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UNIVERSIDADE FUMEC PÓS-GRADUAÇÃO PSICOTERAPIA HUMANISTA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL VAGNER SANAGIOTTO O HOMEM EM BUSCA DE SI MESMO As atitudes facilitadoras no processo de recuperação do dependente químico. Belo Horizonte Abril 2015.

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UNIVERSIDADE FUMEC

PÓS-GRADUAÇÃO PSICOTERAPIA HUMANISTA FENOMENOLÓGICO

EXISTENCIAL

VAGNER SANAGIOTTO

O HOMEM EM BUSCA DE SI MESMO

As atitudes facilitadoras no processo de recuperação do dependente

químico.

Belo Horizonte

Abril 2015.

VAGNER SANAGIOTTO

O HOMEM EM BUSCA DE SI MESMO

As atitudes facilitadoras no processo de recuperação do dependente

químico.

TCC apresentado à Universidade FUMEC

como requisito parcial para a obtenção de

Certificado de Especialização, Pós

Graduação Latu Sensu, em Psicoterapia

Humanista, Fenomenológico, Existencial.

Orientador: Prof. Wilson Soares Leite.

Belo Horizonte

Abril 2015.

1

HOMEM EM BUSCA DE SI MESMO: Atitudes facilitadoras no processo da recuperação do dependente químico.

Vagner Sanagiotto1

RESUMO: Neste artigo discute-se as contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa no processo de

recuperação do dependente químico. O uso abusivo das drogas, apesar das várias formas de consumo, constitui o

caráter desintegrador da pessoa, que a torna dependente. A Psicologia pode contribuir com a compressão do ser

humano a partir de uma escuta psicoterápica que integre a pessoa a experiência com a droga e procure

compreender o papel que esse consumo abusivo tem na vida do dependente. A Psicoterapia Humanista de

Abordagem Centrada na Pessoa, através da congruência, aceitação positiva incondicional e da compreensão

empática, ajuda o terapeuta a fortalecer o vínculo terapêutico na abordagem e acompanhamento do dependente

abusivo da droga.

Palavras chave: Dependência química, Abordagem Centrada na Pessoa, congruência, empatia, consideração

positiva incondicional.

ABSTRACT: In this article, there is a discussion of the contributions of the Person-Centred Approach in the

process of recovery of a chemical dependent. The abusive use of drugs, in spite of various forms of consumption,

constitutes the disintegrating feature of the person, that turns him into a dependent. Psychology can help with its

understanding of the human person, beginning with a time of psycho-therapeutic listening that links the person to

their experience of the drug and endeavours to understand the role that abusive consumption has in the life of the

dependent. The Person Centered Approach of Humanistic Psychotherapy, by congruence, unconditional positive

acceptance and empathic understanding, helps the therapist to strengthen the therapeutic relationship in

addressing and monitoring of abusive dependent on the drug.

Key Words: Addiction, the Person Centered Approach, congruence, empathy, unconditional positive

acceptance.

1 – Introdução.

Muito se tem estudado ultimamente sobre a dependência química. As várias áreas do

saber não medem esforços para compreender o uso das drogas, as formas de consumo, os

motivos, e os possíveis tratamentos, se é que se faz assim necessário. Dentre essas áreas do

saber a Psicologia tem contribuído com métodos, reflexões, estudos aprofundados para ajudar

àqueles que querem tratamento para deixar ou diminuírem o uso abusivo das drogas.

Esse artigo surge da necessidade de aprofundar o tema do uso abusivo de drogas a

partir da Psicologia Humanista da Abordagem Centrada na Pessoa. Os conceitos teóricos de

Carl Rogers, especificamente das condições necessárias para uma relação terapêutica, muito

contribuiu para perceber que existem algumas atitudes que facilitam no estabelecimento da

relação terapêutica. Em se tratando da recuperação do dependente químico essas atitudes são

essenciais para estabelecer um vínculo terapêutico diferenciado dos habituais círculos de

amizade socialmente constituídos no “mundo das drogas”.

1 Graduado em Filosofia pela Faculdade Bagozzi e Teologia pelo Studium Theologicum; graduando em

Psicologia pela FAE. Email: [email protected]

2

Primeiramente esse artigo apresenta a definição de droga e o possível limite que torna

o consumo da droga em abuso dependente. Feita essa definição básica, se faz necessário

compreender a contribuição da psicoterapia frente ao uso abusivo das drogas que busca ouvir

o ser humano para além das aparências estigmatizadas socialmente. Entre as psicoterapias

buscamos compreender a contribuição da Abordagem Centrada na Pessoa, mais

especificamente, o papel do terapeuta no fortalecimento do vínculo terapêutico através das

atitudes facilitadoras: congruência que auxilia na compreensão da experiência; aceitação

positiva incondicional que aprecia o cliente para além de suas condutas; e compreensão

empática que busca compreender o campo fenomenológico da pessoa dependente.

Ao ouvir alguém que luta contra a dependência da droga fica sempre a impressão de

que a droga tenta preencher um vazio existencial, a busca de um sentido para a vida. Este

artigo procurará ampliar através psicoterapia Humanista de Abordagem Centrada na Pessoa o

campo de compreensão dos elementos que ajudam a ter acesso à existência humana, não

como fonte adoecida, mas como possibilidade de mudança, transformação.

2 – Droga: definição e formas de consumo.

Para definir o que significa a droga é possível seguir vários caminhos: definição

conceitual, as várias facetas da droga, possibilidades de consumo, tipologia química, entre

outras tantas relações possíveis. Tendo em vista o objetivo deste trabalho serão abordadas as

possíveis dependências que elas podem causar quando utilizadas como fim psicoativo. O

estudo seguirá os seguintes passos para compreender a droga: num primeiro momento a

definição geral; depois as possíveis formas de consumo.

É possível dizer que o uso da droga se confunde com a própria história da humanidade

(CARNEIRO 2010), desde as épocas mais antigas em várias culturas e religiões: cultos rituais

religiosos, festas grupais, fins médicos, entre outros. O uso das drogas para fins sociais

indicam consumo em pequenos grupos com objetivo de integração emocional com a

comunidade na qual pertenciam. O uso diferenciado feito pela sociedade atual tem caráter

desintegrador, isto é, passa a ser de uso individual e abusivo com objetivo de obtenção de

prazer em si mesmo. Considerando o contexto social é “possível afirmar que o uso de

substâncias psicoativas aponta para uma necessidade humana de diminuir o sofrimento e

aumentar o prazer” (CARNEIRO, 2010, pg. 14).

Se em determinado momento histórico o uso de substâncias psicoativas tinha como

fim a integração da sociedade em torno de um objetivo, como acima elencados, com o

3

advento da modernidade há um exagero do individualismo, gerando uma posição narcísica, no

uso das substâncias psicoativas ao invés de integrar o indivíduo ao social, como participante

de um grupo, o desintegra. Se antes era para acolher, participar, agora serve para aprofundar a

busca por um prazer que conduza ao fim em si mesmo.

O uso da droga como desintegradora aponta para a relação do sujeito com a substância

usada. Desintegrar nesse sentido indica o indivíduo que socialmente sente-se excluído do

mundo que o rodeia. O uso da substância individualizada “tem, sobretudo como fundamento

uma relação privilegiada com a substância (...)” (XIBERRAS, 1997, pg. 30).

É importante pontuar que existem diversos padrões de consumo da droga. Para a

Organização Mundial da Saúde – OMS (1997) o uso de drogas caracteriza-se como o

consumo de qualquer substância química que pode alterar a função biológica e psicológica, e

possivelmente, a estrutura daquele que a utiliza.

O advento e a facilidade do acesso à droga, as ideologias com apologia ao uso de

substâncias psicoativas, associado ao uso indiscriminado, principalmente no século XX,

agregaram, em contrapartida, valores e julgamentos de cunho moralista (CARNEIRO, 2010;

MACRAE, 2010). O dependente químico precisava ser tratado, curado, pela sua „falta de

caráter‟, pouca „força de vontade‟, „possuído por espírito do mal‟, para sair do seu vício e não

sucumbir a essa força que o atraía para os caminhos errados. Com o advento dos estudos

relacionados ao uso de substâncias psicoativas2 foi possível sair dos julgamentos sem caráter

científicos para abordagens que partem de diagnósticos que possibilitam melhor compreender

o estágio de dependência que se encontra o usuário. Assim transcende o modelo de doença de

caráter moral para um modelo categorial científico.

Esse avanço produziu profundas mudanças na maneira como se aborda o dependente

de substâncias psicoativas trazendo critérios claros que permitem classificar o grau da

dependência. Porém, é preciso compreender que a reflexão científica parte de um viés já

determinado, ou seja, parte do dependente em si, do seu ponto de chegada, sem considerar o

caminho feito até se tornar dependente da droga. De outro modo, este modelo diagnóstico

pergunta: o que fazer com esse indivíduo que está aqui? Quando se deveria perguntar: o que

te fez chegar até aqui?

2 A OMS preconizou estudos, principalmente na década de 60, com objetivo de: estimularam e conduziram

pesquisa sobre critérios para a classificação e a confiabilidade de diagnósticos, produziram e estabeleceram

procedimentos para avaliação conjunta de entrevistas grava- das em vídeo e outros métodos úteis em pesquisa

sobre diagnóstico.

4

A discussão aqui não é atribuir valor absoluto sobre um ou outro método. É preciso

entender que as duas questões precisam andar juntas. Por um lado o modelo diagnóstico

permite situar o dependente em sua doença e medicar quando necessário. Por outro lado, o

método processual e terapêutico permite cuidar da pessoa e compreender o caminho

percorrido para o uso dependente da droga.

Mas surge no horizonte desse trabalho a necessidade de diferencias as formas de

consumo das drogas. Existem várias classificações estudadas por vários órgãos oficiais ou

não3. Para esse estudo o enfoque será nas situações sociais que tem como base o vínculo

existente entre o indivíduo e o meio que o circunda. Consideram-se quatro tipos de

consumidores:

1) Consumidor experiencial: aquele que consome a droga por curiosidade e para

experimentar seus efeitos e depois do primeiro uso não volta mais a consumir;

2) Consumidor ocasional: consome somente em determinadas situações sociais, usa

esporadicamente e sem busca antecipada, não afeta a vida no cotidiano desenvolvendo

plenamente seus trabalhos, e mantém suas funções psíquicas;

3) Consumidor habitual: se caracteriza pelo consumo diário, de forma regular, sem

sintomas de privação quando não consome. As atividades cotidianas são afetadas

esquecendo-se de alguns compromissos, por exemplo. Esse tipo de consumidor busca

sempre ter a droga junto de si para ser consumida;

4) Consumidor dependente: o indivíduo depende da droga tanto físico como

psicológica caracterizando-se pela presença de angústia quando está privado da droga.

Usa de todos os seus esforços para obter a droga.

Apesar de ser uma das possíveis classificações esse modelo trás presente que o uso da

droga pode apresentar dependência como um processo e o indivíduo certamente passa por

todas essas fazes enquanto consumidor. Com isso fica claro que o uso da droga apresenta

risco e o grau de consumo vai depender muito da substância que é usada. Para a OMS a

dependência de substância psicoativa é:

“um estado psíquico e físico resultante da interação entre um organismo e um produto. Essa

interação caracteriza-se por modificações do comportamento e por outras reações que obrigam

fortemente o usuário a tomar o produto contínuo ou periodicamente, com o fim de encontrar os

efeitos psíquicos e, às vezes, evitar o mal-estar da privação” (Bergeret e Leblanc, 1991, pag.

63).

3 OMS classifica o uso de droga em categorias (padrão de consumo): uso na vida (pelo menos uma vez na vida),

uso no ano (ao menos uma vez nos últimos doze meses), uso no mês (uso uma vez nos últimos trinta dias), uso

frequente (uso ao menos seis vezes nos últimos trinta dias), uso de risco (que pode causar dano no futuro) e uso

prejudicial (provoca danos a saúde da pessoa).

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Apesar do uso da droga possibilitar o aumento na probabilidade da dependência nem

todo consumo é problemático. Porém, é preciso acrescentar os fatores de risco que

influenciam no uso da droga e “quando se pensa no fenômeno de dependência para as drogas

deve-se considerar que a exposição dos indivíduos é constante e a longo prazo”

(CAZENAVE, 2010, pg. 39).

2 – Psicoterapia e usuário de drogas

A pessoa que procura o tratamento de recuperação da dependência química se dispõe

ao rompimento com uma série de atitudes e comportamentos que o integram a um grupo

chamado de dependente ou adicto. Na realidade o rompimento com a sociedade já ocorreu no

momento em que a pessoa torna-se dependente. Diante da realidade da dependência química

qual a contribuição da Psicologia de corrente humanista?

É de consenso entre as ciências que o homem está longe de ter resposta plena de si

mesmo e do meio que o circunda. Existe sempre algo de si e do seu meio que escapa a sua

compreensão. Com o desejo de superar essa lacuna própria do processo de conhecer é que as

ciências exatas tentaram resolver essa complexidade e, como parte de seu método, analisaram,

dividiram, esquadrinharam, reduziram o ser humano a fragmentos.

Os métodos científicos muito contribuíram para o avanço da ciência em sua

objetividade. Porém, ao tentar aplicar esse mesmo método para conhecer o ser humano o

tornou um fim em si mesmo, ou seja, rompe com a concepção de que existir é ser fluxo de

vivências. Mas, o que é o homem? Ao se questionar sobre sua essência “o sujeito previsível

da ciência dá lugar ao homem concreto e existencial” (OLIVEIRA, 2010, pg. 890).

A droga em si não cria o dependente. É comum ouvir do usuário de substância

psicoativa em tratamento a seguinte frase: “parar de usar droga não é difícil; difícil é mudar

de vida.” É preciso considerar todo o contexto simbólico no qual a pessoa está inserida como

um conjunto de motivações ao consumidor que transforma a droga em adição, isto é, que

transforma o uso da droga em um uso dependente. Essa forma de abordar a droga e o uso feito

pelo dependente “privilegia a noção do consumidor como sujeito ativo, não necessariamente

dotado de uma personalidade patogênica, mas alguém que, como todo ser humano, utiliza de

símbolos para se comunicar consigo e com o seu meio ambiente” (MACRAE, 2010, pg. 27).

A partir do ponto de vista do dependente de substâncias psicoativas, que em grande

parte está fragilizado em suas relações com o meio, a lógica da cientificidade da objetividade

o abstrai de seu conjunto simbólico. É importante lembrar que a “subjetividade e, portanto, a

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identidade do indivíduo não são adquiridas em definitivo e são constantemente postas em

questão cada vez que ele interage com seu meio” (MACRAE, 2010, pg. 25).

O que se trata é de “compreender a interpretação que o indivíduo dá de sua

experiência, de seu estado de motivação que o impele a um consumo repetido da droga”

(MACRAE, 2010, pg. 25). Mais do que isso a droga “passa a ser entendida como um conjunto

de dificuldades de ordem afetiva e social, que se manifesta no encontro de uma substância

tóxica e um indivíduo, que é personalidade e corpo, vivendo num momento específico de

inserção sociocultural” (OLIVEIRA, 2010, pg. 897).

Para a realização dos esforços frente às possibilidades clínicas do acompanhamento do

dependente químico se faz necessário olhar com proximidade os reais motivos que levam

alguém a usar droga. A hipótese levantada por esse trabalho aponta que existe um vazio

existencial que o usuário tenta inutilmente preencher pelo uso abusivo de terminada

substância psicoativa. A fim de esclarecimento, o vazio existencial não é fator que determina

a todos a usarem droga, mas, para aqueles que usam é fator a ser considerado como força

propulsora.

Por existência entende-se que “é a fonte ou o substrato de cada indivíduo em

particular” (OLIVEIRA, 2010, pg. 892). A existência é a síntese de cada indivíduo onde estão

inscritas as escolhas feitas a partir da liberdade. Existir, em outras palavras, é perceber os

fenômenos tais como eles se apresentam e vivê-los como experiência subjetiva.

A principal contribuição da Psicologia humanista fenomenológica para o estudo da

dependência química está na compreensão que se tem sobre a construção do significado.

Rogers afirma que “para fins de compreensão de fenômenos psicológicos, a realidade é, para

o indivíduo as percepções dele” (ROGERS, 1994, pg. 552). A consciência é intencional no

processo de conhecer de tal modo que a ideia não ocorre no vazio, mas sempre voltada para

um objeto. Assim “o homem aprende que o sentido da existência não se desvenda sem

mediação” (OLIVEIRA, 2010, pg. 892) Desse modo o ser humano não é somente

introspecção, mas também descrição de seu mundo objetivo.

Ao falar sobre a psicologia existencial, Rogers aponta duas tendências que são

divergentes: uma objetiva e outra existencial. Na tendência existencial, foco para esse

trabalho, indica que “a essência da terapia, como vejo ser conduzida por mim e por outros, é

um encontro de duas pessoas (...)” (ROGERS, 1980, pg. 100). Na dependência química o

fator que indica abertura para a escuta da existência em seu modo vivido se dá quando o

terapeuta se coloca frente ao dependente como uma pessoa aberta a acolher, com

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consideração positiva, tudo quanto for dito. Assim, “o cliente sente-se confirmado (para usar

o termo de Buber) não somente no que ele é, mas em suas potencialidades” (ROGERS, 1980,

pg. 100).

Se em determinado momento o uso de alguma substância psicoativa ocupa espaço que

significa a existência, o papel da psicoterapia é possibilitar a pessoa compreender que é

singular, única, separada. Nos dizeres de Rogers a pessoa, para esse trabalho o dependente

químico, “pode tornar-se o arquiteto de seu próprio futuro através do funcionamento de sua

consciência” (ROGERS, 1980, pg. 100).

A que tudo indica o usuário de substância psicoativa tem um princípio que o

impulsiona para a dependência. De maneira geral o dependente químico já tinha uma prática

de consumo relacionado à sua dependência. Fatores históricos, vivenciais, culturais, pressões

sociais, levam ao aumento do consumo de determinada substância já consumida. A

fragilidade psicológica em resolver os problemas existenciais tende a encontrar elementos

substitutivos para suportar o sofrimento.

O objetivo da psicoterapia com o dependente químico é aproximá-lo da experiência

vivida para resolver os seus problemas existenciais sem o uso de outro elemento externo a ele.

Para Rogers “o que isso quer dizer é que já que ele está mais perto à sua experiência, pode

permitir-se viver simbolicamente em função de todas as possibilidades” (ROGERS, 1980, pg.

100).

A psicoterapia com o usuário de substância psicoativa auxilia na construção de novas

possibilidades para a existência. A Abordagem Centrada na Pessoa permite compreender o ser

humano desenvolvendo-se em seu processo de amadurecimento. Conforme Rogers “os

indivíduos possuem dentro de si vastos recursos para a auto compreensão e para modificação

de seus auto conceitos, de suas atitudes e de seu comportamento autônomo” e a isso soma

uma certeza “esses recursos podem ser ativados se houver um clima, passível de definição, de

atitudes psicológicas facilitadoras” (ROGERS, 2012, pg. 38).

É a esse clima que facilita a mudança que se dedica este artigo através de três atitudes

facilitadoras: congruência, aceitação positiva incondicional e compreensão empática.

3 – Contribuições das Psicoterapias humanistas.

A relação terapêutica é fator determinante para qualquer enfoque em psicoterapia. As

várias correntes teóricas da psicologia desenvolveram métodos pelos quais tem acesso ao ser

humano em seu sofrimento psíquico para poder ajudá-lo a desenvolver suas capacidades

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saudáveis. Em se tratando das correntes humanistas, especificamente a Abordagem Centrada

na Pessoa (ACP), é seguro afirmar que Rogers dedicou-se ao estudo das relações humanas ao

longo da sua vida acadêmica com o objetivo de compreender as situações que promovem o

crescimento pessoal.

No artigo publicado em 1958, Rogers trata das “características de uma relação de

ajuda” e questiona-se: “como poderei criar uma relação de ajuda?” (ROGERS, 1985, pg. 54),

“quais as características destas relações que as transformam em relações de ajuda, em relações

que favorecem o crescimento?” (ROGERS, 1985, pg. 44).

Na busca pelo processo terapêutico Rogers aponta quatro condições pelas quais ajuda

a melhor entender a relação terapêutica (ROGERS 1985): o grau de compreensão empática do

cliente manifestado pelo terapeuta; grau de afetividade positiva da atitude manifestada pelo

terapeuta em ralação ao cliente; o grau de autenticidade do terapeuta, do acordo entre suas

palavras e os seus sentimentos; o grau de concordância na intensidade afetiva da reação do

terapeuta com as palavras do cliente.

A preocupação de Rogers está na qualidade da relação terapêutica que se estabelece

entre o cliente e o terapeuta. Importante lembrar o que diz Wood que não é o terapeuta “que

cria um ambiente; é ele e o cliente e a situação que são o ambiente. Ele não cria um

relacionamento; ele e o cliente são o relacionamento.”4

Essas atitudes muito contribuem quando o cliente apresenta dependência de alguma

substância psicoativa. Em grande parte o dependente químico sofre muitos preconceitos da

sociedade. A partir do momento que encontra no espaço terapêutico as condições para que ele

seja aceito plenamente, o fluir da fala e da escuta abrem portas para a compreensão de sua

dependência e os motivos que o levaram a esse fim. Para melhor compreender a relação que

promove mudança serão aprofundadas as condições básicas necessárias para que uma relação

possibilite espaço terapêutico. São elas: congruência, aceitação incondicional e compreensão

empática.

3.1 – Congruência: simbolizar experiências.

O conceito de congruência surgiu na obra de Rogers com o objetivo de diferenciar o

terapeuta centrado no cliente de outras abordagens que privilegiam o conjunto de técnicas e

teorias para construir a relação terapêutica com seus clientes. A congruência é uma atitude

que aponta para um duplo caminho: por um lado é uma atitude genuinamente do terapeuta que

4 In: Vieira, E.M.; Ribeiro, G. Di P. D; Souza, B.N.; Moreira, J.O. & Oliveira, P.A. (2014).

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privilegia o caráter inter-humano da relação psicoterápica; por outro, em se tratando de

cliente, é a relação entre o eu e a experiência. Na estrutura teórica desse artigo será abordada a

congruência como atitude do terapeuta.

Rogers ao abordar sobre as condições necessárias para a mudança terapêutica de

personalidade propõe um conjunto de situações que facilitam o início de qualquer processo

terapêutico. Entre elas “que a segunda pessoa, a quem chamaremos de terapeuta, esteja

congruente ou integrada na relação” (ROGERS, 1994, pg. 160). Basicamente ser congruente

significa estar inteiro na relação que se estabelece com o cliente, seja para fortalecer a relação

terapêutica, ou para possibilitar ao cliente um espaço de confiança para ser ele mesmo.

Para Rogers a atitude congruente contribui para construir uma relação de confiança.

Nesse sentido lembra o autor “comecei a reconhecer que ser digno de confiança não implica

em ser coerente de uma forma rígida, mas sim que se possa confiar em mim como realmente

sou” (ROGERS, 1985, pg. 54). No atendimento do dependente químico a confiança é

condição sine qua non para o processo de entendimento sobre a dependência. Acolher o

dependente significa dizer “sim! Eu me importo mais com você do que com a droga”. E esse

acolhimento será possível quando o dependente estiver à vontade para falar sobre sua

dependência.

Na congruência Rogers descobriu que “a transformação pessoal é facilitada quando o

psicoterapeuta é aquilo que é, quando suas relações com o cliente são autênticas e sem

máscaras nem fachadas, exprimindo abertamente os sentimentos e as atitudes que nesse

momento ocorrem” (ROGERS, 1985, pg. 65) quando isso for necessário.

Ao ouvir os relatos dos dependentes químicos a congruência influencia a relação

terapêutica de dois modos: por um lado, o interno no qual o terapeuta tem acesso ao seu fluxo

de experienciação sendo receptivo e acolhedor do que lhe surge tendo discernimento do que

comunicar e do que calar. Para Rogers isso “significa que, na relação, ele está sendo livre e

profundamente ele mesmo, com sua experiência real precisamente representada em sua

conscientização de si mesmo” (In: Wood, 1994, pg. 163); por outro lado, há a comunicação

com o externo, com o cliente, na qual deixará transparente a congruência experienciada em

seu interior.

3.2 – Aceitação positiva incondicional: apreciar o cliente como pessoa além de suas

condutas.

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Quando um dependente químico busca ajuda para tratar sua dependência geralmente já

se encontra socialmente excluído. Para a Abordagem Centrada na Pessoa ele está

incongruente, ou seja, as suas experiências organísmicas não estão sendo simbolizadas ou

integradas à noção de eu. Tenho a impressão que o dependente químico sofre pressão, por um

lado, de si mesmo na busca do fluxo experiencial; por outro lado, a pressão de seu círculo de

convívio para mudar a partir de conceitos prontos padronizados de como deve ser e agir.

Quando a consideração positiva está condicionada a pessoa está em desajuste

psicológico, de tal forma que a restauração da aceitação da pessoa em sua experienciação,

torna-se necessária para o início e andamento do processo terapêutico. Assim, a vivência da

aceitação positiva incondicional do terapeuta possibilita para o cliente auto consideração

positiva incondicional. Assim diz Rogers (1979) “o paciente, através da aceitação pelo

terapeuta do que diz, da completa ausência de qualquer atitude moralista ou judicativa, da

atitude de compreensão que impregna todo atendimento, acaba por reconhecer que todos os

sentimentos e atitudes se podem exprimir.” (ROGERS, 1979, pg. 98).

Mas, como saber quando o terapeuta está aceitando incondicionalmente o cliente?

Rogers (1994) lembra que “na medida em que o terapeuta se encontra experienciando uma

aceitação calorosa de cada aspecto da experienciação do cliente como sendo uma parte

daquele cliente, ele estará experienciando consideração positiva incondicional” (ROGERS,

1994, pg. 165).

A busca de aceitar incondicionalmente o dependente químico, na relação terapêutica,

“é perceber da forma mais sensível e acurada possível todo o campo de percepção do cliente,

da maneira como ele o experimenta, com as mesmas relações de figura e plano de fundo, até o

ponto máximo que o cliente estiver disposto a comunicar (...)” (ROGERS, 1992, pg. 44). Esse

movimento compreensivo possibilita ao terapeuta perceber a referência interna e “indicar para

o cliente em que medida está vendo através dos olhos dele” (ROGERS, 1992, pg. 45).

No livro Terapia Centrada no Cliente, Rogers (1992) elabora a atitude e a orientação

do orientador, com o objetivo de clarificar os elementos básicos para se estabelecer uma

relação terapêutica. Ao propor “uma teoria do papel do terapeuta” aparece sistematicamente

um terapeuta que aceita o seu cliente de maneira incondicional. Assim diz:

“no conforto emocional da relação com o terapeuta, o cliente começa a experimentar um

sentimento de segurança ao descobrir que qualquer atitude que expresse é compreendida quase

de modo como ele a percebe, e é aceita. (...) O terapeuta percebe o self do cliente da forma

como o cliente o conhece, e o aceita; percebe aspectos contraditórios que foram negados à

consciência e os aceita também como parte do cliente; e ambas as aceitações trazem em si o

mesmo calor e respeito. É assim que o cliente, experimentando em outra pessoa a aceitação de

aspectos que são dele, pode assumir em relação a si próprio a mesma atitude. (...) Ele pode

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fazer isso porque uma outra pessoa foi capaz de adotar sua estrutura de referencia e de perceber

junto com – perceber com aceitação e respeito” (ROGERS 1992, pg. 52).

Nessa relação terapêutica o cliente é acolhido, sente-se seguro para partilhar sobre si, é

aceito naquilo que é, entende que pode também acolher a si mesmo. O papel do terapeuta,

“alter ego acolhedor”, é ser uma outra pessoa que percebe as experiências do cliente com

uma nova qualidade (Rogers 1992). Aceitar positiva e incondicional a outra pessoa “implica

numa forma de apreciar o cliente como uma pessoa individualizada, a quem se permite ter os

próprios sentimentos, suas próprias experiências” (ROGERS, 1974, pg. 165).

3.3 – Compreensão empática: compreender o campo fenomenológico.

Umas das premissas fundamentais do pensamento rogeriano é que as pessoas usam

suas experiências para se definirem. Desse modo, existe um campo experiencial para cada

indivíduo, um campo fenomenológico com o qual interage com as circunstâncias. Esse campo

fenomenológico contém tudo que acontece com o organismo e que está disponível à

consciência. Esse mundo é subjetivo e pode ou não corresponder com a realidade objetiva,

tendo em vista que essa experiência tem seus limites psicológicos e/ou biológicos.

O terapeuta centrado na pessoa, através da psicoterapia, adentra nesse campo

fenomenológico do cliente, não como um corpo estranho, mas alguém que está disposto a

experimentar de maneira ativa, junto com o cliente, tudo quanto ele expressar. Para Rogers

“significa penetrar no mundo perceptual do outro e sentir-se totalmente à vontade dentro dele”

(ROGERS, 1977, pg. 73). Esse processo exige aceitação e só é possível quando a escuta

terapêutica for empática. Assim define Rogers:

“segundo essa formulação, a função do terapeuta seria assumir, tanto quanto for possível, a

estrutura de referência interna do cliente, perceber o mundo como o cliente o vê, deixar de lado

todas as percepções a partir da estrutura de referência externa enquanto estiver fazendo isso e

comunicar algo de sua compreensão empática ao cliente” (ROGERS, 1992, pg. 38).

Para Raskin “(...) o orientador esforça-se ao máximo para entrar na pele da pessoa com

quem está comunicando, tenta chegar dentro e viver as atitudes expressas (...); numa palavra,

absorve-se completamente nas atitudes do outro” (In: Rogers, 1992, pg. 38). Compreender

empaticamente é fazer uma imersão no campo fenomenológico do cliente não com uma

identificação emocional, mas com identificação empática, ou seja, “sentir o mundo privado do

cliente como se ele fosse o seu, mas sem perder a qualidade „como se‟” (ROGERS, 1994, pg.

167; Idem, 1977, pg. 72).

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Assim entendida a empatia é um percurso que é feito pelo terapeuta em direção ao

cliente na tentativa de vivenciar, com seu espaço fenomênico, a experiência fenomenológica

do cliente. Rogers assim formula: “para poder ajudá-lo, deixarei de lado a mim mesmo – o

self das interações habituais – e entrarei em seu mundo de percepção tão completamente

quando puder” (ROGERS, 1992, pg. 45). Assim, “o percurso da empatia: sair de mim e ir até

você. Percorrer a distância que nos separa e ir até onde você está” (PARREIRA, 2012).

Feito o percurso empático e estando presente no campo fenomenológico da pessoa, se

faz necessário que a escuta seja ativa, isto é, “requer sensibilidade constante para com as

mudanças que se verificam nessa pessoa em relação aos significados que ela percebe, ao

medo, à raiva, à ternura, à confusão, ou ao que quer que ele/ela esteja vivenciando”

(ROGERS, 1977, pg. 73). Significa que a escuta, no contexto da relação terapêutica, é que

possibilita ao cliente aproximar a noção de eu da experiência que o constitui.

A definição de empatia, a que tudo indica, em sua prática psicoterápica conduz o

terapeuta a uma experiência empática com seu cliente, “significa viver temporariamente sua

vida, mover-se delicadamente dentro dela sem julgar (...). Passamos a ser um companheiro

confiante dessa pessoa em seu mundo interior” (ROGERS, 1977, pg. 73). Essa é uma

aproximação que existe entre a aceitação positiva incondicional e a empatia. Por caminhos

diferentes para chegar ao mesmo objetivo: o terapeuta com compromisso de experienciar o

mundo do cliente com aceitação.

A compreensão empática é atitude do terapeuta em relação com o seu cliente, ou seja,

ela é externa. A comunicação também precisa ser empática, “implica em transmitir a maneira

como você sente o mundo dele (...), mostrando os possíveis significados presentes no fluxo de

suas vivências (...)” (ROGERS, 1977, pg. 73). A compreensão empática é relacional, diz

respeito à criar espaço onde as relações doentias possam ser entendidas através do feedback

do terapeuta que está empaticamente próximo da vida como ela é de seu cliente.

4 – Conclusão

O homem que busca a si mesmo está tão próximo e ao mesmo tempo tão distante.

Entre o eu e a experiência, constitui um abismo que precisa ser preenchido, ou uma ponte que

dê acesso a alguém perdido que determinado momento da história me pertenceu. Um ser

humano que através de suas escolhas se distancia de si mesmo. Olha no espelho e não mais se

reconhece, torna-se um estranho de si mesmo.

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A dependência química envolve muitos fatores que influenciam diretamente no

processo de recuperação do uso abusivo das drogas. Pelo viés social há estigma constituído

em torno de dependente químico e a solução parece ser a repressão. O círculo de convívio

familiar com um discurso ético/moral busca conscientizar sobre os malefícios da droga. O

dependente químico busca ajuda profissional como último recurso. São poucos os que tentam

deixar o uso abusivo de droga por consciência dos malefícios, visto que, o uso da droga

proporciona bem estar, prazer.

A Psicologia é um instrumento que possibilita ao dependente químico a compreensão

aprofundada sobre o lugar que a droga ocupa em sua vida. A Psicoterapia cria espaço para

uma escuta diferenciada e acolhedora da experiência do dependente químico. A possibilidade

de simbolizar a experiência de vida que depende de um artifício químico para alcança/fugir do

desconforto existencial, sem viés proibitivo ou moralista, é condição fundamental para bom

andamento do proceder clínico.

O estudo sobre o dependente químico leva a concluir que o uso de substâncias

psicoativas passa pela compreensão que o ser humano tem da vida em relação com o contexto

histórico no qual ele está inserido. Não existe uma resposta correta que diga com clareza o

que leva alguém a usar droga de maneira abusiva. Existem fatores que indicam a busca por

substâncias extra sujeito para suprir necessidade intra sujeito, entendida como necessidade

psicológica existencial. Isso tudo para responder a questão: o que leva alguém a buscar a

droga? Para cada vida uma história é contada. Algumas histórias se encontram e outras se

afastam apesar de terem o mesmo objeto de consumo, isto é, o uso abusivo da droga.

A psicoterapia oferece contribuição fundamental para o processo de recuperação do

uso abusivo de dependência química a partir do momento em que ela estabelece o seu lugar

próprio de atuação que é olhar com a pessoa para a vida e perceber os „nós‟ existenciais que

fortalecem o vínculo dependente com a droga. Mas, para que isso ocorra se faz necessário que

o vínculo de acesso confiável esteja estabelecido.

A Psicoterapia Humanista da Abordagem Centrada na Pessoa em sua gama teórica

apresenta algumas condições necessárias para a mudança de personalidade. Entre essas

condições apresenta algumas atitudes facilitadoras para o bom andamento do processo

terapêutico. Através da aceitação positiva incondicional o terapeuta procura acolher o

dependente químico para além de suas condutas, sendo uma escuta diferenciada. Através da

congruência o terapeuta procura ver através dos olhos do cliente, que busca ajuda por causa

do uso abusivo das drogas, as suas experiências simbolizadas. Através da compreensão

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empática o terapeuta absorve-se no campo fenomenológico do cliente vivenciando suas

experiências „como se‟ fosse ele mesmo.

Em virtude do que foi mencionado percebe-se que a aceitação positiva incondicional,

a congruência e a compreensão empática disponibilizam instrumentos que são favoráveis para

o terapeuta da abordagem Humanista estabelecer relação terapêutica com o cliente que está

em uso abusivo de drogas. Essas atitudes facilitadoras são a porta de entrada para que o

dependente químico consiga simbolizar suas experiências na tentativa de aproximar de si

mesmo.

A busca por compreender a atuação da psicoterapia no processo de recuperação do

abuso de substâncias psicoativas mostra que há grande campo de atuação. Esse artigo

procurou mostrar a importância do contato entre terapeuta e o cliente dependente abusivo de

droga. A relação de confiança é fundamental para que cliente consiga simbolizar a sua adesão

abusiva à droga.

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