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UNIVERSIDADE FEDERALDE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA ALDAIR FERREIRA SILVA DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE GEOQUÍMICA REGIONAL PARA METAIS TRAÇO EM SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SERGIPE SÃO CRISTOVÃOSE FEVEREIRO/2012

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UNIVERSIDADE FEDERALDE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

ALDAIR FERREIRA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE GEOQUÍMICA

REGIONAL PARA METAIS TRAÇO EM SEDIMENTOS

SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

SERGIPE

SÃO CRISTOVÃO–SE

FEVEREIRO/2012

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ALDAIR FERREIRA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE GEOQUÍMICA

REGIONAL PARA METAIS TRAÇO EM SEDIMENTOS

SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

SERGIPE

Dissertação apresentada ao

Núcleo de Pós-Graduação em

Química da Universidade

Federal de Sergipe como um

dos requisitos para obtenção do

título de Mestre em Química.

Orientadora: Profª Drª Elisangela de Andrade Passos

SÃO CRISTOVÃO-SE

FEVEREIRO/2012

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S586d

Silva, Aldair Ferreira Desenvolvimento de uma base geoquímica regional para

metais traço em sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe / Aldair Ferreira Silva ; orientadora Elisangela de Andrade Passos . – São Cristóvão, 2012.

89 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Sergipe, 2012

1. Química analítica. 2. Sedimentos fluviais. 3. Metais traço. 4. Geoquímica. 5. Sergipe, Rio (SE). I. Passos, Elisangela de Andrade, orient. II.Título.

CDU 543.632.495

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AGRADECIMENTOS

A Deus que tem sido o sustento da minha vida;

À minha amada esposa Kátia Ecilene e aos meus filhos Odair e Milena pelo

amor, carinho e compreensão;

A minha mãe Maria Berenice Ferreira Silva e sogra Ecilene dos Santos

pelas orações e apoio;

A meus irmãos Adalton, Anderson e Bárbara por sempre fazerem parte da

minha vida;

A minha amiga professora Fabiana e ex-alunos do extinto NPE que

despertaram em mim o interesse pela química ambiental;

À professora Dra. Elisangela de Andrade Passos, pela orientação e auxílio

durante todo o curso;

Ao professor Dr. Rennan Geovanny Oliveira Araújo, pelo auxílio nas

análises e cálculos estatísticos;

Ao professor Carlos Alexandre B. Garcia por ter sido sempre prestativo;

Ao professor José do Patrocínio Hora Alves, pelas importantes

contribuições ao trabalho;

A todos os professores do NPGQ, pela importante colaboração na minha

formação;

À professora e pesquisadora Maria Nogueira Marques, pela colaboração na

coleta das amostras;

À pesquisadora Maria Angélica Pitanga Texeira pelo auxílio nas análises;

À diretora do Laboratório de água (ITPS) Cláudia Araújo Xavier, pela

importante colaboração na pesquisa;

Às técnicas do ITPS: Laudicéia e Adnívia, pela importante contribuição nas

análises;

Ao meu grupo de pesquisa: George, Fabiana, Jeferson e Samir pelo apoio e

colaboração;

À técnica Ana Carla e a bolsista Simonise (LQA), pela importante

contribuição na coleta e análise das amostras;

A todos os colegas do curso, pelo incentivo e partilha;

À capes pela bolsa de estudo;

À Fapitec pelo suporte financeiro;

Ao ITPS pelo suporte técnico;

Ao governo do Estado de Sergipe, pela concessão da licença para a minha

formação continuada.

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Dedico este trabalho a minha esposa Kátia,

aos meus filhos Odair e Milena, e a minha mãe Maria Bernice

e ao meu pai Onias (in memorian).

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Tudo posso Naquele que me fortalece.

(Fl 4, 13)

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RESUMO

A bacia hidrográfica do rio Sergipe é uma das mais importantes bacias do

Estado de Sergipe. Drena 16,7% da área total do estado e possui uma

população residente de 56,6% do total de habitantes do mesmo, distribuídos

em 26 municípios. Este trabalho teve como objetivo determinar e avaliar a

distribuição e toxidade dos metais traço Co, Cr, Cu, Ni, Mn, Pb e Zn em

sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe. Foram coletadas,

em dezembro de 2010, dezenove amostras de sedimentos. Os métodos de

extração utilizados se mostraram eficientes, com boa concordância, sem

diferença significativa com um nível de confiança de 95 %. As concentrações

totais dos metais dos sedimentos superficiais apresentaram uma grande faixa

de variação de valores. As fortes correlações entre o ferro, o manganês e os

demais metais traço, indicam ser o ferro e o manganês os principais

carreadores inorgânicos no controle da distribuição dos metais nos sedimentos

da área de estudo. As concentrações totais dos metais determinados foram

normalizados a partir do ferro. O sítio P1 se mostrou enriquecido por Ni e Pb, o

sítio P5 por Cr, os sítios P2 e P6 por Co e o sítio P13 por Cu. O fator de

enriquecimento (FE=3,45) e o índice de geoacumulação (Igeo=1,20) indicaram

contaminação apenas no sítio P13. De acordo com a normalização

geoquímica, fator de enriquecimento e índice de geoacumulação, as

concentrações dos metais dos sedimentos analisados podem ser consideradas

de origem natural, exceto para os sítios P1, P5 e P13, e as linhas de regressão

obtidas podem ser usadas para definir a base geoquímica regional (BGR). A

aplicação da PCA e HCA sugere característica geoquímica ou mecanismo de

enriquecimento semelhante para os sítios P1-P3, P6, P9-P10 (Grupo I) e para

os sítios P4-P5, P7-P8, P11-P19 (Grupo II). O sítio P1-P3 e P9 apresentaram

concentração superior pelo menos um valor de TEL e/ou TEC para Cu e Ni. De

acordo com o quociente de potencial impacto adverso de sedimento à biota,

QPEL-GQS e QPEC-GQS, as amostra analisadas, em geral não estão impactadas,

com exceção dos sítios P1-P3, P9-P10 e P13 (moderadamente impactados).

Palavras-chave: sedimento, metais traço, normalização geoquímica, Rio

Sergipe, análise multivariada.

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ABSTRACT

The Sergipe River Basin is one of the most important basins of the State of

Sergipe. It drains 16.7% of the total area of the State and has a resident

population of 56.6% of the total population, shared by 26 cities. The aim of this

project is to determine and assess the distribution and toxicity of trace metals

Co, Cr, Cu, Ni, Mn, Pb and Zn in surface sediments of the Sergipe River Basin.

It was collected nineteen sediment samples in December 2010. The extraction

methods used were efficient, with good agreement, without significant

difference and a confidence level of 95%. The total concentration of metals from

the surface sediments showed a wide variation of values. The strong

correlations among iron, manganese and other trace metals indicate that iron

and manganese in inorganic major carriers control the distribution of metals in

sediments of the study area. The total concentration of the determined metals

was normalized from iron. The P1 site showed enriched by Ni and Pb, Cr by the

site P5, P2 and P6 sites by Co and Cu site by P13. The enrichment factor (EF =

3.45) and index geoaccumulation (Igeo = 1.20) indicated contamination only in

the site P13. According to the geochemical normalization, the Enrichment factor

and index of geoaccumulation, the concentrations of metals from sediment

analyzed can be seen from natural sources, except for the sites P1, P5 and

P13, and the lines of regression can be used to define the basis of regional

geochemistry (BGR). The application of PCA and HCA or geochemical

suggests characteristic mechanism similar to the enrichment sites P1-P3, P6,

P9-P10 (Group I) and sites P4-P5, P7, P8, P11-P19 (Group II). The site P1-P3

and P9 showed higher concentration at least of one value of TEL and / or TEC

for Cu and Ni. According to the ratio of potential adverse impact of sediment to

biota, QPEL-SQA and SQA-QPEC the examined samples, in general, are not

affected, except for sites P1-P3, P9, P10 and P13 (moderately impacted).

Keywords: sediment, trace metals, geochemistry normalization, Sergipe River,

multivariate analysis.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Índice de geoacumulação (Igeo) de metais proposto por Müller (1979).......... 10

Tabela 2: Descrição e localização geográfica dos sítios de coleta de sedimentos na

Bacia Hidrográfica do rio Sergipe..................................................................................

19

Tabela 3: Condições operacionais e descrição do ICP-OES com vista axial................ 22

Tabela 4: Resultado da análise de material certificado de referência NCS DC 75304/

China (média ± desvio padrão, n= 3), percentagem de concordância (%CMCR), limite

de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ) para a determinação da

concentração total dos metais........................................................................................

26

Tabela 5: Resultados da análise de material certificado de lago LKS-

1(CCNRP/Canadá) (média ± desvio padrão, n=3), percentagem de concordância

(%CMR), limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ) para determinação

das concentrações parciais de metais...........................................................................

28

Tabela 6: Média das concentrações totais dos metais e carbono orgânico (Corg) nos

sedimentos superficiais da Bacia Hidrografia do Rio Sergipe (n=3)..............................

29

Tabela 7: Concentrações totais dos metais nos sedimentos superficial da bacia

hidrográfica do rio Sergipe e de diferentes regiões do Brasil e do mundo (máximo e

mínimo)...........................................................................................................................

31

Tabela 8: Matriz de Correlação de Sperman entre as concentrações dos metais e

Corg nos sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe (nível de

confiança a 95%, N = 19 e p<0,05)..............................................................................

37

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ii

Tabela 9: Coeficientes de determinação (r2) e o nível de significância (p) das

regressões lineares das concentrações dos metais com o Al e o Fe dos sedimentos

superficiais da bacia do Rio Sergipe (n= 19).................................................................

39

Tabela 10: Fatores de enriquecimento (FE) e valores de comparação (VC) para

sedimentos superficiais da bacia do rio Sergipe (valores em negritos indicam

enriquecimento).............................................................................................................

44

Tabela 11: Valores de índice de Geoacumulação (Igeo) para os sedimentos

superficiais da bacia do rio Sergipe (valor em negrito indica contaminação).................

46

Tabela 12: Pesos das variáveis extraídas das componentes principais (PC)............... 48

Tabela 13: Concentrações parciais médias dos metais nos sedimentos superficiais

da Bacia Hidrográfica do rio Sergipe (n=3)....................................................................

52

Tabela 14: Valores de TEL (threshold effect level), PEL (probable effect level), TEC

(threshold effect concentration) e PEC (probable effect concentration) (µg g-1, peso

seco)…………………………………………………………………………………………….

54

Tabela 15: Quociente de guia de qualidade de sedimentos PEL para os metais Cr

Cu, Ni, Pb e Zn e QPEC-GQS nos sítios da bacia do rio Sergipe...................................

57

Tabela 16: Quociente de guia de qualidade de sedimentos PEC para os metais Cr

Cu, Ni, Pb e Zn e QPEC-GQS nos sítios da bacia do rio Sergipe..................................

59

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iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema geral de uma bacia hidrográfica...................................................... 1

Figura 2: Bacias hidrográficas do Estado de Sergipe.................................................... 3

Figura 3: Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe.................................................................. 17

Figura 4: Localização dos sítios de amostragem na bacia hidrográfica do rio Sergipe. 20

Figura 5: Gráficos da análise de regressão linear entre as concentrações de (a)

Mn:Fe, (b) Zn:Fe, (c) Ni:Fe, (d) Pb:Fe, (e) Cr:Fe, (f) Co:Fe e (g) Cu:Fe, nos

sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe; a linha sólida

representa a regressão linear; a linha tracejada define o limite de confiança ao nível

de 95%; os quadrados azuis representam os sítios representativos da área „natural‟

e o quadrado branco representam os sítios considerados „não-natural‟........................

41

Figura 6: Gráfico de escores das duas primeiras componentes para a concentração

total dos metais e Corg nos sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio

Sergipe. Os grupos formados na análise estão circulados: □ Grupo I, ■ Grupo II.........

49

Figura 7: Dendograma da „análise de agrupamento hierárquico para os grupos

formados pela dissimilaridade entre as concentrações dos metais normalizados dos

sedimentos da bacia do rio Sergipe...............................................................................

50

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

%CMRC – Porcentagem de concordância com o material certificado

µg g-1 – micograma por grama

Al – porcentagem de alumínio

ANOVA – Análise de variância

BGR – Base geoquímica Regional

CBn – Concentração do nível de background

CCME – Conselho Canadense de Ministérios do Meio Ambiente

Cn – Concentração do elemento n

Co – Cobalto

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

Corg – Carbono orgânico

Cr – Cromo

Cu – Cobre

EUA – Estados Unidos da América

FE – Fator de Enriquecimento

Fe – porcentagem de ferro

g – grama

g – grama

GC1 – Grupo de pequenas Bacias Costeiras 1

GC2 – Grupo de pequenas Bacias Costeiras 2

GQSs – Guias de qualidades de sedimentos

HCA - Hierarchical Cluster Analysis

HCl – Ácido clorídrico

HF – Ácido fluorídrico

HNO3 – Ácido nítrico

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICP OES – Espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente

acoplado

Igeo – Índicie de geoacumulação

ITPS - Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe

L min-1 – litros por minutos

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LD – Limite de detecção

LKSD-1/CCRPM/Canadá – Lake Sediment Samples – 1/Certified Reference

Material Programme/ Canadá

LQ – Limite de quantificação

mL – mililitro

mm – milímetro

Mn – Manganês

mol L-1 – mol por litro

MR – Material de Referência

MRC – Material de Referência Certificado

M cm-1 – Micro ômega por centímetro

N – número de fatores

n – número de replicatas

Ni – Níquel

nm – nanômetro

NOAA – National Ocean and Atmospheric Administration

ºC – graus Celsius

p – nível de significância

Pb – Chumbo

PCA – Principal Component Analysis

PEC – Probable effect concentration

PEL – Problabe Effect Level

pH – potencial hidrogeniônico

PIB – Produto interno bruto

PTFE – politetrafluoretileno

PVC – Policloreto de Vinil

QPEC-GQS – Quociente de guia de qualidade de sedimento PEC

QPEL-GQS – Quociente de guia de qualidade de sedimento PEL

r – coeficiente de correlação

r2 – coeficiente de determinação

s – Segundos

SD – desvio padrão

SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste

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TEC – Threshold effect concentration

TEL – Threshold Effect Level

US EPA – United States Environmental Protection Agency

USA – Estados Unidos da América

v/v – Volume por volume

VC – valor de comparação

VGQS – Valores de guias de qualidade de sedimentos

W – watts

Zn-Zinco

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS..................................................................................................... i

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... iii

LISTA DE ABREVIATURA E SÍMBOLOS.................................................................... iv

RESUMO........................................................................................................................ vii

ABSTRACT.................................................................................................................... viii

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1

1.1. Bacia hidrográfica................................................................................................ 1

1.2. Metais nos sedimentos........................................................................................ 4

1.3. Normalização Geoquímica.................................................................................. 6

1.4. Toxidade dos metais no sedimentos................................................................... 11

2. OBJETIVOS............................................................................................................... 16

2.1. Geral..................................................................................................................... 16

2.2. Específicos........................................................................................................... 16

3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................... 17

3.1. Caracterização da área de estudo...................................................................... 17

3.2. Coleta e preparo das amostras........................................................................... 19

3.3. Equipamentos...................................................................................................... 21

3.4. Reagentes e soluções.......................................................................................... 22

3.5. Controle de qualidade das análises..................................................................... 23

3.6. Procedimento de extração e determinação da concentração total dos

metais..........................................................................................................................

24

3.7. Procedimento de extração e determinação da concentração parcial dos metais. 24

3.8. Determinação da concentração de carbono orgânico.......................................... 25

3.9. Análise estatística dos dados............................................................................... 25

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................... 26

4.1. Qualidades das análises....................................................................................... 26

4.2. Distribuição da concentração total dos metais e do carbono orgânico................ 28

4.2.1. Distribuição do cobre, chumbo e zinco............................................................. 32

4.2.2. Distribuição do cobalto, cobre e manganês....................................................... 33

4.2.3. Distribuição de alumínio e ferro........................................................................ 34

4.2.4. Distribuição do carbono orgânico...................................................................... 35

4.2.5. Análise de Correlação....................................................................................... 36

4.2.6. Normalização Geoquímica................................................................................ 38

4.2.7. Fator de Enriquecimento ................................................................................. 43

4.2.8. Índice de Geoacumulação................................................................................. 45

4.2.9. Análise da Componente Principal...................................................................... 47

4.2.10. Análise de agrupamento hierárquico............................................................... 50

4.3. Distribuição da concentração parcial dos metais e avaliação da possibilidade

de toxidade do sedimento............................................................................................

51

4.3.1. Guias de Qualidades de Sedimentos................................................................ 53

4.3.2. Análise do potencial impacto de contaminação do sedimento.......................... 55

5. CONCLUSÕES.......................................................................................................... 60

6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 63

7. APÊNDICE................................................................................................................. 80

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Bacia hidrográfica

Uma bacia hidrográfica representa um conjunto de terras drenadas por

um rio principal e seus afluentes. No qual segundo consenso científico,

apresenta cabeceiras ou nascentes, divisores d‟água, cursos d‟água principais,

afluentes e subafluentes (GUERRA; GUERRA, 1997). Segundo Garcez et al.

(1998), uma bacia hidrográfica pode ser conceituada como área definida e

fechada topograficamente num ponto do curso de água, de forma que toda

vazão afluente possa ser medida ou descarregada através desse ponto.

Na Figura 1 está representado o esquema geral de uma bacia

hidrográfica. Tucci (2007) afirma que a mesma pode ser entendida como um

sistema físico, onde a entrada é o volume de água escoada pelo exutório

(ponto de um curso d'água onde se dá todo o escoamento superficial gerado

no interior da bacia hidrográfica banhada por este curso), considerando as

perdas de volume intermediário evaporado e transpirado.

Figura 1. Esquema geral de uma bacia hidrográfica.

Sendo assim, o conceito de bacia sugere noção de dinamismo. A

entrada de água na forma líquida para a superfície terrestre geralmente

acontece por meio da precipitação. Uma parte da água é retida por meio da

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cobertura vegetal para atividades morfofisiológicas e outra se infiltra no solo

escoando o excedente superficialmente, sendo favorecidos pelo relevo da

região, formando rios, córregos e etc. (LORANDI; CANÇADO, 2002).

Santana (2003) relata que o termo bacia hidrográfica refere-se à

compartimentação geográfica natural delimitada por divisores de água. Esse

compartimento é drenado superficialmente por um curso d‟água principal até

sua saída da bacia, no local mais baixo do relevo, que corresponde à foz.

Ainda neste contexto, a bacia hidrográfica pode ser principal, secundária ou

mesmo terciária, dependendo da constituição e importância para os seus

afluentes (ARAÚJO, 2007).

Silva (2004) afirma que a bacia hidrográfica pode ser considerada um

ambiente privilegiado onde ocorrem importantes interações ambientais como,

por exemplo, as interações entre a água, os constituintes naturais e as

atividades antropogênicas. Características topográficas, geomorfológicas,

pedológicas, climáticas e a utilização da terra, bem como os processos

interativos podem esclarecer respostas dos sistemas de drenagens às

condições ambientais (FONTES, 1997). Por isso, a análise de uma rede

hidrográfica pode levar a compreensão e à elucidação de numerosas questões,

a citar: demanda dos recursos hídricos, variabilidade climática, poluição do solo

e dos aquíferos, entre outras (CHISTOFOLETTI, 1980).

O estudo de bacias hidrográficas contribui para o desenvolvimento de

uma nova concepção de gerenciamento dos recursos hídricos. Por meio da

integralização de áreas interdisciplinares é possível estruturar um conjunto de

procedimentos capazes de assegurar a utilização correta dos recursos naturais

de uma área, promovendo o desenvolvimento de forma sustentável, garantido

a conservação e preservação ambiental (ARAÚJO, 2007).

Portanto, a bacia hidrográfica é uma unidade territorial adequada para a

gestão não somente dos recursos hídricos, mais uma gestão ambiental

integrada, que tenha como objetivo práticas sustentáveis (ARAÚJO, 2007).

O Brasil apresenta uma vasta e densa rede hidrográfica, podendo ser

dividida em doze regiões hidrográficas: Amazônica, Tocantins-Araguaia,

Atlântica Nordeste Ocidental, Parnaíba, Atlântico Nordeste Oriental, São

Francisco, Atlântico Leste, Atlântico Sudeste, Atlântico Sul, Uruguai, Paraná e

Paraguai. A região hidrográfica Amazônica detém 73,6% dos recursos hídricos

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3

superficiais, sendo seguido pela do Tocantis-Araguaia (7,6%) e a região do

Paraná (6,4%). No entanto, em termos de disponibilidade de água por

habitante, há regiões com vazão média muito baixa em relação ao contingente

populacional (BRASIL, 2006).

Deve-se ressaltar também que, embora o Brasil apresente uma extensa

rede hidrográfica, os municípios brasileiros enfrentam sérios problemas

ambientais, no que se refere aos recursos hídricos. Segundo pesquisa do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), intitulada Perfil dos

Municípios Brasileiros – Meio Ambiente – 2002, o problema ambiental

informado pela maioria dos municípios é o assoreamento dos corpos d‟água

(53% dos municípios), seguindo-se a poluição da água (38%), a alteração da

paisagem (35%), a contaminação do solo (33%), a poluição do ar 22% e a

degradação de áreas protegidas (20%) (BRASIL, 2002).

No estado de Sergipe existem oito bacias hidrográficas, são elas: bacia

do rio São Francisco, bacia do rio Vaza Barris, bacia do rio Real, bacia do rio

Japaratuba, bacia do rio Sergipe, bacia do rio Piauí, Grupo de pequenas bacias

de rios Costeiras 1 (GC1) e Grupo de pequenas bacias de rios Costeiras 2

(GC2) (Figura 2).

Figura 2. Bacias hidrográficas do Estado de Sergipe.

Fonte: http://www.semarh.se.gov.br/planosderecursoshidricos/index.php/pbh

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As bacias hidrográficas dos rios Japaratuba, Sergipe, Piauí, GC1 e GC2

são consideradas estaduais. Já a bacia dos rios São Francisco, Vaza Barris e

Real são considerados federais, pois seus principais afluentes atravessam

mais de um estado (SERGIPE, 2010).

A Bacia hidrográfica do rio Sergipe é uma das mais importantes da

região, pois drena uma área de 16,7% do estado de Sergipe e tem uma

população residente de 56,6% do mesmo. Sendo que a maioria dessa

população (86,8%) reside em áreas urbanas. Este fato comprova o acelerado

processo de urbanização na bacia, sendo nas últimas décadas, responsável

pelo grande passivo ambiental da região (SERGIPE, 2003).

Em consequência disso, a bacia vem sofrendo forte impacto com o

despejo de esgotos domésticos (PASSOS, 2005). Além desse fator, a

industrialização do território sergipano trouxe consigo efluentes cujos destinos

são os afluentes do Rio Sergipe (PASSOS SUBRINHO, 2009).

Ao longo do tempo, os rios se tornaram depósitos de rejeitos sofrendo

consideráveis alterações em seu estado natural (LEMOS, 2001). Na bacia

hidrográfica do rio Sergipe não foi diferente. Por esse motivo, o número de

investigações tem aumentado, tanto em rios como em outros ecossistemas

aquáticos do Estado, afim de que se consiga compreender os processos

naturais que regem os espaços ambientais e identificar suas alterações

(ALVES et al., 2007; GARCIA et al., 2009; PASSOS et al., 2010, 2011).

1.2. Metais nos sedimentos

Entre os diversos compartimentos abióticos do ambiente aquático

utilizados como materiais de estudo distinguem-se: o material em suspensão,

os sedimentos, as águas superficiais e as águas intersticiais. Os sedimentos se

destacam por servirem como registro histórico das variações da intensidade de

poluição de rios, lagos e outros ambientes aquáticos (FÖRSTNER et al., 1979).

Os sedimentos são formados por uma grande variedade de matéria

orgânica e inorgânica. Sua composição e distribuição dependem do tipo de

rocha da região, da vegetação terrestre, das características topográficas e

meteorológicas, dos fatores químicos e biológicos, dos fatores limnológicos

e/ou hidrológicos e dos efeitos de transporte de massa d‟água (WARD, 1992).

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Sua formação resulta, em geral, do carreamento de material para dentro dos

corpos d‟água por meio da erosão ou desgaste de suas margens, bem como

de processos químicos, físicos e/ou biológicos no ambiente aquático que levam

sua deposição no fundo (MANAHAN, 1994).

Sabe-se também que óxidos, hidróxidos, carbonatos, silicatos, sulfetos e

fosfatos estão presentes na constituição dos sedimentos. Bem como, colóides,

detritos orgânicos, bactérias e algas (ARABINDA et al., 1995). Esses

constituintes, em sua maioria, são resultados de reações de precipitação,

oxidação-redução, complexação e atividades biológicas (MANAHAN, 1994). Os

sedimentos são considerados substratos para uma grande variedade de

organismo que vive na água, os quais processam matéria orgânica, e servem

de alimentos para níveis tróficos superiores. Além disso, são excelentes

reservatórios de metais, pesticidas e outras substâncias químicas (CHAPMAN

et al., 2002).

Os metais podem estar associados aos sedimentos de diferentes

maneiras. A capacidade de reter e concentrar elementos traço deve-se aos

diferentes substratos geoquímicos. Essa retenção e acúmulo ocorrem em

consequência de fatores como: adsorção sobre a superfície das partículas

minerais, reações de precipitação, complexação por substâncias húmicas,

processos de difusão, atividade biológicas, entre outras (RAMIREZ et al.,

2005).

No ambiente aquático, os metais podem ser originados tanto de

processos naturais, tais como: intemperismo, carreamento do solo e lixiviação

das rochas, quanto de atividades humanas, principalmente dos descartes

industriais e urbanos (MARENGO et al., 2006). Estes podem estar presentes

de diferentes formas ou modos de ligações nos sedimentos, a citar: hidróxidos,

sulfetos, carbonatos, óxidos (principalmente de ferro, manganês ou alumínio)

ou complexos orgânicos e inorgânicos (COVELLI et al., 2006). Essa

associação torna possível avaliar a variabilidade natural e quantificar o

enriquecimento antropogênico por metais traço em ambientes aquáticos e

terrestres adjacentes (ESTEVES, 1998; NEUMAN et al., 2005).

Portanto, os sedimentos desempenham papel importante na

redistribuição de metais traço a biota aquática, pois acumulam contaminantes

tanto em processo naturais como por atividades antropogênicas. Sua

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capacidade de acumular espécies químicas e as redistribuírem a coluna

d‟água, os tornam extremamente significativos para a investigação dos efeitos

ambientais (MANAHAN, 1994; ALVES et al., 2007).

Estudos desenvolvidos por Facetti et al. (1998) no rio Paraguai (Bacia do

rio Prata, Paraguai), constataram que o aumento da concentração de metais

em sedimentos superficiais, muito provavelmente, tem a contribuição dos

aportes de esgotos domésticos e industriais que são lançados nesse corpo

d‟água. Estudos semelhantes feitos por Woiteke et al. (2003), envolvendo a

avaliação de metais traço em sedimentos superficiais rio Danube, encontraram

relações importantes entre atividades humanas e concentrações de

contaminantes. O rio Danube é o maior rio da Europa e passa por nove países,

são eles: Alemanha, Aústria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária,

Ucrânia e Romênia. Para Mendil et al. (2010), a elevada concentração de

metais traço em sedimentos e peixes do rio Yesilirmar (Tokat-Turquia) está

diretamente relacionada ao aporte de resíduos agrícolas e industriais lançados

neste rio.

No Brasil, Farias et al. (2007) verificaram e avaliaram a

biodisponibilidade de metais traço em sedimentos de manguezais na baia de

Guanabara (Rio de Janeiro), segundo os autores, óxidos de ferro, manganês,

carbonato e matéria orgânica são as fases que mais provavelmente controlam

a biodisponibilidade dos metais na área estudada. Barreto (2007) investigou os

aspectos geoquímicos e a distribuição de metais em sedimentos superficiais

em quatro rios da sub-bacia do rio Poxim (Sergipe), identificando

características semelhantes entre os sedimentos amostrados e as possíveis

áreas enriquecidas por metais oriundos de esgotos domésticos, atividades

agrícolas e industriais.

1.3. Normalização Geoquímica

Uma das dificuldades encontradas para a avaliação da distribuição dos

metais nos sedimentos é identificar a sua origem, pois tanto metais de origem

natural quanto de origem antropogênica acumulam-se nos sedimentos. O

problema é agravado pela magnitude da variação no carreamento do elemento

proveniente das duas fontes, bem como pela interação desses com a

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granulometria, mineralogia e conteúdo de carbono orgânico dos sedimentos.

Para compensar essas influências alguns procedimentos têm sido utilizados,

entre os quais, a citar: a normalização granulométrica (HORWITZ et al., 1999;

SZEFER et al., 1990) e a normalização geoquímica (ALOUIPI; ANGELIDIS,

2001-a; LORING; RANTALA, 1992).

O procedimento de normalização granulométrico consiste em relacionar

as concentrações dos metais com as diferentes frações granulométricas dos

sedimentos. A área superficial da partícula fina nos sedimentos, geralmente,

tem um nível relativamente mais elevado de concentração de metais, que

permite avaliar o enriquecimento, ou o aumento da concentração natural.

Porém, esse procedimento pode: a) causar contaminação da amostra durante

a manipulação; b) dificultar a desagregação da amostra ao secar o sedimento

em ambiente comum antes do peneiramento úmido; c) obscurecer a

variabilidade da composição mineralógica, especialmente quando se normaliza

a fração fina (LORING; RANTALA, 1992).

Na normalização geoquímica a concentração dos metais nos sedimentos

é avaliada por meio de correlações matemáticas entre as concentrações dos

metais e a concentração de um elemento de referência, como alumínio, ferro

ou lítio (ALOUIPI; ANGELIDIS, 2001-a; LORING; RANTALA, 1992). Esse

elemento de referência deve ser de origem litogênica, deve estar

estruturalmente ligado a um dos principais carreadores de metais para os

sedimentos e sua concentração não deve ser significativamente influenciada

pelo aporte antropogênico (GARCIA et al., 2009; TUZEN, 2003).

Entre as diversas vantagens da utilização dessa técnica, pode-se citar:

a) a utilização de único procedimento analítico, na maioria dos casos, para

determinar os elementos necessários, incluindo poluentes e metais utilizados

para a normalização; b) manipulação mínima da amostra, consequentemente a

redução da contaminação; c) e o uso do elemento (ou elementos) pode

normalizar tanto o tamanho da partícula como a variabilidade da composição

(HERUT et al.,1993).

O ferro e o alumínio são os metais mais empregados como elementos

normalizadores. Schiff et al. (1999) utilizaram o ferro como elemento

normalizador para diferenciar os componentes naturais de contribuições

antropogênicas das concentrações dos metais Ag, Cd, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn

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em sedimentos da Costa Sul da Califórnia (EUA). Outros trabalhos também

têm utilizado o elemento Fe como normalizador (TREFRY et al.,1985; MORSE

et al., 1993; DASHALAKIS; O'CONNER, 1995). Segundo Green-Ruiz et al.

(2001), a escolha do elemento normalizador depende, principalmente, da área

de estudo e das atividades humanas desenvolvidas nessa área.

Para determinação da Base Geoquímica Regional (BGR) pode ser

utilizado um gráfico de dispersão de metais a partir de um elemento de

referência de amostras “não contaminadas” obtidas dentro de uma área

geograficamente coerente. A população natural pode ser definida para o limite

de confiança ao nível de 95% das regressões (LORING; RANTALA, 1992).

Para isso é necessário: a) definir alguns valores que representem a área

natural; b) recalcular e representar graficamente o conjunto de dados; c)

projetar os demais valores no gráfico (MIL-HOMENS et al., 2007). Os

sedimentos cuja concentração do metal estiver dentro do limite de predição são

considerados naturais e os que estiverem acima são considerados

enriquecidos (GRANT; MIDDLETON, 1993)

Newman et al. (2007) para definir a base geoquímica e avaliar o

enriquecimento de cobre, cobalto, cromo, manganês, níquel, chumbo e zinco

em sedimento do sul-oriental do cabo da costa da África do Sul, estabeleceram

uma base geoquímica por meio da regressão linear, utilizando o alumínio como

normalizador. Teng et al. (2009) em seu estudo da geoquímica de elementos

traço em sedimentos na área Dexing, sul da China, construíram uma base

geoquímica utilizando o método de normalização geoquímica, tendo como

elemento de referência o alumínio. Segundo os autores, a distribuição espacial

apresentou enriquecimento para Cu, Pb, Zn, Cd, As, Fe e Cr em 2004, quando

comparados aos dados geoquímicos da área em 1987.

No Brasil, Garcia et al. (2011) avaliaram a distribuição de metais traço a

partir de dados geoquímicos de sedimentos superficiais do estuário do rio

Sergipe. Segundo os autores, para determinar a possível contaminação, tendo

em conta a variabilidade natural da região, as concentrações de metais foram

normalizadas com relação ao alumínio e foi feita a regressão linear com limite

de confiança ao nível de 95%.

Excessos de metais identificados na normalização geoquímica não são

necessariamente oriundos da contaminação antropogênica, podem apenas

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refletirem diferenças na origem do sedimento (LORING; RANTALA, 1992). Por

isso, é aconselhável, que se utilizem indicadores para avaliar o estado e o grau

de contaminação de sítios que se demonstraram suspeitos de contaminação

(IDRIS et al., 2008). Segundo Mil-Homens et al. (2006) é possível por meio do

fator de enriquecimento (FE), por exemplo, comparar os valores de metais

determinados com uma área de background (área natural) local ou global. O

cálculo pode ser feito através da equação empregada por Aloupi et al. (2001-a),

Lu et al. (2005), Acevedo-Figueroa et al. (2006):

FE = (Mi / Mref)amostra / (Mi / Mref)background ( Equação 1)

onde, FE é o fator de enriquecimento, (Mi / Mref)amostra é a razão entre as

concentrações do metal de interesse (Mi) e do metal de referência (Mref) na

amostra, e (Mi / Mref)background é a razão entre as concentrações do metal de

interesse e do metal de referência na região de background.

Segundo Loring et al. (1992), muitos autores usam valores de

abundância do metal na crosta terrestre. Estes têm pouca validade, porque não

representam níveis de background regional e apresentam incertezas analíticas

quanto as suas determinações. Contudo, pode-se calcular a relação (Mi /

Mref)background a partir da curva de regressão, usando a concentração do metal

na linha de regressão correspondente a mesma concentração do elemento de

referência. Valores de FE menor ou igual a 2 indicam que os elementos são

originados, principalmente, de fonte litogênicas, enquanto que valores maiores

que 2 indicam que as fontes são, principalmente, antropogênicas (BARRETO,

2007; WU et al., 2007; SZEFER et al., 1990).

Estudos desenvolvido por Wu et al. (2007) em sedimentos do lago

Dongjui e Taihu (China) mostraram que, os resultados de FE e PCA (Principal

component analysis) combinados, indicaram que as variações da concentração

de Cd, Cu, Pb Mn e Zn foram causadas principalmente por fontes

antropogênicas. Sakan et al. (2011) avaliaram o enriquecimento de metais no

rio Tisza, um dos maiores sistemas de ribeirinhas da Europa. Os valores de FE

indicam, segundo os autores, enriquecimento por Cr, Cu, Zn e Pb, provenientes

de diferentes fontes.

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O índicie de geoacumulação (Igeo) também pode ser utilizado para

quantificar o grau de contaminação. Esse estabelece relação entre as

concentrações dos metais na região de estudo e os valores de background,

calculado na curva de regressão (RUBIO et al., 2000; READDY et al., 2004). O

cálculo do Igeo pode ser feito através da expressão:

Igeo = log2 (Cn / 1,5 CBn) (Equação 2)

onde, Cn é a concentração do metal “n” no sedimento a ser classificado, CBn é a

concentração do nível de background do metal “n” e 1,5 é o fator de correção

das possíveis variações do background causada pela diferença litológica. Os

valores calculados podem ser classificados para avaliar a intensidade da

poluição (Tabela 1).

Tabela 1: Índice de geoacumulação (Igeo) de metais proposto por Müller (1979)

apud Moreira et al. (2003).

Intensidade da poluição Acúmulo no sedimento

(Igeo)

Classe

Igeo

Muito fortemente poluído Igeo>5 6

Forte a muito fortemente poluído 4< Igeo≤5 5

Fortemente poluído 3<Igeo≤4 4

Moderado a fortemente poluído 2< Igeo≤3 3

Moderadamente poluído 1< Igeo ≤2 2

Pouco a moderadamente poluído 0< Igeo≤1 1

Praticamente não poluído Igeo<0 0

Estudos desenvolvidos por Yaylali-abanuz (2011) avaliaram a

contaminação de solos superficiais por metais na área industrial de Gebze

(Turquia) e observou que alguns sítios apresentaram Igeo>5 para Pb e Zn e

3<Igeo≤4 para Mn, Cu e Cr, apresentando intensidade de poluição de muito forte

a fortemente poluído. Zhu et al. (2011) em seu estudo sobre a contaminação de

metal em sedimento superficial no Mar do Sul (China) verificaram que alguns

sítios apresentaram 2<Igeo≤3 (moderado a fortemente poluído) e 1<Igeo≤2

(moderadamente poluído) para Pb, Zn e Cu. Segundo os autores, essa

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informação associada a outros dados fornece uma avaliação do acúmulo

desses metais, desde 1998, nos sedimentos amostrados a partir de fontes

antropogênicas e do impacto ambiental resultante.

1.4. Toxidade dos metais nos sedimentos

Atividades antropogênicas em torno dos ambientes aquáticos podem

produzir contaminantes que acumulados em compartimentos da biota, podem

gerar efeitos toxicológicos para organismos inferiores, como macrófitos, bentos,

peixes demarsal e organismos de nível superiores, como peixes pelágicos e

aves aquáticas. Desses compartimentos os sedimentos são considerados

importantes dissipadores, quando contaminados podem causar efeitos

adversos a organismos que vivem em seus poros alterando a cadeia alimentar

da biota, podendo ser liberados gradualmente para a coluna d‟água

(CHAPMAN et al, 1999).

Sendo assim, os sedimentos agem como fonte difusa de contaminantes,

mesmo após desativação da fonte primária de poluição. Metais fixados por

fontes difusas, por exemplo, podem ser liberados para a coluna d‟água, através

de variações das condições ambientais tais como mudanças de pH, de

potencial redox, ou pela presença de quelantes orgânicos (SALOMONS, 1983;

BURTON, 2002).

Por isso, a avaliação da qualidade dos sedimentos é uma ferramenta

importante no monitoramento da qualidade de ecossistemas aquáticos

(CHAPMAN et al., 1999). Apesar disso, a regulamentação da qualidade de

recursos hídricos brasileira não prever análise da qualidade de sedimentos no

monitoramento dos ambientes aquáticos. Apenas estabelecem diretrizes e

procedimentos mínimos para avaliação do material a ser dragado (material

retirado ou deslocado do leito dos corpos d‟água decorrente da atividade de

dragagem), visando gerenciar a sua disposição em águas jurisdicionais

brasileiras (Resolução do CONAMA nº 344, de 25 de março de 2004). No

entanto, muitos trabalhos têm avaliado a qualidade de sedimentos na

investigação de contaminantes em ambientes aquáticos (GARCIA et al., 2011;

GARCIA et al., 2009; LATTUADA et al., 2009; SARAIVA et al., 2009; ABESSA

et al., 2005).

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Nos últimos anos, a avaliação da qualidade dos sedimentos tem sido

realizada, em geral, de duas formas: ou por meio da classificação do sedimento

(abordagem estatística) de acordo com um valor-guia ou testes biológicos, ou

então por meio do equilíbrio de partição (abordagem química) entre o

sedimento e água intersticial que considera a biodisponibilidade do metal

(BURTON, 2002).

Os guias de qualidade de sedimentos (GQSs) relacionam as

concentrações de metais com a freqüência de ocorrência de efeitos adversos

observados em organismo, tanto em in situ como em laboratório, gerando um

teor limite teórico abaixo do qual as populações de organismos tanto inferiores

como superiores estariam protegidas (CCME, 1999; US-EPA, 2000; CETESB,

2005).

Entre outras aplicações dos GQSs podemos citar: desenvolvimento de

programas de monitoramento, interpretação de dados históricos, avaliação de

materiais dragados, avaliação de riscos ecológicos, identificação de

contaminantes de interesse de ecossistemas aquáticos e classificação de

áreas de interesse na base regional ou nacional (NASCIMENTO, 2003).

Diversos órgãos ambientais de países como Estados Unidos, China,

Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Holanda desenvolveram GQSs para

ambientes marinhos e fluviais. Cada proposta tem vantagens e limitações que

influenciam sua aplicação no processo de avaliação da qualidade de

sedimentos. Entre os diversos GQSs podemos citar: os valores de guias de

qualidade de sedimentos (VGQS) canadenses e os guias de qualidade de

sedimentos consensuais (GQSs consensuais).

Os valores de guias de qualidade de sedimento (VGQS) canadense

estão baseados em um banco de dados químicos e biológicos, elaborado na

América do Norte sob o patrocínio do Conselho Canadense de Ministérios do

Meio Ambiente (CCME), o qual originou o protocolo de Derivação da Vida

Aquática. Esse protocolo estabelece critérios para avaliação da qualidade dos

sedimentos e do significado toxicológicos de algumas substâncias associadas

aos efeitos adversos para alguns organismos aquáticos (CCME, 1999).

Estes se baseiam em concentrações específicas que representam o

menor limite de concentração de efeito (TEL do inglês “Threshold Effect

Level”), abaixo do qual, efeitos adversos raramente são esperados a biota

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aquática em decorrência a exposição a esses sedimentos e o limite provável de

efeito (PEL do inglês “Problabe Effect Level”), acima do qual, efeitos adversos

são frequentemente esperados a biota. Na faixa entre TEL e PEL situam-se os

valores onde ocasionalmente esperam-se tais efeitos.

Hertler et al. (2009) em Parguera, sudoeste de Porto Rico, avaliaram a

toxidade de metais traço em sedimentos marinhos e terrestres associando a

qualidade da água em áreas de interesse a sistemas de mangue e águas

rasas. Neste estudo verificaram, em áreas com atividade industrial recente,

valores superiores ao TEL para Cu, Ni e Zn e superiores para ao PEL para Cu

e Ni. Costa et al. (2011), avaliando o potencial genotóxico de sedimentos

estuarinos contaminados, encontraram valores superiores ao TEL para Cu, Ni e

Zn e ao PEL para Cu e Zn em sedimentos de áreas influenciadas por

descargas de pesticidas, fertilizantes de campos agrícolas extensivos.

No Brasil, Gomes (2008), em seu estudo sobre a ocorrência de metais

traço em sedimentos superficiais do Rio São Francisco à montante e à Jusante

da represa de Três Maria, Minas Gerais, avaliou a qualidades dos sedimentos

comparando as concentrações dos metais Cr, Cu, Ni, Pb e Zn aos valores de

TEL e PEL, observou valores superior ao PEL para Cd e Zn nos períodos seco

e chuvoso. Saraiva et al. (2009), em estudos geoquímicos, biológicos e

ecotoxicológicos em água e sedimentos superficiais da Sub-bacia do rio São

Francisco na região de Três Maria, Minas Gerais, utilizaram valores de TEL e

PEL para avaliar a toxidade dos sedimentos em quatro estações de

amostragem. Segundo os autores, nenhuma das estações excedeu os valores

de TEL e PEL. Abessa et al. (2005), em seu estudo da influência de um

emissário de esgoto do Brasil sobre a toxidade e contaminação de sedimentos

adjacentes, avaliaram a qualidade sazonal dos sedimentos da Baia de Santos,

São Paulo, em virtude da influência de esgotos das cidades de São Vicente e

Santos. Para os autores, os valores de Ni e Cr superiores ao TEL estavam

associados à contribuição antropogênica oriunda de esgotos dessas cidades.

Os GQSs consensuais foram desenvolvidos por MacDonald et al. (2000)

a partir de valores guias publicados anteriormente para sedimentos de água

doce ou fluviais. Este protocolo estabelece para cada contaminante, duas

concentrações associadas a efeitos adversos causados a organismos que

vivem nos sedimentos. A concentração limite de efeito (TEC do inglês

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“Threshold effect concentration”) indica que para valores abaixo dessa

concentração, efeitos adversos raramente ocorrem ao organismo aquático. A

concentração de efeito provável (PEC do inglês “Probable effect concentration”)

indica que para valores acima dessa concentração, efeitos adversos ocorrem

frequentemente à biota aquática (US-EPA, 2000).

Sakan et al. (2011), em seu estudo sobre a contaminação de sedimentos

por elementos traço no rio da Sérvia, observaram que os valores de Cr, Cu, Pb

e Ni foram superiores ao TEC e PEC. Esses valores, segundo os autores,

provavelmente, foram influenciados por contribuições antropogênicas. Pan et

al. (2011), utilizando sedimentos e esponjas como ferramentas para a

monitoramento de contaminação por metais na costa oriental do Mar Vermelho

(Arábia Saudita), verificaram valores de Zn, Cu e Pb superiores ao TEC, em um

sítio localizado próximo a um mercado de peixe.

Garcia et al. (2009), avaliando fatores que controlam metais traços em

sedimentos da sub-bacia do rio Poxim, verificaram que as concentrações

parcias de Cr, Ni, Pb e Zn ficaram bem abaixo do TEC e que a concentração

do Cu se aproximou do referido GQS. Santos (2010), em seu estudo da

geoquímica e distribuição dos metais traço em testemunho de sedimentos do

açude Macela, Itabaiana-Sergipe, observou valores de concentração média de

Ni superior ao TEC e PEC, segundo o qual efeitos adversos podem ocorrer

frequentemente a organismo do ambiente em estudo.

Apesar de terem sido desenvolvidos para a América do Norte, os VGQS

e os GQSs têm sido utilizados em diversos trabalhos de diferentes regiões do

mundo (DAVE; NILSON, 1999; ACEVEDO-FIGUEROA et al, 2006; HUERTA-

DIAZ et al, 2008; SUTHERLAND et al, 2007) e do Brasil (BARRETO, 2007;

PASSOS, 2005; SILVA, 2007; SARAIVA et al, 2009; PERREIRA et al, 2007;

HORTELLANI et al, 2008). Sendo assim, constituem uma ferramenta

importante no estudo toxicológico de contaminantes em ambientes aquáticos.

Porém, a concentração de contaminantes ao longo da cadeia alimentar,

bem como a persistência e a toxidade desses contaminantes no ambiente,

podem causar efeitos danosos a longo tempo à biota. Os GQSs não preveem

efeitos de bioacumulação, como foram baseados em dados de qualidade de

sedimentos, não devem ser utilizados para avaliar solos, cascalhos, areia

grossa, piche ou minério do metal, pois pode resultar em conclusões errôneas

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(NOAA, 2010). Estes devem ser utilizadas junto com outras ferramentas, tais

como: testes de toxidade e/ou testes de bioacumulação e/ou teste da

comunidade bentônica, para que se tenha uma avaliação mais exata da

qualidade do sedimento (MACCAULEY et al., 2000).

Diante do exposto, assim como em outras regiões do Brasil, em Sergipe

há diversos estudos nas áreas de suas bacias hidrográficas. No entanto, até o

presente momento não se tem nenhum estudo sistemático integrado da

qualidade do sedimento na bacia hidrográfica do rio Sergipe, tendo-se apenas

ações isoladas conduzidas por pesquisadores, procurando atender as

demandas por informações sobre a qualidade do sedimento de alguns rios e

estuários pertencentes à Bacia (GARCIA et al., 2011; PASSOS et al., 2010;

GARCIA et al., 2009; PASSOS et al., 2005; ALVES et al., 2007).

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Determinar e avaliar a distribuição e toxidade dos metais traço Co, Cr,

Cu, Mn, Ni, Pb e Zn em sedimentos superficiais coletados na bacia hidrografia

do Rio Sergipe.

2.2. Específicos

Otimizar e validar as metodologias empregadas às condições do

laboratório, fazendo uso de material de referência certificado e limites de

detecção e quantificação;

Determinar as concentrações totais dos metais traço nos sedimentos,

usando a mistura ácida HNO3: HCl : HF;

Verificar a conveniência do uso de alumínio ou ferro como

normalizadores geoquímicos para a área de estudo;

Estabelecer dentre os sítios de amostragem, àqueles que possam

representar sedimentos de áreas naturais para os metais determinados,

usando regressão linear;

Identificar a possível contribuição antropogênica dos metais nos

sedimentos, usando a normalização geoquímica;

Avaliar o enriquecimento dos sítios amostrados por meio do fator de

enriquecimento e o índice de geoacumulação;

Observar as tendências de grupo dos sítios por meio da análise de

componentes principais e análise de agrupamento hierárquico;

Avaliar a distribuição da concentração parcial dos metais e a

possibilidade de toxidade dos sedimentos, utilizando guias de qualidade

de sedimentos;

Analisar o potencial impacto de contaminação por meio dos quocientes

de guia de qualidade PEL e PEC.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização da área de estudo

A bacia hidrográfica do rio Sergipe abrange vinte e seis municípios,

sendo oito totalmente inseridos: Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa

Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de

Lima, São Miguel do Aleixo e dezoito parcialmente inseridos: Aracaju, Areia

Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo,

Graccho Cardoso, Itabaiana, Itaporanga D‟Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da

Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo

Amaro das Brotas, São Cristóvão, Siriri.

Figura 3. Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe

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O rio Sergipe nasce em Nossa Senhora da Glória, na Serra Negra,

divisa entre os estados de Sergipe e Bahia, desaguando no Oceano Atlântico

em Aracaju (ROCHA, 2006). Seus principais afluentes pela margem esquerda

são os rios Pomonga, Parnamirim, Ganhamoroba e Cágado e pela margem

direita os rios Poxim, Sal, Cotinguiba, Jacarecica, Morcego, Jacoca,

Campanha, Lajes e Melancia. O Açude Macela e as Barragens Jacarecica I e II

são os principais reservatórios da bacia, porém barragens de pequeno porte

também são encontradas (SERGIPE, 2011).

A população residente no território da Bacia compreende 1.010.523

habitantes. Sendo que 74 % dos municípios apresentam grau de urbanização

acima de 50,0 % no ano de 2007. Aracaju é o município mais populoso e não

existe área rural, o que indica 100,0 % de urbanização. Dentre os municípios

da bacia, o de Nossa Senhora do Socorro (97,0 % urbanizado), apresentou um

grande crescimento nas últimas décadas, devido a sua industrialização

passando a ser o segundo município mais populoso do Estado. Os municípios

com menor grau de urbanização são os de Moita Bonita e Nossa Senhora

Aparecida, com 39,3 % da população residindo em áreas urbanas (SERGIPE,

2010).

O Estado de Sergipe localiza-se na faixa tropical e possui como

problema climático principal à irregularidade espacial da precipitação

pluviométrica decrescente do Litoral Leste para o Sertão Semi-árido. No Litoral

Leste são observadas isoietas superiores a 1600 mm, enquanto que no Sertão

Semi-árido a precipitação pluviométrica anual é inferior a 800mm decaindo

para menos de 500mm, formando as principais zonas climáticas. O período

chuvoso é de abril a agosto com máximo concentrado em maio, junho e julho

(SERGIPE, 2011).

A principal atividade econômica é a pecuária, visto que 46,0% da área

da bacia estão ocupadas por pastagens. Essa atividade econômica se

caracteriza pela natureza extensiva e predatória, sendo responsável pelos

desmatamentos indiscriminados na região. Em áreas ocupadas por matas

pouco densas (22,6 %) se observa também essas práticas. Somente 18,5%

das terras da bacia estão destinadas aos cultivos, principalmente da cana-de-

açúcar e mandioca (SERGIPE, 2010).

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3.2. Coleta e preparo das amostras

A coleta das amostras dos sedimentos foi realizada em Dezembro de

2010 e em dezenove sítios distribuídos em torno da bacia hidrográfica do rio

Sergipe (Figura 5). A descrição e a localização geográfica dos sítios estão

apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Descrição e localização geográfica dos sítios de coleta de

sedimentos na Bacia Hidrográfica do rio Sergipe.

Sítio Descrição Coordenada Geográfica

Rio / Município Latitude (S) Longitude (W)

P1 Rio Sergipe / Carira 10°35‟13,9” 38°10‟10,8”

P2 Rio Sergipe / Feira Nova 10°22‟32,5” 37°20‟59,4”

P3 Rio Jacoca / Ribeirópolis 10° 8‟ 6,9” 37°42‟26,0”

P4 Riacho Pucabi / Malhador 10°41‟54,3” 37°14‟53,8”

P5 Rio Jacarecica / Moita Bonita 10°38‟12,3” 37°21‟58,5”

P6 Rio Sergipe / Nossa Senhora das Dores 10°31‟22,2” 37°14‟47,4”

P7 Rio Pomonga / Santo Amaro 11°21‟32,4” 37°36‟ 3,9”

P8 Rio Ganhamoroba / Maruim 10°43‟31,5” 37° 5‟37,5”

P9 Rio Sergipe / Riachuelo 11°13‟21,5” 37°19‟22,8”

P10 Rio Sergipe / Laranjeiras 11°18‟17,5” 37°14‟14,6”

P11 Rio Cotiguiba / Socorro 10°50‟ 5,5” 37° 7‟53,1”

P12 Rio Sergipe / Aracaju 10°54‟46,4” 37° 2‟51,6”

P13 Rio Sergipe / Barra dos Coqueiros 10°54‟30,6” 37° 2‟20,6”

P14 Rio Poxim / Aracaju 10°55‟19,6” 37° 5‟50,6”

P15 Rio Poxim / São Cristovão 10°57‟ 8,7” 37°13‟ 9,3”

P16 Rio Pitanga / São Cristovão 10°57‟48,9” 37° 8‟ 5,5”

P17 Rio Poxim Mirim N*/ São Cristovão 10°50‟19,3” 37°18‟ 9,7”

P18 Rio Poxim-Açú / São Cristovão 10°49‟41,5” 37°23‟24,4”

P19 Rio Poxim-Açú N*/ São Cristovão 10º49‟41,5” 37º23‟24,4”

*N = nascente

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Figura 4: Localização dos sítios de amostragem na bacia hidrográfica do rio Sergipe

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As amostras de sedimentos foram coletadas em triplicata usando um

amostrador tipo core com tubo de policloreto de vinil (PVC), removendo-se os

primeiros 5 cm de sedimento (US-EPA, 1999). Estes foram transferidos para

frascos plásticos previamente descontaminados, rotulados e estocados em caixa

de isopor com gelo até a chegada ao laboratório, sendo mantidos no freezer (LU

et al., 2005; ACEVEDO-FIGUEROA et al., 2006). Todos os utensílios utilizados

durante a amostragem eram não metálicos para evitar a contaminação das

amostras. Na descontaminação dos recipientes utilizados nas coletas,

armazenagem e dissolução das amostras foi seguido o procedimento descrito

em Nolting e Jong (1994), utilizando solução de HNO3 a 50 % (v/v).

A secagem das amostras foi realizada em estufa de circulação forçada de

ar a 50 ºC por 72 h (até massa constante). Em seguida, estas foram

cuidadosamente desfragmentadas e peneiradas (> 2,0 mm) para separar os

gravetos e pedregulhos, transferidas para frascos descontaminados (US-EPA,

2001).

3.3. Equipamentos

Os equipamentos utilizados na extração e determinação dos metais no

sedimento foram:

Estufa com circulação forçada de ar (Marconi, modelo MA 035, Brasil);

Balança analítica digital (Metler, modelo Toledo AB 204-05, EUA)

Bloco digestor (com controle de temperatura) com frasco de

politetrafluoretileno (PTFE) (Techal, modelo TE007 A, Brasil);

Ultra-purificador de água (Milipore, modelo Milli-Q Plus ZD5211584,

Canadá);

Analisador elementar (Shimadzu, modelo TOC-5000A CE, Japão);

Forno Mufla (Lavoisier, modelo 402 O, Brasil);

Espectrômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado

com configuração de vista axial, (ICP OES, Modelo 720, VISTA PRO,

Varian, Mulgrave, Austrália).

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As condições operacionais e a descrição do ICP-OES estão apresentadas na

Tabela 3.

Tabela 3: Condições operacionais e descrição do ICP-OES com vista axial.

Condições Operacionais Valores

Potência de radiofrequência (W) 1300

Taxa de fluxo de gás no plasma (L min-1) 15,0

Taxa de fluxo de gás auxiliar (L min-1) 1,5

Taxa de fluxo de gás nebulizador (L min-1) 0,8

Câmara de spray tipo ciclone

Nebulizador concêntrico (tipo Sea Spray)

Tempo de leitura de replicata (s) 3,0

Tempo do sinal de integração (s) 1,0

Diâmetro do tubo injetor (mm) 2,4

Linhas espectrais (nm)

Al: 396,152 (I) Co: 230,353 (II)

Cr: 206,158 (II) Cu: 327,395 (I)

Fe: 259,940 (II) Mn: 259,372 (II)

Ni: 221,648 (II) Pb: 220,353 (II)

Zn: 202,548 (I)

(I) linha de emissão atômica

(II) linha de emissão iônica

3.4. Reagentes e soluções

Todos os reagentes utilizados foram de alto grau de pureza (Merck,

Darmstadt, Alemanha) e a água utilizada foi de qualidade ultra pura (18,2 M

cm-1). Foram eles:

Ácido clorídrico concentrado, HCl 37 % (v/v);

Ácido nítrico concentrado, HNO3 65 % (v/v);

Ácido fluorídrico concentrado, HF 48 % (v/v);

Solução de HCl 0,5 mol L-1, diluindo 41,7 mL do ácido em água ultra pura

e o volume completado a 1L;

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Solução de ácido clorídrico, HCl (1:5) (v/v), diluindo 200 mL do ácido em

água ultra-pura e o volume completado a 1L;

Solução de ácido nítrico, HNO3 (1:1), diluindo 500 mL do ácido em água ultra

pura e o volume completado a 1L;

Soluções padrões estoques de 1000 mg L-1 de Al, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb

e Zn foram preparadas a partir de uma ampola padrão com 1,000g ± 0,002g

do metal (Tritrisol, Merck, Darmstadt, Alemana).

As soluções diluídas usadas na preparação da curva de calibração foram

preparadas no momento da análise a partir das soluções estoque;

Material certificado de sedimento marinho (NCS DC

75304(T)/CNACIS/China) e amostra de sedimento de lago do programa

de material certificado do Canadá (LKSD-1/CCRPM/Canadá).

3.5. Controle de qualidade das análises

Os limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) foram calculados para

cada metal, segundo Miller; Miller (1993). Para isso, foram analisados em

diferentes dias de trabalho soluções de 10 brancos. Os LDs e LQs, no método

proposto, foram calculados considerando a expressão LD = 3s/a e LQ = 10s/a,

em que “a” é a inclinação da curva de calibração, “s” corresponde ao desvio

padrão (em absorbância) calculado a partir de dez leituras da solução. Os

números 3 e 10 correspondem a um valor estatístico eleito de acordo com o

nível de probabilidade de 99,7 %. Os valores apresentados para o LDs e LQs

foram calculados, considerando as diluições quando necessárias, assim como o

emprego de 1g de amostra para as extrações. Os coeficientes de correlação (r)

das curvas de calibração foram maiores que 0,998 para todos os elementos

determinados.

A eficiência dos métodos de extração aplicados foi verificada através da

análise em três replicatas do material de referência certificado (MRC) de

sedimento marinho (NCS DC 75304(T)/CNACIS/China) para a concentração

total dos metais e de sedimento de lago (LKSD-1/CCRPM/Canadá) para

concentração parcial dos metais e o carbono dos sedimentos amostrados. O

valor de concentração encontrado na extração foi comparado com o valor

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certificado para cada parâmetro analisado. A porcentagem de concordância

(%CMRC) foi calculada pela razão percentual entre o valor encontrado e o valor

certificado.

3.6. Procedimento de extração e determinação da concentração total dos

metais

Cerca de 0,6 g de cada amostra de sedimento, previamente seca a 50 ºC

em estufa com circulação forçada de ar, foram pesadas e transferidas para

reatores de PTFE. Em seguida, foram adicionados 4 mL de ácido nítrico e 2 mL

de ácido clorídrico, ambos concentrados. Com os reatores ainda abertos, o

sistema foi aquecido a 60 ºC por 15 minutos, usando bloco digestor. Logo a

seguir, adicionaram-se 4 mL de ácido fluorídrico e após fechar os reatores

devidamente, o sistema foi aquecido a 140 ºC por 2 horas. Após esse período,

com os reatores ainda fechados, o sistema foi resfriado com circulação

constante de água por 30 minutos. Após o resfriamento, os reatores foram

abertos e a temperatura elevada a 210 ºC, até a secura total. Para a dissolução

do resíduo adicionou-se 10 mL de solução de ácido clorídrico 0,5 mol L-1. Em

seguida, as amostras foram filtradas e recolhidas em balão volumétrico de 50 mL

e o volume completado com água ultra pura (PASSOS, 2005).

Os extratos assim obtidos foram transferidos e mantidos em frascos de

polietileno, previamente descontaminados, para posterior determinação dos

metais. As medidas dos metais Al, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn foram

realizadas por ICP-OES do Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de

Sergipe (ITPS).

3.7. Procedimento de extração e determinação da concentração parcial dos

metais

No processo de extração parcial do metal foi utilizado o procedimento

proposto pelo método 200.8 (US-EPA, 1999). Para isso, cerca de 1g de

sedimento, previamente seco a 50º C em estufa com circulação forçada de ar,

foram transferidos para reatores de PTFE e adicionou-se 4 mL de solução de

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ácido nítrico (1:1) e 10 mL de ácido clorídrico (1:5). Esta mistura foi aquecida em

bloco digestor, em sistema fechado, por 30 minutos a 95º C. Em seguida, com

os reatores ainda fechados, o sistema foi resfriado por 30 minutos, com

circulação constante de água. Após o resfriamento, os reatores foram abertos e

as amostras foram filtradas em papel quantitativo. O filtrado foi recolhido em

balão volumétrico de 50 mL e o volume completado com água ultra pura.

Os extratos assim obtidos foram transferidos e mantidos em frascos de

polietileno, previamente descontaminados, para posterior determinação dos

metais. As medidas dos metais Al, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn foram

realizadas por ICP-OES do Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de

Sergipe (ITPS).

3.8. Determinação da concentração de carbono orgânico

O teor de carbono total nas amostras foi determinado em um Analisador

Elementar com combustão a 900 ºC. O teor de carbono orgânico foi obtido pela

diferença entre o valor de carbono antes e depois da calcinação das amostras a

550 ºC por uma hora (PASSOS, 2005).

3.9. Análise estatística dos dados

A análise de variância (ANOVA, one way) foi aplicada aos dados usando

teste múltiplo Tukey‟s (p<0,05). Os cálculos de correlações, regressão linear,

análise de componentes principais e análise de agrupamento hierárquico foram

feitos usando o programa Statistica for Windows, Versão 6.0 (StatSoft Inc.,

USA). O valor de α foi adotado como nível crítico para todos os testes

estatísticos para um nível de confiança de 95%.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Qualidade das análises

A eficiência do procedimento de extração da concentração total dos

metais no sedimento foi confirmada através da análise em triplicatas do material

certificado de referência (MCR) de sedimento marinho (NCS DC 75304/China).

Os conteúdos de Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn, Fe(%) e Al(%) do material foram

comparado com os valores certificados, como mostra a Tabela 4.

Tabela 4: Resultado da análise de material certificado de referência NCS DC

75304/ China (média ± desvio padrão, n= 3), percentagem de concordância

(%CMCR), limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ) para a

determinação da concentração total dos metais.

Metal Valor

encontrado

µg g-1

Valor

certificado

µg g-1

% CMCR LD

µg g-1

LQ

µg g-1

Co 74±5 81±6 92±7 0,06±0,01 0,20±0,02

Cr 56±3 59±6 95±5 0,04±0,01 0,12±0,01

Cu 325±14 357±20 91±4 0,08±0,01 0,27±0,01

Mn 3933±160 4327±220 91±4 0,04±0,01 0,14±0,01

Ni 150±1 167±12 90±1 0,05±0,01 0,18±0,02

Pb 33±1 37±4 90±4 0,06±0,01 0,21±0,02

Zn 134±5 137±15 98±4 0,11±0,02 0,36±0,03

Fe (%) 3,26±0,3 (3,92) 83±8 0,22±0,03 0,73±0,05

Al (%) 6,12±0,1 6,0±0,2 102±2 0,32±0,04 1,06±0,09

( ) valor informado

A porcentagem de concordância (%CMCR) foi calculada pela razão

percentual entre o valor encontrado e o certificado de cada elemento. Como

pode ser observado, as concordâncias (%CMCR) para os metais analisados

variaram entre 83±8% (Fe) e 102±2% (Al), mostrando assim que existe uma boa

concordância entre os valores encontrados e os certificados, sem diferença

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significativa com um nível de confiança de 95%. Sendo assim a eficiência da

extração, bem como a exatidão dos resultados são considerados satisfatórios,

dada a natureza complexa da matriz. Em outros trabalhos na literatura foram

encontrados valores semelhantes (FARIAS et al., 2007; GARCIA et al., 2009;

PASSOS et al., 2011).

Os limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) determinados segundo

Miller e Miller (1993), para os noves elementos metálicos, estão apresentados na

Tabela 4. Os resultados mostraram que não houve contaminação significativa, e

que os valores de LD e LQ para a concentração total dos metais variaram entre

0,04±0,01 (Cr e Mn) e 0,32±0,04 µg g-1 (Al) e entre 0,12±0,01 (Mn) e 1,06±0,09

µg g-1 (Al), respectivamente. Esses valores são aceitáveis e concordantes com

os valores encontrados na literatura empregando material similar (GOMES-

ARIZA et al., 2000; ZEMBERYOVÁ et al., 2006; FARIAS et al., 2007; PASSOS

et al., 2010).

Para assegurar a qualidade da extração parcial e carbono orgânico foram

analisados, juntamente com as amostra, o material de referência (MR) de lago

(LKSD-1 CCNRP/Canadá). As porcentagens de concordância das

concentrações parciais dos metais variaram entre 92±1% (Zn e Fe) e 109±3%

(Mn) como mostra a Tabela 5 e do carbono orgânico foi de 98±1%. Os valores

das concentrações parciais dos metais e o conteúdo de carbono orgânico

determinados no material de referência apresentaram boa concordância quando

comparados com seus respectivos valores certificados.

No processo ou extração parcial foram preparadas soluções em branco

de modo similar às amostras para garantir que não houve contaminação

significativa (Tabela 5).

Os valores de LD e LQ para as concentrações parciais dos metais

variaram entre 0,03±0,01 (Cr e Mn) e 0,30±0,01 µg g-1 (Al) e entre 0,09±0,01

(Mn) e 1,00±0,08 µg g-1 (Al), respectivamente. Esses valores são concordantes

com os valores encontrados na literatura, empregando procedimento de

extração semelhante (HARIKUMAR et al., 2009; GARCIA-ORELLANO et al.,

2011; KABIR et al., 2011; SAKAN et al., 2011).

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Tabela 5: Resultados da análise de material certificado de lago LKS-

1(CCNRP/Canadá) (média ± desvio padrão, n=3), percentagem de concordância

(%CMR), limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ) para

determinação das concentrações parciais de metais.

Metal

Valor

Encontrado

µg g-1

Valor de

referência

µg g-1

%CMCR

LD

µg g-1

LQ

µg g-1

Co 8,6±0,3 8,0 107±3 0,05±0,01 0,18±0,02

Cr 10,2±0,1 nd - 0,03±0,01 0,11±0,01

Cu 43±1 44,0 98±2 0,06±0,01 0,21±0,02

Mn 448,9±11,4 407,4 109±3 0,03±0,01 0,09±0,01

Ni 11,7±0,4 12,0 97±4 0,04±0,01 0,12±0,01

Pb 81,4±0,1 83,0 98±1 0,04±0,01 0,14±0,01

Zn 307±3 335 92±1 0,09±0,01 0,30±0,02

Fe (%) 1,7±0,1 1,8 92±1 0,19±0,02 0,64±0,04

Al (%) - nd - 0,30±0,02 1,00±0,08

nd - valor não disponível

4.2. Distribuição da concentração total dos metais e do carbono orgânico

As médias das concentrações totais dos metais Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb,

Zn, Al e Fe e do teor de carbono orgânico da bacia hidrográfica do rio Sergipe

estão representadas na Tabela 6.

Para a extração total dos metais nas amostras foi empregada a digestão

ácida, usando a mistura de HNO3+HCl+HF. A informação obtida pela extração

representa o conteúdo total de metais (ALOUPI; ANGELIDIS, 2001-b; MATTHAI;

BIRCH, 2001). O teor de carbono orgânico foi calculado pela diferença do valor

total de carbono, antes e depois, da calcinação das amostras a 550 ºC.

As concentrações médias dos metais variaram entre 2,54±0,03 a 36,0±0,8

µg . g-1 (Co), 4,62±0,28 a 91,9±1,2 µg . g-1 (Cr), 2,28±0,19 a 53,7±5,0 µg . g-1

(Cu), 8,49±0,55 a 553±2 µg . g-1 (Mn), 2,44±0,21 a 37,6±0,7 µg . g-1 (Ni),

1,97±1,08 a 28,2±1,7 µg . g-1 (Pb), 2,59±1,06 a 65,6±0,5 µg . g-1 (Zn), 0,12±0,01

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Tabela 6: Média das concentrações totais dos metais e carbono orgânico (Corg) nos sedimentos superficiais da Bacia Hidrografia do

Rio Sergipe (n=3).

Sítios Co Cr Cu Mn Ni Pb Zn Fe Al Corg

µg g-1

µg g-1

µg g-1

µg g-1

µg g-1

µg g-1

µg g-1

% % %

P1 21,4±0,3 91,9±1,2 24,9±0,1 520±16 37,6±0,7 28,2±1,7 63,4±0,3 2,92±0,05 6,42±0,16 0,61±0,05

P2 31,9±0,5 72,5±0,5 19,6±0,2 547±34 25,0±0,1 14,5±0,2 59,9±1,6 2,53±0,04 4,56±0,10 1,52±0,06

P3 36,0±0,8 89,7±1,1 53,7±5,0 447±25 27,1±0,6 14,1±0,3 65,6±0.5 4,88±0,06 5,80±0,86 0,64±0,07

P4 7,02±0,25 17,1±0,1 5,41±0,3 211±4 6,31±0,18 4,85±0,28 27,5±1,5 0,77±0,01 2,94±0,67 0,26±0,01

P5 7,98±0,10 74,6±4,6 14,8±0,9 89,3±10,1 17,9±1,1 7,54±0,04 21,2±0,1 0,92±0,05 3,36±0,19 0,99±0,12

P6 31,3±0,8 39,7±0,6 14,3±2,3 631±7 9,88±0,66 9,74±0,54 45,4±0,6 2,58±0,42 3,68±0,62 0,18±0,01

P7 13,3±0,3 23,1±1,2 6,90±0,80 135±67 5,97±0,26 7,72±0,92 15,7±2,8 1,00±0,10 2,69±0,24 2,08±0,07

P8 12,1±0,4 25,4±0,5 8,67±0,06 242±7 9,23±0,2 9,66±0,22 22,4±0,2 1,13±0,03 5,86±0,01 0,51±0,10

P9 22,0±0,1 75,8±1,0 33,6±0,5 553±2 27,7±0,2 15,7±0,8 54,3±0,4 3,23±0,05 6,96±0,43 1,75±0,01

P10 18,5±0,9 82,1±7,6 47,1±3,4 195±13 25,0±0,1 18,7±2,2 61,8±6,5 2,93±0,15 6,33±0,53 2,07±0,11

P11 7,59±0,25 24,5±0,1 10,2±0,4 92,8±2,0 7,22±0,22 8,86±0,36 19,7±0,4 0,91±0,01 5,28±0,37 1,26±0,05

P12 8,95±0,06 30,4±0,9 13,8±2,3 151±1 10,3±0,7 14,5±3,0 30,8±0,9 1,22±0,06 5,85±0,01 0,31±0,01

P13 9,83±0,63 32,6±0,7 44,5±4,8 222±3 10,3±0,4 15,3±1,2 37,3±4,4 1,36±0,05 5,85±0,01 0,66±0,08

P14 5,84±1,34 19,3±4,4 8,71±0,9 61,2±9,5 4,37±0,91 7,42±1,5 20,6±3,5 0,82±0,14 5,86±0.01 0,47±0,14

P15 8,16±0,13 37,1±1,1 10,3±3,2 72,0±2,9 4,60±0,07 9,69±0,15 19,9±1,6 2,03±0,10 5,83±0,03 0,96±0,14

P16 8,25±0,42 27,1±0,6 8,69±0,31 70,2±6 5,15±0,23 6,54±0,43 10,5±0,3 0,94±0,02 5,85±0,01 0,51±0,01

P17 3,00±0,17 7,61±0,34 2,28±0,19 26,5±1,4 2,44±0,21 2,95±0,02 2,98±0,14 0,33±0,03 5,85±0,01 0,31±0,04

P18 5,58±0,24 16,1±0,3 3,93±0,10 16,6±0,2 3,06±0,05 1,97±1,08 2,59±1,06 0,12±0,01 5,86±0,01 1,88±0,02

P19 2,54±0,03 4,62±0,28 3,24±0,12 8,49±0,55 2,53±0,51 2,46±0,72 5,25±0,59 0,15±0,01 6,07±0,30 2,94±0,39

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a 4,88±0,06 % (Fe), 2,69±0,24 a 6,96±0,43 % (Al). As maiores concentrações de

metais traço ocorreram nos sítios P1-P3 (Tabela 6). As percentagens de carbono

orgânico variaram entre 0,18±0,01 a 2,94±0,39 %, com maiores valores para os

sítios P7, P10 e P19. As diferenças das concentrações médias podem indicar

características sedimentar ou consideráveis influências das atividades

antropogênicas da área.

Sabadini-Santos et al. (2009), em seu estudo na região estuarina do Rio

São Francisco, Nordeste do Brasil, verificaram que a heterogeneidade da

composição e níveis de concentração total de metais nos sedimentos

superficiais e núcleos é influenciada pelas diferentes condições hidrodinâmicas e

mudanças provocadas pela construção de uma barragem nos anos 70 na região.

Na Tabela 7 foram comparadas às concentrações totais dos metais (valor

mínimo e máximo) com estudos anteriores: Bacia do rio Moji-Guaçu (Minas

Gerais) (SILVA, 2002); Bacia do rio Tarumã-Açu (Amazonas) (SANTANA;

BARRONCAS, 2007); Bacia do rio Almendares (Cuba) (OLIVARES-RIEUMONT

et al, 2005); Canal de Suez (Egito) (EL-AZIM; EL-MOSELHY, 2005).

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Tabela 7: Concentrações totais dos metais nos sedimentos superficial da bacia hidrográfica do rio Sergipe e de diferentes regiões do Brasil e do mundo

(máximo e mínimo)

Localização Co

µg g-1

Cr

µg g-1

Cu

µg g-1

Mn

µg g-1

Ni

µg g-1

Pb

µg g-1

Zn

µg g-1

Al

%

Fe

%

Presente estudo 2,54-36,0 4,62-91,9 2,28-53,7 8,49-547 2,44-37,6 1,97-28,2 2,59-65,6 2,69-6,96 0,12-4,88

Bacia do rio Moji-

Guaçu (MG)a

5,20-25,5 13,5-79,9 4,00-35,0 130-825 21,1-35,0 21,7-50,5 46,7-75,0 1,00-9,70 1,90-9,70

Bacia do rio

Tarumã-Açu (AM)b

33,0-219 2,00-233 95,0-1919 34,0-746 38,0-336 47,0-421 46,0-433 nd 2,70-11,4

Rio Almendares,

Cubac

1,50-19,0 84,4-210 71,6-421 390-1630 nd 39,3-189 86,1-406 1,80-6,80 1,70-4,50

Canal de Suez,

Egitod

12,1-44,7 28,1-104 nd 245-484 14,2-54,2 20,3-95,3 20,7-176 nd 0,40-0,60

aSILVA (2002);

bSANTANA; BARRONCAS (2007);

cOLIVARES-RIEUMONT et al (2005);

dEL-AZIM; EL-MOSELHY (2005); nd = não disponível

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4.2.1. Distribuição do cobre, chumbo e zinco

Os valores das concentrações totais de cobre para os sítios amostrados

variaram entre 2,28±0,19 e 53,7±5,0 µg g-1 (Tabela 6). A maior concentração

ocorreu no sítio P3. A região no entorno desse sitio apresenta vegetação de

caatinga, cultivos de culturas temporárias e pastagens para criação de gado

para corte. Porém, a menor concentração total de cobre ocorreu no sítio P17,

esse sítio se caracteriza pela presença de pastagens e mata ciliar.

Nota-se que os valores das concentrações totais de chumbo para os sítios

amostrados variaram entre 1,97±1,08 e 28,2±1,7 µg g-1 (Tabela 6). Sendo que

no sítio P1 ocorreu à maior concentração média e o sítio P18 apresentou a

menor concentração média.

Os valores das concentrações totais de zinco variaram entre 2,59±1,06 e

65,6±0,5 µg g-1 (Tabela 6). O sítio P3 apresentou a maior concentração total dos

sítios amostrados. No entanto, o sítio P18, localizado próximo da nascente do rio

Poxim-Açú, apresentou a menor concentração.

Quando comparado o presente estudo a outros trabalhos (ver Tabela 7),

observa-se que a concentração total de cobre foi superior aos valores

determinados por Silva (2002) e inferior aos valores determinado por Santana et

al. (2007). Contudo, os valores da concentração total de chumbo foram inferiores

aos valores de Silva (2002) e Santana et al. (2007). Já os valores da

concentração total de zinco foram inferiores aos estudos citados anteriormente

(Tabela 7).

Segundo Silva (2002), elevados valores de Cu, Pb e Zn, podem estar

associados a efluentes domésticos e industriais, bem como a utilização de

fertilizantes e pesticidas em áreas agrícolas. Santana et al. (2007) atribuem os

altos teores aos resíduos de diferentes tipos gerados em domicílio e descartados

em aterros ou lixões de grandes cidades.

Comparando com outras áreas do mundo, observa-se que o referido

estudo apresentou valores de concentração total de chumbo e zinco inferiores

aos estudos de Olivares-Rieumont et al. (2005) e El-Azin et al. (2005) (Tabela 7).

Segundo Olivares-Rieumont et al (2005), os maiores valores de

concentração podem está associados às contribuições antropogênicas, oriundos

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de esgotos domésticos. El-Azin et al. (2005) também afirmam que os sedimentos

com elevadas concentrações desses elementos devem estar relacionada com

área impactada por esgoto não tratados, drenagem agrícola e movimento

constante de embarcações de grande porte no Canal Suez (Grécia).

4.2.2. Distribuição do cobalto, cromo, manganês e níquel

Os valores das concentrações total do cobalto variaram entre 2,54±0,03 e

36,0±0,8 µg g-1 (Tabela 6). O sítio P3 apresentou a maior concentração média

dos sítios amostrados. O sítio P19 situado na nascente do rio Poxim-Açú

apresentou o menor valor médio de concentração de cobalto.

As concentrações totais de cromo variaram entre 4,62±0,28 e 91,9±1,2 µg

g-1 (Tabela 6). Observa-se que o sítio P1 apresentou a maior concentração

média da área e o sítio P19 à menor. Ambos ficam em regiões distintas da bacia,

enquanto o primeiro fica na zona climática semi-árida, com presença de caatinga

o sítio P19 localiza-se numa região de zona climática litoral úmida, com

presença de mata ciliar e pastagens (SERGIPE, 2011).

Para o manganês as concentrações médias variaram entre 8,49 ± 0,55 e

553 ± 2 µg g-1 (Tabela 6). O sítio P9 apresentou maior concentração média, este

se localiza na região estuarina da bacia. O sítio P19, localizado na nascente do

rio Poxim-Açú apresentou a menor concentração média de manganês.

As concentrações médias do níquel variaram entre 2,44±0,21 e 37,6±0,7

µg g-1 (Tabela 6). Sendo que o sítio P1, localizado na região de zona climática

no sertão semi-árido apresentou a maior concentração média e o sítio P17,

localizado no litoral úmido, apresentou a menor concentração média (SERGIPE,

2011).

Resultados elevados para Cr e Ni também foram encontrados por Soares

et al. (2004) na análise de sedimentos superficiais na bacia do Arroio do Salso

(Porto Alegre/Rio Grande do Sul, Brasil). As maiores concentrações desses

elementos foram encontradas em áreas próximas aos lançamentos de efluentes

domésticos e industriais. Gimeno-Garcia et al. (1996) estudaram a incidência de

metais com a impureza de fertilizante e pesticidas aplicadas ao solo, sendo que

as adições mais significativas, entre outros metais, foram de Mn e Co.

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Observa-se que os valores da concentração de Co, Cr e Ni do presente

estudo foram superiores aos valores encontrados por Silva (2002). Contudo, as

concentrações médias do Mn foram inferiores ao referido estudo. Observa-se

também que os valores das concentrações médias do Co, Cr, Mn e Ni foram

inferiores aos valores encontrados por Santana et al. (2007) (Tabela 7).

Silva (2002) determinou concentração elevada de Co, Cr e Ni em alguns

sítios da área de estudo avaliada. Para o autor, este fato pode estar relacionado

ao crescimento urbano e industrial, bem como ao uso indiscriminado de

pesticidas. Segundo Santana et al. (2007) as elevadas concentrações de Ni e

Cr, entre outros metais, nos sedimentos, são caracterizadas pela presença de

um aterro municipal nas proximidades.

As concentrações de Co foram superiores aos valores determinados por

Olivares-Rieumont et al. (2005) e inferiores aos valores determinados por El-Azin

et al. (2005). As concentrações de Cr foram inferiores aos valores determinados

por Olivares-Rieumont et al. (2005) e El-Azin et al. (2005). As concentrações de

Mn foram superiores aos valores de El-Azin et al. (2005) e inferiores aos estudos

de Olivares-Rieumont et al (2005). As concentrações de Ni foram inferiores aos

valores determinados por El-Azin et al. (2005).

Olivares-Rieumont et al (2005) determinaram as maiores concentrações

de Cr nos sítios localizados em região próxima de aportes de esgotos doméstico.

Segundo o autor, não há contaminação de Mn na área avaliada, os valores

determinados do metal refere-se à característica sedimentar da região.

4.2.3. Distribuição do alumínio e ferro

Os valores médios de percentagens de alumínio na área de estudo

variaram entre 2,69±0,24 e 6,96±0,43 % (Tabela 6). O sítio P9 apresentou a

maior percentagem desse elemento (6,96±0,43 %). Para o ferro os valores de

percentagem média variaram entre 0,12±0,01 e 4,88±0,06 % (Tabela 6). A maior

percentagem desse elemento ocorreu no sitio P3 (5,80±0,86 %).

Segundo Schorpp et al. (1990), sedimentos com maiores teores de

alumínio e ferro apresentam maior enriquecimento de metais. Ainda, segundo

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Förstner; Witlmann (1979), as elevadas concentrações de Al e Fe nos

sedimentos refletem a composição litogênica dos sedimentos, oriunda das áreas

de drenagem, que controlam a formação de sedimentos terrígenos, ricos em

aluminossilicatos e oxihidróxidos de ferro.

As percentagens de Al do presente estudo foram inferiores aos valores

determinado por Silva (2002) na bacia do rio Moji-Guaçu (MG). As percentagens

de Fe foram inferiores aos valores determinado por Silva (2002) e aos valores

determinados por Santana et al. (2007).

Segundo Silva (2002) a contribuição natural do Al é consequência do tipo

de solo (latossolo vermelho-amarelo), predominante na bacia do rio Moji-Guaçu.

Para Santana et al. (2007) os valores de Fe, entre outros metais determinados

na bacia do rio Tarumã-Açu (Amazonas) em amostras de água e sedimentos,

revelam valores acima dos permitidos pela legislação vigente para corpos

d‟água, mostrando o impacto ambiental causado por aterro sanitário.

As percentagens de Fe foram superiores aos valores determinados por El-

Azin et al. (2005). Contudo, os resultados das percentagens de Al e Fe estão

próximos aos valores encontrados por Olivares-Rieumont et al (2005) (Tabela 7).

Olivares-Rieumont et al (2005) encontraram níveis moderadamente

elevados de Ferro para os sedimentos estudados, considerados acima dos

níveis naturais, que podem estar ligados à presença de uma fábrica de material

construção.

4.2.4. Distribuição de carbono orgânico

Na Tabela 6 estão representados os conteúdos de carbono orgânico dos

sítios amostrados na bacia hidrográfica do rio Sergipe. A análise dos

constituintes da matéria orgânica e sua relação com a concentração total de

metais pode auxiliar na compreensão da origem e/ou enriquecimento de metais

em sedimentos superficiais (GARCIA et al., 2009, LIAGHATI, et al 2003).

Observou-se que o conteúdo de carbono orgânico (Corg) variou entre

0,18±0,01 e 2,94±0,39 %, com menor concentração média para o sítio P6 e

maior concentração média para o sítio P19 (Tabela 6).

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Caccia et al. (2003), em seu estudo sobre a distribuição de metais traço

em sedimentos na Baía da Flórida, associaram o acúmulo de metais traço a

elevados teores de carbono orgânico dos sedimentos da região. Alagarsamy

(2006), avaliando a distribuição e variação sazonal de metais traço em

sedimentos superficiais do estuário de Mandovi (Índia), verificaram que o

enriquecimento de metais estava associado ao elevado teor de carbono

orgânico, indicando a influência de resíduos orgânicos de esgoto municipal.

Estudos realizados por Cai et al. (2011), em sedimentos superficiais norte

do mar de Bering e Chukchi e áreas adjacentes, mostraram que diferentes

teores de carbono orgânico estão relacionados às características da região.

4.2.5. Análise da correlação

A análise de correlação foi utilizada para identificar fatores que controlam

a distribuição e mobilidade dos metais nos sedimentos. A matriz de correlação

de Sperman foi obtida com os dados da Tabela 6, como mostra a Tabela 8. De

acordo com Jesus et al. (2004), a análise da regressão linear pode fornecer

informações sobre a similaridade de fontes naturais e antropogênicas, bem

como, o comportamento ambiental dos metais. A significância foi indicada por

valores de coeficientes de correlação maior que 0,60, para um nível de confiança

de 95%.

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Tabela 8: Matriz de Correlação de Sperman entre as concentrações dos metais

e Corg nos sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe (nível de

confiança a 95%, N = 19 e p<0,05).

Co Cr Cu Mn Ni Pb Zn Fe Al Corg

Co 1,00

Cr 0,73 1,00

Cu 0,62 0,74 1,00

Mn 0,90 0,66 0,50 1,00

Ni 0,72 0,95 0,71 0,73 1,00

Pb 0,57 0,78 0,68 0,64 0,86 1,00

Zn 0,85 0,87 0,80 0,84 0,89 0,85 1,00

Fe 0,89 0,84 0,80 0,78 0,80 0,71 0,90 1,00

Al -0,05 0,15 0,33 -0,02 0,23 0,34 0,15 0,21 1,00

Corg -0,07 0,02 0,03 -0,18 0,04 -0,11 -0,09 -0,09 0,10 1,00

Valores em negrito indicam correlações significativas

Analisando a Tabela 8, nota-se que fortes correlações foram observadas

entre os metais traço e o ferro (r>0,70). No entanto, verifica-se que ocorreram

fracas correlações com o Al (r≤0,34). As fortes correlações entre o ferro e o

manganês, e entre os demais metais, indicam que esse elemento é o principal

carreador inorgânico que controla a distribuição dos metais nos sedimentos.

Garcia et al. (2009) investigando a distribuição e os fatores que controlam as

concentrações de metais traço em sedimento de região similar, observou fracas

correlações entre as percentagens de Corg e os metais traço. Porém, fortes

correlações foram determinadas entre o ferro e o alumínio, demonstrando que os

portadores inorgânicos são os principais fatores que controlam a distribuição nos

sedimentos.

Estudos semelhantes realizados por Dashalakis e O‟Conner (1995), nos

sedimentos da costa dos Estados Unidos, mostraram ser o ferro um dos

principais fatores controladores dos metais nos sedimentos.

De acordo com Sabidini-Santos et al. (2009), os rios do nordeste do Brasil

são as principais fontes de partículas de esmectita e ilita revestida com oxi-

hidróxido de ferro, encontradas em sedimentos estuarinos e perto da costa

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litorânea da região. Uma possível explicação para a correlação relativamente

baixa entre Al e outros metais é a variabilidade natural das concentrações de

metais entre os sedimentos coletados na bacia do rio Sergipe. Valores

semelhantes foram encontrados para sedimentos portugueses (MIL-HOMENS et

al., 2007).

Os metais traço não apresentaram correlação significativa com o Corg

(r<0,10), indicando nenhuma ou fraca associação desses elementos com a

matéria orgânica (Tabela 8). Para Liaghati et al. (2003), o carbono orgânico é um

carreador menos efetivo em sedimentos não-marinhos que os carreadores

inorgânicos, tais como argilas e óxidos metálicos. Isto pode justificar os valores

baixos de coeficiente de correlação encontrados entre os metais e o carbono

orgânico no presente estudo.

Observando a Tabela 8, verifica-se correlações significativas

(0,62≤r≤0,95) entre os diferentes metais traço, com exceção do Pb (r=0,57).

Porém, as correlações significativas indicam características semelhantes na área

quanto à origem e mecanismo de enriquecimento. Resultados semelhantes

foram obtidos por Ferreira (2009) nos sedimentos superficiais da sub-bacia do

rio Vaza Barris (Sergipe, Brasil). Segundo o autor, a significativa correlação entre

esses elementos indicaram possíveis fontes naturais e/ou antropogênicas

comuns ou similares processos de deposição dos metais.

4.2.6. Normalização Geoquímica

Para avaliar a possível contaminação dos sedimentos, as concentrações

dos metais traço foram normalizadas em relação à concentração de um

elemento de referência ou normalizador geoquímico. Para definir o normalizador

geoquímico mais adequado para área em estudo foram determinados e

comparados, os valores dos coeficientes de determinação (r2) e dos níveis de

significância (p), obtidos pelas regressões lineares entre os metais traço e o Al e

o Fe, e mostrados na Tabela 9.

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Tabela 9: Coeficientes de determinação (r2) e o nível de significância (p) das

regressões lineares das concentrações dos metais com o Al e o Fe dos

sedimentos superficiais da bacia do Rio Sergipe (N= 19).

Co Cr Cu Mn Ni Pb Zn

Al r2

0,01

p = 0,7

0,01

p = 0,8

0,10

p = 0,2

0,10

p = 0,7

0,02

p = 0,6

0,07

p = 0,3

0,01

p = 0,8

Fe r2 0,91

p<0,0001

0,85

p<0,0001

0,64

p<0,0001

0,60

p<0,0001

0,69

p<0,0001

0,56

p<0,0001

0,82

p<0,0001

Analisando a Tabela 9, verifica-se que os melhores valores de r2

ocorreram, em geral, entre o ferro e os metais traço analisados. Por esse motivo,

o Fe foi escolhido como elemento normalizador. Os maiores valores de r2

refletem a habilidade desse elemento para melhor explicar as variações naturais

nas concentrações dos metais. A baixa significância para Pb sugere, segundo

Devesa-Rey et al. (2009), que sua presença esteja associada a outros

substratos geoquímicos e, por isso, não é possível responder todas as variações

naturais do sedimento.

Schiff et al. (1999), em estudos conduzidos para identificar possíveis

amostras enriquecidas por metais em sedimentos superficiais da costa Sul da

Califórnia (Estados Unidos), utilizaram critério similar ao utilizar Fe como

elemento normalizador. Outros autores determinaram o nível de background dos

metais nos sedimentos, empregando o Fe como elemento de referência.

Estudos semelhantes são encontrados na literatura (DEVESA-REY et al., 2009;

MIL-HOMENS et al., 2007; ALOUPI; ANGELIDIS, 2001-a; TAM et al., 1998).

A normalização geoquímica usa dados obtidos para sedimentos „não-

contaminados‟ de uma determinada região para calcular a regressão linear entre

as concentrações do metal de interesse e as do elemento de referência. Em

seguida, é estabelecida uma relação entre o metal analisado e o elemento de

referência para os demais sítios, possíveis de contaminação (ALOUPI;

ANGELIDIS, 2001-a). As relações entre o metal traço e o elemento de

referência podem ser usadas para indicar o intervalo de ocorrência de metais

traço (TAM et al., 1998; LIU et al., 2003; WANG et al., 2011). A regressão linear

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40

é calculada a partir de alguns valores de concentração de alguns sítios de

amostragem que represente a área natural para que se possa delinear o

intervalo de confiança a um nível de 95%. Após recalcular e representar

graficamente o conjunto de dados, os demais pontos são projetados no gráfico

dentro do intervalo de confiança. Os sedimentos cuja concentração do metal

estiver dentro do limite de confiança de 95% são considerados naturais e os que

estiverem acima são considerados enriquecidos (LORING, 1990; LORING;

RANTALA, 1992; ALOUPI; ANGELIDIS, 2001-a).

Na Figura 6 estão representadas os gráficos da análise linear entre as

concentrações de Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn e o elemento normalizador (Fe),

dos sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do rio Sergipe, com valores de

r2 e p para um intervalo de confiança ao nível de 95 %. Esse intervalo é utilizado

como ponto de corte para identificar enriquecimento do metal no sedimento.

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41

12

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14 1516171819

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

Mn (

g g

-1)

[Mn] = 18,60 + 127,94 [Fe]

r2 = 0,60 p < 0,0001

(a)

23

4

5

6

7

8

9

10

11

1213

14 1516

171819

1

2

5

613

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-10

0

10

20

30

40

50

Ni

(g g

-1)

[Ni] = 2,11 + 5,96 [Fe]

r2 = 0,69 p < 0,0001

(c)

12

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14 15

16

171819

12

5

6

13

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-15

0

15

30

45

60

75

90

Zn (

g g

-1)

[Zn] = 5,86 + 15,46 [Fe]

r2 = 0,82 p < 0,0001

(b)

2 3

4

5

6

7

8

9

10

11

1213

14

15

16

171819

1

2

5

6

13

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

Pb (

g g

-1)

[Pb] = 4,94 + 2,99 [Fe]

r2 = 0,56 p < 0,0001

(d)

Figura 5. Gráficos da análise de regressão linear entre as concentrações de (a) Mn:Fe, (b) Zn:Fe, (c) Ni:Fe, (d) Pb:Fe, nos sedimentos superficiais da bacia

hidrográfica do rio Sergipe; a linha sólida representa a regressão linear; a linha tracejada define o limite de confiança ao nível de 95%; os quadrados azuis

representam os sítios representativos da área „natural‟ e o quadrado branco representam os sítios considerados „não-natural‟.

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42

Continuação:

1

2

3

4

6

78

9

10

11

1213

14

15

16

17

18

19

1

25

6

13

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-20

0

20

40

60

80

100

120

Cr

(g g

-1)

[Cr] = 5,21 + 20,86 [Fe]

r2 = 0,85 p < 0,0001

(e)

3

4

78

9

10

1112

14

1516

17

18

19

1

2

5

6

13

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Co (

g g

-1)

[Co] = 2,11 + 6,32 [Fe]

r2 = 0,91 p < 0,0001

(f)

1

2

3

4

5 6

78

9

10

1112

1415

16

171819

1

2

5 6

13

-1 0 1 2 3 4 5 6

Fe (%)

-20

0

20

40

60

80

Cu (

g g

-1)

[Cu] = -0,96 + 10,40 [Fe]

r2 = 0,64 p < 0,0001

(g)

Figura 5. Gráficos da análise de regressão linear entre as concentrações (e) Cr:Fe, (f) Co:Fe e (g) Cu:Fe, nos sedimentos superficiais da bacia hidrográfica do

rio Sergipe; a linha sólida representa a regressão linear; a linha tracejada define o limite de confiança ao nível de 95%; os quadrados azuis representam os sítios

representativos da área „natural‟ e o quadrado branco representa os sítios considerados „não-natural‟.

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Todos os sítios amostrados localizam-se dentro do limite de confiança ao

nível de 95% para Mn e Zn (Figuras 6a e 6b), o que sugere mesmo padrão de

distribuição para esses metais. Resultado similares forma encontrados por

GARCIA et al. (2009), TENG et al. (2009), MIL-HOMENS et al. (2007) e

NEWMAN et al. (2007). Contudo, o sítio P1, excedeu o limite de confiança para

Ni e Pb (Figuras 4c a 4d). Esse resultado sugere que esse sítio está localizado

em área de possível contaminação ou enriquecimento por estes elementos. O

sítio P5 demonstrou possível influência antropogênica por Cr (Figura 6e). Já os

sítios P2 e P6 (Figura 6f) apresentaram enriquecidos por Co. Esses sítios estão

localizados em região, onde se concentra intensa atividade agrícola,

principalmente cultivo temporário de feijão e milho, e criação de gado para corte

(SERGIPE, 2011). O sítio P13 demonstrou enriquecido por Cu (Figura 6g), esse

se localiza numa área de elevado grau de urbanização e intensa movimentação

de embarcações de pequeno e médio porte (SERGIPE, 2011).

Sendo assim, as concentrações dos metais dos sedimentos analisados

podem ser consideradas de origem natural, exceto para os sítios P1, P2, P5, P6

e P13, e as linhas de regressão obtidas podem ser usadas para definir a base

geoquímica regional (BGR).

4.2.7. Fator de enriquecimento (FE)

Para estimar melhor as influências antropogênicas podem ser utilizados

indicadores que avalie o estado e o grau de contaminação. Por meio do fator de

enriquecimento (FE), por exemplo, podem-se comparar valores de metais

determinados a partir de uma área natural local ou global (ALOUPI; ANGELIDIS,

2001-a), usando a expressão da Equação 1.

O FE também pode ser calculado a partir de valores globais, tais como:

valores médios de xisto (TUREKIAN; WEDEPOHL, 1961), valores médios da

crosta ou pela por valores de background regionais (NEWMAN; WATLING,

2007). Segundo Mil-Homens et al. (2006), o uso de dados de background global

pode resultar em interpretação errônea dos valores FE e subestimação do

enriquecimento do metal.

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Diante de exposto, optou-se por calcular a relação ([metal])/[Fe])background a

partir do gráfico de regressão, usando a concentração do metal na linha de

regressão como valor de background para o cálculo FE, e a concentração acima

do limite superior de predição a 95% foi usada como valor de comparação (VC).

Devido as diferenças mineralógicas entre os sedimentos e a incertezas

analíticas, foram considerados apenas enriquecidos os sedimentos com FE

superior a 2 (ANGELIDIS; ALOUPI, 1997).

Na Tabela 10 estão representados os fatores de enriquecimentos dos

sedimentos calculados para Co, Cr, Cu, Ni e Pb, juntamente com os valores de

comparação (VC). Como observado, os valores de FE indicam que os

sedimentos enriquecidos foram os dos sítios P1, P5 e P13.

Tabela 10: Fatores de enriquecimento (FE) e valores de comparação (VC) para

sedimentos superficiais da bacia do rio Sergipe (valores em negritos indicam

possível enriquecimento).

Sítio Co Cr Cu Ni Pb

FE VC FE VC FE VC FE VC FE VC

P1 0,98 1,41 1,39 1,39 0,84 1,48 1,91 1,58 2,08 1,57

P2 1,57 1,52 1,24 1,43 0,77 1,56 1,44 1,65 1,15 1,58

P5 0,95 2,04 2,63 2,22 1,64 2,54 2,21 2,33 1,00 2,00

P6 1,58 1,45 0,67 1,42 0,56 1,57 0,56 1,64 0,76 1,59

P13 0,86 1,76 0,97 1,74 3,45 2,14 0,93 1,93 1,70 1,82

Observando a Tabela 10 nota-se um forte enriquecimento por Cu no sítio

P13 (FE>3). Este sítio localiza-se numa área de movimento de barcos de

pequeno e médio porte. Segundo Idris (2008), enriquecimento por Cu está

relacionada com manutenção de navios e à corrosão de materiais metálicos. A

pintura anti-crustantes utilizados nos cascos de navios é uma das principais

fontes de poluição por Cu no ambiente aquático (CLARK, 2001; YAYLALI-

ABANUZ, 2011).

Observa-se ainda na Tabela 10 que houve enriquecimento por Cr no sítio

P5 (FE<3), o que poderia ser atribuído a atividades industriais. Silva et al. (2005)

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45

encontraram uma elevada concentração de Cr associado a efluentes de açúcar,

couro, papel e fábricas na bacia do rio Moji-Guaçu, Sudoeste do Brasil.

Enriquecimento moderado por Pb foi verificado somente para o sítio P1

(FE=2,08) (Tabela 10), o que poderia está vinculado a entradas de efluentes

agrícolas. Gimenon-Garcia et al (1996) encontraram Pb como impureza em

fertilizantes e pesticidas aplicados aos produtos de solo agrícolas.

Sakan et al. (2009), avaliando a poluição por metais numa parte da bacia

hidrográfica do rio Tisza, localizada na Sérvia, encontraram elevados valores de

fator de enriquecimento para Cu e Pb (FE=6). Segundo os autores, esse alto

valor está associando ao acúmulo desses metais provenientes de áreas urbanas

e industriais adjacentes.

Sabadini-Santos et al. (2009), em seu estudo: base regional geoquímica

para metais em sedimentos do tropical estuário São Francisco (Brasil),

determinaram valores de FE superiores a 2 para Cu, Ni e Zn, sendo os sítios

considerados potencialmente anormais. Garcia et al. (2009), avaliando fatores

que controlam metais traços no rio Poxim (Brasil), determinaram FE superior a 2

para Co, Cu, Ni e Zn. Segundo os autores, os sítios que apresentaram esses

valores estão moderadamente poluídos e localizam-se próximos de descargas

de esgotos.

4.2.8. Índice de geoacumulação (Igeo)

O índice de geoacumulação (Igeo), descrito por Müller (1971) apud Moreira

et al. (2003), foi utilizado como segundo critério para identificar sedimentos

contaminados. Igeo é definido pela expressão: log2[Cn/1,5CBn], onde Cn é a

concentração medida e Bn é a concentração do background geoquímico do

metal “n”, sendo considerado a concentração do metal na linha de regressão

linear (RUBIO et al., 2000; GARCIA et al., 2009; ZHU et al., 2011). O fator 1,5 é

uma constante correspondente à variabilidade litológica. O Igeo ainda pode ser

usado como referência para estimar a extensão da poluição por metais, de forma

semelhante ao fator de enriquecimento (ZHANG et al., 2006).

O índice é baseado em uma escala qualitativa de intensidade de poluição,

pela qual os sedimentos podem ser: não poluído (Igeo≤0, classe 0), pouco a

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moderadamente poluído (0<Igeo≤1,classe 1); moderadamente poluído (1<Igeo≤2,

classe 2); moderadamente a fortemente poluído (2<Igeo≤3, classe 3); fortemente

poluído (3<Igeo≤4, classe 4); forte a muito fortemente poluído (4<Igeo≤5, classe 5)

e muito fortemente poluído (Igeo>5, classe 6) (MÜLLER, 1971) apud Moreira et

al. (2003).

Na Tabela 11 estão representados os Igeo dos sítios P1-P2, P5-P6, P13

para Co, Cr, Cu, Ni e Pb. Estes sítios foram aqueles que excederam as linhas de

regressão de pelo menos um dos metais traço estudados.

Tabela 11: Valores de índice de Geoacumulação (Igeo) para os sedimentos

superficiais da bacia do rio Sergipe (valor em negrito indica possível

contaminação).

Sítio Co Cr Cu Ni Pb

P1 -0,62 -0,11 -0,84 0,47 0,35

P2 0,06 -0,27 -0,96 -0,38 -0,06

P5 -0,65 0,81 0,13 -0,58 0,56

P6 0,08 -1,15 -1,43 -0,97 -1,42

P13 -0,80 -0,63 1,20 0,18 -0,69

Analisando a Tabela 11, verifica-se que os sítios P1-P2 e P5-P6 foram

classificados como não poluídos ou pouco a moderadamente poluídos (classe 0

e 1) para Co, Cr, Cu, Ni e Pb. No entanto, o sedimento do sítio P13 foi

classificado como não poluído ou pouco a moderadamente poluído para Co, Cr,

Ni e Pb (classe 0 e 1) e moderadamente poluído para Cu (classe 2). Esse sítio

localiza-se numa área intensa movimentação de embarcações de pequeno e

médio porte.

Tessier et al. (2011), em seu estudo sobre a distribuição espacial e

temporal da contaminação inorgânica de sedimentos na baia de Toulon

(França), identificaram sítios com moderada poluição para Cu e Pb. Segundo os

autores, as contribuições antropogênicas, muito provavelmente, são oriundas de

atividades portuárias civis e militares de uma pequena área do norte da baia de

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Tolun, que se espalham para águas profundas, por meio de processos

hidrodinâmicos.

Morttati et al. (2010) verificaram contribuições moderadas para Cu em

área próxima a influência urbana da bacia do rio Tietê, São Paulo-Brasil. Para os

autores, a contaminação pode ser derivada de efluentes domésticos, agrícolas e

industriais. Ainda, segundo os autores, esse metal não apresenta maior

preocupação, quando comparado aos valores de Igeo encontrados para Zn e Cr.

Moreira et al. (2003), em seu estudo sobre a concentração de elementos

químicos nos sedimentos da bacia do Lago Paranoá, Distrito Federal - Brasil,

observaram que, entre outros, Cu e Ni foram classificados como não poluídos à

moderadamente poluídos (classe 1).

4.2.9. Análise de componentes principais

A análise de componente principais do inglês Principal component

analysis (PCA) foi utilizada com a finalidade de observar as tendências de

distribuição dos metais nos sedimentos da área amostrada (ZHANG et al., 2006;

CHEN et al., 2007). As variáveis originais foram transformadas em novas

variáveis, chamadas de componentes principais, através de combinações

lineares (BROWVKA et al., 2005).

Na literatura diversos trabalhos utilizaram a PCA como ferramenta

estatística na avaliação da distribuição de metais traço em sedimentos de bacias

hidrográficas ou rios (GARCIA et al., 2009; FERREIRA, 2009; DEVESA-REY et

al.,2010).

A matriz constituída possui 19 objetos e 10 variáveis. Os objetos são

representados pelos dezenove sítios amostrados e as variáveis pela

concentração média dos metais Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn, Al, Fe e do Corg. Foi

realizado o auto-escalonamento nas colunas de matriz de dados para que a

nova variável tivesse média nula e variância unitária, de modo que as influências

relativas das diferentes variáveis sobre o modelo fossem independentes das

unidades dessas variáveis (MARMOLEJO-RODRÍGUEZ et al, 2007, MARENGO

et al, 2006).

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Na Tabela 12 estão representados os pesos dos metais e carbono

orgânico para as duas primeiras componentes principais. Para avaliação desses

parâmetros foram considerados significativos apenas os valores de peso acima

de 0,60, com intervalo de confiança ao nível de 95 %.

A PCA reduziu o número das variáveis iniciais, onde as duas primeiras

(PC1 e PC2) são suficientes para explicar a variância total (77,75 %) da

concentração dos metais e carbono orgânico nos sedimentos estudados.

A primeira componente (PC1) foi responsável por 64,76% da variância

explicada e constitui-se, basicamente, dos valores de maior pesos para a

concentração do Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn e Fe. Esses parâmetros

apresentaram contribuição negativa, provocando o deslocamento dos sítios no

sentido negativo de PC1, sendo que, quanto maior esse deslocamento maior a

concentração desses metais. Porém, o Corg e o Al contribuíram com menor peso

para o deslocamento dos sítios na PC1 (Tabela 12).

Tabela 12: Pesos das variáveis extraídas das componentes principais (PC).

Variáveis PC1 PC2

Co -0,87 0,31

Cr -0,92 -0,07

Cu -0,82 -0,26

Mn -0,84 0,36

Ni -0,93 -0,11

Pb -0,86 -0,17

Zn -0,98 0,06

Fe -0,94 0,03

Al -0,22 -0,80

Corg 0,07 -0,57

Variância Total (%) 64,76 12,99

Variância Cumulativa (%) 64,76 77,75

Na Figura 7, observa-se que a PCA separou nitidamente os sítios de

amostragem em dois grupos no eixo da PC1. O Grupo I é formado pelos sítios

P1-P3, P6 e P9-P10 e está localizado na região negativa da PC1. Já o Grupo II,

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49

localizado na região positiva da PC1, é constituído pelos demais sítios de

amostragem.

Os sítios que formam o Grupo I apresentaram, em geral, as maiores

concentrações dos metais analisados (Tabela 6, Figura 7). Os sítios P1, P3 e P6

a P3 estão localizados numa região agrícola, enquanto que os sítios P9 e P10

apresentam características estuarinas.

No Grupo II, em geral, foram encontradas as menores concentrações de

metais. Os sítios P17-P19 estão inseridos numa área longe de despejos urbanos

e; ou indústrias e os demais sítios estão localizados em regiões urbanas (Tabela

6, Figura 7).

P4

P5P7

P8

P11P12

P13

P14

P15

P16 P17

P18

P19

P1

P2

P3

P6

P9

P10

-6 -4 -2 0 2 4

PC1: 64,76%

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

PC

2: 12,9

9%

Grupo II

Grupo I

Figura 6. Gráfico de escores das duas primeiras componentes para a

concentração total dos metais e Corg nos sedimentos superficiais da bacia

hidrográfica do rio Sergipe. Os grupos formados na análise estão circulados: □

Grupo I, ■ Grupo II.

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50

4.2.10. Análise de agrupamento hierárquico

A análise de agrupamento hierárquico, do inglês ‘Hierarchical Cluster

Analysis’ (HCA), é uma técnica quimiométrica de classificação que possibilita a

visualização de dados multidimensionais em duas ou três dimensões e, ainda, a

determinação de grupos de elementos (ou de amostras) com comportamentos

semelhantes (HORTELLANI et al., 2008).

As amostras de sedimentos dos dezenove sítios de amostragem foram

hierarquicamente agrupadas com base nas concentrações dos metais

normalizados. Os grupos foram gerados usando o método de Ward, com

distância euclidiana (Figura 8).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

(Dlink/Dmax)*100

P5

P13

P19

P18

P17

P16

P14

P15

P11

P12

P8

P7

P4

P3

P6

P10

P9

P2

P1

Figura 7. Dendograma da „análise de agrupamento hierárquico‟ para os grupos

formados pela dissimilaridade entre as concentrações dos metais normalizados

dos sedimentos da bacia do rio Sergipe.

Os ramos verticais correspondem às variáveis (concentrações dos metais

determinados em cada sítio de amostragem) e os números na base da Figura 8

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51

indicam o índice de dissimilaridade (nível em que os elementos foram

considerados semelhantes), numa escala que vai de 0 (identidade) a 100

(máxima dissimilaridade entre essas variáveis).

Observa-se a formação de dois grandes grupos: O primeiro é composto

pelos sítios P1-P3, P6 e P9-P10 com 85% de dissimilaridade e segundo grupo

formado pelos demais sítios. Esses resultados estão de acordo com a PC1. Os

sítios pertencentes ao Grupo I apresentam em geral as maiores concentrações

de metais traço. Dentre esses, apenas os sítios P9-P10 apresentam

característica costeira. Possivelmente os sítios pertencentes a esse grupo

apresentam mesma característica sedimentar e/ou mesmo mecanismo de

enriquecimento.

4.3. Distribuição da concentração parcial dos metais e avaliação da

possibilidade de toxidade do sedimento

A concentração parcial dos metais Co, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn, Fe e Al nas

amostras de sedimentos da bacia do rio Sergipe foi determinada para avaliar a

possibilidade de toxidade e comparar com os guias de qualidades de sedimentos

(GQS) (Tabela 13). A fim de obter valores compatíveis com os GQS foi realizada

a digestão das referidas amostras utilizando uma mistura de HNO3+HCl diluídos.

As concentrações do Cu variaram entre 0,38±0,05 e 39±0,2 µg g-1.

Porém, as concentrações médias de Pb variaram entre 0,69±0,58 e 19,5±0,1 µg

g-1 e o zinco variou entre 0,97±0,19 e 47,7±0,4 µg g-1 (Tabela 13). Os valores

médios de Co variaram entre 0,17±0,14 a 18,2±0,6 µg g-1 e para Cr variou entre

1,22±0,05 e 47,7±2,8 µg g-1. As concentrações do Mn variaram entre 0,61±0,01

e 299±3 µg g-1 e para o níquel variou entre 0,12±0,02 e 30,6±1,1 µg g-1(Tabela

13). As concentrações de Al variaram entre 0,06±0,01 a 2,58±0,12 µg g-1 e as

concentrações de Fe variaram entre 0,01±0,01 a 3,03±0,05 µg g-1 (Tabela 13).

Comparando com o estudo Barreto (2007), que determinou metais

parciais na fração fina de sedimentos da sub-bacia do rio Poxim, Sergipe-Brazil,

é possível observar que os valores das concentrações parciais de Co, Cr, Cu,

Mn e Ni foram superiores as concentrações parciais do referido estudo. Porém,

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Tabela 13: Concentrações parciais médias dos metais nos sedimentos superficiais da Bacia Hidrográfica do rio Sergipe (n=3).

Sítios

Co µg g-1

Cr µg g-1

Cu µg g-1

Mn µg g-1

Ni µg g-1

Pb µg g-1

Zn µg g-1

Fe %

Al %

P1 14,3±0,7 47,7±2,8 18,8±1,0 243±16 30,6±1,1 19,5±0,1 42,4±1,2 2,06±0,11 2,57±0,14

P2 8,97±0,11 26,2±0,35 12,6±0,6 188±2 19,1±0,4 7,77±0,20 27,5±0,4 1,52±0,01 2,29±0,01

P3 18,2±0,6 27,4±2,07 39,0±0,2 170±3 18,3±0,4 16,1±1,0 42,3±0,2 3,03±0,05 2,58±0,12

P4 2,70±0,72 3,05±0,83 4,29±1,07 77,1±5,0 4,42±0,37 2,42±0,82 9,39±0,59 0,54±0,02 0,45±0,02

P5 3,18±0,25 11,3±0,6 4,57±0,07 33,9±0,6 7,70±0,37 2,36±0,02 5,71±0,23 0,28±0,01 0,62±0,03

P6 4,71±0,54 18,0±2,7 6,74±1,54 228±22 7,24±0,43 3,57±0,43 10,5±0,7 0,94±0,13 0,69±0,05

P7 1,43±0,04 9,45±0,74 2,64±0,59 27,6±0,2 2,36±0,02 3,30±0,07 5,27±0,13 0,52±0,01 0,54±0,01

P8 4,39±0,02 8,32±0,04 3,82±0,19 163±3 5,40±0,08 4,62±0,19 11,3±0,3 0,76±0,01 0,60±0,02

P9 12,2±0,1 29,9±1,3 24,3±0,3 299±3 20,0±0,2 12,2±0,6 33,5±0,6 1,96±0,03 2,45±0,03

P10 9,30±0,02 43,6±8,2 37,6±5,9 86,7±2,7 17,6±0,4 15,1±1,7 47,7±0,4 1,86±0,04 2,43±0,04

P11 2,25±0,06 10,2±0,1 9,15±3,13 49,7±4,8 4,22±0,29 5,95±0,43 13,1±0,9 0,61±0,05 0,76±0,04

P12 3,29±0,02 10,1±0,9 7,05±0,59 116±2 5,19±0,76 8,14±0,36 20,5±0,8 0,86±0,04 0,76±0,09 P13 3,76±0,08 11,4±0,1 26,3±0,1 180±2 4,46±0,16 8,44±0,29 28,5±6,1 0,96±0,01 0,80±0,01

P14 0,89±0,02 8,81±0,46 5,90±1,21 18,3±0,3 1,69±0,07 4,87±0,07 14,1±1,1 0,66±0,03 0,42±0,01

P15 0,73±0,01 11,2±1,0 3,32±0,46 17,6±0,1 0,91±0,18 4,43±0,37 6,90±0,61 1,39±0,01 0,48±0,02

P16 1,18±0,03 5,10±0,08 2,00±0,01 28,4±0,4 0,83±0,13 3,14±0,07 3,89±0,53 0,52±0,01 0,29±0,01

P17 0,46±0,19 1,67±0,25 0,38±0,05 3,74±0,31 0,12±0,02 0,69±0,58 0,97±0,19 0,17±0,02 0,06±0,01

P18 0,23±0,11 1,63±0,06 0,42±0,03 0,61±0,01 0,60±0,03 1,56±0,22 1,09±0,17 0,01±0,01 0,56±0,02

P19 0,17±0,14 1,22±0,05 1,03±0,02 5,22±0,13 0,62±0,03 1,35±0,19 3,35±0,11 0,08±0,01 0,47±0,01

Mínimo – máximo

0,17-18,2 1,22-47,7 0,38-39 0,61-299 0,12-30,6 0,69-19,5 0,97-47,7 0,01-3,03 0,06-2,58

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as concentrações parciais de Mn, Zn e Al do estudo desenvolvido por Ferreira

(2009) na bacia do rio Vaza-Barris foram superiores aos valores determinados

no presente estudo e inferiores para Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Fe. Saraiva et al.

(2009), que avaliaram a qualidade de sedimentos na sub-bacia do Ribeirão

(Espírito Santo), afluente do rio São Francisco (Brasil), encontraram valores de

concentração parciais inferiores aos valores do presente estudo para Cu, Ni e Pb

e superior para Ni.

Estudo desenvolvido por Kabir et al. (2011), com objetivo de avaliarem a

influência do emissários de esgotos na toxidade dos sedimentos e contaminação

da Baía de Santos, determinaram concentrações inferiores a Cr, Cu e Pb e

superiores a Ni, quando comparados ao presente estudo. Sakan et al. (2011),

em seu estudo em sedimento da contaminação de elementos traço no rio da

Sérvia, usando digestão com água régia assistida por microondas, determinaram

concentrações de Co, Cr, Cu, Mn, Pb e Zn muito superiores aos valores

determinado no presente estudo. Segundo os autores, os elevados valores de

metais, especialmente de Cu, Pb e Zn, podem ser resultados das inúmeras

instalações industriais, a citar: usina de energia, refinarias de petróleo e fábrica

de fertilizantes.

4.3.1. Guia de Qualidade de Sedimentos (GQS)

Os GQS consensuais foram elaborados e avaliados por Macdonald et al.

(2000) a partir de vários GQSs publicados anteriormente. Valores abaixo da

concentração limite de efeito (TEC, do inglês, thershold effect concentration),

segundo os autores, não provocam efeitos adversos a biota aquática. Porém,

para valores acima da concentração de efeito provável (PEC, do inglês probable

effect concentration), efeitos adversos ocorrem frequentemente a biota. No

entanto, para valores entre TEC e PEC, tais efeitos ocorrem ocasionalmente

(US-EPA 2000).

Os TECs e os PECs foram calculados através da média geométrica de

concentrações similares estabelecidas por um grupo de GQSs para os

contaminantes de interesse em sedimentos de água doce (MACDONALD et al.,

2000), sendo assim não representam valores específicos de uma região. Porém,

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os VGQS (Valores Guias de Qualidade de Sedimentos) canadenses estão

baseados em um banco de dados químicos e biológicos, elaborado na América

do Norte, sob o patrocínio do Conselho Canadense de Ministérios do Meio

Ambiente (CCME). Nesse, o limite inferior de efeitos (TEL, do inglês threshold

effect level) e limite de efeito provável (PEL, do inglês probable effect level) é

determinado através de teste de toxidade para anfípode de água doce, e

seguem os mesmos critérios dos GQS (MACDONALD et al., 2000). A utilização

desses dois guias de qualidades permitirá ter uma idéia do impacto ambiental a

biota da área estudada, visto que, a legislação brasileira não prever análise de

qualidade de sedimentos nos ambientes aquáticos.

Na Tabela 14, para fim de comparação com as concentrações dos metais

parciais, estão representados os valores GQS consensuais (TEC e PEC) e os

VGQS canadense (TEL e PEL).

Tabela 14: Valores de TEL (threshold effect level), PEL (probable effect level),

TEC (threshold effect concentration) e PEC (probable effect concentration) (µg g-

1, peso seco).

Metal TEL (µg g-1) PEL (µg g-1) TEC (µg g-1) PEC (µg g-1)

Cr 37,3 90 43,34 111

Cu 35,3 197 31,6 149

Ni 18 36 22,7 48,6

Pb 35 91,3 35,8 128

Zn 123 315 121 458

Fonte: Adaptado de Macdonald et al., 2000.

O sítio P1 apresentou concentração de Cr e Ni superior ao TEC e TEL. O

sítio P2 apresentou limite superior ao TEL para Ni. O sítio P3 apresentou

concentração superior ao TEL para Cu e Ni e superior ao TEC apenas para Cu.

O sítio P9 apresentou concentração superior ao TEL para Ni e o sítio P10 para

TEL e TEC para Cr e Cu. Valores superiores ao TEL e TEC e inferiores ao PEL

e PEC indicam que ocasionalmente podem ocorrer efeitos adversos a biota

aquática.

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Garcia-Orellana et al. (2011), em seu estudo sobre a reconstrução

cronológica da contaminação de metal do porto de Maó (Minorca, Espanha),

observaram que o aumento de Cr e Ni, entre outros metais, está relacionado

com os despejos de águas residuais urbanas. Harikumar et al. (2009), avaliando

a distribuição de metais pesados em cores de sedimentos do sistema tropical do

Cochin, observaram que a concentração de Ni foi superior ao valor de TEL.

Segundo os autores, um dos principais problemas que afeta a região é a

presença de efluentes industriais na região.

4.3.2. Análise do potencial impacto de contaminação dos sedimentos

O potencial impacto de contaminação dos sedimentos pode ser avaliado

pelos Quocientes de guias de qualidades PEL e PEC (QPEL-GQS e QPEC-GQS), que

se baseiam nos valores guias de qualidades para sedimentos (MACDONALD et

al., 2000). Os valores de Qi-PEL e Qi-PEC podem ser calculados pela expressão,

segundo Long et al. (1998):

Qi-PEL = (Ci) / PEL ou Qi-PEC = (Ci) / PEC (Equação 3)

onde PEL e PEC é o valor guia para o contaminante i e Ci é a medida da

concentração do mesmo contaminante. O índice do potencial impacto de

contaminação dos sedimentos (QPEL-GQS e o QPEC-GQS), desenvolvido para

comparação de sítios contaminados por mistura de contaminantes, foi calculado

para cada amostra de sedimento pela expressão, segundo Long e Macdonald

(1998):

QPEL-GQS = (∑ni=1Qi-PEL) / n ou QPEC-GQS = (∑n

i=1Qi-PEC) / n (Equação 4)

onde n é o número total de contaminantes analisados para cada sítio avaliado

pelos valores de PEL e PEC. Segundo Macdonald et al. (2004), o potencial de

contaminação para causar efeitos biológicos adversos pode ser classificado

como não impactado, quando QPELouPEC-GQS<0,1, moderadamente impactado,

quando 0,1≤QPELouPEC-GQS<1 ou altamente impactado, quando QPELouPEC-GQS≥1.

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Na Tabela 15 estão representados os quocientes de guia de qualidade de

sedimento PEL (QPEL-GQS) que avaliam o potencial impacto de contaminação dos

sedimentos. A maioria dos sítios não está impactada (QPEL-GQS<0,1), segundo

índice de potencial impacto do sedimento adverso biológico descrito por

Macdonald et al. (2004). Porém, os sítios P1-P3, P6, P9-P10 e P13

apresentaram-se moderadamente impactado (0,1≤QPEL-GQS<1). Os sítios P1-P3

se localizam na região norte da bacia, onde há cultivo temporário de feijão e

milho, cujo clima predominantemente o semi-árido. Os sítios P9-P10 e P13

localizam-se em região costeira e próximo de área urbana de clima

predominante tropical úmido com temperatura e umidade elevadas (SERGIPE,

2011).

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Tabela 15: Quociente de guia de qualidade de sedimentos PEL para os metais Cr Cu, Ni, Pb e Zn e QPEC-GQS nos sítios da bacia do

rio Sergipe.

Sítios QCr-PEL QCu-PEL QNi-PEL QPb-PEL QZn-PEL QPEL-GQS

P1 0,53 0,10 0,85 0,21 0,13 0,36

P2 0,29 0,06 0,53 0,09 0,09 0,21

P3 0,30 0,20 0,51 0,18 0,13 0,26

P4 0,03 0,02 0,12 0,03 0,03 0,05

P5 0,13 0,02 0,21 0,03 0,02 0,08

P6 0,20 0,03 0,20 0,04 0,03 0,10

P7 0,11 0,01 0,07 0,04 0,02 0,05

P8 0,09 0,02 0,15 0,05 0,04 0,07

P9 0,33 0,12 0,55 0,13 0,11 0,25

P10 0,48 0,19 0,49 0,17 0,15 0,30

P11 0,11 0,05 0,12 0,07 0,04 0,08

P12 0,11 0,04 0,14 0,09 0,07 0,09

P13 0,13 0,13 0,12 0,09 0,09 0,11

P14 0,10 0,03 0,05 0,05 0,04 0,05

P15 0,12 0,02 0,03 0,05 0,02 0,05

P16 0,06 0,01 0,02 0,03 0,01 0,03

P17 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

P18 0,02 0,01 0,02 0,02 0,01 0,01

P19 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01

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Na Tabela 16 estão representados os valores de quocientes de guia de

qualidade de sedimento PEC (QPEC-GQS). Observa-se também que a maioria dos

sítios não estão impactados (QPEC-GQS<0,1), apenas os sítios P1-P3, P9-P10 e

P13 estão moderadamente impactados.

Costa et al. (2011), em seu estudo de avaliação do potencial de

contaminação verificaram que o sedimento de uma área de reserva natural na

Península de Tróia (Portugal) não está potencialmente impactado, quando

avaliado por meio do quociente de guia de qualidade de sedimento. Porém,

observaram que os sedimentos de locais próximos a descargas industriais estão

moderadamente impactados, pois apresentaram 0,1≤QPEC-GQS<1.

Avaliando a qualidade de sedimento do rio São Luis na América do Norte,

Crane et al. (2002), verificaram que o quociente de qualidade de sedimento

QPEC-SQG, fornece uma base confiável para classificação de sedimentos como

tóxicos ou não tóxicos na área estudada. Hongy et al. (2009), monitorando Cr,

Cu, Pb e Zn em sedimentos superficiais do rio Pearl no sul da China, utilizaram

quociente de qualidade de sedimentos QPEC-SQG, para avaliar a toxidade de suas

amostras. De acordo com os resultados, os autores classificaram os sítios de

amostragem como poluídos por esses metais, já que apresentarem QPEC-

GQS≥0,5.

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Tabela 16: Quociente de guia de qualidade de sedimentos PEC para os metais Cr, Cu, Ni, Pb e Zn e QPEC-GQS nos sítios da bacia do

rio Sergipe.

Sítios QCr-PEC QCu-PEC QNi-PEC QPb-PEC QZn-PEC QPEC-GQS

P1 0,43 0,13 0,63 0,15 0,09 0,29

P2 0,24 0,08 0,39 0,06 0,06 0,17

P3 0,25 0,26 0,38 0,13 0,09 0,22

P4 0,03 0,03 0,09 0,02 0,02 0,04

P5 0,10 0,03 0,16 0,02 0,01 0,06

P6 0,16 0,05 0,15 0,03 0,02 0,08

P7 0,09 0,02 0,05 0,03 0,01 0,04

P8 0,07 0,03 0,11 0,04 0,02 0,05

P9 0,27 0,16 0,41 0,10 0,07 0,20

P10 0,39 0,25 0,36 0,12 0,10 0,25

P11 0,09 0,06 0,09 0,05 0,03 0,06

P12 0,09 0,05 0,11 0,06 0,04 0,07

P13 0,10 0,18 0,09 0,07 0,06 0,10

P14 0,08 0,04 0,03 0,04 0,03 0,04

P15 0,10 0,02 0,02 0,03 0,02 0,04

P16 0,05 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02

P17 0,02 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01

P18 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01

P19 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

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5. CONCLUSÕES

A eficiência do método de extração do metal total, do parcial e do carbono

orgânico foi verificada através da análise do MRC de sedimento, com

porcentagem de concordância (%CMCR) variando entre 83±8% (Fe) e 102±2%

(Al), para as concentrações totais dos metais e entre 92±1% (Zn e Fe) e 109±3%

(Mn), para as concentrações parciais dos metais. O carbono orgânico

apresentou porcentagem de concordância de 98 ± 1%.

Os limites de detecção e quantificação das concentrações totais dos

metais variaram entre 0,04±0,01 g g-1 (Cr e Mn) e 0,32±0,04% (Al) e entre

0,12±0,01 g g-1 (Cr) e 1,06±0,09% (Al), respectivamente. Para as concentrações

parciais, o LD e LQ, variaram entre 0,03±0,01 g g-1 (Cr e Mn) e 0,30±0,02% (Al)

e entre 0,09±0,01 g g-1 (Mn) e 1,00±0,08% (Al), respectivamente.

As concentrações totais dos metais dos sedimentos superficiais

apresentaram uma grande faixa de variação de valores. De um modo geral, as

maiores concentrações de metais totais ocorreram nos sítios P1-P3, e as

menores concentrações ocorreram nos sítios P17-P18. Esses resultados

sugerem características sedimentar particular em áreas distintas da bacia.

Os metais traço apresentaram fortes correlações com o ferro (r>0,70) e

fracas correlações com o Al (r≤0,34). Porém, também foram verificadas fracas

correlações dos metais com o carbono orgânico (r≤0,10). As fortes correlações

entre o ferro, o manganês e os demais metais traço, indicam ser o ferro e o

manganês os principais carreadores inorgânicos no controle da distribuição dos

metais nos sedimentos da área de estudo.

O ferro foi escolhido como o elemento normalizador por apresentar

maiores valores de coeficientes de determinação com os metais analisados

(r2≥0,56 e p<0,0001). A normalização geoquímica indicou enriquecimento por

níquel e chumbo para o sítio P1, por cromo para o sítio P5, por cobalto para o

sítio P2 e P6 e por Cu para o sítio P13. Não foi verificado enriquecimento por Mn

e Zn.

Com relações os sítios suspeitos de contaminação, o fator de

enriquecimento mostrou um aumento significativo das concentrações naturais de

cromo para o sítio P5 (FE=2,63), de cobre para o sítio P13 (FE=3,45) e de

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chumbo para o sítio P1(FE=2,08). Os resultados do índice de geoacumulação

indicaram apenas o sítio P13 (Igeo=1,20) como moderadamente poluído para Cu

e os sítios P1 e P5 como pouco a moderadamente poluído para Ni e Pb. A

quantificação do enriquecimento dos metais através do FE e Igeo se completam,

indicando a possível contaminação apenas do sítio P13 para Cu. Esse sítio está

localizado em área de movimentação de embarcações de pesca e transporte.

De acordo com a normalização geoquímica, fator de enriquecimento e

índice de geoacumulação, as concentrações dos metais dos sedimentos

analisados podem ser consideradas de origem natural, exceto para os sítios P1,

P5 e P13 (sítios enriquecidos por pelo menos um tipo de metal estudado), e as

linhas de regressão obtidas podem ser usadas para definir a base geoquímica

regional (BGR).

A análise de componentes principais (PCA) separou os sítios de

amostragem em dois grupos distintos, de acordo com o conteúdo dos metais:

Grupo I, formado pelos sítios que em geral apresentaram as maiores

concentrações de metais (P1-P3, P6 e P9-P10) e o Grupo II, formado pelos

sítios que apresentaram as menores concentrações de metais, com exceção do

sítio P13 que se mostrou enriquecido para Cu.

A análise de agrupamento hierárquico (HCA) também indicou a formação

de dois grupos distintos. O primeiro grupo, composto pelos sítios P1-P3, P6 e

P9-P10, esses apresentaram aproximadamente 85% de dissimilaridade do

segundo grupo, formado pelos demais sítios. Estes resultados estão de acordo

com a PCA, e sugerem que os sítios pertencentes a cada grupo possuam

características geoquímicas ou mecanismo de enriquecimento semelhante.

O sítio P1 apresentou concentração parcial superior aos TEC e TEL para

Cr (47,7±2,8 µg g-1) e Ni (30,6±1,1 µg g-1). O sítio P2 apresentou concentração

superior ao TEL para Ni (19,1±0,4 µg g-1). O sítio P3 apresentou concentração

parcial superior ao TEL e TEC para Cu (39,0±0,2 µg g-1) e ao TEL para Ni

(18,3±0,4 µg g-1). Esses valores segundo os VGQS e os GQSs, indicam que

efeitos adversos ocasionalmente ocorrem à biota aquática.

A avaliação do potencial impacto adverso do sedimento à biota, a partir

dos quocientes de guias de qualidade de sedimento, QPEL-SQG e QPEC-SQG,

mostrou que, em geral, a região estudada não está impactada (QPEL-GQS<0,1 ou

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QPEC-GQS<0,1). Porém, os sítios P1-P3, P9-P10 e P13 estão moderadamente

impactados (0,1≤QPEL-GQS ou QPEC-GQS <1).

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6. REFERÊNCIAS

ABESSA, D. M. S.; CARR, R. S.; RACHID, B. R. F.; SOUZA, E. C. P. M.;

HORTELANI, M. A.; SARKIS, J. E. Influence of a Brazilian sewage outfall on the

toxicity and contamination of adjacent sediments. Marine Pollution bulletin, v.

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APÊNDICE

(Documentação Fotográfica)

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Foto 1: Rio Sergipe

Município: Carira

Sítio: P1

Foto 2: Rio Sergipe

Município: Feira Nova

Sítio: P2

Foto 3: Rio Jacoca

Município: Ribeirópolis

Sítio: P3

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Foto 5: Rio Jacarecica

Município: Moita Bonita

Sítio: P5

Foto 4: Riacho Pucabi

Município: Malhador

Sítio: P4

Foto 6: Rio Sergipe

Município: N. Senhora das Dores

Sítio: P6

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Foto 7: Rio Pomonga

Município: Santo Amaro das Brotas

Sítio: P7

Foto 8: Rio Ganhamoroba

Município: Maruim

Sítio: P8

Foto 9: Rio Sergipe

Município: Riachuelo

Sítio: P9

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Foto 10: Rio Sergipe

Município: Laranjeira

Sítio: P10

Foto 11: Rio Cotiguiba

Município: N. Senhora do Socorro

Sítio: P11

Foto 12: Rio Sergipe

Município: Aracaju

Sítio: P12

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Foto 13: Rio Sergipe

Município: Barras do Coqueiros

Sítio: P13

Foto 14: Rio Poxim

Município: Aracaju

Sítio: P14

Foto 15: Rio Poxim

Município: São Cristovão

Sítio: P15

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Foto 16: Rio Pitanga

Município: São Cristovão

Sítio: P16

Foto 17: Rio Poxim-Mirim (nascente)

Município: São Cristovão

Sítio: P17

Foto 18: Rio Poxim-Açu

Município: São Cristovão

Sítio: P18

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Foto 19: Rio Poxim-Açú (nascente)

Município: São Cristovão

Código: P19