para o GC e GI. Adicionalmente a

intervenção com exercícios foi desenvolvida no contra turno dos alunos, para

contemplar o maior número de voluntários, reduzir a exposição do grupo frente as

outras crianças e dinamizar as aulas.

Em estudo de meta análise, observou-se que programas de exercícios

físicos em períodos após o horário regular de aulas na escola, mostram-se

capazes de promover aumento dos níveis de aptidão física e outros parâmetros

associados à saúde (BEETS et al. 2009), corroborando com as referidas

estratégias adotadas, e citadas previamente.

O presente estudo conseguiu mostrar melhora nos parâmetros de

composição corporal, ou seja, redução significativa na maioria das variáveis que

reflete o ganho ponderal de gordura no GI, em especial para estabilização da

massa corporal, pois estudo similar tal variável apresenta aumento, com

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variações positivas esperadas apenas no IMC (ALVES et al., 2008). Entretanto, tal

comportamento é compreensivo, à medida que as crianças encontram-se

naturalmente em constantes mudanças dimensionais promovidas pela maturação.

No GC, foi observado incremento na massa corporal e estatura, mas com

proporções que não alteraram o IMC, caracterizando tais dados como

direcionados para estabilização do quadro do excesso de peso.

Para outros padrões que corroboram para o diagnóstico da obesidade

como: dobra cutânea tricipital, circunferência da cintura e circunferência do braço

direito (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012), estes, também se

mostraram sensíveis à intervenção com exercícios físicos, pois no período pós

intervenção, as medidas da circunferência do braço direito, circunferência da

cintura e dobra cutânea tricipital foram significativamente diminuídas no GI. Em

contrapartida os valores da circunferência do braço direito e circunferência da

cintura foram superiores para o GC, sendo que, no transcorrer de 10 semanas,

esse comportamento sinaliza o incremento da adiposidade no referido tempo, e a

necessidade da oferta de exercícios físicos adicionais, mostrando a imediata

importância da realização de projetos de políticas públicas para o referido público,

projetos estes, similares a presente intervenção.

Os resultados do presente estudo são semelhantes aos encontrados

por Zorba, Cengiz, Karacabey (2011), que avaliaram crianças obesas sedentárias,

randomizadas em grupo controle e grupo interventivo, com a prática pautada no

incremento de sessões de exercícios aeróbios 3 vezes por semana no período de

12 semanas, além de incentivos a hábitos alimentares saudáveis. Para o grupo

controle, os mesmos, desenvolviam atividades curriculares na escola, incluindo

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aulas de educação física, sendo que, não foram encontradas diferenças

significativas para as medidas antropométricas com relação a avaliação inicial.

É reconhecido que, o excesso de peso compromete o desenvolvimento

motor em crianças (GRAF et al., 2004; CAIRNEY et al., 2005; GRAF et al., 2005;

CAWLEY et al.; 2008; D’HONDT et al., 2009; PELOZINI et al., 2009; DEUS et al.,

2010; MONTEIRO; MOURÃO-CARVALHAL, 2010; SILVA et al., 2010; SLINING et

al., 2010; ZHU et al., 2011), fragilizando a interação e reciprocidade entre

atividades físicas, aptidão física e saúde.

Os resultados apresentaram melhoria na aptidão física frente a todas

as capacidades físicas associadas a saúde para o GI, com tal comportamento não

se replicando para o GC, corroborando com os apontamentos dos estudos

comparativos (GRAF et al., 2004; CAIRNEY et al., 2005; GRAF et al., 2005;

CAWLEY et al.; 2008; D’HONDT et al., 2009; PELOZINI et al., 2009; DEUS et al.,

2010; MONTEIRO; MOURÃO-CARVALHAL, 2010; SILVA et al., 2010; SLINING et

al., 2010; ZHU et al., 2011), primariamente no que diz respeito à aptidão

cardiorrespiratória (ELIAKIM et al., 2001). Ressalta-se que, mesmo com a

regularidade na Educação Física e os esperados progressos promovidos pela

maturação para tais capacidades (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2009), salve a

aptidão cardiorrespiratória que aconteceram progressos para ambos os grupos.

Para tais capacidades físicas relacionadas à saúde, em estudo

proposto por Pelegrine et al (2011), foi observado que 96% das crianças

brasileiras apresentavam níveis insatisfatórios em pelo menos uma das

capacidades físicas. Ressalta-se que, os incrementos em ambos os grupos do

presente estudo no que diz respeito à aptidão cardiorrespiratória, também foram

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observados em outros estudos semelhantes (CARREL et al., 2005; TRIKI et al.,

2013).

Para as capacidades físicas relacionadas ao desempenho esportivo, os

dados apontaram para a melhora de todos os parâmetros para o GI como para o

GC.

Considerando que o presente estudo, apresentou uma duração na

intervenção de 10 semanas, torna-se difícil especular sobre a maior eficiência de

um ou de outro estudo. Adicionalmente, os estudos mapeados (ELIAKIM et al.,

2001; GRAF et al., 2004; CAIRNEY et al., 2005; GRAF et al., 2005; CAWLEY et

al.; 2008; D’HONDT et al., 2009; PELOZINI et al., 2009; DEUS et al., 2010;

MONTEIRO; MOURÃO-CARVALHAL, 2010; SILVA et al., 2010; SLINING et al.,

2010; Alves et al., 2011; ZHU et al., 2011), concentram seus objetivos nos

aspectos clínicos e funcionais, não descrevendo ou explicitando de forma

superficial o programa de exercícios físicos desenvolvidos nas referidas

intervenções. Essa descrição é extremamente relevante, pois, o entendimento

das variáveis que compõe a intervenção com exercícios físicos em crianças, é

fundamental para reprodução de outros estudos de forma mais controlada, como

também da aproximação de uma forma interventiva ideal para a diversidade do

público em questão.

Corroborando com a referida afirmativa, não existe uma abordagem

consistente para orientar a forma mais próxima da ideal no que diz respeito ao

delineamento das intervenções com exercícios físicos no ambiente escolar

(KRIEMLER et al., 2011; BONVIN et al., 2013), demostrando a preocupação do

presente estudo, no que diz respeito ao detalhamento de das variáveis agudas do

programa de treinamento explicitadas.

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Todos os resultados foram socializados com pais e/ou responsáveis

pelas crianças, equipe multiprofissional envolvida na escola, atenção básica de

vigilância em saúde do município e equipe administrativa municipal. Para isso

foram realizadas palestras, relatórios auto explicativos impressos, ligações direta

aos pais, apresentação dos relatórios e estatística da triagem e intervenção para

diretores, professores de educação física da escola e gestores públicos. Em

revisão de literatura realizada por MORI et al., (2007), foi observado que os

resultados antropométricos das pesquisas raramente são socializados com os

pais e profissionais envolvidos com as crianças na escola, tendo como possível

justificativa, o fato da maioria dos estudos serem executados por técnicos

especializados, geralmente com formação em medicina, nutrição ou

epidemiologia ou equipe sem vínculos institucionais com o ambiente da coleta.

Assim, assume-se que, a execução de um programa de exercícios

físicos suplementares, com ênfase no atletismo, por um período de 10 semanas,

constituiu-se em uma prática capaz de promover alterações importantes nas

capacidades físicas de crianças com sobrepeso e obesidade: flexibilidade, força e

resistência muscular localizada, agilidade, velocidade e aptidão

cardiorrespiratória. Com relação à diminuição da adiposidade, o programa de

exercícios físicos decorrente do presente estudo foi suficiente para reduzir as

variáveis antropométricas que apontam para o excesso de peso: IMC,

circunferências da cintura e do braço direito e da dobra cutânea tricipital, nas

crianças do grupo GI.

Ademais, a necessidade de um programa de exercícios físicos

suplementares fica evidente, quando se observa de maneira geral, a estabilização

e ou piora dos mesmos indicadores observados no GC, especificamente no que

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diz respeito à composição corporal. Por fim, a melhora destes componentes pode

auxiliar na diminuição de doenças crônicas e impactar de maneira positiva no

amplo quadro social e afetivo, refletido no macrossistema que a mesma está

inserida.

Embora a intervenção com exercícios físicos tenha sido restritiva a um

grupo especifico de alunos, levando em consideração o quadro de obesidade

instalado na referida população, assume-se que o programa obteve uma extensão

bem maior no que diz respeito ao papel social de todos os profissionais

responsáveis pelo quadro calamitoso de sobrepeso no município, como também

ofertou informações importantes para promoção da prática de exercícios físicos,

sempre na tentativa de aproximação da gestão municipal, profissionais

envolvidos, pais e/ou responsáveis para o enfrentamento do problema.

Assume-se que o presente estudo só foi possível mediante o trabalho

em conjunto com os pais e ou responsáveis, diretores e colaboradores, pois, este

conjunto é peça fundamental e indissociável ao sucesso de qualquer intervenção

neste público. É primordial ressaltar que, devido aos resultados do presente

projeto de pesquisa, já previamente apresentados e discutidos, felizmente ocorreu

um considerável entendimento da importância do mesmo pelos gestores do

município de Saltinho. Tal afirmação é embasada, no sentido de que, após a

concretização do presente estudo, os programas de exercícios físicos para

crianças e adolescentes com excesso de peso corporal tem continuidade no

município.

A melhora dos componentes da aptidão física pode auxiliar na

diminuição de doenças crônicas e impactar de maneira positiva no amplo quadro

social e afetivo, refletido no macrossistema que a criança está inserida. Ademais,

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a necessidade de um programa de exercícios físicos adicional fica mais evidente,

quando se observa de maneira geral, a estabilização e ou piora dos mesmos

indicadores da composição corporal avaliados para o grupo controle.

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6 CONCLUSÃO

A execução de um programa de exercícios físicos, com ênfase na

modalidade atletismo, por um período de 10 semanas, foi capaz de promover

benefícios importantes na composição corporal e nas capacidades físicas de

crianças com sobrepeso e obesidade.

Nas crianças do grupo controle não houve melhora da composição

corporal e foram observados melhoras em apenas três das sete capacidades

físicas mesuradas. Para crianças que foram submetidas ao programa de

exercícios houve melhoria da maioria dos indicadores de obesidade e todos os

parâmetros relacionados a aptidão física. Destaque-se que a prática de exercícios

físicos foi eficaz para diminuição da adiposidade corporal e na melhoria da

aptidão física de crianças com sobrepeso ou obesidade.

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ANEXOS

ANEXO A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – UNIMEP

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO

HUMANO

Pesquisador Responsável – Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar

PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO PARA

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE INFANTIL

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação

voluntária neste estudo, visa avaliar os efeitos de programas de exercícios físicos

para crianças.

Inicialmente, você fará uma consulta médica, a seguir medidas do seu

tamanho e testes de exercícios físicos, que serão repetidos a cada três meses, e

serão perguntados seus hábitos de alimentação. Você também participará de

programa de exercícios físicos de acordo com os resultados das medidas e dos

testes, e de oficinas coletivas para orientação de hábitos de vida saudáveis.

No exercício físico existe um risco mínimo de complicações, como

cansaço, dor nos músculos, e tontura. Para minimizar este risco, você será

submetido à consulta médica para avaliar o seu estado de saúde.

A participação no programa de exercício físico é importante para melhorar

seu estado de saúde. Se houver qualquer dúvida em relação às atividades deste

projeto, deve procurar o Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar, na Universidade

Metodista de Piracicaba, Campus Taquaral, Rodovia do Açúcar km 156,

Piracicaba – SP, Telefone: (19)3124-1558.

Para queixas ou reclamações, você pode telefonar para o Comitê de Ética

em Pesquisa da UNIMEP, Telefone (19) 3124-1515, Ramal 1274.

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Você pode desistir de participar deste estudo a qualquer momento, sem

qualquer prejuízo de seu tratamento nesta Instituição. As informações obtidas

serão analisadas não sendo divulgada a sua identificação em hipótese alguma.

Não há despesas pessoais de sua parte para participação neste estudo,

assim como não há compensação financeira.

Se houver algum dano para você, causado diretamente pelos

procedimentos deste estudo (nexo causal comprovado), você tem direito a

tratamento médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente

estabelecidas.

Todos os dados e resultados deste estudo serão utilizados somente para

pesquisa.

Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar

Data / /

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CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo “PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO E

EXERCÍCIO FÍSICO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE

INFANTIL”.

Eu discuti com o pesquisador sobre minha decisão em participar nesse

estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, seus

desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos

permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e

que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo e posso retirar meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades

ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido neste

serviço.

Nome do voluntário: ___________________________________________

Assinatura do responsável:______________________________________

Data de Nascimento: __________________________________________

Endereço: ___________________________________________________

Data / /

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ANEXO B Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMEP.

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ANEXO C Questionário de Avaliação do Estado de Saúde

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE Data ___ / ___ /____

Nome: ____________________________________________ Idade: _________________

Endereço:_______________________________________ Telefone: ( )________________

1 – A criança tem algum sintoma (dor, tontura, falta de ar, entre outros)? Quais?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

2 – A criança tem alguma doença (cardíaca, respiratória, entre outras)? Quais?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

3 – A criança toma medicamento? Quais?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4 – A criança já teve fratura (braço, perna, entre outras)? Quais e há quanto tempo?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

5 – A criança já fez cirurgia? Quais e há quanto tempo?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

6 – A criança pratica exercícios/esportes? Quais e quantas vezes por semana?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

7 – A criança fica pouco ativa (assistindo televisão, usando computador) quantas horas por dia?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________ _____________________________

Nome do Responsável Assinatura